Mielografia e Tomografia Computadorizada de Afecções Compressivas Da Medula Espinhal em Cães
Mielografia e Tomografia Computadorizada de Afecções Compressivas Da Medula Espinhal em Cães
Mielografia e Tomografia Computadorizada de Afecções Compressivas Da Medula Espinhal em Cães
2015
2015
A946m
DEDICATRIA
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Prof. Dr. Jlio Carlos Canola, por me acolher desde a
residncia, pela pacincia e pelos ensinamentos, tanto profissional quanto pessoal.
Ao Darcio, meu noivo, por me apoiar e incentivar, alm do companheirismo
em todos os momentos.
todos os meus companheiros da residncia Carolina Zani, Paulo Vincius,
Bruna Piva, rica Souza, Mnica Wittmack e Cristiane Reis. Em especial Felipe K.
Adams, Ana Paula Tristo e Pedro Teles, por toda a amizade e companheirismo.
Aos grandes amigos que aqui fiz Paulo Jark, Kalina Simplcio, Mnica
Chaves, Andressa Nogueira, Aninha Gering, Thuanny, Felipe Barros, Marjury
Maronesi, Rozana Wendler, Ana Maria Guerreiro e Daniela Junqueira. Em especial
Erika Terra e Letcia Anai pela amizade sincera e verdadeira.
Mariana T. Kihara, minha amiga e filha, que em to pouco tempo se
tornou uma das minhas grandes amigas.
As minhas amigas Canoletes: Anelise Nepomuceno, Maria Carolina Toni e
Adriana Meireles que sempre me ajudaram, desde o meu estgio. Danielle
Rolemberg, Vanessa Pfaro, Fernanda Medeiros e Rosana Zanatta, que tambm foi
membro da banca de defesa e me ajudou diretamente com as correes.
toda equipe da Clnica Cirrgica e Anestesio por terem ajudado a realizar
esse trabalho: rica Souza, Mnica Wittmack, Guilherme Sembenelli, Thuanny,
Cynthia, Diego Yamada, Paloma Silva e Clber Ido.
Aos meus grandes amigos de Ja, pela amizade verdadeira Juliane Dadalto,
Rafael Gigliotti, Milene Frana, Giovane Furlanetto, Renata Paleari, Srgio Sartori,
Srgio Serrano, Gabriela Marsiotto, Fernanda Gambarine e Larissa Caseiro.
Aos professores Marcus A. R. Feliciano e Paola C. Moraes pela ajuda de
sempre, ao Prof. Fabrcio Singaretti pelas correes na qualificao.
Aos tcnicos do setor de Diagnstico por Imagem, Paulo Furlan Marques,
Joo Faccini Filho e Carlos Eduardo Campi por toda ajuda. E aos demais
funcionrios do Hospital Veterinrio Governador Laudo Natel.
SUMRIO
Pgina
RESUMO..............................................................................................
iii
ABSTRACT...........................................................................................
iv
LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................
LISTA DE TABELAS.............................................................................
vii
LISTA DE FIGURAS.............................................................................
