Modulo II PDF
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MDULO II
1.
GUA BRUTA
GRADEAMENTO
AERAO
(*)
CLARIFICAO
CONVENCIONAL
Coagulao
Floculao
Decantao
FILTRAO
(*)
(*)
CLORAO
(FLUORETAO)
GUA
TRATADA
1.1. Gradeamento
1.2. Aerao
Consiste na mistura de gua com ar, tendo como objetivo principais os seguintes:
remoo de gases e substncias volteis presentes na gua, substituindo-os pelo oxignio do
ar;
oxidao de ons, como o ferroso (Fe2+) e o manganoso (Mn2+) a produtos pouco solveis,
como o xido frrico (Fe2O3) e o dixido de mangans (MnO2), facilmente removveis na
etapa de clarificao;
reduzir a concentrao de matria orgnica, diminuindo a demanda de cloro;
eventual reduo do excesso de cloro livre em guas tratadas.
Os aeradores podem ser:
de gravidade;
de ar difuso ou de circulao forada;
de asperso (chafarizes).
Entre os aeradores de gravidade, os mais comuns so os de cascata e os de bandejas.
44
Observao:
A eliminao de microorganismos, por meio de aerao, muito pequena. Entretanto, a
aerao, juntamente com a clarificao convencional (coagulao, floculao e
sedimentao) e a filtrao, respondem, em mdia, pela remoo de 30% a 35% dos
microrganismos patognicos.
Entretanto, para se conseguir uma eliminao total desses microrganismos ser necessria
a utilizao de mtodos qumicos (clorao, ozonizao, etc.) ou fotoqumicos (radiao
ultravioleta) de desinfeco.
Introduo
A sedimentao natural de slidos em suspenso dispersos na gua e responsveis por
sua turbidez muitas vezes difcil, sobretudo quando as partculas dispersas
apresentam dimetro inferior a 105 ngstrons e quando as mesmas possuem carga
eltrica superficial (devido adsoro de ons), fazendo com que as foras de repulso
entre elas dificultem sua agregao para formao de partculas maiores e mais
facilmente sedimentveis.
De um modo geral, a turbidez apresentada por uma gua bruta superficial se deve
presena de pequenas partculas (micelas) em suspenso de argilas, geralmente com
carga superficial negativa, decorrente da adsoro (reteno superficial) de nions
silicatados ( SiO32 , SiO44 , etc.).
Repulso eletroltica entre micelas
com carga superficial negativa
Observao:
Na verdade, a micela apresenta uma dupla camada de cargas: a primeira (camada de
Helmholtz ou de Stern), mais prxima superfcie, a responsvel pela carga eltrica
da micela; a segunda, mais difusa, com predominncia de ons de sinal contrrio ao da
carga da primeira camada, responsvel pela eletroneutralidade das cargas em torno
da micela.
b.
FLOCULAO
(lenta)
Flocos
menores
Floco maior
(repouso)
SEDIMENTAO
45
Coagulao e Floculao
A etapa de COAGULAO consiste na remoo (neutralizao) das cargas micelares.
Essa remoo ou neutralizao de cargas conseguida, na maioria dos casos, pela
adio de ons ou de micelas de sinal contrrio ao das micelas dispersas no meio
aquoso.
Segundo a regra de Hardy-Schulze, quanto maior a carga do on ativo (com carga de
sinal contrrio ao da micela), maior ser o seu poder coagulante.
Assim, para micelas com carga negativa, teremos, em termos de poder coagulante: Al3+
> Mg2+ > Na+, onde o poder coagulante do Al+3 9 vezes superior ao do Mg2+ e 550
vezes superior ao do Na+.
O emprego de polmeros ou polieletrlitos catinicos Pn+, onde n alcana valores muito
elevados, alm de apresentar alta eficincia coagulante, oferece a vantagem adicional
na formao de flocos (aglomerado de micelas), segundo o esquema a seguir:
+
+ +
+
+
+
+
floco
COAGULAO
FLOCULAO
Entretanto, o alto custo dos polmeros o maior obstculo ao seu emprego em larga
escala, sobretudo, quando grandes vazes esto envolvidas, podendo os mesmos,
contudo, serem utilizados como auxiliares de floculao em relao a um agente
coagulante principal.
Os agentes coagulantes mais empregados comercialmente so o sulfato de alumnio e
os sais frricos (Fe3+), embora estes ltimos apresentem a desvantagem de conferir
cor ao meio aquoso.
Portanto, para os tratamentos de guas brutas para fins industriais e de
abastecimento pblico, o sulfato de alumnio ( Al2 (SO4 )3 H2O ; 14 x 18 ) o agente
coagulante mais utilizado.
