Mediunidade de Terreiro 25-1-20
Mediunidade de Terreiro 25-1-20
Mediunidade de Terreiro 25-1-20
Mediunidade
de Terreiro
A viso de um eterno aprendiz
Guia de estudos
orientados pelo
esprito Ramats
CDD 133.91
Norberto Peixoto
Mediunidade
de Terreiro
A viso de um eterno aprendiz
Guia de estudos
orientados pelo
esprito Ramats
1 edio 2014
Editora do Conhecimento
Obras de Ramats:
Obras psicografadas por
Herclio Maes
A Vida no Planeta Marte e os
Discos Voadores 1955
Mensagens do Astral 1956
A Vida Alm da Sepultura 1957
A Sobrevivncia do Esprito 1958
Fisiologia da Alma 1959
Mediunismo 1960
Mediunidade de Cura 1963
O Sublime Peregrino 1964
Elucidaes do Alm 1964
Semeando e Colhendo 1965
A Misso do Espiritismo 1967
Magia de Redeno 1967
A Vida Humana e o
Esprito Imortal 1970
O Evangelho Luz do Cosmo 1974
Sob a Luz do Espiritismo
(Obra pstuma) 1999
Obras psicografadas por
Maria Margarida Liguori
O Homem e o Planeta Terra 1999
O Despertar da Conscincia 2000
Jornada de Luz 2001
Em Busca da Luz Interior 2001
Sumrio
Palavras do mdium.........................................................................11
Prembulo de Ramats.....................................................................16
1 As experincias psquicas anmalas no cotidiano dos
terreiros...............................................................................................19
2 Motivos da rejeio s religies de transes medinicos que
levam a estados alterados de conscincia......................................40
3 Afinal, ainda precisamos dos rituais?..............................................59
4 As falanges que operam em trabalhos heroicos e excepcionais
no baixo Astral. A reencarnao de espritos benfeitores.
Preto velho ascensionado.................................................................82
5 A hora apocalptica: a segunda vinda do Cristo. Reencarnao
dos Mestres da Luz e Instrutores da humanidade espritos
cristificados.......................................................................................106
6 O heri sideral do terceiro milnio...............................................128
7 Acordando no hospital da metrpole do Grande Corao:
desencarne com assistncia espiritual...........................................129
8 Aspectos gerais da metrpole do Grande Corao....................142
Palavras do mdium
Prezados irmos
Este singelo livro composto por uma srie de artigos,
seguidos de perguntas e respostas complementares. como
se o mdium escrevesse os artigos e depois o mestre viesse
esclarecer o contedo atravs de um dilogo fraterno: uma
maneira didtica de atingir o melhor nvel de compreenso
possvel por parte dos leitores.
Como vivencio intensamente a mediunidade de terreiro
nesta atual encarnao, julgo importante compartilhar experincias enriquecedoras com o leitor. Desse modo, comeo
comentando que, embora ainda no haja consenso quanto
ritualstica dentro da umbanda, as diversas matrizes que a
compem possuem uma mesma essncia espiritual. Para simplificar, seria como ocorre com os instrumentos musicais de
uma orquestra: cada um possui um acorde especfico, em que
juntos compem a sinfonia final.
Nos terreiros srios e comprometidos com a caridade,
essas razes so ininterruptamente reinterpretadas, justamente
porque a umbanda no possui uma codificao. No entanto,
quando confrontadas, no apresentam quaisquer incoerncias,
pois os smbolos mticos que ganharam novos significados
mantm-se com o sentido esotrico original, que segue a mxima: Amai-vos uns aos outros, conforme enunciou o Caboclo
das Sete Encruzilhadas, ao fundar a umbanda e descrever as
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normas do culto nascente. Apesar disso, muitos conflitos ocorrem entre os adeptos umbandistas, pois cada um puxa a brasa
para o seu lado, em funo da profuso excessiva de elementos
utilizados nos ritos, que podem ser originrios de fundamentos
contrrios aos ditados pelo fundador da umbanda.
