Wica - Livro Bruxaria

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NOTA DO EDITOR

Ao longo dos sculos, as bruxas tm sido vtimas da intolera ncia religiosa - ainda
hoje, a Bruxaria tem uma imerecida rep~itao negativa entre as pessoas mal
informadas.
Fste livro conta-lhe por que que a propaganda e a m interpretao acerca das
bruxas como adoradoras de Satans e do mal absolutamente falsa, esclarecendo-o
sobre as verdadeiras prticas e crenas dos que se dedicam benigna magia popular e
religio da bruxaria.
Ir conhecer a diferena entre magia cerimonial, magia popular e magia religiosa; a
Wicca como uma religio no organizada e sem objectivos de proselitismo; as
verdadeiras razes por que os Wiccans praticam a nudez e o sexo ritual; e o
significado da nica regra dos Wiccans: Se no prejudicas ningum, faz o que
quiseres.
A bruxaria assenta na venerao da Deusa e do Deus atravs da natureza - mas
espalharam-se muitas falsidades para desacreditar esta religio de individualistas e
afirmativa da vida. A Verdade Sobre a Bruxaria desfaz os mitos, de modo a poder
avaliar, por si, as crenas da bruxaria.
INTRODUO
As velas brilham. O fumo do incenso sobe em espiral. Figuras vestidas com uma
tnica entoam cnhcos~numa lngua h muito desaparecida e rodopiam em torno de
uma mesa rstica de madeira. Sobre ela esto imagens sagradas
- uma mulher robusta com uma meia-lua na testa e um homem com cornos, que
segura na mo uma lana erguida.
Todo o movimento pra. Uma mulher que est perto do altar diz:
Neste espao e ten~p<) sagrados
cliauza'iios agora os Velzos:
A Deusa da Lua, dos niares e dos rios;
O Deus do Sol radiante, dos vales e das flores tas:
Aproximem-se de ns durante este Circulo.
Isto Bruxaria.
A 180 km de distncia, uma rapariguinha de 15 anos coloca uma vela verde sobre
uma fotografia de Polaroid de uma amiga. No compartimento escuro acende a vela. De
olhos fechados, a rapariga visualiza o brao partido do namorado, rodeado de uma luz
roxa que se destina a cur-lo rapidamente.

1'Scott C~innin,~hani
Tambm isto Bruxaria.
Estes dois exemplos resumem a bruxaria. Trata-se de uma religio, conhecida

2
como Wicca, e tambm a prtica de magia popular.
A pessoa comum pensa, provavelmente, que bruxaria satanismo, orgias e
consumo de drogas. Crem erradamente que as bruxas praticam um misto de
adorao do Diabo, rituais deslavados, crueldade e sacrifcios humanos.
Existem, certamente, pessoas que fazem essas coisas
assassinos, psicopatas e outros frustrados pela relig;o em que nasceram. Mas essas
pessoas no so bruxos e no praticani bruxaria.
A Verdade sobre a Brzxaria analisa a magia popular e a moderna religio
Wiccan, temas desde h muito envoltos em secretismo Foram contadas as mentiras.
tempo de dizer a verdade.
POR ENCANTOS E FEITIOS
A magia popular nasceu na era das maravilhas. H dezenas de milhares de anos, a
natureza era uma fora misteriosa. Pontos de luz brilhavam l longe no cu. Foras
invisveis revolviam o cabelo emaranhado e levantavam tempestades de poeira. A
gua caa do cu. Foras poderosas, inconcebveis para os seres humanos, enviavam
lampejos de luz e destruiam rvores que transformavam em archotes. As mulheres,
miraculosamente, concebiam jovens. Tudo o que se movia acabava por morrer. O
sangue era sagrado. A comida era sagrada. A gua, a terra, plantas e animais, o vento
e tudo o que existia estava imbuido de fora.
A magia, tal como a religio e a cincia, brotava das aces dos primeiros seres
humanos que tentaram entender,
A Verdade Sobre a Bruxa ria
9
contactar e obter um certo controlo sobre essas foras. O ritual desenvolveu-se como
um meio de unio com a fonte dessa fora universal. Cestos, ritmo, simbolos, msica,
dana e a palavra falada eram usados no ritual para conduzir o conhecimento at essas
foras mais elevadas.
A magia popular desenvolveu-se lentamente a partir desses primrdios. Todos os
grupos, todas as tribos e civilizaes tinham as suas formas de ritual prprias. A magia
popular era diferente da religio estruturada e da ma~ia do estado - aquela era o reino
da magia pessoal, realizada por razes pessoais. Uma pessoa cobria uma ferida com a
folha de uma planta que apanhara com a mo esquerda para lhe aumentar as
propriedades curativas. O pescador esfregava os seus anzis de osso com flores para
atrair mais peixe. Os jovens apaixonados apanhavam seixos em forma de corao e
ofereciam-nos ao objecto do seu desejo.
Estes rituais simples continuaram a ser efectuados durante muitos milhares de anos,
especialmente em zonas isoladas. A certa altura, surgiu, no Prximo Oriente, uma
nova religio organizada, aps a morte de um profeta judeu, inflectiu a sua crescente
fora poltica e espalhou-se pela Europa. medida que pais aps pas se convertia,
muitos dos velhos hbitos da magia popular eram esquecidos. Outros eram alterados
de maneira a condizerem com a nova religio. A magia que no se conseguiu adaptar
de forma a condizer, minimamente, com a nova religio era praticada em segredo. Iam
longe os tempos em que os velhos encantos e feitios europeus faziam parte da vida
quotidiana.

3
lo

Scott CIIF7 nii7gIza'ii


OS FEITIOS NA FORCA

Em breve os lderes da nova religio, decididos a adquirir total controlo sobre todos
os aspectos da vida humana, procuraram classificar, como crimes de heresia a previso
do futuro, a cura psquica, o espiritualismo, a criao de amuletos de proteco e
talisms amorosos e tudo quanto no se adaptava ao credo religioso.
Atravs do mundo ocidental, a magia popular tornou-se uma vaga recordao,
enquanto cenas de assassnio em massa, em nome de Deus, se tornaram vulgares.
Pouco depois, a era da investigao cientfica comeou. Enquanto se esbatiam na
memria os horrores da caa s bruxas da Idade Mdia e Renascena, os seres
humanos comearam a investigar os caminhos da natureza. O magnetismo, a
medicina, a cirurgia, a matemtica e a astronomia eram codificadas e passavam do
reino da superstio e da magia para o da cincia.
Aproveitando este conhecimento, a Revoluo Industrial comeou em finais do
sculo xix. Os seres humanos tinham ganho algum controlo sobre a Terra e as suas
energias e, em breve, as mquinas substituiram a religio, sobrepondo-se magia
popular.
A partir de 1900, uma srie de guerras locais e mundiais destruram a maior parte
do que restava das antigas maneiras de viver de milhes de europeus e americanos.
Amagia popular, que fora outrora vital para os seres humanos, nunca conhecera piores
dias.
Mas no desaparecera completamente. Onde as mquinas e a tecnologia ainda no
tinham penetrado~ a magia popular continuava a existir. Atravs do Extremo, Prximo
e Mdio Oriente, na frica, na Polinsia e na Austrlia, na Amrica Central e do Sul,
nas zonas rurais da Amrica, tais como
L

1
A Verdade Sobre a Bruxa ria

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Ozarks, no Havai e at em certas partes da Europa a magia popular continuava viva.


Durante os anos 60, a magia popular ressurgiu. O movimento de juventude nos
Estados Unidos e na Gr-Bretanha revoltou-se contra os cdigos sociais rgidos e os ideias baseados no
Cristianismo. Alguns jovens aderiram ao Budismo Zen e a outros ensinamentos
orientais. Outros interessaram-se pelo pouco que podiam aprender sobre feitios,
talisms, magia da ervas, cartas de tarot e amuletos. Inmeros livros populares e artigos
de feitios e textos mgicos surgiram, revelando esse conhecimento, outrora pblico, a
uma nova gerao insatisfeita com uma vida puramente tecnolgica.
Livros de feitios e textos mgicos, da autoria de investigadores e praticantes dos
velhos costumes, eram comprados por pessoas cujos antepassados tinha dado origem ou
conservado esses vestgios de magia popular. Livros, tais como o de Raymond
Buckland, Practical Candlebiirning Rituals* e dzias de outras obras tiveram grande
xito. Dera-se um despertar da magia popular.
A OBRA DO DIABO
A supresso da magia popular continuou inabalvel durante os anos 60. Surgiram
livros que declaravam que este interesse renovado na magia popular (muitas vezes
referida como bruxaria) anunciava o fim do mundo. Os pregadores fundamentalistas nos
Estados Unidos queimaram. publicamente livros sobre o oculto e objectos mgicos.
Faziam
* Este livro est em preparao e ser publicado nesta editora. (N. do b.)

Scott C7nninglu?m
isto, segundo diziam, numa tentativa de destruir as obras do Diabo.
Porm, a influncia do Cristianismo na formao da opinio pblica estava a
enfraquecer. Embora muitos no-praticantes continuassem a encarar a magia como satnica, antinatural e perigosa,
pessoas de esprito aberto investigaram-na por si prprias e algumas tornaram-se
entusisticas praticantes.

5
Hoje, o ressurgimento iniciado em finais dos anos 60 produziu uma gerao de
indivduos esclarecidos. Muitos destes magos populares envolveram-se tambm em
telepatia, cura psquica, medicina natural, privao sensorial, conscincia cristalina,
dietas vegetarianas, meditao e ensinamentos asiticos. Isto deu origem ao
movimento Nova Era (New Age). Em resposta ao interesse constante pela magia
popular e pela espiritualidade no crist e o afastamento da sua hegemonia social, a
religio ortodoxa virou agora as armas da sua propaganda para esta vaga, predizendo
os ltimos dias do nosso planeta.
HOJE

am

A magia popular constitui o mago das tcnicas de magia antigas e modernas,


praticadas por indivduos para melhorar as suas vidas.
O que no quase to importante como o que . No obra do Diabo. No
satanismo. No implica sacrifcios humanos ou de animais. No falar com os
esprito~ ou submisso aos demnios. No escura, perigosa e malfica. A magia
popular no anticrist, anti-religiosa ou anti-qualquer coisa.
A Verdade Sobre a Bruxa ria
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as

oa,
1-

o
5
1,
A magia popular pr-vida, pr-cura e pr-amor. E um instrumento com que as pessoas podem
transformar as suas vidas. Quando os meios normais falham, quando todos os esforos foram
feitos sem resultado, muitos milhes de pessoas, hoje em dia, voltam-se para a magia popular.
E praticada por rapariguinhas de 12 anos e por homens e mulheres mais velhos. Profissionais,
operrios, advogados e vendedores, todo o tipo de gente faz feitios.
Pessoas de todas as raas efectuam velhos rituais. Alguns deles so culturais. Uma mexicana a
viver no sudoeste do Arizona (E. U. A.) capaz de esfregar os filhos com folhas de arruda e de
rosmaninho para ajudar a cur-los. Um crioulo capaz de parar numa loja e comprar uma vela
verde e incenso de pinho, para se preparar para um ritual que atrai a riqueza. Os havaianos
plantam sebes de ki (ti) em volta das casas para proteco mgica.
Para outros, sem grande ligao aos seus antepassados, existe uma gama interminvel de feitios
que esto venda para se usarem em magia pessoal.

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O FEITIO
No centro da magia popular est o feitio. Trata-se simplesmente de um ritual em
que os vrios instrumentos so propositadamente usados e a energia mudada para
se produzir o resultado desejado.
Os feitios so, geralmente, mal entendidos por no praticantes. No pensamento
popular, tudo quanto se precisa para fazer um feitio um feitio real, no daqueles
que encontramos em livros, um feitio transmitido por um anjo ao rei Salomo, um
feitio registado em alguns livros de trabalhos mitolgicos do sculo XVI, um feitio
de um poder

Scott Ci~izningha~n
no revelado. Algumas palavras, um pouco de lngua de lagarto e PUM! A magia l
est. Os seus sonhos mais ousados sero realizados. Se fosse um verdadeiro feitio.
Repito que isto a ideia de quem est de fora.
Na magia popular, os feitios - palavras, cnticos, gestos com instrumentos - so
apenas a forma exterior. A verdadeira magia, o movimento de energia, est dentro do
mago. No acorre qualquer poder demonaco em ajuda do que faz o feitio. Por sua vez,
o mago -efectuando correctamente um feitio genuno - aumenta a fora que contm.
As magias eficazes facilitam isto. Por isso, embora existam magias verdadeiras,
bem como muitas preparadas errada-mente, a magia actual no est nas palavras nem
nos instrumentos -, est dentro do mago popular. E~ quanto magia antiga, esto a ser
escritas todos os dias verdadeiras magias. As magias antigas no tm mais fora do
que as novas.
INSTRUMENTOS DA ACTIVIDADE
Embora o poder pessoal - o que existe no mago - seja a fora mais potente na magia
popular, os seus praticantes vo buscar livremente as magias e rituais a vrias culturas,
usando uma vasta gama de equipamento mgico. Estes instrumentos so usados para
emprestarem a sua prpria energia ao ritual, bem como para colocar o mago no devido
enquadramento mental para executar a magia.
Os instrumentos da magia popular so objectos que podem segurar-sena mo, mas
podem ser tambm mais subtis, foras no fsicas. Estes instrumentos (juntamente com
sugestes para efectuarem mais leituras sobre eles) incluem:
Cristal de quartzo e outros minerais, pedras preciosas e metais. Actualmente, existe
um grande interesse pela utilizao
A Verdade Sobre a Bruxa ria
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metafsica e mgica das pedras. Muita gente usa os cristais de quartzo para aumentar
a acuidade de conscincia, enquanto o lpis-lazli usado para aumentar a

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conscincia fsica. C~ystalPowerdeMichael G. Smith, Ti~e Women's BookofHealing
de Diane Stein e Cunninghanz's Encyclopedia of Crys tal, Gem and Metal Magic so
excelentes guias para a utilizao destes instrumentos.
Cores. Os efeitos mgicos da cor so espantosos. Os magos populares so capazes
de mudar a cor da roupa para mudarem de disposio. Por exemplo, a roupa azul
acalma ernoes exaltadas. Um exclente guia para a magia das cores o Practical
Color Magick de Raymond Buckland.
Ervas, razes, leos e essncias. Ptalas de rosa so espalhadas pela casa para
promover a paz e so colocadas perto de velas cor-de-rosa para trazerem amor vida
do mago. O Magical Herbalisni de Scott Cunningham e a Cunningham's
Encyclopedia ofMagical Herbs cobre este tema. Charnis, Spells and Formulas de
Ray T. Malbrough e The Magic Incense, Oils and Brews de Cuningham explora a
magia dos leos de plantas e incensos.
Velas coloridas e com formas. Tal como se refere no livro de Buckland,
anteriormente mencionado, Practical Candleburning Rituals, velas baratas podem
ser pontos focais de poder pessoal durante rituais de magia popular. So usadas cores
e formas especificas devido ao seu significado simblico e poderes efectivos.
Runas, imagens, simbolos, fotografias egestos. Amagia da forma antiga e estes
instrumentos so usados desde h muito. Earth Power de Scott Cunningham contm
informao tradicional sobre runas e imagens mgicas, assim como o Buckland's
Complete Book of Witchcraft.
Visualiza o criativa. A mente uma fora poderosa que o mago popular utiliza
durante as magias. The Llewellyn

Scott Ciiniiinghaiii
Practical Cuide to Creti tive Visualiza tiou de Melita Denning e Osborne Phillips
apresenta tcnicas especficas de visualizao. De facto, a maior parte dos
instrumentos mgicos so desnecessrios para os magos com a mente devidamente
treinada.
Alimentos e tcnicas de culinria. Os alimentos tm sido, desde h muito,
considerados sagrados e poderosos. Alguns magos populares escolhem, hoje em dia,
os alimentos que ingerem, tendo em mente objectivos mgicos tais como ingerir
chocolate para aumentar a riqueza pessoal. Ingerir alimentos especficos para
provocar alteraes mgicas uma velha forma de magia popular. O livro de Scott
Cunningham, Tlie Magic ofFood, aprofunda este tema.
Cnticos e poesia. As palavras e os cnticos ajudam a concentrar a ateno do
mago no objectivo da magia. Magia significava, inicial mente, um ritual feito com
palavras ditas. A poesia toca o subconsciente e traz poder ao mago popular. Oj
clssico Tize Cmnc~ Bookofwords de Valerie Worth, uma recolha de poemas
mgicos, revela a magia da poesia. Os cnticos esto tambm includos em Practical
Candleburning RituaL~ e na maior parte das obras de magia popular.
Muitas magias e rituais utilizam dois ou mais instrumentos bsicos. Por exemplo,
uma simples magia destinada a criar a paz inclui velas azuis, ametista, uma mocheia de p ta las de rosa e um cntico tranquilizador.
A magia popular, dado que est to ligada natureza, pode levar em conta os
seguintes fenmenos:

Mars, tempo e estaes. A mar alta o perodo mais


auspicioso para os que vivem perto do oceano fazerem a
magia. As tempestades elctricas enviam energia s magias,
e as estaes marcam o fluxo e o refluxo do Poder da Terra.
La rth Pozver de Scott Cunningham contm rituais que incluem
o tempo e as mares.
A Verdade Sobre a Br~ ixa rio

Fases da Lua. Muitos magos fazem magias positivas e benficas ou as que se


destinam a aumentar o amor, a riqueza e a felicidade, desde a Lua Cheia Lua Nova.
Para os rituais que implicam a destruio de velhos hbitos negativos ou perda de
peso, os feitios podem ser feitos durante o Quarto Crescente e desde a Lua Cheia
Lua Nova. Podemos encontrar muita informao tradicional referente Lua no Moon
Sign Book da Llewellyn.
A hora do dia. Alguns rituais efectuam-se melhor depois de escurecer, enquanto
outros se cr serem mais eficazes se forem programados para o nascer do Sol. Por
exemplo, algumas ervas so apanhadas ao nascer do Sol para possuirem a fora
mgica tanto da Lua, senhora da noite, como do Sol, o senhor do dia.
OS OBJECTIVOS DA MAGIA POPULAR
A magia popular usada muitas vezes para ajudar nos problemas da vida diria,
que incluem:
Prosperidade, dinheiro e emprego.
Paz, alegria, felicidade, amizades.
Amor, fidelidade e problemas de relacionamento.
Problemas da sexualidade.
Sade e cura.
Proteco.
Purificao e exorcismo.
Processos mentais.
Dominar hbitos negativos.
Antigamente, a magia popular era usada para aumentar a fertilidade, promover o
nascimento de uma criana e influenciar pessoas poderosas.

