Proposições 2 Ciclo
Proposições 2 Ciclo
Proposições 2 Ciclo
SECRETARIA DE EDUCAO
DESAFIOS DA FORMAO
PROPOSIES CURRICULARES
ENSINO FUNDAMENTAL
2 CICLO
REDE MUNICIPAL DE EDUCAO DE BELO HORIZONTE
TEXTO PRELIMINAR
SUMRIO
INTRODUO: UM CONVITE REFLEXO .................................................................................................. 4
DESAFIOS DA FORMAO NO 2 CICLO: ENTRE A INFNCIA E A ADOLESCNCIA ..................................... 17
PROPOSIES CURRICULARES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL DA RME-BH - ARTE ............................. 27
PROPOSIES CURRICULARES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL DA RME-BH - CINCIAS ....................... 40
PROPOSIES CURRICULARES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL DA RME-BH - EDUCAO FSICA ......... 68
PROPOSIES CURRICULARES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL DA RME-BH - GEOGRAFIA ................... 90
PROPOSIES CURRICULARES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL DA RME-BH - HISTRIA ..................... 115
PROPOSIES CURRICULARES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL DA RME-BH - LNGUA INGLESA .......... 142
PROPOSIES CURRICULARES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL DA RME-BH - LNGUA PORTUGUESA .. 167
PROPOSIES CURRICULARES PARA O ENSINO FUNDAMENTAL DA RME-BH - MATEMTICA ............... 193
longo de 2007 e 2008, e contaram com a participao dos profissionais,3 ora organizados de
forma geral (ciclos, nvel de ensino e outras), ora por disciplina.
Dessa forma, o texto aqui apresentado foi produzido coletivamente, na Rede de Formao, em
interlocues com vrios profissionais da RME/BH e consultores das diversas disciplinas, num
esforo de reflexo sobre questes fundamentais para a educao e o currculo. Vai, assim,
como um documento preliminar, considerao de todos os educadores das escolas
municipais, para leitura e crtica em momentos da formao e planejamento.
As Proposies Curriculares so, assim, uma aposta e um convite a novos dilogos e futuras
reformulaes, que vo torn-las instrumento cada vez melhor, e mais claro para orientar as
equipes profissionais das escolas no planejamento pedaggico.
1
O acompanhamento realizado pelas equipes da Secretaria Municipal de Educao: Gerncias Regionais de Educao,
Gerncia de Coordenao da Poltica Pedaggica e Formao (GCPPF) e Centro de Aperfeioamento dos Profissionais da
Educao (CAPE).
2
Parmetros Curriculares Nacionais (PCN), 2001; o Estatuto da Criana e do Adolescente 1990; a Lei 10639/2003, que tornou
obrigatrio o ensino da Histria e da Cultura Afro e Afro-brasileira nas escolas; Proposta Curricular do Estado de Minas Gerais Contedo Bsico Comum (CBC /2006); Proposies Curriculares da Escola Plural de Belo Horizonte (1994, 1995, 1996, 2004);
COSTA, Marisa Vorraber (org). O currculo nos limiares do contemporneo. Rio de Janeiro: DP&A, 2005; Dossi: O campo do
currculo hoje: debates em cena. Educao em Revista, FAE UFMG, n. 45, junho 2007; MEC/SEB. Indagaes sobre currculo.
Braslia: nov, 2006.
3
Mesmo diante de muitas dificuldades para organizar a escola de forma a viabilizar a sada dos professores, sem prejuzo das
aulas dos estudantes, os encontros da Rede de Formao foram avaliados positivamente pelos professores que puderam
participar.
Escola Candanga (Braslia), Escola Cidad (Porto Alegre), Escola Sem Fronteiras (Blumenau), Escola Cabana (Belm).
necessrio salientar ainda que muitas mudanas ocorreram nos ltimos anos no contexto
social e poltico mais geral, entre as quais se destacam: a universalizao e incluso na escola
pblica; o alargamento das expectativas de formao na educao escolar (para o trnsito, a
sexualidade, a cidadania etc.); as mudanas prprias das reas de conhecimento,
reformulando conceitos essenciais; os diversos estudos sobre teorias de currculo; a demanda
pelo uso de tecnologias.
Tambm essencial que se considere as novas condies da organizao escolar (mais
coletiva e autnoma, flexvel e diversificada conforme a situao de ensino) e do trabalho
docente (so maiores e mais amplas as responsabilidades educativas do professor).
Certamente, diante destas e de outras mudanas, o fator que mais preocupa os professores,
colocando-os muitas vezes em situaes de sofrimento no trabalho, tem sido a presena de
grupos de estudantes muito mais heterogneos do que aqueles com os quais estavam
acostumados a lidar.
Como afirma Moreira (2006, p.88), baseando-se nos estudos de Stuart Hall,
[...] inegvel a pluralidade cultural do mundo em que vivemos e que se manifesta, de
forma impetuosa, em todos os espaos sociais, inclusive nas escolas e nas salas de
aula. Essa pluralidade freqentemente acarreta confrontos e conflitos, tornando cada
vez mais agudos os desafios a serem enfrentados pelos profissionais da educao.
pensamento do
clareza
do
significado
aqui
utilizado
para:
intenes
educativas,
tecnologias.
Para efetivar essas intenes educativas, as Proposies Curriculares organizam-se em
capacidades/habilidades, que orientaro a seleo e organizao dos conhecimentos, as
metodologias para seu desenvolvimento e a avaliao, levando em considerao as condies
do estudante.
O termo capacidade/habilidade est sendo aqui empregado como um norte, uma meta geral
de formao que os educadores tomam como referncia para a organizao e o
desenvolvimento das propostas de ensino. Neste documento, como nos cadernos do CEALE
10
para pintar, mover o mouse para deslocar o cursor, chutar uma bola, correr,
pular corda etc.
opinies
com
clareza
segurana;
trabalhar
coletivamente;
aprendidos
na
prpria
escola,
quando do
desenvolvimento
de
outras
12
T Trabalhar Tipo de abordagem que explora de modo sistemtico as diversas situaesproblema que promovem o desenvolvimento das capacidades/habilidades que sero enfocadas
pelo professor. Demanda um planejamento cuidadoso das atividades que devero ser
variadas, de modo a explorar as vrias dimenses dos conhecimentos disciplinares que se
relacionam a uma determinada capacidade e tambm as inter-relaes com outras
capacidades/habilidades. importante que o professor organize seu trabalho tendo bem
definida a capacidade que pretende desenvolver. Essa uma fase em que os processos
avaliativos so fundamentais para que o professor defina as intervenes a serem feitas no
processo de ensino-aprendizagem, de modo a ter clareza sobre o que efetivamente poder ser
consolidado pelos estudantes ao final desse processo.
C Consolidar No contnuo processo de aprendizagem dos estudantes, chega um momento
em que preciso sedimentar os avanos que ocorreram em seus conhecimentos. Nesse
momento, determinados conceitos, procedimentos e comportamentos que foram trabalhados
sistematicamente pelo professor devem ser colocados como objeto de reflexo na sala de aula,
de modo que o trabalho pedaggico que foi realizado com eles seja claramente concludo.
Esse o momento em que se formaliza a aprendizagem de acordo com a capacidade que foi
desenvolvida, na forma de resumos, snteses e registros com a linguagem adequada a cada
rea disciplinar. A avaliao assume nessa fase o objetivo de compor um quadro das
aprendizagens que foram construdas pelos estudantes, que sero tomadas como referncia
na comunicao com as famlias e na continuidade do trabalho pedaggico no Ciclo.
Com essas idias, esperamos que os professores possam organizar mais sua proposta de
ensino, construir melhores condies para a realizao de diagnsticos e avaliaes gerais e
parciais em suas turmas, para que os estudantes tambm possam compreender melhor e ter
melhor desempenho na aprendizagem. Tal como expresso no Caderno 1 do CEALE (2005, p.
15), ressaltamos
[...] a importncia que se atribui sensibilidade e ao saber do professor no sentido de
adequar a proposta real situao de seus educandos. Espera-se que o docente em
conjunto com toda a escola alie acuidade e disposio positiva para implementar esta
proposta, atentando para as efetivas circunstncias em que se dever desenvolver seu
trabalho.
tomado como referncia o texto de Elvira de Souza Lima, Ciclos de formao uma reorganizao do tempo escolar. GEDH
(Grupo de Estudos do Desenvolvimento Humano), So Paulo, 1998
13
14
ateno especial na escolha dos profissionais responsveis pelo trabalho nesse Ciclo e
sensibilidade, compromisso e respeito com a idade da infncia para o estabelecimento
das capacidades e metodologias a serem desenvolvidas nessa faixa etria.
4o, 5o e 6o anos de escolarizao em um Ciclo, exige uma equipe com uma mesma
organizao do trabalho.
modo que for mais adequado, dividindo entre si as aulas e tarefas, mas o planejamento
conjunto por trs anos absolutamente essencial, caso contrrio, no h ao no ciclo.
Nos anos iniciais, da infncia e pr-adolescncia, este contato deve ser mais
longo, de modo que cada turma seja acompanhada e pelo menos um profissional tenha
preferncia de com dialogar e combinar os projetos da turma.
Nos anos finais, embora a organizao disciplinar crie mais fragmentaes, o/a
Apresentamos a seguir os textos por ciclos e por disciplinas, desdobrando estas idias gerais
em Proposies Curriculares para o Ensino Fundamental.
REFERNCIAS
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http://168.96.200.17/ar/libros/anped/TE13.PDF. Acesso em: 25/11/0
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TORRES, Carlos (org.). Teoria crtica e sociologia da educao. Cortez/Instituto Paulo Freire, So Paulo,
2003.
16
18
O conhecimento dos diversos grupos sociais facilitado, assim como a relao interpessoal,
mesmo que aconteam atritos constantes, principalmente entre meninas e meninos.
visvel o interesse por atividades com regras definidas jogos de tabuleiro, como o xadrez, o
domin, a dama , por esportes que propiciem a competio entre as partes e, atualmente,
pelos jogos eletrnicos. Embora os jogos eletrnicos no pressuponham a existncia de um
adversrio humano, suscitam a competio com a prpria mquina, abrindo possibilidades
para desafios cada vez mais crescentes do raciocnio, na busca de novas estratgias capazes
de superar limites. Vale ressaltar que estes jogos e atividades incitam o raciocnio como
tambm permitem ao pr-adolescente dominar a prpria conduta, exigindo o autocontrole e a
auto-avaliao de suas capacidades e limites. Trabalhar com jogos em sala de aula
fundamental, contudo as regras no devem ser vistas como produto de uma ordem superior ou
exterior, mas devem ser definidas por meio de acordos coletivos entre os prprios estudantes.
H necessidade de construir normas claras para a comunicao e o convvio no ambiente
escolar: saber ouvir e opinar, respeitar diferentes pontos de vista, propor e defender temas. A
participao em debates e assemblias desenvolve a capacidade de desempenhar papis
diferentes, o que permite ao estudante descentrar-se de seu ponto de vista individual e
compreender o ponto de vista coletivo.
favorvel, portanto, que se promovam debates e discusses em sala de aula em torno de
19
temas atuais: sexualidade, drogas, o trabalho formal e informal, meio ambiente, tecnologia, as
relaes entre o meio e as pessoas etc. Com isso, alm de possibilitar a discusso sobre
valores presentes na sociedade contempornea, a escola abre espaos para o pr-adolescente
refletir sobre os mesmos, podendo expressar suas idias e/ou compartilh-las com as de seus
colegas.
Quanto organizao dos alunos e professores para o trabalho no 2 Ciclo, merecem
destaque dois aspectos: o primeiro diz respeito incluso dos educandos de 11 anos nesse
ciclo e o segundo, formao de coletivos de professores para o desenvolvimento do trabalho.
Em algumas escolas e entre alguns professores da RME/BH ainda se faz presente a cultura da
lgica seriada, na qual os estudantes de 11 anos pertencem s turmas de 5 srie e seus
professores se organizam por disciplinas. a partir dessa lgica que, hoje, no 2 Ciclo,
formam-se dois coletivos: um grupo de educadores trabalhando nos dois primeiros anos e
outro grupo no ltimo ano do ciclo. Essa organizao tem sido dificultadora de um trabalho
mais coletivo entre os professores, para atuarem com todos os estudantes do ciclo, num
planejamento dos trs anos.
A incluso dos estudantes de 11 anos no 2 Ciclo defendida em vrios estudos tericos que
tratam das idades de formao. Essa posio justifica-se pela necessidade de reconhecer as
caractersticas dos pr-adolescentes no os empurrando antecipadamente para a
adolescncia.
O desafio da organizao de trabalho e da construo curricular no 2 Ciclo, portanto, a
construo desse tempo como um ciclo articulado, com objetivos mais definidos e uma
organizao do trabalho docente de modo coletivo e unificado.
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Bullying um termo de origem inglesa utilizado para descrever atos de violncia fsica ou psicolgica e repetidos, praticados por
um indivduo (bully) ou grupo de indivduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivduo (ou grupo de indivduos) incapaz
de se defender. A palavra bully significa "valento", o autor das agresses. A vtima, ou alvo, a que sofre os efeitos delas.
Tambm existem as vtimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agresses, porm tambm
so vtimas de bullying pela turma. (Disponvel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bullying#Tipos_de_bullying).
21
Assim, o trabalho com estudantes do 2 Ciclo deve c entrar-se nesse eixo, de forma que a
proposta curricular da escola esteja por ele orientada.
eu posso escrever? Quem vai ler o que eu estou escrevendo? Onde ele est? Ser que ele vai
entender o meu texto? Para que estou escrevendo?
24
25
REFERNCIAS
BACHMANN, Jaime. Escola sem fronteiras: construindo cidadania pela educao. In: ANDRADE, Mrcia
Selpa de, DIAS, Julice e ANDRADE, Snia Regina de (orgs). III congresso Nacional de Reorientao
Curricular: Temporalidades humanas e currculo. Blumenau: SEMED/ Edifurb, 2002.
BELO HORIZONE. Estruturao do trabalho escolar na RME BH. A organizao do trabalho coletivo por
ciclos de formao. Belo Horizonte: SMED, 2006.
CAMPOLINA, Luciana O. Tonar-se adolescente: a participao da escola na construo da transio da
infncia para a adolescncia. Dissertao. Instituto de Psicologia, UnB, Braslia, 2007.
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GOELLNER, Silvana V. (Org.). Corpo, gnero e sexualidade: um debate contemporneo na educao.
Petrpolis: Vozes, 2003.
MEYER, Dagmar Estermann. Gnero e educao: teoria e poltica. In: LOURO, Guacira; FELIPE, Jane e
GOELLNER, Silvana V(Org.). Corpo, gnero e sexualidade: um debate contemporneo na educao.
Petrpolis: Vozes, 2003.
26
7
Para um maior aprofundamento, vide: BARBOSA, Ana Mae. Arte-Educao no Brasil. So Paulo: Perspectiva, 1998; PIMENTEL,
Lucia Gouva. Limites em Expanso: licenciatura em artes visuais. Belo Horizonte: C/Arte, 1999.
28
A abordagem triangular, sistematizada por Ana Mae Barbosa na dcada de 1980, uma
proposta estratgica de construo de conhecimento em Arte que se refere reflexo crtica e
compreenso histrica, social e cultural da arte nas sociedades, bem como elaborao da
experimentao artstica. Nesse sentido, sintetizando essa proposta, trs elementos so
indispensveis no ensino da Arte: o experimento, a fruio e a contextualizao da obra de arte
8
Para conhecimento das definies e concepes da abordagem triangular vide: BARBOSA, Ana Mae. Tpicos Utpicos. Belo
Horizonte: C/Arte, 1998; BARBOSA, Ana Mae.(Org.) Inquietaes e Mudanas no Ensino da Arte. So Paulo: Cortez, 2002.
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31
5. AVALIAO EM ARTE
Na disciplina Arte (Artes Visuais, Dana, Msica e Teatro) no Ensino Fundamental, ser
utilizada a linha de avaliao formativa, que prope uma interao entre professor, educando e
comunidade escolar, visando construo do conhecimento pelo equilbrio de desejos e
necessidades desses atores do processo educacional. Nesse contexto, podero ser obtidos
resultados qualitativos e no somente quantitativos.
A autora se refere linha pedaggica que considera que as perguntas so mais importantes do que as respostas. Sem perguntas
no h respostas. A arte de fazer perguntas a didtica por excelncia.
32
Para que sejam obtidos resultados significativos no processo educacional, preciso que esses
aspectos sejam interagentes, uma vez que a construo do conhecimento dinmica.
As estratgias de avaliao em Arte podem ser as mais variadas e devero ser selecionadas
pelo professor, dependendo de sua disponibilidade e da infra-estrutura fsica que a escola
oferece. Podemos tomar como exemplo algumas estratgias listadas abaixo. aconselhvel
que, sempre que possvel, elas sejam utilizadas em conjunto.
Entrevista - Pode ser feita pelo professor ao longo do ano. Deve ser,
preferencialmente, gravada, sendo registradas as observaes dos estudantes
durante o perodo. Atravs da entrevista, professor e estudante estaro obtendo
informaes sobre o andamento do processo educativo em Arte.
aprendidos
na
prpria
escola,
quando do
desenvolvimento
de
outras
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ser retomados, sendo ampliados na medida em que se trabalha sistematicamente com essa
nova capacidade a ser desenvolvida. Assim, procuraremos evidenciar aquelas capacidades
que, mesmo aps serem consolidadas, sero objeto de trabalho pedaggico do professor, por
serem importantes no desenvolvimento de outras. importante ressaltar que retomar no tem
o mesmo sentido de revisar. Revisar tem muitas vezes um sentido de repetio de algo que j
deveria ter sido aprendido. Retomar significa que o estudante j est aprendendo algo novo e
que, para isso, h uma nova abordagem daquilo que j foi ensinado. Promove, assim, uma
ampliao das capacidades e uma nova e diferente oportunidade para aqueles estudantes que
no a desenvolveram plenamente.
T Trabalhar Tipo de abordagem que explora de modo sistemtico as diversas situaesproblema que promovem o desenvolvimento das capacidades/habilidades que sero enfocadas
pelo professor. Demanda um planejamento cuidadoso das atividades que devero ser
variadas, de modo a explorar as vrias dimenses dos conhecimentos disciplinares que se
relacionam a uma determinada capacidade e tambm s inter-relaes com outras
capacidades/habilidades. importante que o professor organize seu trabalho tendo bem
definida a capacidade que pretende desenvolver. Essa uma fase em que os processos
avaliativos so fundamentais para que o professor defina as intervenes a serem feitas no
processo de ensino-aprendizagem, de modo a ter clareza sobre o que efetivamente poder ser
consolidado pelos estudantes ao final desse processo.
C Consolidar No contnuo processo de aprendizagem dos estudantes, chega um momento
em que preciso sedimentar os avanos que ocorreram em seus conhecimentos. Nesse
momento, determinados conceitos, procedimentos e comportamentos que foram trabalhados
sistematicamente pelo professor devem ser colocados como objeto de reflexo na sala de aula,
de modo que o trabalho pedaggico que foi realizado com eles seja claramente concludo.
Esse o momento em que se formaliza a aprendizagem de acordo com a capacidade que foi
desenvolvida, na forma de resumos, snteses e registros com a linguagem adequada a cada
rea do conhecimento. A avaliao assume nessa fase o objetivo de compor um quadro das
aprendizagens que foram construdas pelos estudantes, que sero tomadas como referncia
na comunicao com as famlias e na continuidade do trabalho pedaggico no ciclo.
Essa organizao que se vale das categorias I, T, C, R tem como objetivo sugerir o enfoque
que ser dado s capacidades/habilidades em cada ano de cada ciclo, de modo que o grupo
de professores responsveis pelo ciclo possa melhor organizar o acompanhamento de cada
turma
ao
longo
dos
seus
trs
anos
de
trabalho
com
ela.
Ao
falarmos
em
realizado pelos professores para alm do desenvolvimento de aulas que seguem uma
determinada lista de conhecimentos disciplinares.
36
CAPACIDADES / HABILIDADES
- Reconhecer composies estticas nas
obras de arte.
- Identificar os materiais expressivos e suas
possibilidades.
-Experimentao,
utilizao e pesquisa de
materiais e tcnicas
artsticas.
I/T
R/T
R/T/C
I/T
R/T
R/T/C
DANA
CAPACIDADES / HABILIDADES
CONHECIMENTOS
DISCIPLINARES
I/T
R/T
R/T/C
37
MSICA
CAPACIDADES / HABILIDADES
CONHECIMENTOS
DISCIPLINARES
- Vocabulrio musical,
movimento e suas
articulaes com os
elementos da expresso
musical.
I/T
R/T
- Grafias musicais
alternativas.
I/T
R/T
I/T
R/T
R/T/C
- Prtica de conjunto
instrumental.
I/T
R/T
R/T/C
I/T
R/T
R/T/C
- Experimentao, seleo
e utilizao de
instrumentos, materiais
sonoros, equipamentos e
tecnologias disponveis.
- Ser capaz de cantar em grupo.
- Canto coral.
R/T/C
R/T/C
TEATRO
CAPACIDADES / HABILIDADES
CONHECIMENTOS
DISCIPLINARES
I/T
R/T
R/T/C
38
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SOUCY, Donald. No Existe expresso sem Contedo. In: BARBOSA, Ana Mae (org.). Arte Educao
Contempornea: Consonncias Internacionais. So Paulo: Cortez, 2005.
39
40
de adequar esta Proposio Curricular aos nove anos de escolaridade, considerando crianas,
jovens e adolescentes com os quais trabalhamos, suas caractersticas, suas formas prprias
de ser, pensar, aprender e agir, seus interesses, suas referncias, suas facilidades e suas
dificuldades, sua histria familiar e social relaes de amizade, de afeto, entre outros. A
elaborao desta Proposio foi orientada por uma concepo scio interacionista, que
considera Cincias como forma de ao e de interao entre os homens sociedade e
Natureza.
Os autores
Pensar a educao pensla na totalidade em que est inserida e pensla como totalidade articulada de nveis e graus que s
nela, adquirem sentido e relevncia. (BUSMANN, 1986).
41
reorganizao dos tempos e espaos escolares, nas formas de ensinar e aprender, avaliar,
organizar e desenvolver o currculo, e nos modos de trabalhar o conhecimento, com o respeito
s singularidades do desenvolvimento humano.
A forma como a escola percebe e concebe as necessidades e a potencialidade de seus
educandos reflete-se diretamente no redimensionamento de nossas prticas educativas e nos
orienta a considerar a sala de aula como espao de investigao, de vivncias culturais e de
construo de identidade, em que o currculo3 configura-se como resultado de uma seleo de
conhecimentos e saberes que norteiam a prtica pedaggica. O currculo se revela, ento,
como uma atividade produtiva. (MOREIRA in CHASSOT, 1998, p. 63). Ns fazemos o
currculo e o currculo nos faz. (SILVA, 1996, p. 165). Isso ocorre quando h um processo
cognitivo e social contextualizado, em que as oportunidades de aprendizagem so resultantes
da interao dos professores com os seus educandos. O currculo , assim, o que professores
e educandos vivem, ao pensarem e resolverem problemas sobre objetos e acontecimentos que
se tornam habituais.
Nesse sentido, ensinar e aprender Cincias significa conhecer os fenmenos naturais e as
relaes entre sociedade e natureza. Conhec-los significa refletir sobre a vida cotidiana para
interferir no que ela apresenta. Dessa forma, o conhecimento produzido pelo homem adquire
uma dimenso social 4 e est sujeito a transformaes constantes. Com esse propsito, a
escolha das temticas e dos conhecimentos, no que se refere aos aspectos polticos, sociais,
econmicos, culturais, ambientais, ticos, histricos e religiosos torna-se mais criteriosa, crtica
e seletiva.
