Plano Diretor Crato

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GOVERNO DO ESTADO DO CEAR

SECRETARIA DA INFRA- ESTRUTURA SEINFRA


PROJETO DE DESENVOLV IMENTO URBANO DO ESTA DO DO CEAR PROURB- CE

PREFEITURA MUNICIPAL DO CRATO

PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO


DO MUNICPIO DO CRATO

LEGISLAO BSICA
LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO
( PROJ ETO DE LEI )

2000

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

GOVERNADOR DO ESTADO DO CEAR


TASSO RIBEIRO JEREISSA TI

SECRETRIO DE INFRA-ESTRUTURA
FRANCISCO DE QUEIROZ MAIA JNIOR

PREFEITO MUNICIPAL DO CRATO


MOACIR SOARES DE SIQUEIRA

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

ELABORAO
CONSRCIO VBA / ESPAO PLA NO
COORDENAO GERAL
E DUARDO A RAJO S OARES - Arquiteto
FAUSTO NILO C OSTA JNIOR - Arquiteto
A IRTON IBIAPINA M ONTENEGRO JNIOR - Arquiteto

EQUIPE T CNICA DO CONSRCIO


NGELA M ARIA C ARVALHO M OTA - Arquiteta
HUGO S ANTANA DE F IGUEIREDO JNIOR - Engenheiro
JOO B ARROS GURGEL JNIOR - Gelogo
M ARCELO P INHEIRO DE C ASTRO R EBELLO - Gelogo
NAYMAR GONALVES B ARROSO S EVERIANO - Economista
HUGO A LEXANDRE B RASIL - Engenheiro Civ il
M ANOEL DA S ILVA A LVES - Engenheiro Civ il
IRACEMA GONALVES DE M ELO - Pedagoga
CARLOS A UGUSTO FERNANDES E UFRSIO - Adv ogado
JOS DE A NCHIETA M OTA D E M ELO - Adv ogado
M ARIA M ARGARETE GIRO NOGUEIRA - Adv ogada
DUMITRU P URCARU - Economista

COLABORAO T CNICA
RAQUEL V ERAS L IEBMANN - Arquiteta
A NA CRISTINA GIRO B RAGA - Arquiteta
JEANINE L IMA C AMINHA - Arquiteta
REGINA M ARIA ROCHA N OVAIS - Estagiria em Arquitetura
GEORGIANA M ARIA A. M ONT'A LVERNE - Estagiria em Arquitetura
M ARIA GUEDA P ONTES C AMINHA M UNIZ - Estagiria em Arquitetura
A LEXANDRE L ACERDA L ANDIM - Estagirio em Arquitetura

EQUIPE T CNICA MUNICIPAL


HILDO M ORAIS DE B RITO JNIOR - Arquiteto / Coordenador do PROURB / PDDU
JOS A RLINDO S AMPAIO S IEBRA JNIOR - Gegraf o
E LDIMAR S IBRA FURTADO - Adv ogado
FRANCISCO IRAN A LVES DELFINO - Tcnico em Edif icaes

EQUIPE DE APOIO
FRANCISCO DE OLIVEIRA B RASIL
HENRIQUE S OARES DE C OIMBRA
A LEXANDRE E LIAS F ERNANDES
ROBERTO C ESAR O LIVEIRA CHAVES
DANIELLE A LVES L OPES
A ILA M ARIA A LMEID A OLIVEIRA
M ARIA A URENIR DA S ILVA L IMA
FERNANDA E LIAS FERNANDES
CCERO V IEIRA NOBRE

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

SUMRIO

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

DISPOSIES PRELIMINARES .....................................................................................

08

TTULO I DA POLTICA URBANA ................................................................................

08

CA PTULO I Das Disposies Gerais ....................................................................

08

CA PTULO II Dos Objetivos Estratgicos

09

...........................................................

CA PTULO III Do Plano Estratgico de Desenvolvimento ...................................

10

CA PTULO IV Do Plano de Estruturao Urbana .................................................

12

Seo I Das Diretrizes Gerais

............................................................................

TTULO II DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO


CA PTULO I Da Definio e dos Objetivos

12

......................

19

...........................................................

19

CA PTULO II Dos Instrumentos de Operacionalizao

.......................................

20

Seo I Dos Instrumentos Institucionais ..........................................................

21

Subseo I Do Conselho Municipal do Plano Diretor .................................

21

Subseo II Do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente ...........

23

Subseo III Do Sistem a Integrado de Planejamento Municipal ...............

24

Seo II Dos Instrumentos Urbansticos / Ambientais

...................................

25

Subseo I Do Estudo Prvio de Impacto Am biental .................................

25

Subseo II Do Program a de Form ao de Estoque de Terras .................

26

Subseo III Do Tom bamento

27

.......................................................................

Seo III Dos Instrumentos Tributrios / Financeiros

....................................

29

Subseo I Dos Incentivos Fiscais ...............................................................

29

Subseo II Do Im posto Progressivo

...........................................................

30

Subseo III Do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano ................

30

TTULO III DAS ZONAS DE PLANEJAM ENTO

...........................................................

31

TTULO IV DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAO DO SOL O ...........................

33

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

CA PTULO I Das Disposies Gerais ....................................................................

33

TTULO V DO SIST EMA VIRIO BSICO ...................................................................

36

TTULO V I DAS DEFINIES

37

......................................................................................

TTULO V II DAS DISPOSIES FINAIS

.....................................................................

41

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

PROJ ETO DE LEI

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

PROJET O DE L EI

Dispe sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento


Urbano, PDDU, do Munic pio do Crato e d outras
providncias.
O PREFEITO MUNICIPAL DO CRATO, do Estado
do Cear, fao saber que a Cmara Municipal decretou e eu sanciono a seguinte Lei:
DISPOSIES PRELIMINARES
Art. 1 -

A presente Lei institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Munic pio do

Crato, instrumento bsico da sua poltica de desenvolvimento e de expanso urbana,


objetivando, a partir da fixao de objetivos e diretrizes definidos no Plano Estratgico e no
Plano de Estruturao Urbana, orientar o processo de transformao do munic pio,
assegurando uma melhor qualidade de vida a seus habitantes.
TTULO I
DA POLTICA URBANA
CA PTULO I
Das Disposies Gerais
Art. 2 -

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Crato destina-se execuo, pelo

Poder Pblico Municipal, da poltica de desenvolvimento e de expanso urbana, conforme


diretrizes gerais por ele fixadas.
Art. 3 -

A poltica de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Pblico Municipal, tem

por funo bsica ordenar o pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade e garantir o
bem-estar de seus habitantes, a partir da definio de objetivos estratgicos que per mitam a
obteno do perfil urbano ideal.
Pargrafo nico - A propriedade urbana cumpre sua funo social quando atende s
exigncias fundamentais de ordenao da cidade expressas no plano diretor.
Art. 4 -

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do municpio tem como objetivos

fundamentais:
8

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

I-

realizar o pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade e da propriedade e


garantir o uso socialmente justo e ecologicamente equilibrado de seu territrio, de
forma a assegurar o bem-estar de seus habitantes;

II -

estimular a expanso do mercado de trabalho e das atividades produtivas;

III -

propiciar melhores condies de acesso da populao moradia, ao trabalho, aos


transportes e aos equipamentos e servios urbanos;

IV -

disciplinar o uso e ocupao do solo, compatibilizando-os com o meio ambiente e a


infra-estrutura disponvel;

V-

compatibilizar a estrutura urbana da cidade ao crescimento demogrfico, social e


econmico previsto;

VI -

preservar, conservar e recuperar as reas e edificaes de valor histrico,


paisagstico, artstico e natural;

VII - distribuir a densidade demogrfica em rea urbanizada, de forma a proporcionar maior


eficincia na oferta dos servios pblicos comunidade;
VIII - estabelecer mecanismos de participao da comunidade no planejamento urbano e na
fiscalizao de sua execuo;
IX -

estabelecer padres bsicos de urbanizao, estimulando, inclusive, a reurbanizao


de reas deterioradas;

X-

implantar um sistema integrado de planejamento e de democratizao da gesto


urbana, tendo como referencial para isso a Unidade de Vizinhana;

XI -

promover a universalizao do ensino fundamental com garantia de qualidade.


