Valorizando A Singuralidade e A Diversidade
Valorizando A Singuralidade e A Diversidade
Valorizando A Singuralidade e A Diversidade
VA L O R I Z A N D O A S I N G U L A R I D A D E E A
DIVERSIDADE DO SER HUMANO
2013, Direitos reservados UNAT-BRASIL Unio Nacional dos Analistas Transacionais Reproduo autorizada desde que citada a fonte e o autor XXIV
CONBRAT Congresso Brasileiro de Anlise Transacional
COORDENAO GERAL
Ede Lanir Ferreira Paiva
COMISSO ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA
Aningelis C. R. Guimares
Flavia Testa Bernardi
Luciana Pires Correa Neves
Renata Cristina B. Rossini
Renata Nogueira Tannus
Sabrina Spirandelli Coimbra
COMISSO CIENTFICA
Adriana Montheiro
Alisson Machado Borges
Regina Berard
Vanessa Mara de Carlis
COMISSO DE MARKETING
Adriano Testa Bernardi
Fabiana Cndida Vitorino
Mary Luce M. S. Melazzo
Objetivos
O objetivo deste congresso possibilitar aos profissionais de diferentes reas de atuao, a construo de um olhar
singular que acolha a diversidade das relaes intra e interpessoal, promovendo desta forma, a valorizao da
pessoa nos seus mltiplos aspectos e dimenses: pessoal, afetivo/casal, familiar, profissional e social.
As discusses enfocaro a singularidade e a diversidade do ser humano, visando o respeito, a compreenso, a
incluso e a cooperao entre os grupos e pares.
A quem se destina
O pblico do evento pode ser distinguido em quatro principais reas, sendo elas:
Educao (docentes das reas de psicologia, pedagogia, administrao, comunicao e servio social);
Sade (psiclogos clnicos e hospitalares, mdicos, enfermeiros e terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas,
fonoaudilogos, nutricionistas, entre outros);
Organizacional (gestores e equipes de recursos humanos, profissionais de coaching, empresas de consultoria e
empreendedores em geral);
Universitrio (estudantes das reas de psicologia, medicina, enfermagem, administrao
e demais cursos
Eixos Temticos
O ser humano relacional. A partir do encontro entre seres humanos com potenciais e caractersticas singulares,
pode surgir uma diversidade de criaes e manifestaes. A riqueza do potencial humano encontra-se na sua
possibilidade de crescimento nas relaes.
Desta forma, o entendimento do comportamento humano e das relaes entre pessoas tornou-se fundamental para
profissionais das mais diversas reas e instituies, bem como para qualquer grupo ou pessoas interessadas no
aprimoramento de relacionamentos sociais.
Os princpios filosficos da Anlise Transacional buscam promover relaes de igualdade e de oqueidade entre os
indivduos e os grupos. Incentivam o desenvolvimento da autonomia, o que possibilita que o indivduo se
responsabilize pelas suas aes e decises, buscando integrar e acolher os outros mesmo que ocorram conflitos.
Agenda
Pr-Congresso:
22.08.2013 08h30 s 17h30 Cursos para as reas: clnica, organizacional e educacional
Congresso:
22.08.2013 20h s 22h abertura oficial, palestra e coquetel de boas vindas
23.08.2013 08h30 s 18h30 palestras, mini-cursos e mesa redonda
23.08.2013 08 h s 18h assembleia, mesa redonda, como fao, fazendo, apresentao de trabalhos,
seminrios, cases, oficinas
Sumrio
APRESENTAO ................................................................................................................................................................ 9
APRESENTAO COMISSO ORGANIZADORA ................................................................................................................ 10
PROGRAMAO DO EVENTO .......................................................................................................................................... 11
PR CONGRESSO ............................................................................................................................................................. 16
CURSOS ....................................................................................................................................................................... 16
EDUCAO EMOCIONAL O impacto positivo nas relaes .............................................................................. 17
ABORDAGEM TRANSACIONAL DOS TRANSTORNOS DEPRESSIVOS,DA NA ANSIEDADE E DO TDAH da
psicofarmacologia psicoterapia .......................................................................................................................... 19
ANLISE TRANSACIONAL E ESPIRITUALIDADE A MULTIDIMENSIONALIDADE DO POTENCIAL HUMANO ........ 21
TRANSAES VALORIZANDO A SINGULARIDADE E A DIVERSIDADE DAS RELAES ....................................... 29
A DIVERSIDADE, SINGULARIDADE E POTENCIAL HUMANO NAS ORGANIZAES .............................................. 32
ESTIMULANDO O POTENCIAL HUMANO COM A NEUROPLASTICIDADE ............................................................. 34
INTRODUO ANLISE TRANSACIONAL .............................................................................................................. 35
CONGRESSO .................................................................................................................................................................... 36
ARTIGOS CIENTFICOS, CASES E SEMINRIOS ............................................................................................................. 37
AUTO-REPARENTALIZAO UMA NOVA FORMA DE PENSAR NOSSOS PAIS .......................................................... 38
A DESQUALIFICAO DOS ADOLESCENTES AUTORES DE ATOS INFRACIONAIS: PENSANDO NO PROBLEMA,
ENCONTRANDO OPES. ....................................................................................................................................... 42
EXISTENCIALISMO, FENOMENOLOGIA, HUMANISMO E OS PRINCPIOS FILOSFICOS E EPISTMICOS DA AT. ..... 46
AS CONTRIBUIES DA ANALISE TRANSACIONAL NA BUSCA DA AUTONOMIA DE PACIENTES DELIRANTES ........ 47
COMO A ANLISE TRANSACIONAL PODE INTERVIR NO TREINAMENTO DE FUNCIONRIOS EM UMA EMPRESA DE
TELEMARKETING ..................................................................................................................................................... 50
PARENTALIZAO E REPARENTALIZAO EM ESTADO AMPLIADO DE CONSCINCIA ........................................... 55
OFICINAS ......................................................................................................................................................................... 64
COMO VOC DIZ OL? A INTENSIDADE DE VOZ COMO PARMETRO PARA COMPREENSO DE PROCESSOS
INTERNOS .................................................................................................................................................................... 65
LIDERANA PARA A CONSTRUO DE RELAES SINGULARES ................................................................................. 69
COMPULSORES E SEUS IMPACTOS NO DESEMPENHO ORGANIZACIONAL................................................................. 73
ATENO CRIANADA!!!! ........................................................................................................................................... 75
TRABALHANDO EM AT COM CRIANAS...................................................................................................................... 75
PALESTRAS ...................................................................................................................................................................... 77
A SOMBRAS DENTRO DA ANLISE TRANSACIONAL .................................................................................................... 78
7
APRESENTAO
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PROGRAMAO DO EVENTO
XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE ANLISE TRANSACIONAL
Valorizando a Singularidade e a Diversidade do Ser Humano
22, 23 e 24 de Agosto de 2013
Uberlndia /MG
PROGRAMAO
08:00 08:30
PR-CONGRESSO
DIA 22/08/13 QUINTA-FEIRA
CREDENCIAMENTO
CURSOS PR CONGRESSO
Curso 1: Educao Emocional O impacto positivo nas relaes Jane M. P.
Costa e Tnia E. Alves
Curso 2: Abordagem Transacional dos Transtornos Depressivos, da Ansiedade e
do TDAH da psicofarmacologia psicoterapia Antonio Pedreira
Curso 3:
Anlise Transacional e Espiritualidade - A multidimensionalidade
do potencial humano Alberto Jorge Close.
08:30 12:30
14:00 17:30
Curso 4: Transaes - Valorizando a Singularidade e a Diversidade das Relaes Maria Regina Silva
Curso 5:
A diversidade,
organizaes - Rosa R. Krausz.
singularidade
potencial
humano
nas
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Entrega de Certificados.
Palestra Magna: A sombra dentro da Anlise Transacional - Helena Hargaden.
Apresentao Cultural
22:00
COQUETEL DE ABERTURA
CONGRESSO
DIA 23/08/13 SEXTA-FEIRA
08:00 08:30
CREDENCIAMENTO
PALESTRAS
PALESTRA: Neurocincia e Potencial Humano Criao de novas redes neurais
atravs da Psicoterapia - Francisco Di Biase.
08:30 10:00
10:00 10:30
COFFEE BREAK
MINI-CURSO
MINI-CURSO: Psicopatologia: Reflexes Contemporneas Luiz Paiva Ferrari
MINI-CURSO: Educao Financeira Jos Silveira Passos
10:30 12:30
MINI-CURSO: A Criana Mgica Um mergulho ao centro do ser Adriana
Montheiro e Vtor Merhy.
MINI-CURSO: A Singularidade e a Diversidade nas Organizaes Laucemir Silveira
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INTERVALO ALMOO
14:00 16:00
16:00 16:00
COFFEE BREAK
16:30 16:45
MOBILIZAO ENERGTICA.
MESA REDONDA
16:45 18:30
20:00
CONGRESSO
DIA 24/08/13 SBADO
8:00 10:00
10:00 10:45
10:45 13:00
10:45 13:00
13
INTERVALO ALMOO
OFICINAS
OFICINA: Como voc diz ol? A intensidade da voz como parmetro para
compreenso de processos internos- Andrea Cechini
14:00 15:30
14:00 15:30
15:30 16:00
14
18:00
APRESENTAO CULTURAL
18:30
ENCERRAMENTO
15
PR CONGRESSO
CURSOS
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JANE M. P. COSTA
Mdica psicoterapeuta e Analista Transacional Didata Clnico, Mestre em Educao
e Especialista em Medicina Social, atuando na formao de Analistas Transacionais
e psicoterapia individual e grupal. Integrante da Academia Brasileira de Educao
Emocional. Co-autora do livro DAS EMOES AOS SENTIMENTOS: CONSTRUINDO
UM CAMINHO COM CORAO. Diretora do SNTESE: Anlise Transacional Porto
Alegre. Desenvolve pesquisas sobre Educao Emocional, Script de Vida e
Processos Criativos. Email: [email protected]
Isto faz com que, ao percebermos um estmulo capaz de desencadear alguma emoo, passemos
a lidar com vrias ocorrncias fsicas tais como sensao de aperto no peito, boca seca, frio ou calor, dor
no estmago, suor nas mos, dependendo do tipo de emoo que o estmulo percebido desencadeou.
Na maioria das vezes, estes estmulos desencadeadores de emoes, chamados, por Damsio, de
Estmulos Emocionais Competentes, provm das Transaes que compem a comunicao entre as
pessoas.
Portanto, estamos falando de nosso dia a dia, de situaes e assuntos que esto frequentemente
presentes na vida das pessoas.
Claude Steiner se refere a estes eventos como comunicaes emocionais e a Educao Emocional
utilizada para podermos falar destas situaes emocionalmente fortes de forma respeitosa e produtiva.
O mtodo da Educao Emocional apresenta trs premissas bsicas, fundamentais para iniciar a
comunicao quando estivermos lidando com situaes emocionalmente fortes. Estas premissas so Pedir
Permisso, Ser Sincero e Enfrentar o Pai Crtico.
Aparentemente fceis de aplicar, estas regras bsicas, quando usadas, ajudam as pessoas a
preparar um espao adequado para falar o que sentem o que precisam e o que pensam sobre alguma
situao importante de suas vidas.
Atravs do aprendizado e treinamento nos trs Estgios do mtodo, a educao emocional vai
apresentando para as pessoas que esto aprendendo este novo paradigma, uma nova forma de falar
assuntos de amor, de mgoa, de responsabilidade e de perdo.
Embora tenha uma faceta potica, a aplicao deste mtodo , sobretudo, prtica; da a ideia de
treinamento.
Neste minicurso, alm da apresentao da teoria necessria para a prtica do mtodo, as
facilitadoras tambm se propem a dinamizar exerccios e vivncias do treinamento com o objetivo de
capacitar para a prtica pessoal e profissional.
Trabalhando com Educao Emocional desde 1999 atravs de Treinamentos em Educao
Emocional, formao de Grupos de Guerreiros Emocionais, mediaes, seminrios e palestras sobre o
tema, as facilitadoras pretendem tambm compartilhar com os interessados, suas observaes e
avaliaes sobre os resultados da aplicao deste mtodo, colhidas neste amplo espao de tempo.
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Resumo
A multidimensionalidade do Ser Humano no um conceito novo. Scrates (469-399ac) dizia: O
corpo conserva bem impressos os vestgios dos cuidados de que foi objeto e dos acidentes que sofreu. Dse o mesmo com a alma. Se os mdicos so malsucedidos, tratando da maior parte das molstias, que
tratam do corpo, sem tratarem da alma. Ora, no se achando o todo em bom estado, impossvel que
uma parte dele passe bem. (Colquios de Scrates com seus discpulos)
A Vida, o Bem Estar e a procura da Felicidade e a aspirao humana bsica e ns como Analistas
Transacionais estamos dedicados a facilitar o logro de estas condies por parte de nossos clientes. Sejam
eles Organizacionais o Individuais; Empresariais, Pblicos, Privados, Religiosos ou Educacionais, todos so
multidimensionais.
Neste programa identificamos as diferentes dimenses, suas interaes, e como afeta a conduta.
Constatamos a fora da integrao da Analisis Transacional com conceitos Espirituais e Religiosos para
formular estratgias potentes de interveno para conseguir os resultados contratados com nossos
clientes.
Compreendendo que, em principio, existe uma resistncia a aceitar ideias religiosas espirituais no
pensamento cientifico. Dificultando, assim, uma viso do homem integral e limitando a uma ou duas
dimenses o trabalho do Analista, afetando a eficcia do seu acionar.
Para atender todos os aspetos do ser Humano convm considerar a lgica expressada por Allan
Kardec: A Cincia e a Religio so as duas alavancas da inteligncia humana: uma revela as leis do mundo
material e as outras as do mundo moral. Tendo, no entanto, essas leis o mesmo princpio, que Deus, no
podem contradizer-se. Se fossem a negao uma da outra, uma necessariamente estaria em erro e a outra
com a verdade, porquanto Deus no pode pretender a destruio de sua prpria obra. A incompatibilidade
que se julgou existir entre essas duas ordens de ideias provm apenas de uma observao defeituosa e de
excesso de exclusivismo, de um lado e de outro. Da um conflito que deu origem incredulidade e
intolerncia. (Allan Kardec, Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. I, item 8)
Outra crena a questionar a de que o Esprito algo isotrico, mstico e pertence ao mundo do
sobrenatural. Constatamos que na realidade a Alma, o Espirito Humano uma parte integral do Ser e no
algo isotrico, mstico ou sobrenatural. um estado do Eu atuante e que podemos assimilar ao estado do
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Eu Adulto, que interatua com um estado Fisiolgico-Animal (Criana Natural) e um Psicossocial (o Eu Pai
com a Criana Adaptada) para completar o aspecto multidimensional e produzir a conduta Humana.
Podemos resumir que o Ser humano um conjunto interativo, interdependente e indivisvel de Seres:
O Ser Fisiolgico, que faz a nossa natureza Animal, Gentica Evolutiva e Biolgica ( Criana Natural).
O Ser Psicossocial que fruto da interao do Ser Fisiolgico-Animal com o Psicossocial, e que
define uma atuao social a partir de uma Personalidade construda. (Criana Adaptada e Pai)
O Ser ntimo que a Alma ou Esprito da nossa natureza humana e nos distingue dos outros
animais. (Adulto)
Podemos resumir que o Ser humano um conjunto interativo, interdependente e indivisvel de Seres:
O Ser Biolgico, que faz a nossa natureza Animal, Gentica evolutiva e Biolgica ( Criana
Natural).
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O Ser Psicossocial que fruto da interao do Ser Biolgico-Animal com o Social, e que
define uma atuao social a partir de uma Personalidade construda. (Criana Adaptada e
Pai)
O Ser ntimo que a Alma ou Esprito da nossa natureza humana e nos distingue dos outros
animais. (Adulto)
Instintos
o De Sobrevivncia Individual
o De Sobrevivncia da Espcie
Necessidades:
o Ar
o Alimento
o Regulao Trmica
o Estimulao dos Sentidos
o Sexo
o Identidade
Inteligncia, Governo
o Memria Gentica, Interpretao primria
o Intuio, inteligncia primaria
As do Ser
o Psicossocial
Sistema Autonmico
Instintos
o De conservao Individual
o De conservao da Espcie
Necessidades:
o Integrao e Proteo Social
(Identidade e hierarquia)
o Aceitao, Reconhecimento
o Bem Estar, Prazer
o Estruturao do Tempo
Inteligncia, Governo
o Crebro Voluntrio Evoludo
o Inteligncia Superior
o Reflexos e Condutas Condicionadas
Capacidades:
o Conscincia
De Si
Do bem e do mal
o Abstrao cognoscitiva,
o Livre Arbtrio
Necessidades:
o Transcender, Superao
Individual
o Desenvolvimento Intelectual e
tico-Moral
o De Amar
Instinto:
De Perpetuidade
Objetivo:
Dar significado e proposito a sua Existncia
Inteligncia, Governo
o Crebro Voluntrio Evoludo
o Inteligncia Superior
o Pensamento Racional
Emoes-Sentimentos:
o Afeto-Amor
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o Aflio
O Modelo Funcional do Ser Humano, baseado nos princpios de Homeostase Psicolgica, W. B. Cannon em
1932, que indica que toda conduta procura satisfazer uma necessidade, os de R Erskin (Racket Systems) e
AJ Close (Modelo Simplificado de Conduta), que integram o Condutismo com o Cognoscitivo. Isto nos d
origem ao modelo de conduta interativa.
Estimulo percebido
Interpretado pelo sistema de governo dominante, e esta interpretao gera uma,
Emoo, uma reao orgnica ao estimulo percebido que leva a definir em base a
uma,
Necessidade Latente, uma necessidade carente dominante uma,
Conduta, ao para atender a uma necessidade latente.
Retorno, reao ao, que retroalimenta o modelo em funo do grau de ateno
da necessidade carente.
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Esta interao pode funcionar de maneira primitiva autonmica, em base ao predomnio do Ser Fisiolgico,
em situaes de Stress e desequilbrio fisiolgico. De maneira automtica interpretando em base ao La e
Ento, repetindo condutas aprendidas-condicionadas do Ser Psicossocial. Ou baseado na informao que
possui no Aqui e Agora, utilizando o Ser Espiritual.
O certo que o uso do Livre Arbtrio (Espirito Humano) permitira administrar a personalidade, permitindo
a adequao da conduta.