viii
1. INTRODUO .................................................................................
2. REVISO DE LITERATURA............................................................
2.4 Mielografia...................................................................................
11
13
14
2.4.3 Tcnica..................................................................................
16
18
3. OBJETIVO........................................................................................
21
4. MATERIAL E MTODOS.................................................................
22
22
22
23
ii
25
26
5. RESULTADOS.................................................................................
27
27
37
6. DISCUSSO.....................................................................................
47
7. CONCLUSO...................................................................................
51
8. REFERNCIAS................................................................................
52
iii
iv
LISTA DE ABREVIATURAS
C1 1 vrtebra cervical ou atlas
C2 2 vrtebra cervical ou xis
C3 3 vrtebra cervical
C4 4 vrtebra cervical
C5 5 vrtebra cervical
C6 6 vrtebra cervical
C7 7 vrtebra cervical
CEUA Comisso de tica no Uso de Animais
cm centmetros
COBEA - Colgio Brasileiro de Experimentao Animal
FCAV - Faculdade de Cincias Agrrias e Veterinrias
FOV campo de viso
HU unidade Hounsfield
IV Via intravenosa
Kg kilograma
Kv kilovoltagem
L1 1 vrtebra lombar
L2 2 vrtebra lombar
L3 3 vrtebra lombar
L4 4 vrtebra lombar
L5 5 vrtebra lombar
L6 6 vrtebra lombar
L7 7 vrtebra lombar
LCR - Lquido cefalorraquidiano
mA miliamperagem
mg miligrama
mL mililitro
NDN nada digno de nota
NMDA - receptor N-metil D-aspartato
PGF2 Prostaglandina
RM ressonncia magntica
vi
S1 1 vrtebra sacral
S2 2 vrtebra sacral
S3 3 vrtebra sacral
SNC Sistema nervoso central
SNP Sistema nervoso perifrico
SRD sem raa definida
T1 1 vrtebra torcica
T2 2 vrtebra torcica
T7 7 vrtebra torcica
T8 8 vrtebra torcica
T10 10 vrtebra torcica
T11 11 vrtebra torcica
T12 12 vrtebra torcica
T13 13 vrtebra torcica
TC Tomografia computadorizada
Unesp Universidade Estadual Paulista
vii
LISTA DE TABELAS
Pgina
viii
LISTA DE FIGURAS
Pgina
02
25
25
29
30
34
34
ix
10
11
12
13
35
35
36
36
37
37
14
15
16
17
18
38
38
39
39
42
xi
19
20
21
43
44
45
xii
22
23
46
47
xiii
1. INTRODUO
2. REVISO DE LITERATURA
Figura 1. Imagem esquemtica da coluna vertebral torcica de co. Notar o corpo vertebral (seta), (a)
processo espinhoso, (b) processo articular e (c) processo transverso curto. Fonte:
Modificado de Wheeler e Sharp, 1994.
ligamento
longitudinal
ventral
passa
pelos
corpos
vertebrais
metsticas
(WHEELER;
SHARP,
1994).
Os
tumores
intradural-
(JEFFERY;
BLAKEMORE,
1999).
Tambm
pode
resultar
em
cervical,
discoespondilite,
meningite/mielite,
embolizao
10
11
12
85%
das
extruses
em
ces
ocorre
na
regio
13
(OWENS;
BIERY,
1982;
SARMENTO
et
al.,
2001;
KEALY;
14
15
16
leses
intradurais-extramedulares
so
encontradas
no
espao
de
leses
intradurais-extramedulares
(JEFFERY,
1995;
KELLY;
McALLISTER, 2005).
Por ltimo, as leses intramedulares so caracterizadas pela dilatao no
dimetro da medula espinhal. Ocorre afastamento das colunas de contraste ou at
desaparecimento destas, devido a presena de massa (KELLY; McALLISTER, 2005;
BURGESE, 2006). Essa leso pode ser vista independentemente da projeo
realizada e pode apresentar edema medular (SANTOS, 2006). Edema, hemorragia
e meningoencefalomielite granulomatosa podem causar esse aspecto de leso. Um
exemplo atpico de leso intramedular a mielomalcia, que reduz o dimetro
medular, com opacificao central difusa ou acmulo de meio de contraste de forma
irregular dentro da medula espinhal (JEFFERY, 1995).
Falhas de preenchimento de contraste dorsal aos discos intervertebrais
cervicais so causadas pela hipertrofia do ligamento amarelo e do nulo fibroso. As
falhas de preenchimento do espao subaracnoide, que devem ser consideradas, so
aquelas que acompanham adelgaamento do aspecto oposto da coluna de contraste
ou se houver evidncia de compresso da medula espinhal (WIDMER; THRALL,
2010).
A compresso da medula espinhal dorsal tambm pode ser causada por
hipertrofia do ligamento amarelo. A compresso em aspecto de ampulheta (desvio
medial da coluna de contraste dorsal e ventral), pode ser decorrente de uma
combinao de alteraes do disco intervertebral, do ligamento amarelo e da face
articular. A compresso lateral pode resultar da proliferao da cpsula articular da
17
para
espao
subdural
produz
margens
irregulares
18
19
20
21
medula, a no ser quando a gordura epidural est presente (SHARP et al., 1995).