O ction Al 3+ do sulfato de alumnio pode reagir com o nion bicarbonato ( HCO 3 ),
principal constituinte da alcalinidade natural presente nas guas, segundo a equao:
+
Al(3aq
)
3 HCO3 ( aq)
Al(OH)3 ( s)
3 CO2
Observaes:
O Al(OH)3 (hidrxido de alumnio) uma formao slida gelatinosa, constituda por
micelas com carga superficial positiva capazes de aglutinar as micelas negativas dos
slidos em suspenso (SS), de modo altamente eficiente e desejvel, formando
FLOCOS. Portanto, o sulfato de alumnio , na realidade um agente coagulante e
floculante.
SS
SS
Formao de Floco
Al(OH)3
(representao esquemtica)
SS
SS
46
vezes,
concentrao
de
ons
bicarbonato
( HCO 3 )
pequena.
3 CO32(aq)
+
+
3 OH(aq)
3 H2 O(
2 Al(OH)3( s)
3 CO2
Al(OH)3( s)
Jar Tests
So ensaios, realizados em laboratrio, que objetivam determinar:
a concentrao de alcalinidade a ser acrescentada (se necessrio), capaz de
promover a melhor coagulao-floculao a ser desenvolvida na etapa seguinte;
a concentrao ideal do agente floco-coagulante (p.ex.: sulfato de alumnio) a ser
empregada e capaz de fornecer a melhor coagulao-floculao possvel, a partir da
concentrao ideal de agente alcalinizante, obtida na etapa anterior;
a eventual concentrao ideal de um polmero (auxiliar de floculao) a partir dos
dados anteriormente obtidos.
Observaes:
as concentraes ideais so definidas pela formao de flocos maiores e,
consequentemente, pela produo de uma gua mais lmpida;
o equipamento de laboratrio utilizado nos Jar Tests dispe de um sistema de
agitao com velocidade varivel e de um certo nmero de recipientes (geralmente,
de trs a seis), segundo a figura esquemtica a seguir.
tacmetro
becher
(1)
(2)
(3)
47
(4)
AGENTE (concentrao)
NaOH (ppm)
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
20,0
20,0
20,0
AGENTE (concentrao)
NaOH (ppm)
5,0
5,0
5,0
5,0
15,0
20,0
25,0
30,0
cCa(OH) = 5,0
2
37,0
40,0
g
h
m1 = 1,8 kg / h
m2 = 10,0 kg / h
g
m
Al2(SO4)3 x H2O:
m2 = 25,0
g
3
400
400
m3
h
m3
h
m1 = 1,8 103
m2 = 1,00 10 4
48
g
m3
TEMPO (min)
LABORATRIO
ESCALA INDUSTRIAL
COAGULAO
0,20 3,0
FLOCULAO
3-5
10 50
DECANTAO
60 240
onde:
P potncia requerida, em W;
- viscosidade do meio, em kg m-1 s-1;
V volume til do tanque, em m3;
G gradiente de velocidade, em s-1.
Os valores de G (gradiente de velocidade) podem ser obtidos da literatura tcnica
disponvel ou a partir de dados experimentais em laboratrio ou em instalao-piloto.
Os gradientes de velocidade variam, normalmente, de 600 a 1000 s-1, para a
coagulao, e de 30 a 200 s-1, para a floculao.
Em lugar de agitao mecnica, alguns mtodos menos eficientes como o emprego de
calhas Parshall, canais aletados ou insuflao de ar ( air mixing ) so freqentemente
utilizados.
AFLUENTE
ZONA DE SEDIMENTAO
EFLUENTE
CLARIFICADO
ZONA DE LODO
DESCARGA DE LODO
volume do Decantador (V )
Vazo (Q)
50
MISTURA RPIDA
(coagulao)
MISTURA LENTA
(floculao)
ZONA DE
SEDIMENTAO
Efluente
(sobrenadante)
Linha de
Descarga
de Lodos
Concentrador
de Lodo
Brao
Agitador
51
Zona de
Mistura
Aletas
Amostras
Dreno
Prod. Qumicos
Prod. Qumicos
Zona de Reao e
Mistura Secundria
gua Clarificada
Efluente
(sobrenadante)
Agitador
gua
Bruta
Zona de Retorno de
Fluxo
Concentrador
Dreno
Observao:
Nos clarificadores com formao de colcho de lama a gua afluente, aps a coagulao
e floculao, passa atravs da camada de slidos em suspenso de flocos pr-formados.