Esse novo olhar aproxima os educandos de seu cotidiano, possibilita a compreenso do
mundo a sua volta, desperta a orientao social do ensino de Cincias para a tomada de
decises e para a resoluo de problemas do seu dia-a-dia, bem como cria oportunidades para
o exerccio da cidadania com responsabilidade. Nesse contexto de redimensionamentos do
processo de ensinar e aprender, da relao com o conhecimento a ser construdo, elegemos
como princpios norteadores:
Entende-se aqui currculo como uma produo histrica, social, seletiva, carregada de intenes, um elemento sistematizador da
educao escolarizada e fator central do processo de formao escolar de professores e educandos, como sujeitos crticos e ativos
frente s questes sociais do seu tempo.
4
Admitir que o objeto de conhecimento no esttico, mas dinmico, processual, s uma questo de aprofundar se na reflexo.
Isso porque sendo uma leitura/interpretao da realidade em construo, movimento, provisrio e est sujeito a alteraes
permanentes.
42
Refere-se possibilidade que o estudante tem de, aos poucos, ampliar sua rede de significados, de tal forma que sua
aprendizagem a respeito de um determinado assunto seja cada vez mais compreensiva e significativa.
Consiste em retomar um conceito, acrescendo a ele novos elementos, novos contextos, com um grau de complexidade maior,
possibilitando ao educando que no aprendeu aprender.
7
Capacidade de vislumbrar e buscar diversificados caminhos para atingir objetivos previamente estabelecidos, ainda que este
ponto de chegada possa ser redefinido ao longo do caminho.
8
Transformar o contedo a ser aprendido em problemas significativos para os educandos, no processo de construo de
conhecimento.
9
Liberdade de escolhas para trilhar diferentes caminhos, utilizar diferentes estratgias, mtodos, recursos que contribuam para o
processo de aprendizagem.
6
43
FUNDAMENTOS E MTODOS
Para que seja o educando um questionador de seu meio e, com isso, um agente de
mudana, no pode a atividade conceitual divorciar-se da vida cotidiana. A insero da
cincia na vida o objetivo primeiro do ensino.
(BONADIMAN; 1986)
Ampliando nosso olhar sobre o Ensino Fundamental de 9 anos, propomos alguns objetivos a
serem alcanados com a inteno de superar a viso dicotomizada de ensino, aprendizagem e
desenvolvimento.
Na rea das Cincias da Natureza, o grande objetivo oferecer aos educandos a oportunidade
de aprender Cincias, ampliar suas curiosidades, incentiv-los a levantar hipteses e a
construir conhecimentos sobre os fenmenos qumicos e fsicos, sobre os seres vivos e sobre
a relao entre o homem e a natureza e entre o homem e a tecnologia. O ensino de Cincias
deve levar o educando a utilizar os conhecimentos aprendidos, a desenvolver atitudes para
uma transformao pessoal, favorecendo sua integrao na sociedade, na natureza,
demonstrando conhecer e entender seu papel dentro do mundo dos seres vivos.
O ensino de Cincias deve possibilitar o desenvolvimento de projetos e aes que permitam ao
educando refletir, tomar atitudes, solucionar problemas do meio em que vive. Solues10 que,
ao serem viabilizadas, evidenciem a aplicao de conhecimentos e a manifestao de
comportamentos preservacionistas, humanitrios, fraternos e ticos.
Nesse contexto, o ensino um processo que se caracteriza pelo desenvolvimento e pela
transformao progressiva das capacidades intelectuais dos educandos em direo
aquisio dos conhecimentos e sua aplicao.
Na prtica escolar tem existido, com freqncia, uma tendncia em separar os conhecimentos
do desenvolvimento das capacidades e habilidades. Na verdade, o ensino une os dois
aspectos, pois a formao das capacidades e habilidades somente se efetiva em relao a
conhecimentos da disciplina, ao mesmo tempo em que a assimilao dos conhecimentos
requer o desenvolvimento dessas habilidades e capacidades. Por exemplo: o professor auxilia
os educandos a desenvolverem suas capacidades de observao no em si mesma, mas em
relao a fatos a serem observados e que fazem parte dos conhecimentos. Para isso, os
educandos
precisam dispor
de saberes,
informaes,
procedimentos, ou seja, de
Segundo BONADIMAN ET ALL (1986), buscar solues um componente fundamental da aprendizagem, que deve ser
incorporado pelos indivduos e pelos grupos organizados, sejam estes ou no, vinculados a pases tecnologicamente dependentes.
Ainda segundo o mesmo autor, crises sociais muito srias contribuem para que pessoas e grupos tomem conscincia de que s h
uma maneira de romper com a dependncia: buscar solues prprias. Enfatiza ainda que Isso a gente aprende!"
44
A concepo do que seja conhecer, sua forma de produo11 e apreenso constitui o elemento
bsico na relao entre o ensinar e o aprender e que, de certa forma, determinante do modo
de organizar o ensino em sala de aula e da maneira de fazer com que os sujeitos interajam
com o objeto de conhecimento. O desdobramento desse processo tem um carter intencional e
sistemtico, em virtude do qual so requeridas as tarefas docentes de planejamento de
atividades de ensino-aprendizagem e avaliao. (LIBNEO, 1994, p.79).
A seleo e a clareza do que devemos ensinar, primeiro passo a ser dado para a construo
de uma aprendizagem significativa na escola (Leal 2003), exige, em cada etapa ou nvel de
ensino, delimitar as expectativas de aprendizagem, das quais dependem tanto nossos critrios
de avaliao quanto o nvel de exigncia.
Nesse processo, o novo conhecimento adquire significados para o aprendiz e o conhecimento
prvio
12
fica mais rico, mais diferenciado, mais elaborado, em termos de significados, e adquire
11
A compreenso de que o contedo tem uma histria ligada ao desenvolvimento social vai trazer outra dimenso para a prtica do
professor. Este precisa perceber as conexes de sua disciplina com outras disciplinas, pois poder constatar que os problemas de
uma determinada poca e de um certo povo no so resolvidos com contedos de fsica, qumica ou biologia de forma isolada,
mas pela interdependncia e complementaridade de saberes.
12
O conhecimento prvio isoladamente a varivel que mais influencia a aprendizagem. Em ltima anlise s podemos aprender
a partir daquilo que j conhecemos." (AUSUBEL, 1963).
45
PRESSUPOSTOS METODOLGICOS
No contexto da aprendizagem, o dilogo, a argumentao e a problematizao so a tnica
para incentivar o educando observao, curiosidade e ao desenvolvimento do pensamento
lgico-reflexivo. Justifica-se, portanto, uma metodologia
13
baseada na pesquisa, na
Os contedos so to importantes quanto as formas de conduzi-los, significando que as Cincias no se desvinculam de seus
mtodos e de suas finalidades. O que torna importante estimular os educandos a ler, refletir e analisar com mais profundidade os
contedos, tentando captlos como um conjunto de fatos produzidos numa sociedade histrica em movimento, explorandoos
nas mltiplas relaes entre os fatos cientficos e nas formas de como se constituram em cincia.
14
As formas como cada educando em especial organiza, seleciona, executa, constri, altera e amplia seus conhecimentos e
habilidades anteriores determinam o seu nvel de relao com o conhecimento investigado.
46
aprendidos
na
prpria
escola,
quando do
desenvolvimento
de
outras
educativas
futuras.
Os
processos
avaliativos
precisam
incluir
tarefas
48
ESTRUTURA DA PROPOSTA
A estrutura de organizao indicada nos quadros orienta a escolha de contedos de Cincias
Naturais organizados em eixos, temas e capacidades. Essa organizao explicita o princpio de
continuidade,
recursividade,
complexidade,
aprofundamento
desenvolvimento
de
Vida e
Ambiente
Ser Humano e
Sade
Terra e
Universo
Tecnologia e
Sociedade
1, 2 e 3
Ciclos
Como proposto pelos PCN's, os eixos indicados, por serem os maiores e mais freqentes
temas dos currculos brasileiros, possibilitam a integrao dos vrios campos de
conhecimentos que compem a rea de Cincias da Natureza no Ensino Fundamental (Fsica,
Qumica, Biologia, Geologia, Astronomia) e se apresentam como agregadores de vrios
conhecimentos (fenmenos, conceitos, procedimentos, valores e atitudes), ampliando uma
viso compartilhada com as demais reas de conhecimento.
15
Relembramos, aqui, que no h ensino de qualidade, nem reforma educativa, nem inovao pedaggica, sem uma adequada
formao de professores. (NOVOA, 1992)
49
de
Cincias
(historicidade,
inter-relao,
intencionalidade,
aplicabilidade,
Significa conhecer o que o educando j sabe sobre determinado conceito que certamente contribuir para a formao de novos
significados.
Diversidade: nos diversos ambientes da Terra, encontram-se uma enorme diversidade de materiais (slidos, lquidos e gasosos,
com uma diversidade de cores, formas e texturas) e de seres vivos. Pode-se distinguir cada tipo de planta e cada tipo de animal,
pois eles apresentam caractersticas particulares. So essas caractersticas que determinam o modo de vida de cada tipo de
indivduo e que permitem que ele sobreviva e reproduza em um ambiente particular (adaptao).
18
Energia: importante saber que a energia no pode ser criada, que toda energia obtida resultado da transformao de outras
formas de energia. O carvo e o petrleo, as quedas d'gua, o sol so fontes de energia utilizadas para cozinhar, aquecer, mover
mquinas. Assim, a energia pode ser proveniente de vrias fontes e se manifesta de vrias formas diferentes. Por serem finitos, a
conservao e o uso eficiente dos recursos e das reservas so fundamentais.
17
50
1. VIDA E AMBIENTE
Em que consiste este eixo?
Este eixo tem como objetivo principal fornecer o conceito biolgico de ambiente: conjunto de
seres vivos, fatores biofsicoqumicos, fenmenos naturais e inter-relaes que envolvem cada
indivduo.
A educao ambiental , sem dvida, um dos meios mais indicados para se resgatar valores
que incluem o respeito pela diversidade cultural e biolgica, fundamentais para a conservao
e para um convvio harmnico entre diferentes culturas e entre essas e a natureza. O
conhecimento e a valorizao da diversidade biolgica como um bem a ser respeitado e
preservado podem contribuir para que se busquem atitudes e interaes harmnicas com a
natureza e o ambiente, bem como desenvolver a tolerncia diversidade entre os seres
humanos, condio para se apreciar a pluralidade cultural. Saber que os recursos da Terra so
finitos 19 proporciona uma relao entre homem e natureza diferente daquela em que
acreditamos que a Terra nica, infinita e que tudo nela j est determinado. A aceitao, sem
questionamento, do modelo de desenvolvimento com base no consumo sem limites tem levado
o ser humano a adotar atitudes que acabam resultando em diferenas sociais crescentes, em
perdas culturais e biolgicas irreparveis.
No Brasil, a gravidade dessas perdas compatvel sua riqueza. Como um dos pases lderes
em biodiversidade no mundo, a responsabilidade do Brasil em proteger tal riqueza enorme e
a educao ambiental fundamental nesse processo.
O eixo temtico visa, assim, promover a compreenso do ambiente como o conjunto das
19
Por serem finitos, a conservao e o uso eficiente dos recursos e reservas naturais se fazem necessrios. A capacidade vital do
planeta, dos recursos e ecossistemas deve ser problematizada. Termos como sustentabilidade, equilbrio, renovvel, preservar,
conservar, preveno devem ser a base da educao ambiental.
51
Tornase fundamental uma viso totalizante dos fenmenos, por meio das mltiplas relaes que envolvem o campo dessa
cincia.
52
3. TERRA E UNIVERSO
Em que consiste este eixo?
Compreender o Universo, projetando-se para alm do horizonte terrestre, para dimenses
maiores de espao e de tempo, pode nos dar novo significado aos limites do nosso planeta, de
nossa existncia no Cosmos. Paradoxalmente, as vrias transformaes que aqui ocorrem e
as relaes entre os vrios componentes do ambiente terrestre podem dar a dimenso da
nossa
enorme
responsabilidade
pela
biosfera,
nosso
domnio
de
vida,
fenmeno
aparentemente nico no Sistema Solar, ainda que se possam imaginar outras formas de vida
fora dele.
Este eixo prope estudos que permitam ao educando reconhecer a Terra como
componente do sistema solar e compreender as interaes desse planeta com o
sistema. Para tanto, o professor desenvolve estudos sobre matria, energia, e vida na
Terra. Os temas relacionados origem do universo, da vida e evoluo dos seres
vivos e do ser humano em particular so bastante apropriados, pois os educandos j
detm a idia da Terra como planeta. recomendvel a pesquisa de diferentes vises
de mundo e explicaes sobre as origens da Terra (religiosas, mticas ou espontneas)
21
comparadas com modelos cientficos hegemnicos em diferentes etapas da histria
das Cincias (modelos geocntricos anteriores a Coprnico, e modelo heliocntrico a
partir de Coprnico). Esses aspectos podem ser desenvolvidos juntamente com a
22
origem e a evoluo do universo, e com a origem e a evoluo da vida. Os educandos
podem ser convidados a verificar e comparar essas diferentes vises entre seus colegas
e familiares, analisando razes e contradies, observaes experimentais e valores
humanos envolvidos. (BRASIL, 2002)
4. TECNOLOGIA E SOCIEDADE
Em que consiste este eixo?
As transformaes dos materiais e dos ciclos naturais necessrios vida e organizao na
sociedade humana so contedos deste eixo, bem como os conhecimentos, instrumentos e
processos que possibilitam tais transformaes.
As questes ticas, os valores e as atitudes so contedos fundamentais para o estudo deste
21
O objetivo central da cincia propor explicaes para os fenmenos naturais; a forma tomada por essas explicaes a de
uma estria ou modelo mental que d um significado ao pensamento sobre o que acontece, considerando as coisas que
observamos e imaginando como as coisas mudariam em novas situaes. (MILLAR 1996)
22
A interao dos seres vivos com o seu meio deve ser o ponto de partida para toda teoria dos seres vivos. Eles se modificam
expressando as transformaes dos meios em que se integram ao mesmo tempo em que transformam o meio em que vivem.
Portanto, o desenvolvimento de um dado fenmeno, no independente de outros. Eles se constituem numa trama de relaes.
(CUNHA,1986)
53
eixo. A origem e o destino social dos recursos tecnolgicos, seu uso diferenciado nas
diferentes camadas das populaes, as conseqncias para a sade pessoal e ambiental, e as
vantagens e desvantagens sociais do emprego de determinadas tecnologias so alguns dos
aspectos a serem considerados.
O conhecimento das formas pelas quais o ser humano realiza as transformaes dos
recursos naturais (como, por exemplo, a utilizao de ferramentas e insumos entre
outros) e como as sociedades esto relacionadas com essas formas meta desse eixo
temtico. Podem integr-lo assuntos que levem os educandos a valorizar a preservao
dos recursos naturais por meio de tecnologias adequadas e a adotar uma postura
analtica e crtica diante dos benefcios e prejuzos das tecnologias. Tambm podem ser
desenvolvidos temas ligados valorizao das aquisies culturais da humanidade.
Recomenda-se ainda uma discusso mais ampla das questes energticas e
tecnolgicas, incluindo nelas as relaes com o mercado de trabalho e as oportunidades
profissionais. Esses estudos (e outros que o professor julgue convenientes) devero
proporcionar ao educando a compreenso bsica sobre conceitos da qumica e da
fsica, de modo contextualizado conceitos propriedades dos materiais e das
substncias (solubilidade, condutibilidade de calor ou de eletricidade, etc.), categorias
de substncias (metais e no metais, cidos e no cidos) e transformaes (reaes
qumicas, separao de mistura, mudanas de estado fsico, etc.). (BRASIL, 2002)
54
CAPACIDADES GERAIS
Se nos detemos para analisar o que est acontecendo, para tirar o vu que cobre
nosso entendimento sobre nossas prprias vidas, percebemos que estamos vivendo um
processo de mudana estrutural da sociedade, ocasionado pela globalizao da
economia; o impacto tecnolgico das tecnologias de informao e comunicao; uma
mudana cultural.
1CICLO
2CICLO
3CICLO
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
23
Em cada escola cabe ao professor analisar com seus pares, considerando os objetivos propostos, a pertinncia de utilizar essas
sugestes de capacidades na composio dos temas de trabalho. Alm disso, poder trabalhar capacidades que, se ausentes
nesta proposta, lhe paream mais adequadas sua realidade.
55
CAPACIDADES GERAIS
1CICLO
2CICLO
3CICLO
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
56
CAPACIDADES GERAIS
1CICLO
2CICLO
3CICLO
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
TEMAS
Vida e Ambiente
A Natureza em ao
Terra e Universo
Tecnologia e Sociedade
57
Eixo
Temtico
Temas
A
1-Vida e Natureza
ambiente em ao
1 ano
I /T/C
2ano
R/T/C
3 ano
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
58
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
59
I/T/C
R/T/C
R/T/C
60
Eixo
Temtico
2-Ser
Humano
e Sade
Temas
Bemestar
fsico e
social
1ano
2ano
I /T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
Reconhecer o processo de
alimentao como forma de obteno
de nutrientes (materiais e energia)
para o funcionamento e crescimento
do corpo.
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
Capacidades a serem
desenvolvidas
3 ano
61
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
62
Eixo
Temtico
3-Terra e
Universo
Temas
1 ano
2an o
3 ano
A Terra e
seu lugar
no
Universo
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
63
Eixo
Temtico
4-Tecnologia
e Sociedade
Temas
1 ano
2ano
I /T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
Relacionar as campanhas de
vacinao pblica com medidas
preventivas de doenas.
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
I/T/C
R/T/C
R/T/C
Capacidades a serem
desenvolvidas
Matria,
Relacionar plantas medicinais
energia e produo de medicamentos.
recursos
Relacionar saneamento bsico
naturais
qualidade de vida da populao.
Relacionar algumas atividades
humanas (iluminao pblica,
telecomunicao, uso de
eletrodomstico, indstrias,
informtica) com a utilizao de
diferentes formas de energia.
3 ano
64
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UFMG. Faculdade de Educao. CECIMIG-ENSAIO-Pesquisa em Educao e Cincias vol 5 n 1 & n 2mar-out/2003 BH/MG -MILLAR R. Towards a Science Curriculum for public undestanding .Universidade
de York,Senior Lecture em Estudos Educacionais, artigo publicado na School Science Review, maro
1996- Um currculo de Cincias voltado para a compreenso por todos .Trad Jordelina L.M.W. e Maria
H.P.A.
66
67
Em estudo realizado pela autora Isabel GALVO. Henri Wallon: Uma concepo dialtica do desenvolvimento infantil.
68
Fundamentando esta discusso na Filosofia da Linguagem proposta por Mikhail Bakhtin (2006), a linguagem constituda pelos signos,
ou seja, qualquer objeto fsico ou corpo fsico, que faz parte da realidade material, possui um significado capaz de explic-lo, de torn-lo
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ponto de partida os temas/conhecimentos que representam os signos sociais que vm, histrica e
culturalmente, atribuindo significado ao movimento humano.
Podemos dizer que, alfabetizar e socializar construir formas de expresso da linguagem,
apropriando-se dos signos/cdigos sociais e (re)construindo-os. Defendemos, neste texto, a
Educao Fsica como uma destas formas de expresso da linguagem, ou seja, como um
conjunto de conhecimentos, construdos e sistematizados, a partir de um especfico modo de
discurso: o movimento. Estes conhecimentos so formados por signos sociais que constituram
e constituem formas de expresso de um determinado grupo social, num tempo e espao
especficos.
Sendo assim, vivenciar os conhecimentos especficos da Educao Fsica na escola ampliar as
possibilidades de expresso da linguagem; estabelecer outras interaes (com outros objetos,
com outros colegas e professor, com outros espaos), conhecendo os saberes produzidos nessa
disciplina
escolar,
reconhecendo-se
como sujeito
na
construo
reconstruo
dos
conhecimentos.
Mas, como fazer Educao Fsica na escola, nas turmas de 2 ciclo?
A construo de uma proposta pedaggica para a Educao Fsica deve partir de alguns
princpios que orientam o trabalho, influenciando todas as escolhas em relao ao que se
ensina, por que e como se ensina.
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INCLUSO
A temtica da incluso tem sido pauta de intensos e vigorosos debates na sociedade e, de
maneira especial, no campo educacional. A incluso de estudantes com deficincia nas escolas
regulares tem sido porta de entrada permanente desta discusso. No entanto, para este momento,
faamos um exerccio de ampliao do nosso entendimento acerca da incluso nas aulas de
Educao Fsica, para alm do trato com os estudantes com deficincia.
O cotidiano das aulas de Educao Fsica nos oferece considervel material para reconhecer o
lugar de diferentes possibilidades da existncia humana: ser homem ou mulher; ser branco ou
negro; ser rico ou pobre; ser alto ou baixo; ser habilidoso ou no; ser forte ou fraco, dentre tantas
maneiras de sermos humanos. Portanto, para pensar a incluso, como princpio que estrutura as
aulas, preciso construir prticas significativas preocupadas em rever aquelas prticas
segregacionistas, o que implica questionar concepes e valores, abandonando modelos que
discriminem pessoas com deficincia ou qualquer aluno e, finalmente, invalidar solues
paliativas. (FIGUEIREDO, 2002, p. 68).
A maneira como lidamos professores e estudantes com cada uma destas formas de sermos,
de reconhecermos nossas humanidades, se manifesta nas aulas de Educao Fsica. A partir
desses diferentes entendimentos, ocupamos e fazemos com que os outros ocupem lugares
diferentes nas aulas. Na ausncia de um olhar atento do professor, aquele estudante que no
possuidor de boas habilidades tcnicas ocupa, no jogo de futebol, um lugar destinado queles
71
pernas-de-pau: o gol. E, no caso das meninas, seu lugar na arquibancada. Numa estafeta
qualquer, a criana mais lenta fica por ltimo, enquanto os primeiros, mais velozes, ganham
distncias importantes para que a equipe ganhe, apesar da lentido do outro.
A incluso como princpio orientador para nossas aulas nos envolve em um duplo desafio. Por um
lado, reconhecer e respeitar o que faz uma pessoa ser diferente de todas as demais e, por outro
lado, preservar o fato de que todas as pessoas so iguais no que se refere ao valor mximo da
existncia: a humanidade do homem (MARQUES E MARQUES, 2003, p. 233). Ao tratar das
questes referentes incluso, estes autores chamam a ateno para a questo de que a
diferena no deveria se constituir num critrio de hierarquizao da qualidade humana.
Ao propor a vivncia das prticas corporais nas aulas de Educao Fsica, necessrio
reconhecer que estas so experimentadas de maneiras diferentes por diferentes crianas, jovens
ou adultos. Fazer ginstica, caminhar, jogar futebol, dentre outras tantas prticas corporais, so
orientadas por sentidos diferentes e experimentadas a partir das diversas realidades e
possibilidades. Um cadeirante tambm caminha, desloca-se num tempo e num espao, assim
como aquele que o faz utilizando suas pernas. So experincias vivenciadas, corporalmente, de
maneira diferente. Movimentar-se com as pernas, ser homem ou mulher, ser branco ou negro, ter
ou no mais habilidade que o outro (palavra significativa neste contexto) no nos coloca num
lugar de superioridade; apenas de diferena em relao a uma outra experincia.
