Aplicação de Triac No Controle de Temperatura PDF
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Mdulo 3
FEEC - UNICAMP
MDULO 3
APLICAO DE "TRIAC" NO CONTROLE DE TEMPERATURA:
CONTROLE POR CICLOS INTEIROS
ASPECTOS TERICOS
3.1 Introduo
O TRIAC desempenha a funo de 2 SCRs numa operao de onda completa. A Fig.1
mostra a caracterstica esttica de um TRIAC e o seu smbolo. Esta curva mostra a corrente
atravs do TRIAC como uma funo da tenso aplicada entre os terminais principais "1" e "2" e
da corrente de porta (gate).
Ia
Von
I
IL
IH
-Vbo
Ig=0
<
Ig2
>
Ig1
>
Vbo
Ig=0
V21
G
1
III
Von
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Fig. 3.2 Estrutura interna (simplificada) de TRIAC e seu smbolo (reproduzido de GE SCR
manual).
O DIAC tem comportamento anlogo mas, por no dispor do terminal de gate, s
acionado quando atingida a tenso de ruptura. um componente de baixa potncia (baixa
corrente) usado, normalmente, em circuitos de disparo de TRIACS e SCRs.
3.2 Interferncia Eletromagntica- IEM
Os elevados valores de dv/dt e di/dt (taxas de variao de tenso e de corrente no tempo,
respectivamente) produzidos pelo controle de fase, conforme visto na experincia anterior, so
uma fonte potencial de problemas de interferncia eletromagntica, quer seja irradiada, quer seja
conduzida pela rede de alimentao. bastante comum captar-se esta interferncia nos rdios
receptores, principalmente em AM (modulao em amplitude). Como as amplitudes das
harmnicas diminuem com a freqncia, a interferncia nas faixas de TV e FM , em geral,
desprezvel. Quando a interferncia se propaga pela rede ela pode produzir mau-funcionamento
de outros equipamentos conectados mesma instalao.
Diversas normas internacionais estabelecem limites para os nveis de IEM produzidos
por aparelhos eltricos e eletrnicos.
Uma alternativa ao controle de fase utilizado em tiristores o controle por ciclos
inteiros, no qual a entrada e a sada de conduo do tiristor (seja ele um SCR ou um TRIAC),
ocorre sempre quando tenso e/ou corrente so nulas, eliminando o dv/dt e/ou o di/dt. Ou seja
os instantes de entrada ou sada de conduo podem ocorrer apenas a cada semi-ciclo, o que faz
com que este seja um tipo de controle discreto e no contnuo, como o controle de fase.
Para que seja possvel um controle aceitvel da varivel de interesse, a varivel a ser
controlada no sistema deve apresentar uma constante de tempo suficientemente grande para que
as comutaes de baixa freqncia resultantes no afetem o processo.
Exemplificando, no se usa controle de ciclos inteiros para ajustar o brilho mdio de
uma lmpada incandescente, uma vez que ela se comportaria como um pisca-pisca. Mas pode-se
utiliz-lo no controle de temperatura de um forno, que tem grande inrcia trmica.
2
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Vrampa
Vc
Limitador
Fonte
Interna
3
Detetor
de zero
2
1
14
13
8
7
Driver
Circuito de
Proteo
p/ gate
p/ catodo
Comparador
9 10 11
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O circuito de disparo do TRIAC fornece em sua sada (pino (4)) pulsos nos instantes de
cruzamento de zero enquanto a tenso VSENSOR (VS) entre os pinos (13) e (7) for maior que a
tenso de referncia VR entre os terminais (9) e (7).
Os demais pinos tm funes especficas que esto descritas no manual.
O diagrama completo do circuito de teste est mostrado na figura 4.
O CI 555 utilizado como temporizador, produzindo a onda triangular utilizada como
base de tempo do sistema. O transistor PNP funciona como uma fonte de corrente que carrega o
capacitor C, fazendo com que a tenso sobre ele varie linearmente. Quando esta tenso atinge
2/3 da tenso de alimentao do CI, o CR descarregado via o pino 7, at que a tenso caia a 1/3
da alimentao, quando se reinicia o processo de carga. Para regulao de temperatura precisa, a
base de tempo da rampa deve ser menor que a constante trmica do sistema mas maior que o
perodo da tenso de linha (60Hz).
3.5 Sensores de Temperatura
Uma vez que neste experimento se deseja controlar a temperatura de um sistema,
necessrio que se disponha de um elemento que tenha algum parmetro eltrico que se altere
com a temperatura.
Um dos elementos mais utilizados industrialmente para esta funo o termo-par. A
juno de dois materiais diferentes como, por exemplo, cobre e ferro, quando submetida a
uma dada temperatura, apresenta uma diferena de potencial, a qual pode ser detectada nas
extremidades livres dos condutores. Esta ddp varia de acordo com a temperatura. Esta relao
entre temperatura e ddp no linear.
Outro elemento sensor, desta vez utilizado tipicamente em sistemas em torno da
temperatura ambiente, o termistor. Neste caso tem-se uma variao da resistncia eltrica
com a temperatura, de forma no-linear. Um NTC reduz sua resistncia com o aumento da
temperatura, enquanto um PTC funciona de maneira oposta.
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VBE
Js. e VT
VBE
Js. e VT
(3.1)
Onde:
Jc = Densidade de corrente de coletor
VT =Tenso termodinmica (kT/q)
Js =Densidade de corrente de saturao reversa definida por:
VG
Js C. T . e VT
n
(3.2)
Sendo:
C,n = Constantes caractersticas do material e do processo de fabricao.