A conduta e considerada Adequada quando atende necessidade latente de maneira direta e ajustada em
intensidade, qualidade, tempo e espao realidade do Aqui e Agora.
Sabendo que o prazer derivado da satisfao das necessidades fisiolgicas, que o Bem Estar da ateno
das Psicossociais e a Felicidade se consegue na ateno das do Ser Espiritual. Constatamos que a ateno
de todas as necessidades importante e que o uso do Livre Arbtrio essencial para conseguir a
Homeostases Fisiolgica (Sade), Homeostases Psicolgica (Autonomia) e Homeostases Espiritual
(intimidade). A responsabilidade pelo Bem Estar e Felicidade do individuo.
Neste sentido existem princpios filosficos espirituais, que dada a potencia que podem ter no imaginrio
dos nossos, podem colaborar com nossa tarefa de Analistas, vejamos o seguinte pensamento espiritual
que poderia ser subscrito por Erick Bern:
Se em duas partes se dividirem os males da vida, uma constituda dos que o homem no pode evitar e a
outra das tribulaes de que ele se constituiu a causa primria, pela sua incria ou por seus excessos, verse- que a segunda, em quantidade, excede de muito primeira. Faz-se, portanto, evidente que o homem
o autor da maior parte das suas aflies, s quais se pouparia se sempre obrasse com sabedoria e
prudncia............. Se no ultrapassssemos o limite do necessrio, na satisfao de nossas necessidades,
no apanharamos as enfermidades que resultam dos excessos, nem experimentaramos as vicissitudes
que as doenas acarretam. Se pusssemos freio nossa ambio, no teramos de temer a runa; se no
quisssemos subir mais alto do que podemos, no teramos de recear a queda; se fssemos humildes, no
sofreramos as decepes do orgulho abatido; se praticssemos a lei de caridade, no seramos
maldizentes, nem invejosos, nem ciosos, e evitaramos as disputas e dissenses; se mal a ningum
fizssemos, no houvramos de temer as vinganas, etc....... ( Allan Kardec, O Evangelho Segundo o
Espiritismo, Cap. XXVII, item12)
Ser Fisiolgico-Animal
Ser Psicossocial
Ser ntimo-Espiritual
Existncia Material
Convvio Social
Realizao do Ser
Tranquilidade
Auto Estima
F em Si
Prazer
Bem Estar
Felicidade
Sade Fisiolgica
Sade Psicolgica
Sade Espiritual
Objetivo
Sobrevivncia Individual e
da Espcie
De Conservao Individual,
De Conservao da Espcie.
Capacidades
Instintos,Espontaneidade,
Governo Autonmico,
Memria Gentica
Conscincia, Abstrao
Cognitiva, Livre Arbtrio
Necessidades
Ar,
Alimento
Regulao Trmica
Estimulao dos Sentidos
Sexo
Identidade.
Transcender
Superao Individual
Desenvolvimento
Intelectual
Desenvolver a tica-Moral
Aprendidas:
Ressentimentos, Depresso,
Emoes
Cimes, dio, Falsa Alegria,
etc.
Conclumos Que A Homeostase Geral Depende Da Auto Estima e Da F em Si;
Autenticas: Alegria, Libido/
Prazer, Medo, Raiva,
Tristeza
Sentimento:
Afeto-Amor
Aflio
A Auto Estima se ajusta e equilibra com Educao, em todas as dimenses, Informao baseada em dados
atualizados da realidade que levam a,
A F em Si depende de:
O ser ntimo Espiritual o que pode regular o fluxo e equilbrio da nossa Energia Vital:
Valorizar e aprender a regular e equilibrar a Energia Vital no uma atividade Esotrica, Sobrenatural
ou Religiosa.
uma necessidade real material e que faz ao nosso bom funcionamento e existncia material.
Para lograr o equilbrio energtico o nosso Ser ntimo precisa promover a sua homeostase, estar em
Paz consigo mesmo.
Equilibrado o Ser ntimo- Espiritual, pode atuar sobre os sistemas como um todo e regular as
manifestaes do Ser Biolgico-Animal e Psicossocial para lograr a Homeostase geral do Ser Humano.
A Homeostase Psicolgica, a Sade Fisiolgica e Psicolgica, tambm depende do equilbrio do AmorPrprio, de aprender a:
Dar Amor
Receber Amor
Deixar-se Amar
Amar-se.
Para poder formular uma estratgia de interveno exitosa necessitamos considerar o Ser Humano Integral
Multidimensional.
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Membro Fundador ICF Regional SP. scia e diretora da ATPraxis. Realiza trabalhos
na rea de Executive Coaching e Consultoria desde 2006. Membro do Instituto
EcoSocial. Possui formao de Co-Active Coaching pelo Coaching Training Institute
CTI - USA, Leadership Mentoring e Executive Coaching do Institute of Leadership
and Management UK . Ps-graduada em Dinmica dos Grupos pela Sociedade
Brasileira de Dinmica dos Grupos e em Anlise Transacional e Competncia Relacional. graduada em
Anlise de Sistemas e tambm em Psicologia pela PUCCAMP. Membro Didata na rea Clnica e Membro
Didata em Formao na rea Organizacional da UNAT-BRASIL. membro da International Coaching
Federation ICF, da International Transactional Analisys Association- ITAA, do Institute of Leadership and
Management ILM, foi presidente da Unio Nacional de Analistas Transacionais UNAT-BRASIL, foi Vicepresidente da Associao Brasileira para o Trabalho Biogrfico com base na Antroposofia.
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precisam estar no Circuito OK, confiando uma na outra, contribuindo de forma espontnea, se arriscando a
co-criar.
Tudo comea com a necessidade humana de contato social. Esta a nossa fome biolgica de contato com
outro ser humano e de promover alguma estrutura e previsibilidade em nossa vida.
A partir dessa necessidade desenvolvemos Estados de Ego que so a nossa forma de existir no mundo.
Como estrutura os Estados de Ego so rgos nos quais arquivamos experincias e entendemos o mundo.
Como funo nossos Estados de Ego so a forma como atuamos no mundo.
Uma pessoa livre de Script atua no aqui-e-agora. Quando estamos atados ao Script no conseguimos
perceber o impacto das influncias arcaicas arquivadas na nossa estrutura psquica (Exteropsique,
Neopsique e Arqueopsique).
Veja o grfico abaixo.
No meio dele temos diferentes modos de usarmos nossos Estados de Ego para seguir adiante com o Script,
para que alcancemos a satisfao das nossas necessidades. Nos envolvemos em Transaes ou interaes
com outras pessoas. Cada transao tambm representa uma Carcia. Conseguir Carcias vital para a
satisfao de nossas necessidades. Estruturamos nosso tempo em funo da quantidade de Carcias que
precisamos obter nos encontros com outras pessoas.
Infelizmente, temos algumas armadilhas dentro de nossos Estados de Ego. Podem haver contaminaes, o
que significa que no separamos de forma adequada o passado do presente.
Excluses que so o resultam numa falha em usar um determinado Estado de Ego quando seria apropriado
us-lo. Estes dois fenmenos so resultado de Desqualificao de algum aspecto da realidade, de mim
mesmo ou dos outros. Nesse caso, damos uma olhada nas possibilidades para satisfazer nossas
necessidades de uma forma saudvel e sentimos que devemos optar por uma forma de interao familiar,
mesmo que essa forma tenha falhado no passado.
H trs formas de analisarmos o insucesso dos comportamentos que usamos. Todos eles levam a um
reforo da Posio Existencial. Os Disfarces ou Rackets so sequncias mentais curtas que levam a um
padro familiar de sentimentos, pensamentos negativos e que acabam por nos levar a nos sentirmos mal
novamente. Podemos fazer isso sem qualquer contato com outra pessoa. Os jogos fazem o mesmo, s que
envolvem sempre pelo menos mais uma pessoa e no final nos sentimos pior ainda. Compulsores so
tentativas de evitar os maus sentimentos agindo da forma como esperamos que as pessoas nos
reconheam de forma positiva. Ns desqualificamos a evidncias de que isso no funcionou antes.
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A boa notcia que a maioria de ns passa um bom tempo funcionando no Circuito OK, nos comunicando
de forma adequada e produtiva com as outras pessoas, suprindo nossas necessidades e tendo sucesso.
O Script afeta essas pessoas apenas uma parte do tempo.
O objetivo que a conscincia desses padres nos levem a identific-los e abandon-los o mais rpido
possvel, para que possamos concentrar nossa energia para alcanar nosso potencial mximo.
Autonomia
Script
Contrascript
Eu OK/Voc OK
Jogos
Carcias Positivas
Disfarce s Compulsores
Carcias Negativas
Desqualificao
Transaes
Dilogo Interno
Negativo
Contaminao
Excluso
Necessidade de contato
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Resumo
Neste workshop eu introduzirei os princpios da Anlise Transacional Relacional e mostrarei como
trabalhar com transferncia e contra transferncia em um relacionamento teraputico baseado nos trs
domnios de transferncia do livro "Anlise Transacional: Uma Perspectiva Relacional" publicado pela
Routledge, Reino Unido, 2002. Eu tambm oferecerei alguma superviso para ligar teoria e prtica.
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Resumo
Neste workshop trabalharemos com prticas holsticas de meditao e visualizao estimuladoras da
neuroplasticidade, da criatividade e da excelncia pessoal e profissional.
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CONGRESSO
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ARTIGOS CIENTFICOS,
CASES E SEMINRIOS
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REFERNCIAS:
BERNE, Eric. Anlise Transacional em Psicoterapia. 2 Ed. So Paulo: Summus,1985.
BERNE, Eric. O Que Voc Diz Depois De Dizer Ol? So Paulo: Nobel, 2007.
FREIRE, Roberto. Viva Eu, Viva Tu, Viva O Rabo Do Tatu. 2 Ed. So Paulo: Smbolo, 1977.
FREUD, Sigmund. Obras Completas. Livro 28. Ed. Brasileira. Rio de janeiro: Imago, 1969.
JAMES, Muriel. Autoreparentalizao Teoria e Processo. TAJ, V1, 1983. Publicado em: Prmios de Eric
Berne, UNAT-BRASIL, 2005.
JAMES, Muriel. Nunca Tarde Para Ser Feliz: A Psicologia Da Auto-Reparentalizao. 1 Ed. So Paulo:
Nobel, 1987.
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ROY ABRAHAMIAN
Mdico com especializao em Pediatria pela Faculdade de Medicina da
Universidade de So Paulo e pela Sociedade Brasileira de Pediatria; Especializao
em Medicina de Famlia e Comunidade pela Sociedade Brasileira de Medicina de
Famlia e Comunidade; Membro Didata em Formao na rea Clnica-UNAT-Brasil
Resumo
Este trabalho avaliou um Grupo de Sade Mental desenvolvido na Estratgia Sade da Famlia, baseado na
anlise transacional associada terapia cognitivo-comportamental, descrevendo o impacto desta
interveno na melhoria da qualidade de vida da populao atendida. Na Unidade Bsica de Sade Cruz
das Almas, da Prefeitura de So Paulo, desde janeiro de 2007, realiza-se um grupo de Sade Mental, com
a frequncia de uma vez por semana, com durao de uma hora. Neste grupo, os participantes discutem
temas de seus interesses e aprendem tcnicas de psicoterapia para lidarem com eventos do cotidiano e
manejarem suas emoes e comportamentos de forma construtiva. O grupo aberto aos interessados em
participar das sesses de terapia, constituindo-se, em sua maioria, de pacientes acompanhados pelas
equipes do Programa Sade da Famlia e encaminhados ao Grupo de Sade Mental.
Ao ingressarem ao grupo, os pacientes preenchem o questionrio sobre a sade do(a) paciente, verso
brasileira, conhecida pela sigla PHQ-9. Aps frequentarem o grupo por, no mnimo, 12 sesses, os
participantes preenchem um questionrio de autoavaliao, informando sobre sua sensao de melhora
em relao sua sade, melhora na autoestima e nos relacionamentos pessoais, e a viso mais positiva da
vida e das outras pessoas. Dos participantes avaliados, 40 preencheram o questionrio PHQ-9. Destes,
nove (22,5%) tiveram pontuao de zero a quatro (sem depresso); seis (15%) tiveram pontuao de cinco
a nove (depresso leve); dez (25%) tiveram pontuao de 10 a 14 (depresso moderada); sete (17,5%)
tiveram pontuao de 15 a 19 (depresso moderada a grave); e oito (20%) tiveram pontuao de 20 ou
mais (depresso grave). Dos 65 pacientes que responderam ao questionrio de autoavaliao aps pelo
menos 12 sesses de terapia, 51 (78%) relataram viso mais positiva da vida e dos outros com a terapia; 44
40
(67%) referiram melhora da autoestima; 52 (80%), melhora nos relacionamentos e 53 (81%), melhora em
relao sade. A melhora relatada pelos pacientes nas diversas reas de suas vidas aponta para a
importncia desse tipo de abordagem dentro da Estratgia Sade da Famlia, e para o impacto positivo da
Psicoterapia baseada na Anlise Transacional associada a tcnicas cognitivo-comportamentais no
tratamento de pacientes com transtornos mentais na Ateno Primria Sade.
Palavras chave: Estratgia da Famlia, Psicoterapia de Grupo, Anlise Transacional, Sade Mental, Terapia
Cognitiva
Referncias:
Andrade
LHSG,
Wang
YP.
Epidemiologia
dos
transtornos
psiquitricos.
In: Alvarenga PG, Andrade AG. Fundamentos em Psiquiatria. 1 ed. Barueri: Manole; 2008. p. 68. Mari
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Epidemiologia
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de Medicina da Universidade Federal de So Paulo Psiquiatria. 1. ed. Barueri: Manole; 2005. p. 1-2.
Cordioli AV, Manfro GG. Transtornos de Ansiedade. In: Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani E. Medicina
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In:
Duncan
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Schmidt
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Medicina ambulatorial: Condutas de Ateno Primria Baseadas em Evidncias. 3 ed. Porto Alegre:
Artmed; 2004. p. 874.
Berne E. Anlise Transacional em Psicoterapia. 2 ed. So Paulo: Summus Editorial; 1985. 243 p.
Berne E. O que voc diz depois de dizer Ol? 1 ed. So Paulo: Nobel; 1988. 357 p.
White JR, Freeman AS. Terapia cognitivo-comportamental em grupo para Populaes e Problemas
Especfcos. 1 ed. So Paulo: Roca; 2003. 460 p.
41
INTRODUO
A autora iniciou o trabalho com adolescentes infratores no ano de 2009, em um Centro
Socieducativo no municpio de Uberlndia - MG. Inicialmente, foram ministradas aulas de Filosofia e
Sociologia a alguns adolescentes, despertando interesse pelo trabalho. Aps essa experincia, a autora
trabalhou com o mesmo pblico, porm, com jovens que cumpriram a medida socieducativa, ou seja,
quando so desligados do Centro Socieducativo e retornam sociedade. Durante sua atuao, ouvindo
relatos dos jovens, percebeu forte relao entre a percepo dos adolescentes sobre seus atos infracionais
42
e o conceito de Desqualificao proposto por Mellor e Schiff (1975). Dessa forma, o texto discorre sobre
essa relao e prope uma forma de tratamento embasada teoricamente.
O PROCESSO DE DESQUALIFICAO
No presente trabalho, o foco ser no estudo a partir da Desqualificao em relao a si mesmo
(Self) dos adolescentes autores de atos infracionais, dentro dos trs tipos e quatro modos existentes na
teoria, como exemplificados abaixo:
Desqualificao da existncia do estmulo: O adolescente no percebe os prejuzos causados a si mesmo
quando envolvido na criminalidade, qualificando apenas os possveis ganhos que o crime pode oferecer,
como ganhos financeiros, status e poder. Em muitos casos, os jovens convivem em uma famlia onde o
crime considerado normal.
Desqualificar a existncia do problema: Um exemplo o fato de um adolescente ser ameaado de morte e
no se proteger, desconhecendo que sua conduta pode lev-lo perder sua prpria vida.
Desqualificao da existncia de opes: Ocorre em muitos casos em que o adolescente acredita que no
consegue se desvencilhar da criminalidade, no percebendo outras opes para conseguir seus objetivos.
Desqualificao do significado do estmulo: Ocorre em casos em que o jovem utiliza do dinheiro recebido
em atos infracionais com a finalidade de consumo para atender seus desejos.
Desqualificao da importncia do problema: O adolescente envolvido na criminalidade desqualifica que
seus atos sejam um problema, desenvolvendo a crena de que nada ir acontecer a ele, como a apreenso
e sua prpria morte.
Desqualificao da relevncia das opes: O adolescente, nesse caso, no reconhece a importncia de
outras opes para conseguir seus objetivos como exemplo, conseguir um trabalho - justificando que o
crime muito mais rentvel que um emprego.
Desqualificao da mudana do estmulo: O jovem no busca investir em si mesmo - estudar, realizar
cursos, ter experincias profissionais em alguma rea reduzindo as possibilidades de crescimento
profissional e por isso justifica seus atos afirmando a escassez de oportunidades.
Desqualificao da possibilidade de resolver o problema: Historicamente, em alguns casos, os familiares
so envolvidos na criminalidade. Dessa forma, no possuem permisso para pautar sua vida na legalidade
e por isso acreditam que o problema insolvel.
Desqualificao da viabilidade das opes: Em muitos casos, o adolescente verbaliza que devido aos
inimigos que possuem dentro da criminalidade no podem sair do crime, pois temem a prpria morte.
43
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:
BERNE, E. Princpios da Anlise Transacional. In: ________. O que voc diz depois de dizer Ol? : a
psicologia do destino. Nobel, So Paulo. 1988. p.25-37.
BERNE. E. Inventrio de Verificao do Script. In: ______ O que voc diz depois de dizer Ol?: a psicologia
do destino. Nobel. So Paulo. 1988. p. 332-349
BARCELOS, F.O. Desmistificando a criana e o adolescente autor de atos infracionais. Monografia
(Especializao) Curso de Ps Graduao Terapia Cognitiva e Comportamental. Universidade Federal de
Uberlndia - Uberlndia, 40 p. 2010.
BRASIL. Estatuto da criana e do adolescente: Lei federal n 8069, de 13 de julho de 1990. Rio de Janeiro:
Imprensa Oficial, 2002.