Nos clarificadores circulares estabelecem-se velocidades de fluxo ascensional (taxas de
transbordamento ou de overflow cujos valores situam-se entre 40 e 75 m3/(m2 . d).
A velocidade de fluxo ascendente va ou taxa de transbordamento corresponde
velocidade de sedimentao de uma partcula que percorre a altura efetiva do
clarificador em um intervalo de tempo igual ao tempo de deteno (td).
Geralmente, va corresponde a 80% do valor da velocidade de sedimentao (vs),
estabelecida atravs de dados experimentais, para um clarificador circular.
Assim, temos:
td =
V
Q
vs = 0,80 va
va =
Q
A
h =
V
A
1 h < td < 2 h
m3
m3
,
m2 d
m2 d
tenhamos uma idia aproximada do volume (V), da rea da seo circular (A) e da
altura efetiva de um clarificador de fluxo ascendente.
H outros modelos alternativos para equipamentos de floco-decantao (como os
floco-sedimentadores de tubos inclinados). Entretanto, nosso objetivo foi to
somente o de fornecer uma viso geral dos principais tipos de clarificadores
normalmente empregados.
52
e para 40
< v a < 75
1.5. Filtrao
a. Introduo
A filtrao uma operao de separao das fases slida e lquida, sendo esta ltima,
em nosso caso, um meio aquoso.
A filtrao normalmente empregada como um procedimento posterior a outras
operaes e processos preliminares, como a decantao ou clarificao convencional, nos
tratamentos de guas.
Abordaremos, com maior nfase, as filtraes em meio granular, empregadas em
tratamentos de guas quando desejamos remover, do meio aquoso, slidos em suspenso
com concentraes situadas entre 5 e 50 ppm, como no caso das guas de abastecimento
pblico. Entretanto, a filtrao em meio granular pode ser utilizada em situaes
industriais onde o nvel de slidos em suspenso pode alcanar at 1000 ppm,
promovendo 90% de remoo dos slidos.
Dos vrios tipos de filtros de meio granular utilizados na remoo de slidos em
suspenso, os mais comuns so os de meio filtrante de areia silicosa (SiO2), embora o
leito de antracita, carvo mineral com elevado teor de carbono fixo, seja, tambm,
bastante empregado.
Para esses filtros, a taxa de filtrao () pode ser definida pela relao entra a vazo
(Q) da gua e a rea da seo reta (A) do meio filtrante.
No Brasil, a taxa de filtrao usualmente expressa em m3/(m2 . dia) ou m3/(m2 . h).
A
=
Q
A
Q
b. Filtros de Gravidade Rpidos
So filtros largamente empregados no tratamento de guas para abastecimento pblico,
sendo utilizados aps o processo de clarificao convencional que envolve as etapas de
coagulao, floculao e sedimentao.
A lmina de gua situa-se entre 1,0 e 1,5 metros acima da camada de areia, sendo a
espessura dela aproximadamente igual a 0,60 m, seguindo-se uma camada de cascalhos,
com cerca de 0,45 m de espessura.
Esquematicamente, temos:
GUA
areia
cascalho
GUA TRATADA
53
120 m 3 / (m 2 dia)
54
Exemplo Resolvido: Uma estao de tratamento de gua (ETA) de uma cidade produz
gua clarificada convencional com uma vazo de 5,00 m3/s. Calcule o nmero mnimo de
filtros de gravidade, com taxa de filtrao igual a 120 m3/(m2 . dia), necessrios
obteno de gua filtrada.
Dado: rea de seo reta de cada filtro (a) = 25,0 m2.
Soluo:
Q = 5,00
Q
A
m3
s
h
3,60 10 3 24,0
s
h
dia
A=
A=
Q = 4,32 10 5
4,32 10 5 m 3 / dia
3
120 m / (m dia)
m3
dia
A = 3,60 10 3 m 2
3,60 10 3 m 2
25,0 m 2
n = 144 filtros
V = 192 m 3
V
t
Q = 576
Q=
192 m 3
8,00 h
Q = 24,0
m3
dia
55
m3
h
Q = 24,0
h
m3
24
dia
h
A=
576
A=
1080
m3
dia
m3
A = 0,533 m 2
m 2 dia
Obs.: Considerando que a seo reta do filtro circular, possvel determinar o seu
dimetro:
A=
d2
4
d = 82,4 cm
d=
4A
d=
4 0,533 m 2
3,14
d = 0,824 m
1.6. Clorao
a. Esterilizao e Desinfeco
A esterilizao de um meio consiste na eliminao total dos microrganismos do mesmo.
