Cubismo e Abstracionismo
Cubismo e Abstracionismo
Cubismo e Abstracionismo
papel, nmeros, pedaos de madeira, vidro, metal e at objetos inteiros nas pinturas com o
objetivo que ultrapassar os limites da sensao visual, oferecendo aos observadores, sensaes
tteis, e a partir de 1909, Fernand Lger, adicionou formas curvas ao cubismo, mas sempre
mantendo a principal caracterstica do Cubismo: apresentar simultaneamente as vrias
dimenses de um objeto (figura 4 e 5).
No Brasil, a Semana de Arte Moderna (1922) veio com a mesma inteno: criar um
novo estilo artstico e se livrar das regras do academicismo como o objetivo de desenvolver
uma arte brasileira. O Cubismo teve como representante Anita Malfatti, Di Cavalcante e
Vicente do Rego Monteiro que inovaram, gerando uma polmica com os adeptos da arte
acadmica. A Semana de 22 ocorreu nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro no teatro municipal de
So Paulo, e teve como objetivo buscar uma nova identidade, de uma arte verdadeiramente
brasileira e livre das vanguardas europeias, tanto nas artes plsticas como na literatura e na
msica.
Anita Malfatti recebeu influencia de Lger e Albert Gleizes (1881 1953) absorvendo
caractersticas do cubismo sinttico e aprendeu a estruturar o quadro sem figurao e sem
planos. E apesar de no ter exposto suas obras na Semana de 22, contribuiu fortemente com o
desenvolvimento da arte moderna (figura 6). Vicente do Rego Monteiro foi considerado o
primeiro artista dentro da esttica cubista produziu grandes obras envolvendo temas como os
mitos indgenas (figura 7), e Di Cavalcante, o incentivador da Semana de Arte Moderna no
Brasil, recebeu influencias de Picasso e Braque e transformando esse conhecimento em algo
pessoal sempre relacionando as temticas brasileiras (figura 8).
O Cubismo terminou em 1914, mas no totalmente. Por ter sido considerado o
movimento mais influente desse perodo, continuou a estende-se para a escultura. E
influenciou outras correntes como, por exemplo, o Abstracionismo e o Futurismo, alm do
design e da arquitetura.
Figura 7 Menino Nu e
Tartaruga, 1923.
Figura 4 - La Guitarra,
1918.
ABSTRACIONISMO
Criar uma obra de arte criar um mundo
A procura pela melhor forma de capturar o espao ao redor e coloc-lo em telas fez
com que o homem sempre buscasse tcnicas para assim ter algo eternizado, e isso acabaria
sendo mais possvel ainda com a criao da fotografia na segunda metade do sculo XIX.
Para o mundo artstico isso acabou tendo um grande impacto: tinha-se agora uma
representao bem fiel do mundo real, bem mais do que as pinturas.
Com isso, j para o fim do sculo XIX e inicio do sculo XX, temos artistas cada vez
mais preocupados em fugir das tcnicas tradicionais, fazendo diferente e colocando cada vez
mais nos quadros o que as cores naturais tinham a dizer, o que cada ambiente tinha a lhes
mostrar e pintar algo mais subjetivo. Assim acabou por surgir os movimentos artsticos
denominados Impressionismo e Expressionismo que mostravam um lado diferente e
totalmente novo da arte, uma verdadeira espcie de quebra da realidade.
Estes dois momentos da arte influenciaram artistas por todo mundo e em especial
Wassily Kandinsky (1866 1944). Kandinsky teve ligao direta com os movimentos
anteriores e seus primeiros trabalhos apresentavam traos tanto de um quanto do outro, porm
achava que no poderia s haver uma quebra da realidade, mas a concepo de um universo
inteiro. Foi com isto que acabou sendo o precursor do Abstracionismo, que nada mas seria do
que essa mesma quebra da realidade, porm, de uma forma mais radical (figura 9 e 10).
O abstracionismo um estilo aonde as obras so no representacionais, pois apela
para a distoro da realidade e da perspectiva, algo que foge do que conhecemos e busca
mostrar a representao das coisas atravs de linhas, retas, formas geomtricas e cores fortes
com um diferencial: aquilo que est na pintura pode ou no ser reconhecvel ou ainda no
existir, pois como o prprio Kandinsy afirmou a criao de uma obra acaba por ser a criao
de um mundo, logo podemos ter quadros com representao de algo totalmente imaginativo,
que existe somente na cabea do artista que criou a obra.
Este movimento artstico pode ser classificado em: Abstracionismo Geomtrico e
Abstracionismo Sensvel. O primeiro trabalha mais especificamente com as formas
geomtricas; um quadro aonde as pinceladas sero dadas a formar retngulos, quadrados, etc.
estamos diante uma obra abstrata geomtrica. Seu principal artista foi Piet Mondrian (1872
1944) (figura 11) que trabalhava especialmente com ngulos retos (linhas horizontais e
verticais) e com as cores primarias (amarelo; vermelho; azul). O abstracionismo sensvel
trabalha com as emoes, formando obras aonde o artista coloca seus sentimentos em formas
e cores (que so criadas livremente) que por vezes pouco tem haver com o exterior, algo
mais expressivo do que o abstracionismo geomtrico. Seus principais artistas foram Kandinsy
e Franz Marc (1880 1916) (figura 12).
Alm da existncia destes dois tipos de abstracionismo, ainda temos:
Suprematismo
Tachismo
Pinturas que contem manchas (tachismo = manchas) feitas com toda a liberdade, expressando
todo um emocional;
Grafismo
Raionismo
Orfismo
Abstracionismo no Brasil
Na Semana de Arte Moderna tivemos a amostra da nova produo artstica que
despontava no pas e que tinha por base as vanguardas europeias. J nesta primeira
apresentao tnhamos obras que mostravam sua ligao com o abstracionismo. Contudo, este
movimento s tomou fora no pas na dcada de 50 com a Exposio Nacional de Arte
Abstrata, realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (fevereiro de 1953).
Este evento agregou em um s lugar obras que
representavam o abstracionismo geomtrico e que eram
produes vindas de artistas de dois grupos distintos: o
grupo Ruptura e o grupo Frente, alm de demais artistas
que no eram ligados aos dois.
Mesmo com a presena de grupos que faziam um
abstracionismo diferente entre si tinha artistas que
trabalhavam de forma individual e foi o que acabou por
prevalecer.
Os principais nomes do abstracionismo foram:
Antonio Bandeira (figura 14), Manabu Mabe, Tomie
Othake, Ccero Dias, dentre outros.
Figura 9 - Parque de
Achityrka, 1901
Figura 13 Suprematismo,
1914.
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