Fisiologia Aplicada Ao Trabalho
Fisiologia Aplicada Ao Trabalho
Fisiologia Aplicada Ao Trabalho
Trabalho
Mrcia
Mrcia Di
Di Giovanni
Giovanni
Mari
Mari Vendramini
Vendramini Castrignano
Castrignano de
de Oliveira
Oliveira
Av.
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do Caf,
Caf, 298
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Gerncia
Tatiana Pincerno Ribeiro
Coordenao Tcnica
Liria Aparecida Pereira
Edio
Centro de Educao Ambiental do Senac So Paulo
SOBRE AS AUTORAS
Mrcia Di Giovanni
Ps-graduada em Enfermagem do Trabalho pela Fundacentro / UFPR (Universidade Federal do
Paran) com formao e habilitao em Enfermagem do Trabalho pela UFPR.
Docente do Senac nos cursos de Especializao em Auxiliar e Tcnico de Enfermagem do Trabalho e
Tcnico em Segurana do Trabalho.
Enfermeira do Trabalho na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) So Paulo.
Mari Vendramini Castrignano de Oliveira
Graduada em Enfermagem pela Universidade do Sagrado Corao de Bauru/SP, com especializao
em Enfermagem do Trabalho pela Unio Camiliana de So Paulo e licenciatura em Enfermagem pela
Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo, graduada em Direito pela Faculdade de Direito da
Universidade So Marcos So Paulo.
Docente e coordenadora do curso de Especializao em Auxiliar e Tcnico de Enfermagem do
Trabalho do Centro de Educao Ambiental do Senac.
Novembro/2004
SUMRIO
PARTE I
1.
1.1.
1.2.
2.
2.1.
2.2.
2.3.
3.
4.
5.
5.1.
Viso ............................................................................................................. 33
5.2.
Audio .......................................................................................................... 34
PARTE II
1.
2.
2.1.
2.2.
2.3.
2.4.
3.
4.
5.
5.1.
A memria ..................................................................................................... 67
5.2.
A motivao ................................................................................................... 70
5.3.
A monotonia ................................................................................................... 72
5.4.
6.
7.
8.
Ergonomia ...................................................................................................... 90
9.
Fadiga ............................................................................................................ 99
9.1.
9.2.
10.
Estresse.........................................................................................................104
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS.................................................................................112
INTRODUO
Fisiologia aplicada ao trabalho consiste no estudo da capacidade fsica do ser humano em
relao aos diferentes tipos e condies de trabalho. O objetivo principal deste estudo
proporcionar aos profissionais da sade do trabalhador conhecimentos especficos para
oferecerem aos trabalhadores uma viso das condies prticas de realizao de suas tarefas
sem um desgaste fsico exagerado, para que, aps a jornada de trabalho, eles ainda tenham
condies e disposio fsica suficiente para aproveitar as horas de lazer.
O uso da mquina, da automao e a criao de outros dispositivos externos poupam trabalho
ao homem, contribuindo assim para a diminuio do trabalho fsico pesado.
A fisiologia e a psicologia aplicadas ao trabalho proporcionam a adaptao dos processos de
trabalho capacidade funcional e psquica do ser humano, fazendo com que ele apresente
maior rendimento produtivo sem que isso lese sua integridade e dignidade.
A primeira parte deste trabalho procura mostrar, resumidamente, as principais funes do
organismo humano e sua influncia sobre o desenvolvimento do trabalho, qualquer que seja
ele. So elas: funes neuromuscular-esqueltica, cardiovascular, respiratria, viso e
audio. O conhecimento dessas funes essencial para a compreenso da segunda parte
do material, onde poderemos entender melhor certas proposies e fazer a escolha de
mtodos de trabalho mais adaptados, apropriados e menos desgastantes ao funcionamento
do organismo humano.
PARTE I
ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA
1. O CORPO HUMANO
1.1 Definio de Anatomia e Fisiologia
As estruturas e as funes do corpo humano so estudadas atravs das cincias da anatomia
e da fisiologia.
A anatomia (anatome = cortar em partes, cortar separando) refere-se ao estudo da estrutura
e das relaes entre estas estruturas.
A fisiologia (physis + lgos + ia) lida com as funes das partes do corpo, isto , como elas
trabalham.
A funo nunca pode ser separada completamente da estrutura, por isso voc aprender
sobre o corpo humano estudando a anatomia e a fisiologia, em conjunto. Voc ver como
cada estrutura do corpo est designada para desempenhar uma funo especfica e, como a
estrutura de uma parte, muitas vezes, determina sua funo. Por exemplo, os plos que
revestem o nariz filtram o ar que inspiramos. Os ossos do crnio esto unidos firmemente
para proteger o encfalo. Os ossos dos dedos, em contraste, esto unidos mais frouxamente
para vrios tipos de movimentos.
O corpo humano consiste de vrios nveis de organizao estrutural que esto associados
entre si.
mais
alto
nvel
de
organizao
nvel
de
organismo.
2. SISTEMA NEUROMUSCULAR-ESQUELTICO
Como o prprio nome diz, composto pelos sistemas nervoso central (SNC), muscular e
esqueltico. Iniciaremos a abordagem do tema proposto pelo SNC.
2.1 Sistema nervoso central
O sistema nervoso humano o mais complexo entre os animais. Sua funo bsica de
receber informaes sobre as variaes externas e internas e produzir respostas a essas
variaes atravs dos msculos e glndulas. Desta forma ele contribui, juntamente com o
sistema endcrino, para a homeostase do organismo. Alm disso, o sistema nervoso humano
possui as chamadas funes superiores que inclui: a memria, que corresponde capacidade
de armazenar informaes e depois resgat-las, o aprendizado, o intelecto, o pensamento e a
personalidade.
As mensagens nervosas podem ser grosseiramente comparadas com correntes eltricas que
caminham por clulas especiais: os neurnios. Essas mensagens so os impulsos nervosos.
Os neurnios contam com duas propriedades fundamentais para as funes que exercem:
a excitabilidade (capacidade de reagir aos estmulos), e
a condutibilidade (uma vez alterados pelos estmulos, os neurnios transmitem essa
alterao por toda sua extenso, em grande velocidade).
O tempo decorrido entre um estmulo e a resposta que ele promove sempre muito pequeno.
Transmisso do estmulo
Ao receber um estmulo, a membrana do neurnio que revestida por uma bainha de
mielina se despolariza, isto , sofre inverso das cargas eltricas: externamente, ficam as
cargas negativas, e internamente, as positivas que chamado de potencial de ao. Uma
vez que um ponto em qualquer lugar do nervo se torne despolarizado, um impulso nervoso
propaga-se a partir dele em cada direo, e cada impulso assim mantido, propagando-se
at atingir as extremidades da fibra.
10
Existem ainda os nervos mistos, formados por axnios de neurnios sensoriais e por
neurnios motores.
11
Podemos agora entender como o trabalhador pode adaptar-se melhor ao trabalho quando
seu organismo est em equilbrio. Cabe s sinapses o papel de orientar a corrente nervosa e
determinar, assim, os movimentos musculares, as reaes diante de estmulos, o
aprendizado, o automatismo e a memorizao.
As sinapses so tidas como a sede da fadiga nervosa. Sua sensibilidade aos produtos txicos
e m oxigenao extrema. Por esse e outros motivos importante que o trabalhador
seja treinado, ao iniciar uma nova atividade, sempre observando suas condies fsicas e
psquicas, evitando assim sobrecargas de informao ou de trabalho fsico, comprometendo
sua aprendizagem e desempenho.
A passagem repetida de impulsos eltricos atravs da sinapse pode ter como efeito a fadiga
ou a facilitao. Se ela for feita intensamente, sobrevm a fadiga. Se, porm, os impulsos
12
So compostos por rgos que tem a propriedade de se contrair. So formados por tecido
muscular e se prendem s extremidades dos ossos por tendes, so envolvidos por uma
membrana chamada fascia muscular e neles encontramos inseridas as artrias, veias,
nervos e vasos sanguneos. Compem 40 a 45% do peso total do corpo humano.
