O Fator EGO
O Fator EGO
O Fator EGO
ego
O fator
Finalmente um livro que aborda o maior problema do mundo corporativo atual: os egos inflados principalmente daqueles que esto no
topo da escala administrativa. Marcum e Smith fornecem muitos conselhos teis sobre como lidar com o prprio ego e com os das pessoas
com quem voc trabalha. Um livro brilhante e muitssimo necessrio.
AL RIES, co-autor de A origem das marcas
Marcum e Smith provam que possvel ser lder e manter a autoconfiana sem os aspectos negativos do ego. Um livro repleto de idias
teis a todos os lderes.
DAVE ULRICH, Ph.D., professor da Universidade de Michigan, autor
de Os campees de recursos humanos e co-autor de The Leadership Brand
ego
O fator
O fator ego
atividades de suas empresas, em especial quando se trata de riscos que ameaam a prpria viabilidade delas. Raines saiu da
Fannie Mae com um acordo de aposentadoria estimado em cerca de US$ 25 milhes e uma indenizao de aproximadamente
US$ 90 milhes. Em 22 de dezembro de 2004, foi substitudo por
Daniel Mudd.
Enquanto escrevamos este captulo, um colega nos enviou,
por e-mail, o despacho de uma agncia de notcias. Acordo da
Fannie alcana US$ 400 milhes, anunciava o ttulo. A primeira
linha dizia que a arrogante e antitica cultura corporativa da
Fannie Mae provocou um escndalo contbil de US$ 11 bilhes
na gigantesca agncia de hipotecas, disseram os legisladores federais ao anunciar um acordo de US$ 400 milhes com a empresa
na tera-feira (o grifo nosso). A liderana de Daniel Mudd
tambm foi questionada. Bethany McLean, da Fortune, escreveu:
A Fannie se considerava to diferente, to especial e to poderosa que jamais precisaria dar explicaes a ningum. E nesse aspecto, como se viu, estava muito errada. A Fannie Mae levou
quase 20 anos para passar de boa a tima e menos de cinco anos
para ir de tima a boa e da a ter que ser incorporada pelo governo dos Estados Unidos em 2008, para evitar sua falncia.
O risco dessas manchetes sobre egos fora de controle, ou sobre o impacto brutal da longa construo de uma cultura baseada no ego, dizermos para ns mesmos: Nunca faramos isso.
Simplesmente no somos to ruins assim. O que verdade.
Noventa e nove por cento de ns jamais seremos como Dennis
Kozlowski (Tyco), Ken Lay e Jeffrey Skilling (Enron), Bernie
Ebbers (WorldCom) ou Martha Stewart. No iremos para a priso nem provocaremos sozinhos o colapso de nossas empresas
e precisamente essa a armadilha.
Como tais histrias so extremas, elas raramente nos levam a
perguntar Ser que alguma parte disso est acontecendo na nos-
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presente. E, nas circunstncias corretas autocrtica, desenvolvimento pessoal consciente, um mentor, um excelente professor... , elas comeam a evoluir. Foi neste ponto que Collins encerrou sua resposta.
Para responder pergunta da diretora executiva com mais
profundidade, uma srie de outras perguntas precisariam ser
feitas e respondidas perguntas que vnhamos formulando h
anos: O que existe no ego que faz com que lderes conduzam
suas organizaes para bons desempenhos mas que os impede,
por causa da falta de humildade, de atingir a excelncia? Se o ego
algo que precisamos ter se quisermos alcanar o sucesso, por
que o fato de t-lo muitas vezes interfere no sucesso que buscamos? Ser que existem hbitos que poderiam ser desenvolvidos
para controlar o poder do ego? Ser que ele deve ser controlado,
para comeo de conversa? Se a humildade to poderosa e essencial para a liderana Nvel 5, por que um nmero maior de
pessoas no a possui? Ser humilde algo que pode ser aprendido? Se o ego e a humildade no conseguem coexistir, qual deles
precisa ceder e que mudanas so necessrias?
A egonomia o resultado das respostas a essas perguntas.
