O Esforço Antecede A Benção

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O Esforo Antecede a Beno

(Mateus 17:24-27)
A mensagem que temos neste texto bblico no para
obtermos f, ou para nos estimular a crer, mas sim uma mensagem
que estimula os que j crem. Nesta ocasio Jesus estava
resolvendo uma dificuldade dele e de seus discpulos quando
questionados a respeito do tributo que se pagava em Jerusalm.
No se tratava do tributo que o Imprio Romano cobrava, mas o
imposto que era cobrado uma vez ao ano, para manuteno do
templo, conforme lemos em xodo 30:11-16. Na moeda israelita
equivalia metade de um ciclo por pessoa; na grega, duas
dracmas, ou dois dias de salrio mnimo. Cada israelita de vinte
anos para cima pagava imposto religioso. Em qualquer reino onde
se cobra imposto para sua manuteno, ficam isentos o rei e seus
filhos; sendo Jesus o filho de Deus, o dono do templo, no teria
qualquer obrigao de pagar este imposto (conforme Lucas 2:49).
Contudo, para no dar motivos dos judeus o acusarem e tambm
para ensinar aos discpulos (e a ns) a fidelidade nos deveres civis
e religiosos (veja Rm. 13:7), Jesus manda que Pedro v ao mar,
lance o anzol e na boca do primeiro peixe fisgado ele encontraria
um estter (que era uma moeda que valia quatro dracmas,
suficiente para pagar o imposto de duas pessoas).
Pedro j cria em Jesus; no questionava sua
palavra, sabia que Ele era o filho de Deus e se somos semelhantes
a Pedro, pessoas de f que no questionam a palavra de Deus nem
sua revelao, depois disto vem um esforo de nossa parte que
antecede a beno. Cremos que Deus vivo e real, que sua
Palavra no falha, que Ele cumpre suas promessas, mas no
momento em que devemos nos esforar, no para crermos, mas
porque cremos, falhamos e conseqentemente perdemos a beno.
Achamos que as bnos devem vir a ns sem qualquer esforo da
nossa parte e assim nos enganamos.
Naquele momento de dificuldade financeira,
imaginamos que Jesus faria um milagre qualquer ali (transformando
uma pedra numa pedra preciosa, achando ouro, fazendo cair
dinheiro do cu), mas Ele nos surpreende quando manda Pedro
pescar, sem dar detalhe algum sobre para que lado do mar se
dirigir, a que profundidade, por quanto tempo. Acreditamos que
Deus existe, por isso lemos a sua Palavra; acreditamos que ela

verdadeira, por isso oramos e o fazemos com f como quando


Pedro respondeu com segurana que Jesus pagaria o imposto (vv.
24b e 25a). Mas Jesus lhe fala: agora vem a sua parte v se
esforar!
Em II Corntios 5:20, lemos que somos
embaixadores da parte de Cristo, e um embaixador que reside num
pas diferente do seu, deve seguir as leis existentes naquele pas e
Jesus como homem, embaixador de Deus na terra, queria cumprir a
lei humana e esta lei foi dada pelo prprio Deus em xodo 30,
determinando que todo judeu acima de vinte anos pagasse este
imposto. Para pagar, preciso ter dinheiro, e este se obtm
trabalhando. No vemos na Bblia Deus agindo diferentemente.
Deus sempre vai agir conforme a nossa ao diante da
necessidade; esta ao no pode ser prepotente, mas uma ao de
quem cr em Deus e nas suas promessas, seguida de esforo
prprio em aprender, em fazer, em obedecer, em realizar. incrvel
a quantidade de vezes que Deus diz esfora-te (leia Salmos
31:24; Provrbios 24:10). A beno s chega aps um esforo
considervel de quem dela necessita. Muitas vezes conseguimos
dar todos estes passos: acreditamos na Palavra, em Deus,
obedecermos Ele, oramos, jejuamos, cremos que Ele no falha,
mas quando chega o momento de mostrarmos a nossa ao
enrgica (do corpo, da alma ou do esprito) que a nossa parte
para recebermos a beno,achamos que Deus tem que fazer isto
tambm por ns. Se o problema financeiro, certamente vai
brotar dinheiro na minha conta; se de aprendizagem, Ele vai
abrir a minha mente e colocar toda a Sua sabedoria dentro dela;
assim no preciso estudar nada. Em cada rea que estamos
necessitados, um pouquinho antes da beno temos que nos
esforar. No podemos fracassar bem aqui.
Josu, sucessor de Moiss, era um homem
preparado para crer, para obedecer, tinha conhecimento, mas Deus
entendeu que precisava prepar-lo no esforo. Ento vemos no
captulo um do livro de Josu, Deus lhe falando exaustivamente:
Josu, esfora-te! Tenha muito bom nimo! Josu, to somente
esfora-te! Pedro estava na presena do Mestre e com certeza no
corao respondeu por Jesus aos cobradores do imposto: Sim! Ele
vai pagar. E ao adentrar a casa, Deus no fez um estter cair em
seu bolso; Jesus manda-o ir ao mar, trabalhar. Somos
embaixadores do cu aqui na terra e l no cu, certamente, no
vamos precisar de dinheiro; mas aqui na terra precisamos dele e o

