Apostila Curso de Formação de Conselheiros Tutelares
Apostila Curso de Formação de Conselheiros Tutelares
Apostila Curso de Formação de Conselheiros Tutelares
DE CONSELHEIROS
TUTELARES
Diretoria de Formao Continuada SEDUC
Instituto Cultiva
JUNHO 2015
APOSTILA I
Indce
03 Fases do desenvolvimento humano
14 Como monitorar programas sociais
20 Formao de Conselheiros Tutelares
APOSTILA I
todos ns de nos protegermos embaixo da cama ou num local menor porque nos
lembra a segurana do tato prximo ao tero.
O fato que, mais tarde, a criana perceber que v algo que no consegue
apreender pelo tato. A janela que no consegue pegar em suas mos, mas que
existe; o prdio ao lado, e assim por diante. Nasce a noo de perspectiva: algo
longe, que existe, mas que eu no consigo apreender pelas mos. O raciocnio
abstrato comea a nascer a partir da.
Nas artes plsticas, no por outro motivo, a noo de profundidade,
perspectiva, sombras, veio ao mundo depois das pinturas primitivas, que s
apresentavam um plano s.
Pintura primitiva, sem sombras e perspectivas e pintura renascentista (de Fillipo Brunelleschi, que gerou o
ponto de fuga.
Nvel
Pr-convencional
Convencional
Ps-convencional
1
2
3
4
5
6
Estgios
Orientao pela obedincia para evitar a punio.
Orientao egocntrica para satisfao de desejos prprios ou
de outros. Reciprocidade restrita. Lei de Talio.
Orientao pela manuteno dos valores vigentes na
comunidade e grupos de amigos.
Orientao pela lei e ordem social. Manuteno dos valores
vigentes na sociedade.
Orientao pelo contrato social e respeito aos direitos civis
individuais.
Orientao pela tica universal.
APOSTILA I
AUTORES
Os processos de
desenvolvimento da criana so
independentes do aprendizado.
Piaget e Binet
O aprendizado
desenvolvimento
Woodworth e
Thorndike
O desenvolvimento se
baseia em dois processos
inerentemente diferentes,
embora relacionados e
totalmente influenciados.
PRESSUPOSTOS
Koffa e os Gestaltistas
DESENVOLVIMENTO HUMANO
considerando
Nascimento
Primeira infncia
(0-3 anos)
Segunda infncia
(3-12 anos)
Adolescncia
(12-21 anos)
Idade Adulta
(21-60 anos)
caracterizado por
caracterizado por
caracterizado por
caracterizado por
caracterizado por
- florecimento do lobo
frontal (3 anos)
- memrias
autobiogrficas (3 anos)
- Faz de conta
cooperativo (4 anos)
- brincadeiras separadas por sexo (4 anos)
- jogos, esportes
organizados (7 anos)
-estadio operacional
concreto (8 anos)
-questes de
autoestima (8 anos)
-preocupao com popularidade (8 anos)
-lobo frontal continua
amadurecendo (10 anos)
-incio da puberdade (10 anos)
-tormentas emocionais/
correr riscos (10 anos)
-turmas do mesmo sexo (10 anos)
-pensamento operacional
formal possvel (10 anos)
Velhice
- fase de estabelecimento
na carreira
- paternidade/maternidade
- preocupao com o declnio
da sexualidade (40 anos)
- auges das atividades
gerativas (40 anos)
- auge da vida
profissional (40 anos)
-auge da
criatividade (40 anos)
-menopausa/andropausa (50 anos)
-fase da manuteno
da carreira (50 anos)
Morte
- adaptao aposentadoria
(60 anos)
- sade mental no auge (60 anos)
- maior probabilidade de doenas
crnicas (60-70 anos)
- maioria vivendo de maneira
independente (60 anos)
- maior prevalncia de
depresso (70 anos)
-maior risco de
demncia (80 anos)
-enfraquecimento sensrio-motores
(80 anos em diante)
-problemas em AVD (Atividades
de Vida Diria) (80 anos em diante)
-maioria das mulheres vivas
(80 anos em diante)
-maior uso de inteligncia
cristalizada (60 anos em diante)
Adaptado do livro BELSKY, Jane. Desenvolvimento humano: experenciando o ciclo da vida. Porto Alegre: Artmed,2010.