A incluso nos permite reconhecer o outro no que ele tem de humano. A interao com o outro
(seja ele o colega, o professor) uma convivncia com o diferente, com diferentes
capacidades/habilidades. Esta convivncia favorece a experimentao de outros movimentos,
outras formas de interao com os espaos, com os objetos e com o grupo.
Ludicidade
Como ressalta Debortoli (1999), expressar plenamente significa buscar a linguagem em sua plena
forma emancipadora, tornando fundamental a descoberta de diferentes formas de se comunicar,
de se expressar, de ser e viver. Estas formas vo alm do recurso da leitura, da fala e da escrita.
A ludicidade uma forma de linguagem, pois permite que a criana exteriorize o seu pensamento
de vrias maneiras, que se comunique com os outros, com os objetos, em diferentes tempos e
espaos. Brincando a criana se movimenta, fala, desenha, sorri, chora, grita, utilizando diferentes
modos de discurso para expressar o que sente e pensa.
necessrio destacar, neste momento, a diferena entre brincadeira enquanto um princpio (ou
seja, a ludicidade) e as brincadeiras como contedo cultural das aulas de Educao Fsica.
72
Contudo,
considerar
brincadeira
como
um
princpio
norteador
significa
que,
do discurso da aprendizagem motora, do desenvolvimento motor e da psicomotricidade. Destacase, a partir desta perspectiva, a importncia do movimento para o desenvolvimento integral da
criana, e este o papel atribudo Educao Fsica. Fala-se de repercusses do movimento
sobre a cognio e a afetividade, demonstrando a existncia de um carter compensatrio: a
Educao Fsica como possibilidade de ajudar no desenvolvimento de outras disciplinas na
escola. Tambm desconsidera os aspectos histricos e sociais.
A partir da problematizao destes dois primeiros objetos que surge uma nova perspectiva para
a Educao Fsica, que seria a cultura corporal de movimento. Nesta perspectiva, o movimentarse entendido como uma forma de comunicao com o mundo, como uma forma de linguagem.
Segundo Bracht, o que qualifica o movimento como humano o sentido/significado do mover-se e
este sentido/significado mediado simbolicamente no plano da cultura. Ento, a Educao Fsica
deve permitir criana o acesso a diferentes experincias de movimento. Estas diferentes
experincias ganharam sentido e significado ao longo da histria cultural e tornaram-se saberes
organizados e sistematizados.
Segundo Jocimar Daolio (1995), os saberes especficos da Educao Fsica correspondem
chamada cultura corporal jogos e brincadeiras, esportes, danas, ginsticas e lutas e devem
ser tratados na escola como conhecimentos a serem aprendidos e reconstrudos pelos alunos.
Mas como ensinar tais conhecimentos especficos? Como organizar os processos de
aprendizagem dos estudantes acerca das prticas da cultura corporal de movimento? Alm disso,
uma outra questo se faz presente quando discutimos a presena da Educao Fsica na Rede
Municipal de Belo Horizonte: como garantir que as capacidades, habilidades, atitudes e valores de
cada um dos trs ciclos de formao sejam no s orientadoras para o trabalho como tambm se
tornem contedos da avaliao a serem contemplados ao longo do processo?
Buscando algumas orientaes para essas questes, recorremos novamente a Valter Bracht
(1997), pois ele indica trs formas de abordar os conhecimentos e temas especficos da Educao
Fsica que devem estar presentes em todas as aulas, buscando atribuir sentido e significado ao
movimento humano. Assim, para ele, a organizao, a construo e reconstruo dos
conhecimentos especficos da Educao Fsica devero abarcar trs momentos essenciais:
1) o saber que corresponde a um tema, proposta de aprendizagem de um determinado
conhecimento/saber dentre os diferentes contedos culturais da Educao Fsica;
2) o saber fazer vivncia por meio de experincias de movimentos que signifiquem aquele
determinado conhecimento/saber a ser aprendido e ressignificado durante a aula; ]
3) a reflexo sobre esse saber e saber fazer nfase nos aspectos que significam e j
75
O professor apresenta o tema e pede que cada criana fale o nome de uma brincadeira. O
professor escreve em um pedao de papel e deposita no ba (uma caixa).
O professor prope que, em cada aula, eles sorteiem duas ou trs brincadeiras do ba para
poderem brincar.
A cada brincadeira sorteada, o professor pede que a criana que a sugeriu explique para os
colegas como se brinca daquela brincadeira, quais so suas regras e com quem ela
aprendeu tal brincadeira. (Observe que, neste momento, as crianas so provocadas a
77
pensar sobre o saber que a brincadeira e sobre como fazer essa brincadeira. Alm disso,
ao se lembrarem com quem aprenderam tal brincadeira, o professor pode explicar que as
brincadeiras populares tm uma histria, so ensinadas de gerao em gerao, sofrendo
modificaes ou no, fazendo parte de diferentes contextos sociais e culturais reflexo).
-
O professor pede que as crianas procurem saber outras brincadeiras para a prxima aula
para encher mais o ba com os pais, avs, vizinhos, etc.
Sntese: pode ser feita por meio de diferentes formas de registros (desenhos, livros de
memrias, festas, festivais, exposies, etc.), indicando uma produo coletiva dos
conceitos, prticas e valores construdos durante o projeto. A sntese deve indicar novas
possibilidades, novas aprendizagens e sugerir novos temas, novos projetos.
Pensando na Educao Fsica como uma das formas de expresso da linguagem, ela tem o que
ensinar: diferentes conhecimentos; que podem ser experimentados por meio de diferentes
modos de discurso e em diferentes situaes sociais de interao. O professor, ao organizar e
sistematizar os conhecimentos, deve buscar ampliar e diversificar as interaes que as crianas
realizam com os diferentes objetos, com os colegas e com os diferentes espaos (dentro e fora da
escola), possibilitando que o saber, o saber fazer e a reflexo sobre o saber e saber fazer
estejam presentes nas vivncias proporcionadas durante a aula de Educao Fsica. Esta idia
est explicitada no esquema abaixo:
Diferentes
Contedos
Diferentes situaes
sociais
Diferentes modos de
discurso
Os objetos
Jogos e
brincadeiras
danas
Reconstruo
da prtica
Ouvir sobre o
tema/contedo
curiosidade
Registro:
escrita,
desenho,
pintura.
Falar sobre o
tema/contedo
lutas
Saber,
Saberfazer e
reflexo
esportes
ginsticas
Ler sobre o
tema/contedo
O espao
Regras e combinados
Movimentos prprios ao
tema/contedo
Avaliao
criatividade
Interao
Autonomia O outro
79
Podemos observar que o esquema coloca a avaliao como aquela que abraa todo o processo.
Por qu? O que avaliao? Por que importante avaliar as aulas de Educao Fsica?
Pensar sobre a avaliao significa pensar todo o processo de ensino e aprendizagem, envolve a
reflexo sobre o planejamento, sobre as relaes estabelecidas entre professores e educandos,
sobre os mtodos de ensino utilizados, conhecimentos escolares desenvolvidos e, alm disso,
confronta as diferentes expectativas dos educandos, dos professores, dos pais, etc. Para
Sacristn (1998), a avaliao explicada pela forma como so realizadas as funes que a
instituio desempenha, sendo assim, sua realizao vem condicionada por numerosos aspectos
e elementos pessoais, sociais e institucionais; ao mesmo tempo, ela incide sobre todos os demais
elementos envolvidos na escolarizao. Para o autor, estudar a avaliao entrar na anlise de
toda a pedagogia que se pratica.
Portanto, avaliar a Educao Fsica significa analisar toda a sua presena na escola, o que ela
tem a ensinar, como ela ensina e por qu. importante avaliar para que o professor conhea seus
educandos, suas diferentes necessidades e seus interesses. O conhecimento sobre os
limites/dificuldades e as capacidades/potencialidades dos estudantes e professores permite que o
planejamento seja modificado e que o processo de ensino e aprendizagem se torne mais
significativo para o grupo.
Desenvolvimento das aulas: o que os pr-adolescentes demonstraram aprender? Os pradolescentes demonstraram aprender o que o professor tinha a inteno de ensinar ou
no? Como o professor construiu sua aula, ou melhor, quais foram os recursos e as
capacidades mobilizadas para que ele conduzisse o ensino? Como foi estabelecida a
relao professor-educando? importante avaliar se o planejamento foi seguido pelo
professor ou sofreu alguma alterao. Diante das aes e reaes das crianas, o
professor improvisou e/ou realizou algo que no estava no plano de ensino? Quais foram
as modificaes em relao ao planejamento e por que elas aconteceram? Essa anlise
contribui para a reformulao do planejamento, para um conhecimento maior do grupo e
de seus interesses.
81
jogos e brincadeiras; por que: estes blocos de contedos culturais vm garantindo sentido e
significado ao movimento humano ao longo da histria, contribuindo para uma formao humana
integral do educando. Alm disso, a Educao Fsica organiza como ensinar tais conhecimentos,
fazendo parte de sua proposta curricular diferentes sugestes terico-metodolgicas. Discutimos
tambm a avaliao da Educao Fsica, entendendo que este processo significa repensar todo o
processo de ensino e aprendizagem, confrontando diferentes interesses e expectativas,
reconstruindo continuamente a presena da Educao Fsica na escola.
problema.
Da
mesma
maneira,
abordagem
inicial
de
uma
determinada
Revisar tem muitas vezes um sentido de repetio de algo que j deveria ter sido aprendido. Retomar
significa que o estudante j est aprendendo algo novo e que para isso h uma nova abordagem
daquilo que j foi ensinado. Promove, assim, uma ampliao das capacidades e uma nova e diferente
oportunidade para aqueles estudantes que no a desenvolveram plenamente.
T Trabalhar Tipo de abordagem que explora de modo sistemtico as diversas situaes
problema que promovem o desenvolvimento das capacidades/habilidades que sero enfocadas
pelo professor/a. Demanda um planejamento cuidadoso das atividades que devero ser variadas,
de modo a explorar as vrias dimenses dos conhecimentos disciplinares que se relacionam a
uma determinada capacidade e tambm as inter-relaes com outras capacidades/habilidades.
importante que o professor/a organize seu trabalho tendo bem definida a capacidade que
pretende desenvolver. Essa uma fase em que os processos avaliativos so fundamentais para
que o professor/a defina as intervenes a serem feitas no processo de ensino-aprendizagem, de
modo a ter clareza sobre o que efetivamente poder ser consolidado pelos estudantes ao final
desse processo.
C Consolidar No contnuo processo de aprendizagem dos estudantes, chega um momento
em que preciso sedimentar os avanos que ocorreram em seus conhecimentos. Nesse
momento, determinados conceitos, procedimentos e comportamentos que foram trabalhados
sistematicamente pelo professor/a devem ser colocados como objeto de reflexo na sala de aula,
de modo que o trabalho pedaggico que foi realizado com eles seja claramente concludo. Esse
o momento em que se formaliza a aprendizagem de acordo com a capacidade que foi
desenvolvida, na forma de resumos, snteses e registros com a linguagem adequada a cada rea
disciplina. A avaliao assume nessa fase o objetivo de compor um quadro das aprendizagens
que foram construdas pelos estudantes, que sero tomadas como referncia na comunicao
com as famlias e na continuidade do trabalho pedaggico no ciclo.
Alm disso, construmos dois outros quadros complementares ao primeiro, realizando algumas
observaes e tambm sugestes de atividades. Enfatizamos que as caractersticas da escola, da
turma e do contexto social devem ser levadas em considerao. Reflexes, adaptaes,
mudanas e crticas a esta proposta devem ser feitas sempre.
83
Distribuio no Ciclo
1 ano
2 ano
3 ano
T
I/T
I/T
T/C
I/T
T/C
R/T
R/T
I/T
I/T
T/C
84
QUADROS COMPLEMENTARES
Intenes Educativas
do 2 ciclo
Participao na vida
social: reconhecer e
saber expressar seus
valores, sentimentos,
idias numa
perspectiva de
interao social;
reconhecer e respeitar
as formas de
expresso e valores
dos outros; ter
iniciativas individuais e
desenvolv-las dentro
de um processo grupal.
Organizao do
trabalho e construo
da autonomia:
organizar-se, com
autonomia, em grupo
para realizar as
atividades, os recursos
e os passos que devem
ser dados para realizar
as tarefas propostas;
organizar,
hierarquicamente, as
atividades de um
projeto e estimar o
tempo necessrio para
desenvolv-las.
Tratamento da
formao: ampliar a
capacidade de
investigar, analisar e
sintetizar informaes,
detectar os aspectos
da informao
envolvidos nas
perguntas formuladas;
desenvolver critrios
para distinguir o que
secundrio numa
informao; aprender a
realizar esquemas
recapitulativos da
informao trabalhada;
dotar de sentido e
Capacidades em
relao
Educao Fsica
Vivenciar as
prticas corporais,
referentes aos
contedos culturais
da Educao Fsica
(jogos, brincadeiras,
esportes, danas,
ginsticas e lutas),
valorizando a
ludicidade, a incluso
(respeitando as
diferenas) e a
socializao.
Conhecer e
perceber, de forma
permanente e
contnua, seu corpo,
suas possibilidades
de movimento,
buscando superar os
limites e ampliar as
potencialidades.
Conhecer as
regras, referentes ao
tema da aula, e os
seus objetivos.
Respeitar as regras.
(Re)construir as
regras de acordo com
suas prprias
necessidades e
possibilidades de
movimentos, com as
necessidades do
grupo, com a
disponibilidade de
material e espao.
Compreender
os movimentos como
linguagem, o porqu
de os mesmos serem
realizados em cada
prtica (de acordo
com o material, com o
espao e com a
participao ou no
do colega),
relacionando-os ao
contedo da aula,
Conheciment
os
Jogos,
brinquedos e
brincadeiras
Esportes
Danas
Lutas
Ginsticas
Observaes
Os princpios
orientadores das aulas
ludicidade, incluso e
socializao devem
estar sempre
presentes,
independentemente do
conhecimento
disciplinar. Eles que
vo garantir que os
contedos e seus
temas sejam
vivenciados por todos
os pr adolescentes
de forma plena,
divertida, criativa e
autnoma. Todas as
diferenas (seja de
ritmo, aprendizagem,
habilidade, gnero, cor,
etnia, etc., inclusive os
pr-adolescentes que
apresentarem alguma
deficincia) devem ser
respeitadas. (Ver
discusso dos
princpios no texto)
Os meninos e meninas
do 2 ciclo comeam a
perceber algumas
mudanas fsicas em
seus corpos, devido ao
incio da puberdade, e
essas mudanas vm
acompanhadas de uma
busca maior pela
identidade (seus gostos
e preferncias, seu
grupo, seus valores,
etc.). Proporcionar a
este educando
diferentes experincias
de movimento, a partir
da convivncia com o
outro, das diferentes
interaes com os
objetos, com os
espaos, pode ajudar
na construo de sua
85
significado globais as
diferentes informaes
recolhidas em um
projeto ou atividade;
desenvolver o sentido
de compreenso de
uma informao, de
forma que permita
orden-la, analis-la e
avali-la; inferir novos
sentidos, significados e
referncias a partir das
informaes
trabalhadas em um
projeto ou atividade;
ser capaz de elaborar
um modelo abstrato
para traduzir ou
interpretar uma
situao ou ao
estudada.
sendo capaz de no
s execut-los como
tambm modific-los
ou inventar outras
formas de expresso
diante de uma
situao problema.
Conhecer a
histria de cada uma
das prticas corporais
propostas nas aulas,
reconhecendo-a
como produo
humana.
Conhecer os
efeitos da hidratao
no organismo durante
a realizao de
atividades fsicas,
inclusive durante as
aulas de Educao
Fsica.
Reconhecer
as alteraes
provocadas pelo
esforo fsico
(cansao, elevao
dos batimentos
cardacos) e saber
por que elas ocorrem.
Analisar a
importncia da
aprendizagem dos
conhecimentos
especficos da
Educao Fsica no
seu cotidiano (dentro
e fora da escola) e
como eles podem
modificar ou no as
suas aes e
interaes nos
diferentes tempos e
espaos.
identidade. A
construo da
identidade e da
autonomia depende
dos processos de
significao, nas
diferentes situaes
sociais. (Ver discusso
da linguagem no texto)
Uma determinada regra
no foi estabelecida ao
acaso, ela possui
objetivos que servem
ao interesse de um
especfico grupo de
pessoas, em um tempo
e espao prprios. As
regras estabelecidas
atualmente para o jogo
de Voleibol, por
exemplo, no so as
mesmas de alguns
anos atrs. As prprias
regras oficiais dos
esportes sofrem
modificaes diante de
diferentes interesses.
As necessidades, as
possibilidades e os
interesses dos
educandos, nos tempos
e espaos escolares,
no so os mesmos
dos atletas
profissionais.
Em relao ao
conhecimento histrico
dos contedos
disciplinares, no
necessrio um
aprofundamento neste
momento, no
preciso dar uma aula s
de histria do tema a
ser vivenciado. Durante
a vivncia, o professor
poder fornecer
algumas informaes
interessantes sobre
aquela prtica,
despertando a
curiosidade dos
educandos.
86
Capacidades
Temas
Jogos
esportivos
Handebol
Dana criativa,
a partir de
diferentes
ritmos
nacionais e
internacionais:
samba, mpb,
reggae, pop,
rock, hip hop,
funk, clssico,
etc.
Danas
Folclricas
Lutas
Ginsticas
4
O professor poder, por meio da observao dos pr-adolescentes, descobrir as possibilidades de movimentos dos pr-adolescentes
de determinada turma e realizar as adaptaes mais adequadas para que o esporte acontea de fato. Por exemplo, no voleibol, a
rede pode ser abaixada, as crianas podem agarrar a bola ao invs de rebater, etc.
5
O professor deve possibilitar ao estudante o conhecimento das regras, tcnicas e tticas oficiais do esporte, mas, a execuo ou
no desta possibilidade deve levar em conta as necessidades de cada um e do grupo. A exigncia de movimentos padronizados no
uma tarefa do esporte vivenciado no tempo e espao escola.
87
circo
(malabarismos
com
diferentes
materiais,
equilibrismo, acrobacias simples, pinturas de rosto,
brincadeiras de palhao, apresentaes, etc.).
Conhecer um pouco da histria do circo.
Vivenciar os elementos ginsticos (podem ser utilizados
diferentes materiais e formados pequenos circuitos) a
partir de uma histria contada (uma lenda, um livro, um
conto, uma narrativa criada pelo professor), at mesmo
inventar sua prpria histria.
Vivenciar os elementos ginsticos prprios da Ginstica
Artstica (realizando as adaptaes necessrias, de
acordo com as possibilidades de movimentos dos
educandos e disponibilidade de matrias e espao).
circo
Ginstica
historiada
Ginstica
Artstica
88
REFERNCIAS
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89
90
CRENA DOS
MESTRES
GEOGRAFIA
ACADMICA
LIVROS
DIDTICOS
SABERES DOS
MESTRES
GEOGRAFIA
ESCOLAR
SABERES DOS
ALUNOS
DIRETRIZES
CURRICULARES
DIDTICA
SABRES
ESCOLARES
totalidade-mundo.
Quanta possibilidade existe de tornar a Geografia Escolar um centro de interesse cada vez
maior para o educando, ao despertar nele o gosto de conhecer o mundo em que vive! Esse
conhecer, que implica compreender, envolve estudos da relao entre sociedade e natureza,
[...] das paisagens naturais enquanto encadeamento de elementos (clima, relevo, solos,
guas, vegetao e biodiversidade), que possuem as suas dinmicas prprias e
independentes do social. E tambm passa, principalmente nos dias de hoje, pelo estudo
da questo ambiental, que no pode prescindir da dinmica da natureza (e suas
alteraes/reaes frente ao humana), e que fundamental para se perscrutar os
rumos da humanidade e de cada sociedade nacional neste novo sculo.
(J.W.Vesentini)
Que prticas formadoras seriam propcias num momento em que ganham visibilidade
novos estilos de vida e as sementes para uma cidadania planetria com sociedades
sustentveis?
Enfim, vivemos num mundo em crise social, econmica, ecolgica e cultural, e para ele
formamos o educando. Um novo mundo fundado em novas relaes entre os homens e desses
com a natureza no s necessrio quanto urgente. Por que no comear a imagin-lo e a
constru-lo desde j?
92
O quarto eixo trata de atividades que sero usadas como instrumentos dos trs eixos
anteriores,
sob
mediao
do
professor-educador.
Quais
so
essas
atividades?
pesquisa, com seu devido tratamento da informao, como suporte das aprendizagens
escolares.
Justificada a razo do ensino de Geografia no 2 Ciclo, duas questes so colocadas para a
reflexo do professor-educador:
Por que a mediao do professor-educador ganha tanta importncia nos processos das
aprendizagens infanto-juvenis?
Nas dcadas recentes, o conhecimento acumulado sobre o processo biolgico e sobre os
aspectos culturais do desenvolvimento humano ampliou a prpria noo de desenvolvimento,
incluindo nela as relaes entre os seres humanos e o meio. atravs dessas relaes que a
pessoa se desenvolve em nvel individual e registra no corpo e no crebro as marcas dessas
aprendizagens bioculturais. As possibilidades reais de aprendizagem e desenvolvimento da
criana so, de fato, maiores do que sempre se acreditou. Por isso, a ao mediadora dos
adultos e, principalmente, o contexto em que o educando vive so fatores fundamentais no seu
processo de aprendizagem e desenvolvimento. A ao educativa do professor-educador
depende da qualidade do que, como mediador, pode oferecer para o enriquecimento das aulas
a partir de seu prprio conhecimento e de sua formao humana. Enfim, nas novas relaes
com o ato de aprender Geografia, sob a mediao sensvel e competente do professoreducador, o educando estar desenvolvendo um modo de pensar geogrfico ao iniciar um
conhecimento sistemtico sobre as diferentes formas de produo humana e de organizao
espacial.
O que deve ser considerado como referncia conceitual, de capacidades/habilidades e de
atitudes/valores para o desenvolvimento do raciocnio geogrfico com crianas e pradolescentes na faixa de 9 a 11/12 anos de idade?
Na organizao geral destas Proposies Curriculares, voc, professor-educador, visualizar
muitas oportunidades para trabalhar com o educando. Primeiro, conhecendo e inventariando o
que ele sabe, isto , a bagagem cultural da qual ele portador, o que ele aprende fora da
experincia da escola. Depois, ajudando-o a problematizar e a investigar para compreender
que a sociedade, em diferentes lugares do planeta, em diferentes momentos da histria
humana, em diferentes culturas, age, vive, estuda, trabalha, produz a sua existncia e o
espao geogrfico.
A partir dessa reflexo, aceite o desafio de desenvolver as potencialidades do educando para
que ele aprenda a ler a paisagem, o mapa, o livro e a escrever nas linguagens da Geografia.
94
Francisco Mendona
relao ao corpo e ao uso dos sentidos e a difuso dos meios de comunicao; enfim, as
mudanas nos padres de produo, de consumo e nas formas de sociabilidade. Essas
mudanas representam o movimento histrico da transformao da sociedade num espao
geogrfico que, sob a gide do mercado capitalista, gera contradies e conflitos que
demarcam as territorialidades das relaes sociais, polticas e culturais desiguais, nos
cotidianos do planeta.
