Poema Momento - Mário de Andrade
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Paraguav e Chile
ICK/Vi
*
J-UUU
Peam
"CAPIL1DT
O nico preparado vegetal, sem
leo, que destroe a caspa, e revigora o
couro cabelludo, evitando
em muitos casos a queda do cabello.
FORMULA
DO
CHIMICO
A. RABELLO
A venda em todas as pharmacias
e perfumarias.
PRIMEIRO ANNO
RENATO ALMEIDA
Numero 11
LE CORBUSIER
UMA ENTREVISTA COM HERMANN KEYSERLING
ARCHITECTURA E URBANISMO
RENATO ALMEIDA: A NOVA POESIA BRASILEIRA
MARIO DE ANDRADE: MOMENTO
HILDEBRANDO ACCIOLY: A LIGA DAS NAES E O PROBLEMA DA PAZ
TEIXEIRA SOARES: STRESEMANN
O. B. DO COUTO E SILVA: O CASAMENTO NA AMERICA
VVALDO FRANK NA ARGENTINA
O QUE OS HOMENS AT 1870 NO VIRAM NEM SOUBERAM
REPERTRIO
RcDACAO:
R. D. MANUEL, 62
ASSIGNATURA AHNUAL
BRASIL DEZ MIL REIS
Exterior Dois dollares
H*****
Movimento Brasileiro
ANNO 1 N. 11
NOVEMBRO1020
LE CORBUSIER
Visitar ainda este mez, o Rio de Janeiro, a convite do Instituto Central de Architectos, cujo esforo
pelo modernismo devemos realar com entusiasmo, o
artista francez Le Corbusier, um dos grandes mestres
modernos. A sua palavra, depois da do prof. Steinhof,
trar seguramente para o nosso meio o prestigio de
uma poderosa fora de renovao, que se impe a todo
o mundo. E certo que as idas que Le Corbusier expor,
como as do prof. Steinho, no representam uma novidade para o Brasil. Tm apenas o mrito da autoridade, affirmando aquillo que, desde 1922, os escritores
modernos brasileiros vm pregando, a necessidade da
criao de uma arte prpria e pessoal, condicionada
ao ambiente e ao tempo, e no mais a reproduco
das frmas mortasi e as pardias ridculas e inadaptaveis.
Ainda agora, quando o prof. Agache formula o
seu plano de reconstruco da cidade, no nos deixamos entusiasmar pela grandeza das linhas e propores, pelo encanto de algumas realizaes e condemnamos esse esforo como copia, que no deve vingar,
porque uma capital no se desenvolve livremente aentro de planos inadequados de architectos extnainhos,
mas o seu rythimo que deve guiar a obra dos constructores. O contrario ser pura imitao. Uma ei-,
dade vive em harmonia com o meio physico e reflecte o caracter da sua populao. um organismo
'vivo, portanto livre, e ser errneo Limitar-lhe o desenvolvimento em planos que no expressem as suas
tendncias, ou as limitem. A nossa natureza se desforar desses jardins exticos, alinhados, disciplinados,
que transportam para o caloro do Rio de Janeiro os
parques macios das Tulherias ou de Versalhes.
A palavra audaz de Le Corbusier, embora j nos
seja familiar pelos seus livros, pelas descries e pholographias dos seus projectos e edificaes, ter para
ns o prestigio de uma das grandes foras da renovao moderna. Para elle, a vida moderna espera por
um plano novo para a casa e para a cidade. Esse plano
ser a criao da architectura, que no depende dos
estilos mentirosos, quando a nossa poca fixa cada dia
um estilo novo, mas do espirito do tempo, com as suas
condies psychologicas e as suas determinantes econmicas, que obrigam serie e standardizao. A
grande reforma do espirito veiu da machina. Mas a
MOVIMENTO
BRASILEIRO
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mentos da civilizao moderna. A approximao angloamericana de interesses momentneos, no fundamental. A Inglaterra hoje obrigada a estar em 1>".T*
relaes com os E. Unidos, por causa do Canad e
talvez das outras colnias. Isso lhe tolhe os movimentos. Em qualquer estremecimento, o Canad ut. o
apoio americano para a separao.
