A Despatologização Da Disforia de Genero
A Despatologização Da Disforia de Genero
A Despatologização Da Disforia de Genero
INTRODUO
O presente estudo versa sobre a despatologizao da cirurgia de
transgenitalizao, regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina e
realizada pelo Sistema nico de Sade. O problema que aqui se apresenta a
imputao ao homem, ao nascer, sendo rotulado pelo seu sexo biolgico
quando, em determinados casos, devem ser levados em considerao seu
sexo social e psquico, como forma a garantir o pleno desenvolvimento
daqueles que sentem o desconforto mental pelas caractersticas de seu sexo
biolgico.
Justifica-se a anlise do presente tema, para corroborar com os
anseios e desejos dos indivduos trans, no que se diz respeito conquista de
direitos relativos a no discriminao pela sociedade, de sua liberdade sexual,
em ascender uma posio que realmente lhe pertena, consubstanciada na
realizao de cirurgia de transgenitalizao, iniciado pelo seu livre arbtrio e
consentimento, sem que esta seja pr-determinada pela anlise mdica,
tratando-a como doena quando, em sua essncia, o espelho de sua alma.
O objetivo da pesquisa demonstrar que a patologizao, no presente
momento, se torna desnecessria frente aos direitos alcanados e que sua
despatologizao fruto de novas conquistas dos indivduos trans, enquanto
portadores
da
centelha
divina,
imantada
pela
essncia
do
pleno
desenvolvimento do ser.
1 SEXO OU GNERO
O homem, ao nascer, tem constatado seu sexo biolgico como sendo
aquele sexo exteriorizado, que pode ser identificado como macho ou fmea,
homem ou mulher, menino ou menina.
Alm dessa constatao exteriorizada, pode-se dizer que existem
outras formas de classificar o sexo de uma pessoa, como, por exemplo, o seu
sexo psquico e o seu sexo social.
Quando se faz meno ao sexo biolgico tem-se como referncia o
corpo sexuado do sujeito (corpo fsico) porm, h outra forma de se referir a
esta estrutura e isto se d quando se fala sobre o gnero, e este classificado
como uma categoria social.
interminveis,
obnubilando
pleno
desenvolvimento
dos
transexuais.
A falta de polticas pblicas voltadas s pessoas transexuais que esto
a espera deste to demorado processo transexualizador, em face da realidade
vivenciada pela escolha de vida, escolha sexual, propicia a sada dos
transexuais de casa, pois na maioria das vezes, acabam sendo expulsos pela
sua famlia, parando de estudar e consequentemente, no conseguem mais
empregos, ficam excludas socialmente. No restando outra alternativa, como
grito ltimo de ajuda, socorrem-se no Poder Judicirio para solicitar mudana
do nome e do sexo. (BENTO, 2008, p.10)
De uma sociedade que discrimina o transexual e do processo moroso
administrado pelo Estado, resultam pessoas sem um mnimo de cidadania.
Mendigando do Estado o direito de exercer sua subjetividade, de deixar seu ser
interior aparecer sem mscaras e principalmente no ser achincalhado ao ser
da
anlise
desses
documentos
dos
protocolos
Art. 44 - garantido aos transexuais, travestis e intersexuais que possuam identidade de gnero distinta
do sexo morfolgico o direito ao nome social, pelo qual so reconhecidos e identificados em sua
comunidade: I em todos os rgos pblicos da administrao direta e indireta, na esfera federal,
estadual, distrital e municipal; II em fichas cadastrais, formulrios, pronturios, entre outros
documentos do servio pblico em geral; III nos registros acadmicos das escolas de ensino
fundamental, mdio e superior.
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Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
que seu rumo fosse aquele que seu ato voluntrio revelou para o
mundo no convvio social. Esconder a vontade de quem a manifestou
livremente que seria preconceito, discriminao, oprbrio, desonra,
indignidade com aquele que escolheu o seu caminhar no trnsito
fugaz da vida e na permanente luz do esprito. 2. Recurso especial
conhecido e provido
(STJ - REsp: 678933 RS 2004/0098083-5, Relator: Ministro CARLOS
ALBERTO MENEZES DIREITO, Data de Julgamento: 22/03/2007, T3
- TERCEIRA TURMA, Data de Publicao: DJ 21.05.2007 p. 571)
esteira,
pensamentos
que
coadunam
como
pleno
praticado seno a guarda dos interesses dos que integram tal sociedade. a
construo de novos paradigmas.
A Constituio Federal do Brasil de 1988, alicerce sagrado dos direitos
fundamentais da pessoa humana, em seu Art. 196 diz que a sade direito de
todos e dever do Estado, garantido mediante polticas sociais e econmicas
que visem reduo do risco de doena e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitrio s aes e servios para sua promoo, proteo e
recuperao.
Nesse sentido dos Direitos Sade, Tereza Rodrigues Vieira adverte
que:
O direito sade tutelado pela Constituio Federal Brasileira e
implica o direito busca do melhor e mais adequado tratamento para
o problema. Quando o assunto transexualidade, significa reivindicar
o bem-estar geral, psquico, fsico e social, o qual contribuir para o
desenvolvimento da personalidade, superando a angstia
experimentada com a imposio de uma genitlia repulsiva,
dissociada da sua verdadeira identificao (Vieira, 2004, p. 110).
CONCLUSO
O homem, ao nascer, tem constatado seu sexo biolgico como sendo
aquele sexo exteriorizado, que pode ser identificado como macho ou fmea,
homem ou mulher, menino ou menina. Desde cedo, rotula-se em uma caixa, a
condio sexual do homem contrariando as outras formas de classificar o sexo
de uma pessoa, como, por exemplo, o seu sexo psquico e o seu sexo social.
As questes relativas aos corpos e ao comportamento sexual integram
h tempos as preocupaes da religio e da filosofia moral e em poca menos
distante passaram a ser foco de ateno generalizada de especialistas da
medicina. Foram os discursos mdicos e das cincias psiquitricas e
psicolgicas que delimitaram a fronteira entre o que normal e o patolgico no
campo das identidades sexuais, estabelecendo-se uma necessidade de
compatibilidade entre a identidade de gnero e a anatomia.
Na atualidade, a Associao Americana de Psiquiatria APA
considera como correto o termo disforia de gnero, em substituio ao
transtorno de identidade de gnero.
Inobstante ao termo utilizado, os transexuais, em sua grande maioria,
possuem como condio nica e essencial para usufruir do direito vida a
realizao da cirurgia de transgenitalizao.
de
se
observar
que
existem
dois
tipos
de
cirurgia
de