Escravos Da Desigualdade - Neide Esterci PDF
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Neide Esterci
Neide Esterci
Escravos da desigualdade:
Um estudo dobre o uso repressivo da
fora de trabalho hoje
ISBN 978-85-99662-61-8
Rio de Janeiro
2008
SUMRIO
Apresentao .................................................................................. 1
Agradecimentos .............................................................................. 2
Introduo ...................................................................................... 4
Afinal, do que se est falando? .......................................................13
II
APRESENTAO
AGRADECIMENTOS
INTRODUO
aventura de deixar suas casas, suas vinculaes sociais mais prximas, isto
, fazer com que elas lhes sirvam de esteio para a autoproteo, a
resistncia, a mtua ajuda.
Em funo de critrios de sexo, idade, gerao e outros, as pessoas
ocupam posies diferenciadas na organizao do grupo domstico, na
estrutura hierrquica das comunidades, dos crculos de vizinhana, das
redes de parentesco. Energia fsica e capacidade de trabalho, condies de
mobilidade, gosto e disposio para o risco e a aventura so atributos
presentes sobretudo entre os jovens; autoridade, confiabilidade, experincia
e respeitabilidade encontram-se principalmente entre os mais velhos. Na
composio da fora de trabalho, os empregadores apostam na energia
disponvel dos jovens para a realizao dos trabalhos e na autoridade dos
mais velhos para fazer cumprir os compromissos. Os dominados tambm se
organizam de acordo com seus atributos diferenciados: os jovens buscam
nos mais velhos proteo e orientao, e no esperam deles equivalncia em
termos de trabalho.
Este ltimo conjunto de questes ser enfrentado em passagens de
histrias vividas por homens e mulheres, trabalhadores e trabalhadoras de
estabelecimentos agropecurios e das zonas de prostituio nas reas
prximas desses estabelecimentos e dos garimpos na Amaznia brasileira.
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pases relacionados4.
Em um relatrio de 1993, a Organizao Internacional do Trabalho
afirmou serem dezenas de milhares, em todo o mundo, o nmero de pessoas
submetidas a tais condies; esse total chegaria a cem milhes, segundo a
Anti-Slavery International, que inclui na estimativa a "prostituio forada
e o trabalho ilegal de crianas (que, por definio, sempre forado, pois
elas no esto em condies de dar livremente seu consentimento)"
(L'Evenement Du Jeudi, cit.: 39).
As altas cifras de pessoas envolvidas e a noo de que so prticas
que se expandem - esto presentes tanto em pases pobres do Terceiro
Mundo quanto em pases ricos, como os europeus e os Estados Unidos reforam a idia de universalidade. A nfase nos horrores perpetrados pelos
dominadores (fundada em no poucas evidncias registradas em inmeras
passagens no transcritas acima) produz uma viso de barbrie e atraso em
contradio com a modernidade (" ... corri (...) nossas iluses acerca do
progresso") (L' Evenement du Jeudi, cit.: 38; O Globo, cit.: 34).
O impacto e a mobilizao produzidos pelas informaes divulgadas
na imprensa, resultantes sobretudo do trabalho das entidades de defesa dos
diretos humanos, dos organismos nacionais e internacionais de
representao e de apoio aos trabalhadores, atuam no sentido de pressionar
patres infratores, governos omissos ou explicitamente comprometidos.
Veiculados pela imprensa, os dados voltam s mos dos que buscam coibir
a escravido e so utilizados para impulsionar vistorias, respaldar a
formao de comisses de inqurito e fiscalizao, embasar argumentos de
acusao e compor processos. O uso sistemtico de termos como
"escravido", "trabalho escravo" e similares para nomear de forma inclusiva
os casos que se querem denunciar, opera no sentido de unificar situaes
que de outra forma continuariam a ser apresentadas aos olhos dos outros e a
parecer s prprias vtimas e seus representantes de modo fragmentado,
como se cada situao fosse o resultado de atitudes abusivas de
empregadores atrasados e isolados (Esterci, 1991:26).5
Criada para combater a escravido, em 1939, alguns anos aps esta ter sido abolida nas
colnias britnicas, a ASI, hoje, articula-se com entidades nacionais e organismos
internacionais, recolhe informaes em todos os continentes, as divulga e as utiliza na
tentativa de pressionar os governos a tomarem medidas no sentido de coibir quaisquer
formas de trabalho escravo (O Globo, 9/8/92:34).
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Alguns pases, como os sempre citados casos do Nepal e da Mauritnia, somente aboliram
legalmente a escravido neste sculo (respectivamente, em 1924 e 1980).
