A Influência Do Latim Sobre A Língua Inglesa: Uma Possibilidade de Diálogo No Ensino A Lusófonos
A Influência Do Latim Sobre A Língua Inglesa: Uma Possibilidade de Diálogo No Ensino A Lusófonos
A Influência Do Latim Sobre A Língua Inglesa: Uma Possibilidade de Diálogo No Ensino A Lusófonos
Campinas, SP
Novembro de 2014
SUMRIO
Introduo .............................................................................................................................. 3
Captulo 1 - A influncia do latim sobre o ingls
1.1 - Histria da lngua inglesa com foco nas influncias latinas .......................... 5
1.2 - Caractersticas da influncia latina: qual variedade do latim e em que rea
do ingls ?.......................................................................................................... 12
1.3 - A relao entre as influncias latinas no ingls e o nvel de formalidade ... 18
Captulo 2 - Um possvel dilogo no ensino a lusfonos
2.1 - Anlise de materiais .................................................................................. 39
2.2 - O uso das influncias latinas sobre o ingls na realidade do contexto de
ensino-aprendizagem ........................................................................................ 41
Concluso ............................................................................................................................ 48
Bibliografia ........................................................................................................................... 51
Anexos ................................................................................................................................. 56
INTRODUO
4
ablao). Pesquisando sobre o assunto, cheguei aos dados que viriam, mais de dois anos
depois, compor meu embasamento para esta monografia.
No se pode dizer que o tema deste trabalho original: existem pelo menos dois
outros, um dos quais foi lido integralmente para a escritura deste. Meu trabalho se diferencia
deles por ser voltado ao ensino, ou seja, por tentar encontrar uma aplicao prtica para o
conhecido fato de que o ingls sofreu influncia do latim, enquanto os outros so de carter
puramente histrico-lingstico. Este trabalho, em resumo, visa a contribuir com o ensino de
lngua inglesa para falantes do portugus por intermdio das influncias latinas em ambos
os idiomas. No se pressupe, em nenhum estgio, que o estudante tenha conhecimentos
de latim, tampouco que venha a aprender esse idioma, mas sim que tenha um vasto
conhecimento de sua prpria lngua, a fim de que possa ser capaz de detectar as
semelhanas entre ela e o ingls de forma quase intuitiva. Pode-se dizer, portanto, que o
cerne deste trabalho o proveito que se pode tirar, no sentido educacional, do fato de a
lngua inglesa ter sofrido grande influncia da lngua latina.
importante esclarecer, desde o incio, que "influncia da lngua latina" no diz
respeito exclusivamente s influncias diretas do latim. No importa se a influncia vem do
latim ou de qualquer lngua romnica, derivada do latim, o que importa que ela contribui
para a semelhana com o portugus, de forma que ajuda no ensino a lusfonos. Poder-se-ia
argumentar que qualquer semelhana entre o portugus e o ingls, mesmo que no ligada
ao latim ou a uma lngua neo-latina, seria de grande ajuda no contexto de ensinoaprendizagem, e isso no deixa de ser verdade. Aprofundando-nos nesse assunto,
chegaramos gramtica universal (o princpio terico tratado por Chomsky de que h
propriedades comuns a todas as lnguas, o que ajudaria a aprender idiomas). Contudo, por
questes de delimitao temtica, foca-se aqui apenas a afinidade latina que o ingls tem
com o portugus, ainda que outras equivalncias sejam mencionadas em um momento ou
outro deste trabalho.
Estruturalmente, divide-se em apenas dois captulos: o primeiro trata da origem e do
desenvolvimento do ingls por meio de dados histricos, analisa as influncias que ele
recebeu sob perspectivas variadas e aborda a questo da formalidade entre os usurios da
lngua, trazendo informaes relevantes de diversas pesquisas sobre o assunto,
aproximando-se mais a um estudo sociolingstico. O segundo o responsvel pela ligao
entre as trs sees do primeiro captulo, de cunho extremamente tcnico, e o ensino de
lngua inglesa na prtica. Isso se d, primeiramente, por consideraes tericas a respeito
do ensino de lnguas semelhantes e, depois, por sugestes que considero relevantes para
que isso se concretize na sala de aula. Contudo, para chegarmos a esse ponto, preciso
fazer uma anlise diacrnica do idioma mais popular da atualidade.
CAPTULO I
A INFLUNCIA DO LATIM SOBRE O INGLS
1.1 - HISTRIA DA LNGUA INGLESA COM FOCO NAS INFLUNCIAS LATINAS
Antes de qualquer considerao sobre a influncia da lngua latina sobre a lngua
inglesa, faz-se necessrio abordar a origem desse segundo idioma para que se possa
compreender melhor como se deram seu desenvolvimento e sua expanso. Uma lista
detalhada de eventos importantes concernindo o ingls de sua promanao at o sculo 17
pode ser acompanhada no Anexo I ("Cronologia da Lngua Inglesa")1. O que apresento aqui
apenas um resumo com os principais eventos, com foco nas conexes entre o latim e o
ingls.
A histria da lngua inglesa se inicia nas terras baixas da Europa, na regio que hoje
abriga os Pases Baixos (em neerlands: nederland = terra/pas baixo), a Blgica e a parte
norte da Alemanha. Devido a suas origens, classificada como uma lngua do ramo
germnico, tal como o alemo (e suas diversas variedades), o neerlands, o frsio, o
africner, o scots (ou "escocs"), o noruegus, o dinamarqus, o sueco e o islands, entre
outras algumas das quais extintas. Apesar disso, o latim exerceu tamanha influncia
sobre o ingls que at hoje seus efeitos podem ser sentidos. Essa influncia, contudo, no
se deu de forma organizada e linear: ocorreu ao longo de pouco mais de 1500 anos em
meio a turbulncias e conflitos, tanto fsicos (invases e guerras) quanto intelectuais
(desentendimentos lingsticos e ideolgicos). Segundo Ribeiro (2009), pode-se dividir a
influncia latina sobre o ingls em quatro "ondas de influncia". sobre essas quatro fases
que tratarei nesta primeira parte do trabalho, com o objetivo de contextualizar tais influncias
em relao ao desenvolvimento do ingls desde aproximadamente 450 EC at
aproximadamente 1650 EC.
O desenvolvimento do ingls propriamente dito comea por volta de 450 EC com a
chegada de povos germnicos da Europa continental grande ilha ao norte da Frana que
Por se tratarem de eventos muito antigos, por vezes no registrados contemporaneamente, algumas datas so
incertas, genricas ou aproximadas. H, tambm, contradies entre as diversas fontes pesquisadas quanto s
datas de alguns eventos, o que se considera normal pela dificuldade de se precisar um acontecimento muito
distante de nossa poca. Nesses casos, as duas datas encontradas so apresentadas separadas por "ou" (e.g.: 43 ou
44). As datas em negrito indicam eventos relacionados ao latim, os quais so mais pertinentes a este trabalho,
enquanto as datas em negrito e cor azul indicam as fases de influncia que sero tratadas mais adiante. Quanto s
abreviaes AEC e EC, convm lembrar que significam Antes da Era Comum e Era Comum, correspondendo s
populares a.C. e d.C., porm sem a conotao religiosa que estas ltimas carregam, a qual deve ser evitada em
artigos e trabalhos acadmicos ou cientficos, como este que aqui se apresenta.
6
conhecemos hoje como Gr-Bretanha2. Todavia, a relao com os latinos data de mais de 4
sculos antes disso: em 55 AEC, o clebre imperador romano Jlio Csar liderou a primeira
expedio latina ilha. Historiadores no chegaram a um consenso, mas deduz-se que o
propsito tenha sido apenas exploratrio (outras teorias so de que Csar queria conquistar
aquela regio e de que ele estava interessado nos recursos minerais da ilha). No ano
seguinte, tornou a cruzar o Canal da Mancha para mais digresses de reconhecimento do
territrio. Nada fizeram ali os romanos: no se estabeleceram, no dominaram, no
deixaram muitos rastros. Por isso, no se considera ter havido qualquer influncia nesses
dois anos.
Foi apenas em 43 ou 44 EC, quase um sculo depois, que o imperador Cludio
ordenou que as tropas romanas se firmassem na ilha, que foi anexada ao imprio. Durante
os mais de 300 anos de ocupao latina, a "Provincia Britannia", como foi chamada durante
o domnio romano, sofreu uma influncia considervel da lngua dos dominadores. A lngua
celta, cujos falantes viviam na ilha havia milhares de anos, foi, com o passar do tempo,
recebendo influncias do latim e, aos poucos, comeou a cair em desuso. A sociedade
estabelecida ali sofreu influncias no s lingsticas, mas tambm sociais, culturais,
polticas e econmicas. Em 409 ou 410, depois de dcadas de problemas econmicos e
sociais que contriburam para o declnio daquela sociedade (alm de diversas tentativas de
invases de povos brbaros), os romanos fragilizados se retiraram da Britnia para se
concentrar nos freqentes ataques que vinham recebendo no centro do imprio, na Europa
continental (o qual chegaria a um fim em 476).
A sada dos soldados e plebeus marcou o fim da primeira onda de influncia latina.
Pelo fato de tribos germnicas invadirem a ilha nos anos vindouros e, conseqentemente,
levarem consigo suas lnguas , o latim praticamente no sobreviveu durante os mais de
100 anos que se seguiram, resumindo-se a algumas poucas palavras que conseguiram se
fixar por hbito dos falantes, estimadas entre 5 e 15 apenas (BAUGH e CABLE, 1978). Entre
elas, nomes de locais, como Londinium, o antigo nome de Londres, as terminaes
"chester", "cester", "caster", "wick" e "wich" em nomes de cidades (Manchester, Winchester,
Lancaster, Doncaster, Gloucester, Worcester, Warwick, Greenwich etc.) e o prprio
"Britannia", que viria a ser Britain em ingls, alm de algumas palavras latinas que,
curiosamente, j estavam enraizadas no vocabulrio das tribos germnicas antes da
invaso da Gr-Bretanha, por causa da influncia dos romanos na Europa continental, povo
com quem os germnicos tanto guerreavam quanto faziam comrcio (alguns exemplos:
anchor, butter, camp, chalk, cheap, cheese, chest, cook, copper, cup, devil, dish, fork, gem,
2
Este e os prximos pargrafos so embasados no documentrio ingls "The Adventure of English", exceto onde
se menciona uma fonte diferente.
7
inch, kettle, kitchen, mile, mill, mint (de moeda), noon, pea, pillow, pipe, plant, plum, pound
(unidade de medida de peso), punt (tipo de embarcao), sack, street, toll, wall, wine).
Estima-se que apenas 170 palavras ou menos, principalmente substantivos relacionados a
objetos domsticos, roupas, plantas e construo, tenham adentrado o lxico ingls durante
esses anos de contato continental entre os dois povos (HOGG, 1992, p. 302, e WILLIAMS,
1986, p. 57, apud MOORE, 2000). Portanto, pode-se dizer que esta primeira fase de
influncia latina no de grande relevncia3.
Depois de dcadas de invases dos anglos, saxes, frsios e jutos, os celtas que ali
permaneceram e sobreviveram violncia dos dominadores renderam-se a novas lnguas:
as germnicas. O anglo (falado principalmente da nglia Oriental em direo ao norte da
Esccia) e o saxo (predominante no sul e no sudeste) acabaram por exercer um domnio
maior e vieram a se unir, dando origem ao anglo-saxo, a forma mais antiga de ingls de
que se tem notcia. Mais de um sculo depois da primeira invaso germnica, em 596 ou
597, o papa Gregrio I (ou Magno) enviou, entre outros missionrios, Agostinho (mais tarde
conhecido como Agostinho de Canturia, por ter se tornado o primeiro arcebispo de
Canterbury) numa misso de extrema importncia para a Igreja: propagar o cristianismo,
mais precisamente a f catlica, na terra dos pagos germnicos. Contra todas as
probabilidades, sua misso foi bem sucedida e igrejas comearam a ser construdas no pas
que hoje conhecemos como Inglaterra. um fato amplamente conhecido que o latim a
lngua oficial da Igreja Catlica, e no era diferente na poca. Assim, entre 450 e 600
palavras latinas passaram a fazer parte da vida dos recm-convertidos germnicos cristos,
ampliando o vocabulrio daqueles simplrios guerreiros e camponeses, principalmente no
que diz respeito aos termos religiosos (abbot, alms, altar, angel, anthem, ark, apostle,
bishop, candle, canon, chalice, clerk, deacon, disciple, epistle, hymn, mass, minister, monk,
nun, organ, pope, priest, psalm, shrive, school, temple, tunic). Dessa forma, tem-se que essa
segunda onda de influncia latina foi bem sucedida, ao contrrio da primeira, e mais
relevante que a anterior, deixando marcas lingsticas e culturais bastante considerveis na
sociedade da poca. Nas palavras de Baugh e Cable4 (1978, s/p): "A influncia do latim no
Segundo Perodo foi no s extensa, mas completa, e marca o verdadeiro incio do costume
ingls de incorporar livremente elementos estrangeiros a seu vocabulrio" (traduo minha).
H quem considere cinco fases de influncia, dividindo a primeira fase em duas: a pr-invaso germnica e a
ps-invaso. O site de assuntos relacionados a latim Orbis Latinus intitula, na pgina "Romance Influences on
English", as fases de influncia da seguinte maneira: The Zero Period, The First Period, The Second Period (5971066), The Third Period (1066-1500) e The Modern Period (since 1500). Neste trabalho, considero o perodo
"zero" e o "um" como uma fase s por sua pequena durao e relevncia (pelo menos em nmero de palavras),
alm do que tiveram a mesma origem: os romanos.
4
The Latin influence of the Second Period was not only extensive but thorough and marks the real beginning of
the English habit of freely incorporating foreign elements into its vocabulary.
8
Os anos se passaram e, com eles, vieram mais problemas. Os temidos vikings
chegaram da Escandinvia, pelo leste, e conquistaram a maior parte do terreno britnico,
saqueando, destruindo e queimando o que encontraram pela frente. Aproximadamente
2.000 vocbulos do nrdico antigo, sua lngua, foram acrescidos ao ingls. Eventualmente,
foram derrotados por Alfredo, rei de Wessex, e assinaram um acordo de paz que dividia a
Inglaterra em duas regies: Wessex, a rea britnica, e Danelaw, a rea dos danes (danos,
como os vikings passaram a ser conhecidos nessa poca). O pior, contudo, ainda estava
por vir: em 1066, Guilherme, o duque da Normandia (atual regio da Frana), chegou ilha
para reclamar o trono que, pensava ele, era seu por direito. Venceu o rei Haroldo II na
famosa Batalha de Hastings e conseguiu o que desejava: tornou-se o novo monarca, dando
incio a uma longa e importantssima fase de influncia latina lngua inglesa, ainda que
indireta (via francs normando, o francs daquele povo). De 1066 a 1399, o perodo de
domnio francs, trs lnguas foram comumente faladas pela populao: o latim, pelo clero,
o francs, pela realeza e pelos nobres, e o ingls, pelo resto do povo, como camponeses,
agricultores, ferreiros e comerciantes, ou seja, pessoas simples, sem acesso a educao.
Exatamente por isso, o ingls foi, durante muito tempo, uma lngua apenas falada, o que
explica algumas de suas regras norteadas pelo som, bem como algumas de suas
pronncias extremamente irregulares, que nada se assemelham escrita. Robin Callan, o
autor do Callan Method, alude ao fato ao explicar o porqu das poucas regras gramaticais
na lngua inglesa:
Porque o ingls, de certa forma, como um dialeto. Por quase trezentos
anos, a partir de 1066, ele no foi um idioma escrito e era falado apenas
pelas pessoas comuns, sem estudo. A aristocracia falava francs, enquanto
a Igreja falava latim. Antes de 1066, o ingls e sua gramtica eram similares
ao alemo. Durante os trezentos anos, ele perdeu a maior parte de suas
regras porque, quando pessoas sem estudo falam uma lngua, elas nem
sempre se atm s regras. Dessa forma, o ingls se tornou uma lngua
rpida e expressiva: muito fcil para um estrangeiro aprender no comeo de
seus estudos. Quando o ingls se tornou o idioma oficial da Inglaterra mais
uma vez, ele pegou muitas palavras do francs e do latim, o que resultou no
maior vocabulrio de qualquer lngua. Hoje, seu vocabulrio tem mais de
500 mil palavras. (CALLAN, 2007, p. 610, traduo minha5)
Because English, in some ways, is rather like a dialect. For nearly three hundred years, from the year 1066, it
was not a written language and was only spoken by the common uneducated people. The aristocracy spoke
French, whilst the Church spoke Latin. Before 1066, English and its grammar were similar to German. During
the three hundred years, it lost most of its rules because, when uneducated people speak a language, they do not
always keep to the rules. In this way English became a fast and expressive language: very easy for a foreigner to
learn at the beginning of his studies. When English became the official language of England once more, it took
many words from French and Latin, which gave it the largest vocabulary of any language. Today it has a
vocabulary of over half a million words.
9
De acordo com o documentrio The Adventure of English, de 2003, estima-se que
mais de 10.000 palavras tenham entrado no ingls diretamente do francs durante essa
terceira onda de influncia. Muitas delas j existiam em ingls, mas em sua forma
germnica ou nrdica, de forma que o resultado foi um par de palavras com o mesmo
significado (ou muito semelhante), mas de origens diferentes. Exemplos disso so (primeiro
a germnica e depois a oriunda do francs): shut/close, smell/odour, seldom/rare,
yearly/annual,
ask/demand,
room/chamber,
swan/cygnet,
teacher/professor,
might/power,
better/improve,
axe/hatchet,
spin/turn,
bloom/flower,
unhap/disadventure
10
existentes (o "cw" germnico virou "qu", como em queen) e a regra do plural germnico "en"
(ainda existente em palavras como men, women, children e oxen): a partir de ento,
bastava-se acrescer um "s" ao fim da palavra, como em chair/chairs ou book/books; "casas"
passou a ser houses, no mais housen, e "sapatos" passou a ser shoes, no mais shoen.
Em 1399, Henrique, duque de Lancaster, deps Ricardo II, descendente longnquo
de Guilherme, o conquistador, e ps fim ao longo perodo de domnio francs sobre a
Inglaterra. Encerrava-se ali a mais importante fase de influncia latina sobre o ingls, a qual
viria a ter efeitos duradouros percebidos at os dias atuais, tanto no campo lingstico
quanto no cultural (o nascimento da rixa entre ingleses e franceses, por exemplo). Pelo fato
de palavras cotidianas, de uso bastante difundido, terem sido acrescidas ao lxico ingls,
considera-se esta uma fase de influncia de maior relevncia lingstica que as outras.
Henrique IV, como ficou conhecido aps ser coroado o novo rei, foi o primeiro
monarca anglfono desde 1066, quando Haroldo II foi derrotado por Guilherme. Aos poucos,
o ingls se reestabeleceu como a lngua daquele pas. O idioma havia passado por
transformaes, mesmo durante a fase de domnio francs, e evoluiu para o estgio que se
chama atualmente de Middle English, o ingls mdio, que durou at mais ou menos 1500. A
partir dessa data, considera-se que a lngua inglesa tenha chegado a um alto nvel de
semelhana com o ingls atual, sendo classificada como Early Modern English (ingls
moderno inicial), o qual viria a ser o ingls moderno depois de dois sculos de uso. Durante
os primeiros anos do ingls moderno, acadmicos das universidades de Oxford e de
Cambridge, duas das trs mais antigas universidades do mundo, reviveram as lnguas
consideradas clssicas: aulas de latim e de grego foram institudas como obrigatrias aos
alunos. Dessa forma, mestres e pupilos podiam se comunicar com estudiosos de outros
pases europeus, bem como compreender textos importantes da antigidade. Devido a seu
status e prestgio histrico, como "lngua cultural universal" (HAUGEN, 1972, p. 111), o latim
logo despontou como a lngua dos estudos, da cincia, da filosofia, do pensamento clssico
e da diplomacia (em Oxford, usado at hoje em cerimnias universitrias oficiais). Explica
Moulton (1972, p. 16): "Mesmo depois da queda do imprio romano, o latim continuou a ser,
durante sculos, a lngua da erudio em toda a Europa Ocidental".
Ao longo dos dois sculos seguintes, milhares de palavras tcnicas e cientficas
derivadas do latim (ou do grego via latim) passaram a fazer parte do lxico ingls (entre
10.000 e 12.000, segundo estimativas). Elas incluam aberration, allusion, anachronism,
dexterity, enthusiasm, imaginary, juvenile, pernicious, sophisticated, excavate, horrid,
cautionary, pathetic, pungent, frugal, submerge, antipathy, premium, specimen, concept,
invention, temperature, parasite, virus, pneumonia, delirium, epilepsy, thermometer, capsule,
autograph, meditate, erupt, disregard, allurement e dictionary. Como os termos introduzidos
11
ao ingls nessa quarta e ltima fase de influncia no so populares, restringindo-se a reas
muito especficas como Medicina, Matemtica, Fsica, Qumica, Biologia, Direito e Filosofia,
pode-se dizer que, apesar de considervel em questo de nmero de palavras, ela no de
grande relevncia para os falantes atuais do ingls. Essa a razo pela qual textos
jurdicos, acadmicos e cientficos, que se baseiam majoritariamente no vocabulrio latino,
so considerados extremamente formais pelos usurios do ingls comum do dia-a-dia
(explorarei essa questo mais frente neste trabalho).