Observa-se nas Cincias Sociais uma abertura no sentido de envolver a dinmica da natureza
como integrante da complexidade social, desembocando na compreenso socioambiental da
realidade. Por isso, torna-se necessrio incorporar a abordagem Socioambiental nos estudos
geogrficos escolares, desde a escala local at a planetria. Por que socioambiental?
o gegrafo professor Francisco Mendona, da Universidade Federal do Paran, quem o
explica:
O termo scio parece, ento, atrelado ao termo ambiental, para enfatizar o necessrio
envolvimento da sociedade, enquanto sujeito, elemento, parte fundamental dos
processos relativos problemtica ambiental contempornea. (Mendona, 2004, p.126)
A abordagem Socioambiental tem por base a Cultura e a tica. Essa abordagem possibilita a
construo de novas prticas sociais pautadas em relaes respeitosas dos homens entre si e
deles com a natureza. Ela lana as bases para outra sociabilidade, fundada na cooperao, na
solidariedade e na paz como possibilidade de viver o presente e visualizar um futuro pautado
em padres de produo e de consumo mais sustentveis. Um presente e um futuro que
tenham como parmetros valores, atitudes e princpios fraternos e justos, nas relaes para
consigo, com o outro e com o planeta Terra. Lanar a semente de novos estilos de vida e de
uma cidadania planetria urgente e necessrio. A Geografia Escolar deve caminhar no
compasso das discusses que se realizam na atualidade e que apontam nessa direo, como:
o Protocolo de Kyoto, o Frum Econmico Mundial, o Frum Social Mundial, o Painel
Intergovernamental de Mudanas Climticas.
A abordagem Crtica deixa mostra as relaes sociais de produo permitindo, assim, a
compreenso das mediaes trabalho, cultura, poltica, mercado - que permeiam as relaes
entre a Sociedade e a Natureza, na perspectiva da construo do espao geogrfico. Como
afirma o professor Jos William Vesentini,
Um ensino crtico da Geografia [...] no se limita a uma renovao do contedo com a
incorporao de novos temas/problemas, normalmente ligados s lutas sociais: relaes
de gnero, nfase na participao do cidado/morador e no no planejamento,
compreenso das desigualdades e das excluses, dos direitos sociais (inclusive os do
consumidor), da questo ambiental e das lutas ecolgicas, etc. Ela tambm e
principalmente implica em valorizar determinadas atitudes combate aos
preconceitos; nfase na tica, no respeito aos direitos alheios e s diferenas;
96
sociabilidade
e
inteligncia
emocional...
e
habilidades
(raciocnio,
aplicao/elaborao de conceitos, capacidade de observao e de crtica, etc.).
97
cada
um
deles
capacidades/habilidades
est
nos
apresentada
anos
do
uma
ciclo,
sugesto
seguindo
de
mesma
distribuio
das
proposio
do
aprendidos
na
prpria
escola,
quando do
desenvolvimento
de
outras
ampliao das capacidades e uma nova e diferente oportunidade para aqueles educandos que
no a desenvolveram plenamente.
T Trabalhar Tipo de abordagem que explora de modo sistemtico as diversas situaesproblema que promovem o desenvolvimento das capacidades/habilidades que sero enfocadas
pelo professor. Demanda um planejamento cuidadoso das atividades que devero ser
variadas, de modo a explorar as vrias dimenses dos conhecimentos disciplinares que se
relacionam a uma determinada capacidade e tambm as inter-relaes com outras
capacidades/habilidades. importante que o professor organize seu trabalho tendo bem
definida a capacidade que pretende desenvolver. Essa uma fase em que os processos
avaliativos so fundamentais para que o professor defina as intervenes a serem feitas no
processo de ensino-aprendizagem, de modo a ter clareza sobre o que efetivamente poder ser
consolidado pelos educandos ao final desse processo.
C Consolidar No contnuo processo de aprendizagem dos educandos, chega um momento
em que preciso sedimentar os avanos que ocorreram em seus conhecimentos. Nesse
momento, determinados conceitos, procedimentos e comportamentos que foram trabalhados
sistematicamente pelo professor devem ser colocados como objeto de reflexo na sala de aula,
de modo que o trabalho pedaggico que foi realizado com eles seja claramente concludo.
Esse o momento em que se formaliza a aprendizagem de acordo com a capacidade que foi
desenvolvida, na forma de resumos, snteses e registros com a linguagem adequada a cada
rea do conhecimento. A avaliao assume nessa fase o objetivo de compor um quadro das
aprendizagens que foram construdas pelos educandos, que sero tomadas como referncia
na comunicao com as famlias e na continuidade do trabalho pedaggico no ciclo.
redefine a relao entre os lugares, bem como a diviso do trabalho no seio da sociedade. As
contradies inerentes ao capitalismo global so evidenciadas nos conflitos em jogo nas
questes geopolticas que envolvem, desde a guerra do petrleo e da gua, passando pelo
terrorismo internacional, at a degradao da natureza, inerentes a um modo de produzir e
reproduzir o espao geogrfico.
Assim, ao mesmo tempo em que denuncia e sensibiliza, esse eixo norteador aponta caminhos
para um outro mundo possvel, pois, como afiana Gadotti, o simples fato de aprender a
economizar, a reciclar, a compartilhar, a complementar, a preservar, a aceitar a diferena pode
representar uma revoluo no corpo do sistema social. (2002, p. 85)
CAPACIDADES/HABILIDADES
1 ano
2 ano
3 ano
R/T
R/T
3.Propor
mudanas
de
hbitos
relacionados
acondicionamento
e
transporte
de
produtos,
reaproveitamento de materiais e coleta seletiva de lixo.
R/T
ao
ao
Em suma, desenvolver a noo de lugar implica em trabalh-lo nas trs dimenses que ele
contm: de localizao e direo; de pertencimento e identidade; e de conexo com a
totalidade-mundo.
CAPACIDADES/HABILIDADES
1 ano
2 ano
3 ano
R/T
R/T
R/T
101
CAPACIDADES/HABILIDADES
1 ano
2 ano
3 ano
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
1 ano
2 ano
3 ano
R/T
R/T
degradao da natureza e da vida a que chegamos com o uso descontrolado e abusivo dos
elementos naturais, pela busca insacivel do lucro rpido e fcil, de mquinas que se
movimentam a custa de fontes energticas altamente poluidoras.
necessrio aprofundar a compreenso das origens sociais, polticas e econmicas da
degradao da natureza, criticar os atuais padres de produo e de consumo, bem como
avaliar os valores da sociedade urbano-industrial. A partir da, o enfoque se volta para
alternativas que sinalizam para uma nova relao do ser humano consigo mesmo, com o
semelhante, com a natureza e o planeta como um todo, comprometido com culturas de
padres de produo e consumo coerentes com uma vida sustentvel.
Neste eixo ganha relevncia noes de sociedades sustentveis, cidades sustentveis e de
sustentabilidade social, ecolgica, poltica e econmica.
CAPACIDADES/HABILIDADES
1 ano
2 ano
3 ano
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
104
1 ano
2 ano
3 ano
R/T
R/T
R/T
R/T
105
1 ano
2 ano
3 ano
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
107
GLOSSRIO
Desterritorializado A desterritorializao um movimento de abandono ou perda de um
territrio na sociedade. Indissocivel desse conceito o de reterritorializao. Exemplo: um
bia fria vive na periferia urbana um permanente processo de desterritorializao quando se
desemprega na entre-safra e se reterritorializa no trabalho de plantio e colheita da lavoura.
Espacialidade A espacialidade acha-se relacionada s formas e aos arranjos espaciais
constitudos pela complexa teia de relaes presentes no espao geogrfico, orientando a
distribuio e a localizao dos fenmenos urbanos e rurais, bem como os processos scioespaciais que os conformam. Desse modo, h uma ntima relao entre o papel do espao nas
prticas sociais e o papel das prticas sociais na configurao do espao geogrfico.
Fragmentao A complexidade do espao geogrfico na atualidade pode ser explicada
atravs do binmio globalizao/fragmentao, pois ambas fazem parte de um mesmo
processo. A articulao entre elas est representada por fluxos ou redes de comunicao, de
capitais, que podem levar degradao das condies de vida no planeta. A fragmentao
pode ser integradora se conjugada com a globalizao, reforando-a. Ou pode ser excludente
quando, mesmo sendo relacionada globalizao, parece contradiz-la.
Para saber mais, consulte:
HAESBAERT, Rogrio (org). Globalizao e fragmentao no mundo contemporneo. Niteri:
Editora da Universidade Federal Fluminense, 1998.
Frum Econmico Mundial O Frum Econmico Mundial, criado em 1987, substituiu o
Frum Europeu de Gerenciamento. uma organizao internacional independente, sem fins
lucrativos. O Frum Econmico Mundial opera como um espao de discusso, que rene
lderes mundiais, intelectuais, representantes de ONG's (organizaes no-governamentais) e
personalidades do mundo empresarial. O grupo se rene anualmente para debater questes
referentes a reas to diversas como governana corporativa e aquecimento global.
Para saber mais, consulte o site:
http://www.weforum.org/en/index.htm
Frum Social Mundial - O Frum Social Mundial um espao de debate democrtico de
idias, aprofundamento da reflexo, formulao de propostas, troca de experincias e
articulao de movimentos sociais, de redes, de ONG's e de outras organizaes da sociedade
108
civil que se opem ao neoliberalismo e ao domnio do mundo pelo capital e por qualquer forma
de imperialismo. Aps o primeiro encontro mundial, realizado em 2001, o Frum Social Mundial
configurou-se como um processo mundial permanente de busca e de construo de
alternativas s polticas neoliberais. Essa definio est na Carta de Princpios, principal
documento do Frum Social Mundial. O Frum caracteriza-se tambm pela pluralidade e pela
diversidade, tendo um carter no confessional, no governamental e no partidrio. Ele se
prope a facilitar a articulao, de forma descentralizada e em rede, de entidades e
movimentos engajados em aes concretas, do nvel local ao internacional, pela construo de
um outro mundo, mas no pretende ser uma instncia representativa da sociedade civil
mundial. O Frum Social Mundial no uma entidade nem uma organizao.
Para saber mais, consulte o site:
www.forumsocialmundial.org.br/
Globalizao - Historiadores afirmam que este processo econmico e social que estabelece
uma integrao entre os pases e as pessoas do mundo todo teve incio nos sculos XV e XVI,
com as Grandes Navegaes e as Descobertas Martimas. Porm, de forma efetiva, ela se
estabeleceu no final do sculo XX, instaurando um novo patamar para a dinmica capitalista. A
globalizao tem como suporte o neoliberalismo, que impulsionou o processo de globalizao
econmica, e a revoluo nas tecnologias da informao, que possibilitou a integrao mundial
de mercados numa enorme intensidade dos fluxos comerciais e financeiros. Com o fim do
socialismo real e o avano do neoliberalismo, inicia-se um novo tempo, marcado pelo
predomnio dos interesses financeiros, pela desregulamentao dos mercados, pelas
privatizaes das empresas estatais, pelo abandono do estado de bem-estar social. Seus
crticos consideram a globalizao como responsvel pelo acirramento da excluso social.
Para saber mais, consulte o site:
http://www.suapesquisa.com/globalizacao/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Globaliza%C3%A7%C3%A3o
na excluso social;
no desperdcio;
desflorestamento;
(exercendo)
profundas
influncias
que
penetram
subjetivamente
na
conscincia dos homens de toda a sociedade moldando modos de ser e de estar no mundo.
(Pietrocolla,1996.)
Para saber mais:
PIETROCOLLA, Luci Gati. Sociedade de consumo. 2. ed. So Paulo: Global, 1996.
Sustentabilidade Estado de equilbrio social, econmico e ambiental em um sistema
produtivo, que se perpetua no tempo, garantindo a existncia deste para as geraes
presentes e futuras. o que preconiza o Relatrio de Brundtland (1987): sustentabilidade
"suprir as necessidades da gerao presente sem afetar a habilidade das geraes futuras de
suprir as suas".
Para saber mais, consulte o site:
http://www.atitudessustentaveis.com.br/sustentabilidade/sustentabilidade/
http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./gestao/index.html&conteudo=./gesta
o/artigos/complexidade_sustentabilidade.html
Territorialidade Esse conceito incorpora duas dimenses: uma estritamente poltica, um
dos componentes do poder. A outra dimenso refere-se s relaes econmicas e culturais, e
se revela no modo como as pessoas usam a terra, o espao vivido e do significado ao lugar.
A territorialidade, portanto, pode ser entendida como correlao de foras, ao, uma
estratgia de controle do espao-tempo e se manifesta como formas diversas de apropriao
de territrios.
Para saber mais, consulte o site:
http://www.geomundo.com.br/geografia_delimitar_territorio.htm
112
REFERNCIAS
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ALMEIDA, Rosngela Doin de. (org) Cartografia Escolar. So Paulo: Contexto, 2007.
ALMEIDA, Rosngela Doin de. Do desenho ao mapa. Iniciao cartogrfica na escola. So Paulo,
Contexto, 2001.
ALMEIDA, Rosngela Doin de e PASSINI, Elza. O Espao Geogrfico. Ensino e Representao, So
Paulo: Contexto, 1994.
IBGE. Atlas Geogrfico Escolar. 4. Ed. 2002.
IBGE. Meu primeiro Atlas. 2007.
PAGANELLI, Tomoko Iyda et al. Para ensinar e aprender geografia. So Paulo: Cortez, 2007.
SCHFFER, Neiva Otero et al. Um globo em suas mos. Prticas para a sala de aula. 2. ed. Porto
Alegre: Editora da UFRGS, 2005.
Geografia
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Elementos de Epistemologia da Geografia Contempornea. Curitiba: Editora da UFPR, 2004.
AB SABER, Aziz. Os domnios de Natureza no Brasil. Potencialidades paisagsticas. So Paulo: Ateli
Editorial.2003.
Geografia escolar
CARLOS, Ana Fani A. (Org.). Geografia na sala de aula. So Paulo: Contexto, 1999.
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos et al (orgs). Geografia em sala de aula. Prticas e reflexes. Porto
Alegre: Associao
dos Gegrafos Brasileiros Seo Porto Alegre, 1998.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, Escola e construo de conhecimentos. Campinas, SP:
Papirus. 1998.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia e prticas de ensino. Goinia. Editora Alternativa, 2002.
Paradidticos
BUSCH, Ana e VILELA, Caio. Um mundo de crianas. So Paulo: Ed. Panda Books, 2007.
CAMARGO, Pablo Matos, GONTIJO, Bete. Zez e os Tambores. Belo Horizonte: CEDEFES.
CALVI, Gian. Um mundo para todos. So Paulo, Global.
DIMENSTEIN, Gilberto e PRIETO, Heloisa. Mano descobre a ecologia. So Paulo: Senac e tica.
DOW, Kirstin e DOWNING, Thomas E. O Atlas da mudana climtica. So Paulo, PUBLIFOLHA.
113
Interfaces
ALMANAQUE SOCIOAMBIENTAL. BRASIL. Uma nova perspectiva para entender a situao do Brasil e
a nossa contribuio para a crise planetria. So Paulo: Instituto Socioambiental.
CEDEFES. Centro de Documentao Eloy Ferreira da Silva. Comunidades Quilombolas de Minas Gerais
no Sc. XXI. Belo Horizonte: Autntica, 2007.
GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra. So Paulo: Peirpolis, 2000.
GUTIERREZ, Francisco; Prado, Cruz. Ecopedagogia e cidadania planetria. 3.ed. So Paulo: Cortez:
Instituto Paulo Freire, 2002.
HELENE, M.Elisa M.; BICUDO, Marcelo B. Sociedades sustentveis. So Paulo: Scipione,1994.
LEFF, Enrique. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 2.ed.
Petrpolis,RJ: Vozes, 2001.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. So Paulo: Companhia das Letras.1998.
TRIGUEIRO, Andr. Mundo sustentvel. So Paulo, Global. 2008.
114
impressos j nos trazem verses diferentes para fatos histricos que muitos de ns
considervamos verdadeiros ou definitivos. O campo da Histria e o prprio ensino da Histria
esto em constante reconfigurao. Isso tambm contribui para que alguns professores sintam-se
perdidos e confusos: Como escolher conhecimentos disciplinares para desenvolver com os
educandos? Como pensar substancialmente num ensino de Histria com esses educandos,
levando-se em conta as diferentes verses da Histria e o fato de que o conhecimento histrico
tradicionalmente ensinado na escola parece distante, abstrato e muito complexo? Como
selecionar conhecimentos disciplinares? Como dialogar com os livros didticos em circulao?
Compreendendo que o trabalho docente nos primeiros ciclos requer, com grande nfase, uma
ao interdisciplinar, e que os professores tm, em geral, uma formao generalista, podemos
pensar em alternativas de trabalho que, longe de exigirem um conhecimento amplo de contedos
consagrados da Histria, requerem muito mais uma postura investigativa e aberta a novas
descobertas.
Ensinar e aprender Histria nos primeiros ciclos de aprendizagem deve ser, antes de tudo, aceitar
o desafio de buscar a historicidade presente em aspectos diversos da vida cotidiana, procurando
desvendar marcas do passado que permanecem nos objetos, nas relaes, instituies e
instncias diversas da vida. E, ainda, olhar para o passado a partir de perguntas que so
instauradas pelo presente, em dilogo com as experincias dos sujeitos envolvidos no processo
ensino-aprendizagem: professores e educandos.
Queremos, pois, convidar voc, professor, a aceitar esse desafio. A olhar para o conhecimento
histrico em sala de aula no como um contedo a mais, algo difcil e abstrato, que pode ser
dispensado em benefcio do que se concebe como mais relevante para a alfabetizao.
Diferentemente, convidamos voc a pensar no ensino de Histria como um aliado no
desenvolvimento das capacidades de leitura e escrita e, acima de tudo, como um estudo que
pode ser significativo, envolvente, instigante e capaz de proporcionar bons momentos de
descobertas e aprendizados.
Sabemos que uma das questes mais inquietantes diz respeito dificuldade de seleo criteriosa,
ao desenvolvimento e avaliao de conhecimentos disciplinares que os prprios professores dos
primeiros ciclos desconhecem. Contudo, chamamos a ateno para o fato de que para ensinar
Histria no necessrio somente, ou meramente, o conhecimento de contedos histricos.
fundamental que sejam feitas algumas reflexes sobre o significado da Histria para quem
116
Uma das idias comuns a serem superadas a de que a Histria exatamente uma matria de
decorar, uma matria de ler, uma matria de estudo. A Histria para crianas e jovens precisa
ser, antes, uma oportunidade de formao e de descoberta de formas cada vez mais autnomas
de olhar para as realidades, em que se inclui a sua prpria realidade, percebendo-as como
dinmicas, contraditrias e transformveis. Ao prever a aprendizagem da Histria nos anos
iniciais, importante compreender de que sujeitos de aprendizagem falamos e quais so as
razes essenciais para que a Histria comparea a esses momentos de sua formao.
117
No sendo vista, ento, como uma mera listagem de conhecimentos especficos, ou como uma
matria para decorar, a Histria nos primeiros anos de formao no , tambm, uma listagem de
fatos e dados a serem transmitidos. Numa perspectiva diferente, a Histria nos primeiros anos de
formao visa iniciao leitura da prpria existncia num universo cultural e scio-histrico.
Pressupondo uma compreenso inicial dos tempos e espaos em que esto os grupos humanos e
em que est a prpria criana e o pr-adolescente, o ensino-aprendizagem da Histria nos
primeiros ciclos volta-se fundamentalmente compreenso da insero dos sujeitos na teia social
em que esto. Volta-se aos processos, mesmo que iniciatrios, de desnaturalizao do mundo e
de anlise comparativa entre a prpria realidade e a de outros sujeitos e grupos sociais, em
outras pocas, espaos e culturas.
O tempo , dessa maneira, uma categoria central na Histria, sendo que o estudo das
temporalidades um dos pilares da promoo da aprendizagem histrica.
Mas o estudo do tempo no se restringe ao estudo das formas de marcao e datao temporais,
ou do conhecimento de artefatos que usamos para marcar e controlar o tempo, ou mesmo de
algumas operaes bsicas, como aprender a ver as horas, identificar os dias da semana, meses
do ano, localizar acontecimentos em um calendrio etc. Ter a temporalidade como categoria
central , principalmente, possibilitar s crianas e pr-adolescentes uma paulatina apropriao e
construo de noes temporais fundamentais, como as de passado, presente e futuro, de
sucesso e simultaneidade, de mudanas e permanncias, de diferenas e semelhanas.
Siman (2003) relata-nos uma experincia de trabalho com a histria das petecas, desenvolvido
por professoras do Centro Pedaggico da UFMG. O trabalho se desdobrou em uma srie de
aes, como entrevista com adultos de convvio dos educandos (pais, mes, avs, responsveis),
construo de linhas de tempo (com petecas do tempo dos avs, outras do tempo dos pais e
outras do tempo do educando), visita a uma fbrica de petecas e realizao de brincadeiras
variadas com esse objeto/brinquedo de todas as idades. Essa experincia nos mostra o quanto
possvel promover a aprendizagem histrica, principalmente se o pressuposto de que a Histria
no um discurso "objetivo" e acabado, em que os fatos so dispostos num encadeamento linear.
Pensemos tambm que, no ensino de Histria, nem sempre se pode dizer que o antes,
cronologicamente situado, explica diretamente o que vem depois e que objetos produzidos em
tempos distintos podem, ento, coabitar num mesmo tempo histrico, e possuir usos
diferenciados, podendo tambm entrar em desuso. A experincia relatada por Siman tambm
contribui para pensar que
[...] crianas com domnio incompleto das operaes de tempo fsico podem ser introduzidas ao
raciocnio histrico, a partir de experincias e reflexes sobre o tempo vivido por elas, segundo
graus crescentes de complexidade da temporalidade histrica [...]. (SIMAN, 2003, p. 123)
118
120
distanciados, como a cidade, o estado e o pas. Qualquer um desses temas pode ser trabalhado
em qualquer dos ciclos, do 1 ao 3. No , portanto, o tema em si que deve orientar nossas
opes curriculares, mas, antes, o que se faz com ele, a maneira de abord-lo, o grau de
aprofundamento e as relaes que podem ser estabelecidas entre os vrios aspectos presentes
em qualquer tema de estudo. Ao rejeitar uma lgica de organizao curricular para os anos iniciais
que pr-define que famlia e escola so temas de estudo do 1 Ciclo, enquanto cidade, estado e
pas constituem contedos do 2 Ciclo, optamos por uma flexibilizao das escolhas, sem perder
de vista as especificidades de cada ciclo.
Nessa nova lgica, nada impede que crianas do 1 Ciclo possam estudar aspectos da Histria de
sua cidade, ou mesmo possam trabalhar com escalas maiores quando, por exemplo, comparam
suas maneiras de brincar com as de outras crianas que vivem, por exemplo, na China, ou
estabelecem contrapontos entre suas brincadeiras e brincadeiras de crianas que viveram na
Idade Mdia, por exemplo, identificando algumas das mudanas e permanncias.
Da mesma forma, o estudo da famlia pode comparecer em diferentes momentos da
aprendizagem em Histria tambm no 2 e mesmo no 3 Ciclo. Pensando em um dos temas
apontados pelos PCN's para o estudo de Histria no 2 Ciclo movimentos populacionais
podemos conceber um estudo que tenha como referncia a prpria famlia do educando: Essa
famlia j vivenciou processos de mudana, de uma cidade para outra, ou entre estados, ou
mesmo entre pases? As razes que a levaram a se mudar so parecidas com os motivos de
milhares de outras famlias que vivenciaram processos migratrios durante a Histria do Brasil ou
de outros pases? Enfim, no o tema em si, mas a forma de abord-lo e sua possibilidade de
vinculao com outros temas da Histria que poder nortear a escolha do que ensinar s crianas
e aos pr-adolescentes.
