Calculo I em PDF - Geraldo Avila
Calculo I em PDF - Geraldo Avila
Calculo I em PDF - Geraldo Avila
Reitor
Vice-Reitor
Diretora
Conselho Editorial
Equipe editorial
Acompanhamento editorial
Editora de publicaes
Coordenao de produo grfica
Coordenao de reviso
Capa
Superviso grfica
Mariana Carvalho
Nathalie Letouz Moreira
Marcus Polo Rocha Duarte
Ramiro Galas Pedrosa
Marcus Polo Rocha Duarte
Elmano Rodrigues Pinheiro e Luiz A. R. Ribeiro
Copyright 2011by
Editora Universidade de Braslia
Impresso no Brasil
Direitos exclusivos para esta edio:
Editora Universidade de Braslia
SCS, quadra 2, bloco C, no 78, edifcioOK,
2o andar, CEP 70302-907, Braslia,DF
Telefone: (61) 3035-4200
Fax (61) 3035-4230
Site: www.editora.unb.br
Email: [email protected]
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta
publicao poder ser armazenada ou reproduzida por
qualquer meio sem a autorizao por escrito da Editora.
Patro, Mauro.
P314
CDU 517
S UMRIO
Sumrio
Prefcio
Preliminares
1.1 Nmeros reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2 Funes reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.3 Funes inversas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
11
11
21
28
Limite
2.1 Aproximao da origem . . . . . . .
2.2 Limite de sequncias . . . . . . . .
2.3 Funo exponencial . . . . . . . . .
2.4 Limite de funes . . . . . . . . . .
2.5 Continuidade de funes . . . . . .
2.6 Teorema do Valor Intermedirio . .
2.7 Continuidade de funes inversas
2.8 Funes trigonomtricas . . . . . .
Exerccios . . . . . . . . . . . . . . .
.
.
.
.
.
.
.
.
.
31
31
41
50
57
70
77
81
85
96
.
.
.
.
.
.
.
101
101
114
128
132
139
147
153
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Derivada
3.1 Reta tangente e velocidade . . . . . . .
3.2 Funo derivada e acelerao . . . . .
3.3 Derivada da funo exponencial . . .
3.4 Derivada de funes trigonomtricas .
3.5 Derivada de funes compostas . . . .
3.6 Derivada de funes inversas . . . . .
Exerccios . . . . . . . . . . . . . . . . .
5
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Sumrio
Sumrio
4 4
Grficos
Grficos
4.1 4.1Otimizao
. . . . . . . . . . . . . . .
Otimizao
4.2 4.2Crescimento
e concavidade
. . . . .
Crescimento
e concavidade
4.3 4.3Assntotas
horizontais
e verticais
. .
Assntotas
horizontais
e verticais
4.4 4.4Mtodo
de esboo
de grficos
. . . .
Mtodo
de esboo
de grficos
Exerccios
. . . . . . . . . . . . . . . .
Exerccios
5 5
Integral
Integral
5.1 5.1rearea
lquida
e variao
. . . . . . .
lquida
e variao
5.2 5.2Teorema
Fundamental
. . . . . . .
Teorema
Fundamental
5.3 5.3Substituio
. . . . . . . . . . . . .
Substituio
5.4 5.4Substituio
trigonomtrica
. . . .
Substituio
trigonomtrica
5.5 5.5Integrao
porpor
partes
. . . . . . . .
Integrao
partes
5.6 5.6Fraes
parciais
. . . . . . . . . . .
Fraes
parciais
5.7 5.7Volumes,
comprimentos
e reas
. .
Volumes,
comprimentos
e reas
5.8 5.8Pndulo
semsem
atrito
. . . . . . . . . .
Pndulo
atrito
Exerccios
. . . . . . . . . . . . . . .
Exerccios
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
157157
.157
. 157
.172
. 172
.183
. 183
.198
. 198
.208
. 208
.
.
.
.
.
.
.
.
.
213213
.213
. 213
.222
. 222
.233
. 233
.240
. 240
.245
. 245
.250
. 250
.261
. 261
.273
. 273
.278
. 278
6 6
Gabaritos
Gabaritos
de Fixao
de Fixao
A A
Apndices
Apndices
A.1 A.1
Progresses
geomtricas
. . . . . .
Progresses
geomtricas
A.2 A.2
Binmio
de Newton
. . . . . . . . .
Binmio
de Newton
A.3 A.3
Limite
e monotonicidade
. . . . . .
Limite
e monotonicidade
A.4 A.4
Derivada
de funes
compostas
. .
Derivada
de funes
compostas
A.5 A.5
Propriedades
da rea
. . . . . . . .
Propriedades
da rea
A.6 A.6
Mtodo
da exausto
. . . . . . . . .
Mtodo
da exausto
Exerccios
. . . . . . . . . . . . . . .
Exerccios
283283
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
291291
.291
. 291
.293
. 293
.295
. 295
.298
. 298
.299
. 299
.304
. 304
.311
. 311
Referncias
Referncias
Bibliogrficas
Bibliogrficas
313313
ndice
ndice
Remissivo
Remissivo
315315
B B
Sobre
Sobre
o autor
o autor
319319
CAPTULO
P REFCIO
Esse livro de Clculo foi concebido com a inteno de se desenvolver livros de
Matemtica apoiados em dois eixos que o autor considera estratgicos.
Um deles a adequao desses materiais realidade educacional brasileira, uma vez que grande parte das opes disponveis atualmente foi concebida para lidar com a realidade educacional de pases muito diversos do
Brasil. Nesse sentido, esse livro se preocupa em estabelecer uma conexo
prxima entre o Clculo e alguns exemplos paradigmticos da Mecnica, ensinados nos cursos de Fsica do ensino mdio brasileiro. A partir do exemplo
bsico do lanamento vertical de um objeto na Lua, onde inexiste o atrito com
a atmosfera, apresentamos o conceito cinemtico de velocidade e seu correlato matemtico, a derivada da funo quadrtica. Posteriormente, trazemos
esse mesmo experimento para a Terra, onde introduzimos os efeitos da resistncia do ar, o que nos permite motivar o estudo da derivada da funo
exponencial. Por sua vez, o problema da descrio do movimento de uma
massa presa a uma mola motiva o estudo das derivadas das funes trigonomtricas. Esses exemplos paradigmticos, presentes na origem mesma da
formulao do Clculo, acompanham cada novo tpico que vai sendo introduzido e desenvolvido ao longo do texto. Isso fornece a possibilidade dos leitores experimentarem algumas das mesmas intuies vividas pelos primeiros
formuladores do Clculo.
7
Captulo 0. Prefcio
Alis, esse o segundo dos eixos considerado estruturantes: oferecer abordagens mltiplas de um mesmo tpico, ora geomtricas, ora algbricas, ora
dinmicas. Isso d oportunidade ao estudante de se apoiar, em alguns momentos, nas intuies em que ele se sente mais confortvel, mas tambm o
ajuda a explorar suas habilidades ainda pouco desenvolvidas. A abordagem
dinmica est presente na definio do conceito de limite, feito atravs de
sequncias e cujo emprego j se fazia presente no mtodo grego da obteno de reas por exausto, como tambm no estudo da cinemtica realizado
pela mecnica moderna. Por sua vez, a abordagem algbrica empregada na
famosa frmula do binmio de Newton, que utilizada na definio da funo exponencial. J a abordagem geomtrica aparece logo na definio dos
nmeros e das funes reais, bem como na definio da medida de ngulo
atravs de reas e dos conceitos de derivada e de integral.
E STRUTURA DO L IVRO
O contedo do livro dividido em cinco captulos e complementado por
apndices. No final de cada captulo, existe uma lista de exerccios dividida
entre exerccios de demonstrao, destinados a exercitar a capacidade dedutiva dos estudantes, e exerccios de aplicao, destinados a apresentar mais
exemplos significativos da teoria desenvolvida no captulo. No final da maioria das sees, existe uma lista de exerccios de fixao, cujo gabarito se encontra no Captulo 6.
No Captulo 1, apresentamos as preliminares indispensveis a qualquer
livro de Clculo. Os nmeros reais e suas operaes, bem como a funes
reais e suas inversas, so apresentados de um ponto de vista geomtrico que
enfatiza a importncia do plano Cartesiano nas principais definies da matemtica moderna.
No Captulo 2, introduzimos o conceito de limite de funes atravs do
conceito de limite de sequncias. Essa abordagem a mais adequada aos
modernos mtodos numricos de aproximaes sucessivas, implementados
atualmente em qualquer calculadora ou computador. Alm disso, essa abordagem de limite ajuda a explorar as intuies dinmicas por trs do conceito
de limite, j presentes nos gregos desde os tempos de Zeno. Tambm permite
oferecer demonstraes mais simples de resultados sofisticados como o Teorema do Valor Intermedirio, que provado atravs do Mtodo da Bisseco.
Com essa abordagem, definimos a funo exponencial de modo bastante ri-
Captulo 0. Prefcio
goroso
urantes: oferecer
abor-e demonstramos suas propriedades fundamentais j no incio do livro.
As funes
cas, ora algbricas,
ora trigonomtricas tambm so apresentadas de modo bastante rigorosomoe se estabelece ao longo do livro um paralelo entre suas propriedades e
apoiar, em alguns
as da funo
exponencial.
ortvel, mas tambm
o
No Captulo 3, o conceito de derivada introduzido a partir do problema
volvidas. A abordagem
geomtrico
de definir a reta tangente e aplicamos esse conceito no estudo
limite, feito atravs
de
antenas parablicas. A derivada tambm apresentada em conexo com
todo grego dadas
obteno conceito de velocidade. Os conceitos de funo derivada e de funo dea cinemtica realizado
rivadana
segunda so introduzidos de modo a se compreender os conceitos de
brica empregada
da na definiofuno
da fun-velocidade e de funo acelerao. A derivada da funo exponencial
motivada
e logo na definio
dos pelo estudo da velocidade de um trem-bala sendo freado pela resisdo ar. J a derivada das funes trigonomtricas introduzida atravs
o da medida detncia
ngulo
da anlise do movimento no sistema massa-mola. O estudo do movimento
ral.
do pisto e do virabrequim de um motor exploso motiva a obteno da
denominada regra da cadeia.
No Capitulo 4, introduzida a anlise do formato do grfico de funes reais. Iniciamos esse estudo com o problema de se determinar a altura
e complementado
por de uma bola arremessada verticalmente. Atravs da teoria de otimimxima
a de exerccios zao,
dividida
demonstramos o Teorema do Valor Mdio e o utilizamos para obter a
tar a capacidade
dedufamosa Regra de LHospital. Essa ltima utilizada para se determinar o que
ados a apresentar
mais
ocorre
no arremesso vertical com atrito medida que o ar vai ficando cada
tulo. No final da
vezmaiomais rarefeito. Posteriormente, obtemos a relao entre o crescimento e
o, cujo gabarito
se en-da derivada primeira e a relao entre a concavidade e o sinal da deo sinal
rivada segunda de uma funo. Analisamos as denominadas retas assntotas
ispensveis a qualquer
de uma funo atravs dos conceitos de limite no infinito e de limite infinito,
, bem como a que
funes
so introduzidos atravs do conceito de limite infinito de sequncias. No
e vista geomtrico
finalque
desse captulo, apresentamos um mtodo passo a passo para se obter o
pais definiesesboo
da ma-do grfico de funes derivveis por partes.
No Captulo 5, introduzimos o conceito de integral a partir do conceito de
rea lquida.
No caso do arremesso vertical sem atrito, fazemos conexo da
de funes atravs
do
integral
a mais adequada
aoscom o conceito de variao do espao e variao da velocidade. Essa
conexo para movimentos gerais estabelecida atravs do famoso Teorema
ssivas, implementados
Fundamental
do Clculo. A partir desse teorema e de suas consequncias, inAlm disso, essa
abortroduzimos o conceito de integral indefinida e as denominadas tcnicas de
as por trs do conceito
integrao. Atravs do mtodo de substituio, obtemos a lei da conservaZeno. Tambm de
permite
o
da energia no sistema massa-mola. A partir da conservao da energia,
ofisticados como
o Teoutilizamos o mtodo de substituio trigonomtrica para determinarmos o
o Mtodo da Bisseco.
movimento
do sistema massa-mola. Depois de apresentarmos o mtodo de
al de modo bastante
ri-
10
Captulo 0. Prefcio
integrao por partes, utilizamos o mtodo das fraes parciais para determinamos o movimento da suspenso de um veculo, o denominado sistema
massa-mola-amortecimento. Fechamos esse captulo determinando o movimento do pndulo sem atrito e como utilizar a integral para obter frmulas
para volumes de slidos de revoluo, comprimentos de grficos e reas de
superfcies de revoluo.
Nos apndices, apresentamos complementos de contedos utilizados na
parte principal do livro. Demonstramos a frmula da soma dos termos de
uma progresso geomtrica infinita, a frmula do binmio de Newton, a existncia de limite de sequncia montonas limitadas, as propriedades da rea
e calculamos a rea do crculo unitrio atravs do Mtodo de Exausto.
A GRADECIMENTOS
Quero agradecer s seguintes pessoas, ressaltando que eventuais falhas remanescentes no livro so de minha inteira responsabilidade. Agradeo ao amigo
e professor Lucas Seco por ter ajudado na primeira reviso geral do livro e
pelas inmeras conversas que j tivemos relativas s melhorias do ensino do
Clculo 1. Agradeo aos meus orientandos Andr Caldas e Fernando Lucatelli
pela ajuda com relao a formatao do livro. Agradeo ao meu estudante do
Clculo 1 Jean Carlos Neri Cardoso por sua disposio em ajudar na reviso
do livro. Finalmente quero agradecer aos professores Joo Carlos de Pdua,
Lineu Arajo, Lucas Seco e Raderson Silva por terem ajudado na elaborao
da lista de exerccios de fixao.
CAPTULO
P RELIMINARES
1.1
N MEROS REAIS
Nesta primeira seo, indicamos como construir os nmeros e suas operaes a partir de conceitos e propriedades puramente geomtricas. Para isso
fazemos uso dos resultados da geometria plana euclideana. Iniciamos com
a reta R determinada pelos dois pontos distintos 0 e 1, garantidos pelos postulados de existncia e determinao, como mostra a Figura 1.1. O ponto 0
denominado zero ou origem e o ponto 1 denominado um ou unidade. Os
pontos sobre a reta R so denominados nmeros reais.
Captulo 1. Preliminares
12
(1) a > b se e s se b < a.
(2) a b se e s se a < b ou a = b.
(3) a b se e s se b a.
c:
c:
c b
c b
e bc 0a, se a 0
e bc 0a, se a 0
Podemos tambm definir, como ilustrado na Figura 1.3, o oposto ou inverso aditivo, para todo a R,
a =
c:
c:
c 0 e 0c 0a, se a 0
c 0 e 0c 0a, se a 0
13
Neste contexto, a reta R tambm denotada por 0x, denominado eixo horizontal, e um ponto a 0x tambm denotado por (a, 0). O ponto 0 = (0, 0)
denominado origem do plano Cartesiano. Escolhemos em 0y um ponto, denotado por (0, 1), tal que sua distncia origem 0 seja igual a 1. Para cada
ponto a 0x = R associamos o ponto (0, a) em 0y, tal que as distncias desses
dois pontos origem 0 sejam iguais e de modo que ambos sejam maiores que
14
Captulo 1. Preliminares
0 ou ambos menores que 0. A reta 0y ento uma cpia da reta R e tambm denotada por R. Frequentemente, denotaremos (x, 0) 0x e tambm
(0, y) 0y sero denotados apenas por x R e y R, respectivamente.
Uma reta paralela ao eixo horizontal denominada reta horizontal e uma
reta paralela ao eixo vertical denominada reta vertical. Uma reta horizontal
e uma reta vertical possuem um nico ponto em comum, pois os eixos so
retas concorrentes. Dado qualquer ponto A no plano, denote por h A a nica
reta horizontal passando por A e denote por v A a nica vertical que passa
por A, como ilustrado pela Figura 1.4. A abscissa ou coordenada horizontal
do ponto A o nico ponto x A que est simultaneamente sobre v A e sobre
0x. A ordenada ou coordenada vertical de A o nico ponto y A que est simultaneamente sobre h A e sobre 0y. Vice-versa, dado um ponto a sobre 0x e
um ponto b sobre 0y, associamos o nico ponto, denotado pelo par ordenado
(a, b), que est sobre v a e sobre h b . No difcil notar que A = (x A , y A ). Portanto, para cada ponto A do plano, associamos o par ordenado (x A , y A ) das
suas coordenadas.
15
1
a = 1, para todo a = 0;
a
Captulo 1. Preliminares
16
1 1
< .
b a
S UBCONJUNTOS NUMRICOS
O conjunto dos nmeros naturais N o menor subconjunto de R satisfazendo
(N1) Unidade: 1 N e
(N2) Recursividade: Se n N, ento n + 1 N.
17
O conjunto dos nmeros naturais o menor no sentido que ele est contido
em qualquer conjunto satisfazendo essas duas propriedades, como por exemplo a reta R e a semirreta real positiva. Podemos agora enunciar o denominado Princpio de Induo.
Proposio 1.2: (Induo) Para mostrarmos que uma determinada frmula
F (n) vlida para todo n N, basta verificarmos que
mostrando que m+1 < 2m+1 e que a frmula tambm vale para n = m+1. Pelo
Princpio de Induo, como verificamos ambas I1 e I2, segue que a frmula
acima vlida para todo n N.
Captulo 1. Preliminares
18
k N ou k = 0 ou
k N}.
N Z Q R.
Pode-se mostrar que o conjunto dos racionais fechado sob as operaes da
adio e da multiplicao e tambm um corpo ordenado.
Vamos mostrar agora que, entre dois nmeros reais distintos quaisquer,
sempre existe um nmero racional. Essa propriedade de Q denominada
densidade. Para isso, necessitamos de dois fatos. O primeiro, denominado
Princpio da Boa Ordenao, consequncia do Princpio de Induo e afirma
que qualquer subconjunto no vazio dos naturais possui o menor elemento.
O segundo fato a denominada Propriedade Arquimediana de R.
Arquimediana: Para todo L > 0, existe n N tal que 0 < L < n.
Pela Proposio 1.1, temos que
0<L<n
se e s se
0<
1 1
< .
n L
1
< .
n
1
< b a.
n
(1.1)
19
m
, temos que
n
m 1
< a.
n
(1.2)
m
, conclumos a demonstrao.
n
2, como ilustrado pela Figura 1.7. Essa diagonal pode ser escrita como um
quociente de nmeros naturais?
Proposio 1.4:
2 no racional.
Captulo 1. Preliminares
20
B = {r Q : r 2 > 2},
m
est localizada nessa lista na posio
n
(n + m 1)(n + m 2)
+ m.
2
Devido a essa lista, o conjunto dos racionais denominado enumervel. Por
sua Completude, o conjunto dos reais no enumervel.
1.2
21
F UNES REAIS
22
Captulo 1. Preliminares
23
x, y : y = f (x) e x dom f
Captulo 1. Preliminares
24
que a famosa equao da reta passando por x0 , y 0 com inclinao m. Isolando y como funo de x, obtemos a expresso algbrica de f dada por
y = f (x) = y 0 + m (x x0 ).
que nada mais que a equao do grfico de f . A expresso algbrica de f
tambm pode ser dada por
f (x) = mx + b
onde
b = f (0) = y 0 mx0
25
Se o ponto A = x, y pertence a p, ento d(A, F ) = d A, h g . Pelo Teorema
de Pitgoras, a distncia entre A e F , em termos de suas coordenadas, satisfaz
a equao
2
d (A, F )2 = (x xF )2 + y y F
(1.3)
(1.4)
(1.5)
o que mostra claramente que A o nico ponto de p que est sobre a reta
vertical
quepassa por x A . Portanto, temos que p de fato uma funo real e
A = x, p(x) . Desenvolvendo a equao (1.5), obtemos que
p(x) = ax 2 + bx + c
onde
1
,
a=
2 yF g
b
= 2x F
a
c
= xF2 + y F2 g 2 .
a
Neste caso,
p(x) = x 2
e a parbola p chamada de potncia quadrtica.
Dado um polinmio em x
p(x) = an x n + + a1 x + a0 ,
Captulo 1. Preliminares
26
temos que o conjunto
p=
x, p(x) : x R
x, f (x) : x dom f (x)
(1.6)
onde dom f (x) , denominado domnio natural de f (x), o maior conjunto
de nmeros reais onde a expresso algbrica f (x) est definida. Esse procedimento uma das maneiras mais utilizadas para se construir funes
reais. Frequentemente,
por economia de notao, denotamos a funo f :
dom f (x) R definida pela equao (1.6) simplesmente pela expresso algbrica f (x) utilizada em sua definio.
p(x)
Por exemplo, se p(x) e q(x) so polinmios em x, a funo r (x) =
o
q(x)
conjunto
r = (x, r (x)) : q(x) = 0
t2
2
27
se t 0
s0,
2
t
s(t ) = s 0 g 2 , se 0 t t A
0,
se t t A
Uma funo com uma expresso desse tipo denominada definida por partes.
Concluiremos esta seo definindo as principais operaes entre funes
reais. Sejam f e g duas funes reais. A funo
Captulo 1. Preliminares
28
29
da reta horizontal: cada reta horizontal possui no mximo um ponto em comum com f , como ilustrado pela Figura 1.14. Uma funo f denominada
montona se ela crescente ou ela decrescente. Se f montona, ento ela
injetiva, pois claramente satisfaz o teste da reta horizontal. Neste caso, para
cada y na sua imagem, existe um nico x no
seu domnio tal que y = f (x).