MELLOR, K; SCHIFF, E. Desqualificao. Prmios Eric Berne, Porto Alegre, v.5, p. 130-139, 1975.
SCHIFF, A.W; SCHIFF, J.L. Passividade. Prmios Eric Berne, Porto Alegre, v.1, p.29-40, 1972.
REZENDE, J.H. O adolescente autor de ato infracional e a responsabilizao. In: MACIEL E.R; VIDIGAL, M.F.
(Org) Espao Sob Medida. Belo Horizonte: Logus, 2010, p.45-57.
45
Resumo
O presente trabalho tem como proposta realizar um estudo sobre os princpios filosficos e epistmicos da
Anlise Transacional AT, perpassando pela fenomenologia, existencialismo, humanismo e, finalmente,
pelas razes da teoria da AT. A partir de uma reviso exploratria, pretende-se fornecer contedo terico e
metodolgico aos estudantes e analistas transacionais para melhor compreenso a respeito das possveis
influncias filosficas que forneceram sustentao ao pensamento de Eric Berne na construo da teoria
da AT. Buscou-se estabelecer a respectiva correlao com os princpios filosficos, pressupostos tericos,
metodologia e lemas teraputicos da AT, alm de identificar as bases filosficas e epistmicas dos
conceitos estruturais da teoria de Berne, principalmente Script e Autonomia.
46
CAROLINE N. ALVES
Graduada em Psicologia pela Faculdade Pitgoras de Uberlndia, Especialista em
Anlise Transacional pela Faculdade de Tcnologia Paulo Freire (FATEP/JK)
e Unio
Nacional
de Analistas
Transacionais
( UNAT/Brasil). Trabalha
47
clnico,
especialista
em
Anlise
Transacional
(Faculdade
JK
de
REFERENCIAS
BAUMAN, Zygmunt. Amor Lquido: sobre a fragilidade dos laos humanos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
2004.
BERNE, Eric. O que voc diz depois de dizer ol? So Paulo: Nobel, 1988.
_____. Anlise Transacional em Psicoterapia. So Paulo: Summus,1985.
_____. Os Jogos da Vida. Artenova: 1977.
_____. Sexo e amor. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 1976.
48
49
50
A interveno proposta ocorreu em uma empresa de Call Center de Uberlndia onde a autora desse
trabalho treinadora dos operadores de telemarketing. Considerando o cenrio desse campo de trabalho
na cidade e observando o esforo para alcanar as metas de qualidade e assiduidade da empresa e,
consequentemente, seus objetivos financeiros, a interveno surgiu com a compreenso de que a filosofia
da Anlise Transacional de curar primeiro e analisar depois poderia tambm ser aplicada ao contexto
organizacional. Resolva primeiro, analise depois foi a adaptao que guiou essa interveno. Como
veremos mais adiante, os resultados apontam na direo de uma melhora importante, tanto na qualidade
do servio dos operadores quanto em sua assiduidade. Seguimos, ento, para o prximo passo: analisar
teoricamente possibilidades de como isso ocorreu. Vamos descrever primeiro o perfil dos funcionrios, os
instrumentos utilizados, o modo como a interveno ocorreu e, por fim, apresentaremos e analisaremos os
resultados.
O perfil das pessoas que entram para fazer treinamento na empresa de telemarketing era
correspondente s classes sociais C e D. Dentre os treinandos, donas de casa que estavam fora do mercado
de trabalho por muitos anos, jovens com concluso recente do Ensino Mdio que precisavam pagar
faculdade, bem como pessoas que precisavam de uma recolocao no mercado.
Utilizamos como instrumentos para lidar com as cinco emoes autnticas acima citadas, msicas,
vdeos de profissionais com sucesso no mercado, cenas de filme que demonstram perseverana, dinmicas
de aprendizado para fixar os exerccios e material pedaggico para desenvolver trabalho em equipe.
Identificamos que, para atingirmos os ndices esperados de qualidade e assiduidade, seria
necessrio que os Estados de Ego dos treinandos funcionassem no circuito positivo, pois s assim ocorreria
uma melhora no desempenho profissional e cumprimento dos ndices. Para integrarmos o sistema
personalidade aos seus subsistemas, os Estados de Egos fazem-se necessrios limites definidos, porm,
com suficiente flexibilidade para permitir a circulao fluente da energia psquica necessria para o
acionamento de qualquer um dos rgos dos Estados de Ego. Nesse sentido, a interveno dos treinadores
utilizando os conceitos da Anlise Transacional acontece quando os responsveis trabalham para que
ocorra a integrao dos subsistemas, Estados de Ego, uns com outros.
Para trabalharmos o nvel de energia no Estado de Ego Pai, ensinvamos aos treinandos as normas,
regras e valores da empresa onde ocorreu a interveno. Por exemplo, ensinvamos que a falta deveria ser
justificvel de acordo com as leis trabalhistas e que a falta no justificada representaria trabalho a mais
para os colegas deles, bem como perda financeira para empresa. Explicvamos que, de acordo com o
contrato assinado por eles, tinham direito s pausas no trabalho, mas no poderia haver atraso, pois
51
seriam avaliados; orientvamos, tambm, sobre a importncia de estudar todos os dias em casa e para que
fossem sinceros quanto ao seu processo de aprendizado. Na sala de treinamento, falvamos sobre postura
profissional em acordo com a empresa, o que seria prestao de servios, e tambm sobre onde, como e o
que dizer para o cliente em relao ao contedo operacional; destrinchvamos todos os itens da planilha
de qualidade, de forma que eles soubessem como conversar formalmente com o cliente e lidar com as
objees. Percebemos que, medida em que eram instrudos, os treinandos repetiam a fala do treinador,
os gestos, o olhar e as regras que tinham aprendido.
Desenvolvemos um mtodo para ensinar de modo criativo e por meio de repetio. Fizemos isso
mapeando um atendente que s tirava 117% em sua monitoria de qualidade, observando como ele se
comunicava e analisava as contas dos clientes. Logo, transcrevemos todas as suas falas e criamos o script
efetivo da ligao, que continha todo o contorno de objees e sada para cada situao. Apresentamos
esse modelo para os treinandos e recorramos a ele sempre que preciso.
Trabalhvamos com os itens que tm sido relatados como desagradveis pelos clientes, tais como
as expresses no gerndio. Percebamos que, com as instrues repassadas durante o treinamento, os
treinandos modificavam a forma de falar de vou estar transferido a ligao para vou transferir a
ligao.
Aps o trmino do treinamento, oferecamos feedback por meio da escuta efetiva da ligao. Os
funcionrios escutavam suas ligaes, ressaltvamos tudo que eles tinham apreendido durante o ms em
treinamento, atravs de um aulo que acontecia uma semana aps o treinamento.
Utilizamos o conceito de Catexia e a hiptese de sua constncia, entendendo que a maior
catexizao de um Estado do Ego necessariamente leva diminuio da energia do outro estado de Ego.
Instruamos, ento, o Estado de Ego Pai, de forma que esse ficasse catexizado e pudesse passar energia do
Estado Ego Pai para o Adulto atravs das fronteiras permeveis (BERNE, 1961). Assim, ocorreu passagem
de energia do Estado de Ego Pai para Adulto e do Estado Criana para Adulto, tendo ento o Estado de Ego
Adulto o poder de comando por possuir maior energia psquica.
Para trabalharmos os Estados de Ego, utilizamos as quatro formas para identific-los.
Estruturvamos nos treinandos suas palavras, gestos, tom de voz, postura, olhar, expresso facial e
linguagem verbal e no verbal, de acordo com o que era exigido pela organizao. O diagnstico social nos
serviu para orient-los a modificar as respostas aos estmulos que lhes eram enviados. J o diagnstico
histrico foi utilizado para instru-los sobre como deveria ser uma postura profissional, de modo que,
quando eles atendessem o cliente, reproduzissem o comportamento adequado como fazia o treinador. O
52
diagnstico fenomenolgico foi utilizado para influenciar em um bom resultado, ainda que esse indicador
no seja utilizado em organizaes. Este foi usado porque permitiu que, no atendimento ao cliente, os
treinandos se lembrassem do que era ensinando em sala de treinamento, pois estudvamos todas as
possibilidades de argumentao para contornar uma objeo e simulvamos como seria no atendimento
real. Quando os treinandos atendiam o cliente por telefone, eles se lembravam desses momentos e
sentiam-se capazes, o que muito contribua para que eles conseguissem prestar um bom atendimento.
Utilizamos o Estado de Ego Pai Nutritivo para trabalhar as Carcias com os funcionrios. Dizamos
aos treinandos que eles eram capazes, que tinham conhecimento suficiente para acertar aps um
treinamento de 30 dias, valorizvamos os acertos na nota de qualidade e os erros eram repassados como
dicas de sucesso. Dessa forma, os funcionrios se sentiam protegidos e reconhecidos pelo fato de ter o
treinador para dar apoio e instruo. Utilizvamos tambm o Estado de Ego Pai Controlador para cobrar
normas, valores, metas, posturas e o comprometimento que eram exigidos e repassados pela empresa.
Trabalhamos tambm com Estado de Ego Criana atravs das cinco emoes autnticas, pois era
permitindo que eles sentissem cada uma delas: amor, alegria, medo, raiva e afeto. Informamos que seria
permitido sentir raiva, mas que eles deveriam separar sentimentos de aes, ou seja, poderiam sentir raiva
de um cliente que gritasse, falasse mal e o destratasse, mas isso no pode ser expresso para o cliente, uma
vez que se tratava de uma relao profissional e no pessoal; trabalhamos tambm a conscincia de
estarem ali para auxiliar o cliente e inform-lo sobre a melhor soluo. Instrumos que o medo no primeiro
dia de atendimento seria normal, em funo da novidade e do inexplorado; procuramos oferecer proteo,
colocando pessoas para darem apoio com conhecimento operacional e informar que, se algo acontecesse,
estaramos ali para, juntos, encontrarmos a melhor soluo. Para trabalhar a tristeza, demos Permisso
para os treinandos chorarem e, logo em seguida, ensinamos uns aos outros para que se apoiassem no
atendimento: eles poderiam at chorar, mas depois que conclussem o atendimento ao cliente. Para
trabalharmos a alegria e o amor com os treinandos, foi permitido que compartilhassem como foi o
atendimento: escutamos, rimos, comemoramos os acertos, parabenizamos e incentivamos uns aos outros.
Nesse sentido, tudo foi feito em um ambiente de respeito mtuo, partilha e solidariedade.
Utilizamos, para trabalhar o Estado de Ego Criana Livre, msicas, dinmicas de grupo e confeco
de cartazes, a fim de desenvolver criatividade, espontaneidade e autenticidade no atendimento.
Desenvolvamos tambm a parte analtica da conta do cliente, o raciocnio lgico e a intuio atravs de
estudo de caso, tendo em vista deixarmos o treinando seguro de si para passar informaes ao cliente.
Para isto, utilizvamos o Pequeno Professor, existente dentro do Estado de Ego Criana. As aulas eram
53
dinmicas e prticas, o que gerava nos treinandos envolvimento em equipe e vontade cada vez maior de
participar. Nesse sentido, quando trabalhamos as Carcias, as Emoes e o Estado de Ego Pai permitiam
que os Estados de Ego se encontrassem claramente definidos, com limites estabelecidos, porm com
flexibilidade de circulao fluente de energia psquica para acionarmos qualquer Estado de Ego.
Com o Estado de Ego Adulto energizado, as aes e reaes so determinadas pelo processamento
de dados provenientes dos Estados de Ego Pai e Criana, da observao da realidade externa e do
consenso atingido entre os valores e julgamentos do Estado de Ego Pai, as necessidades da Criana e o
senso de realidade do Adulto. Por fim, tudo isso importante para que o sistema personalidade funcione
harmnico e integrado. Com base nos resultados evidenciamos que o ndice de qualidade nas turmas que
foram treinadas utilizando a Anlise Transacional ficou acima do esperado. Alm disso, o ndice de
assiduidade nas turmas em que aplicamos a interveno proposta foi de 100%, ou seja, durante o
treinamento, no houve registro de faltas. Esses resultados apontam xito e demonstram que a
interveno na qual o treinador utiliza os conceitos da Anlise Transacional pode ser eficiente na prtica.
Conclumos que, ao trabalharmos com as Carcias, estamos reconhecendo a existncia dos funcionrios e
permitindo que os subsistemas, Estados do Ego, encontrem-se delineados, com limites definidos, porm
com circulao fluente de energia psquica para acionarmos qualquer um dos Estados de Ego. Quando
trabalhamos o Estado de Ego Pai, apresentando as normas, regras e valores da empresa, permitimos ainda
mais essa circulao de Catexia, o que favorece tambm a energizao do Estado de Ego Adulto. Essa
redistribuio resulta na obteno dos ndices esperados de qualidade e assiduidade dos funcionrios, o
que faz com que a empresa cumpra seu contrato de trabalho e atinja suas metas de faturamento.
Ressaltamos que a interveno aconteceu na prtica e que reflexes tericas mais sistematizadas
aconteceram apenas posteriormente.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BERNE, E. Anlise Transacional em Psicoterapia. So Paulo: Summus, 1961.
BERNE, E. O Que Voc Diz Depois de Dizer Ol? So Paulo: Nobel, 1988.
BERNE, E. Os Jogos da Vida. So Paulo: Nobel, 1995.
54
So pais que dizem uma coisa num dia e outra no outro. Uma pessoa com pais inconsistentes
quando em seu estado de ego Pai, ir agir de forma similar e vacilar naquilo que os outros esperam dele
podendo parecer injusto. Em seu estado de ego Criana ir sentir insegurana.
4 Pais conflituosos:
Pais briguentos discutem por qualquer coisa. O conflito pode ser sobre trabalho, educao,
dinheiro, lazer, sexo, educar crianas, etc. Pessoas com pais conflituosos geralmente tm uma batalha
interior no seu estado de ego Pai. Em relao aos outros agem como um progenitor e depois como o outro.
Quando em seu estado de ego Criana podem se sentir assustados com vozes altas e podem se retrair
quando se deparam com conflitos.
5 Pais distantes:
So aqueles que permanecem fora de casa muito tempo ou quando em casa no escutam ou no
dividem suas idias e sentimentos ou se isolam em um escritrio. Falam sempre: - No me amole, estou
ocupado! Pessoas que tiveram pais distantes vo fazer o mesmo quando em seu estado de ego Pai a em
seu estado de ego Criana sero amigveis, mas inseguras.
6 Pais superorganizados:
So pais que processam fatos continuamente, no apresentando com frequncia entusiasmo, calor,
crtica, impulsividade ou comportamentos protetores.
Pessoas que tiveram pais superorganizados em seu estado de ego Pai so bem organizados e
esperam que os outros o sejam. Quando em seu estado de ego Criana so rebeldes, indiferentes,
desobedientes ordem em geral e a pessoas organizadas.
7 Pais carentes:
Pais carentes esperam sempre serem tratados como bebs, serem cuidados, alegrados, motivados
e perdoados. Manipulam seus filhos a assumirem papis parentais em casa. Pessoas que tiveram pais
carentes em seu estado de ego Pai expressam necessidades emocionais similares. Em seu estado de ego
Criana vo procurar um cnjuge que possam cuidar e um emprego onde possam cuidar das pessoas.
Agora vamos dizer como fazemos:
A tcnica da cadeira vazia adequada quando temos que buscar a mudana de crenas no lugar
onde elas foram sentidas por nossos progenitores, mas a dificuldade que a maioria das pessoas tem
como que uma amnsia parcial do que aconteceu com elas nesse perodo. Freud 6 falava de resistncia
como um fenmeno normal para no sofrer, como uma fuga para no sofrer, ento, uma pessoa ao se
esquecer de um trauma estaria resistindo a se lembrar da dor.
57
58
OBJETIVO
O presente trabalho tem por finalidade apresentar a criao de uma ferramenta em forma de
maquete, que representa os Estados do ego de um indivduo, auxiliando o analista transacional a expor e a
explicar os conceitos tericos e prticos dos Estados do Ego e Catexia (patologia estrutural), dentre outras
59
Emissores de Luz), cujas caractersticas so: Baixo consumo das pilhas, alta luminosidade, sem
aquecimentos e longa durabilidade e segurana ao manuseio. Foram colocados 02 LEDS coloridos em cada
luminria, com as cores padronizadas. As dimenses finais da maquete so de aproximadamente
32x14x8cm.
As luminrias so iguais, redondas de 5,5 cm cada e foram distribudas verticalmente numa caixa
retangular de madeira, cujo interior abriga os circuitos eltricos, e fixados em uma base, tambm de
madeira, e um conjunto de 03 pilhas dispostas posteriormente.
Ao lado de cada luminria, foi colocado um controlador de luz (potencimetro), cuja finalidade
regular o grau de luminosidade de cada luminria, atravs de um circuito transistorizado alojado dentro
desta caixa retangular. Os controladores, seus respectivos circuitos eletrnicos, bem como as respectivas
luminrias, so independentes, utilizando em comum, apenas o interruptor geral, com LED piloto, para
sinalizar se os circuitos esto ligados, bem como para indicar a carga da fonte de energia(pilhas ou baterias
AA).
A caixa retangular e a sua base de madeira foram adquiridas em lojas de artesanato. As luminrias
foram adquiridas em lojas de iluminao eltrica. Os LED e o porta pilhas foram aproveitados de desmonte
de enfeites natalinos (pisca-pisca). Os transistores, resistores e potencimetros para a construo do
controlador, bem como fios e solda para circuitos eltricos, foram adquiridos em lojas de componentes
eletrnicos.
DISCUSSO
A apresentao desta maquete demonstra os trs Estados do Ego, representados
esquematicamente por Eric Berne por trs crculos verticais denominados como Pai, Adulto e Criana.
Com a variao de luminosidade de cada uma das luminrias, podemos representar o grau de
Catexia em cada um dos Estados do Ego, bem como podemos simular a transio da Catexia de um Estado
do Ego para outro de forma lenta ou rpida, demonstrando e simulando as Leses de Fronteiras, bem
como a viscosidade da Catexia.
Dentre as a vrias possibilidades de utilizao desta maquete, podemos tambm simular o Dilogo
Interno, a Excluso de determinado Estado do Ego.
Outra possibilidade utilizar duas maquetes (02 indivduos) lado a lado e simular os vrios tipos de
Transaes, bem como trs maquetes (03 indivduos - pai, me e filho) dispostas em forma de tringulo
com a base para cima, nas aulas de Script.