Falou-se depois no Brasil e Keyserling mostrou
o grande interesse pelo nosso paiz, onde encontrou
uma elite de homens representativo* de cultura, como
em nenhum outro deste hemispherio. Como estivesse
aqui, ha poucos dias, no poderia dizer com maior segurana, mas a physionomia espiritual do Brasil se \h:
afigurava a de um povo de grande preoccupao intellectual.
ARCHITECTURA E URBANISMO
A PALAVRA DE STEINHOF
O professor Eugnio Steinhof, da Escola de Artes Decorativas de Vicnna,
um artista moaerno, um verdadeiro construetor, de orientao clara e segura.
Sobre architectura e urbanismo, nos deu algumas conferncias e artigos, mostrando as suas tendncias actuaes e defendendo os princpios evidentes da
subordinao ao tempo e suas determinantes e da harmonia com o ambiente,
evitando as deformaes da copia e do passadismo, que esterelizam e prejudicam o livre desenvolvimento da personalidade dos artistas. Visitando o Brasil,
a convite do "Instituto Central de Architectos", que assim testemunhou a sua
preoccupao pelas correntes modernistas, adquirindo inegualavel prestigio
junto aos moos, o prof. Eugnio Steinhof, que demonstrou grande entusiasmo
pela renovao brasileira, dentro do espirito moderno, concedeu ao MOVIMENTO BRASILEIRO a entrevista abaixo, cheia de vibrao nova e aguda
penetrao.
pertar-se nos moos, a criao pelo prprio temperamento, evitando o preconceito passadista e acadmico,
bem como a obcesso modernista. Xada de dernier cri.
A CASA BRASILEIRA
Falamos, a seguir, da casa brasileira, e o prof.
Steinhof nos disse que uma ctes suas alegrias foi ter
MOVIMENTO
BRASILEIRO
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pataca, suas fazendas e suas rezas. Os bahianos. a agitao da Bahia que se renova e seus lugares do im.-r><r
tranquillo. Godofredo Filho fez um admirvel poema
Feira de SaniAnna. Os de Ala.- ns c Pernambuco,
particularmente Jorge de Lima e .Wvnvi Ferreira, sc
volvem ao mysterio primitivo das gentes < >s cearenses
resurgem a poesia nordestina, cheia de sol e de perfume agreste, em que:
"Cabe todo o Cear dos cangaceiros,
cabe o gemer de todas as violas..." (3)
Os paulistas so pela terra roxa, pela cidade estupenda envolta em neblinas, que Mano de .\ndradte e
Ribeiro Couto cantam enternecidamente, pelo rythmo
do progresso e da civilizao intensa, pela maravilha do
ambiente activo e enrgico, ao mesmo tempo que presentem o tumulto perturbador que resulta do entrechoque de muitas gentes, muitas lnguas, muitas vontades.
Tambm os cariocas criam uma poesia da nossa
cidade. Ronald de Carvalho, lvaro Moreyra, Manuel
Bandeira, Felippe d'OIiveira, Murillo de Arajo. Curiosa
a feio local da nova poesia, que caracteriza essa pesquiza do Brasil, como a sentir melhor a sua posse,
chegar-se mais, incorporar-se a elle, auscultar intimamente no seu rythmo (4).
Poder parecer extranho e contradictorio que a
poesia moderna demonstre tanto apego s frmas pri^
mitivas e volva s suas emoes simples, ao invs de
encaminhar-se toda para a corrente dynamica que canta
a civilizao, com alguns dos poetas referidos e Manuel
de Abreu e Tasso da Silveira, libertos da tristeza.
que vacillamos entre esses dois modos de ser e ha um
temor que o progresso nos tire a frescura da terra n
genua e moa. Dahi essa persistncia romntica, que
se exaggera nos que se proclamam anthropophagos
para defender a pureza do estado selvagem, a que no
podemos mais voltar e, portanto, se vae resumir num
exerccio literrio. Precisamos tomar o Brasil na sua
realidade dispar e monstruosa, de paiz de contrastes
e differenas fundamentaes, que aure de todas as fontes
a energia vital, que transforma em actividade criadora.