Apesar de a influncia latina sobre o ingls ser geralmente dividida pelos autores em
trs, quatro ou cinco fases (alguns no consideram a primeira aqui apresentada, enquanto
outros desconsideram a fase francesa por ser indireta e outros consideram as influncias
pr-invaso germnica como uma fase prpria), vale ressaltar que houve pelo menos uma
quase-onda de influncia latina durante o perodo de uso do ingls moderno: durante os
sculos 17 e 18, palavras tiveram de ser criadas para nomear as novas descobertas
cientficas e tecnolgicas que ocorriam com freqncia cada vez maior. Novamente, o latim
se mostrou presente na forma de emprstimos lexicais, ainda que em nmero bem menor
em comparao com os sculos anteriores. Estudiosos e cientistas da poca tambm se
aproveitaram de razes, prefixos e sufixos latinos para formar palavras hbridas, como
termos meio latinos e meio gregos (ou mesmo meio latinos e meio anglo-saxnicos). Dentre
os latinismos que surgiram no ingls da poca, podem-se destacar apparatus, aqueous,
carnivorous, component, corpuscle, data, experiment, formula, incubate, machinery,
mechanics, molecule, nucleus, organic, ratio, structure e vertebra.
At hoje, o latim continua contribuindo direta ou indiretamente para o lxico de
inmeras lnguas modernas, neo-latinas ou no. Sua contribuio atual restringe-se
majoritariamente s reas tcnico-cientficas j citadas anteriormente e se apresenta na
forma de emprstimos, prefixaes/sufixaes (rebirth, remake, starvation, talkative) e
neologismos de base latina, como quando necessrio criar um termo para designar uma
nova doena, uma nova inveno tecnolgica ou um novo conceito cientfico (alguns
exemplos recentes so tonic, insulin, quantum, audio, video, internet e computation). Explica
Berlitz sobre o atual status do latim:
Como o emprego do latim parece estar diminuindo, h uma tendncia a vlo como lngua morta. Esse falecimento, no entanto, pode ser considerado
prematuro: o latim ainda utilizado em crculos mdicos, cientficos,
jurdicos e eruditos, e estudado por milhares de pessoas em todo o
mundo. (BERLITZ, 1982, pp. 25 e 26)
12
1.2 - CARACTERSTICAS DA INFLUNCIA LATINA: QUAL VARIEDADE DE LATIM E EM
QUE REA DO INGLS ?
Dada sua importncia histrica, como lngua oficial do dcimo oitavo maior imprio
da Terra em termos de rea conquistada, o latim chegou a lugares bem distantes da capital,
Roma. Como era de se esperar, ao longo de mais de 2.000 anos, a lngua latina acabou
sofrendo alteraes e recebendo influncias em cada um desses lugares, dando origem a
diversas variantes. Assim como existem hoje o portugus europeu, o africano e o brasileiro,
h tambm vrios tipos de latim. As classificaes mais comuns da lngua latina, em ordem
cronolgica, so as seguintes (desconsidera-se se a vertente falada ou escrita):
- Latim antigo (ou arcaico, primitivo)
- Latim clssico
- Latim vulgar (ou coloquial, popular)
- Latim tardio
- Latim eclesistico (ou latim litrgico, latim da igreja)
- Latim medieval
- Latim da renascena (ou latim renascentista, humanista)
- Latim novo/novo latim (ou neo-latim, latim moderno)
- Latim contemporneo
Um diagrama disponvel no Museu da Lngua Portuguesa, em So Paulo, organiza
as variedades do latim da seguinte forma (famlias e lnguas no relacionadas ao latim foram
omitidas por mim):
13
AS GRANDES FAMLIAS LINGSTICAS DO MUNDO
Lnguas
Indoeuropias
Grupo
Itlico
Latim
Latim
arcaico
Latim
culto
Latim
culto
escrito
Latim
medieval
Latim
eclesistico
Latim
vulgar
Latim
culto
falado
Romance
(lnguas
neolatinas)
Latim
literrio
14
latim medieval progresso natural daquela lngua durante a fase tenebrosa das
inquisies , temos alguns como legend (legenda), promise (promissa), date (data) e
dictionary (dictionarium). Do novo latim, o utilizado na fase ps-queda de Constantinopla em
que a lngua de Ccero comeou a morrer como lngua de uso cotidiano (mantida viva
apenas pela Igreja e pela academia), temos termos mais cientficos como metric (metricus),
statistic (statisticum), semester (semestris), autopsy (autopsia), penicilin (penicillium),
ventricular (ventricularis) e tentacle (tentaculum).
Um dos objetivos principais deste trabalho evidenciar as influncias do latim sobre
o ingls. Por influncia, entende-se aqui qualquer caracterstica latina que tenha sido
passada para a lngua inglesa. No preciso muito esforo, mas talvez um pouco de
ateno, para notar uma das maiores influncias latinas sobre o ingls, comumente
subestimada ou esquecida: o alfabeto. Existem mais de 400 tipos de alfabetos e sistemas
de escrita no planeta (BERLITZ, 1982, p. 108), entre os quais o cirlico, o grego, o armnio,
o arbico, os egpcios (hierglifos, hierglifos cursivos, hiertico, demtico e copta) e o
hebraico, sem contar os ideogramas asiticos. O mais comum, entretanto, o latino,
utilizado por mais de 60 lnguas atuais, alm de mais de 30 j extintas. Na poca da invaso
germnica ilha da Gr-Bretanha, as tribos dominadoras tinham escritas bastante
diferentes das que se conhecem hoje nas lnguas germnicas: eram os chamados alfabetos
"rnicos", compostos por runas, unidades grficas (ou grafemas) que serviam como letras
para aqueles povos (BERLITZ, 1982, p 111). Se no fosse pela considervel influncia
latina sobre esses povos germnicos durante a cristianizao da Gr-Bretanha a partir do
fim do sculo 6 (segunda fase de influncia), talvez o ingls fosse escrito dessa forma at
hoje. Outra caracterstica visual do ingls em comum com o latim o fato de ser escrito e
lido da esquerda para a direita, diferentemente de outras lnguas como rabe e hebraico,
ambas semticas. Todavia, no se pode afirmar que essa uma influncia direta do latim, j
que as lnguas celtas e germnicas utilizadas na Gr-Bretanha antes da chegada dos
romanos tambm eram escritas e lidas de tal forma.
No tocante sintaxe, um dos eixos principais de qualquer idioma, pouco h que se
mencionar sobre a influncia latina. Segundo Sapir (1921), "na esfera da sintaxe, podem-se
apontar certas influncias do francs e do latim, mas incerto se elas chegaram a um nvel
mais profundo que a lngua escrita. Boa parte desse tipo de influncia pertence mais ao
estilo literrio que morfologia propriamente dita" (traduo minha6). Infelizmente, o autor
(...) the morphological influence exerted by foreign languages on English (...) is hardly different in kind from
the mere borrowing of words. (...) In the sphere of syntax, one may point to certain French and Latin influences,
but it is doubtful if they ever reached deeper than the written language. Much of this type of influence belongs
rather to literary style than to morphology proper.
15
no menciona quais so tais influncias. Kurath (1972, p. 76) concorda: "a adoo de
palavras estrangeiras em larga escala no mudou materialmente a estrutura do ingls. A
sintaxe e a flexo das palavras permaneceram essencialmente inglesas". Talvez se possa
atribuir isso ao simples fato de que muito mais complicado alterar a estrutura de uma
lngua que seu vocabulrio, que j mutvel por natureza, motivo pelo qual o ingls aceitou
de bom grado diversas palavras estrangeiras, mas rejeitou mudanas estruturais mais
profundas.
Apesar disso, pode-se teorizar acerca de pelo menos uma influncia sinttica latina
sobre o ingls: os pares I/me, who/whom, he/him e my/mine, em que o segundo elemento
talvez seja um resqucio dos casos do latim (principalmente dativo, ablativo e nominativo,
todos presentes indiretamente no portugus). E ainda que no sejam por influncia latina,
interessa notar as construes comparativas e superlativas, em que palavras de trs ou
mais slabas necessitam da partcula more ou most, enquanto s palavras de uma slaba
acrescenta-se er ou est ao final. Segundo Berlitz (1982, p. 31), "em geral, quase todas as
palavras polissilbicas do ingls so de origem latino-francesa, ao passo que as palavras
monossilbicas provm do anglo-saxo", ento compreensvel que se construa de
maneira mais "romnica" o comparativo e o superlativo para as palavras de origem latina, de
forma que um aluno falante do portugus ter mais facilidade em entender more rapid do
que faster, que querem dizer a mesma coisa, apenas diferindo no nvel de formalidade. Por
fim, vale mencionar que se cogita ter o ablativo absoluto do latim influenciado o dativo
absoluto do ingls antigo, ainda que muito pouco se saiba sobre isso, j que poucos
documentos anglo-saxnicos sobrevivem atualmente para uma pesquisa mais detalhada
(MOORE, 2000).
Em resumo, portanto, pouco pode ser apontado como influncia latina no mbito
morfossinttico. Contudo, uma vez que este trabalho lida, indiretamente, com as
semelhanas entre o ingls e o portugus, no se pode ignorar o fato de que, apesar de no
ter relao direta com o latim ou qualquer lngua romnica, a (morfos)sintaxe inglesa se
assemelha portuguesa em alguns aspectos. O fato de ambas serem lnguas sintticas (o
portugus mais que o ingls, certamente) ajuda o aluno na compreenso das palavras e
suas construes; elas no so totalmente isoladas, compostas de morfemas nicos,
monossilbicos, como as do chins, nem longas demais, com um nmero exacerbado de
morfemas ligados a um mesmo radical por aglutinao, como ocorre no finlands. Sem
dvida, o que mais ajuda num contexto de ensino-aprendizagem envolvendo aprendizes
lusfonos o fato de o ingls ser, tal como o portugus, uma lngua de estrutura
morfossinttica SVO (sujeito-verbo-objeto), a segunda estrutura mais comum entre as
lnguas do mundo (TOMLIN, 1986, p. 22). razovel pressupor que um falante de
16
portugus tivesse considervel dificuldade em lidar com a estrutura do alemo, do japons e
do coreano, lnguas de estrutura oracional SOV (tambm a mais comum em latim clssico),
bem como ao lidar com lnguas semticas (rabe, hebraico...) e celtas (irlands, escocs
galico, gals, crnico, breto etc.), idiomas VSO. Como o ingls no uma lngua de
casos, como o latim clssico, a ordem das palavras faz diferena, o que levanta a suspeita
de uma possvel influncia do latim vulgar, que foi o que, de fato, chegou s ilhas britnicas.
Enquanto o latim clssico alterava a terminao da palavra, como em "porta casae", o latim
vulgar dependia de uma estrutura fixa de palavras, arranjadas em tal ordem que o
significado era o desejado: "illa porta de illa casa", o mesmo que "the door of the house" ou
"a porta de a (da) casa". Vale ressaltar que a outra forma de se construir a mesma frase em
ingls, "the house's door", apesar da semelhana com a formao do caso genitivo latino
(adio de morfema ao fim do termo que indica o "possuidor"), tem influncia germnica,
sendo chamada por vezes de "saxon genitive".
Indubitavelmente, a maior influncia latina sobre o ingls, como extensivamente
tratada na seo histrica deste trabalho, foi com relao ao lxico. Como explica Sapir6, "a
influncia morfolgica exercida por lnguas estrangeiras no ingls (...) no difere muito de
um mero emprstimo de palavras". De acordo com The History of English in Ten Minutes
(s/d), a lngua inglesa, ao longo dos ltimos 1500 anos, emprestou e incorporou palavras de
mais de 350 idiomas. Segundo Berlitz,
Nunca houve outra lngua to influenciada por uma combinao de tantas
outras lnguas; o ingls no s uma lngua mundial como uma mistura
assimilada da maioria das lnguas do mundo. Ao caldeiro inicial de anglosaxo, celta e francs normando foram acrescentadas milhares de outras
palavras do holands, das lnguas escandinavas, do espanhol, italiano,
alemo, portugus, francs moderno, rabe, russo, hebraico, idiche,
malaio, hindi, chins, japons e lnguas amerndias. (BERLITZ, 1982, p.
288)
Desses emprstimos todos, pode-se afirmar com segurana que a maior parte vem
do latim e das lnguas dele derivadas. praticamente impossvel dizer exatamente quantas
palavras de origem latina fazem parte do ingls atualmente, pois questes poderiam ser
levantadas sobre o prprio termo "palavra". Segundo o dicionrio Oxford, no se pode
precisar um nmero absoluto de palavras no lxico do ingls, j que se encontra bastante
dificuldade em definir o que uma palavra ("book" e "books", por exemplo, so formas
diferentes da mesma palavra ou duas palavras diferentes e independentes ?). Entretanto,
possvel estimar a porcentagem de palavras de uma determinada origem tendo como base
todas as registradas num dicionrio, e exatamente isso que mostra o grfico a seguir,
baseado na pesquisa computadorizada de Thomas Finkenstaedt e Dieter Wolff (1973),
17
tendo como objeto de estudo o prprio dicionrio de Oxford (Shorter Oxford Dictionary, 3
edio).
Como demonstra a pesquisa, pouco mais de 56% do lxico de lngua inglesa vem
direta ou indiretamente do latim (se considerarmos apenas as influncias diretas, ainda
assim o latim apresenta uma porcentagem maior que a de todas as lnguas germnicas
juntas, um feito louvvel). Vale ressaltar que no falo aqui de vocabulrio. Segundo Silva
(s/d), apesar de gramticos geralmente usarem "lxico" e "vocabulrio" como sinnimos, os
lingistas os diferem. Lxico o "conjunto das palavras usadas numa lngua. um
inventrio aberto, com nmero infinito de palavras, podendo ser sempre acrescido e
enriquecido com novos vocbulos e tambm pela mudana de sentido de outras", enquanto
vocabulrio "a seleo e o emprego de palavras pertencentes ao lxico para realizar a
comunicao humana. o uso do falante". Isso explica o porqu de no percebermos
muitas palavras de origem latina no ingls "comum", das conversas cotidianas: as palavras
utilizadas pelos falantes de ingls fazem parte de seu vocabulrio, que geralmente
composto por mais palavras informais que formais. Dada a relao entre palavras de origem
latina no ingls e formalidade, como tratarei na prxima seo, de se compreender que
tais palavras no apaream com grande freqncia na fala (e mesmo na escrita) desses
usurios da lngua, sendo os termos de origem germnica os preferidos.
18
Outra pesquisa que segue a mesma linha a de Joseph Williams, professor do
Departamento de Lngua e Literatura Inglesas da Universidade de Chicago, que estima
praticamente o mesmo nmero de palavras de origem latina: 56% (41% do francs e 15%
do latim). A variao considervel na porcentagem de origem direta e indireta do latim7 pode
ser explicada pelo contexto diferente da pesquisa: enquanto a de Finkenstaedt e Wolff
considerou o lxico ingls como um todo, tomando como base um dicionrio, a de Williams
analisou cartas corporativas/comerciais. improvvel que o vocabulrio adotado pelos
empresrios/negociantes correspondentes tenha sido to amplo e formal a ponto de dar
margem a uma grande quantidade de palavras vindas diretamente do latim.
Uma terceira pesquisa sobre o assunto tambm se mostra relevante:
realizada
Berlitz (1982, p. 275) alega que entre 40% e 50% do lxico ingls veio por intermdio do francs, mas no cita
nenhuma pesquisa como embasamento.
19
textos de registro mais elevado, sendo mais comuns nos contextos acadmico, legal,
mdico e tcnico-cientfico. Kurath (1972, p. 76) explica que boa parte do vocabulrio
utilizado em tratados das reas de Direito, Teologia, Filosofia e Medicina foi adotada do
latim. H, sim, palavras inglesas de uso comum/cotidiano derivadas do latim: algumas
diretas, pelo contato com os romanos, e a maioria via francs, em decorrncia do j
explanado contexto diglssico triglssico se o latim usado na igreja for considerado
(STRIG, 1990, p. 166) em que se encontrou a Inglaterra durante os mais de 300 anos
de domnio francs. Contudo, dentre as mais comuns, a maioria certamente tem origem
germnica, como de se esperar, pelo simples fato de que o ingls uma lngua
germnica, e no latina.
Toda lngua segue a tendncia de derivar palavras de seu idioma-me (e no de
qualquer outro, via emprstimo ou imposio estrangeira) quando o nvel de elementaridade
maior. Termos que nomeiam partes do corpo, por exemplo, so considerados
extremamente bsicos, motivo pelo qual se assemelham lngua que deu origem quele
determinado idioma. Isso provado pela conhecida lista Swadesh, proposta pelo lingista
histrico estadunidense Morris Swadesh em 1952. A verso mais comum da lista, a de 100
palavras (1971), disponibilizada no Anexo II. Trata-se de uma enumerao das palavras
que designam os conceitos mais bsicos para os seres humanos desde a antigidade para
fins de estudos de lingstica comparativa e lxico-estatstica. Nela, encontram-se termos
relacionados ao corpo, natureza, aos animais, s cores, aos nmeros etc. Dos 100
listados, apenas um tem origem latina: mountain, que vem do latim vulgar "montanea" via
francs antigo "montaigne". Todos os outros 99 tm origem germnica, o que prova a
preferncia por palavras dessa origem em conversas mais elementares, de carter informal.
A mesma pesquisa de Nation (2001) que oferece a porcentagem de origens lexicais,
citada na seo anterior, tambm faz um registro relevante sobre a questo das palavras
mais comuns do ingls. Entre as 100 mais freqentes, 97% vm do ramo germnico,
enquanto s 3% vm do itlico, o que vai ao encontro da constatao baseada na lista de
Swadesh. medida que palavras menos comuns, ligadas s cincias, filosofia e
matemtica, so consideradas, a porcentagem de palavras itlicas comea a aumentar e a
de germnicas, a diminuir. Entre as 1000 mais freqentes, por exemplo, o nmero de termos
itlicos aumenta para 36%, enquanto o de germnicos cai para 57% (alm do aparecimento
do grego, com 4%, e de outras lnguas, com 3%). Outras pesquisas variam a porcentagem,
mas confirmam que, dentre as 1000 palavras mais comuns do ingls, de 50% a 80% so de
origem germnica.
No menos importante a lista das 100 palavras mais comuns da lngua inglesa
baseada no The Oxford English Corpus, entre as quais apenas 3 (3,5 se o "cause" de
20
"because" for considerado) tm origem latina, todas via francs antigo. Partindo do
pressuposto de que o nvel de formalidade de uma palavra diz respeito sua freqncia e a
seu contexto de utilizao, podemos inferir, portanto, que as palavras mais comumente
utilizadas e mais recorrentes em situaes elementares (como uma conversa entre amigos
ou entre um vendedor e um cliente numa loja) so as menos formais, enquanto aquelas
palavras raras, destinadas a situaes muito especficas (como um estudo cientfico de
Gentica ou uma conveno internacional de Astrofsica) so as consideradas mais formais.
O lingista Hans Strig tambm discorre sobre a questo:
Embora o ingls tenha adotado palavras de inmeras lnguas (...), a grande
maioria das palavras ou razes inglesas so de origem germnica ou
romnica. (...) Mas aqui devemos ressaltar que, na lngua do cotidiano e na
lngua do homem simples, a participao do germnico bem maior. As
denominaes referentes a famlia (...) so germnicas, assim como "dia" e
"noite" (day and night), "amor" e "dio" (love and hate), os numerais (...), os
pronomes pessoais (...), as preposies (...), as conjunes (...), os verbos
auxiliares. Em resumo: as palavras mais freqentes so germnicas.
(STRIG, 1990, p. 168)
The Free Dictionary, Cambridge Dictionaries Online, Oxford Dictionaries, Wiktionary e Priberam Online.
21
anlise se estendesse muito, chegaramos a lnguas que ainda hoje no so muito
conhecidas ou mesmo tericas (como o proto-indo-europeu, que teria dado origem a todas
as lnguas registradas nesses quadros).
O primeiro texto analisado foi um excerto da letra de uma msica popular britnica,
como segue:
TEXTO 1 - LETRA DA CANO "OLD MAID IN THE GARRET", DE AUTORIA
DESCONHECIDA9
22
QUADRO 1 - OCORRNCIA DE PALAVRAS POR ORIGEM E CLASSE GRAMATICAL - PARTE 1
PALAVRA
OCORRNCIA
ORIGEM
CLASSE GRAMAT.
I
have
often
heard
it
said
from
my
father
and
mother
that
going
to
a
wedding
is
the
making
of
another
well
if
this
be
so
then
will
go
without
bidding
kind
providence
not
you
send
me
dear
how
die
an
old
maid
in
garret
now
there
sister
Jean
she
handsome
or
good
lookin' (looking)
4
1
1
1
3
1
1
3
1
5
1
1
1
3
6
2
5
2
1
1
1
1
2
1
2
1
1
3
1
1
1
1
1
2
1
1
2
1
1
1
1
1
1
1
1
2
1
1
1
3
1
1
1
1
pronome
verbo
advrbio
verbo
pronome
verbo
preposio
adjetivo
substantivo
conjuno
substantivo
conjuno
verbo
preposio
artigo
substantivo
verbo
artigo
substantivo
preposio
pronome
interjeio
conjuno
pronome
verbo
advrbio
advrbio
verbo
verbo
preposio
substantivo
adjetivo
substantivo
advrbio
pronome
verbo
pronome
adjetivo
advrbio
verbo
artigo
adjetivo
substantivo
preposio
substantivo
advrbio
pronome
substantivo
substantivo
pronome
adjetivo
conjuno
adjetivo
verbo
scarcely
sixteen
fella (fellow)
1
1
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
latim via francs
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
nrdico antigo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
francs antigo
anglo-saxo
anglo-saxo
nrdico antigo
francs antigo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
latim vulgar via francs
antigo
anglo-saxo
nrdico antigo
advrbio
numeral
substantivo
23
QUADRO 1 - OCORRNCIA DE PALAVRAS POR ORIGEM E CLASSE GRAMATICAL - PARTE 2
PALAVRA
OCORRNCIA
ORIGEM
CLASSE GRAMAT.
was
courtin' (courting)
twenty
four
with
son
daughter
here
am
forty
five
Total: 68
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Total: 100
anglo-saxo
latim via francs antigo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
verbo
verbo
numeral
numeral
preposio
substantivo
substantivo
advrbio
verbo
numeral
numeral
Para maior clareza, apresento as tabulaes dos resultados com nfase na origem, na
classe e em suas totalizaes relativas:
QUADRO 2 - ORIGEM DAS PALAVRAS
ORIGEM
TOTAL
anglo-saxo = 60 (88,23%)
latim via francs = 3 (4,41%)
nrdico antigo = 3 (4,41%)
francs antigo = 2 (2,94%)
68 (100%)
anglo-saxo
CLASSE
OCORRNCIA
verbo
substantivo
pronome
advrbio
adjetivo
preposio
numeral
conjuno
artigo
interjeio
substantivo
verbo
advrbio
substantivo
verbo
substantivo
Totais:
verbo = 14 (20,58%)
substantivo = 13 (19,11%)
advrbio = 8 (11,76%)
pronome = 8 (11,76%)
adjetivo = 6 (8,82%)
preposio = 6 (8,82%)
numeral = 5 (7,35%)
conjuno = 4 (5,88%)
artigo = 3 (4,41%)
interjeio = 1 (1,47%)
12 (20%)
8 (13,33%)
8 (13,33%)
7 (11,66%)
6 (10%)
6 (10%)
5 (8,33%)
4 (6,66%)
3 (5%)
1 (1,66%)
1 (33,33%)
1 (33,33%)
1 (33,33%)
2 (66,66%)
1 (33,33%)
2 (100%)
TOTAL
60 (100%)
3 (100%)
3 (100%)
2 (100%)
68 (100%)
24
Percebe-se, nesta letra de msica folclrica de origem incerta (provavelmente
irlandesa ou escocesa), uma preferncia bem maior pelos termos mais comuns da lngua
inglesa, os quais derivam, em sua maioria, de lnguas germnicas. Preposies como to, of,
from, with e in, conjunes como and, but, if, or e that, pronomes como I, she, it e you e os
artigos a, an e the se fazem presentes em praticamente todos os textos do ingls por serem
palavras essenciais escrita, muitas vezes desempenhando o papel de conectores10. Aqui
no diferente: dos 68 termos originais contidos na msica, 21 pertencem a essas classes.
