Resumo Academico

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Oficinas de Produo de Textos II - 2010

RESUMO ACADMICO: Uma tentativa de definio - Andra Lourdes Ribeiro


(UFMG/FAMINAS-BH)
Introduo
Como professora universitria, vejo que o resumo uma atividade didtica bastante pedida pelos
professores de inmeros cursos de graduao. No entanto, comum presenciar tambm um
desencontro entre o que foi pedido pelo professor e o que foi produzido pelo aluno. Isso sem
mencionar as constantes dvidas de ambos os lados quanto definio e o processo de produo
do resumo no meio acadmico.
Diante desse panorama, busco atravs deste trabalho discutir a noo de resumo, considerando
sua situao contextual, os agentes envolvidos e as caractersticas do gnero, tentando lanar
algumas luzes sobre a compreenso e produo do que denomino de resumo acadmico.
Um passeio pelo conceito de resumo
Ao pesquisar sobre as prticas de linguagem nos gneros escolares, Schneuwly e Dolz (1999:
14), voltando seus estudos para o nvel fundamental de ensino, revelam que a cultura do sistema
escolar define o resumo como uma representao sinttica do texto que ser resumido, sendo o
problema de escrita reduzido a um simples ato de transcodificao da compreenso do texto.
Essa a perspectiva encontrada em livros de metodologia cientfica e afins que orientam os
universitrios quanto ao uso de algumas normas na elaborao de trabalhos acadmicos.
Salvador (1978: 17-19), ao discutir mtodos e tcnicas de pesquisa bibliogrfica, define o gnero
como uma apresentao concisa e freqentemente seletiva do texto de um artigo, obra ou outro
documento, pondo em relevo os elementos de maior interesse e importncia. Com relao aos
objetivos, baseando-se nas normas da ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas) , o
autor classifica o resumo em trs categorias, relacionadas ao tipo de informao que divulgam:
- Resumo indicativo, que no dispensa a leitura do texto, uma vez que apenas descreve a
natureza, a forma e o propsito do escrito;
- Resumo informativo, que contm as principais informaes apresentadas no TF, dispensando
assim a leitura desse;
- Resumo crtico, tambm chamado de resenha crtica, que formula julgamento sobre o trabalho
que resumido.
Ainda descrevendo a finalidade do resumo, mas tendo em vista o produto final, Salvador define
um outro gnero textual: o resumo de assunto. Denominado tambm de estudo de atualizao ou
estado da questo, como os nomes evidenciam, esse gnero tem a funo de apresentar uma
viso geral de investigaes feitas sobre uma determinada questo, com o objetivo de reunir
conhecimentos sobre o tema que deve ser exposto e tambm, ainda segundo o autor, sem
discusso ou julgamento (p. 17).
Outros autores bastante consultados no meio acadmico tais como Severino (1986) e Salomon
(1971/2001), ambos em consonncia com as normas da ABNT, adotam a mesma definio e
classificao para o resumo. Medeiros (1991) inova ao apresentar uma quarta categoria que
conjuga duas j existentes: o resumo indicativo/informativo, que dispensa a leitura do texto-fonte
quanto concluso, mas no quanto aos aspectos tratados.
Medeiros tambm trata de outros gneros textuais que circulam no mbito acadmico, tais como
o fichamento. O autor prope que o fichamento pode ser realizado pelo estudioso com diferentes
funes, do que derivam variados tipos de fichas: ficha de indicao bibliogrfica; ficha de
assunto; ficha de transcrio; ficha de resumo; ficha de comentrio. De acordo com esse autor, a
ficha de resumo apresenta uma sntese das idias do autor (op. cit., p, 55). Essa definio
confunde-se com a de resumo que o mesmo autor oferece. Afinal, no fica claro se a sntese das
idias do autor registra-se como um fichamento ou como um resumo.

