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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE VILA VERDE

PORTUGUS - 9ANO
Durao - 90min.

Ficha de Avaliao Diagnstica

setembro 2014

L o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulrio apresentado.

GRUPO I
PARTE A

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Anjo TEOL Ser puramente espiritual, intermdio entre Deus.()

ART. Os A. foram pelos artistas ideados como formas humanas espiritualizadas, acrescentando-lhes
asas, pois que, alada, a figura humana toma uma expresso celestial, menos material, menos terrena.
Desde as antiguidades, alis, que os artistas colocavam asas nas figuras que representassem espritos.
Os povos orientais, os Egpcios, os Gregos, os Etruscos, os Fencios, os Romanos, tornaram aladas as
figuras dos seus deuses e dos seus gnios. Encontrmo-las igualmente nas antigas civilizaes dos
povos das Amricas. ()
ICON. () A figura alada smbolo, natural e espontneo, do ser espiritual e potente, vencedor de
tempo e espao. Assim os gnios assrios e babilnios e as vitrias gregas aparecem-nos com asas.
E, assim, tb.os A., que so mensageiros e filhos de Deus, que so prncipes e santos, espontaneamente
assumem os atributos e as faculdades do ser que voa. No sc. V, como resultado da simbologia natural,
e daquelas possveis sugestes histricas, surgem os primeiros A. alados, e nimbados; e, da, em
diante, cada uma das ordens anglicas ter, sobretudo no Oriente, seus smbolos prprios. Os A., tanto
bizantinos como medievais, apresentam-se sempre como jovens imberbes de tipo e feies
assexuados. No Barroco, aparecem, algumas vezes, serafinas; como em Corregio, tomaro, por
vezes, aspeto de efebos; e como, mais tarde, em Goya (San Antnio de la Florida), se apresentaro
feminizados. A introduo dos anjos-cupidos (putti), por influncia da Antiguidade, deve-se a Donatello,
na clebre Cantoria da Catedral de Florena. M. ngelo representou-os como simples homens, potentes
e musculosos. () De ento para c, no houve mudanas muito sensveis na iconografia dos A. ()
ETN. Manifestaes etnogrficas testemunham influncia do conceito bblico do A. na sensibilidade
crist do povo portugus: o A. bom, puro; e o A. mau, satnico. O A. celeste, puro, acolhedor, e protetor
amigo do homem, por tais virtudes o modelo ideal e sentimental. () O A. mau o diabo, o tentador do
homem.
Anjo, in Enciclopdia Luso- Brasileira de Cultura, vol.2, Verbo, 1964 (com supresses)

VOCABULRIO
1. abreviatura de Teologia. 2 abreviatura de Arte. 3. abreviatura de anjo(s). 4. abreviatura de Iconografia (representao de uma
determinada ideia ou conceito por uma imagem). 5.com a cabea rodeada por uma aurola. 6. sem barba. 7. feminino de serafim
(anjo). 8. adolescentes; jovens. 9. abreviatura de Etnografia (estudo dos diferentes povos e seus costumes).

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientaes que te so dadas.
1. As afirmaes apresentadas de (A) a (G) correspondem a ideias-chave do texto que acabaste de ler.
Escreve a sequncia de letras que corresponde ordem pela qual essas ideias aparecem no texto.
Comea a sequncia pela letra C.
A.Idealizao da forma dos Anjos na arte em geral.
B.Influncia da figura dos Anjos nos usos e costumes do povo portugus.
C.Definio de Anjo no mbito da Teologia.
D.Simbologia dos Anjos na Iconografia.
E.Representao das figuras aladas nas civilizaes da antiguidade.
F. Associao do Anjo mau ao Diabo.
G.Representao iconogrfica dos Anjos desde o sc. V a Goya.

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2. Seleciona, para responderes a cada item (2.1 a 2.4.), a nica opo que permite obter uma afirmao
adequada ao sentido do texto.
2.1. A locuo pois que (l. 3) tem um sentido
(A) condicional.
(B) explicativo.
(C) temporal.
(D) concessivo.
2.2. Tendo em conta o contexto em que surge, o conector alis (l. 4) emprega-se para
(A) introduzir uma ideia de consequncia.
(B) corroborar um dado apresentado.
(C) exprimir um desejo.
(D) expressar aborrecimento.
2.3. A frase De ento para c, no houve mudanas muito sensveis na iconografia dos A. (l.19) significa
que
(A) desde Miguel ngelo, o Anjo deixou de ser representado iconograficamente.
(B) desde a antiguidade, os Anjos deixaram de ter interesse etnogrfico.
(C) desde as antigas civilizaes at hoje, a representao dos Anjos encontra-se em constante
evoluo.
(D) desde Miguel ngelo, no existiram mudanas significativas na representao dos Anjos.
2.4. A existncia das figuras do Anjo bom e do Anjo mau no imaginrio portugus
(A)
(B)
(C)
(D)

consequncia das obras de artistas como Goya ou Corregio.