A sua inversa g definida de modo que g y = x, como ilustrado pela Figura
1.14. Temos que o domnio de g a imagem de f e que a imagem de g o
domnio de f . Alm disso, temos que
y = f (x)
se e s se
x=g y
Captulo 1. Preliminares
30
leva retas verticais em retas horizontais e vice-versa, de modo que o eixo vertical levado no eixo horizontal. Alm disso, como f satisfaz os testes da reta
vertical e da reta horizontal, temos que g tambm satisfaz esses dois testes,
sendo portanto uma funo injetiva e evidente que f a inversa de g .
Para determinarmos a expresso algbrica de g , devemos resolver para x
a equao y = f (x). Por exemplo, se f uma reta no vertical, ela uma funo, cuja expresso algbrica dada por f (x) = mx + b. Se f tambm uma
reta no horizontal, ela injetiva, e isso ocorre se e s m = 0. Para obtermos
a expresso algbrica da funo inversa, devemos ento resolver a seguinte
equao
f (x) = mx + b = y,
de modo que
1
b
g y =x= y .
m
m
Portanto, a funo inversa g de uma funo afim f tambm uma funo
afim, cujo coeficiente angular o inverso do coeficiente angular de f .
de modo que q y = x = y.
p (x) = x 2 = y,
CAPTULO
L IMITE
2.1
A PROXIMAO DA ORIGEM
Sabemos que a posio vertical s (t ) de um corpo caindo sob a ao da gravidade, aps ser solto do estado de repouso de uma altura s 0 , na ausncia de
atrito com o ar, dada por
s (t ) = s 0 g
t2
2
Captulo 2. Limite
32
s (t n ) s ()
tn
33
1
n
Captulo 2. Limite
34
Um outro exemplo de sequncia que se aproxima da origem a denominada sequncia anti-harmnica, ilustrada pela Figura 2.3 e dada por n1 . Um
ltimo exemplo de sequncia se aproximando da origem, a sequncia harmn
nica alternada, ilustrada pela Figura 2.4 e dada por (1)
n .
35
< an <
ou de modo equivalente
n n ()
|an | < ,
como ilustrado pela Figura 2.5. Observe que, adotando uma outra margem
de erro > 0, o tempo de espera muda para n () e a condies acima ficam
n n ()
< an <
ou de modo equivalente
n n ()
|an | < .
como ilustrado pela Figura 2.5. Observe tambm que, uma vez que an e |an |
possuem a mesma distncia at a origem, segue que an 0 se e s se |an | 0.
Nos exemplos anteriores de sequncias, temos que a distncia do termo
geral at a origem diminui a medida que o tempo passa. Quando isso acontece, a situao mais simples: o primeiro passo em que a sequncia entra
no intervalo de margem de erro > 0 serve como tempo de espera n (). De
fato, como a distncia do termo geral at a origem |an | diminui com o tempo
e como |an() | < , segue ento que
n n ()
1
<
n
serve como tempo de espera n () dessas sequncias. Resolvendo para n temos que
1
n> ,
de modo que
1
n () = primeiro n >
Captulo 2. Limite
36
0,5
0,4
0,3
0,2
1/
2
2,5
3,333. . .
5
n ()
3
3
4
6
No caso da sequncia harmnica, as primeiras linhas dessa tabela so ilustradas pela Figura 2.6.
n b () = primeiro n >
uma vez que esse tempo de espera o primeiro natural n tal que
1
< .
n2
A tabela abaixo compara alguns dos seus valores:
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,01
0,001
37
1/
2
2,5
3,333. . .
5
10
100
1000
n a ()
3
3
4
6
11
101
1001
1/
1,414. . .
1,581. . .
1,825. . .
2,236. . .
3,162. . .
10
31,622. . .
n b ()
2
2
2
3
4
11
32
2
< an <
2
2
< bn < .
2
2
Escolhendo n () como o maior dentre os tempos n a 2 e n b 2 , somando as
desigualdades acima, teremos ento que
n nb
n n ()
< an + b n < ,
Captulo 2. Limite
38
1
1
<
n
2
n
1
n
39
0, temos que
1
0
2n
Captulo 2. Limite
40
n n a R
=
|an | <
R
Escolhendo n () igual a n a R e multiplicando a desigualdade acima por R,
teremos ento que
n n ()
E XERCCIOS DE F IXAO
2.1.1 Considere a sequncia
2
.
n
(b) 21
(c) 31
2
< 0, 1
n
(d) 41
2
< 0, 01
n
(c) 21 (d) 201
(b) 101
2
<
n
(b) primeiro n > 1/
(d) primeiro n > 4/
1
.
n2
1
< 0, 1
n2
(d) 4
(b) 11
(c) 3
1
< 0, 01
n2
(d) 4
(b) 11
(c) 3
41
1
<
n2
(b) primeiro n > 1/
(d) primeiro n > 1/2
1
2.1.3 Considere a sequncia .
n
1
(i ) O primeiro passo tal que < 0, 1
n
(a) 21 (b) 11 (c) 201 (d) 101
1
(i i ) O primeiro passo tal que < 0, 01
n
(a) 20001 (b) 10001 (c) 2001 (d) 1001
1
(i i i ) O primeiro passo tal que <
n
2
(b) primeiro n > 1/
(a) primeiro n > 1/
2.2
L IMITE DE SEQUNCIAS
Uma vez que definimos com preciso o que significa uma sequncia se
aproximar da origem, podemos considerar o caso geral de uma dada sequncia se aproximar de um dado ponto qualquer. Dizemos que an se aproxima
de a R quando a diferena an a se aproxima da origem, ou de modo equivalente, quando
|an a| 0
Neste caso, escrevemos
an a
e dizemos que a sequncia an convergente e que o ponto a seu limite. Temos ento a seguinte relao entre sequncias limitadas e sequncias convergentes.
Proposio 2.4: Se bn b , ento
Captulo 2. Limite
42
(A) bn limitada e
(B)
1
limitada, caso b > 0.
bn
< bn b < ,
b < b n < b + ,
(2.1)
b
2
3b
b
< bn <
.
2
2
1
bn
b
2
1
2
2
<
< ,
3b b n b
limitada.
43
an+1
an
1+ 5
=
2
denominado razo urea. Esse nmero mgico, conhecido desde a antiguidade, obtido geometricamente dividindo-se um dado segmento em dois pedaos, de modo que a proporo do todo sobre a parte maior 1 coincida
com a proporo da parte maior 1 sobre a parte menor 1, como ilustrado
na Figura 2.10. A razo urea ento qualquer uma destas duas propores
idnticas e satisfaz
1
=
1 1
Captulo 2. Limite
44
(S)
an + bn a + b
(P)
an b n ab
(Q)
an
bn
a
,
b
se bn , b = 0
= (an a) b n + a (b n b) 0.
(Q) Para a regra do quociente, primeiro observamos que, pela regra do pro1
1
1
an
= an , basta mostramos que
. Para isso, considuto, como
bn
bn
bn
b
deramos
1
1
bn b
=
=
b bn
bn b
1
(b b n ) .
bb n
1
limitada, uma vez que bbn b 2 >
bb n
0, pela regra do produto. O resultado segue ento da Proposio 2.3.
45
c < cn c < c
e ento
n n (c)
o que uma contradio, uma vez que estamos supondo que cn 0. Agora
considere cn = an b n 0. Pelas regras de limite, temos que cn a b. Pela
primeira parte da demonstrao, temos que a b 0, ou seja, a b.
Captulo 2. Limite
46
Prova: Como an cn bn , segue que
0 cn an bn an .
Vamos agora utilizar as propriedades de limite para mostrar que a sequncia da razes de Fibonacci converge para a razo urea. De fato, vamos supor
que r n , onde
an+1
e
an+2 = an+1 + an
rn =
an
e mostrar que
1+ 5
.
=
2
Em primeiro lugar observamos que
r n+1 =
an+2
an+1
an+1 + an
an+1
an
= 1+
an+1
1
= 1+ a
n+1
an
1
= 1+ ,
rn
=
1
rn
47
1+ 5
=
2
Captulo 2. Limite
48
Pelo Teorema de Pitgoras, temos que l 1 = 2. Para calcularmos l 2 , consideramos os tringulos retngulos AC P e AP 0, onde 0 o centro do crculo
unitrio. Aplicando novamente o Teorema de Pitgoras, obtemos o seguinte
sistema de equaes
l 22 = x12 +
1 = h 12 +
l 12
4
l 12
(2.2)
e
4
1 = x1 + h1
l 22
4
l 22
4
1 = x2 + h2
,
e
49
2n
2
4
8
16
32
64
128
256
512
1024
..
.
l n2
2
0,585786
0,152241
0,0384294
0,00963055
0,00240909
0,000602363
0,000150596
0,0000376494
0,00000941238
..
.
ln
1,414214
0,765367
0,390181
0,196034
0,0981353
0,0490825
0,0245431
0,0122718
0,00613591
0,00306796
..
.
SP (I n )
2,828427
3,061467
3,121445
3,136548
3,140331
3,141277
3,141514
3,141573
3,141588
3,141591
..
.
E XERCCIOS DE F IXAO
2.2.1 Utilizando as regras de limite, temos que
n +2
2n
(c) 3/2 (d) 5/4
(i ) O limite da sequncia
(a) 1
(b) 1/2
Captulo 2. Limite
50
3n 2 + 4
2n 2
(a) 1 (b) 1/2 (c) 3/2 (d) 5/4
n
(i i i ) O limite da sequncia
n +1
(a) 1 (b) 1/2 (c) 3/2 (d) 5/4
(i i ) O limite da sequncia
5n 2
4n 2 + 6n
(c) 3/2 (d) 5/4
(i v ) O limite da sequncia
(a) 1
(b) 1/2
an+1 = 2 +
3
.
an
(b) 1
(c) 2
(d) 3
51
x
x
x 2
y 1+
1+
= y 1+
2
2
2
Em seguida o banqueiro pondera que, como uma metade do perodo ainda
muito grande, ainda existem custos de oportunidade a serem acrescidos. De
fato, se ele requisitasse a devoluo do emprstimo ao final de cada quarto
de perodo e em seguida reemprestasse todo o valor, como x/4 a taxa de
juros em cada quarto de perodo, ele receberia y (1 + x/4) ao final do primeiro
quarto, y (1 + x/4)2 ao final do segundo quarto, y (1 + x/4)3 ao final do terceiro
quarto e, finalmente,
x 4
y 1+
4
ao final do perodo. O banqueiro poderia reaplicar esse raciocnio n vezes,
dividindo cada subperodo anterior em dois novos subperodos com taxa de
juros divida pela metade. Neste caso, ele receberia ao final do perodo
x 2n
y 1+ n
2
onde
x 2n
xn = 1 + n
2
o fator de juros compostos de x em 2n subperodos. O prximo resultado
mostra que, quanto mais o banqueiro raciocina, maior fica o fator de juros
compostos e, portanto, maior fica a nossa dvida ao final do perodo.
Proposio 2.9: Para cada x > 0, temos que xn+1 > xn .
Captulo 2. Limite
52
Prova: Temos que
1+
x 2n+1
2n+1
1+
n
x 2 2
2n+1
1+2
x2
+
2n+1 22n+2
x 2n
> 1+ n
.
2
2n
x+y
xn y n x + y n+1
x+y
n
n
x + y 2
x + y x y 2
=
1
+
1
+
+
= xn y n ,
n
2n
2n
22n
x+y
4
2
53
Portanto
n
x + y x y 2
1 + n + 2n
2
2
2n
(x+y )2
1 + x + y + 4
2n
22n
n
x + y x + y 2 2
1 + 2 n+1 + n+1
2
2
2n
2
x+y
1 + n+1
2
x + y n+1 .
xn y n =
=
=
=
Mas ser que nossa dvida pode crescer ilimitadamente, aps sucessivos
raciocnios do banqueiro? O prximo resultado mostra que podemos ficar um
pouco tranquilos, pois a ganncia do banqueiro estar sempre limitada.
Proposio 2.11: Para cada 0 x < l , onde l N, temos que
1
xn
1 x/l
Prova: Primeiro vamo provar o caso em que 0 x < 1. Por simplicidade, denotamos m = 2n , de modo que
1+
x m
xn = 1 +
m
m x k
m x
m x m
x m
+
+
+
= m
+
+
0
1 m
k
m mm
m
mk
1 + x + + xk + + xm
1
.
1x
Captulo 2. Limite
54
k
onde utilizamos que m
k m (ver Proposio A.3) e a soma dos termos da
progresso geomtrica infinita (ver Proposio A.2). Quando 0 x < l , temos
que 0 x/l < 1 e ento que
(x/l )n
1
.
1 x/l
1
x n = (x/l + + x/l )n (x/l )n (x/l )n
1 x/l
l
1
ex
1
1x
55
e x+y
exe y
(B)
en
e e,
n -vezes
1
,
1x
onde a primeira desigualdade vale para todo x 0 (ver Proposio 2.9) e a
segunda para todo 0 x < 1 (ver Proposio 2.11). Pela monotonicidade do
limite, temos que
1
1 + x ex
,
1x
onde novamente a primeira desigualdade vale para todo x 0 e a segunda
para todo 0 x < 1. Portanto
1 + x = x0 xn
1
1
x 1 x,
1+x e
1
,
1 (x)
onde agora a primeira desigualdade vale para todo 0 x < 1 e a segunda para
todo x 0. A primeira desigualdade tambm vale para x 1, uma vez que e x
sempre positivo.
1 + (x) e x
Captulo 2. Limite
56
1
1+ n
2
2n
e.
n
1+
n
1 2
2n
...
20
...
2, 2500 . . .
2, 4414 . . .
2, 5657 . . .
...
2, 7182 . . .
...
F UNO LOGARITMO
Denotamos por exp (x) = e x a funo exponencial, que crescente com domnio igual a R, pela Proposio 2.12. Portanto exp possui uma funo inversa
com imagem igual a R, que denominada funo logaritmo e denotada por
log. Vamos mostrar mais adiante que a imagem de exp o intervalo (0, ).
Segue que sua funo inversa log possui domnio (0, ). A expresso algbrica do logaritmo obtida resolvendo para y a equao
e x = y,
(2.4)
onde a incgnita x = log y . A partir das propriedades da exponencial, obtemos propriedades anlogas para o logaritmo.
Proposio 2.13: Para todos x, y > 0, temos que
(A) log x y = log (x) + log y
(B)
Prova:
log (x n ) = n log(x)
57
(A) Definimos u = log (x) e tambm v = log y . Temos ento que x = e u e
que y = e v . Pela Proposio 2.12, segue ento que
x y = e u e v = e u+v
Vamos agora definir a exponencial com numa base a > 0. Uma vez que
n
a n = e log(a ) = e n log(a) .
2.4
L IMITE DE FUNES
Um corpo solto no instante t = 0 de uma altura s 0 = 1 e permanece em repouso aps atingir o solo. Utilizando a expresso geral apresentada na Seo
1.2, na ausncia de atrito com o ar e supondo uma acelerao da gravidade
g = 2, o instante de aterrissagem t A = 1 e sua funo posio vertical dada
por
1 t 2 , se 0 t 1
s (t ) =
0,
se t 1
s (t ) s ()
,
t
(2.5)
Captulo 2. Limite
58
2
1t
, se 0 t < 1
v 1 (t ) =
t 1
0,
se t > 1
como ilustrado pela Figura 2.12.
59
1 tn2
tn 1
(1 + t n ) (1 tn )
= (1 + t n ) 2,
tn 1
onde utilizamos a regra do limite da soma. Por outro lado, tomando agora
outra sequncia de instantes t n = 1 + n1 se aproximando de = 1, como tn > 1,
temos que
v 1 (tn ) = 0 0.
Ento, imediatamente antes e imediatamente depois do instante de aterrissagem, as velocidades do corpo so diferentes, mostrando que a velocidade no
instante = 1 no est bem definida.
Para definirmos a velocidade no instante , devemos ento considerar todas as maneiras possveis de nos aproximar de . Mais precisamente, dizemos
que v a velocidade no instante se
v (tn ) v
para toda sequncia de instantes tn , com t n = . Neste caso, dizemos que
v o limite de v (t ) quando t tende a e denotamos isso por
lim v (t ) = v
t
De maneira mais geral, dada uma funo real f , dizemos que L o limite
de f (x) quando x tende a a, e denotamos isso por
lim f (x) = L
xa
quando
f (x n ) L
para toda sequncia xn a, com xn = a, como ilustrado pela Figura 2.13.
Exigimos que xn = a, pois no nos interessa saber o que acontece exatamente em cima do ponto a considerado, mas apenas em pontos arbitrariamente prximo ao ponto a. Portanto, o ponto a pode nem sequer estar no
60
Captulo 2. Limite
domnio da funo f , como no problema da velocidade instantnea no comeo desta seo. Notamos que esse ponto a deve satisfazer seguinte condio para podermos realizar essa anlise: necessrio que exista pelo menos
uma sequncia xn de pontos no domnio de f se aproximando do ponto a.
61
por
x2 1
e
g (x) = x + 1.
x 1
Observe na Figura 2.14 que f e g coincidem em todos os pontos, exceto em
x = 1, onde f nem mesmo est definida. Seja agora x n 1 com xn = 1. Temos
ento que
f (x) =
f (xn ) =
xn2 1
xn 1
(xn 1) (xn + 1)
= x n + 1 = g (xn ) ,
xn 1
xa
lim g (x) ,
xa
ento
(S)
(P)
(Q)
lim f + g (x) =
xa
lim f g (x) =
xa
f
lim
(x) =
xa g
xa
xa
lim f (x)
xa
lim f (x)
xa
lim g (x)
xa
lim g (x)
xa
se lim g (x) = 0
xa
Captulo 2. Limite
62
xa
xa
lim
xa
lim f (x)
f (x) xa
=
c
c
e L g = lim g (x) ,
xa
g (xn ) L g .
(P)
f + g (xn ) = f (xn ) + g (xn ) L f + L g
(Q)
f g (xn ) = f (xn ) g (xn ) L f L g
Lf
f
f (xn )
,
(xn ) =
g
g (xn )
Lg
lim y = lim y
y3
y3
lim y = 32 = 9
y3
e tambm que
lim x 2 + 1 = lim x 2 + lim 1 = 32 + 1 = 10.
x3
x3
x3
63
xa
lim g (x) ,
xa
ento
lim f (x) lim g (x)
xa
xa
xa
xa
ento
lim h (x) = lim f (x) = lim g (x)
xa
xa
xa
Prova: Utilizando a mesma notao empregada na demonstrao da monotonicidade, temos que se xn tal que xn a, ento f (xn ) L f e tambm que
g (xn ) L g . Como f h g , temos que f (x n ) h (xn ) g (xn ). Pelo Teorema
do Sanduche para sequncias, segue que h (xn ) L f = L g e demonstra o
resultado.
L IMITES L ATERAIS
Vamos definir agora os conceitos de limites laterais, respectivamente, esquerdo e direito de uma dada funo num dado ponto. Para isso, precisamos
da seguinte definio de limite de sequncias. Se an a e a < an , para todo
Captulo 2. Limite
64
xa
xa
xa +
xa
importante observar que, no caso em que o domnio da funo f o intervalo limitado [a, b], os conceitos de limite e de limite lateral coincidem nos
pontos da fronteira do intervalo, como ilustra a Figura 2.15, onde temos que
lim f (x) = lim f (x)
xa
xa
xb
xb
65
66
Captulo 2. Limite
Se x n a sequncia
harmnica alternada, apresentada na Seo 2.1, ento
a sequncia f (x n ) das suas imagens a sequncia alternada, que no possui
limite algum, como mostrado na Seo 2.1. Isso mostra que no existe o limite
de f no ponto 0, uma vez que xn 0. Por outro lado, para toda sequncia
xn convergindo a 0 pela direita, a sequncia das suas imagens a sequncia
constante (1), mostrando que o limite lateral direito existe e de fato igual a
1. Analogamente, temos que o limite lateral esquerdo existe e igual a 1.
O exemplo seguinte apresenta uma funo que no possui, num dado
ponto limite, sequer um dos limites laterais. Considere a funo real f dada
por
f (x) = cos
,
(2.7)
x
ilustrada pela Figura 2.17, cujo domnio so os nmeros reais no nulos.
Se
xn a sequncia harmnica, apresentada na Seo 2.1, ento a sequncia f (xn ) das suas imagens a sequncia alternada. Isso mostra que no
existe o limite lateral direito de f no ponto 0, uma vez que xn 0 e que, como j
mencionamos, a sequncia alternada no possui limite algum. Considerando
a sequncia anti-harmnica, apresentada na Seo 2.1, e argumentando de
maneira anloga, obtemos que tambm no existe o limite lateral esquerdo
de f no ponto 0.
67
xa
xa
Neste caso, temos que y n a e que z n a. Logo, segue que f y n , f (z n ) L.
Como x n = y n , quando xn < a, ou x n = z n , quando xn > a, segue que
0 | f (xn ) L| | f y n L| + | f (z n ) L|.
O resultado segue ento do Teorema do Sanduche.
, se 0 x < 2
4
f (x) =
1
, se x 2.
x
Temos que
x 2
= ,
x2
x2 4
4
2
xn
pois, pela regra do quociente, se xn 2, ento
. Por outro lado temos
4
4
que
1 1
lim f (x) = lim = ,
x2
x2 x
2
lim f (x) = lim
Captulo 2. Limite
68
1
1
. Portanto,
xn
2
conclumos que os limites laterais de f no ponto x = 2 existem e coincidem,
mostrando que o limite de f no ponto x = 2 tambm existe e que
pois, novamente pela regra do quociente, se xn 2, ento
x2
x2
E XERCCIOS DE F IXAO
2.4.1 Considere a funo f (x) =
(i ) lim f (x)
x2 1
. Podemos afirmar que
x 1
x0
69
x3 a3
xa x a
3
(a) igual a 0, pois x a 3 = 0 quando x = a
(b) no existe, pois x a = 0 quando x = a
(c) igual limxa x 2 ax + a 2
(d) igual a 3a 2
0,
x 2 + 1,
se x < 0
se x 0.