CONCLUSO
61
A proposta desta maquete abre um leque de possibilidades que o analista transacional pode utilizar
em cursos de 101 e 202, exerccios para os alunos em fase de aprendizado, servindo como mais uma
ferramenta auxiliar, dentre as vrias atualmente utilizadas, com vrias nuances de utilizao.
AGRADECIMENTOS
Agradeo especialmente a Prof. Marlia Mrcia Santos Pereira pessoa da minha estima, que me
apresentou Anlise transacional, pelo seu apoio, orientao, disponibilidade e carinho na concretizao
desta idia. Agradeo a Prof. Miriam Cibreiros, pelo incentivo, motivao e sugestes, entusiasmo e
sabedoria, bem como Prof. Ede Lanir Ferreira Paiva pelas recomendaes e orientaes muito valiosos,
na concretizao deste trabalho.
AUTOR: Omar Nayef Fakhouri Braslia DF - (61) 8124 -3034 [email protected]
ORIENTADORA: Marlia Mrcia Santos Pereira Braslia DF (61) 9994-6347 [email protected]
REFERNCIAS:
BERNE, Eric. Anlise Transacional em Psicoterapia. So Paulo: Summus editorial, 1985.
__________. O Que Voc Diz Depois de Dizer Ol. So Paulo: gora, 1988.
KERTSZ, Roberto. Anlise Transacional Ao Vivo. So Paulo. Summus, 1987.
62
63
OFICINAS
64
COMO VOC DIZ OL? A INTENSIDADE DE VOZ COMO PARMETRO PARA COMPREENSO
DE PROCESSOS INTERNOS
ANDREA CECHIN
Fonoaudiloga, formada pela PUC-Pr, com especializao em Voz pelo
CEFAC-SP. Formao em Anlise Transacional (AT202). Membro regular da
UNAT
Brasil
para
rea
Atua
Organizacional.
com
Curso
atendimento
de
Coaching
individual
em
COMO VOC DIZ OL? A INTENSIDADE DE VOZ COMO PARMETRO PARA COMPREENSO DE
PROCESSOS INTERNOS
Resumo
A Voz representa uma das extenses mais fortes da personalidade. A partir dessa premissa, vrios
parmetros de avaliao fonoaudiolgica e tratamento da Voz contemplam a possibilidade de fatores
emocionais que caracterizam a voz de cada indivduo. A proposta deste trabalho apresentar a correlao
entre um parmetro especfico - a Intensidade Vocal - e alguns conceitos da Anlise Transacional que
podem auxiliar na compreenso desta caracterstica to peculiar a cada falante, com suas variaes,
aspectos relacionais e motivaes internas de manifestao no ambiente. A maneira como o indivduo
utiliza sua Voz reflete sua psicodinmica. Portanto, seu funcionamento psquico interfere diretamente na
Voz que apresenta. O mtodo vivencial pode auxiliar a compreenso, principalmente pelas nuances que as
Vozes apresentam.
65
Referncias
BERNE, Eric. Anlise Transacional em Psicoterapia. So Paulo, Summus, 1961
BERNE, Eric. Princpios de Tratamento em Grupo. New York: Oxford University Press, 1966.
BERNE, Eric. O Que voc diz Depois de Dizer Ol? So Paulo: Nobel, 1998
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BOONE, Daniel R. Sua voz est traindo voc? Como encontrar e usar sua voz natural. Porto Alegre: Artes
Mdicas, 1996.
BEHLAU, Mara; PONTES, Paulo. Avaliao e tratamento das disfonias. So Paulo: Editora Lovise, 1995.
68
RG 243008624
e CPF
275.606.058-50
Modalidade: Oficina
Resumo
O cenrio atual do ambiente de trabalho prope ao lder o desafio de encontrar formas viveis e
harmoniosas de convivncia entre as pessoas. O presente trabalho prope-se a refletir sobre a utilizao do
conceito de Quadro de Referncia da teoria da Anlise Transacional como uma ferramenta para contribuir
com o lder nesta tarefa. Sugere que o conhecimento do conceito pode auxili-lo a perceber os
componentes do seu prprio Quadro de Referncia e consequentemente entender seu estilo de liderana.
Tambm poder dar abertura para o dilogo com dos liderados a fim de compreender como cada indivduo
responde aos estmulos interpessoais e a partir da estabelecer Contratos mais produtivos.
Palavras-chave: Quadro de Referncia. Estilos de Liderana. Contrato.
69
A velocidade da informao imposta pelo meio, a presso por resultados, as diferenas comportamentais
das geraes, as mudanas nos modelos mentais e sistemas de crenas, entre outras so alguns dos
desafios do ambiente de trabalho na atualidade.
Neste cenrio, as pessoas que exercem papis de liderana no ambiente corporativo necessitam estar
conscientes de seus prprios valores, modelos mentais, padres de relacionamento e forma de exerccio
de sua liderana a fim de que os objetivos sejam alcanados com base em relacionamentos saudveis,
produtivos e de crescimento.
O autoconhecimento e o conhecimento do outro so fenmenos que contribuem para que este processo
alcance xito e um dos conceitos da Anlise Transacional que poder contribuir para desenvolver estas
competncias no lder a teoria do Quadro de Referncia.
Segundo Jacqui Schiff (1975) apud Clarke (1998)1 o Quadro de Referncia de um indivduo a estrutura de
respostas (circuitos/ trilhas neurais) associadas (condicionadas), que integram os vrios Estados de Ego
como reao a estmulos especficos. Equipa o indivduo com um conjunto perceptual, conceitual, afetivo e
de ao global que utilizado para definir o self, outras pessoas e o mundo tanto estrutural quanto
dinamicamente.
Clarke (1998) descreve o Quadro de Referncia de uma pessoa como composto por quatro partes: rea
aberta, rea de influncia superficial, influncia mdia e te exterior potente do quadro a rea de
influncia profunda. A camada de revestimento a embalagem da mudana cultural, onde se encontram
as mudanas de ordem tecnolgica, econmica, filosfica e de centros de poder que invadem todas as
reas da vida e todas as reas do Quadro de Referncia das pessoas. Este grande impacto de mudanas
constantes e dramticas exige que se considere todas as reas do Quadro de Referncia do indivduo luz
desta transio.
Em relao ao aspecto de liderana, cabe apresentar a distino entre "lder" e "estilo de liderana"
proposta por Moscovici (1985)2: um lder a pessoa no grupo qual foi atribuda, formal ou
informalmente, uma posio de responsabilidade para dirigir e coordenar as atividades relacionadas
tarefa. Sua maior preocupao prende-se consecuo de algum objetivo especfico do grupo. A maneira
CLARKE, Jean Illsley Clarke. Utilizao sinrgica de cinco conceitos da Anlise Transacional na educao. REBAT,
70
pela qual uma pessoa numa posio de lder influencia as demais pessoas no grupo chamada "estilo de
liderana".
Se o foco principal de ateno a figura do lder, o estudo feito em torno das caractersticas pessoais
procurando-se uma diferenciao de atributos entre "lderes" e "no-lderes". Assim, a teoria do "grande
homem", do lder "nato" e a decorrente teoria de "traos" de personalidade buscam determinar o
conjunto de traos que identificam "o lder.
Alguns questionamentos que podem ser significativos e elucidativos para o lder: "Como posso
desempenhar melhor minha funo de lder (e obter melhores resultados)?"; "Qual o estilo de liderana
mais adequado?"; "Como posso desenvolver meus prprios recursos e adquirir o que me falta para exercer
liderana eficaz?". Estes so pontos crticos de toda uma filosofia e tecnologia de treinamento e
desenvolvimento de lderes, de capacitao e recursos humanos para desempenho eficaz na liderana de
grupos nas Organizaes sociais.
H algumas caractersticas pessoais que facilitam o desempenho do lder em determinadas circunstncias,
e no em outras, e que podem ser desenvolvidas para maior eficcia no seu desempenho. Se o foco de
ateno deslocado para a liderana, ento, o objetivo principal de estudo passa a ser a relao, o
comportamento interpessoal entre lder e liderados, entre a pessoa que influencia e as pessoas que so
influenciadas. Esse aspecto dual indica a caracterstica dinmica da liderana, pois sem liderados no h
lderes, e enfatiza o cerne do problema como sendo a relao entre pessoas.
Tanto os estilos autocrticos, voltados para a produtividade/tarefa, quanto os estilos participativos,
voltados para as pessoas/relaes, podem ser eficazes ou ineficazes, a depender da inter-relao de
fatores situacionais, tais como a natureza da tarefa, a conjuntura (rotina/emergncia), o clima
organizacional, a estrutura de recompensas, os valores, motivaes e expectativas do lder e dos liderados,
a maturidade dos membros do grupo.
Neste modelo so detectados quatro estilos principais de comportamentos de liderana, a saber:
a) Liderana diretiva ou autoritria em que os liderados recebem ordens minuciosas e sabem
exatamente o que se espera que faam, sem opinar;
b) Liderana de apoio o lder mostra interesse e amizade, preocupa-se verdadeiramente com os
liderados e procura aproximar-se de todos;
c) Liderana participativa o lder dialoga com os liderados, solicitando e usando suas sugestes, mas
ele quem toma as decises finais;
71
d) Liderana orientada para a realizao o lder estabelece objetivos desafiantes para os liderados e
mostra confiana em suas capacidades far atingi-los com bom desempenho.
A situao e o grupo influenciam o estilo de liderana, encorajando mais um estilo que outro. O lder
precisa ter certa flexibilidade para usar estilos diferentes, sem chegar a extremos de incongruncia, da
mesma forma como atende s expectativas de diferentes papis sociais, desempenhando-os com
comportamentos mais ou menos adequados resultantes da sua flexibilidade, motivao e experincia. Ns
nos comportamos diferentemente de acordo com os papis e as situaes, sem deixarmos consistncia
interna ou de sermos "ns mesmos".
Considerando, portanto, que o referencial terico do Quadro de Referncia pode contribuir para que o
lder compreenda as percepes e reaes de seus liderados e sua singularidade e suas prprias
percepes em relao ao mundo, ele poder agir de maneira a estabelecer relacionamentos mais
saudveis. Eles sero baseados no respeito mtuo, criar vnculos mais fortes com as pessoas e construir um
ambiente de confiana para que a comunicao seja autntica.
A forma proposta para isso baseia-se na teoria de Contrato.
Berne
(1966, p. 23-25) diz que h dois tipos de contratos que os profissionais em qualquer rea de
tratamento esto sujeitos, o primeiro refere-se prtica organizacional e o segundo clnica particular. Em
ambos, h a premissa da oqueidade dos contratantes, o que gera clareza e autenticidade nas relaes.
Conhecer o conceito de Quadro de Referncia e examin-lo pode gerar maior conscincia no
estabelecimento de Contratos entre lder e liderado(s), corroborando assim para relaes saudveis e para
que os objetivos estipulados direcionem para a Autonomia.
Metodologia:
Atravs da modalidade de Oficina, as etapas estruturais do desenvolvimento da atividade so:
a) Aps a introduo dos objetivos e forma de trabalho, convidar para um exerccio individual
72
IVANA A. ZANINI
Consultora e scia da AlGI CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA. . Atua como Consultora
em processo de Gesto de Pessoas e de desenvolvimento de Lderes e Equipes e como
Coach . Membro Regular da UNAT-Brasil.
Modalidade: Oficina
Metodologia: Vivencial
Pr-requisito: conhecimentos bsicos de AT (participao em 101)
Resumo
Pretende-se nesta oficina, replicar, uma situao comum no ambiente empresarial e identificar
eventual ao dos Compulsores. O processamento dos resultados observados poder gerar contribuies
para o autoconhecimento dos participantes.
Palavras-chave Compulsores, ambiente empresarial, desempenho;
Desenvolvimento
O conhecimento de Compulsores dos membros de um grupo,
73
REFERNCIAS
GRAMIGNA, Maria Rita Miranda, Jogos de Empresa, So Paulo, Makron Books, 1993.
KRAUSZ, Rosa R. Trabalhabilidade. So Paulo: SCORTECCI, 2012
Kahler, Taibi in PRMIOS ERIC BERNE 1971-1997.UNAT-Circulao restrita, 2005
74
ATENO CRIANADA!!!!
TRABALHANDO EM AT COM CRIANAS
FABIANA GARCEZ
Psicloga clnica desde 2002 pela instituio de ensino superior UniCeub de
Braslia. CRP 018967. Atua em consultrio h 10 anos no acompanhamento de
jovens adultos, adolescentes e crianas. Realiza grupos e oficinas teraputicas com
foco na integrao e desenvolvimento humano. Tem formao em psicoterapia de
grupo com enfoque analitico-corporal (extinto Instituto PlenoSer _ Adriana Lbo e
Angelica Santos Rodrigues), e esta em fase de concluso da certificao AT_202 sob orientao da
membro-didata em formao Miriam Cibreiros _
contempornea tendo atuado como bailarina profissional por mais de 10 anos. Tem formao em
Movimento Vital Expressivo pelo Sistema Rio Abierto_ Brasil/Argentina. Em sua prtica clnica procurar
usar a dana e demais tcnicas psicocorporais para favorecer o progresso do trabalho psicoterpico.
Modalidade: Oficina
Metodologia: Vivencial
Objetivo: apresentar formas de trabalhar os conceitos de Estados de Ego, Emoes e Disfarces,
Transaes, Jogos Psicolgicos entre outros, tanto em consultrio em sesso individual como em oficina
para grupos com crianas.
ATENO CRIANADA!!!!
TRABALHANDO EM AT COM CRIANAS
De acordo com as premissas da Anlise Transacional, seus conceitos e instrumentos so acessveis e
compreensveis a uma criana de oito anos. partindo dessa forma de trabalhar, com terminologia simples
e potente, que atuo com crianas h 10 anos tanto em sesses de terapia individual como em grupos de
oficinas.
75
aparecem, mas o carisma e afeto do terapeuta so essenciais. Em termos de AT, sua Criana tem de se
fazer presente, caso contrrio, seu pblico dinmico e enrgico perde o interesse de pronto e o trabalho se
desvia.
Na oficina proposta no presente Congresso, o objetivo proporcionar ao pblico de terapeutas (ou
no-terapeutas) o contato com essa forma divertida, colorida e gostosa de trabalhar alguns dos conceitos
da AT.
76
PALESTRAS
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HELENA HARGADEN
Atua como Psicoterapeuta e Supervisora em Londres, Inglaterra. Realiza seminrios
de Anlise Transacional Relacional em Kent. diplomada em Counselling, mestre em
Psicoterapia com Anlise Transacional, Doutora em Psicoterapia Relacional e
Supervisora e Treinadora em Anlise Transacional. Possui experincia de 25 anos com
questes de relacionamentos, autora de artigos cientficos e livros na rea de
Relacionamento Humano. Especialista em trabalhar com pessoas que querem
melhorar a qualidade de seus relacionamentos.
"E ento, ns viremos das Sombras" - Leonard Cohen, The Partisan Song - por Helena Hargaden
A Sombra representa qualidades da personalidade negligenciadas e consiste de uma parte reprimida e
parte de traos no vividos por razes sociais, ticas, educacionais ou outras; tendo sido excluda da
experincia consciente e, portanto cado na inconscincia. A Sombra a personificao da parte de
possibilidade psquica humana que ns negamos em ns mesmos e projetamos em outros. Todos tem uma
Sombra e a significncia da Sombra que se nos engajamos com ela, ento isto ns levar s profundezas
de nossos selfs.
Ser explorado o lado Sombra da AT, as partes da AT negligenciadas e reprimidas. Inicia-se com uma
explorao do autor da AT, Eric Berne: suas razes judaicas, ele originalmente foi chamado de Bernstein e
sofreu o anti semitismo em seu pas de origem, Canad. A manifestao destas razes histricas sero
olhadas na teoria da AT e ser sugerido que estas partes da teoria da AT negligenciadas e reprimidas esto
conectadas com a vulnerabilidade e com o arqutipo feminino.
78
do
RNA
mensageiro
desencadeiam
a sntese
de
protenas
nos
ribossomos
das
clulas, notadamente nos neurnios. Estas protenas sintetizadas iro estruturar sinapses e novas redes
neurais e so a base molecular da plasticidade cerebral e da criatividade.
79
Nos ambientes das empresas e, em geral, em todo o mundo corporativo, as habilidades relacionais
so cada vez mais exigidas e valorizadas entre as equipes, as lideranas e os indivduos. O desenvolvimento
de pessoas tem sua base mais significativa na importncia vital das relaes praticadas.
Assim, nos
ambientes de trabalho, observa-se, cada vez mais, a necessidade de estimular o desenvolvimento das
atitudes de integrao, obtidas atravs do incremento de um estilo de comportamento e de prticas
laborais marcadas pela clareza dos procedimentos com vistas execuo dos planejamentos. Ter bons
relacionamentos ter influncia e poder, e a demanda est cada vez maior em condicionar, motivar e
revisar o comportamento prprio e das equipes. Essa demanda do gestor, coordenador de equipes, que
tem compromisso com o prprio resultado e com a motivao do seu grupo.
Consideradas as imensas riquezas da viso integrativa, quando se traz para a empresa uma
proposta de reviso e de aplicao de uma nova abordagem das prticas relacionais, geralmente se produz
80
um efeito de abertura para o novo e de valorizao da integrao das vivncias derivadas das quatro
dimenses do comportamento humano. Se, por um lado, surge um desconforto, uma espcie de falta de
acomodamento nos grupos, por outro instala-se um ambiente de renovao. importante a utilizao de
uma proposta de mudana que seja adequada ao crescimento humano, alm de ser a mais segura possvel
dentro do quadro que se deseja melhorar.
Esse processo, porm, no ocorre de forma espontnea. Depende de uma deciso e da preparao
e instrumentalizao dos envolvidos nas prticas administrativas corporativas que precisam ser
transformadas. Para que as mudanas ocorram de uma maneira mais segura, surge a necessidade de
desenvolvimento do ambiente organizacional, de um processo relacional baseado em qualificao e
reconhecimento, que estimule autonomia, iniciativa e escolhas conscientes.
O trabalho de desenvolvimento com foco em sade e qualificao de relaes convida a pessoa a
estar em uma posio em que se perceba como um participante efetivo e no como um prisioneiro de
dilemas, um passageiro passivo ou um contestador sem causa.
