A Distinção Entre Norma de Comportamento e Norma de Sanção Na Teoria Analítica Do Direito
A Distinção Entre Norma de Comportamento e Norma de Sanção Na Teoria Analítica Do Direito
A Distinção Entre Norma de Comportamento e Norma de Sanção Na Teoria Analítica Do Direito
Atravs da necessria conexo de uma ordem de comportamento com uma ameaa de sano,
afigura-se Hobbes, ademais, como um primeiro defensor de uma teoria das normas com acento na
sano (Sanktiontheorie der Normen). No entanto, sua posio diferencia-se essencialmente de
variantes monistas mais modernas,26 na medida em que toma como destinatrios no apenas o juiz,
mas, tendo em vista o comportamento culpvel, tambm os cidados. O 14. captulo termina com
uma interessante especulao. Segundo Hobbes, a pena tambm pode ser enxergada como um
preo de compra e venda (pretium) por uma infrao. Nesse caso, a lei no contm nenhuma
proibio absoluta dirigida aos cidados e nenhuma proibio vingativa, dirigida s autoridades, mas
apenas uma condio. Uma vez que o fato no seria mais proibido para aquele que preenche a
condio, o criminoso tampouco infringe a lei.27 Logo, o delito no seria um comportamento ilcito,
mas afigurar-se-ia como um negcio jurdico: para a vantagem especial leso de bem jurdico
paga-se com a especial vantagem punibilidade.28 Apesar de Hobbes deixar para o legislador a
deciso a favor de uma interpretao da norma com acento na sano ou com acento na
contraprestao, ele indica a razo pela qual considera a segunda opo menos convincente.
Nesses casos, o devedor estaria obrigado a assumir a prpria pena. Como, porm, um assassino
poderia obrigar-se prpria execuo?29 Uma tal obrigao contraria o impulso humano natural de
autopreservao e, com isso, a lei natural.
III. A distino entre lei principal e subsidiary em Bentham
A obra Of Laws in General, de Bentham, pode ser vista como a primeira teoria geral do direito. Para
o nosso contexto, interessa o captulo onze, intitulado Force of a Law.30 No quarto tpico, Bentham
distingue como antes fizera Hobbes entre duas partes da lei: o comando de comportamento
the one serving to make known to you what the inclination of the legislator is e o estmulo ou apelo
de comportamento (Verhaltensanreiz), por meio do qual o legislador pretende reforar sua ordem
the other serving to make known to you what motive the legislator has furnished you for complying
with that inclination. A primeira parte chama Bentham de directive, ela dirige-se more particularly
to your understanding. A segunda parte denomina ele de sanctional or incitative, ela dirigi-se to
your will.31
At aqui, tudo faz, em grande medida, lembrar Hobbes. Em seguida, no entanto, Bentham toma
outro rumo. verdade, diz Bentham, que a ideia de coero no entendimento corrente
inexoravelmente ligada ao conceito de direito. Isso no , contudo, necessariamente assim.32
Dever-se-ia, na realidade, distinguir entre principal law e subsidiary law. Esta distino ser
discutida com mais detalhes frente. Para Bentham, a lei possui duas partes, the directive part ()
and an article of a different nature, a prediction. Permanece, todavia, aberto o modo pelo qual o mal
ameaado de fato se realiza. Tomada por si s, essa lei seria incua: As an expression of will, it is
impotent; as a prediction, it is false.33 Nessa situao, o que um legislador pode, ento, fazer?
Segundo Bentham, ele no pode ordenar a si mesmo executar a sano, pois assim ele exorbitaria
de sua funo e uma outra forma de exerccio do poder estabelecer-se-ia.34 Por isso, s resta o
caminho de ditar uma segunda lei, na qual pessoas determinadas so autorizadas to verify the
prediction that accompanied the first. Essa segunda lei Bentham chama de subsidiary law, e a
primeira de principal law.35 O destinatrio da subsidiary law deve forosamente ser diverso do
destinatrio da principal law: for a man can not reward himself; nor will he punish himself. O direito
secundrio volta-se para o juiz. Coerentemente, direito primrio e secundrio em oposio a
Hobbes so two distinct laws, and not parts of one and the same law.36 Assim, no importa se a
norma primria e a norma subsidiria renem-se normalmente em um mesmo dispositivo: One
proposition is frequently enough to hold them both. A distino entre principal law e subsidiary law
no uma questo de formulao.37 Outrossim, indiferente o fato de que a subsidiary law
necessariamente pressuponha uma principal law a qual ela se refira.: Subsidiary law could not be
understood, nor even have existence, without having a principal law to refer to: the idea of such a law
being included in their very essence.38 Para Bentham, esta diferena fundamental.