(a) igual a 1
(b) no existe, pois limx0 f (x) = limx0+ f (x)
(c) no existe, pois limx0 f (x) = f (0)
(d) s existe quando limx0 f (x) = limx0+ f (x) = f (0)
2.4.7 Considerando a funo
f (x) =
x,
1/x,
se x < 1
se x 1
Captulo 2. Limite
70
xa
Para que f seja contnua num ponto a R, ambos os lados da equao acima
devem existir e serem iguais. Quando f no contnua num ponto a, dizemos
que f descontnua em a e que a um ponto de descontinuidade de f . Vale a
seguinte caracterizao da continuidade num ponto a em termo de sequncias.
Proposio 2.18: Temos f contnua em a se e s se
f (x n ) f (a)
xa
xa
xn , se xn = a
y n , se xn = a
71
xa
lim x = a,
xa
onde c R.
A continuidade se comporta bem em relao s operaes entre funes,
o que consequncia da Proposio 2.14.
Corolrio 2.19: Se f e g so contnuas em a R, ento
xa
xa
Captulo 2. Limite
72
f
g
.
O
resultado
segue,
(x
)
(a)
n
pois mostramos que f g (xn ) f g (a) , para toda sequncia x n a.
Se p a funo polinomial dada por
p (x) = an x n + + a1 x + a0 ,
ento p contnua em todos os pontos. Isso segue a partir das regras da soma
e do produto e do fato que as funes constantes e a funo identidade serem
contnuas em todos os pontos. Dizemos que uma funo real f contnua,
se f contnua em todos os pontos do seu domnio. Pela observao acima,
temos que as funes polinomiais so contnuas.
Se r uma funo racional dada por
r (x) =
p (x)
q (x)
xa
para todo a tal que q (a) = 0. Isso mostra que as funes polinomiais so
contnuas.
Em termos dos limites laterais, temos a seguinte caracterizao, que uma
consequncia imediata da Proposio 2.17.
Corolrio 2.20: Seja a dom f , onde dom f um intervalo aberto. Temos
que f continua em a se e s se os limites laterais de f em a so iguais a f (a).
Existem trs possibilidades para que uma funo f seja descontnua num
dado ponto a R. Uma primeira possibilidade o limite de f no ponto a nem
sequer existir, como nos exemplos ilustrados pelas Figuras 2.16 e 2.17, onde
a = 0. Uma outra possibilidade , apesar do limite de f no ponto a existir,
a funo f no estar definida em a, como ilustrado pela Figura 2.14, onde
73
Figura 2.18: Limite existe mas no coincide com altura dada por f na origem.
1,
0,
se x = 0
se x = 0
e temos que
lim f (x) = 1 = 0 = f (0) .
x0
xa
h0
h0
Captulo 2. Limite
74
1
,
1h
para todo 1 < h < 1. A equao (2.8) segue ento do Teorema do Sanduche.
Novamente, pela Proposio 2.12, temos que
e a+h = e a e h ,
para todos a, h R. Utilizando a regra do produto e a continuidade na origem,
obtemos que
lim e a+h = e a ,
h0
E XERCCIOS DE F IXAO
2.5.1 A funo
f (x) =
0,
x 2 + 1,
se x < 0
se x 0
contnua em x = 0?
(a) Sim, pois limx0+ f (x) = f (0)
(b) Sim, pois limx0 f (x) = limx0+ f (x) = f (0)
(c) No, pois limx0+ f (x) = f (0)
(d) No, pois limx0 f (x) = f (0)
75
2.5.2 A funo
f (x) =
x,
1/x,
se x < 1
se x 1
contnua em x = 1?
(a) Sim, pois limx1 f (x) = limx1+ f (x)
(b) Sim, pois limx1 f (x) = limx1+ f (x) = f (1)
(c) No, pois limx1+ f (x) = f (1)
(d) No, pois limx1 f (x) = f (1)
2.5.3 Considere a funo
f (x) =
c,
2
x + 1,
se x < 0
se x 0.
x + 1,
c/x,
se x < 1
se x 1.
x + 1,
c/x,
se x 0
se x > 0.
Captulo 2. Limite
76
2.5.6 Considere a funo
2
x 1
,
f (x) =
x 1
c,
se x = 1
se x = 1.
c,
se t > 1
se t 1.
x 2
,
x 2
f (x) =
c,
se x > 2
se x 2.
2.6
77
f (b) 0.
e que
y 1 x1 b a
=
.
2
2
Para isso, consideramos ento o ponto mdio entre x1 e y 1 , dado por
y 2 x2 =
z1 =
x1 + y 1
,
2
y2 = y1,
Captulo 2. Limite
78
y n xn =
y n1 xn1 b a
= n1 .
2
2
(2.10)
yn d ,
f (c) 0,
79
y1 = 2
z1 =
1+2
= 1, 5.
2
y 2 = z 1 = 1, 5
z2 =
1 + 1, 5
= 1, 25.
2
y 3 = y 2 = 1, 5
z3 =
1, 25 + 1, 5
= 1, 375.
2
y 4 = y 3 = 1, 5
z4 =
1, 375 + 1, 5
= 1, 4375.
2
Captulo 2. Limite
80
Prova: Dado qualquer nmero d entre f (a) e f (b), devemos mostrar que d
est na imagem de f , ou seja, existe c tal que d = f (c). Suponha inicialmente
que f (a) < d < f (b). Definindo
g (x) = f (x) d,
temos que g contnua em [a, b] com g (a) < 0 e g (b) > 0. Pela Proposio
2.23, temos que existe c [a, b] tal que
g (c) = f (c) d = 0,
logo f (c) = d . Se f (b) < d < f (a), o mesmo argumento funciona tomando
g (x) = d f (x) .
E XERCCIOS DE F IXAO
2.6.1 Considere a sequncia dos pontos mdios z n 2 obtida pela aplicao do mtodo da bisseco para encontrar uma raiz da funo f (x) =
x 2 2 no intervalo [1, 2].
81
(i ) O termo z 5 igual a
(a) 1, 41421
(b) 1, 41425
(c) 1, 41025
(d) 1, 40625
(i i ) O termo z 7 igual a
(a) 1, 4140625
(b) 1, 4141025
(c) 1, 4142135
(d) 1, 4142136
2.6.2 Considere a sequncia dos pontos mdios z n 3 obtida pela aplicao do mtodo da bisseco para encontrar uma raiz da funo f (x) =
x 2 3 no intervalo [1, 2].
(i ) O termo z 3 igual a
(a) 1, 625
(b) 1, 732
(c) 1, 525
(d) 1, 605
(i i ) O termo z 4 igual a
(a) 1, 6875
(b) 1, 7320
(c) 1, 5225
(d) 1, 6055
3
2.6.3 Considere a sequncia dos pontos mdios z n 2 obtida pela aplicao do mtodo da bisseco para encontrar uma raiz da funo f (x) =
x 3 2 no intervalo [1, 2].
(i ) O termo z 3 igual a
(a) 1, 259
(b) 1, 375
(c) 1, 260
(d) 1, 325
(i i ) O termo z 4 igual a
(a) 1, 2625
2.7
(b) 1, 2599
(c) 1, 3125
(d) 1, 3025
x + 1,
x 1,
se 1 < x < 0
se 0 x 1
ilustrado pela Figura 2.21. Esse tipo de situao no pode ocorrer quando f
contnua e seu domnio um intervalo.
82
Captulo 2. Limite
83
nuas em intervalos.
Proposio 2.26: Se f uma funo contnua e injetiva definida num intervalo, ento sua funo inversa tambm contnua e definida num intervalo.
Prova: Pela Proposio 2.25, temos que f montona. Primeiro vamos mostrar que a inversa g de f montona. De fato, vamos mostrar que se f crescente, ento a inversa g tambm crescente. O caso em que f decrescente
anlogo e deixado como exerccio. Se f fosse uma funo crescente, mas sua
Captulo 2. Limite
84
x
log (x)
domnio imagem
[0, )
[0, )
R
(0, )
Prova: Pela Proposio 2.26, essas funes inversas so contnuas. As imagens dessas funes inversas so os maiores domnios onde as respectivas
85
funes originais so injetivas, como visto nas Sees 1.3 e 2.3. Para determinar os domnios dessas funes inversas, basta determinar as imagens das
funes originais, que so intervalos pelo TVI.
Como p (x) = x 2 0, temos que p (0) = 0 e, para x > 1, que p (x) > x. Como
a imagem da funo p um intervalo, isso mostra que 0 e todo x > 1 est na
imagem de p, que ento igual a [0, ).
Como exp (x) > 0, temos que exp (0) = 1 e, para x > 0, que exp (x) > x + 1
(ver Proposio 2.12). Como a imagem da funo exp um intervalo, isso
mostra que 1 e todo x > 1 est na imagem de exp, que ento contm [1, ).
Agora, como exp (x) = 1/ exp (x), segue que a imagem de exp contm (0, 1],
uma vez que y [1, ) se e s se 1/y (0, 1].
2.8
F UNES TRIGONOMTRICAS
Agora vamos considerar as funes trigonomtricas e tambm as denominadas funes arco-trigonomtricas. Primeiro necessitamos medir ngulos utilizando nmeros reais. A medida de um ngulo positivo ser feita em radianos,
considerando o comprimento do arco determinado por ele no crculo trigonomtrico, como listrado na Figura 2.24.
Captulo 2. Limite
86
1 x 2 + 2B (x) ,
87
sen (t ) = y =
1 x2
onde x tal que acos (x) = t , cuja existncia garantida pelo TVI, uma vez
que arco-cosseno contnua e
acos (1) = 0
acos (1) =
Captulo 2. Limite
88
sen (t ) = y = sen(t )
asen y = t = atg (z)
89
y
=z
x
Captulo 2. Limite
90
Proposio 2.29: Para todo t R, temos que
(A)
cos (t ) =
cos (t )
(B)
sen (t ) = sen (t )
(C)
tg (t ) = tg (t )
Em outras palavras, a funo cosseno par, enquanto as funes seno e tangente so mpares.
Prova: Para t em [, ] e k inteiro, temos que t tambm est em [, ] e
k tambm inteiro, de modo que
(A)
cos ( (2k + t )) = cos (2 (k) + (t )) = cos (t ) = cos (t ) = cos (2k + t )
(B)
sen ( (2k + t )) = sen (2 (k) + (t )) = sen (t ) = sen (t ) = sen(2k + t ) .
(C)
tg (t ) =
sen (t ) sen (t )
=
= tg (t ) .
cos (t )
cos (t )
(A)
cos (s + t ) =
(B)
sen (s + t ) =
(C)
tg (s + t ) =
tg (s) + tg (t )
1 tg (s) tg (t )
91
Prova: Primeiro vamos relacionar o comprimento d da corda 1P com o cosseno x do seu respectivo ngulo, como ilustrado pela Figura 2.29. Em todos
os caso, pelo Teorema de Pitgoras, temos que
d 2 = (1 x)2 + y 2 = 1 2x + x 2 + y 2 .
d 2 = 2 2x.
x s = cos (s)
y s = sen (s)
x t = cos (t )
y t = sen (t ) .
e tambm
Pelo Teorema de Pitgoras, temos que
2
d 2 = (x t x s )2 + y s y t
= x t2 2x t x s + x s2 + y s2 2y s y t + y t2
= x s2 + y s2 + x t2 + y t2 2x t x s 2y s y t
= 2 2 xt xs + y s y t .
Captulo 2. Limite
92
cos (s (t ))
cos (t )
= cos (t ) ,
93
cos (s + t /2)
=
(C) Finalmente, temos que
tg (s + t ) =
para todo 0 < h < /2. Alm disso, as funes seno e cosseno so contnuas.
Prova: Para obtermos a desigualdade,
considere
os tringulos 01P e 01T ,
onde P = ( cos (h), sen (h)) e T = 1, tg (h) , como ilustra a Figura 2.31. Pela
monotonicidade da rea, temos a seguinte desigualdade
sen (h)
tg(h)
<A<
2
2
onde A a rea do setor circular e
sen (h)
2
tg (h)
2
so, respectivamente, as reas dos tringulos 01P e 01T . Como h = 2A, segue
ento que
0 < sen (h) < h < tg (h) ,
(2.13)
Captulo 2. Limite
94
para todo 0 < h < /2. Pelo Teorema do Sanduche, segue que
lim sen (h) = 0 = sen (0).
h0
(2.14)
h0
h0
h0
h0
95
e que
lim cos (a + h) = lim ( cos (a) cos (h) sen (h) sen (a))
h0
h0
=
=
E XERCCIOS DE F IXAO
O objetivo dos exerccios abaixo relacionar os quadrados do seno e do cosseno de um ngulo com o seno o do cosseno do ngulo duplicado.
2.8.1 Temos que sen(2t ) dado por
(a) cos2 (t ) sen2 (t )
(c) sen2 (t ) cos2 (t )
(c)
1 cos(2t )
2
(d) 1 cos(2t )
(c)
1 cos(2t )
2
(d) 1 cos(2t )
Captulo 2. Limite
96
E XERCCIOS
DE
D EMONSTRAO
2.1 Mostre por induo e pela regra do produto que limxa cx n = ca n , onde
c R.
2.2 Mostre por induo e pela regra do produto que as funes polinomiais
so contnuas em qualquer ponto da reta R.
2.3 Complete a demonstrao do item (A) da Proposio 2.12.
2.4 Vamos calcular a soma dos termos da progresso geomtrica infinita com
razo 1/2. A soma dos n primeiros termos dada por
sn = 1 +
1
1 1
+ + + n .
2 4
2
1
2n+1
1
.
2n
1
1
< ,
n
2
n
para todo n N.
97
2.5 A sequncia r n da razes dos termos consecutivos da sequncia de Fibonacci satisfaz a equao
1
r n+1 = 1 + .
rn
Por outro lado, a razo urea > 1 satisfaz uma equao parecida
= 1+
1
.
rn
.
rn
1
|r n |.
1
|r 1 |.
n
(i v ) Usando o item acima e que 1/n 0, conclua que r n+1 , mostrando que r n .
2.6 Considere as funes cosseno e seno hiperblicos dadas por
cosh(t ) =
e t + e t
2
senh(t ) =
e t e t
.
2
cosh2 (t ) senh2 (t ) = 1.
Captulo 2. Limite
98
1 =
cos2 () sen2 ()
cos2 () + sen2 () ,
1 + cos (2)
2
sen2 () =
1 cos (2)
.
2
e tambm que
DE
A PLICAO
2.1 Um dos elevadores mais rpidos do mundo, localizado no Taipei Financial Center, subia com velocidade constante de 10 m/s, quando subtamente, aps 5 segundos de sua partida, suas cordas de sustentao se
partem. Felizmente, nesse momento, no h ningum em seu interior. A
funo que descreve a altura do elevador em relao ao solo dada ento
pela seguinte expresso
s(t ) =
10t + 100,
se 0 < t 5
se 5 < t < t A
(b) 120
(c) 150
(d) 180.
99
(i i ) A funo s contnua em t = 5?
(a) F al so
(i i i ) O limite lateral direito
lim
t5
igual a:
(a) 10
(b)V er d ad ei r o.
s(t ) s(5)
t 5
(b) 20
(c) 5
(d) 8.
2.2 Suponha que um fio retilneo, de seo transversal circular de raio r 0 , seja
percorrido por uma corrente estacionria. Essa corrente gera um campo
magntico cuja intensidade I , em um ponto do espao, depende da distncia r do ponto ao eixo do fio. Assim, I = I (r ), e pode-se mostrar que,
em um sistema de unidades apropriado, a funo I (r ) dada por
r
2 , se 0 r < r 0
r0
I (r ) =
,
se r r 0
r
Em cada item, escolha uma das opes e justifique suas respostas.
(i ) O limite lateral direito de I em r = r 0 igual a:
(a) r 0
(c) r 02
(b) 1/r 0
(d) 1/r 02 .
(i i ) A funo I contnua em r = r 0 ?
(a) F al so
(b) V er d ad ei r o.
lim
igual a:
(a) 1/r 02
(b) 1/r 0
(c) 1/r 02
(d) 1/r 0 .
CAPTULO
D ERIVADA
3.1
102
Captulo 3. Derivada
Figura 3.1: Reta tangente a f passando pelo ponto a, f (a) .
se
do
ponto
a,
temos
que
o
ponto
x
,
f
A medida que xnse aproxima
)
(x
n
n
aproxima do ponto a, f (a) . A reta secante determinada por esses dois pontos est cada vez mais prxima da reta tangente, como ilustrado pela Figura
3.2.
103
f (xn ) f (a)
m,
xn a
ou seja, a medida que x n se aproxima do ponto a, os coeficientes angulares
das retas secantes se aproximam do coeficiente angular da reta tangente.
Como isso deve ocorrer para qualquer sequncia tal que xn a e xn = a,
temos que
f (x) f (a)
m = lim
.
xa
x a
Sempre que esse limite existe, dizemos que a funo f derivvel no ponto a.
A partir de agora, denotamos esse limite por f (a), ou seja, temos que
f (a) = lim
xa
f (x) f (a)
x a
p (a) =
lim
xa
xa
= 2a.
Vamos agora mostrar qual a razo das antenas possurem formato parablico. Suponha que o perfil de uma dada antena descrito pela funo
p (x) = x 2 . Na Seo 1.2, vimos que p a parbola cujo ponto focal F = 0, 14
e cuja reta geratriz a reta horizontal passando por g = 14 , conforme ilustrado pela Figura 3.3. Suponha que ela tenha que captar sinais eletromagnticos emitidos por um satlite, localizado em algum ponto do espao acima da
antena. Como o satlite est bastante distante, pode-se supor que esses sinais
se propagam paralelamente, como ilustrado pela Figura 3.3.
A superfcie da antena atua como um espelho, refletindo
os raios eletromagnticos. Observe que bem prximo ao ponto A = a, a 2 , onde o raio incidente i a refletido, a antena tem um formato bem prximo da reta tangente
Captulo 3. Derivada
104
e, portanto, s a perpendicular reta tangente em a, uma vez que o produto dos coeficientes angulares dessas duas retas igual a 1. Como
d (A, F ) = d (A,G), pela definio da parbola, segue que os ngulos e so
105
congruentes. Mas os ngulos e tambm so congruentes, pois so opostos pelo vrtice A. Conclumos ento que os seus ngulos de incidncia e de
reflexo em relao a reta tangente em a so realmente congruentes. O sistema de faris utilizados em automveis tambm baseia-se nessa prodigiosa
propriedade. Neste caso, a fonte luminosa colocada no ponto focal para se
produzir um feixe de raios luminosos paralelos.
At agora nos concentramos em determinar o coeficiente angular da reta
tangente a f em a. Vimos que esse coeficiente angular a derivada de f em
a, que dada pelo limite do quociente de Newton de f em a. Se quisermos
determinar a equao da reta tangente a f em a, basta utilizarmos a famosa
equao
y y 0 = m (x x0 )
da reta passando por um dado ponto x0 , y 0 com uma dada inclinao m,
que obtivemos na Seo 1.2. Na reta tangente a f em a, temos que x0 = a, que
y 0 = f (a) e que m = f (a), de modo que sua equao dada por
y f (a) = f (a) (x a)
No caso da antena parablica, temos que p(a) = a 2 e que p (a) = 2a, de modo
que a reta tangente a p em a tem equao dada por
y a 2 = 2a (x a)
que descreve o espelho plano que melhor aproxima a antena parablica
prxima ao ponto A = (a, a 2 ), como ilustrado pela Figura 3.3.
V ELOCIDADE
Outra motivao que esteve presente nas origens do conceito de derivada o
conceito de velocidade num determinado instante. Essa questo foi discutida
na Seo 1.2 sob ponto de vista de limite de funes. Aqui vamos ver qual a
relao da velocidade num instante com a derivada da funo posio s. No
intervalo entre os instantes e t , temos que a velocidade mdia dada pela
proporo
s s (t ) s ()
=
t
t
Captulo 3. Derivada
106
s () = lim
107
1,
s (t ) = 1 t 2 ,
0,
se t 0
se 0 t 1
se t 1
como ilustrado pela Figura 3.4. Primeiro vamos verificar que a velocidade no
instante = 0 nula, calculando o seguinte limite
s (t ) s (0)
.
t0
t 0
s (0) = lim
Como vimos anteriormente, para que esse limite exista, necessrio que os
limites laterais existam e sejam iguais. O limite lateral esquerdo dado por
lim
t0
s (t ) s (0)
11
= lim
=0
t0 t 0
t 0
s (t ) s (0)
t 0
1 t2 1
t0
t 0
t 2
= lim
t0 t
= lim t
= lim
t0
= 0.
Como os limites laterais do quociente de Newton so iguais, temos que o limite do quociente de Newton existe e igual a 0. Isso mostra que a velocidade
s (0) nula. Geometricamente, o grfico de s possui reta tangente horizontal
em = 0.
s (1) = lim
Captulo 3. Derivada
108
Como vimos anteriormente, para que esse limite exista, necessrio que os
limites laterais existam e sejam iguais. O limite lateral esquerdo dado por
lim
t1
s (t ) s (1)
t 1
1 t2 0
t1
t 1
(1 t )(1 + t )
= lim
t1
t 1
= lim (t + 1)
= lim
t1
= 2,
enquanto o limite lateral direito igual a
lim
t1
s (t ) s (1)
00
= lim
= 0.
t1 t 1
t 1
D ERIVADAS L ATERAIS
Os limites laterais do quociente de Newton so denominados derivadas laterais. A derivada lateral esquerda de f no ponto a definida por
f (a ) = lim
xa
f (x) f (a)
x a
f (x) f (a)
x a
109
por
P ROPRIEDADES DA DERIVADA
Vamos mostrar agora a relao entre ser derivvel e ser contnua num determinado ponto.