As necessidades de mudana podem estar associadas ao desenvolvimento da liderana, s
habilidades para as relaes de poder, ao gerenciamento para o crescimento, lapidao da personalidade
ou construo de segurana. um desafio para este profissional melhorar suas habilidades e talentos j
adquiridos, contribuir para a aquisio e o desenvolvimento de um novo desempenho, sobretudo se for
necessrio e urgente na atividade profissional.
Em relao ao ser autntico, dizem James e Jongeward (1975): A pessoa autntica sente a sua
prpria realidade conhecendo a si mesma, sendo ela mesma, e tornando-se uma pessoa digna de crdito e
receptiva. Preza a sua prpria singularidade e a do outro.
A autonomia envolve um contato que tambm se refere qualidade da comunicao entre duas
pessoas: a conscincia tanto do prprio self quanto do outro, um encontro sensvel com o outro e um
reconhecimento autntico de si mesmo. , tambm, ter a convico de que, seja l o que acontea, podese escolher lidar com a situao para o crescimento e o desenvolvimento pessoal.
A pessoa, ao vivenciar sua autonomia centrada em princpios, cria confiabilidade, produz harmonia,
confere capacidade. Tambm demonstra preocupao e dedicao honestas em relao aos outros
caractersticas de um bom pai; tem iniciativa para solucionar problemas caracterstica de um adulto; e
possui a capacidade de criar, expressar admirao e afeto caractersticas de uma criana feliz. E quando
h gestores e colaboradores com esse perfil atuando no ambiente organizacional, o clima agradvel e
produtivo. Os gestores de equipes que trabalham com sua autonomia lderes referendados por seu
81
Leituras Referenciadas:
Schmid, Bernd - Transactional Analysis and Social Roles - Transactional Analysis Journal - So
Francisco, USA - 2007.
ERSKINE, Richard G. Theories and Methods of an Integrative Transactional Analysis.. San Francisco,
Califrnia: TA Press, 1997.
JAMES, Muriel ; JONGEWARD, Dorothy. Nascido para Vencer. So Paulo: Brasiliense, 1975.
SCHEIN, Edgar H. Princpios da consultoria de processos: para construir relaes que transformam.
So Paulo: Fundao Petrpolis, 2008.
82
Resumo
CIME (do latim zelumen, palavra de origem grega zelos, cujo significado original seria cuidado, ardor.
dicionarizado como um sentimento doloroso, incomodativo cujas exigncias de um amor inquieto,
inseguro, o desejo de posse da pessoa amada (por medo de perder o objeto querido) levam suspeita, ou
mesmo a certeza, da sua infidelidade (raiva por estar perdendo ou por ter perdido).
H quem considere o cime como normal e o tempero ou manifestao do amor. Seria saudvel at o
ponto em que no interfira no relacionamento amoroso. De fato, trata-se de um sentimento derivado do
amor e que se manifesta pelo medo de perder o objeto de amor, ou de ser preterido e de no ser o alvo
das atenes.
Pela Anlise Transacional entendemos que no h ponderao do nosso ego ADULTO que sossegue a
inquietao do ego CRIANA. A razo no consegue sossegar a onda emocional do cime, uma defesa
infantil e que, quando adultos, conservamos as motivaes possessivas da criana. Pode ser um pretexto
83
para jogos de poder (=controle sobre o/a parceiro/a). Quando patolgico, o cime um pesadelo pelo
que o ciumento sente e que pode atingir uma forma paranica de intensidade imprevisvel, deixando o
indivduo preso em um esquema obsessivo cheio de distores cognitivas. Homens exibem mais o carter
paranico e obsessivo. As mulheres exibem mais freqentemente comportamento histrico e depressivo.
A incidncia maior nas mulheres (83%) do que nos homens (61%) que comumente reagem de modo
diferente. Elas sofrem mais ao imaginar o seu parceiro apaixonado do que fazendo sexo com a outra. O
homem sofre mais ao imagin-la tendo sexo com o rival do que apaixonada pelo amante.
O cime pode ter um papel de importncia no desenvolvimento emocional da pessoa, pois o senti-lo
significa adquirir a capacidade de individuar-se, i., poder perceber o outro como um individuo
independente, com os prprios desejos e fantasias. Individuao sinal de que se est deixando de
importar s consigo, e comeando a validar a importncia do outro, pois o cime pressupe a existncia
real ou imaginria de um terceiro indivduo.
UMA ANLISE TRANSACIONAL DO CIME
Quando o cime est vinculado com a intimidade que se busca na relao amorosa, o indivduo pode se
sentir preterido, excludo ou trocado, mormente se a pessoa tem uma Crena de Script: eu no sou digno
de ser amado, o cime pode aparecer como uma exibio de Disfarce, reforado por fantasias de vir a ser
trado. Espera, ento, por uma evidncia circunstancial, para desenvolver o cime, como uma experincia
de reforo sua crena bsica, mantendo assim em marcha o seu Script, cujo desfecho final previsvel,
poder ser S e ABANDONADO, em reafirmao sua posio existencial eu no estou OK, voc no est
OK (=noOK/noOK). A baixa na auto-estima de quem sente cime, lhe afeta a autoconfiana e pode
provocar um sentimento de menor-valia, que equivale Posio Existencial no-OK/OK, traduzida por
inquietao, insegurana e distrbios psicossomticos diversos, caractersticos do estado de ego Criana
Adaptados Submissa. A emoo presente um Disfarce de medo, muito freqente em quem desempenha
o papel de vtima submissa no Tringulo Dramtico de Karpman, no qual o indivduo preso de cime pode
tambm exibir os pensamentos, sentimentos e condutas de uma Criana Adaptada Rebelde, com raiva
potente, retroalimentada por pensamentos repetidos de vingana e retaliao. Alis, digno de registro
que a vtima rebelde no Tringulo Dramtico expe a sua Posio Existencial: eu OK/voc no OK, a mesma
do Perseguidor, j que a Vtima rebelde no passa de um Perseguidor (=Pai Crtico negativo) disfarado em
Vtima.
84
Os Jogos Psicolgicos presentes no prprio Jogo de cime, iniciam-se atravs de Transaes ulteriores que
servem de isca para outros Jogos de primeiro e de segundo grau, tipo Peguei-te desgraado, Bate-boca,
Bata-me etc.. Este ltimo pode evoluir at um desfecho trgico, tpico de um Jogo de terceiro grau,
passando para mate-me, to comum visto nas pginas policiais. Como os Jogos Psicolgicos fazem parte do
Script de vida, parece bvio que as pessoas escolham parceiros para se relacionar, dentro de um perfil
psicolgico complementar tudo isso dentro de um plano inconsciente sutil. Em termos de AT, esta
escolha seria feita por uma parte elementar do Ego Criana Natural ou Livre, denominado Pequeno
Professor. O processo da seleo do parceiro pr-consciente, intuitivo, bastante complexo, porm em
alta velocidade.
Um Script de desfecho trgico prenunciado por um Jogo Psicolgico de primeiro ou de segundo grau, nos
quais possvel se fazer interferncias preventivas, em tempo hbil, no curso de uma psicoterapia
Transacional, de grupo e/ou individual. Em uma anlise estrutural duma pessoa em terapia com AT, podese buscar o seu processo interno inclusive os dilogos internos mais perniciosos, que incluem a autoacusao que se traduz por sentimento de culpa, e tambm o sentimento parasita de autopiedade, os
quais se passam, via de regra fora de percepo do ego Adulto. Tais dilogos internos costumam perpetuar
o papel de Vtima que os ciumentos tendem a adotar, e com esta vitimagem vm os pedidos de reforos
sociais ou Carcias de lstima. Ao adotarem o papel da Vtima rebelde, o ciumento pode se sentir premido
por vozes na cabea que os impelem a interaes tensas com seus respectivos parceiros. No raro
sobrevm Transaes persecutrias resultantes de transaes fechadas e ciladas ou pegadinhas,
induzidas por transaes subliminares ou ulteriores , habilmente lanadas como iscas do jogo de bate-boca.
Neste caso, tm lugar as carcias agressivas verbais e no-verbais, decorrentes do cime advindo de
crenas de script que so confirmadas ao final de cada jogo. Assim, os mandatos ou injunes
No confies e No intimes que correspondem s mensagens passadas pelos genitores, sob a forma de
imperativos negativos ou restritivos gravados na cabea dos filhos como diretivas do tipo:
No confie em homem algum; Mulher, s sua me, e veja l! Confie sempre desconfiando: um olho
aberto e outro fechado; No conte seus segredos a ningum.
No esquema tripartite da nossa personalidade, modelo proposto por Berne, podemos compreender que
estes trs componentes estruturais tm a seguinte atuao, em relao ao cime:
o Pai tem opinio sobre cime. Faz juzos de valor e tem crenas pr-formadas; o Adulto
tem
pensamentos racionais ou coerentes acerca do cime. Pondera sobre os prs e os contras deste mausentimento, usa raciocnio lgico com dados de realidade, do aqui-e-agora;Criana sente o o cime, com
85
base em suas vivncias infantis com pais e irmos, ou com figuras substitutas. Em concluso, podemos
dizer que, alm dos elementos de Script que so precoces como influncias parentais, sob a forma de
Injunes tipo: no confies, h ainda atribuies mensagens impositivas dos pais, sob a forma de
declaraes enfticas, com uma ordem para ser ciumento, e simultaneamente uma expresso facial
acompanhada de uma gesticulao recriminatria para no ser ciumento.Na Atribuio tambm dado
um modelo familiar a ser seguido, tipo: Voc ciumento demais! Voc ciumento mesmo que seu tio
Geraldo!
Some-se a modelao que dada por uma ou por ambas as figuras parentais, resultando em influncias
marcantes na expresso do cime, que em nosso parecer, o destempero do amor.
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"Explorando a diversidade de papis que voc e seus clientes abraam como Seres
Humanos."
ROSEMARY NAPPER
Mestre em Educao, Analista Transacional Didata e Supervisora (TSTA) nas reas
Organizacional, Educacional e Aconselhamento, na Inglaterra. membro da
Association of Coaching, Chartered Institute of Personnel, European Association
for Transactional Analysis EATA, International Transactional Analysis Association
ITAA, certificada pela British Association of Counselling and Psychotherapy.
Possui experincia em liderar setores pblicos e organizaes do terceiro setor. Foi Diretora de pequenos
negcios, possui muita prtica como executive coach, consultora, coselheira e facilitadora. Oferece
treinamento e qualificao em: Coaching e Mentoring pelo Institute of Leadership and Management
(Londres), Anlise Transacional (com nfase nas reas organizacional, educacional e aconselhamento)
reconhidos pela ITAA e EATA, desenvolvimento gerencial e de facilitadores de grupo, coaching de
executivos e consultoria organizacional. Escreveu Tactics (em parceria com Trudi Newton, 2000) e um
captulo do livro Life Scripts. Diretora da Tactical, empresa de consultoria com sede em Oxford, que prov
desenvolvimento em gesto, coaching executivo e de liderana e consultorias em desenvolvimento
organizacionais.
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MINI-CURSOS
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Objetivos do Mini-Curso
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EDUCAO FINANCEIRA
JOS SILVEIRA PASSOS
Engenheiro CREA RJ 39.313-D, Psiclogo CRP-05/18.842, Psicoterapeuta, Membro
Didata Clnico Especialista em Anlise Transacional pela UNAT-BRASIL/FATEP,
Diretor do Instituto Pharos de Desenvolvimento Humano e Tecnolgico no Rio de
Janeiro-RJ. Atual Presidente da UNAT-BRASIL.
Objetivo do Mini-curso
Este trabalho tem por finalidade apresentar o tema Educao Financeira versus Educao
Emocional. Ser conduzido apresentando a abordagem com Anlise Transacional de Eric Berne e outros
autores. O trabalho ser apresentado: parte terica e parte prtica vivencial.
Palavras chaves:
Independncia Financeira; Anlise Transacional; Finanas; Educao Emocional.
A educao financeira um tema que, at pouco tempo era negligenciada no lar, na escola, na
empresa e em muitos outros seguimentos da sociedade. Sabe-se que algumas escolas no Brasil, poucas por
sinal, tiveram a iniciativa de agregar em sua grade curricular esse tema to importante em nossa vida
cotidiana.
A globalizao parece ajudar cada vez mais a competitividade a ficar mais rebuscada e acirrada na
sociedade contempornea. Supe-se que para um ganhar o outro tem que perder. Isso produz uma
situao insustentvel diante da fragilidade com que vivemos bombardeados dia e noite com apelos da
mdia para consumirmos cada vez maior. Somos convidados a todos os momentos a prestarmos ateno
ao que est na moda, ao que chic, ao que os mais inteligentes esto consumindo, etc. Enfim, uma
gama imensa de apelaes consumistas que costuma fisgar nossa fragilidade emocional. Na verdade,
90
vivemos numa condio de opresso que se no prestarmos ateno, somos manipulados pela mdia, pelo
governo, por aqueles que possuem o poder, etc.
O tema finanas costuma ser entendido, de uma maneira geral, como sendo de alada dos
economistas, administradores, contadores, etc. Coisa complicada que somente estes profissionais
entendem. No obstante, finanas, diz respeito ao nosso dia-a-dia e leva embutida a idia do dinheiro que
manuseamos para adquirir bens, vestimentas, alimentao, lazer, etc. Ou seja, estamos envolvidos com o
tema finanas grande parte do nosso tempo, e muitas das vezes nem nos damos conta deste fato.
Estive trabalhando com clientes com diversos graus de dificuldades financeira. Dentre muitas
causas, uma bastante comum: crenas incapacitantes sobre o dinheiro. Muitas pessoas sabem ganhar
dinheiro, mas tem dificuldade de mant-lo. Outro, por sua vez, tem dificuldade de ganhar dinheiro e assim
vo surgindo os diversos impedimentos ligados s crenas de cada um.
Pensando em uma alternativa que pudesse dar conta dessas dificuldades, comecei a testar algumas
abordagens que pudesse ser tanto pedaggica quanto teraputica. Dentre elas a Terapia CognitivoComportamental, Gestalt, Programao Neurolingustica, Ecologia Humana e Anlise Transacional.
A abordagem utilizando a Anlise Transacional, tem se mostrado eficiente nos aspectos da
alfabetizao / educao financeira, tanto no nvel psicoterpico como no educacional.
Alguns autores, como Peter Salovey, Jhon Mayer, Daniel Guleman, dentre outros, destacam a
importncia da Inteligncia Emocional na vida das pessoas. Eric Berne j falava da importncia de nossas
emoes, separando-as em duas grandes categorias: as emoes autnticas e as emoes no autnticas
(emoes de disfarces).
As nossas emoes inatas ou autnticas (medo, tristeza, raiva, alegria e amor) so geradas
automaticamente na poro lmbica de nosso crebro (aquela parte primitiva do crebro, tambm
chamada de crebro reptiliano). Essas emoes autnticas ou naturais atuam como mecanismo de
regulao do organismo, mais precisamente atuando como moderador dos instintos que por sua vez tem
como objetivo ltimo a sobrevivncia do indivduo.
As emoes no autnticas ou de disfarce, so aprendidas, normalmente no ceio familiar. O
objetivo desta aprendizagem que estas emoes passem a funcionar como mecanismos de defesa que
possam proteger o indivduo das faltas causadas pelo no
preenchimento de necessidades bsicas, principalmente necessidades emocionais na infncia.
91
Ecologia Humana
Estar em efeito
Estar em causa
SER
SER
Movimento Pr
No vida
TER
Movimento Pr-vida
TER
FAZER
FAZER
A chave para sair do Efeito desenvolver a habilidade de Perder: Coisas, Pessoas e Lugares
Ecologia Humana
SITUAO(Territrio)
Posto mais alto
Mudana de Poder
Excelncia
Afluncia
Operatividade
Normal
Emergncia
Perigo
Inexistncia
CONDIO(Espao)
Posto mais alto
Mudana de Paradigma
Controle
Criatividade
Tranquilidade
Crise
Caos
Apatia
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Resumo
Esta abordagem resultado de investigaes e pesquisas do uso de prticas orientais e ocidentais sob a luz
das descobertas da neurocincia. Ensina a acessar a memria do corpo, ligada sensibilidade, aos instintos
e s qualidades psquicas que fazem parte da nossa herana humana, incluindo a espiritualidade. O dilogo
entre a informao consciente e a sabedoria inconsciente passa a acontecer com suavidade e naturalidade,
permitindo acessar informaes importantes para o aprendizado de como lidar com o nosso processo
energtico. Enfoca a sensopercepo, facilitando a integrao do Adulto e o equilbrio entre o mundo
interno e o contexto do est acontecendo no momento. Trazendo Berne, pela Conscincia, podemos
adquirir Autonomia respondendo aos estmulos do aqui e agora de forma ntima e espontnea.
94
Desta forma, resgatar o desenvolvimento natural do ser humano, para a construo desejada de seu
mundo.
O treinamento consta da identificao de circuitos de retroalimentao positiva e negativa,
sintonizando os vrios aspectos do Sistema Nervoso - sentimento/pensamento/volio/ao - integrados
s necessidades sociais - trabalho, famlia, amigos. Enfoca a sensopercepo; o contato consigo mesmo, o
contato com o outro, o contato com a realidade externa, facilitando a integrao do Adulto e o equilbrio
entre o mundo interno e o contexto do est acontecendo no momento.
ERSKINE, Richard e ZALCMAN, Marilyn. Os sistemas de disfarce. Prmios Eric Berne. Porto Alegre: Unio
Nacional dos Analistas Transacionais - UNAT-BRASIL, 2006.
SCHIFF, Jacqui et all. Leituras do Catexis. Traduo informal feita por BERG Ralph. Rio de Janeiro, 1986 do
original Catexis Reader: transaction analysis treatment of p
Sychosis. New York: Harper and Row, 1975.
Suporte terico-metodolgico:
Anlise Transacional proposta por Eric Berne e seus seguidores, em especial James e Barbara Allen,
Jacqui Schiff e Richard Erskine
Princpios e Leis da Economia Energtica de William Reich
(Orgonomia,) e dos Conhecimentos Ancestrais Taostas
Leitura e decodificao corporal da Semiologia proposta pela:
Vegetoterapia de Federico Navarro
Experincia Somtica de Peter Levine
96
Resumo
Este artigo tem por objetivo mostrar que se podem harmonizar algumas diferenas em um casal,
diferenas estas que sempre esto presentes, pois no existem dois indivduos iguais. Tambm levar em
conta que diferenas no so defeitos. So fruto das experincias passadas. Uma queixa apresentada por
um casal apenas a ponta de um iceberg necessrio ir mais fundo para chegar origem. Condio
necessria para isto que ambos queiram investir, reconhecer a importncia de saber ouvir e investir no
autoconhecimento para depois trabalhar suas diferenas. Para isso, mostraremos as tcnicas que podem
ser usadas com Anlise Transacional.