Logo, a associao da TC com a mielografia nos fornece informaes mais precisas
(BURGESE, 2006).
22
3. OBJETIVOS
23
4. MATERIAL E MTODOS
equipamento
radiolgico
utilizado
para
produo
de
imagens
Siemens Medical Solutions USA, Inc. 51 Valley Stream Parkway Malvem, PA 19355
Eastman Kodak Company, Rochester, New York 14650 USA
3
Agfa HealthCare - Gevaert Group
4
GE Healthcare, CT Max 640
2
24
25
26
seis
pacientes,
escolhidos
aleatoriamente,
no
levando-se
em
6
7
27
apoios laterais para que o posicionamento ficasse correto. Em apenas dois casos o
decbito foi ventral, com os membros torcicos e plvicos estendidos cranialmente,
para melhor estabilidade do paciente. Todas as imagens foram adquiridas em planos
transversais, com espessura de corte de 5mm.
Os tomogramas e mielogramas foram analisados de forma comparativa, a fim
de avaliar a contribuio das mesmas para determinar o local e extenso exata da
compresso medular nos pacientes.
4.5 Anlise dos Resultados
Os resultados obtidos com o estudo retrospectivo so apresentados como
dados sob a forma de porcentagem, tabelas e pelas imagens radiogrficas com as
alteraes encontradas no exame mielogrfico. Tambm foram realizadas anlises
descritivas dos dados epidemiolgicos e achados de imagem.
O critrio utilizado para classificao das leses em extradurais, intraduraisextramedulares e intramedulares foi de acordo com Burgese (2006), e para
classificar protruso e extruso segundo realizado por Santos (2006). Na protruso
foi observado adelgaamento da coluna de contraste e discreta compresso
medular. J na extruso, considerou-se a presena de material radiopaco no canal
vertebral e forame intervertebral e compresso medular moderada ou severa.
Quanto ao grau de compresso medular, foi considerado como parmetro a
altura das colunas de contraste em relao a medula. Na compresso leve, a coluna
de contraste apresentava deslocamento dorsal de at 25% da altura medular; na
moderada, at 50% da altura medular; e na severa, superior a 50% da altura
medular (SANTOS, 2006).
Adicionalmente, foram determinados de acordo com Galen e Gambino (1975),
os valores preditivos (sensibilidade, especificidade e valores preditivos negativo e
positivo) para a acurcica da tcnica radiogrfica na deteco das afeces
medulares compressivas. Sensibilidade a frao dos pacientes que tem a leso e
obtiveram resultado positivo no exame testado, nesse caso a radiografia
convencional; especificidade a frao dos pacientes que no tem a leso e
obtiveram resultado negativo radiografia convencional; valor preditivo positivo a
28
Frmulas:
Sensibilidade: a/(a+c)
Especificidade: d/(b+d)
Valor preditivo positivo: a/(a+b)
Valor preditivo negativo: d/(c+d)
Os resultados dos tomogramas e mielogramas foram apresentados com
imagens comparativas entre as duas tcnicas.
29
5. RESULTADOS
5.1 Estudo Retrospectivo de Mielografias
Foram reavaliadas fichas clnicas de 154 ces com sinais clnicos
neurolgicos envolvendo diferentes segmentos da coluna vertebral referentes ao
perodo de 2008 a 2012. Estes pacientes foram submetidos a exames radiogrficos
convencionais com indicao posterior a realizao de mielografias para confirmar a
suspeita radiogrfica de leses envolvendo a medula espinhal. Dos 154 ces, 81
pacientes eram fmeas e 73 machos (Figura 4). A faixa etria de maior ocorrncia
foi entre 5 a 8 anos de idade, totalizando 67 ces. Os dois pacientes mais jovens
tinham 8 meses e os mais idosos com 16 anos (Figura 5). As raas encontradas dos
pacientes submetidos a mielografia, esto especificadas na Tabela 1.