Situao
- esquelticos
- cutneos
Estrutura
- fibras estriadas
- fibras lisas
- msculo do corao (miocrdio)
13
capacidade
inerente
de
iniciar
seu
prprio
impulso
de
contrao,
Os msculos estriados
Por estarem envolvidos na postura e nos movimentos globais do corpo, os msculos
estriados so de maior interesse para nosso estudo, razo pela qual merecem ser estudados
com maior detalhamento.
De acordo com o quanto sejam solicitados, os msculos estriados podem ter mais ou menos
fibras brancas ou vermelhas, tendo assim uma colorao mais clara ou mais escura.
Cada fibra muscular contm nmero muito grande de miofibrilas. E cada miofibrila possui,
colocados lado a lado, filamentos de miosina e actina, que so grandes molculas de
protenas, responsveis pela contrao muscular.
14
Os msculos so fixados aos ossos, cartilagens, rgos ou outras estruturas por meio dos
tendes. Os tendes so formados pela unio de todas as fibras que compem o msculo.
Contrao muscular
O tecido muscular excitado por meio dos vrios tipos de estmulos externos existentes:
eltricos, trmicos, mecnicos e qumicos. So eles que desencadeiam a contrao muscular.
A contrao muscular tem como fonte de energia o glicognio que, ao ser metabolizado,
leva formao de ATP (trifosfato de adenosina).
A quebra do glicognio, chamada glicogenlise, pode ocorrer de duas formar:
Na presena de oxignio a chamada glicogenlise aerbica, com grande
produo de energia:
Glicognio
glicose
38 molculas de ATP
15
glicose
3 molculas de ATP
Alm de produzir menor quantidade de energia, a reao qumica na falta de oxignio leva a
produo do cido ltico, cujo aumento provoca dor e, conseqentemente, fadiga
muscular.
Irrigao
adequada dos
msculos
Aumento da
produo de ATP
Glicogenlise
aerbica
Reduo da
produo de
cido ltico
Funes do ATP
Contrao muscular;
Crescimento das clulas e do organismo;
Produo de hormnios e secrees;
Participao na excitabilidade e condutividade neuromuscular.
Sistema muscular e trabalho
Quando exigimos demais o trabalho de um msculo ou de um grupo de msculos, estes
podem entrar em fadiga, isto , eles no se contraem mais quando exigidos. Podemos dizer
que esgotaram as fontes de energia (glicognio, compostos fosforados) ou houve acmulo
excessivo de cido ltico.
16
Quando o trabalho muscular prolongado, com no caso de horas extras, carga horria acima
da permitida, perodos de trabalho pesado sem folgas ou pausas, as reservas de glicognio se
esgotam e o msculo passa consumir suas prprias protenas, prejudicando o tecido e
determinando sua atrofia. Normalmente o organismo humano no chega a este extremo,
porm, a situao de muitos trabalhadores delicada, j que no recebem alimentao da
empresa e no tm condies de alimentar-se quantitativa e qualitativamente bem, podendo
chegar desnutrio e ao emagrecimento por aproveitando de suas reservas sem que elas
sejam repostas.
Nestes casos, notamos que o estado de fadiga instala-se mais rapidamente e a produtividade
do trabalhador diminui sensivelmente. A fadiga a verdadeira defensora do msculo, pois
obriga diminuir ou a cessar oportunamente a atividade que a est causando.
Atividade muscular
A atividade muscular de um indivduo pode ser classificada como deficiente, moderada ou
excessiva. Devido ao valor prtico inerente, examinaremos a seguir essas trs condies.
Os msculos que permanecem em repouso excessivo atrofiam-se, tornam-se frouxos e
infiltrados de gorduras. Diminuem assim, a fora muscular, a capacidade de desintoxicao e
a resistncia fadiga. O organismo elimina mal os resduos do metabolismo e, ao menor
esforo o indivduo tem acelerado seu ritmo respiratrio.
Portanto, as pessoas sedentrias ou com trabalho de atividade muscular muito pequeno tm
dificuldades e necessitam de maior tempo de treinamento para atividades que exijam grande
esforo muscular.
Durante o treino, que deve ser gradual e progressivo, a gordura deposita entre as fibras
musculares
17
18
sacrais
coccgeas,
em
conjunto,
so
chamadas de sacrococcgeanas.
As vrtebras cervicais e lombares so as que tm
maior flexibilidade, dando assim movimentao
ampla regio do pescoo e regio abdominal,
respectivamente.
As
ltimas
vrtebras,
19
20
21
3. SISTEMA CARDIOVASCULAR
O sistema cardiovascular ou circulatrio composto por uma grande rede de tubos de
vrios calibres denominado vasos sanguneos e do corao.
cmaras cardacas:
dois trios cavidades superiores
dois ventrculos cavidades inferiores
Os dois trios e os dois ventrculos esto separados entre si, respectivamente, pelos
septos interatrial e interventricular, as suas funes podem ser assim resumidas:
trio direito (AD) - as veias Cava superior
22
Ventrculo direito (VD) - possui musculatura mais espessa que a dos trios, e
dele parte a artria Pulmonar, levando sangue venoso para ser oxigenado nos
pulmes;
trio esquerdo (AE) - nele desembocam as quatro veias Pulmonares, vindas duas
do pulmo direito e duas do pulmo esquerdo, trazendo sangue arterial (sangue
rico em oxignio);
Ventrculo esquerdo (VE) - possui parede hipertrofiada, recebe o sangue arterial
do AE e o distribui atravs da artria Aorta para todo o organismo.
Entre o AD e o VD existe uma vlvula chamada vlvula Tricspide, entre o AE e o VE
existe uma outra vlvula chamada vlvula Bicspide ou Mitral.
Ciclo cardaco
As cmaras cardacas contraem-se e dilatam-se alternadamente 70 vezes por minuto, em
mdia. O processo de contrao de cada cmara do miocrdio (msculo cardaco)
denomina-se sstole. O relaxamento, que acontece entre uma sstole e a seguinte, a
distole.
Inervao cardaca
O corao inervado pelo SNA simptico e parassimptico, que trabalham de forma
antagnica, na maioria de suas funes, afetando o funcionamento cardaco, alterando a
sua freqncia (FC) ou modificando a fora de contrao do miocrdio.
Ao do SNA simptico
O SNA simptico atravs da ao da acetilcolina no nervo Vago acelera a origem e
aumenta a transmisso de estmulos, causando assim:
acelerao do batimento cardaco;
aumento da fora de contrao do miocrdio;
aumento da quantidade de sangue expulso pelo corao.
23
SNP
SNS
Atravs do
Atravs dos
Nervo vago
acetilcolina
Nervos cardacos
noradrenalina
diminui a
aumenta a
FC
FC
provocando
provocando
bradicardia
taquicardia
A principal funo deste trabalho antagnico adaptar e coordenar o trabalho cardaco nas
diferentes situaes a que o corao submetido, como estresse, grandes esforos,
trabalho em ambientes adversos (frio ou calor) ou em altitudes elevadas e outros.
Vasos sanguneos
Os vasos sanguneos compem um sistema fechado de tubos que transportam o sangue do
corao para todo o organismo e vice e versa.
Eles se dividem em veias e artrias.
As veias so responsveis pelo transporte do sangue para o corao, e
As artrias levam o sangue para as diferentes partes do corpo.
As artrias e veias so inervadas pelo nervo simptico, que age como vasoconstritor, isto ,
diminui o calibre dos vasos, e pelo nervo parassimptico, que vasodilatador, isto ,
aumenta o calibre dos vasos. A ao conjunta desses dois feixes nervosos mantm o
calibre e o tnus muscular dos vasos sanguneos.
24
Sangue
Em um adulto o volume de sangue varia em torno de 5 litros, sendo 44% parte slida leuccitos, eritrcitos e plaquetas e o restante, parte lquida o plasma.