Scott Ciiiinhiglwm _
Magia popular, na minha utilizao do termo, inclui tambm adivinhao, leitura da
sina e outros sistemas para descobrir possveis tendncias futuras ou despertar o nosso
conhecimento fsico. Podem tambm utilizar instrumentos como cartas de Tarot,
folhas de ch e borras de caf e pontos e nmeros, o 1 Ching, chamas cintilantes,
pedras rnicas, gua, cristal de quartzo, berilo, objectos bruxuleantes ou claros e

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pontos e nmeros. As formas de adivinhao incluem ainda a observao de
acontecimentos casuais, os movimentos dos animais e dos pssaros e as nuvens e
fenmenos atmosfricos.
Do leque de instrumentos e fins rituais acima referidos,
a magia , obviamente, uma prtica extremamente complexa.
A sua prpria natureza torna-a pessoal. Devido a essas variaes locais e regionais, a
maior parte da magia popular
difcil de discutir na generalidade. Porm, apesar disso,
existem alguns princpios bsicos que guiam o mago.
A BASE RACIONAL DA MAGIA POPULAR
e Existe um poder no universo.
Esse poder a fora inexplicvel que preside s maravilhas com que os primeiros
seres humanos depararam. A Terra, o sistema solar, as estrelas, tudo quando visvel
um produto desse poder.
Esse poder est tambm dentro de todas as coisas. Est dentro dos seres humanos,
das plantas, das pedras, das cores, das formas e dos sons.
e Esse poder pode ser despertado e concentrado. O poder despertado e
transportado atravs da dana ritual ou de outros movimentos fsicos; atravs de sons
tais como a msica ou o canto; atravs da manipulao de diversos
A Verdade Sobre a Bri ixa ria
19
objectos; atravs da concentrao ou da visualizao mgica.

e Este poder pode ser programado com vibraes ou energias especficas


para dar um resultado especfico.
Este resultado o objectivo da magia. Pode ser para apressar uma cura, para
atrair dinheiro ou amor vida de algum. O poder programado atravs da
visualizao do mago ou dos instrumentos e padro ritual escolhidos.
e Esse poder pode ser mudado ou dirigido.
Esse poder que existe nos seres humanos pode ser transferido para outros seres
humanos e para locais e objectos e transferido tambm de objectos para seres
humanos.
transferido e dirigido atravs da visualizao e com a ufilizao de instrumentos tais como
imagens, varinhas mgicas, espadas, dedos apontados e concentrao.
e Este poder, depois de transferido, exerce efeito sobre o seu alvo.
Quando este poder chega ao seu destino, modifica o objecto, a pessoa ou o local. Realiza isto
devido s suas energias especficas. O mtodo pelo qual o poder muda de alvo determinado
durante o ritual ou deixado s circunstncias no momento da sua chegada.
Resumindo, trata-se da parte racional da magia popular. Muitos dos seus praticantes no esto
conscientes destas ideias. Outros tm, certamente, explicaes e ideias diferentes referentes
magia popular. Porm, de uma maneira geral, os nicos rituais e magias eficazes so aqueles to

10
elaborados que qualquer mago suficientemente envolvido e que os efectue devidamente
despertar energia, dar
-lhe- um objectivo (programa-a) e dirigi-la- para o seu destinatrio, afectando o alvo.

20

Scott CLiliflingila
MORALIDADE

Se os magos realizam magia eficaz, tm de se certificar di que este poder


usado devidamente. Por isso, existe 1 certa moralidade da magia. O facto de os
magos nao s~ guiarem por qualquer tipo de moralidade pode parecer sui
preendente, mas baseiam-se em princpios slidos. O pode que funciona na magia
popular apenas esse - o pode No positivo, nem negativo, nem bom, nem
mau. 5 a inteno e o objectivo do mago que trabalha com ela detei minam se
essa energia usada para fins teis ou maus.
Contrariamente crena popular, os magos popularc no fazem magias para
manipular, prejudicar, magoar matar outras pessoas. Geralmente, a magia popular
por razes positivas. No ser verdade que todos os que praticam usam a magia
popular de forma inofensiva. Ta como diz o ditado, todos os cozinheiros usam as
facas para cortar cebola, o que tambm no verdadeiro. I'orn esses poucos
praticantes de magia negativa (prejudi< esto a violar o princpio bsico da magia
popular:
prejudicar nenhum.
Esta premissa, a ideia que preside maior parte dos cdigos de conduta civis e
religiosos, universal. No prejudicar nenhum significa isso mesmo - ningum.
Nem a si prprio, nem aos seus inimigos, ningum. Prejudicar inclui causar dano
fsico, emocional, mental, espiritual e fsico. Nisto inclui-se a manipulao dos
outros, bem causar dano Terra e aos seus tesouros.
Aps suportarem durante sculos uma bem orquesti campanha de
desinformao conduzida pela igreja orga~L
nizada, muita gente ainda acredita que toda a magia
judici~. Isso natural, mas falso. Os chamados feitic
do mal existem, mas so raros. Porqu? Porque ou encon
e
a
e
r
5
A Verdade Sobre a Br~ixario
tram meios mais fceis de fazerem o seu trabalho sujo ou simplesmente no se mantm
muito tempo em actividade.

11
A magia no um atalho. A projeco de energia um dispndio da fora vital que
ela contm. Dar uma tareia no seu inimigo ou dormir com o seu ou a sua companheira
muito mais fcil do que efectuar magia destrutiva. As razes pelas quaisexiste esta
regra de no prejudicar nenhum so, resumindo, as seguintes:
Os magos respeitam a vida. Todas os seres vivos, incluindo humanos e animais, so
manifestaes do poder universal. Como tal, so respeitados e no prejudicados.
Os magos respeitam a Terra. Adorada nas religies, ao longo da histria do
mundo, a Terra respeitada como a manifestao mais intensa de energia ao nosso
alcance. E tambm fonte de um incrvel poder. Por isso, os magos caminham
suavemente sobre o nosso planeta.
Os magos respeitam o poder. Como fora ltima universal, o poder
inconcebvel. A energia que criou as galxias, o ADN, os seres humanos e bilies de
formas de plantas terrestres no algo que possa ser desafiado. ainda mais insensato
utilizar mal o poder. A maior parte dos magos nao temem o poder. Sensatamente,
respeitam-no.
O respeito por esta energia a base de toda a religio. E aquele a quem foi
chamado Deus, Jeov, Yemaia, Deusa, Isis e todos os outros conceitos humanos do
divino.
O uso errado do poder (por exemplo, despert-lo e dirigi-lo para fins destrutivos) estabelecer uma corrente negativa de energia. Depois de
esta ser iniciada, depois de o mago ter despertado a devastao metafsica, no h
retorno. A corrente est fechada. Ao programar a energia pessoal com negativismo, o
mago impregna dele o poder pessoal, ao libert-lo dentro de si. Em breve, ele vencer
o mago.

22

Scott Cinning1~rn
QUANDO TUDO O MAIS FALHA

A segunda maior regra da magia popular : usa a magia quando tudo o mais
falha.
Por isso, a energia no dirigida para abrir uma porta, lavar os pratos ou pr o
carro a trabalhar sem dar a volta chave. Ao nvel fsico, a magia popular usada,
geralmente, apenas como ltimo recurso ou em emergncias quando no h outros
meios disponveis. Porqu? O poder pessoal limitado. No podemos libertar
constantemente~grandes quantidades da nossa energia sem sofrermos efeitos
secundrios negativos. Se o mago desconhece os meios para recarregar a fora
pessoal recebendo energia da Terra, esta deficincia pode manifestar-se como
fraqueza geral, anemia e doena.
Por isso, embora no sendo um mau uso, fazer magia popular para problemas
facilmente resolveis (ou pior, para impressionar os seus pares) uma perda de
tempo e de energia. A magia popular existe para ajudar os humanos em inmeros
problemas da vida que no tm resposta por meios fsicos normais, mas a magia
popular no uma panacela.

12
RESULTA?
A magia popular tem sido praticada, como j vimos, ao longo de dezenas de
milhares de anos. Ainda hoje utilizada tanto por pessoas inteligentes como por
ignorantes. H quem diga que a sua continuao se deve necessidad desesperada
que os seus praticantes tm de acreditar que eficaz. Outros (os magos populares)
dizem que perdura porque funciona.
iam

a,

e,
o
s
5
A Verdade Sobre o Bruxa ria
23
Esta opinio pode ser discutida at ao infinito. Aqueles que usaram a magia
popular com evidentes resultados desejados no precisam de ser mais
convencidos. Aqueles que no a praticaram - ou o fizeram sem resultados - no
esto dispostos a admitir que pode ser eficaz.
A magia popular existe para os que quiserem pratic-la. A magia popular serve
a necessidade individual do ser humano de assumir o controlo da sua vida. Isto
no se faz atravs da manipulao da natureza, da dominaQ ou do comando.
Pelo contrrio, os magos trabalham com as foras da natureza e com a prpria
energia pessoal.
Esse aspecto da bruxaria denominado magia popular uma fora do povo, no
uma religio, uma poltica, uma autoridade ou grupos organizados. Foi isto que a
apoiou ao longo de milnios. Entre alguns dos seus praticantes, existe uma
continuidade de tradio e cultura, um elo de ligao com os antepassados h
muito desaparecidos, uma afirmao do valor cultural. Tambm isto uma razo
da sua sobrevivncia.
Sim, a magia popular resulta. Pergunte aos seus praticantes. Mas no tem o
monoplio da sabedoria - as tcnicas usadas na magia popular no so mais nem
menos eficazes do que as que so usadas na magia cerimonial ou na magia
baseada na religio. Os objectivos e os instrumentos da magia popular podem ser
diferentes, mas os resultados so os mesmos.

13
POPULAR CONTRA CERIMONIAL
A magia cerimonial (ritual) um sistema contemporneo construdo em torno da
antiga magia sumria, egpcia, indiana e semita, com influncias do pensamento
rabe e

24

Scott Cr~nni~

mais tarde do cristo. A Maonaria contribuiu tambm a actual estrutura da


magia cerimonial, tal como as des secretas que foram muito populares em
Inglaterra e toda a Europa nos finais de 1700.
Os instrumentos, estruturas rituais, terminolog objectivos da magia
cerimonial so habitualmente -nem sempre - centrados no objectivo da unio
com vino, com a perfeio e com a conscincia alargada, como geralmente
descrito, o conhecimento e a conv com o nosso anjo-da-guarda.
Generalizando (o que sempre um acto perigoso), cerimonial prende-se
com os objectivos da magia amor, cura, dinheiro, felicidade e alegria. Quando
ponde a estas necessidades atravs da magia cerimor um meio para um fim a obteno da unio acima cionada. Pelo contrrio, os magos populares
resolvem mas com os seus rituais e raramente olham mais para a'
Ao contrrio da magia popular, a magia cerimol geralmente de natureza
religiosa. Embora os seus segui possam no subscrever qualquer filosofia
religiosa ac esto certamente preocupados em contactar e tornars com a
divindade, como quer que ela seja visuali Devido a isso, vo buscar
emprestadas formas de divini e padres rituais s religies passadas e
presentes.
Alguns grupos cerimoniais americanos como The Dawn baseiam-se na
mitologia egpcia quando planei seus trabalhos de magia. Muitos dos rituais
usados ~ grupo dissidente desta loja de magia dos finais de princpios de
1900 foram publicados em The Golden Da~ Israel Regardie, talvez um dos
livros de magia de n influncia jamais publicados.
Os livros de trabalhos clssicos da Idade Mdia nascena incluem
invocaes a Jeov, Adonai, Deus

A Venlade Sobre a Bruxoria

25

tros seres judaico-cristos. No se trata de heresia ou de escrnio, mas o produto de


uma interpretao diferente dos mitos cristos. Isto est longe da magia popular, em
que o poder enviado sem invocao das divindades. Neste campo, a magia popular e
cerimonial tm pouco em comum.
Para mais informaes relativas magia cerimonial contempornea, consulte

14
Modeni Magick de Don Kraig; T!1e NewMagus de Donald Tyson, Mis te ria Magica de
Denning & Phillips e The Goldeu Dawn de Regardie.
MAGIA RELIGIOSA
A magia religiosa aquela que feita em nome ou com a ajuda das divindades. Tem
sido praticada pelos povos de todo o mundo, em todas as pocas da histria.
Nos primeiros tempos as divindades dos campos, das montanhas, da Primavera e
dos vales eram invocadas durante a magia. A Lua e o Sol eram considerados
divindades (ou representantes delas) e eram invocados durante os rituais de magia.
Esta era talvez a forma mais pura de magia ritual.
A orao , essencial mente, um ritual de magia. Quando um indivduo reza
fervorosamente, pedindo uma graa ou um novo carro ou um marido ou esposa
carinhosos, o devoto, sem saber, dirige a fora pessoal atravs da orao para a
divindade. O envolvimento emocional da pessoa na orao programa-a. Isto feito
partindo do princpio de que a divindade vai enviar energia para o lugar certo e dar
concretizao orao.
s vezes este poder divino invocado pela interveno de um padre ou de um
ministro e entra em certos objectos. Esta forma de magia religiosa inclui a criao e o
uso de medalhas religiosas abenoadas, crucifixos e folhas de palmeira

26

Seott CI(llniflght

usados por alguns catlicos para obterem favores especi tambm a base
racional da transubstanciao.
Um exemplo extremo de magia religiosa no ortodoxa que no efectuada
por padres ou outros membros da I~ a prtica comum medieval de roubar
hstias consagrac de igrejas catlicas para serem usadas em feitios amoros
rituais de cura e outros. Lstofi)ifeito por pessoas que tin esquecido a magia
pop~~lar, no por bruxas. As bruxas tinha siLa prpria magia. No se
tratava de uma imitao Catolicismo ou do Cristianismo. Pelo contrrio, era o
rec~ cimento do poder da religio e dos seus sacerdotes. Dep~~a de o
Cristianismo se ter instalado em toda a Europa, magos populares abriram
caminho para a magia rE Se isto era uma tentativa para salvarem o pescoo
resultado de uma verdadeira converso nova f, est sujeito a especulaes.
Houve tempos em que uma mulher que queria prer um talism de ervas
para proteger o seu filho colhia as enquanto cantava velhas palavras, pedindo
planta sa cri ficasse pelos humanos. Atava estas ervas comum--e pendurava
este talism ao pescoo do seu filho.
Depois de o Cristianismo ter assumido o poder, as eram arrancadas com
oraes a Jesus, a Deus ou Vii Maria. Os santos eram muitas vezes
invocados (pelo pelos catlicos). No pano pode ter sido pregada uma smbolo
da nova religio. Por fim o talism mgico> levado a uma igreja e benzido
por um padre. Isto mudana de muita magia popular para o reino da ~
religiosa.
Acender uma vela a uma divindade para graa outra forma de magia

religiosa como de q outro tipo, efectuada com splicas e invocaes a po


superiores, tal como a moderna magia Wiccan.
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15

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A Verdade Sobre a Bri ixa ria

27

A magia religiosa efectuada, naturalmente, por oficiantes das religies em


questo. Roma no ficar muito satisfeita por muitos mexicano-americanos usarem
medalhas que representam santos, para fins de magia. Mas usam-nas. Podemos
encontrar uma introduo magia mexicano-americana na obra de M. V. Devine Brujeria: A Study in Mexicaji-Americai' Folk
Magic. A complexidade da magia est patente neste invulgar livro.
A CONTINUAO
A magia popular no nem religiosa nem cerimonial. Vale por si como uma prtica
efectuada por pessoas que nao tm medo de aprofundar mais do que outras os
mistrios da natureza e que no esto dispostas a deixar que a vida as esmague quando
surgem os problemas.
Como um dos mais importantes componentes da bruxaria, a magia popular est
profundamente enraizada no nosso consciente. Mesmo os que no professam crenas
ocultas nem se interessam por magia podem pratic-la. A ideia de que usar gravatas
para dar sorte garante transaces comerciais bem sucedidas ainda est viva. O mesmo