Proposio 3.2: Se f derivvel no ponto a , ento f contnua em a .
Prova: Temos que
xa
f (x) f (a)
= lim (x a)
xa
x a
f (x) f (a)
= lim (x a) lim
xa
xa
x a
= 0 f (a)
= 0,
xa
Captulo 3. Derivada
110
(S)
(P)
(Q)
f + g (a) =
f g (a) =
f
(a) =
g
f (a) + g (a)
f (a) g (a) + g (a) f (a)
f (a) g (a) g (a) f (a)
g (a)2
se g (a) = 0
xa
f (x) f (a)
x a
g (x) g (a)
.
xa
x a
g (a) = lim
lim
f + g (a) =
xa
xa
lim
f + g (x) f + g (a)
x a
f (x) + g (x) f (a) + g (a)
x a
f (x) f (a) g (x) g (a)
+
= lim
xa
x a
x a
f (x) f (a)
g (x) g (a)
= lim
+ lim
xa
xa
x a
x a
= f (a) + g (a)
111
f g (a) = lim
f g (x) f g (a)
x a
f (x) g (x) f (a) g (a)
= lim
xa
x a
f (x) g (x) f (a) g (x) + f (a) g (x) f (a) g (a)
,
= lim
xa
x a
xa
g (x) g (a)
f (x) f (a)
g (x) +
f (a)
lim
xa
x a
x a
f (x) f (a)
g (x) g (a)
= lim
lim g (x) + lim
f (a)
xa
xa
xa
x a
x a
= f (a) g (a) + g (a) f (a)
f g (a) =
xa
pois, pela Proposio 3.2, se uma funo derivvel num ponto, ela
contnua nesse ponto.
(Q) Primeiro notamos que a derivada da funo
1
no ponto a dada por
g
1
1
g (x) g (a)
lim
xa
x a
g (a) g (x)
g (x) g (a)
= lim
xa
x a
g (a) g (x)
1
= lim
xa
x a
g (x) g (a)
1
(a) =
g
Captulo 3. Derivada
112
(a) = f (a)
(a) f (a)
(a) +
g
g
g
g (a)
1
= f (a)
+
f (a)
g (a)
g (a)2
f (a) g (a) f (a) g (a)
.
=
g (a)2
E XERCCIOS DE F IXAO
3.1.1 A derivada de 2x 2 nos pontos a = 1, 0, 1 dada, respectivamente, por
(a) 4, 0, 4
(b) 3, 0, 3
(c) 4, 0, 4
(d) 3, 0, 3
3.1.2 Se a posio no instante t dada por t 3 , ento a velocidade nos instantes a = 1, 0, 1 dada, respectivamente, por
(a) 4, 0, 4
(b) 3, 0, 3
(c) 4, 0, 4
(d) 3, 0, 3
t , t > 0.
113
a).
3.1.4 Considere a funo f (x) = 1/x, x = 0.
ax
(i ) Seu quociente de Newton em a dado por xa .
x a
(a) Verdadeiro (b) Falso
0,
x,
f (x) =
(d)
x2,
1
2a 2
se x < 0
se x 0.
derivvel em x = 0?
(a) Verdadeiro
(b) Falso
3.1.6 A funo
f (x) =
1/x,
se x < 1
se x 1.
derivvel em x = 1?
(a) Verdadeiro
(b) Falso
(b) y = 4x 2
(c) y = 2x
(d) y = 4x + 2
(a) y = 4x 2
(b) y = 4x 2
(c) y = 2x
(d) y = 4x + 2
Captulo 3. Derivada
114
(b) 1, 1
(c) 1
(d) 2, 2
f (a) =
lim
xa
2
= 3a ,
115
Captulo 3. Derivada
116
Proposio 3.4: Temos que
f (x) = lim
h0
f (x + h) f (x)
h
xa
h0
f (x) f (a)
,
x a
f (a + h) f (a)
,
h
f (x) = f (x)
x 2 = 2x
x 3 = 3x 2 .
117
onde calculamos primeiro f (x) e depois substitumos x por a. A equao
da reta tangente a f (x) em a ento dada por
y f (a) = f (x) x=a (x a)
= 2a (x a)
(C)
f (x)
c
f (x)
c
Captulo 3. Derivada
118
f (a) = lim
xa
(P)
(Q)
f (x) + g (x)
f (x) g (x)
f (x)
g (x)
c c
= 0.
x a
f + g (x)
f (x) + g (x)
= f (x) + g (x) .
=
f g (x)
f
=
(x)
g
f (x) g (x) g (x) f (x)
=
g (x)2
f (x) g (x) g (x) f (x)
=
.
g (x)2
Aplicando as regras do produto e do quociente e o fato que a derivada da funo constante nula, obtemos
c f (x)
= (c) f (x) + f (x) c
= c f (x)
e que
f (x)
c
=
=
=
f (x) c (c) f (x)
c2
f (x)
f (x) c
c
c2
119
3
f (x) = 2x +
+2
5
2
3
x
+ (2)
= 2 x +
5
2x
+0
= 2 3x 2 +
5
2x
= 6x 2 + .
5
Se g (x) = x 2 , ento
x 2
1
=
x2
(1) x 2 x 2 1
=
2
x2
2
0 x (2x)
=
x4
2x
= 4
x
= 2x 3 ,
g (x) =
Temos que
x2
x
3
2
= 2x
= 3x 2
(3.1)
= 2x 3
Captulo 3. Derivada
120
Prova: Vamos demonstrar por induo que a frmula (x n ) = nx n1 verdadeira para todos os naturais. Temos que quando n = 1 a frmula verdadeira,
pois (x) = 1 = 1x 11 . Se ela verdadeira, para n = m, vamos mostrar que ela
tambm verdadeira para n = m + 1. Temos de fato que
m+1
= xm x
x
= x m x + (x) x m
= mx m1 x + x m
= mx m + x m
= (m + 1) x (m+1)1 ,
onde utilizamos a regra da derivada do produto. Temos que a frmula vlida
para n = 0, pois
0
x = (1) = 0 = 0x 01 .
x k = nx n1 = kx k1 .
121
logo p (x) = 2. Por outro lado, se f (x) = x 3 , segue que temos que
3 3 2
= x
= 3x = 3 (2x) = 6x,
x
t0
v
t
A acelerao no instante de fato a derivada da funo velocidade no instante , uma vez que
v () = lim
t
v (t ) v ()
t
Captulo 3. Derivada
122
= ma
= mv
= ms .
v (t ) = lim
v (t + h) v (t )
h0
h
a (t ) = lim
p (x) , se x < c
L , se x = c ,
f (x) =
q (x) , se x > c
.
f (x) =
q (x) , se x c
f (x) =
123
p (x) , se x < c
.
q (x) , se x > c
h0
f (x + h) f (x)
h
desde que esse limite exista. Primeiro vamos considerar f (x) para x = c. Se
x < c, ento x + h < c para h suficientemente pequeno. Neste caso,
f (x) = p (x)
de modo que
f (x + h) = p (x + h)
p (x + h) p (x)
= p (x) .
h0
h
f (x) = lim
xc
p (c + h) p (c)
= p (c) .
h
Captulo 3. Derivada
124
Por outro lado, caso p (c) = q (c), mas p (c) = q (c), ento f descontnua
em c e no derivvel nesse ponto, como lustrado pela Figura 3.7.
Vamos aplicar a Proposio 3.7 no seguinte exemplo. Um corpo, que se encontrava suspenso em posio de repouso na altura s 0 = 1, solto no instante
= 0 e permanece em repouso aps atingir o solo no instante de aterrissagem
= 1. Na ausncia de atrito com o ar e com acelerao da gravidade g = 2, sua
funo posio vertical dada por
1,
s (t ) = 1 t 2 ,
0,
se t 0
se 0 t 1
se t 1
125
Pela Proposio anterior, temos que a funo velocidade, ilustrada na Figura 3.8, dada por
(1) = 0,
v (t ) =
1 t 2 = 2t ,
(0) = 0,
se t 0
se 0 t < 1
se t > 1
Captulo 3. Derivada
126
se t < 0
(0) = 0,
se t > 1
(0) = 0,
se t < 0
0,
2m,
se 0 < t < 1
F (t ) = ma (t ) =
0,
se t > 1
E XERCCIOS DE F IXAO
3.2.1 A funo derivada de 2x 2 + 3 dada por
(a) 2x
(b) 4x + 3
(c) 4x
(d) 4x 2
(d) 1 + 2t 2
(d) t 3
(b) 3
(c) 2
(d) 3
1
t2 +1
127
3.2.5 O valor de x 3 x em x = 1 igual a
(a) 4
(b) 3
(c) 2
2x 2 + 3
3.2.6 O valor de
x +1
(a) 3
(b) 0
(d) 3
em x = 0 igual a
(c) 3
(d) 6
x2 + 1
g (x) =
0,
se x < 0
2x,
se x 0.
(b) Falso
(b) Falso
g (x) =
1,
2
1/x ,
se x < 1
se x 1.
Captulo 3. Derivada
128
129
1
,
1h
h
,
1h
h
1
1 =
.
1h
1h
Captulo 3. Derivada
130
Para todo 0 < h < 1, dividindo todos os termos da desigualdade acima por h,
obtemos que
eh 1
1
1
.
h
1h
Por sanduche, segue que
exp (0 ) = lim
h0
eh 1
= 1.
h
eh 1
= 1,
h
e x = e x
Prova: Pela Proposio 3.8, temos que exp (0) = 1 e, pela Proposio 2.12,
131
x
e x+h e x
lim
h0
h
ex eh 1
lim
h0
h
h
e 1
e x lim
h0
h
e x exp (0)
=
=
=
=
= ex.
Agora, pela regra do quociente, temos
x
1
e x
1
e
= x = x 2 = x = e x .
e
e
(e )
Agora vamos verificar que a funo
v (t ) = v 0 e t
uma soluo da equao (3.2), que descreve a velocidade de um trem bala
de massa m, partindo da velocidade inicial v 0 , na ausncia de empuxo e na
presena de resistncia do ar, no caso em que o coeficiente de resistncia do
ar b coincide com m. Temos que
v (t ) = v 0 e t
= v 0 e t
= v 0 e t
= v 0 e t
= v (t ) .
E XERCCIOS DE F IXAO
3.3.1 A funo derivada de e 2x = e x e x dada por
(a) e 2x
(b) 2e 2x
(c) 2xe 2x
(d) e x
Captulo 3. Derivada
132
(b) (1 + t )e 2t
(a) (3 + 4t )e 2t
(b) (4 + 4t )e 2t
(b) e x
(c) (1 + 2t 2 )e 2t
(d) e 2t
(d) 2e 2t
1
dada por
ex
(c) e x
(d) e x
(b) y = x
(c) y = x
(d) y = x 1
133
sio s e acelerao a. Supondo que a resitncia do ar e o atrito com a superfcie possam ser desprezadas, pela Lei de Hooke, temos que
F = ks
onde k a constante de rigidez da mola, que depende do seu material e da sua
geometria. O sinal negativo aparece devido direo e ao sentido da fora,
como mostra a Figura 3.12. Pela segunda Lei de Newton temos que F = ms e
portanto
ms = ks
ou seja
ms (t ) = ks (t )
relacionando a funo s e sua funo derivada segunda. No caso em que
m = k, temos que
s (t ) = s (t )
(3.3)
Captulo 3. Derivada
134
Proposio 3.10: Temos que
sen (0) = 1
cos (0) = 0
h0
h
1
<
.
sen (h)
cos (h)
sen (0 ) = lim
h0
sen (h)
= 1.
h
sen (h)
sen (h)
= lim
= 1,
h0
h
h
onde utilizamos o fato de que seno mpar. Isso mostra que sen (0) = 1.
Para mostrarmos que cos (0) = 0, primeiro notamos que
cos (0) = lim
h0
135
onde utilizamos o fato que cos2 (h) 1 = sen2 (h). Temos ento que
sen2 (h)
h
cos (0) = lim
2
h0
h
cos (h) + 1
2
sen (h)
h
= lim
lim
h0
h0 cos (h) + 1
h
0
2
= 0.
= sen (0)
cos (0) + 1
sen = cos
cos = sen
( cos (t )) = sen (t )
sen (t ) = lim
onde utilizamos o fato que sen (t + h) = sen (t ) cos (h) + sen (h) cos (t ). Te-
Captulo 3. Derivada
136
mos ento que
sen (t ) =
=
cos (h) 1
sen (h)
+ cos (t ) lim
sen (t ) lim
h0
h0
h
h
cos (t ) .
sen
= ( cos)
= sen
cos
= ( sen)
= sen
= cos.
s (t ) = s 0 cos (t ) = s (t ) ,
137
1
cos
cosec =
1
sen
tg = 1 + tg2 =
1
cos2
cotg = 1 cotg2 =
1
sen2
sen
cos
sen cos cos sen
cos2
cos cos ( sen) sen
cos2
2
cos + sen2
cos2
2
cos
sen2
+
cos2
cos2
2
1 + tg .
Por outro lado, uma vez que cos2 + sen2 = 1, segue que
tg =
1
.
cos2
Captulo 3. Derivada
138
E XERCCIOS DE F IXAO
3.4.1 A funo derivada de cos2 (x) + x 2 dada por
(a) 2 sen(x) + 2x
(c) 2 sen(x) + 2x
(b) 2 sen(x)
(d) 2 sen(x) cos(x)
sen(x)
dada por
cos(x)
ex
cos(x) + 1
(b) 1/4
(c) 2
(b) 2e t cos(t )
(c) e t ( cos(t ) sen(t ))
cos(x)
dada por
sen(x)
(b) y = x
(c) y = x
(d) y = 0
3.5
139
Nas sees anteriores, definimos de maneira precisa os conceitos de velocidade e de acelerao instantneas e analisamos os comportamentos dinmico e cinemtico de um corpo em queda livre e tambm de um corpo num
sistema massa-mola. Agora analisaremos o movimento do pisto do motor
de um automvel, cuja geometria descrita pela Figura 3.14.
(3.4)
Captulo 3. Derivada
140
temos que = (t ) a posio angular do virabrequim e que z = s (t ) a posio do pisto. Mas qual a relao entre essas duas funes do tempo? Se
medirmos apenas a posio angular (t ) do virabrequim, podemos utilizar a
equao (3.5) para determinar a posio s (t ) do pisto, de modo que
s (t ) = z ( (t ))
(3.6)
mostrando que as duas funes do tempo (t ) e s (t ) esto relacionada atravs da funo geomtrica z ().
Mas e se quisssemos determinar a relao entre a velocidade do pisto
e a velocidade angular do virabrequim? Sabemos que a velocidade v (t ) do
pisto a funo derivada da sua posio s (t ). E quanto velocidade angular
do virabrequim? A velocidade angular do virabrequim est relacionada com
a rotao do motor. No intervalo entre os instantes e t , temos que a velocidade angular mdia dada pela proporo
(t ) ()
=
t
t
onde = (t ) () a variao do ngulo e t = t a variao do tempo
entre esses instantes. A velocidade angular no instante por definio o
limite da velocidade angular mdia entre os instantes e t , quando t tende a
, ou seja,
() = lim
t0 t
A velocidade angular no instante de fato a derivada da funo posio
angular no instante , uma vez que
(t ) ()
t
t
() = lim
141
141
do virabrequim
e a velocidade
s (t )do
dopisto
pisto?
Uma
vez que quepor
a posio
do virabrequim
e a posio
esto
relacionadas
uma
(t )angular
o
angular do
e apela
posio
do pisto
relacionadas
por uma
composio
devirabrequim
funes dada
equao
(3.6), esto
necessrio
obtermos
uma
composio
funesde
dada
pela equao
(3.6),
necessrio
obtermos
uma
regra para a de
derivao
funes
compostas,
que
conhecida
por regra
da
regra
para a derivao de funes compostas, que conhecida por regra da
cadeia.
cadeia.
Proposio 3.13: Se g derivvel em a R e f derivvel em g (a), ento f g
Proposio
3.13:
Se gaederivvel em a R e f derivvel em g (a), ento f g
derivvel no
ponto
derivvel no ponto a e
g
g
=
f
(a)
(a)
g (a)
f g (a) = f g (a) g (a)
Prova: A prova dividida em dois casos, sendo que o caso em que g (a) = 0
Prova:
A provano
dividida
emA.4.
dois
casos,supor
sendoaqui
que que
o caso
em=que
g (a) =
0
demonstrado
Apndice
Vamos
g (a)
0. Neste
caso,
demonstrado
noque
Apndice
supor
aqui que
g
Neste
existe m N tal
g (x) =A.4.
g (a)Vamos
para todo
x onde
0 < |x
a|=<0.1/m.
Decaso,
fato,
(a)
existe
m N talpara
que cada
g (x) =
g N,
para todo
x onde
|xn
a| < 1/n
1/m.e tambm
De fato,
caso contrrio,
n
xn tal
que 00<<|x
a|
(a)existiria
caso
para teramos
cada n N,
existiria
tal que
< |x
a| < 1/n e tambm
g (xncontrrio,
que
xn a,xncom
xn =0 a,
e ntambm
) = g (a). Logo
g (xn ) = g (a). Logo teramos
xng=(a)
a, e tambm
g (a)xn a, com
g (x)
g (x n ) que
lim
= g (a)
0=
g
g
g
g (xx
)
(a)
(x)
(a)
xa
nn a
x a
lim
= g (a)
0=
xa
xn a
x
a
o que implicaria que g (a) = 0.
o que
implicaria
Agora
temos que g (a) = 0.
Agora temos
que
f
g
(x)
(a)
lim f g
f g (a) = xa
f
g
(x)x
(a)
a
f g (a) = lim
xa f g (x) xf a g (a)
= lim
fa g (a)
xa f g (x)x
= lim
xa f g (x)x
af g (a) g (x) g (a)
= lim
g (a) g (x)x
xa f g g(x)
fg (a)
ga(a)
(x)
= lim
xa
g (x)de
gfunes
aque g (x)g (a) =
(a)
onde usamos a definio de composio
e oxfato
onde
definio de composio
deponto
funes
o fato que
g (x)g
0 parausamos
todo x asuficientemente
prximo do
a. ePortanto,
segue
que(a) =
do ponto
que
0 para todo
x
suficientemente
prximo
a.
Portanto,
segue
f g (x) f g (a)
g (x) g (a)
lim
lim
f
g
(a) = xa
f g g(x)
f
g
(a)
g
(x)x
xa
ga(a)
(x) g (a)
f g (a) = lim
lim
xa
gg(x)
g (a)
x a
g
= fxa
(a)
(a)
= f g (a) g (a)
Captulo 3. Derivada
142
onde estamos utilizando o fato que
f
g (a) = lim
yg (a)
f y f g (a)
y g (a)
= lim
xa
f g (x) f g (a)
g (x) g (a)
xa
xa
Quando trabalhamos com funes dadas pelas suas expresses expresses algbricas, utilizamos a seguinte forma da regra da cadeia.
Corolrio 3.14: Se f e g so funes derivveis, ento f g derivvel e
f g (x) = f y y=g (x) g (x)
Prova: Temos que
=
f g (x)
f g (x)
= f g (x)
= f g (x) g (x)
= f y y=g (x) g (x)
f y y=g (x) = f g (x)
g (x) = g (x) .
Temos ento que a expresso algbrica f g(x)
, para a derivada da
composio, dada pelo produto da expresso f y y=g (x) , que a derivada
da de fora"calculada na de dentro", pela expresso g (x) , da derivada da
de dentro". O exemplo seguinte ilustra a aplicao da regra da cadeia. Sejam
143
f y = y 2 e g (x) = x 3 + 1. Pela regra da cadeia,
x3 + 1
2
f y y=g (x) g (x)
= y 2 y=x 3 +1 x 3 + 1
= 2y y=x 3 +1 3x 2
= 2 x 3 + 1 3x 2 .
=
2
Por um lado, temos que x 3 + 1 = x 6 + 2x 3 + 1 e portanto temos que
x3 + 1
2
= x 6 + 2x 3 + 1 = 6x 5 + 6x 2 ,
que de fato a mesma expresso obtida pela regra da cadeia. O exemplo seguinte ilustra a utilidade da regra cadeia
x2 + 1
100
=
=
2
y=x 2 +1 x + 1
100y 99 y=x 2 +1 (2x)
2
99
y 100
= 200x x + 1
(3.7)
4 sen2 ()
Captulo 3. Derivada
144
e ento temos que
4 sen2 ()
(z ()) = ( cos ()) +
= sen () + y y=4 sen2 () 4 sen2 () .
1
y =
2 y
e portanto
1
4 sen2 () .
(z ()) = sen () +
2 4 sen2 ()
= sen2 ()
4 sen2 ()
= y 2 y= sen() ( sen ())
= 2y y= sen() ( cos ())
= 2 sen () cos () .
sen ( (t )) cos ( (t ))
v (t ) = sen ( (t ))
(t ) .
4 sen2 ( (t ))
Agora mostraremos como a regra da cadeia pode nos auxiliar na obteno
da soluo geral do sistema trem bala-ar e tambm na soluo geral do sistema massa-mola. Para isso, enunciamos a seguinte consequncia imediata
da regra da cadeia.
145
(3.8)
que descreve a velocidade de um trem bala de massa m, partindo da velocidade inicial v 0 , na ausncia de empuxo e na presena de resistncia do ar,
onde b o coeficiente de resistncia do ar (ver Seo 3.3). Seja c = b/m o
coeficiente de resistncia do ar por unidade de massa. Vamos mostrar que a
funo velocidade
v (t ) = v 0 e ct
satisfaz equao (3.8).
mv (t ) = m v 0 e ct
= mv 0 e ct
= mv 0 ce ct
= mc v 0 e ct
= bv (t ) .