CA PTULO II
Dos Objetivos Estratgicos

Art. 5 -

Constituem objetivos estratgicos do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do

Crato:
XII - definir padres urbanos de apoio s Unidades de Vizinhana existentes e aos distritos,
estruturando as referidas Unidades;
9

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

XIII - desenvolver e manter uma imagem positiva da cidade;


XIV - criar e manter a estabilidade das Unidades de Vizinhana, obedecendo aos critrios
de acessibilidade, sustentabilidade e vitalidade comunitr ia;
XV - proteger a qualidade do sistema ambiental atravs da implementao de aes do
poder pblico em articulao com a sociedade civil;
XVI - assegurar a prestao de servios pblicos igualitr ios e eficientes;
XVII - promover

condies

que, estrategicamente, garantam a sustentabilidade do

desenvolvimento.
CA PTULO III
Do Plano Estratgico de Desenvolvim ento
Art. 6 -

O Plano Estratgico do Munic pio do Crato objetiva assegurar um grau de

desenvolvimento econmico sustentvel atravs da oferta de servios de qualidade,


propic iando aos morador es e v isitantes uma cidade equilibrada fs ica e socialmente.
Compe-se de cinco linhas bsicas, a seguir elencadas:
I-

Linha Estratgica 1: Crato dever ser um importante centro de turis mo do sul do


Cear;

II -

Linha Estratgica 2: Crato dever ser uma cidade de ensino especializado de qualidade;

III -

Linha Estratgica 3: Crato dever ter

uma

economia

industrial forte e

descentralizada, com produtos de valor agregado cada vez maior;


IV -

Linha Estratgica 4: Crato dever ter uma economia agr cola de produtos
diferenciados para o mercado nordestino;

VArt. 7 -

Linha Estratgica 5: Crato dever ser um munic pio equilibrado fsica e socialmente.
Ficam definidos como componentes bs icos par a a consecuo da Linha

Estr atgica 1:
I-

criar infra-estrutura para promover o turismo ecolgico;

II -

aproveitar sinergias do turismo religioso com o Munic pio de Juazeiro do Norte.


10

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

Art. 8 I-

Fica definido como componente bsico para a consecuo da Linha Estratgica 2:


fortalecer

munic pio

como

cidade

do

ensino,

adequando

educao

profissionalizante e superior para suprir as necessidades dos setores econmicos


mais promissores da zona sul do Cear e de estados vizinhos.
Art. 9 -

Ficam definidos como componentes bs icos par a a consecuo da Linha

Estr atgica 3:
I-

continuar com a poltica de atrao de indstrias, buscando setores que sejam mais
adequados s condies naturais e sociais;

II -

fortalecer o desenvolvimento de micro e pequenas empresas.

Art. 10 - Ficam definidos como componentes bs icos par a a consecuo da Linha


Estr atgica 4:
I-

estimular a produo de hortigrangeiros sem agrotxicos;

II -

estimular o cultivo de frutas tropicais para consumo no mercado interno;

III -

manter a produo da cana-de-acar como fonte de emprego e renda;

IV -

manter culturas tradicionais consorciadas pecuria leiteira;

V-

garantir assistncia tcnica e comercial para os agroprodutos e derivados.

Art. 11 - Ficam definidos como componentes bs icos par a a consecuo da Linha


Estr atgica 5:
I-

aumentar a atratividade fsica do munic pio;

II -

manter e preservar o meio ambiente e os recursos naturais;

III -

criar condies de desenvolvimento para todos os segmentos da sociedade;

IV -

oferecer uma qualidade de vida superior populao.

1 - As aes especficas e os projetos estruturantes vinculados a cada componente e o


conjunto de indicadores de desempenho componente de cada linha estratgica

11

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

encontram-se definidos no Plano Estratgico do Municpio, o qual constitui parte integrante


desta Lei independentemente de transcrio.
2 - Os termos de referncia preliminares relativos aos projetos estruturantes devero ser
elaborados a partir das aes decorrentes das linhas estratgicas supracitadas e das
diretrizes do Plano de Estruturao Urbana, descritas no Captulo IV do Ttulo I, a seguir.
CA PTULO IV
Do Plano de Estruturao Urbana
Art. 12 -

Considera-se Plano de Estruturao Urbana a definio de uma poltica de afir mao de

diretrizes para o planejamento e o futuro da cidade, estabelecendo metas a curto e a longo prazos,
objetivando viabiliz ar o desenvolvimento da comunidade nos aspectos fs icos, ambientais e sociais .
Pargrafo nico - Conforma, ainda, o Plano de Estruturao Urbana a indicao de um
elenco de intervenes estruturantes e respectivos projetos que, somados e implantados,
numa hierarquia temporal de complementariedade, devero, ao final de sua implementao,
configurar o perfil desejado para a Cidade do Crato e os demais distritos do municpio.
Seo I
Das Diretrizes Gerais
Art. 13 - A implementao do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Municpio do
Crato observar as diretrizes gerais e polticas traadas nos seus dois componentes: Plano
Estratgico e Plano de Estruturao Urbana.
1 - Constituem diretrizes bsicas para o futuro uso do solo:
I-

estabelecer o zoneamento do uso do solo atravs de uma estrutura policntrica, com


uso misto e incremento de densidade;

II -

incentivar a permanncia e o incremento da moradia na Zona Central;

III -

apoiar a configurao de limites fsicos de Unidades de Vizinhana, considerando um


raio de caminhabilidade mdio de 600,00m, a partir de seu centro;

IV -

criar um sistema troncal de vias para priorizar a ligao entre os centros das
Unidades de Vizinhana atravs de transporte coletivo e ciclovias;

12

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

V-

garantir para as Unidades de Vizinhana a coexistncia de atividades de moradia,


trabalho, comrcio, lazer e a acessibilidade aos servios pblicos, alm dos
equipamentos de segurana, sade e educao;

VI -

configurar nas Unidades de Vizinhana as atividades de convergncia em torno de


um espao pblico central, cujo principal foco a estao de transporte pblico;

VII -

descentralizar o trabalho industrial em ncleos eqidistantes em relao maioria


das Unidades de Vizinhana;

VIII -

evitar a expanso dos limites urbanizados da cidade e controlar seu crescimento


atravs da ocupao dos vazios urbanos disponveis e do incremento da densidade;

IX -

criar atratividades de desenvolvimento na zona urbana existente para conter a


transferncia de atividades urbanas para as margens do futuro contorno rodovirio;

X-

manter as reservas de espao natural, como reas no urbanizveis, na zona


situada entre a rea urbana e o contorno rodovirio;

XI -

promover a urbanizao moderada s margens de alguns recursos hdricos,


ressalvadas suas faixas de proteo, objetivando dar-lhes a conformao de parques
urbanos;

XII -

criar uma rede de espaos de conviv ncia e lazer nas Unidades de Vizinhana e distritos;

XIII -

ordenar os novos usos das margens da Rodovia CE-292 no seu trecho urbano;

XIV -

favorecer e estreitar as relaes com os municpios limtrofes, particular mente com


os Munic pios de Juazeiro do Norte e Barbalha, criando uma continuidade de usos e
padres de urbanizao;

XV -

estabelecer medidas disciplinadoras para o uso do solo, no sentido de conter o


processo de degradao ambiental das reas marginais dos Rios Batateiras,
Granjeiro e Saco, bem como dos Riachos das Piaba e Constantino;

XVI -

considerar a realidade de conurbao com o Munic pio de Juazeiro do Norte,


ordenando o processo j existente de ligao fsica, de forma contgua, contendo a
disperso e adensamento da faixa ao longo da CE-292 a fim de preservar o equilbrio
social e econmico do municpio;
13

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

XVII - conter o espraiamento do desenvolvimento urbano, evitando a expanso desordenada


dos limites da rea urbana;
XVIII - promover aes que visem a preservao e recuperao ambiental da Chapada do
Araripe, ordenando o seu uso, em estreita articulao com os demais munic pios da
regio;
XIX -

promover aes que visem a preservao, recuperao e tombamento do patrimnio


arquitetnico da zona central, inclusive ordenando a transformao de seus usos
quando essa se mostrar necessria e conveniente para seu proprietrio e para os
cidados em geral;

XX -

promover a proteo do patrimnio histrico e cultural.