Dentro dessa perspectiva, compreendemos que no 2 Ciclo, o estabelecimento de contrapontos
prtica fundamental em Histria no prescinde da abordagem de aspectos relacionados s
vivncias cotidianas dos educandos. No entanto, quando compara aspectos de sua vida como
no exemplo citado, o estudo das mudanas vivenciadas por sua famlia , e o contrape a outros,
no tempo e no espao, o educando desse ciclo tem maiores possibilidades de adentrar o estudo
de outras realidades de uma maneira diferente. Com isso, pode perceber o outro de uma outra
maneira, e, sobretudo, podendo aprofundar o estudo desse outro, a partir da abordagem de
aspectos diversos de sua vida social, econmica, poltica e cultural.
Afirmamos a necessidade de compreenso do 2. Ciclo em suas especificidades, promovendo um
dilogo tanto com o que se aprende e ensina no 1 Ciclo quanto com o que se prev, de
aprendizagem histrica, e que est em dilogo com o que se estuda no 3 Ciclo. Alm disso, h
122
123
Um dos elementos que confere identidade ao 2 Ciclo o fato de ser um ciclo de transio entre a
infncia e a adolescncia, em que os sujeitos vivenciam os primeiros momentos de ampliao de
sua prpria socializao, com a constituio mais efetiva da identidade de grupo, percebendo-se
como parte de uma coletividade e sentindo a necessidade de maior partilha com outros de sua
idade. Este pode ser, ento, um momento privilegiado para ampliarem a compreenso de que a
Histria feita por sujeitos sociais, em prticas predominantemente coletivas, em contextos
marcados por uma conjugao de mltiplos aspectos, que envolvem interesses, intenes, formas
de compreender o mundo e de atuar sobre ele. Uma das possibilidades vislumbradas que o
estudo de diferentes grupos sociais, no passado e no presente, suas identidades e suas
formas de relacionamento, de vida e de afirmao transforme-se em eixo temtico do 2 Ciclo
para abordagem da Histria (e das interfaces em trabalhos interdisciplinares).
Uma abordagem centrada na anlise da presena de diferentes formas de organizao social,
aqui denominadas grupos humanos e sociais, deve contemplar tanto a anlise da Histria
pessoal do educando, compreendendo-se a Histria de seu grupo familiar e de convvio, e a
Histria dos grupos do entorno da escola, suas origens e expresses identitrias, como tambm,
de forma mais ampla, uma anlise da Histria das coletividades humanas em outras pocas e
sociedades, assim como dos diferentes agrupamentos identitrios no mundo atual.
A proposta de um currculo centrado no estudo de grupos sociais permite mltiplas abordagens
em torno da vida desses grupos, desde suas formas cotidianas de viver, trabalhar, relacionar-se,
participar de atividades religiosas, festivas, celebrativas etc., abordagem de conflitos
vivenciados, por exemplo, em relao posse de terra, luta pela conquista de direitos, a
movimentos de afirmao de identidade tnica, entre outros. A nfase no estudo de grupos sociais
pode possibilitar, tambm, como sugerem os PCN's (1997), em relao ao 2 Ciclo, o estudo de
aspectos relacionados a deslocamentos populacionais no pas e constituio de ncleos
urbanos, especialmente ao longo do sculo XX.
O estudo de diferentes grupos sociais permite tanto um investimento na construo de noes
temporais bsicas como as de mudanas e permanncias, diferenas e semelhanas, sucesso
e simultaneidade, passado, presente e futuro , que demarcam a especificidade dos estudos de
Histria nos primeiros anos de escolarizao, como tambm possibilitam o estudo de temas da
Histria local, regional, do Brasil e do mundo, que tradicionalmente comparecem nos ltimos anos
do Ensino Fundamental.
124
Da
mesma
maneira,
abordagem
inicial
de
uma
determinada
Aprender Histria aprender que todas as criaes e aes humanas, desde artefatos e objetos,
s suas relaes, formas de sentir e significar o mundo, tudo possui historicidade, ou seja, foi
criado, construdo em certo momento histrico, por sujeitos que possuam (e ainda possuem)
intenes e visavam (visam) a algum objetivo, em dilogo com outros sujeitos de sua poca, e em
meio a relaes e constrangimentos instaurados pela vida em sociedade. Em outras palavras, a
Histria nos mostra que as coisas nem sempre foram como so, que j foram de um jeito diferente
em outro momento e ainda so em outras coletividades e em outros contextos e que, nesse
sentido, tambm no so eternas. isso que costumamos chamar de historicidade. Sua
127
percepo est ligada ao processo de desnaturalizao do mundo social. Quer dizer, exatamente
por serem fruto de aes humanas no tempo, os processos da vida social no so naturais ou
dados de uma vez por todas ou iguais em todos os contextos. Eles so histricos e, por isso
mesmo, transformam-se no tempo e no espao. A percepo da historicidade, iniciada no 1
Ciclo, deve ser ampliada no 2 Ciclo, quando os edu candos podem perceb-la em sua dimenso
social e coletiva, como fruto da ao de grupos e no de sujeitos isoladamente. Alm disso, neste
ciclo, os educandos tm condies de estabelecer relaes entre diferentes variveis, percebendo
a historicidade em contextos marcados por uma multiplicidade de aspectos e processos sociais.
Um dos recursos utilizados por professores para favorecer a apreenso da dimenso cronolgica
do tempo histrico a construo de linhas do tempo. O trabalho com essa forma de
representao exige, no entanto, certa cautela e clareza de seus limites. Ao mesmo tempo em
que essa forma de representao contribui para a construo das noes de passado, presente
e futuro, assim como de sucesso e simultaneidade, ela tambm refora as idias de
linearidade, homogeneidade e progresso, fazendo crer que todos os povos vivenciam ou
deveriam vivenciar uma
O conceito de
duraes temporais foi criado por Braudel (1983) que nos apresenta a idia dos ritmos em que
ocorreriam as mudanas histricas: a curta durao, a velocidade dos eventos, dos
acontecimentos breves, com datas e lugares
129
Esse eixo tem por pressuposto duas noes fundamentais: a de que a Histria feita por grupos
sociais, em sua vivncia coletiva, e a de que as pessoas comuns so sujeitos da Histria, o que
nos remete historicidade presente na vida cotidiana. Para consolidar esse pressuposto torna-se
necessrio fazer emergir, em sala de aula, esses diferentes sujeitos: mulheres e homens,
crianas, jovens e idosos, trabalhadores e patres, governantes e cidados, pessoas da cidade ou
do campo, includos e excludos socialmente, aqueles que se vem como brancos, negros,
indgenas, amarelos e mestios, em suas relaes com a famlia, o trabalho, o lazer, o
descanso, a religiosidade, as comemoraes e todas as outras dimenses que fazem parte da
experincia humana, no presente e em outras pocas. Trabalhar com aspectos da histria de vida
e familiar dos educandos, assim como de seus diferentes grupos de convvio, tambm uma
maneira de contribuir para sua auto-identificao como sujeito histrico.
A esse pressuposto de uma Histria encarnada liga-se outro, fundamental, da necessidade de
compreenso e crtica dos gestos de eleio de alguns sujeitos concebidos como heris. Dessa
maneira, importante tanto, de um lado, o estudo de uma Histria feita pela ao humana,
quanto, de outro, a cautela para que seja evitado e criticado o super dimensionamento da ao de
alguns sujeitos histricos destacados da teia de relaes sociais em que vivem e das
circunstncias de suas aes. Estudar alguns acontecimentos histricos a partir da meno quase
exclusiva a determinados personagens , assim, uma prtica que deve ser evitada.
A capacidade de entendimento de modos de vida diferenciados e diversos daquele de referncia,
e a sua potencialidade para compreenso das razes e fundamentos das atitudes dos sujeitos
histricos em outros contextos, outros espaos e outros tempos, remete-nos ao desenvolvimento
da capacidade de empatia histrica. Ela possibilitada pelo exerccio de se imaginar no lugar do
outro, procurando compreender sua lgica, intenes, motivaes para agir e pensar de uma
maneira diferente da sua.
130
sculos antes.
Enfim, fazer emergir algumas dessas controvrsias histricas, assim como trazer para a sala de
aula formas de interpretar a realidade scio-histrica em curso e circulao na sociedade, na
mdia e na imprensa pode ser uma boa maneira de criar possibilidades de anlise e
questionamento de idias que tm grande fora de convencimento e permanecem no imaginrio
de diferentes geraes. Esse costuma ser o caso, por exemplo, das representaes acerca de
grupos socialmente marginalizados, como as populaes indgenas e afro-descendentes, vtimas
freqentes de vises estereotipadas e preconceituosas, como as idias de que os povos
indgenas so atrasados, de que j no existem ndios nos tempos atuais os que restaram
teriam se aculturado e deixado de ser ndios ou, ainda, que qualquer programa pouco
convidativo pode ser caracterizado como programa de ndio.
Sem a pretenso de apenas substituir uma viso equivocada por uma viso correta, pode-se
apostar que as aulas de Histria sejam espaos em que essas questes compaream,
131
Pode-se dizer que aprender Histria tambm aprender a pesquisar histrias. Ao recortar a sua
realidade, selecionar fontes, interpretar abordagens, ler imagens, ouvir e refletir sobre msica,
cinema, documentos de poca, interpretaes histricas, o educando, em dilogo com seus
colegas e com o professor, exerce seu protagonismo na aprendizagem, nesse caso,
fundamentalmente por meio de atitudes de investigao.
O conhecimento histrico escolar se d por meio de apropriao e re-construo, realizando-se na
troca, sempre dinmica e multirreferencial, que ocorre entre os educandos, entre educandos e
professores e no dilogo desses com a realidade scio-histrica. Inseridos na realidade mesma
que os leva a estudar e compreender a Histria, professores e educandos podem propor
problemas, estudar interpretaes, lanar perguntas, construir novas formas de pensar e sentir a
realidade histrica. Nisso se diferencia basicamente o conhecimento histrico escolar daquele
conhecimento histrico produzido nos ncleos de referncia.
O contato inicial com fontes variadas e que se apresentam a partir de linguagens tambm diversas
(imagens, msicas, filmes, desenhos animados, charges, textos escritos, literatura infantil etc.)
possibilita que o educando, em primeiro lugar, aprenda a extrair informaes e tambm a indagar
sobre a origem e intencionalidades que acompanham diferentes testemunhos da Histria. ,
assim, papel do professor possibilitar o acesso dos educandos a fontes de naturezas variadas,
diversificando seu contato com os testemunhos e ampliando a noo do que sejam documentos
histricos: documentos escritos de todo tipo, como documentos de poca (na ntegra ou em
fragmentos), textos jornalsticos e literrios, assim como diferentes tipos de fontes iconogrficas,
132
orais e objetos da cultura material. Cada um desses tipos de fonte exige um tratamento especfico,
sendo fundamental que os educandos do 2 Ciclo sejam capazes de identificar as diferenas entre
os tipos de fontes e linguagens e as especificidades de leitura de cada uma delas.
Dessa maneira, os educandos podem comear a perceber que ler um documento escrito qualquer
diferente de ler uma fotografia ou de ler um objeto cultural, ou, ainda, de ler uma imagem. Alm
disso, quando trabalham com uma linguagem especfica, como, por exemplo, a linguagem
musical, os professores devem levar em conta a natureza dessa fonte, sua linguagem peculiar, as
informaes verbais que expressam, as mensagens no-verbais significadas por meio de
melodias que podem provocar tristeza, alegria, saudade, melancolia etc. Com isso, podem
perceber, tambm, que no apenas as informaes oferecidas por cada uma diferem, mas
tambm as perguntas que devem ser feitas para extrair dali informaes relevantes, percepes,
emoes e aprendizagens.
Por fim, toda atividade de pesquisa precisa completar seu percurso com as atividades de
sistematizao e socializao. Construir, coletivamente, formas de registro e socializao das
descobertas feitas uma maneira de reafirmar o papel social do conhecimento produzido, que s
tem sentido quando pode ser comunicado, partilhado com outros.
O professor pode propor diferentes formas de registro, explorando as vrias linguagens j
conhecidas e utilizadas pelos educandos: a linguagem musical, com produo de novos ritmos e
melodias ou de pardias; a linguagem cnica, pela realizao de dramatizaes e performances;
a linguagem grfica de desenhos, histria em quadrinhos, charges etc.; a linguagem plstica de
maquetes e demais representaes tridimensionais; alm das formas tradicionais de registro, que
envolvem o texto escrito, em seus vrios gneros e formataes.
O trabalho com diferentes linguagens e, dentro dele, a prtica de transposio de uma linguagem
a outra por exemplo, representar as idias de um texto escrito por meio de desenho ou de
maquete j implica uma operao de produo de conhecimento escolar. Ao ter que refletir
sobre os elementos de cada uma das linguagens da verbal grfica, no caso do exemplo citado
o educando convidado a um processo de criao e autoria, que o coloca de frente com o
desafio da produo do conhecimento.
Atitude cultural negativa dirigida a pessoas no-brancas, orientadas por crenas sobre diferenas raciais em relao a aspectos como
inteligncia, motivao, carter, moral e habilidades.
2
Atitude cultural orientada pela idia de que as diferenas entre os sexos caracterizam superioridade de um e inferioridade do outro.
3
Atitude cultural orientada pela idia de que h uma nica orientao sexual normal, o que leva a situaes nas quais as variaes da
orientao heterossexual so marginalizadas, ignoradas ou perseguidas por prticas sociais, crenas ou polticas.
4
Atitude cultural negativa orientada contra pessoas de outra classe social. Pode manifestar-se na forma de desprezo ou agressividade
de pessoas ricas contra os pobres ou de pessoas pobres contra os membros das classes mais abastadas.
134
O encontro com o outro, pelo cultivo da tolerncia, respeito, capacidade de escuta e negociao
faz parte dos fundamentos da construo da democracia e da cidadania.
A formao cidad , portanto, um componente importante do ensino de Histria. Mas, para isso,
necessrio que, a essa dimenso, que prev tambm o trato com a diversidade, no estejam
ausentes a interpretao profunda das desigualdades de toda ordem e o estudo histrico das
lutas por afirmao de direitos num universo social e poltico como o brasileiro em que
nitidamente ocorre a supresso dos mesmos direitos.
O ensino de Histria tem na memria uma de suas principais fontes. Por meio dos objetos da
cultura, os professores podem criar situaes significativas de investigao e de compreenso da
Histria. E, como j dissemos, esse pressuposto requer tambm uma postura investigativa, a
compreenso da historicidade dos objetos e de seus diferentes percursos, usos e desusos no
tempo, alm da avaliao do que nos dizem a sua materialidade, os seus detalhes, a sua
deformao e o seu silncio. Alm do mais, importante compreender que os sujeitos tambm
produzem conhecimentos, sensaes e percepes em contato com os objetos da cultura,
recortados por sua trajetria pessoal e pelas aprendizagens realizadas.
Por isso to importante ao docente de Histria a aproximao propositiva com outros ambientes
sociais que tm a Histria como dimenso significativa, como os museus, os arquivos, as
bibliotecas, os centros culturais, as ONG's, as instncias e instituies ligadas a movimentos
sociais, os clubes de leitura, os ambientes virtuais de educao histrica, entre outros. Realizar
visitas a essas instituies requer, no entanto, todo um trabalho de partilha com essas instituies,
135
compreenso do papel da oralidade e de seu valor no estudo das sociedades, das histrias dos
sujeitos e da construo de narrativas sobre o passado em sociedade. Dessa forma, o professor
poder lanar mo do dilogo com os saberes locais, com as narrativas de idosos e de pessoas
de referncia nas comunidades em que se insere a escola. Alm de se constituir em importante
fonte para os estudos propostos, essa prtica contribui para a valorizao de sujeitos, muitas
vezes, excludos e que encontram dificuldades, no mundo contemporneo, para expressar suas
percepes e partilhar seus saberes, sobretudo os idosos, sujeitos de direitos freqentemente
violados nas sociedades atuais.
Cabe ainda ao ensino de Histria aproximar o meio ambiente das relaes sociais, reconhecendo
que este precisa ser compreendido em interao com indivduos, considerando no s as suas
bases naturais como tambm as modificaes que nele se operam pelas aes humanas no
decorrer da Histria.
137
Fundamentos do
Conhecimento
Histrico
Temporalidade
histrica
Sujeitos histricos
Conhecimento
histrico como
construo social
Capacidades
Distribuio no
ciclo
1
T/C
T/C
I/T
T/C
I/T
I/T
T/C C/R
Tudo foi criado, construdo em certo momento histrico, por sujeitos que possuam intenes e visavam um objetivo relacionado s
possibilidades materiais e da mentalidade da sociedade em que vivia.
Os processos da vida social no so naturais, eles so fruto da ao humana, por isso no so imutveis e nem eternos. Eles
possuem diferenas relacionadas aos sujeitos envolvidos, ao tempo e ao espao em que ocorreram.
7
Dimenses, categorias e ritmos do tempo: passado, presente, futuro, simultaneidade, sucesso,
antecedncia, permanncia, mudana, tempo social, tempobiolgico, tempo cronolgico e outros.
8
Segundo Braudel(1983), existem trs ritmos na histria: ( a longa durao, como o tempo das mentalidades ou culturas), o
conjuntural( tempo dos fnomenos que duram dcadas ou at um sculo como os governos) e os eventos ( tempo das rupturas como
as revolues).
138
Pesquisa e
produo do
conhecimento
histrico escolar
Diversidade e
desigualdades
Memria e
patrimnio
T/C
I/T
T/C
T/C
139
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&cb=&n1=&n2=Propostas%20Curriculares%20-%20CBC&n3=Fundamental%20140
141
INTRODUO
Este documento uma verso revisada e ampliada das Proposies Curriculares para o ensino
da Lngua Inglesa na Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte (RME-BH), no 2 Ciclo, para
atender aos aprendizes da faixa etria de 9 aos 11/12 anos. O processo de reviso dessas
Proposies Curriculares resultado de uma extensa e profcua interlocuo com professores e
coordenadores da RME-BH, no perodo de agosto a novembro de 2008. Contudo, no se
encontra encerrado para debates. Pelo contrrio, medida que essas proposies forem
concretizadas em sala de aula, os professores so convidados a coment-las e a sugerir ajustes
para futuras intervenes nos espaos online e em encontros presenciais. Entendemos que
somente por meio desta constante interao ser possvel alcanarmos a qualidade de ensino e
aprendizagem desejada.
O processo de apontar diretrizes norteadoras para o trabalho com a Lngua Inglesa para a RMEBH tem como referncia os PCN-LE (BRASIL, 1998), a organizao e lgica do caderno do
Centro de Alfabetizao, Leitura e Escrita CEALE (BATISTA et. al., 2005), a Proposta Curricular
de Lngua Estrangeira do Estado de Minas Gerais CBC (MINAS GERAIS, 2007) e as
concepes poltico-pedaggicas da Escola Plural RME-BH (2002). Nosso ponto central a
educao inclusiva, tendo em vista o anseio de formar cidados crticos, conscientes do mundo
que os cerca e atuantes na sociedade, por meio de atividades de aprendizagem significativas para
esses aprendizes. Nesta perspectiva, estas Proposies Curriculares tero como objetivo
estabelecer provises terico-metodolgicas para um ensino significativo, uma vez que parece ser
consenso entre pesquisadores da rea de ensino da Lngua Inglesa os vrios benefcios do incio
da aprendizagem de lnguas na infncia (CAMERON, 2001; ROCHA, 2006). No entanto, para que
esse processo de ensino-aprendizagem para crianas e pr-adolescentes seja implementado com
sucesso, fundamental que seja desenvolvido com o suporte de objetivos e embasamentos
terico-metodolgicos claros e bem definidos, contando com uma infra-estrutura adequada de
recursos (laboratrio de informtica em rede, DVD, livros etc.). isto que se almeja alcanar
nessa construo das Proposies Curriculares aqui apresentadas.
142
tem um papel fundamental na formao global dos alunos, que inclui alm do desenvolvimento
lingstico-comunicativo, o desenvolvimento de atitudes e a construo de valores, devendo,
portanto, ser vista como um direito adquirido. Apropriamo-nos, ento, das palavras dessa autora
(ROCHA, 2006) no exerccio da reflexo sobre os benefcios da aprendizagem da Lngua Inglesa
no 2 Ciclo do Ensino Fundamental na Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte.
Por que aprender ingls no 2 Ciclo?
Direito ao conhecimento
Valorizao da identidade
Fortalecimento da auto-estima
Motivao intrnseca
SUPORTE TERICO-METODOLGICO
Estas Proposies Curriculares para o ensino de lngua estrangeira no 2 Ciclo da Escola Plural
da RME-BH aliceram-se na noo de linguagem como prtica social, fortemente fundamentados
na teoria scio-cultural (ou scio-histrica), elaborada por Vygotsky (1996), na viso
sociointeracionista de Bronckard (2003) e na noo de gneros de Schwnewly e Dolz (2004) como
megainstrumentos para o ensino e a aprendizagem. Palavras-chave so interao, colaborao
com o outro para aprender, andaimes (scaffolding), aprendizagem mediada pela brincadeira,
contedos em espiral, feedback, uso social da linguagem.
Palavras-chave:
Interao
Colaborao
Andaime
Ludicidade
Contedos em espiral
Feedback
145
fazem parte dessa estrutura, qual a sua distribuio em uma pgina ou o seu layout, no caso de
textos escritos. Estes elementos estruturais so facilmente identificveis pelo leitor/ouvinte
proficiente.
As capacidades lingstico-discursivas dizem respeito s estruturas lingsticas e aos itens lexicais
recorrentes no gnero textual ou presentes no texto estudado. Assim, um gnero que possui
estruturas lingsticas fixas como uma receita culinria, por exemplo, suscitar o trabalho com
nmeros, unidades de medida, ingredientes e o modo imperativo. Outros gneros, mais flexveis
no que se refere aos aspectos lingstico-discursivos, como cartas ou conversas informais,
dependem mais do contexto (capacidades de ao) para a definio das capacidades lingsticodiscursivas a serem sistematizadas.
Apresentamos, a seguir, um quadro com a sntese dos gneros textuais orais e escritos, que
foram indicados na primeira verso deste documento e expandidos por interveno de
professores da RME. Os critrios comuns adotados pelos professores ao elegerem estes como os
gneros mais apropriados para o 2 Ciclo foram a maturidade dos alunos e suas reas de
interesse. Cabe dizer aqui que a escolha dos gneros e dos textos com os quais vai trabalhar
compete ao professor. Tal deciso deve ser embasada no contexto scio-comunicativo que ele
deseja que seus alunos vivenciem. Se, por exemplo, o contexto for convidar os amigos para uma
festa de aniversrio, o professor dever decidir que gnero textual cumprir melhor este papel: um
convite, um e-mail ou mesmo um telefonema seriam adequados. Se o professor deseja trabalhar o
texto escrito, pode optar pelo convite ou pelo e-mail. Vale lembrar que a complexidade e
profundidade no desenvolvimento das capacidades no estudo de textos orais e escritos
dependem da idade, maturidade, necessidade e interesse dos aprendizes.
147
Gneros Escritos
Conversas informais
Propagandas
Conversas telefnicas
Mensagens
Trava lnguas
Histrias em quadrinhos
Receitas culinrias
Calendrios
Surveys
Rtulos
Desenhos animados
Letras de msica
Msicas populares
Receitas culinrias
Propagandas
Recados
Cartes
Histrias contadas
Convites
Relatos
Slogans
Mensagens telefnicas
Cartazes
Placas de aviso
Dramatizaes (Role-plays,
Sketches)
Canes tradicionais (Chants)
Jogos
Folders
Dirios
Charges
Piadas
Cartas
Instrues
Biografias
Diagramas e grficos
Dirios
Sinopses
E-mails
Webpages
148
deve incentivar e oferecer o suporte necessrio para que o aluno descubra e aprenda coisas
novas e construa o seu conhecimento de forma significativa.