O sangue tem como funes:
25
patolgicos
(febre,
hemorragias),
exerccios
musculares,
exposio
Uma
pessoa
em repousocirculatrias
necessita de que
200 acompanham
a 250 ml de oxignio/minuto,
e a tm
maior
parte
Todas
as alteraes
o trabalho fsico
como
desse
oxignio
utilizada
pelo crebro,
fgado e rins, uma pequena parte, pelos msculos.
objetivo
fornecer
oxignio
s clulas.
Quando a mesma pessoa realiza trabalho intenso, ocorre uma inverso da necessidade de
oxignio, os msculos passam a necessitar de maior quantidade, portanto, o O2 desviado
para atender essa necessidade.
A resposta ao trabalho dos msculos depende principalmente dos mecanismos de controle
nervoso. Atravs da estimulao do simptico (acetilcolina) ocorre uma diminuio do fluxo
sanguneo dos rins, fgado, pncreas e da pele. Conseqentemente, o sangue dirige-se
para a musculatura solicitada atravs da diminuio da resistncia perifrica seguida de
vasodilatao.
26
4. SISTEMA RESPIRATRIO
O funcionamento adequado dos pulmes durante a sobrecarga do organismo importante
para que o indivduo execute o trabalho em boas condies fsicas.
O sistema respiratrio composto por dois pulmes: direito e esquerdo e pelas vias
respiratrias (fossas nasais, faringe, laringe, traquia, brnquios e bronquolos).
Fossas nasais (passagem nasal) - servem para filtrar o ar quando ele entra no
corpo.
Faringe - onde se localiza a epiglote cuja funo impedir que o alimento chegue
aos pulmes.
Laringe - faz o ar vibrar as cordas vocais.
Traquia - a continuao da laringe e bifurca-se em dois tubos menores
chamados brnquios.
Brnquios - penetram nos pulmes e ramificam-se em tubos menores chamados
bronquolos.
Bronquolos - tm dimetro de aproximadamente 1 mm.
Alvolos pulmonares - onde ocorre troca do oxignio por gs carbnico.
Em cada pulmo, o ar continua o seu trajeto atravs de tubos. Os tubos maiores so
chamados brnquios. Os dois brnquios (direito e esquerdo) principais se originam na
traquia e, dentro dos pulmes, dividem-se em brnquios menores, que por sua vez
dividem-se num grande nmero de bronquolos menores ainda. Os bronquolos
dividem-se em ductos alveolares, que contm os alvolos, comumente chamados de
sacos de ar.
Os alvolos so formados por uma parede muito fina ou membrana que separa o sangue
e o ar contido nos alvolos. Esta fina membrana permite que o oxignio e o nitrognio
passem do ar para o sangue. Desta forma, o sangue leva oxignio para todo o corpo.
Quando o sangue retorna aos alvolos, o dixido de carbono e outros gases passam do
sangue para os alvolos. Estes gases so eliminados do corpo com o ar expira.
27
Vias respiratrias
Elas tm por funo conduzir o ar do meio ambiente para os pulmes e, por meio do
processo respiratrio, fornecer O2 s clulas, eliminando o gs carbnico formado nas
oxidaes celulares.
Pulmes
Os pulmes so envolvidos por duas membranas sobrepostas chamadas pleuras: uma
interna, chamada pleura visceral e a outra externa , pleura parietal, ficando em
contato com a cavidade torcica.
Mecnica respiratria
O ar contido nos pulmes renovado atravs dos movimentos respiratrios Inspirao e
Expirao. O movimento inspiratrio ativo e o expiratrio passivo. Durante o esforo,
ambos so ativos.
A capacidade funcional dos pulmes, que indiretamente mede a capacidade de trabalho e
avalia os efeitos dos riscos profissionais aos quais os trabalhadores esto expostos, pode
ser avaliada atravs de aparelhos como o espirmetro.
Testes espiromtricos ou Prova de Funo Pulmonar em indivduos aparentemente
saudveis, em grupos de alto risco devem ser considerados parte de um exame regular.
Como por exemplo, nos indivduos com alto risco de desenvolverem doenas pulmonares,
ou seja, os grandes fumantes e aqueles sujeitos expostos a riscos inalatrios no trabalho.
Quando a espirometria realizada de forma rotineira (exames mdicos peridicos) temos
como vantagens tornar o indivduo consciente de seu estado de "sade respiratria",
alertar o mdico para pequenas mudanas que podem representar uma tendncia de perda
acelerada na funo pulmonar e estabelecer dados basais para comparaes posteriores,
se mudanas marcadas ocorrerem na funo pulmonar.
28
29
Do dbito cardaco;
Associao arteriovenosa.
30
A FC tambm se altera durante o exerccio muscular. Sabe -se que a simples mudana de
posio pode modific-la, a pessoa sentada pode apresentar uma FC em torno de 70 bpm;
em p 80 bpm e deitado 66 bpm, aproximadamente.
Em exerccios leves, como o digitar o teclado de um microcomputador to depressa quanto
possvel, eleva a freqncia de 70 para 100 bpm; trabalhos pesados aceleram o corao
de 150 pulsaes a at 180 pulsaes.
Da mesma forma, a freqncia respiratria (FR) que, em condies normais, de
aproximadamente 20 mrpm (movimentos respiratrios por minuto) pode sofrer aumentos
em condies variadas como esforo muscular, perodo digestivo,
emoes fortes,
31
5. ORGOS SENSORIAIS
32
5.1 Viso
Na sua forma mais simples, a capacidade de um organismo detectar a luz. Numa
abordagem mais ampla, a viso o sentido que permite a discriminao de padres,
forma s,
cores,
movimentos
profundidades, contribui
para
que
tenhamos
um
33
demorado,
podendo
ser
aproximadamente
30
minutos
ou
mais
varia
consideravelmente de um indivduo para outro. Por isso, trabalhadores que, por fora das
circunstncias necessitem trabalhar em ambientes mal iluminados devem sempre iniciar o
processo de adaptao com ao menos meia hora de antecedncia, usando culos escuros.
5.2 Audio
As orelhas tm por funo captar e converter as ondas de presso em sinais eltricos que
so transmitidos ao crebro para produzir as sensaes sonoras.
Cada orelha dividida em trs partes:
Orelha externa;
Orelha mdia;
Orelha interna.
O som captado pela orelha externa em forma de ondas mecnicas (vibrao do ar). As
ondas mecnicas so transmitidas para a orelha mdia atravs da membrana timpnica,
esta por sua vez, transmite as ondas mecnicas atravs de trs ossculos, o martelo, a
bigorna e o estribo. Passando pela janela redonda o estimulo (onda mecnica) levado
34
Freqncia do som
A freqncia do som determinada pelo nmero de vibraes por segundo que capaz de
produzir e, sua expresso cientfica dada em Hertz (Hz), conhecida popularmente como
altura do som.
O ouvido humano capaz de perceber sons de freqncia de 20 a 20 mil Hz. Normalmente
as pessoas tm diferentes graus de sensibilidade para cada freqncia de som e, essa
sensibilidade varia tambm de acordo com a idade.
Intensidade do som
A Intensidade do som definida pela amplitude da vibrao. Pequenas amplitudes
correspondem a sons fracos e, grandes amplitudes a sons fortes. A amplitude dos sons
medida em decibis (dB).
O ouvido humano capaz de captar sons de 20 dB a 120 dB. Os sons normalmente
encontrados no lar, no trfego, nos escritrios e fbricas esto na faixa de 50 a 80 dB.
Sons acima de 120 dB causam desconforto e, quando atingem 140 dB provocam uma
sensao dolorosa.
Durao do som
A durao do som medida em segundos. Os sons de curta durao so difceis de
perceber e aparentam ser diferentes daqueles de longa durao.
35
36
PARTE II
FISIOLOGIA APLICADA AO TRABALHO
1. BITIPO INFLUNCIAS NO TRABALHO
A populao humana em geral composta por indivduos de diferentes tipos fsicos ou
bitipos. Existem pequenas diferenas nas propores do corpo desde o nascimento, que
tendem a acentuar-se durante o crescimento at a fase adulta.