Entre todos os 100 termos analisados, incluindo os repetidos, esse nmero ainda maior
(44), o que no nenhuma surpresa, j que palavras dessas categorias costumam se
repetir vrias vezes ao longo dos textos, algo que no costuma acontecer com substantivos,
adjetivos e verbos, por exemplo. Logo, o resultado obtido aps a anlise o esperado: a
maior parte das palavras desse texto de cunho informal provm do anglo-saxo (92 de 100),
enquanto apenas 3 derivam do latim (e indiretamente). Vale mencionar que a excluso da
interjeio "oh", repetida vrias vezes na letra, foi feita pela incerteza de sua origem e por
sua pouca significncia semntica.
O segundo texto submetido verificao foi um excerto de um conto infantil de Hans
Christian Andersen, o qual apresento a seguir:
There is a legend that, once upon a time, a beautiful fairy, the Snow Queen, lived on the
highest, most solitary peaks of the Alps. The mountain folk and shepherds climbed to the
summits to admire her, and everyone fell head over heels in love with her.
Every man would have given anything, including his life, to marry her. Indeed, their lives are
just what they did give, for Fate had decided that no mortal would ever marry the Snow
Queen. But in spite of that, many brave souls did their best to approach her, hoping always
to persuade her.
10
Confira a alta freqncia dessas palavras pequenas e essenciais na lista Swadesh (Anexo II), na lista do The
Oxford English Corpus (Anexo III) e na pesquisa A general service list of English words, realizada por Michael
West em 1953.
11
Disponvel em: http://childhoodreading.com/?p=18
25
QUADRO 4 - OCORRNCIA DE PALAVRAS POR ORIGEM E CLASSE GRAMATICAL - PARTE 1
PALAVRA
OCORRNCIA
ORIGEM
CLASSE GRAMAT.
there
is
a
1
1
3
pronome
verbo
artigo
legend
that
once
upon
time
3
1
1
1
beautiful
fairy
the
snow
queen
lived
on
highest (high)
most
solitary
peaks
of
6
2
2
1
1
1
1
1
1
2
alps
mountain
folk
and
shepherds
climbed
to
summits
admire
her
everyone
fell
head
over
heels
in
love
with
every
man
would
have
given
anything
including
his
life
marry
1
2
1
1
5
1
1
5
1
1
1
1
1
2
1
1
1
1
2
1
1
1
1
1
1
2
indeed
their
lives
are
2
1
1
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
latim via latim
medieval e francs
antigo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
latim vulgar via francs
antigo / anglo-saxo
latim vulgar via francs
antigo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
latim via francs antigo
incerta
anglo-saxo
latim (talvez via
francs)
latim via latim vulgar
via francs
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
latim via francs antigo
latim via francs
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
nrdico antigo
anglo-saxo
latim
anglo-saxo
anglo-saxo
latim via francs antigo
anglo-saxo via ingls
mdio
nrdico antigo
anglo-saxo
anglo-saxo
substantivo
conjuno
advrbio
preposio
substantivo
adjetivo
substantivo
artigo
substantivo
substantivo
verbo
preposio
adjetivo
adjetivo
adjetivo
substantivo
preposio
substantivo
substantivo
substantivo
conjuno
substantivo
verbo
preposio
substantivo
verbo
pronome
pronome
verbo
substantivo
preposio
substantivo
preposio
substantivo
preposio
adjetivo
substantivo
verbo
verbo
verbo
pronome
verbo
adjetivo
substantivo
verbo
advrbio
adjetivo
substantivo
verbo
26
QUADRO 4 - OCORRNCIA DE PALAVRAS POR ORIGEM E CLASSE GRAMATICAL - PARTE 2
PALAVRA
OCORRNCIA
ORIGEM
CLASSE GRAMAT.
just
what
they
did
give
for
fate
had
decided
no
mortal
ever
but
spite
many
1
1
1
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
advrbio
pronome
pronome
verbo
verbo
preposio
substantivo
verbo
verbo
advrbio
adjetivo
advrbio
conjuno
substantivo
adjetivo
brave
souls
best
1
1
approach
hoping
always
persuade
Total: 74
1
1
1
Total: 100
adjetivo
substantivo
substantivo
verbo
verbo
advrbio
verbo
Para maior clareza, apresento as tabulaes dos resultados com nfase na origem, na
classe e em suas totalizaes relativas:
QUADRO 5 - ORIGEM DAS PALAVRAS
ORIGEM
TOTAL
74 (100%)
27
QUADRO 6 - ORIGEM POR CLASSE GRAMATICAL E OCORRNCIA
ORIGEM
anglo-saxo
nrdico antigo
latim
provavelmente latim via
italiano ou espanhol e
francs
incerta
CLASSE
OCORRNCIA
TOTAL
substantivo
verbo
preposio
adjetivo
advrbio
pronome
conjuno
artigo
substantivo
verbo
adjetivo
advrbio
verbo
adjetivo
pronome
verbo
substantivo
13 (25,24%)
10 (19,41%)
8 (15,53%)
5,5 (10,67%)
5 (9,70%)
5 (9,70%)
3 (5,82%)
2 (3,88%)
6 (44,44%)
4 (29,62%)
2,5 (18,51%)
1 (7,40%)
2 (50%)
1 (25%)
1 (25%)
2 (66,66%)
1 (33,33%)
adjetivo
1 (100%)
1 (100%)
substantivo
Totais:
substantivo = 21 (28,37%)
verbo = 18 (24,32%)
adjetivo = 10 (13,51%)
preposio = 8 (10,81%)
pronome = 6 (8,10%)
advrbio = 6 (8,10%)
conjuno = 3 (4,05%)
artigo = 2 (2,70%)
1 (100%)
1 (100%)
51,5 (100%)
13,5 (100%)
4 (100%)
3 (100%)
74 (100%)
28
FOR VALUE RECEIVED, the Borrower promises to pay to the order of the CITY OF
MADISON, a Wisconsin municipal corporation, at its offices located at [endereo omitido],
an amount equal to ______ percent (___%) of ninety-five percent (95%) of the sales price of
the Property, immediately upon the sale or transfer of the Property located at
________________(the Property). Legal Description Attached.
THIS NOTE is secured by a Mortgage from the Borrower to the City (the Mortgage).
DELINQUENCY CHARGE. If a payment owed under the Note is not paid on or before the
15th day after its due date, the City may collect a delinquency charge equal to 12% per
annum on the unpaid balance until the amount due under the Note is paid in full.
12
PALAVRA
OCORRNCIA
ORIGEM
CLASSE GRAMAT.
for
value
received
the
borrower
1
1
1
15
2
preposio
substantivo
verbo
artigo
substantivo
promises
to
pay
order
of
city
Madison
a
Wisconsin
municipal
corporation
at
its
offices
located
an
amount
equal
percent
ninety
five
4
1
1
5
3
1
4
1
1
1
3
2
1
2
1
1
1
2
1
1
anglo-saxo
latim via francs antigo
latim via francs antigo
anglo-saxo
anglo-saxo
latim via latim medieval
via francs antigo
anglo-saxo
latim via francs antigo
latim via francs antigo
anglo-saxo
latim via francs antigo
incerta
anglo-saxo
prov. miami-illinois
latim
latim
anglo-saxo
anglo-saxo
latim via francs antigo
latim
anglo-saxo
latim via francs antigo
latim
latim
anglo-saxo
anglo-saxo
verbo
preposio
verbo
substantivo
preposio
substantivo
substantivo
artigo
substantivo
adjetivo
substantivo
preposio
adjetivo
substantivo
verbo
artigo
substantivo
adjetivo
substantivo
numeral
numeral
29
QUADRO 7 - OCORRNCIA DE PALAVRAS POR ORIGEM E CLASSE GRAMATICAL - PARTE 2
PALAVRA
OCORRNCIA
sales
price
property
immediately
upon
1
3
1
1
sale
or
transfer
legal
2
1
1
description
attached
this
note
is
secured
by
1
1
2
2
1
1
mortgage
from
delinquency
charge
if
payment
owed
under
not
paid
on
before
day
after
due
1
2
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
date
may
collect
Total: 60
1
1
Total: 100
ORIGEM
CLASSE GRAMAT.
substantivo
substantivo
substantivo
advrbio
preposio
substantivo
conjuno
substantivo
adjetivo
substantivo
verbo
adjetivo
substantivo
verbo
adjetivo
preposio
substantivo
preposio
substantivo
substantivo
conjuno
substantivo
verbo
preposio
advrbio
verbo
preposio
preposio
substantivo
preposio
adjetivo
substantivo
verbo
verbo
Para maior clareza, apresento as tabulaes dos resultados com nfase na origem, na
classe e em suas totalizaes relativas:
QUADRO 8 - ORIGEM DAS PALAVRAS
ORIGEM
TOTAL
anglo-saxo = 26 (43,33%)
latim indireto = 20,5 (34,16%)
latim = 8 (13,33%)
nrdico antigo = 2 (3,33%)
incerta = 1,5 (2,5%)
francs = 1 (1,66%)
prov. miami-illinois = 1 (1,66%)
60 (100%)
30
QUADRO 9 - ORIGEM POR CLASSE GRAMATICAL E OCORRNCIA
ORIGEM
anglo-saxo
latim indireto
latim
nrdico antigo
incerta
francs
provavelmente miamiillinois
CLASSE
OCORRNCIA
preposio
verbo
artigo
substantivo
adjetivo
conjuno
numeral
advrbio
substantivo
verbo
adjetivo
advrbio
substantivo
adjetivo
verbo
substantivo
substantivo
verbo
11 (42,30%)
3 (11,53%)
3 (11,53%)
2 (7,69%)
2 (7,69%)
2 (7,69%)
2 (7,69%)
1 (3,84%)
13,5 (65,85%)
4 (19,51%)
2 (9,75%)
1 (4,87%)
3 (37,5%)
3 (37,5%)
2 (25%)
2 (100%)
1,5 (100%)
1 (100%)
substantivo
1 (100%)
Totais:
substantivo = 23 (38,33%)
preposio = 11 (18,33%)
verbo = 10 (16,66%)
adjetivo = 7 (11,66%)
artigo = 3 (5%)
advrbio = 2 (3,33%)
numeral = 2 (3,33%)
conjuno = 2 (3,33%)
TOTAL
26 (100%)
20,5 (100%)
8 (100%)
2 (100%)
1,5 (100%)
1 (100%)
1 (100%)
60 (100%)
31
The current report provides some basic descriptive information about the Waterloo Unusual
Sleep Experiences Questionnaire. I make no attempt to explicitly discuss the theoretical and
conceptual issues or their associated hypotheses addressed by our research. This report is
primarily descriptive and psychometric and hence will emphasize the quantitative
components. We do consider, however, the inclusion of the qualitative aspects of this
instrument to be an important strength. The questionnaire is retrospective and asks
respondents to reflect on past sleep paralysis (SP) episodes. The responses necessarily
conflate episodes and the analyses reflect individual (respondent) differences in the
aggregate experiences rather than characteristics of individual episodes.
13
PALAVRA
OCORRNCIA
ORIGEM
CLASSE GRAMAT.
the
current
report
provides
some
basic
descriptive
information
about
Waterloo
unusual
sleep
experience
questionnaire
I
make
no
attempt
to
explicitly
10
1
2
1
1
1
2
1
1
1
1
2
1
2
1
1
1
1
3
1
artigo
adjetivo
substantivo
verbo
adjetivo
adjetivo
adjetivo
substantivo
preposio
substantivo
adjetivo
substantivo
substantivo
substantivo
pronome
verbo
advrbio
substantivo
preposio
advrbio
discuss
theoretical
and
1
5
conceptual
issues
or
their
associated
hypotheses
1
1
1
1
addressed
anglo-saxo
latim via francs antigo
latim via francs antigo
latim
anglo-saxo
latim via francs antigo
latim
latim via francs mdio
anglo-saxo
neerlands mdio
latim via francs antigo
anglo-saxo
latim via francs antigo
latim vulgar via francs
anglo-saxo
anglo-saxo
anglo-saxo
latim via francs antigo
anglo-saxo
latim
latim via anglonormando
grego via latim
anglo-saxo
latim vulgar via latim
medieval
latim via latim vulgar via
francs antigo
anglo-saxo
nrdico antigo
latim
grego via latim
latim via latim vulgar via
francs antigo
verbo
adjetivo
conjuno
adjetivo
substantivo
conjuno
adjetivo
adjetivo
substantivo
verbo
32
QUADRO 10 - OCORRNCIA DE PALAVRAS POR ORIGEM E CLASSE GRAMATICAL - PARTE 2
PALAVRA
OCORRNCIA
ORIGEM
CLASSE GRAMAT.
by
our
research
this
is
primarily
1
1
1
2
2
1
preposio
adjetivo
substantivo
adjetivo
verbo
advrbio
psychometric
hence
will
emphasize
quantitative
components
we
do
consider
however
inclusion
of
qualitative
aspects
instrument
be
an
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
2
1
1
1
1
1
important
strength
retrospective
asks
respondents
reflect
on
past
paralysis
episodes
responses
necessarily
conflate
1
1
1
1
2
1
1
1
2
1
1
1
analyses
individual
respondent
differences
in
aggregate
experiences
rather
than
characteristics
Total: 76
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Total: 100
anglo-saxo
anglo-saxo
francs antigo
anglo-saxo
anglo-saxo
latim
grego antigo / neo-latim
via francs antigo
anglo-saxo
anglo-saxo
grego via latim
latim via latim medieval
latim
anglo-saxo
anglo-saxo
latim via francs antigo
anglo-saxo
latim
anglo-saxo
latim via latim medieval
latim
latim via francs antigo
anglo-saxo
anglo-saxo
latim via latim medieval
via francs
anglo-saxo
latim
anglo-saxo
latim via francs antigo
latim via francs antigo
anglo-saxo
ingls mdio
grego via latim
grego antigo via francs
latim via francs antigo
latim via francs antigo
latim
grego via latim medieval
via francs antigo
latim via latim medieval
latim via francs antigo
latim via francs antigo
anglo-saxo
latim
latim via francs antigo
anglo-saxo
anglo-saxo
grego antigo
adjetivo
advrbio
verbo
verbo
adjetivo
substantivo
pronome
verbo
verbo
advrbio
substantivo
preposio
adjetivo
substantivo
substantivo
verbo
artigo
adjetivo
substantivo
adjetivo
verbo
substantivo
verbo
preposio
adjetivo
substantivo
substantivo
substantivo
advrbio
verbo
substantivo
adjetivo
adjetivo
substantivo
preposio
adjetivo
substantivo
advrbio
conjuno
substantivo
Para maior clareza, apresento as tabulaes dos resultados com nfase na origem, na
classe e em suas totalizaes relativas:
33
QUADRO 11 ORIGEM DAS PALAVRAS
ORIGEM
TOTAL
anglo-saxo = 28 (36,84%)
latim indireto = 25,5 (33,55%)
latim = 11 (14,47%)
grego = 7,5 (9,86%)
francs = 1 (1,31%)
ingls mdio = 1 (1,31%)
nrdico = 1 (1,31%)
neerlands = 1 (1,31%)
76 (100%)
anglo-saxo
latim indireto
latim
grego
francs
ingls mdio
nrdico
neerlands
CLASSE
OCORRNCIA
preposio
verbo
advrbio
adjetivo
conjuno
substantivo
pronome
artigo
substantivo
adjetivo
verbo
advrbio
adjetivo
substantivo
verbo
advrbio
substantivo
adjetivo
verbo
substantivo
adjetivo
adjetivo
substantivo
Totais:
substantivo = 23 (30,26%)
adjetivo = 20 (26,31%)
verbo = 13 (17,10%)
advrbio = 7 (9,21%)
preposio = 6 (7,89%)
conjuno = 3 (3,94%)
pronome = 2 (2,63%)
artigo = 2 (2,63%)
6 (21,42%)
6 (21,42%)
4 (14,28%)
3 (10,71%)
3 (10,71%)
2 (7,14%)
2 (7,14%)
2 (7,14%)
11 (43,13%)
9,5 (37,25%)
4 (15,68%)
1 (3,92%)
4 (36,36%)
3 (27,27%)
2 (18,18%)
2 (18,18%)
5 (66,66%)
1,5 (20%)
1 (13,33%)
1 (100%)
1 (100%)
1 (100%)
1 (100%)
TOTAL
28 (100%)
25,5 (100%)
11 (100%)
7,5 (100%)
1 (100%)
1 (100%)
1 (100%)
1 (100%)
76 (100%)
34
analisado ser de psicologia, uma rea do conhecimento que tem inmeros termos do grego,
como seu prprio nome j indica (psukh + logia: estudo da alma).
A partir da anlise dos quadros, pode-se chegar a vrias concluses, entre as quais
destaco trs:
1) Em conformidade com as previses, dados os resultados de pesquisas da rea, constatase que, de fato, o uso de termos de origem latina prevalece em textos mais formais.
2) A maioria absoluta das preposies, das conjunes, dos artigos e dos pronomes, as
classes gramaticais mais presentes nas listas de palavras mais comuns do ingls, de
origem germnica. Isso explica, parcialmente, o porqu de haver mais termos germnicos
em conversas ou textos de baixa formalidade, j que palavras dessas classes costumam se
repetir inmeras vezes durante a escrita e, principalmente, a fala.
3) A maioria das palavras inglesas de origem latina ou um substantivo ou um verbo, as
duas classes de palavras mais importantes da lngua (a primeira por nomear as coisas do
mundo e a segunda por descrever as aes que nele ocorrem). O adjetivo foi a terceira
classe gramatical que mais apareceu.
Como complemento aos quadros de anlise histrico-lexical, disponibilizo abaixo um
quadro14 que compara pares de palavras sinnimas de diferentes origens: uma delas de
lnguas germnicas e outra de lnguas latinas.
QUADRO 13 CORRESPONDENTES DE TERMOS EM PORTUGUS - PARTE 1
TERMO EM PORTUGUS
ameaa
amigvel
aniversrio
arrepender(-se)
bandido (ladro)
capricho (vontade sbita e
infundada)
comear
confiar
congelar
construir
contente
conversar
corrente (de gua)
culpado
curto
demitir
descendncia/descendente
14
CORRESPONDENTE MENOS
COMUM EM INGLS
CORRESPONDENTE MAIS
COMUM EM INGLS
menace
amicable/amiable
anniversary (para qualquer
comemorao)
repent
bandit
threat
friendly
birthday (para nascimento)
caprice
whim
commence
confide
congeal
construct
content
converse
current
culprit (s como substantivo)
curt
dismiss
descendant/descent
begin
trust
freeze
build
happy
talk
stream
guilty (s como adjetivo)
short
fire
offspring
regret
robber/thief
Baseado em minha experincia como professor e falante de ingls como segunda lngua. Para confirmao,
todos os termos foram consultados nos dicionrios j mencionados.