Assim como no 1 Ciclo, muito importante ter em mente que o trabalho a ser desenvolvido com
os alunos de 2 Ciclo ser permeado de atividades ldicas, pois as habilidades conceituais da
criana so expandidas por meio do brinquedo e do uso da imaginao. Ao envolver-se em jogos
variados, a criana adquire e inventa regras, ou seja, h oportunidade para o desenvolvimento
intelectual. Inicialmente, os jogos so reprodues de situaes reais, porm, atravs da dinmica
da imaginao da criana e do reconhecimento de regras implcitas que regem as atividades
reproduzidas na brincadeira, a criana adquire um controle elementar do pensamento abstrato.
Nesse sentido, a brincadeira dirige o desenvolvimento, argumenta Vygotsky. Ele prope um
paralelo entre a brincadeira e a instruo escolar ambos agem na zona de desenvolvimento
proximal e em ambos os contextos a criana elabora habilidades e conhecimentos socialmente
disponveis que passar a internalizar. Durante as brincadeiras todos os aspectos da vida da
criana podem tornar-se temas de jogos.
desempenho das atividades dirias que as novas tecnologias (computadores, celulares, iPod etc.)
lhes impem so conhecidos como digital natives (nativos digitais) e se destacam ante queles
que ainda no foram devidamente includos na era digital.
O uso de computadores na educao e, em breve, de outros aparatos eletrnicos, inevitvel.
Contudo, necessrio que este uso no se restrinja s aulas especializadas. Sugere-se, portanto,
que atividades habituais sejam implementadas nos laboratrios de informtica. Por exemplo, um
uso essencial da Internet a comunicao via e-mails, as conversas em salas de bate papo ou
ainda as trocas de cartes virtuais de Pscoa, Natal e outras datas comemorativas. Assim, os
alunos podem trocar pequenos e-mails ou cartes virtuais com seus colegas de turma, de escola
ou at de outros pases. Ao fazer uso de tais recursos, o professor proporciona aos alunos a
oportunidade de se letrarem lingstica e digitalmente. Outra sugesto que esforos sejam feitos
para a criao das webpages das turmas. Atividades como essas elevam a auto-estima dos
alunos, os motivam a aprender a Lngua Inglesa e os capacitam a assumirem uma postura mais
autnoma no seu processo de aprendizagem.
Sharma e Barrett (2007) relacionam alguns motivos para que a tecnologia seja includa no ensino
de lngua estrangeira. Algumas das razes apontadas por esses autores so:
Atividades mediadas por computador podem ser mais interativas que atividades impressas.
Os alunos gostam de receber feedback imediato, como o que dado ao final das
atividades interativas feitas no computador, quando o programa aponta imediatamente o
nmero ou a porcentagem de erros e acertos dos aprendizes.
Permite a prtica e o estudo da lngua fora da sala de aula, em qualquer lugar, a qualquer
momento. Isso aumenta a autonomia dos alunos.
151
As ferramentas disponveis so muitas e os motivos para us-las j foram destacados acima. Fazse necessrio, contudo, que o professor selecione, avalie e prepare seus materiais de ensino
baseados em princpios educativos bem definidos. preciso discernir dentre a vasta gama de
contedos e atividades ofertada online ou mesmo em CD roms, DVDs etc., aqueles que so
apropriados para desenvolver a competncia comunicativa dos aprendizes. Deve-se tomar
cuidado para que os recursos digitais no sejam apenas acrscimos aparentemente inovadores
prtica
pedaggica,
configurando-se
em
aulas
tradicionais
centradas
no
ensino
descontextualizado de vocabulrio e gramtica. Antes, devem ser vistos como fonte de textos de
gneros variados e autnticos e de atividades que possibilitam o engajamento discursivo dos
aprendizes em contextos scio-comunicativos diversos.
Ao possibilitar os estudantes usarem as novas tecnologias para aprender e praticar a Lngua
Inglesa, o professor favorece o cumprimento de um papel fundamental da escola na formao
cidad de seus alunos. Isso ocorre porque, alm do aprendizado e uso da LE, os alunos tornamse mais competentes no uso dos recursos tecnolgicos e tambm se tornam mais autnomos no
seu processo de aprendizagem. Por isso, enfatizamos a necessidade do desenvolvimento do
letramento digital das crianas e dos pr-adolescentes, sendo que tarefas devem ser
especialmente selecionadas a partir da prpria Web, uma vez que ela disponibiliza gratuitamente
uma infinidade de sites que podem ser utilizados no 2 Ciclo.
152
Esta lista de sites apenas uma pequena amostra dos recursos disponveis na Web.
Recomendamos que os professores faam buscas de outros sites, formem suas prprias listas de
favoritos e as compartilhem com seus colegas de trabalho. Assim, ampliaro rapidamente o seu
repertrio de materiais didtico-pedaggicos.
153
A escolha dos temas e contedos a serem ensinados na sala de lngua estrangeira , como j foi
dito, responsabilidade do professor. Apresentaremos a seguir uma sugesto de como desenvolver
estes temas e contedos ancorados nos dois eixos articuladores: a compreenso e produo de
gneros orais e a compreenso e produo de gneros escritos. Prope-se uma ao articulada
entre estes eixos por meio do que denominamos learning cycle.
154
Da
mesma
maneira,
abordagem
inicial
de
uma
determinada
pelo professor. Demanda um planejamento cuidadoso das atividades, que devero ser variadas,
de modo a explorar as vrias dimenses dos conhecimentos disciplinares que se relacionam a
uma determinada capacidade e tambm as inter-relaes com outras capacidades/habilidades.
importante que o professor organize seu trabalho tendo bem definida a capacidade que pretende
desenvolver. Essa uma fase em que os processos avaliativos so fundamentais para que o
professor defina as intervenes a serem feitas no processo de ensino-aprendizagem, de modo a
ter clareza sobre o que efetivamente poder ser consolidado pelos estudantes ao final desse
processo.
C Consolidar no contnuo processo de aprendizagem dos estudantes, chega um momento
em que preciso sedimentar os avanos que ocorreram em seus conhecimentos. Nesse
momento, determinados conceitos, procedimentos e comportamentos que foram trabalhados
sistematicamente pelo professor devem ser colocados como objeto de reflexo na sala de aula, de
modo que o trabalho pedaggico que foi realizado com eles seja claramente concludo. Esse o
momento em que se formaliza a aprendizagem de acordo com a capacidade que foi desenvolvida,
na forma de resumos, snteses e registros com a linguagem adequada a cada rea disciplinar. A
avaliao assume, nessa fase, o objetivo de compor um quadro das aprendizagens que foram
construdas pelos estudantes, que sero tomadas como referncia na comunicao com as
famlias e na continuidade do trabalho pedaggico no ciclo.
Cabe salientar que se trata de uma abordagem em espiral, em que o educando tem oportunidade
de retomar as capacidades parcialmente dominadas para, depois, seguir em frente no outro ano
do prximo ciclo ou na seqncia do trabalho no mesmo ciclo. As capacidades no uso de uma
lngua estrangeira so articuladas, recursivas e recorrentes, havendo mesmo necessidade deste
retomar as capacidades antes trabalhadas, mas num nvel mais complexo. Essa progresso em
espiral tem como objetivo desenvolver o domnio dos vrios gneros em diferentes nveis de
complexidade de aprendizagem de LE no contexto da Rede Municipal de Ensino de Belo
Horizonte.
Portanto, um gnero textual trabalhado em um ano do ciclo pode voltar em outro ano com
caractersticas discursivas do texto mais elaboradas e, conseqentemente, as lingsticodiscursivas tambm.
157
Interagir com vrios gneros orais nas prticas sociais de uso da lngua estrangeira com
propriedade no contexto adequado.
Produzir vrios gneros orais nas prticas sociais de uso da lngua estrangeira com
propriedade no contexto adequado.
Fazer uso do conhecimento de mundo, conhecimento textual, conhecimento lxicosistmico, conhecimento estratgico e conhecimento atitudinal nas prticas sociais em
lngua estrangeira.
Identificar aspectos culturais locais e globais por meio de msica, jogos, brincadeiras e
expresso corporal, leitura, visando o desenvolvimento de uma atitude crtica com abertura
frente s diferenas, valorizando sua identidade cultural e fortalecendo sua auto-estima.
158
CAPACIDADES ESPECFICAS
1. Identificar vrios
gneros orais informais,
compreendendo suas
funes sciocomunicativas nas
seqncias
conversacional,
instrucional, descritiva e
narrativa.
CONTEDOS
DISTRIBUIO NO
2 CICLO
1
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
3. Reconhecer e usar
recursos lingsticodiscursivos que
constituem os textos de
gneros orais informais.
R/T
R/T
R/T
4. Expressar-se oralmente
em diferentes situaes
scio-comunicativas,
empregando a variedade
lingstica adequada.
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
4.2. Participar de
conversas informais.
R/T
R/T
R/T/C
159
Interagir com vrios gneros escritos nas prticas sociais de uso da lngua estrangeira com
propriedade no contexto adequado.
Produzir vrios gneros escritos nas prticas sociais de uso da lngua estrangeira com
propriedade no contexto adequado.
Fazer uso do conhecimento de mundo, conhecimento textual, conhecimento lxicosistmico, conhecimento estratgico e conhecimento atitudinal nas prticas sociais com a
lngua estrangeira.
Identificar aspectos culturais locais e globais por meio de msica, jogos, brincadeiras e
expresso corporal, leitura, visando o desenvolvimento de uma atitude crtica com abertura
frente s diferenas, valorizando sua identidade cultural e fortalecendo sua auto-estima.
160
DISTRIBUIO NO 2
CAPACIDADES ESPECFICAS
CICLO
CONTEDOS
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
Mecanismos de textualizao:
recursos coesivos (pronomes,
marcadores do discurso), seleo
vocabular pertinente ao gnero e elos
lexicais (hipernimos, sinnimos e
antnimos, palavras relacionadas etc.),
estruturas gramaticais pertinentes ao
gnero etc.
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
I/T
R/T
R/T
I/T
R/T
R/T
I/T
R/T
R/T
161
vocabulrio e gramtica.
4.4 Revisar e elaborar a prpria
escrita, segundo critrios
adequados aos objetivos, ao
destinatrio e ao contexto
de circulao previstos.
I/T
R/T
R/T
AVALIAO DE APRENDIZAGEM
O processo de avaliao da LE no 2 Ciclo deve ser visto como processual, superando a viso de
simples instrumento de medio quantitativa de contedos baseado no produto de aprendizagem.
Concordamos com as concepes de avaliao asseveradas pelas diretrizes norteadoras da
Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte (RME-BH, 2002, p.227), quando deixam claro que
preciso mover-se de uma concepo arraigada, segundo a qual a avaliao o elemento que
mede a realizao dos objetivos do currculo, para uma concepo mais abrangente que inclui a
avaliao formativa que pode servir para o aluno e professor, como indicadora do estgio de
desenvolvimento [da criana ou do pr-adolescente] e norteadora dos prximos passos no
processo [de aprendizagem]. Desta forma, no classifica, mas situa. A avaliao torna-se mais
centrada no processo do que no produto e os erros so vistos como evidncias do que ainda
precisa ser retomado para um aprendizado mais seguro. A avaliao diagnstica tambm um
recurso valioso para a identificao de dificuldades, assim como para o planejamento de aes
pedaggicas que busquem ajudar os aprendizes a super-las.
Como uma das formas alternativas de avaliao para a LE, sugerimos o uso de portflios para a
coleo de trabalhos desenvolvidos pelos aprendizes. Os portflios permitem a avaliao
processual e podem ser um elemento importante entre as crianas e os pr-adolescentes e suas
famlias, que podem ter nesse instrumento meios de entender, acompanhar e avaliar os avanos
da aprendizagem de seus filhos em relao LE. Nos portflios, os alunos podem escrever
dirios reflexivos sobre as atividades de aprendizagem de LE que podem propiciar ao professor
possibilidades de re-avaliar sua prtica, tendo em vista a meta de promover o sucesso de seus
alunos.
162
Avaliao da Aprendizagem
Processual
- Indicadora do estgio de
desenvolvimento da criana e
norteadora dos prximos passos no
processo de aprendizagem.
Instrumentos
- Portflios
- Dirios reflexivos
- Auto-avaliao
Na produo de um portflio, o professor deve orientar seus aprendizes no sentido de que eles
colecionem todos os seus trabalhos e depois selecionem os mais significativos. importante,
ento, que os educandos reflitam sobre suas produes. Algumas perguntas podem ser feitas
com o objetivo de ajudar a criana ou o pr-adolescente a reconhecer o que foi mais relevante em
termos da aprendizagem, tais como:
O que voc aprendeu? (em termos de lngua ou informaes gerais: valores, cultura,
outros conhecimentos).
O que voc mais gostou ou o que achou mais interessante nesse projeto ou tarefa?
(assunto, a atividade em si, discusso do grupo, informao, etc.)
163
CONSIDERAES FINAIS
As diretrizes apresentadas aqui, com foco no ensino e aprendizagem de LE para as crianas e os
pr-adolescentes do 2 Ciclo do Ensino Fundamental, partem da premissa de que o trabalho com
gneros possibilita que os aprendizes vivenciem situaes de interaes significativas em LE. O
que se almeja o letramento (SOARES, 2003) em LE dos agentes envolvidos neste processo.
Por meio de atividades ldicas, propostas nas diretrizes, os aprendizes tero oportunidade de usar
a lngua-alvo de maneira mais espontnea, o que vir a reforar a importncia da aprendizagem
colaborativa. O respeito nossa cultura e s diferenas culturais perpassar todo o trabalho com
o ensino de LE, assim como o desenvolvimento da auto-estima e da formao global do
educando.
Estas proposies, bem como as discusses e reflexes realizadas durante os cursos de
formao continuada oferecidos pela SMED em 2008, fundamentaram a seleo de gneros
textuais e a elaborao de materiais didticos pelos professores do 2 Ciclo. Estes participantes
puderam vivenciar a construo de learning cycles e alguns experimentaram com sucesso sua
aplicao em sala de aula. Materiais exemplificativos podem ser acessados no site
http://ead.pbh.gov.br/. Eles representam a concretizao da teoria apresentada neste documento
e visam o ensino da Lngua Inglesa de uma forma scio-interativa e integrada, levando os
educandos a desenvolverem suas capacidades comunicativas para que possam participar de
prticas discursivas diversas.
Enfatizamos que essas diretrizes no tm a pretenso de ditar regras, mas de trazer subsdios
para o professor propiciar um ensino de LE efetivo e emancipatrio. Nessa perspectiva, buscamos
trazer consideraes para nortear o processo de ensinar e aprender LE (ingls), com vistas a um
ensino que proporcione a formao de indivduos capazes de atuar na sociedade em que
vivemos.
164
REFERNCIAS
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BATISTA et. al. Caderno do Centro de Alfabetizao, Leitura e Escrita (CEALE) 2005
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Curriculares Nacionais: Lngua Estrangeira 5a. - 8a. sries. Braslia: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Ministrio da Educao, Secretaria de Educao Mdia e Tecnolgica. Parmetros Curriculares
Nacionais: Ensino Mdio. Braslia: MEC/SEF, 1999.
BRONCKART, J. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo scio-discursivo. 2. ed.
Traduo de Anna Raquel Machado e Pericles Cunha. So Paulo: EDUC, 2003.
CANALE, M.; SWAIN, M. (1980). Theoretical bases of communicative approaches to second language
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CAMERON, M. Teaching English to young learners. Cambridge: Cambridge University Press, 2001.
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DIAS, R. Letramento digital: desenvolvendo a capacidade do aluno para ler e escrever em L2 pela utilizao
de WebQuests. Comunicao proferida no II Encontro CAPES MECD/DGU Linguagem, Educao e
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DIAS, R. Learning Cycle Modelo para a produo de material didtico integrando as quatro habilidades, em
relao a um mesmo tema, 2005; 2007. Produzido para as Orientaes Pedaggicas da Proposta Curricular
de Lngua Estrangeira de Minas Gerais, p.34-44. Utilizado na disciplina sobre produo de material didtico
do Curso de Especializao em Ensino de Ingls da UFMG. Unidades produzidas:
http://br.geocities.com/reinildes.ufmg/cei/
LUNT, I. (1994). Prtica da avaliao. In: Daniels, H. (Org.) (1994). Vygotsky em foco: pressupostos e
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MINAS GERAIS. Proposta Curricular de lngua estrangeira para a Educao Bsica. DIAS, 2007. Disponvel
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http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. [Acesso em 26 de novembro de 2007.]
ROCHA, C. H. Provises para ensinar LE no Ensino Fundamental de 1. a 4. Sries: dos parmetros
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SHARMA, P. e BARRETT, B. Blended Learning. Oxford: Macmillan, 2007.
SOARES, M. Letramento: um tema em trs gneros. Belo Horizonte: CEALE/Autntica, 2003.
165
166
importante ressaltar que as expresses competncias e habilidades esto sendo utilizadas, aqui, para nos referirmos,
respectivamente, ao desempenho lingstico dos alunos no que se refere produo/compreenso de textos orais e/ou escritos,
que manifestado atravs de habilidades gerais e/ou especficas.
167
valorizados e em que se preconiza, tambm, uma anlise gramatical ligada a esses usos
textuais.
A principal conseqncia de se tomar tal pressuposto como referncia para as prticas de
ensino da Lngua Portuguesa , portanto, a centralidade que o uso lingstico passa a ter no
processo de ensino/aprendizagem escolar. Desse modo, quanto mais uma prtica se oriente
nessa direo, mais o discurso e o texto so, efetivamente, tomados como unidades bsicas,
como objeto de estudo desse processo.
Ainda conforme Rojo (Idem), a transposio das teorias da Lingstica Textual s prticas de
sala de aula, na dcada de 80,2 embora tenha implicado um deslocamento no enfoque dos
professores do domnio gramatical da frase, da sentena e do lxico, para o domnio do texto e
para uma maior ateno aos processos de produo de textos e de sua compreenso, e tenha
representado um avano nas prticas didticas, esse deslocamento levou o professor que
adotava tais saberes de referncia a enfocar, no processo de ensino-aprendizagem da leitura e
produo de textos, sobretudo as descries textuais de um grau de abstrao que se
aproximava de um ensino gramatical no nvel do texto. Dessa forma, as propriedades
especificamente
discursivas,
interativas
ou
enunciativas
dos
processos
de
Ver, por exemplo, KATO (1986,1992); KLEIMAN (1989, 1992); ROJO (1989 a, 1989b, 1990 a, 1990b, 1992, 1994).
168
Desse modo, verifica-se muitas vezes a ausncia de um domnio terico e metodolgico, por
parte dos professores, dos princpios e pressupostos lingstico-discursivos que devero
fundamentar as situaes de linguagem em funo das quais os textos dos alunos sero
produzidos. O que se percebe, na realidade, que os professores, de um modo geral, mesmo
tendo acesso s teorias que divulgam e socializam tais princpios e pressupostos, possuem
srias dificuldades em lidar com as prticas de ensino da escrita.
No mbito das cincias da linguagem que tm influenciado as prticas de ensino da lngua
materna, importante destacar, tambm, as pesquisas sobre letramento, 3 que apontam os
diferentes tipos de impacto poltico, cultural e social da escrita na vida cotidiana. Nessas
investigaes, inseridas em reas como a Histria, a Antropologia, a Psicologia Social e a
prpria Lingstica, a escrita aparece como uma prtica social que determina o funcionamento
dos grupos que dela se apropriam.
Os resultados dessas pesquisas revelam dimenses da escrita antes no focalizadas como,
por exemplo, diferenas que se manifestam entre sociedades que se organizam ou no em
funo da escrita; diferenas entre sociedades letradas social e culturalmente diversificadas,
como a brasileira e a francesa, os centros urbanos e as zonas rurais, as camadas sociais com
menor e maior poder econmico etc. O estudo de dimenses como estas tem um forte impacto
sobre o ensino/aprendizagem da escrita.
Ou seja, numa sociedade grafocntrica, no basta apenas saber ler e escrever, preciso
tambm saber fazer uso do ler e do escrever, saber responder s exigncias de leitura e de
escrita da sociedade, que se manifesta em nveis diferenciados. Como afirma SOARES (1996,
p. 85),
[...] do ponto de vista individual, o aprender a ler e escrever - alfabetizar-se, deixar de
ser analfabeto, tornar-se alfabetizado, adquirir a 'tecnologia' do ler e escrever e
envolver-se nas prticas sociais de leitura e de escrita tem conseqncias sobre o
indivduo, e altera seu estado ou condio em aspectos sociais, psquicos, culturais,
polticos, cognitivos, lingsticos e at mesmo econmicos; do ponto de vista social, a
introduo da escrita em um grupo at ento grafo tem sobre esse grupo efeitos de
natureza social, cultural, poltica, econmica, lingstica. [...] esse, pois, o sentido que
tem letramento. [...] Letramento , pois, o resultado da ao de ensinar ou de aprender a
ler e escrever: o estado ou a condio que adquire um grupo social ou um indivduo
como conseqncia de ter-se apropriado da escrita.
Sendo assim, ainda como afirma Soares (id, p.86): [...] o analfabeto aquele que no pode
exercer em toda a sua plenitude seus direitos de cidado, aquele que a sociedade
marginaliza, aquele que no tem acesso aos bens culturais de sociedades letradas e, mais
que isso, grafocntricas [...].
Ver, por exemplo, SOARES (1996,1998,2003); ROJO (1998), KATO (1986);KLEIMAN (1995); OLIVEIRA (1995); dentre outros.
169
No basta, portanto, que apenas se codifique ou decodifique o sentido imediato de uma frase,
de um enunciado, de um pargrafo, de uma pgina de um livro. Trata-se de tomar o texto oral
e/ou escrito como unidade de ensino e aprendizagem, nas mais variadas formas em que ele se
apresenta nas prticas sociais. O mundo contemporneo nos exige habilidades de lidar
competentemente com os diferentes tipos e gneros textuais que circulam nossa volta: os
anncios escritos e visuais, os mapas meteorolgicos, as histrias em quadrinhos, os editoriais
de jornais, as revistas, os folhetos, cartazes e panfletos etc.
Certamente, algum familiarizado com esse mundo poder melhorar a qualidade do seu
desempenho lingstico em diferentes contextos sociais, pois perceber mais facilmente, por
exemplo, que os recursos grficos, o tipo de linguagem utilizada, o formato e a configurao
geral dos diferentes tipos de texto no ocorrem por acaso, mas esto estreitamente ligados aos
objetivos a que se propem e aos leitores a que se destinam, condicionando o sentido que
produzimos.
Alm disso, pesquisas e abordagens relativamente recentes no campo do letramento no mais
enfocam o letramento e a construo da escrita como fenmenos universais, indeterminados
social e culturalmente e responsveis pelo progresso, pela
Para discutir essa mudana conceitual, a autora apresenta uma sntese das principais vises
de letramento presentes nas pesquisas das ltimas duas dcadas e discute os efeitos que esta
mudanas de perspectiva teve sobre o enfoque das relaes entre letramento e escolarizao.5
Discordando da dicotomia letramento/escolarizao, a autora discute uma noo contextual de
letramento escolar, com a finalidade de explorar duas caractersticas de seu funcionamento,
enquanto processo discursivo:
Ver, por exemplo, Graff, 1979; Kleiman, 1995a; 1995b; Scribner & Cole, 1981; Signorini, 1995; 1998b; Street, 1984; 1993, dentre
outros.