Comparando os pontos de vista de Hobbes e Bentham, o do segundo mostra-se mais plausvel. O
ponto de partida de teoria das normas comum a ambos a definio da lei como imperativo. Ento,
porm, no se h de negar que a norma no matars! dirige-se a outro destinatrio do que a norma
punirs cada assassino com priso perptua!. Contanto que se tratam de dois comandos de
comportamento de contedos diversos, eles podem reconduzir-se mesma norma. Ademais, a
norma secundria de sano no tem apenas o carter de comando, mas tambm de competncia:
visto que a imposio de uma sano invade a esfera de liberdade juridicamente garantida do
delinquente, um fundamento autoritativo necessrio. Em um segundo sentido, uma norma
de
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Uma vez que os indivduos, em regra, no tomam conhecimento das leis penais, as normas
primrias no seriam capazes de cumprir sua funo. O direcionamento de comportamento
prestar-se-ia muito mais atravs dos valores da moral social reconhecidos na sociedade. De modo
distinto, o ordem jurdica estatal dirige-se to somente aos rgos estatais.71 De fato, pode-se discutir
se a legislao estatal ou a moral dominante que influencia os comportamentos de forma mais
intensa. J no interesse de sua eficcia, uma legislao deveria orientar-se pela concepo moral
dominante em uma sociedade e no se dedicar introduo e implementao de novos padres de
comportamento. Apesar disso, a tese de que o cidado apenas seria destinatrio de normas morais,
mas no de normas jurdicas, insustentvel, pois ela no capaz de demonstrar a diferena entre
comportamentos juridicamente prescritos e moralmente obrigatrios. Ao invs disso, essa tese
desgua na fatal possibilidade de que o Estado possa implementar meras noes morais, baseadas
em nenhum dever jurdico, por meio do direito penal. Para, nesse contexto, abordar um outro genius
loci: no caso do incesto entre irmos de Leipzig, a Corte Constitucional alem (BVerfG)
fundamentou, como considerao auxiliar, a constitucionalidade do 173 StGB dizendo que o tabu
do incesto introjetado na sociedade deveria ser preservado como uma noo social da punibilidade
do incesto fundada cultural e historicamente, ainda vigente.72 S se pode criticar essa deciso desde
um ponto de vista jurdico.
O segundo argumento questiona o carter jurdico da norma primria de conduta, porque ela,
mngua da conexo com uma sano, no poderia se distinguir de normas morais. Cada norma
jurdica, conforme sua estrutura, portanto, consiste na conjugao de um tipo (Tatbestand) com uma
sano. As normas primrias de comportamento no seriam nada mais que derivaes de uma
norma de sano e, por isso, superficiais.73 Esse argumento, porm, no faz jus plenamente ao
direito positivo. fato que, em todo caso, o direito penal secundrio constantemente padroniza, de
forma expressa, normas de comportamento. Fala-se, por isso, em leis penais em branco, porque o
comportamento punvel no se extrai da norma de sano. Ademais, aos deveres regulados de
forma detalhada conectam-se frequentemente consequncias jurdicas bem distintas, que no se
reduzem ao denominador sano.