Acreditamos que tais descobertas representem a diferena entre
o ego que trabalha contra ns, como uma desvantagem, e o que
trabalha para ns, como uma qualidade cada vez mais valorizada. Quando o administramos com eficcia, o lado bom do ego
to forte quanto o ruim. O primeiro passo a ser dado compreender o que significa ego e como ele funciona.
A sa de egonmica
Para fazer uma analogia de como o ego age, visualize o funcionamento de nossos corpos. Para manter o corpo saudvel, o
sistema imunolgico cria molculas chamadas radicais livres que
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combatem os vrus e as bactrias. Porm, quando fatores ambientais, tais como a poluio e os pesticidas, fazem com que a produo de radicais livres se torne excessiva, as molculas atacam no
apenas os vrus e as bactrias, mas tambm as clulas saudveis e
o tecido vital, causando doenas, envelhecimento precoce, cncer
e outras enfermidades.
O ego um radical livre.
Na dose certa, ele inerentemente positivo, fornece um nvel
saudvel de confiana e ambio e afasta a insegurana, o medo e a apatia. Mas, se for deixado solto, ele sai para caar. As clulas primrias do ego atacam nossos talentos e nossas habilidades seja atravs da confiana excessiva, da iluso de que somos
melhores do que realmente somos, seja nos roubando a segurana, de modo que perdemos a confiana na nossa habilidade para
usar esses talentos com eficcia. O poder do ego abrangente e
incansvel, mas jamais neutro na maneira como afeta nosso
desempenho. Com base em dcadas de trabalhos sobre a personalidade elaborados por especialistas como Katharine Cook
Briggs e Isabel Briggs Myers, Carl Jung e Taylor Hartman, segue
abaixo uma lista de qualidades e caractersticas que abrangem a
maioria dos tipos de personalidade. Assinale de trs a cinco dos
seus pontos mais fortes:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
r confiante
r analtico
r flexvel
r carismtico
r comprometido
r decidido
r dedicado
r impositivo
r apaixonado
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
r confivel
r otimista
r liberal
r perspicaz
r leal
r crdulo
r obstinado
r pragmtico
r autoconfiante
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
r franco
r atento
r diplomtico
r determinado
r corajoso
r criativo
r disciplinado
r inteligente
r independente
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O fator ego
r confiante
r analtico
r flexvel
r carismtico
r comprometido
r decidido
r dedicado
r impositivo
r apaixonado
r confivel
ris co egosta
agressivo
pessimista
fraco
manipulador
dominador
apressado
teimoso
ditatorial
excessivamente zeloso
rgido
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ris co egosta
sonhador
descuidado
crtico demais
cego
ingnuo
inflexvel
sem imaginao
egocntrico
egosta
ansioso
politiqueiro
teimoso
precipitado
delirante
castrador
sabe-tudo
desinteressado
O ponto aqui no est no fato de que todos ns temos qualidades e defeitos: Consigo enxergar o quadro mais amplo, mas no
sou muito bom com detalhes ou Sou bom com nmeros, mas
me sinto desconfortvel com pessoas. Isso comum. O ponto
crucial que, quando o ego no est equilibrado (discutiremos isso com mais profundidade depois), ele transforma as nossas qualidades no em opostos absolutos, mas em falsos similares. Essa
sutil modificao se torna nosso pior ponto cego porque os defeitos nos parecem quase iguais s qualidades. Embora no consigamos discernir a diferena, ela bastante clara para os outros.
Quando percebemos essas falhas em ns mesmos ou na cultura de
trabalho onde estamos mergulhados, podemos ter certeza de que
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retornos
custos
carismtico
dedicado
Produz. No deixa os
obstculos se
sobreporem ao objetivo
em mente. Encontra
uma maneira de fazer as
coisas. No arranja
desculpas.
No considera
alternativas. Resiste a
mudanas, mesmo quando
elas se provam melhores.
Corta a criatividade em
nome da eficincia.
otimista
No d ouvidos s ms
notcias. Acha que uma
postura mental positiva
pode superar qualquer
coisa. Rejeita ms notcias,
considerando-as falta
de confiana, de viso ou
pessimismo dos
incrdulos.
franco
Fornece um caminho
claro, enfrenta
realidades duras,
elimina as incertezas.
Favorece a diversidade.