Bitipos humanos
O homem pode ser classificado basicamente em trs grupos principais de bitipos:
Normolneos
Longilneos
Brevilneos
Devemos lembrar, que a maioria das pessoas no pertence rigidamente a nenhum desses
tipos bsicos e misturam caractersticas dos trs tipos, essa variabilidade de formas fsicas
deve-se principalmente miscigenao de raas que ocorreu e, ainda ocorre em nosso
pas. Mediante estudos realizados constatou-se que as diferenas de comportamento de
cada grupo podem influenciar at mesmo na escolha da profisso.
Normolneos ou Mediolneos
Tambm chamados de atlticos, os indivduos deste grupo possuem ombros largos, ossos
fortes e
Os longilneos possuem corpo delgado, com ombros e tronco estreitos, rosto fino e
alongado, pescoo e extremidades longas, musculatura fraca e pouco desenvolvida, mas
37
Idade
O corpo sofre mudanas na forma e nas propores nas diversas fases da vida. H
diferenas visveis na velocidade de crescimento entre uma pessoa e outra, e nas taxas
anuais de crescimento, provando que algumas pessoas crescem mais rapidamente que
outras.
38
Raa
Sabe-se que sempre houve grande movimento migratrio no mundo, com deslocamentos
de povos inteiros de um lugar para outro, hbitos alimentares e culturas diferentes, os
quais produziram mudanas em medidas antropomtricas.
poca
As medidas antropomtricas podem variar num mesmo povo em pocas diferentes. As
modificaes de hbitos alimentares e de sade e a prtica de esportes podem fazer as
pessoas crescerem. Tal crescimento depende da qualidade de vida melhor adquirida por
um povo, no curso de sua histria.
Clima
Os indivduos de povos que vivem em regies quentes tm, em geral, o corpo mais
delgado e os membros superiores e inferiores relativamente mais longos. J os indivduos
de regies frias tm, em geral, os corpos mais cheios, volumosos e arredondados.
Essas diferenas resultam de vrios sculos de adaptao desses povos ao clima: os corpos
magros tm facilidade na troca de calor com o ambiente, enquanto os mais cheios tm
maior capacidade de armazenar calor no corpo.
Influncia do bitipo no trabalho
As diferenas individuais determinadas pela influncia de vrios fatores, comentados
anteriormente, leva-nos a concluir que ocorram muitas dificuldades no momento de
dimensionar os ambientes de trabalho, os postos de trabalho, devido grande variao do
trabalhador, no que diz respeito principalmente a medidas antropomtricas, fora fsica e
capacidade intelectual.
A indstria moderna
39
40
41
sofisticados contribuem diariamente para manter as pessoas por mais tempo no mercado
de trabalho. Assim, a tendncia aumentar o nmero de idosos produtivos em todos os
pases.
As mulheres, por sua vez, deixaram de se ocupar apenas com as tarefas domsticas e a
criao dos filhos. A cada dia aumenta o nmero de mulheres que busca um trabalho fora
dos limites da casa.
O comportamento social dos homens e das mulheres mudou. O homem no est mais to
disposto a sustentar sozinho a famlia, os relacionamentos j no so to duradouros, a
mulher necessita ter independncia pessoal e financeira, o poder econmico das famlias
est em queda, as dificuldades de conseguir emprego um fato constante na vida do
homem, o custo de vida nas cidades muito alto, enfim, todos esses fatores levaram as
mulheres a procurar trabalho fora de casa, muitas satisfazendo suas necessidades pessoais
e, outras, as necessidades econmicas.
42
Os portadores de necessidades especiais esto cada vez mais aptos para ingressarem
no mercado de trabalho. As tcnicas de reabilitao, as cirurgias reparadoras e
reabilitadoras e os materiais e equipamentos especiais permitem, muitas vezes, que os
deficientes tenham um desempenho muito alm do esperado,
em determinadas funes.
abordados
os
aspectos
mais
importantes
em
termos
de
antropometria,
43
Quanto fora muscular, cumpre lembrar que ela comea a declinar aps os 40 anos.
Entretanto, esse declnio diferente para as distintas partes do corpo, isto , os braos e
as mos no sofrem tanto quanto o tronco e as pernas.
Psicomotricidade
Com o avanar da idade, os movimentos tornam-se mais lentos. O tempo de reao de
uma pessoa idosa 20% maior que o de um jovem de 20 anos. Esse tempo tende a
aumentar de acordo com a complexidade da tarefa.
Viso e audio
A acuidade visual comea a sofrer decrscimo a partir dos 20 anos, bem como a viso de
cores e a adaptao ao escuro.
A diminuio da acuidade auditiva tambm notada principalmente para os sons agudos.
Levando as pessoas idosas a terem maior dificuldade para entenderem a fala.
Memria
A memria de fatos recentes pouco afetada. Porm, a de informaes que devem ser
retidas por muito tempo facilmente perturbada. O problema pode se tornar grave quando
as pessoas muito idosas esquecem o objetivo da ao, durante a fase de execuo de uma
tarefa.
A despeito do quadro apresentado, essencial lembrar que, apesar da perda das
habilidades fsicas, o idoso no est incapacitado para o trabalho.
As pessoas idosas acumulam experincias durante muitos anos e, desde que no sejam
exigidas acima de suas capacidades, podem ter bom desempenho no trabalho.
importante lembrar que os sintomas de senilidade devem ser vistos como uma das
diferenas individuais entre as pessoas. Existem pessoas de 60 anos que tm tanta fora e
capacidade para o trabalho quanto uma de 20 anos.
44
de 40 anos de idade muitas vez considerada velha para assumir um posto vago de
trabalho. Alm do mais, pesquisas mostram que a aposentadoria dos brasileiros se torna
mais precoce a cada dia que passa, levando ao colapso do sistema previdencirio.
Estes fatos contribuem assustadoramente para tirar do idoso o sonho de continuar uma
vida ativa e produtiva, leva-os depresso, s doenas senis, ao isolamento e muitas vezes
morte prematura.
Existem projetos no Senado e na Cmara dos Deputados que prevem incentivos fiscais s
empresas que admitirem trabalhadores acima de 50 anos nos seus quadros de
funcionrios, talvez assim, possam reintegrar os chamados idosos ao mercado de trabalho
e proporcionar-lhes uma expectativa de vida
condies fsicas,
45
46
Tudo isso no torna a mulher inapta para o trabalho. Existem muitas tarefas que no
exigem grandes esforos musculares e, o trabalho em uma empresa pode ser planejado
de forma que as tarefas que exijam maior fora fsica fiquem para os homens.
Capacidade intelectual
No existem diferenas significativas entre homens e mulheres. Estudos mostram que eles
perdem 10% de sua inteligncia no-verbal entre os 20 e 60 anos e elas, 20%. Porm, isso
explicado atualmente pelo fato de grande parte das mulheres viverem ainda somente em
ambientes domsticos, terem
decorrente da falta de
47
48
49
Todo esse quadro, porm, no deve servir para discriminar as mulheres, porque diz
respeito a sintomas normais. Alm disso, os homens tambm sofrem alteraes cclicas de
humor e de disposio para o trabalho, ficando em certos dias mais propenso a erros e
acidentes.
Podemos concluir que homens e mulheres podem e devem integrar-se no trabalho,
executando tarefas adequadas sua capacidade fsica. Os homens so mais aptos quelas
que exigem fora fsica, enquanto as mulheres adaptam-se com facilidade s que exigem
pequenos detalhes e s repetitivas, que necessitam de pacincia.
sociais
existentes
diante
das
peculiaridades
que
envolvem
estes
trabalhadores.
50
51
A discriminao na admisso do PNE foi tipificada como crime, punvel com recluso, a
lei
barreiras que
52
empresas j esto aptas para receb-los, tanto do ponto de vista das mquinas como
tambm,
na
estrutura
fsica,
cabendo
apenas
assumir
verdadeiramente
sua
responsabilidade social.