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Entre os autores consultados, verifica-se que sob o rtulo geral de resumo so reunidos diferentes
gneros textuais (ou sub-gneros) resumo indicativo, resumo informativo, resumo crtico ou
resenha que se distinguem na forma e na funo. As diferentes categorias estabelecidas para o
resumo pautadas na ABNT acentuam a confuso terminolgica, uma vez que as nomenclaturas
adotadas confundem-se com a denominao dada por outros manuais aos mesmos gneros
acadmicos, como por exemplo: resumo indicativo e fichamento; o resumo crtico e resenha.
Essa confuso terminolgica traz conseqncias para a produo do resumo tanto para o
professor como para os alunos que muitas vezes no conseguem chegar a um consenso quanto
expectativa um do outro.
Alm disso, as definies apresentadas so de cunho estruturalista e oferecem uma viso
simplista do processo de produo, uma vez que, de acordo com elas, para resumir, bastaria ao
leitor descodificar o texto-fonte para depois codific-lo sinteticamente. Elas desconsideram o
funcionamento discursivo em jogo no processo de elaborao do resumo. Por isso, rever o
conceito de resumo a partir de perspectivas que tenham como base a teoria da enunciao e que
partam da noo de gnero torna-se fundamental.
Gnero textual
Segundo a concepo de Bakhtin (1952/1992[1], p. 279), os gneros so padres relativamente
estveis de texto, do ponto de vista temtico, composicional e estilstico, que se constituem
historicamente pelo trabalho lingstico dos sujeitos nas diferentes esferas da atividade humana,
para cumprir determinadas finalidades em determinadas circunstncias. As atividades e
expectativas comuns, que definem necessidades e finalidades para o uso da linguagem, o crculo
de interlocutores, que define hierarquias e padres de relacionamento, a prpria modalidade
lingstica (oral ou escrita), ligada ao grau de proximidade e intimidade dos interlocutores, tudo
isso acaba definindo formas tpicas de organizao temtica, composicional e estilstica dos
enunciados.
Os gneros se realizam empiricamente nas mais diferentes espcies de texto, orais ou escritas,
que circulam em nosso uso cotidiano e so denominados de receita culinria, telefonema, carta,
romance, manuais de instruo, bula de remdio, lista telefnica, notcias, dentre muitos outros.
Para produzir qualquer um desses textos, o sujeito aciona, alm de suas representaes sobre a
situao de ao linguagem, seus conhecimentos sobre os modelos portadores de valores de uso
elaborados pelas sociedades anteriores, ou seja, os gneros indexados disponveis no intertexto
(cf. Bronckart, 1999: 137).
Embora qualquer falante da lngua portuguesa consiga identificar facilmente qualquer dos textos
listados anteriormente, isso s possvel porque esses gneros so formas convencionais de
enunciados, mais ou menos estveis, histrica e socialmente situadas. No entanto, o aspecto
convencional no impede a tendncia inovao e mudana, que confere aos gneros
dinamicidade e complexidade varivel. Isso porque eles se definem no apenas por propriedades
lingsticas, mas predominantemente por propriedades funcionais e pragmticas (cf. Marcuschi,
2002: 19-36).
A tendncia inovao e mudana gera a necessidade de os gneros serem apreendidos no dia-adia pelos membros de uma comunidade. Isso porque, tal como postulou Bakhtin (1952/1992) os
gneros so modelos comunicativos utilizados socialmente, que funcionam como uma espcie de
padro global que representa um conhecimento social localizado em situaes concretas e que
nos permitem identificar um texto individual como membro de uma classe mais geral. Por isso,
para Marcuschi (2002: 20-21), os gneros no dependem de decises individuais e no so
facilmente manipulveis, eles operam como geradores de expectativas de compreenso mtua,
sendo as propriedades inalienveis dos textos empricos guias que direcionam produtor e
receptor.

