Desenvolvimento Pessoal

Dra. Eunice Maria Nascimento

Na vida de todos ns, em algum momento, o fogo

interior se apaga. Ento se acende novamente quando
encontramos outro ser humano. Deveramos estar gratos
a essas pessoas que reacendem o esprito interior.
Albert Schweitzer

Na era dos relacionamentos, o intercmbio pessoal fator relevante,

pois

envolve

ao

reao,

reforando

necessidade

de

um

autoconhecimento profundo, uma redescoberta de qualidades, revendo

potencialidades e limitaes.
Isso acontece com investimento constante na elevao da autoestima,
utilizando, assim, os atributos pessoais inerentes prpria estrutura pessoal,
sem perder de vista a relevncia do processo de desenvolvimento, que
constante, podendo galgar inmeras possibilidades, chegando a patamares
inesperados, bastando, para isso, acreditar e implementar sonhos em projetos
de vida.
No difcil pensar na cadeia de causas e efeitos a partir do momento
que o ser humano possua autoconscincia, autoaceitao das suas
potencialidades

limitaes.

Segundo

filsofo

Emanuel

Kant,

autoconhecimento o incio de toda a sabedoria.

A partir do momento em que existe essa autoconscincia, o indivduo
capaz de direcionar sua trajetria, suas necessidades, revendo suas
habilidades, comportamentos, atitudes e valores.

Processo de Autodesenvolvimento
Para se entender como funciona o processo de autodesenvolvimento e
quais so seus fatores, importante considerar que o processo de mudana
tem incio, mas no tem fim; ele dinmico e, ao mesmo tempo, contnuo,
considerado uma questo de sobrevivncia.
Ou se entra com tica e harmonia nessa dana, ficando atento ao ritmo
da msica e melodia, ou se fica estagnado. A viabilidade e a velocidade
dessa mudana dependero de fatores tais como: maturidade; sensibilidade e
capacidade de adaptao, alm de outros fatores essenciais nesse processo,
como:
O Conhecimento
O saber como base do desenvolvimento. Ressaltando-se que o saber
no tem limites, infinito, importante aceler-lo, mant-lo, retroaliment-lo, e
isso s possvel com interesse, curiosidade, esforo, vontade e ousadia para
aprender. A determinao para aprender mola propulsora, pois o
comprometimento e a busca da excelncia possibilitam a visualizao da
compreenso, mostrando a vida em uma dimenso mais ampla.
Pode-se aqui fazer uma reflexo importante: a grande maioria das
instituies de ensino do Brasil tenta ensinar s pessoas o que pensar, e no
como pensar. Ao contrrio do que disse Francis Bacon, citado por MAXWELL
(2003), o conhecimento em si mesmo no poder. O conhecimento tem valor
apenas nas mos de quem tem aptido para pensar direito. As pessoas devem
aprender como pensar bem para realizar seus sonhos e desenvolver seu
potencial.
A Habilidade
Com capacidade e reconhecimento e plena conscincia das habilidades
que possui, o indivduo sente-se seguro em seus propsitos, apto, capaz para

atender s expectativas, demonstrando interesse na busca de realizaes, de

objetivos a serem alcanados. E assim, possvel fazer acontecer, utilizando
as habilidades como fator essencial para o sucesso.
Os autores Schermerhorn Jr, Hunt, e Osborn (1998), em seu livro
Fundamentos de Comportamento Organizacional, esclarecem as diferenas
entre aptido e habilidade nos indivduos. A aptido representa a capacidade
de uma pessoa aprender alguma coisa, enquanto a habilidade reflete a
capacidade de uma pessoa em desempenhar vrias tarefas necessrias para
um dado cargo, ambas incluem conhecimento relevante e habilidades
especficas. Em outras palavras, aptides so habilidades potenciais, enquanto
habilidades so o conhecimento e as habilidades especficas que um indivduo
possui correntemente.
importante ressaltar que no fcil fazer acontecer. Significa sair de
uma zona de conforto, deixar o conhecido e, principalmente, fazer com que se
possam transformar as idias em aes passveis de serem colocadas em
prtica, aproveitando as habilidades existentes e buscando outras para serem
utilizadas.