Incontestavelmente foi o Caboclo das Sete Encruzilhadas
a entidade missionria que elencou os fundamentos bsicos
da umbanda: no sacrificar animais; no cobrar; usar a roupa
branca; ter o Evangelho de Jesus como roteiro maior; aprender com os espritos que souberem mais, ensinando aos que
souberem menos; e praticar a caridade, todos de mos dadas.
Tudo mais so elementos de rito que foram sendo incorporados com o crescimento do nmero de terreiros, trazendo em
seu bojo novos simbolismos relacionados com esta ou aquela
outra doutrina de origem diversa, mas que no contradizem os
fundamentos esquematizados no Espao, dos quais (insisto em
registrar) o insigne Caboclo foi o porta voz do nascimento da
umbanda entre os homens, pelo canal da mediunidade.
A umbanda uma vivncia ritualista, o que no a diminui diante das outras formas organizadas de doutrina que se
baseiam em roteiros e diretrizes de trabalho, embora reconheamos que a verdadeira espiritualizao ocorre no ntimo de
cada ser e no com a mera aplicao de frmulas exteriores.
Nos dias de hoje, j h comprovaes pela medicina, especificamente atravs da psiquiatria, que mostram que os rituais
religiosos medinicos esto invariavelmente associados a
benefcios sade.
Os rituais pblicos, como as sesses de caridade umbandistas para a assistncia, e privados (iniciaes internas e
sesses de desenvolvimento medinico), so mtodos poderosos para manter a sade mental e prevenir o incio ou a
progresso de distrbios psicolgicos, auxiliando as pessoas
a enfrentar o terror, a ansiedade, o medo, a culpa, a raiva, a
frustrao, a incerteza, os traumas e a alienao; enfim, a lidar
com emoes e ameaas de origens diversas, oferecendo um
mecanismo de apoio que as distancia desses desequilbrios ou
ensina a conviver melhor com os problemas da vida. O resultado que a tenso pessoal ou do grupo acalma, a agressividade
12 Ramats
Mediunidade de Terreiro
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tencer a uma egrgora ou corrente medinica que facilita a resposta catrtica, atravs da qual as emoes e ritmos corporais
reprimidos so permitidos e podem ser trazidos manifestao
pela conscincia alterada, expressando-se naturalmente e sem
preconceitos: o brado do caboclo, a dana do orix, a benzedura do preto velho, a alegria da criana, a gargalhada do exu...
Ao psicodigitar as linhas que compem este guia de estudos afloraram em meu psiquismo lembranas de um passado
muito remoto. Por ser um esprito rebelde, e instintivamente
ainda primrio ante s leis csmicas, fui trazido de outro orbe
como um exilado em retificao. No havendo coincidncias
vs na mediunidade, desde os primeiros anos de vida, nesta
atual encarnao, enxergava um tringulo esmeraldino a me
proteger, envolvendo-me, o que se intensificou nos trabalhos
prticos caritativos medinicos.
No por acaso, faz alguns anos, lembrei-me repentinamente que fazia parte de um agrupamento que no Espao compunha uma confraria orientalista denominada Fraternidade do
Tringulo, dado a nossa ndole psquica ligada magia e movimentao mental do fluido csmico, que conhecamos de eras
remotas como energia vril. Mas contrariamos gravemente os
ditames de equilbrio da Lei Divina Aumpram. E, sendo conscincias fracassadas sentenciadas retificao na Terra, atravs
da intercesso e amparo do amoroso mentor Ramats, foi-nos
esquematizado amplo projeto de vida entre as reencarnaes
sucessivas, para que consegussemos nos reabilitar com nossos
pesados dbitos.
Muitos de ns (no que me incluo) esto reencarnados com
a concesso da mediunidade, em ltima instncia de oportunidade intercessora a nosso favor, a fim de no falharmos
novamente e sermos mais uma vez removidos para outro
orbe inferior Terra, dado que este que nos abriga mudar de
classificao de mundo de provas e expiaes para mundo
de regenerao.
Se cairmos novamente, quem nos acompanhar desta vez?