fruto da vivida imaginao do povo portugus.
uma influncia do conceito bblico de Anjo.
est claramente esquecida e considerada incoerente.

3.Indica a que se refere o pronome sublinhado na frase M. ngelo representou-os como simples
homens(l.18).
PARTE B
L o texto que se segue. Em caso de necessidade, consulta o vocabulrio apresentado

O ANJO E O CO

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Que no fcil ser filho nico, bem poder prov-lo o filho nico que ler estas linhas, se no quiser
atraioar a verdade, nem presumir de muito independente.
Oua l, menino, no gostaria de ter um mano?, Pense bem, e se fosse uma irmzinha?,
perguntavam as visitas da casa, recebendo o silncio total, por exclusiva rplica, enquanto fingia
entreter-me, absorventemente, com um brinquedo de ocasio. Mas, assim que viravam as costas,
disparava em pegada palrao, a propsito de nada, com um companheiro inventado, de improviso, e
que no era mais, nem menos, julgo eu, agora, do que a minha pura imagem, de mido solitrio,
espantado de si prprio, no espelho.
noite, contava-me a Me aventuras do grande Anjo da Guarda, o qual se sentava, na cama, junto
a mim, no escuro, a ver-me dormir, sempre que no se encarregava de evitar que os ganapos travessos
praticassem uma falta grave, ou sofressem um acidente terrvel. Era uma criatura de asas enormes,
vestindo de branco ou de azul ou de cor-de-rosa, impedindo que os pequenos se afogassem, nas
nascentes, ao tentarem apanhar os peixes, mo, livrando-os de uma queda fatal, ao atravessarem eles
a ponte a que faltava uma tbua, no retorno do bosque onde tinham andado a colher amoras. E, quando
se extinguia a luz da mesinha de cabeceira, concluda a histria que me estivera narrando, logo me
deixava a Me, ali, com aquela presena invisvel, que me tirava os medos todos, me segredava, ao
ouvido, uma cano de embalar, me enxotava um pesadelo de fantasmas e de drages.
De uma feita, pelos anjos, foi um co preto que me ofereceram, de pano, com uns olhos de vidro,
cosidos por cima do focinho quadrado, o qual passou a chamar-se Farrusco, como vrios ces dessa

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cor. Dentro em breve, transformava-o eu em companheiro de cada patuscada, ora debaixo do brao
direito, quando cirandava, pelo jardim, ora dentro da maleta desfeita, onde acarretava o que mais me
apetecia, e no acabavam as conversas que mantnhamos, os dois, sobre casos pretritos e projetos
futuros, atravs de promessas e de tropelias, de alguns amuos, de bastante riso, de uma ou outra
choradeira.
Mas eis que, sado a passeio, com a Me e com Farrusco, um dia, desatei a implicar, com ele, por
razes antigas, at que, de repente, sem mais estas, nem aquelas, o lancei, num impulso, para alm de
um muro alto, como se fosse o pobre coisa desprezvel, cuja ausncia me no fizesse mossa
absolutamente alguma. To patetas se mostraram as crianas caprichosas que no percebem que
destroem, em sua loucura, as pessoas e os bichos que mais amam, e que, se existem seres que, de
facto, muito precisam dos outros, sero as mesmas crianas caprichosas quem, sobretudo, a tal nmero,
costumava pertencer. Desabaladamente chorando, me especava eu, em plena via pblica, para arrelia
extrema da Me, a berrar, a berrar, que queria o meu Farrusco, de regresso, e que no havia cozinho
como ele, e que morreria, de certeza, se no tivesse, como dantes, nos braos para o beijar, a toda a
hora, e bisbilhotarmos longamente, s escondidas, depois de extinta a luz, enquanto no chegasse o
grande Anjo da Guarda, esse que o pesadelo me vinha enxotar.
E apareceu um rapazinho descalo, muito sujo, um pouco mais velho do que eu, e a Me ofereceulhe um tosto, para que saltasse ele o dito muro alto, como um acrobata de circo, e fosse depressa, ao
outro lado, buscar o infeliz do Farrusco, perdido no meio de um matagal imenso, entre fantasmas e
drages. E l pulou o malandro, para voltar, sem demora, e l me entregou o cozito, e l partiu, a correr,
com as calas rotas, presas por uma ala s, e l continuei beira da Me, com o meu amigo de pano,
encostado ao corao, e estava deserta a cidade, porque no havia quem circulasse, para alm de ns,
pelas avenidas e pelas praas.
Uma alegria dourada, num instante, me enchia a alma inteira, j que avistara eu, e que ningum me
dissesse o contrrio, o tal Anjo da Guarda, o das asas enormes, de que tanto me falavam, vestindo de
branco ou de azul ou de cor-de-rosa, por regra, aquele que detinha o maravilhoso poder, afinal, de se
tornar muito sujo e descalo, se para isso lhe dava, de vez em quando, parecendo igual, em tudo, a um
garoto da rua.
Mrio Cludio, O Anjo e o Co, Boletim Cultural, Fundao Calouste Gulbenkian