2.4 O negro e o trabalho
A discriminao social do negro, em especial no mercado de trabalho, decorre de longa
data. Aps a abolio do regime escravista, o negro, sem nenhuma condio econmica e
cultural, ficou a merc da sua fora braal para conseguir sustento. No tinha mais local
para morar, trabalhar e meios para sobreviver.
Sem nenhuma qualificao profissional passou a ser usado como mo-de-obra em servios
pesados, e, embora assalariado, no teve ascenso social por no ter cultura e
conhecimentos especficos.
At hoje, o preconceito racial se exterioriza em maior ou menor escala nas regies
brasileiras. O passado do negro, como escravo, marcou seu futuro para os olhos de muitas
pessoas como um ser inferiorizado, mantendo-os nos setores mais pobres da sociedade.
Dados de pesquisas revelam que a maior taxa de desemprego atinge diretamente os
negros.
Os negros normalmente ocupam postos de trabalhos que dependem de pouca qualificao
e acabam recebendo salrios inferiores aos dos brancos. Os trabalhos domsticos so
exercidos na sua maioria por mulheres negras e mulatas.
Apesar do Brasil ser um dos pases com a maior populao de negros no mundo,
ao
53
observando
as
mesmas
oportunidades
no
mercado
de
trabalho,
significam e
54
3. METABOLISMO CORPREO
O ser humano necessita de energia para desenvolver todas
suas
atividades. Em
situaes normais o indivduo fornece, atravs dos alimentos que ingere e do ar que
respira, a energia que o organismo necessita.
O ar e os alimentos so fontes de energia de origem fsica, biolgica e qumica que o
organismo humano transforma, atravs de reaes bioqumicas, em fontes de energia
trmica e mecnica.
e do ar para o organismo, a
queima de produtos.
55
NUTRIENTES
OXIGNIO
Estmago
Intestino
Pulmes
Fgado
Metabolismo
Calor
Energia mecnica
Os valores do
elementos carbono (C), hidrognio (H) e oxignio (O), sendo que as protenas tm ainda
na sua composio o nitrognio (N).
56
as protenas contribuem
57
metablitos o CO2 e H2 O;
Por via anaerbica, a mesma molcula de glicose fornece 2 ATP e principa l
metablito o cido ltico.
Quanto aos lipdios s podem ser metabolizados por via aerbica, portanto, para a sua
transformao h necessidade de grande quantidade de oxignio.
Assim pode-se dizer que, quanto mais capaz fisicamente for o indivduo, ou seja, maior
capacidade pulmonar com
alta
lipdios na execuo de tarefas, enquanto que, pessoas menos treinadas, com menor
capacidade pulmonar e, conseqentemente, baixa oxigenao das clulas tendero a
utilizar maior quantidade de carboidratos para realizar as tarefas.
O treinamento fsico leva o indivduo a uma maior capacitao pulmonar, melhorando a
circulao sangunea atravs do aumento da capilarizao, beneficiando os msculos com
um volume maior de sangue, elevando o fornecimento de oxignio s clulas e rpida
excreo dos subprodutos do metabolismo.
Alm disso, o treinamento fsico proporciona ao indivduo uma mxima capacidade de
captao de oxignio, denominada volume mximo de O (VO mx.).
As adaptaes cardiorrespiratrias decorrentes do treinamento levam:
a melhora da capacidade funcional dos pulmes para captar o oxignio, com
conseqente melhora da capacidade da membrana alveolar em difundir o oxignio
para o sangue,
aumenta a quantidade e a qualidade das hemceas e hemoglobina na realizao do
transporte sangneo do oxignio,
melhora a capacidade cardiovascular de bombear quantidades adequadas de sangue
em tempo hbil,
58
5000
4000
Calorias de Trabalho
3000
2000
Calorias de lazer
1000
Metabolismo basal
Caloriastrabalho/24h
Trabalho:leve
1000
1600
Meio
Pesado
Pesado
2000
3000
Muito
Pesado
Fonte: Grandjean,1998
59
Tipo de Profissional
Necessidades calricas
Trabalhadores de escritrios
2.500 kcal/dia
Motoristas
2.800 kcal/dia
3.000 kcal/dia
3.500 kcal/dia
Estivadores
at 4.500 kcal/dia
GASTO
ENERGIA/
GASTO
ENERGIA/
HOMENS
MULHERES
Em escritrios
Ativ/industrial leve
Ativ/indust.moderada
60
61
Vale lembrar que apenas a alimentao fornecida pela empresa (almoo ou jantar) no
suficiente para repor as perdas calricas decorrentes do trabalho. O trabalhador necessita
de condies econmicas adequadas para alimentar-se bem, tambm em sua casa.
O trabalhador no necessita apenas da energia proveniente dos alimentos, h necessidade
de lquidos para manuteno do equilbrio do metabolismo corpreo. Os alimentos, na sua
maioria, tm na sua composio grande quantidade de gua, contudo, o organismo
precisa do fornecimento extra de lquidos, que pode varia de pessoa para pessoa ou
ainda, devido s condies climticas.
A ingesto de lquidos alm de promover a hidratao do organismo, auxilia na excreo
de inmeros produtos finais do metabolismo corpreo, atravs dos rins e das glndulas
sudorparas.
O trabalhador deve estar atento e orientado para a reposio contnua dos lquidos
orgnicos, principalmente em dias muito quentes e quando o trabalho estiver sendo
executado diretamente sob o calor do sol. O consumo de lquidos varia de pessoa para
pessoa mas, em mdia, uma pessoa deve ingerir de 1,5 a 2 litros de lquidos/dia podendo
ser gua, chs, sucos, leite, caldos etc.
Hbitos alimentares para evitar as doenas e melhorar as produtividade
Evitar ingesto excessiva de carboidratos na refeio servida na empresa. Os
carboidratos em grande quantidades provocam fermentao intestinal o que leva a
formao de gases, com conseqente desconforto abdominal.
Evitar a ingesto excessiva de gorduras, so de difcil digesto e contribuem para a
diminuio do rendimento do trabalho. Alm de contribuir para o aumento do
colesterol no sangue e levar a obesidade.
No ingerir a refeio rapidamente, evitando assim, o desconforto ps-prandial.
No realizar as refeies no prprio local de trabalho, podem ocorrer intoxicaes
digestivas decorrentes da contaminao das mos ou dos alimentos e utenslios.
Aumentar a ingesto de carnes brancas, peixes, verduras e legumes, so de fcil
digesto e fornecem nutrientes adequados necessidade do trabalhador.
62
A troca do uniforme
63
para
serem excretados.
Trabalho Muscular Esttico
64
65
TRABALHO ESTTICO
Acmulo de CO2
Acmulo de substncias
provenientes do metabolismo do
organismo
HIPXIA
Descontrao
Contrao
Bomba muscular
67
reconstruir uma organizao memorizada que sofreu alguma mudana, por exemplo,
reorganizar as peas de um jogo de quebra-cabea, seguindo a ordem anterior sua
desmontagem. Finalmente, o homem tem a capacidade de lembrar de forma integral,
fatos anteriormente vividos, sem estarem presentes os elementos desses fatos.
Existem dois tipos de memria:
Memria de curta durao ou recente;
Memria de longa durao.
A memria de curta durao consiste na lembrana de fatos que acabaram de
acontecer, dentro de um perodo de minutos ou horas.
A memria de longa durao, ao contrrio, engloba lembranas de
acontecimentos de meses ou anos atrs.
As informaes armazenadas normalmente podem ser recuperadas, embora nem sempre
to completas como se pode desejar.
As informaes quando armazenadas deixam um rastro no crebro, como se uma rede
de neurnios recebesse uma marca. Quando um estmulo percorre este caminho marcado,
trs de volta para o indivduo a informao desejada.