obtemos trabalhando. Deus poderia suprir aquela necessidade dos


discpulos, de forma sobrenatural, maravilhosa, surpreendente,
instantnea. Jesus, o Seu filho unignito sabia de todas as riquezas
da terra porque todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele
nada do que foi feito se fez (Jo. 1:3), mas como embaixador de
Deus na terra e como exemplo para os homens, sujeitou-se s leis
humanas.
Em seu dilogo com Pedro, Jesus conclui: ...
Logo esto livres os filhos (v.26b) como a dizer: na verdade no
teramos que cumprir com as leis dos homens porque a terra foi
feita pr Deus e para seus filhos e voc tambm sendo um filho de
Deus no teria que cumprir as leis da terra. O bom da terra, o
melhor da terra nosso, filhos de Deus, mas para no escandalizar,
no sermos pedras de tropeo, no darmos motivo para falarem
do Reino dos Cus na terra, temos que trabalhar. Cumpramos a
nossa parte, e quando obedecermos, Deus coloca seus recursos
na boca do peixe, no lugar em que menos esperamos. Jesus disse
a Pedro: na boca do primeiro peixe fisgado; no disse quando (se
pela manh, tarde ou noite, nem se dentro de cinco minutos ou
duas horas). Mas Pedro iria fisgar um peixe e ali estaria a proviso
de Deus. Isto nos mostra como o Pai providencia o necessrio para
seus filhos. Entendemos tambm que, nossa ao enrgica glorifica
a Deus e consuma a beno.
Na grande pesca (leia Lucas 5:4-6), pela manh,
os discpulos j estavam exaustos, pois trabalharam a noite toda
sem nada pescarem e Jesus, para resolver aquele problema, os
manda de volta jogar as redes ao mar. Era exigir o limite daqueles
que nEle criam. Na cura do homem que tinha uma das mos
mirradas (leia Marcos 3:5), Jesus ordenou ao homem que
estendesse aquela mo. Esta ao exigia muito esforo e era
acompanhada de muita dor, mas ele agiu e foi abenoado. Na cura
de um paraltico (leia Lc. 5:24 e 25), Jesus no se props a levantar
o doente para depois algum lev-lo para casa. Mas assim que
acontece muitas vezes hoje; queremos pegar a pessoa no colo,
fazer tudo por ela e por isso nunca mais ela descer do colo.
Teremos que carreg-la para sempre e como no conseguimos,
abandonamo-la enfraquecida pelo caminho. Jesus no dava o
peixe, nem ensinava a pescar. Ele mandava pescar. o que
antecede a beno em nossa vida. Voc tem f? Acredita em Deus?
Ento jogue a rede e faa essa sua parte com bom nimo.