35
QUADRO 13 CORRESPONDENTES DE TERMOS EM PORTUGUS - PARTE 2
TERMO EM PORTUGUS
CORRESPONDENTE MENOS
COMUM EM INGLS
CORRESPONDENTE MAIS
COMUM EM INGLS
descobrir
desejo/desejar
desistir
difcil/complicado/complexo
discurso
edifcio
egosta/egotista
encontrar
enterrar
entrar
errar/erro
escrita
explodir
fantasma*
farol*
felicidade
fluxo
fome
forma (formato)
forma (jeito, maneira)
fortuna (sorte)
fumaa
gentil
grande
habilidade
homicdio
hostil
inteiro
inventar (dizer inverdade)
ira/raiva/fria
justo/injusto
labirinto*
laborar
legvel
letal/mortal
liberdade
discover
desire
desist
difficult/complicate(d)/complex
discourse
edifice
egoist/egotist
encounter
inter
enter
err/error
script
explode
phantasm/phantom
pharos
felicity
flux
famine
form
form
fortune
fume
gentle
grand
hability/ability
homicide
hostile
entire
invent
ire/rage/fury
just/unjust
labyrinth
labour
legible
lethal/mortal
liberty
maior
major
maneira
manter
maravilha/maravilhoso
mastigar*
menor
mudo
navegar/navegao
negligenciar
observar
obter
ocidental
dio
oriental
manner
maintain
marvel/marvellous
masticate
minor
mute
navigate/navigation
neglect
observe
obtain
occidental
odium
oriental
perambulate
perdoar
precipcio
predizer
preocupao
principal
profundo
pardon
precipice
predict
preoccupation
principal
profound
36
QUADRO 13 CORRESPONDENTES DE TERMOS EM PORTUGUS - PARTE 3
TERMO EM PORTUGUS
proibir
prostituta
rpido
receber
recompensa
responder/replicar
retornar (voltar)
reunio
rodar
saciar
sagrado
sanguinolento/sangneo/
sanguinrio
seguir (suceder, vir depois como
conseqncia)
sentimento
suficiente
suor/perspirao
tempestade
testemunho (dizer de uma
testemunha tido como evidncia
jurdica)
tmido
tipo*
vagabundo
velocidade
vender
veracidade
CORRESPONDENTE MENOS
COMUM EM INGLS
CORRESPONDENTE MAIS
COMUM EM INGLS
prohibit
prostitute
rapid
receive
recompense
respond/reply
return
reunion
rotate
satiate
sacred
sanguinolent/sanguineous/
sanguinary/sanguine
forbid
whore/hooker
fast
get
reward
answer
come/go back (phrasal verb)
meeting
spin
quench
holy
segue
follow
sentiment
sufficient
sudor/perspiration
tempest
feeling
enough
sweat
storm
testimony
witness
timid
type
vagabond
velocity
vend
veracity
shy
kind
tramp
speed
sell
truthfulness
bloody
*Palavras de origem grega que vieram tanto ao portugus quanto ao ingls via latim.
Longe de ser um quadro completo, ele pelo menos demonstra, num contexto
comparativo, a preferncia dos falantes nativos por termos de origem germnica,
independentemente de qual sua lngua de origem ("regret" e "reward" vm do frncico,
"happy" e "skill" vm do nrdico antigo alm das construes conhecidas como "phrasal
verbs" (STRIG, 1990, p. 169) , "luck" vem do neerlands mdio e "whim" de origem
desconhecida; os restantes vm do anglo-saxo). de se esperar que falantes de ingls
como segunda lngua, por outro lado, procurem maior conforto nesse idioma utilizando
palavras semelhantes s de suas lnguas, o que nos levaria a supor que talvez um romnico
preferisse os termos da coluna do meio, mas uma pesquisa mais detalhada seria necessria
para se provar tal predileo.
H que se registrar aqui, tambm, os casos de substantivos germnicos que vieram
a receber uma forma adjetiva latina (chamada de "adjetivo colateral"), como father/paternal,
mother/maternal, son e daughter/filial, king/royal (ou regal), heaven (ou sky)/celestial,
night/nocturnal, earth/terrestrial, water/aquatic, moon/lunar, sun/solar, star/stellar, ice/glacial,
tree/arboreal, eye/ocular, sight/visual, body/corporal, mouth/oral, nose/nasal, tooth/dental,
tongue/lingual,
lips/labial,
finger/digital,
hand/manual,
mind/mental,
brain/cerebral,
37
lung/pulmonary, kidney/renal, cow (ou ox)/bovine, dog/canine, cat/feline, home/domestic,
year/annual e edge/marginal, entre vrios outros.
Sobre essa interessante dicotomia lingstica presente na lngua inglesa, Berlitz
comenta:
Quando o francs e o anglo-saxo se fundiram para formar uma nova
lngua, ocorreu um fenmeno raro que ajudou a propiciar ao ingls o maior
vocabulrio do mundo: a lngua oferecia duas palavras em vez de uma para
se referir a vrias aes e fenmenos uma palavra saxnica bsica e
outra, francesa, mais formal e elegante. (BERLITZ, 1982, p. 31)
38
conhecimento desse fato lingstico para que no se engane quanto existncia de tais
termos. possvel que um leitor ou aprendiz de ingls menos informado pense que tais
formas latinas sejam o que se conhece popularmente como "embromations", termos
inventados pela simples pronncia anglicizada de uma palavra j existente em portugus ou
por uma formao indevida, ainda que lgica, tendo como base sua verso em portugus.
39
CAPTULO II
UM POSSVEL DILOGO NO ENSINO A LUSFONOS
2.1 - ANLISE DE MATERIAIS
Como mencionado na introduo a esta monografia, raro encontrar um mtodo
de ingls que tente estabelecer paralelos entre o portugus e o ingls. Talvez mais raro
ainda seja achar um mtodo contemporneo que trate de qualquer questo metalingstica.
A metalinguagem ignorada como se no existisse ou no pudesse ser utilizada
beneficamente no contexto de ensino-aprendizagem. Assim, o mtodo no fala do mtodo e
a lngua no fala da lngua. Ao longo de anos de experincia como professor, bem como
depois ter contato com vrios tipos de material didtico por indicaes ou comentrios de
colegas docentes, deparei-me com apenas dois materiais que constituem exceo: a
apostila do curso de Tcnico em Redes de Computadores da Faculdade Anhagera e o
mtodo de ingls Callan.
O primeiro no um mtodo. Na verdade, sequer se preocupa em ensinar ingls.
Aborda apenas questes gerais/superficiais da lngua e visa a fornecer subsdios para que
alunos possam entend-la sem ter de gastar anos estudando-a. o que se conhece como
Ingls Instrumental (ou Ingls Tcnico, Ingls para Fins Especficos). Pelo propsito
diferenciado, a autora ensina tcnicas metacognitivas para compreender um texto em ingls
mesmo sem saber o idioma com proficincia, sendo o reconhecimento de palavras iguais ou
semelhantes uma delas. Brito esclarece na seo "Palavras Cognatas":
Grande parte do vocabulrio do Ingls vem do Latim e o Portugus uma
lngua latina, sendo assim h muitos vocbulos nos dois idiomas que so
iguais ou muito parecidos. Tem-se ento um tipo de palavras que so
chamadas palavras Cognatas, ou seja aquelas iguais ou muito parecidas na
grafia. importante acrescentar que para que uma palavra seja Cognata,
ela deve ser no apenas parecida na grafia, mas principalmente no
significado. Tem-se ento duas categorias de Cognatas: idnticas (piano,
hotel, hospital) e parecidas (intelligent, population, bank). (BRITO, s/d, p.
237)
40
mais sensato adotar essa tcnica sob a superviso de um professor. Na insistncia do
autodidatismo, principalmente para o aprendiz que tem facilidade em aprender novas
lnguas, seriam aconselhveis, no mnimo, consultas constantes a um dicionrio.
A relao entre o ingls e o portugus se apresenta no mtodo Callan de forma
diferente. Escrito por um britnico, o mtodo no se preocupa em fazer associaes diretas
do ingls com nenhuma lngua, inclusive porque ele destinado a alunos de qualquer pas,
falantes de qualquer idioma. A relao que se tem com o portugus apenas indireta, por
meio das influncias latinas. Incluo-o aqui pelo fato de ser o nico mtodo de ingls que
conheo que aborda questes lingsticas conscientemente. Em vrios momentos, o autor
insere notas/observaes sobre qualquer informao histrica ou metalingstica que ele
considere relevante, como a origem de uma determinada palavra ou de que forma
surgiu/desenvolveu-se uma regra da lngua inglesa. "The word regular has many different
meanings. It comes from the Latin word 'regula' meaning 'a rule' and this therefore is its basic
meaning" (CALLAN, 2007, p. 694) um trecho que exemplifica bem essa caracterstica do
mtodo. Outro bom exemplo disso a prpria citao que se encontra pgina 8 deste
trabalho.
Desde que tive o primeiro contato com o Callan Method, percebi que as palavras
contidas nos estgios mais avanados (do 7 para cima) eram mais parecidas com as do
portugus, motivo pelo qual os alunos raramente encontravam dificuldade em entend-las, o
que acontecia com freqncia nos estgios mais bsicos. Uma anlise de 200 palavras do
mtodo comprovou a incidncia maior de palavras cognatas nos ltimos estgios:
41
GRFICO 3 - ORIGEM DE 100 PALAVRAS ALEATRIAS DOS ESTGIOS 7 E 8 CALLAN METHOD
Dificilmente Robin Callan, o autor do mtodo, teria feito isso pensando na lngua
materna dos alunos. O mais provvel que tenha pensado em sua prpria lngua,
ensinando as palavras mais elementares primeiro e deixando as mais formais para depois.
De uma forma ou de outra, o fato que essa distribuio caracterstica dos termos facilita o
aprendizado dos alunos lusfonos no sentido de que as palavras mais complicadas para
eles aparecem logo no incio. Caso consigam aprend-las, o resto (no incluo aqui as regras
gramaticais e expresses, apenas o lxico) certamente ser aprendido de forma mais
natural.
42
Partindo desse mesmo pressuposto, analisemos uma questo relacionada: quem
aprenderia ingls com mais facilidade, um falante de portugus ou um falante de chins ?
Novamente, arrisco afirmar que a maioria admitiria que um lusfono teria uma vantagem,
quo pequena fosse, sobre um sinfono. O porqu permanece o mesmo: as semelhanas.
Se, como tentei provar at este ponto, o ingls foi enormemente influenciado pelo latim e o
portugus , como definem enciclopdias, um idioma neo-latino, por que no aproveitar as
semelhanas entre esses idiomas quando do ensino de lngua inglesa ? Em outras palavras,
no se utilizar de tais semelhanas ao ensinar a lngua inglesa torn-la to difcil a um
falante de portugus quanto para um falante de chins ou qualquer outro idioma bastante
diferente, o que no s soa ilgico como sdico. Quando um professor ou mtodo de ingls
se exime de mencionar as semelhanas entre o ingls e o portugus e de utiliz-las com
propsitos pedaggicos, ele descarta ilogicamente uma vantagem natural que o aprendiz
lusfono poderia utilizar em seu prprio benefcio.
Por mais insensato que isso possa parecer, vrios professores e mtodos se abstm
de lidar com a questo da semelhana. Eles evitam uma abordagem que aproxima a lngua
que est a ser aprendida com a que j se sabe porque acreditam, equivocadamente, que
possvel aprender um segundo idioma de forma totalmente independente do primeiro16, alm
de quererem se distanciar de qualquer abordagem que tenha relao, direta ou indireta, com
a traduo, atividade mal vista nos dias de hoje como prtica de ensino (mas
incansavelmente utilizada at o sculo passado). Preza-se, hoje, as aulas 100% na lngua
estrangeira, motivo pelo qual programas de imerso so populares, ainda que seja duvidosa
sua eficcia no caso de pessoas que vo a um pas sem falar nada do idioma natural de
l17.
Embora muitos professores e mtodos falhem em abordar essas questes, os alunos
por vezes podem acabar utilizando-as de forma inconsciente, j que muitas das
semelhanas entre o ingls e o portugus nem precisam ser mencionadas porque so
subentendidas. Mesmo que um professor no utilize as semelhanas entre essas duas
lnguas como didtica (ou mesmo que se negue a faz-lo veementemente), ele j est,
indiretamente, ensinando-as a seus alunos, uma vez que impossvel "esconder" tais
caractersticas. Caso ele opte por tratar dessas semelhanas, preciso pensar de que
forma elas podem constituir uma prtica pedaggica. A meu ver, uma abordagem que
aproxime o ingls e o portugus serve tanto para quem est no comeo de seus estudos
16
Os trabalhos de Revuz (1997), Krashen (1981), Smith, Tsimpli e Ouhalla (1993), Pereira (2001), Assis (2008),
Canato (2005) e Maia (2009), entre vrios outros, abordam essa questo da influncia da lngua materna no
aprendizado de uma lngua estrangeira.
17
Vide comentrio de Krashen (198?) sobre a aquisio de uma lngua estrangeira num contexto em que ela
falada o tempo todo, mas sem as ferramentas necessrias para que seu aprendizado se concretize.
43
quanto para quem est num nvel mais avanado, mas mais indicada para quem j tem
conhecimento bsico do ingls, pois seria um contrassenso comear a aprender a lngua por
sua variedade mais formal. No incio dos estudos, portanto, essa abordagem
desempenharia um papel mais psicolgico, servindo para aproximar os alunos lusfonos do
ingls, quebrando a barreira que geralmente h entre as duas lnguas barreira essa na
maioria das vezes reforada pelos prprios estudantes. Nos nveis mais avanados, por
outro lado, o ideal seria fazer o aluno entrar em contato com os termos parecidos com os de
sua lngua de forma consciente e pedagogicamente planejada, alm de ensin-lo a adotar
uma postura crtica e investigativa acerca de suas origens para evitar cair nas armadilhas
dos falsos cognatos.
Para os alunos em estgios finais de cursos de ingls ou mesmo de cursos
universitrios relacionados a Lingstica, seria interessante fazer meno a relaes mais
"obscuras" entre o ingls e o portugus, possibilitando um aprofundamento s relaes
listadas no quadro da pgina 34. Poder-se-ia explicar que "pregnant" no lembra nem um
pouco "grvida", mas lembra um sinnimo pouco usado, principalmente para animais
irracionais: "prenha", do latim "praegnans" (prae = pr, antes / gnans = nascer). "Wall" no
parece nem "muro" nem "parede", mas o timo "vallum", do latim, deu origem a "vala" e
"valeta", que tm a ver com uma passagem em meio a duas paredes, como numa trincheira.
Da mesma forma, "chalk" no parece "giz", mas parece "cal", o que faz todo sentido, j que
um giz um carbonato de cal. A origem latina "calx" tambm viria a dar origem a "clcio" e
"calcium", em portugus e ingls, respectivamente. "Fork" parece muito mais "faca" que
"garfo", o que levaria um aluno a suspeitar que a palavra no tivesse origem latina,
possivelmente germnica. No entanto, ela vem do latim "furca" (provavelmente via francs
normando "forque"), que daria origem ao portugus "forca", um instrumento agrcola que
lembra um garfo ou tridente (talvez mais conhecido como "forquilha"). "Punt" no se
assemelha a "barco", mas seu timo latino "ponto" veio de "pons", que deu origem ao
portugus "ponte", um termo relacionado a "barco" (de fato, um "punt" um barco raso
capaz de passar por baixo de uma ponte, projetado para ser usado em canais de cidades
cortadas por rios, como Cambridge, que contm "bridge" no prprio nome, sendo Cam o
nome do rio que corta a cidade). "Close", do latim "clausus" (via francs "clos"), no parece
"fechar", mas os termos relacionados "clausura", "enclausurar" e "claustro" vm de
"clausura" ("clausus" + "-sura") e "claustrum" ("claud-" + "-trum"; "clausus" o particpio
perfeito passivo de "claud(o)"). Outros exemplos mais difceis de serem detectados por no
serem to bvios incluem18:
18
Exemplos baseados em minha experincia como professor e falante de ingls como segunda lngua e estudioso
do portugus. Para confirmao, todos os termos foram consultados nos dicionrios j mencionados.
44
QUADRO 14 TRADUO E ORIGEM COMUM DE TERMOS
TERMO EM INGLS
candle
chest
claim
cook
dish
money
picture
priest
scissors
street
table
tax
very
TRADUO MAIS
COMUM EM
PORTUGUS
vela
ba, arca
alegar
cozinhar
prato
dinheiro
imagem, quadro
padre
tesoura
rua
mesa
imposto
muito
ORIGEM LATINA
COMUM
candela
cista
clamare
coquus/cocus/coctio
discus
moneta
pictura
presbyter
cisoria/cisorium/cisus
strata
tabula
taxare
veras
claro que essas informaes todas so, dentro de um contexto de ensino de lngua
inglesa, muito mais superficiais que as mencionadas em sees anteriores deste trabalho,
mas justamente por isso que seriam proveitosas apenas se expostas a alunos mais
adiantados, especialmente os que demonstram interesse pela lngua e pelos estudos
lingsticos (em oposio aos que aprendem ingls apenas por obrigao). Como cada caso
um caso, caberia ao professor analisar as variveis e optar por utilizar ou no tal tcnica
como aliada no processo de ensino de ingls.
Ainda que grande parte dos professores resista a esse tipo de abordagem de
aproximao das lnguas, 84,37% dos entrevistados (13,5 de 1619) responderam que o
ensino de ingls a falantes de portugus pode ser facilitado devido s influncias latinas
(pergunta 4.b, Anexo IV). Trs professores concordaram parcialmente, com algumas
restries: talvez isso s sirva para a escrita de textos cientficos, talvez no seja benfico
comparar aspectos gramaticais, apenas lexicais, e informao demais pode confundir o
aluno, de forma que isso s seria benfico na medida certa, com menes espordicas.
Mais surpreendente ainda foi que 88,88% (16 de 1819) disseram que seria interessante
tentar utilizar essa tcnica de aproximao do ingls ao portugus como uma forma de
didtica (pergunta 5). Na verdade, 20 docentes participantes19 j a utilizam rotineiramente
(pergunta 3.a). As justificativas foram as mais variadas, mas encaixam-se, de uma forma ou
de outra, dentro da proposta apresentada neste trabalho:
- Ajuda e desperta curiosidade nos alunos.
- O estudo de cognatas plausvel e interessante na parte de vocabulrio.
19
As trs perguntas apresentadas na anlise deste pargrafo eram opcionais, de forma que houve variao no
total de respondentes. As porcentagens apresentadas, como se pode conferir nos dados entre parnteses, foram
calculadas com base nesses totais relativos, no nos absolutos. A pergunta 3.a foi respondida por 22 dos 28
entrevistados, sendo 20 deles o equivalente a 90,90%.
45
- Esclarecimento dos cognatos e compreenso da influncia latina no ingls deixa os alunos
menos ansiosos e frustrados.
- Essa tcnica pode ser usada no processo de conscientizao (utilizar estratgia dos
cognatos para inferir significados) visando a criar um ambiente apropriado e confivel para o
aprendizado da lngua estrangeira.
- til trabalhar prefixos e sufixos de influncia latina como ferramenta para melhor
compreenso de textos em ingls.
- Essa tcnica boa para o reconhecimento de palavras e para trabalhar pronncia e
sintaxe.
- Pode ser aplicada em momentos oportunos para desbloquear obstculos de compreenso
de vocabulrio.
- Ajuda a lembrar alguns vocbulos pela semelhana.
- Dar um sinnimo latino para uma palavra inglesa de outra origem ajuda a compreenso.
- Sinnimos e meno das influncias latinas facilitam o entendimento e o aprendizado.
- Os alunos lembram mais facilmente porque no algo novo. menos "decoreba" e mais
raciocnio lgico.
- Incentiva os alunos na leitura e compreenso textual usando como ferramenta para
decodificar o texto.
- Pode ser citada como curiosidade.
- Alunos demonstram mais facilidade quando lidam com palavras de origem latina, ento,
quando a influncia no to bvia, falar um pouco sobre a etimologia ajuda.
- interessante aprender a procedncia das palavras.
- Todas as formas possveis para facilitar a aprendizagem so vlidas.
- Palavras cognatas auxiliam como ferramenta bsica para leitura instrumental.
- Melhora o aprendizado.
- Estruturas gramaticais parecidas facilitam a compreenso.
- interessante e enriquecedor.
- As influncias latinas so uma informao fundamental para que os alunos expandam seu
vocabulrio.
- Mostrar que as lnguas no so to diferentes um encorajamento e torna a assimilao
da lngua mais fcil.
46
- Mostrar aos alunos que ingls no de outro mundo e que tem muitas conexes com a
nossa lngua me desbloqueia os medos do desconhecido que permeiam a mente dos
estudantes.
- Aprendemos uma LE com base em nossa lngua materna, ento as similaridades ajudam.
- definitivamente possvel porque algo que as duas lnguas tm em comum. As pessoas
gostam de relacionar algo que esto aprendendo com algo com que j esto familiarizadas
e essas influncias ajudam a mostrar essa ligao. (traduo minha20)
As duas ltimas justificativas tangem uma questo importantssima: a do
embasamento na primeira lngua, mencionada na pgina 42. Segundo Revuz (1997, p. 215),
"(...) a lngua estrangeira , por definio, uma segunda lngua, aprendida depois e tendo
como referncia a primeira lngua. Pode-se aprender uma lngua estrangeira somente
porque j se teve acesso linguagem atravs de uma outra lngua". Apesar de esse
processo natural de fundamentao poder implicar conseqncias negativas para o aluno,
como a interferncia da lngua materna nas reas fontico-fonolgicas (ASSIS, 2008; MAIA,
2009), semntico-lexicais e morfossintticas (MAIA, 2009), ele tambm gera resultados
positivos, como no caso das "transferncias positivas" tratadas por Maia (2009). Canato e
Duro concordam nesse aspecto:
O contraste das lnguas serve para predizer erros e dificuldades, de modo
que o ensino deve basear-se nele para eliminar a influncia negativa da LM
e potencializar o que positivamente transfervel, j que os aspectos
similares entre as lnguas tambm so transferidos, mas, nesse caso,
colaboram com a aprendizagem. (CANATO; DURO, 2005, p. 5)
Opinies mistas vieram por parte de trs professores. Alegaram que s seria uma
tcnica ideal medida que fosse necessrio, caso o contexto pedisse, e no o tempo todo,
que no seria adequado utilizar essa tcnica como forma de ensino ou abordagem, apenas
como recurso pedaggico espordico para facilitar a compreenso, que cada aluno aprende
de uma forma, ento daria mais certo para alguns que para outros e que sua eficcia
poderia variar de acordo com a faixa etria dos alunos; talvez no fosse to necessria com
alunos mais jovens, exceto se apresentassem dificuldade.
Interessa notar que trs entrevistados citaram certa preocupao com os falsos
cognatos (questo j abordada por mim na seo anterior), o que no os impede de utilizar
as influncias latinas como recurso para ensinar o ingls. Argumentam apenas que
preciso atentar neles. Dois participantes se posicionaram contra a traduo, apesar de
20
"It's definitely possible because it's something they have in common. People like to be able to relate what
they're learning with something they're already familiar with and I think it helps to show them this link."