Por outro lado, a desinfeco de um meio consiste na eliminao dos microrganismos
patognicos desses meios.
Basicamente, os agentes esterilizantes so os mesmos agentes desinfetantes, porm,
empregados em dosagens mais altas ou em condies mais severas. Assim, o cloro em
baixas concentraes pode desinfetar um meio aquoso; contudo, para esteriliz-lo
devero ser empregadas concentraes mais altas. Do mesmo modo, uma gua pode ser
desinfetada pelo calor mido a 100oC; entretanto, para esteriliz-la ser necessria a
utilizao de calor mido a 120oC, sob presso.
Na maior parte dos casos, a desinfeco suficiente, resultando no emprego de
condies mais satisfatrias, do ponto de vista econmico.
Tanto industrialmente, como para fins de abastecimento pblico, a clorao o processo
mais empregado para efeito de desinfeco do meio aquoso.
A clorao consiste na adio de cloro ativo a uma gua, entendendo-se como cloro ativo
uma espcie oxidante do elemento cloro, capaz, em laboratrio, de promover a oxidao
do on iodeto (I-) a iodo (I2).
Assim, temos:
Cl20 , HCl +1 O , Cl +1 O , Cl +4 O2 , etc. (espcies contendo cloreto ativo); Cl- (no cloro
ativo, visto que o Cl- no uma forma oxidante do elemento cloro, por no ser capaz de
sofrer reduo).
Os modos mais freqentes de adicionar cloro ativo a uma gua so atravs do emprego
de cloro elementar (Cl2) ou de hipocloritos (ClO-), embora o objetivo real seja o de se
alcanar a mxima concentrao possvel de cido hipocloroso (HClO), em funo de seu
excepcional poder microbicida.
56
H2O
HClO
ClO
H+
Cl
(cloro)
H+
(hipoclorit o)
HOCl (%)
ClO- (%)
100,0
0,0
95,0
5,0
75,0
25,0
20,0
80,0
3,0
97,0
57
Q = 500
m3
h
dia
24,0
30,0
h
dia
ms
Q = 3,60 10 5
m3
ms
m = 5,00
m = 1,80
g
m
3,60 10 5
m3
ms
m = 1,80 10 6
g
ms
t
de cloro ativo (Cl2).
ms
ms
30 g
cloro ativo
mx = 6,00 t de X / ms
75,0 g HClO
100,0 g cloro ativo
mx
em pH = 7,0
mHClO =
1
mHClO
=
75,0 30,0
mx
100 100
20,0 g HClO
100,0 g cloro ativo
(1)
em pH = 8,0
1
mHClO
=
20,0 30,0
mx1
100 100
(2)
58
mx1
20,0 30,0
75,0 30,0
mx =
mx1
100 100
100 100
mx1 =
75,0
mx
20,0
(3)
mx1 =
75,0
6,00 t
20,0
mx1 = 22,5 t de X
Observaes:
A expresso (3) pode ser generalizada: mx1 =
P
1
mx , onde P e P1 so os numeradores
P
das fraes percentuais de HClO no cloro ativo, nos valores de pH considerados. Uma
reflexo sobre a expresso generalizada obtida, mostra-nos a importncia fundamental
do pH do meio na eficincia da clorao e, consequentemente, nos consumos de produtos
de clorao.
Na verdade, o on hipoclorito tambm apresenta poder desinfetante (oxidante), embora
este seja bem inferior ao do cido hipocloroso (cerca de 10 a 20 vezes menor).
c. Demanda de Cloro (ClD)
Pode ser definida a partir da seguinte equao:
ClA = ClD + ClR ou ClD = ClA - ClR , onde:
ClA cloro ativo adicionado;
ClD demanda de cloro ou cloro demandado ou consumido;
ClR cloro residual (livre e/ou combinado).
A demanda de cloro (ClD) corresponde concentrao de cloro ativo que consumido,
atravs de reaes de oxidao e substituio, pelas espcies orgnicas e inorgnicas
presentes na gua. Essas reaes ocorrem com substncias tais como: protenas,
aminocidos e carboidratos (presentes nos microrganismos), poluentes orgnicos (fenol
etc.), H2O, NH3, Fe2+, Mn2+ etc., em um tempo total nunca inferior a 15 minutos.
d. Cloro Residual (ClR)
O CLORO RESIDUAL COMBINADO (ClRC) inclui os produtos resultantes da clorao que
ainda encerram espcies cloradas e oxidantes, como as cloraminas, provenientes da ao
do Cl2, HClO ou ClO- sobre o NH3 ou grupos amino (NH2).