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Face a denncias da CPT/RJ, do Sindicato de Trabalhadores Rurais e de organizaes civis,
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a Granja Rocha Klotz, no municpio de Resende, Estado do Rio de Janeiro, foi visitada pela
imprensa e reagiu, como se segue, presena do reprter: "Quer dizer que eu sou escravo
(...) Devo ser mesmo porque trabalho pra burro e no recebo (...) O que mais me revolta
no poder sair daqui. No recebo salrio h 11 meses e (...) pra chegar a cidade tenho que
andar 15 quilmetros." (Cf. O Globo, 4/4/93:18).
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Sobre situaes desse tipo, ver o depoimento de um velho trabalhador acerca das
humilhaes a que foi submetido (CPT, 1990:10-11) e o relato de jovens trabalhadores sobre
as concesses que tiveram que fazer para escapar de uma fazenda (CEAS n. 95, 1985).
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Por indicaes e informaes relativas situao dos povos indgenas do Mato Grosso do
Sul, agradeo ao padre Alfeu Baudel (CPT/MS), a Nereu Schneider (CIMI/MS) e aos
antroplogos Gilberto Azanha e Marta Azevedo.
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Mas as disposies legais acerca dos direitos dos ndios com relao
ao trabalho constituem pontos de discusso que agora esto sendo
esclarecidos. A controvrsia em torno desses pontos se reflete nas formas
de interpretar e, quem sabe, de encaminhar praticamente questes relativas
situao vivida pelos ndios do Mato Grosso do Sul no que se refere ao
ndio guarani no trabalho da Usina Mato Grosso do Sul trabalho nas usinas
(e outros estabelecimentos, como as carvoarias, as fazendas etc.).
por exemplo, que terenas e kaiovs dessa regio tm mais experincia com
o trabalho fora da aldeia.
O capito quem faz a relao com a aldeia para fora e repassa ao
cabeante, uma figura tambm j integrada tradio mais ou menos
recente, a incumbncia de recrutar pessoas da aldeia para o trabalho.
Corrupo, vantagens auferidas pelos que esto nas posies mais altas da
cadeia de intermediao, certamente h. O problema que, de certo modo,
isso legitimado pelos prprios ndios a partir de diversos aspectos de sua
condio e de sua forma prpria de organizao sociocultural.
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"modernizao conservadora".
Os autores tendem a situar o processo da modernizao entre
meados dos anos de 1960 e final dos anos de 1 (Graziano, 1981:40;
Martine, 1989:6). Nesse perodo, teria-se dado a industrializao da
agricultura brasileira que, desde ento, passou a constituir-se num mercado
no s de bens de consumo mas tambm de meios industriais de produo.
Compradora de certos produtos, como insumos, vendedora de outros, como
matrias-primas e alimentos para o mercado interno, a agricultura
integrava-se, assim, economia global do Pas (Graziano, 1981:46-47).
Se a agricultura se integrava e se modernizava, dois processos se
passavam com relao s formas de dominao e explorao da mo-deobra rural: enquanto regrediam formas de imobilizao predominantes em
setores determinados da economia agrcola, comeava a crescer o nmero
de pessoas, a gama de atividades, os ramos da produo e as regies do Pas
em que se registravam prticas de aliciamento e reduo de pessoas a
condies anlogas de escravos (Ver captulo seguinte). De fato, o
colonato, nas fazendas de caf de So Paulo, e a "morada", na plantation
aucareira do Nordeste, tinham entrado em decadncia desde a dcada de
1950; a imobilizao dos trabalhadores nos seringais da Amaznia persistia,
muito localizada, alternando perodos de relaxamento e de recrudescimento,
e chegou, embora debilitada, ao limiar dos anos de 1990 (Santos, 1980;
Palmeira, 1977; Sigaud, 1979; Garcia, 1988; O'Dewer, 1988; Paula, 1991;
Almeida, 1992; Geffray, 1993). Os autores citados e tantos outros
descrevem a complexidade desses processos a qual no possvel resumir
neste trabalho.
Mesmo que se desvie um pouco do argumento, vale a pena apresentar
trs comentrios sobre a prtica da imobilizao trabalhadores no Brasil, em
momentos anteriores e circunstncias diversas da nossa histria, para ficar
claro que a imobilizao no tem sido uma prtica espordica.