47
utilizarem a influncia latina como recurso (por meio de comparaes, sinnimos e
cognatos). Outras respostas dignas de meno por tangerem temas tratados aqui foram:
- "(...) (o) processo de conscientizao (...) pode contribuir para o desvelamento das razes
de ser da situao de achar ingls difcil, e coloc-la como parecida com nossa lngua em
muitos aspectos pode constituir-se em ao transformadora desta percepo equivocada da
realidade pelo aluno."
- "Quanto mais prximo a lingua estrangeira estiver da lngua materna do indivduo mais fcil
ser para que ele desenvolva e aprenda o novo idioma." (sic)
- "Acredito que quanto mais lnguas falamos, mais facilidade temos em aprender outras. Eu
por exemplo, falo portugus, ingls e espanhol. Estou estudando Frances no momento e at
agora est tudo muito tranquilo para mim. Percebo que muitas palavras, acentos e estrutura
gramatical so semelhantes as demais lnguas que j domino." (sic)
- Certamente seria interessante tentar. A questo como aplicar isso na aula e ainda
continuar interessante, j que muitas pessoas pensam no latim como uma lngua
desatualizada que no se mais relevante estudar ou usar. (traduo minha21)
Com relao ltima resposta, convm lembrar que a proposta apresentada aqui
no ensinar latim, mas sim utilizar-se das influncias dele sobre o ingls para aproximar
essa segunda lngua do portugus no mbito educacional. Com base em minha experincia
e na opinio de vrios professores, concluo que, inserida num contexto mais diverso, na
sala de aula, essa estratgia, aliada a outras de diferentes reas e linhas, tem o potencial de
contribuir positivamente para a formao histrico-cultural, lingstica e intelectual do
aprendiz de lngua inglesa.
21
"Surely would be interesting to try. The question is how to implement it in the class and still remain engaging
as many people think of Latin as an out-dated language that is no longer relevant to study or use."
48
CONCLUSO
Ao longo deste trabalho, argumentei que o uso das influncias latinas sobre o ingls
til para facilitar, clarificar e enriquecer o ensino desse idioma. Facilitar porque mais fcil
aprender uma lngua que se parece com sua prpria, principalmente concernindo aspectos
visuais, ou seja, que podem ser percebidos a olho nu por qualquer leigo, como palavras e
ordem sinttica, de modo que fazer correlaes entre o ingls e o portugus pode motivar os
alunos nesse sentido. Clarificar porque, dessa vantagem de falantes de lnguas neo-latinas,
advm a possibilidade de se utilizar das semelhanas lingsticas para explicar o que talvez
fosse mais complexo caso o estudante no falasse um idioma romnico, como dar
sinnimos latinos para phrasal verbs de origem germnica ou comparar estruturas parecidas
para uma compreenso mais rpida e completa. Enriquecer porque, como j esclarecido,
algumas informaes sobre semelhanas e equivalncias entre o ingls e o portugus por
intermdio do latim so ou superficiais ou muito avanadas para a maioria dos alunos, de
forma que suas menes so mais proveitosas como curiosidades, a ttulo de
enriquecimento cultural e ampliao de conhecimento lingstico a quem se interesse.
Vale ressaltar que essa abordagem aqui discutida s relevante para falantes de
lnguas neo-latinas, sendo meu foco o portugus. No faria sentido utiliz-la para um falante
de polons, japons, hebraico ou qualquer outro idioma que no descende do latim.
Tambm vale ressaltar que no se espera que o aluno saiba latim (ainda mais pelo fato de
ser considerada, atualmente, uma lngua morta, cujo aprendizado taxado de
desnecessrio ou intil pela maioria dos estudantes). Espera-se apenas que, como todo
bom aluno, ele tenha vasto conhecimento de sua prpria lngua (afinal, com base nela que
ele aprender a lngua estrangeira, visto que s se aprende uma segunda lngua se j se
tem uma primeira).
Um dos intuitos tambm foi mostrar que est errado quem afirma que o ingls e o
portugus so lnguas muito diferentes. Procurei apontar as semelhanas entre essas
lnguas, principalmente no que diz respeito ao lxico, porque acredito que essa seja uma
forma de estimular os alunos, ultrapassando a barreira psicolgica imposta pela leiguice
popular. Eles sempre procuram por semelhanas, pois natural que prefiram aprender uma
lngua parecida com a sua em vez de uma totalmente diferente. Isso no deve fomentar,
todavia, a idia equivocada de que o ingls uma lngua fcil. Tentei explicar, na seo
histrica deste trabalho, como se deu o surgimento do ingls e como ele evoluiu
enormemente de sua gnese at tempos modernos. No podemos nos esquecer de como o
ingls antigo era bem diferente do ingls atual, em geral por sua grande semelhana com as
49
lnguas germnicas e por sua alta complexidade: era um idioma de plurais metafnicos (dos
quais s temos resqucios hoje em dia: goose/geese, mouse/mice etc.), trs gneros
nominais (masculino, feminino e neutro), declinao de substantivos com quatro casos,
adjetivos e pronomes flexionados, conjugao verbal complexa, pronncias intrincadas etc.
Tudo isso seria o suficiente para impedir que um falante atual do ingls conseguisse
compreend-lo (STRIG, 1990, p. 165). Portanto, se, nos dias hodiernos, o ingls muito
mais parecido com o portugus do que foi no passado, pode-se dizer que foi em virtude dos
processos de "latinizao" e de "romanizao", os quais proporcionaram uma impresso de
"facilitamento" ou "simplificao" aos olhos dos lusfonos. Todavia, ainda hoje preciso
tratar o ingls com o devido respeito no que se refere ao nvel de dificuldade, tendo sempre
em mente que nenhuma lngua deve ser subestimada. Strig argumenta que
O ingls falado sofreu transformaes decisivas (mutaes consonnticas)
durante sua evoluo (...). Atualmente, possui no menos que doze
enunciados voclicos e nove ditongos diferentes, um total de 21 'fonemas
voclicos'. Como represent-los todos na escrita se o alfabeto latino usado
pelo ingls possui apenas cinco caracteres voclicos? Esta uma das
causas do abismo existente entre pronncia e escrita, que torna o ingls
atual difcil de ser aprendido pelo estrangeiro. Praticamente no h regras
que permitam a quem est aprendendo pronunciar corretamente palavras
no previamente conhecidas. E o mesmo som pode apresentar-se na
escrita de formas totalmente diversas. (...) A ortografia ora vigente remonta
basicamente ao sculo XV e as mudanas na pronncia que ocorreram
posteriormente no foram adaptadas a ela. Este o segundo motivo pelo
qual 'sound' e 'spelling' divergem tanto atualmente. (...) digno de reflexo,
e at mesmo de espanto, o fato de que uma lngua com uma ortografia to
complicada e arcaica tenha atingido a posio de idioma universal.
(STRIG, 1990, pp. 172 e 173)
50
estatsticas). De fato, a fase de influncia mais importante foi a francesa, tendo a lngua de
Guilherme, o conquistador, contribudo com mais de 10.000 palavras, a maioria de uso
cotidiano, em oposio s romanas, geralmente utilizadas em contextos menos comuns.
No obstante, esclareci desde o incio deste artigo que trataria tanto das influncias diretas
quanto das indiretas, visto que no se pode ignorar que a prpria lngua francesa derivada
do latim, motivo pelo qual mesmo os termos ingleses que vm do francs, e no diretamente
do latim, assemelham-se ao nosso portugus, o que pode contribuir imensamente para o
entendimento dos lusfonos quando de um contexto de ensino-aprendizagem.
Pode-se dizer, com relativa segurana, que o ingls como se apresenta hoje um
misto de influncias germnicas e latinas, ainda que influncias de outros grupos lingsticos
tambm existam. Berlitz (1982, p. 25) articula: "por causa da longa ocupao romana na
Inglaterra, das invases e da colonizao germnicas que se seguiram e da conquista
normanda em 1066, o ingls est lingisticamente a meio caminho entre as lnguas latinas e
germnicas". Como demonstrado neste trabalho, as semelhanas por intermdio direto ou
indireto do latim restringem-se, basicamente, a questes morfossintticas, principalmente
lexicais. Somente isso no o suficiente para compor a base de um novo mtodo de ensino
ou ser o foco de um novo material didtico de ingls, visto que uma abordagem educacional
que se baseia apenas no lxico no substanciosa. Contudo, num processo mais amplo de
ensino-aprendizagem, o aluno munido de tal conhecimento lingstico pode, sem dvida,
fruir de seus inegveis benefcios.
51
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55
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WILLIAMS, Joseph M. Origins of the English Language: A social and linguistic history.
Estados Unidos: Free Press, 1986.
56
ANEXO I - CRONOLOGIA DA LNGUA INGLESA (DA ORIGEM A 1650)
55 e 54 AEC - Primeiras incurses romanas, lideradas por Jlio Csar, ilha que
conhecemos atualmente como Gr-Bretanha.
43 ou 44 EC - Romanos invadiram e dominaram a ilha da Gr-Bretanha ( poca chamada
por eles de "Britannia") durante o reinado do imperador Cludio.
409 ou 410 - Romanos deixaram a Britnia, provavelmente para se concentrarem nos
freqentes ataques que o imprio estava recebendo na Europa continental.
449/450 ou 491 - Povos germnicos (anglos, saxes, jutos e frsios) invadiram a ilha
britnica e acabaram com muitos dos celtas que ali haviam se estabelecido sculos antes.
Data indefinida, por volta de 500 - As lnguas dos anglos e dos saxes se fundiram e deram
origem ao anglo-saxo, o qual evoluiu e virou o "Old English" (ingls antigo).
500 a 1100 - Fase em que se utilizou o agora chamado Old English (ingls antigo, anglosaxo ou Anglisc/Englisc).
Final do sculo 6/comeo do sculo 7 - Tribos germnicas invasoras j dominavam metade
da ilha e a dividiram em 7 reas: Wessex, Sussex, Essex ("sex" vindo de "saxon"), Kent,
East Anglia (de "angles", que tambm deram Inglaterra seu nome), Mercia e Northumbria.
596 ou 597 - Com a expanso do Cristianismo, o monge beneditino Agostinho (que se
tornou o primeiro arcebispo de Canterbury) viajou de Roma para Kent, enviado pelo papa
Gregrio Magno. Na mesma poca, monges irlandeses de igrejas celtas se estabeleceram
no norte. Em um sculo, os cristos construram vrias igrejas e monastrios. Livros
(religiosos) foram escritos, divulgando, assim, a lngua latina. Entretanto, s os "educados"
falavam latim; o povo continuava falando ingls antigo, que tambm comeou a ser escrito.
O alfabeto adotado foi o latino, mas com alguns caracteres (runas) derivados dos alfabetos
dos povos germnicos invasores: as inscries rnicas. Sculos mais tarde, esses
caracteres especiais viriam a cair em desuso e somente as letras latinas sobreviveriam.
Entre a metade do sculo 7 e o final do sculo 10 - Escrito o mito pico Beowulf em ingls
antigo em forma de epopia. Foi feito com a inteno de ser lido em voz alta.
Final do sculo 8 - Vikings comearam a invadir a Gr-Bretanha vindos da Escandinvia,
pelo leste. Saqueavam, destruam e queimavam o que conseguiam. Essa fase sombria
durou 70 anos.
865 - Os Vikings (agora j chamados danos) chegaram a East Anglia com um vasto exrcito
e comearam a dominar a ilha, avanando para o oeste. Em 5 anos, conseguiram se
espalhar por quase toda a Inglaterra, levando consigo o "Old Norse" (nrdico antigo), sua
lngua materna. S no invadiram Wessex, no extremo oposto do local de chegada. Tal
como o ingls antigo tinha substitudo a lngua celta falada ali anos antes, agora o nrdico
antigo substituiu o ingls antigo.
878 - Os danos enfrentaram os homens de Alfred, O Grande, rei de Wessex, em Wiltshire.
Alfred e seus 4.000 homens ganharam dos 5.000 danos.
(aps a vitria de Alfred) - foi assinado um tratado de paz e instituda uma barreira entre
Wessex e Danelaw, a terra ocupada pelo danos restantes. Eles s poderiam transgredir a
linha para fazer trocas (escambos).
57
Fim do sculo 9 - O ingls antigo falado sobreviveu invaso dos danos. O rei Alfred
mandou traduzir 5 livros de religio, filosofia e histria para a lngua que o povo falava.
Cpias foram mandadas para os 12 bispos do pas, para que eles promovessem esses
conhecimentos em ingls antigo, no em latim. Esses foram alguns dos primeiros registros
de ingls antigo escrito.
1066 - Guilherme, duque da Normandia, chegou ilha britnica para reclamar o trono, ao
qual acreditava piamente ter direito. O rei Edward o havia nomeado seu sucessor, mas seu
filho Harold ignorou o fato e se coroou o novo monarca. Guilherme venceu a famosa batalha
de Hastings e se tornou rei. Trouxe consigo seus costumes e sua lngua: o francs antigo.
1077 - Guilherme mandou construir a White Tower, ao lado do Tmisa.
Data incerta - O ingls antigo escrito comeou a morrer, pois os normandos escreviam em
francs e latim. Entretanto, ainda era falado por 90% da populao, ou seja, a maior e mais
simples camada da sociedade (em contraposio ao latim do clero e dos cultos e ao francs
dos nobres e da realeza). 95% do povo vivia no campo na poca feudal (feudalismo
introduzido por Guilherme).
1100 a 1500 - Fase em que se utilizou o agora chamado Middle English (ingls mdio).
1204 - John, rei da Normandia, Aquitnia e Inglaterra, perdeu as terras da Normandia para o
pequeno reino da Frana. Com isso, os normandos que haviam se estabelecido na GrBretanha perderam contato com suas razes. Com o passar dos anos, foram se casando
com inglesas. Assim, muitas das crianas nascidas nessa poca eram bilnges.
Meio do sculo 13 - Cada vez mais falantes de francs comearam a falar ingls, tornandose bilnges. Entretanto, o francs ainda influenciava o ingls, com mais palavras sendo
adicionadas ao vocabulrio do povo ingls a cada dia. Em vez de substituir as palavras
inglesas, as francesas conviviam com elas, por vezes usadas como sinnimos e s vezes
usadas com sentidos um pouco diferentes, mas, de qualquer forma, elas ajudaram a
ampliar/enriquecer o vocabulrio do ingls.
1295 - Rei Eduardo I usou o ingls para reunir apoio do povo quando da ameaa de ataque
do rei Felipe da Frana. Contudo, latim e francs continuavam sendo as lnguas oficiais, do
Estado.
1300 - Roberto de Gloucester escreveu que o ingls era usado apenas por "low people".
1325 - Guilherme de Nassyngton escreveu "Latin can no-one speak, but those who went to
school do know. Some know French, but not Latin, who are used to court and dwell therein.
And some know Latin, though just in part, whose use of French is less than art. And some
can understand English, but neither Latin nor French. But unlettered or learned, old and
young, all understand the English tongue."
1348 - A Peste Negra chegou ilha britnica. Entre um quarto e um tero da populao de 4
milhes da Inglaterra morreu. Nos anos seguintes, o clero, que falava latim, foi reduzido
quase metade. Leigos da igreja (fiis), que no eram to bem educados, os substituram,
mas s falavam ingls.
1362 - Foi decretado que o ingls tambm poderia ser usado na corte, j que poucos
entendiam o francs a essa altura. Tambm foi utilizado pela primeira vez na abertura do
Parlamento.
58
1380 - John Wycliffe organizou a primeira bblia em ingls, traduzida do latim. O trabalho foi
feito em Oxford por vrios tradutores. Sem prtica de traduo e com receio de lidar com "a
palavra de Deus", eles fizeram uma traduo bastante literal, mantendo at a ordem das
palavras latinas. Alguns termos da lngua no foram traduzidos ou foram adaptados,
aparecendo em ingls pela primeira vez (emperor, justice, profession, city, suddenly, angel,
multitude, glory...).
1382 - Uma reunio do clero condenou Wycliffe e seu trabalho, chamando-o de herege e
sentenciando seus seguidores priso. Todas as bblias em ingls foram banidas.
1385 - O ingls substituiu o francs nas escolas e a demanda por livros naquela lngua
aumentou. Comeou a ser usado, tambm, para assuntos legais e governamentais.
Prximo a 1387 - Geoffrey Chaucer comeou os Canterbury Tales e foi reconhecido, mais
tarde, como o primeiro autor literrio de lngua inglesa (de facto). Ele ajudou a estabelecer o
ingls, bem como adicionou algumas palavras a ele e retomou algumas esquecidas desde
antes da invaso normanda. Chaucer sabia latim, francs e italiano, tendo dado vida, em
sua obras, ao ingls da poca: a mistura de influncias romnicas e germnicas. (STRIG,
1990, p. 166)
1399 - Richard II foi deposto por Henry, Duque de Lancaster, e a Inglaterra teve seu primeiro
rei falante de ingls desde 1066, quando Harold foi derrotado por Guilherme. Fez seu
discurso de coroao em ingls, a lngua do povo, e foi nomeado Henry IV.
1417 - Henry V escreveu cartas oficiais em ingls pela primeira vez. At ento, os reis
continuavam usando o francs como a lngua oficial, apesar de j falarem ingls desde
Henry IV, pai de Henry V. Ao utilizar o ingls em detrimento do francs, ele deu um passo
frente no processo de oficializao da lngua pelo Estado.
1428 - Depois de anos, a Igreja continuou queimando as bblias inglesas e pessoas. Um
conselho organizado pela igreja catlica ordenou que os ossos de Wycliffe fossem
desenterrados e queimados por sua heresia.
Entre 1469 e 1479 - Documentos oficiais/legais escritos em ingls e mandados para todo o
pas comearam a estabelecer uma forma padro do ingls. As variaes aos poucos
comearam a diminuir.
1476 - William Caxton introduziu a imprensa na Inglaterra. Ele, bem como outros
impressores, decidiam quais palavras usar em suas publicaes (Canterbury Tales e King
Arthur, por exemplo), influenciando, assim, a forma como passou a se escrever depois.
1500 - O ingls j havia se padronizado o suficiente a ponto de ser reconhecido por leitores
atuais com razovel facilidade.
1500 atualidade - Fase de utilizao do chamado Modern English (ingls moderno),
chamado nos primeiros anos de Early Modern English (final do sculo 15 ao meio do sculo
17).
Sculos 15 e 16 - Fase em que ocorreu a chamada Grande Mudana Voclica na lngua
inglesa, que consistiu numa variao de praticamente todas as pronncias de vogais.
1521 - A mando de Henry VIII, uma enorme fogueira foi feita em frente Catedral de So
Paulo original para queimar livros hereges, incluindo cpias manuscritas da bblia incorreta
de Wycliffe, que ainda circulavam pelo pas.
59
1524 - William Tyndale partiu da Inglaterra para Colnia, Alemanha, e comeou uma
traduo original e inovadora da bblia: direta do hebreu e do grego. Essa verso foi
produzida em larga escala (com a ajuda dos j estabelecidos mtodos de imprensa). Em
1526, 6.000 cpias j haviam sido feitas. O rei Henry VIII mandou interceptar navios que
chegavam costa da Gr-Bretanha para confiscar tais livros. 85% de sua bblia foram
usados para a verso do rei James em 1611. Ele introduziu vrias expresses (sick to
death, broken heart, the powers that be, sign of the times) e palavras (beautiful, fisherman,
seashore, viper, zealous) no ingls.
1535 - Tyndale foi preso. No ano seguinte, foi condenado nos Pases Baixos, estrangulado e
queimado. A bblia de Coverdale, traduzida do alemo, foi a primeira bblia em ingls a ser
aceita legalmente, por Henry VIII. Nos 6 anos seguintes, mais cinco bblias em ingls foram
autorizadas e produzidas.
1604 - Robert Cawdrey escreveu o primeiro dicionrio da lngua inglesa. Chamava-se A
Table Alphabeticall e continha apenas 2.543 palavras, todas um tanto incomuns, vindas do
latim, francs, hebreu ou grego. Foi feito para o povo entender as escrituras e sermes.
1611 - Havia tantas verses da bblia que o rei James I requisitou uma verso padronizada,
a que conhecemos hoje como King James Version, baseada na verso de Tyndale, sem
qualquer atualizao de grafia ou de uso de palavras.
Sculo 16 e parte do sculo 17 - Estudiosos de Cambridge e Oxford, as duas maiores
cidades universitrias da Inglaterra, retomaram as lnguas clssicas: latim e grego. Foram
institudas aulas de latim e grego clssicos nas universidades. O latim tornou-se a lngua
dos estudos, da cincia, da filosofia, do pensamento clssico e da diplomacia (ainda
usado atualmente em cerimnias da Universidade de Oxford). Estudiosos ingleses
escreviam e falavam latim, de forma que conseguiam se comunicar com outros estudiosos
europeus, j que latim era a lngua franca da poca. Com o passar dos anos, milhares de
palavras latinas tcnicas ou cientficas entraram diretamente no vocabulrio desses
estudiosos.
Sculo 16 - Alguns estudiosos eram contra a incluso de termos clssicos ao ingls, entre
eles, Sir John Cheke, que disse "a lngua inglesa no deve ser poluda por outras lnguas".
Ele escreveu diversos textos evitando palavras emprestadas de outros idiomas e at
inventou algumas baseando-se em razes germnicas para substituir as latinas.
Sculo 16 e comeo do sculo 17 - J havia se estabelecido o que se chama hoje de "ingls
moderno", o qual tornou-se o ingls falado e escrito atualmente.
60
ANEXO II - LISTA SWADESH COM 100 TERMOS (1971)
1.
4.
7.
10.
13.
16.
2.
5.
8.
11.
14.
17.
19.
22.
25.
28.
31.
fish (noun)
louse
leaf (botanics)
skin (persons)
bone
20.