Exemplo:
NH3 + HClO
NH2 Cl
+ H2 O
(monoclora min a)
NH2 Cl + HClO
NHCl2
+ H2 O
(diclora min a)
NHCl2 + HClO
NCl3
+ H2 O
(tricloreto de nitrognio)
O poder desinfetante das cloraminas bem menor que o do cido hipocloroso (HClO),
exigindo, ainda, maior tempo de contato para realizao do processo de desinfeco.
A formao de cloraminas (cloraminao) pode ocorrer com NH3 ou grupos amino
presentes na gua ou com amnia (NH3) adicionada em estaes de tratamento, embora
este ltimo mtodo esteja sendo abandonado e substitudo, quase que totalmente, pela
clorao de residual livre ou clorao Breakpoint.
59
Consideremos o diagrama CLORO RESIDUAL (em ppm de cloro ativo) versus CLORO
ADICIONADO (em ppm de cloro ativo):
retadededemanda
demandaZERO
ZERO
reta
CLORORESIDUAL
RESIDUAL(ppm)
(ppm)
CLORO
aumento do cloro
aumento do cloro
residual livre
residual livre
60
Soluo:
Concentrao de cloro ativo adicionado (ClA):
65,0% 20,0 mg
ClA =
ClA = 0,650 20,0 mg / L
1,00 L
ClA = 13,0 ppm Cl2
ClA = 13,0 mg / L
Exemplo Resolvido: Estimar o percentual (p) de cloro (ativo) disponvel presente nos
seguintes produtos:
(a) soluo de hipoclorito de sdio, contendo 10,0% de NaClO;
(b) dixido de cloro (ClO2), quimicamente puro;
(c) cloro (Cl2), quimicamente puro;
(d) hipoclorito de clcio comercial, contendo 85% de Ca(ClO)2 . 2 H2O.
Massas Molares (g/mol): H = 1,0; O = 16,0; Na = 23,0; Cl = 35,5; Ca = 40,0.
Soluo:
(a)
p1 =
Cl
NaClO
p2 = 10,0%
p1 =
35,5
35,5
=
23,0 + 35,5 + 16,0 74,5
p1 = 0,477
p2 = 0,100
Clculo de Nox:
NaClO Nox(Cl) = +1; Cl Nox(Cl) = 1
Nox = ( +1) ( 1)
Nox = 2
p = p1 p2 Nox
p = 0,477 0,100 2
61
p = 0,0954
p = 9,54%
Cl
ClO2
35,5
35,5
=
35,5 + 2 16,0 67,5
p1 =
p2 = 1,00
p2 = 100%
p1 = 0,526
Clculo de Nox:
ClO2 Nox(Cl) = +4; Cl Nox (Cl) = 1
Nox = ( +4) ( 1)
Nox = 5
p = p1 p2 Nox
p = 0,526 0,100 5
p = 2,63
p = 263%
p2 = 1,00
Clculo de Nox:
Cl2 Nox(Cl) = 0; Cl Nox(Cl) = 1
Nox = 0 ( 1)
p = 1,00
Nox = 1
p = p1 p2 Nox
(d) p1 =
2 Cl
Ca(ClO)2 2 H2 O
p1 =
71,0
179
p2 = 85,0%
p = 1 0,100 1
p1 =
p = 100%
2 35,5
40,0 + (35,5 + 16,0) 2 + 2 18,0
p1 = 0,397
p2 = 0,850
Clculo de Nox:
Ca(ClO2 ) 2 H2 O Nox(Cl) = +1; Cl Nox(Cl) = 1
Nox = ( +1) ( 1)
Nox = 2
p = p1 p2 Nox
p = 0,397 0,850 2
p = 0,675
p = 67,5%
62
h. Consideraes Adicionais
Sem dvida, a clorao o processo de desinfeco mais largamente utilizado, como
decorrncia de sua boa eficincia, baixo custo e da possibilidade da presena de cloro
residual que atua como indicador de desinfeco e como reagente potencial diante de
contaminaes posteriores.
Em casos de altas concentraes de contaminantes, pode ser recomendado o emprego de
SUPERCLORAO que consiste na adio de quantidades de cloro gua bem superiores
s necessrias obteno de cloro residual livre. A superclorao usada, em geral,
quando se deseja-se uma desinfeco rpida para se fazer frente a uma elevada
contaminao. As concentraes de cloro ativo aplicadas variam entre 5,0 e 50 ppm,
obtendo-se residuais livres muito acima do breakpoint.
Aps uma super clorao, comum o emprego de processos de remoo do excesso de
cloro (desclorao) como a adio de sulfitos ou a utilizao de filtrao com carvo
ativado.