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Uma outra considerao de Marcuschi (2002) sobre os gneros que esses podem apresentar-se
bastante heterogneos com relao forma lingstica. Isso porque h muitos casos em que no
a forma no determina o gnero, tal como exemplifica o autor (p. 21), um texto pode ser
considerado como um artigo cientfico se publicado numa revista cientfica, j se o mesmo texto
for publicado num jornal dirio ele passa a ser um artigo de divulgao cientfica. O que muda
no o texto, mas sim sua funo e principalmente os seus aspectos scio-comunicativos. Assim,
para definir um gnero Marcuschi defende que preciso considerar os papis dos atores, as
funes e objetivos do evento comunicativo e o modelo disponvel no intertexto[2]. Essas
consideraes atestam que dominar um gnero no dominar suas caractersticas lingsticas,
mas sim uma forma de realizar lingisticamente objetivos especficos em situaes particulares
de uso (cf. Marcuschi, 2002: 35-36).
A perspectiva terica scio-interacionista postula que a comunicao humana realizada atravs
de uma forma textual concreta, produto de uma atividade de linguagem em funcionamento numa
dada formao social. De acordo com Bronckart (1999: 137), as formaes sociais elaboram os
diferentes gneros em funo de seus objetivos, interesses e questes especficas. Para o autor, as
formaes scio-discursivas[3] designam as diferentes formas que toma o trabalho de
semiotizao em funcionamento nas formaes sociais (p. 141).
Bronckart (op. cit., p. 103), tal como Marcuschi (2002), baseando-se tambm em Bakhtin,
postula ainda que, se os gneros so meios scio-historicamente construdos para realizar
objetivos comunicativos determinados, a apropriao dos gneros um mecanismo
fundamental de socializao, de insero prtica nas atividades comunicativas humanas. Por
isso, para a realizao de uma comunicao eficiente, fundamental o conhecimento do gnero
envolvido numa determinada prtica social.
Diante desse quadro terico, podemos considerar o resumo como um gnero na medida em que
ele uma realizao lingstica em funcionamento em diferentes instncias da sociedade atual,
entre elas o ensino superior.
Gnero resumo
Como os gneros definem-se predominantemente por propriedades funcionais e pragmticas,
preciso, antes de tecer o conceito de resumo acadmico, fazer uma breve considerao sobre a
esfera social na qual esse gnero circula. Tambm preciso conhecer os estudos atuais sobre o
resumo que o redefinem a luz das teorias que se fundamentam nas noes bakhtinianas de gnero
textual.
Diante dessas consideraes, optei por realizar em primeiro lugar uma investigao sobre o meio
de circulao desse gnero, o contexto acadmico, abordando tambm os papis dos atores,
configurando tambm as funes e os objetivos desse evento comunicativo. Em seguida passo ao
levantamento das contribuies de alguns lingistas que se preocuparam em entender o resumo
como um gnero textual.
Contexto acadmico
Resumir uma das prticas lingsticas mais freqentes na vida cotidiana. Saber resumir textos
lidos uma capacidade necessria, nas sociedades letradas, para o desempenho de vrias funes
e atividades profissionais. Por exemplo: um advogado precisa resumir o que leu num processo;
um administrador, o que leu num projeto; um jornalista, o que ouviu numa entrevista e assim por
diante.
Resumir tambm um saber-fazer necessrio ao universo do ensino. Schneuwly e Dolz (1999)
acreditam que o resumo constitui-se num eixo de ensino/aprendizagem essencial para o trabalho
de anlise e interpretao de textos e, portanto, um instrumento interessante de aprendizagem
(p. 15).

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Na prtica acadmica, a atividade de resumir freqentemente solicitada pelos professores de