23.
26.
29.
32.
bird
tree (not log)
root (botanics)
flesh (meat, flesh)
grease (fat, organic
substance)
35. tail
38. head (anatomic)
41. nose
44. tongue (anatomical)
we (inclusive)
who?
all (of a number)
two
small
person (individual
human)
21. dog
24. seed (noun)
27. bark (of tree)
30. blood
33. egg
3.
6.
9.
12.
15.
18.
36.
39.
42.
45.
47.
50.
knee
neck (not nape)
48.
51.
53.
56.
59.
62.
65.
68.
71.
74.
77.
liver
bite (verb)
know (facts)
kill (verb)
walk (verb)
sit (verb)
say (verb)
star
stone
54.
57.
60.
63.
66.
69.
72.
75.
78.
earth (=soil)
fire
path (road, trail; not
street)
88. green (colour)
91. black (colour)
80.
83.
86.
drink (verb)
see (verb)
sleep (verb)
swim (verb)
come (verb)
stand (verb)
sun
water (noun)
sand (opposite to
following)
81. smoke (noun, of fire)
84. burn (verb intr.)
87. red (colour)
89.
92.
yellow (colour)
night
90.
93.
95.
98.
full
round
79.
82.
85.
weather)
white (colour)
hot (adjective; warm, of
weather)
96. new
99. dry (substance)
61
ANEXO III - LISTA DAS 100 PALAVRAS MAIS COMUNS DA LNGUA INGLESA NO THE
OXFORD ENGLISH CORPUS
1. the
4. of
7. in
10. I
13. not
16. he
19. do
22. but
25. from
28. say
31. or
34. my
37. would
40. what
43. out
46. who
49. go
52. make
55. time
58. him
61. people
64. your
67. could
70. other
73. now
76. come
79. think
82. after
85. how
88. first
91. even
94. because
97. give
100. us
2.
5.
8.
11.
14.
17.
20.
23.
26.
29.
32.
35.
38.
41.
44.
47.
50.
53.
56.
59.
62.
65.
68.
71.
74.
77.
80.
83.
86.
89.
92.
95.
98.
be
and
that
it
on
as
at
his
they
her
an
one
there
so
if
get
me
can
no
know
into
good
them
than
look
its
also
use
our
well
new
any
day
3.
6.
9.
12.
15.
18.
21.
24.
27.
30.
33.
36.
39.
42.
45.
48.
51.
54.
57.
60.
63.
66.
69.
72.
75.
78.
81.
84.
87.
90.
93.
96.
99.
to
a
have
for
with
you
this
by
we
she
will
all
their
up
about
which
when
like
just
take
year
some
see
then
only
over
back
two
work
way
want
these
most
62
63
64
As entrevistas disponibilizadas nesta seo de anexos foram organizadas por ordem decrescente de experincia
na profisso. Sendo assim, esta primeira corresponde ao professor que leciona h mais tempo e a ltima, ao que
leciona h menos.
65
QUESTIONRIO
1) Sim, desde o colegial quando o professor de ingls comeou a trabalhar textos literrios em ingls.
2) Sim, no curso de graduao na disciplina de didtica da lngua inglesa.
3.a) Sim, costumo trabalhar os sufixos e prefixos em ingls como ferramenta para a melhor compreenso de
textos em ingls.
4.a) Acredito que pessoas com maior nvel de conhecimento utilizam mais palavras vindas do latim,
principalmente em textos escritos mais formais ou literrios. Na fala, se considerarmos a linguagem do cotidiano,
que mais informal, h menos palavras de origem latina. Exceo feita para um discurso escrito que lido, por
exemplo, na Cmara dos Lordes na Inglaterra.
ENTREVISTA 3
PERFIL DO SUJEITO
1) 56 anos
2) Uma parte de minha vida no Rio de Janeiro, onde nasci, mas meus pais se mudaram durante a minha infncia
e adolescncia para So Paulo capital e interior, e Santa Catarina, interior.
3) Comecei na escola primria, bem no finalzinho, em Santa Catarina. Continuei estudando na escola regular e
sigo estudando at os dias de hoje.
4) Sempre tive interesse por lnguas estrangeiras, mas no tinha condies financeiras para arcar com curso de
idiomas. O que aprendia na escola transformava em algo significativo para mim. Repetia para mim mesma,
escrevia e sempre aproveitava as oportunidades para interagir com outras pessoas.
Estudei sozinha por muito tempo, e tambm tive professora particular. Quando estava cursando Letras, participei
pela primeira vez de um curso de idiomas, no Rio de Janeiro, sendo classificada para a turma de conversao.
Aprendi muito ensinando, desde o segundo ano de minha primeira graduao, em Lingustica, e isso at hoje.
5) As aulas particulares eram de gramtica e de listas de vocabulrio, e eram em portugus. Na escola tambm
eram dadas em portugus com pequenos momentos para simulao de situaes.
6) Desde que comecei na escola bsica, em Santa Catarina. Depois com professora particular, no interior de So
Paulo. Aprendi muito ensinando, j como aluna de graduao em Lingustica e depois em Letras, e ainda hoje.
No mestrado e no doutorado, tive que ler em ingls.
7) Sim, durante o curso de Lingustica.
8) 1979, com 19 anos de idade.
9) Leciono ingls em uma faculdade estadual no interior de So Paulo. Tambm leciono uma disciplina sobre o
ensino de lnguas para fins especficos em um programa de mestrado em Braslia.
10) Usamos portugus quando percebemos que o seu uso bom para a interao, para, por exemplo, quebrar
algum possvel distanciamento entre professores e alunos. Mas nos esforamos e nossos alunos tambm para
que as aulas sejam em ingls.
11) Para fins especficos, porm no na verso forte, pois os cursos da faculdade onde leciono tm uma base
comum tecnolgica, considerado ensino para fins especficos, porm comum a algumas reas (verso fraca
dentro de ESP).
12) Estudei Francs durante um tempo e mais tarde alemo, mas no para ensinar essas lnguas. Entendo que
me ajudou a perceber a beleza e as peculiaridades das lnguas e culturas. Com as aulas de alemo, pude
relembrar o processo de aprender lnguas estrangeiras.
QUESTIONRIO
1) Quando cursei Lingustica estudvamos a parte histrica da formao de algumas lnguas, mas no seria
capaz de afirmar a porcentagem da influncia.
2) Sim, quando estudei Lingustica.
3.a) Sim, quando posso fazer essa correlao, ela ajuda e desperta a curiosidade dos alunos.
4.a) Talvez percebamos essa influncia na escrita de textos cientficos.
4.b) Penso que no, ou no necessariamente, mas poderia ser uma informao. Talvez para a escrita de textos
cientficos, sim.
5) Em alguma medida, sempre que o contexto pedir. Ajudaria de alguma forma, mas no vejo como forma de
ensino, no como abordagem.
66
ENTREVISTA 4
PERFIL DO SUJEITO
1) 56
2) At 8 anos no Brasil; de 8 a 16 na Itlia; voltei ao Brasil onde fiquei at os 24-25 anos; casei e fui morar
novamente na Itlia, onde fiquei 19 anos. Estou de retorno ao Brasil h mais ou menos 8 anos.
3) Comecei a estudar ingls por volta dos 10 anos, na escola. No fazia parte da grade escolar, mas havia uma
professora madre lngua que vinha dar 1 aula por semana a um grupo de alunos. No gostava.... Comecei a
gostar da lngua e a estudar mesmo, no somente para passar de ano quando, aos 14 anos, tivemos uma
professora escocesa muito simptica, com tima didtica, que trazia revistas e filmes para a gente assistir (na
poca, era pioneiro....).
4) Comecei com professores e livros, na escola e curso (Yzigi), depois tive aulas particulares, principalmente de
conversao. Aprendi tambm lendo livros e romances (sempre gostei de ler, e continuo lendo em ingls at
hoje) e fiz alguns intercmbios.
5) Minha primeira professora s falava ingls, e eu no gostava. Aprendi muito pouco, s palavras soltas e as
frases feitas de sempre (What is this? Whats your name? How old are you?............). Depois tive aulas com
professores que usavam portugus para explicar gramtica ou outros pontos mais difceis, e somente o ingls
nas aulas de literatura, por exemplo.
6) Estudei com professores em aula, fiz curso no Yzigi, dois intercmbios, morei dois meses em New Jersey
(USA), sempre li, viajei e viajo muito e necessito do ingls para tanto. Nunca fiz graduao, mestrado, etc.
7) Sim. Estudando na Itlia, latim era matria obrigatria. Mas nunca foi mencionado aprendizado de latim para
as aulas de ingls.
8) comecei a dar aulas de ingls no comeo dos anos 80: era um reforo escolar par o filho de uma amiga que
estava com dificuldades. Continuei depois com aulas particulares, reforo escolar e em cursos de idiomas (Fisk).
Nunca dei aulas em escola regulares.
9) No momento no estou lecionando, s fazendo alguns reforos escolares para conhecidos, no somente de
ingls.
10) Nas primeiras turmas do Fisk pode-se usar o portugus.
11) Ingls geral.
12) Falo italiano e francs (sou formada em literatura francesa, com endereo tradutor-interprte) fluentemente.
Meu espanhol falado bem bsico, mas compreendo tudo e leio jornais e livros nesta lngua. Conheo algumas
expresses bsicas de alemo, o suficiente para pedir um quarto no hotel e no morrer de sede ou de fome.
Na realidade, uso o conhecimento das lnguas para fazer conexes e ligaes uma com as outras. Isto me ajuda
a lembrar. Quando dou aula tambm, uso o conhecimento que eventualmente o aluno pode ter de outras lnguas
para fazer um paralelo.
QUESTIONRIO
1) sim, j havia percebido que h muitas palavras latinas usadas em ingls, principalmente as eruditas. Percebi
sozinha tambm que muitas vezes h duas maneiras de falar a mesma palavra, uma derivada do latim
(considerada mais erudita, mais culta) e outra mais corriqueira. Para mim sempre foi mais fcil empregar a
palavra latina, e todos acabam achando que meu ingls muito bom, por pensar que estou empregando
palavras eruditas.....
No sabia que havia assim tanta influncia do latim...
2) no lembro se algum professor mencionou isto. Com certeza nenhum deles usou o latim para ensinar ingls.
3.a) Nunca usei o latim como recurso didtico. No Brasil meio que impossvel, infelizmente. Acredito j ter
mencionado o fato que o latim tambm influi na lngua inglesa.
4.a) Sim, em linguagem mais culta (texto acadmicos, por exemplo) bastante comum o uso d palavras vindas
do latim. Na fala, muito menos.
O que percebi que os americanos usam bastante palavras latinas sem o saber. Veja o exemplo dos vrios
plus, minus, item, idem.... so palavras latinas, mas o engraado que ao serem exportadas as pessoas
acham que so inglesas e acabam pronunciando-as como se fossem ingls (pls, mainas, aitem, aidem....): isso
eu acho engraado (ou talvez trgico?)
5) (apesar de ter respondido afirmativamente 1, vou responder esta tambm, se importa?) Acredito ser muito
interessante empregar as similaridades entre as lnguas; parece-me que os alunos lembram mais facilmente as
regras, pois no algo novo. menos decoreba, e mais raciocnio lgico.)
67
ENTREVISTA 5
PERFIL DO SUJEITO
1) 49 anos
2) SP
3) A partir dos 11 anos.
4) Escola de idioma, na escola regular e leituras pessoais ou indicadas pelas escolas.
5) Houve professores que eram nativos na lngua inglesa (sul africanos, ingleses etc.). Esses basicamente
utilizavam-se somente do ingls. Os que eram brasileiros faziam referncias ao portugus, em estudos
comparativos.
6) Como j dito, comecei em escola de ingls e l estudei at os 17 anos. Depois, fiz a graduao em Letras
(portugus/ingls) e especializao em Lngua Inglesa na Universidade de So Paulo. Meu doutorado foi
tambm em lngua estrangeira na Unicamp. Meu mestrado foi em Educao, na PUC, portanto, no
especificamente em lngua estrangeira.
7) Sim, na graduao.
8) 1988 (com um intervalo nesse tempo, quando trabalhei em editoras)
9) PUC - particular
10) Pode-se fazer uso de portugus.
11) Leciono ingls a partir de uma viso discursivo-funcional da linguagem, que implica, alm das chamadas
habilidades, ateno ao contexto de uso (viso funcionalista) e os fatores que condicionam a produo dos
dizeres, o que est associado, logicamente, ao contexto sociocultural dos alunos e sua lngua materna (o
portugus). No entanto, j trabalhei bastante com ingls instrumental.
12) Conheo o italiano, o francs e um pouco do espanhol. Hoje no sou mais falante dessas lnguas, apenas
consigo fazer leituras nesses idiomas. No entanto, elas contriburam sim para minha aprendizagem de ingls. Na
verdade, foi o inverso que mais aconteceu: o aprendizado do ingls, s vezes, facilitou o aprendizado de outra
lngua, nos estudos comparativos.
QUESTIONRIO
1) Sim, estudando. Na verdade, estudamos esses aspectos numa abordagem histrica de lngua, tambm
necessria ao estudioso da mesma.
2) Sim, na poca em que fui professora de ingls para cursos que no de Letras (Administrao, Engenharia,
Comrcio Exterior), trabalhei com ingls instrumental, cuja abordagem focava, em determinado momento, a
etimologia das palavras do ingls e os processos de formao de palavras (derivao, por exemplo). Nesse
momento, fazia uso dos estudos comparativos entre ingls e portugus, j que muitas das palavras tinham
origem comum, do latim.
3.a) Sim, como j mencionado na questo 2. Hoje continuo fazendo isso nas aulas para o curso de Letras,
embora no sistematicamente como num curso instrumental de ingls. Tal relao ainda bastante utilizada por
mim nos cursos de gramtica de lngua inglesa. Na parte de ensino de vocabulrio, o estudo de cognatas
bastante plausvel e interessante.
4.a) Sim, eu diria que nos textos cujo nvel de formalidade maior ou em textos mais voltados linguagem dita
cientfica, portanto, destinado a um pblico mais acadmico, isso notado. Em relao ao ingls falado e
escrito, embora no seja essa a nica diferena, pode-se dizer que o ingls mais coloquial, nos gneros
chamados primrios, que se identificam com as prticas mais dirias, utiliza-se de um lxico (quando no
tambm de estruturas) anglo-saxnico, de carter, digamos, mais popular.
ENTREVISTA 6
PERFIL DO SUJEITO
1) 51
2) INDAIATUBA
3) A PARTIR DOS 15 ANOS
4) ESCOLA DE IDIOMAS
5) FOCAVA SOMENTE A LNGUA ESTRANGEIRA
6) PASSEI POR CURSOS DE IDIOMA E SEGUI PARA A GRADUAO E PS GRADUAO COM VIVNCIA
NO EXTERIOR
7) SIM
8) 1989
9) ESCOLA PARTICULAR E PBLICA.
-COLGIO RODIN
-EERANDOLFO MOREIRA FERNANDES
68
-FIEC
10) PERMITE O USO DA LNGUA PORTUGUESA
11) GERAL E INSTRUMENTAL
12) NO
QUESTIONRIO
1) DEVO TER VISTO ALGO NA FACULDADE NAS AULAS DE LATIM, MAS SINSERAMENTE NO ME
LEMBRO.
2) SIM , EM ALGUNS VOCBULOS.
3.a) EX: CV CURRICULUM VITAE
E TAMBM AO ENSINAR HORAS COM O AM E PM
4.a) NO ACHO QUE H PREFERNCIA
SEMPRE H DIFERENA ENTRE A LINGUAGE ESCRITA E A FALADA (FORMALIDADE, CONTRAES,
TERMOS, ETC)
3.b) COM CERTEZA H MUITAS PALAVRAS COGNATAS E ESSAS AUXILIAM COMO FERRAMENTA
BSICA AS TCNIAS DE LEITURA INSTRUMENTAL.
4.b) NO SABERIA AFIRMAR. UM ESTUDO MAIS COMPLEXO SERIA NECESSRIO.
5) FAO ISSO (COMO J CITADO NA RESPOSTA DA QUESTO 3)
ENTREVISTA 7
PERFIL DO SUJEITO
1) 44
2) Bauru
3) 11 aos 21
4) Curso de idiomas CCAA (Bauru e So Jos do Rio Preto), Escola America (So Jos do Rio Preto) e
disciplinas de lngua inglesa na universidade.
5) Focada na lngua estrangeira.
6) Resposta 4.
7) Sim.
8) 1992
9) Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Bauru.
10) Cada docente escolhe sua abordagem de ensino, se as turmas forem heterogneas e com nvel de fluncia
bsico, mesclo lngua inglesa com portuguesa, em outras situaes, uso somente lngua inglesa.
11) Leciono para cursos de Comunicao Social, desenvolvemos as 4 habilidades da lngua com enfoque em
contedos de cada curso: Jornalismo, Rdio e TV e Relaes Pblicos.
12) Falo francs, leio e compreendo bem espanhol e italiano. Aprendi o ingls antes das outras lnguas, no
entanto, as lnguas latinas influenciam na boa compreenso de diversas lnguas.
QUESTIONRIO
1) Sim, a presena de palavras cognatas bastante grande, desde a Graduao j estudvamos isso nas
disciplinas de Lingustica e Latim.
2) Na dcada de 80, pelo menos em Bauru, as escolas de idiomas no tinham enfoque na questo da influncia
de outras lnguas na lngua inglesa. S tive essa noo quando fui ser docente.
3.a) Em aulas de Prtica de Traduo ou em disciplina de ingls para Cursos de Graduao em Qumica,
Computao, Anlise de Sistemas eu apresentava a questo dos cognatos. Tal esclarecimento deixa os alunos
menos ansiosos e frustrados.
4.a) No percebo essa preferncia no que se refere formalidade, mas pelo fato de os alunos recorrem
primeiramente lngua materna, consequentemente, usam palavras cognatas.
3.b) J foi respondido.
4.b) Sim, como j mencionado, os alunos tornam-se menos ansiosos e frustrados se compreendem a influncia
do latim na lngua inglesa.
69
5) Sim.
ENTREVISTA 8
PERFIL DO SUJEITO
1) 44
2) Em Estrela Doeste at os 6 anos,em Fernandpolis at os 17, aos 18 fui para a Universidade em So Jos do
Rio Preto, depois voltei para Fernandpolis onde resido at hoje.
3) Quando entrei na universidade, dos 17 aos 20.
4) Na Faculdade
5) Tinha professores que focavam mais a lngua estrangeira (abordagem comunicativa) e professores que
focavam a lngua materna (abordagem mais tradicional)
6) Na graduao, como dito acima.
7) Sim, muito pouco, mas tive. Se na me falha a memria apenas 1 semestre
8) 1993
9) Em uma escola de idiomas, em uma faculdade particular (FEF) e uma faculdade estadual (FATEC)
10) Depende o nvel, no primeiro estgio, principalmente, em funo das crenas negativas que os alunos
trazem em relao aprendizagem de ingls, tomamos por consenso, entre os professores, trabalharmos com
um processo de conscientizao e desmitistificao das crenas e introduzir o ingls aos poucos. Geralmente,
no meio do semestre j estamos com as aulas praticamente toda em ingls, para que o segundo estgio seja
todo em ingls. Penso que ns, professores, no podemos ficar presos somente aos livros didticos, mas
devemos observar a realidade dos alunos e fazer dos erros de seus alunos um rico material a ser explorado,
tornando o currculo mais flexvel. As necessidades reais dos alunos devem ser a primeira diretriz do processo
ensino-aprendizagem.
11) Ambos: na FATEC: curso de Agronegcio, Sistemas para internet e Gesto Empresarial (para fins
especficos); na FEF, no curso de Sistemas de Informao (para fins especficos) e no curso de Letras (ingls
geral) e aulas VIPs, que denominamos de tailored course (feito para atender as necessidades especficas dos
alunos) .Vale lembrar que minha concepo de ingls instrumental ou para fins especficos no quer dizer dar
aula apenas para leitura e compreenso de texto, mas sim trabalhar ingls (todas as habilidades: ler, falar,
escrever e ouvir) de acordo com o contexto de atuao do profissional, por exemplo.
12) Falo um pouco de espanhol, j que minha formao na faculdade foi ingls e espanhol; entretanto, atuo mais
com o ensino de ingls, o que me proporcionou melhor competncia no ingls. Na verdade, no me recordo se
ajudou ou atrapalhou.
QUESTIONRIO
1) Sim, j sabia. Fiz pesquisas, fui em busca de algo que pudesse desmistificar as crenas dos alunos de que
ingls muito diferente do portugus (meu mestrado foi feito em cima de pesquisa ao e queria muito
comprovar para o aluno que ele podia ver semelhanas entre as duas lnguas e que inclusive a gramtica do
ingls me matria de verbos era muito mais fcil do que o nosso portugus). O perodo que acima chamo de
conscientizao trabalho muito com a teoria dos gneros textuais, estratgias de leituras, cognatos para que os
alunos possam ver a lngua inglesa como mais prxima da realidade deles.
3.a) Sim, utilizo principalmente durante o processo de conscientizao, e durante todos os exerccios que
apaream palavras cognatas at perceber que eles j esto usando estratgias como essa para inferir
significados. Penso ser de extrema importncia tornar o aluno consciente de todo esse processo, criando um
ambiente apropriado e confivel para o uso da LE, juntamente com a abordagem comunicativa em meio a
processos de reflexo da ao, facilitar o processo de aprendizagem.
4.a) Sim, no texto acadmico, portanto a escrita, percebo maior frequncia de palavras de origem latina, uma vez
que esses vocbulos so considerados mais cultos na lngua inglesa e tambm de maior compreenso nesse
meio pela similaridade com as demais lnguas, havendo uma maior uniformizao do jargo. Enquanto na fala,
usa-se mais phrasal verbs, palavras de origem anglo-saxnica por sua informalidade.