Mesmo considerando as vantagens mencionadas do processo de clorao, alguns cuidados
devem ser observados.
Um dos srios inconvenientes da clorao por meio do cloro elementar ou de hipocloritos,
em presena de uma alta concentrao de contaminantes orgnicos ( microrganismos, alta
DQO, etc), o da formao de halometanos, como o CHCl3 (tri-halometano ou THC),
prejudiciais ao consumo humano e tidos como produtos cancergenos.
As cloraes por meio de cloraminas (NHxCly), em cloraes de residual combinado, com
emprego de dixido de cloro (ClO2) reduzem drasticamente a formao dos halometanos.
Cabe, contudo, ressaltar que a clorao de residual livre, a mais largamente utilizada, pode
e deve ser empregada, salvo quando ocorrem altas concentraes de contaminantes
orgnicos.
1.7. Fluoretao
(fluorapatita)
A concentrao de fluoreto adicionado gua oscila entre 0,70 ppm F-, no vero, a 1,00 ppm F-,
no inverno, quando menor a ingesto de gua.
Os aditivos qumicos mais frequentemente empregados, para a incorporao de fluoreto
gua, so o fluoreto de sdio (NaF), o cido fluorossilcico (H2SiF6) e o fluorossilicato de
sdio (Na2SiF6).
Exemplo Resolvido: Determine a massa diria de H2SiF6 necessria fluoretao da gua em
uma Estao de Tratamento (ETA).
Dados: Vazo da gua na ETA = 1,80 x 106 m3/dia;
Massas Molares (g/mol): F- = 19,0; H2SiF6 = 144;
Concentrao de F- recomendada = 0,850 ppm F-.
Soluo:
g F
g F
m3
mF = 1,53 10 6
mF = 0,850 3 1,80 10 6
dia
dia
m
MOLH2SiF6
g
144
mH2SiF6 = mF
mH2SiF6 = 1,53 10 6
mH2SiF6 = 1,93 10 6
6 MOLF
6 19,0
dia
64
t
dia
Observao:
A fluoretao um processo opcional. Seu empregos em pases europeus foi praticamente
abolido. Entretanto, nestes pases, altamente disseminada a utilizao de cremes dentais
contendo fluoreto (F-).
Em contrapartida, para pases em desenvolvimento, o emprego da fluoretao continua a ser
um importante instrumento na preveno da crie dentria para a populao de idade infantil
(0 - 7 anos).
Para utilizao em desinfeces de guas para fins potveis, a clorao o processo mais
largamente empregado. Em seguida, aparecem a ozonizao e o emprego da radiao
ultravioleta, embora essas alternativas sejam mais utilizadas em sistema de menor porte.
Uma inegvel vantagem da clorao a possibilidade da manuteno de cloro residual que
representa uma garantia contra contaminao posterior.
Observao:
A produzida pode ser bombeada para estaes elevatrias para posterior distribuio por
gravidade. Nessas estaes, novas cloraes podem ser efetuadas, caso necessrias.
Para guas de abastecimento pblico interessante a manuteno de nveis de cloro residual
livre em torno de 0,5 ppm Cl2.
2.
GUA DE RIO
OU DE LAGO
(gradeada)
CLARIFICAO
CONVENCIONAL
Coagulao
(PR-CLORAO)
Floculao
Decantao
FILTRAO
CLORAO
(1)
TROCA
INICA
(2)
OUTROS PRTRATAMENTOS
(3)
(4)
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GUAS
TRATADAS
(1) gua potvel, gua para circuitos de refrigerao, gua de processo (*);
(2) gua de reposio de sistemas geradores de vapor (caldeiras), gua de processo (*);
(3) gua de processo (*);
(4) gua para servios (limpeza, incndio, etc.), gua de processo (*).
(*) A qualidade de uma determinada gua de processo depende do mesmo. Algumas vezes, a
presena de cloro residual pode ser prejudicial, podendo ser empregada um gua industrial
convencional (clarificada e filtrada). Em outras situaes, a gua de processo deve ser
desmineralizada ou, at mesmo, esterilizada.
No Brasil, via de regra, as guas brutas superficiais so brandas e de baixa salinidade. Em
alguns pases, principalmente no hemisfrio norte, h inmeras localidades onde o abrandamento
por precipitao parte integrante da seqncia de etapas destinadas obteno de uma gua
industrial.
2.1. Pr-clorao
Sendo o cloro um oxidante mais enrgico que o ar, a pr-clorao uma etapa que cumpre,
com maior intensidade, as funes da aerao (oxidao de matria inorgnica e orgnica),
alm de oxidar gases redutores (H2S, SO2, etc.) eventualmente presentes na gua bruta.