Contra uma teoria monista das normas de sano objeta-se o seguinte: se as normas de sano no
tivessem como pressuposto respectivas normas de comportamento, no se poderia definir as
sanes por elas cominadas como consequncias jurdicas, ou seja, como reao violao de
deveres preexistentes. Uma sano haveria de ser, assim, apreendida meramente como uma
consequncia jurdica que seria percebida pela maioria das pessoas como desagradvel e que seria
produzida para elas evitarem a prtica de determinada conduta. Mas nem toda norma jurdica, cujas
consequncias jurdicas so percebidas pelo destinatrio como desagradveis, perseguem o fim de
dissuadir os cidados do comportamento conectado a essa consequncia jurdica. Em outras
palavras: pena e imposto no mais se distinguiriam.74 Acresce-se que, aquele que aceita o tributo
tambm, de certa forma, compra a liberdade relativa ao comportamento correspondente. No entanto,
um homicdio permanece proibido, mesmo que o autor esteja disposto a ir para a priso por isso
porque um delito como esse nega o direito vida da vtima. De qualquer maneira, uma teoria das
normas com acento na sano chama a ateno para o fato de que uma preveno eficaz exige que
ao comportamento indesejado oponha-se uma desvantagem suficientemente grave para o caso de
sua realizao, e que faz pouco sentido estabelecer normas de comportamento, caso na hiptese de
sua violao no se possa impor as sanes respectivas. Como visto, justamente Bentham refletia
essas consideraes na sua concepo dualista de normas.
No obstante, no se pode reduzir as normas primrias de comportamento aos pressupostos para a
inflio de sanes. Na verdade, elas devem promover a segurana de orientao indispensvel
para o convvio em uma comunidade, criando um catlogo de expectativas de comportamento.75 Isso
pode ser mostrado no exemplo do trnsito. Todo participante do trnsito deve poder confiar que os
outros da mesma forma respeitem as normas de trnsito, porque seno o trfego seria simplesmente
impossvel. As regras de trnsito no so seguidas apenas por medo de sanes, mas tambm por
conta da expectativa de que os outros comportem-se da mesma maneira, e, por ltimo, mas no
menos importante, da conscincia de que uma conduta ilcita tambm pode causar um dano para si
prprio. A pena entra em ao, portanto, apenas como ultima ratio, para, no caso de fracasso do
comando de comportamento, reforar novamente a expectativa de conduta frustrada pelo agente.
V. Da utilidade de uma concepo dualista das normas para a dogmtica jurdico-penal
Por fim, ser evidenciada a utilidade de uma concepo dualista das normas para a dogmtica
penal
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vistos, portanto, desde a perspectiva do Estado, que, atravs de seus imperativos, os constituem.
Ao lado da fundamentao formal do direito como que de cima para baixo, para Bentham sua
fundamentao material provm da coletividade. Mxima superior, no s da moral, mas tambm da
legislao,86 o princpio da maximizao de benefcios: de mais de uma alternativa, deve-se preferir
aquela que traz mais benefcios.87 O princpio da maximizao de benefcios at no incompatvel
com a ideia de direitos subjetivos. A disposio dos indivduos sobre a esfera jurdica a ele garantida
est, contudo, sob a reserva da maximizao de benefcios.88 O que melhor para o bem comum
decide o soberano.89 Este ponto de vista corresponde no s antiga concepo jusnaturalista do
direito penal,90 mas tambm ao conceito de bem jurdico que prevaleceu no final do sculo XIX sob a
influncia de Binding e Liszt.91
O estatismo e o coletivismo de conformao benthmica e bndica esto j da perspectiva do
direito positivo superada. O enftico acento da intangibilidade da dignidade humana no art. 1, item
1, frase 1 GG (Constituio alem), a evocao de direitos humanos inviolveis e inalienveis no
item 2, bem como a garantia da do contedo essencial (Wesensgehalt) dos direitos fundamentais,
irrevogvel por qualquer legislao ou interveno, no art. 19, item 2 GG, so traos de uma
fundamentao jurdica liberal-individualista, de baixo para cima, como tambm sustenta a teoria
pessoal do bem jurdico.92 Por conseguinte, o Estado reconhece os direitos humanos fundamentais
dos cidados. Seus direitos subjetivos no so resultado de atos de benevolncia, com o qual a
autoridade agracia seus sditos; eles no so criados originalmente pelo Estado, seno
conceitualmente preexistentes e juridicamente reconhecidos. Poder-se-ia aqui reportar posio
liberal-jusnaturalista de Feuerbach, derivada da teoria jusfilosfica do contrato social, segundo a qual
todo o delito caracteriza-se pela leso de um direito.93 Qual posio jurdica lesionada, por
exemplo, pelo incesto? Esse , porm, um outro tema.