Convm fazer uma reflexo juntamente com os alunos sobre essas questes, sobre a lngua utilizada nos livros
didticos que, por um lado, idealizada e diferente da realidade dos falantes nativos, quando se trata de livros
nacionais, e diferente da realidade dos aprendizes, quando se trata dos importados. Isso pode ser feito por meio
de materiais mais autnticos trazidos paralelamente ao livro, tais como msicas, jornais, filmes, revistas, cartas
escritas por nativos, etc. em que a lngua apresenta todas as suas verdadeiras nuances.
3.b) Muitas, como citado acima.
4.b) Sim, acredito e utilizo nas minhas aulas e procuro melhor entender no s minha prtica, mas trazer
modificaes significativas para melhorar o processo de ensino-aprendizagem de LE dentro da sala de aula. O
que denominei acima de processo de conscientizao (DIAS, 2003) penso que pode contribuir para o
70
desvelamento das razes de ser da situao de achar ingls difcil e coloc-la como parecida com nossa lngua
em muitos aspectos pode constituir-se em ao transformadora desta percepo equivocada da realidade pelo
aluno.
5) Sim, penso que cada contexto tem suas peculiaridades, no podendo, assim, afirmar que isso possa ser
usado sempre e/ou o tempo todo, mas dependendo a faixa etria, as crenas que esses alunos tragam consigo,
essas similaridades podem ser muito teis no processo de aprendizagem da LE.
ENTREVISTA 9
SUBJECT PROFILE
1) 64 yrs
2) Near London UK
3) Mother tongue
4) Speaking
5) GCE I level language and literature. Normal course of studies for england
6) Yes
7)
8) Teach Italian to adults and English as a foreign language to visitors to UK.
9) General
10) Yes. Yes.
QUESTIONNAIRE
1) Yes. I deduced it for myself
2) Yes
3.a) Yes
4.a) No and No
ENTREVISTA 10
PERFIL DO SUJEITO
1) 34
2) Sorocaba
3) dos 7 anos aos 23 anos
4) escola de idiomas e intercmbios em outros pases
5) As aulas focavam somente a Lngua Estrangeira
6) Comecei a estudar ingls na Pink and Blue em Sorocaba aos 7 anos. Aos 10 anos, mudei par ao Centro
Cultural em Sorocaba, onde fiquei at os 15 anos aproximadamente. Estudei tambm por um ano na Cultura
Inglesa e com uma professora particular em grupo com o objetivo de tirar os certificados de Cambridge. J tinha
o FCE. Depois tirei o CAE e o CPE. O CPE foi importante porque me abriu portas para trabalhar na Cultura
Inglesa e ser examinadora de Cambridge.
Em 2000, aos 19 anos, iniciei o curso de Lingustica na UNICAMP, no qual escolhi muitas matrias optativas de
Lingustica Aplicada. Ao terminar a graduao, j iniciei o mestrado em Lingustica Aplicada pesquisando o
aprendiz de ingls e suas atitudes face gramtica em uma abordagem quantitativa. Defendi minha dissertao
em janeiro de 2006.
Retomei os estudos em 2009 na UNIP para fazer Letras Ingls/Portugus, formando-me em 2012. Em 2013,
ingressei no Doutorado e estou pesquisando a formao de professores de ingls para ensino fundamental I
atravs de um estudo de caso.
Fiz intercmbio nos EUA aos 17 anos por 5 meses. Fiz um curso de Ingls Contemporneo para professores por
15 dias em Cambridge no ano de 2010. E fiz um curso de vida e cultura britnica para professores por 15 dias
em Londres em 2013.
7) Sim. Um semestre na UNICAMP e um semestre na UNIP.
8) 1998 Comecei a lecionar aos 17 anos na Wizard prxima minha casa para crianas e na Obra Social do
Colgio em que eu estudava (Salesiano).
Depois me afastei para o intercmbio e voltei a lecionar em 2001 no CCAA por um ano. Em 2002 na Speak Out
por um ano. Em 2006 na St Giles por seis meses. De 2006 a 2014 na Cultura Inglesa. De 2008 a 2010 na PUC e
retornei PUC em 2014.
Tambm lecionei como convidada na ps-graduao em Traduo da UNIMEP em 2012 e 2013
9) Na PUC-Campinas
10) Em ingls o tempo todo.
71
11) Leciono ambos. Ingls geral para o curso de Letras e especfico para Turismo e Hotelaria.
12) Estudei quatro anos de Francs como lngua obrigatria na minha graduao em Lingustica. Eu j falava
Ingls. Na verdade, tive dificuldades em Francs porque quando tentava falar, acabava saindo ingls. O
conhecimento de Francs me ajuda no entendimento e pronncia das palavras francesas usadas em ingls.
QUESTIONRIO
1) No tinha conhecimento exato dos nmeros. Mas percebo essa realidade claramente no vocabulrio e nas
construes da lngua inglesa.
2) Sim. Eu tive uma professora que sempre dizia que as palavras originrias do Latim em Ingls eram mais
formais. Mas no me passaram nenhuma informao mais profunda que essa.
3.a) Eu sempre utilizo essa influncia como recurso didtico para ensinar os alunos a reconhecerem as palavras
latinas, para trabalhar a pronncia, para trabalhar sufixo e prefixo e sintaxe.
4.a) Eu acredito e percebo em minhas leituras que as palavras do Latim em Ingls so de uso mais formal.
Tambm acredito que estejam mais presentes na escrita. E quanto fala, acho que os britnicos usam mais
palavras latinas que os americanos. Mas so apenas crenas e intuies porque no pesquisei sobre o assunto
de forma detalhada.
ENTREVISTA 11
PERFIL DO SUJEITO
1) 32 anos
2) So Paulo - SP
3) O interesse surgiu com uns 9 anos mais ou menos, a partir da comecei a me dedicar mais lingua.
4) Dos 9 aos 17 anos estudava por conta prpria, traduzia letras de msicas, assistia seriados e filmes, e
estudava alguns livros. Depois que completei 17 anos entrei em uma escola de ingls para aperfeioar a lngua,
j entrei no nvel avanado e estudei somente um ano, terminando o curso.
5) Como entrei no ltimo nvel do curso, o professor falava somente ingls e exigia o mesmo dos alunos.
6) Minha formao acadmica em Administrao de empresas, em Indaiatuba, 2006. Porm meu curso de
Ingls eu realizei em So Paulo no ano de 1999.
7) No
8) 2000
9) Atualmente leciono em casa.
10) Eu permito o uso do portugus, principalmente para os iniciantes.
11) Ambos, depende da necessidade do aluno.
12) Falo espanhol nvel intermedirio, acredito que o ingls que me ajudou no entendimento do espanhol, pois
minha paixo pelo ingls acabou despertando interesse por outras lnguas.
QUESTIONRIO
1) No, eu desconhecia este dado.
2) Muito pouca meno. Me lembro de j ter visto em alguns livros que algumas palavras so derivadas do latim,
porm a frequncia baixa.
Em caso de resposta positiva questo 1:
3.b) Sim, inclusive aponto essas semelhanas para os alunos, como forma de melhor assimilao.
4.b) Acredito que sim, alm de se tornar mais interessante, pois assim eles aprendem a procedncia das
palavras.
5) Sim, conforme mencionei anteriormente, acho to interessante que eu mesmo utilizo este mtodo por
acreditar que melhora o aprendizado.
72
ENTREVISTA 12
PERFIL DO SUJEITO
1) 33
2) So Caetano do Sul
3) partir dos 11 anos
4) Fui alfabetizada em ingls por uma pedagoga(formada nos EUA) amiga da minha me que tinha uma escola
de ingls para crianas (English For Today). Fiquei 7 anos com ela e depois comecei a dar aula. Alguns anos
depois fui pra Londres estudar por 2 anos, qdo me preparei e tirei as certificaes da Cambridge. Nesse perodo
tambm fui coordenadora e professora de uma escola de Ingls como segunda Lngua em Londres. Mas, sem
dvida a maior parte do aprendizado se deu autonomamente, apesar de ter frequentado instituies.
5) Na escola onde estudei aqui em Indaiatuba no havia traduo. Tudo era em ingls. Alis, ainda tenho meus
livros de infncia, que so fantsticos, e estive mostrando eles para os meus alunos! E claro, em Londres foi
imerso total!
6) 1992-1999 English For Today
2003-2004 The London Skills Institute
2003-2004 Cambridge certifications ( CAE & CPE)
7) s aprendi um pouco de latim com meu professor de ingls em Londres!
8) 2000
9) Apenas particular, alugo uma sala!!!
10) Nas que trabalhei quase ningum gostava de usar ingls. Pra mim muito estranho professores de ingls
que tem vergonha de falar, mas o que geralmente acontece. Mesmo qdo obrigatrio usar s a lngua alvo.
11) Ensino de acordo com a necessidade do aluno. E isso engloba todos esses tipos em momentos distintos.
Porm, mais importante do que isso, ter a sensibilidade de investigar o perfil do aluno e fazer um trabalho
100% personalizado.
Brinco que professor de ingls em primeiro lugar psiclogo e terapeuta. Explico pros meus alunos que o
objetivo deles est dividido em 2 partes: 50% a lngua(ou qqer outra atividade que se deseja aprender) e 50% de
auto-confiana (self-steem). Essa uma dupla inseparvel e precisamos desenvolv-los de forma balanceada.
12) Ingls foi minha 1 lngua estrangeira, e isso facilitou muito meu aprendizado de outras como: alemo,
Francs, Espanhol, Hindi, Esperanto e Sanskrito. Uma vez que o crebro expandido para falar uma nova
lngua, ele nunca mais ser o mesmo, e ento passamos a ter uma viso mais ampla do mundo ao nosso redor.
Desenvolver o crebro significa evoluir como espcie e descobrir seus potenciais latentes.
QUESTIONRIO
1) Sim, claro. Essa informao fundamental para que os alunos expandam seu vocabulrio. Mostrar pra eles
que ingls no de outro mundo e que tem muitas conexes com a nossa lngua me desbloqueia os medos do
desconhecido que permeiam a mente dos entusiastas.
2) Ah sim, apenas por parte do meu professor Ingls, Jeffrey Marshall, que era highly educated, e tinha um
conhecimento muito amplo de mundo. Serei eternamente grata por ter me mostrado uma nova forma de ver a
lngua e o mundo! Cheers!!
3.a) Faz parte da minha rotina de aulas e aplicado em momentos oportunos, como para desbloquear
obstculos de compreenso de vocabulrio, principalmente. Mas jamais uso traduo, os alunos no me
conhecem em Portugus!!! S eles podem traduzir, se for o caso.
4.a) Aprendi com Jeffrey que a maioria das palavras latinas, que em ingls tendem a tomar a ortografia do
francs/italiano/espanhol (ou quase), by and large demonstram pompa ou um alto nvel de educao do falante.
Em geral so palavras sofisticadas, que embelezam a lngua, como as joias de uma princesa!
Mas claro que nem todas so de uso refinado!
Quase sempre quem fala bem, ou seja, articula bem o vocabulrio, utiliza estas palavras pra escrever tambm.
Durante meus anos de trabalho, quando tive a oportunidade de observar estudantes de vrias nacionalidades,
constatei que, infelizmente, o aluno brasileiro tende a ter muita dificuldade para expandir seu vocabulrio e usar
essas palavras mais sofisticadas, porque eles no as tm em seu vocabulrio pessoal nativo. Ou seja, a gama
de palavras que a pessoa fala em Portugus refletir em Ingls.
Agora falando de formalidade de texto eu diria que depende de quem t escrevendo porque a entramos no caso
acima, mas se considerarmos apenas o texto, sem dvida o escrito tende a ser mais bem elaborado e
conseqentemente pode utilizar esse vocabulrio (h tempo para pensar e elaborar).
Noto um uso massivo de palavras latinas em textos cientficos de todas as reas, mas quando vejo entrevistas
destas comunidades, no vejo a mesma taxa de uso deste vocabulrio, apesar do jargo ser geralmente
incessante.
No mundo dos negcios eles tambm gostam de usar um pouco de palavras bonitas, principalmente em jornais e
revistas de negcios, o que mais uma vez no necessariamente reflete na oralidade destes profissionais. Todo
tipo de documento que roda numa empresa, seja fiscal, contratual, financeiro etc, utiliza uma linguagem formal e
mais refinada tambm.
73
ENTREVISTA 13
PERFIL DO SUJEITO
1) 30 anos
2) Indaiatuba - SP
3) A partir dos 10 anos
4) Curso de Idiomas
5) focavam somente a lngua estrangeira.
6) Curso de Idiomas(FISK, Cultura Inglesa), graduao (PUCC)
7) No
8) 2001
9) Escola Particular
10) Nos primeiros nveis permitido o uso de portugus para se tratar de assuntos importantes e que no seriam
compreendidos pelos alunos em ingls, Depois dos primeiros nveis, a comunicao totalmente em ingls.
11) ingls geral
12) Sim, Falo francs e espanhol. O ato de se colocar como aluno ao fazer aulas, muda completamente a
concepo que se tem sobre ensino-aprendizagem.
QUESTIONRIO
1) No tinha informaes estatsticas assim como lidas na questao. J sabia sobre isso por curiosidade e leituras
passadas.
2) Sim.
3.a) Sim e muito. Muitas vezes quando os alunos no entendem determinada palavra em ingls, a utilizao de
um termo parecido que tem origem latina os ajuda.
4.a) Sim. Palavras mais prximas do Latim so mais formais.
4.b) Claro
5) A pergunta no muito especifica. Preciso de mais detalhes para responder. Entretanto posso dar um
exemplo: Quando preciso explicar o significado de um phrasal verb, tento sempre utilizar uma palavra de origem
latina para facilitar a compreenso do aluno, seguido de vrios exemplos contextualizados
ENTREVISTA 14
PERFIL DO SUJEITO
1) 28 anos
2) Na cidade de Hortolndia
3) A partir dos 15 anos
4) Em uma escola de idiomas
5) Era uma metodologia que fazia uso do portugus para explicaes em geral
6) Em um curso de idiomas
7) No
8) Leciono desde 2003
9) Na minha prpria escola de ingls
10) As aulas so 100% em ingls.
11) Leciono ingls geral
12) Estou aprendendo espanhol
QUESTIONRIO
1) Sim, pois cursei um ano e meio do curso de letras em uma faculdade e j tinha visto isso no curso.
2) Sim, por parte dos professores e materiais especficos.
3.a) Sim, cheguei a mencionar o fato algumas vezes, e tambm uso a semelhana com a nossa lngua para
lembr-los de alguns vocabulrios.
4.a) Sim, eu diria que h preferncia do uso de palavras vindas do latim mesmo para que haja melhor
entendimento de pessoas de diferentes nacionalidades, mas que tem como base o latim em sua lngua-me.
Quanto fala e escrita, as palavras derivadas do latim tem sons e grafia bastante similares.
74
3.b) Sim, h vrios exemplos, tais como as palavras: frequent, consequence, ignorance, tolerance, balloon,
condition, superficial, entre muitas outras, inclusive a palavra latin.
4.b) Em questo de vocabulrio sim, mas gramaticalmente, no nada aconselhvel comparar as duas lnguas.
5) Sim, interessante usar das similaridades como forma de ensino, mas no fazendo o uso de tradues, e sim,
apenas comparaes ou por meio de sinnimos.
ENTREVISTA 15
PERFIL DO SUJEITO
1) 28
2) CAMPINAS INDAIATUBA
3) COMECEI A ESTUDAR EM CASA POR VOLTA DOS 12 ANOS
4) APRENDI DE MODO AUTO DIDATA, TRANSCREVENDO E TRADUZINDO MSICAS, LENDO LIVROS,
ETC. POR VOLTA DOS 17 ANOS FIZ ALGUMAS AULAS EM ESCOLAS PARA PRATICAR CONVERSAO.
5) NA ESCOLA QUE ESTUDEI O FOCO ERA NA LNGUA ESTRANGEIRA.
6) COMO DISSE ANTERIORMENTE FUI AUTODIDATA E TENHO MINHA FORMAO NA FACULDADE DE
LETRAS NA PUC-CAMPINAS.
7) TIVEMOS INTRODUO AO LATIM
8) 2004
9) LECIONO EM UMA ESCOLA DE IDIOMAS NA CIDADE DE INDAIATUBA.
10) A METODOLOGIA UTILIZADA NA ESCOLA EXIGE QUE OS PROFESSRES UTILIZEM O INGLS 100%
DO TEMPO DA AULA.
11) NA ESCOLA EM QUE ESTOU ATUALMENTE TEMOS INGLS GERAL E TAMBM CURSOS
ESPECIFICOS PARA DIFERENTES REAS, COMO AVIAO, BUSINESS, ETC.
12) FALO ESPANHOL , APRENDI DA MESMA FORMA QUE O INGLS. APRENDER UM IDIOMA SEMPRE
AUXILIA NO PRXIMO A SER ESTUDADO, NO CASO O INGLS AJUDOU O ESPANHOL.
QUESTIONRIO
1) J SABIA DESSE DADO. TIVE O CONHECIMENTO AINDA NA FASE DE ESTUDOS, QUANDO PERCEBIA
VRIAS SEMELHANAS ENTRE VOCABULRIOS E NO PERODO DA FACULDADE LI VRIOS TEXTOS E
TEORIAS FALANDO SOBRE O ASSUNTO.
2) LEMBRO QUE EU SEMPRE ENXERGAVA ESSAS SEMELHANAS E ME APEGAVA NELAS PARA
PROCURAR OUTROS SINONIMOS DE ORIGEM NO LATINA COM O INTUITO DE IMPROVE MEU
VOCABULRIO. PORM NOS LIVROS QUE TIVE CONTATO NAS ESCOLAS QUE ESTUDEI, NO ME
RECORDO DE TER ALGUMA MENO A ISSO.
3.a) SIM SEMPRE UTILIZO ESSA INFLUNCIA NA BUSCA DE SINNIMOS PARA FACILITAR O
ENTENDIMENTO DOS ALUNOS.
4.a) PERCEBO QUE EM TEXTOS FORMAIS EM ALGUMAS REAS ESPECIFICAS COMO DIREITO,
MEDICINA E AT MESMO BUSINESS EM GERAL H UMA PREFERNCIA POR PALAVRAS DE ORIGEM
LATINA, J
ENTREVISTA 16
PERFIL DO SUJEITO
1) 28 anos
2) So Paulo / Indaiatuba
3) Dos 10 aos 20 anos
4) Aulas particulares, autodidata no nvel avanado.
5) Somente lngua estrangeira.
6) Aulas particulares com professora Canadense e curso na Cultura Inglesa.
7) No
8) 2004
9) Escola Particular.
10) 100% Ingls.
11) Ingls para os negcios principalmente.
12) No.
75
QUESTIONRIO
1) Sim, apesar de achar que essa porcentagem era de aproximadamente 50%.
2) No
3.a) Sim, e sempre menciono.
4.a) Sim, mas percebo que muitas palavras vindas do Latim no so utilizadas no Ingls Americano falado.
3.b) Lgico.
4.b) Sim
5) Sim, acho que muitas estruturas gramaticais so parecidas e podem ser usadas para facilitar a compreenso.
ENTREVISTA 17
PERFIL DO SUJEITO
1) 55 anos
2) Tatui/SP
3) inicio aos 11 anos
4) escola de ingles - FISK
5) o foco sempre foi ingles, no entanto no inicio do curso o professor era brasileiro com vivencia no exterior e nos
ultimos estagios o professor era nativo americano
6) em 1977 - 1978 fui exchange student pelo AFS , terminando meu ultimo ano de ensino medio nos EUA, depois
disso fiz letras na PUCC Campinas me formando em 1984
7) tive 2 anos de latim
8) leciono desde 2005 em escola publica , sindicato dos trabalhadores de Itapetininga Tatui e regiao( curso de
ingles), e aulas particulares
9) atualmente leciono em escola publica e aulas particulares
10) o uso de portugues eh permitido nas escolas publicas, em aulas particulares procuro usar o maximo de
ingles possivel desde os niveis iniciais
11) leciono ambos, pois no estado hoje com as apostilas e falta de base dos alunos vejo o ingles instrumental
como uma forma melhor de atingir os objetivos exigidos. em aulas particulares uso a abordagem comunicativa
12) nao apenas ingles
QUESTIONRIO
1) Nao, ate onde sei o ingles se originou da lingua anglo saxonica, com influencias do latim e celta
2) nao me recordo de nenhuma mencao ao fato a nao ser pelos cognatos e falsos cognatos
3.a) sim, sempre que possivel especialmente quando usando ingles instrumental
4.a) por experiencia tenho comigo que quanto mais cientifico o texto mais vocabulos de origem latina sao
usados..
Na fala no entanto nota-se pouco dessa influencia do latim. No entanto nunca participei de seminarios cientificos.
3.b) Sim muitas palavras sao cognatas, [por volta de 70% outras 30% sao falsos cognatos e ha uma
preocupacao em trazer a tona essa questao
4.b) sim acredito que todas as formas possiveis para facilitar a aprendizagem sao validas
5) Nao, creio que as similaridades sao muito pequenas para serem o ccerne do metodo didatico de ensino
76
ENTREVISTA 18
PERFIL DO SUJEITO
1) 32 anos
2) NA CIDADE DE SO PAULO
3) DOS 15 ANOS EM DIANTE
4) AULAS PARTICULARES
5)
6) GRADUAO E CURSO DE IDIOMAS
7) SIM
8) 2006
9) REDE PARTICULAR
10) PERMITE O USO DO PORTUGUS.
11) INGLS GERAL
12) NO
QUESTIONRIO
1) SIM, NA MINHA GRADUAO
2) A APOSTILA E PELO MEUS PROFESSORES, TANTO DE LNGUA INGLESA COMO DE LATIM
3.a) SIM, J MENCIONEI ESTE FATO PARA MEUS ALUNOS.
4.a) NO ACREDITO QUE AS PALAVRAS VINDAS DO LATIM TEM SUA PREFERNCIA EM TEXTOS
FORMAIS. PERCEBO QUE O USO DAS PALAVRAS LATINAS SO MAIS USADAS NA FALA DO QUE NA
ESCRITA.