Em "O cativeiro da terra", Martins descreve um momento do colo
nato paulistano, simultneo escravido, valendo-se das memrias do
colono Davatz:
Desse modo, o trabalhador no entrava no mercado de trabalho como
proprietrio da sua fora de trabalho, como homem verdadeiramente
livre. Quando no estava satisfeito com um patro, (...) s podia faz62
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Sobre os efeitos polticos dessas leis acerca do poder de reivindicao dos trabalhadores,
ver Palmeira, 1989:14-15.
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Sobre as caractersticas da sindicalizao sancionada pela portaria de 1962, ver Medeiros,
1989: 63.
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Mejia, Jos Manuel. "Reforma Agrria: logros y contradicciones 19691979", in Coleccin
Mnima / 5, Instituto de Estudios Peruanos, 1980.
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Para uma anlise da contribuio desses autores sobre a questo da ao poltica do
campesinato, ver Lrio, 1990.
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Essa porcentagem baixou ainda mais nos anos seguintes. Mas nesse
perodo fez-se uma aliana entre os militares e os setores da economia
agrria, industrial e financeira que derrubou o regime republicano em 1926,
e, dois anos depois, Salazar assumiu o governo. Novas medidas foram
tomadas no sentido de reverter a situao de "fracasso": s concessionrias
foi dado o monoplio da compra do algodo; os preos pagos aos
camponeses foi contido para garantir maiores retornos aos investidores e
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RESISTNCIA
Das oito pessoas que saram da casa de dona Terezinha, cada uma
teve um destino. Dois garotos de 14 e 16 anos foram logo mandados de
volta para casa, por razo no explicitada. Talvez tenham sido percebidos
pelos recrutadores como fora de trabalho no muito adequada s tarefas
visadas e que os parentes e companheiros iriam de qualquer modo
alimentar. Suposies. Ou talvez o fato de poderem ser classificados como
menores do ponto de vista legal. Dependendo da correlao de foras no
momento, empregadores podem no querer correr o risco.
Da gerao do marido de dona Terezinha eram trs: o marido foi
assassinado; seu irmo e um outro conseguiram fugir antes, com a
incumbncia de avisar os parentes sobre a situao e tomar providncias;
um homem, referido apenas pelo primeiro nome, que foi recrutado junto e
participou da tentativa de fuga, teria "desaparecido", com suspeita de ter
sido baleado. Os que no foram assassinados, foram levados de volta
fazenda, "muito judiados", e obrigados a continuar trabalhando como se
nada houvesse acontecido.
Alm desses casos extremos, trabalhadores imobilizados tentam
negociar sadas, comunicar-se com seus parentes por intermdio dos que
escapam, enviar-lhes cartas e dinheiro, quando tm, pedir auxlio quando
percebem que a situao lhes muito desfavorvel. H muitos depoimentos
sobre cartas interceptadas pelos empregados das fazendas, mas h tambm
mensagens que chegam ao destino. Mes, irms, pais, tios e outros parentes,
quando conseguem acesso a essas mensagens, saem procura dos parentes.
Muitos so impedidos de entrar nas reas de servio, e informaes sobre
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Como no caso dos pees e das "meninas", a coero pela fora se faz
no s diretamente por meio das milcias dos empregadores mas dos rgos
de represso do prprio Estado. O pretexto, mais uma vez, a dvida:
O delegado confirmou que s vezes as meninas fogem.
Malandragem, alegou ele; acusando-as de serem desonestas, Souza
da Silva afirmou que elas no podiam deixar os locais em que
trabalhavam porque estavam devendo e no queriam pagar
(Reportagem sobre a regio dos garimpos de Itaituba, Par; Dirio do
Par, 10/2/92) (Grifos do reprter).
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MUITO ME ADMIRO
Uma senhora amiga chegou com os nervos flor da pele. Neusa, 14
anos, sua filha adotiva, fugiu pela segunda vez.
- Voc v, padre Ricardo, a gente cria os filhos com o maior zelo! E
Neusa foge deste jeito ... Fugiu com Antnia, filha de dona Zilma.
Cacei muito e descobri Neusa l no ambiente. Isto lugar pra
menina? Fui l e chamei Neusa. Conversava com ela, dava conselhos
e Antnia apareceu feito galinha choca. Chamei na responsabilidade:
"Muito me admiro, dona Antnia, voc levando a Neusa para a
perdio. Muito me admiro". Falei tambm para a dona do
estabelecimento. "Como a senhora recebe no ambiente duas
menores? E ainda mais fugidas?". (FIGUEIRA, Ricardo Rezende.