Adicionalmente, a clorao prvia exerce uma ao desinfetante, eliminando
microrganismos que poderiam contaminar o sedimento de clarificao e/ou causar
problemas de formao de depsitos e de corroso microbiana nos equipamentos e
tubulaes que transportam a gua industrial produzida.
H duas correntes de pensamento no tocante ao mtodo a ser utilizado na pr-clorao:
2.3. Filtrao
Tambm realizada de modo semelhante ao utilizado nas estaes de tratamento de gua
para abastecimento pblico, empregando filtros com taxa filtrante de aproximadamente 5,0
m3/(m2/h) ou 120 m3/(m2/d).
66
ClO + Br
HBrO + Cl-
BrO + Cl
O2 + O
Sendo um gs de produo local (on site) e com alto poder oxidante, sua utilizao
requer rigorosas norma de segurana, pois o O3 causa danos sade em concentraes
superiores a 0,1 ppm.
67
O oznio pode ser obtido a partir de oxignio ou de ar secos por meio de descargas
eltricas de alta voltagem ou pela ao de radiao ultravioleta, de acordo com a
equao:
3 O2 + energia
2 O3
SECADOR
GERADOR
ABSORVEDOR
GS
Exausto
p/ o PROCESSO
Observaes:
O oznio utilizado com sucesso no tratamento de guas residurias, diminuindo a
DQO e a DBO, de forma mais efetiva que a conseguida com o emprego de ar mido
aquecido ou de oxignio.
Possui, ainda, ao oxidante sobre metais pesados (Co2+, Ni2+, Pb2+) transformando-os
em espcies pouco solveis (Co2O3 x H2O, NiO2 y H2O, PbO2), removveis por
flocosedimentao.
Em ao combinada com a gua (em valores elevados de pH), com o perxido de
hidrognio (H2O2) ou com a radiao ultravioleta, o oznio um produtor de radicais
livres hidroxila ( OH), de altssimo poder oxidante, empregados em tratamentos de
oxidao qumica avanados de guas residurias industriais.
c. Tratamentos com Perxido de Hidrognio (H2O2)
O perxido de hidrognio uma espcie qumica, cujo poder oxidante e microbicida
est, em grande parte dos casos, relacionado com a liberao de oxignio atmico,
segundo a equao:
H2O2 H2O + O
A reao de liberao de oxignio nascente mais efetiva em meio bsico e tem sua
velocidade aumentada pelo emprego de catalisadores, como o dixido de mangans
(MnO2).
Em presena de sais ferrosos (Fe2+) ou da fotlise com radiao ultravioleta, o perxido
de hidrognio ou gua oxigenada pode gerar radicais livres hidroxila ( OH), cuja
altssima capacidade de oxidao, j referida no item anterior, empregada, sobretudo,
nos tratamentos via oxidao qumica de guas residurias industriais.
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H2 O2
2 OH
e. Consideraes Finais
Para utilizao em desinfeco de guas para abastecimento pblico e industrial, a
clorao o processo mais largamente empregado. Em seguida, aparecem a ozonizao e,
em menor escala, o emprego da radiao ultravioleta, embora essas alternativas sejam
mais utilizadas em sistemas de menor porte.
Uma inegvel vantagem da clorao a possibilidade da manuteno de cloro residual
que representa uma garantia contra contaminao posterior.
Nos tratamentos de guas de resfriamento, onde a desinfeco objetiva a reduo ou
eliminao de microrganismos (bactrias, algas, etc.) causadores de corroso,
obstrues, etc., a clorao, tambm, o procedimento mais utilizado, sempre que
possvel.
Entretanto, nos tratamentos modernos, onde frequentemente so empregados valores
de pH superiores a 8,0, a brominao tem sido uma alternativa interessante.
Por outro lado, nos tratamentos de guas de resfriamento, comum o emprego de
microbiocidas no oxidantes (carbamatos, sais quaternrios amoniacais, isotiazolinas,
etc). Contudo, essa alternativa invivel nos tratamentos para abastecimento pblico e
industrial.