Palavras-chave: casal; experincias; dependncia; patologia complementar.
Comecemos pela etimologia da palavra harmonia: essa palavra vem do Latim HARMONIA, do Grego
HARMONIA, ajuste, combinao, concordncia de sons), literalmente meios de encaixar, de combinar, de
HARMOS, articulao do corpo, ombro, de uma raiz indo-europeia AR-, encaixar (Origem da palavra- Site de
Etimologia, s/d).
Conceito bsico para uma relao de casal, segundo o qual entender a palavra NS significa o nico
espao onde voc e eu criamos quando voc compartilha seu Self comigo e eu compartilho meu Self com
voc. (MCKENNA, 1978, p. iii). Isto independente dos papeis que atuamos, dos ttuos que temos, do cargo
que ocupamos na empresa. Qual sua verdadeira identidade?
Esse espao que criamos no relacionamento formado pelos vnculos em comum, (LEVI, 1993, p. 19 22).
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7
4
3
A
C
2
1
P
A
C
Amor
Qumica
Aceitao
Respeito
Confiana
Sendo o casamento uma sociedade que se espera ser de longo prazo, com metas de construir
projetos de vida em comum necessrio ter confiana mtua, aceitao e respeito.
Respeito uma relao entre adultos que se baseia num dilogo direto e aberto. Para tanto,
necessrio sentir confiana e preencher contratos que vm do compromisso, de modo que...
(1977) in G. Barne (Ed) Transactional analysis after Eric Berne; An integrated systems perspective ( p.256).
New York: Harpers College Press.
No sistema intrapessoal e interpessoal podemos verificar as mensagens e permisses ou proibies que
cada um dos indivduos recebeu e como elaborou tudo isso. Aqui j estamos lidando com a diversidade das
experincias. Da influncia cultural de cada um, a qual acarreta em diferentes escalas de valores e
vivncias., que surgem na comunicao, na atuao e nos sentimentos. Tudo isto vai levar a diferentes
Scripts de vida. A escolha do parceiro, o tipo de relacionamento consequente e o tipo de separao podem
estar ligados ao Script com sua respectiva Posio Existencial. Escolher um parceiro na posio existencial
OK/NOOK ou NOOK/OK vai resultar num relacionamento simbitico, onde as diferenas so
complementares, ento no existe queixa enquanto tudo permanece igual. Nestes tipos de
relacionamentos existem jogos psicolgicos caractersticos: Se no fosse por ele, Coitadinho de mim, Me
bata (BERNE, 1976). e os jogos de poder (STEINER, 1986 p. 36-40). Surge a dificuldade quando um dos
elementos sai da sua posio, rompendo o equilbrio neurtico.
Deciso do script desejar o divrcio por motivos OK/NOOK, NOOK/OK ou NOOK/NOOK.
OK livrar-se do cnjuge quando existe comportamento fsico destruidor, se ele romper
consistentemente os contratos, se houver falta de compromisso com o casamento ou se entrar na loucura.
Outro dado para diagnstico de separao NOOK so os disfarces que surgem aps a separao: de
culpa, inadequao, confuso. Esses indicam a posio NOOK/OK.
Disfarces de raiva, cime, falso triunfo, vingana correspondem posio OK/NOOK.
Sentimentos de desamor, desespero ou abandono indicam a posio NOOK/NOOK.
Se a deciso da separao for tomada na posio OK/OK, o sentimento de tristeza. (KAHLER, 1976)
99
carcia
psiquismo
Dentro das carcias temos a importante contribuio de BERNE sobre a moeda de carinho, motivo
de grande diversidade.
Outra varivel a ser analisada o fato de, no casal, existirem trs papeis, a saber:
Assegurado quando se casa, esse papel est assegurado: nos documentos, se coloca o estado civil
casado.
Assumido o fato de estar casado no significa que o papel tenha sido assumido. Algumas pessoas
permanecem numa individualidade total, sem criar ou manter os vnculos do relacionamento,
Esperado aquilo que cada um espera do relacionamento e do outro.
100
Existe um papel esperado individual o que o cada um acha que tem que ser quando casar. Esse
no faz parte do contrato nem compartilhado com o parceiro (a). Nesse caso, ocorre confuso e
insatisfao, pois a pessoa casa e muda sua atuao, sem que o outro saiba o porqu.
Estes papeis constam dos contratos de relacionamento (LEVI, 1993, p.56-62).
O relacionamento no uma estrutura estanque: ele se desenvolve com o tempo e tem etapas a
serem cumpridas, cada uma delas com tarefas com limite de tempo e conflitos, semelhantemente teoria
do desenvolvimento Psicossocial, de Erik Erikson, (Rabello e Passos, 2007).
Da soluo de uma etapa, depender o comportamento na etapa seguinte e, em cada estgio, o
ego passa por um conflito. Quando o conflito no resolvido, surge a crise.
Existem tambm crises circunstanciais, como o surgimento de uma doena, a mudana financeira
ou o surgimento de um terceiro elemento na relao. O desfecho da crise pode ser positivo ou negativo.
Assim como os parceiros mudam as necessidades e as metas, o relacionamento se desenvolve com
o transcorrer do tempo e, por esse motivo, necessrio atualizar os contratos de relacionamento, levando
tambm em conta as mudanas sociais.
Nesta era ps moderna, Vitimam ressalta: "o que caracteriza a famlia e o casamento numa situao psmoderna justamente a inexistncia de um modelo dominante, seja no que diz respeito s prticas, seja
enquanto um discurso normalizador das prticas.
102
LAUCEMIR SILVEIRA
Economista e psicloga, mestrado em Administrao e Recursos Humanos pela
Universidade de Extremadura/Espanha. Analista transacional membro certificado
organizacional pela UNAT Brasil-Unio Nacional dos Analistas Transacionais.
Consultora em desenvolvimento organizacional (interpessoal, gerencial e de
equipes). Atua em coaching executivo e empresarial. Especialista e Didata pela
Sociedade Brasileira de Dinmica dos Grupos (SBDG).Diretora da Zoeh Desenvolvimento de
Pessoas.
Resumo
Um dos desafios das organizaes contemporneas conciliar o individual e o coletivo no seu
ambiente interno.
Entendo que o individual abrange a singularidade do ser humano em pelo menos dois sentidos:
no que diz respeito a questes pessoais: as necessidades e desejos , seus anseios como ser
humano que busca atender atravs do seu trabalho: no sentido fsico, mental, emocional, social e
espiritual.
O coletivo congrega a interao e composio de competncias, necessidades e interesses, atravs
das relaes interpessoais, intra e intergrupais, que se entrelaam tendo como pano de fundo a cultura,
dando vida e dinamismo ao sistema organizacional.
A cultura possui como alguns de seus elementos: um modelo de gesto, o padro de relaes
interpessoais e entre reas, a maneira como transitam as informaes, como so tomadas as decises e
solucionados os problemas, como se lida com conflitos, entre outros.
Para Berne (1966) a cultura influencia quase tudo o que acontece num agregado social (BERNE,
1966, p. 124). definida como as influncias material, intelectual e social que regulam o trabalho do
grupo, incluindo a cultura tcnica, a etiqueta do grupo e o carter do grupo. (BERNE, 1966, p. 258).
103
104
MESAS REDONDAS
106
Vamos considerar e refletir a respeito de Diversidade nas Organizaes, a partir dos conceitos de Papeis
Sociais de Bernd Schimd.
A complexidade e das nossas relaes e aes est na diversidade e no nmero de papis que
possumos de diferentes mundos, muitas vezes coexistindo no mesmo ambiente.
Vamos utilizar a Escada da Qualificao, para falar de 5 aspectos para perceber
a existncia de "papel social", definido como: "um sistema coerente de atitudes, sentimentos,
comportamentos, perspectiva da realidade e dos relacionamentos que o acompanham, que manifesta-se
em um modelo triplo de mundo: mundo privado, mundo profissional e mundo organizacional" (Fig. 1).
A definio do Papel Social atravs dos cinco aspectos - atitudes, sentimentos,
comportamentos, perspectiva de realidade e relacionamentos decorrentes - um mapa para adquirir
conscincia do que essencial ao papel e o que o diferencia de outros, do que similar a outros papis e
podem provocar uma percepo equivocada do papel desempenhado, isto a importncia.
107
Uma vez que os papis que representam opes a serem consideradas estejam conscientes e
claros, possvel comunic-los para que sejam percebidos como tal e tenham sua potncia de interveno
no grupo gerando o resultado desejado.
De acordo com Bernd Schmid (2007) duas coisas podem acontecer para que um papel no tenha
consistncia:
- Contaminao de papis: a incluso crnica de elementos de outros papis em um papel
determinado sem a pessoa dar-se conta. Ocorre entre papis de diferentes mundos;
- Confuso de papis: quando so inconsistentes em si prprios, no constituem um sistema
plausvel e coerente de atitudes, sentimentos, comportamentos, perspectivas da realidade e idias sobre
relacionamentos. Ocorre quando esses aspectos relacionados a papis distintos do mesmo mundo
misturam-se.
Duas habilidades so importantes para integrao dos papis:
- Descontaminao de papis: consiste em identificar aspectos do papel que no so adequados, e
ativar outros para serem destacados. Identificar os aspectos que no so adequados ao papel
frequentemente ajuda a encontrar expresso adequada em outros papis, reduzindo a interferncia.
- Desconfuso de papis: estabelecer uma referncia, criar ordem e estrutura para desempenho do
papel. Consiste em favorecer a competncia de papel que se caracteriza pela definio dos padres e da
essncia do papel - o que o diferencia de qualquer outro.
Estar atento a essncia e as fronteiras dos papis, ativ-los e desativ-los de acordo com a
perspectiva de realidade, comunicando-os claramente e assegurando-se de que assim sero percebidos
so habilidades fundamentais para os profissionais dentro das organizaes, seja para a gesto de equipes
ou para o desenvolvimento relacional.
O exerccio integrar caractersticas de papis e de mundos diversos, conforme a perspectiva de
realidade presente, desempenhando papis congruentes. Obter reconhecimento em tal desempenho
expressa coerncia e credibilidade, fonte de influncia pessoal.
Caracterizamos a existncia da credibilidade como resultado da integrao dos papis numa dada situao,
a importncia de ter os cinco aspectos congruentes para constituir o papel. Os papis disponveis so
opes. Descontaminar e desconfundir papis a habilidade requerida para a influncia pessoal,
caracterizando aes a serem implementadas.
108
A observao das dificuldades encontradas no desempenho dos papis organizacionais passa a ser
mais um indicativo para trabalharmos a diversidade sob um aspecto qualificador das relaes. Citaremos
algumas:
- Estruturar, descontaminar e papis;
- Perceber a adequao das intervenes nas demandas grupais a partir do seu papel;
- Intervenes para integrao dos papis da liderana;
- Potencializar a interveno de Lder-Coach;
- Tomada de deciso e
- Gesto de processos de mudana.
Leituras Referenciadas
Britton, Jennifer J. - Effective Group Coaching - Canad - John Wiley & Sons Canada, Ltd - 2010.
Schmid, Bernd - Transactional Analysis and Social Roles - Transactional Analysis Journal - So
Francisco, USA - 2007.
ROSEMARY NAPPER
Mestre em Educao, Analista Transacional Didata e Supervisora (TSTA) nas reas
Organizacional, Educacional e Aconselhamento, na Inglaterra. membro da
Association of Coaching, Chartered Institute of Personnel, European Association
for Transactional Analysis EATA, International Transactional Analysis Association
ITAA, certificada pela British Association of Counselling and Psychotherapy.
Possui experincia em liderar setores pblicos e organizaes do terceiro setor. Foi Diretora de pequenos
negcios, possui muita prtica como executive coach, consultora, coselheira e facilitadora. Oferece
treinamento e qualificao em: Coaching e Mentoring pelo Institute of Leadership and Management
(Londres), Anlise Transacional (com nfase nas reas organizacional, educacional e aconselhamento)
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HELENA HARGADEN
Atua como Psicoterapeuta e Supervisora em Londres, Inglaterra. Realiza seminrios
de Anlise Transacional Relacional em Kent. diplomada em Counselling, mestre em
Psicoterapia com Anlise Transacional, Doutora em Psicoterapia Relacional e
Supervisora e Treinadora em Anlise Transacional. Possui experincia de 25 anos
com questes de relacionamentos, autora de artigos cientficos e livros na rea de Relacionamento
Humano. Especialista em trabalhar com pessoas que querem melhorar a qualidade de seus
relacionamentos.
O Self Cultural
A experincia pessoal em outra cultura e imagens simblicas dos integrantes da mesa e do publico ser a
base de informao para a discusso terica.
Baseadas em diferentes perspectivas tericas ser realada a significncia dos processos inconscientes e
sero feitas conexes com trauma trans geracional nas vrias perspectivas tericas de script cultural e
emergncia do self cultural relacional.
110
REGINA BERARD
Ps-graduada em Anlise Transacional UNAT/FATEP. Membro Didata
em Formao rea clnica UNAT-BRASIL. Mster em Programao
Neurolingustica. Formada em Terapia e Leitura Corporal. Formada em
Terapia Breve. Formada em Rebirthing. Coordenadora de Equipe do
Grupo de Inteligncias Mltiplas. Formao em Constelao Familiar
em andamento.
A mesa redonda "Novos paradigmas para Sade Integral", incluir o artigo " Estruturas Cerebrais e Estados
de Ego" - Jenny Hine. Neste artigo a autora considera o funcionamento neurolgico e suas implicaes
para termos tais como "ego", "self" e "mente". Este estudo procura responder s perguntas: "Por que os
trs estados de ego diferem um do outro?", "Como e por que cada um se forma?" Compreender as
conexes neurais que nossa experincia de vida nos leva a construir ser o objetivo desta apresentao.
Sade integral a expresso que caracteriza o momento atual da minha clinica, pelo diferencial do
atendimento do paciente atravs desse novo conceito de avaliao e tratamento. Em resumo, busca a
compreenso solida dos mecanismos de desarranjos dos rgos e sistemas do PACIENTE, fundamental
111
analise do organismo doente. Parte da funo normal, territrio da biologia molecular e fisiologia orgnica
utilizando uma avaliao personalizada.
Conhecer os nveis de adoecimento e as leis biolgicas que atuam sobre isso, agrega inmeras
possibilidades que favorecem o processo teraputico.
A importncia das terapias de biorregulaao, cujo foco a sade, buscando a integridade do biossistema
humano, no processo mantenedor da vida uma viso verdadeiramente integral no sentido mais amplo
desse termo.
As terapias biolgicas utilizam substncias naturais, foras fsicas e mtodos psicolgicos, coordenados
segundo as necessidades individuais e respeitando as caractersticas de cada individuo, as particularidades
do seu adoecer e os mecanismos fisiopatolgicos. Conhece-las utilizar de ferramentas valiosas na busca
desse equilbrio fisiolgico, mental, emocional e espiritual.
Esta apresentao, em Mesa redonda no XXIV Congresso Brasileiro de Anlise Transacional, objetiva
revisitar as Teorias de Homeopatia e Anlise Transacional, propondo um foco contemporneo para a
leitura do indivduo doente, ao invs da doena do indivduo.
Para refletir sobre sade necessrio antes entender que, diferentemente dos outros seres vivos, o
homem tem seu ciclo vital determinado por duas programaes: Uma biolgica, assim como em todos os
outros seres vivos. E a outra dependente de seu desenvolvimento psicossocial.
Neste estudo, duas Teorias, semelhantes na viso integral do ser humano, so revisitadas: A
Homeopatia e a Anlise Transacional.
112
E a possibilidade de cura, associando a Homeopatia para equilbrio biolgico da energia vital com a
Anlise Transacional para atualizao de conceitos de auto-referncia e permisso para expresso
autntica das emoes.
Em ambas as teorias, a busca da sade integral do indivduo requer do terapeuta uma viso
holstica. Os sinais e sintomas relatados so valorizados como um instrumento para a percepo das foras
biolgicas e psicossociais, que naquele momento interagem e produzem um determinado efeito.
No se busca primariamente a supresso deste efeito, mas sim entender e tratar os movimentos
bio-psicossociais e espirituais que os motivaram.
Exige-se, ainda, do terapeuta holstico, uma permanente atualizao cientfica, com conhecimento
dos avanos e tecnologias teraputicas contemporneas.
114
Resumo
O propsito deste artigo uma reflexo sobre o conceito de Posio Existencial da teoria de Anlise
Transacional, os aspectos de oqueidade e no oqueidade, a f na pessoa no processo de cura e
transformao, reforando a premissa da sua natureza de sade e possibilidade de Autonomia.
Logo nos meus primeiros contatos com a Anlise Transacional, chamou-me a ateno o conceito de
Posio Existencial. As quatro Posies Existenciais no centro, como um corao, podendo-se estabelecer
ligaes com os outros conceitos. Tudo interligado de forma coerente, dando sentido sua definio ...
uma Posio a partir da qual se fazem os Jogos (BERNE, 1988, p. 356).
Como vimos no filme Olha quem tem est falando, a criana quando chega ao mundo, vai registrando
suas impresses e formando convices a seu prprio respeito, a respeito dos seus pais e do mundo sua
volta. Estas convices tm probabilidade de permanecer para o resto de sua vida e podem ser resumidas
da seguinte forma: (1) Eu estou OK ou (2) Eu no estou OK ou (3) Voc est OK ou (4) Voc no est OK
(BERNE, 1988, p. 81).
A partir destas convices, a criana toma decises de como o mundo e o que vai fazer diante disto.
Qualquer que seja a deciso, poder ser justificada ao assumir uma posio baseada em convices
115
profundamente arraigadas, decorrentes na sua percepo do mundo e de todas as pessoas que dele fazem
parte, sejam amigos ou inimigos. Agora, sua percepo e interpretao do que acontece consigo mesma e
com os outros feita a partir de uma Posio de oqueidade ou no oqueidade, determinando o modo de
relacionar-se com o outro, fazendo Jogos e definindo seu Script. Ter definida esta Posio a partir da qual
percebe a si mesma e ao outro, d-lhe segurana para lidar com as diferentes e inusitadas situaes da
vida e, como o cho em que pisa, resistir a abandon-la.