16
acontece com a ideia de usar um certo vestido (blusa camisola, sapatos) durante um
encontro romntico, o que garantir que a mulher encontrar o par certo. Os amuletos
da sorte so at usados por pessoas bastante austeras. O pensamento positivo apenas
uma forma de magia popular mental. Muitos milhes de pessoas procuram a
adivinhao como resposta a questes sobre o futuro.
Os vestgios da antiga magia popular entrelaam-se na nossa vida de todos os
dias. Apagar velas de um bolo de aniversrio, formular um desejo quando se v uma
estrela

Seott (
cadente, deitar moedas para um poo, tocar com os co uns nos outros durante
um brinde e outros inmeros pe nos rituais ainda so praticados tal como
foram cria
A magia popular no morreu com as perseguies
campanhas religiosas e nem as guerras ou a
Industrial a suk)caram. Est viva ainda hoje, a ajudar que se ajudam.
WICCA
A magia popular - magia do povo apenas me daquilo que se designa por
bruxaria. A outra metade religio conhecida como Wicca. No se trata de
magia giosa, embora os seus praticantes estejam envolvidos magia. Tambm
no se trata de uma religio magica. uma religio que adere magia, a
acolhe e pratica, magia no o fucro da Wicca.
Dizem os praticantes da Wicca que a actual ocidental est desequilibrada.
A divindade habitualm~ denominada Deus, por oposio a Deusa. Deus Pai
u expresso comum. O conceito de salvadores mascum descende
directamente das divindades masculinas e difundido mesmo fora do
Cristianismo. Os ministros religio, tais como padres e pastores, so
geralmente homei embora isto esteja a mudar gradualmente, porque as muli
res exigem fazer ouvir a sua voz na rea da espiri tua As religies
contemporneas concentram muito a ateno na masculinidade.
Os Wiccans so diferentes. Encaram a natureza coi uma manifestao da
divindade. Por isso acham que ui divindade masculina adorada sem uma
divindade femir na , pelo menos, semicorrecto. Os dois sexos existem

fli

A Verdade Sobre a Bruxa rio

29

17

5.
o
.5
natureza. Se a natureza uma manifestao da divindade, ento a divindade tambm se
manifesta sob a forma masculina e feminina. Por isso a moderna Wicca centra-se na adorao da
Deusa e do Deus, como aspectos do poder universal. Ambos; no um ou o outro.
Um tal conceito no , certamente, novo. As religies antigas esto cheias de
divindades de ambos os sexos. Os credos que existem na maior parte do mundo
de hoje esto em sintonia com este conceito. Onde as antigas religies ainda
singram, intocadas pelos efeitos bem intencionados, mas culturalmente
destrutivos, dos missionrios, deusas e deuses ainda so adorados.
E assim Wicca uma religio construda sobre estas duas divindades gmeas, a
Deusa e o Deus. Cr-se que estas duas divindades so energias gmeas ou
manifestaes no fsicas do poder que foi discutido na seco Magia Popular
deste livro. Tal como os primeiros povos comearam a praticar magia popular,
tambm alguns comearam a sentir presenas ou entidades dentro dessa fora.
Esse foi o advento de toda a religio. Wicca est em harmonia com antigas
prticas e crenas religiosas. No se trata de um passo atrs, nem sequer de uma
bofetada no rosto do Cristianismo ou de qualquer outra religio contempornea
baseada no masculino. Wicca uma religio alternativa, que satisfaz os seus praticantes.
BRUXA
Vamos agora falar da palavra Bruxa, ridicularizada e mal usada. As bruxas ,dir-noso, so velhas feias que venderam a alma ao Diabo, que trabalham para destruir o
Cristianismo, matam os seus bebs e comem lagartos ao almoo. Pensa-se

30

Scott

tambm que as bruxas pertencem a uma igreja satn; organizada


Muitos que se agarram a esta ideia parecem crer que t pessoas existem. De onde
provm essa ideia? Fxactamen da mesma campanha religiosa que votou ao
extermnio prtica de magia popular. Quando uma religio decla guerra, f-lo de
maneira implacvel. Pense-se na actu situao no Mdio Oriente e Irlanda do
Norte. Embor nestes exemplos, esteja muito mais em jogo do que a relig ela o
cerne do conflito. Os dois lados, numa guerra rE giosa, acreditam que Deus est do

18
seu lado.
Muita gente acha que essas pessoas bizarras - o estere tipo da bruxa - existiram e
ainda existem. Podem existido mulheres que se encaixavam nesta bizarra imager da
bruxa. Pessoas loucas, que, sem terem mais nada q atacar, se voltaram contra a
religio convencional e a su prpria famlia. Atravs de um misto de fantasia e
tornaram-se as personagens que o Cristianismo inventara. Mas no eram bruxas.
Uma estrutura organizada, uma religio anticrist dedicada ao culto do Diabo, tal
como foi descrita pelos cristos passados e presentes, nunca existiu e ainda no
existe. Afinal, s um cristo que acredita no Diabo.
Os Wiccans tm as suas prprias crenas e rituais que nada tm a ver com o
Cristianismo. Por isso, os Wiccans no vendem a alma ao Diabo, nem esto a tentar
corromper o mundo.
As acusaes de que as bruxas (Wiccans) matam os seus ':
bebs so absurdas, visto que os Wiccans, tal como os magos populares, respeitani
a fora da vida. No matam bebs, nem outra coisa. Por isso, este conceito de
bruxa falso.
Alguns Wiccans no usam o termo bruxa para se defini ~ rem. Aps sculos de
conotaes negativas com este termo,
1

A Verdade Sobre a Bruxa ria

31

preferem Wiccan. Outros Wiccans autodenominam-se, orgulhosamente, bruxos, mesmo


em entrevistas na televiso e em capas de livros. Ainda mais confuso que muitos
praticantes de magia popular so bruxos autoconfessos que no tm filiao na Wicca.
1Abruxaria , na verdadeira acepo da palavra, a arte do bruxo. Esta arte pertence
magia popular. Alguns Wiccans alargam-na para lhe incluir rituais, os rituais religiosos
da Wicca; por isso, a bruxaria mgica e ritual. Os Wiccans podem autodenominar-se
bruxos, mas os magos populres raramente se classificam de Wiccans. Concluindo, os
Wiccans so os que praticam a religio de Wicca, quer se denominem ou no bruxos.
A RELIGIO DE WICCA
As religies so organizaes destinadas a venerar divindades. A maior parte dos
Wiccans veneram a Deusa e o Deus, mas h imensas diferenas nas crenas bsicas e
nas prticas de rituais dos Wiccans contemporneos.
A Deusa e o Deus so as foras primordiais masculina e feminina. So, de certo
modo, dois aspectos iguais mas opostos do poder universal. O ritual Wiccan venera os
dois. Esto geralmente ligados s estaes, ao Sol e Lua. Alguns mitos dos Wiccans
assemelham-se s histrias de antigas divindades gregas e sumrias.
Contidas no Deus e na Deusa esto todas as divindades que jamais existiram. A

19
Deusa a fora feminina, a Virgem, a Me e a Coroa. Ela toda mulher e toda
fertilidade. vista na Lua, nas guas, no amor e na vida. O Deus a fora masculina.
Ele o caador de cornos e o gro dos campos. visto no sol, no fogo, na paixo e na
vida.

32

Scott Cl<?-l~iflgh11~r

Os Wiccans desenvolvem, frequentemente, uma relao pessoal com a Deusa e o


Deus. No so divindades frias e distantes que existem algures no espao. So to
reais como a chuva, o vento e a Terra. Estas so as divindades veneradas pela Wicca
no Satans, o Diabo ou qualquer outro conceito ou entidade dos cristos.
INICIAO
No passado, Wicca era basicamente uma religio secreta
e de iniciao. Nesta Wicca tradicional, a maior parte dos:--:
praticantes eram membros de grupos de Wiccans que - -~ juntavam para estudar,
adorar e para a magia. Alguns grupos eram organizaes de formao com vri provenincias. Outros mantinham
a coeso de identida de grupo e raramente permitiam que novos membr -aderissem.
Isso ainda hoje verdade, mas existem agora muitos grupos no tradicionais. Alguns
no so de iniciao
outros fazem a sua auto-iniciao.
-Estes grupos esto geralmente limitados a 13 membros, mas podem ter menos. Este
nmero simblico em relao aos meses lunares. tambm, como se diz
frequentemente, o nmero mximo de pessoas capazes de entrarem facilmente no
espao ritual, o crculo mgico ou esfera criada antes de qualquer ritual Wiccan. A
maior parte dos grupos so liderados por uma sacerdotisa ou um sumo-sacerdote.
Estes so, geralmente, Wiccans, que aps anos de formao WiccanY e experincia
se submeteram a trs iniciaes distintas, lhes permitem liderar um grupo e ensinar a
Wicca outros.
Os rituais tradicionais de iniciao so, geralmente, expe-~ nncias dramticas. Se a
cerimnia for devidamente efectuada

ai

A Verdade Sobre a Broxa ria

33

a pessoa que se submete ao ritual fica completamente mudada e emerge com uma nova
identidade como membro da Arte, como a Wicca muitas vezes conhecida. Essas cerimnias

20
de iniciao so universais em grupos secretos ou de magia. Na Wicca, o ritual de iniciao
destina-se no sa apresentar a pessoa Deusa e ao Deus como um Wiccan, mas tambm a
aumentar o seu conhecimento de outros estados de conscincia e da realidade das energia
no fsicas. O candidato pode submeter-se a algum tipo de morte simblica (tal como ser
coberto com um espesso pano preto) para renascer como Wiccan. O iniciado pode receber
um nome Wiccan e os instrumentos mgicos. Por fim, o novo Wiccan apresentado Deusa
e ao Deus.
Embora muitas iniciaes Wiccans sejam secretas, muitas outras tm sido
tornadas pblicas e esto disposio para estudo. As palavras desses rituais so
apenas ecos da magia que est em aco durante a verdadeira iniciao.
TRADIES
As tradies Wiccan (ou de grupos soltos organizados) so variadas, embora a
maioria subscreva a filosofia Wiccan bsica. Algumas foram iniciadas ou
popularizadas por hoje j lendrias figuras Wiccan, do passado recente. Muitas delas
esto ligadas a uma cultura ou a um pas especfico. As tradies britnicas invocam
muitas vezes divindades anglo-saxnicas tais como Kerridwen, Kernunnos, Dadga,
Tara e muitas outras. As tradies greco-romanas podem invocar Diana, Pan, Fauno
e Demtrio. Os nomes que os Wiccans do s deusas e aos deuses no so
importantes; so apenas chaves para contactar e comungar com as divindades.
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A V,rd~d~ S~)bI<' a Bi-ttxana - 2

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34

Scott Cii>i~iingIian

Cada tradio possui o seu conjunto de rituais, leis e rit


mgicos, muitas vezes especficos apenas dessa tradio Esta informao est,
geralmente, no Book QfShadowS ILiz das So,iibras]. No passado, este livro - a
chave da tradio -era copiado mo por cada um dos iniciados depois de
admitido na assembleia dos bruxos. Ainda hoje isso 5 passa, mas muitos grupos
no tradicionais fotocopiam livro. Outros Wiccans, especialmente solitrios,
podem organizar o seu prprio livro.
Nas diferentes tradies Wiccan encontramos uma vasta gama de prticas rituais
e existe, muitas vezes, pouca concordncia sobre vrios aspectos da cerimnia. Por
exemplo, algumas tradies baseiam-se na adorao da Deusa e relegam o Deus
para o papel de consorte. Muitos rituais so praticados de tnica, mas outros
praticam-se na nudez ritual. Apesar destas diferenas, existem poucas lutas internas
entre os Wiccans. Geralmente, ningum acha que existe apenas uma forma Wiccan.

21
Em 1980 assistiu-se ao nascimento de formas no tradicionais de Wicca. Muitas
esto a abandonar o secretismo, rituais de iniciao e assembleias organizadas e
hierarquizadas. Os Wiccans efectuam mais auto-iniciaes do que as que recebem
de terceiros. As antigas formas de ritual esto a ser abandonadas dando lugar
espontaneidade. E muitos Wiccans optam hoje por praticar a sua religio sozinhos.
A WICCA SOLITRIA
Sempre houve Wiccans isolados ou solitrios. Trata-se, geralmente, de pessoas
que estavam insatisfeitas com as assembleias ou que no conseguiam contactar um
grupo secreto.
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35
dade Sobre a Br~xaria
At recentemente, os Wiccans solitrios que no tinham a iniciao praticavam a sua
religio o melhor que poim, indo buscar sugestes a livros e conferncias. Um dos
Fneiros livros de informao foi Witchcraftfroni Inside de
ond Buckland. Trata-se de um relato coerente sobre a ~nerian Wicca, uma das
mais importantes tradies ~icas. Nunca foi publicado abertamente um manual
instruo Wiccan e a maior parte das assembleias era elosa quanto a entregar os
seus rituais a no iniciaIsto foi no passado. Muitos autores Wiccan qualificad~~s, ~ordo com os ideais do
actual movimento no tradicional, creveram livros que continham um manancial de
inforao tradicional e contempornea. Alguns apresentam
~ais completos a instrues de formao.
Um destes o Buckland's Complete Book of Witchcraft. Escrito por Raymond Buckland,
uma das primeiras figuras pblicas de Wiccans dos Estados Unidos, um guia de aspectos
bsicos da religio Wiccan. O livro contm tambm muita da magia popular vulgarmente
efectuada pelos Wiccans.
Reconhecendo a necessidade de textos fiveis para Wiccans solitrios, Scott
Cunningham concluiu o livro chamado Wicca: A Guide for Solitary Practitioner. Este
livro contm o novo Livro das Sombras para uso do estudante interessado em aprender e
experimentar a Wicca e em estruturar uma tradio pessoal Wiccan.
A ESPIRITUALIDADE DAS MULHERES
Com o nascimento do verdadeiro movimento de libertao da mulher nos anos 60,
muitas mulheres sentiram-se desencantadas com a religio ortodoxa. Algumas descobri-

22
36

Scott C~~1111i17g

ram a Wicca e iniciaram outra forma no tradicional -Wicca feminista ou das


mulheres.
cabea deste grupo estava a publicao deZ. Budapes The Feuli'iist Book
ofLights a~id S!iadozvs, mais tarde reviste publicado como TJie Holy Book of
Womeii's Mysteries -VLlunle 1. Foi tambm publicado um segundo volume.
Em 1987 publicou-se TJie Womeii's SpirituaJist Book Diane Stein. Esta obra
assenta na espiritualidade da Deu e na Wicca feminina e contm tambm muita
informa( sobre magia.
Muitas mulheres consideram a Wicca uma religio ide~' porque reconhece e venera
a o aspecto feminino da divir dade. Algumas assembleias feministas envolveram-se
er poltica num esforo para garantir a igualdade da mulher sociedade. Muitas so
activas manifestantes nas carr nhas antinuclear.
Algumas assembleias feministas so s para m' e algumas nem sequer invocam o
Deus nos seus ri~ Trata-se do resultado de milhares de anos de religio oriet tada
para o homem. Embora estes grupos sejam tambi Wiccans, so to
desequilibrados, espiritualmente falan como as religies que s adoram uma
divindade masculina Outras assembleias apenas de mulheres reconhecem muitas
vezes, como um aspecto da deusa.
Porm, a maior parte dos Wiccans afirmam que a Deus e o Deus so metades
iguais, mas separadas de um todc essa fonte de fora indefinvel, universal,
omnipresente. em dia, na Wicca h lugar para todas as escolas de samento.
Embora a Wicca feminina fosse, outrora, considei como inovao e no tradicional
(ou seja, no vlida) Wiccans tradicionais, estabeleceu-se no seu prprio e agora
um movimento crescente e com influncia dent

A Verdade Sobre a Bri ixa ria

37

da Wicca. E certamente compensador para a mulher redescobrir a Deusa l dentro.


O ANO WICCAN
Todas as religies tm calendrios sagrados que contm vrios dias de fora ou
associados a determinada divindade. A maior parte dos Wiccans realizam rituais,
pelo menos 21 vezes por ano: 13 celebraes em Lua Cheia, geralmente dedicadas
Deusa, e oito saba ts, ou festivais do Sol. Alguns Wiccans renem-se com a sua
assembleia para estes rituais, enquanto outros os celebram sozinhos.
A Lua um antigo smbolo da Deusa. Inmeras religies veneram a Lua em rituais e
cerimnias. Os Wiccans contemporneos renem-se muitas vezes (se so membros
da assembleia) nas noites de Lua Cheia, todos os meses, para adorao e para
praticarem rituais de magia.
Os Sabats so sazonais. Esto ligados s velhas pocas europeias das sementeiras e

23
das colheitas, bem como a rituais de caa.
Essencialmente, o Sabat conta a histria do Deus e da Deusa. Sob a forma de festival
revelam uma lenda Wiccan sazonal e agrcola. Quatro deles esto relacionados com
os equincios e os solstcios.
Resumindo, aqui temos os oito Sabats da Wicca e alguns dos reconhecidos
simbolismos gerais de cada um. Os nomes dos diversos festivais diferem de tradio
para tradio; os que aqui utilizamos so os mais vulgarmente usados nos grupos
Wiccan sediados na Europa.