VOCABULRIO
1. resposta. 2 garotos; rapazes. 3. brincadeira.

Responde, de uma forma completa e bem estruturada, aos seguintes itens.

1. O narrador afirma que no fcil ser filho nico.
1.1. Refere o modo como combatia a sua solido, depois das perguntas das visitas.
2. Identifica e caracteriza a relao que o narrador estabeleceu com Farrusco.
3. Na crena do narrador, o Anjo da Guarda interveio para o livrar de uma situao desesperada.
3.1. Resume essa situao.
3.2. Explica o contraste entre a imagem que o narrador tinha do Anjo da Guarda e a forma que assumiu
nessa interveno. Transcreve, do texto, duas expresses que evidenciem esse contraste.
4. Atenta nas seguintes expresses do texto:
a. Que no fcil ser filho nico, bem poder prov-lo o filho
nico que ler estas linhas, se no quiser atraioar a verdade,
nem presumir de muito independente. (ll.1-2);
b. To pateta se mostram as crianas caprichosas que no
percebem que destroem, em sua loucura, as pessoas e os
bichos que mais amam. (ll. 28-29).

4.1.

Comenta e relaciona as duas expresses, mostrando como estas contribuem para o sentido global
do texto.

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GRUPO II
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientaes que te so dadas.
1. Escreve a orao abaixo na passiva.
e a Me ofereceu-lhe um tosto.
2. Faz corresponder a cada uma das palavras ou expresses sublinhadas (coluna A) a respetiva funo
sinttica (coluna B)

Coluna A

Coluna B

1. Os mensageiros de Deus so prncipes e

santos.
2. Os anjos foram pintados por Miguel ngelo
3. Os Egpcios representavam os deuses com
asas.
4. Os artistas colocavam asas nos anjos que
pintavam
5. As antigas civilizaes tambm tinham
espritos.

a. Sujeito
b. Complemento direto
c. Complemento indireto
d. Complemento oblquo
e. Complemento agente da passiva
f. Predicativo do sujeito
g. Vocativo
h. Modificador
i. Predicado

3. Classifica a forma verbal sublinhada na frase seguinte, identificando o tempo, o modo, a pessoa e o
nmero.
A Me j me tinha falado no Anjo da guarda.
4. Identifica a relao que se estabelece entre os seguintes pares de palavras:
a. A sua ausncia perturbava-me. A sua presena enchia-me de alegria.
b. Gosto de todos os animais. O co o meu preferido.
5. Seleciona a opo que permite obter uma afirmao correta.
5.1. Quanto ao processo de formao, a palavra mezinha formada por
(A) derivao por sufixao.
(B) derivao por prefixao.
(C) derivao por parassntese.
(D) derivao no afixal.
GRUPO III
Ainda que os anjos sejam descritos como entidades sobrenaturais, por vezes, no nosso quotidiano, h
pessoas que funcionam como verdadeiros anjos da guarda.
Escreve um texto no qual apresentes a tua opinio relativamente a este tema. No teu texto devers:
explicitar a tua opinio de forma clara;
apresentar pelo menos duas razes que sustentem a tua opinio;
exemplificar cada uma das razes apresentadas.
O teu texto deve ter um mnimo de 180 palavras e um mximo de 240 palavras.
Bom Trabalho!

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