O documento discute os três tipos de poder - riqueza, violência e espírito - e como cada um se manifesta de forma ativa e passiva em diferentes grupos sociais. Também analisa como esses poderes se distribuem e disputam em diferentes sociedades, incluindo a Revolução Russa de 1917 e os Estados Unidos.
O documento discute os três tipos de poder - riqueza, violência e espírito - e como cada um se manifesta de forma ativa e passiva em diferentes grupos sociais. Também analisa como esses poderes se distribuem e disputam em diferentes sociedades, incluindo a Revolução Russa de 1917 e os Estados Unidos.
O documento discute os três tipos de poder - riqueza, violência e espírito - e como cada um se manifesta de forma ativa e passiva em diferentes grupos sociais. Também analisa como esses poderes se distribuem e disputam em diferentes sociedades, incluindo a Revolução Russa de 1917 e os Estados Unidos.
O documento discute os três tipos de poder - riqueza, violência e espírito - e como cada um se manifesta de forma ativa e passiva em diferentes grupos sociais. Também analisa como esses poderes se distribuem e disputam em diferentes sociedades, incluindo a Revolução Russa de 1917 e os Estados Unidos.
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Teses sobre o poder
1. Poder, no sentido mais universal, possibilidade de ao.
2. No sentido estrito que tem em poltica, a possibilidade de determinar
as aes alheias. 3. No sentido universal, o homem s tem trs poderes: gerar, destruir,
escolher. O primeiro poder da riqueza, o segundo o poder da
violncia, o terceiro o poder do esprito. 4. O poder da riqueza tem como objeto os bens materiais, usando os
corpos humanos e o esprito como meios e amoldando-se a eles como
condies. 5. O poder da violncia tem como objeto o corpo humano, usando a
matria e o esprito como meios e amoldando-se a eles como condies.
6. O poder do esprito exerce-se sobre o prprio esprito, usando os bens
materiais e o corpo humano como meios e adaptando-se a eles como
condies. 7. Cada poder exerce-se numa dupla direo: ativa e passiva. A direo
ativa tende unidade, concentrao, velocidade crescente. A direo
passiva tende multiplicidade, disperso, velocidade decrescente. 8. O poder ativo da riqueza reside nos donos do capital. Tende a
concentrar a riqueza nas mos de poucos, ao monopolismo, a buscar os
meios de crescer cada vez mais rapidamente. 9. O poder passivo da riqueza reside nos trabalhadores. Tende a dividir a
riqueza, ao socialismo, ao crescimento zero.
10. O poder ativo da violncia reside na milcia. Tende a concentrar-se,
hierarquia vertical, disciplina rgida, a instaurar a obedincia
automtica que produz a mxima eficincia e rapidez. 11. A milcia o fundamento do poder estatal, que se reduz, em ltima
instncia, legitimidade do uso da violncia.
12. O poder passivo da violncia reside na justia. Tende a dispersar-se, a
nivelar o poder, a tudo resolver por livre acordo, a desacelerar a ao.
13. O poder ativo das idias reside nos criadores de bens culturais. Tende a
concentrar o poder, a submeter as aes de muitos s idias de uns
poucos, a acelerar a mudana, a romper os hbitos estabelecidos. 14. O poder passivo das idias reside nos homens de religio. Tende a
dispersar o poder, a nivelar o comportamento humano pela mdia dos
valores tradicionais, a anular as diferenas entre homens notveis e homens comuns, a estabilizar a ao social na rotina sacralizada. 15. Essa diviso compreende todas as castas: a casta sacerdotal divide-se
em intelectualidade e clero; a casta nobre divide-se em nobreza de
espada e nobreza de toga; a casta dos produtores divide-se em proprietrios e trabalhadores. 16. As castas so funcionais e no tm necessariamente ocupantes fixos: os
componentes da nobreza, destronados, podem compor uma casta
capitalista ou uma intelectualidade. O trabalhador, em ascenso, pode ingressar na intelectualidade ou na nobreza. Massas inteiras podem ser deslocadas de uma funo a outra. As funes permanecem fixas, os ocupantes ou permanecem ou mudam. 17. A chamada classe poltica no existe como unidade independente:
somente uma interface entre nobreza de espada e nobreza de toga.
aristocracia. Donde se conclui que a diviso dos trs poderes, na teoria de Locke e Montesquieu, puramente normativa e no est fundada na natureza das coisas. O poder executivo, em toda a crueza do seu poder absoluto, a voz do Imperator, do chefe dos exrcitos. Em todos os casos e circunstncias, permanece distinto do judicirio, cuja existncia coextensiva com a de partes em litgio e que no pode ser absorvido na unidade simples da voz de comando. Isto verdade mesmo quando as funes de chefe e juiz se unem numa s pessoa, pois permanecem distintas como o comando emitido de motu proprio permanece distinto da arbitragem entre partes. No concebvel que o Executivo, como tal, absorva em si o Judicirio, de vez que toda iniciativa do primeiro provm dele mesmo, e a iniciativa de julgar s pode ter incio aps as
demandas das partes. A absoro do Legislativo no Executivo, ao
contrrio, no s possvel como fato, nos regimes totalitrios, bem como possvel e fato, nos regimes parlamentaristas, a reduo do Executivo a um brao do Legislativo, que neste caso apenas um Executivo coletivo. Tudo isto mostra que poder militar e poder judicirio so essencialmente distintos, enquanto a distino de Executivo e Legislativo apenas um acidente determinado pela inveno humana. 18. As ideologias so expresses dos desejos das vrias castas. 19. A estrutura de poder numa dada sociedade consiste na distribuio da
hegemonia entre os trs poderes, complicada pela disputa de poder no
s entre os trs poderes mas tambm no interior de cada uma das trs castas. 20. Na revoluo russa de 1917, a intelectualidade, apoiada nos
trabalhadores e na milcia, toma o poder, assumindo instantaneamente
as funes de nobreza e de clero. A nova nobreza, uma vez constituda, absorve as funes da casta capitalista, o que pde fazer com facilidade porque j estavam parcialmente absorvidas pela nobreza do antigo regime, num capitalismo de Estado. O marxismo surge como obra de cultura, mas, quando a intelectualidade que o criou sobe ao poder e se transforma em clero, ele adquire a forma de religio. 21. Nos Estados Unidos, uma poderosa classe capitalista governa com o
apoio do clero protestante, subjuga a nobreza, os trabalhadores e a
intelectualidade. A intelectualidade e os trabalhadores, com o auxlio da nobreza de toga, contestam o poder. A intelectualidade, porm, conquista gradativamente o poder graas inventividade tcnica e ao domnio das informaes, medida que o capitalismo industrial cede lugar a um capitalismo de bens e servios. Com a engenharia social, o poder centraliza-se, a eficincia do comando aumentada, o Estado tende na direo socialdemocrtica. Os capitalistas, sentindo-se alijados do poder, aliam-se aos trabalhadores e milcia numa reao conservadora, dividindo a nobreza de toga. 24/01/97