Figura 4. Porcentagem (%) de ces machos e fmeas submetidos a mielografia, em ordem de maior
incidncia, no perodo de janeiro de 2008 a dezembro de 2012. FCAV/Unesp-Jaboticabal,
2015.
30
Figura 5. Faixa etria e frequncia de ces submetidos a mielografia, em ordem de maior incidncia,
no perodo de janeiro de 2008 a dezembro de 2012. FCAV/Unesp-Jaboticabal, 2015.
Tabela 1. Frequncia (n) e porcentagem (%) das 154 raas de ces submetidos a
mielografia, em ordem de maior incidncia, no perodo de janeiro de 2008
a dezembro de 2012. FCAV/Unesp-Jaboticabal, 2015.
Raa
Teckel
SRD
Rottweiler
Poodle
Pastor Alemo
Boxer
Basset Hound
Terrier Brasileiro
American Pit Bull Terrier
Beagle
Cocker Spaniel
Dlmata
Labrador Retriever
Malts
Bull Terrier
Dobermann
Dog Alemo
Lhasa Apso
Pequins
Schnauzer Terrier
Shih-tzu
Waimaraner
Yorkshire Terrier
TOTAL
N
58
24
15
10
08
07
05
05
03
02
02
02
02
02
01
01
01
01
01
01
01
01
01
154
(%)
38,0
16,0
10,0
6,5
5,0
4,5
3,0
3,0
2,1
1,3
1,3
1,3
1,3
1,3
0,6
0,6
0,6
0,6
0,6
0,6
0,6
0,6
0,6
100
31
Frequncia
Porcentagem %
C1-C4
28
14,0
C4-C5
24
12,0
C5-C7
36
18,0
T1-T7
05
2,5
T8-T13
59
29,5
T13-L1
12
6,0
L1-L4
27
13,5
L5-L7
03
1,5
L7-S1
06
3,0
TOTAL
200
100
32
33
Nmero de
Porcentagem (%)
leses
Desvio dorsal discreto da coluna de contraste ventral
45
22,5
43
21,5
2,5
17
8,5
38
19
3,5
10
Ostelise
3,5
0,5
19
9,5
TOTAL
200
100
ventral (ampulheta)
Desvio medial da coluna de contraste projeo
ventrodorsal
34
Figura 6. Imagem radiogrfica de mielografia cervical em co. Discreto desvio dorsal da coluna de
contraste ventral entre C4-C5 (seta), C5-C6, C6-C7. Imagem sugestiva de compresso
medular em grau leve. Reduo de espao intervertebral entre C3-C4, com espondilose
deformante ventral. Fonte: Setor de Diagnstico por Imagem da FCAV/Unesp - Jaboticabal.
35
Figura 9. Imagem radiogrfica de mielografia cervical em co. (A), Projeo lateral: a imagem
demonstra compresso dorsal da medula (seta), delimitada pelo desvio dorsoventral da
coluna de contraste subdural entre C4-C5. (B), Projeo ventrodorsal: desvio da coluna de
contraste medial esquerda (E) (seta). Fonte: Setor de Diagnstico por Imagem da
FCAV/Unesp-Jaboticabal.
36
Figura 10. Imagem radiogrfica de exame mielogrfico da coluna toracolombar de co, na projeo
ventrodorsal, com visibilizao de desvio medial esquerda da coluna de contraste entre
T13-L1 (seta). Imagem que sugere compresso medular lateral, por extruso do disco
intervertebral. Fonte: Setor de Diagnstico por Imagem da FCAV/Unesp-Jaboticabal.
Figura 11. Imagem de mielografia lombar, projeo lateral de co. Notar adelgaamento da coluna de
contraste ventral entre T12-T13 (seta), com reduo do espao intervertebral e
espondilose deformante ventral. Imagem compatvel com protruso de disco intervertebral.
Fonte: Setor de Diagnstico por Imagem da FCAV/Unesp-Jaboticabal.