VI. Concluso
Com isso devem ter restados claros o contedo e o potencial da distino entre normas de
comportamento e normas de sano, mas tambm seus limites. Apenas partindo-se da correta
concepo de teoria das normas ainda no se fundamenta qual comportamento deve ser punvel, ou
mais amplamente: onde repousam os limites do direito penal estatal.
A teoria das normas desbrava, no entanto, o direito penal por dentro. Sua utilidade que ela
possibilita uma anlise das estruturas dogmticas e uma crtica da fundamentao dogmtica de
preceitos na melhor tradio da teoria do direito, o que, tendo em vista seu criador Jeremy
Bentham, no surpreende. Desse modo, problemas aparentes podem ser desmascarados, por outro
lado, porm, tambm nus de fundamentao podem ser descobertos. Por fim, a teoria das normas
oferece uma chance de entendimento no discurso jurdico-penal europeu Bentham escreveu na
tradio jurdica inglesa; como visto, Hart continuou essa tradio no sculo XIX.
VII. Referncias bibliogrficas
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1 Nota do Tradutor: Este estudo baseia-se em uma conferncia proferida pelo autor em 2010 na
Faculdade de Direito da Universidade de Leipzig.
2 Karl Binding foi, de 1873 bis 1913, Professor Ordinrio em Leipzig. Anteriormente, em 1971, ele
rejeitara um chamado para Halle. Extenso material biogrfico em Westphalen, Karl Binding
(1841-1920), 1989.
3 Originalmente v. LISZT, Das deutsche Reichsstrafrecht, 1881, p. 6 recepcionou a teoria das
normas de forma absolutamente positiva. Pouco depois, ele voltou-se, porm, no artigo Rechtsgut
und Handlungsbegriff im Bindingschen Handbuche, in: ZStW 6 (1886), p. 663 ff. contra o
formalismo da teoria das normas (p. 672), criticou o conceito de bem jurdico denominando-o um
conceito aparente (p. 679 e ss.) e reclamou do terrorismo da Escola (p. 698). A rivalidade
tornou-se eclatante, contudo, depois que Binding caracterizou a conferncia de Liszt na Reunio de
Munique da Associao Internacional de Direito Penal como uma prtica que entre ns dificilmente
j se prostituiu com tamanha assustadora nudez (Grundri des deutschen Strafrechts, 5. ed. 1897,
p. 86, nota 1). Sem hesitar, LISZT, Die strafrechtliche Zurechnungsfhigkeit, in: ZStW 18 (1898), p.
229, 230 revidou dizendo: que em Binding, dentre outras ideais inibitrias, especialmente a
autocrtica e a decncia literria desde sempre desenvolveram-se notadamente de forma fraca,
sabemo-os todos. Mais detalhes sobre essa polmica controvrsia, que dificilmente encontra
paralelo para a poca, ver WESTPHALEN, op. cit., p. 303 ss.
4 BINDING, Die Normen und ihre bertretung. Normen und Strafgesetze, 1872, t. I, p. 28 e ss.;
idem., Handbuch des Strafrechts. 1885, t. I, p. 155, 162 e ss.
5 Justamente por isso para KELSEN, Reine Rechtslehre, 2. ed. 1960, p. 116 e ss. o injusto (delito)
no negao, seno condio do direito. Logo, o criminoso no viola o direito, mas o cumpre!
6 BINDING, Normen I cit., p. 4 Nota 2: e deve-se ponderar que uma investigao cuidadosa
daqueles preceitos jurdicos, aos quais o delinquente se ope, seria indispensvel para o correto
conhecimento do crime e de seus elementos essenciais.
7 A obra principal de BINDING Die Normen und ihre bertretung compreende quatro tomos e
surgiu num espao de tempo de mais de 40 anos (1872 1919). A obra trata praticamente de toda a
parte geral do direito penal.
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22 HOBBES, De Cive cit., Cap. XIV.6. A parte distributiva aquela pela qual cada um tem seu
direito atribudo e pelo qual a cada um dado o que fazer ou abster, permitido ou no permitido. A
parte vingativa aquela que determina a punio que dever atingir o infrator da lei.