Rio Maria -Canto da Terra. Petrpolis, Vozes, 1992, p.96)
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Entre relaes mais durveis, podia haver aquelas fortuitas das quais
resultassem filhos cuja paternidade poderia no ser identificada. Essa,
entretanto, no era a regra, e, mesmo separadas dos pais de seus filhos, as
mulheres manifestavam a necessidade de identific-los:
- a mais clarinha e a que eu tenho mais dengo com ela porque do
homem que eu adorava.
- E onde ele est?
-Morreu.
- Morreu? Como?
- Morreu matado numa briga. (...) Esse a, se no tivesse morrido,
eu estava com ele ainda. Mame no queria que eu ficasse com ele,
porque vivia em encrenca, mas quem gosta no v isso, no ?! ...
Este aqui, eu no sei quem o pai dele; estou preocupada porque no
sei o que vou dizer quando ele perguntar (Mulher do cabar; Porto
Alegre, MT. Entrevista).
5.000,00 para mim. Levou meu rapazinho para a fazenda e deu roupa
para ele. Porque eu que ponho tudo na casa de minha me. um
dever que eu tenho porque ela olha meus filhos (Mulher do cabar;
MT. Entrevista. 1980).
- Voc disse que o seu filho foi para a fazenda com um peo. E voc
j esteve nas fazendas?
- Este ltimo, que morreu, eu estive com ele na Vila Rica. Era s ele
e um menino meu, o mais velho que trabalhava com ele, de juquira.
Eu ficava na casa com a menina mais pequena, fazia a comida e
levava. Deixava a pequenininha alimentada, de barriguinha cheia e
levava a comida para eles; depois voltava para cuidar da janta. (...)
Sempre mandando dinheiro para a mame aqui. - Essa casa que voc
morava era da fazenda, era na sede?
- No; era um barraco de plstico e madeira, dentro da mata. Ele
mesmo juntou a madeira, e o plstico a gente comprava na sede e
levava para l.
- voc j tinha esta casa aqui?
- Tinha. Essa aqui eu deixei alugada e a mame recebendo o
dinheiro do aluguel (Mulher do cabar; MT. Entrevista. 1980).
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CONSIDERAES FINAIS
quais se defronta.
Os trabalhadores que se dizem escravos e vtimas - ou so percebidos
e classificados como tais - so, portanto, tambm atores. Sujeitos de uma
luta que, na verdade, levou muito tempo at ser percebida em toda sua
dimenso. Dos anos de 1960 aos de 1990 a luta cresceu. Aumentou, por
parte dos empregadores, a necessidade de imobilizar para neutralizar as
reivindicaes de direito porque cresceram a visibilidade do conflito, a
fora dos trabalhadores e o espao dos aliados. Explicitou-se e ganhou nova
forma a contradio interna ao prprio Estado acerca de definies e
encaminhamentos legais.
Tambm sobre os empregadores preciso fazer algumas
consideraes. Em primeiro lugar, eles diferem entre si quanto prtica do
exerccio da dominao e da explorao. Entre os casos denunciados como
prticas de escravido no Brasil e levados s barras dos tribunais como
infraes ao Cdigo Penal e, s vezes, ao mesmo tempo, como casos de
infrao legislao trabalhista, h uma diversidade de situaes. H donos
esto ausentes da propriedade, repassando a um grupo hierarquizado de
funcionrios os encargos da administrao direta e do controle sobre a fora
de trabalho. H imveis menores, administrados pessoalmente por
proprietrios e seus familiares, em contato direto com os trabalhadores.
Em casos do primeiro tipo, os donos das empresas no so ao menos,
necessariamente, conhecidos, e, se relaes personalizadas eventualmente
existem, elas se estabelecem entre funcionrios e trabalhadores.
Em casos do segundo tipo, no entanto, muito mais comum
identificarem-se relaes paternalistas, com uso freqente do idioma do
parentesco, a presena de uma lgica do dom, da prestao e da
contraprestao de favores, envolvendo diretamente proprietrio e
trabalhadores. No h, certamente, na realidade, tipos puros mas, como
parmetros de referncia, podem-se pensar os casos da Destilaria
Cachoeira, no estado do Mato Grosso do Sul, e o da Fazenda Gralha Azul,
em Laranjeiras, estado do Paran.
Haveria muito o que explorar sobre os efeitos sociais diferenciados
desses dois tipos de empregadores. Entretanto, vale a pena ao menos
distinguir entre as situaes denunciadas duas formas de dominao e
explorao da fora de trabalho. Uma delas se aproxima do padro
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