37
Figura 12. Imagem de mielografia da coluna lombar projeo lateral de co. Notar a perda de
definio da coluna de contraste, com desvio dorsal da coluna de contraste em L4. Notar
a ostelise do corpo vertebral e do arco dorsal de L4 (seta). Imagem compatvel com
tumor sseo comprimindo a medula espinhal. Discreto extravasamento do contraste para
o espao epidural em L5. Laudo histopatolgico: osteossarcoma. Fonte: Setor de
Diagnstico por Imagem da FCAV/Unesp-Jaboticabal.
Figura 13. Imagem radiogrfica de mielografia lombar em co: falha de preenchimento das colunas
de contraste entre L2 a L4, que cranialmente a L2 progride sem alteraes. Imagem
sugestiva de edema medular. Notar presena de discos intervertebrais calcificados entre
T13-L1, L2-L3 E L3-L4. Fonte: Setor de Diagnstico por Imagem da FCAV/UnespJaboticabal.
38
Figura 14. Imagem de exame mielogrfico da coluna toracolombar de co nas projees lateral (A) e
ventrodorsal (B). Visibilizao de aumento de radiopacidade em forma de gota no canal
medular de L2 (seta), com interrupo das colunas de contraste. Esse aumento de
radiopacidade em forma de gota sugere a presena de cisto aracnoide. Fonte: Setor de
Diagnstico por Imagem da FCAV/Unesp-Jaboticabal.
Figura 15. Imagem de mielograma da coluna lombar de co na projeo lateral: desvio dorsal da
coluna de contraste com interrupo desta a partir de L2-L3, causada pelo material
radiopaco no canal medular (seta), compatvel com extruso de disco intervertebral.
Presena de discos intervertebrais calcificados em L3-L4 e L5-L6. Fonte: Setor de
Diagnstico por Imagem da FCAV/Unesp-Jaboticabal.
39
Figura 17. Imagem radiogrfica de exame contrastado da coluna cervical de co, na projeo
laterolateral. Nota-se a falha de preenchimento das colunas de contraste, devido a pobre
miscigenao do contraste com o LCR, que pode ter ocorrido por uma subdose de
contraste. Fonte: Setor de Diagnstico por Imagem da FCAV/Unesp-Jaboticabal.
40
Os
41
Tabela 4. Raa, idade, sexo e local da puno dos seis pacientes selecionados para
o estudo comparativo entre as tcnicas de mielografia e tomografia
computadorizada, no primeiro semestre de 2013. FCAV/UNESPJaboticabal, 2015.
Raa
Idade
Sexo
Local da Puno
13
Cervical
Cervical
Beagle (3)
11
Lombar
Poodle (4)
Lombar
SRD (5)
Lombar
Teckel (6)
Cervical e Lombar
42
Figura 18. Imagem digitalizada de exame mielogrfico da coluna cervical de co da raa American
Pit Bull Terrier. (A) Projeo laterolateral com adelgaamento da coluna de contraste
ventral e falha de preenchimento correspondente a C3 (seta). (B) projeo ventrodorsal
nota-se tambm o adelgaamento das colunas de contraste laterais, com desvio medial da
medula espinhal mais pronunciada direita (seta preta). Notar a ostelise envolvendo o
corpo vertebral de C3 e o seu processo trasverso lateral esquerdo (seta azul). (C e D)
Imagem de tomograma de C3 (janela de tecido sseo) (C) Corpo vertebral do lado
esquerdo (L) hipoatenuante, com desvio dorsolateral da medula espinhal, delimitada por
contraste. (D) Ostelise de parte do corpo vertebral e do processo transverso esquerdo.
Fonte: Setor de Diagnstico por Imagem da FCAV/Unesp-Jaboticabal.
Em outro paciente American Pit Bull Terrier (2), foi evidenciada leso
compatvel com protruso de disco com discreto comprometimento medular no
exame mielogrfico e confirmada na tomografia computarizada (Figura 19).