No

entanto,

alguns

fatores

so

preponderantes

para

desenvolvimento pessoal, como a capacidade de:

Visualizar os detalhes almejados, como se o projeto j estivesse
realizado.
Imaginando os detalhes e o estado desejado. Essa imagem cristalina
algo que orientar naturalmente o ser humano no que deve ser feito. Aps o
primeiro passo, a natureza far com que os demais ocorram como se o mundo
conspirasse para que o sonho pudesse acontecer.
Maxwell (2003), considerado um dos maiores especialistas em
liderana, diz que, se deseja mudar o modo de pensar, o ser humano precisa
ser capaz de mudar seus sentimentos. Mudando-se os sentimentos, podem-se
mudar as aes e, mudando-se as aes com base no pensamento correto,
possvel mudar a vida.

James Allen, filsofo do esprito humano, citado por Maxwell (2003),

escreveu que bons pensamentos e boas aes nunca podem produzir maus
resultados, maus pensamentos e aes nunca podem produzir bons
resultados. Isso significa que do milho s nasce milho, das urtigas s nascem
urtigas. O autor ainda relata que os homens entendem essa lei no mundo
natural e lidam com ela; mas poucos a entendem no plano mental e moral
(embora ela opere tambm nesse plano de maneira to simples e inequvoca
quanto no outro), e, por isso, eles no cooperam.
preciso que todas as realizaes sejam concretizadas de corpo, alma
e principalmente compartilhadas. Vive-se num mundo muito veloz, para se ter
uma atuao efetiva na atual velocidade, no se pode abrir mo do
compartilhar e ter uma postura individualizada de fazer tudo sozinho.
comum a tendncia de considerar que os grandes cientistas, os
pensadores e principalmente o inovadores agem por conta prpria, mas o que
a prtica tem demonstrado que a inovao no ocorre no vcuo, e, sim,
resulta da colaborao Fazer o impossvel se tornar possvel somente
passvel de ser concretizado quando existe envolvimento integral, fazendo tudo
com boa vontade e prazer.
As probabilidades de dar certo aumentam tremendamente quando se
otimista e perseverante. Albert Einstein, relatava em suas conferncias que
muitas vezes por dia, percebia o quanto a sua prpria vida interior e exterior foi
construda sobre o trabalho dos seus semelhantes, vivos e mortos, e quanto
esforou-se para dar o retorno como agradecimento por tudo que recebeu e
que a vida lhe proporcionou. Se uma pessoa tiver idias e somar com as idias
dos outros, pode surpreender-se com resultados que nunca teve antes.
importante a concentrao nos pontos fortes
Ao invs de se deixar bloquear por eventuais pontos fracos, ancore-se
nos pontos fortes e importantes; se as pessoas pensarem com realismo,
compreendero que existe diferena entre as decises importantes e as que

so necessrias, tendo sempre em mente que, enquanto o pensamento no

estiver ligado a um propsito, no haver realizao inteligente.
O escritor, consultor e pensador De Bono (2000) observou com ironia
que Concluso o lugar em que voc se cansa de pensar. Infelizmente,
muitas pessoas estabelecem prioridades com base em seus pontos fracos. Se
existe um bom conhecimento nos pontos fortes, as tarefas se adaptam s suas
aptides e aos seus talentos inatos. importante fazer o que mais gosta e o
que faz melhor, no se esquecendo de focalizar as oportunidades que podero
lhe trazer melhor retorno.

Decolar e se aperfeioar em pleno vo

Planejar o suficiente. Evitar afogar-se em planejamentos que nunca
terminam ou planos que nunca saem do papel. Krames (2005), em seu livro O
estilo Jack Welch de Liderana, aborda que h diversas formas de construir
uma empresa, importante que as pessoas assumam responsabilidades e
possam adotar alguns procedimentos, tais como:
Apresentar suas prprias metas distendidas anuais;
Ficar atento aos resultados significativos;
Reforar a responsabilidade em relao a valores, comunicaes,
treinamentos e outros aspetos;
Bossidy e Charan (2002) relatam que Lderes que demonstram sua
incapacidade de executar no costumam ter uma segunda chance. A grande
questo atual : o mundo dos negcios no tem dado a devida ateno
execuo. A execuo a nova moeda capaz de distinguir os autnticos
lderes dos candidatos malsucedidos. Os autores argumentam que os lderes
s adquirem real credibilidade quando so capazes de criar uma cultura
genuna e orientada execuo.
Os autores relatam ainda que ter disciplina na execuo o mesmo que
fazer acontecer... mas com uma viso sistemtica abrangente, capaz de fazer