A melancolia est no fundo da alma brasileira. No
se v discutir o problema da tristera brasileira, essa
duvidosa tristeza, de que no nos convenceu o livro
admirvel de Paulo Prado. O que certo que a poesia
popular melanclica, como, alis, quasi todas as poesias populares, e a arte em geral se inspira mais na
tristeza do que na alegria. Aquella nos commove muito
,
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.
J
:i
(3)
(4)
Ful, de
nario de
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i:
MOMENTO
Ningum ignora a inquietao do clima paulistano
Pois tivemos hoje uma arraiada fresca de neblina.
Depois do caloro duma noite maldita, sem sono,
Uma neblina leviana desprendeu das nuvens lisas
E pousou um momentinho sobre o corpo da cidade.
Oh como era boa e o \carinho que teve pousando !
No espantou, no bateu asa, no fez nenhuma bulha,
Veio que nem beijo de minha mi si estou enfezado
Vem mansinho, sem medo de mim e pousa em minha testa.
Assim neblina fez e o sopro dela acalmou as penas
Desta cidade histrica, desta cidade completa,
Cheia de passado e presente, bero nobre em que nasci.
Os beijos de minha mi so tal-e-qual a neblina madruga.. .
Meu pensamento tal-e-qual So Paulo, histrico e completo,
presente e passado e dele nasce meu ser verdadeiro. .\
Vem, neblina, vem ! Beija-me, sossega-me o meu pensamento !
MARIO DE ANDRADE.
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BSlLfelR
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STRESEMANN
TEIXEIRA SOARES.
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O CASAMENTO NA AMERICA
O. B. DO COUTO E SILVA
(Continuao)
O JUIZ LINDSEY
Novas experincias de casamento
Quem chega aos E. U. impressiona-se com o estardalhao
em torno dos chamados "trial marriage" e "companionate
marriage".
"Trial marriages'', casamentos de experincia, so termos,
simplesmente, uzados pela vanguarda da mocidade revoltada,
na realidade no sendo casamento nenhum.
Para elles, o casamento no nem sagrado nem apavorante. Alguma cousa sem conseqncias, que se experimenta
como um chapu, por exemplo.
O "companionate marriage" que se costuma traduzir
"casamento por contracto", (expresso que no traduz a
mesma ida) vem muita vez associado com o nome do Juiz
Lindsey. Os seus adversrios costumam intencionalmente confundir "trail marriage" e "companionate marriage", mas Lindsey invariavelmente protesta.
O casamento por contracto obriga por 2 annos; caso no
haja filhos (como aconselhado) no fim do prazo, si uma
ou ambas as partes desejarem, ha automaticamente separao.
Si houver filhos ou prorogao do prazo, o casal obriga-se a
divorcio regular.
o que elle escreve no seu segundo livro "The Companionate marriage" que se segue "Revolta da Mocidade" e
igualmente grande, massudo e impressionante pela massa de
factos. Eu tive opportunidade de ouvir o Juiz Lindsey. Elle
trata da causa dos moos com candura e sympathia: por isso
o auditrio era s de casaes jovens. Elle convence a gente de
seu desgnio superior, e friza sempre que taes "casamentos
preliminares" conduziro muita vez a "casamentos familiares",
com purificao do systema social.
O 1." ponto a provar seria a vantagem de um casamento
precoce. Alm de outros.
Mas sahi com a impresso que o problema no pde ser
resolvido tomando-se simplesmente o lado legal.
E o plano de Lindsey pecca justamente por ser em extremo simplista. sem duvida um "movimento de longo alcance para a correco do lao matrimonial", como disse
Wells. Porque o problema corajosamente encarado de frente.
Bertrand Russel, mathematico e philosopho, bateu palmas tambm, e muitos outros.
Parece-me que em breve valer apenas como documento
photographico da poca.
Fannie Hurst, conhecida escriptora, appella para sua experincia pessoal para gritar histericamente que se tem dado
bem com o seu casamento por contracto. Eu s conheci um
caso na Universidade. Mas depois todo o mundo disse que elle
no estava casado de todo.