5
Ver, por exemplo, Kleiman (1995b); Street (1984, 1993); Havelock, (1989); Olson, (1994); Graff, 1979; Kleiman, (1995a e b, 1998a
e b); Oliveira, (1995); Scribner & Cole, (1981); Signorini, (1995, 1998b); dentre outros.
170
Esse quadro de discusses tericas e conceituais, obviamente, tem trazido implicaes para as
prticas de ensino do portugus. Na elaborao de livros didticos, nas diretrizes e nos
parmetros curriculares, nos instrumentos de avaliao do desempenho dos alunos na leitura,
dentre outros, percebe-se a preocupao de focalizar tanto o processo de interao lingstica
mediado pelo texto oral e/ou escrito quanto as prticas sociais de uso da escrita, que fazem
com que uma pessoa seja considerada letrada.
Nessa perspectiva, as prticas sociais de uso da leitura e da escrita, que fazem com que uma
pessoa seja considerada letrada, precisam extrapolar os muros da escola, uma vez que tais
prticas so demandadas em diferentes contextos sociais, em funo dos mais diferentes
objetivos e interesses: no trabalho, no lazer, na famlia, nas associaes e organizaes etc.
Assim, garantir ao estudante o acesso ao mundo da escrita e o desenvolvimento de seu
letramento talvez seja o principal compromisso da escola, pois o aluno precisa estar apto a
atender a demandas sociais de escrita inerentes vida pessoal e familiar (como agendas,
cartas, recados e dirios), ao mundo do trabalho (instrues, cartas comerciais, formulrios
etc.), vida pblica (mdia), e ao exerccio da cidadania (leis, portarias, editais etc.).
Para isso, necessrio desenvolver um trabalho em que o contexto de produo e as
caractersticas que definem os gneros e tipologias textuais sejam enfocados, com o objetivo
de possibilitar a compreenso e a produo dos textos e, sobretudo, possibilitar que os
contedos tradicionais do ensino de Lngua Portuguesa (como gramtica, ortografia, pontuao
etc.) sejam trabalhados em funo das prticas de compreenso e produo de textos orais e
escritos e de reflexo sobre a lngua e a linguagem. Um trabalho que considere tais contedos
como algo que deve ser efetivamente ensinado e aprendido e no como conhecimentos
estanques e fragmentados.
Ensinar a ler e a produzir textos orais e escritos, portanto, no pode se restringir proposio
de atividades de uso. igualmente importante para o desenvolvimento de capacidades
letradas cada vez mais sofisticadas a reflexo sobre a lngua (o sistema de regras e normas da
Lngua Portuguesa) e a linguagem (o discurso posto em funcionamento nas situaes scias
171
172
Alm disso, a diversidade de gneros trabalhados pode ser bem maior do que a que seria
oferecida apenas pelo professor de portugus, possibilitando aos alunos ler e produzir textos
mais variados, com maior competncia e ampliando o processo de letramento.
Ningum melhor para ensinar cada gnero do que o professor que o conhece, sem, no entanto,
desloc-lo do contedo especfico a ser ensinado. Para construir um mapa que represente os
rios de uma regio do Brasil, por exemplo, no basta que o professor de Geografia apresente
as variaes hidrogrficas e onde elas ocorrem, mas necessrio explicar o que um mapa,
como ele se configura, suas caractersticas, seus objetivos etc.
O compromisso com o trabalho coletivo no significa, no entanto, que todos devem trabalhar
ao mesmo tempo em todas as atividades e contedos um mesmo tema, mas cada um deve
fazer sua parte, cooperativamente, contribuindo para o alcance de um objetivo comum: o
aprendizado da lngua e o letramento dos alunos.
173
EIXO DE ENSINO
Compreenso e produo
de gneros orais
Leitura
GNEROS
poema, rap, letra de cano,
histria, conto de fada, lenda,
fbula, piada, aviso, cartaz,
notcia, reportagem, textos
didticos, paradidticos e de
divulgao cientfica (artigos
das revistas Recreio e
Cincia Hoje das crianas e
outras; verbetes de
enciclopdia), regras de jogo
e de brincadeira, instrues
de montagem de objeto,
instrues de uso de
aparelho, ferramenta,
utenslio, instrues para a
realizao de tarefas e de
experimentos escolares etc.
fragmentos dialogados de
histria, piada, caso (leitura
dramatizada); quadrinha, rap,
letra de cano, poema
(recitao e jogral), pea
teatral (encenao), entre
outras possibilidades.
histria, conto de fada, lenda,
fbula, filme, pea de teatro,
notcia, artigos de divulgao
cientfica, textos didticos e
paradidticos, gneros
instrucionais diversos, entre
outras possibilidades.
poema, rap, letra de cano,
histria, conto de fada, lenda,
fbula, filme (legendado),
piada, carta, circular, site,
orkut, e-mail, aviso, cartaz,
notcia, reportagem, anncio
classificado, anncio
publicitrio, textos didticos,
paradidticos e de divulgao
cientfica (artigos das revistas
Recreio e Cincia Hoje das
crianas, entre outras;
verbetes de enciclopdia),
regras de jogo e de
brincadeira, instrues de
montagem de objeto,
174
instrues de uso de
aparelho, ferramenta,
utenslio, instrues para a
realizao de tarefas e de
experimentos escolares,
mapa, conta de gua e luz,
rtulo e embalagem de
produto comercial etc.
poema, rap, histria, conto de
fada, lenda, fbula, piada,
carta, orkut, e-mail, aviso,
cartaz, convite, programa de
eventos festivos ou culturais
da escola, notcia,
reportagem, anncio
classificado, anncio
publicitrio, rtulo e
embalagem de produto
comercial, regras de jogo e de
brincadeira, instrues de
montagem de objeto,
instrues de uso de
aparelho, ferramenta,
utenslio, instrues para a
realizao de experimentos
escolares, relatrio de
experimentos escolares,
relatrio de atividades
escolares (excurses, visitas
orientadas), anotao de
informaes pesquisadas etc.
familiares quanto em situaes pblicas e formais. Assim, a participao nas prticas sociais
de linguagem requer sujeitos que dominem as quatro grandes habilidades lingsticas: ouvir,
falar, ler e escrever. Para possibilitar essa conquista aos alunos, o ensino deve se voltar para o
uso adequado da lngua, na diversidade das situaes comunicativas. O uso apropriado da
lngua, compreendendo e produzindo textos, orais e escritos, em condies diversas, pode se
fazer com maior pertinncia e facilidade quando fundado no apenas na intuio, mas tambm
no exerccio de reflexo sobre os recursos lingsticos, textuais e discursivos.
Assim, tendo em mente os objetivos de alfabetizar e letrar, com vista integrao na vida
social, a proposta geral de Lngua Portuguesa organiza-se em funo de seis componentes do
processo de ensino e aprendizagem:
a) Desenvolvimento da linguagem falada;
b) Apropriao do sistema de escrita;
c) Compreenso e valorizao da cultura escrita;
d) Leitura;
e) Produo de textos escritos;
f) Reflexo lingstica.
O domnio das quatro habilidades que compem a competncia lingstica gradativo,
progressivo. Alm disso, em cada estgio esto sempre envolvidas todas as dimenses da
linguagem. Desde as primeiras falas da criana at os mais doutos escritos da cincia, da
filosofia, da religio, so sempre acionadas a dimenso discursiva (que relaciona a lngua com
o contexto de uso), a dimenso semntica (que diz respeito aos significados e aos sentidos dos
itens lexicais) e a dimenso gramatical (referente organizao do sistema lingstico nos
planos fonolgico, morfolgico e morfossinttico).
Por isso, a melhor maneira de organizar um processo de ensino que pretenda ser til ao
desenvolvimento lingstico dos alunos configur-lo como uma espiral: em torno das mesmas
capacidades, o processo vai-se ampliando e adensando, abrangendo gradativamente prticas
sociais cada vez mais complexas.
Por exemplo: na leitura e na escrita, a grande proposta, para os trs ciclos de formao, que
os alunos sejam capazes de compreender textos de gneros diversos e de produzir textos,
tambm de gneros diversos, adequados aos objetivos da comunicao, ao leitor pretendido e
176
177
ser
consolidada no 1, no 2 e no 3 Ciclos. Alguns poucos gneros aos quais ela se aplica sero
trabalhados apenas no 1 Ciclo (parlenda e cantiga, por exemplo), outros apenas no 2., outros,
ainda, apenas no 3., mas a maioria dos gneros ser focalizada nos trs ciclos, com graus de
complexidade variados (ex.: notcia), entretanto mantm-se a indicao de consolidao em
cada ciclo.
J a capacidade inicial relativa apropriao do sistema de escrita (a alfabetizao
propriamente dita) pr-requisito para a conquista de outras. Por isso, ela s aparece no
quadro do 1 Ciclo: a compreenso da natureza alfabtico-ortogrfica do sistema de escrita da
Lngua Portuguesa dever ser dominada pelos alunos ao longo do 1 Ciclo, para que eles
possam prosseguir sem tropeos em sua trajetria escolar.
A organizao dos quadros parte da oralidade para a escrita e do compreender para o
produzir, por analogia ao processo de apropriao e desenvolvimento da linguagem pelos
seres humanos: primeiro ouvimos, depois falamos, depois aprendemos a ler e a escrever. No
178
uso social cotidiano, as pessoas, em geral, ouvem mais do que falam, falam mais do que lem,
lem mais do que escrevem. Alm disso, os usurios da lngua mais proficientes e crticos so
aqueles mais capazes de compreender e analisar esses atos, reconhecendo ou utilizando
deliberadamente os recursos lingsticos pertinentes. Por esse motivo que est includa nos
trs quadros a reflexo lingstica. No 2 e no 3 Ciclos, essa reflexo se orienta para as
habilidades relativas ao letramento (leitura e escrita).
de situaes concretas. Por exemplo: ser capaz de conviver bem com pessoas de diferentes
etnias, grupos sociais, religies e posies polticas; lidar bem com a divergncia de opinies e
de preferncias (quanto a time de futebol, tipo de msica, moda, pertencimento a uma tribo
etc.); reconhecer e valorizar a igualdade de direitos entre as pessoas, inclusive as portadoras
de necessidades especiais, ser responsvel pelos prprios atos; compreender a importncia de
zelar pelos bens e espaos pblicos e de preservar o meio ambiente etc. Muitas capacidades
atitudinais so comuns a todas as disciplinas, pois implicam desenvolver valores, interesses e
atitudes positivas em relao ao estudo, leitura, escrita, organizao do trabalho escolar,
necessidade de respeitar os colegas e professores, ao cuidado com o espao escolar.
As capacidades procedimentais dizem respeito ao saber fazer determinadas coisas. Muitas
delas tambm podem ter aplicao e utilidade em todas as disciplinas. Por exemplo: saber usar
os instrumentos de escrita presentes na cultura escolar (lpis, borracha, caneta, caderno, livro
didtico, computador etc.), saber participar de discusses em sala de aula, saber comportar-se
nos diferentes espaos e momentos da escola (aula, merenda, recreio, atividades fsicas,
festas, excurses etc.).
As capacidades cognitivas dizem respeito s operaes mentais envolvidas na construo do
conhecimento, tais como a abstrao, a generalizao, a anlise, a sntese, a correlao, a
percepo, a identificao, a aplicao, entre outras. Essas capacidades tambm so
importantes e necessrias em todas as disciplinas, mas vo se concretizar diferentemente em
cada uma delas. No caso da Lngua Portuguesa, as capacidades cognitivas sero acionadas e
desenvolvidas nas atividades de leitura, de produo de textos orais e escritos, de reflexo
sobre a lngua (desde a descoberta do conceito de slaba, necessrio para a alfabetizao, at,
por exemplo, a compreenso das possibilidades de estruturao sinttica de sentenas e do
emprego dos recursos de coeso textual).
A distino de trs tipos de capacidade til para nos facilitar o entendimento da abrangncia
desse termo. Mas no podemos deixar de perceber que os trs tipos, normalmente, esto
envolvidos em todo aprendizado: para saber fazer alguma coisa (capacidade procedimental),
precisamos valorizar e desejar (capacidade atitudinal) esse saber e tambm compreender
(capacidade cognitiva) que coisa essa, como ela funciona, para que serve, como se organiza.
Assim, o termo capacidade designa um conjunto de atitudes, de procedimentos e de operaes
mentais voltados para a organizao e reorganizao de materiais, conhecimentos e
informaes, com vista ao alcance de objetivos especficos. Uma capacidade diz respeito
possibilidade de desempenho do aluno e no s aes do professor. O papel do professor
selecionar contedos, atividades e metodologias de ensino e aprendizagem que sirvam de
180
meios para o desenvolvimento das capacidades que ele pretende que os alunos dominem.
Certas capacidades devem ser dominadas em um tempo determinado, pois so pr-requisitos
para o domnio de outras capacidades, so capacidades que embasam novas aprendizagens.
Por exemplo, compreender o princpio alfabtico da escrita uma capacidade que deve ser
dominada e consolidada nos dois primeiros anos do 1 Ciclo, pois sem ela o aluno no ser
capaz de realizar outros procedimentos, como ler autonomamente com compreenso e
fluncia.
Outras capacidades no se consolidam em um perodo de tempo pr-determinado, mas se
desenvolvem ao longo de toda a formao escolar. So capacidades que acompanham o
desenvolvimento do aluno, devendo ser gradualmente aprimoradas de modo a garantir nveis
de realizao mais complexos, em funo das diferentes situaes-problema que so
apresentadas a ele ao longo dos anos que compem os ciclos de aprendizagem. Por exemplo,
realizar com pertinncia aes orientadas pela compreenso de instrues orais adequadas
faixa etria e ao grau de escolaridade uma capacidade a ser desenvolvida continuamente, ao
longo de todo o processo de escolarizao. De incio, ela pode se aplicar a jogos e
brincadeiras, montagem de objetos, receitas; mais tarde, poder ser utilizada na realizao de
experincias de laboratrio, no manuseio de aparelhos eletrnicos. O que ir diferenciar o nvel
de desempenho dos alunos quanto a essa capacidade, de um ciclo para outro, a
complexidade das instrues e das situaes em que elas so exigidas.
Nessa perspectiva, os contedos de ensino so conhecimentos que vo contribuir para o
domnio das capacidades. Esses contedos so os considerados importantes, selecionados da
grande produo cultural que a experincia humana vem acumulando ao longo da histria e
envolvem informaes, conceitos, idias, fatos, dados, processos, princpios, leis cientficas,
regras e generalizaes. Entretanto, quando se pensa em organizar o processo de ensino e
aprendizagem pelo estabelecimento de capacidades que os alunos devem desenvolver e
dominar, os contedos deixam de ser o foco, no so mais conhecimentos que os alunos
precisam entender, memorizar e reproduzir nas provas e exerccios. Os conhecimentos
passam a ser a base sobre a qual se assentaro as capacidades que os alunos vo conquistar.
Isso quer dizer que o importante que os alunos saibam aplicar os diversos
conhecimentos em situaes diversas, para realizar atividades e resolver problemas. Para
isso, preciso que eles tenham realmente compreendido o fenmeno lingstico focalizado
(no nvel do discurso, do texto, da frase, da palavra, da slaba): sua natureza, seu
funcionamento, sua utilidade, sua aplicabilidade nas diferentes prticas sociais. Pouco ou nada
interessa, portanto, que eles memorizem conceitos e regras, nem que classifiquem elementos
181
em funo de categorias decoradas, nem que faam exerccios cuja realizao no requer
entendimento e reflexo. Pelo contrrio, no lugar de repetio mecnica ou de preenchimento
impensado de lacunas, sero indispensveis atividades que envolvam e desafiem a inteligncia
dos estudantes.
PALAVRAS FINAIS
Os conceitos e princpios apresentados nesta seo constituem a proposta de orientao geral
para o ensino-aprendizagem de Lngua Portuguesa nos trs ciclos do Ensino Fundamental.
A partir deste ponto, sero abordados os referenciais curriculares especficos do 2 Ciclo, por
meio de um quadro que descreve as capacidades a serem desenvolvidas pelos alunos e indica
o tipo de abordagem a ser adotado em cada ano do ciclo.
182
ABORDAGEM NO CICLO
1 ANO
2 ANO
3 ANO
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
I/T
R/T
R/T/C
I/R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
T/C
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T
183
2 ANO
3 ANO
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T
1 ANO
2 ANO
3 ANO
R/T/C
R/T/C
R/T
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
R/T/C
R/T
184
6.
Aplicar regras ortogrficas contextuais, isto , aquelas que
dependem da posio que fonema / grafema ocupam na palavra
(por exemplo: e/o tonos em final de palavra; l, r, s, em comeo e
final de slaba; c e g diante de a/o/u e diante de e/i; r em incio de
palavras e entre vogais etc.)
7. Memorizar a escrita ortogrfica de palavras em que as relaes
fonema / grafema so arbitrrias, isto , no obedecem a princpios
fontico-fonolgicos (ex.: h inicial, l em final de slabas, alguns
casos de s e ss, de g e j, de ch e x etc.)
8. Usar o dicionrio autonomamente para sanar as dvidas quanto
grafia das palavras.
9. Utilizar a pontuao de final de frase e de sinalizao de
dilogos.
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
Leitura
Capacidades bsicas:
1 ANO
R/T
2 ANO
R/T
3 ANO
R/T
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
185
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T
I/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
I/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T
186
2 ANO
3 ANO
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
I/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
R/T
R/T
R/T/C
187
I/R/T
R/T
R/T
I/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
R/T
I/R/T
R/T
R/T/C
R/T
188
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191
192
Em 2003 e 2004, o PRODOC (Ncleo de Pesquisa sobre a Profisso Docente subgrupo Educao Matemtica FaE/UFMG e UNIBH) organizou, conjuntamente com a SMED, encontros com os professores que ensinam Matemtica, objetivando discutir o ensino
dessa disciplina na RME-BH. As discusses e reflexes realizadas nesses encontros foram sistematizadas no caderno intitulado O
ensino de matemtica na Educao Fundamental. A partir de 2005, com a criao do Ncleo de Educao Matemtica (EdMat),
compondo a GCPF/SMED, essas discusses tiveram continuidade nas aes de formao da SMED.
193
seja porque ela tem sido questionada pelos educandos, seja porque ela no tem se mostrado
eficaz para promover aprendizagens na escola pblica que se pretende para todos.
O que se observa que, diante de um pblico de educandos muito diverso e heterogneo, novas
aes e procedimentos tm sido necessrios para garantir a qualidade do ensino. Busca-se
desenvolver propostas e prticas pedaggicas diferenciadas, objetivando que todos possam
aprender Matemtica. Nesse sentido, pode-se afirmar que o ensino de Matemtica tem passado
por modificaes, demandando dos docentes novas discusses, (re)planejamentos e (re)estudos.
Esse processo de mudanas traz tona a necessidade de os professores refletirem sobre a
Matemtica Escolar, lanando novos olhares sobre ela, diferentes daquele que aprenderam em
sua formao inicial.
Podemos identificar, pela observao das aes docentes na prpria RME-BH, trs aspectos que
tm se destacado no ensino de Matemtica atualmente: a diversificao de recursos e
metodologias de ensino, a ampliao de instrumentos de avaliao do educando e a preocupao
com os conceitos e contedos bsicos. Buscaremos contemplar esses aspectos ao longo deste
texto, apresentando idias que visam sistematizar possibilidades de trabalho a serem
consideradas pelos professores que atuam no 1 ciclo.
195
3. A MATEMTICA NO 2 CICLO
No 2 Ciclo, importante que o ensino de matemtica esteja articulado ao processo de construo
da autonomia dos educandos. A sada da infncia e a ampliao da capacidade de se relacionar
com os outros e com o conhecimento marcam o perodo de intensas transformaes vivido pelos
pr-adolescentes. Nesse sentido, busca-se, de um lado, que o educando aprenda a se organizar
no tempo e no espao, de modo a no depender do professor para realizar todas as tarefas que
so propostas na escola. De outro, a pr-adolescncia um perodo propcio para que se
consolide a capacidade de trabalhar com o outro. No se trata, desse modo, de uma autonomia
de quem no precisa do outro para aprender, mas de quem capaz de, em alguns momentos,
dirigir sua prpria aprendizagem.
Para a aprendizagem de matemtica no 2 Ciclo, importante, assim, que sejam propostas
situaes-problema que demandem que os educandos se organizem para trabalhar em grupos,
estabeleam regras, realizem pequenas investigaes matemticas e pesquisas de campo,
elaborem e resolvam problemas, faam registros coletivos e individuais, participem de
brincadeiras e jogos, construam materiais para serem utilizados nas aulas de matemtica,
preparem apresentaes, etc. Nessas situaes, os educandos tm a oportunidade de fazer
matemtica, de perceber sua utilidade, de reconhecer sua dimenso cultural e de apreci-la.
Ressalta-se, entretanto, que, embora essas atividades suponham que os educandos sejam
protagonistas de seu processo de aprendizagem, o papel do professor fundamental. Como
afirmam Ponte, Brocardo e Oliveira (2003, p. 26), em atividades que promovem o
desenvolvimento da autonomia dos educandos, o professor no tem somente um papel
196
Sugerimos ao professor de 2 ciclo a leitura das sees A matemtica no 1 ciclo e A matemtica no 3 ciclo, que integram o texto
da rea de Matemtica dos cadernos de Referenciais Curriculares para o 1 ciclo e para o 3 ciclo, respectivamente.
197
4
O Tratamento da Informao um dos quatro blocos de contedo organizados pelos Parmetros Curriculares Nacionais de
Matemtica. Engloba estudos relativos a noes de estatstica, de probabilidade e de combinatria.
5
A metacognio uma atividade cognitiva que envolve uma reflexo sobre o prprio pensamento. Segundo Smole e Diniz (2001, p.
12), quando o educando incentivado a comunicar suas idias e maneiras de agir, ele mergulha em um processo metacognitivo, ou
seja, ele precisa refletir sobre o que fez ou pensou, construir esquemas mais elaborados de pensamento, organizar mentalmente
pensamentos e aes, para aprender de novo e com maior qualidade e profundidade.
198
Esses quatro tipos de abordagem so nomeados como aqueles utilizados pela Coleo Instrumentos da Alfabetizao produzida
pelo Centro de alfabetizao, leitura e escrita Ceale/FaE/UFMG. Assumem, entretanto, significados prprios quando adotados neste
documento que se volta para o ensino de Matemtica.
199
qual ser tomado como referncia na comunicao com as famlias e na continuidade do trabalho
pedaggico do ciclo.
Retomar (R) Ao se introduzir o trabalho pedaggico com uma determinada capacidade,
aspectos que se relacionam a outra(s) capacidade(s) j consolidada(s) necessariamente tero de
ser retomados, sendo ampliados na medida em que se trabalha sistematicamente com essa nova
capacidade a ser desenvolvida.
mesmo aps serem consolidadas, sero objeto do trabalho pedaggico do professor, por serem
importantes no desenvolvimento de outras. importante ressaltar que Retomar no tem o mesmo
sentido de revisar. Revisar tem, muitas vezes, um sentido restrito a uma repetio de algo
que j deveria ter sido aprendido. Retomar significa que o educando j est aprendendo algo
novo e que, para isso, h uma nova abordagem daquilo que j foi ensinado. Promove-se, assim,
uma ampliao das capacidades e uma nova e diferente oportunidade de aprendizagem para
aqueles educandos que ainda no as desenvolveram plenamente.