a integrao entre o objetivo da misso e as ferramentas, os critrios de

mensurao, as pessoas e os processos que fazem voc chegar l.
Resumindo, as organizaes que demonstram incapacidade de execuo
ficam para trs.
Criar condies favorveis
Procurar trabalhar as barreiras positivamente at que elas se
enfraqueam ou desapaream, ao invs de tentar atravess-las fora,
importante refletir se as atividades que esto sendo desenvolvidas no momento
so para sair da caixa de limitaes de modo a explorar idias e opes
para fazer importantes descobertas. essencial olhar para os lados, pensar
em situaes diferentes, pensar e pensar sobre elas. Essa uma frmula que
pode ser adotada por todos.
Evitar pensamentos negativos
No desperdiar energia principalmente se for negativa. Sobrevivncia
no significa apenas estar vivo, em movimento, continuando a respirar e, sim,
algo superior a isso, como um impulso em direo totalidade e ao profundo
desejo de alcan-la. Significa estar integrado, sem o sentimento e a sensao
de estar fragmentado ou limitado.
A auto-realizao, como originalmente descrita por Abraham Maslov
tem como base a criatividade, pela sensao de liberdade interior, pela
satisfao, energia positiva e espontaneidade; esse estado a direo natural
na evoluo do ser humano.
A rejeio, o desapontamento, a insegurana, a dvida so os
sentimentos mais perigosos para o ser humano, pois geram estresse,
desencadeando uma srie de conseqncias como atitudes autolimitantes de
autopiedade; no incio, eles podem ter a funo defensiva de proteger contra os
desapontamentos, no entanto devem ser temporrios, pois o seu efeito
devastador para o ser humano.

Chopra (1995) relata, em seu livro Energia Ilimitada, que pensamentos

como: Acho que nunca vou ser completamente feliz, mas, de qualquer modo,
quem realmente feliz?, Acho que nunca vou atingir minhas metas, mas elas
realmente no eram realistas; No sou o tipo de pessoa que pode realmente
ser bem-sucedida em alguma coisa.
Segundo o autor, o aspecto mais perigoso dessas atitudes negativas a
maneira como vm a se refletir na neuroqumica do corpo. Como a conexo
mente/corpo est sempre em funcionamento, o pensamento destrutivo acaba
por se traduzir em um estado fsico destrutivo como a fadiga crnica. De
acordo

com

Chopra

(1995),

inrcia

uma

sensao

fsica

de

desapontamento com relao vida.

Autoestima - Confiar em sua fora interior.
De todos os julgamentos que uma pessoa faz, nenhum to importante
quanto o que faz sobre ela mesma. Segundo Branden (1996), a autoestima
um requisito essencial para uma vida satisfatria, pois afeta crucialmente todos
os aspectos da existncia: a maneira como se age no trabalho, na vida afetiva,
enfim, nas relaes com os acontecimentos cotidianos so determinadas por
quem e pelo que se pensa que .
A autoestima composta por dois sentimentos: de competncia pessoal
e de valor pessoal. Em outras palavras, a soma da autoconfiana com o
autorespeito. Ela reflete a capacidade de lidar com os desafios da vida
(entender e dominar os problemas) e o direito de ser feliz (respeitar e defender
os prprios interesses e necessidades).
Segundo o autor, se algum entender isso, poder compreender o fato
de que para todos vantajoso cultivar a autoestima. No necessrio que as
pessoas se odeiem antes de aprender a amar-se mais; no preciso sentir-se
inferior para que se queira sentir mais confiante. Quanto maior a auto-estima,
mais bem equipada a pessoa estar para lidar com as adversidades da vida;
quanto mais flexveis, mais se resistir presso de sucumbir ao desespero ou
derrota.