Na literatura, o casamento por contracto figura com livros
medocres, como "Garden Oats", de Faith Baldwin.
Em breve t;:r.r em passado remoto...
KEYSERLING E O CASAMENTO
Quem o conde Hermann Keyserling ? Que c o movimento de Darmstadt ? Que a Escola de Sabedoria ? Keyserling encontra-se na Argentina e a sua revelao ao Brasil
est por dias. Mas, no momento presente eu creio que muito
poucas pessoas poderiam responder s perguntas formuladas.
O conde Keyserling um aristocrata de ba fibra, nascido
pelas bordas do Baltico, onde a Rssia encontra a Allemanha.
Filosopho e humanista, um dos homens mais discutidos no
mundo. "Talvez venha a ser o Joo Baptista de uma nova Civilizao Occidental" disse Gleen Franck no "Century", com
evidente exaggero.
O conde Keyserling, depois de emprehender uma longa
viagem ao Occidente, pondo-se em contacto com as velhas
civilizaes da China, da ndia e do Japo, escreveu o celebre'
"Dirio de Viagem de um Philosopho", que talvez o livro
melhor que veiu da Allemanha depois da guerra. E estabeleceu ento em Darmstadt a Escola de Sabedoria, que irradia
no mundo moderno como a Academia de Plato irradiou de
Athenas.
Mas o que pretende o movimento de Darmstadt ? Simplesmente isso: dar uma nova significao vida. seu morto,
"Tire do nada, dar a cada um alguma cousa". "O nome "Escola de Sabedoria", diz elle, foi escolhido justamente'pelo
paradoxo que encerra: no uma escola como as outras e
sabedoria essencialmente no para ser ensinada. uma
escola apezar de tudo, mas os seus processos que so especiaes. Um a entrevista pessoal. "Uma conversa pessoal
diz Keyserling com a justa pessoa, em justa relao, no
momento justo tem feito mais para accelerar os conhecimento*
humanos, do que annos de estudo diligente. ^
Outro methodo o treino espiritual. Outro methodo so
os Congressos da "Sociedade Philosophica Livre em Darmstadt", de que Keyserling presidente, que cada anno se
occupa de questes especiaes: assim, em 1923 procurou-t
delinear o possivel futuro do Christianismo, em que cooperaram juntos o Protestante, o Orthodoxo Grego e o Catholico
Romano; em 1924, dos problemas da vida e da morte; em
1925, da "nova significao da ida de liberdade, etc. Bem;
o conde Keyserling escreveu o livro sobre o "Casamento*, "
que collaboraram 24 pessoas differentes, de differentes terras,
e que se chama p. ex. Rabindravah Tagore, Jokob Wassermann, Havelock Ellis, Thomas Mann, e t c . . . O successo de
livro foi enorme, colossal. Eu tive o privilegio de ouvl-o sobre
o assumpto em "Orchestra Hall", em Chicago, em confere*
patrocinadas pela melhor e mais fina sociedade, e que co"l*,*
tuem o "Chicago Frum Council".
O conde Keyserling conduz a questo do casamento con
conduz os congressos de Darmstadt: influindo com sua vigorosssima personalidade, segundo a arte de orchestrao
ritual a expresso delle.
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COMO WALDO
FRANK
EXPLICA O ARRANHA-CEU
gothico. O barroco e o rococ representam a desintegrao da ordem antiga em todas as formas centrfugas, mas
os arranha-cus so mais primitivos que todos elles: so
fruto do poder de uma tremenda massa humana no differenciada, igual, cujo crescimento se faz, no organicamente,
mas por accumulao. Como o symbolo das fora viril
nas civilizaes jovens, o arranha ,ce|i a expresso do poder econmico e poltico. O ao teria de ser o esqueleto
desses edifcios; na architectura gothica se collocava pedra
sobre pedra a cada um desses blocos era estructuralmente
essencial. Tire-se uma pedra e tudo ruir. Nella o indivduo
era essencial ao conjunto. Mas, no edifcio de ao, este no
essencial e se pde substituir qualquer pedra sem que
soffra o conjunto. Reefriu-se depois preteno decorativa
no arranha-ceu, que deformou o seu caracter expressivo
de uma poca de instincto.