43
Figura 19. Imagem digitalizada de mielografia cervical de co da raa American Pit Bull Terrier. (A)
Projeo laterolateral (imagem com efeito positivo), notar discreto deslocamento dorsal da
coluna de contraste (seta), com reduo do espao intervertebral entre C5-C6. Nota-se
tambm o desvio fisiolgico da coluna de contraste ventral entre C2-C3 e C3-C4. (B)
Projeo lateral oblqua direita tambm demonstra o discreto deslocamento dorsal da
coluna de contraste no local (seta). (C,D,E e F) Imagem tomogrfica da coluna cervical
(janela para tecidos moles). (C e D) Visibilizao de pequena estrutura hiperatenuante,
ventral a medula espinhal em canal vertebral de C6 (setas). (E e F) Massa hiperatenuante
ventral a medula espinhal, com discreto deslocamento dorsal da medula entre C5-C6
(setas). (F) Deslocamento dorsolateral da medula espinhal em canal vertebral de C5
(seta). Imagens sugestivas de protruso de disco. Fonte: Setor de Diagnstico por
Imagem da FCAV/Unesp-Jaboticabal.
44
Figura 20. Imagem de exame mielogrfico da coluna toracolombar de co da raa Beagle. (A)
Projeo laterolateral, extravasamento de contraste para o espao epidural. Reduo do
espao intervertebral entre L1-L2 (seta). (B) Projeo ventrodorsal, sem alteraes
dignas de nota na coluna de contraste. Tambm nota-se a reduo do espao
intervertebral entre L1-L2 (seta). (C) Imagem de tomograma entre L1-L2, com
visibilizao de estrutura hiperatenuante no canal vertebral (seta preta), comprimindo a
medula espinhal dorsolateral que est delimitada por contraste (seta azul), compatvel
com extruso de disco. Fonte: Setor de Diagnstico por Imagem da FCAV/UnespJaboticabal.
45
46
Figura 22. (A) Imagem radiogrfica na projeo laterolateral de co sem raa definida, com
visibilizao de protruso parcial do disco intervertebral calcificado entre L1-L2 (seta). (B)
Imagem de exame mielogrfico da coluna lombar. Extravasamento de contraste para o
espao epidural, impossibilitando determinar o resultado do exame. Reduo de espao
intervertebral discreta entre L3-L4 e mais evidente entre L4-L5 e L5-L6 (setas). (C)
Imagem tomogrfica da coluna lombar, entre L1-L2 (janela de tecidos moles).
Deslocamento dorsolateral da medula, que est demarcada pelo contraste (seta), sem a
calcificao do disco intervertebral. Imagem sugestiva de protruso de disco. (D) Imagem
tomogrfica da coluna lombar, entre L3-L4 (janela de tecidos moles). Visibilizao da
medula espinhal deslocada (seta), devido a compresso do disco que no est
calcificado. Fonte: Setor de Diagnstico por Imagem da FCAV/Unesp-Jaboticabal.
47
Figura 23. Imagem radiogrfica digitalizada de mielografia toracolombar de co da raa Teckel. (A)
Puno cervical: interrupes das colunas de contraste a partir de T11-T12 (seta preta),
com visibilizao de reduo de espao intervertebral e calcificao de disco. Discos
intervertebrais calcificados entre T13-L1 e L1-L2 (setas brancas). (B) Puno lombar:
extravasamento de contraste para o espao epidural. Exame inconclusivo. Disco
intervertebral calcificado entre T11-T12. (C) Imagem tomogrfica entre T12-T13 (janela
de tecidos moles). Estrutura hiperatenuante dentro do canal vertebral (seta preta),
deslocando a medula dorsolateral, que est delimitada com contraste (seta azul).
Imagem compatvel extruso discal. Fonte: Setor de Diagnstico por Imagem da
FCAV/Unesp-Jaboticabal.
48
5. DISCUSSO
Em todos os ces que realizaram o exame mielogrfico neste estudo, no foi
observada prevalncia sexual, como descrito por LeCouter e Child (1995), Braund
(2003), Kelly e McAllister (2005) e Santos (2006).