Quanto maior a autoestima, maior a probabilidade de ser criativo no

trabalho, ou seja, maior a probabilidade de se obter sucesso. Quanto maior a
autoestima, mais ambiciosas as pessoas tendero a ser, no necessariamente
na carreira ou em assuntos financeiros, mas em termos das experincias que
esperam vivenciar de maneira emocional, criativa ou espiritual.
Ainda importante ressaltar que, se uma pessoa trabalhar a
autoestima, maiores sero as possibilidades de manter relaes saudveis, em
vez de destrutivas, pois, assim como o amor atrai o amor, a sade atrai a
sade, a vitalidade e a comunicabilidade atraem mais do que o vazio e o
oportunismo. Se a auto-estima estiver equilibrada, a pessoa estar inclinada a
tratar s outras pessoas com respeito, benevolncia e boa vontade, pois no
os ver como ameaa, no os sentir como estranhos e amedrontadores.
Chegar ao sucesso sem conquistar uma autoestima positiva ser
condenado a sentir-se um impostor que aguarda intranqilo ser desmascarado.
Uma das caractersticas mais significativas da autoestima saudvel que ela
o estado da pessoa que no est em guerra consigo mesma e com os outros.
A importncia da autoestima saudvel est no fato de que ela o fundamento
da capacidade de reagir ativa e positivamente s oportunidades da vida - no
trabalho, nas relaes afetivas e no lazer.
Fazer acontecer exige f. Principalmente em si mesmo. A partir do
momento em que o ser humano comea a buscar dentro de si, seu
autoconceito inevitavelmente fica menos dependente das opinies externas.
importante que o ser humano possa desenvolver a sua auto-referncia, que
significa situar a sua prpria e verdadeira identidade e propsito dentro dela
mesma.
Atitudes
A sabedoria popular diz que uma ao vale mais que mil palavras. As
aes so as manifestaes das atitudes. Saber agir, como agir, e o momento
de agir fundamental para a preservao da imagem pessoal. Um simples

gesto pode contribuir positiva ou negativamente para a imagem pessoal e

profissional.
tica
A tica est associada aos valores presentes na conduta profissional. O
profissional deve traar sua trajetria de sucesso e de vencedor, norteada no
compromisso, no comprometimento com os resultados, na responsabilidade
social, no resgate da dignidade humana, no desenvolvimento da competncia
tcnica e interpessoal.
A conduta deve moldar-se em valores slidos, e o indivduo deve saber
investir na valorizao da tica, das relaes de trabalho e tambm pessoal.
No se trata de padro moral, mas de respeito, estabelecimento de critrios de
justia, direito, zelo pelo sigilo e lealdade.
Pautar a vida profissional em princpios e valores um mandamento do
profissional, mas importante lembrar que no pode haver diferena entre os
valores defendidos e a forma pela a qual a pessoa realmente se comporta.
Carisma
As pessoas carismticas constituem maravilhosas excees neste
mundo ao mesmo tempo exaustivo e paradisaco. Enquanto os outros se
massacram, destroem-se, perturbam-se, a pessoa carismtica se movimenta
irradiando harmonia, transformando problemas em aprendizado, plantando
amor e fraternidade.
Identifica-se uma pessoa carismtica pela espiritualidade, serenidade e
f manifestas. Com sua humildade e sabedoria, atrai os demais, sendo
convincente, sensata e amistosa, alm de dar o prazer de usufruir a sua
companhia, ensinamentos, exemplo de respeito, justia e amor ao prximo.
Com ela se aprende a viver harmoniosamente com as incertezas e as
surpresas, encarando-as naturalmente como parte do processo da vida. As
pessoas carismticas conseguem respeito e credibilidade.

Empatia
Empatia a habilidade de perceber as reaes de outra pessoa,
conseguindo identificar o que o outro est sentindo, pensando para
compreend-lo. A empatia de grande importncia na comunicao, pois ela
facilita a compreenso correta da mensagem. Ao se colocar no lugar do outro,
podem-se perceber melhor suas necessidades e sentimentos. Ao faz-lo,
aumenta-se a probabilidade de atend-lo em maior plenitude, compreendendoo melhor.
Credibilidade
Est associada imagem. Como ser acreditado se as aes so
respaldadas na lei do menor esforo, na lei do tirar vantagem em tudo ou na
falta de tica? Para ter credibilidade, faz-se necessria a tica, a discrio, a
integridade, o profissionalismo, a honestidade, o conhecimento e uma boa
imagem.
Comunicao
Na era da informao, se o profissional no sabe se comunicar preciso
exercitar de imediato essa habilidade, pois a comunicao um dos fatores
fundamentais para quem deseja investir no seu prprio desenvolvimento. Todo
ser humano tem a capacidade de se comunicar, entretanto, a qualidade da
mensagem transmitida e o entendimento de seu contedo muitas vezes deixam
a desejar, comprometendo significativamente as relaes interpessoais e os
resultados organizacionais.
Em todos os momentos, esto se transmitindo ou recebendo mensagens
verbais ou no verbais. O processo de comunicao tem tambm uma
dimenso temporal, relaes presentes e futuras, que so estabelecidas em
funo das nossas interaes passadas e relacionamento no tempo.
Destaca-se outro atributo da comunicao: o processo intrnseco de
ajustamento, chamado feedback. Quando se fala com algum, espera-se