38

Scott Ci<nrin~
DO SAMHAIN AO MABON

Muitos Wiccans comeam o seu ano como Samhan (31 Outubro). Nessa noite
veneram os amigos e os entes que dos que passaram para a outra vida. Como os
Wicc aceitam a doutrina da reencarnao, no uma festivida< totalmente triste.
Muitos Wiccans celebram tambm nes noite a morte simblica do Deus de Cornos.
O Samhain esi ligado chegada do Inverno e a velhos rituais de caa.
Yule (por volta de 21 de Dezembro; a data varia de para ano) comemora o
renascimento do Deus por~meio -Deusa. a vida no meio da aparente morte do
Inverno. trata de uma imitao do Natal cristo. O solstcio do Invern< uma
antiga festividade pag que os primeiros cristo:
adoptaram como data simblica do nascimento de Jesus. Imbolc (1 ou 2 de
Fevereiro) a poca em que a Deusa
recuperou, simbolicamente, do nascimento do Deus. E urr festividade de
purificao e de fertilidade.
Os tara (cerca de 21 de Maro), o solstcio da Primavera, -. marca o primeiro dia da
verdadeira Primavera. uma poca do despertar da Terra (a Deusa) enquanto o Sol
(o Deus) aumenta em fora e calor.
A 30 de Abril celebra-se o Beltane. Nesta festividade o jovem Deus entra na
aventura da idade adulta. Ele e a Deusa (sua me/amante) unem-se e produzem a
fertilidade da natureza. No um incesto, o simbolismo da natureza. Segundo o
conceito Wiccan, o Deus e a Deusa so um s, unidos. So reflexos duplos da fora
que preside ao universo.
Midsummer (cerca de 21 de Junho) o momento em que as foras da natureza
esto no auge. Os Wiccans juntam-se para festejar e para praticar a magia.
Lughnasadh (1 de Agosto) o incio das colheitas. O Deus enfraquece quando os
primeiros cereais e frutos so corta-

'ai

24
le
1-Is
e
a

o
39

dos. O Lughnasadh celebrado como um ritual de agradecimento.


Mabou (cerca de 21 de Setembro) a segunda colheita. O Deus prepara-se para deixar atrs
de si a vida quando se reunem os ltimos frutos para alimentar toda a gente. O calor diminui de
dia para dia.
O Samhain segue-se ao Mabon, e completa-se o ciclo de rituais.
INSTRUMENTOS DO RITUAL WICCAN
e
A religio venerao da divindade. Nesta venerao so usados vrios
instrumentos, simbolos e rituais. Alguns destes so usados com fins mgicos.
A Wicca, como uma religio centrada na Deusa e no Deus, usa instrumentos,
simbolos e estruturas ritualistas nicas. A maior parte destes no se encontram
noutra religio contempornea. A maior parte dos instrumentos Wiccan so
usados por todas as tradies, mas a informao que se segue uma
generalizao, extraida de uma srie de tradies Wiccan. Existem muitas
diferenas de grupo para grupo. No existe universalidade nos rituais Wiccan.
No centro das cerimnias Wiccan est o altar. Este pode ser uma mesa, uma
rocha, um toco de rvore, um espao livre no cho. No altar so colocados
diversos instrumentos. Estes podem ser:
Imagens da Deusa e do Deus. Estas vo desde figuras talhadas em madeira
at representaes abstractas tais como pedras redondas, bolotas ou outros
simbolos naturais. Algns Wiccans usam. duas velas para representar as
divindades. De qualquer modo, as imagens no so vistas como receptculos
da Deusa e do Deus; so apenas simbolos.
A Verdade Sobre a Bruxa ria

40

Scott Ciiininglw?n

O atJianie ou faca ritual. Trata-se de uma faca de cabo preto que no usada para o
sacrifcio. Alis, a maior parte -~ dos Wiccans nunca usam o athame para cortar.

25
Trata-se de um instrumento usado para dirigir a fora do corpo para o mundo
exterior. Em algumas tradies Wiccan, o atJiame o smbolo do Deus. Em vez dele
pode usar-se uma espada.
A varinha de condo muito parecida com a que usada pelos antigos mgicos.
, muitas vezes, de madeira e pode ter simbolos gravados ou ser guarnecida com
pedras. Algumas so de prata. A varinha mgica um instrumento de invocao, de
convite presena das divindades durante o ritual.
O caldeiro um enorme recipiente de metal, geralmente de ferro. E considerado
o smbolo da Deusa. Dentro dele pode fazer-se uma fogueira, ou pode encher-se o
caldeiro com gua e flores. Apesar das ideias erradas sobre isso, raramente se fazem
poes no caldeirao.
O pentculo uma chapa de metal, barro, madeira ou outra substncia natural. Nele
esto gravados diversos sim- -bolos. Um deles o pentagrama, a estrela de cinco
pontas usada na antiga magia. (Ao contrrio do que evangelistas e cristos radicais
tm proclamado, o pentagrama no um smbolo satnico.) O pentculo usado, por
vezes, como base onde so colocados outros instrumentos ou objectos, enquanto so
carregados de energia durante o ritual.
A taa, ou clice, outro smbolo da Deusa. Pode conter vinho ou gua que so
ritualmente bebidos.
O turbulo um queimador de incenso. Tal como nas
antigas religies, os Wiccans queimam incenso durante o E':>ritual em honra das
divindades.
Tigelas. de sal e gua esto frequentemente nos altares Wiccans. Juntas, estas
duas substncias formam um lquido purificador que pode ser espargido volta da
zona do ritual.

A Verdade Sobre a Brixa ria

41

Cordas de vrios materiais naturais podem estar presentes no altar. Embora o


simbolismo das cordas varie, significa geralmente o mundo material e a manifestao.
Simbolizam tambm o elo dos membros com a assembleia e entre as divindades e os
Wiccans.
A vassoura usada, por vezes, como instrumento de purificao, para varrer
ritualmente a zona antes do trabalho. Depois, pode ser encostada ao altar.
Outros objectos que se encontram, por vezes, no altar incluem a bola de cristal de
quartzo, smbolo da De~sa e usada para despertar poderes psquicos;floresftescas ou
phin tas, representando a prodigalidade da natureza; campainhas e outr<s
instrunientos mlisicaL~, que so usados para a msica sagrada; espelhos ou outras
superfcies reflectoras que so simbolos da Deusa e outros instrumentos.
A maior parte destes instrumentos usada no ritual para vrios fins, entre os quais:
Para criar a zona de adorao. Como os Wiccans, raramente, tm edifcios
prprios apenas para os trabalhos rituais, o espao sagrado criado em cada ritual. O
atharne e, por vezes, a varinha de condo so usados para esse fim. Tambm o sal e a

26
gua, tal como a vassoura, podem ser usados para purificar a zona. O turibulo tambm
se utiliza, neste caso, porque cria o ambiente adequado por meio do aroma.
Para invocar a presena da Deusa e do Deus durante o ntnal. A varinha de
condo o primeiro instrumento a ser usado neste caso.
Para servir de ponto de concentrao para se obter poder durante a magia. Pode
ser a bola de cristal de quartzo ou um objecto colocado em cima do pentculo. Alguns
grupos utilizam o caldeiro.
Para dirigir a energia para o seu destino. O athame o instrumento mais usado
para direccionar a energia.

42

Scott Ciini~ig11aiii

Alguns Wiccans no permitem que outras pessoas peguem nos seus instrumentos.
So sagrados, visto que foram postos de parte para fins rituais. Podem estar
guardados e s ser retirados para a utilizao especfica. Outros usam constantemente os seus instrumentos, porque acreditam que quanto mais trabalham com
eles (mesmo em actividades no rituais), mais eficazes sero nas suas mos e com a
sua energia.
RITUAIS WICCAN
1Os rituais da Wicca so variados. Certas tradies Wiccan tm padres rituais
prprios para cada ocasio. E alguns grupos (ou indivduos) efectuam rituais
espontneos, cantando, movendo-se ou falando conforme se sentem impe- -~
lidos a faz-lo.
Na maior parte dos rituais Wiccan encontramos componentes rituais bsicos.
Existem muitas variaes; isto sao -. - -apenas generalizaes. A maior parte dos
trabalhos comea com a criao do espao sagrado. A este chama-se, frequente
mente, o crculo mgico, o crculo de poder ou a esfera de poder. Basicamente,
trata-se da criao de uma esfera energia que rodeia a rea do ritual. Esta esfera
criada deslocando o poder pessoal do corpo, dirigindo-o atravs do athame e
depois, atravs da visualizao, dar-lhe forma numa espera de energia brilhante
que abrange a rea do ritual. Metade desta esfera est acima do solo, e outra
metade abaixo. O local onde esta grande esfera de energia cortada pelo solo (ou
cho) marca o crculo mgico, da o seu nome.
O crculo considerado o lugar mais adequado para-hor a Deusa e o Deus.
Durante a magia, ele contm e coi energia at ser libertada em direco ao seu
alvo.
Depois de formada esta esfera, o ritual inicia-se.
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27

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A Verdade Sobre a Br,ixaria
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43
OS QUATRO QUARTOS
Directamente, aps terem formado o crculo mgico, muitos Wiccans fazem
invocaes dos quatro quartos, ou seja, as quatro direces. Durante o ritual para
fins protectores ou para emprestarem as suas energias especiais, podem invocar-se
Torres de Vigia, Reis ou Rainhas dos Elementos. Em alguns grupos estas quatro
invocaes podem ser feitas por quatro indivduos, enquanto noutros apenas o
sumo-sacerdote ou a sacerdotiza podem faz-lo.
A seguir ou algum tempo antes disto, a Deusa e o Deus so invocados para
assistirem aos rituais. Conio so invocados fica ao critrio do grupo ou dos

28
indivduos envolvidos. A maior parte baseia-se em palavras, outros podem cantar,
tocar ou danar. A forma no importante. O que importante que as invocaes
tenham xito.
Alguns Wiccans vem a Deusa e o Deus que descem para estarem presentes nos
rituais. Outros crem que eles residem na Terra e de l os chamam. Mais
vulgarmente crem que a Deusa e o Deus residem dentro de si, e a invocao
apenas um instrumento que os Wiccans usam para que se apercebam novamente da
sua presena.
Uma vez invocados, comeam os verdadeiros trabalhos. Se esta reunio for um
Sabat, efectuado, geralmente, um ritual sazonal. Este pode incluir passagens
faladas, representaes de mitos e dramatizaes das caractersticas da estao, tal
como espalhar folhas de Outono ou dispor flores primaveris volta do crculo
mgico ou sobre o altar.
Se o ritual for um Esbat, dita, cantada ou entoada uma invocao da Deusa no
Seu aspecto lunar e depois comeam os trabalhos de magia.
Nos Sabats, o ritos sazonais precedem a magia, se que so sequer efectuados.
A seguir, alguns Wiccans praticam

r
44

Scott Cimningila

vrias formas de adivinhao. O Samhain um Sabat E que se faz isso.


Segue-se uma simples refeio ritual, que consiste geral mente em vinho, cerveja
ou sumo de fruta e bolos em form( de Quarto Crescente. Longe de encenar a
comunho crist, os Wiccans seguem as formas dos rituais gregos e do Mdio
Oriente em que essas refeies - incluindo os bolos em Quarto Crescente - eram
apreciadas. Quando uma assembleia se rene para o Sabat, muitas vezes h um
banquete, com os pratos que os membros trazem.
Depois da refeio, a esfera mgica quebra-se ou abre-se. E o dispersar
cerimonial do poder que a criou. O ritual est feito. Acabou-se. No h pactos com
o Diabo, no h orgias, nem sacrifcios ou pactos escuros com os demnios.
DE TNICA OU NAO?
Uma das questes mais importantes por que os Wiccans tm sido atacados pela
prtica da nudez ritual. Muitos Wiccans praticam a nudez durante o ritual. a
anttese do fato de ver a Deus, uma forma de se descartarem de elaborados
paramentos rituais usados, frequentemente, por outras religies.
Mas muitos outros Wiccans, talvez a maioria, usam tnicas durante os rituais.
Alguns entram at no crculo com as roupas da rua.
Quem est de fora aponta a nudez ritual dos Wiccans e escarnece: Vem? Esto
nus. Isso prova que fazem orgias!
Bom...

29
Muitos mdicos, advogados, empresrios e membros de religies ortodoxas so
nudistas, mas poucos os acusam de

45
se entregarem adorao do Diabo ou a orgias. A falsa convico de que a
nudez social leva inevitavelmente ao sexo o resultado de dois mil anos de
puritanismo, incentivado por uma nova religio decidida a apagar todos os traos
de paganismo.
Qualquer pessoa racional e equilibrada que tenha visitado uma praia de nudistas,
um local onde a roupa opcional ou um campo de nudistas se apercebe que
depressa a nudez deixa de ser novidade. Quando as pessoas esto nuas por outras
razes que no o sexo, o factor de excitao dsaparece rapidamente.
Alguns Wiccans dizem que, no passado, todos os seus rituais eram celebrados
sem roupa. Isso no verdade. Embora a nudez ritual tenha uma longa histria em
certas partes da Europa, ndia, Polinsia, entre alguns grupos americanos e at em
ritos de plantao nas montanhas de Ozark, a maior parte da Europa era demasiado
fria para essas prticas.
Alguns Wiccans efectuam rituais nus porque acham isso natural. Outros no se
despem porque preferem no faz-lo.
Como tem sido frequentemente referido, a Wicca uma religio de individualismo.
SEXO E BRUXARIA
Qualquer referncia palavra bruxaria traz, em geral, mente orgias. Os
estranhos pensam que o sexo e a bruxaria esto intimamente ligados.
Isso no verdade.
Alguns Wiccans utilizam sexo nos rituais. Isso pode acontecer em cerimnias de
iniciao de terceiro grau, que so raras e s concedidas aps anos de estudo e
prtica. O
A Verdade Sobre a Brixa ria

46

Scott Ci'nninglzam

sexo usado pelas sua~ propriedades msticas e mgicas e de alterar o estado de


conscincia da pessoa que est a ser iniciada.
Porm, esses rituais s so efectuados em privado entre dois adultos responsveis,
nunca frente de outros Wiccans ou de outra pessoa. As orgias das assembleias no
existem. Wicca no um clube de sexo; os Sabats e os Esbats no so pretextos para
sexo.