Resposta emblemtica podemos encontrar na histria do preto
velho Rei Congo, que em vez de ascensionar optou, amorosamente, por tutelar um agrupamento de mdiuns fracassados,
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Norberto Peixoto
1 Esta informao foi revelada por Ramats ao mdium Herclio Maes, no ano de
1956. Vide detalhes na obra Simplesmente Herclio, do autor Mauro Maes (captulo 19, pgina 88), Editora do Conhecimento..
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Prembulo de Ramats
Deus nico, apesar de todos os rituais, normas, procedimentos e cerimoniais institudos pelas diversas doutrinas
espiritualistas. E no Se modifica somente porque os homens
O imaginam desta ou daquela maneira, aqui ou ali, pois as formas de conceb-Lo em livros sagrados nada mais so que o
jugo sufocante da intelectualidade expressando-se sob aspectos
pessoais limitados transitoriedade da existncia carnal. A
verdadeira realidade no fruto de tradies e costumes admissveis compreenso humana de uma poca em particular, mas
exatamente o contrrio, do mesmo modo como uma carroa
no se pe frente dos bois.
Reflitamos que Deus Deus, em todas as localidades csmicas, quer represente o Jeov sentencioso dos judeus, o Tup
dos silvcolas guaranis e tupinambs brasileiros, o Brahma dos
hindustas, o Sucellus dos celtas, o Grande Arquiteto do Universo dos maons, o velho cansado dos cus catlicos, o Zambi
ou Oludumar dos africanos, o R dos egpcios, o Eterno Absoluto dos ocultistas, a Lei Eterna para os iniciados cabalistas, a
Suprema Lei dos espritas ou o Oxal dos umbandistas. O que
importa que Ele seja percebido conforme a capacidade de
entendimento de cada povo, cultura, religio, etnia ou nao.
Sendo um Deus nico, mantenedor do Universo, os conflitos ocorrem quando diferentes religies impe, reciprocamente,
partes percebidas do Criador, como verdade absoluta para as
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demais. Mesmo o ateu, respeitoso com a f alheia e que desacredita de um Deus das religies terrenas, tem-No dentro de si
em estado latente, e muitas vezes at mais do que os sacerdotes
fanticos das portentosas catedrais da atualidade.
Os espritos mandatrios da umbanda atuantes no Espao
entendem perfeitamente a necessidade das experincias e concluses de cada cidado, obtidas pelo intercmbio psicofsico
com o mundo oculto, sob os auspcios da mediunidade de terreiro. Gradativamente, os homens se apercebem da Inteligncia
Suprema causadora e disciplinadora de todos os fenmenos
imaginveis, fonte sublime e infinitamente amorosa e sbia que
cria, criou e continuar criando e governando o Universo.
Antigamente, as leis divinas eram compreendidas rudemente pela intimidade instintiva das criaturas. Por isso, os
deuses eram percebidos como eivados de ira, senhores dos
elementos da natureza, entre raios, troves, tempestades raivosas, sedentos de sacrifcios, e a eles depositavam-se oferendas
diversas em troca de suas ddivas. Hoje, so representados
pela sabedoria das entidades da umbanda, que reinterpretam
luz do Evangelho tradies do passado e seus fundamentos
de orixs punitivos, de velhos homens das tribos, amedrontados, querendo agradar as divindades. Fazem reluzir no campo
mental o conhecimento de que sem mudana interior no
existe mais propsito para obrigaes e punies exteriores,
ordenadas por divindades sdicas que relembram lendas
sentenciosas baseadas em mitos que contrariam a Lei Csmica
que estabelece a flexibilidade libertadora da semeadura livre,
no presente, para a colheita obrigatria, no futuro.
O momento atual exige unio de todos os adeptos espiritualistas encarnados. Estamos junto de vs num esforo planetrio
nico, almejando a mudana da conscincia coletiva encarnada
em diversas localidades. Independentemente dos rtulos terrenos, somente o exerccio do amor minimizar arestas ainda
existentes entre vs, escoimando as diferenas de embalagens
religiosas e doutrinrias que exaltam a forma separatista em
detrimento da essncia, que a unio fraternal crstica.
Desejamos aos espiritualistas universalistas que lerem
estas letras, organizadas com o ttulo Mediunidade de Terrei-
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