resposta. Ao receber essa realimentao, passa-se a ajustar o processo de

comunicao, tendo em vista a interpretao feita com o feedback recebido.
A transformao da mensagem pelo emissor - codificao, como a
transformao da mensagem pelo receptor - decodificao dependem do
domnio de um repertrio e cdigos em comum. importante ressaltar que
comunicao compartilhar significados, sistemas de classificao e
organizao dos dados, na emisso ou recepo de mensagens.
A comunicao se estabelece nos nveis intrapessoal e interpessoal. O
primeiro est associado s respostas aos estmulos que se verificam dentro de
cada um. O segundo se refere relao do indivduo com outras pessoas. ,
primeiramente, no nvel intrapessoal que o processo se realiza, pois, na relao
entre indivduos, os valores pessoais esto ativamente presentes.
Para uma comunicao efetiva e com qualidade, possvel seguir
algumas etapas, conforme abaixo:
O escutar o outro como ponto essencial:
Enquanto a outra pessoa est falando, no pensar no que vai responder;
A atitude de calma, tranqilidade e ateno;
Ficar atento tanto na comunicao verbal quanto na no verbal;
O silncio tambm uma forma de comunicao, importante evitar
comentrios, como forma de preencher o silncio;
Mesmo no concordando com o assunto, importante no interromper e
nem retificar o que o outro est dizendo.
A ateno e o respeito so bases essenciais no processo de
comunicao
importante no fazer julgamentos precipitados;
Valores,

crenas

pensamentos

so

diferentes

nas

relaes

interpessoais;
O espao para expressar idias, sentimentos, valores e atitudes deve
estar presente em todos os momentos;

 importante perceber a realidade da outra pessoa, a partir de

referenciais especficos; colocar-se no lugar da outra pessoa, inclusive
sem medo e preconceitos.
Fornea feedback
Os comentrios descritivos so os mais adequados e de fcil aceitao;
Focalize o feedback no comportamento e no na pessoa;
O feedback em observaes e fatos mais eficaz do que inferncias;
O feedback deve ser fornecido no comportamento "aqui e agora", e no
no comportamento abstrato.
O Ser Humano e seu processo de desenvolvimento
O processo de desenvolvimento pessoal necessrio em todas as etapas
da vida, a dificuldade est em o ser humano aceitar os desafios que se
apresentam, sendo este o primeiro e decisivo passo para tomar as decises
certas para as mudanas seja na vida pessoal ou profissional. Quando no se
aceita a realidade, est-se abrindo mo do direito de fazer as escolhas
importantes e necessrias.
Aceitar no quer dizer que possvel fazer as coisas voltarem a ser como
eram. Aceitar no significa estar feliz e contente com os acontecimentos.
Aceitar no aprovar o ocorrido. Aceitar significa ficar aberto s mudanas,
rever referenciais e formas de perceber e agir. Quando isso ocorre, sai-se do
papel de vtima das circunstncias para realizar com disposio as mudanas
necessrias.
importante entender que a perfeio no significa "obra acabada";
significa que a pessoa est passando pela experincia que tem de passar, e
que a vida presenteia com a oportunidade de decidir e agir, realizando as
aes que propcias. Tudo est perfeito significa voc aceitar totalmente a
experincia e, em cima disso, implementar as aes oportunas.
Aceitar a realidade como ela significa olhar para o futuro, para as
transformaes a serem concretizadas. S assim as pessoas, equipes e