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EXERCCIOS PROPOSTOS
1. Jar Tests realizados em laboratrio com 2 sries de 4 recipientes contendo 1,0 litro de gua
bruta, em cada recipiente, para avaliar as concentraes ideais de sulfato de alumnio (agente
coagulantefloculante) e cal (agente alcalinizante) e serem utilizadas na clarificao da gua
bruta, apresentam os seguintes resultados:
JAR TEST
BECHER
A
B
C
D
A
B
C
D
Volume de
Soluo
Alcalinizante
0,0 mL
2,0 mL
4,0 mL
6,0 mL
2,0 mL
2,0 mL
2,0 mL
2,0 mL
Volume de
Soluo
Coagulante
2,0 mL
2,0 mL
2,0 mL
2,0 mL
1,0 mL
1,5 mL
2,0 mL
2,5 mL
Resultado
razovel
bom
razovel
ruim
bom
excelente
bom
razovel
Determinar:
a) as concentraes ideais dos agentes alcalinizante e coagulante-floculante, em ppm, a serem
empregadas em relao gua bruta;
b) o custo mensal com a utilizao do sulfato de alumnio, na Estao de Tratamento de gua
(ETA), considerando os resultados dos JAR TESTS como valores mdios mensais.
Dados:
concentraes das solues-estoque utilizadas nos testes:
SULFATO DE ALUMNIO 10,0 g/L;
CAL 2,5 g/L.
regime operacional da ETA: 24 h/dia; 30 dias/ms
vazo de gua a ser tratada na ETA: 500 m3/h
preo unitrio do SULFATO DE ALUMNIO: R$ 0,40 /Kg
2. Determine a concentrao em gramas de sulfato de alumnio/litro de soluo estoque que dever
ser preparada em laboratrio, para que cada mililitro da soluo estoque adicionado a 500 mL de
gua bruta, em um JAR TEST, corresponda ao acrscimo de 5,0 ppm de sulfato de alumnio
referida gua bruta.
3. A Estao de Tratamento de gua (ETA) de uma cidade com 80.000 habitantes utilizar, no
processo de clorao da gua, um produto contendo 60% de cloro ativo. Considerando o consumo
de gua para fins industriais e comerciais da cidade como igual a 4,2 104 m3/dia, estimar o
consumo mensal do produto de clorao, em toneladas, na ETA.
Dados:
demanda de cloro da gua bruta 4,5 ppm
cloro residual livre desejvel, na gua tratada, ao deixar a ETA 1,5 ppm
consumo de gua por habitante 200 L/dia
4. 320 g de um produto, contendo 65% de cloro ativo, foram adicionados a 8,0 104 litros de gua
de uma piscina e a concentrao de cloro residual livre obtida foi igual a 1,1 ppm. Estimar a
demanda de cloro (ativo) observada na gua dessa piscina, em ppm.
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Filtro
rea Filtrante
(mod.)
(m )
BOMBA
(mod.)
F1
0,133
B1
1/3
5,50
F2
0,167
B2
1/2
7,50
F3
0,250
B3
3/4
9,50
F-4
0,300
B-4
11,50
POTNCIA
(HP)
VAZO
(m3/h)
Uma piscina com 60,0 m3 opera com um filtro de alta vazo com taxa filtrante igual a 720 m3/(m2 d).
Considerando o tempo de filtrao como igual a 8,00 h, determine os modelos de bomba e de
filtro a serem empregados.
8. A eliminao de cianeto (CN-) de uma gua residuria realizada atravs de oxidao a
carbonato, atravs da ao de hipoclorito, em meio alcalino, segundo a seguinte equao:
CN + Cl2 + OH CO2 + Cl + N2 ( g) + H2 O
Calcule a massa, em kg, de soluo contendo 15,0% (em massa) de cloro ativo, como Cl2,
necessrio remoo de 5,00 ppm de cianeto (CN-) contido em 40,0 m3 de gua residuria.
Massas atmicas (u.m.a.): C = 12,0; N = 14,0; Na = 23,0; Cl = 35,5.
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9. Deseja-se clorar continuamente 400 m3/h de gua de resfriamento de uma mquina, durante 2
horas/dia, mantendo-se um residual de 1,0 ppm Cl2 de cloro residual livre, nas condies normais
de operao.
Um ensaio realizado revelou que a adio de 25,0 mg de um produto X, contendo 60,0% (em
massa) de cloro (Cl2) ativo, a 1,00 litro de gua bruta (no clorada), produziu, aps a concluso das
reaes de demanda, uma concentrao de cloro (Cl2) residual livre igual a 11,0 ppm Cl2.
Determine:
a) a demanda de cloro da gua bruta, em ppm Cl2, com base no ensaio realizado;
b) a vazo da bomba dosadora, em L/h, para adio de uma soluo S, contendo 5,0 104 ppm Cl2
de cloro ativo, de modo a atender as condies operacionais desejadas;
c) o consumo mensal da soluo S, em m3, sabendo que o sistema opera 30 dias/ms.
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