23 HOBBES, De Cive cit., Cap. XIV.7 (destaque no original). Intil , porm, uma lei que no
contm ambas as partes, tanto a parte que probe cometer injustos, quanto uma pena para quem,
no obstante, o faz. A primeira parte, que se chama distributiva, proibitiva e fala para todos; a
segunda parte, que se chama vingativa ou punitiva, imperativa (gebietend), e dirige-se apenas ao
servidor do Estado. O significado da ameaa de sano para a eficcia de leis mais uma vez
relevada no tpico seguinte (XIV.8.).
24 HOBBES, De Cive cit., Cap. XIV.13.
25 S. HOBBES, De Cive cit., Cap. III.25 e 31, XIV.5.
26 V., por exemplo, KELSEN, op. cit., p. 116 ss., especialmente p. 124; SCHMIDHUSER, Von den
zwei Rechtsordnungen im staatlichen Gemeinwesen, 1964, p. 10 ss.; ALWART, Recht und Handlung,
1987, p. 146 ss.
27 HOBBES, De Cive cit., Cap. XIV.23.
28 Nesse sentido, decididamente Andreas Hoyer, Strafrechtsdogmatik nach Armin Kaufmann.
Lebendiges und Totes in Kaufmanns Normentheorie, 1996, p. 81, 265 ss. et passim. A interpretao
do crime como contrato de compra e venda encontra-se tambm nos filsofos do direito marxistas
Paschukanis (Allgemeine Rechtslehre und Marxismus, 1929, Reimpresso1966, p. 160 ss.).
Ademais, pode-se apontar para alguns representantes da anli-se econmica do direito,
especialmente GARY S. BECKER, Journal of Political Economy 76 (1968), p. 169 ss., 196 ss.;
RICHARD A. POSNER, Recht und konomie: Eine Einfhrung, in:
ASSMANN/KIRCHNER/SCHANZE (org.), konomische Analyse des Rechts, 1993, p. 79, 82; sobre a
nova discusso v. LDERSSEN, konomische Analyse des Strafrechts und Alternativen zum
Strafrecht, in: OTT/SCHFER (org.), Die Prventivwirkung zivil und strafrechtlicher Sanktionen,
1998, p. 25 ss.
29 HOBBES, De Cive cit., Cap. XIV.23. Outras crticas a uma concepo de normas como essa
em RENZIKOWSKI, Normentheorie als Brcke zwischen Strafrechtsdogmatik und Allgemeiner
Rechtslehre, in: ARSP 87 (2001), p. 110, 119 ss.
30 BENTHAM, Of Laws cit., p. 133 ss.
31 BENTHAM, Of Laws cit., Chap. XI.4. (S. 134); v. ainda 18. e 19. (p. 144). Todavia, Bentham
considera a cominao de uma pena mais adequada do que a promessa de uma recompensa para
influenciar comportamentos (XI.7. p. 134 ss.).
32 BENTHAM, Of Laws cit., Chap. XI.8. e 9. (p. 136).
33 BENTHAM, Of Laws cit., Chap. XI.11. (p. 137).
34 BENTHAM, Of Laws cit., Chap. XI.11. (p. 137). Abertamente, Bentham tinha em mente aqui um
modelo da separao de Poderes, ver comentrio h.
35 BENTHAM, Of Laws cit., Chap. XI.11. (p. 139).
36 BENTHAM, Of Laws cit., Chap. XI.12. (p. 139).
37 BENTHAM, Of Laws cit., Chap. XI.18. (p. 143 ss.).
38 BENTHAM, Of Laws cit., Chap. XI.16. (p. 142).
39 Cf. KELSEN, op. cit., p. 26, 35 et passim; ver tambm Binding, Normen I, 3. ed. 1916, p. 19 ss.
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59 Mas dedica-se relao entre exceo e sob-exceo, por exemplo, a reviso criminal como
disexemptive circumstance, BENTHAM, Of Laws cit., Chap. XI.24.ff. (p. 147) porque ele, ao
contrrio de Binding, no um penalista.
60 N.T: 1004 BGB, em traduo livre: (1) Se a propriedade sofrer interferncia por outro modo que
atravs de desapropriao ou destituio da posse, pode o proprietrio exigir do interventor a
remoo da interferncia. Caso ameacem outras interferncias, pode o proprietrio demandar que
elas sejam omitidas. (2) A pretenso excluda, se o proprietrio obrigado a toler-las ((1)Wird
das Eigentum in anderer Weise als durch Entziehung oder Vorenthaltung des Besitzes beeintrchtigt,
so kann der Eigentmer von dem Strer die Beseitigung der Beeintrchtigung verlangen. Sind
weitere Beeintrchtigungen zu besorgen, so kann der Eigentmer auf Unterlassung klagen. (2) Der
Anspruch ist ausgeschlossen, wenn der Eigentmer zur Duldung verpflichtet ist).