organizaes se desenvolvem; a no aceitao significa ficar patinando na

busca de solues que, no mximo, iro resolver momentaneamente os
efeitos, mas no solucionar as causas.
No processo de desenvolvimento pessoal, importante entender-se que a
estrutura de personalidade do ser humano tem uma influncia decisiva nas
vrias etapas e, segundo os vrios estudiosos da rea de psicologia, como
Sigmund Freud, a personalidade constituda por trs grandes sistemas: o Id, o
Ego e o Superego.
Embora cada uma dessas partes da personalidade tenha suas prprias
funes, propriedades, componentes, princpios de operao, dinamismos e
mecanismos, elas interagem to estreitamente que difcil, seno impossvel,
desemaranhar seus efeitos e pesar sua relativa contribuio ao comportamento
humano. O comportamento quase sempre o produto de uma interao entre
esses trs sistemas; raramente um sistema opera com a excluso dos outros
dois.
Para entender um pouco mais, abordar-se-o essas instncias de forma
separada. O Id a parte original da personalidade, consiste em tudo que
herdado e se acha presente no nascimento, incluindo os instintos. Ele est em
estreito contato com os processos corporais dos quais deriva sua energia.
Freud chamava o Id de a verdadeira realidade psquica porque ele representa
o mundo interno da experincia subjetiva e no tem nenhum conhecimento da
realidade objetiva. o reservatrio da energia psquica e a fornece a para a
operao do Ego e Superego.

O Ego obedece ao princpio da realidade, evitando a descarga de tenso

at ser descoberto um objeto apropriado para a satisfao da necessidade. O
princpio da realidade suspende temporariamente o princpio do prazer, o ego
formula um plano para a satisfao da necessidade e depois o testa,
normalmente com um tipo de ao. O Ego o executivo da personalidade
porque controla o acesso ao, seleciona as caractersticas do ambiente s
quais ir responder. um mediador e integrador das demandas muitas vezes
conflitantes do Id e do Superego.

O Superego representa os valores tradicionais impostos pela sociedade,

repassados pelos pais e, muitas vezes, atrelados ao sistema de recompensas e
punies, funcionando como uma fora moral da personalidade. Sua principal
finalidade decidir se alguma atitude certa ou errada, tendo uma atuao de
acordo com os padres morais da sociedade.

As trs instncias no colidem entre si e nem tm propsitos opostos e, sim,

trabalham juntas, como se fossem integrantes de uma equipe, tendo como lder
o Ego; sendo assim, importante ressaltar que a personalidade funciona como
um todo e no como trs instncias separadas.
Segundo DAndrea (1987), a personalidade um tema complexo. Deve-se
considerar que no existem duas personalidades idnticas como no existem
duas pessoas idnticas, embora muitas pessoas possuam traos em comum. O
autor ainda aborda que a personalidade temporal, pertence a uma pessoa que
nasce, vive e morre e que, na sua temporalidade, no pode ser considerada
uma simples soma de funes vitais, mas uma integrao dinmica cuja
resultante se expressa pelo comportamento individual perante estmulos de
variada natureza.

O meio, as condies ambientais, sociais, culturais e afetivas, nos quais o

indivduo se desenvolve, somando-se aos dados adquiridos na interao
hereditariedade - meio, possibilitam o comportamento dele frente s demandas
futuras. Sendo assim, o planejamento do processo de desenvolvimento pessoal
deve, tambm, ser individualizado, levando-se em considerao a histria de
cada um.
A Personalidade como um papel social
Como se viu anteriormente, a personalidade ressalta o papel
constitudo pelos sentimentos, atitudes e comportamentos que a sociedade
espera do ocupante de uma posio na estrutura social. As pessoas tendem a
adaptar-se ao papel a elas designado.

 importante ter conscincia da estrutura do ser humano. Quando se

faz referncia ao processo de desenvolvimento pessoal, importante
ressaltar que uma pessoa desempenha muitos papis sociais, cada um a seu
tempo. Pode-se pensar no papel de criana, filho, estudante, profissional, pai,
amigo, namorado, lder, enfim, so inmeros os papis que se podem
assumir; a verdade que se est sempre desempenhando algum papel
social.
Para definir melhor esses papis, podem ressaltar-se os estudos de
Carl Gustav Jung, psiquiatra que, por sessenta anos, dedicou-se, com grande
energia e propsito, a analisar os processos vastos e profundos da
personalidade humana.
Na viso de Jung, que difere em alguns aspectos da teoria de Freud, a
personalidade, o comportamento humano condicionado no apenas pela
histria individual, mas tambm pelas metas e aspiraes, sendo que o
passado como a realidade e o futuro como potencialidade orientam o
comportamento presente.
Para