A faixa etria de ces com sinais clnicos e neurolgicos envolvendo a
medula espinhal foi mais frequente entre cinco a oito anos de idade (43,5%),
corroborando os estudos realizados por Braund (2003) e Kelly e McAllister (2005).
LeCouter; Child (1995), ao contrrio de outros autores, relatam elevado ndice de
acometimento espinhais em ces com idade entre um a trs anos, fato observado
em 18 animais deste estudo retrospectivo.
Entre as diferentes raas de ces submetidos mielografia, a Teckel foi a
mais acometida (38%). Como presente na literatura compilada, raas de ces
classificadas como condrodistrficas so mais propensas a discopatias (LeCOUTER;
CHILD, 1995; OWENS; BIERY, 1999). Nos estudos de Burgese (2006) e Santos
(2006), as raas Cocker Spaniel e Poodle, raas com tendncias condrodistrficas,
foram as mais acometidas depois da Teckel. Neste estudo o nmero de pacientes
apresentados correspondente a essas duas raas de ces foram discretas (Tabela
1), todavia foram evidenciados 12 animais (7,8%) com leso medular de um total de
154 ces analisados.
Depois da Teckel, ces SRD (16%) foram os pacientes que apresentaram a
segunda maior frequncia de leses medulares, fato que contraria os achados de
Owens e Biery (1982), Braund (2003) e Santos (2006), que relataram a discopatia
especialmente em ces de raas consideradas puras de origem. Esta observao
pode ser atribuda a elevada casustica no atendimento de pacientes sem raa
definida apresentados no Hospital Veterinrio Governador Laudo Natel Unesp,
Jaboticabal.
Na maioria das mielografias, as punes foram realizadas em regio cervical,
todavia, em 17 pacientes no ocorreu progresso completa da coluna de contraste
da regio cervical para a regio caudal da coluna vertebral. Diante dessa ocorrncia,
o protocolo estabelecido foi a realizao da puno em regio lombar, como
49
50
as
mais
encontradas
(95,5%),
seguidas
pelas
leses
intradurais-
extramedulares (4,5%). Das leses extradurais, 91,6% foram compatves com hrnia
de disco, corroborando Braund (2003) e Burgese (2006), que descreveram a leso
extradural como a de maior frequncia e a discopatia como causa principal.
Os achados compatveis com discopatia foram de 53% protruses e 47%
extruses, dados semelhantes ao descrito por Santos (2006), que obteve maior
nmero de achados mielogrficos compatveis com protruso.
Os achados mais visibilizados nas imagens de radiografias mielogrficas
foram a ocorrncia de desvios dorsal discreto e moderado da coluna de contraste
(44%) e adelgaamento da coluna de contraste ventral (19%), que correspondem a
leses classificadas como extradurais causadas por hrnia de disco (BURGESE,
2006; SANTOS, 2006).
O teste aplicado de valores preditivos, que compara tcnicas radiogrficas
convencionais e mielogrficas para o diagnstico das alteraes medulares
compressivas, demonstrou que o exame radiogrfico convencional apresentou baixa
sensibilidade e especificidade, uma vez que das 200 leses diagnosticadas
mielografias, apenas 88 foram evidenciadas em exame radiogrfico convencional. E
Esse resultado corrobora Lorigados, 2001, que afirma que a reduo de espao
intervertebral no deve ser considerada isoladamente para diagnosticar herniaes
de disco, j que no exame radiogrfico convencional um importante achado para
suspeitar de leses medulares.
No estudo que comparou as tcnicas de mielografia e tomografia
computadorizada com contraste em seis pacientes, tambm no houve prevalncia
sexual ou racial, sendo trs pacientes machos e trs fmeas, o que concorda com
os estudos de BRAUND 2003; KELLY e McALLISTER, 2005. O fato de ter tido dois
ces da raa American Pit Bull Terrier e os outros quatro pacientes de diferentes
51
52
6. CONCLUSO
A
mielografia,
quando
tecnicamente
bem
realizada,
utilizada
em
53
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