Correção de Interferências Isobáricas

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Tutorial para Correes de Interferncias Isobricas e Poliatmicas

Desde a sua criao como uma tcnica analtica, espectrometria de


massa de plasma (ICP-MS) ganhou popularidade devido sua capacidade de
medir rapidamente os nveis de trao de a maioria dos elementos na tabela
peridica. Como a tcnica amadureceu, novos avanos tm permitido nveis
cada vez mais baixos a ser medido, principalmente limitada pela limpeza do
ambiente de laboratrio e os reagentes.
No entanto, um obstculo tem atormentado continuamente a tcnica: as
interferncias. Embora o ICP-MS tenha relativamente poucas interferncias em
comparao com a espectrometria de emisso ptica (ICP OES), eles passam
a ser problemticas quando medidas em baixos nveis.
Tipos de interferncias
Existem dois principais tipos de interferncias: a isobrica e a
poliatmica. As interferncias isobricas se referem a diferentes elementos
cujos istopos compartilham uma massa comum. Por exemplo, tanto o Fe e o
Ni tem istopos em massa 58. Portanto, qualquer sinal medido em m/z 58 ter
contribuies de ambos Fe e Ni.
As interferncias poliatmicas resultam da combinao de dois ou mais
istopos dos elementos diferentes, que normalmente ocorrem no plasma. Os
elementos que formam as interferncias poliatmicas geralmente resultam da
matriz da amostra, do diluente e do prprio argnio. Um exemplo de uma
interferncia poliatmica do on ArCl+ sobre o As+, ambos os quais ocorrem a
m/z 75. O on ArCl+ se forma de uma combinao de Ar no plasma e o Cl da
matriz da amostra ou do diluente; se nenhum Cl est presente, ento o on
ArCl+ no vai se formar, e o As estar livre de interferncias.
A soluo mais fcil. . . : Como o ICP-MS tem a capacidade de medir vrios
istopos, a soluo mais fcil medir outro istopo que no sofra de
interferncias. Para o exemplo Fe/Ni, isso seria fcil: o 60Ni no sofre de
quaisquer interferncias isobricas. Uma vez que todos os elementos (com
exceo de Na) tem, pelo menos, um istopo que no tem uma interferncia
isobrica, esta parece ser uma soluo simples.
. . . no sempre to fcil: Infelizmente, a soluo nem sempre to simples:
O 60Ni sofre a interferncia polatmica com CaO+, que se origina a partir de
amostras contendo clcio. Considere tambm a interferncia de ArCl+ sobre
As: como o As tem apenas um istopo, ento escolhendo o istopo de As sem
interferncia tambm no uma opo.
Mas h outra soluo: Podemos tirar proveito do fato de que a maioria dos
elementos tem vrios istopos para corrigir matematicamente para ambas as
interferncias isobricas e poliatmicas. Ao considerar a abundncia natural de

diferentes istopos e medindo a intensidade de um istopo no-interferente,


podemos calcular a extenso da interferncia e subtrair este contributo para se
obter a concentrao.
Vejamos o Cd como um exemplo. O istopo mais abundante de Cd
m/z 114 (28,73%). Mas o Sn tambm tem um menor istopo em m/z 114
(0,65%). Isto significa que qualquer intensidade para m/z 114 uma
contribuio de ambos Cd e Sn. No entanto, Sn tem outros istopos que so
livres de interferncias, tais como m/z 118 (24,23%). Portanto, podemos medir
Sn a m/z 118 e calcular a sua contribuio para o sinal a m/z 114.
Vamos olhar para isso em termos matemticos:
I (m/z 114) = I (114Cd) + I (114Sn) [1]
onde I = intensidade
Rearranjando os termos:
I (114Cd) = I (m/z 114) - I (114Sn) [2]
Para descobrir a contribuio de Sn ao sinal a m/z 114, levamos em
conta a abundncia natural de ambos 114Sn e 118Sn e a intensidade do sinal de
118
Sn:
I (114Sn) = [A (114Sn) / A (118Sn)] I (118Sn) [3]
onde A = abundncia
ou
I (114Sn) = [0.65 / 24.23] I (118Sn) [4]
I (114Sn) = 0,0268 I (118Sn) [5]
Substituindo esta expresso na equao [2] temos o seguinte:
I (114Cd) = I (m/z 114) - 0,0268 I (118Sn) [6]
Esta equao pode ser inserida no software do equipamento para que a
correo seja executada automaticamente online.
Esta estratgia tambm aplicvel a interferncias poliatmicas onde
istopos alternados da interferncia podem ser medidos. Por exemplo, o Cl
contm dois istopos: m/z 35 (75,77%) e m/z 37 (24,23%). Portanto, se a
correo de interferncia para o 35Cl40Ar+ sobre o As em m/z 75, o sinal para
on 37Cl40Ar+ a m/z 77 pode ser utilizado, tal como descrito anteriormente.
Equaes de correo funcionam bem e podem servir para corrigir uma
ampla faixa de concentraes e interferncias. No entanto, elas tm suas

limitaes. Em primeiro lugar, se uma equao de correo utilizada, mas


no h nenhuma interferncia, as equaes tendem a sobre-corrigir, originando
concentraes baixas ou negativas. Alm disso, se as concentraes de
interferentes so muito elevadas, as equaes podem no compensar os nveis
elevados de forma adequada. Finalmente, as equaes podem tornar-se
complicadas se o istopo alternativo tambm tem uma interferncia. Por
exemplo, considere a interferncia ClAr+ sobre o As conforme descrito acima. O
on 37Cl40 Ar+ a m/z 77 seria usado para a correo. No entanto, como o Se
tambm tem um istopo a m/z 77 (7,63%), um termo adicional deve ser usado
para corrigir a interferncia isobrica na interferncia poliatmica. Isto pode ser
alcanado usando o istopo 82Se (8,73%), do que resulta uma equao final
de:
I (75As) = I (m/z 75) - 3,127 [I (77Se) - [0,874 I (82Se)]] [7]
Apesar da sua complexidade, equaes de correo funcionam bem
quando se mede concentraes de analito moderadas, geralmente mais do que
1 ppb. As equaes de correo tem sido publicadas como parte de mtodos
regulamentados, como o dos Mtodos EPA 220.8 e 6020 (EUA) para a anlise
de guas, solos e resduos slidos. Portanto equaes de correo so uma
forma vlida, bem estabelecida e bem compreendida para a correo de
eventuais interferncias.

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