Captulo 3. Derivada
146
Alm disso, temos que v (0) = v 0 a velocidade inicial.
Por ltimo, retornamos Segunda Lei de Newton
ms (t ) = ks (t ) ,
(3.9)
s (t ) = s 0 c 2 cos (ct ) =
k
s (t ) .
m
E XERCCIOS DE F IXAO
3.5.1 A derivada de e 2x = f (g (x)), onde f (y) = e y e g (x) = 2x, dada por
(a) e 2x
(b) 2e 2x
(c) 2xe 2x
(d) 2e x
(b) cos(2t )
(c) 2 cos(2t )
(d) 2 cos(2t )
(c) 2e x
(d) 2xe x
(a) 2x sec2 (x 2 + 7) (b) sec2 (2x) (c) 2x sec2 (2x) (d) (x 2 + 7) sec2 (2x)
147
3 y
3x 2
1
(a)
(b)
,
, 3y
3
2
2 10 + x
2 10 + x 3
3 y
3 y
1
1
(d)
,
,
(c)
2 10 + x 3 2
2 10 + x 3 2
3.6
Captulo 3. Derivada
148
1
f
(a)
Vamos agora dar uma demonstrao desse fato utilizando a definio de derivada e as propriedades do limite.
Proposio 3.16: Se f derivvel em a R e f (a) = 0, ento g derivvel em
b = f (a) e
g (b) =
(a)
Prova: Seja y n
g contnua em
b = f (a), com y n = b. Pela Proposio
2.26,
b e, portanto, g y n g (b) = a. Definindo-se x n = g y n , segue que xn a e
149
que
g y n g (b)
yn b
=
=
g (b) = lim
yb
xn a
f (x n ) f (a)
1
1
.
f (x n ) f (a)
f (a)
xn a
g y g (b)
y b
1
f
(a)
Uma maneira alternativa e geralmente mais prtica de se encontrar a derivada da inversa utilizar a regra da cadeia. Se f e g so inversas, temos que
f g (x) = x,
para todo x dom g . Pela regra da cadeia, temos que
f g (x) g (x) = 1,
g (x) =
1
g (x)
.
1
x
Captulo 3. Derivada
150
Prova: Pela Proposio 3.9, temos que exp = exp. Pela regra da cadeia, como
exp log (x) = x,
segue que
exp log (x) log (x) = 1.
log (x) =
=
exp log(x)
1
.
x
x c = cx c1
Prova: Como x c = exp c log (x) , segue que
c
x
= exp c log (x)
= exp c log (x) c log (x)
1
= xc c
x
c1
= cx .
151
1
acos (x) =
1 x2
e atg (x) =
1
1 + x2
temos que
mostrando que
1 x 2 asen (x) = 1,
1
asen (x) =
.
1 x2
tg y = 1 + tg2 y .
tg atg (x) = x
1 + tg2 atg (x) atg (x) = 1.
tg2 atg (x) = x 2 ,
Captulo 3. Derivada
152
temos que
1 + x 2 atg (x) = 1,
mostrando que
asen (x) =
1
.
1 + x2
E XERCCIOS DE F IXAO
3.6.1 A derivada de log(x 2 + 1) = f (g (x)), onde f (y) = log(y) e g (x) = x 2 + 1,
dada por
(a)
1
x 2 +1
(b)
2
x 2 +1
(c)
2x+1
x 2 +1
(d)
2x
x 2 +1
1
14t 2
(b)
1
14t 2
(c)
2
14t 2
(d)
2
14t 2
2x
1x 4
(b) 2x
(c)
1x 4
2x
1+x 4
(d) 2x
1+x 4
1
1+x 6
(b)
1
1+x 6
(c)
3x 2
1+x 6
(d)
2
3x
1+x 6
1
2y
1
2 y
(b)
(d)
1
(log x)1/2 ,
2x
1
1/2
,
2x (log x)
1
2y
1
2 y
1
ex,
1+e 2x
1
ex,
1+e 2x
1
e atg(y) 1+y
2
e atg(y)
(b)
(d)
1
,
1+e 2x
1
,
1+e 2x
1
e atg(y) 1+y
2
e atg(y)
153
(b) x2x1
(c) log(2)2x
(d) x log(2)2x
E XERCCIOS
DE
D EMONSTRAO
onde f (x) =
x a
x+ a
f (a) = lim
xa
x.
x a
,
x a
3.2 Utilizando o fato que cos (x + h) = cos (x) cos (h) sen (x) sen(h), complete a demonstrao da Proposio 3.11, mostrando que de fato cos =
sen.
cos
, comsen
plete a demonstrao do Corolrio 3.12, mostrando que de fato cotg =
1 cotg2 = 1/ sen2 .
1 x2
e t + e t
,
2
senh(t ) =
e t e t
2
tgh(t ) =
senh(t )
.
cosh(t )
Mostre que
cosh (t ) = senh(t ),
senh (t ) = cosh(t )
tgh (t ) = 1 tgh2 (t ).
Captulo 3. Derivada
154
DE
A PLICAO
3.1 Um dos elevadores mais rpidos do mundo, localizado no Taipei Financial Center, subia com velocidade constante de 10 m/s, quando subtamente, aps 5 segundos de sua partida, suas cordas de sustentao se
partem. Felizmente, nesse momento, no h ningum em seu interior. A
funo que descreve a altura do elevador em relao ao solo dada ento
pela seguinte expresso
s(t ) =
10t + 100,
se 0 < t 5
se 5 < t < t A
(b) 20
(c) 5
(d) 8.
(i i ) A funo s derivvel em t = 5.
(a) F al so
(b)V er d ad ei r o.
10,
10 10(t 5),
(b) v (t ) =
5,
(c) v (t ) =
10,
(d) v (t ) =
5 5(t 5),
5 5(t 5),
5,
10 10(t 5),
se 0 < t 5
se 5 < t < t A
se 0 < t 5
se 5 < t < t A
se 0 < t < 5
se 5 < t < t A
se 0 < t < 5
se 5 < t < t A
155
(a) a(t ) =
0,
(c) a(t ) =
0,
10,
5,
se 0 < t 5
(b) a(t ) =
se 5 < t < t A
se 0 < t < 5
(d) a(t ) =
se 5 < t < t A
0,
5,
0,
10,
se 0 < t 5
se 5 < t < t A
se 0 < t < 5
se 5 < t < t A
3.2 Suponha que um fio retilneo, de seo transversal circular de raio r 0 , seja
percorrido por uma corrente estacionria. Essa corrente gera um campo
magntico cuja intensidade I , em um ponto do espao, depende da distncia r do ponto ao eixo do fio. Assim, I = I (r ), e pode-se mostrar que,
em um sistema de unidades apropriado, a funo I (r ) dada por
r
2 , se 0 r < r 0
r0
I (r ) =
,
se r r 0
r
Em cada item, escolha uma das opes e justifique suas respostas.
(i ) A derivada lateral direita de I em r = r 0 igual a:
(a) 1/r 02
(c) 1/r 02
(b) 1/r 0
(d) 1/r 0 .
(i i ) A funo I derivvel em r = r 0 .
(a) F al so
(b) V er d ad ei r o.
1/r 02 ,
I (r ) =
1/r 2 ,
(a) F al so
se 0 r < r 0
se r r 0
(b) V er d ad ei r o.
3.3 Considere um motor cujo virabrequim tem raio r = 1 e a biela comprimento l = 2. Se o virabrequim est em rotao constante = 3t , ento a
funo posio vertical do pisto dada por
156
Captulo 3. Derivada
(i ) Obtenha a funo velocidade vertical v (t ) do pisto.
(i i ) Obtenha a funo acelerao vertical a(t ) do pisto.
CAPTULO
G RFICOS
4.1
OTIMIZAO
t2
2
Captulo 4. Grficos
158
v0
g
v 02
2g
4.1. Otimizao
159
mximo, temos que c denominado ponto de mximo. A obteno dos pontos e valores extremos denominada otimizao. Por exemplo, se estamos
preocupados com o desenvolvimento sustentvel do ambiente, muitas vezes,
queremos maximizar a eficincia energtica de um determinado processo e,
em outras oportunidades, desejamos minimizar a quantidade de recursos naturais utilizado na produo de um determinado produto.
No exemplo acima, o domnio da funo s o intervalo [0, t A ]. Vimos que
o ponto de mnimo t A est na fronteira desse intervalo, enquanto o ponto de
mximo t M est no interior e que, nesse ponto, a derivada de s se anula. Em
geral, os pontos extremos de uma funo f podem estar na fronteira ou no
interior do seu domnio. Um ponto c onde
f (c) = 0
denominado ponto crtico de f . Temos a seguinte relao entre pontos crticos e pontos extremos no interior do domnio.
Proposio 4.1: Seja f uma funo derivvel em (a, b). Se c (a, b) ponto
extremo de f , ento c ponto crtico de f .
Prova: Vamos supor que c ponto de mximo, sendo que a demonstrao do
caso em que c ponto de mnimo anloga e deixada como exerccio. Como
c ponto de mximo, temos que f (c) f (x) 0 para todo x no domnio de
f . Como c est no interior do domnio de f , podemos considerar ambos os
limites laterais. Logo temos que
0 lim
xc
f (x) f (c)
f (x) f (c)
= f (c ) = f (c) = f (c ) = lim
0,
xc
x c
x c
Captulo 4. Grficos
160
4.1. Otimizao
161
x + 1,
g (x) = 0,
x 1,
se 1 x < 0
se
se
x =0
0 < x 1.
Captulo 4. Grficos
162
Note que est definida no intervalo fechado [1, 1], mas no contnua. Novamente podemos perguntar se existe algum c [1, 1] que seja ponto de extremo de g ? E novamente a resposta negativa. Por exemplo, se c [1, 0),
existem x, y [1, 1] tais que c < y < 0 < x e, portanto, temos que f (x) <
f (c) < f y , mostrando que f (c) no nem valor mximo nem valor mnimo.
Analogamente podemos mostrar que se c (0, 1], ento f (c) tambm no
nem valor mximo nem valor mnimo. Como c = 0 claramente no ponto
de extremo, conclumos que esses no existem no caso da funo g .
4.1. Otimizao
163
Teorema 4.3: Seja f uma funo contnua em [a, b], derivvel em (a, b) e tal
que f (a) = f (b). Ento existe um ponto c no intervalo aberto (a, b) tal que
f (c) = 0.
Prova: Pelo Teorema de Weierstrass, existem pontos de mximo e de mnimo
de f em [a, b]. Se f constante, temos que f (c) = 0 para todo c (a, b). Caso
contrrio, existe c (a, b) que ponto de extremo de f , ou c um ponto de
mximo ou um ponto de mnimo. Pela Proposio 4.1, segue que f (c) = 0.
Demonstramos a seguir o Teorema do Valor Mdio.
Teorema 4.4: (TVM) Sejam f e g funes contnuas em [a, b] e derivveis em
(a, b). Se g (x) = 0, para todo x (a, b), ento existe um ponto c no intervalo
aberto (a, b) tal que
f (c) f (b) f (a)
=
g (c) g (b) g (a)
Prova: Considere a funo
f (b) f (a)
g (x) g (a) ,
h (x) = f (x)
g (b) g (a)
definida para x [a, b], cuja funo derivada em (a, b) dada por
f (b) f (a)
g (x) .
h (x) = f (x)
g (b) g (a)
Temos que h (a) = f (a) = h (b). Pelo Teorema de Roll, segue que existe um
ponto c no intervalo aberto (a, b) tal que h (c) = 0, de modo que
f (b) f (a)
0 = f (c)
g (c) .
g (b) g (a)
O resultado obtido dividindo-se a equao acima por g (c).
O prximo resultado afirma que se a funo for derivvel,
existe um ponto
c entre os pontos a e b tal que a reta tangente em c, f (c) paralela reta
Captulo 4. Grficos
164
f (b) f (a)
ba
s (t 2 ) s (t 1 )
t2 t1
4.1. Otimizao
165
x0
lim x 2 = 0.
x0
0
Essa situao denominada indeterminao do tipo .
0
Proposio 4.6: Sejam f e g funes contnuas num dado intervalo e derivveis nesse intervalo, com exceo talvez do ponto a R. Se g (x) , g (x) = 0,
para todo x = a , e tambm f (a) = 0 = g (a), ento
f (x)
f (x)
= lim
x a g (x)
x a g (x)
lim
caso o segundo limite exista, onde pode ser substitudo, de maneira uniforme, por , por ou por .
Prova: Vamos fazer a demonstrao no caso em que igual a , sendo que
os outros casos so similares e deixados como exerccio. Pelo TVM, para cada
x > a, existe c (x) com a < c (x) < x, tal que
f (c (x)) f (x) f (a) f (x)
=
=
,
g (c (x)) g (x) g (a) g (x)
f (x)
f (c (x))
.
= lim
g (x) xa g (c (x))
lim
f (c (x))
f (x)
=
lim
.
g (c (x)) xa g (x)
xa
(4.1)
Captulo 4. Grficos
166
x0
x0
x0 2x
x2
x2
lim
0
onde novamente surgiu uma indeterminao do tipo . Podemos ento apli0
car mais uma vez a regra de LHospital para obter que
1
1 ex
e x
(1 e x )
= lim
= .
=
lim
x0 2x
x0 (2x)
x0 2
2
lim
t2
2
4.1. Otimizao
167
= lim s 0 + v 0
c0
c
c
c
tc
1e
t c 1 + e tc
g lim
= s 0 + v 0 lim
c0
c0
c
c2
t c 1 + e tc
= lim
c0
c2
t t e tc
c0
2c
t t e tc
= lim
c0
(2c)
t 2 e tc
= lim
c0
2
t2
=
.
2
= lim
c0
t2
,
2
concluindo que
lim s c (t ) = s (t )
c0
Captulo 4. Grficos
168
L EI DA C ONSERVAO DA E NERGIA
Vamos encerrar esta seo mostrando que a energia mecnica num sistema
sem atrito se conserva ao longo do tempo. Primeiro vamos mostrar o seguinte
resultado, que implica que dois corpos com a mesma funo velocidade permanecem a uma distncia constante um do outro.
Proposio 4.7: Temos que f = g se e s se f = g +C , para algum C R. Em
particular, f (a) = g (a) e f = g se e s se f = g .
Prova: Se f = g + c, ento claramente f = g , pois a derivada da funo
constante nula. Por outro lado, se f = g , definimos h = f g . Temos que
h = f g = 0. Pelo TVM (Corolrio 4.5), se x < y, temos que existe uma
constante c (x, y) tal que
h y h (x)
= h (c) = 0,
y x
o que mostra que h y = h (x). Segue portanto que h constante, pois os
pontos x, y so arbitrrios. Note que se f (a) = g (a), ento C = 0.
4.1. Otimizao
4.1. Otimizao
169
169
Sejam dois corpos com funes posio s 1 e s 2 . Se eles tem a mesma fun
oSejam
velocidade,
ento com
s 1 = sfunes
segue
s 1 s 2fun= c,
dois corpos
posio s 1 eanterior,
s 2 . Se eles
temque
a mesma
2 . Pela proposio
mostrando
que aento
distncia
os
corpos
constante.
o velocidade,
s 1 = sentre
.
Pela
proposio
anterior,
segue
que
s
s
1
2 = c,
2
Agora vamos
a Leientre
da Conservao
Energia para os denominados
mostrando
que aobter
distncia
os corpos da
constante.
sistemas
conservativos,
onde a fora
depende
apenas
da posio
Agoramecnicos
vamos obter
a Lei da Conservao
da F
Energia
para
os denominados
e
dada por
sistemas
mecnicos conservativos, onde a fora F depende apenas da posio
e dada por
F (s) = V (s)
F (s) = V (s)
e V denominado o potencial do sistema. Por exemplo, no sistema massamola
potencial dado
por
e V odenominado
o potencial
do sistema. Por exemplo, no sistema massamola o potencial dado por
ks 2
V (s) = 2
ks
2
V (s) =
2
onde k a constante de Hooke, de modo que
onde k a constante de Hooke, de modo que
V (s) = ks
V (s) = ks
a fora da mola. Outro exemplo ocorre na teoria de gravitao de Newton,
cujo
potencial
dado
por exemplo ocorre na teoria de gravitao de Newton,
a fora
da mola.
Outro
cujo potencial dado por
mMG
V (s) =
mMG
s
V (s) =
s
onde m a massa do planeta que rbita em torno do Sol de massa M e G a
constante
gravitao
de Newton.
Nesteem
caso,
onde m de
a massa
do planeta
que rbita
torno do Sol de massa M e G a
constante de gravitao de Newton. Neste caso,
mMG
V (s) =
mMG
s2
V (s) =
s2
a fora de atrao gravitacional. Para sistemas conservativos, a Segunda Lei
de
dada por
aNewton
fora deatrao
gravitacional. Para sistemas conservativos, a Segunda Lei
de Newton dada por
ma (t ) = V (s (t ))
ma (t ) = V (s (t ))
Captulo 4. Grficos
170
A energia mecnica do sistema no instante t dada por
E (t ) =
mv (t )2
+ V (s (t ))
2
E (t ) =
=
=
mv (t )2
+ V (s (t ))
2
m
v (t )2 + (V (s (t )))
2
m
2v (t ) v (t ) + V (s (t )) s (t ).
2
= V (s (t )) v (t ) + V (s (t )) v (t )
= 0.
mv (t )2
+ V (s (t ))
2
E XERCCIOS DE F IXAO
4.1.1 Considere a funo f (x) = x 3 12x + 11, com x [3, 4].
(i ) Seus pontos crticos so
(a) no existem (b) 1, 1
(c) 2, 2
(d) 1, 2
(d) 1
4.1. Otimizao
171
(b) 3, 1 (c) 3, 2
(d) 2
(b) 1, 1
(c) 2, 2
(d) 1, 2
(b) 2, 1
(c) 1, 2
(d) 1
(b) 2, 1
(c) 1, 2
(d) 1
1
x2 + 1
(b) 0
(c) 1
(b) 0
(a) 2, 2
(b) 0
(c) 1
(d) 1, 1
(d) 1, 1
(d) 1, 1
x
x2 + 1
(b) 0
(c) 1
(b) 1
(c) 1
(a) 2, 2
(b) 1
(c) 1
(d) 1, 1
(d) 1, 1
(d) 1, 1
(b) 0
(c) 1
(d)
1
2
Captulo 4. Grficos
172
(i i ) Seus pontos de mximo so
(a) no existem
(b) 0
(c)
1
2
(d) 1
1
2
(d) 1
(b) 0
(c)
(A) Se
f > 0, dados x, y (a, b), com x < y, ento f (c) > 0 para todo c
x, y . Pelo TVM, temos que
f y f (x)
y x
= f (c) > 0,
o que mostra que f y > f (x), uma vez que escolhemos y > x. Segue
portanto que f crescente, pois os pontos x, y (a, b) so arbitrrios.
(B) A demonstrao deste item anloga do item (A) e deixada como
exerccio.
173
f (x) > 0, caso x (2, 1) ou x (1, 2), e temos tambm que f (x) < 0 se
x (1, 1), como mostra a Figura 4.7. Portanto f crescente nos intervalos
(2, 1) e (1, 2) e decrescente no intervalo (1, 1), como ilustrado pela Figura
4.7.
Outro aspecto importante para o esboo do grfico de funes reais determinar os intervalos onde a concavidade da funo est para cima e os intervalos onde a concavidade est para baixo, como ilustrado pela Figura 4.8.
Uma funo f possui concavidade para cima num dado intervalo
(a, b) se,
para
todos
x,
y
b),
a
reta
secante
s
passando
pelos
pontos
x, f (x) e
(a,
y, f y fica acima do grfico de f no intervalo x, y . Por outro lado, uma
Captulo 4. Grficos
174
(A) Se
f > 0, pela Proposio 4.8, segue f crescente, pois temos que
f = f . Agora, pela definio, para mostrar que f tem concavidade
para cima, vamos verificar
x, y (a, b), a reta secante s pas
que, dados
sando por x, f (x) e por y, f y se situa acima do grfico de f entre
esses dois pontos. Seja z x, y e denote por r e t as retas secantes ilustradas pela Figura 4.9, com inclinaes, respectivamente, m r e m
t . Pelo
175
que implica que m r < m t . Portanto, o ponto z, f (z) se situa abaixo da
reta secante s, como ilustrado pela Figura 4.9, mostrando que f possui
concavidade para cima.
(B) A demonstrao deste item anloga a do item (A) e deixada como
exerccio.
Voltando ao exemplo da funo f (x) = x 3 3x, onde x [2, 2], vamos determinar os intervalos onde a concavidade est para cima e onde ela est para
baixo. Como f (x) = 6x, temos que f > 0 no intervalo (0, 2) e que f < 0 no
intervalo (2, 0). Portanto, f possui concavidade para cima no intervalo (0, 2)
e concavidade para baixo no intervalo (2, 0), como ilustrado pela figura (4.7).
Captulo 4. Grficos
176
177
(B) Seja d um ponto de inflexo. Suponha que f (d) < 0. Pela continuidade
de f , teramos que f < 0 num intervalo ao redor de d . Pela Proposio
4.9, a concavidade estaria para baixo nesse intervalo, o que no acontece. Por outro lado, suponha que f (d) > 0. Novamente pela continuidade de f , teramos que f > 0 num intervalo ao redor de d. Pela
Proposio 4.9, a concavidade estaria para cima nesse intervalo, o que
tambm no acontece. Como f (d) no nem negativo, nem positivo,
segue f (d ) = 0.