2 - Constituem polticas bsicas de transporte e acessibilidade:


I-

criar junto ao sis tema troncal uma trilha de ciclovias e caminhos para pedestres,
conectando as Unidades de Vizinhana entre si e essas aos espaos centrais da cidade;

II -

implantar sistema de transporte pblico de alta acessibilidade, ligando as Unidades de


Vizinhana entre si e essas aos equipamentos centrais de uso comum;

III -

incentivar a construo de um conjunto de estacionamentos em reas privadas,


acessveis ao novo sistema troncal e prximos rea central;

IV -

criar uma malha de caminhos para pedestres na zona central, a partir da reduo do
trfego de veculos e do alargamento de alguns passeios e arborizao desses espaos;

V-

implantar rgo gestor do planejamento e operao dos transportes, para coordenar


institucionalmente sua gerncia, na forma a ser estabelecida mediante regulamento;

VI -

incentivar o uso do transporte pblico em toda a sua plenitude atravs da criao de


rotas eficazes e paradas racionais;

VII - implantar um sistema de anis virios para o desvio das cargas da rea central e para
garantir maior fluidez ao trfego.
3 - Constituem diretrizes bsicas quanto ao desenho urbano:
I-

criar paisagens urbanas renovadas para os centros das Unidades de Vizinhana;


14

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

II -

estabelecer critrios mais rgidos para aprovao de projetos, com vistas a obter
melhor qualidade arquitetnica das futuras construes;

III -

estabelecer critrios locais para preservao do acervo histrico e cultural edificado da


zona central;

IV -

prover as reas abertas e futuros parques com mobilirio urbano e amenidades com
boa qualidade de desenho;

V-

determinar que as novas Unidades de Vizinhana devero ter, preponderantemente,


construes trreas, podendo, entretanto, ser permitidas construes de at trs
pavimentos de moradia superpostos a um pavimento trreo com atividade de comrcio
no centro da Unidade de Vizinhana, e, em zonas espec ficas, podero ser per mitidas
construes de at 18 pavimentos, ressalvadas as hipteses previstas nesta Lei;

4 - Constituem polticas bsicas quanto habitao e ao desenvolvimento da


comunidade:
I-

assegurar polticas e programas para criar e adaptar as Unidades de Vizinhana como


padro de unidade de planejamento das comunidades urbanas, com diversidade e
condies de vida saudvel para todos os seus residentes e configuradas com no
mximo 12.000 habitantes;

II -

definir como elemento aglutinador dos componentes do centro da Unidade de


Vizinhana o espao pblico convergente na escala da comunidade;

III -

estabelecer que o centro da Unidade de Vizinhana ser o ponto focal da


convergncia da comunidade, equipado com comrcio, servios e oportunidades
locais de trabalho, e que a conexo do transporte pblico, ciclovias e calades para
pedestres com o conjunto das Unidades de Vizinhana ser feita atravs de estaes
localizadas no mes mo;

IV -

estabelecer que as Unidades de Vizinhana devero utilizar o modelo de uso misto,


com alta densidade no ncleo central e densidade decrescente no sentido da periferia;

V-

assegurar que a prestao de servios de sade populao deva ser realizada mediante
sistema composto de vrias unidades, artic uladas entre si e vinculadas ao Sistema nico
de Sade, SUS, para atendimento harmnico e abrangente comunidade;

15

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

VI -

estabelecer que cada Unidade de Vizinhana dever dispor, obrigatoriamente, de


servio de atendimento primrio de sade capaz de realizar atividades de promoo,
preveno e recuperao, que sero desenvolvidas por mdicos generalistas e
demais profissionais da rea de sade;

VII - estabelecer que a prestao de servios educacionais populao deva ser realizada
mediante sistema composto por vrios estabelecimentos de diferentes graus de
ensino, articulados entre si para o atendimento har mnico e abrangente das
necessidades da populao infanto-juvenil.
VIII - Estabelecer polticas de promoo das atividades culturais e de lazer da comunidade.
5 - Constituem polticas bsicas de natureza ambiental:
I-

disciplinar o uso do solo, do subsolo, da gua e do ar;

II -

incrementar, por parte do poder pblico, o planejamento e fiscalizao do uso dos


recursos ambientais;

III -

proteger os ecossistemas, com a preservao de reas representativas, atravs da


criao de novas unidades de preservao ou conservao;

IV -

identificar e controlar as atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

V-

incentivar o estudo e a pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a


proteo dos recursos ambientais;

VI -

proteger reas ameaadas de degradao e recuperar reas degradadas;

VII - exigir a realizao de estudo de impacto ambiental das atividades, obras ou


empreendimentos causadores de significativa degradao ou poluio ambiental;
VIII - estabelecer padres locais de qualidade ambiental, desde que mais restritivos aos
estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente, CONAMA;
IX -

criar instrumentos de auto-sustentabilidade das unidades de preservao e


conservao ambiental institudas pelo poder pblico;

X-

instituir e oferecer o necessrio suporte logstico ao pleno funcionamento do Conselho


Municipal de Defesa do Meio Ambiente, COMDEMA;
16

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

XI -

criar um sistema de parques, com urbanizao para caminhadas e ciclovias;

XII - preservar os ambientes naturais sensveis, evitando urbanizaes inadequadas e


mantendo as drenagens naturais;
XIII - promover a recuperao das reas naturais dos recursos hdricos, iniciando-se com o
Rio Batateiras, de forma a remover os usos inadequados e criar uma via paisagstica
para melhorar a acessibilidade e o uso seguro por parte da populao;
XIV - promover a urbaniz ao e o tratamento pais agstic o do trecho canalizado do Rio Granjeir o.
6 - Constituem polticas bsicas de infra-estrutura e servios pblicos:
I-

assegurar que todas as reas da cidade sejam servidas por infra-estrutura de servios,
de forma a garantir uma melhor qualidade de vida s Unidades de Vizinhana;

II -

criar um conjunto de servios recreacionais e oportunidades para promover servios


igualitariamente acessveis a todos os residentes;

III -

criar alternativa adequada para destinao final do lixo atravs de sistemas mistos de
aterros sanitrios controlados e implantao gradativa de coleta seletiva e reciclagem
de materiais;

IV -

expandir as redes de infra-estrutura bsica (redes de abastecimento de gua,


esgotamento sanitrio, energia eltrica e telefonia), com nfase para os sistemas de
abastecimento de gua e esgotamento sanitrio, ajustando os programas de expanso
com os de desenvolvimento e consolidao das Unidades de Vizinhana;

V-

integrar as polticas de drenagem urbana e meio ambiente;

VI -

proceder integrao rodoviria interdistrital e operacionalizao de sistema de


transporte coletivo regular por nibus ou similar, articulando a rede de distritos do
municpio entre si;

VII - implantar equipamentos comunitrios de carter multifuncional e estimuladores da


organizao comunitria;
VIII - estruturar programas e ambientes propcios capacitao para o trabalho, educao
profissionalizante e desenvolvimento de atividades produtivas e tursticas no
predatrias nas Unidades de Vizinhana;
17

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

IX -

estimular a implantao gradual da rede hierarquizada de equipamentos de sade,


educao, cultura e esportes na sede municipal e nos distritos;

X-

estimular a parceria com os munic pios limtrofes, em especial com Juazeiro do Norte
e Barbalha, objetivando a criao de consrcios em alguns setores de servios
pblicos e infra-estrutura bsica.

7 - Constituem polticas bsicas de consolidao e integrao da rede de distritos:


I-

consolidar o centro do distrito como ponto focal da convergncia da comunidade;

II -

expandir as redes de infra-estrutura bsica, com nfase especial para os sistemas de


abastecimento de gua e esgotamento sanitrio;

III -

proceder ao ordenamento urbanstico bsico das sedes distritais, objetivando sua


requalificao para futuras expanses;

IV -

estabelecer critrios locais para preservao do acervo histrico e cultural edificado


nos distritos;

V-

garantir condies para que no distrito possa ocorrer a coexistncia de atividades de


moradia, trabalho, comrcio, lazer e a acessibilidade aos servios pblicos, alm dos
equipamentos de segurana, sade e educao.

VI -

estruturar programas e ambientes propcios capacitao para o trabalho, educao


profissionalizante e desenvolvimento de atividades produtivas e tursticas no
predatrias nos distritos;

VII - preservar os ambientes de natureza sensvel;


VIII - criar e complementar as redes de infra-estrutura bsica, incluindo saneamento bsico
simplificado e gua com o respectivo tratamento;
IX -

fomentar a criao de centrais comunitrias de comunicao e cidadania nos centros


convergentes das sedes;

X-

estruturar programas de atendimento sade, educao, prticas de esportes e lazer


comunitrio e a preservao das razes populares das comunidades distritais;

XI -

implantar e operacionalizar sistemas simplificados de coleta e destinao final de lixo.