30
Os Wiccans que utilizam o sexo ritual, e so, de longe, uma minoria, no apresentam
desculpas por faz-lo. Encaram a Wicca como uma religio da fertilidade e por isso
consideram o sexo uma componente natural dos seus rituais. Sculos de represso
sexual crist so responsveis, segundo dizem, pelo horror geral aos rituais de sexo e ao
sexo sob muitas outras formas.
A nossa moral -nos imposta pela sociedade em que vivemos. Anossa sociedade
dominada pela ideia de que o sexo s deve ser praticado pelos casais casados e apenas
para fins de procriao. Por isso, o sexo por qualquer outra razo considerado
pecaminoso, mesmo para os casais casados. Isto, combinado com a religio na mente do
pblico, torna-se um pavor.
Mas existem elementos sexuais em quase todas as religies, at na crist. A maior
parte dos aspectos sexuais do Cristianismo foram esquecidos, cobertos por tradues
confusas ou convenientemente deixadas fora da verso autorizada da Biblia. Mas
esto l.
Alguns Wiccans utilizam o sexo como uma experincia alegre e que desperta energia
durante o ritual. Mas fazem-no a ss com o parceiro. Wicca no uma religio de sexo e muitos Wiccans no
incLuem sexo nos seus rituais.
O que realmente o sexo? E uma unio com o prprio, com outro indivduo, com a
espcie humana no seu todo e

A Verdade Sobre a Bruxaria

47

com a divindade ou divindades que nos criaram. Quando encarados com um esprito
aberto, despidos da moralidade artificial, os rituais sexuais so, na verdade, religiosos
e sagrados no sentido pr-cristo dos termos.
Os Wiccans no acreditam que os prazeres e as maravilhas do sexo sejam
antinaturais ou maus. O Deus e a Deusa no criaram a sexualidade como um teste
bondade dos seres humanos. Encaram-no como uma parte alegre da vida e por isso
alguns Wiccans o celebram em ritual.
A Wicca uma religio nica, com grande varie~ade. O facto de o sexo desempenhar
um papel em algumas assembleias e tradies de Wiccans no significa que todos os
Wiccans lhe atribuam a mesma - ou alguma - importncia ritual.
Os que o fazem consideram-no um acto de amor, de fora e de espiritualidade.
MAGIA WICCAN
Ento os Wiccans adoram a Deusa e o Deus, tm instrumentos prprios da sua
religio, praticam ritos sazonais e
lunares e praticam magia. Tal como os magos populares, os
Wiccans foram treinados para manipular a energia pessoal.
A magia Wiccan segue o mesmo conjunto de raciocnios que
a magia popular, mas as tcnicas podem ser muito diferentes. Os magos populares
podem acender velas, manipular

31
cristais de quartzo e usar ervas e leos para efectuarem modificaes mgicas. As
assembleias de Wiccans realizam, geralmente, rituais orientados para o grupo que
implicam o despertar da energia.
A magia aqui ilustrada refere-se basicamente a assembleias e grupos de Wiccans.
Os Wiccans solitrios podem efectuar

48

Scott Ci<nni>igh~

rituais semelhantes ou praticar magia popular enquant( invocam a Deusa ou o Deus


para que os ajude.
Os objechvos da magia Wiccan so muitas veies seme~~~~ lhantes aos da magia
popular. Curar talvez o objechv< mais comum a par com o amor, finanas,
emprego e pro teco. Pragas e vassouras-de-bruxa so desconhecidas. magia
popular tambm toca problemas mais vastos, tai como um mundo de paz.
As assembleias de Wiccans comearam a trabalhar ne sentido no final dos anos 60,
quando era comum a assembleias unirem, literalmente, esforos para enviaren
energia a fim de porem termo guerra do Vietname.
Outro objectivo da magia Wiccan acabar com a explo~ rao no mundo,
consen~ar os recursos naturais e reen~ energia para o nosso planeta para garantir a
continuid da sua existncia.
Os mtodos Wiccan de reunir energia foram mantido~ em segredo durante
muito tempo e apenas revelados membros da assembleia depois da iniciao.
Hoje, mu~ deles foram abertamente revelados. Alguns so especfico. da Wicca.
A DANA
A forma mais comum utiliza a actividade fsica. A grande sacerdotiza, o sumosacerdote ou outro lder da assembleia discute o objectivo do rito mgico a ser
efectuado pelo grupo. Quando este est claramente entendido, comea
Dentro do circulo mgico, os Wiccans do as mos e gir no sentido dos ponteiros
do relgio em volta do altar, visualizando ou concentrando-se na necessidade
mgica. A chama-se A Dana e a forma mais comum de reunir energia.

ai
0

A Verd(?de Sobre a Bri'xaria

49

32
s
A assembleia roda cada vez mais depressa em volta do altar at se turvar o olhar. Durante este
acto, os Wiccans esto a aumentar firmemente a sua energia. No devido momento - quando a
fora da assembleia atingiu o auge -, o lder do grupo faz sinal aos seus membros para libertarem
essa energia e para, atravs da visualizao, a dirigirem para o objectivo. Em alguns grupos, os
membros enviam a energia para o lder que a remete para fora.
Se um mago popular consegue reunir uma quantidade suficiente de energia para causar efeitos
mgicos, grupos de pessoas, trabalhando todas para o mesmo objectivo, podem produzir uma
enorme quantidade de fora. Os trabalhos de magia de um grupo, Wiccan ou outro, podem ser
espectacularmente eficazes.
ENTOAR O FEITIO
Outras formas de magia Wiccan so semelhantes. A assembleia est, geralmente,
colocada em crculo. Os membros podem ficar imveis, dar os braos e entoar ou
murmurar enquanto visualizam o objectivo mgico e fazem aumentar a energia
pessoal. O lder, como antes, determina quando o poder disponvel est na sua
concentrao mxima e informa mais uma vez a assembleia para que liberte a sua
energia.
Outros grupos Wiccan podem utilizar variaes da forma anterior ou podem
praticar at magia cerimonial para atingir os seus objectivos.
Seja qual for o tipo de magia usada pela assembleia, geralmente eficaz.

50

Scott CinningJwni
SE NO PREJUDICAS NENHUM

A magia popular, conforme vimos, orientada por um mote: No prejudiques


nenhum. Como uma religio que abarca a magia, a Wicca segue a mesma regra,
embora a verbalize de maneira diferente:
Se no prejudicas nenhum, faz o que quiseres.
Esta frase conhecida quase universalmente pelos Wiccans anglfonos. As suas
origens permanecem obscuras. Muitos Wiccans crem que foi formulada por estas
palavras entre 1940 e 1950 e baseia-se na frase mgica do mgico cerimonial: Faz o
que quiseres, essa toda a lei. O amor a lei; o amor sob a vontade.
Embora as origens desta frase sejam nebulosas, a sua mensagem no o. Tal como os
magos populares, os Wiccans no praticam magia negativa. No quebram casamentos,
no obrigam as pessoas a apaixonarem-se nem prejudicam outros com os seus rituais.
claro que os Wiccans se zangam, podem chegar a andar ao murro ou atirar uma
bebida cara de um insolente. Mas preferiam cortar o brao direito a amaldioar
uma pessoa.
No conceito popular, o poder mgico parece estar ligado falta de moral. Isto to
absurdo como pensar que o facto de possuir uma faca leva o seu proprietrio a

33
esfaquear as pessoas que encontra. Afinal, a verdadeira mestria do poder mgico s
ocorre nos indivduos que subscrevem a mxima:Se no prejudicares nenhum, faz o
que quiseres.
A possibilidade do uso errado das tcnicas de magia Wiccan foi uma das razes do
secretismo no passado:No revelem mtodos mgicos aos que no esto preparados;
iro causar dano a si e aos outros. Embora possa ter havido outrora alguma lgica a
presidir esta ideia, hoje j no vlida. As tcnicas mgicas dos Wiccans tm sido
tornadas

A Verdade Sobre a Bri ixa ria

51

pblicas. Qualquer pessoa pode ler esses segredos pelo preo de um livro ou com
um carto da biblioteca.
verdade que podem ter existido grupos que se auto-denominavam Wiccans e
praticavam magia negativa. Mas designar estes grupos como Wiccans seria to
incorrecto como chamar quelas almas infelizes que celebram missas satricas e
dessacralizam a hstia verdadeiros catlicos ou Wiccans.
A magia Wiccan efectuada para fins positivos e para os
membros da assembleia, para a assembleia como um t(%do e
para a Terra e todos os seus povos. E um aspecto positivo e
participativo da religio da Wicca.
NO CONVERTAM AS MASSAS!
Uma das reas em que a Wicca difere muito de outras religies ortodoxas
contemporneas na evangelizao.
Nenhum Wiccan pressionadQ a s-lo. No existe condenao eterna ao fogo do
Inferno, no h abismo depois da vida, no h punio por ser praticante da Wicca. A
Deusa e o Deus no so div indades ciumentas e os Wiccans no se sentem assustados
ou subjugados por eles. Os candidatos iniciao no renunciam sua f original.
No existe pecado, muito menos pecado original, na Wicca. No existe nem Cu
nem Inferno. Existem poucas regras, excepto a que governa a magia popular: No
prejudiques nenhum.
Isto significa que a Wicca no uma religio de proselitismo. No
existemmissionrios, nem testemunhas Wiccans, nem Wiccans a recrutar outros.
Isso pode surpreender os que foram criados em religies ortodoxas, mas baseia-se
num conceito slido e verdadeiro

52

Scott Citnniiighaai

34
que a anttese da maior parte das outras religies: No h religies qzte sirvam
para todos.
Talvez no seja demasiado dizer que a mais elevada forma de vaidade humana a
assuno de que a nossa religio a nica via para a divindade, que toda a gente a
achar to satisfatria como ns e que os que tm crenas diferentes esto
enganados, desorientados ou so ignorantes.
compreensvel a razo por que muitas religies e os seus seguidores sentem isso e
colaboram na converso das massas. Ver que os outros mudam para a nossa f
restabelece a correco da f na mente do conversor. Se os outros acreditam, ento
no devo estar enganado. Alguns membros de religies ortodoxas preocupam-se
verdadeiramente com a alma dos no crentes. Mas a base disso so os falsos
ensinamentos da sua religio.
Outros aspectos da evangelizao envolvem a poltica. Se a religio A converte o
pas B, aumenta a sua influncia poltica e financeira nesse pais. O mesmo acontece
com as pessoas importantes. As religies ortodoxas tm uma influncia de longo
alcance nas reas do governo e da finana. Os candidatos polticos apoiados pelas
religies mais importantes so muitas vezes eleitos e propem ou apoiam legislao
que acompanhe o interesse da legislao.
O dinheiro uma terceira razo para a evangelizao. Hoje, as religies
organizadas nos Estados Unidos recebem milhes de dlares livres de impostos por
ms. verdade que grande parte desse dinheiro usado para fins de caridade, mas a
maior parte vai para a burocracia da religio, beneficiando pessoas que a gerem. Por
isso quanto mais seguidores tiver mais dinheiro aparece.
1
l

A Verdade Sobre a Br~~xaria

53

QUANTO MENOS, MAIS ALEGRES


A Wicca no assim. No est organizada nesse sentido. Os grupos nacionais
existem, mas apenas por razoes sociais e por vezes legais. As reunies e os Wiccans
podem arrastar centenas de pessoas, mas as assembleias locais contam, geralmente,
com menos de 10 membros e muitos Wiccans praticam a sua religio completamente
ss, sem filiaes no grupo.
A Wicca no uma instituio financeira e no lta para s-lo. Os alunos no
pagam pela iniciao. Os pequenos pagamentos, quando existem, so semelhantes a
qualquer pagamento feito em qualquer grupo para mantimentos, refrescos, etc.
E por isso as histrias das bruxas (leia-se Wiccans) como pertencentes a uma
organizao mundial que tem como objectivo governar o mundo so falsas.
igualmente mentira que os Wiccans tentam coagir os outros a juntar-se sua religio.
No se sentem assim to inseguros acerca da sua religio.
No se preocupem; os Wiccans no andam por a, pela rua, a tentar forar crianas
e velhinhas a luntarem-se a uma assembleia.

A Wicca uma religio para as pessoas que decidem pertencer a ela.

35

PROBLEMAS
Como muitas religies que existem em pases subdesenvolvidos, a Wicca consiste
em pequenos grupos. Pdem encontrar-se no campo, na praia ou na montanha, mas
geralmente encontram-se dentro de casa. A razo? Ignorncia do pblico.

54

Scott C'inninglwn'

Um exemplo disto aconteceu recentemente. Um grupo Wiccan da Califrnia


decidiu efectuar um dos seus rituais num parque pblico. Muito antes do ritual,
obtiveram a devida autorizao de reunio para evitar situaes desagradveis.
Chegou o dia e a assembleia, vestindo tnica 5, instalou o altar e comeou o seu
simples ritual.
A meio do ritual, algum os viu e chamou a polcia. Satanistas!, disse o
informador numa voz agitada. Sacrifcios humanos. Adorao do Diabo! Esto...
esto a matar crianas no parque! Vrias foras da ordem chegaram r'a~pidamente e
interromperam bruscamente o ritual. Enquanto os Wiccans olhavam espantados e
impotentes, os polcias remexeram nos objectos que estavam no altar e comearam a
interrogar os membros da assembleia.
Quando os Wiccans, justamente ofendidos, mostraram a sua licena e os
convenceram de que no iam cometer um crime, a rea do ritual estava numa
confuso. Qualquer ideia de continuar o ritual ou recome-lo foi esquecida.
Outra variao sobre o mesmo tema passou-se no Midwest. Um grupo Wiccan
comeou a celebrar Esbats na sua terra no campo. Pouco depois espalharam-se as
notcias das suas reunies religiosas, um fiel frequentador da igreja decidiu que estes
membros eram satanistas. Pessoas entrevistadas por jornais locais informaram os
jornalistas que mantinham os filhos fechados em casa nas noites de Lua Cheia para
no serem mortos pelas bruxas. Espalharam-se entre a comunidade rural acusaes
durante vrias semanas, todas contra o grupo religioso que amava a natureza e
afirmava a vida.
Por isso, a perseguio continua com ignorncia e mentiras.
EL

36

30

Scott

tambm que as bruxas pertencem a uma igreja satn; organizada


Muitos que se agarram a esta ideia parecem crer que t pessoas existem. De onde
provm essa ideia? Fxactamen da mesma campanha religiosa que votou ao
extermnio prtica de magia popular. Quando uma religio decla guerra, f-lo de
maneira implacvel. Pense-se na actu situao no Mdio Oriente e Irlanda do
Norte. Embor nestes exemplos, esteja muito mais em jogo do que a relig ela o
cerne do conflito. Os dois lados, numa guerra rE giosa, acreditam que Deus est do
seu lado.
Muita gente acha que essas pessoas bizarras - o estere tipo da bruxa - existiram e
ainda existem. Podem existido mulheres que se encaixavam nesta bizarra imager da
bruxa. Pessoas loucas, que, sem terem mais nada q atacar, se voltaram contra a
religio convencional e a su prpria famlia. Atravs de um misto de fantasia e
tornaram-se as personagens que o Cristianismo inventara. Mas no eram bruxas.
Uma estrutura organizada, uma religio anticrist dedicada ao culto do Diabo, tal
como foi descrita pelos cristos passados e presentes, nunca existiu e ainda no
existe. Afinal, s um cristo que acredita no Diabo.
Os Wiccans tm as suas prprias crenas e rituais que nada tm a ver com o
Cristianismo. Por isso, os Wiccans no vendem a alma ao Diabo, nem esto a tentar
corromper o mundo.
As acusaes de que as bruxas (Wiccans) matam os seus ':
bebs so absurdas, visto que os Wiccans, tal como os magos populares, respeitani
a fora da vida. No matam bebs, nem outra coisa. Por isso, este conceito de
bruxa falso.
Alguns Wiccans no usam o termo bruxa para se defini ~ rem. Aps sculos de
conotaes negativas com este termo,

37
1

A Verdade Sobre a Bruxa ria

31

preferem Wiccan. Outros Wiccans autodenominam-se, orgulhosamente, bruxos, mesmo


em entrevistas na televiso e em capas de livros. Ainda mais confuso que muitos
praticantes de magia popular so bruxos autoconfessos que no tm filiao na Wicca.
1Abruxaria , na verdadeira acepo da palavra, a arte do bruxo. Esta arte pertence
magia popular. Alguns Wiccans alargam-na para lhe incluir rituais, os rituais religiosos
da Wicca; por isso, a bruxaria mgica e ritual. Os Wiccans podem autodenominar-se
bruxos, mas os magos populres raramente se classificam de Wiccans. Concluindo, os
Wiccans so os que praticam a religio de Wicca, quer se denominem ou no bruxos.
A RELIGIO DE WICCA
As religies so organizaes destinadas a venerar divindades. A maior parte dos
Wiccans veneram a Deusa e o Deus, mas h imensas diferenas nas crenas bsicas e
nas prticas de rituais dos Wiccans contemporneos.
A Deusa e o Deus so as foras primordiais masculina e feminina. So, de certo
modo, dois aspectos iguais mas opostos do poder universal. O ritual Wiccan venera os
dois. Esto geralmente ligados s estaes, ao Sol e Lua. Alguns mitos dos Wiccans
assemelham-se s histrias de antigas divindades gregas e sumrias.
Contidas no Deus e na Deusa esto todas as divindades que jamais existiram. A
Deusa a fora feminina, a Virgem, a Me e a Coroa. Ela toda mulher e toda
fertilidade. vista na Lua, nas guas, no amor e na vida. O Deus a fora masculina.
Ele o caador de cornos e o gro dos campos. visto no sol, no fogo, na paixo e na
vida.