61 BENTHAM, Of Laws cit., Chap. XII (p. 149 ss.).
62 BENTHAM, Of Laws cit., Chap. XVI.1. (p. 196).
63 BENTHAM, Of Laws cit., Chap. XVII (p. 209 ss.).
64 Ver HART, op. cit., p. 80 ss.
65 HART, op. cit., p. 34 ss.
66 HART, op. cit., p. 91 ss.
67 HART, op. cit., p. 97 ss.
68 HART, op. cit., p. 92; incorreto, por isso, interpretar as normas de sano como primary rules em
RHL/RHL (Fn. 8), p. 223.
69 HART, op. cit., p. 40 ss.
70 En passant v-se confirmada a supostamente ultrapassada, cf. ROXIN, op. cit., 3 nm. 37 ss.
teoria retribucionista. A pena sempre a inflio de um mal em resposta a um ato de culpa. Na
medida em que delitos futuros devam ser impedidos pela imposio de pena, a preveno
meramente um reflexo, pois ela s pode funcionar quando a pena possa ser entendida no como
arbitrria, mas como justa compensao de culpa. Aqui mostra-se o verdadeiro significado da lei
penal enquanto imperativo categrico em KANT, Metaphysik der Sitten (1797), in: Kants gesammelte
Schriften, org. pela Kniglich Preuischen Akademie der Wissenschaften. Primeira Seo, t. 6, 1907,
p. 203 (331 ss.): uma lei penal que no aplicada no ser mais levada a srio por ningum. Sobre
toda essa temtica, com mais detalhes HAAS, Strafbegriff, Staatsverstndnis und Prozessstruktur,
2008, p. 260 ss.
71 Cf. SCHMIDHUSER, op. cit., p. 10 ss.; idem., Form und Gehalt der Strafgesetze, 1988, p. 36 ss.
com referncia a M.E. Mayer, Rechtsnormen und Kulturnormen, Strafrechtliche Abhandlungen 50
(1903), p. 6 ss.; tambm assim ALWART, op. cit., p. 146 ss.; contrariamente HOERSTER, Das
Adressatenproblem im Strafrecht und die Sozialmoral, in: JZ 1989, p. 10 ss., com rplica de
SCHMIDHUSER, Illusionen in der Normentheorie und das Adressatenproblem im Strafrecht, in: JZ
1989, p. 419 ss. e nova resposta de HOERSTER, Wer macht sich Illusionen?, in: JZ 1989, p. 425 ss.;
criticamente tambm RHL/RHL, op. cit., p. 225 ss.
72 BVerfGE 120, S. 224 ss. com voto divergente de Hassemer, bem como comentrios crticos de
ZABEL, Die Grenzen des Tabuschutzes im Strafrecht, JR 2008, p. 453 ss. e ROXIN, Zur Strafbarkeit
des Geschwisterinzests, StV 2009, p. 544 ss.
73 Cf. KELSEN, Hauptprobleme der Staatsrechtslehre, 2. ed., 1923, p. 276 ss.; idem. Reine
Rechtslehre cit., p. 51 ss., 55 ss.; BINDER, Rechtsnorm und Rechtspflicht, 1912, p. 22 ss.;
LIPPOLD, Reine Rechtslehre und Strafrechtsdoktrin, 1989, p. 104 ss.; HOYER, op. cit., p. 42 ss.; na
filosofia moral, recentemente preconizou PETER STEMMER, Handeln zugunsten anderer, 2000, p.
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91 ss., 102 (com referncia a Kelsen); idem., Der Begriff der moralischen Pflicht, in: LEIST (org.),
Moral als Vertrag? 2003, p. 37, 39 ss., 64 ss. uma teoria sancionatria do dever-ser; criticamente a
isso SEEBASS, Die sanktionistische Theorie des Sollens, in: LEIST, a.a.O., p. 155, 165 ss.;
ROUGHLEY, Normbegriff und Normbegrndung im moralphilosophischen Kontraktualismus, in:
LEIST, a.a.O., p. 213, 224 ss.