18

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

TTULO II
DO PLANO DIRET OR DE DESENVOLVIMENT O URBANO
CA PTULO I
Da Definio e dos Objetivos
Art. 14 -

O Plano Diretor de Desenvolv imento Urbano, instrumento bsico da poltica municipal de

desenvolvimento e ordenamento da expanso urbana, tem como objetivos especficos:


I-

realizar o pleno desenvolvimento das funes sociais da cidade e da propriedade e


garantir, ainda, o uso socialmente justo e ecologicamente equilibrado de seu territrio,
de forma a assegurar o bem-estar dos seus habitantes;

II -

estimular a expanso do mercado de trabalho e das atividades produtivas a partir de


um planejamento estratgico;

III -

distribuir as locaes de servios e equipamentos com eqidade e alto grau de


acessibilidade;

IV -

promover a qualificao urbana pela busca de estabilizao das Unidades de


Vizinhana e suas contigidades;

V-

considerar a compactao das Unidades de Vizinhana e o uso mltiplo como formas


mais econmicas de melhor utilizar a infra-estrutura, relacionando densidade com
custos;

VI -

preservar, conservar e recuperar o patrimnio ambiental do municpio, respeitando as


reas verdes, protegendo reas agrcolas no permetro urbano e, sempre que possvel,
viabilizando a convivncia de reas urbanizadas com reas naturais acessveis dentro
de toda a regio urbanizada;

VII - preservar, conservar e recuperar as reas e edificaes de valor histrico, cultural,


paisagstico e natural;
VIII - disciplinar a ocupao e o uso do solo, compatibilizando-os com o meio ambiente e a
infra-estrutura disponvel;
IX -

estabelecer estratgias de ao que integrem os esforos institucionais, tendo como


centro a gesto da qualidade de vida e o estabelecimento de polticas pblicas de
19

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

gesto urbana integradas com as polticas nacional e estadual de meio ambiente e


gesto dos recursos hdricos;
X-

promover uma gesto urbana integrada com a gesto ambiental, buscando-se sempre
modelos institucionais que articulem o poder pblico com os segmentos organizados
da sociedade civil;

XI -

garantir a participao de deficientes e idosos, atravs de seus movimentos


representativos, nas atividades pertinentes ao acompanhamento e implementao do
plano diretor;

XII - exigir, quando da liberao de toda e qualquer obra pblica ou privada, a observncia
das necessidades e dos direitos das pessoas deficientes ao acesso e uso de
ambientes e equipamentos adaptadas s suas limitaes.
CA PTULO II
Dos Instrumentos de Operacionalizao
Art. 15 - Constituem instrumentos de operacionalizao do Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano, sem prejuzo de outros previstos na legislao municipal, estadual e federal
pertinentes:
I-

II -

INSTRUMENTOS INSTITUCIONA IS:


a)

Conselho Municipal do Plano Diretor;

b)

Conselho Municipal de Defesa do Meio A mbiente, COMDEMA;

c)

Sistema Integrado de Planejamento Municipal.

DOS INSTRUMENTOS URBANSTICOS / AMBIENTA IS:


a)

Estudo de Impacto Ambiental, EIA e respectivo Relatrio de Impacto Ambiental,


RIMA;

b)

Programa de For mao de Estoque de Terras;

c)

Desapropriao, nos termos do art. 182, pargrafo 4, inciso III da Constituio


Federal combinado com o art. 296 da Constituio do Estado do Cear;

d)

Tombamento.
20

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

III -

DOS INSTRUMENTOS TRIBUTRIOS / FINANCEIROS:


a)

Incentivos Fiscais;

b)

Imposto Progressivo;

c)

Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano.


Seo I
Dos Instrumentos Institucionais
Subseo I
Do Conselho Municipal do Plano Diretor

Art. 16 - O Conselho Municipal do Plano Diretor o rgo de deliberao superior e de


assessoramento ao Poder Executivo, com atribuio bsica de analisar e propor medidas de
efetivao da poltica urbana, bem como verificar o cumprimento das diretrizes expressas no
Plano Diretor.
Art. 17 - A composio, organizao e as normas de funcionamento do conselho sero
regulamentadas no prazo de 30 (trinta) dias aps a edio desta Lei, observando-se como
regra bsica que de sua composio devero integrar representantes de rgos/entidades
governamentais e no governamentais, observada a necessria paridade.
1 - As deliberaes do conselho, no mbito de sua competncia, devero ser
consideradas como resolues, podendo, em situaes especiais, assumir carter
deliberativo, o que dever ser objeto de regulamentao.
2 - Consideram-se organizaes no-governamentais, para os efeitos desta Lei:
I-

as associaes de bairros ou moradores que tenham por finalidade estatutria


promover ou defender os interesses comunitrios locais;

II -

as entidades que tenham sido declaradas de utilidade pblica municipal;

III -

as entidades cujos estatutos estejam devidamente registrados na forma da lei civil e


com atas da eleio das diretorias devidamente autenticadas.

Art. 18 - Compete ao Conselho Municipal do Plano Diretor:

21

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

I-

promover a aplicao e fiscalizar o cumprimento da legislao municipal referente ao


Plano Diretor, estabelecendo, quando solicitado, a interpretao uniforme e adequada
dos dispositivos legais pertinentes;

II -

opinar sobre os projetos de lei, decretos e demais atos regulamentares necessrios


atualizao e complementao da presente Lei;

III -

opinar sobre propostas de alteraes dos padres urbansticos;

IV -

opinar sobre a programao de investimentos anual e plurianual dos instrumentos de


planejamento municipal;

V-

promover a integrao das atividades de planejamento urbano municipal atinentes ao


desenvolvimento estadual e regional;

VI -

promover as atividades de planejamento urbano, acompanhando a sua execuo,


em especial quando do estabelecimento, atualizao per manente e reviso
peridica:
a) da ordenao do uso do solo, da ocupao e do parcelamento do solo urbano; e
b) da definio das prioridades governamentais.

VII - promover um canal de comunicao efetivo entre o Poder Executivo e os cidados no


que tange execuo da poltica urbana;
VIII - baixar normas de sua competncia, necessrias execuo e implementao da
poltica urbana do munic pio;
IX -

determinar, quando julgar necessrio, a realizao de estudos sobre alternativas e


possveis conseqncias urbanstico / ambientais de projetos pblicos ou privados,
com vistas adequao dos mesmos s diretrizes constantes nesta Lei;

X-

submeter, por intermdio do Secretrio de Planejamento do Munic pio, apreciao


do Chefe do Poder Executivo as propostas referentes concesso de incentivos e
benefcios fiscais e financeiros, visando melhor ia da qualidade urbana;

XI -

apreciar os projetos de urbanizao e de equipamentos urbanos que venham a causar


significativo impacto ambiental em estreita articulao com o Conselho Municipal de

22

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

Defesa do Meio A mbiente, COMDEMA, e respectivos rgos executivos da gesto


ambiental e urbana no munic pio;
XII - exercer outras atividades que lhe venham a ser conferidas por lei.
Subseo II
Do Conselho Municipal de Defesa do Meio Am biente
Art. 19 - O Conselho Municipal de Defesa do Meio A mbiente, COMDEMA, constitui rgo
consultivo e deliberativo, no mbito de sua competncia, integrante dos Sistemas Nacional e
Estadual do Meio A mbiente, competindo-lhe, especialmente:
I-

propor diretrizes para a poltica municipal de meio ambiente;

II -

estimular e acompanhar o inventrio dos bens que devero constituir patrimnio


ambiental (natural, tnico e cultural) do munic pio;

III -

propor o mapeamento das reas crticas e a identificao das obras ou atividades


utilizadoras

de recursos

ambientais, consideradas

efetiva ou potencialmente

poluidoras;
IV -

estudar, definir e estabelecer, mediante resoluo, padres de qualidade


ambiental;

V-

promover e colaborar na execuo de programas intersetoriais de proteo ambiental


do munic pio;

VI -

propor e acompanhar os programas de educao ambiental;

VII - manter intercmbio com as entidades pblicas e privadas de pesquisa com atuao na
rea ambiental;
VIII - identificar e representar junto aos rgos competentes as agresses ambientais
ocorridas no munic pio;
IX -

convocar audincias pblicas, quando necessrio;

X-

exigir, para instalao de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa


degradao do meio ambiente, o Estudo Prvio de Impacto Ambiental, a que se dar
publicidade.
23

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

Subseo III
Do Sistem a Integrado de Planejamento Municipal
Art. 20 -

Fica institudo o Sistema Integrado de Planejamento Municipal, constitudo por rgos e

entidades da administrao municipal, direta, indireta e fundacional, bem como o rgo colegiado e
as comisses institudas no mbito do municpio, com a seguinte estrutura bsic a:
I-

rgo Superior Conselho Municipal do Plano Diretor;

II -

rgo Central Secretaria de Planejamento do Munic pio;

III -

rgos / Entidades Seccionais rgos, entidades ou comisses especficas institudas


no mbito da Administrao Pblica Municipal, cujas atividades estejam associadas,
direta ou indiretamente, implementao da poltica urbana e das diretrizes expressas
no Plano Diretor.