32

Scott Cl<?-l~iflgh11~r

Os Wiccans desenvolvem, frequentemente, uma relao pessoal com a Deusa e o


Deus. No so divindades frias e distantes que existem algures no espao. So to
reais como a chuva, o vento e a Terra. Estas so as divindades veneradas pela Wicca
no Satans, o Diabo ou qualquer outro conceito ou entidade dos cristos.
INICIAO

38
No passado, Wicca era basicamente uma religio secreta
e de iniciao. Nesta Wicca tradicional, a maior parte dos:--:
praticantes eram membros de grupos de Wiccans que - -~ juntavam para estudar,
adorar e para a magia. Alguns grupos eram organizaes de formao com vri provenincias. Outros mantinham
a coeso de identida de grupo e raramente permitiam que novos membr -aderissem.
Isso ainda hoje verdade, mas existem agora muitos grupos no tradicionais. Alguns
no so de iniciao
outros fazem a sua auto-iniciao.
-Estes grupos esto geralmente limitados a 13 membros, mas podem ter menos. Este
nmero simblico em relao aos meses lunares. tambm, como se diz
frequentemente, o nmero mximo de pessoas capazes de entrarem facilmente no
espao ritual, o crculo mgico ou esfera criada antes de qualquer ritual Wiccan. A
maior parte dos grupos so liderados por uma sacerdotisa ou um sumo-sacerdote.
Estes so, geralmente, Wiccans, que aps anos de formao WiccanY e experincia
se submeteram a trs iniciaes distintas, lhes permitem liderar um grupo e ensinar a
Wicca outros.
Os rituais tradicionais de iniciao so, geralmente, expe-~ nncias dramticas. Se a
cerimnia for devidamente efectuada

ai

A Verdade Sobre a Broxa ria

33

a pessoa que se submete ao ritual fica completamente mudada e emerge com uma nova
identidade como membro da Arte, como a Wicca muitas vezes conhecida. Essas cerimnias
de iniciao so universais em grupos secretos ou de magia. Na Wicca, o ritual de iniciao
destina-se no sa apresentar a pessoa Deusa e ao Deus como um Wiccan, mas tambm a
aumentar o seu conhecimento de outros estados de conscincia e da realidade das energia
no fsicas. O candidato pode submeter-se a algum tipo de morte simblica (tal como ser
coberto com um espesso pano preto) para renascer como Wiccan. O iniciado pode receber
um nome Wiccan e os instrumentos mgicos. Por fim, o novo Wiccan apresentado Deusa
e ao Deus.
Embora muitas iniciaes Wiccans sejam secretas, muitas outras tm sido
tornadas pblicas e esto disposio para estudo. As palavras desses rituais so
apenas ecos da magia que est em aco durante a verdadeira iniciao.
TRADIES
As tradies Wiccan (ou de grupos soltos organizados) so variadas, embora a
maioria subscreva a filosofia Wiccan bsica. Algumas foram iniciadas ou
popularizadas por hoje j lendrias figuras Wiccan, do passado recente. Muitas delas
esto ligadas a uma cultura ou a um pas especfico. As tradies britnicas invocam

39
muitas vezes divindades anglo-saxnicas tais como Kerridwen, Kernunnos, Dadga,
Tara e muitas outras. As tradies greco-romanas podem invocar Diana, Pan, Fauno
e Demtrio. Os nomes que os Wiccans do s deusas e aos deuses no so
importantes; so apenas chaves para contactar e comungar com as divindades.
['0

A V,rd~d~ S~)bI<' a Bi-ttxana - 2

e
.0

34

Scott Cii>i~iingIian

Cada tradio possui o seu conjunto de rituais, leis e rit


mgicos, muitas vezes especficos apenas dessa tradio Esta informao est,
geralmente, no Book QfShadowS ILiz das So,iibras]. No passado, este livro - a
chave da tradio -era copiado mo por cada um dos iniciados depois de
admitido na assembleia dos bruxos. Ainda hoje isso 5 passa, mas muitos grupos
no tradicionais fotocopiam livro. Outros Wiccans, especialmente solitrios,
podem organizar o seu prprio livro.
Nas diferentes tradies Wiccan encontramos uma vasta gama de prticas rituais
e existe, muitas vezes, pouca concordncia sobre vrios aspectos da cerimnia. Por
exemplo, algumas tradies baseiam-se na adorao da Deusa e relegam o Deus
para o papel de consorte. Muitos rituais so praticados de tnica, mas outros
praticam-se na nudez ritual. Apesar destas diferenas, existem poucas lutas internas
entre os Wiccans. Geralmente, ningum acha que existe apenas uma forma Wiccan.
Em 1980 assistiu-se ao nascimento de formas no tradicionais de Wicca. Muitas
esto a abandonar o secretismo, rituais de iniciao e assembleias organizadas e
hierarquizadas. Os Wiccans efectuam mais auto-iniciaes do que as que recebem
de terceiros. As antigas formas de ritual esto a ser abandonadas dando lugar
espontaneidade. E muitos Wiccans optam hoje por praticar a sua religio sozinhos.
A WICCA SOLITRIA
Sempre houve Wiccans isolados ou solitrios. Trata-se, geralmente, de pessoas
que estavam insatisfeitas com as assembleias ou que no conseguiam contactar um
grupo secreto.
{~

35
dade Sobre a Br~xaria

40
At recentemente, os Wiccans solitrios que no tinham a iniciao praticavam a sua
religio o melhor que poim, indo buscar sugestes a livros e conferncias. Um dos
Fneiros livros de informao foi Witchcraftfroni Inside de
ond Buckland. Trata-se de um relato coerente sobre a ~nerian Wicca, uma das
mais importantes tradies ~icas. Nunca foi publicado abertamente um manual
instruo Wiccan e a maior parte das assembleias era elosa quanto a entregar os
seus rituais a no iniciaIsto foi no passado. Muitos autores Wiccan qualificad~~s, ~ordo com os ideais do
actual movimento no tradicional, creveram livros que continham um manancial de
inforao tradicional e contempornea. Alguns apresentam
~ais completos a instrues de formao.
Um destes o Buckland's Complete Book of Witchcraft. Escrito por Raymond Buckland,
uma das primeiras figuras pblicas de Wiccans dos Estados Unidos, um guia de aspectos
bsicos da religio Wiccan. O livro contm tambm muita da magia popular vulgarmente
efectuada pelos Wiccans.
Reconhecendo a necessidade de textos fiveis para Wiccans solitrios, Scott
Cunningham concluiu o livro chamado Wicca: A Guide for Solitary Practitioner. Este
livro contm o novo Livro das Sombras para uso do estudante interessado em aprender e
experimentar a Wicca e em estruturar uma tradio pessoal Wiccan.
A ESPIRITUALIDADE DAS MULHERES
Com o nascimento do verdadeiro movimento de libertao da mulher nos anos 60,
muitas mulheres sentiram-se desencantadas com a religio ortodoxa. Algumas descobri-

36

Scott C~~1111i17g

ram a Wicca e iniciaram outra forma no tradicional -Wicca feminista ou das


mulheres.
cabea deste grupo estava a publicao deZ. Budapes The Feuli'iist Book
ofLights a~id S!iadozvs, mais tarde reviste publicado como TJie Holy Book of
Womeii's Mysteries -VLlunle 1. Foi tambm publicado um segundo volume.
Em 1987 publicou-se TJie Womeii's SpirituaJist Book Diane Stein. Esta obra
assenta na espiritualidade da Deu e na Wicca feminina e contm tambm muita
informa( sobre magia.
Muitas mulheres consideram a Wicca uma religio ide~' porque reconhece e venera
a o aspecto feminino da divir dade. Algumas assembleias feministas envolveram-se
er poltica num esforo para garantir a igualdade da mulher sociedade. Muitas so
activas manifestantes nas carr nhas antinuclear.
Algumas assembleias feministas so s para m' e algumas nem sequer invocam o
Deus nos seus ri~ Trata-se do resultado de milhares de anos de religio oriet tada
para o homem. Embora estes grupos sejam tambi Wiccans, so to
desequilibrados, espiritualmente falan como as religies que s adoram uma
divindade masculina Outras assembleias apenas de mulheres reconhecem muitas

41
vezes, como um aspecto da deusa.
Porm, a maior parte dos Wiccans afirmam que a Deus e o Deus so metades
iguais, mas separadas de um todc essa fonte de fora indefinvel, universal,
omnipresente. em dia, na Wicca h lugar para todas as escolas de samento.
Embora a Wicca feminina fosse, outrora, considei como inovao e no tradicional
(ou seja, no vlida) Wiccans tradicionais, estabeleceu-se no seu prprio e agora
um movimento crescente e com influncia dent

A Verdade Sobre a Bri ixa ria

37

da Wicca. E certamente compensador para a mulher redescobrir a Deusa l dentro.


O ANO WICCAN
Todas as religies tm calendrios sagrados que contm vrios dias de fora ou
associados a determinada divindade. A maior parte dos Wiccans realizam rituais,
pelo menos 21 vezes por ano: 13 celebraes em Lua Cheia, geralmente dedicadas
Deusa, e oito saba ts, ou festivais do Sol. Alguns Wiccans renem-se com a sua
assembleia para estes rituais, enquanto outros os celebram sozinhos.
A Lua um antigo smbolo da Deusa. Inmeras religies veneram a Lua em rituais e
cerimnias. Os Wiccans contemporneos renem-se muitas vezes (se so membros
da assembleia) nas noites de Lua Cheia, todos os meses, para adorao e para
praticarem rituais de magia.
Os Sabats so sazonais. Esto ligados s velhas pocas europeias das sementeiras e
das colheitas, bem como a rituais de caa.
Essencialmente, o Sabat conta a histria do Deus e da Deusa. Sob a forma de festival
revelam uma lenda Wiccan sazonal e agrcola. Quatro deles esto relacionados com
os equincios e os solstcios.
Resumindo, aqui temos os oito Sabats da Wicca e alguns dos reconhecidos
simbolismos gerais de cada um. Os nomes dos diversos festivais diferem de tradio
para tradio; os que aqui utilizamos so os mais vulgarmente usados nos grupos
Wiccan sediados na Europa.

38

Scott Ci<nrin~
DO SAMHAIN AO MABON

Muitos Wiccans comeam o seu ano como Samhan (31 Outubro). Nessa noite
veneram os amigos e os entes que dos que passaram para a outra vida. Como os
Wicc aceitam a doutrina da reencarnao, no uma festivida< totalmente triste.

42
Muitos Wiccans celebram tambm nes noite a morte simblica do Deus de Cornos.
O Samhain esi ligado chegada do Inverno e a velhos rituais de caa.
Yule (por volta de 21 de Dezembro; a data varia de para ano) comemora o
renascimento do Deus por~meio -Deusa. a vida no meio da aparente morte do
Inverno. trata de uma imitao do Natal cristo. O solstcio do Invern< uma
antiga festividade pag que os primeiros cristo:
adoptaram como data simblica do nascimento de Jesus. Imbolc (1 ou 2 de
Fevereiro) a poca em que a Deusa
recuperou, simbolicamente, do nascimento do Deus. E urr festividade de
purificao e de fertilidade.
Os tara (cerca de 21 de Maro), o solstcio da Primavera, -. marca o primeiro dia da
verdadeira Primavera. uma poca do despertar da Terra (a Deusa) enquanto o Sol
(o Deus) aumenta em fora e calor.
A 30 de Abril celebra-se o Beltane. Nesta festividade o jovem Deus entra na
aventura da idade adulta. Ele e a Deusa (sua me/amante) unem-se e produzem a
fertilidade da natureza. No um incesto, o simbolismo da natureza. Segundo o
conceito Wiccan, o Deus e a Deusa so um s, unidos. So reflexos duplos da fora
que preside ao universo.
Midsummer (cerca de 21 de Junho) o momento em que as foras da natureza
esto no auge. Os Wiccans juntam-se para festejar e para praticar a magia.
Lughnasadh (1 de Agosto) o incio das colheitas. O Deus enfraquece quando os
primeiros cereais e frutos so corta-

'ai

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1-Is
e
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o
39

dos. O Lughnasadh celebrado como um ritual de agradecimento.


Mabou (cerca de 21 de Setembro) a segunda colheita. O Deus prepara-se para deixar atrs
de si a vida quando se reunem os ltimos frutos para alimentar toda a gente. O calor diminui de
dia para dia.
O Samhain segue-se ao Mabon, e completa-se o ciclo de rituais.
INSTRUMENTOS DO RITUAL WICCAN

43
e
A religio venerao da divindade. Nesta venerao so usados vrios
instrumentos, simbolos e rituais. Alguns destes so usados com fins mgicos.
A Wicca, como uma religio centrada na Deusa e no Deus, usa instrumentos,
simbolos e estruturas ritualistas nicas. A maior parte destes no se encontram
noutra religio contempornea. A maior parte dos instrumentos Wiccan so
usados por todas as tradies, mas a informao que se segue uma
generalizao, extraida de uma srie de tradies Wiccan. Existem muitas
diferenas de grupo para grupo. No existe universalidade nos rituais Wiccan.
No centro das cerimnias Wiccan est o altar. Este pode ser uma mesa, uma
rocha, um toco de rvore, um espao livre no cho. No altar so colocados
diversos instrumentos. Estes podem ser:
Imagens da Deusa e do Deus. Estas vo desde figuras talhadas em madeira
at representaes abstractas tais como pedras redondas, bolotas ou outros
simbolos naturais. Algns Wiccans usam. duas velas para representar as
divindades. De qualquer modo, as imagens no so vistas como receptculos
da Deusa e do Deus; so apenas simbolos.
A Verdade Sobre a Bruxa ria

40

Scott Ciiininglw?n

O atJianie ou faca ritual. Trata-se de uma faca de cabo preto que no usada para o
sacrifcio. Alis, a maior parte -~ dos Wiccans nunca usam o athame para cortar.
Trata-se de um instrumento usado para dirigir a fora do corpo para o mundo
exterior. Em algumas tradies Wiccan, o atJiame o smbolo do Deus. Em vez dele
pode usar-se uma espada.
A varinha de condo muito parecida com a que usada pelos antigos mgicos.
, muitas vezes, de madeira e pode ter simbolos gravados ou ser guarnecida com
pedras. Algumas so de prata. A varinha mgica um instrumento de invocao, de
convite presena das divindades durante o ritual.
O caldeiro um enorme recipiente de metal, geralmente de ferro. E considerado
o smbolo da Deusa. Dentro dele pode fazer-se uma fogueira, ou pode encher-se o
caldeiro com gua e flores. Apesar das ideias erradas sobre isso, raramente se fazem
poes no caldeirao.
O pentculo uma chapa de metal, barro, madeira ou outra substncia natural. Nele
esto gravados diversos sim- -bolos. Um deles o pentagrama, a estrela de cinco
pontas usada na antiga magia. (Ao contrrio do que evangelistas e cristos radicais
tm proclamado, o pentagrama no um smbolo satnico.) O pentculo usado, por
vezes, como base onde so colocados outros instrumentos ou objectos, enquanto so
carregados de energia durante o ritual.
A taa, ou clice, outro smbolo da Deusa. Pode conter vinho ou gua que so
ritualmente bebidos.
O turbulo um queimador de incenso. Tal como nas
antigas religies, os Wiccans queimam incenso durante o E':>ritual em honra das

44
divindades.
Tigelas. de sal e gua esto frequentemente nos altares Wiccans. Juntas, estas
duas substncias formam um lquido purificador que pode ser espargido volta da
zona do ritual.

A Verdade Sobre a Brixa ria

41

Cordas de vrios materiais naturais podem estar presentes no altar. Embora o


simbolismo das cordas varie, significa geralmente o mundo material e a manifestao.
Simbolizam tambm o elo dos membros com a assembleia e entre as divindades e os
Wiccans.
A vassoura usada, por vezes, como instrumento de purificao, para varrer
ritualmente a zona antes do trabalho. Depois, pode ser encostada ao altar.
Outros objectos que se encontram, por vezes, no altar incluem a bola de cristal de
quartzo, smbolo da De~sa e usada para despertar poderes psquicos;floresftescas ou
phin tas, representando a prodigalidade da natureza; campainhas e outr<s
instrunientos mlisicaL~, que so usados para a msica sagrada; espelhos ou outras
superfcies reflectoras que so simbolos da Deusa e outros instrumentos.
A maior parte destes instrumentos usada no ritual para vrios fins, entre os quais:
Para criar a zona de adorao. Como os Wiccans, raramente, tm edifcios
prprios apenas para os trabalhos rituais, o espao sagrado criado em cada ritual. O
atharne e, por vezes, a varinha de condo so usados para esse fim. Tambm o sal e a
gua, tal como a vassoura, podem ser usados para purificar a zona. O turibulo tambm
se utiliza, neste caso, porque cria o ambiente adequado por meio do aroma.
Para invocar a presena da Deusa e do Deus durante o ntnal. A varinha de
condo o primeiro instrumento a ser usado neste caso.
Para servir de ponto de concentrao para se obter poder durante a magia. Pode
ser a bola de cristal de quartzo ou um objecto colocado em cima do pentculo. Alguns
grupos utilizam o caldeiro.
Para dirigir a energia para o seu destino. O athame o instrumento mais usado
para direccionar a energia.

