Manual Carnes
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Alimentar
As protenas
A carne, leite, ovos, leguminosas ou vegetais so fontes bsicas de protenas, que
so macromolculas formadas por outras pequenas molculas, os aminocidos. Cada
protena formada, no mnimo, por trs aminocidos.
Embora haja 20 tipos diferentes de aminocidos nem todos podem ser fabricados
pelo corpo humano, os chamados aminocidos essenciais.
As protenas desempenham um papel muito importante no nosso organismo,
fornecem o material para a construo e manuteno dos rgos e tecidos. As protenas
no corpo so constantemente quebradas e repostas, utilizando para isso as protenas dos
alimentos.
Vegetais (legumes, leguminosas, nozes)
Protenas
Animais (carne, peixe, ovos, leite e laticnios)
As protenas vegetais so consideradas incompletas por serem pobres em
aminocidos essenciais enquanto as protenas animais, que contm todos os aminocidos
essenciais, so consideradas completas.
Deve-se consumir diariamente entre 10% e 35% de protenas.
Estrutura de um aminocido
Grupo Amina
Grupo Carboxilo
Carbono
Radical
Os aminocidos essenciais
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Carnes vermelhas
Msculos
Aves
Nervos
Animais marinhos
Gorduras
Carne de caa
Animais selvagens
Vasos sanguneos
A composio da carne
Isabel Vieira dos Mrtires
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Miosina
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cido oleico
Fosfolpidos
Colesterol
Msculo relaxado
Msculo a contrair
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Msculo contrado
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O stress e a carne
O stress num animal pode ter origem em vrios fatores:
Deslocar-se para um ambiente que no familiar;
Fatores ambientais (a temperatura, a humidade, a luz, o rudo e o espao);
Fadiga;
Estar num ambiente lotado.
Qualquer que seja a razo do stress animal as respostas fisiolgicas sero as
mesmas: alteraes no ritmo cardaco, na velocidade de respirao, na temperatura
corporal e na presso sangunea.
Nos msculos a resposta ao stress traduz-se numa exigncia de contrao, o que
leva a uma necessidade do aumento do fluxo sanguneo. Mas, muitas vezes, o sistema
circulatrio no capaz de proporcionar as quantidades de sangue necessrias s
contraes musculares. Nestes casos os msculos entram em estado de emergncia
havendo a degradao do glicognio (para obteno de energia) pela via anaerbia, o que
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leva produo de cido lctico, que se deposita nas fibras musculares. Este cido lctico
num organismo vivo ir ser reconvertido em glicognio (no fgado) ou em energia (no
corao) mas tal no possvel se o organismo estiver morto.
O cido lctico nos msculos leva a um aumento de pH, que por sua vez leva a
uma perda de gua por parte dos tecidos musculares. Esta perda de gua ir tornar a
carne mais dura pelo que importante manter os animais para abate o mais relaxado
possvel.
O nvel de resistncia ao stress no igual para todas as espcies, pelo que
importante ter isso em conta quando se lida com os animais para abate.
Alm do stress existem outros fatores (na produo animal) que influenciam as
propriedades musculares da carne. o caso das propriedades fsicas hereditrias, do tipo
de dieta dada ao animal e o ambiente em que o animal cresce.
Fases do abate
O abate de um animal sempre um processo stressante mas pode-se sempre
atenuar este stress tendo alguns cuidados com os bichos durante a transformao dos
tecidos do animal vivo em alimento comestvel.
1. O transporte e a descarga
Esta a primeira fase de qualquer processo de abate e uma das mais stressantes
para os animais.
Estes so transportados em camies ou vages, por vezes sem as condies
mnimas de bem-estar (de temperatura, de humidade e de lotao). Caso os animais
tenham sido submetidos a temperaturas e humidades elevadas estes devem ser
refrescados atravs de meios adequados, aquando da descarga.
Todos os matadouros devem dispor de equipamento e instalaes adequados
descarga dos animais dos meios de transporte e havendo uma demora no abate estes
devem ser protegidos contra condies climatricas adversas e beneficiar de ventilao
adequada. Durante a descarga os animais no devem ser amedrontados, excitados,
maltratados ou derrubados e os que corram o risco de se ferirem devem ser mantidos e
estabulados separadamente.
As condies e o estado sanitrio dos animais devem ser inspecionados
diariamente.
O descanso e alimentao de um animal antes do abate permitem estabilizar os
valores de pH e de humidade dos msculos, obtendo-se deste modo uma carne com
maior qualidade.
2. Insensibilizao ou atordoamento
Os animais devem ser deslocados e encaminhados com cuidado, e se necessrio,
conduzidos um a um para o local de abate.
Antes do atordoamento os animais devem ser imobilizados de modo a evitar
quaisquer dores, sofrimento, agitao, leso ou contuso inteis.
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Com este ltimo mtodo necessrio passar as carcaas por outra mquina
depiladora, que elimina o resto dos pelos e material carbonizado.
5. Eviscerao
Consiste no retirar das vsceras do animal o mais rapidamente possvel tendo o
cuidado de evitar o derrame do contedo digestivo.
A carcaa depois lavada.
6. Diviso da carcaa
As carcaas so divididas ao meio, longitudinalmente, ou so enviadas para a
desossa e divididas em seces menores e cortes individuais para comercializao.
7. Refrigerao
As carcaas so ento arrefecidas para reduzir o mais possvel o crescimento
microbiano (conservao). Para reduzir a temperatura interna para -7C, elas so
arrefecidas em cmaras frigorficas com temperaturas entre 0C e 4C.
Mtodos de conservao
Os mtodos de conservao da carne dividem-se em:
Mtodos fsicos refrigerao, congelao, secagem e esterilizao.
Mtodos qumicos salga, cura e fumeiro.
Em muitos casos, na produo dos produtos crneos, so utilizadas combinaes
de diferentes mtodos.
Produtos transformados
Dos produtos transformados com a carne como base temos, entre outros:
Produtos cozidos - Fiambres, Mortadelas, Salames, Galantines, Pastas de
carne, Pats, Merenda de carne, etc.;
Produtos fumados - Presuntos, Paios, Toucinhos fumado ou "Bacon",
Entremeadas salgada, Chourios, Linguias, Chourio, Salpico, Enchidos de caa, etc.
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