Art. 21 - Fica autorizado o Chefe do Poder Executivo Municipal a criar e implantar na estrutura
organizacional da Secretaria de Planejamento do Municpio uma unidade responsvel pelo
acompanhamento e gerncia do Plano Diretor.
Art. 22 - O Conselho Municipal do Plano Diretor, como rgo superior do Sistema de
Planejamento Municipal, poder constituir comisses permanentes ou temporrias, para
acompanhar a execuo do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano.
Pargrafo nico - Fica, de logo, instituda a Comisso Permanente de Avaliao do Plano
Diretor, qual compete, em especial, acompanhar a execuo do plano e avaliar,
sistematicamente, a legislao pertinente, no sentido de propor as alteraes e revises
necessrias.
Art. 23 - A estrutura, composio e normas de funcionamento da comisso a que se refere o
artigo anterior sero objeto de regulamentao no prazo de 30 (trinta) dias, competindo-lhe,
especialmente, elaborar termos de referncia e cronogramas de desenvolvimento e
acompanhamento dos seguintes planos diretores setoriais:
I-

saneamento bsico;

II -

drenagem;

III -

transporte;
24

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

IV -

habitao;

V-

meio ambiente;

VI -

cincia e tecnologia;

VII - educao e cultura;


VIII - sade; e
IX -

desporto, lazer e turismo.

Art. 24 - A operacionalizao do Sistema Municipal de Planejamento Urbano far-se- atravs


da articulao com os rgos federais, estaduais e municpios limtrofes, no sentido de
compatibilizar os planos, programas e projetos de interesse comum.
Pargrafo nico - Os programas, projetos e aes de iniciativa dos governos federal e
estadual, no mbito do territrio do munic pio, devero compatibilizar-se com as diretrizes do
Plano Estratgico e Plano de Estruturao Urbana, ambos integrantes do Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano.
Art. 25 - Os dados e informaes necessrios avaliao e adequao das diretrizes e metas
do plano de desenvolvimento do munic pio sero agrupados em um sistema de informaes,
devendo todos os rgos que compem o Sistema Integrado de Planejamento alimentar a
formao de um banco de dados, que subsidiar uma constante e per manente avaliao das
aes empreendidas, funcionando, ainda, como relevante instrumento de democratizao e
transparncia da gesto urbana.
Seo II
Dos Instrumentos Urbansticos / Am bientais
Subseo I
Do Estudo Prvio de Impacto Ambiental
Art. 26 -

Depender de Estudo Prvio de Impacto Ambiental, elaborado por profis sionais

habilitados, a implantao de ativ idades, obras ou empreendimentos, pblicos ou priv ados, que
possam vir a representar uma excepcional sobrecarga na capacidade de infra-estrutura urbana dos
centros de Vizinhana, ou ainda possam vir a provocar danos ao ambiente natural ou construdo.
Pargrafo nico - O estudo a que se refere o "caput" deste artigo exigvel nos ter mos da
Constituio Federal e a do Estado do Cear e da Lei Orgnica do Municpio para instalao
25

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

de obra, atividade ou empreendimento causador de significativa degradao / poluio do


meio ambiente.
Art. 27 - O Estudo Prvio de Impacto Ambiental dever conter a anlise dos impactos
causados pela obra ou empreendimento, considerando, dentre outros, os seguintes aspectos:
I-

as diretrizes e metas traadas no Plano Estratgico e Plano de Estruturao Urbana;

II -

os padres de uso e ocupao do solo nos centros de Vizinhana;

III -

a compatibilizao da obra ou empreendimento com as propostas de intervenes e


projetos estruturantes que integram o PDDU.

Art. 28 - O Estudo Prvio de Impacto A mbiental ser apreciado pelos Conselhos Municipais
do Plano Diretor e de Defesa do Meio A mbiente, que podero recomendar ou no a aprovao
da obra, atividade ou empreendimento e, ainda, exigir do empreendedor, s suas expensas,
todas as obras e medidas atenuantes e compensatrias dos impactos previsveis.
1 -

O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, COMDEMA, normatizar mediante

resoluo, a partir de proposta tcnic a do Conselho Municipal do Plano Diretor, os critrios


bsic os e diretriz es gerais para uso e implementao da avaliao do impacto ambiental urbano.
2 - Compete ao rgo ambiental municipal, ouvidos os rgos competentes da Unio e/ou
do Estado, quando couber, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de
impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal
ou convnio, observado o disposto na legis lao federal e estadual vigentes, em especial nas
Resolues Nos 001/86 e 237/97, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, CONAMA.
Subseo II
Do Program a de Form ao de Estoque de Terras
Art. 29 - Fica institudo o Programa de For mao de Estoque de Terras, de acordo com o
disposto nesta Lei e no que vier a ser disciplinado por regulamentao prpria.
Art. 30 - O Poder Executivo dever implementar um programa de municipalizao de terras
que objetivar a aquisio progressiva de reas da Cidade do Crato atravs de per mutas,
transferncias, compras e desapropriaes.
Art. 31 - O programa destinar-se-, preferencialmente:
26

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

I-

implementao da poltica municipal de desenvolvimento urbano, principalmente


implantao de programas habitacionais e equipamentos de carter social;

II -

implementao de projetos referentes ao programa de municipalizao de terras;

III -

a outros programas e projetos que atendam funo social da cidade, a exemplo de


assentamentos populares.

Art. 32 - Anualmente o Chefe do Poder Executivo Municipal elaborar a proposta de


investimentos do Programa de For mao de Estoque de Terras, observado o seguinte:
I-

ser dado amplo conhecimento sociedade civil da proposta mencionada neste artigo
atravs de publicao em jornal de grande circulao e divulgao pelos demais
meios de comunicao;

II -

o programa de investimento dever ser previamente aprovado pelo Conselho


Municipal do Plano Diretor.

Art. 33 - O direito real de uso ser individualizado, preservando formas coletivas de titulao e
organizao do espao territorial.
Art. 34 - A urbanizao do espao coletivo ficar a cargo da municipalidade.
Art. 35 - A concesso de direito real de uso resolver-se- antes de seu termo, em favor da
Administrao, se o beneficirio transferir, transmitir, ceder o imvel a terceiros, a qualquer
ttulo, ou tornar-se proprietrio de outro imvel.
Art. 36 -

O Poder Pblico Municipal, por deliberao do Conselho Municipal do Plano Diretor,

poder ceder reas para fins especficos de projetos de habitao coletiva, especialmente para:
I-

cooperativas habitacionais;

II -

sindicatos de trabalhadores.
Subseo III
Do Tom bamento

Art. 37 - O tombamento constitui limitao administrativa e de disponibilidade a que esto


sujeitos os bens integrantes do patrimnio ambiental, histrico, paisagstico e cultural do
municpio, cuja conservao e proteo sejam de interesse pblico.
27

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

Art. 38 - Constitui o patrimnio ambiental, histrico, paisagstico e cultural do munic pio o


conjunto de bens imveis existentes em seu territrio e que, por sua vinculao a fatos
pretritos memorveis e a fatos atuais significativos, ou por seu valor sociocultural, ambiental,
histrico, cientfico, esttico, paisagstico ou tur stico, seja de interesse pblico proteger,
preservar e conservar.
1 - Os bens, referidos no "caput" deste artigo, passaro a integrar o patrimnio histrico
e sociocultural mediante a sua inscrio, conjunta ou isoladamente, no Livro de Tombo.
2 - Equiparam-se aos bens referidos neste artigo e so tambm sujeitos a tombamento
os monumentos naturais, bem como os stios e paisagens naturais que importem conservar
e proteger pela feio notvel com que tenham sido dotados pela natureza.
Art. 39 - Consideram-se edificaes, obras e monumentos naturais de interesse de
preservao aquelas que se constiturem em elementos representativos do patrimnio ambiental
urbano do municpio pelo seu valor histrico, cultural, social, funcional, tcnico ou afetivo.
1 -

A identif ic ao das edif ic aes, obras e dos monumentos naturais de interesse de

preservao ser feita pelo Conselho Municipal do Plano Diretor, mediante os seguintes critrios:
I-

historicidade relao da edificao com a histria social local;

II -

caracterizao arquitetnica estilo arquitetnico de deter minado per odo histrico;

III -

situao em que se encontra a edificao necessidade ou no de reparos;

IV -

representatividade exemplares significativos dos diversos estilos arquitetnicos e


perodos de urbanizao;

V-

raridade arquitetnica apresentao de formas valorizadas, porm, com ocorrncia


pouco comum;

VI -

valor cultural qualidade que confere edificao permanncia na memria coletiva;

VII - valor ecolgico relao existente entre os diversos elementos naturais biticos e
abiticos e sua significncia;
VIII - valor paisagstico qualidade visual de elemento natural de caractersticas mpares;
IX -

nvel de interesse do bem tombado se municipal, estadual ou federal.