42

Scott Ciini~ig11aiii

Alguns Wiccans no permitem que outras pessoas peguem nos seus instrumentos.
So sagrados, visto que foram postos de parte para fins rituais. Podem estar
guardados e s ser retirados para a utilizao especfica. Outros usam constantemente os seus instrumentos, porque acreditam que quanto mais trabalham com
eles (mesmo em actividades no rituais), mais eficazes sero nas suas mos e com a

45
sua energia.
RITUAIS WICCAN
1Os rituais da Wicca so variados. Certas tradies Wiccan tm padres rituais
prprios para cada ocasio. E alguns grupos (ou indivduos) efectuam rituais
espontneos, cantando, movendo-se ou falando conforme se sentem impe- -~
lidos a faz-lo.
Na maior parte dos rituais Wiccan encontramos componentes rituais bsicos.
Existem muitas variaes; isto sao -. - -apenas generalizaes. A maior parte dos
trabalhos comea com a criao do espao sagrado. A este chama-se, frequente
mente, o crculo mgico, o crculo de poder ou a esfera de poder. Basicamente,
trata-se da criao de uma esfera energia que rodeia a rea do ritual. Esta esfera
criada deslocando o poder pessoal do corpo, dirigindo-o atravs do athame e
depois, atravs da visualizao, dar-lhe forma numa espera de energia brilhante
que abrange a rea do ritual. Metade desta esfera est acima do solo, e outra
metade abaixo. O local onde esta grande esfera de energia cortada pelo solo (ou
cho) marca o crculo mgico, da o seu nome.
O crculo considerado o lugar mais adequado para-hor a Deusa e o Deus.
Durante a magia, ele contm e coi energia at ser libertada em direco ao seu
alvo.
Depois de formada esta esfera, o ritual inicia-se.
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A Verdade Sobre a Br,ixaria
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46
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43
OS QUATRO QUARTOS
Directamente, aps terem formado o crculo mgico, muitos Wiccans fazem
invocaes dos quatro quartos, ou seja, as quatro direces. Durante o ritual para
fins protectores ou para emprestarem as suas energias especiais, podem invocar-se
Torres de Vigia, Reis ou Rainhas dos Elementos. Em alguns grupos estas quatro
invocaes podem ser feitas por quatro indivduos, enquanto noutros apenas o
sumo-sacerdote ou a sacerdotiza podem faz-lo.
A seguir ou algum tempo antes disto, a Deusa e o Deus so invocados para
assistirem aos rituais. Conio so invocados fica ao critrio do grupo ou dos
indivduos envolvidos. A maior parte baseia-se em palavras, outros podem cantar,
tocar ou danar. A forma no importante. O que importante que as invocaes
tenham xito.
Alguns Wiccans vem a Deusa e o Deus que descem para estarem presentes nos
rituais. Outros crem que eles residem na Terra e de l os chamam. Mais
vulgarmente crem que a Deusa e o Deus residem dentro de si, e a invocao
apenas um instrumento que os Wiccans usam para que se apercebam novamente da
sua presena.
Uma vez invocados, comeam os verdadeiros trabalhos. Se esta reunio for um
Sabat, efectuado, geralmente, um ritual sazonal. Este pode incluir passagens
faladas, representaes de mitos e dramatizaes das caractersticas da estao, tal
como espalhar folhas de Outono ou dispor flores primaveris volta do crculo
mgico ou sobre o altar.
Se o ritual for um Esbat, dita, cantada ou entoada uma invocao da Deusa no
Seu aspecto lunar e depois comeam os trabalhos de magia.
Nos Sabats, o ritos sazonais precedem a magia, se que so sequer efectuados.
A seguir, alguns Wiccans praticam

47
r
44

Scott Cimningila

vrias formas de adivinhao. O Samhain um Sabat E que se faz isso.


Segue-se uma simples refeio ritual, que consiste geral mente em vinho, cerveja
ou sumo de fruta e bolos em form( de Quarto Crescente. Longe de encenar a
comunho crist, os Wiccans seguem as formas dos rituais gregos e do Mdio
Oriente em que essas refeies - incluindo os bolos em Quarto Crescente - eram
apreciadas. Quando uma assembleia se rene para o Sabat, muitas vezes h um
banquete, com os pratos que os membros trazem.
Depois da refeio, a esfera mgica quebra-se ou abre-se. E o dispersar
cerimonial do poder que a criou. O ritual est feito. Acabou-se. No h pactos com
o Diabo, no h orgias, nem sacrifcios ou pactos escuros com os demnios.
DE TNICA OU NAO?
Uma das questes mais importantes por que os Wiccans tm sido atacados pela
prtica da nudez ritual. Muitos Wiccans praticam a nudez durante o ritual. a
anttese do fato de ver a Deus, uma forma de se descartarem de elaborados
paramentos rituais usados, frequentemente, por outras religies.
Mas muitos outros Wiccans, talvez a maioria, usam tnicas durante os rituais.
Alguns entram at no crculo com as roupas da rua.
Quem est de fora aponta a nudez ritual dos Wiccans e escarnece: Vem? Esto
nus. Isso prova que fazem orgias!
Bom...
Muitos mdicos, advogados, empresrios e membros de religies ortodoxas so
nudistas, mas poucos os acusam de

45
se entregarem adorao do Diabo ou a orgias. A falsa convico de que a
nudez social leva inevitavelmente ao sexo o resultado de dois mil anos de
puritanismo, incentivado por uma nova religio decidida a apagar todos os traos
de paganismo.
Qualquer pessoa racional e equilibrada que tenha visitado uma praia de nudistas,
um local onde a roupa opcional ou um campo de nudistas se apercebe que
depressa a nudez deixa de ser novidade. Quando as pessoas esto nuas por outras
razes que no o sexo, o factor de excitao dsaparece rapidamente.
Alguns Wiccans dizem que, no passado, todos os seus rituais eram celebrados
sem roupa. Isso no verdade. Embora a nudez ritual tenha uma longa histria em
certas partes da Europa, ndia, Polinsia, entre alguns grupos americanos e at em
ritos de plantao nas montanhas de Ozark, a maior parte da Europa era demasiado

48
fria para essas prticas.
Alguns Wiccans efectuam rituais nus porque acham isso natural. Outros no se
despem porque preferem no faz-lo.
Como tem sido frequentemente referido, a Wicca uma religio de individualismo.
SEXO E BRUXARIA
Qualquer referncia palavra bruxaria traz, em geral, mente orgias. Os
estranhos pensam que o sexo e a bruxaria esto intimamente ligados.
Isso no verdade.
Alguns Wiccans utilizam sexo nos rituais. Isso pode acontecer em cerimnias de
iniciao de terceiro grau, que so raras e s concedidas aps anos de estudo e
prtica. O
A Verdade Sobre a Brixa ria

46

Scott Ci'nninglzam

sexo usado pelas sua~ propriedades msticas e mgicas e de alterar o estado de


conscincia da pessoa que est a ser iniciada.
Porm, esses rituais s so efectuados em privado entre dois adultos responsveis,
nunca frente de outros Wiccans ou de outra pessoa. As orgias das assembleias no
existem. Wicca no um clube de sexo; os Sabats e os Esbats no so pretextos para
sexo.
Os Wiccans que utilizam o sexo ritual, e so, de longe, uma minoria, no apresentam
desculpas por faz-lo. Encaram a Wicca como uma religio da fertilidade e por isso
consideram o sexo uma componente natural dos seus rituais. Sculos de represso
sexual crist so responsveis, segundo dizem, pelo horror geral aos rituais de sexo e ao
sexo sob muitas outras formas.
A nossa moral -nos imposta pela sociedade em que vivemos. Anossa sociedade
dominada pela ideia de que o sexo s deve ser praticado pelos casais casados e apenas
para fins de procriao. Por isso, o sexo por qualquer outra razo considerado
pecaminoso, mesmo para os casais casados. Isto, combinado com a religio na mente do
pblico, torna-se um pavor.
Mas existem elementos sexuais em quase todas as religies, at na crist. A maior
parte dos aspectos sexuais do Cristianismo foram esquecidos, cobertos por tradues
confusas ou convenientemente deixadas fora da verso autorizada da Biblia. Mas
esto l.
Alguns Wiccans utilizam o sexo como uma experincia alegre e que desperta energia
durante o ritual. Mas fazem-no a ss com o parceiro. Wicca no uma religio de sexo e muitos Wiccans no
incLuem sexo nos seus rituais.
O que realmente o sexo? E uma unio com o prprio, com outro indivduo, com a
espcie humana no seu todo e

49
A Verdade Sobre a Bruxaria

47

com a divindade ou divindades que nos criaram. Quando encarados com um esprito
aberto, despidos da moralidade artificial, os rituais sexuais so, na verdade, religiosos
e sagrados no sentido pr-cristo dos termos.
Os Wiccans no acreditam que os prazeres e as maravilhas do sexo sejam
antinaturais ou maus. O Deus e a Deusa no criaram a sexualidade como um teste
bondade dos seres humanos. Encaram-no como uma parte alegre da vida e por isso
alguns Wiccans o celebram em ritual.
A Wicca uma religio nica, com grande varie~ade. O facto de o sexo desempenhar
um papel em algumas assembleias e tradies de Wiccans no significa que todos os
Wiccans lhe atribuam a mesma - ou alguma - importncia ritual.
Os que o fazem consideram-no um acto de amor, de fora e de espiritualidade.
MAGIA WICCAN
Ento os Wiccans adoram a Deusa e o Deus, tm instrumentos prprios da sua
religio, praticam ritos sazonais e
lunares e praticam magia. Tal como os magos populares, os
Wiccans foram treinados para manipular a energia pessoal.
A magia Wiccan segue o mesmo conjunto de raciocnios que
a magia popular, mas as tcnicas podem ser muito diferentes. Os magos populares
podem acender velas, manipular
cristais de quartzo e usar ervas e leos para efectuarem modificaes mgicas. As
assembleias de Wiccans realizam, geralmente, rituais orientados para o grupo que
implicam o despertar da energia.
A magia aqui ilustrada refere-se basicamente a assembleias e grupos de Wiccans.
Os Wiccans solitrios podem efectuar

48

Scott Ci<nni>igh~

rituais semelhantes ou praticar magia popular enquant( invocam a Deusa ou o Deus


para que os ajude.
Os objechvos da magia Wiccan so muitas veies seme~~~~ lhantes aos da magia
popular. Curar talvez o objechv< mais comum a par com o amor, finanas,
emprego e pro teco. Pragas e vassouras-de-bruxa so desconhecidas. magia
popular tambm toca problemas mais vastos, tai como um mundo de paz.
As assembleias de Wiccans comearam a trabalhar ne sentido no final dos anos 60,
quando era comum a assembleias unirem, literalmente, esforos para enviaren
energia a fim de porem termo guerra do Vietname.
Outro objectivo da magia Wiccan acabar com a explo~ rao no mundo,

50
consen~ar os recursos naturais e reen~ energia para o nosso planeta para garantir a
continuid da sua existncia.
Os mtodos Wiccan de reunir energia foram mantido~ em segredo durante
muito tempo e apenas revelados membros da assembleia depois da iniciao.
Hoje, mu~ deles foram abertamente revelados. Alguns so especfico. da Wicca.
A DANA
A forma mais comum utiliza a actividade fsica. A grande sacerdotiza, o sumosacerdote ou outro lder da assembleia discute o objectivo do rito mgico a ser
efectuado pelo grupo. Quando este est claramente entendido, comea
Dentro do circulo mgico, os Wiccans do as mos e gir no sentido dos ponteiros
do relgio em volta do altar, visualizando ou concentrando-se na necessidade
mgica. A chama-se A Dana e a forma mais comum de reunir energia.

ai

A Verd(?de Sobre a Bri'xaria

49

o
s
A assembleia roda cada vez mais depressa em volta do altar at se turvar o olhar. Durante este
acto, os Wiccans esto a aumentar firmemente a sua energia. No devido momento - quando a
fora da assembleia atingiu o auge -, o lder do grupo faz sinal aos seus membros para libertarem
essa energia e para, atravs da visualizao, a dirigirem para o objectivo. Em alguns grupos, os
membros enviam a energia para o lder que a remete para fora.
Se um mago popular consegue reunir uma quantidade suficiente de energia para causar efeitos
mgicos, grupos de pessoas, trabalhando todas para o mesmo objectivo, podem produzir uma
enorme quantidade de fora. Os trabalhos de magia de um grupo, Wiccan ou outro, podem ser
espectacularmente eficazes.
ENTOAR O FEITIO
Outras formas de magia Wiccan so semelhantes. A assembleia est, geralmente,
colocada em crculo. Os membros podem ficar imveis, dar os braos e entoar ou
murmurar enquanto visualizam o objectivo mgico e fazem aumentar a energia
pessoal. O lder, como antes, determina quando o poder disponvel est na sua
concentrao mxima e informa mais uma vez a assembleia para que liberte a sua
energia.
Outros grupos Wiccan podem utilizar variaes da forma anterior ou podem

praticar at magia cerimonial para atingir os seus objectivos.


Seja qual for o tipo de magia usada pela assembleia, geralmente eficaz.

50

51

Scott CinningJwni
SE NO PREJUDICAS NENHUM

A magia popular, conforme vimos, orientada por um mote: No prejudiques


nenhum. Como uma religio que abarca a magia, a Wicca segue a mesma regra,
embora a verbalize de maneira diferente:
Se no prejudicas nenhum, faz o que quiseres.
Esta frase conhecida quase universalmente pelos Wiccans anglfonos. As suas
origens permanecem obscuras. Muitos Wiccans crem que foi formulada por estas
palavras entre 1940 e 1950 e baseia-se na frase mgica do mgico cerimonial: Faz o
que quiseres, essa toda a lei. O amor a lei; o amor sob a vontade.
Embora as origens desta frase sejam nebulosas, a sua mensagem no o. Tal como os
magos populares, os Wiccans no praticam magia negativa. No quebram casamentos,
no obrigam as pessoas a apaixonarem-se nem prejudicam outros com os seus rituais.
claro que os Wiccans se zangam, podem chegar a andar ao murro ou atirar uma
bebida cara de um insolente. Mas preferiam cortar o brao direito a amaldioar
uma pessoa.
No conceito popular, o poder mgico parece estar ligado falta de moral. Isto to
absurdo como pensar que o facto de possuir uma faca leva o seu proprietrio a
esfaquear as pessoas que encontra. Afinal, a verdadeira mestria do poder mgico s
ocorre nos indivduos que subscrevem a mxima:Se no prejudicares nenhum, faz o
que quiseres.
A possibilidade do uso errado das tcnicas de magia Wiccan foi uma das razes do
secretismo no passado:No revelem mtodos mgicos aos que no esto preparados;
iro causar dano a si e aos outros. Embora possa ter havido outrora alguma lgica a
presidir esta ideia, hoje j no vlida. As tcnicas mgicas dos Wiccans tm sido
tornadas

A Verdade Sobre a Bri ixa ria

51

pblicas. Qualquer pessoa pode ler esses segredos pelo preo de um livro ou com
um carto da biblioteca.
verdade que podem ter existido grupos que se auto-denominavam Wiccans e
praticavam magia negativa. Mas designar estes grupos como Wiccans seria to
incorrecto como chamar quelas almas infelizes que celebram missas satricas e
dessacralizam a hstia verdadeiros catlicos ou Wiccans.
A magia Wiccan efectuada para fins positivos e para os

membros da assembleia, para a assembleia como um t(%do e


para a Terra e todos os seus povos. E um aspecto positivo e
participativo da religio da Wicca.

52

NO CONVERTAM AS MASSAS!
Uma das reas em que a Wicca difere muito de outras religies ortodoxas
contemporneas na evangelizao.
Nenhum Wiccan pressionadQ a s-lo. No existe condenao eterna ao fogo do
Inferno, no h abismo depois da vida, no h punio por ser praticante da Wicca. A
Deusa e o Deus no so div indades ciumentas e os Wiccans no se sentem assustados
ou subjugados por eles. Os candidatos iniciao no renunciam sua f original.
No existe pecado, muito menos pecado original, na Wicca. No existe nem Cu
nem Inferno. Existem poucas regras, excepto a que governa a magia popular: No
prejudiques nenhum.
Isto significa que a Wicca no uma religio de proselitismo. No
existemmissionrios, nem testemunhas Wiccans, nem Wiccans a recrutar outros.
Isso pode surpreender os que foram criados em religies ortodoxas, mas baseia-se
num conceito slido e verdadeiro

52

Scott Citnniiighaai

que a anttese da maior parte das outras religies: No h religies qzte sirvam
para todos.
Talvez no seja demasiado dizer que a mais elevada forma de vaidade humana a
assuno de que a nossa religio a nica via para a divindade, que toda a gente a
achar to satisfatria como ns e que os que tm crenas diferentes esto
enganados, desorientados ou so ignorantes.
compreensvel a razo por que muitas religies e os seus seguidores sentem isso e
colaboram na converso das massas. Ver que os outros mudam para a nossa f
restabelece a correco da f na mente do conversor. Se os outros acreditam, ento
no devo estar enganado. Alguns membros de religies ortodoxas preocupam-se
verdadeiramente com a alma dos no crentes. Mas a base disso so os falsos
ensinamentos da sua religio.
Outros aspectos da evangelizao envolvem a poltica. Se a religio A converte o
pas B, aumenta a sua influncia poltica e financeira nesse pais. O mesmo acontece
com as pessoas importantes. As religies ortodoxas tm uma influncia de longo
alcance nas reas do governo e da finana. Os candidatos polticos apoiados pelas
religies mais importantes so muitas vezes eleitos e propem ou apoiam legislao
que acompanhe o interesse da legislao.
O dinheiro uma terceira razo para a evangelizao. Hoje, as religies
organizadas nos Estados Unidos recebem milhes de dlares livres de impostos por
ms. verdade que grande parte desse dinheiro usado para fins de caridade, mas a

53
maior parte vai para a burocracia da religio, beneficiando pessoas que a gerem. Por
isso quanto mais seguidores tiver mais dinheiro aparece.
1
l

A Verdade Sobre a Br~~xaria

53

QUANTO MENOS, MAIS ALEGRES


A Wicca no assim. No est organizada nesse sentido. Os grupos nacionais
existem, mas apenas por razoes sociais e por vezes legais. As reunies e os Wiccans
podem arrastar centenas de pessoas, mas as assembleias locais contam, geralmente,
com menos de 10 membros e muitos Wiccans praticam a sua religio completamente
ss, sem filiaes no grupo.
A Wicca no uma instituio financeira e no lta para s-lo. Os alunos no
pagam pela iniciao. Os pequenos pagamentos, quando existem, so semelhantes a
qualquer pagamento feito em qualquer grupo para mantimentos, refrescos, etc.
E por isso as histrias das bruxas (leia-se Wiccans) como pertencentes a uma
organizao mundial que tem como objectivo governar o mundo so falsas.
igualmente mentira que os Wiccans tentam coagir os outros a juntar-se sua religio.
No se sentem assim to inseguros acerca da sua religio.
No se preocupem; os Wiccans no andam por a, pela rua, a tentar forar crianas
e velhinhas a luntarem-se a uma assembleia.
A Wicca uma religio para as pessoas que decidem pertencer a ela.
PROBLEMAS
Como muitas religies que existem em pases subdesenvolvidos, a Wicca consiste
em pequenos grupos. Pdem encontrar-se no campo, na praia ou na montanha, mas
geralmente encontram-se dentro de casa. A razo? Ignorncia do pblico.