ensino superior que propem a produo de resumos de gneros em circulao no contexto
universitrio. Esses gneros caracterizam-se por possurem um enunciador autorizado pelo
meio cientfico a veicular conhecimentos advindos de estudos e pesquisas. Essa autorizao,
somada ao poder da escrita, pode criar para o leitor um efeito de verdade, situando o discurso
cientfico num espao do saber que encontra respaldo na cincia.
Como lugar de prticas discursivas, o contexto acadmico tambm estrutura um saber-fazer. Nas
cincias humanas, o saber no meio acadmico um saber de teorias, de modelos de outros. A
origem desses diferentes saberes e a forma de apropriar-se dos mesmos podem ou no
manifestar-se lingisticamente nos textos tericos[4]. No entanto, tal como aponta Bakhtin
(1929/2002) ao referir-se ao discurso retrico, o discurso cientfico no to livre na sua maneira
de tratar o enunciado pelo outro. Ele tem, de forma inerente, um sentimento agudo dos direitos
de propriedade da palavra e uma preocupao exagerada com a autenticidade (p. 153). Em
virtude disso h no meio acadmico determinaes especficas sobre como representar o discurso
do outro, as regras de citao. Esse fazer obedece a convenes normatizadas, no caso do Brasil,
pela ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas (cf. FRANA, 2003).
As regras estabelecidas pela ABNT para a citao nos resumos colocam disposio do
textualizador duas maneiras de expressar as vozes secundrias em seus resumos: a citao direta
e a indireta. Tal como apontou Bakhtin (1929/2002: 147), embora essas formas sejam
convencionadas socialmente, elas traduzem de maneira ativa e imediata uma apreenso ativa e
apreciativa do discurso do outro.
Quanto ao funcionamento discursivo da linguagem, adaptando-o s consideraes de Orlandi
(1983), no contexto acadmico, o estabelecimento da cientificidade no discurso pode ser
observado em dois pontos: a) a metalinguagem; e b) a apropriao do cientista feita pelo aluno.
Como a metalinguagem tem um espao para existir (ORLANDI, 1983: 13), a expectativa no
meio acadmico que o aluno-textualizador empregue as convenes estabelecidas para a
linguagem em uso nesse contexto, ou seja, que reproduza com suas prprias palavras o saber
legitimado pela instituio. A distncia scio-discursiva entre cientista, enunciador do textofonte, e textualizador no permite que esse se confunda com aquele. Por isso, acredito que a
origem da voz veiculada no texto-fonte seja apontada pelo textualizador, atravs da referncia
bibliogrfica e at mesmo do uso de citaes, revelando assim para o professor-avaliador a
origem do saber veiculado.
Quanto aos parmetros da situao de ao da atividade didtica, o resumo parece ter objetivos
diferentes para os sujeitos envolvidos no processo comunicativo. Para o aluno, o resumo tem
como funo cumprir uma exigncia do professor para a obteno de nota, fonte de estudo,
apreenso de contedos importantes. J para o professor, o resumo uma atividade que garante a
leitura do texto pedido, alm de ser um instrumento que possibilita verificar o que o aluno
compreendeu do que foi lido.
Define-se dessa forma os papis discursivos representados pelos sujeitos da produo textual, de
um lado o aluno que deve demonstrar que est cumprindo com as exigncias da disciplina e que
est se apropriando dos saberes e do modo de fazer legitimados por essa esfera social; e de outro
o professor que tem a funo de avaliar o grau dessa apropriao.
Diante do exposto, produzir um resumo no meio acadmico requer do sujeito um conhecimento
do saber que circula nessa esfera e do fazer, prtica discursiva definida pela comunidade da qual
emerge esse gnero. Nessa perspectiva, a produo do gnero resumo, mais do que um simples
procedimento de ensino-aprendizagem, tambm um modo de insero nas prticas de formao
de futuros profissionais.
Vejamos ento como o resumo definido a partir das teorias que o consideram como um gnero
em funcionamento no interior desse contexto especfico.

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Revendo o conceito de resumo