A memria de curta durao apagvel, o que explica a perda de memria para fatos
imediatamente ocorridos antes de um traumatismo craniano. Supe-se que existe um
perodo de gravao ou consolidao da memria, e se ocorrer algum problema durante
este perodo os rastros podem sofrer prejuzos e no serem armazenados na memria
de longo prazo. Com o passar do tempo, os rastros, no ocorrendo nenhum percalo, se
tornaro estveis e resistentes e sero ento armazenados na memria de longa durao.
O nmero de clulas nervosas que compem o sistema nervoso humano gira em torno de
10 bilhes de clulas e a capacidade total da memria humana cerca de 108 (cem
milhes) bits, valor inimaginvel que ultrapassa a capacidade de memria dos
computadores.
68
muito mais
simples e por ltimo, associar as informa es com imagens visuais, dando preferncia s
imagens estereotipadas , marcantes ou figuras conhecidas.
Podemos concluir que todas as pessoas so capazes de aprender e de tornar menos
traumatizante o processo ensino-aprendizagem do trabalho.
69
70
existiam duas situaes bastante distintas, uma agindo de forma positiva e chamada de
motivadora e outra, que agia de forma negativa, levando o trabalhador ao aborrecimento.
Nem sempre esses fatores se opem uns aos outros, ou seja, se eles no existirem, so
fontes desmotivadoras, mas se existirem, podem ou no ser fontes de motivao ou
satisfao.
So fontes de motivao:
O trabalho propriamente dito;
Realizao pelo trabalho;
Reconhecimento pela realizao;
Responsabilidade que o trabalho representa;
Avano e crescimento profissional que o trabalho proporciona.
Podem ser fontes desmotivadoras:
Problemas com a superviso;
Relacionamento difcil com a chefia e/ou colegas;
Ms condies de trabalho;
Baixa remunerao;
Poltica e administrao da empresa inadequadas;
Segurana pessoal ameaada;
Falta de status pessoal;
Dificuldade no relacionamento com os funcionrios;
Problemas na vida pessoal.
71
desempenho
do
trabalho
no
aperfeioamento
pessoal
profissional.
5.3 A monotonia
A monotonia a reao do organismo a uma situao uniforme, pobre ou com poucas
variaes de estmulos. Caracteriza-se por sintomas, entre outros, sensao de fadiga,
cansao, sonolncia, morosidade, falta de disposio, diminuio da ateno e stress.
Tarefas repetitivas na empresa, trfego moroso e rotineiro, professores que mantm o
mesmo tom e intensidade de voz podem provocar monotonia.
Outras situaes contribuem para o aparecimento da monotonia em trabalhadores:
Atividades de longa durao, com necessidade de alto nvel de observao, porm,
sem a ocorrncia de estmulos para aguar essa observao;
Operaes com ciclos de durao muito pequenos e/ou de repetio prolongada;
Tarefas que restrinjam a movimentao corporal;
Estimulao sensorial ambiental muito baixa;
Locais pouco iluminados, ventilados e ruidosos;
72
desativao
73
A adaptao
Os rgos dos sentidos adaptam-se s caractersticas do meio ambiente, ou seja, se
existem novos estmulos no ambiente os rgos so sensibilizados e reagem a eles, caso
os estmulos sejam repetitivos e se prolonguem por longos perodos os rgos tornam-se
insensveis.
O crebro ativado pela grande variao dos estmulos externos, por outro lado, a
repetio constante dos mesmos estmulos provoca uma certa inativao cerebral.
Quando o trabalho apresenta caractersticas de monotonia e de repetio e o ambiente
encontra-se empobrecido de estmulos novos, os rgos dos sentidos diminuem o envio
dos estmulos por parte dos rgos receptores ao sistema nervoso, com a finalidade de
proteg-lo contra a estimulao sensorial excessiva. Assim, podemos dizer que houve uma
adaptao do organismo s condies de trabalho e do ambiente.
A indiferena
O trabalho montono e repetitivo provoca a eliminao de reaes frente aos estmulos,
uma vez que eles deixam de ter um significado para o indivduo, levando-o a
indiferena.
Da mesma forma que a adaptao aos estmulos repetitivos, a indiferena tem o objetivo
de proteger o crtex cerebral e o organismo em geral, de uma srie de estmulos sem
significados.
Assim, podemos concluir que tarefas pobres em estmulos ou ricas em estmulos
repetitivos somadas aos mecanismos neurofisiolgicos da adaptao e da indiferena so
fatores fundamentais no desencadeamento da monotonia.
A diminuio do nvel de excitao cerebral reflete sobre todo organismo, que diminui de
maneira geral todas as suas reaes.
74
Entre outras alteraes podemos citar a produo diminuda do hormnio adrenalina pelas
glndulas supra-renais. A produo desse hormnio est diretamente ligada aos estmulos
e desafios proporcionados ao homem. Quando ocorre diminuio dos nveis de adrenalina
no organismo h uma queda no nvel de atividade do homem.
Podemos comparar o desenvolvimento de duas crianas, uma criada com todas as
condies de aprendizagem, estmulos, jogos, brincadeiras etc e outra, sem qualquer
mecanismo de desenvolvimento, seja mental, fsico ou psquico. Provavelmente a primeira
se desenvolva de forma adequada e evolua satisfatoriamente, tendo facilidades para se
desvencilhar dos desafios propostos; a segunda, no entanto, ter certamente muitas
dificuldades para realizar as tarefas, resolver os problemas ou criar solues para os
desafios que aparecerem.
O trabalhador que executa tarefas repetitivas e montonas por longos perodos da sua
vida sofre as mesmas conseqncias da criana que se desenvolve de forma inadequada,
sem os recursos necessrios. Sua capacidade fsica e mental fica comprometida, ocorre
uma certa atrofia cerebral, por falta de desafios e estmulos novos. Ambientes de trabalho
com novos desafios e estmulos levam a uma excitao cerebral e provoca o
desenvolvimento do homem no aspecto fsico, mental e psquico.
No entanto, tudo deve ser equilibrado, estudos mostram que
exagerar no fornecimento
75
- aumenta a vigilncia;
- reduz a inibio;
- alivia a fadiga;
- provoca a diminuio do apetite.
Alteraes fisiolgicas:
- aumenta a temperatura corporal;
- aumenta o ritmo cardaco;
- aumenta o consumo de O2.
Excedendo-se a dose de tolerncia, podem ocorrer:
- indigesto;
- nervosismo;
- insnia.
Fumo
Contm monxido de carbono (CO), que apresenta maior afinidade com a
hemoglobina (Hg) do sangue;
A Hemoglobina circulante carrega o oxignio (O2 ) dos pulmes para os msculos;
Nos fumantes a hemoglobina se junta com o monxido de carbono (CO) circulante,
assim torna-se incapaz de carregar o oxignio para as clulas.
As pessoas que fumam em mdia 20 cigarros dirios apresentam taxa de 6,3% de
Hg combinada com o CO, o que diminui de 5 a 10% da sua capacidade aerbica,
dificultando e diminudo a performance fsica.
lcool
Em doses moderadas pode ser benfico ao desempenho, pois:
- Aumenta o ritmo cardaco;
- Acelera a transmisso de impulsos atravs das clulas
nervosas, diminuindo o tempo de reao.
76
Dosagem
(ml)
Quant. lcool
(gramas)
Carboidratos
(gramas)
Calorias
300
120
120
120
120
45
13
11,6
11,3
11,5
11,9
15,3
13,7
1,3
0,4
4,9
3,6
Traos
151
88
80
102
98
107
60
120
20
240
120
9,5
12,2
4 a 10
25
01
1,2
13,9
4a7
traos
05
72
141
50 a 180
100
40
77
compensando
os
altos
investimentos,
levaram os
trabalhadores a
78
Ritmos circadianos
FUNES
ALTERAES
Durante o dia
Temperatura corprea
Freqncia cardaca
Presso arterial
Produo de adrenalina
Capacidade produtiva
Produo mental
Produo hormonal
Aumenta
Aumenta
Aumenta
Aumenta
Aumenta
Aumenta
Aumenta
Durante a noite
Diminui
Diminui
Diminui
Diminui
Diminui
Diminui
Diminui
Como podemos notar no quadro acima, o organismo humano est preparado para
produzir durante o dia, com todos os seus rgos e funes no pice produtivo, em
compensao, durante a noite, as atividades e a produo da maioria dos rgos est
anestesiada, o organismo est pronto para diminuir o ritmo de funcioname nto, com o
objetivo de descansar e de recompor as reservas de energia.