178
Captulo 4. Grficos
179
que sen < 0 e sen > 0. O segundo intervalo 2 , 0 , onde o a funo passa
a ser crescente e a concavidade continua para cima, uma vez que a derivada
primeira mudou de sinal, sen > 0, enquanto a derivada
segunda manteve
Captulo 4. Grficos
180
concavidade para baixo.
importante notar que a mudana de concavidade coincide com a mudanas de sinal da funo pelo fato de que sen = sen. Portanto, o ponto de
inflexo coincide com a raz da funo.
181
Vamos agora
o formato do grfico da funo inversa do seno
determinar
asen (x) =
x
1 x2
3
2
Logo, asen crescente em (1, 1), uma vez que asen > 0 nesse intervalo. Alm
disso, temos que asen possui concavidade para baixo em (1, 0), pois asen <
0 nesse intervalo, e possui concavidade para cima em (0, 1), pois asen > 0
nesse intervalo. O esboo do grfico da funo asen apresentado na Figura
4.15 com a linha mais fina. Observe que esse esboo consistente com o fato
do grfico do arco-seno ser a reflexo em relao bissetriz do grfico do seno,
que apresentado na Figura 4.15 com a linha mais grossa.
E XERCCIOS DE F IXAO
4.2.1 Considere a funo f (x) = x 3 3x
(i ) Alm de x = 0, suas outras razes so
(a) no existem (b) 3 (c) 3 (d) 3, 3
(i i ) Positiva em
(b) ( 3, 0) ( 3, )
(b) (, 0)
(d) ( 3, )
(d) 1, 1
(c) (1, 1)
(c) ( 3, 3)
(d) (, 1) (1, )
(d) 1, 1
(c) (1, 1)
(d) (, 1) (1, )
Captulo 4. Grficos
182
(i i ) Positiva em
(a) nenhum lugar
(b) (+2, )
(c) (, 2)
(d) (1, 2)
(b) 1
(c) 1
(i v ) Crescimento em
(a) nenhum lugar
(d) 1, 1
(b) (1, )
(c) (, 1) (1, )
(b) 0
(c) 1, 0
(b) (0, )
(d) (1, 1)
(d) 1, 0, 1
(c) (1, 0)
(d) (0, 1)
1
.
x2 + 1
(i ) Suas razes so
(a) no existem
(i i ) Positiva em
(b) 1
(b) R
(c) 1
(b)
(d) 1, 1
(c) (, 1)
3
3
3 , 3
(c) 0
(b) (, 0)
(d) (1, )
(d) 1
(c) (
3
, 33 )
3
(d) (
3
, )
3
(d) (
3
3 , )
(b)
3
3
3 , 3
(c) 0
(b) (, 0)
x
x2 + 1
(d) 1
(c) (
3
3
3 , 3 )
(i ) Suas razes so
(a) no existem
(i i ) Positiva em
(a) nenhum lugar
(b) 0
(c) 1, 1
(b) (0, )
(d) 1, 0, 1
(c) (1, 0)
(d) (1, 1)
183
(b) 0
(i v ) Crescimento em
(a) nenhum lugar
(c) 1, 1
(b) (0, )
(d) 1, 0, 1
(c) (1, 0)
(b) 0
(c) 3, 3
(b) (, 0)
(d) (1, 1)
(d) 3, 0, 3
(c) ( 3, )
(d) (, 3) (0, 3)
(b) 0
(c)
1
2
(d) 0, 12
(i i ) Positiva em
(a) nenhum lugar
(b) (0, 12 )
(c) (, 12 )
(b) 0
(c)
1
2
(d) (0, )
(d) 0, 12
(i v ) Crescimento em
(a) nenhum lugar
(b) (0, 12 )
(c) (, 12 )
(b) 1
(c) 0
(d) (0, )
(d) 0, 1
4.3
(b) (, 1)
Captulo 4. Grficos
184
R < an
185
10
100
n (R)
4
32
315
Temos que essa uma funo de aproximao da sequncia dos nmeros naturais, onde an = n, pois de fato
n n (R)
R < n,
Captulo 4. Grficos
186
Proposio 4.12: Temos que
(A) Se an , ento
(B) Se an 0, ento
1
0.
an
1
.
an
(C) Se an e an bn , ento bn .
Prova: Para o item (A), escolhendo R = 1/, temos que
n n a (1/)
1
< an .
0<
1
< .
an
0 < an <
1
.
R
R<
1
.
an
R < an bn .
A SSNTOTAS HORIZONTAIS
Vamos agora definir o conceito preciso de limite de funo associado a assntotas horizontais. Suponha que o domnio de uma dada funo f contenha
187
tal que se xn umasequncia
de
pontos
no
domnio
dom
f tal que xn ,
ento a sequncia f (xn ) das suas imagens tal que f (x n ) H + . Quando
H + finito, dizenos que a reta y = H + uma assntota horizontal ao grfico
de f pela direita, como ilustra a Figura 4.19. De modo anlogo, definimos o
conceito de limite de f em menos infinito, que denotado por
H = lim f (x)
x
Captulo 4. Grficos
188
Proposio 4.13: Se
lim f (x) = ,
ento
lim
1
= 0.
f (x)
1
= 0,
x
189
temos que exp crescente com concavidade para cima. Pela Proposio 2.12,
temos que 1 + x exp (x), para todo x > 0. Isso mostra, pela Proposio 4.12,
que
lim exp (x) = .
x
1
= 0.
exp (x)
O esboo do grfico da funo exp apresentado na Figura 4.20, onde tambm utilizamos o fato de que exp (0) = 1 e que exp (0) = 1.
A SSNTOTAS VERTICAIS
Podemos agora definir o conceito preciso de limite de funo associado a
assntotas verticais. Seja v R um ponto limite de uma dada funo f . O
limite de f emv mais infinito, quando para toda sequncia xn de pontos no
domnio dom
f tal que tal que xn = v e tambm que xn v , temos que a
sequncia f (xn ) das suas imagens tal que f (xn ) . Neste caso, denotamos
lim f (x) =
xv
xv
Captulo 4. Grficos
190
(A) se
f (x)
f (x)
> 0 para x < v , ento lim
=
xv g (x)
g (x)
(B) se
f (x)
f (x)
> 0 para x > v , ento lim
= .
xv g (x)
g (x)
Prova: Vamos demonstrar apenas o item (A), uma vez que a demonstrao
do item (B) semelhante e pode ser deixada como exerccio. Pela regra do
quociente, temos que
g (x) g (v )
lim
=
= 0.
xv f (x)
f (v )
Caso
f (x)
> 0 e xn v , definindo
g (x)
an =
g (xn )
,
f (x n )
temos que
an 0
an > 0.
191
f (xn )
1
=
,
g (xn ) an
f (x)
= ,
g (x)
concluindo a demonstrao.
Desse modo, temos que
lim
x0
1
=
x
lim
x0
1
= ,
x
como ilustra a Figura 4.16, uma vez que 1/x > 0 em (0, ) e que 1/x < 0 em
(, 0).
Valem tambm as seguintes propriedade para o limite infinito da soma e
do produto de funes.
Proposio 4.15: Sejam f e g funes reais. Se f contnua em v e
lim g (x) = ,
x v
ento
lim f (x) + g (x) = ,
x v
sen (x)
,
cos (x)
sen (/2) = 1 e
cos (/2) = 0,
Captulo 4. Grficos
192
pela Proposio 4.14, temos que
lim tg (x) =
x 2
lim
tg (x) = ,
x 2
uma vez que tg < 0 em 2 , 0 e que tg > 0 em 0, 2 . O esboo do grfico
da funo tg apresentado na Figura 4.22, onde tambm utilizamos o fato de
que tg (0) = 0.
193
x a
ento
x a
f (x)
f (x)
= lim
lim
x a g (x)
x a g (x)
(4.2)
lim f 1/y = lim f (x) = 0
y0
Logo
f (x)
lim
x g (x)
lim g 1/y = lim g (x) = 0.
y0
f 1/y 1/y 2
= lim
y0 g 1/y 1/y 2
f 1/y
= lim
y0 g 1/y
f (x)
.
= lim
x g (x)
Captulo 4. Grficos
194
1/g (x)
x a 1/ f (x)
1/g (x)
= lim
x a 1/ f (x)
= lim
1
1
= lim
= 0.
x a f (x)
x a g (x)
lim
Logo
f (x)
x a g (x)
lim
= lim
g (x) /g (x)2
f (x) / f (x)2
g (x) f (x) 2
= lim
x a f (x) g (x)
g (x)
f (x) 2
lim
= lim
.
x a f (x) x a g (x)
x a
1
g (x)
lim
x a f (x)
f (x)
= lim
.
x a g (x)
=
a (t ) = e t (2 t ) .
195
Logo, s < 0 no intervalo (0, 1) e s > 0 no intervalo (1, ), o que mostra que s
decrescente em (0, 1) e crescente (1, ). Alm disso, s > 0 no intervalo (0, 2)
e s < 0 no intervalo (2, ), o que mostra que s possui concavidade para cima
em (0, 2) e possui concavidade para baixo em (2, ). O nico ponto crtico
t = 1 e o nico ponto de inflexo t = 2. No h assntotas verticais, pois s
contnua em todo [0, ). Pela Regra de LHospital, segue que
t
1
= lim t = 0,
t
t e
t e
lim s (t ) = lim
para todo n N.
Prova: A demonstrao feita por induo. Para n = 1, temos que
lim
x e x
= lim
x e x
=0
Captulo 4. Grficos
196
E XERCCIOS DE F IXAO
4.3.1 Considere a funo f (x) =
x +1
.
(x 2)(x 3)
(b) x = 2
(c) x = 3
(d) x = 2, x = 3
x2+
(a) +
(b)
(c) 3
(d) 3
(b) y = 0
(c) y = 1
(d) y = 1
x2 x 2
.
(x 2)(x 3)
(b) x = 2
(c) x = 3
(d) x = 2, x = 3
x2
(a) +
(b)
(c) 3
(d) 3
(b) y = 0
(c) y = 1
(d) y = 1
x 2 + 2x + 3
.
x 2 5x + 6
(b) x = 2
(c) x = 3
(d) x = 2, x = 3
197
(a) +
(b)
(c) 3
(d) 3
(b) y = 0
(c) y = 1
(d) y = 1
x 3 4x 2 + x + 6
.
x 2 5x + 6
(d) x = 2, x = 3
(a) +
(b)
(c) 3
(d) 3
(b) y = 0
(c) y = 1
(d) y = 1
x
, com x (, 0) (0, ).
sen(x)
(b) x = , x =
(c) x =
(d) x = , x = 0, x =
x0
(a) +, +
(b) , +
(c) 1,+
(b) y = 0
(c) y = 1
x
x2 + 1
(d) 1,
(d) y = 1
(b) x = 0
(c) x = 1
(b) y = 1
(c) y = 1
(a) + (b)
(c) 1
(d) 1
(d) x = 1
(d) y = 1, y = 1
Captulo 4. Grficos
198
H + = lim f (x)
H+ = 0
199
f (x)
f (x) = (2 x)e x
f (r ) = 0
f (c) = 0
Crticos:
f (d) = 0
Degenerados:
No nosso exemplo,
Razes:
Crticos:
r e r
= 0, r = 0
= 0, d = 2
(c 1)e
Degenerados: (2 d)e
= 0, c = 1
f (1) = e 1 < 0
f (2) = e 2 > 0
Captulo 4. Grficos
200
f : uma vez que f no muda de sinal entre dois pontos degenerados consecutivos, basta determinar o sinal de f num ponto teste
em cada intervalo determinado pelos pontos degenerados. No nosso
exemplo,
f (0) = 2 > 0
f (3) = e 3 < 0
201
(1). Entre cada intervalo determinado pelos pontos notveis, utilize as informaes sobre os sinais em cada coluna da tabela do item (5) para determinar o esboo do grfico naquele intervalo, de acordo com as possibilidades dadas pela Figura 4.24, obtida considerando a posio em relao
ao eixo das abscissas, o crescimento e a concavidade. No nosso exemplo,
obtemos o seguinte diagrama, ilustrado pela Figura 4.29.
(7) Abaixo do diagrama do item anterior, trace um novo eixo das abscissas
com todos os pontos notveis. Com um traado contnuo, junte os pedaos do grfico obtidos no item anterior, com os seguintes cuidados:
Captulo 4. Grficos
202
203
x
x +1
H+ = 1
1
(x + 1)2
f (x) =
2
(x + 1)3
Captulo 4. Grficos
204
(3) Temos que
Razes:
Crticos:
Degenerados:
Verticais:
r
r +1
1
(c + 1)2
2
(d + 1)3
= 0, r = 0
= 0, no existe c
= 0, no existe d
v = 1
f (1/2) = 1 < 0
f :
f (2) = 1 > 0
f (0) = 1 > 0
205
f :
f (2) = 2 > 0
f (0) = 2 < 0
Captulo 4. Grficos
206
207
x
, x <0
x +1
f (x) =
xe x , x 0
levando em conta as modificaes acima. O nico ponto onde f muda de
expresso algbrica m = 0. Nesse ponto, temos que f contnua, mas no
derivvel. Os tens de (1) a (5) j foram feitos para as duas expresses algbricas de f . Vamos ento apresentar apenas os tens (6) e (7).
(6) Obtemos o seguinte diagrama, ilustrado pela Figura 4.37.
(7) O esboo do grfico de f ilustrado pela Figura 4.38.
Captulo 4. Grficos
208
E XERCCIOS
DE
D EMONSTRAO
DE
209
A PLICAO
4.1 Suponha que uma bola B de massa m seja lanada verticalmente de uma
posio inicial s 0 e com velocidade inicial v 0 . A fora resultante ento
F = P + R, onde P = mg a fora peso e R = bv a fora de resitncia
do ar, onde a constante b o coeficiente de resistncia do ar. Dividindo
por m, a Segunda Lei de Newton F = ma equivale a
a(t ) = g cv (t )
()
v (t )
= 10
1 + v (t )
()
v (0) = 63
Captulo 4. Grficos
210
s (t )
=2
1 s(t )2
211
Captulo 4. Grficos
212
CAPTULO
I NTEGRAL
5.1
No Captulo 3, o conceito de derivada foi introduzido como sendo tanto a inclinao da reta tangente quanto a velocidade e a acelerao, as taxas de variao, respectivamente, do espao e da velocidade pelo tempo. Assim como
no caso da derivada, o conceito de integral surge de tanto de problemas geomtricos quanto de problemas dinmicos.
213
Captulo 5. Integral
214
Seja f uma funo contnua definida no intervalo fechado [a, b], como
apresentada pela Figura 5.1. Do ponto de vista geomtrico, a integral definida
de f da esquerda para a direita em [a, b] definida por
b
a
f = As Ai
x, y : x [a, b] e 0 y f (x)
x, y : x [a, b] e
f (x) y 0
215
f = 1
1 1
=
2 2
6
3
f = 2
1 3
= .
2 2
Desde os gregos, o valor dessa rea j era conhecido como sendo igual a
2/3. Na prxima seo, obteremos esse valor atravs de um dos resultados
mais importantes do clculo, que estabelece uma maneira de se calcular essa
rea atravs do uso do conceito de derivada.
Captulo 5. Integral
216
t2
,
2
v (t ) = v 0 g t
a (t ) = g
a = g t = v (t ) v 0 ,
onde usamos a frmula da rea do retngulo na primeira igualdade (ver Figura 5.4). Segue que a integral definida da funo acelerao entre os instantes 0 e t igual a variao da velocidade entre esses dois instantes.
Para obter a integral definida da funo velocidade entre os instantes 0 e
t , primeiro consideramos o instante t M = v 0 /g no qual a velocidade se anula
(ver Figura 5.5). Para t t M , temos que
t
0
v=
v 0 t M v (t ) (t M t )
,
2
2
onde calculamos a diferena entre a rea do tringulo maior e a rea do tringulo menor para obter a rea do trapzio. Para t t M , temos que
t
0
v=
v 0 t M v (t ) (t t M ) v 0 t M v (t ) (t M t )
,
2
2
2
2
217
onde calculamos a diferena entre a rea do tringulo de cima e rea do tringulo de baixo, que tem altura v (t ) uma vez que v (t ) negativo. Usando que
t 0 = v 0 /g e que v (t ) = v 0 g t , temos ento que
t
v 02
v 0 g t v 0 /g t
t2
= v 0 t g = s (t ) s 0 .
v=
2g
2
2
0
Isso mostra que a integral definida da funo velocidade entre os instantes 0
e t igual a variao da posio entre esses dois instantes.
Na prxima seo, mostraremos que as identidades
t
0
a = v (t ) v 0
t
0
v = s (t ) s 0
P ROPRIEDADES DA INTEGRAL
A proposio seguinte apresenta duas propriedades fundamentais do
conceito de integral, a monotonicidade e a decomponibilidade do domnio.
Captulo 5. Integral
218
(M) se f g , ento
b
f =
c
b
f+
b
Prova:
A if A ig
219
f =
A sf
A if
A sg
A ig
b
a
g.
b
a
A s [a, b]
A i [a, b]
i
i
= A [a, c] + A [c, b] A [a, c] + A [c, b]
= A s [a, c] A i [a, c] + A s [c, b] A i [c, b]
c
b
=
f
+
f.
Captulo 5. Integral
220
(D)
b
a
f =
c
a
f+
b
c
b
c
f =
c
b
f.
221
E XERCCIOS DE F IXAO
Considere a funo poligonal ilustrada pela figura abaixo e responda os tens
abaixo.
(b) 2
(b) 2
(b) 2
(b) 2
(b) 0
(b) 0
(b) 0
f igual a
(d) 2
f igual a
6
0
(d) 2
f igual a
5
6
(d) 2
f igual a
12
0
5
0
6
(d) 32
f igual a
(c) 12
6
(c)
(c) 1
4
(d) 2
(c) 1
f igual a
(c) 1
(c) 1
2
(d) 32
f igual a
(c) 12
(d) 32
Captulo 5. Integral
222
5.1.8 A integral definida
(a) 0
(b) 1
(b) 1
(c) 1
3
1
5
(c) 1
f igual a
(d) 2
f igual a
(d) 2
f =
x2
.
2
223
Prova: Denotando
F (x) =
x
a
f,
F (x ) = lim
f =
x
a
f+
x+h
x
f.
(5.1)
(5.2)
(5.3)
Como f contnua, pelo Teorema 4.2, temos que existem m (h) e M (h), respectivamente, o mnimo e o mximo da funo f no intervalo [x, x +h]. Nesse
intervalo, temos que m (h) f M (h). Pela monotonicidade da integral,
segue que
x+h
x+h
x+h
h m (h) =
m (h)
f
M (h) = h M (h) ,
(5.4)
x
(5.5)
Captulo 5. Integral
224
h0
h0
h0
h0
f = f (x) .
F (x ) = lim
h0 h x
Em geral, uma funo F a primitiva de uma dada funo f quando F =
f . O TFC estabele uma relao estreita entre as integrais de uma dada funo
contnua e suas primitivas.
Corolrio 5.4: Seja F uma primitiva de uma funo contnua f . Ento
x
f = F (x) F (a)
a
225
Prova: Duas primitivas de f diferem por uma constante, pois suas derivadas
coincidem com f . Pelo TFC, temos que
x
f
a
v = s (t ) s 0
t
0
a = v (t ) v 0
Captulo 5. Integral
226
I NTEGRAL INDEFINIDA
Os resultados anteriores reduzem o clculo de integrais definidas determinao de primitivas. Para facilitar o clculo dessas primitivas, introduzimos o
conceito de integral indefinida de uma dada funo f , que o conjunto das
expresses algbricas das primitivas de uma dada funo f , denotado por
f (x) d x
f (x) d x = {F (x) +C : C R}
f (x) d x = F (x) +C
227
e x d x = e x +C
1
d x = log (|x|) +C
x
x a+1
+C , a = 1
xa d x =
a +1
Quando a funo dada por sua expresso algbrica f (x), tambm denotamos a integral de f de a para b por
b
a
f (x) d x
Quando uma primitiva de f dada por sua expresso algbrica F (x), o seu
colchete de a para b o nmero real dado por
[F (x)]ba = F (b) F (a)
Note que o colchete o mesmo para qualquer primitiva de f , uma vez que
(F (b) +C ) (F (a) +C ) = F (b) F (a) .
Temos ento do Corolrio 5.4 que
b
a
f (x) d x = [F (x)]ba
Isso nos permite calcular a rea delimitada pela parbola f (x) = x 2 . Como
x3
+C ,
x2 d x =
3
Captulo 5. Integral
228
temos que
1
x3
(1) 3 (1) 3 2
x dx =
=
= ,
3 1
3
3
3
1
conforme foi afirmado no incio da seo anterior.
As propriedades das integrais indefinidas so reflexos das propriedades
das derivadas. Por exemplo, como a derivada da soma a soma das derivadas,
temos que a integral indefinida da soma a soma das integrais indefinidas.
Da mesma forma, como constantes saem para fora da derivada, temos que o
mesmo ocorre com integrais indefinidas.
1
(P)
c f (x) d x = c
f (x) d x
g (x) d x = G (x) + B,
f (x) d x +
f (x) d x = cF (x) +C ,
229
(S)
b
a
(P)
f +g
b
a
cf
b
a
= c
f+
b
a
b
a
Prova: Sejam
f (x) d x = F (x) + A
g (x) d x = G (x) + B
f +g
= [F (x) +G (x)]ba
= F (b) +G (b) (F (a) +G (a))
= F (b) F (a) +G (b) G (a)
= [F (x)]ba + [G (x)]ba
b
b
=
f+
g.
a
b
a
cf
= [cF (x)]ba
= cF (b) cF (a)
= c (F (b) F (a))
= c [F (x)]ba
b
= c
f.
a
Captulo 5. Integral
230
A aditividade da integral pode ser utilizada para demonstrar o denominado Princpio de Cavallieri. Seja R a regio delimitada pelos grficos das
funes f e f + h, onde h > 0, e pelas retas verticais passando pelos pontos
x = 0 e x = b, como apresentada pela Figura 5.11.
b
b
f +h
f
0
b
b
b
=
f+
h
f
0
0
0
b
=
h,
0
de modo que
A = bh
mostrando que essa rea simplesmente a rea do retngulo de base b e
altura h.
