O Que É o Carater Anal Na Neurose Obsessiva
O Que É o Carater Anal Na Neurose Obsessiva
O Que É o Carater Anal Na Neurose Obsessiva
Belo Horizonte
2015
Para Melman (1998), esse processo o que Lacan ir figurar como aquilo que
deve ser abandonado na relao com o falo, que deve ser entendido no como pnis,
mas como um significante que limita o trajeto do desejo.
A referncia ao falo no a castrao via pnis, mas a
referncia ao pai, ou seja, a referncia a uma funo que mediatiza
[medeia] a relao da criana com a me e da me com a criana (Dor,
1985, 1989). A tentativa obsessiva gira em torno da evacuao (...) da
instncia representativa do desejo (Melman, 1998, p. 54). Um processo
de forcluso dessa natureza, entretanto, no poder se dar, uma vez
que o obsessivo j simbolizou o recalque, o qual no deixar de retornar.
Isso porque, fora uma forcluso verdadeira, o recalcado teria sido
recusado e, uma vez no admitido no registro do simblico, teria
redundado em uma psicose, no numa neurose. (ALCNTARA, 2011, p.
38)
A relao entre a Neurose Obsessiva e objeto anal foi muito trabalhada por
Abraham, discpulo de Freud da primeira gerao de psicanalistas. Segundo Ribeiro
(2003,p. 43) ele estava desenvolvendo a hipstese de que as vrias patologias se
diferenciavam devido fase de fixao da libido, durante o desenvolvimento infantil.
tanto na neurose obsessiva quanto na melancolia observa-se uma clara fixao na fase
anal.
O obsessivo opera fixado na fase anal como uma forma de defesa. Na
satisfao oral h uma demanda ao outro, h um endereamento. Na anal h uma
demanda do outro, h uma noo de pertencimento. O obsessivo se mantm preso ao
desejo do outro sem perguntar o que deseja ele prprio. Segundo Peres (2005, p. 371),
Para Lacan, o fundamento da histria do obsessivo a sua alienao a um mestre,
um senhor cuja morte ele anseia e espera; morte que j ocorreu, de fato. Portanto, ele
se acha prisioneiro de algo que j ocorreu, donde se imobiliza.
Ainda segundo Peres (2005, citado por Alcntara, 2011, p. 40):
Para apaziguar as exigncias do supereu, o obsessivo
se impe tarefas rduas, que podem ser confundidas com
produtividade e atitudes altrustas. So, na verdade, sadas
baseadas na substituio de sintomas, materializadas em uma
srie de cerimoniais, precaues e desvios que visam a poupar
o outro e com ele se relacionar
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