Nota das autoras: deve-se levar em conta as particularidades de cada sujeito envolvido (social, cultural etc.), podendo, ou no,
caracterizar nos aspectos listados acima decorrentes de sua fase da vida.
O que necessrio compreendermos que temos fatores endgenos (biolgicos) e exgenos (culturais e sociais) que nos fazem superar uma fase anterior de
desenvolvimento.
E aqui, vale registrar o papel das famlias das crianas e adolescentes, como
motivadores deste salto de maturidade.
APOSTILA I
APOSTILA I
lgico, sendo a subjetividade um substrato (como uma tela em branco por onde
se fixa a tinta que dar beleza ao quadro) para que se desenvolva a razo. Em
outras palavras, o sensvel e o percebido antecedem a compreenso lgica.
Este o desafio que nos cabe refletir na conduo de polticas pblicas que
tratem de nossas crianas e adolescentes.
O ESPERADO
TERCEIRA INFNCIA (6 aos
11)
Crescimento diminui
Habilidades atlticas
Egocentrismo diminui
Pensamento com lgica
Memria aumenta
Linguagem aumenta
Autoconceito e
autoestima
Incio da co-regulao
Amigos como centro
10
HOMENS
Pelos pubianos: 12 a 16
Crescimento: 10 a 16
Alterao da voz: 11 a 14
Pelos faciais: 14 a 18
11
APOSTILA I
12
SALA 01
SALA 02
SALA 03
CONTEDOS MEMORIZVEIS
CDIGOS
FRMULAS
DATAS E PERSONALIDADES
CONTEDOS DE INTEREPRETAO
INSTRUMENTOS DE PESQUISA
MTODOS
HBITOS DE ESTUDO
INTELIGNCIA LGICO-MATEMTICA
INTELIGNCIA LINGUSTICA
INTELIGNCIA MUSICAL
INTELIGNCIA ESPACIAL
CONTEDOS DE COMPORTAMENTOS
SOLIDARIEDADE
LIDERANA
CRITICIDADE
CRIATIVIDADE
INTELIGNCIA FSICO-CINESTSICA
INTELIGNCIA INTRAPESSOAL
INTELIGNCIA INTERPESSOAL
INTELIGNCIA EXISTENCIAL
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APOSTILA I
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APOSTILA I
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PRINCPIOS NORTEADORES
INDICADORES SUGERIDOS
Empoderamento Social
Representatividade
Participao em Plenrias
Delegados por distrito/subprefeituras
grau de pluralidade temtica e territorial no CONOP
Iniciativa de comunicao e prestao de contas do Conselho junto sua base de representao
Descentralizao da gesto
Integrao na Elaborao
Efetividade
RESUMINDO
MONITORAMENTO COM PARTICIPAO POPULAR
1. Todo monitoramento deve ser contnuo e flexvel, para acompanhar mudanas na
conjuntura poltica e social;
2. Deve avaliar como a comunidade reage e sente a poltica que est sendo monitorada;
3. Deve avaliar se as metas e objetivos iniciais esto sendo conquistados;
4. preciso identificar o foco que o monitoramento vai adotar (foco em resultados, no
modelo de administrao, nos efeitos, nos adversrios);
5. necessrio elaborar relatrios parciais do monitoramento para estimular o debate
pblico sobre a execuo de uma poltica pblica;
6. Todo monitoramento define indicadores e instrumentos de coleta de dados
adequados aos objetivos e focos estabelecidos inicialmente.
7. importante que a equipe central crie uma Sala de Monitoramento, onde todos os
dados estejam organizados. A Sala concentrar informaes a respeito das metas,
prazos e responsveis pelo acompanhamento de cada ao definida. Tambm estaro
disponveis os resultados do monitoramento e avaliaes.