MOVIMENTO
:o
Cailluc, O americano come pratos baratos e mal cozinhados, vive cm casas sem arte, mas na sua porta reluz
um oplcndid'. automvel. Para possuil-o, a vida toda da
familia sc sacrificou. Vendo-as passar velozmente nos seus
iitomoM-is, pensar-se-ia que seu staidard de vida igual
do parisiense rijo e, na realidade, mais baixo do que
a cio camponez francez. Mas o automvel representa para
o norlamcricano um ideal, tal como era a espada para
o fidalgo da antiga Espanha. E, conclue, que, de todos
os meios inventados para destruir a conscincia, nenhum
mais efka/ do que a velocidade em alta presso, pois a
Ixmsciencia requer lentido e madureza. Uma das suas
dimenses o tempo.
CHARLIE
CHAPLIN
O .JAZZ
E O IDEAL AMERICANO
O verdadeiro heri do jazz, disse Frank, na sua ultima conferncia em Buenos-Aires, a alma americana, o s eu
verdadeiro brinquedo a Machina. Ha dois elementos
nelle. Um de submisso e outro de rebeldia. O povo se
inclina, ou melhor, cede s formas e exigncias da idade
mecnica. Posto que se submette, adopta as frmas do seu
amo. Dahi esse elemento de imitao na musica do jazz,
da monotonia chilreante implacvel das machinas. Mais ainda
quando se submette, esse povo comea a rebellar-se. Uma
BRASILEIRO
MOVIMENTO
BRASILEIRO
:i
A EVACUAO DA RHENANIA
Toda a imprensa mundial se oecupou
com a importante quest~o attinente
evacuaro do Rheno. O famoso rio
que con 11 ie. desde os tempos immemoriaes a separao do mundo em que
predominou a pax romwa do mundo
immen-o dos brbaros germnicos, est
novamente no cartaz, e desta feita, representando um papel de evidente desafogo A Rhenania come-a a ser evacuada pe'as forras aluadas, depois de
largo periodo de oecupaco que se iniciou em 1919 at a data presente.
Ninarem pense, entretanto, que, excentuados. evidentemente, alguns attrirto^. ventilados nos primeiros tempos
de intensa exa-erbaco patritica, a ocru-^a^po tenha suscitado rancores profundos od ; os irreconciHaveis, inimizade- exo'osivas e malestar patente
Dercois que a Rhenania retomou o
seu r-thmo habitual, a direco do territrio o~cuoado foi exercida com um
ta-to e uma d:plomacia notveis. Quem
o d7 uma autoridade insusneita. o
maior-p-eneral Henrv T. APen, do exercito norte-ameri-a-o figura que no
morre de amores pelos objectivos da
po'itica Poi-ar, mas que tambm no
se deixa levar pela susoeico partidar i t a O Ma*or-general Henrv T. Allen,
em artieo estampado na New York
Hera'd Tribune. affirma que o alto
commissario da Rhenania. Paul Tirard,
homem de uma correco absoluta e
maravilhosamente dotado para desempenhar semelhante posto, bem como o
General Degoutte. commandante
em
chefe das forcas alliadas, a fine soldier
and diplomai, conseguiram impor-se
brilhantemente s populaes rhenanas
O major-general Allen transcreve no
AINDA O MITRISMO
MOVIMENTO
ASPECTOS
DA LEI SECCA
JONES ACT>
A DURAO DO TRABALHO NA
ARGENTINA
Est em debate no Congresso argvntino o projecto de lei, j aceito
no Senado, regulando a durao do
BRASILEIRO
:j
OS EMBARAOS FINANCEIROS DE
CCERO
MOVIMENTO
NOVA-YORK
HOMICIDA
BRASILEIRO
A MORTE
DE
DIAGHILEW
\-\
MU/iCA
t^jj^^^ ^*n-J
IR 4
: 7^
(
"**'TB
'
C5S #
MOVIMENTO
CURIOSO
DOXAL
PARA-
DE
UM ORATRIO DE
MILHAUD
VARSE
Foi Villa Lobos que nos falou entusiasmado desse compositor moderno
americano, que acaba de dar, com enorme xito Intigrales. uma musica, que
em que a thematica, a harmonia, o contrapondo, sf\o de segunda ordem, escreve Raymond Petit, nella tudo reside
cm blocos sonoros de intensidade differente e muitas vezes formidvel.