Jung,

preciso

olhar

para

frente,

para

linha

do

desenvolvimento futuro do ser humano e, tambm, em retrospectiva, levando

em considerao o passado. Segundo as palavras de Jung A pessoa vive
por metas, assim como por causas.
Segundo, os autores Hall, Lindzey, Campbell (1998), estrutura da
personalidade definida por Jung consiste em vrios sistemas diferenciados,
mais interatuantes. Os principais so: o Ego, o Inconsciente Pessoal e seus
Complexos, e o Inconsciente Coletivo com seus Arqutipos, a Anima, o
Animus e a Sombra. Existem ainda as Atitudes de Introverso e Extroverso,
as funes do pensamento, do sentimento, da sensao e da intuio, sendo
o Self, para Jung, o centro de toda a personalidade.
Para Jung, o Ego a mente consciente, na qual esto registradas as
percepes, as memrias, todos os pensamentos e todos os sentimentos
conscientes. O inconsciente pessoal consiste em experincias, que, em outro

momento, emanaram da conscincia, mas, no momento, esto esquecidas

por ns.
Outra instncia que Jung considera importante so os Complexos, um
agrupamento de sentimentos, pensamentos, percepes e memrias que
esto registradas e bem guardadas no inconsciente pessoal. Jung, em seus
estudos, relata que esse material reprimido pode se manifestar em qualquer
momento e assumir o controle da personalidade, ocasionando um grande
sofrimento ao ser humano.
O Inconsciente Coletivo o reservatrio de traos adquiridos, herdados
pelos nossos antepassados, sendo resduo evolutivo do desenvolvimento
humano.
O Arqutipo uma forma universal de pensamento que cria imagens e
vises de uma concepo pr-formada, pode-se utilizar como exemplo a me
herdada pelo beb que congruente com a me real com qual a criana
interage.
Um arqutipo pode ser comparado com um depsito mental
permanente de uma experincia que foi repetida constantemente por muitas
geraes. Existem muitos arqutipos no inconsciente coletivo, arqutipos de
poder, energia, morte, mgica de heri infantil, demnio, sbio, animal e
muitos outros.
Dentro das questes abordadas acima, esto alguns arqutipos que
evoluram como a Persona, a Anima, o Animus e a Sombra. importante
entender a palavra persona, de origem grega, significando mscara, ou seja,
caracteriza a maneira pela qual o indivduo vai se apresentar no palco da vida
em sociedade.
Portanto, no palco existencial, cada um ostenta sua persona; h,
porm, uma respeitvel distncia entre o papel do indivduo e aquilo que ele
realmente , ou entre aquilo que ele pensa ou pensam que e aquilo que ele
de fato. O propsito da mscara causar uma impresso definida nos

outros e, muitas vezes, embora no necessariamente, oculta a verdadeira

natureza da pessoa.
Jung nomeou o lado feminino da personalidade do homem e o lado
masculino da personalidade da mulher de Arqutipos. O arqutipo feminino
no homem chamado de anima, e o arqutipo masculino na mulher
chamado de animus; Eles fazem com que cada sexo possa manifestar
caractersticas do outro sexo, mas tambm agem como imagens coletivas que
motivam cada sexo a responder aos membros do outro sexo e a compreendlos.
O arqutipo da Sombra representa o lado animal da natureza humana;
responsvel pelo aparecimento, na conscincia, de pensamentos,
sentimentos e aes desagradveis e socialmente repreensveis, que podem
estar escondidos da viso pblica e reprimidos no inconsciente pessoal.
O Self o ponto central da personalidade, em torno de que os outros
sistemas esto constelados. Ele mantm esses sistemas unidos e d
personalidade unidade, equilbrio e estabilidade. O self a meta da vida, uma
meta que as pessoas buscam incessantemente, mas raramente alcanam,
motiva o comportamento humano e provoca uma busca de integralidade.
Jung ainda distinguiu duas importantes atitudes ou orientaes de
personalidade: a atitude de extroverso, orientada para o mundo externo, e a
atitude de introverso, orientando o individuo para o mundo interno. As duas
atitudes esto presentes na personalidade do ser humano, no entanto, uma
delas a dominante consciente e a outra subordinada e inconsciente.
Alm dessas duas disposies bsicas, reconhece ainda quatro
funes associadas a elas: funo pensamento, sentimento, sensao e
intuio. Dessa forma, o indivduo pode ser considerado do tipo introvertido,
pensativo ou sensitivo, extrovertido e assim por diante. Pela tipologia
psicolgica de Jung, so possveis oito tipos psicolgicos puros, mas,
normalmente, cada pessoa dispe de duas funes predominantes.

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