PROGRAMA DE FORMAO CONTINUADA CONTAGEM
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APOSTILA I
CONCEITO E NATUREZA
PROTEo integral
Separao dos casos sociais dos que envolvem conflito de natureza jurdica:
Crianas e adolescentes com direitos violados e crianas cometendo atos
infracionais: medidas de proteo CT
Adolescentes autores de ato infracional: medidas socioeducativas - JIJ
20
conselheiro tutelar
atribuies e instrumentos de ao
atribuies do conselho tutelar (art. 136)
I. Atender Crianas e adolescentes nas hipteses previstas nos
artigos 98 e 105, aplicando as medidas previstas no artigo 101, I a VII;
21
APOSTILA I
22
23
APOSTILA I
estudo de caso
O conselho tutelar recebe notificaes de violaes de direitos, aplica medidas
de proteo, requisita servios, encaminha, providencia, representa, acompanha
e contribui para a formulao das polticas e planos municipais de atendimento
crianas, adolescentes e suas famlias.
insero
Recebendo a denuncia: Fazer escuta atenta, com serenidade e
ateno situao exposta.
Anotar todas as informaes possveis.
Definir se compete ao CT. Se no for caso para o Conselho Tutelar,
orientar o denunciante sobre a quem compete atender a questo.
Se pertencer a outro conselho, solicitar ao denunciante fazer a
denncia no conselho competente, informando-o do endereo e
telefone de contato.
Caso o denunciante se negue a este procedimento, o conselho
acionado pode colher os dados e encaminhar ao Conselho Tutelar
competente.
24
A denncia deve explicitar: quem est sendo vitimizado, qual direito est sendo
violado e por quem. Para isto deve conter os seguintes dados:
Nome da criana ou adolescente, idade ou data de nascimento, filiao,
endereo residencial, endereo do fato denncia, circunstncias da
violao/situao denunciada;
Nome e endereo do denunciante, com seu telefone de contato, para
buscar outras informaes e para dar retorno;
Preservar o sigilo.
avaliao de
competncia
25
APOSTILA I
tica
Se o conselheiro sorteado com algum caso, possuir algum grau de parentesco,
ou relaes muito prximas com os envolvidos, deve deixar o caso a cargo de outro
conselheiro, pois este tipo de relao no favorece o andamento dos casos, alm de
poder gerar constrangimento para os atendidos.
providncias imediatas:
Quando protelar as decises pode significar grande risco para a criana
e /ou perda da possibilidade de responsabilizao dos agressores atravs
de provas comprobatrias dos fatos.
Isto no significa encerramento do caso, mas apenas socorro imediato
para estudos posteriores das circunstncias que motivaram as violaes,
aplicando, posteriormente, as medidas de proteo ou judiciais que se
fizerem necessrias.
diagnosticar
Diagnstico sumrio: H casos em que as violaes so bvias e atravs
do uso de poucos instrumentos o Conselho constata sua veracidade,
motivos e com agilidade decide qual medida aplicar.
H outros casos em que a complexidade das situaes demanda
diagnstico mais aprofundado para o Conselho decidir sobre as medidas
adequadas.
meios de verificao
Entrevistas/ atendimentos com os envolvidos, para prestarem
esclarecimentos sobre os fatos e motivaes das violaes de direitos,
feitas no conselho ou em visitas domiciliares e institucionais.
Solicitao de laudos mdicos, psicolgicos, diligncias investigatrias,
estudos sociais, declaraes, que esclaream situaes, comprovem fatos
e respaldem as decises do Conselho Tutelar.
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entrevistas/atendimentos
Podem ser agendadas previamente atravs das notificaes de
comparecimento sede do Conselho.
O conselheiro atende os envolvidos em grupos ou individualmente.
O conselheiro deve se organizar, tendo agenda, reservando local
adequado, estando nele pontualmente para atender os notificados.
Organizar com antecedncia a conversa, clareando os objetivos a
alcanar,estratgias, com quem conversar, quais argumentos usar, sendo
educado e objetivo.
Preservar informaes confidenciais dos casos atendidos.