28

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

2 - O projeto arquitetnico de restaurao ou reforma das edificaes identificadas de


interesse de preservao dever ser submetido, previamente, ao exame da Secretaria
Municipal de Planejamento, para parecer tcnico, e posterior encaminhamento ao Conselho
Municipal do Plano Diretor, para avaliao final.
3 -

No ser permitida a utiliz ao de perfis metlicos ou placas similares que encubram

quais quer elementos das fachadas das edif ic aes identif icadas como de interesse de preservao.
Art. 40 - Os bens tombados devero ser conservados e em nenhuma hiptese podero ser
demolidos, destrudos ou mutilados.
1 - As

obras

de restaurao somente

podero ser

inic iadas

mediante

prvia

comunicao / aprovao do Conselho Municipal do Plano Diretor e comunicao / autoriz ao


obrigatria do Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional, IPHAN.
2 - Dependendo do grau de interesse, o projeto arquitetnico ou urbanstico dever ser
submetido anlise pelo rgo estadual ou federal competente.
3 - A requerimento do proprietrio, possuidor ou detentor, que comprovar insuficincia
de recursos para realizar as obras de conservao ou restaurao do bem, o Poder Pblico
Municipal poder assumir esse nus.
4 - Sem prvia consulta ao Conselho Municipal do Plano Diretor, no poder ser
executada qualquer obra nas proximidades do imvel tombado que lhe possa impedir ou
reduzir a visibilidade ou que no se har monize com o aspecto esttico, arquitetnico ou
paisagstico do bem tombado.
5 - A vedao supra estende-se colocao de cartazes, painis de propaganda,
anncios, tapumes ou qualquer outro objeto de empachamento.
Seo III
Dos Instrumentos Tributrios / Financeiros
Subseo I
Dos Incentivos Fiscais
Art. 41 - O munic pio poder conceder incentivos fiscais, sob a forma de iseno ou reduo
de tributos municipais, com vistas proteo do ambiente natural, das edificaes de interesse
de preservao e dos programas de valorizao do ambiente urbano.
29

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

1 - As edificaes de que trata o "caput" deste artigo podero gozar, nos termos da
legislao tributr ia municipal, de iseno dos respectivos impostos prediais, desde que as
mes mas sejam mantidas em bom estado de conservao, comprovado atravs de vistorias
realizadas pelos rgos municipais competentes.
2 - Os proprietrios dos imveis tombados ou que estiverem sujeitos s restries
impostas pelo tombamento vizinho gozaro de iseno ou reduo nos respectivos impostos
predial e territorial de competncia do munic pio
Subseo II
Do Im posto Progressivo
Art. 42 - O imposto progressivo de que trata o art. 182, 4, inciso II da Constituio Federal
combinado com o art. 296 da Constituio Estadual, incidir sobre terrenos no edificados ou
subutilizados ou no utilizados.
Art. 43 - O imposto progressivo no incidir sobre terrenos de at 250,00m (duzentos e
cinqenta metros quadrados), cujos proprietrios no possuam outro imvel.
Art. 44 - Lei de iniciativa do Poder Executivo regulamentar o imposto progressivo, dispondo,
dentre outros aspectos, sobre:
I-

identificao dos terrenos, nas respectivas Unidades de Vizinhana, que no cumprem


a funo social da propriedade e que esto em desacordo com a proposta de
estruturao e adensamento do Plano Diretor;

II -

alquotas;

III -

formas de aplicao, contendo:


a)

clculo do valor a ser pago;

b)

forma de pagamento;

c)

penalidades.
Subseo III
Do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano

Art. 45 - Fica institudo o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, vinculado Secretaria


30

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

Municipal pertinente, destinado aplicao de recursos para o desenvolvimento econmico,


social e cultural do munic pio, mediante a execuo de programa de financiamento aos setores
produtivos, em consonncia com as linhas do Plano Estratgico e diretrizes gerais e setoriais
do Plano de Estruturao Urbana, que integram esta Lei.
Art. 46 - Os recursos do fundo destinam-se a oferecer suporte financeiro implementao
dos objetivos, programas e projetos estruturantes definidos por esta Lei, devendo sua
destinao estar especif icada na proposta oramentria do municpio, e sua aplicao dever
ser feita, prioritariamente, na execuo dos programas de urbanizao e de obras de
infra-estrutura bsica nos centros de Vizinhana com maior carncia desses servios.
Art. 47 - Constituem receitas do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano:
I-

dotaes oramentrias do municpio;

II -

recursos resultantes de doaes, contribuies em dinheiro, valores, bens mveis e


imveis que venha a receber de pessoas fsicas ou jurdicas;

III -

rendimentos de qualquer natureza que venha a auferir como remunerao decorrente


de aplicaes de seu patrimnio;

IV -

outras, destinadas por lei.

Art. 48 - Dentro de 60 (sessenta) dias, a contar da publicao desta Lei, o Poder Executivo
regulamentar o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, fixando as normas para
obteno e distribuio de recursos, assim como as diretrizes e os critrios para sua aplicao.
TTULO III
DAS Z ONAS DE PLANEJAMENTO
Art. 49 - O zoneamento urbanstico compreende a diviso do espao territorial do municpio,
objetivando possibilitar a vinculao da poltica urbana s normas de uso e ocupao do solo,
visando a uma distribuio social mais eqitativa dos custos e benefcios da urbanizao, na
forma a ser definida na Lei de Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo.
Pargrafo nico - Na definio das Zonas de Planejamento devero ser respeitados os
seguintes princpios:

31

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

I-

atendimento da funo social da propriedade e da cidade, entendida como o uso


socialmente justo e ecologicamente equilibrado do espao urbano;

II -

do direito cidadania, entendido como aquele garantidor da participao dos


habitantes da cidade na ordenao do seu territrio, assim como o acesso s
condies de vida urbana digna e ao usufruto de um espao culturalmente rico e
diversificado.

Art. 50 - O uso e ocupao do solo urbano nas diferentes zonas respeitaro os seguintes
princpios:
I-

atender a funo social da propriedade, com a subordinao do uso e ocupao do


solo ao interesse coletivo;

II -

proteger o meio ambiente e o patrimnio cultural como condicionamento da ocupao


do solo;

III -

conter o espraiamento do desenvolvimento urbano, evitando que a cidade dilate o seu


raio de rea urbana;

IV -

incrementar a acessibilidade da populao em suas atividades quotidianas com


relao ao trabalho, aos servios sociais, s infra-estruturas, ao lazer e ao comrcio;

V-

preservar e realar o patrimnio arquitetnico de importncia histrica, articulado com


o processo de tombamento, com o redesenho dos espaos pblicos circundantes;

VI -

reordenar os espaos pblicos naturais e urbanizados, no sentido de favorecer


convivncia da populao com vrios raios de alcance, de acordo com a escala, desde
a Vizinhana at os espaos centrais;

VII - preservar os espaos naturais de natureza sensvel e drenagem natural;


VIII - facilitar circulao de pedestres e bicicletas, satisfazendo as necessidades de
circulao da maioria da populao, configurando o perfil da cidade saudvel;
IX -

criar uma forma de desenvolvimento urbano para a cidade, no sentido de controlar o


seu crescimento, baseado numa espacialidade orgnica, atravs de um sistema
articulado e gradativo de Unidades de Vizinhana que podero acomodar
comunidades de at 12.000 habitantes.
32

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

Art. 51 - As zonas sero delimitadas por vias, logradouros pblicos, acidentes topogrficos,
recursos hdricos e diviso de lotes, sempre que possvel.
Art. 52 -

Em cada zona haver usos de solo permitidos, tolerados, permissveis e proibidos.


TTULO IV
DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAO DO SOLO
CA PTULO I
Das Disposies Gerais

Art. 53 - O Plano de Estruturao Urbana contempla a definio de polticas bsicas de uso e


ocupao do solo, dentre as quais destacam-se:
I-

estabelecer as formas de parcelamento do solo, de modo a orientar o processo de


urbanizao, a integrao da malha viria e o direcionamento dos investimentos
pblicos em infra-estrutura e equipamentos urbanos;

II -

controlar o uso e ocupao do solo, buscando equilbrio na utilizao dos espaos e


compatibilizando a intensidade de uso do solo com a oferta de servios;

III -

estabelecer parmetros de densidades populacionais possveis e desejveis em cada


centro de Vizinhana, sempre considerando a capacidade dos equipamentos sociais,
rede viria, transporte e infra-estrutura;

IV -

reestruturar o zoneamento do uso do solo atravs de uma estrutura policntrica, com


uso misto e incremento de densidade;

V-

incentivar a permanncia e o incremento de moradia na Zona Central;

VI -

configurar nas Unidades de Viz inhana as atividades de convergncias coletiv as em torno


de um espao pblic o central, cujo principal ponto focal a estao de transporte pblic o;

VII - evitar a expanso dos limites urbanizados da cidade e controlar o seu crescimento,
atravs da ocupao dos vazios urbanos disponveis e do incremento da densidade.
Art. 54 - O parcelamento do solo para fins urbanos proceder-se- na forma desta Lei,
observadas os princpios, normas e diretrizes gerais insertas na Lei Federal N 6766, de 19 de
dezembro de 1979, alterada pela Lei Federal N 9785, de 29 de janeiro de 1999, na legislao
33