Estudos do ritmo circadiano mostram sua importncia para o homem frente as suas
atividades de trabalho, a nvel de desempenho, produo e estado de alerta.
Alguns estudos mostram que em certos horrios o organismo apresenta menor ndice de
alerta, com um maior nmero de acidentes e erros registrados nestes perodos.
Alm disso, atravs do ritmo circadiano podem ser diagnosticadas doenas, com base em
certas medidas como a presso arterial da temperatura corprea e na composio dos
lquidos do organismo, como urina e sangue.
79
80
Turnos de trabalho
As atividades laborais de muitas empresas esto divididas em dois ou trs turnos de
trabalho. Muitas so as possibilidades de diviso desses turnos, citamos apenas dois
exemplos mais comuns, ou seja, a empresa de trs turnos de trabalho (6 s 14 horas; 14
s 22 horas e 22 s 6 horas) ou empresas de dois turnos de trabalho ( 6 s 15 horas e
15 s 24 horas).
81
82
Ter um sistema de rotao mais rpida (menos dias trabalhados por perodos),
embora a rotao prolongada seja fisiologicamente mais vantajosa, os prejuzos
psicossociais que ela causa so maiores;
Diminuir o quanto possvel o desajuste social, ou seja, permitir folgas nos finais de
semanas;
Estabelecer as horas do turno de acordo com a dificuldade das tarefas realizadas,
tarefas muito difceis e desgastantes pedem turnos com menor nmero de horas;
Procurar ouvir os trabalhadores, muitas vezes o que bom e adequado para um
no o ser para o outro. Tentar dividir eqitativamente as vantagens e
desvantagens de cada um dos turnos entre as turmas de trabalho.
Estabelecer um horrio de revezamento que no prejudique o sono, por exemplo,
no turno de 8 horas, deve-se procurar revezar s 7, 14 e 22 horas.
83
as pausas
voluntrias. Inmeros casos mostram que um aumento para dez horas de trabalhos
dirios pode levar a uma diminuio da produtividade, uma vez que, ocorre o aumento da
velocidade da produo aliada fadiga, causado pelo aumento do tempo de trabalho.
Nota-se que horas extras tambm so prejudiciais ao processo produtivo. Aps oito horas
de trabalho o prolongamento por mais uma ou duas horas, tem demonstrado que nas
horas excedentes o nvel de produo diminui, trazendo ainda, aumento do absentesmo,
aparecimento de doenas e maior nmero de acidentes.
Quando h necessidade de horas extras, o ideal seria que fossem executados trabalhos
mais leves que o habitual nessas horas e que pausas planejadas ocorressem durante o
processo produtivo.
A reduo de seis dias semanais de trabalho para cinco dias em um grande nmero de
empresas dos setores industriais, de servios e comerciais teve influncia positiva sobre a
produtividade, houve um aumento na produo horria. Nem tanto na produo geral,
84
contudo, diminuiu o nmero de ausncias no trabalho, uma vez que o final de semana de
dois dias (sbado
85
Rodzio de funcionrio
O rodzio de funcionrios no mesmo posto de trabalho bastante utilizado, principalmente
nos servios de longa durao, como por exemplo, as viagens de longa distncia com
transporte de carga ou passageiros (maquinistas de trens, pilotos de avies, motoristas de
nibus e caminhes).
Nota-se nesse tipo de servio, onde se exige ateno constante e tempo de reao curto e
rpido, que o trabalhador fica mais propenso a sofrer acidentes, em funo da longa
jornada, do cansao e do estresse. Muitas empresas adotam o revezamento do
trabalhador por outro, durante o percurso desenvolvido.
Pausas
As pausas so intervalos de tempo, curtos ou longos, proporcionados ao organismo
humano, possibilitando a ele alternncia entre o esforo e o repouso.
Todo organismo necessita perodos para recuperar as energias e as foras para o trabalho.
A musculatura do corpo exige que ocorram freqentes intervalos de tempo no
86
Jornada de trabalho
normal
Perodo de trabalho
+ pausas
Com esse tipo de organizao de pausas, mantm-se a durao total do trabalho efetivo e
o trabalhador chega ao fim da jornada menos cansado.
Tipos de pausas
As pausas so criadas de diferentes maneiras e necessidades, podendo ser distinguidas
da seguinte forma:
Pausas fisiolgicas o perodo de tempo gasto entre a contrao
muscular(trabalho) e a descontrao muscular (recuperao). A relao de tempo
ideal entre a contrao e a descontrao, em um trabalho normal de 1:1. Em
trabalhos pesados a relao deve ser de 1:1,5. Em relao ao trabalho muscular
esttico, extremamente fatigante, este deve ser evitado.
87
trabalho por falta de condies fsicas. Pode exercer sua funo, porm
executando outra atividade. No est impedido de trabalhar. Quem determina o
tempo da limitao o mdico do trabalho.
Pausas longas ou obrigatrias determinadas pelas empresas
so
88
89
8. ERGONOMIA
A palavra ergonomia tem origem nas palavras gregas ergon (trabalho) e nomos (regras,
leis naturais).
o nome dado ao conjunto de estudos sobre a adaptao do trabalho ao homem, sobre o
relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamentos e ambiente, em particular,
sobre a aplicao dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na soluo dos
problemas surgidos desse relacionamento.
um estudo sobre a busca da sintonia entre o homem e os objetos de sua criao. Pode
ser definida como a cincia do conforto (com segurana e eficincia).
Histrico
Teve incio na pr-histria: onde o homem escolhia uma pedra de formato melhor que se
adaptasse forma e movimento de sua mo, para us-la como instrumento de caa.
Europa - Por volta de 1900 (Alemanha, Frana e outros) surgiram pesquisas na
rea de Fisiologia do Trabalho. Em Estocolmo e Copenhagem foram criados
Laboratrios de Treinamento e coordenao muscular para o desenvolvimento de
aptides;
Estados Unidos - foi criado o Laboratrio de Fadiga Muscular e aptido fsica;
Inglaterra - na 1 Guerra Mundial aconteceu a criao da Comisso de Sade dos
Trabalhadores na Indstria de Munies.
de
equipamentos
militares
complexos,
com
preocupao
nas
90
NR 17 - Ergonomia
Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parmetros que permitam a adaptao
das condies de trabalho s caractersticas psicofisiolgicas dos trabalhadores, de modo a
proporcionar um mximo de conforto, segurana e desempenho eficiente.
As condies de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e
descarga de materiais, ao mobilirio, aos equipamentos e s condies ambientais do
posto de trabalho e prpria organizao do trabalho.
Para avaliar a adaptao das condies de trabalho s caractersticas psicofisiolgicas dos
trabalhadores, cabe ao empregador realizar a anlise ergonmica do trabalho, devendo a
mesma abordar, no mnimo, as condies de trabalho conforme estabelecido nesta Norma
Regulamentadora. (Norma Regulamentadora 17)
Propostas da Ergonomia
Aperfeioamento da relao entre o homem e a mquina
Organizao do Trabalho
Melhoria das condies de trabalho
91
b) Organizao do Trabalho
O arranjo fsico (layout) a distribuio espacial dos diversos elementos que compem o
posto de trabalho e so necessrias s realizaes de tarefas. O principal aspecto deste
arranjo a funcionalidade imediata e tambm a mdio e longo prazos.
Tem em vista a diminuio dos ritmos mecnicos impostos ao trabalhador, reduzir a fadiga
e tornar o trabalho menos repetitivo e montono. Visa tambm aumentar a participao
dos trabalhadores nas decises que dizem respeito ao seu prprio trabalho.
c) Melhoria das condies de trabalho
a anlise das condies fsicas como temperatura, iluminao, rudos, vibraes e gases
txicos presentes no posto de trabalho. Essas melhorias ambientais contribuem para a
melhoria da eficincia, confiabilidade e qualidade das operaes industriais e tarefas de
quaisquer nveis.