231
a (t ) d t =
g d t .
O primeiro lado da igualdade sempre igual v (t )+A, pois a acelerao instantnea , por definio, igual a derivada da velocidade instantnea. O segundo
lado da igualdade igual
g d t = g 1 d t = g t + B,
onde utilizamos os resultados da proposio anterior. Temos ento que
v (t ) + A = g t + B
e portanto que
v (t ) = g t +C
onde C = B A tambm uma constante arbitrria. Para determinarmos essa
constante, temos que conhecer o valor da velocidade em algum instante, por
exemplo, o instante inicial. Se a velocidade inicial v (0) = v 0 , temos que C =
v 0 , o que mostra que
v (t ) = v 0 g t
Logo, temos que
v (t ) d t =
v0 g t d t .
O primeiro lado da igualdade sempre igual s (t ) + A, pois a velocidade instantnea , por definio, igual a derivada da posio instantnea. O segundo
lado da igualdade igual
v0 g t d t = v0
1dt g
t d t = v0t g
t2
+ B,
2
Captulo 5. Integral
232
t2
+B
2
e portanto que
t2
+C
2
onde C = B A tambm uma constante arbitrria. Para determinarmos essa
constante, temos que conhecer o valor da posio em algum instante, por
exemplo, o instante inicial. Agora, se a posio inicial s (0) = s 0 , temos que
C = s 0 , o que mostra que
s (t ) = v 0 t g
t2
2
s (t ) = s 0 + v 0 t g
E XERCCIOS DE F IXAO
5.2.1 Considere a funo x 2 + 2x.
(i ) Sua integral indefinida dada por
3
2
x3
2
(c) x3 + x2
3 + x +C
1
Sua integral definida 1 x 2 + 2x d x igual a
(a) 23 (b) 2 (c) 23 (d) 2
(a) x 3 + x 2 +C
(i i )
(b)
+C
(d) x 3 + x2 +C
t2
2
t2
2
t +C (d) t 2 + t 1 +C
2
(i i ) A variao da posio entre 0 e 2, dada por 0 v (t ) d t , igual a
(a)
5
2
(b)
9
2
(b)
(c) 2
+ t 1 +C
(c)
(d) 0
(b)
e 2x
2x
+ x +C
(c)
e 2x
2
+ x +C
2x
(d) e2 + x +C
5.3. Substituio
233
e2
2
(b)
1
0
+ 12
e 2x + 1 d x igual a
(c) e 2 1
(d)
e2
2
12
(b) cos(2x) +C
(d) cos2x
+C
2
/2
(i i ) Sua integral definida 0 sen(2x) d x igual a
(a) 1
(b)
1
2
(d) 12
(c) 1
2
5.2.5 Considere a funo f (x) = 3 + .
x
(i ) Sua integral indefinida dada por
(a) 3x x22 +C
(c) 3x + 2 log|x| +C
(b) x 3 + 2 log|x| +C
(d) x 3 2 x22 +C
e
1
(b) 3e + 1
f (x) d x igual a
(c) e 3 1
(d) e 3 + 1
1
.
x2
5.3
5
2
(b) 52
(c)
3
2
(d) 32
S UBSTITUIO
f y d y = F y +C
Captulo 5. Integral
234
f y dy
y=g (x)
= F g (x) +C
f g (x) g (x) d x =
f y dy
y=g (x)
d y = g (x) d x
g (x) = lim
5.3. Substituio
235
x2 + 1 x d x
fazemos a seguinte substituio y = x 2 +1, pois ento d y = 2x d x, o que mostra que x d x = d y/2 e portanto
x2 + 1 x d x
dy
y
2
y=x 2 +1
dy 1
=
y
2
2
1
3
1 y 2 +1
y2
y dy =
+C
+C =
2 12 + 1
3
1
2
y2
x2 + 1 x d x =
3
y=x 2 +1
+C =
x2 + 1
3
3
2
+C .
A PLICAES DA SUBSTITUIO
Vamos agora determinar a posio de uma bola de massa m arremessada verticalmente na presena da resistncia do ar. Temos que a fora resultante F
sobre a bola dada pela soma da fora peso
P = mg
com a fora de resistncia do ar
R = bv
onde g a gravidade local e b a constante de atrito da bola. Pela segunda
lei de Newton, temos que F = mv e portanto
mv = mg bv
Captulo 5. Integral
236
ou seja
mv (t ) = mg bv (t )
temos que
v (t )
= 1,
g + cv (t )
v (t )
dt =
g + cv (t )
1 d t = t + A.
g + cv (t ) = C e ct
onde C = e D . Se v 0 = v (0) a velocidade inicial, temos que C = g + cv 0 e,
portanto, temos que
g g
+ v 0 e ct
v (t ) = +
c
c
5.3. Substituio
237
Uma vez determinada a expresso da funo velocidade, podemos determinar a expresso da funo posio. Para isso, utilizaremos o seguinte corolrio, que uma consequncia imediata da regra da substituio.
Corolrio 5.9: Temos que
cx
e cx
+C
dx =
c
Vamos agora obter a expresso da posio instantnea da bola arremessada verticalmente com atrito. Pela expresso obtida acima para a velocidade
instantnea, segue que
s (t ) + A =
v (t ) d t
g
g
=
1dt +
+ v0
e ct d t
c
c
g
e ct
g
+ v0
+B
= t+
c
c
c
(5.6)
e portanto
g
e ct
g
s (t ) = t +
+ v0
+C ,
c
c
c
onde C = B A uma constante arbitrria. Se s 0 = s (0) a posio inicial,
temos que
g
1
s0 =
+ v0
+C ,
c
c
o que mostra que
g
1 e ct
g
+ v0
s (t ) = s 0 t +
c
c
c
Outra aplicao da regra da substituio a obteno da Lei da Conservao da Energia no caso do sistema massa-mola. Neste caso, a segunda Lei de
Captulo 5. Integral
238
Newton dada por
ms (t ) = ks (t )
(5.7)
m s (t ) s (t ) d t = k s (t ) s (t ) d t .
Temos que
s (t ) s (t ) d t =
ydy
y=s(t)
s (t ) 2
+ A,
2
v (t ) 2
+ B,
2
pois d y = s (t ) d t e
s (t ) s (t ) d t =
z dz
z=v (t)
pois d z = v (t ) d t = s (t ) d t . Substituindo as expresses das integrais indefinidas na equao (5.7), segue a equao da conservao da energia
m
v (t ) 2
s (t ) 2
+k
=E
2
2
E XERCCIOS DE F IXAO
5.3.1 Considere a funo sen(2t ) e utilize a substituio x = 2t .
(i ) Sua integral indefinida dada por
(a) cos(2t ) +C (b) cos(2t ) +C
(c) cos2t
(d) cos2t
2 +C
2 +C
(i i ) Sua integral definida 0 sen(2t ) d t igual a
(a) 0
(b) 1
(c) 1
(d)
1
2
5.3. Substituio
239
(b) cos(2) 1
(d) 13 ( cos(2) 1)
x
5.3.3 Considere a funo f (x) =
e utilize a substituio y = 1 x 2 .
1 x2
(i ) Sua integral indefinida dada por
(b) 1 x 2 +C
(a) 1 x 2 +C
(c) 12 1 x 2 +C (d) 12 1 x 2 +C
1/2
(i i ) Sua integral definida 0 f (x) d x igual a
(a)
3
2
(b) 1
3
2
(c) 12
3
4
(d)
3
4
12
t
e utilize uma sub1+ t2
(b) 12 log(1 + t 2 ) +C
(d) 12 log(1 + t 2 ) +C
(b)
12 log(2)
(c) log(2)
1
0
(d)
a(t ) d t , igual a
1
2 log(2)
2
2 )
(b) log(
2
2 )
(c) 1
(d) 1
Captulo 5. Integral
240
2E
k
obtemos
s (t ) = c
Logo
e ento
2E k
s (t )2
m m
c=
k
m
r 2 s (t )2 .
s (t )
r 2 s (t )2
s (t )
dt =
r 2 s (t )2
= c,
c d t = ct + A.
dz
r 2 z2
z=s(t)
= ct + A
(5.8)
f (z) d z =
f g () g () d
=g 1 (z)
241
O resultado segue fazendo-se a substituio = g 1 (z), pois z = g g 1 (z) .
Essa maneira de utilizar a regra da substituio est ligada com as denominadas substituies trigonomtricas. Essas substituies esto relacionadas
a funes cujas expresses algbricas contm as expresses
r 2 z2
ou
r 2 + z2
r 2 z 2.
z
r 2 z2
sen () =
e
cos () =
r
r
o que implica que
z = r sen () ,
= asen
z
r
r 2 z 2 = r cos ()
Captulo 5. Integral
242
r 2 z2
z
e
sen () =
cos () =
r
r
o que implica que
z = r cos () ,
= acos
z
r
r 2 z 2 = r sen ()
Vamos utilizar a mudana de variveis z = r sen () para determinar a seguinte integral indefinida
1
dz
r 2 z2
Temos que d z = r cos () d , pois
dz
= (r sen ()) = r cos () .
d
Logo
1
dz =
(r cos ()) d
r cos ()
r 2 z2
=asen rz
=
1d
e portanto
=asen rz
( +C )=asen z
r
z
1
d z = asen
+C
r
r 2 z2
Para verificar que esse o resultado correto, basta derivar a expresso encontrada, o que tambm deixado como exerccio.
Agora podemos determinar a posio s (t ) do sistema massa-mola, onde
s (0) = s 0 a posio inicial e s (0) = v 0 a velocidade inicial. Usando a integral
indefinida acima na equao (5.8) e substituindo z por s (t ), obtemos
s (t )
asen
+C = ct + A.
r
243
e ento
s (t ) = r c cos (ct + B) .
Usando a lei do seno da soma, temos ento que a posio do sistema massamola dada por
s (t ) = r sen (ct + B)
e portanto
s (t ) = s 0 cos (ct ) +
onde c =
v0
sen (ct )
c
k/m.
r 2 + z 2.
r
cos () =
r 2 + z2
z
sen () =
r 2 + z2
Captulo 5. Integral
244
o que implica que
z = r tg () ,
= atg
z
r
r 2 + z2 =
r2
cos2 ()
dz
= r tg () = r sec2 () .
d
Logo
cos2 ()
2
r sec () d
r2
=atg rz
1
d
=
r
=atg rz
1
+C
=
r
=atg rz
1
dz =
2
r + z2
e portanto
z
1
1
d z = atg
+C
r 2 + z2
r
r
(5.9)
Mais uma vez, para verificar que esse o resultado correto, basta derivar a
expresso encontrada, o que deixado como exerccio.
E XERCCIOS DE F IXAO
5.4.1 Considere a funo f (x) =
x = 2tg().
1
x2 + 4
245
2
f (x) d x igual a
(c) log( 12 )
(b) /16
1
5.4.2 Considere que a funo acelerao dada por a(t ) =
e utilize a
4 t2
substituio trigonomtrica t = 2 sen().
(i ) Sua integral indefinida dada por
(a) 12 asen(t /2) +C
(b) /4
(d) 12 asen(1/2)
(c) asen(1/2)
4
e utilize a substituio trigonom(4 x 2 )3/2
3
3
(b)
2 3
3
(c)
4 3
3
(d)
16x 2
4x
x 2 16 x 2
5.5
+C
16x 2
x
(b) 16x
(c)
16x +C
4
(i i ) Sua integral definida 1 f (x) d x igual a
x
4x 2
2
3
(d)
+C
(d) x 16 x 2 +C
Outra tcnica de integrao fundamental a denominada regra de integrao por partes, que veremos a seguir ser um reflexo da regra da derivada do
produto.
Captulo 5. Integral
246
g (x) f (x) d x
f (x) g (x)
g (x) f (x) d x
=
=
g (x) f (x) d x
f (x) g (x) + g (x) f (x) g (x) f (x)
f (x) g (x)
f (x) g (x)
=
f (x) g (x) d x .
247
Uma outra aplicao da integrao por partes o clculo da integral indefinida do quadrado do seno
sen2 () d
sen2 () d =
1
( cos () sen()) + D
2
Captulo 5. Integral
248
ou
x n cos (cx)
ou
x n e cx
sempre escolhemos
g (x) = x n
pois a potncia diminui seu grau quando derivada. Por exemplo, vamos
calcular a seguinte integral indefinida
x 2 sen (x) d x
Se g (x) = x 2 e f (x) = sen (x), temos que g (x) = 2x e podemos escolher
f (x) = cos (x). Pela integrao por partes, temos que
2
2
x sen (x) d x = cos (x) x 2x ( cos (x)) d x
2
= cos (x) x + 2 x cos (x) d x.
Novamente aplicamos a integrao por partes escolhendo agora g (x) = x e
f (x) = cos (x). Neste caso, temos que g (x) = 1 e podemos escolher f (x) =
sen (x). Logo
2
2
x sen (x) d x = cos (x) x + 2 x cos (x) d x
2
= cos (x) x + 2 sen (x) x 1 sen (x) d x
= cos (x) x 2 + 2 ( sen (x) x ( cos (x))) +C .
e portanto
249
E XERCCIOS DE F IXAO
5.5.1 Considere a funo t e t e utilize f (t ) = e t e g (t ) = t .
(i ) Sua integral indefinida dada por
t2 t
e
2
(d) (t + 1)e t +C
+C
(b) (t 2 2t + 2)e t +C
t3 t
3e
+C
x2
2
(d) x2 cos(x) +C
cos(x) +C
(i i ) Sua integral definida 0 x sen(x) d x igual a
(a) (b) (c) 2 /2 (d) 2 /2
(b) x log(x) + x +C
e
log(x) d x igual a
(c) e 1 1 (d) 1
(c) x log(x) +C
(d)
1
x
+C
Captulo 5. Integral
250
5.5.6 Considere que a funo acelerao dada por a(t ) = cos(t )2 e utilize
integrao por partes.
(i ) Sua integral indefinida dada por
(a) 13 cos(t )3 +C
(c) 12 (t sen(t ) cos(t )) +C
(b) sen(t )2 +C
(d) 12 (t + sen(t ) cos(t )) +C
(i i ) A variao da velocidade entre 0 e , dada por 0 a(t ) d t , igual a
(a) 0
(b) 1
(c) /2
(d)
5.5.7 Considere a funo acos(x), utilize primeiro integrao por partes com
f (x) = 1, g (x) = acos(x) e depois uma substituio adequada.
(i ) Sua integral indefinida dada por
(b) 1
(c)
1
2
(d) 12
5.5.8 Considere a funo atg(x), utilize primeiro integrao por partes com
f (x) = 1, g (x) = atg(x) e depois uma substituio adequada.
(i ) Sua integral indefinida dada por
(a) x atg(x) + log(1 + x 2 ) +C (b) x atg(x) + 12 log(1 + x 2 ) +C
(c) x atg(x) log(1 + x 2 ) +C (d) x atg(x) 12 log(1 + x 2 ) +C
1
(i i ) Sua integral definida 0 atg(x) d x igual a
(a)
+ 12 log(2)
(b)
12 log(2)
(c)
+ log(2)
(d)
log(2)
251
(5.10)
para todo tempo t 0. Vamos supor s (t ) positiva num dado intervalo. Neste
caso, podemos escrever s (t ) = e y(t) , onde y (t ) = log (s (t )). Temos ento que
e
a (t ) = s (t ) = y (t ) + y (t )2 e y(t) .
v (t ) = s (t ) = y (t ) e y(t)
Captulo 5. Integral
252
(5.11)
que conhecida como equao de Ricatti associada equao (5.10). Podemos isolar o termo em que aparece a derivada de y, de modo que
m y (t ) = k c y (t ) m y (t )2
e, portanto, temos que
y (t )
m y (t )2 + c y (t ) + k
1
.
m
y (t )
m y (t )2 + c y (t ) + k
dt =
t
+ D.
m
1
dx
2
mx + cx + k
x=y (t)
t
+D
m
(5.12)
denominada equao integral de Ricatti associada equao (5.10). A determinao dessa ltima integral nos permite encontrar y (t ), em seguida y (t )
e, finalmente, a posio da suspenso s (t ) = e y(t) .
O problema acima nos motiva a calcular integrais do tipo
1
ax 2 + bx + c
d x.
(5.13)
253
>0
A (x r 2 ) + B (x r 1 )
,
a (x r 1 ) (x r 2 )
1
= B.
r1 r2
Captulo 5. Integral
254
de modo que
x r1
1
1
+C
log
dx =
ax 2 + bx + c
a (r 1 r 2 )
x r2
=0
1
1
d
x
=
+C
ax 2 + bx + c
a (x r )
<0
255
x r
1
1
d
x
=
atg
+C
ax 2 + bx + c
a
P OSIO DA SUSPENSO
Retomando o problema da posio s (t ) da suspenso, vimos que ela pode
ser encontrada da seguinte maneira. Encontramos y (t ) atravs da equao
integral de Ricatti
t
1
dx
= + D,
2
mx + cx + k
m
x=y (t)
obtemos y (t ) aps uma integrao e, finalmente, fazemos s (t ) = e y(t) . Vimos
que o clculo da integral acima depende das razes da equao
mx 2 + cx + k = 0
Captulo 5. Integral
256
(5.14)
c =3
k =2
s (0) = 1
A (x + 1) + B (x + 2)
,
(x + 1)(x + 2)
1 = 2A + B.
257
y (t ) + 1
= Le t ,
y (t ) + 2
1 + 2Le t
.
1 Le t
(5.15)
Captulo 5. Integral
258
Fazendo s (t ) = e y(t) , segue que
t
s (t ) = e t+log(|1Le |)+M
t
= e t e log(|1Le |) e M
= e t |1 Le t |e M
= e t 1 Le t P
(5.16)
1 = s (0) = P 2Q
s (t ) = e t e 2t
a posio do amortecedor.
259
E XERCCIOS DE F IXAO
5.6.1 Considere a funo f (x) =
1
.
(x + 1)(x 3)
3x 4
.
(x 3)(x 2)
Captulo 5. Integral
260
12x 16
+C
(x 3)2 (x 2)2
6x 2 16x
+C
(b)
(x 3)2 (x 2)2
(c) 5 log|x 3| 2 log |x 2| +C
(d) 5 log |x 3| + 2 log|x 2| +C
1
(i i ) Sua integral definida 0 f (x) d x igual a
5
5
(a)
(b)
9
2
(c) 7 log(2) 5 log(3) (d) 5 log(3) + 3 log(2)
(a)
1
2x 2 4x 6
1
x 2 6x + 9
1
x 2 6x + 10
261
3
(i i ) Sua integral definida 2 f (x) d x igual a
10
9
(a)
(b)
(c)
(d)
2
4
12
12
5.7
Nesta seo, vamos mostrar como podemos utilizar a integral definida de uma
dada funo f num dado intervalo [a, b] para o clculo de volumes, comprimentos e reas. Dividindo o intervalo [a, b] em n subintervalos [xk , xk+1 ] de
tamanhos iguais, temos que a integral definida de f em [a, b] pode ser decomposta da seguinte forma
b
a
f (x) d x =
x2
x1
f + +
xk+1
xk
f + +
xn+1
xn
onde
xk = a + (k 1)x
x =
ba
n
(5.18)
Captulo 5. Integral
262
como ilustrado pela Figura 5.16. A n-sima soma inferior e a n-sima soma
superior so definidas, respectivamente, por
s n = m 1 x + + m n x
S n = M1 x + + Mn x
b
a
f Sn .
(5.19)
b
a
Prova: Vamos demonstrar a proposio apenas no caso em que f montona. Consideramos o caso em que f crescente, deixando o caso em que f
decrescente como exerccio. Primeiro mostramos que S n s n 0. De fato,
como f crescente, temos que Mk = f (xk+1 ) e m k = f (xk ), como ilustra a
Figura 5.17. Neste caso, colocando x em evidencia, temos que
S n = f (x2 ) + f (x 3 ) + + f (xn+1 ) x
s n = f (x1 ) + f (x 2 ) + + f (xn ) x.
263
S n s n = f (xn+1 ) f (x 1 ) x
ba
S n s n = f (b) f (a)
0,
n
como ilustrado pela Figura 5.17.
sn
Finalmente, temos que
b
a
f.
S n = (S n s n ) + s n
b
a
f.
Captulo 5. Integral
264
265
Mk = R k2 .
sn V S n ,
(5.20)
onde
s n = m 1 x + + m n x
S n = M1 x + + Mn x
de modo que
V=
b
a
g (x)2 d x
(5.21)
Captulo 5. Integral
266
de modo que
V=
4r 3
3
S OMAS DE R IEMANN
Escolhendo um ponto xk qualquer do intervalo [xk , xk+1 ], uma soma de Riemann da funo f no intervalo [a, b] com n fatores dada por
f x1 x + + f xn x
Como m k f xk Mk , segue que
s n f x1 x + + f xn x S n .
b
a
267
Utilizando a notao para o somatrio dos n primeiros termos de uma sequncia ak dada por
n
ak = a1 + + an
k=1
temos ento que uma soma de Riemann da funo f no intervalo [a, b] com n
fatores dada por
n
f xk x.
k=1
n
k=1
xk
b
a
f (x) d x
C OMPRIMENTO DE GRFICOS
O conceito de soma de Riemann pode ser utilizado para o clculo tanto de
comprimentos quanto de reas. Vamos primeiro determinar a integral que
fornece o comprimento do grfico de uma funo suave g , definida em [a, b],
como ilustrado pela Figura 5.20. Dividindo o intervalo [a, b] em n subintervalos [xk , xk+1 ] de tamanhos iguais a x, temos que o comprimento C de g
pode ser aproximada por
n
k=1
C k = C 1 + +C n
Captulo 5. Integral
268
Pelo Teorema do Valor Mdio, temos que existe xk (x k , xk+1 ) tal que
y
= g xk .
x
Logo
2
C k2 = (x)2 + g xk x .
e portanto
Ck =
2
1 + g xk x.
k=1
n
2
Ck =
1 + g xk x
k=1
C.
k=1
269
de modo que
b
C=
1 + g (x)2 d x
a
(5.22)
(5.23)
e x + e x
.
