O PIB Brasileiro: Anuênio, Biênio, Triênio, Quadriênio, Quinquênio, Sexênio, Septênio, Octênio, Novênio e Decênio

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O PIB brasileiro: anunio, binio, trinio, quadrinio, quinqunio, sexnio, septnio,

octnio, novnio e decnio


Jos Eustquio Diniz Alves
Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em Populao,
Territrio e Estatsticas Pblicas da Escola Nacional de Cincias Estatsticas - ENCE/IBGE;
Apresenta seus pontos de vista em carter pessoal. E-mail: [email protected]

O IBGE divulgou os dados das Contas Nacionais, dia 03 de maro, apontando uma queda
do Produto Interno Bruto de 3,8% em 2015, em relao a 2014. A queda do PIB resultou do
recuo de 3,3% do valor adicionado a preos bsicos e da contrao de 7,3% nos impostos
sobre produtos. a Agropecuria (1,8%) apresentou expanso de 1,8%, e a Indstria
retrao de -6,2% e os Servios -2,7%. Em 2015, o PIB brasileiro totalizou R$ 5,9 trilhes
(valores correntes). O PIB per capita ficou em R$ 28.876 em 2015, com queda de 4,6%,
em volume, em relao ao ano anterior.
O Brasil, na segunda dcada do sculo XXI, est mal na fita do crescimento econmico de
longo prazo, qualquer que seja o espao temporal analisado. O IPEADATA disponibiliza
uma srie histrica do crescimento do PIB desde 1901. No presente artigo, utilizamos a
srie do IPEA, atualizada pelas nova metodologia de clculo das Contas Nacionais,
divulgada pelo IBGE, em maro de 2015. Os novos critrios utilizados elevaram o
crescimento do PIB, especialmente entre 2010 e 2014. Mas no conjunto mesmo com as
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mudanas metodolgicas - a srie bastante ilustrativa do comportamento da economia


brasileira no longo prazo. No dia 03 de maro o IBGE divulgou os dados de 2015, quando o
PIB brasileiro variou para baixo em -3,8%. O FMI projeta queda de 4% em 2016.
Nas contas apresentadas pelo IBGE, o investimento caiu fortemente em 2015 e acumulou
retrao de 14,1% em um ano. No quarto trimestre, frente ao mesmo perodo de 2014, a
queda foi de 18,5%. Isso tem carrega automativamente uma recesso para 2016. Houve
tambm queda do emprego e do rendimento dos trabalhadores. Com a queda da massa
salarial, os empresrios olham o cenrio e enxergam oportunidades para expandir suas
estruturas de produo. Assim, as perspectivas de recuperao ficam cada vez mais
distantes.
O primeiro grfico (Anunio) mostra as taxas anuais de crescimento do PIB no Brasil entre
1901 e 2016. Nota-se que somente em 6 anos o Brasil teve queda do produto acima de
3%, sendo duas vezes no governo Dilma. No segundo grfico, apresentamos as mesmas
taxas anuais de variao do PIB, mas tambm a mdia mvel de dois anos (Binio).
Somente duas vezes na histria o PIB caiu em dois anos consecutivos, em 1930-31 e
2015-16. Mas o binio atual marca a pior recesso da histria brasileira do perodo. Os
demais grficos mostram os trinios, quadrinios, quinqunios, sexnios, septnios,
octnios, novnios e decnios. Qualquer que seja o perodo analisado, o momento atual
est entre o pior ou o segundo pior, como pode ser visto abaixo:

Os dados acima no deixam dvidas de que a economia brasileira est entrando em um


perodo de baixo crescimento e que a segunda dcada do sculo XXI pode ser pior do que
a dcada perdida dos anos de 1980. Em termos econmicos o Brasil est em retrocesso.
Se este quadro no mudar rapidamente a crise vai se espalhar para todas as reas e o
pas pode passar por uma situao de imploso social. necessrio uma grande e urgente
mudana de rumo.

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