74 Cf. HART, op. cit., p. 39; idem., Punishment and Responsibility, 1968, p. 6 ss.; KOLLER, Theorie
des Rechts, 2. ed 1997, p. 85 ss.; SEEBASS, op. cit., p. 174 ss.; Ota Weinberger, Rechtslogik, 1970,
p. 236; idem., Normentheorie als Grundlage von Jurisprudenz und Ethik, 1981, p. 195; outras crticas
em RENZIKOWSKI, ARSP 87 (2001), p. 110, 116 ss.; contra uma distino entre pena e imposto
segundo pontos de vista econmicos, como proposto por Hoyer, op. cit., p. 67 ss. e Christian Schmid
, Das Verhltnis von Tatbestand und Rechtswidrigkeit aus rechtstheoretischer Sicht, 2002, p. 67 ss.,
RENZIKOWSKI, a.a.O., S. 120 ss.
75 Cf. RAZ, Practical Reason and Norms, 1975, p. 157 ss.; HART, op. cit., p. 40 ss.; MATTHIAS
KAUFMANN, Rechtsphilosophie, 1996, p. 167.
76 Sobre isso, fundamentalmente AST, Normentheorie und Strafrechtsdogmatik, 2010, p. 44 ss., 56
ss.
77 A favor de uma concepo de injusto objetivo para os crimes culposos, por todos ROXIN, 24
nm. 53 ss., com ulteriores referncias.
78 Cf. HRUSCHKA, Strukturen der Zurechnung, 1976, p. 23, RENZIKOWSKI, Restriktiver
Tterbegriff und fahrlssige Beteiligung, 1997, p. 239 ss.
79 Cf. sobre isso RENZIKOWSKI, op. cit., p. 224 ss.
80 Isso , em grande medida, reconhecido, cf. apenas GNTHER, Strafrechtswidrigkeit und
Strafunrechtsausschluss, 1983, p. 154 ss.
81 V. ALTENHAIN, op. cit., p. 299; divergentemente FRISCH, An den Grenzen des Strafrechts, in:
Festschrift fr Walter Stree und Johannes Wessels, 1993, p. 82 (como nota 56); contra ele,
pertinentemente, KLEINERT, op. cit., p. 100.
82 Assim, por exemplo, KG NJW 2001, p. 86 ss.; negativamente, com razo, HECKER,
Betrgerische Schdigung des Auftraggebers eines Mordes?, in: JuS 2001, p. 228 ss.
83 N.T: O 817 BGB, segunda parte, estabelece que aquele que cumpriu uma obrigao que viola
uma proibio legal ou os bons costumes no tem direito contraprestao.
84 BENTHAM, Of Laws cit., p. 1; v. tambm THON, op. cit., p. 1, 69 ss.
85 BENTHAM, Of Laws cit., Chap. VI.8. (p. 57 s.); THON, op. cit., p. 114 ss.
86 Ver BENTHAM, Of Laws cit., Chap. III (p. 31 ss.); idem., Grundstze der Civil und
Criminalgesetzgebung. Erster Band, org. por Beneke, 1830, p. 35 ss.
87 Ver BENTHAM, An Introduction to the Principles of Moral and Legislation, org. por J.H. Burns e
H.L.A. Hart, 1982, p. 11 ss.
88 BENTHAM Anarchial Fallacies, in: WORKS, org. V. J. Bowring, vol. II, 1843, p. 489 (501)
denomina a ideia de direitos subjetivos inalienveis de nonsense upon stilts. Isso no deve
significar que ele, a princpio, rejeita direito subjetivos, cf. por exemplo idem, Of Laws cit., Chap.
VI.8 ss.p. 57 ss.), Chap. IX.13 (p. 84). Bentham at mesmo caracteriza como posteriormente
Feuerbach cada crime (offence) como leso a direito (Rechtsverletzung), Chap. XVIII.1. (S. 220
f.). O problema do utilitarismo que, no entanto, todo direito subjetivo est sob uma reserva do bem
comum.
89 Ver BENTHAM, Introduction cit., p. 11 ss.
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