2
Captulo 5. Integral
270
=
=
=
b
a
b
a
b
a
1 + cosh (x)2 d x
1 + senh (x)2 d x
cosh (x) d x
= [senh (x)]ba ,
de modo que
C = senh (b) senh (a)
k=1
Ak = A1 + + An
g (xk+1 ) + g (xk )
A k = 2
2
2
(x)2 + y ,
das cascas
laterais
L k obtidas
pela rotao
do segmento de reta que liga o
ponto xk , g (xk ) ao ponto xk+1 , g (xk+1 ) , como ilustrado pela Figura 5.22.
271
Para a obteno da frmula da rea A, pode analisar os pedaos da superfcie S onde o grfico do perfil g no muda de forma. Em cada um desses
pedaos, g pode ser crescente ou decrescente e com concavidade para cima
ou para baixo. Vamos analisar o caso em que g crescente com concavidade
para cima, sendo que nos outros casos a anlise similar. Neste caso, temos
que g e g so crescentes, mostrando que
g (xk+1 ) + g (xk )
2g (xk+1 )
2g (xk ) 2
2
e tambm que
1 + g (x
k)
y
1+
x
2
1 + g (xk+1 )2 ,
uma vez que, pelo Teorema do Valor Mdio, existe c (xk , xk+1 ) tal que
y
= g (c) .
x
Multiplicando-se as duas desigualdades acima, obtemos a desigualdade
f (xk )
Ak
f (xk+1 ) ,
x
Captulo 5. Integral
272
onde
f (x) = 2g (x)
1 + g (x)2
de modo que
Ak
,
f xk =
x
n
k=1
Ak =
n
k=1
f xk x
k=1
de modo que
A = 2
b
a
g (x)
1 + g (x)2 d x
(5.24)
273
de modo que
A = 4r 2
5.8
Nesta seo, determinaremos o movimento do pndulo sem atrito. Em primeiro lugar, vamos determinar sua Lei de Conservao da Energia. Supomos
que a haste rgida que sustenta a ponta do pndulo possui comprimento L e
massa desprezvel.
Captulo 5. Integral
274
uma vez que a posio tangencial dada por
s (t ) = L (t )
Portanto, temos que
mL (t ) = mg sen ( (t ))
(5.25)
mL (t ) (t ) d t = mg sen( (t )) (t ) d t
(5.26)
Temos que
(t ) (t ) d t =
(t )
=
+C ,
ydy
2
y= (t)
pois d y = (t ) d t e
sen ( (t )) (t ) d t =
sen (z) d z
z=(t)
= cos ( (t )) + D,
L 2 (t )
mg L cos ( (t )) = K ,
2
onde K = D C uma constante arbitrria. Como a velocidade tangencial
dada por
v (t ) = s (t ) = L (t )
m
h (t ) = L L cos ( (t ))
temos que
m
v (t ) 2
+ mg h (t ) = E
2
(5.27)
275
C ONDIES INICIAIS
Vamos supor que
(0) = 0
(0) = 0
Temos ento que ponta do pndulo solta da altura 2L com velocidade nula,
de modo que
02
E = m + mg (2L) = 2mg L.
2
Neste caso, segue que
2
L (t )
+ mg L (1 cos ( (t ))) = 2mg L.
m
2
Isolando (t ) e simplificando, obtemos que
(t )2 =
2g
(1 + cos ( (t ))) .
L
4g
cos ( (t ) /2)2 ,
L
(t )
=2
cos ( (t ) /2)
g
.
L
g
t +R
L
(t )
dt = 2
cos ( (t ) /2)
2d = (t ) d t
(5.28)
Captulo 5. Integral
276
de modo que
(t )
dt =
cos ( (t ) /2)
2
d
.
cos ()
=(t)/2
2
d =
cos ()
2 cos ()
d
cos ()2
2 cos ()
d
1 sen ()2
2
=
dx
,
1 x2
x= sen()
=
=
=
A (1 + x) + B (1 x)
(1 x) (1 + x)
(A B) x + (A + B)
.
1 x2
2 = (A B) x + (A + B) ,
o que, por igualdade de polinmios, mostra que
A B = 0
A + B = 2.
277
Temos que
1 + sen ( (t ) /2)
(t )
d t = log
+ S.
cos ( (t ) /2)
1 sen ( (t ) /2)
1 + sen ( (t ) /2)
g
=2
t +T
log
1 sen ( (t ) /2)
L
g
1 + sen ( (t ) /2)
2 Lt
=e
.
1 sen ( (t ) /2)
Isolando sen ( (t ) /2), temos que
sen ( (t ) /2) =
e
e
g
2 Lt
g
2 Lt
+1
1 cos ( (t )) = 2
Pela equao (5.27), segue ento que
h (t ) = 2L
e
e
e
e
g
2 Lt
g
2 Lt
g
2 Lt
g
2 Lt
1
+1
2
1
+1
2
Captulo 5. Integral
278
E XERCCIOS
DE
D EMONSTRAO
1 + cos (2)
,
2
1 + cos = 2 cos2 /2 .
DE
A PLICAO
v (t )
= 0, 1 para t > 0,
100
+
v
(t
)
v (0) = 50 .
279
m s (t ) = m M G
()
(R + s(t ))2
s(0) = 0 e s (0) = v 0
2MG
,
R
ento a velocidade s (t ) sempre positiva. A constante v e denominada a velocidade de escape da Terra.
v0 ve =
s (t )
4 s(t )2
= .
Captulo 5. Integral
280
(i ) Use
a regra da substituio para transformar a integral
s (t )/ 4 s(t )2 d t em uma outra integral na varivel u que
no envolva a derivada s (t ).
v (t )
= 10, t > 0.
v (t )2 1
(i ) Use
u = v (t ) para transformar a integral
a substituio
2
v (t ) d t /(v (t ) 1) em uma outra que no envolve a derivada
v (t ).
(i i ) Calcule a integral na varivel u do item anterior usando o mtodo
das fraes parciais.
(i i i ) Supondo v (t ) 1 > 0, use a equao () e os itens anteriores para
determinar uma expresso de v (t ) em termos da funo exponencial e uma constante arbitrria C .
(i v ) Se o salto for efetuado de uma altura suficientemente grande, a
velocidade com que o paraquedista alcana o solo aproximadamente igual ao limite lim v (t ). Calcule esse limite e verifique que o
t
281
CAPTULO
G ABARITOS DE F IXAO
2.1 A PROXIMAO DA ORIGEM
2.1.1 (i ) (b), (i i ) (d), (i i i ) (c)
2.1.2 (i ) (d), (i i ) (b), (i i i ) (c)
2.1.3 (i ) (d), (i i ) (b), (i i i ) (a)
284
2.4.4 (b)
2.4.5 (d)
2.4.6 (b)
2.4.7 (b)
285
286
287
4.1 OTIMIZ AO
4.1.1 (i ) (c), (i i ) (b), (i i i ) (d)
4.1.2 (i ) (b), (i i ) (b), (i i i ) (c)
4.1.3 (i ) (b), (i i ) (b), (i i i ) (a)
4.1.4 (i ) (d), (i i ) (c), (i i i ) (b)
4.1.5 (i ) (d), (i i ) (c), (i i i ) (b)
288
289
5.2.4 (i ) (d), (i i ) (a)
5.2.5 (i ) (c), (i i ) (a)
5.2.6 (i ) (c), (i i ) (c)
5.3 S UBSTITUIO
5.3.1 (i ) (d), (i i ) (a)
5.3.2 (i ) (c), (i i ) (c)
5.3.3 (i ) (a), (i i ) (b)
5.3.4 (i ) (b), (i i ) (d)
5.3.5 (i ) (b), (i i ) (a)
290
5.5.7 (i ) (c), (i i ) (a)
5.5.8 (i ) (d), (i i ) (b)
APNDICE
A PNDICES
A.1
P ROGRESSES GEOMTRICAS
rn 0
r=
onde
1
1+a
1
1 > 0.
r
Pode-se mostrar por induo, o que deixado como exerccio, que (1 + a)n >
an, para todo n N. Segue ento que
a=
0 rn =
1
1
n <
an
(1 + a)
291
Apndice A. Apndices
292
Vamos mostrar que a sequncia (s n ) possui limite, desde que 1 < r < 1.
Proposio A.2: Se 1 < r < 1, ento
sn
1
1r
1
1r
1 r n+1
.
1r
.
1r
1r
A.2
293
B INMIO DE N EW TON
Nesta seo, vamos mostrar como relacionar a potncia (a + b)n com as potncias a k e b k , onde 0 k n. Primeiro vamos considerar o caso particular
onde a = 1 e b = x.
Proposio A.3: Temos que
(1 + x)n =
n k
n n
n n
+
x
+
+
x
x
+
+
0
1
k
n
onde
n
k
n!
k! (n k)!
nk
n
0
n
n
n n
+ 1 x + + nk x k + + nn x n
0
= 1. Como
+
+
+
+
0
1
k1
k
n
n n k
n n n
n n n n n+1
= 0 + 1 + 0 x + + k + k1 x + + n + n1 x + n x
.
(1 + x)n+1 =
n+1
k
n n
k + k1 ,
Apndice A. Apndices
294
para cada 1 k n. Vamos utilizar essa frmula para provar por induo em
n que
n
n!
.
k = k!
(n k)!
De fato, para n = 1, temos que
1
0
=1=
1!
0! (1 0)!
1
=1=
1!
.
1! (1 1)!
Supondo que a frmula vale para n, vamos mostrar que tambm vale para
n + 1. Temos ento que
n+1
k
n n
k + k1
n!
n!
+
k! (n k)! (k 1)! (n k + 1)!
n! (n k + 1) + n!k
k! (n k + 1)!
n! (n + 1)
k! (n k + 1)!
(n + 1)!
.
k! (n + 1 k)!
=
=
=
=
=
n!
n!
= n (n 1) (n 2) (n (k 1)) n k .
k! (n k)! (n k)!
n
0
1
1
1
1
1
..
.
n
1
1
2
3
4
..
.
n
n
n
1
3
6
..
.
1
4
..
.
1
..
.
..
295
n
0
an +
n
1
a n1 b + +
n
k
a nk b k + +
n
n
bn
(a + b)n = a n (1 + x)n ,
A.3
L IMITE E MONOTONICIDADE
Nesta seo, vamos mostrar dois resultados que garantem tanto a existncia
do limite de sequncias quanto a existncia do limite de funes montonas.
A demonstrao destes resultados est diretamente ligada propriedade da
completude da reta R. O primeiro afirma que uma sequncia montona limitada sempre possui um limite.
Proposio A.5: Se an montona e limitada, ento an a , para algum a
R.
Prova: Vamos supor que an no-crescente. Definimos o conjunto
C = {an : n N}
e o conjunto
B = {b : b a n para todo n N},
Apndice A. Apndices
296
B = b : b f (x) para todo x < a, x dom f ,
297
Apndice A. Apndices
298
A.4
f y f g (a)
g (a) = lim
,
yg (a)
y g (a)
f y f g (a)
m
y g (a)
para todo y onde 0 < |y g (a) | < 1/m. De fato, caso contrrio, para cada
n N, existiria y n tal que 0 < |y n g (a) | < 1/n e tambm
f y n f g (a)
>n
y n g (a)
e, portanto, f no seria derivvel em g (a), uma vez que y n g (a), com y n =
g (a). Temos ento que
| f y f g (a) | m|y g (a) |,
A.5
299
f g (a) = 0 = f g (a) g (a) .
P ROPRIEDADES DA REA
Vamos iniciar esta seo apresentando as propriedades fundamentais que caracterizam o conceito de rea de uma regio plana. Antes devemos introduzir
os conceitos de isometria e de congruncia de figuras planas. Uma isometria
uma transformao T do plano Cartesiano nele mesmo que preserva a distncia entre pontos. Pelo Teorema de Pitgoras, a distncia d (A, B) entre os
pontos A e B satisfaz a seguinte equao
2
d (A, B)2 = (x A xB )2 + y A y B
em termos de suas coordenadas.
Apndice A. Apndices
300
301
Apndice A. Apndices
302
303
A (DBC ) = A (EC B)
Apndice A. Apndices
304
A.6
M TODO DA EXAUSTO
A densidade de Q em R permite construir sequncias de nmeros racionais convergindo para cada nmero a R. Esse resultado uma consequncia imediata do Teorema do Sanduche.
Corolrio A.9: Para todo a R, exitem sequncias (r n ) e (s n ), onde r n , s n Q
para todo n N, tais que r n a s n , ou seja, r n a e tambm s n a .
Prova: Pela densidade de Q em R, para todo n N, existem r n , s n Q tais que
a
1
1
< r n < a < sn < a + ,
n
n
305
Apndice A. Apndices
306
Portanto, obtemos que
A
Se
m
a, b = A (a, b) .
n
n
m
m
k
e
s= ,
n
l
m k
mk
A (r, s) = A
,
=
A (1, 1) = r s,
n l
n l
r=
ento
307
da exausto. Tal mtodo baseia-se na aproximao da rea do crculo trigonomtrico atravs das sequncias das reas dos polgonos regulares inscritos
e circunscritos.
De fato, vamos considerar as sequncias A (I n ) e A (C n ), onde I n o polgono regular inscrito de 2n+1 lados, descrito anteriormente na Seo 2.2, e C n
o polgono regular circunscrito de 2n+1 lados. Como ilustrado pela Figura
A.14, temos que I 1 e C 1 so, respectivamente, os quadrados inscrito e circunscrito e que I 2 e C 2 so, respectivamente, os octgonos inscrito e circunscrito.
Os comprimentos dos lados de I n e C n so denotados, respectivamente, por
ln e Ln .
A Figura A.15 destaca um tringulo elementar que compe I n e tambm
um tringulo elementar associado que compe C n . Enquanto o tringulo elementar de C n possui base de comprimento L n e altura com comprimento 1, o
tringulo elementar de I n possui base de comprimento l n e altura com comprimento denotado por h n , da mesma maneira que na Seo 2.2. Como o
nmero de tringulos elementares igual ao nmero de lados, temos ento
que a rea dos polgonos regulares o produto do nmero de seus lados pela
rea comum dos seus tringulos elementares. Aps simplificaes, obtemos
as seguintes expresses para as reas
A (C n ) = 2n L n
A (I n ) = 2n l n h n
(A.1)
Apndice A. Apndices
308
(A.2)
(A.3)
Pelo Teorema do Sanduche, basta mostrarmos que o ltimo termo das desigualdades (A.3) converge para zero, o que, pelas regras de limite, o mesmo
A (C n )
que mostrar que
1. Para isso, consideramos novamente a Figura
A (I n )
A.15. Por semelhana de tringulos, temos que
1
Ln
=
ln
hn
309
h n2
ln
= 1
2
A (C n )
A (I n )
=
=
=
2
Ln
l n hn
1
h n2
1
2
ln
1
2
A (C n )
1, basta mostrarmos
A (I n )
que l n 0. Isso segue mais uma vez do Teorema do Sanduche e da seguinte
desigualdade
A (D)
0 ln n ,
(A.4)
2 h1
Pelas regras de limite, para mostrarmos que
e que
A (D) = = SP (D)
Apndice A. Apndices
310
A (I n )
, pela regra do quociente, basta mostrar
hn
que h n 1. Como l n2 = 1 h n2 , temos que
Prova: Como SP (I n ) = 2n l n =
0 1 hn =
l n2
1 + hn
l n2 .
311
E XERCCIOS
DE
D EMONSTRAO
5.1 Mostre por induo que (1 + a)n > an, para todo n N, onde a > 0.
5.2 Complete a demonstrao da ProposioA.5, considerando o caso em
que an no-decrescente.
5.3 Complete a demonstrao da Proposio A.8, como indicado na Figura
A.16.
5.4 Mostre por induo que A (na, b) = n A (a, b) para todo n N, utilizando
que
A (a + b, c) = A (a, c) + A (b, c) ,
para todo a, b, c R.
R EFERNCIAS B IBLIOGRFICAS
[1]
[2]
[3]
[4]
[5]
[6]
[7]
313
NDICE R EMISSIVO
base neperiana, 56
binmio de Newton, 295
catenria, 269
completude dos reais, 20, 295
comportamento assinttico, 183
comprimento
da catenria, 269
de grficos, 267
congruncia
de figuras planas, 299
de segmentos, 12
continuidade
da exponencial, 74
da inversa, 83
da raz, 84
do arco-cosseno, 86
do logaritmo, 84
do seno e do cosseno, 93
energia
cintica, 170
mecnica, 170
potencial, 170
equao
caracterstica, 256
da reta, 24
de Ricatti, 252
do arremesso com atrito, 235
do arremesso sem atrito, 231
do circuito RLC, 258
do grfico, 23
do sistema massa-mola, 133
do sistema MMA, 251, 256
do trem bala, 128
integral de Ricatti, 252, 255
rea
da esfera, 272
de regio plana, 299
de superf. de revoluo, 270
lquida, 214
propriedades, 301
superior e inferior, 214
acelerao, 121
315
ndice Remissivo
316
funo
acelerao, 122
afim, 23
arco-cosseno, 86
arco-seno e arco tangente, 88
colchete, 227
concavidade, 173
contnua, 72
cosseno hiperblico, 269
definida por partes, 27
derivada, 114
derivada segunda, 120
exponencial, 56
expresso algbrica, 22
injetiva, 28
inversa, 29
logaritmo, 56
montona, 29, 295
polinomial, 26
primitiva, 224
racional, 26
real, 21
seno e cosseno, 87
seno hiperblico, 269
tangente, 88
velocidade, 121
indeterminao do tipo
infinito sobre infinito, 192
zero sobre zero, 165
integral
definida, 214, 220
fraes parciais, 253
indefinida, 226
integrao por partes, 245
soma de Riemann, 266
subst. trigonomtrica, 241
substituio, 233
isometria, 299
reflexo, 300
rotao, 300
translao, 300
Lei
da Conservao da Energia,
168, 238, 240, 274
de Hooke, 133
de Newton (segunda), 122, 126,
128, 133, 169, 231, 235, 251
limite de funes, 59
infinito, 189
limites laterais, 64
monotonicidade, 62
no infinito, 187
regras de limite, 61
limite de sequncias, 41
infinito, 185
monotonicidade, 45
regras de limite, 44
unicidade, 45
mtodo
da bisseco, 77
da integrao por partes, 245
da subst. trigonomtrica, 241
da substituio, 233
das fraes parciais, 253
de esboo de grficos, 198
de exausto, 307
de otimizao, 160
nmero binomial, 293
otimizao, 159
parbola, 24
plano Cartesiano, 13
ndice Remissivo
ponto
crtico, 159
de descontinuidade, 70
de extremo, 158
de extremo local, 175
de inflexo, 175
de mnimo, 158
de mnimo local, 176
de mximo, 159
de mximo local, 176
de sela, 177
degenerado, 176
vertical, 189
Princpio
de Cavallieri, 230
de Induo, 17
progresso geomtrica, 291
Propriedade Arquimediana, 18
quociente de Newton, 101
razo urea, 43
Regra de LHospital, 165, 192
reta
assntota, 183
assntota horizontal, 183, 187
assntota vertical, 184, 189
secante, 103, 173
tangente, 103, 105, 117
sequncia
alternada, 39
anti-harmnica, 34
convergente, 41
de Fibonacci, 42
harmnica, 33
harmnica alternada, 34
limitada, 39
margem de erro, 34
317
montona, 295
tempo de espera, 34
termo geral, 33
taxas relacionadas, 143
Teorema
de Roll, 162
de Weierstrass, 161
do Sanduche (funes), 63
do Sanduche (sequncias), 45
do Valor Intermedirio, 79
do Valor Mdio, 162
Fundamental do Clculo, 222
teste
da derivada segunda, 178
da reta horizontal, 29
da reta vertical, 21
valores extremos, 158
variao
da posio, 217
da velocidade, 216
velocidade, 106
volume
da esfera, 265
de slidos de revoluo, 264
APNDICE
S OBRE O AUTOR
Mauro Patro professor adjunto do Departamento de Matemtica da UnB,
tendo completado a graduao no Departamento de Engenharia Mecnica da
UnB (2001), o mestrado no Departamento de Matemtica da UnB (2003) e o
doutorado no Departamento de Matemtica da Unicamp (2006). Atua como
orientador de doutorado na Ps-graduao do Departamento de Matemtica
da UnB. Seus interesses em pesquisa incluem, entre outros, tpicos tais como
Dinmica Topolgica, Teoria Ergdica e Teoria de Lie, tendo publicado artigos
relacionados a esses assuntos em revistas cientficas de projeo internacional. co-fundador do Grupo de Ensino dos Clculos da UnB, co-fundador do
blog Teoria de Lie e Aplicaes <http://teoriadelie.wordpress.com/> e um
entusiasta da criao colaborativa tanto no ensino quanto na pesquisa em
Matemtica.
319