Na cura dos dez leprosos (Lc. 17:12-14), Jesus


ordenou-lhes que procurassem um sacerdote para que se
apresentassem ele. Um leproso era proibido de entrar na cidade e
se o fizesse estava sujeito a ser apedrejado, pois a lepra era
contagiosa. Os sacerdotes tinham turnos de trabalho, mas este era
o esforo que antecedia a beno; e indo eles, na obedincia e no
esforo da f (de quem cr), ficaram limpos. Nas bodas em Can
(leia Jo. 2:3-7), Jesus ordenou aos serviais que enchessem as
talhas com gua. Naquela poca no havia gua encanada, caixa
dgua sobre os telhados ou hidrantes nas ruas; tampouco a gua
era encontrada com facilidade. E o problema deles no era a gua
e sim a falta de vinho. Mas Maria disse aos serviais: Faam tudo o
que ele lhes mandar. Na obedincia e no esforo foram
abenoados. Na passagem de Jo. 4:13-30 (leia), Jesus conversava
com uma mulher samaritana e quando ela entendeu que Ele tinha
as bnos espirituais de que tanto precisava, pediu-lhe: d-me
dessa gua e Jesus lhe diz: V, chame seu marido e volte. Como
trazer o marido se no o tinha? Mas apesar da dificuldade ela no
desistiu e voltou cidade chamando todo o povo para ver o Cristo.
O cego de nascena (leia Jo. 9:6 e 7) teve
aplicada em seus olhos uma mistura de terra com saliva, mas antes
que voltasse a ver, Jesus ordenou-lhe que fosse lavar-se no tanque
de Silo. Para um cego caminhar at um tanque e encontrar gua,
apalpando e debatendo-se no escuro, um esforo enorme. Mas
ele foi. Era uma palavra para quem cr, pois quem duvida no se
esfora; cruza os braos e espera que Deus, um dia, realize algo
extraordinrio em sua vida. Existem muitas outras passagens
bblicas que nos revelam que o esforo antecede a beno. Na
passagem bblica da morte de Lzaro (Jo.11:1-44), vemos que
tanto Marta quanto Maria, irms de Lzaro, eram mulheres de
grande f e quando foram ao encontro de Jesus, eram tantas as
pessoas que estavam comovidas chorando a morte de Lzaro, que
Jesus agitou-se no esprito, perturbou-se e chorou. Levaram-nO
onde estava Lzaro sepultado a quatro dias e j cheirava mal, mas
chegando ao sepulcro, antes da beno acontecer, ordenou que
tirassem a pedra que fechava a entrada da gruta. Os que ali
estavam no podiam ressuscitar o morto que estava na gruta, mas
poderiam remover a grande pedra sua entrada. Depois de bradar
em alta voz: Lzaro venha para fora! disse Jesus aos demais:
Tirem as faixas dele e deixem-no ir, pois lzaro tinha as mos e os
ps envoltos em faixas de linho e o rosto envolto num pano.

O cego no poderia abrir seus olhos, mas podia


caminhar at o tanque de Silo. Pedro no poderia colocar o estter
na boca do peixe, mas podia pescar. No podemos curar nosso
corpo, mas podemos obedecer a Palavra e nos esforar. Josu no
podia vencer o inimigo, mas podia esforar-se e entrar na guerra. A
palavra de Deus dirigida a ele foi: no fuja da luta; esfora-te, tem
bom nimo porque estarei na batalha com voc.
Dessa forma vamos encontrando Jesus, em
muitos lugares da Bblia, no momento que antecede a beno,
esperando da nossa parte que no fracassemos. Se j caminhamos
at aqui, se cremos em Deus, cremos que Ele pode, no falha,
cumpre com suas promessas, ento temos que dar o ltimo passo
esforarmo-nos! Necessitamos de dinheiro? Vamos ao trabalho!
Necessitamos de perdo? Vamos reconciliao! Precisamos de
cura na alma? Vamos ao dilogo! Enfim, em qualquer direo que
precisarmos fazer, aprender, obedecer, realizar, guerrear, Deus
espera que nos esforcemos para isto. No bblico e nem de Deus
cruzarmos os braos e pedir: lutem por mim; orem por mim; jejuem
por mim. Posso pedir isto aos irmos, mas a beno no vir na
minha vida se eu tambm no me esforar para isto. Pedro teve um
rduo trabalho para obter um estter (um pequeno valor) e pagar a
dvida, mas o problema de Josu era muito maior e Deus teve que
repetir vrias vezes: to somente esfora-te, e tenha muito bom
nimo! Amm!

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