ENTREVISTA 19
PERFIL DO SUJEITO
1) 27 anos
2) Indaiatuba
3) aprendi o ingls a partir dos 8 anos de idade em curso livre, cuja abordagem considerava a lngua materna.
4) Fiz o curso de ingls no FIScK entre 1995 e 2005.
5) lngua materna
6) Graduao em letras em 2012 na Faculdade Anhanguera
7) No houve estudo de latim na minha graduao.
8) Leciono desde 2008
9) atualmente em escolas regulares da rede pblica e particular.
10) As escolas permitem o uso do portugus, na verdade existindo um equilbrio do uso dos dois idiomas.
11) Leciono ingls geral
12) No falo outras lnguas latinas.
QUESTIONRIO
1) No conhecia o dado da porcentagem, mas j sabia da grande influncia do latim no vocabulrio ingls por
meio de leitura e pesquisa pessoal.
2) No me recordo de professores citarem esse fato na minha formao.
3.a) Sempre uso a influncia latina sobre o ingls para incentivar os alunos na leitura e compreenso textual,
usando como ferramenta para decodificar o texto. Menciono sempre que possvel como o ingls foi influenciado
por lngua latinas. H muito cognatos entre portugus e ingls.
4.a) Sim, existe um padro para escolher palavras vindas do latim ou do ingls e tambm de acordo com a
regio e nvel social / grupo social.
3.b) Sempre uso a influncia latina sobre o ingls para incentivar os alunos na leitura e compreenso textual,
usando como ferramenta para decodificar o texto. Menciono sempre que possvel como o ingls foi influenciado
por lnguas latinas.
4.b) Acredito muito nessa ferramenta de usar as influncias latinas no ingls para facilitar o aprendizado.
77
5) Acho interessante e tambm enriquecedor adotar similaridades entre as lngua como forma de ensino.
ENTREVISTA 20
PERFIL DO SUJEITO
1) 24 anos
2) Em So Paulo at os 16 anos. Posteriormente em Indaiatuba
3) A partir dos 16 anos. Dos 16 aos 18 anos como aluno.
4) Curso de Linguas.
5) Ele focava somente a lngua estrangeira.
6) Dos 16 anos 18 anos. Curso de idiomas. Mtodo Callan. Posteriormente, ingressei na rea de instrutor de
lnguas, podendo dar continuidade aos estudos para ensinar.
7) No.
8) 2008
9) Na prpria escola.
10) A escola exige que as aulas sejam totalmente em ingls.
11) Ingls geral.
12) Sim. Falo espanhol. O fato de j dominar uma lngua anteriormente ao ingls, ajudou muito no aprendizado
do novo idioma.
QUESTIONRIO
1) Sim, pois no mtodo em que leciono, temos algumas informaes deste tipo. O professor que me instruiu
sempre fazia questo de salientar alguma palavra com origem latina.
2) Sim, por parte da metodologia ( Callan ) e do professor, que sempre mostrava algo do tipo.
3.a) Sim, sempre mencionei, quando possvel, algumas origens latinas das palavras em ingls.
4.a) Diria que medida em que o texto torna-se mais formal, h o uso maior de palavras de origem latina.
ENTREVISTA 21
PERFIL DO SUJEITO
1) 24 anos
2) Maior parte no estado de So-Paulo (Indaiatuba, Marlia, Ribeiro-Preto, Guarulhos), morei tambm em Porto
Alegre RS e Toronto - CA
3) Aprendi o ingls a partir dos meus 14 anos at 18.
4) Aprendi o idioma atravs das atividades dirias, convivncia com pessoas que falavam o idioma e na escola.
5) A maior parte do meu aprendizado foi atravs da convivncia ao invs de aulas, quando entrei na escola o
foco foi somente a lngua estrangeira.
6) eu no fiz nenhuma formao em ingls, irei realizar no ano que vem o teste IELTS (e isso tambm no
formao rs) tenho o certificado da minha high school rsrs
7) No
8) 2010
9) No leciono mais, mas pode falar que dei aula na Callan ne?rs
10) A escola permite o uso do portugus somente para os nveis bsicos. Os demais nveis as aulas so 100%
em ingls.
11) Geral.
12) No.
QUESTIONRIO
1) Sim, assim que comeei lecionar o idioma notei que muitas palavras eram parecidas e/ou igual ao francs
(resume), em latim e outras.
2) No, nenhum dos meus professores ou materias que usei durante o meu aprendizado mencionaram sobre
este fato. Porm, quando comeei a lecionar aulas notei que o material que utilizava descrevia quando a palavra
era em latim. Na poca em que lecionava o idioma nunca me aprofundei nos detalhes apenas comentava sobre
o fato.
4.a) Sim.
3.b) Sim, por exemplo cinema, chocolate, agenda, zero dentre outros.
78
4.b) Sim, porque o latim de uma certa forma inclui semelhanas com outros idiomas alm do
portugus(espanhol, frances) quanto mais prximo a lingua estrangeira estiver da lngua materna do indivduo
mais fcil ser para que ele desenvolva e aprenda o novo idioma.
5) Sim, porque aprendemos com base em nossa lngua materna, e por haver similiaridades entre os idiomas
facilita o aprendizado do indivduo.
ENTREVISTA 22
PERFIL DO SUJEITO
1) 21 anos
2) So Carlos SP e Maryland EUA.
3) Aprendi ingls quando fui morar fora do pas com minha famlia, eu tinha 9 anos de idade. Segundo meus
pais, aprendi a falar fluentemente o idioma em 1 ano.
4) No tive nenhum professor, eu aprendi tendo que me virar no dia-dia. Tambm o contato dirio com a lngua
(como morava nos EUA) me ajudou muito.
5)
6) Como no estudei em uma escola de idiomas, no tive nenhum tipo de formao nessa rea.
7)
8) 2010
9) Em casa, aulas particulares. Durante minhas frias da faculdade, em uma escola de idiomas.
10) Nvel bsico, sim. A partir do nvel intermedirio o uso do portugus deve ser bem restrito.
11) Ambos.
12) Falo espanhol, mas no acho que isso me ajudou de alguma forma na aprendizagem/entendimento do
ingls.
QUESTIONRIO
1) Sei que grande parte das lnguas so derivadas do latim, isso eu aprendi quando estava estudando nos EUA.
Quando eu estava na quinta serie, tivemos a matria latim. No aprofundamos muito na matria, mas na minha
opinio foi uma matria muito til.
2) No
3.b) Sim, mas acredito que a maioria dessas semelhanas so o que chamamos de falsos cognatas.
4.b) Sim, com certeza. Acredito que quanto mais lnguas falamos, mais facilidade temos em aprender outras. Eu
por exemplo, falo portugus, ingls e espanhol. Estou estudando Frances no momento e at agora est tudo
muito tranquilo para mim. Percebo que muitas palavras, acentos e estrutura gramatical so semelhantes as
demais lnguas que j domino.
5) Se for aliada a outras didticas, sim, com certeza. Isso ajudar muito o aprendizado.
ENTREVISTA 23
PERFIL DO SUJEITO
1) 21
2) Indaiatuba
3) dos 15 aos 19
4) Aulas em escola de ingls.
5) somente a lngua estrangeira.
6) Curso de idiomas em 2010
7) No
8) 2010
9) Curso de ingls (BC English)
10) Aulas 100% em ingls com raras excees.
11) Geral
12) Sim, francs. Ajudou e ajuda muito a entender as mudanas lingusticas por causa da influencia.
QUESTIONRIO
1) Sim, porque curso Lingustica.
79
2) No. S fui aprender pela influncia tanto latina quanto francesa na faculdade.
3.a) Sim. Como estudei latim por 2 semestres, cito algumas curiosidades pros alunos tambm. O mesmo com o
francs.
4.a) Sim. Nota-se um maior uso de palavras latinas quando o nvel de formalidade mais alto. E, claro, existe a
diferena entre fala e escrita. At porque a mudana ocorre de maneira mais efetiva na fala. At ela chegar na
escrita leva-se mais tempo. Por isso a dicotomia.
ENTREVISTA 24
SUBJECT PROFILE
1) I am 27 years old.
2) I grew up in Los Angeles and lived in a few other cities in Southern California.
3) From the age of 4 until 18 I studied it in school on a daily basis. From kindergarten through high school .
Outside of that, I learned in a natural way absorbing the language from my parents and the world around me, as
most people learn to speak their native tongue.
4) I studied in a one hour English class everyday that generally involved writing and grammar, almost never
speaking or listening.
5) The only formal training I had was a one-week Teacher Training course focused on exploring different ESL
teaching methods. Although brief, I learned a lot from it.
6) No, I never learned Latin in school it was merely mentioned in passing on occasion.
7) I started teaching in 2010.
8) I teach at BC ENGLISH School in Indaiatuba, S.P. A school I opened with my partner and fellow teacher
Juliano Cortizas in 2012.
9) I teach both general English and in some cases more specifically business English.
10) Yes, I also speak Portuguese. Yes I definitely think I've learned more about my native tongue and really just
have a better understanding of language in general after learning Portuguese. Before starting to learn I thought of
language as something static; black and white, on or off, like mathematics. I thought it would be a matter of simply
learning the translation of each individual word. Of course that's not the reality. Language isn't something you can
put in a box, it's more fluid than that. There are expressions unique to each language, words that don't have real
equivalents in different tongues and different grammatical structures, among other things.
QUESTIONNAIRE
1) No to be honest I did not know the exact statistics but I knew that the majority of the English language has it's
origins in Latin. Not by taking any one course or class but more like I said, mentioned in passing or a comment
here or there in English class or some other situations.
2) Yes, as I said above it was mentioned however I don't recall it ever being elaborated on or explained in great
detail.
3.a) I prefer not to as I feel I am not well-versed enough to broach the subject. Also it would be something I would
only bring up with students already at a higher level of studies to avoid confusion.
4.a) Yes it's clear there is a difference in formality and of course people naturally communicate in a more formal
way when they write.
3.b) Yes sure there are plenty of similar words for example banana, idea, pajamas, and many other words with
little or no difference in writing; only pronunciation. Animals are another good example with many similar names.
Structurally there's much less in common between the languages but you can see some parity for example
passive voice and conditional tenses can be translated without changing the structure, order etc.
4.b) It's definitely possible because it's something they have in common. People like to be able to relate what
they're learning with something they're already familiar with and I think it helps to show them this link.
5) Surely would be interesting to try. The question is how to implement it in the class and still remain engaging as
many people think of Latin as an out-dated language that is no longer relevant to study or use.
80
ENTREVISTA 25
PERFIL DO SUJEITO
1) 20 anos.
2) So Paulo/SP.
3) Incio do curso aos 7 anos, curso concludo aos 17 anos (de 2001-2011).
4) Em escolas de idioma, embora eu sempre tenha tido facilidade (logo, aprendi parte do meu ingls sozinha).
5) Usavam abordagens que consideravam a lngua materna.
6) Primeiro na Escola WISDOM de Idiomas, em So Paulo/SP (de 2001-2003) depois na Escola FISK de
Idiomas, em Salto/SP, onde conclu o curso (2004-2011).
7) No.
8) 2012.
9) Escola FISK de Idiomas.
10) Permite o uso do portugus;
11) Leciono ingls geral.
12) Estudei espanhol, mas no acredito que tenha me ajudado muito. Algumas noes de gramtica, sim, mas,
no geral, o ingls me ajudou muito mais com japons e alemo.
QUESTIONRIO
1) Eu sabia que o ingls tinha influncia latina e algumas palavras francesas, mas no conhecia a informao
exata. Fiquei sabendo disso por meio de aulas de ingls e de Literatura Inglesa e Norte-Americana.
2) Sim, meus professores j comentaram algumas vezes sobre este assunto.
3.b) Sim, vrias vezes.
4.b) Desde que no seja exagerado, acredito que sim. Mas informao demais confunde o aluno. Vale a pena
dar apenas um relance de vez em quando.
5) No, eu acredito no aprendizado intuitivo e natural.
ENTREVISTA 26
PERFIL DO SUJEITO
1) 21
2) Campinas
3) Comecei meu aprendizado por volta dos 7 anos de idade, embora saiba que o processo de aprendizagem de
uma lngua seja constante e interminvel, senti que estava conseguindo entender a maioria das sentenas em
ingls por volta dos 13 anos.
4) Fui autodidata, pelo menos na maior parte do meu aprendizado. Sempre gostei muito de filmes (a maioria
estadunidenses ou britnicos) mas tinha dificuldade de acompanhar o ritmo das legendas, j que na poca eu
ainda era criana e tinha acabado de ser alfabetizado, ento decidi que iria aprender o idioma falado nos filmes
para que futuramente eu no precisasse mais das legendas. Comecei a prestar mais ateno e tentei
estabelecer uma relao entre o que era dito e o que a legenda exibia, o processo ficou mais fcil com o
surgimento do DVD, que possibilitava a seleo de legendas em ingls. Com o tempo, minha compreenso foi se
desenvolvendo e, antes que percebesse, j estava entendendo a maioria das frases que eu ouvia com bastante
facilidade, foi um processo bem natural. Paralelamente, eu utilizava o ingls que era dado na escola como base
para aprender gramtica, uma vez que isso no seria possvel s por meio dos filmes.
5) S tive professores de ingls na escola, a maioria utilizava a lngua materna em parte da aula, me lembro de
dois ou trs que utilizavam ingls durante toda a aula e se recusavam a falar portugus, mas no tive muitas
aulas com eles.
6) Cursando ltimo semestre do curso de graduao de Letras.
7) No, no h latim na grade do meu curso.
8) 2012
9) Onbyte - formao profissional, lecionei na MicroPRO qualificao profissional anteriormente, ambas so
escolas que tem como foco a formao profissional na rea da informtica (cursos como auxiliar administrativo
tecnolgico, analista em suporte tcnico, projetista CAD, designer grfico etc.) e oferecem tambm um curso de
ingls.
10) Na MicroPRO o mtodo fica mais por conta do instrutor, a nica exigncia que o material seja utilizado para
basear as aulas e que o cronograma seja seguido. A Onbyte oferece cursos interativos, ou seja, o aluno senta
em frente a um computador, segue as instrues passadas no monitor e faz os exerccios da apostila, as aulas
com o professor so apenas de conversao e a escola orienta os professores a evitar ao mximo o uso do
portugus e a procurar desenvolver no decorrer das aulas um curso de imerso.
81
11) Leciono ingls de forma geral, mas fao adaptaes dependendo da necessidade do aluno.
12) No.
QUESTIONRIO
1) Sabia que o latim tinha certa influncia no ingls, mas no tinha conhecimento de que essa influncia tomava
tais propores.
2) Sim, me lembro de um professor ter comentado algo sobre uma palavra ou outra, mas no me lembro de ter
visto nada em nenhum material didtico.
3.a) Sim, mas de forma superficial. Percebi que os alunos demonstram mais facilidade quando lidam com
palavras de origem latina, ento quando a influncia no to bvia, falar um pouco sobre a etimologia ajuda.
4.a) Sim, no apenas de acordo com a formalidade, mas tambm de acordo com o falante. Pessoas que tem
uma lngua latina como lngua materna apresentam uma tendncia maior a utilizar palavras de origem latina.
Quanto a dicotomia fala x escrita, naturalmente um texto escrito diferente de um texto verbal pelo simples fato
de podermos desenvolver as ideias com mais calma e antecedncia quando lidamos com a escrita. Some isso a
tendncia natural de buscar maior formalidade, ou evitar o coloquialismo, na escrita e percebemos uma ntida
diferena na seleo de palavras latinas.
ENTREVISTA 27
PERFIL DO SUJEITO
1) 23 anos
2) Amparo, So Paulo.
3) Iniciei minha aprendizagem a partir dos 11 anos
4) O pouco contato que tive com professores de lngua estrangeira foi na minha escola, ento, por curiosidade,
me tornei meio autodidata, mas no utilizava gramtica. Sempre tentava traduzir letras de msicas das bandas
que gostava quando adolescente e quando surgia alguma dvida eu perguntava aos meus professores da escola
(no caso, pblica) onde estudava.
5) Bom, meus professores sempre utilizaram o mesmo mtodo que uma escola pblica utiliza at hoje, ou seja, a
abordagem era focada puramente em lngua materna.
6) Curso de graduao
7) No
8) 2013
9) Atualmente leciono em uma unidade Wizard da minha cidade
10) A escola permite que eu fale portugus com os alunos, principalmente se ele for iniciante.
11) Leciono ingls geral
12) No falo outras lnguas latinas.
QUESTIONRIO
1) No. Fiquei sabendo ao ler esta pergunta.
2) No me lembro, creio que no foi mencionado isso durante minha formao.
3.b) Sim, palavras cognatas so exemplos dessa semelhana, mas no consigo me lembrar de nenhuma outra
no momento.
4.b) Creio que sim, devido justamente a tais semelhanas encontradas.
5) Sim, creio que seria interessante, pois acho que facilitaria o entendimento da lngua, j que costume
comparar a lngua que est sendo aprendida com a lngua nativa.
82
ENTREVISTA 28
PERFIL DO SUJEITO
1) 24
2) Campinas-SP
3) A partir dos 10 anos.
4) Escola de idiomas.
5) Focava na lngua estrangeira.
6) Terminei o curso aos 17 anos.
7) Somente nas aulas da PUC. Apesar de ter sido somente por um semestre e no ter aprofundado muito, achei
bem interessante.
8) Desde o comeo deste ano (2014).
9) Aulas particulares e duas escolas de idiomas.
10) Depende. Como tenho pouca experincia de aulas, ainda no encontrei uma tcnica melhor com os
iniciantes, portanto no exijo 100% de ingls. Mas com os intermedirios para cima, procuro exigir o mximo do
ingls.
11) Ingls geral e ingls para aviao.
12) Tenho espanhol intermedirio e sou iniciante em francs. Ingls sempre foi minha segunda lngua, portanto
as outras lnguas no chegaram depois. Porm o ingls ajudou um pouco no aprendizado de francs.
QUESTIONRIO
1) Eu tinha um conhecimento vago sobre isso. A porcentagem nova para mim.
2) No, acho que nunca ouvi sobre isso.
3.b) Sim, j notei. Essas palavras ajudam bastante no aprendizado.
4.b) Eu acredito que sim. Podem mostrar como as lnguas no so to diferentes e dar mais encorajamento. A
assimilao sua lngua, para alguns alunos, torna a aprendizagem mais fcil, principalmente para os alunos
mais velhos de idade.
5) Seria interessante. Pode dar mais certo para alguns alunos do que para outros. Para alunos mais jovens creio
que no to necessrio, mas caso tenham dificuldade, poderia ser bom para tentar.
83
ESTGIO 1
PEN
TABLE
LIGHT
ROOM
CARD
YES
THE
CITY
OR
BOY
TWO
FIVE
EIGHT
ELEVEN
FOURTEEN
SEVETEEN
TWENTY
UNDER
BLACK
BROWN
YELLOW
BEHIND
HIM
STAND
PUT
DO
THAT
SAY
IRREGULAR
LETTER
BEFORE
US
TEACHER
PLEASE
PENCIL
CHAIR
WALL
CEILING
BOX
LONG
LARGE
TOWN
MAN
GIRL
THREE
SIX
NINE
TWELVE
FIFTEEN
EIGHTEEN
ON
MISTER
GREEN
RED
GREY
ME
HER
SIT
OPEN
WHICH
CHART
THESE
CLOTHES
VOWEL
AFTER
THEM
HIGH
Totais:
76 de lnguas germnicas (anglo-saxo, nrdico, lombardo etc.)
21 do latim direto ou indireto
3 do grego
BOOK
WINDOW
FLOOR
DOOR
PICTURE
SHORT
SMALL
VILLAGE
WOMAN
ONE
FOUR
SEVEN
TEN
THIRTEEN
SIXTEEN
NINETEEN
IN
MASTER
WHITE
BLUE
FRONT
YOU
HOUSE
TAKE
CLOSE
THIS
PLURAL
THOSE
ALPHABET
CONSONANT
BETWEEN
PUPIL
LOW
84
ESTGIOS 7 e 8
DEVELOPMENT
COMFORT
A.D.
ABOUT
ABROAD
DIRECTOR
DISADVANTAGE
COMMERCE
DISCOVERY
COMPANY
BOOKSHOP
ARGUMENT
COWBOY
ASSOCIATION
PRONOUNS
EPHESUS
DEMAND
INDIVIDUAL
FEELINGS
LORD
INJURY
INN
GREED
HINDER
FORCE
FOREVER
MATERIAL
MATTER
MATTER
STUDY
TURNOUT
TYPE
WONDER
HARBOUR
BEHAVE
DIANA
BENEFIT
BILL
BIND
BIRTH
ACCEPT
ACCORDINGLY
ACCOUNT
DISCUSSION
DISH
CAVEMAN
ARMOUR
CHAT
BACKWARDS
BALANCE
ESSENTIAL
SOMEONE
INFORMAL
FESTIVAL
FEW
OFFICE
FOOL
MASS
KISS
HOBBY
FORM
HOME
LEATHER
TOE
WITHOUT
SWITCH
TAKE
BEHAVIOUR
COMIC
BIBLE
SPEECH
COMMANDS
COMMENCED
BLACKBOARD
BLOODY
COMPANION
ACCUSTOMED
ACT
DUST
DAMAGE
DANCED
CLEANER
CLIFF
BANKER
GREASE
FEMININE
GRANDMOTHER
DEAL
FIERCE
HIMALAYAS
KINGDOM
MASTERPIECE
KNOWLEDGE
HOLY
LACK
RESPECT
SURGEON
OFF
TYPED
TERRIBLE
Totais:
47,5 do latim direto ou indireto
45,5 de lnguas germnicas (anglo-saxo, nrdico, neerlands, flamengo, baixo-alemo etc.)
5 do grego
1 do francs
1 do snscrito