Por outro lado, verdade tambm que todo indivduo inicia a vida num estado capaz de conscincia,
espontaneidade e intimidade, e que tem uma certa capacidade de decidir quais os ensinamentos de seus
pais que ir aceitar (BERNE, 1977, p. 158), ou seja, bem cedo ele decide como se adaptar s influncias
das pessoas volta.
Para Steiner (1976), o primeiro e mais importante conceito que Eric Berne introduziu na psiquiatria foi este
que as pessoas nascem prncipes e princesas e assim permanecem at que seus pais as transformem em
sapos. Assim, as pessoas quando nascem so, por natureza, OK. E sintetiza as premissas bsicas da AT: Os
seres humanos so, por natureza, inclinados e capazes de viver em harmonia consigo mesmo, uns com os
outros, e com a natureza. (STEINER, 1976, p. 16)
Este aprendizado de vida de uma pessoa, seu caminho de adaptao ao mundo e suas decises de lidar
com o que acontece a sua volta sofreram presso externa, especialmente de seus pais. Esta influncia
efetiva, uma vez que a criana sente necessidade de reconhecimento e pode acreditar que somente ser
amada se corresponder ao que imagina que seja o desejo do papai ou da mame. So decises de
sobrevivncia e, pode parecer estranho, decorrem da sade e a da inteligncia do seu Pequeno Professor.
E para manter a coerncia de seu referencial interno, fonte de segurana, cresce usando diferentes
mscaras, de incompetente, melhor ou pior que o outro, desastrado, neurtico, depressivo, eufrico, ou
mesmo psictico, todas caricaturas de sua espontaneidade natural, comparveis s ervas daninhas que
impedem uma plantinha de crescer com todo seu potencial. O prncipe ou a princesa j virou sapo no OK,
vendo o mundo como OK ou no OK, ou at usando mscara de OK assombrado por sentimentos de no
oqueidade.
E a liberdade a que se refere Berne? Como ver isto quando, diante de mim, h uma pessoa desequilibrada,
aprisionada por seus conflitos internos, oprimida e impotente diante de presses externas? Como ver isto
num criminoso? Ou numa pessoa que chegou na sarjeta?
Somente um olhar de f na sade capaz de ver por detrs das aparncias do sapo feio ou deformado.
Somente o olhar de quem acredita que em cada indivduo existe uma essncia nunca contaminada, um
116
ncleo de sade, self, essncia divina ou qualquer outra denominao que se escolha dar. Somente um
profundo respeito pelo caminho percorrido por este indivduo, agora sobre a aparncia de horrendo sapo,
torna possvel o milagre da transformao. O que , seno amor, este respeito, esta confiana e esta
aceitao incondicional do outro? Este o amor universal que precisa ser cultivado, no somente nos
terapeutas, mas na humanidade em geral,
sobrevivncia do planeta. Eric Berne (1988) se refere a isto: Mudanas estveis devem vir de dentro, ou
espontaneamente ou sob algum tipo de influncia `teraputica: tratamento profissional ou amor, que a
psicoterapia da natureza. (p. 84)
Com muita propriedade, tambm Roberto Crema (1984) fala do quo primordial para o psicoterapeuta a
f na pessoa, a crena na sade e no poder evolutivo do indivduo para que possa desenvolver todo o seu
prprio potencial e facilitar que o outro desenvolva o dela, incluindo a o potencial de amar, sentimento de
estar ligado, de conexo, de fazer parte de um todo maior.
Em algum momento, a mesma sade que levou a criana a uma deciso de sobrevivncia, grita que algo
no est bom. a crise, momento de dvida e sofrimento, e que por excelncia, proporciona a busca de
libertao do que oprime; e, na maioria das vezes, a pessoa vai ao encontro, ainda movida pela sade, de
um espao de acolhimento, aceitao e proteo. o momento do mergulho na escurido da sua parte
alienada e no consciente, passando pelas ervas daninhas, enfrentando os monstros e fantasmas que
o amedrontam, descobrindo possibilidades de avaliar decises e, de forma consciente, decidir sua vida. E l
no fundo da escurido, a luz da essncia no adoecida pode novamente assumir o comando. Num
processo dialtico, a mudana acontece. A natureza , em si mesma, a cura. Na verdade, como disse Berne
(1988), o terapeuta facilita e quem cura Deus.
Neste constante vir a ser, a pessoa se sente mais plenificada, caminhando mais firme e ousando fazer
escolhas, mesmo que tenha ainda algumas dificuldades. Para Carl Rogers (1976), o tornar-se pessoa,
o permitir-se ser ela mesma, aceitando-se de forma mais total e aceitando o outro ou o mundo tal qual ele
.
Numa escolha agora consciente, mais livre das presses, Injunes e Atribuies parentais, com
Autonomia, assume a realeza a que sempre teve direito. Reconquista por vontade prpria, sua Posio
Existencial natural Eu estou OK, Voc est OK. E esta a possibilidade e a esperana para cada indivduo.
Acredito que este processo de tornar-se pessoa prepara para a velhice, fase que, o grande terico de
desenvolvimento, Erik Erikson (1976), tantas vezes citado por Berne (1991) denomina de Integridade do
ego versus desesperana. Esta integridade vivida plenamente quando o indivduo aceita seu prprio
117
ciclo de vida e das pessoas, aceita seus pais e os honra, aceita que as coisas aconteceram da forma como
tinha que ser e que foram experincias de crescimento e transformao; aceita e no teme a morte.
REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS
BERNE, E. O que Voc Diz Depois de Dizer Ol?: A psicologia do destino. 1 ed. So Paulo: Nobel, 1991.
BERNE, E. Os Jogos da Vida. Rio de Janeiro: Artenova, 1977.
CREMA, R. Anlise Transacional Centrada na Pessoa... e mais alm. Braslia: H. P. Mendes Ltda, 1984.
ERIKSON, E. Infncia e Sociedade. 2 ed. So Paulo: Zahar, 1976
ROGERS, C. Tornar-se pessoa. So Paulo: Martins Fontes, 1976.
STEINER, C. Os Papis que Vivemos na Vida. So Paulo: Artenova, 1976.
ADRIANA MONTHEIRO
Psicoterapeuta Somtica.Neuropsicloga.Membro Clnico, Didata em Formao,
Diretora Cientfica da UNAT-BRASIL. Formao em Vegetoterapia Reichiana, em
Taosmo & Vitalidade e em Experincia Somtica. Especialista em Analise
Transacional. Mestre em Educao em Sade e Ambiente.
O presente trabalho sugere ampliar o foco de para Posies Existenciais do Homem enquanto espcie, no
s enquanto o indivduo, para melhor entender as relaes entre os seres vivos e o meio ambiente, a e
ecologia vegetal e animal a questo da biosfera neste planeta. Traz a viso sistmica para a abordagem
berniana sobre Posio Existencial.
Resumo
A Orientao Profissional consiste em uma avaliao psicolgica, com o levantamento de aptides e
interesses por meio de processos objetivos, dinmicas de grupo e mtodos de aprendizagem. Objetiva
facilitar que o jovem faa sua Escolha Profissional de forma consciente, e por isso, proporciona um maior
118
119
A psicoterapia tem se revelado o caminho mais seguro para esta conquista. Alm da tcnica, o
profissional atuante, volto a dizer, especialmente aquele que atua na rea clnica investe nos nveis mais
aprofundados do inconsciente preparando-se constantemente para, atravs da sua escuta interna, colocarse disposio da escuta do outro. Durante a formao acadmica, muitos j iniciam o processo de
autoconhecimento atravs da psicoterapia. Quantos futuros psicoterapeutas adquirem conhecimento das
suas patologias e dificuldades emocionais, eliminando os rudos internos e cuidando da sade mental,
disponibilizando o instrumento de trabalho principal nesta tarefa laboral: a prpria psiqu.
Eric Berne submeteu-se anlise com Paul Federn, no Instituto de Psicanlise de Nova York e mais
tarde, com Erik Erikson, no Instituto de Psicanlise de So Francisco. Ao lhe ser negado o ttulo desejado de
psicanalista, com a alegao de que ele no estaria pronto antes de mais trs ou quatro anos de anlise
pessoal ou treinamento para que talvez pudesse se candidatar novamente, ele decidiu romper com a
psicanlise e passou a investir na elaborao dos primeiros artigos que resultaram na criao da Anlise
Transacional.
Uma reflexo pode ser feita sobre isso, longe de parecer heresia: Seu terapeuta estava na Posio
Existencial OK/NO OK quando disse a Berne que ele no estava preparado para ser psicanalista? Berne
respondeu a este feedback entrando na Posio Existencial OK/NO OK? Algo como: Estou to OK que
posso desistir da psicanlise e criar a minha prpria abordagem teraputica.
No? Foi um feedback OK/OK DO TERAPEUTA E BERNE ACEITOU E BUSCOU DE FORMA OK/OK a
teoria na qual acreditou e hoje todos ns acreditamos? Como saber?
Tal reflexo nos remete ao prprio conceito de Berne, sobre as Posies Existenciais que podem
oscilar em determinados momentos da vida, sem poupar o prprio criador de tais conceitos.
Sabemos que a vida pessoal de Berne foi bastante conturbada. Sua morte precoce de ataque
cardaco aos 60 anos (cuidava da sua sade?) e vrios casamentos conturbados estariam ligados a estas
oscilaes?
120
Podemos refletir sobre estas questes, no para obtermos respostas sobre Berne, especificamente,
mas trazendo para a realidade pessoal: Como Analistas Transacionais hoje, o que estamos fazendo para
cuidar da permanncia na Posio Existencial OK/OK na maior parte do tempo? Como administramos
nosso tempo e energia nos vrios papis que vivemos na vida? Como os psicoterapeutas, atuando
essencialmente na rea clnica, dedicam tempo, energia e conhecimento no resgate da posio OK/OK de
seus clientes ao mesmo tempo em que cuidam da prpria okeidade?
Como os Analistas Transacionais podem ter qualidade de vida suficiente para proporcionar
inspirao que se traduza em interesse dos clientes em depositar-lhes confiana, respeito, credibilidade?
Em Princpios de Tratamento de Grupo, pg. 27, Berne diz:
o terapeuta de grupo consciencioso ir se preparar de duas maneiras: profissional e
pessoalmente. Profissionalmente, no assumir programas teraputicos para os quais no est
qualificado, exceto quando sob superviso adequada. No dever, por exemplo, tentar fazer terapia
psicanaltica, anlise transacional ou psicodrama a menos que tenha um treinamento aprovados
nestes campos ou tem acesso a um supervisor qualificado. Pessoalmente deve examinar seus
motivos e fortificar-se contra a tentao ou a explorao das suas fraquezas.
grupo. Tudo isso o preparo ideal com o fim de atingir o grau de autoconscincia necessrio para
abarcar plenamente o que ocorre nos seus grupos.
Jamais dever pressupor que seu comportamento ser irrepreensvel at prova em
contrrio, mas dever descobrir antecipadamente em quais sentidos deixar de ser ideal, de forma
que ele possa corrigi-los desde o incio.
No se trata apenas de recomendaes aos profissionais iniciantes, mas, sobretudo queles que j
adquiriram conhecimento e experincia mediana e avanada, j destitudos talvez das exigncias
administrativas e contratuais da prpria formao, porm no descompromissados com a prpria sade
psquica e compromisso com sua qualidade de vida pessoal e profissional.
122
Quantas vezes nos preguntamos que que faz a diferena entre uma organizao normal e uma excelente.
Proponho que a diferena entre uma e outra a sua Alma, a mstica que se forma em seu entorno; a mstica que
seus funcionrios e colaboradores vivem; a mstica que seus clientes valoram e a mstica que os reguladores e
sociedade em geral percebem.
123
Todo comea na definio da Viso que os fundadores tiveram do que queriam fazer e conseguir atravs do
empreendimento. Segue na posta em pratica, nas decises dirias, dos valores implcitos nela.
A Capacidade que os lideres tem para resolver problemas relacionados com valores, Morais e ticos de forma a
enriquecer, dar significado y propsito existncia da Organizao. Parece faz a sobressair. Aplicando de maneira
pratica a Viso, no dia a dia, o que faz a diferena. Viver a viso a consigna para a excelncia.
A personalidade da organizao e representada pela aplicao da viso. Um fundador pode definir sua Viso de
muitas maneiras, por isso to importante quando contrato com uma empresa ter claro em base a que viso esta
constituda. Se percebermos que a convico baixa a qual a organizao foi constituda, esta desprovida de valores
morais e ticos e leva em considerao apenas valores materiais, sabemos que esta organizao ter dificuldades em
lograr a excelncia, transcender sua competncia e perpetuar-se no tempo.
Conseguir identificar uma Viso com Alma que os donos, o seus representantes, queiram adoptar e uma das nossas
funes como facilitadores do comportamento organizacional. Nem sempre possvel pelo script do contratante, que
identificada nos servira de alerta s limitaes do escopo de nosso trabalho e resultados possveis de obter.
Anexo II
124
125
A economia criativa do futuro se baseia nos recursos intangveis: capital cultural/humano e capital social,
que so abundantes e infinitos. Esta economia est baseada em diversidade cultural, conhecimento,
tecnologias de informao de Comunicao e criatividade. Traz a possibilidade de obter resultados no
apenas econmicos mas tambm ambientais, sociais e culturais. Ou seja sustentveis.
Como a AT entra a.
Precisamos quebrar padres estabelecidos num circuito negativo de uma viso de mundo a partir do
Estado de Ego Pai: Tem que.. fazer um milho antes dos 40, tem que ter MBA, Ps Graduao, Ps Doctor,
etc. Tem que estar bem vestido, ter o computador e o celular ltimo modelo. Tem que trocar de carro todo
ano.. . e do medo da Criana Adaptada: falta dinheiro, falta tempo, falta confiana, falta segurana...
S o Adulto e a Criana Livre num circuito positivo podem criar novos padres para o futuro.
Olhar a realidade e encontrar solues participativas, criadas em conjunto a partir de redes sociais de
todos os tipos. Descobrir a riqueza dos encontros e das descobertas criativas.
Procurar com o Pai Crtico num circuito positivo o que no funciona mais do modelo mental antigo e
buscar com o Adulto novos modelos sustentveis. Criar valores sustentveis para o Estado de Ego Pai.
Richard Erskine diz que Okeidade uma sensao de bem estar, aliada a uma crena interna de que
acontea o que acontecer podemos aprender com isso.
Essa uma premissa fundamental nos dias de hoje.
A Anlise Transacional tem uma importante mensagem em todos os campos de atuao: clnico,
organizacional, educacional, jurdico, etc.
Todos somos OK esse o ideal a ser perseguido: uma igualdade de oportunidades, de troca de
experincias e aprendizados, uma unio de foras para criar o mundo desejvel que queremos no futuro.
Para alcanarmos esse ideal primeiro temos que libertar a ns mesmos dos limites de nossas crenas
limitantes, no s injunes parentais, mas tambm injunes sociais/culturais: voc pobre, voc rico,
as escolas dos pobres so piores que as dos ricos, pobres no tem acesso a sade, todo governo
corrupto, a vida difcil, desfrutar perigoso. Enquanto mantivermos essas crenas nos sentimos atados e
ficamos passivos diante das possibilidades de mudana.
Precisamos libertar nossa criatividade e espontaneidade, reavaliar os valores que vem norteando nosso
comportamento.
Essa a contribuio que a Anlise pode a dar ao mundo.
Autonomia, conscincia e compartilhamento como Berne, sabiamente nos inspirou desde os anos 60,
podem ser a soluo para um futuro sustentvel e prazeiroso para todo o mundo.
128
De acordo com Bernd Schmid (2007) duas coisas podem acontecer para que um papel no tenha
consistncia:
- Contaminao de papis: a incluso crnica de elementos de outros papis em um papel
determinado sem a pessoa dar-se conta. Ocorre entre papis de diferentes mundos;
- Confuso de papis: quando so inconsistentes em si prprios, no constituem um sistema
plausvel e coerente de atitudes, sentimentos, comportamentos, perspectivas da realidade e idias sobre
relacionamentos. Ocorre quando esses aspectos relacionados a papis distintos do mesmo mundo
misturam-se.
Duas habilidades so importantes para integrao dos papis:
- Descontaminao de papis: consiste em identificar aspectos do papel que no so adequados, e
ativar outros para serem destacados. Identificar os aspectos que no so adequados ao papel
frequentemente ajuda a encontrar expresso adequada em outros papis, reduzindo a interferncia.
- Desconfuso de papis: estabelecer uma referncia, criar ordem e estrutura para desempenho do
papel. Consiste em favorecer a competncia de papel que se caracteriza pela definio dos padres e da
essncia do papel - o que o diferencia de qualquer outro.
Estar atento a essncia e as fronteiras dos papis, ativ-los e desativ-los de acordo com a
perspectiva de realidade, comunicando-os claramente e assegurando-se de que assim sero percebidos
so habilidades fundamentais para os profissionais dentro das organizaes, seja para a gesto de equipes
ou para o desenvolvimento relacional.
O exerccio integrar caractersticas de papis e de mundos diversos, conforme a perspectiva de
realidade presente, desempenhando papis congruentes. Obter reconhecimento em tal desempenho
expressa coerncia e credibilidade, fonte de influncia pessoal.
Caracterizamos a existncia da credibilidade como resultado da integrao dos papis numa dada situao,
a importncia de ter os cinco aspectos congruentes para constituir o papel. Os papis disponveis so
opes. Descontaminar e desconfundir papis a habilidade requerida para a influncia pessoal,
caracterizando aes a serem implementadas.
A observao das dificuldades encontradas no desempenho dos papis organizacionais passa a ser
mais um indicativo para trabalharmos a diversidade sob um aspecto qualificador das relaes. Citaremos
algumas:
- Estruturar, descontaminar e papis;
130
- Perceber a adequao das intervenes nas demandas grupais a partir do seu papel;
- Intervenes para integrao dos papis da liderana;
- Potencializar a interveno de Lder-Coach;
- Tomada de deciso e
- Gesto de processos de mudana.