Como a elaborao de resumo uma das propostas didticas mais freqentes do meio
acadmico, vrios pesquisadores tm se preocupado em redefinir esse gnero. Vejamos alguns
dos trabalhos que prope um novo conceito para o resumo, partindo das concepes que
consideram o texto como produto de uma ao de linguagem em um contexto especfico.
Enfocando o resumo a partir do seu contexto de produo, Machado (2002), adotando as
categorias do interacionismo scio-discursivo de Bronckart (1999), acredita que a anlise do
contexto de produo de um texto um poderoso auxiliar na classificao desse como
pertencente ou no a um determinado gnero. Da mesma maneira que Bronckart (op. cit.), a
autora define o contexto de produo como constitudo pelas representaes interiorizadas pelos
agentes sobre o local e o momento da produo, sobre o emissor e o receptor considerados do
ponto de vista fsico e de seu papel social, sobre a instituio social onde se d a interao e
sobre o objetivo ou efeito que o produtor quer atingir em relao ao seu destinatrio.
Embora a autora aborde brevemente o resumo no contexto acadmico, a anlise dos parmetros
estabelecidos a permite concluir que os resumos so:
Textos autnomos que, dentre outras caractersticas distintivas, fazem uma apresentao concisa
dos contedos de outro texto, com uma organizao que reproduz a organizao do texto
original, com o objetivo de informar o leitor sobre esses contedos e cujo enunciador outro que
no o autor do texto original, podem legitimamente ser considerados como exemplares do gnero
resumo de texto (op. cit., p.150).
Pensando o resumo como atividade didtica no ensino superior, Costa Val (1998) aborda
caractersticas do gnero tais como configurao, tamanho e grau de explicitude, tratando-as
como dependentes do objetivo que o resumidor tem ao produzir textos desse gnero. A autora
admite inclusive a tcnica de simplesmente copiar do texto-fonte as idias principais quando se
trata de produzir um registro de leitura para uso pessoal, desde que o resumidor articule essas
idias em seu texto.
Tambm abordando o gnero no interior da comunidade acadmica, as pesquisas de Matencio
(2003) revelam que, para produzir nesse meio, preciso estar inserido na prtica acadmica, ou
seja, no s ter se apropriado de conceitos e procedimentos em circulao nessa formao sciodiscursiva, mas tambm de maneiras de referenciar e textualizar esses saberes.
De acordo com essa autora, o resumo um gnero que pode ser encontrado sob diferentes
formas nas prticas acadmicas de acordo com a funo que exercem, podendo ser agrupados em
duas categorias:
(i) resumos envolvidos no processo de elaborao de pesquisa que tm a funo de mapear um
campo de estudo, integrando a discusso do estado da arte;
(ii) resumos colocados geralmente antes de um texto cientfico (artigos, dissertaes, teses), que
tm a funo de apresentar e descrever o modo de realizao do trabalho ao qual se refere so
os rsums ou abstracts.
Para a autora o primeiro tipo de resumo implica um alto grau de subordinao ao texto-fonte,
j que permite ao leitor recuperar as macroproposies desse. J os rsums ou abstracts,
contidos no segundo grupo, no se preocupam em descrever a estrutura do texto-fonte, mas de
enforcar o modo de realizao do trabalho cientfico. Para ela (op. cit., p. 9), esses diferentes
resumos poderiam ser entendidos como estando num continuum que vai dos que se aproximam
mais do texto-fonte at aqueles que apenas se referem brevemente a ele.
H tambm de acordo com Matencio (op. cit., p. 9), uma terceira categoria, os resumos que so
solicitados pelos professores universitrios com o propsito oferecer aos alunos a apropriao
dos conceitos necessrios sua formao e de integr-los s prticas discursivas do meio
acadmico.
nesse contexto que se insere o resumo como atividade didtica, neste trabalho denominado
resumo acadmico. Esse tipo no continuum proposto pela autora, o que mantm um maior grau
de fidelidade com relao configurao do texto lido.

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Resumo acadmico
Diante de todas essas consideraes, defino como resumo acadmico um texto que explicita de
forma clara uma compreenso global do texto lido, produzido por um aluno-leitor que tem a
funo demonstrar ao professor-avaliador que leu e compreendeu o texto pedido, apropriando-se
globalmente do saber institucionalmente valorizado nele contido e das normas as quais o gnero
est sujeito. Nessa esfera de circulao, a funo do resumo acadmico ser um texto autnomo,
que recupera de forma concisa o contedo do texto lido numa espcie de equivalncia
informativa que conserva ou no a organizao do texto original.
Quanto funo, vemos que o resumo no contexto acadmico serve tanto ao aluno, como
eficiente instrumento de estudo dos inmeros textos tericos e cientficos que tem que ler, quanto
ao professor, como instrumento de avaliao que permite verificar a compreenso global do texto
lido. Alm disso, o resumo acadmico pode ser considerado um gnero que proporciona ao aluno
a insero nas prticas acadmicas.
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