Essa organizao que se vale das categorias I, T, C, R tem como objetivo sugerir o enfoque que
ser dado s capacidades em cada ano de cada ciclo, de modo que o grupo de professores
responsveis pelo ciclo possa melhor organizar o acompanhamento de cada turma ao longo dos
seus trs anos de trabalho com ela. Ao falarmos em capacidades, estamos ampliando as
possibilidades de trabalho pedaggico a ser realizado pelos professores para alm do
desenvolvimento de aulas que seguem uma determinada lista de contedos.
Em discusses promovidas entre profissionais da RME-BH, constantemente debatida a questo
que envolve a seleo e a forma de organizao dos contedos: o que bsico e adequado para
ser ensinado em cada ciclo e em cada ano do ciclo?. Embora sejam diversas as experincias de
ensino construdas pelos professores, elas nos apontam, aliadas s contribuies tericas do
campo da Educao Matemtica, importantes referncias do que pode ser considerado como
prprio e essencial a ser ensinado de Matemtica em cada ciclo de formao. Neste documento,
ser apresentada, adiante, uma seleo do que se considera essencial, atravs de uma matriz
curricular organizada por capacidades/habilidades.
H, contudo, alguns pontos polmicos a serem considerados pelos docentes. Um dos aspectos
centrais nessa discusso diz respeito ao uso da linguagem matemtica. Questes como: Qual a
importncia da linguagem matemtica no ensino e na construo das habilidades matemticas
dos educandos?; Como utilizar a linguagem matemtica?; Qual o grau de formalizao
adequado para cada ciclo de formao? tm sido muito colocadas e debatidas pelos professores.
Citamos Carmem Gmez-Granell (1998, p. 29), que afirma que aprender matemtica significa
dominar e usar significativamente essa linguagem [...], de modo que o nvel de formalizao da
200
de modo a promover
situaes
Adota-se aqui a organizao dos Blocos de Contedos que proposta pelos Parmetros Curriculares Nacionais: Nmeros e
Operaes, Espao e Forma, Grandezas e Medidas e Tratamento da Informao.
202
203
CICLO DE FORMAO
ANO DO EF
1 CICLO
1
2
T
T/C
T/C
T/C
2.
3.
4.
imagens,
5.
Elaborar, em situaes-problema,
6.
7.
8.
9.
10.
2 CICLO
T/C
R
C
T/C
T/C
204
CICLO DE FORMAO
ANO DO EF
11.
o espao circundante,
figuras geomtricas.
12.
13.
1 CICLO
2 CICLO
T/C
T/C
I
I
I
T
T
I
T/C
T/C
205
14.
giro,
mudana de direo,
abertura.
15.
maquetes,
16.
poliedros e no-poliedros,
C
I/T
T/C
T/C
I
T/C
T/C
T/C
T/C
17.
Reconhecer e classificar
no-poliedros,
T/C
poliedros ,
T/C
polgonos,
ngulos.
18.
lados e ngulos.
19.
I
I
T
I/T
T
I
T/C
206
20.
21.
22.
23.
Construir
24.
25.
26.
I//T
I
I
T/C
I
I/T
207
CICLO DE FORMAO
ANO DO EF
27.
28.
tempo,
sistema monetrio,
comprimento,
massa,
capacidade,
Temperatura,
superfcie,
volume,
ngulos.
29.
tempo,
comprimento,
massa,
1 CICLO
1
I/T
I
I
I
I
3
T
2 CICLO
4
T/C
T/C
T/C
T
I/T
T/C
T/C
capacidade,
I/T T/C
temperatura.
I/T T/C
30.
comprimento,
I
I
I
208
massa,
sistema monetrio,
I/T T/C
tempo,
I/T T/C
capacidade.
31.
Conceituar
rea,
volume.
32.
33.
T
I
I/T
decimal. As vrias idias relacionadas s quatro operaes fundamentais, que j vinham sendo
trabalhadas em situaes-problema simples no 1 ciclo, podem ser ampliadas, analisadas de
modo sistemtico, ao mesmo tempo em que os algoritmos formais da adio e subtrao so
consolidados e os algoritmos formais da multiplicao e da diviso passam a ser ensinados.
importante destacar que os algoritmos so uma das vrias maneiras que podem ser utilizadas
para efetuar as operaes. Assim, o ensino dos algoritmos no significa um abandono, tampouco
uma substituio, do ensino de outras estratgias de clculo. Pelo contrrio, o 2 ciclo um
perodo em que tambm so trabalhadas e consolidadas as capacidades que envolvem o uso de
registros pessoais, clculo mental, estimativa, calculadora e reta numrica na resoluo de
situaes-problema. A aprendizagem em torno dessas capacidades deve promover o
desenvolvimento da capacidade de analisar as situaes-problema que so propostas, avaliando
que instrumentos e estratgias so mais adequados para a sua resoluo.
O trabalho com os nmeros racionais (nas formas fracionria, percentual e decimal) explora seus
significados em diversos contextos e as articulaes com os contedos do bloco Grandezas e
Medidas. As operaes com nmeros racionais so trabalhadas prioritariamente na resoluo de
problemas e em situaes investigativas. A consolidao da capacidade de realizar essas
operaes, especialmente a multiplicao e a diviso, de forma algortmica, se dar no 3 ciclo.
importante destacar que o conceito de proporcionalidade necessariamente presente em
diversas situaes-problema relacionadas aos quatro blocos de contedo. Os professores do 2
ciclo devem intervir nessas situaes no sentido de explorar intencionalmente esse conceito, de
modo a proporcionar momentos de sistematizao. As capacidades relacionadas a esse conceito
sero consolidadas no 3 Ciclo.
210
CICLO DE FORMAO
ANO DO EF
1 CICLO
2 CICLO
I/T
T/C
34.
35.
36.
37.
T/C
38.
39.
40.
nmeros naturais,
I/T
I/T
T/C
nmeros inteiros.
41.
42.
43.
44.
I/T
T/C
I/T
T/C
T/C
211
45.
nmeros naturais,
nmeros racionais.
46.
adio,
subtrao,
multiplicao,
I/T T/C
diviso,
I/T T/C
porcentagem.
I/T
T/C
47.
adio,
T/C
subtrao,
T/C
multiplicao,
diviso.
I/T
T/C
48.
I/T
49.
I/T/C
50.
adio e subtrao,
multiplicao e diviso.
51.
52..
registros pessoais,
I/T
I/T
T/C
T/C
I/T
I/T
I/T
T/C
212
clculo mental,
I/T
T/C
estimativa,
I/T
T/C
calculadora,
I/T
T/C
53.
naturais,
T/C
I/T
I/T
54.
I/T
I/T
Esse tipo de avaliao continua sendo importante para examinar a compreenso de conceitos e
as habilidades matemticas que foram desenvolvidas pelos educandos. No cotidiano da sala de
aula, elas devem ser propostas em um clima de respeito e colaborao, evitando a tenso e o
sofrimento dos educandos. Mesmo ocorrendo em momentos especficos, deve fazer parte de um
processo mais amplo de avaliao.
Atualmente, muitos professores vm adotando novas estratgias de utilizao desse instrumento:
provas em grupo, provas com consulta, revises da prova realizadas pelo educando, provas
diagnstico, etc. Essas estratgias permitem considerar diferentes aspectos da aprendizagem,
no devendo ser utilizadas como uma forma de facilitar a obteno de resultados positivos pelo
educando. Cada uma delas pressupe objetivos especficos, diferentes do que se avalia com uma
prova convencional.
Para alm de ser um instrumento utilizado pelo professor, as provas so importantes para os
educandos. Em primeiro lugar, porque lhes fornecem um indicador objetivo de seu desempenho.
Em segundo, porque aprender a fazer prova socialmente relevante, uma vez que, em muitas
instncias da vida social, especialmente em situaes de seleo e classificao, esse
instrumento tomado como referncia.
A prova tambm usada em avaliaes sistmicas, 8 que verificam habilidades gerais de um
pblico muito diversificado de educandos. Os sistemas de avaliao nacional e estadual tm
privilegiado a lngua materna e a matemtica. Essas avaliaes apresentam resultados nem
sempre esperados pelos professores e pelos educandos, o que tem gerado muitos
questionamentos sobre sua prpria forma de realizao. No nos pautamos apenas nas
avaliaes de resultados de testes gerais para a avaliao das aprendizagens. Consideramos
essencial que esses testes diversifiquem suas metodologias e que se harmonizem mais com os
propsitos da educao bsica. Contudo, propomos que os resultados desses testes sejam mais
um elemento, junto a outros que expressem o conjunto de aspectos que fazem parte dos
processos escolares vividos pelos educandos, crianas ou adolescentes, em seu desenvolvimento
e em suas aprendizagens.
Sugerimos ao professor a leitura dos documentos referentes ao Sistema de Monitoramento que foi desenvolvido pela SMED, com a
assessoria do Grupo de Avaliao e Medidas Educacionais (GAME/UFMG): Manual do Informativo de Contexto e Desempenho para
as Escolas Municipais de Belo Horizonte e Contribuies do GAME para a Anlise do SIMAVE e PROVA BRASIL. Esses
documentos esto disponveis na Intranet.
214
REFERNCIAS
BATISTA, Antnio A. G. et al. Capacidades da alfabetizao. Belo Horizonte: Ceale/FaE/UFMG, 2005.
(Coleo Instrumentos da Alfabetizao; 2).
BELO HORIZONTE, SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO. O ensino de matemtica na educao
fundamental. Belo Horizonte: SMED, 2004.
BELO HORIZONTE, SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO. Referenciais Curriculares: Educao
Bsica: Escola Plural. Belo Horizonte: SMED, 2003.
CARRAHER, Terezinha; CARRAHER, David e SCHLIEMANN, Analcia. Na vida dez, na escola zero. 4
edio, So Paulo: Cortez, 1990
CARVALHO, Joo Pitombeira, SZTAJN, Paola. As habilidades bsicas em Matemtica. Revista Presena
Pedaggica, v. 3, n. 15, maio/jun. Dimenso, Belo Horizonte, 1997
DAMBRSIO, Beatriz S. Como ensinar matemtica hoje? Temas e Debates, SBEM, ano II, n. 2. 1989
DINIZ, Maria Ignez. Resoluo de Problemas e Comunicao. In: SMOLE, Katia Stocco e DINIZ, Maria
Ignez (Org.). Ler, escrever e resolver problemas: Habilidades bsicas para aprender matemtica. Porto
Alegre: Artmed Editora, 2001, p. 87-97.
FONSECA, Maria da Conceio F.R.; CARDOSO, Cleusa de A. Educao Matemtica e letramento: textos
para ensinar Matemtica e Matemtica para ler o texto. In: NACARATO, Adair M.; LOPES, Celi E. Escritas e
leituras na educao matemtica. Belo Horizonte: Autncia, 2005, p. 63-76.
GMEZ-GRANELL, Carmem. Rumo a uma epistemologia do conhecimento escolar: o caso da educao
matemtica. In: RODRIGO, Maria J.; ARNAY, J. (Org.). Domnios do conhecimento, prtica educativa e
formao de professores. So Paulo: tica, 1998.
PONTE, Joo P.; BROCARDO, Joana; OLIVEIRA, Hlia. Investigaes Matemticas na Sala de Aula. Belo
Horizonte: Autntica Editora, 2003. 149 p.
SMOLE, Ktia C. S. Textos em Matemtica: Por Que No? In: SMOLE, Katia Stocco e DINIZ, Maria Ignez
(Org.). Ler, escrever e resolver problemas: Habilidades bsicas para aprender matemtica. Porto Alegre:
Artmed Editora, 2001, p. 29-68.
SMOLE, Katia Stocco e DINIZ, Maria Ignez (Org.). Ler, escrever e resolver problemas: Habilidades bsicas
para aprender matemtica. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
215
216
217
Pampulha
Andra Cristina Ferreira de Almeida, Carlos Wagner Coutinho Campos, Denise de Carvalho M.
Santos, Joo Manoel Ferreira Gomes, Elci Madalena Soares, Maria ngela Antnio, Marilene
Penido de Pinho Ferraz
Venda Nova
Aline Rogria de Oliveira R. Costa, Andrea Alves Soares, Carla Cristine Nascimento Toledo,
Denise Ftima de Souza, Jnia Costa Amaral, Laura Barbosa de Castro, Laura Ruth Barbosa
Castro, Maria da Soledade Vieira Rios, Patrcia Dutra Magalhes, Rosalina Conceio Gomes,
Rosimeire Amaral Cavalcante, Valdete dos Reis Barbosa, Yara Loureno
2.DIRETORES, COORDENADORES, PROFESSORES E PEDAGOGOS
Diversos diretores, coordenadores, professores e pedagogos da Rede Municipal de Educao
participaram da elaborao destas Proposies Curriculares atravs da Rede de Formao
2007/2008 em encontros regionalizados e/ou por rea de conhecimento. Sem a importante
contribuio desses autores, a publicao destas Proposies Curriculares no se tornaria
possvel.
3. ASSESSORES E CONSULTORES
ASSESSORES
Assessora Geral: Professora Samira Zaidan (FAE/UFMG)
Professora da UFMG, na Faculdade de Educao. Realiza estudos rea de Educao, tomando
como referncia a educao matemtica, formao docente, saberes docentes, educao bsica
e reforma educacional. Membro do PRODOC - Grupo de Pesquisa sobre Condio e Formao
Docente.
Arte
Fabrcio Andrade
Doutorando em Arte e Tecnologia da Imagem na EBA/UFMG; Mestre em Arte e Tecnologia da
Imagem pela EBA/UFMG; Especialista em Arte-Educao pela FAE/UEMG. Professor de
graduao na FAE/UEMG e na FACISABH.
Ftima Pinheiro de Barcelos (Arte)
Doutoranda em Ensino de Arte (Artes Visuais e Tecnologia da Imagem) na EBA/UFMG; Mestre
em Ensino de Artes (Artes Visuais e Tecnologia da Imagem) pela EBA/UFMG; com Graduao em
Pedagogia pela mesma Universidade. Professora da Escola Guignard da Universidade do Estado
de Minas Gerais. Entre 1989 e 2007, trabalhou como professora de Educao Infantil, de sries
iniciais do Ensino Fundamental e como professora de Informtica Aplicada Educao na Escola
Balo Vermelho, em Belo Horizonte.
Juliana Gouthier
Mestre em Artes Visuais pela UFMG e professora assistente da UFMG.
Lucia Gouva Pimentel
Doutora em Artes pela ECA/USP; Mestre em Educao pela FAE/UFMG; com Graduao
(bacharelado e licenciatura) em Artes Visuais pela EBA/UFMG. Professora da EBA/UFMG;
Secretria Geral do Conselho Latino-americano de Educao pela Arte; Membro do Grupo de
Especialistas em Arte/Educao, Cultura e Cidadania da Organizao dos Estados Iberoamericanos e Coordenadora da Coleo Arte&Ensino da C/ARTE (BH).
Cincias
Iria Luiza De Castro Melgao Vieira
Mestre em Educao pela UFMG; com Graduao em Cincias Fsicas e Biolgicas. Professora
de 3 grau da Faculdade de Educao (FAE) da UFMG, no Departamento de Mtodos e Tcnicas
de Ensino, em exerccio no Centro Pedaggico Escola de Educao Bsica e Profissional da
UFMG.
218
219
Histria
Ana Lcia Azevedo
Mestre em Educao pela UFMG e professora de Histria da Rede Municipal de Educao de
Belo Horizonte.
Brulio Silva Chaves
Mestre em Histria pela UFMG; com Graduao em Histria pela mesma Universidade. Professor
de Histria e Sociologia do Centro Federal de Educao Tecnolgica de Minas Gerais (CEFETMG). Tem experincia na rea de Histria, com nfase nos seguintes temas: Histria das Cincias
da Sade; Histria das Instituies Mdico-cientficas; Histria da Cincia e da Tcnica; Histria e
Ensino de Histria e Currculos.
Jnia Sales Pereira
Doutora em Histria pela UFMG; Mestre em Histria pela UFMG; com graduao pela mesma
Universidade. Professora adjunta da Faculdade de Educao da UFMG, membro do Labepeh
(Laboratrio de Estudos e Pesquisas em Ensino de Histria).
Lorene dos Santos
Doutoranda em Educao na UFMG (desenvolve pesquisa sobre a implantao da Lei 10.639/03
nas escolas de Educao Bsica); Mestre em Educao pela UFMG; com Graduao em Histria
pela mesma Universidade. Atua na rea de Ensino de Histria, na formao inicial e continuada
de professores. Lecionou por mais de quinze anos na Educao Bsica, boa parte desse tempo
na Rede Municipal de Educao de Belo Horizonte. Atualmente professora dos cursos de
Histria e Pedagogia da PUC-Minas e Assessora de Histria do CEFOR PUC-Minas.
Nayara da Silva Carie
Mestre em Educao pela UFMG; com Graduao em Histria pela mesma Universidade.
Professora de Histria da Rede Estadual de Educao de Minas Gerais. Possui experincia na
rea de Histria, com nfase nos seguintes temas: Histria dos livros e da leitura; Livros didticos;
Ensino de Histria e Currculos; Elaborao de materiais didticos.
Lngua Inglesa
Climene F. Brito Arruda
Mestranda em Estudos Lingsticos na FALE/UFMG; Especialista em ensino de Lngua Inglesa.
Trabalha na formao de professores de Ingls da rede pblica de ensino no projeto EDUCONLE
(Educao Continuada de Professores de Lnguas Estrangeiras) da FALE/UFMG. Suas reas de
interesse so: o estudo de crenas de professores e alunos, o ensino e aprendizagem de lngua
estrangeira e a formao de professores.
Mirian de Paiva Vieira
Mestre em Literatura e Outros Sistemas Semiticos pela UFMG; Especialista em ensino de Ingls
como lngua estrangeira; com Graduao em Arquitetura e Urbanismo. Atua, principalmente, nos
seguintes temas: intermidialidade, transtextualidade, ecfrase, traduo intersemitica, pintura e
adaptao cinematogrfica.
Raquel Faria
Mestre em Lingustica Aplicada pela UFMG; com Graduao em Letras pela mesma Universidade.
Atua no ensino de Lngua Inglesa, na avaliao de aprendizagem e formao de professores. Foi
professora de Lngua Inglesa e diretora de ensino da Rede MAI English. Atuou tambm como
professora no Unicentro Newton Paiva, na Fundao Joo Pinheiro, na FACSAL e na Faculdade
Pitgoras. Presta consultoria para a Secretaria de Estado de Educao, para o FUNDEP e para a
Secretaria Municipal de Educao de Belo Horizonte. Atualmente, autora de livros didticos e
Coordenadora Pedaggica na Editora Educacional, uma das marcas pertencentes Kroton
Educacional S.A.
Reinildes Dias
Doutora em Educational Technology pela Concordia University; Mestre em Ingls pela UFMG;
Especialist em Ingls pela PUC-Minas; com Graduao em Letras (Portugus-Ingls) pela
Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras de Belo Horizonte. Professora adjunta da UFMG. Possui
experincia na rea de Lingstica, com nfase em Lingstica Aplicada, atuando principalmente
com os seguintes temas: ingls como lngua estrangeira, ensino, autonomia e aprendizagem de
lnguas estrangeiras, desenvolvimento de habilidades escritas (leitura e escrita), produo de
220
materiais didticos impressos e on-line, avaliao do livro didtico de lngua estrangeira, ensino de
lnguas mediado pelo computador, ferramentas de colaborao on-line.
Lngua Portuguesa
Clenice Griffo
Doutoranda em Psicologia da Educao (Psicolingstica) na Universidade de Barcelona da
Espanha (previso de trmino: 2009); Mestre em Educao pela UFMG. Professora da Escola
Fundamental do Centro Pedaggico da UFMG desde 1998, atua em programas de formao de
professores alfabetizadores: PROFA; Rede Nacional de Formao (MEC/CEALE); Proletramento
(MEC/CEALE).
Maria da Graa Costa Val
Professora aposentada da Faculdade de Letras da UFMG e membro atuante do CEALE, da
Faculdade de Educao da UFMG. Ao longo de sua carreira, tem se dedicado ao ensino de lngua
materna e formao de professores nessa rea, contemplando questes relativas produo de
textos escritos e orais, leitura, reflexo lingstica e gramatical, alfabetizao, seleo de
livros didticos. Tem livros e artigos publicados sobre temas pertinentes a esse campo de
reflexo.
Martha Loureno Vieira
Doutora em Educao pela USP; Mestre em Educao pela UFMG . Ao longo de sua trajetria,
tem se dedicado aos estudos e prtica de ensino de lngua materna, formao de professores
e assessoria pedaggica nessa rea, contemplando questes relativas alfabetizao,
produo de textos escritos e orais, leitura, reflexo lingstica, seleo de livros didticos.
Atualmente, integra a equipe de professores e pesquisadores do Centro de Alfabetizao, Leitura
e Escrita da Faculdade de Educao da UFMG.
Matemtica
Denise Alves de Araujo
Mestre em Educao pela FAE/UFMG. Professora da Escola de Educao Bsica e Profissional
da UFMG (Centro Pedaggico). Atua no Projeto de Ensino Fundamental de Jovens e Adultos.
Desenvolve trabalhos e pesquisas na formao de professores contemplando as reas de
Educao Matemtica e Educao de Jovens e Adultos.
Juliana Batista Faria
Mestre em Educao pela UFMG. Professora de Matemtica no curso de Educao de Jovens e
Adultos do Colgio Imaculada Conceio e membro da equipe do GEN, responsvel pela rea de
Matemtica do curso de Licenciatura em Educao Bsica do Campo: Pedagogia da Terra
(FAE/UFMG). Possui experincia de formao de professores em outros cursos de graduao da
UFMG (Pedagogia e Matemtica). Desde 2004, quando participou do processo de discusso
curricular sobre o ensino de Matemtica ocorrido nas escolas da RME/BH, tem atuado junto ao
Ncleo de Educao Matemtica (EdMat), em cursos de formao continuada ministrados para
professores de 1 e 2 ciclos dessa Rede. Integra o grupo de Estudos sobre Numeramento (GEN)
da Faculdade de Educao (FAE) da EFMG Colgio Imaculada Conceio
Maria da Penha Lopes
Doutora em Educao pela UFMG; Mestre em Matemtica pela UFMG; com Graduao
(bacharelado e licenciatura) em Matemtica pela Faculdade de Filosofia da Universidade de Minas
Gerais (UMG). Professora aposentada do Departamento de Matemtica do ICEx-UFMG e
professora do Instituto Superior de Ensino das Faculdades Pedro Leopoldo. Possui experincia
docente no Ensino Fundamental da Rede Estadual de Minas Gerais e participou de projetos de
capacitao de professores de Matemtica. Autora de livro e artigos sobre o ensino de
Matemtica.
Wagner Ahmad Auarek
Doutor em Educao pela UFMG; Mestre em Educao Matemtica pela mesma Universidade;
com Graduao em Matemtica (licenciatura) pelo Centro Universitrio de Belo Horizonte
(UNIBH). Professor do Centro Universitrio de Belo Horizonte no curso de Matemtica e professor
e coordenador do Curso de Ps-Graduao (Especializao em Educao Matemtica do
UNIBH); Membro dos grupos de Pesquisa PRODOC FaE/UFMG e GEIFOP-UNIBH; Lder do
Grupo de Pesquisa Estudos Interdisciplinares de Formao, Prtica e Condio Docente
221
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