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

estadual pertinente, bem como nas polticas bsicas definidas no Plano de Estruturao
Urbana do munic pio.
Pargrafo nico - Para aprovao dos projetos de parcelamento do solo, pelo munic pio,
ser necessrio o exame e a anuncia prvia do Estado nas hipteses alinhadas no artigo
13 da Lei Federal N 6.766, de 19 de dezembro de 1979, e alteraes posteriores, sem
prejuzo da licena ambiental legalmente exigvel.
Art. 55 - O parcelamento do solo a subdiviso de glebas em lotes, com ou sem abertura de
novas vias, logradouros pblicos ou seus prolongamentos, podendo apresentar-se sob as
formas de loteamento e des membramento.
Art. 56 - Considera-se loteamento a subdiviso de gleba em lotes destinados edificao,
com abertura de novas vias de circulao, logradouros pblicos ou prolongamento, modificao
ou ampliao das vias existentes.
Art. 57 - Considera-se desmembramento a subdiviso de gleba em lotes destinados
edificao, com aproveitamento do sistema virio existente, desde que no implique a abertura
de novas vias e logradouros pblicos, nem no prolongamento, modificao ou ampliao dos j
existentes.
Art. 58 - Para efeito desta Lei, entende-se como gleba o terreno que ainda no foi objeto de
parcelamento, sob a forma de des membramento.
Art. 59 - Para efeito desta Lei, entende-se como lote o terreno servido de infra-estrutura
bsica, contido em uma quadra, com pelo menos uma divisa lindeira via oficial de circulao
de veculos, cujas dimenses atendam aos ndices urbansticos definidos pela Lei de
Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo urbano do municpio.
Art. 60 - Para preveno de possveis causas de degradao ambiental, ficam os loteamentos
sujeitos ao prvio licenciamento do rgo ambiental do Estado do Cear, nos ter mos do art. 11
da Lei Estadual N 11.411, de 20 de dezembro de 1987.
Art. 61 - Consideram-se infra-estrutura bsica os equipamentos urbanos de escoamento das
guas pluviais, iluminao pblica, redes de esgoto sanitrio, de abastecimento de gua
potvel e de energia eltr ica pblica e domiciliar e as vias de circulao, pavimentadas ou no.
Art. 62 - A percentagem de reas pblicas destinadas ao sistema de circulao,
implantao de equipamentos urbanos e comunitrios, bem como aos espaos livres de uso
34

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

pblico, no poder ser inferior a 40% (quarenta por cento) da gleba, ressalvada a hiptese
prevista no art. 4 da Lei Federal N 6766, de 19 de dezembro de 1979, alterada pela Lei
N 9785, de 29 de janeiro de 1999.
1 - As reas destinadas ao sistema de circulao, implantao de equipamento urbano
e comunitr io, bem como a espaos livres de uso pblico, sero proporcionais densidade
de ocupao previstas nesta Lei ou aprovadas por lei municipal para a zona especfica em
que se situa, em conformidade com a Lei do Sistema Virio Bsico.
2 - A Lei de Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo definir, para cada zona em que se
divide o territrio do municpio, os usos permitidos e os ndices urbansticos de
parcelamento e ocupao do solo, que incluiro, obrigatoriamente, as reas mnimas e
mximas de lotes e os coeficientes mximos de aproveitamento.
Art. 63 - Ao longo das guas correntes e dormentes e das faixas de domnio pblico das
rodovias, linhas de alta tenso eltrica, ferrovias e dutos, ser obrigatria a reserva de uma
faixa "non aedificandi" de 20,00m (vinte metros) de cada lado, salvo maiores exigncias da
legislao especfica.
Pargrafo nico - A faixa "non aedificandi" referida neste artigo no ser computada para o
clculo de reas pblicas destinadas aos espaos livres de uso pblico.
Art. 64 - Para efeito desta Lei, os Indicadores Urbanos de Ocupao a serem utilizados na
Cidade do Crato, so definidos na forma seguinte:
I-

afastamento ou recuo de frente;

II -

afastamento ou recuo de fundos;

III -

afastamento ou recuo lateral;

IV -

altura mxima da edificao;

V-

rea e testada mnima de lote;

VI -

ndice de aproveitamento;

VII - taxa de ocupao;


VIII - taxa de permeabilidade.
Pargrafo nico - A altura mxima per mitida para as edificaes, em qualquer zona de uso,
fica sujeita s nor mas estabelecidas na Lei de Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo e s
35

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

disposies da Lei Federal N 7.565/86 (Cdigo Brasileiro de Aeronutica) e legislaes


correlatas.
Art. 65 - A execuo do arruamento, pela abertura das vias de comunicao e demais
logradouros pblicos vinculados circulao urbana e rede viria do municpio, obedecer ao
traado e s caractersticas funcionais, geomtricas, infra-estruturais e paisagsticas.
Art. 66 - No caber prefeitura responsabilidade por qualquer divergncia relacionada com
dimenses, reas e outras caractersticas dos lotes de terrenos, constantes da planta de
loteamento, verificadas em confronto com a situao real da gleba parcelada.
TTULO V
DO SIST EMA VIRIO BSICO
Art. 67 - Os planos, programas, nor mas e projetos referentes ao sistema virio e de circulao
de veculos e de pedestres observaro as diretrizes traadas no Plano de Estruturao Urbana,
integrante desta Lei, em especial:
I-

considerar o uso e a ocupao do solo estabelecidos para a regio;

II -

priorizar a segurana e o conforto da populao e a defesa do meio ambiente;

III -

estabelecer critrios de hierarquizao da rede viria bsica, priorizando sua utilizao


pelo transporte pblico de passageiros;

IV -

criar um sistema de comunicao vis ual, atravs de sinalizao grfic a e semafrica, de


forma a atender as necessidades do sistema virio, considerando o interesse paisagstico;

V-

criar um circuito de transporte pblico de alta acessibilidade, ligando as Unidades de


Vizinhana entre si e essas aos equipamentos centrais de uso comum;

VI -

criar junto ao sistema virio troncal uma trilha de ciclovias e caminhos para pedestres,
conectando as Unidades de Vizinhana entre si e essas aos espaos centrais da
cidade e seus equipamentos;

VII - criar uma malha de caminho de pedestres na zona central, a partir da reduo do
trfego de veculos e o conseqente alargamento de alguns passeios e arborizao
desses espaos.

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LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

Art. 68 - A definio do Sistema Virio Bsico da Cidade do Crato contemplar a


hierarquizao das vias, os projetos de alinhamento para as vias principais, as prioridades das
solues de drenagem e a garantia de espaos destinados a pedestres, atravs da
regulamentao do uso dos passeios, articulando os centros de Vizinhana.
Pargrafo nico - Os detalhes de alinhamento para efeito de alargamento ou abertura de
novas vias que iro configurar o sistema virio bsico e as solues de drenagem sero
identificados quando da elaborao dos respectivos projetos de engenharia.
Art. 69 - As vias devem ser atraentes e funcionais para os pedestres, de modo a garantir
melhores condies de locomoo, inclusive para portadores de deficincia fsica, melhorando
as condies paisagsticas e climticas e regulamentando o uso das faces adjacentes com
placas e anncios.
TTULO V I
DAS DEFINIES
Art. 70 - Para efeito desta Lei, alm das definies constantes nos artigos anteriores, so
adotadas como referenciais ao fiel cumpr imento de suas disposies normativas:
I-

Acessibilidade Consis te em sistemas que permitam e favoream o deslocamento de


pessoas e bens dentro da estrutura urbana, visando garantir de forma eficiente o
encontro entre pessoas, a relao entre atividades e o acesso a informaes e lugares;

II -

Centro de Unidade de Vizinhana ou Centro de Vizinhana Constitui-se em


uma rea da comunidade situada, aproximadamente, no centro geomtrico da
Unidade de Vizinhana, como seu elemento aglutinador, estando materialmente
representada pelo conjunto de equipamentos de apoio vida cotidiana, incluindo
lazer, sade, educao, segurana e a estao de transporte pblico, cujas funes
sociais incluem o desenvolvimento do controle social e facilidades para integrao
do indiv duo na sociedade.

III -

Centro Histrico ou Zona Central Refere-se rea urbana contida entre a via
frrea e o Rio Granjeiro.

IV -

Crescim ento Contguo Crescimento urbano compacto que evita deixar vazios
urbanos, a no ser nos casos justif icados de zonas de interesse ambiental ou
espaos abertos de uso pblico.
37

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

V-

Densidade ou Adensamento ndice que traduz a relao entre quantidade de


habitantes e rea, de grande importncia para a definio e dimensionamento das
infra-estruturas, equipamentos e servios pblicos das zonas de uma cidade.