VG: = Tenso equivalente energia da banda proibida (Bandgap) do Silcio,
cuja variao por efeito trmico , em primeira ordem, linear; ou seja:
VG VGO . T
(3.3)
(3.4)
1,2
1
Vbe [V]
0,8
a= - 2mV/K
0,6
0,4
0,2
VBER1 VBER 2
VBE = VBE1 VBE2 =
. T (3.5)
TR
0
0
100
200
300
400
500
600
TEMPERATURA [K]
Observe que uma forma alternativa de expressar a diferena entre as tenses VBE dos
transistores pode ser obtida, utilizando-se (1). Ou seja:
VBE = VBE1 VBE2 = VT. Ln
JC1
JC2
(3.6)
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Vbe [V]
Se a razo entre as densidades de corrente dos transistores for constante, por exemplo
mantendo a mesma corrente de coletor nos dois transistores, que por sua vez tm reas de
emissor distintas, ento fica evidente a
1,2
RELAO LINEAR que h entre VBE e
1
a temperatura absoluta T.
0,8
Esta relao linear favorece o uso de
Vbe2
Vbe1
0,6
um par de transistores BJT como
dispositivo sensor (linear) de temperatura.
0,4
No intervalo trmico mais extenso
0,2
Vbe1-Vbe2
de operao dos circuitos integrados em
0
0
100
200
300
400
500
600
Silcio: (-55oC a +125oC) a razo de reas
TEMPERATURA [K]
permanece constante e desde que a razo
entre as correntes de coletor seja, tambm
Figura 3.7: Diferena entre Vbes
mantida constante, a tenso corresponde a
diferena entre os VBE ser proporcional a T.
3.5.2 Circuito Sensor de Temperatura com Sada em Corrente PTAT (Proportional To
the Absolute Temperature)
Em aplicaes onde o dispositivo sensor est conectado fonte de alimentao e ao
sistema de monitorao e controle atravs de fios longos, havendo a possibilidade do
surgimento de sensveis resistncias de contato e/ou de trajeto, a converso da Temperatura
em Corrente mais apropriada do que em Tenso.
O esquema simplificado de um circuito que realiza esta converso mostrado na
figura 8 [19]. Os transistores Q6 e Q8 reproduzem a corrente de Q7 com um ganho
estabelecido pela razo de suas reas de emissor.
Constituem, dessa forma duas fontes de corrente
iguais, alimentando os coletores de Q1 e Q3. O
equilbrio da estrutura estabelecido pelo amplificador
diferencial formado por Q4, Q5, Q2 e Q7 que assegura
a igualdade das correntes de coletor em Q1 e Q3,
controlando a diferena de potencial em seus coletores.
Assim, a corrente de coletor em Q1 ser PTAT
e dada por:
Ic1 =
kT
ln( 8)
q. R1
(3.7)
3kT
ln( 8)
q. R1
(3.8)
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Parte Experimental
1 aula
Material:
1 Osciloscpio duplo trao (digital) com impressora
1 Aquecedor (sugere-se 400W/127V)
1 Mdulo aquecedor, com lmpada, ventilador e sensores
1 Lmpada 25W/127V
1 Multmetro
1 Circuito de teste
1 Fonte CC estabilizada (2 sadas independentes)
1 Transformador de isolao
3.6 Anlise do circuito de potncia
Os sinais a serem observados podero estar em bases de tempo muito diferentes. Por
exemplo, a rede apresenta uma freqncia de 60Hz, enquanto a base de tempo do controlador de
temperatura de aproximadamente 1s. Procure ajustar a base de tempo do osciloscpio de
maneira a visualizar os detalhes importantes das formas de onda. As medies so feitas
sempre em relao ao ponto 0. Na figura 7 tem-se o diagrama esquemtico completo do
circuito de testes.
a) A alimentao CA da placa de teste deve ser feita atravs do transformador de isolao.
Osciloscpio e impressora podem ser ligados diretamente na rede. Ajuste a tenso da fonte
CC em 6V, conectando-a na placa de teste. Coloque o aquecedor (400 W) na sada para
carga. Coloque a lmpada de 25W/127V em paralelo com o aquecedor para visualizar a
alimentao da carga.
b) Mantenha a chave (montada na placa) na posio de operao em malha aberta (MA).
Observe os pontos 5 e 7 (em relao ao 0). Varie a referncia (variando o potencimetro).
Observe e comente as formas de onda.
c) Com a referncia num valor intermedirio, observe e comente as formas de onda nos pontos
3 e 2.
d) Desconecte a carga (aquecedor e lmpada). Nos pontos 3 e 1, verifique, observando os
instantes de acionamento do triac, se efetivamente est ocorrendo chaveamento sncrono. Use
uma escala de tempo que permita ver em detalhe o sinal no ponto 3, identificando os pulsos
de disparo do TRIAC.
e) Reconecte a carga (aquecedor e lmpada). Qual a origem da tenso que se observa no ponto 3
aps a ocorrncia do pulso de disparo?
f) Observe e mea a variao que ocorre na amplitude do sinal no ponto 1 (tenso CA) quando
o TRIAC liga e alimenta a carga. Conecte a lmpada de 25W na sada disponvel do
transformador e veja o comportamento de seu brilho. Por que esta tenso varia?
g) Desconecte o aquecedor do circuito de teste e em seu lugar coloque a lmpada de 25W como
carga. Observe os pontos 3 e 2. Comente e justifique as alteraes observadas no disparo do
triac.
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Fontes CC
6V
10V
Fonte de corrente
Sensores
Carga
(lmpada)
Placa de Teste
NTC
C2
R1
Vs
Vref
Vc
Proporcional + Integral
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