Leituras Referenciadas
Britton, Jennifer J. - Effective Group Coaching - Canad - John Wiley & Sons Canada, Ltd - 2010.
Schmid, Bernd - Transactional Analysis and Social Roles - Transactional Analysis Journal - So
Francisco, USA - 2007.
131
Resumo
Nesta mesa-redonda debateremos os aspectos da neuroplasticidade relacionados psicoterapia e ao
desenvolvimento do potencial humano.
JANE M. P. COSTA
Mdica psicoterapeuta e Analista Transacional Didata Clnico, Mestre em
Educao e Especialista em Medicina Social, atuando na formao de Analistas
Transacionais e psicoterapia individual e grupal. Integrante da Academia
Brasileira de Educao Emocional. Co-autora do livro DAS EMOES AOS
SENTIMENTOS: CONSTRUINDO UM CAMINHO COM CORAO. Diretora do
SNTESE: Anlise Transacional Porto Alegre.
e-mail:
Nos 30 minutos que terei na mesa sobre "Permisso para o crescimento das relaes" aproveitarei para apresentar
os conceitos de Patrcia Crossman sobre Permisso e Proteo,de modo mais objetivo possvel trazer com exemplos
sucintos, a superao de injunes e atribuies. Ao final mostrarei elementos pragmticos de como se obter na
comunicao adjetiva e efetiva para o aprimoramento das relaes interpessoais pela Anlise Transacional.
133
Resumo:
Esta apresentao, em mesa redonda no XXIV Congresso Brasileiro de Anlise Transacional, convida para
uma reflexo sobre o conceito de Intimidade criado por Eric Berne, associando-o vivncia das Emoes
Naturais.
Palavras chave: Intimidade, Estruturao do Tempo, Emoes Naturais
No glossrio de seu livro O que Voc Diz Depois de Dizer Ol, Eric Berne (1988) define Intimidade
como uma reciprocidade de expresso emocional sem explorao e livre de jogos.
Ainda Eric Berne (1977) em seu livro Os Jogos da Vida, descreve: Intimidade a sinceridade sem
jogos de uma pessoa consciente, a liberao da Criana perceptiva e incorrupta em toda a sua ingenuidade
vivendo no aqui e agora.
Lembrando que estruturar o tempo uma necessidade humana bsica, assim como alimentar-se ou
trocar estmulos,surgem algumas afirmaes para reflexo:
1- Ao nascer, ganhamos um tempo de vida no definido.
2- Estamos presos a um tempo, do qual no temos nenhuma informao de sua extenso.
3- No temos nenhum controle racional sobre a passagem do tempo. Uma hora ser sempre uma
hora, estejamos com pressa ou com disponibilidade para observar a sua passagem, apesar da sensao
subjetiva de que o tempo passa mais rpido ou mais devagar proporcionalmente ao quanto agradvel ou
desagradvel a experincia vivida naquele momento.
4- Somos, assim, dependentes de algo que no podemos controlar.
134
5- Podemos cair no vazio existencial, com a sensao de que o tempo longo demais, sem
incidentes, com pouca troca de estmulos, e a percepo subjetiva de que o tempo passa devagar.
6 - Ou podemos, vivendo em ansiedade, experienciar a passagem do tempo como sendo muito
rpida, sem espao suficiente para desfrutar o aqui e agora.
A maneira como estruturamos o tempo um dos elementos que definem as interaes sociais, as
trocas de estmulos e a percepo subjetiva de conforto ou desconforto com a existncia, na medida em
que so vivenciados o Isolamento, os Rituais, a Atividade, os Passatempos, os Jogos psicolgicos ou a
Intimidade, gerando cada um destes procedimentos Carcias Positivas ou Negativas, Condicionais ou
Incondicionais.
A Intimidade a forma de estruturar o tempo mais desejada e, paradoxalmente, tambm a mais
temida, porque implica num contato verdadeiro com o outro, livre de mscaras sociais, defesas neurticas
e emoes de disfarce, podendo gerar, assim, Carcias Positivas Condicionais ou Incondicionais.
necessrio perceber o outro, no aqui e agora, buscando a Posio Existencial Realista, sem
preconceitos, aceitando-o em suas limitaes e potenciais, e permitir-se ao contato sem disfarces, sem
desqualificaes, sem temor de tambm poder ser percebido em suas limitaes ou fragilidades.
aceitar do outro a expresso de suas emoes naturais, assim como permitir-se tambm a
expresso de suas emoes naturais.
Ou seja, permitir-se contagiar e ser contagiado pela Raiva, Tristeza, Medo, Alegria e Afeto e
compartilhar esta vivncia.
Este o encontro verdadeiro de um pai com seu filho, compartilhando uma perda; de dois amigos
indignados com uma injustia; de dois desconhecidos que se encontram e interagem durante um acidente
ou na ocorrncia de um desatre natural; da descoberta do Amor entre dois adolescentes, so algumas
ilustraes de Intimidade.
Seguindo este pensamento toda Intimidade positiva.
O fator varivel a emoo envolvida, que pode ser agradvel ou desagradvel naquele momento,
gerando a percepo subjetiva de conforto ou desconforto.
Mas, mesmo que o vivenciado daquele momento seja Raiva, Tristeza ou Medo, no final do
processo, a percepo subjetiva de conforto, j que a Intimidade permite a expresso autntica da
emoo natural e convida para a obteno da Autonomia.
A obteno da Autonomia manifestada pela liberao ou recuperao de trs capacidades:
Conscincia, Espontaneidade e Intimidade (E. Berne, 1977).
135
Conforme diz Berne em sua obra Sexo e Amor: As pessoas vm tentando definir a intimidade h, digamos,
cinco mil anos, com pouco sucesso at o presente (p.104).
Define intimidade como sendo ... uma franca relao Criana-a-Criana sem nenhum jogo nem explorao
mtua (p. 104). Esta relao estabelecida pelos estados de ego Adulto dos envolvidos na relao de tal
forma que fica claro seus contratos e compromissos mtuos.
Na medida em que vai cada vez mais ficando claros os entendimentos entre ambos, o Adulto vai se
retirando de cena e se o Pai no interferir a Criana vai cada vez mais se tornando descontrada e livre. As
transaes ntimas verdadeiras acontecem entre os dois estados de ego Criana dos envolvidos. Embora, o
Adulto permanea ao fundo como observador asseverando assim a conservao dos compromissos e
limitaes.
do Adulto tambm a tarefa de manter o Pai distante com a finalidade de facilitar o prosseguimento do
relacionamento com intimidade.
Berne fala tambm sobre A pseudointimidade (com motivos ulteriores ou reservas) outro assunto, e
frequentemente observado e erroneamente descrito na literatura cientfica como real intimidade (Grupos
p. 150).
Estes aspectos e outros da intimidade que estaremos discutindo e debatendo na mesa redonda.
136
Resumo
INTIMIDADE POSITIVA E INTIMIDADE NEGATIVA: QUAL A INTIMIDADE QUE BERNE FALA NAS IMAGOS
SECUNDARIAMENTE AJUSTADAS
Mrcia Beatriz Bertuol*
Intimidade na teoria Berniana um dos aspectos que integram a Autonomia. definida por ele como uma
necessidade social do ser humano, um anseio natural por relacionamentos diretos, espontneos e
conscientes, onde a expresso dos sentimentos se d no aqui e agora da relao, sem jogos nem quaisquer
outros subterfgios. uma das possibilidades de estruturar o tempo social, a mais desejada e a mais
temida, pois envolve assumir responsabilidade por si mesmo, seus sentimentos, e ser criativo e presente
na relao.
Quando Berne discorre sobre as estruturas dos grupos, ele refere a existncia da estrutura privada, aquela
que existe na mente de cada indivduo que faz parte do grupo, e que passa por vrias fases de
ajustamento. Em seu livro "Estrutura e Dinmica das Organizaes e Grupos" o autor afirma que:
"A quarta fase da Imago grupal o ajustamento secundrio. Neste estagio o membro comea a
desistir de seus prprios jogos para faz-los do modo do grupo, conformando-se cultura deste
grupo. Se isto ocorrer num pequeno grupo ou num subgrupo, poder-se- estar preparando o grupo
para a intimidade isenta de jogos. No entanto, a atividade poder ser realizada de forma eficaz,
independente do estado da imagem grupal do indivduo.
Os quatro estgios de ajustamento da Imago grupal e sua adequabilidade para estruturar o tempo
so:
1- A Imago provisria para os rituais
2- a Imago adaptada para passatempos
137
"Ajustada para a intimidade" indica uma possibilidade. Os membros do grupo encontram-se em um ponto
onde a intimidade possvel. J se conhecem o suficiente, ou seja, j passaram pelos rituais, passatempos
e jogos prprios de cada um e h, no grupo, a percepo de que emocionalmente seguro mostrar seus
sentimentos naturais e as percepes mais genunas. O processo de ajustamento da Imago grupal em cada
indivduo dinmico, e muda com as circunstancias de cada encontro. Portanto, no uma fase em que se
"chega" e permanecemos l. Intimidade uma forma de relao social que acontece no aqui e agora do
relacionamento.
Berne (1965) levanta trs pontos importantes para reflexo.
No seu livro "Princpios do Tratamento de Grupos, ao discorrer sobre as formas de estruturarmos o tempo
social, ele escreve:
Intimidade: a intimidade uma troca, livre de jogos, de expresses afetivas programadas
internamente, devendo ser bem separada da pseudo-intimidade, que comum em formas
institucionalizadas de terapia de grupo nas quais a expresso afetiva encorajada sem avaliao
cuidadosa da sua autenticidade. Neste caso, a expresso afetiva essencialmente social
(externamente) ao invs de ser programada internamente, e geralmente parte de um jogo no
qual o terapeuta participa de forma complacente. diferente da expresso pungente resultante
quando a intimidade real, em raros momentos, ocorre em um grupo. (BERNE, 1965 p. 191)
Nestas frases ele levanta dois pontos significativos: (1) a possibilidade de uma pseudo intimidade e, (2) nos
relembra o fato de que a expresso emocional e seu comportamento associado pode ser - e programado por diferentes determinantes.
A pseudo intimidade compreendida como
"INTIMIDADE, PSEUDO. Expresso direta de emoes entre indivduos, porm com reservas ou
motivos ulteriores, como parte de um ritual, passatempo ou jogo." (In Glossrio do "Estrutura e
Dinmica das Organizaes e Grupos", p.236)
138
O que parece caracterizar a pseudo intimidade ser um comportamento socialmente adaptado e esperado
em um determinado grupo. Embora o comportamento possa se caracterizar por demonstraes de
sentimentos, estes esto programados pelo determinante da programao externa, que "provm dos
cnones externos incorporados" ( Berne, "AT em Psicoterapia", p. 222).
Ao colocar a questo da intimidade relacionada aos determinantes do comportamento, o autor nos remete
a estrutura e organizao da personalidade. Nas palavras de Berne, "determinantes so fatores que
determinam a qualidade da organizao e dos fenmenos, isto , estabelecem sua programao."
Eles - os determinantes - so trs: programao interna que provm das foras biolgicas naturais do
indivduo; programao de probabilidade resultante da experincia passada e da capacidade de
processamento autonomo de dados; e a j citada programao externa, programao que resultante do
que vivemos em nossa famlia e cultura. O comportamento assim programado resulta natural pelo fato de
ser o que conhecemos, o que nos habituamos a viver.
Quando olhamos para estes trs fatores de organizao e relacionamos com os rgos psquicos, as
hipotticas estruturas organizadoras dos fenmenos comportamentais, logo percebemos que qualquer
expresso emocional poder ter trs diferentes origens. Pode ser a expresso livre e sincera dos impulsos
provenientes de nossas foras biolgicas, ou pode ser a manifestao culturalmente programada dos
nossos afetos e sentimentos ou, ainda, a expresso emocional relacionada diretamente ao nosso
aprendizado e experincia vivida.
Este ultimo determinante, alis, abre um terceiro ponto importante de discusso. O quanto a forma de
identificar e expressar emoes est diretamente relacionada s experincias previas do indivduo. E, nesta
rea, as principais experincias dizem respeito ao que cada pessoa viveu em suas relaes de vinculo
primrios.
A vinculao entre o beb e sua me e, um pouco mais tarde, com pai e outros membros da famlia,
fornece o padro que se torna o natural a ser vivido e expresso em todo relacionamento significativo
futuro. Esta realidade me faz questionar o que podemos compreender
comportamentos livres de jogos e sinceros da intimidade. Em seu livro "Sexo e Amor" ele escreve que a
intimidade uma transao Criana-Criana, com aquela parte da Criana que se dirige diretamente ao
que v, ouve e sente. Berne parece sugerir que as transaes da verdadeira intimidade se do entre
dimenses bastante primarias da personalidade. A parte da Criana que anterior s memorias
declarativas e a narrativa do Script aquela que se organiza nos primeiros trs anos de vida, cuja memria
139
ele siga sua histria e seu destino. Infelizmente, percebo que muitas vezes no fao juz ao que me
pedido e a arrogncia das classificaes e julgamentos surge em minha mente, perturbando meu corao
e minha possibilidade real de ajuda.
Nesse sentido, quero deixar aqui um convite. Enquanto analistas transacionais quero convidar todos ns a
abandonarmos as classificaes que envolvem o julgamento sobre positivo e negativo. Eric Berne no usa
estas palavras para se referir ao comportamento humano. E ns, os que o estudamos, relemos,
interpretamos, traduzimos e, eventualmente, tramos, precisamos atentar ao fato de que qualquer
classificao pressupe uma norma subjacente que dita o que "positivo" e o que "negativo". E qual a
140
norma que seguimos? Quem define o normal e o patolgico? Com quais critrios? E a partir de que valores
morais? Quem de ns pode julgar a experincia humana e dizer: esta "positiva" e esta " negativa"?
A releitura dos escritos de Berne sempre me emociona. Encontro ali as razes de tantas idias que se
tornaram populares ao longo do tempo e, tambm, a viso lcida, profunda e amorosa sobre quem somos
e como nosso destino. A intimidade que Berne fala -desejada e temida uma aventura, momentos que
pedem de ns a coragem de abandonar o conhecido e nos lanarmos diretamente na experincia e na
absurdez da vida.
141
de
Analistas
Transacionais
Certificados
(UFRP)
CRP-08/07234.
Analista
Transacional
Organizacional,
LAUCEMIR SILVEIRA
Economista e psicloga, mestrado em Administrao e Recursos Humanos pela
Universidade de Extremadura/Espanha. Analista transacional membro certificado
organizacional pela UNAT Brasil-Unio Nacional dos Analistas Transacionais.
Consultora em desenvolvimento organizacional (interpessoal, gerencial e de
equipes). Atua em coaching executivo e empresarial. Especialista e Didata pela
Sociedade Brasileira de Dinmica dos Grupos (SBDG).Diretora da
Zoeh
Desenvolvimento de Pessoas.
A tendncia a trabalhos compartilhados nas organizaes, seja pelo meio presencial ou virtual, nos traz o
desafio de promover resultados atuando de forma interdependende.
Junto vem o desafio de compor na diversidade e otimizar as competncias individuais, de chegar a
resultados em clima de bem estar.
Quando observamos uma equipe funcionando, podemos verificar sua clareza em relao aos objetivos,
como se do a participao e canalizao dos esforos, a comunicao, a tomada de deciso e criatividade
na soluo dos problemas, o manejo dos conflitos, sua organizao e controle de desempenho. Esses
aspectos podem ocorrer de maneira funcional ou disfuncional e a Anlise Transacional pode nos ajudar a
compreender essa funcionalidade e disfuncionalidade grupal.
143
COMO FAO
FAZENDO
144
A busca de uma leitura sistmica e integrativa dos processos de formao do Script de Vida.
Elaborar a Matriz do Script de um cliente, esboando as mensagens principais vindas de pai e me, foi,
desde o inicio da minha formao em Analise Transacional, a pior questo a ser respondida em toda prova
escrita para a Certificao. Por anos, mesmo tendo sido aprovada e sendo professora dos cursos de
formao em AT, eu no compreendia como aquele esquema podia ajudar em alguma coisa e, menos
ainda, como escutar um cliente e conseguir extrair de sua fala e comportamentos, as ditas mensagens que
formavam o aparato do Script e podiam ser diagramadas no formato que a Matriz propem.
Fiz isso varias vezes, mas sempre me restava a impresso de estar "forando a barra" e criando um
esquema "fake".
Segui estudando Analise Transacional, percorrendo todos os caminhos da formao didtica, e tendo como
meu maior interesse de pesquisa e de interveno justamente o Script de Vida. Durante anos ignorei a
Matriz do Script, somente encontrando com ela quando corrigia alguma prova de um aluno candidato
Certificao pela UNAT-BRASIL.
145
Foi recentemente que, finalmente, a Matriz do Script fez sentido para mim. E encontrei uma forma de
pensar sobre ela e de us-la como recurso teraputico.
Neste encontro, minha proposta de compartilhar o mtodo de levantar os dados que podem participar
da formao do Script de Vida, ensinar como pensar sobre os dados para que eles faam sentido e como
criar uma percepo da Matriz do Script que seja significativa e propicie conscincia, tanto para o
terapeuta quanto para o cliente.
Ser um laboratrio do tipo "como fao, fazendo", pois pretendo ensinar a tcnica e fazer uma interveno
com um participante do laboratrio, mostrando como possvel perceber os elementos centrais do Script
de vida.
uma vivncia para um grupo de no mximo 15 pessoas, com formao em Analise Transacional e que
trabalhem na rea clinica.
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AT E ORIENTAO PROFISSIONAL
Resumo
A teoria da AT possibilita que o orientando alcance o autoconhecimento necessrio, perceba suas diversas
caractersticas de personalidade, e reconhea suas reas de maior talento e interesse. Tambm propicia
uma tomada de conscincia das influncias que recebe no meio familiar social e cultural.
Em minha vivncia e atividade profissional relacionada OP, considero que esse trabalho tem sido
extremamente positivo. Fica evidente que a maioria das indecises e conflitos, relacionados escolha
profissional, esto vinculados a pontos emocionais inconscientes, dentro do prprio script. Espera-se que
ao final desse processo, o jovem possa fazer sua Escolha Profissional com Autonomia, evidenciando uma
deciso feita a partir da integrao dos estados de ego Pai, Adulto e Criana.
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Resumo
A apresentao ser do trabalho realizado em sade publica, nas estratgias de sade da famlia.
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