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qualidades
retornos
custos
diplomtico
Compreende as
dinmicas de
funcionamento do
grupo e facilita a
discusso. Trabalha
para incluir aqueles que
precisam ser includos.
Nota: O quadro completo de cada qualidade e seus respectivos retornos e custos pode
ser encontrado em ingls no site www.egonomicslive.com.
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O fator ego
A maioria de ns no perde a vida quando perde o controle do ego momentaneamente porm perde muito: confiana,
respeito, relacionamentos, influncia, talento, carreira, clientes e participao no mercado. De vez em quando, apesar de
nossas qualificaes, especialidades, carisma, histrico ou
extraordinria capacidade, todos ns deixamos, talvez inconscientemente, que o ego enfraquea nossas qualidades.
Carly Fiorina, ex-CEO da Hewlett-Packard, orquestrou a altamente alardeada fuso entre a Compaq e a HP. Quando ficou
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evidente que o resultado da fuso no era aquele que se esperava, um executivo comentou: Ela uma executiva muito, muito
inteligente, competente e talentosa. Ela no consegue engolir
em seco e dizer Ns perdemos. Outros empresrios conseguem
fazer isso e seguir em frente. Ela no. No incio, a grande determinao e o incrvel otimismo de Fiorina foram muito teis para a HP. Ela foi considerada a mais poderosa executiva dos
Estados Unidos pela revista Fortune. Porm, com o passar do
tempo, o ego pareceu trabalhar contra ela, e sua excepcional determinao e seu incrvel otimismo foram muitas vezes transformados em inflexibilidade e negao da realidade. Menos de
trs anos depois da fuso que defendera, ela foi demitida. O ego
para o bem ou para o mal est to profundamente enraizado
em cada um de ns e, em conseqncia disso, na maneira como
usamos nossos talentos para liderar, administrar, pensar, falar,
escutar, decidir e agir que merece nossa total ateno em uma
lista de prioridades.
O re tor no do investimento
Quando uma organizao investe em ns por causa de nossos talentos, ela tambm herda o potencial de contrafao desses
talentos. Uma grande organizao precisa no apenas se adaptar
ao fato de que cada funcionrio nico, mas tambm capitalizar
aquilo que os diferencia uns dos outros, escreveram Marcus
Buckingham e Donald Clifton em Descubra seus pontos fortes.
Ela precisa estar atenta aos indcios de talentos naturais de cada
funcionrio e, ento, posicionar e desenvolver esses talentos para
que se transformem em legtimos pontos fortes. Igualmente importante para esse desenvolvimento estar atento queles primeiros sinais de alerta emitidos pelo ego quando as habilidades
naturais se tornam inimigos naturais.
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do humano afeta tudo o que fazemos no lado estritamente empresarial. Cabe a cada um de ns redirecionar o impulso daquilo que controla a energia de todas as outras coisas que fazemos.
Assumir esse controle exige que cada um de ns examine os prprios hbitos profissionais com muita ateno conversa por
conversa, projeto por projeto, reunio por reunio. So trs os
princpios da egonomia que, quando reunidos, provocam essa alterao: humildade, curiosidade e veracidade. Esses trs princpios no apenas exigem que ajamos de outro modo, como tambm que sejamos diferentes. O grau em que conseguirmos mudar
vai determinar quanto de nossos talentos ser liberado para beneficiar estrategicamente nossas empresas e nossas carreiras.
Alm disso, o modo como trabalhamos no se tornar apenas
mais eficaz, mas tambm mais fcil. A conseqncia que as organizaes se tornaro capazes de:
construir uma cultura liberal em que as mudanas e as novas idias sejam bem-vindas e os interesses de negcios
das empresas no sejam eclipsados por motivos pessoais;
maximizar as qualidades individuais e os talentos organizacionais, capitalizando as qualidades do ego e minimizando seus defeitos;
criar intensos debates sobre idias com vistas a progredir,
sem as travas dos conflitos e dos julgamentos precoces;
cultivar relacionamentos suficientemente fortes (e culturas suficientemente seguras) para permitir que uma completa honestidade e modos inovadores de pensar sejam
compartilhados durante as reunies, em vez de depois
ou nunca;
lidar de forma eficaz com o ego dos outros quando eles esto prejudicando o desempenho e impedindo ou retardando inovaes.
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