VI -

Desenho Urbano Aspecto global dos volumes construdos nas zonas urbanas e
suas relaes, incluindo os espaos pblicos.

VII -

Diretrizes Expresso de contedo que define o curso da ao para a


mater ializao dos conceitos.

VIII -

Edificao a construo acima, no nvel ou abaixo da superfcie de um terreno


de estruturas fsicas que possibilitem a instalao e o exerccio de atividades.

IX -

Equ ipam entos Urbanos So aqueles destinados prestao dos servios de


abastec imento de gua, esgotamento sanitr io e pluvial, energia eltrica pblica
e domiciliar, rede telefnica e gs canalizado e as vias de circulao,
pavimentadas ou no.

X-

Evoluo Urbana a compreenso do processo gradativo pelo qual a cidade se


desenvolveu espacialmente, desde a sua fundao at a configurao atual,
entendendo o ciclo e fatos que o determinaram.

XI -

Frum Visvel o conjunto formado por espaos pblicos, edifcios comerciais,


cvicos, sociais e educacionais, situados no ncleo da Vizinhana, com carter de
espao cvico.

XII -

Im agem da Cidade Imagem memorvel da cidade cuja silhueta se forma pela


juno dos remanescentes de recursos histricos e culturais, combinados com os
aspectos naturais, definindo o carter especfico da cidade.

XIII -

Indicadores Urbanos So taxas, quocientes, ndices e outros indicadores com o


objetivo de disciplinar a implantao de atividades e empreendimentos no
municpio.

XIV -

Infra-estruturas So as instalaes, construes, equipamentos, cabos e


tubulaes destinados prestao de servios de abastecimento de gua,
esgotamento sanitrio, energia eltrica, coleta de guas pluviais, telefonia, coleta e
destino final de lixo, transporte e vias de circulao, pavimentadas ou no.

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LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

XV -

Licena Am biental Ato administrativo pelo qual o rgo ambiental competente


estabelece as condies, restries e medidas de controle ambiental que devero
ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa fsica ou jur dica, para localizar,
instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadores de recursos
ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, ou aqueles que,
sob qualquer forma, possam causar degradao ambiental.

XVI -

Licenciamento Am biental o procedimento administrativo pelo qual o rgo


ambiental competente licencia a localizao, instalao, ampliao e a operao de
empreendimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, considerados
efetiva ou potencialmente poluidores, ou daqueles que, sob qualquer forma,
possam causar degradao ambiental, considerando as disposies legais e
regulamentares e as normas tcnicas aplicveis ao caso.

XVII -

Logradouro Pblico Parte da cidade destinada ao uso pblico, reconhecida


oficialmente e designada por um nome.

XVIII -

Lote o terreno servido de infra-estrutura bsica cujas dimenses atendam aos


ndices urbansticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em
que se situe.

XIX -

Meta Condio ou estado relacionado com a satisfao pblica ou bem-estar


geral, para os quais o planejamento deve ser dirigido.

XX -

Ordenamento do Uso e Ocupao do Solo o processo de interveno do


poder pblico, visando orientar e disciplinar a implantao de atividades e
empreendimentos no territrio do municpio, com vistas a objetivos de natureza
scio-econmica, cultural, administrativa.

XXI -

Plano Diretor o instrumento que constitui uma poltica de afirmao de


macrodiretrizes, diretrizes setoriais nos aspectos estruturantes e condicionantes do
desenvolvimento, ordenamento das funes sociais da cidade e de seus distritos,
de acordo com as necessidades da comunidade local, nos aspectos fsico, social,
econmico, ambiental e humano.

XXII -

Recursos Naturais Elementos relacionados terra, gua, ar, plantas, vida


animal e as inter-relaes desses elementos.

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LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

XXIII -

Subsistem a Coletor aquele formado pelas vias destinadas a coletar o fluxo de


veculos das reas de trfego calmo.

XXIV -

Subsistem a Local aquele formado pelas vias locais, vias paisagsticas,


ciclovias e vias de pedestres.

XXV -

Subsistem a Troncal o aquele formado pelas vias destinadas a absorver


grande volume de trfego, interligando os centros das Unidades de Vizinhana e
constituindo a base fsica do sistema de transportes coletivos.

XXVI -

Unidade de Vizinhana ou Vizinhana Unidade de planejamento da cidade que


consiste numa rea delimitada por um raio de caminhabilidade mdio de 600,00m e
cuja escala de populao situa-se entre os 7.000 e 12.000 habitantes. Contempla a
existncia de habitao, comrcio, creche, educao bsica e demais apoios vida
cotidiana, conectados pelo sistema virio, promovendo a descentralizao do
trabalho e reduzindo os custos de transporte para seus habitantes.

XXVII - Urbanizao o processo de incorporao de reas ao tecido urbano, seja


atravs da implantao de unidades imobilirias, seja atravs da implantao de
sistemas e instalao de infra-estrutura.
XXVIII - Uso Adequado o uso compatvel s caractersticas estabelecidas para a via .
XXIX -

Uso do Solo o resultado de toda e qualquer atividade que implique dominao


ou apropriao de um espao ou terreno.

XXX -

Uso Inadequado o uso incompatvel s caractersticas estabelecidas para a


via.

XXXI -

Via de Circulao o espao organizado para a circulao de veculos,


motor izados ou no, pedestres e animais, compreendendo a pista de rolamento, o
passeio, o acostamento e canteiro central.
a)

via oficial aquela que se destina ao uso pblico, sendo reconhecida


oficialmente como bem municipal de uso comum do povo;

b)

via particular aquela que se constitui em propriedade privada, ainda que


aberta ao uso pblico.

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LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

XXXII - Vitalidade a capacidade da estrutura urbana de suportar as funes humanas


e os requisitos biolgicos.
TTULO V II
DAS DISPOSIES FINAIS
Art. 71 - O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, PDDU, do Munic pio do Crato define as
macrodiretrizes e diretrizes setoriais a serem atendidas na promoo de seu desenvolvimento e
planejamento urbanstico nos prximos 20 (vinte) anos, sem prejuzo das revises decorrentes
de sua atualizao per manente.
Art. 72 - O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano poder ser alterado, mediante reviso,
sempre que se fizer necessrio, por proposta do Conselho Municipal do Plano Diretor, dos
Poderes Executivo ou Legislativo, observado-se, para tanto, o competente processo legislativo.
Art. 73 - As revises do Plano Diretor no se aplicam aos processos administrativos em curso
nos rgos tcnicos municipais, salvo disposio em contrrio no texto da reviso.
1 - assegurada a participao da comunidade em todo o processo de planejamento
pelo amplo acesso s informaes e ainda por sua representao em entidades e
associaes comunitrias, em grupos de trabalho, comisses, provisrias ou permanentes,
e rgos colegiados.
2 - A gesto integrada do planejamento urbano e promoo do desenvolvimento do
municpio depender, basicamente, da capacidade de mobilizao das vrias instncias
governamentais e sua per meabilidade participao direta dos agentes sociais, inclusive da
iniciativa privada.
Art. 75 - Caber ao Poder Pblico Municipal proceder identificao das reas urbanas para
o atendimento do disposto no art. 182, pargrafo 4, da Constituio Federal combinado com o
art. 290 da Constituio do Estado do Cear.
Art. 76 - O Poder Executivo divulgar, de forma ampla e didtica, o contedo desta Lei,
visando o acesso da populao aos instrumentos de poltica urbana que or ientam a produo e
organizao do espao habitado.
Art. 77 - O Chefe do Poder Executivo Municipal encaminhar, no prazo de 90 (noventa) dias,
a contar da publicao desta Lei, projeto de lei dispondo sobre a regulamentao, naquilo que
41

LEI DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO

couber, dos instrumentos de natureza institucional, urbanstica / ambiental, tributria e


financeira para operacionalizao do PDDU.
Art. 78 - Consideram-se como partes

integrantes

desta Lei,

independentemente de

transcrio, todos os textos, mapas e desenhos da verso final do Plano de Estruturao


Urbana, PEU, do Crato, bem como todos os textos e mapas constantes do Plano Estratgico,
PE, do Crato.
Pargrafo nico - As informaes tcnicas contidas nos documentos supra devero ser
utilizadas por todos os rgos da Administrao Municipal, objetivando a implementao
das diretrizes de desenvolvimento scio-econmico do munic pio, envolvendo sua sede e
distritos, bem como as diretrizes da poltica urbana.
Art. 79 - Esta Lei entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em
contrrio.

PAO DA PREFEITURA MUNICIPAL, aos _____ de ____________ de 2000.

PREFEITO MUNICIPAL DO CRATO

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