Continua esse critico dizendo que delia
so pde divergir, no gostar mesmo,
*ns uma musica que conquista, subjuga e se impe, por um extranho e
brutal dynamismo
BRASILEIRO
DARl*^
ROBERTO
MOVIMENTO
BRASILEIRO
1'aiece mesmo que o mundo exterior tem sido sempre hostil ao intellectual. fa.to que alguns escriptores auferem largos proventos de sua
profisso intellectual, mas so justamente aquelles que se dedicam ao gnero de romances de aventuras. Um
exemplo disto est na estatstica de
direitos autoraes que recebem certos
escriptores ingleses e pela differena
de renda daquelles que fazem literatura menos pittoresca se v confirmada
a assero de Paul Souday. Segundo o
jornal inglez donde extrahimos essa
estatstica, Hall Caine o romancista
que possue maior renda tirada de suas
produces. Elle recebe annua'mente
direitos autoraes que attingem a elevada somma de dois mil e novecentos
contos de reis. Sir James Barrie o
segundo da lista com cerca de mil e
quinhentos contos de reis annuaes e
Bernard Shaw o terceiro com cincoenta contos annuaes. Talvez, por isso
mesmo, no esconda o famoso ironista
seu despeito querendo aceusar seus compatriotas de no saberem ler. No entretanto, Bernard Shaw, que possue,
uma fortuna de cerca de vinte mil contos de reis, em sua recente viagem a
Polnia onde foi assistir primeira
representao do Apple Car fez profisso de f socialista, pronunciando-se
pela nacionalisao das minas e bancos e outras novidades do gnero
como o dia de quatro horas, provavelmente porque isso no vir affectar-lhe as rendas de bom burguez,
provindas do emprego de seu capital
em immoveis.
Vrios se suecedem com menores
rendas. Mas, nos paizes, como o Brasil, onde as edies so limitadas e
o numero de leitores escasso, ningum
MOBI LIAS
pde fa/er vida na- letras c os contractos de edio so ridculos. Por isso
a obra intellectual sempre um enorme esforo.
SRIE
JACKSON
DE
FIGUEIREDO
MAPPIN i"
M R P P I M S T O RE
RUA SENADOR VERGUEIRO N. 147
s
"*
MOVIMENTO
BRASILEIRO
CAE-LHE 0 CABELLO?
TEM CASPA?
CINE-JORNAL
A British Filmkraf fr iJu.tion
annun:ia um film biographico sobre o
mu i;o Leslie Stuart.
O operador da P C. D. tiro um
film documentando a ultima \iagem do
Cor.d; Ze,:ellin na America.
O explorador Van D.igern e-ti
executando um fil na. nascen.e; do rio
Amazonas, realizando assim u.na interessante docume.itaTo cincm.it .gr.ipHca dessa zona inexplorada.
A Alfa Film Corporatioi recusou-se a submetter se , dKp >sies
da censura, em virtude das quaes as
scenas relativas ao trafico das indulgncias, deveriam ser cortada, r.o film
Luthero.
Os monies do Convento de S.
Francisco de Mio, fizeram passar um
film sonoro, reproduzindo cerimoniaes
e cantos liturgicos e destinado a ser
projectado diante do Papa.
O prof. Moscone, na Rassegna f.inematographica, de Milo, reivindica
para a Itlia a primeira inveno relativa cinematographia sonora.
Na Inglaterra, foram feitas experincias de um novo tipo de film
de dimenses variveis.
Em Milo, uma installao para
a transmisso das imagens pelo fio
est sendo montada. O prof. Korolus
affirma, no Neue Wienner Journah
que resolveu o problema technico da
tele-transmisso.
No numero de Outubro da Revue Internationale du Cinema Educateur, o prof. Aloysio de Castro publi.a um estudo sobre a applicao do
cinema ao estudo das molstias nervosas.
i "CAPILIDI"
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