54

Scott C'inninglwn'

Um exemplo disto aconteceu recentemente. Um grupo Wiccan da Califrnia


decidiu efectuar um dos seus rituais num parque pblico. Muito antes do ritual,
obtiveram a devida autorizao de reunio para evitar situaes desagradveis.
Chegou o dia e a assembleia, vestindo tnica 5, instalou o altar e comeou o seu
simples ritual.
A meio do ritual, algum os viu e chamou a polcia. Satanistas!, disse o

54
informador numa voz agitada. Sacrifcios humanos. Adorao do Diabo! Esto...
esto a matar crianas no parque! Vrias foras da ordem chegaram r'a~pidamente e
interromperam bruscamente o ritual. Enquanto os Wiccans olhavam espantados e
impotentes, os polcias remexeram nos objectos que estavam no altar e comearam a
interrogar os membros da assembleia.
Quando os Wiccans, justamente ofendidos, mostraram a sua licena e os
convenceram de que no iam cometer um crime, a rea do ritual estava numa
confuso. Qualquer ideia de continuar o ritual ou recome-lo foi esquecida.
Outra variao sobre o mesmo tema passou-se no Midwest. Um grupo Wiccan
comeou a celebrar Esbats na sua terra no campo. Pouco depois espalharam-se as
notcias das suas reunies religiosas, um fiel frequentador da igreja decidiu que estes
membros eram satanistas. Pessoas entrevistadas por jornais locais informaram os
jornalistas que mantinham os filhos fechados em casa nas noites de Lua Cheia para
no serem mortos pelas bruxas. Espalharam-se entre a comunidade rural acusaes
durante vrias semanas, todas contra o grupo religioso que amava a natureza e
afirmava a vida.
Por isso, a perseguio continua com ignorncia e mentiras.
EL

A Verdade Sabre a BrLLXa ria

55

OS PROBLEMAS DO SECRETISMO

55
Tal como vimos, a Wicca foi outrora uma religio secreta. Os seus rituais eram
realizados longe de olhares curiosos e no em parques pblicos. Pessoas interessadas
eram treinadas, juravam sigilo e eram iniciadas nos grupos.
Algumas das razes para este secretismo so bvias, tendo em conta as histrias
relatadas. As pessoas ignorantes podem criar a devastao aos Wiccans
contemporneos. H quatrocentos anos, membros destes grupos seriam executa-dos,
de acordo com a lei, dando alegria populaa. At mesmo hoje a revelao pblica
de que se pertence Wicca pode acabar em tragdia.
Pelos menos um Wiccar suicidou-se depois de a sua religio ter sido tornada
pblica. Isso no ficou a dever-se a vergonha, mas perseguio emocional,
psicolgica e financeira que resultou desta revelao maldosa e indesejada.
Ser Wiccan, no mundo de hoje, no fcil. H Wicans que foram esmurrados na
rua por usarem pentagramas. Foram atacados pedrada por cristos radicais.
Queimaram-lhes as casas. Perderam empregos, esposas e maridos. Recebem
regularmente cartas de dio. Os filhos foram raptados por colegas que no entendiam
a sua religio.
Cristos fundamentalistas fazem piquetes fora das reunies Wiccan. Tem havido
ameaas de bomba. Por vezes, os Wiccans so at assassinados pelas suas crenas
religiosas. E so acusados vezes sem conta de crime, adorao satnica, mutilao de
gado, orgias e de ouvir muito rock!
de admirar que muitos Wiccans continuem a praticar a sua religio em segredo?

56

Seati Ci~~zninghan~
A SOLUO

Muitos estranhos dizem que o secretismo Wiccan encobre o que eles fazem
defach). As velhas ideias erradas custam a morrer. Atendendo aos verdadeiros
perigos que esperam os Wiccans publicamente conhecidos, parece haver apenas uma
soluo para este problema: informao. Digam aos no Wiccans o que a Wicca,
dizem muitos deles. Garantam-lhes que os Wiccans so normais, so cidados comuns que, por acaso, praticam uma
religio diferente. preciso que conheam a verdade sobre a Wicca.
E, por isso, muitos Wiccans esto a surgir das sombras. Escrevem livros sobre a
sua religio, aparecem na televiso e falam ao pNico sobre a Wicca. Alguns gostam
da ateno de que so alvo. Afinal so humanos.
Muitos foram perseguidos pelo seu problema. Todos eles foram recompensados
por um lento, mas crescente, entendimento do que a Wicca por parte das pessoas.
Talvez a Wicca no tenha sido aceite nos Estados Unidos como uma alternativa
vivel religio. O Xintusmo ou o Budismo e outras religies pouco conhecidas
tambm no. Mas lanaram-se as bases que j esto a dar frutos positivos. O facto de
este livro poder ser publicado e distribudo disso prova.
Os Wiccans esto a falar. A verdade vai saber-se!

56
E DEPOIS?
Se, depois de ler este livrinho, quiser saber mais sobre a Wicca, a melhor maneira
comear a ler. Ler todos os livros que encontrar sobre o assunto, tanto as boas
como as mas obras. Leia com um olhar crtico, avaliando cada autor

A Verdade Sabre a Bruxa na

57

individualmente. Tenha especial cuidado quando ler obras que contm muitas citaes
da Biblia. Esto cheias de mentiras e imprecises.
Um dos livros mais recentes sobre Wicca Btickland's Con~plete Book of
Witciicraft. Embora bastante abrangente, este livro no descreve as prticas e crenas
de todos os Wiccans. Nenhum poderia faz-lo. Mas contm um manancial de
informao.
Lembrem-se de que poucos Wiccans esto de acordo com o esquema do ritual, a
nudez, os instrumentos e a organizao da assembleia... um dos temas quentes
actualmente o da histria antiga da Wicca, ou melhor, da faJta dela. Por isso, nem
todos os autores descrevem Wicca da mesma maneira. Embora todos sejam membros
da mesma religio, cada um um indivduo e pertence a diversas tradies Wiccan.
uma religio pessoal.
Porm, para ter a certeza de que a Wicca sobre a qual esto a ler real, tenham em
mente a informao dada neste livro. Se os autores falarem de culto satnico,
sacrifcios, iniciaes foradas e orgias, bem como outras coisas muito
desagradveis, no so Wiccans e o livro o produto de uma mente distorcida.
Considere o livro uma obra de fico.
Se, depois de ler acerca da Wicca, quiser aprender mais, tente encontrar um
Wiccan perto de si. Poucos Wiccans tornam pblica a sua morada, por isso pode ter
dificuldade em encontrar algum. Se tenciona seriamente conseguir entrar na Wicca,
procure todas as pistas que puder.
Escreva a autores do tema. Embora possa no ter resposta, pode ocasionalmente
receber informao que lhe seja til. Vale com certeza o tempo e o esforo.
E, lembre-se, se contactar algum por estranhos meios e lhe disserem que em
breve se vai tornar um satanista convicto, que vai ter de renunciar sua anterior
religio, que

58

Scatt Ci~nnin~~~

tem de pagar a iniciao ou que tem de tomar drogas participar em cerimnias,


no est em contacto com assembleia ou pessoa autenticamente Wiccan.
Se conhecer Wiccans que praticam a nudez e/ou se~ ritual e se isso o
incomoda, rejeite-os simplesmente e proc re outros. O mesmo acontece se sentir

57
um forte choque personalidades com algum Wiccan que conhea. Alis, tE
hiptese de que no o aceitem.
Se no conseguir conhecer Wiccans, pode querer come a praticar a religio
sozinho. Um livro especialm~nte orien tado para ajudar estudantes isolados
Wicca. A Guidefo Solitary Practitioner de Cunxiingham. Trata-se de uma ii
duo completa prtica de Wicca e uma fonte fivel pat os que no
conseguem entrar para uma assembleia ou ceber instruo de outra maneira.
Lembrem-se deque livros no fazem proselitismo. Limitam-se a apresentar
verdadeira informao Wiccan aos que esto interessado~ nela. Continue a
procurar. Como dizem, muitas vezes, os Wiccans, os que esto prontos para a
Wicca encontr-la ao
O QUE E O QUE NO
Resumindo, a bruxaria hoje magia popular; uma utilizao amvel, antiga e
construtiva de foras pouco conhecidas para obter efeitos positivos.
Este termo inclui tambm Wicca, uma religio moderna baseada na
venerao da Deusa e do Deus e que respeita a natureza. Amagia uma parte
aceite desta religio que tem uma srie de tradies.
A magia popular no rogar pragas, usar vassouras, estoiros e outras magias
negativas. No praticada com poderes obtidos do Diabo ou Sat.
Y

59
A Wicca no uma caricatura, inverso ou perverso do Cristianismo. Tambm
no uma religio ou um culto evanglico, controlador ou de proselitismo. A Wicca
no pretende governar o mundo, converter os seus filhos, apanhar o seu dinheiro ou
tentar for-lo a acreditar como fazemos seus seguidores. A Wicca no
anticristianismo; e apenas na~ crist.
Nem os magos populares nem os Wiccans matam nem as orgias fazem parte da
sua religio e das prticas de magia. Essas ideias so espalhadas por pessoas que,
simplesmente, ignoram os factos ou que optam por ignor-los com outros fins. Os
Wiccans e os magos populares no querem ser temidos nem convertidos; s querem
que os deixem em paz.
Que todos possam saber a verdade sobre a Bruxaria.
A Verdade Sobre a Bnixa ria

INFORMAO AO LEITOR
Nas p~ginas seguintes encontrara inforniaes sobre diversos livis desta colec.~o.
Se quiser adquirir algo Ii ia destas obras. pode contactar o nosso distribuidor
exclusivo.

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PUBLICAES EUROPA-AMRICA
Sttcios COMLRCIAIS
Apartado 7
2726 Mcm Martins Codex
Portugal

A cabala um antigo e poderoso sistema de misticismo que tem as suas ra7es no


'.udaLsmo. A cabala sobrevive enquanto filosofia e CIlOtialiO) forma de ver [)eLts e o
universo. tinia chave para o pensamento issistico contra a corrente dsissinaiste. Isla
pratica da magia cel-iliionial, o roisbecimento da cabala aplica-se sem falia, em
particular na produio e carregamento de asnoletos e de talisms. bsta obra traduz de
uma forma simples este sistema extremaiiselite porleroso para o nosso crescimento
espiritual e esclarecimento cosmico.
A principal aplicao da cabala o progresso espiritual. tradicionalmente atingido
atravs de estudos especficos e meditao em nome de Detis. Este livro introduz o leitor
a esta e a mitras avenidas da evoluo espiritual. incluindo a preparacio do caminho e
respecriva caminhada pela estrada da Serpente acima. Porque a cabala trata de energias
arquetpicas. as mentes subeomcientes dos leitores ji Ibe percebem as bases mesmo que
nunca a tenham estudado ou lido sobre ela! Os sonhos recorrem frequentemente ao
simbolismo cabalstico, at ao ponto de apre-tentar trocadilbos e analogias apenas
perceptveis pela gematria: o sistema hebreu de numerologia da cabala.
E, finalisseiste, considera-se a cabala como sendo O O nico sistema mstico que inclui
ur)) mtodo completo e abraisgeiste de cL~sificao do universo, tanto em termos de
macoseosmo como de microcosino. Qtier veia a cabala como orna ferramenta magica ou
COmO unia filosofia mstica, um estudo aprofundado deste sistema enriquecera
incomensuravel meis te a vida do leitor.

AVERDADE SOBRE A COMUNICAO COM OS ESPRITOS


RAY BUCKLAND

Ha' uma longa histria de pessoas enganadas por mdiuns potico esertipti listo>
ou fraudulentos Porm, o facto de a mediunidade ser facil de imitar de maneira
fraudulenta no significa que no exista na realidade.

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Existe vida depois da niorte e possvel estabelecer contacto com o ~mundo dos
espiritos~~. ~ tambm possvel para moita gente tornar-semi' mdium, atravs do
qual se estabelece contacto. Neste livro introdutrio, ira' descobrir como o mundo
dos espritos baseado em material obtido pelos mdimi> autenticos e sabera ainda a
verdade sobre:
Como estabelecem tss mditins contacto cotis Os espritos:
~pos de mdiuns e diferena entre mditins, eicaininbadtsres e
parapsquicos:
Sesses e a religio esprita;
Ta'buas-falantes, movimentos de mesas, escrita atitnnia'tica e
mediunidade por vo?. directa:
Crculos de salvao e curas espirituais:
Fotografia de espritos.
Quando morre um ente querido, sentimos saudades e desejamos Iii tiitas vezes
poder, de alguma forma, contactar com ele. Os falecidos podem ter a mesma
occessidarle de coilsunicar conistisco. Quando o desejo e a necessidade de
estabelecer contacto stificientemente forte dos dois lados - provavel que o
contacto seja bem sucedido.
A VERDADE SOBRE A EVOCAO DOS ESPRITOS
DONALD MICHAEL KRAIG
Con a evocao pode aprender a melhorar a sua situao financeira, trazer amor
a sua vida e alcanar o xito que deseja. As evocaes so uma maneira segura de
recorrer a 011' deus, deusa ou outra enridade no fisica para obter informao ou
pedir ajuda.
Este guia abrangente e facil de perceber explica o que a magia... como a sua
pratica pode melhorar a sua vida... os vazios tipos de etitidades espirituais... a
diferena enrre evocao e invocao... como comunicar com os espritos... e mais!
Conio chamar uma cii tidade, passo-a-passo:
-

Limpeza;
Preparao da vidente;
Conjuro;
Pergtiiitas
As boas-vind2a;
- O pagansento;
- A licelia de partida.
Como coiistruir e usar o espelho magico;
Como evitar poteilciais problemas;
r
CoOso preparar e liii ri ficar a soa irca;
(.0100 elsrar 011 ei estado alterado de colsscincia;
(2s)li)rl registar a inforia e respostas IltIe resebe no seis dla'tio
nia'gico.
tos.

ela

A VERDADE SOBRE A PROJECO ASTRAL


EDITORES DA LLEWELLYN

60

10.
~al
Unia eni sana trs pessoas teve II loa experincia lia q si 'SI a parte inolssciellte
da concha se separa do corpo do ras te um certo tens ps.
na
tss~~a experlnla agrada'vel e, por VC/15, podeossa. Habittalmente, acontece enqoal) tIl
dorme.
A experiselicia fora do corpo tpica de surra ti oraio 1. 551 rge tie firma isiespetistia. (tisitodo,
pod~ ser provocada de lorsia 1011511115 te e deliberada.
ia
o.
ia

e
Neste livro, alirendera' a verdade sobre:
Cora astral;
fscosi tro coni pessoas asnadas ei) plasso astral;
Romance astral e sexo astral;
Evaso astral;
Explorao do espao astral;
Os seus gruas astraIs;
O ottro lado da ostrte;
A exlserilscia '.a beira.. da osorte;
A visti astral dentro do fltoro;
os mundos astraIs;
Expensicias astrais ..mis,~.
No lia' nada a recear e moiro a ganhar tasni o mundo astral. Pode libertar-se das

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linsitaes biolgicas, da gravidade e da disra'ncia. Pode ir a qualquer lado - para o espao
exterior 051 at as profundezas do oceano - seni se preoco par com o ieu corpo fsico. Goze
a soa viagem!

A VERDADE SOBRE A REGRESSO A VIDAS PASSADAS


FLORENCE WAGNER MCCLAIN

Ja' se debateu com medos qtse parecens no ter qualquer base na vida presente,, se
conhece algum e sente imediata afinidade... 011 se viajou pata um local estranho
e descobriu que lhe era familiar, ento, provavel que esteja a reagir a
experincias que teve numa vida anterior. Este livro demonstrar-lhe-a que a
regresso vida passada muito til para melhorar a qualidade da sua vida,
Tambm voc pode usufruir dos henefcitis da regresso a vidas passadas pois
uni bons instrumeito para aperfeisar a qualidade da sua vida. Tambns pode
exserimentar os benefcios da regresso a vidas passadas, mesnio que no
acredite na reencarnasi. Descubra como ao reviver experllselas de vidas
passadas ajuda a esleontrar soltes para os problemas e tens uma grande
perspectiva de si - e como ela pode liberta'-lo dos medos e dos

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