Registrar por escrito os resultados das conversas informaes
colhidas, impresses, definies.
visitas domiciliares
Estratgias de contato com as famlias, sendo esclarecedoras das
condies socioeconmicas das mesmas.
Meios de verificar os fatos denunciados, proceder a encaminhamentos e
fazer novos agendamentos.
Servem ainda para estabelecer contatos, esclarecendo sobre as
competncias do Conselho e abrindo para as possibilidades de
intervenes futuras.
Devem ser sempre respeitosas;
S entrar na residncia se for convidado;
Se identificar e informar o motivo da visita;
As visitas para verificao, podem tambm ter efeitos de
interveno, so bons instrumentos de resgatar vnculos,
restabelecendo a normalidade de atendimentos iniciados.
visitas institucionais
Realizadas a instituies governamentais e no governamentais.
So instrumentos de verificao e interveno que possibilitam acesso
a informaes, ampliar o conhecimento da situao familiar ou das
crianas e adolescentes,
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APOSTILA I
requisio de laudos
O laudo uma pea escrita em que um perito emite seu parecer e
responde aos quesitos que foram propostos pelo juiz e pelas partes
interessadas. Os exames de corpo delito, conjuno carnal e outros
desta natureza devem ser fornecidos pelo Instituto Mdico Legal, mas
em localidades onde no exista IML, pode ser fornecido por mdico
autorizado.
estudo de casos
diagnstico aprofundado
Estudar um caso mergulhar na sua complexidade e totalidade,
buscando desvendar a teia de relaes que o constitui.
O estudo de caso ajuda a conhecer a histria e cultura familiares e o contexto
comunitrio em que a mesma se encontra. Deve ser feito ao longo da investigao
diagnstica, ou pode ser solicitado ao servio de assistncia social do municpio.
deciso do conselho
De posse de todas essas informaes fornecidas pelos laudos e pareceres tcnicos,
o colegiado do CT est em condies de decidir quais medidas de proteo ou
encaminhamentos mais se adequam ao caso.
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principais interlocutores
Servios pblicos(Ogs, Ongs);
Movimentos, associaes e organizaes de direitos humano;
Entidades empresariais;
Universidades e centros de pesquisa;
Meios de comunicao;
rgos de segurana pblica;
Autoridades judicirias e Ministrio Pblico;
CMDCA.
Promover a formao permanente dos conselheiros tutelares e a
divulgao do CT;
Funcionar como interlocutores junto ao executivo para as questes
relacionadas aos aspectos fsicos dos conselhos tutelares, bem como
dos aspectos funcionais dos conselheiros;
Dialogar e inserir os Conselhos Tutelares em todas as discusses do
Oramento.
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APOSTILA I
medidas de proteo
Artigo 99: As medidas previstas neste captulo podero ser aplicadas
isoladas ou cumulativamente, bem como substitudas a qualquer
tempo;
Artigo 100: Na aplicao das Medidas levar-se-o em conta as
necessidades pedaggicas, preferindo-se aquelas que visem ao
fortalecimento dos vnculos familiares e comunitrios.
IV. Abrigo em entidade
Pargrafo nico: O abrigo medida provisria e excepcional, utilizvel como
forma de transio para a colocao em famlia substituta, no implicando
privao de liberdade.
Caso seja necessrio abrigar alguma criana em situao de risco, sem
aceitao da medida pelo guardio, deve-se acionar imediatamente o
Ministrio Pblico atravs de relatrio, solicitando aplicao da medida
por ordem judicial. A retirada da criana pelo CT, sem ordem judicial, pode
ocorrer em situaes de risco evidente, que exijam socorro imediato, mas tal ao
deve ser comunicada imediatamente autoridade judiciria ou MP.
30
habilidades
atuao eficaz
Superar o senso comum.
Desburocratizar.
Ocupar novos espaos de ao social.
Ser perseverante.
Se capacitar constantemente.
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CONANDA
(61) 2027.3344
[email protected]
www.direitosdacrianca.gov.br
Fonte: Frente de Defesa DCA/MG