A aplicao da Ergonomia pode ser dividida em trs etapas:
Etapa da concepo
Etapa da correo
Etapa da conscientizao
Etapa da concepo
a fase inicial do projeto do produto, da mquina ou do ambiente de trabalho. Nela
podemos analisar amplamente as alternativas, porm, exige-se maior conhecimento e
experincia, porque as decises so tomadas com base em situaes hipotticas e
conhecimentos adquiridos anteriormente.
92
Etapa da correo
Nesta etapa a ergonomia aplicada em situaes reais, postos de trabalho j existentes,
procurando corrigir os problemas relacionados segurana, fadiga excessiva, doenas do
trabalhador ou com a quantidade e qualidade da produo. Em muitas situaes a soluo
para determinados problemas no satisfatria, exigindo muitos gastos. Em outras,
podem ser adotadas melhorias como: mudana de postura, dispositivos de segurana e
aumento de iluminao com relativa facilidade, eficincia e economia.
Etapa da conscientizao
Muitas vezes, os problemas no so solucionados nas etapas de concepo e de correo.
necessria ento a conscientizao do trabalhador, atravs de cursos de treinamento e
freqentes reciclagens, nos quais ele aprende a trabalhar de forma segura, reconhecendo
os fatores de risco que possam surgir a qualquer momento no ambiente de trabalho e as
medidas a serem tomadas. Essa conscientizao pode ser individual, quando o problema
afeta um ou alguns poucos trabalhadores, ou coletiva quando o problema geral no
ambiente de trabalho.
Postura do corpo e a ergonomia
O corpo humano assume em geral trs posturas bsicas: deitada, sentada e em p.
Posio deitada a posio anatmica, confortvel e relaxante.
Permite
93
que a ereta.
diminuir
94
Conforto Ambiental
Organizao do local de trabalho - acessrios ao alcance do trabalhador, gavetas,
objetos, utenslios etc.
Ambiente de trabalho limpo, arejado, iluminado, organizado de acordo com as
exigncias do tipo de servio realizado.
95
96
seja levantada com a coluna vertebral no sentido vertical, evitando-se as cargas com as
costas curvadas. ( ver demonstrao na figura abaixo)
97
98
9. FADIGA
A fadiga resulta de um trabalho continuado
Alteraes orgnicas
Certos tipos de trabalhos, em vista das condies e dos ambientes fsicos em que so
realizados, podem provocar alteraes orgnicas que, isolada ou combinadamente levam a
um quadro de fadiga somtica. Essas alteraes so, entre outras:
99
trabalho muscular
Fatores desencadeantes
100
ele
no funciona
101
102
Fatores desencadeantes
Estes fatores podem estar ligados vida extraprofissional ou a vida profissional.
Os fatores extraprofissionais podem estar relacionados com baixo padro de vida
como: alimentao, habitao, vesturio, educao, sade, problemas familiares,
condies precrias de transporte, alcoolismo e uso de drogas.
Os fatores profissionais esto ligados vida profissional: as condies ambientais,
organizao do trabalho, chefia insegura, nveis hierrquicos, bloqueio de carreira,
responsabilidades mal delegadas, conflito entre chefias, falta de plano de cargos e salrios
e falta de comunicao entre os trabalhadores.
Preveno
A fadiga psquica de mais difcil preveno que a fsica, pois envolve o comportamento
humano.
Em muitos casos a preveno depende de um trabalho intenso de um grupo de
profissionais da empresa, o que no muito freqente.
Algumas medidas de preveno podem amenizar a fadiga mental:
Motivao para o trabalho;
Flexibilidade de horrio;
Msica ambiente;
Salas de repouso e recreao.
Na preveno da fadiga psquica deve-se levar em conta, antes demais nada a
individualidade de cada trabalhador, a fim de detectar suas particularidades .
103
10. ESTRESSE
ESTRESSE ou STRESS a resposta do organismo a um acmulo de presses externas e
internas e est geralmente relacionado a um ritmo de vida desgastante.
Presses profissionais
Presses sociais e polticas
Presses econmicas
ESTRESSE
Presses familiares
Presses individuais
Reao do organismo
s presses
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Dificuldade
Ansiedade
Estresse
Fluir
Desafios
Desinteresse
Estresse
Habilidade
Um trabalho que apresente desafios, medida que estes desafios vo sendo superados
tarefa por tarefa, dia-a-dia traz satisfao ao trabalhador, no o conduzindo ao estresse.
Os desafios provocam um estresse positivo no trabalhador, ou seja, estimulam o
desenvolvimento do trabalho.
Alguns fatores existentes no ambiente de trabalho podem conduzir o trabalhador mais
facilmente ao estresse.
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PRESSES
desorganizao fisiolgica
desencadeiam
ESTRESSE
Fisiopatologia do estresse
A glndula pituitria ou hipfise produz hormnios que exercem efeitos sobre outras
glndulas (tireide, supra-renal, ovrios e testculos). Essas glndulas produzem seus
respectivos hormnios mantendo o organismo em equilbrio.
medida que um indivduo enfrenta uma situao de perigo desencadeia o estresse
pela alterao do funcionamento da hipfise e, conseqentemente, altera a liberao de
hormnios, desencadeando uma desorganizao fisiolgica. Essa desorganizao se
mantida por perodos prolongados pode desenvolver patologias graves como: doenas
cardiovasculares, distrbios menstruais, gastrintestinais, sexuais e outros.
Etapas:
reao de luta ou fuga
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resistncia
adoecimento
exausto e morte
A sociedade moderna vive cada vez mais em condies estressantes, como medo de
perder o emprego, competio, dificuldades pessoais e outras. As pessoas estressadas
perdem principalmente a auto-estima e a autoconfiana, relaxando, primeiramente, com
os cuidados pessoais de higiene e sade. Sofrem de insnia, tornam-se agressivas e
podem fazer uso abusivo de cigarros, bebidas e drogas.
As alteraes endcrinas e fisiolgicas tornam o indivduo mais suscetvel s dores,
problemas gastrintestinais e doenas cardiovasculares, levando a desequilbrios fsicos e
mentais.
Desequilbrios fsicos
Incio:
Tenso muscular (dores)
Vertigens e tonturas
Alteraes gastrintestinais
Alteraes cardiovasculares
Alteraes respiratrias
Evoluo:
Hipertenso arterial
Angina/infarto
Doenas gastrintestinais
Disfunes sexuais
Obesidade/emagrecimento
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As doenas so o apelo final do nosso corpo. Elas tiram as pessoas de circulao por
algum tempo.
radicais.
Desequilbrios psquicos
Diminuio da concentrao
Distrbio da memria
Hesitao na tomada de decises
Diminuio da criatividade
Sentimento de perda, tdio, culpa e apatia
Ansiedade, tenso e irritao
Medo, tristeza e negativismo
Viso pessimista do futuro
Diminuio da autoconfiana
Depresso, neurose, doena mental e suicdio
Geral:
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No trabalho:
Queda na produtividade;
Queda na qualidade do servio;
Aumento de acidentes de trabalho;
Aumento de absentesmo;
Aumento da rotatividade de trabalhadores;
Diminuio da vigilncia;
Aumento da ansiedade e da depresso;
Adiamento de tarefas.
CCoom
moo ttrraattaarr oouu pprreevveenniirr oo eessttrreessssee
No existe uma forma nica para a reduo do estresse, pois as causas so variadas e ele
afeta de formas diferentes as pessoas. Algumas medidas podem ser adotadas para
prevenir ou combater o estresse, elas podem ser individuais ou coletivas.
Medidas Individuais propostas para diminuir o estresse
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quando
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Lazer democrtico;
A gerncia deve ter com o trabalhador: compromisso tico e meios de incentivo.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS: