PCDT de 2015 para Prevenção de Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais
PCDT de 2015 para Prevenção de Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais
PCDT de 2015 para Prevenção de Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites Virais
Diretrizes Teraputicas
Preveno da Transmisso Vertical de
HIV, Sfilis e Hepatites Virais
N186
Novembro/2015
Informaes:
MINISTRIO DA SADE
Secretaria de Cincia, Tecnologia e Insumos Estratgicos
Esplanada dos Ministrios, Bloco G, Edifcio Sede, 8 andar
CEP: 70058-900, Braslia DF
E-mail: [email protected]
http://conitec.gov.br
CONTEXTO
Em 28 de abril de 2011, foi publicada a Lei n 12.401, que altera diretamente a Lei n
8.080 de 1990 dispondo sobre a assistncia teraputica e a incorporao de tecnologias em
sade no mbito do SUS. Esta lei define que o Ministrio da Sade, assessorado pela Comisso
Nacional de Incorporao de Tecnologias CONITEC, tem como atribuies a incorporao,
excluso ou alterao de novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a
constituio ou alterao de Protocolos Clnicos e Diretrizes Teraputicas.
Protocolos Clnicos e Diretrizes Teraputicas (PCDT) so documentos que visam a
garantir o melhor cuidado de sade possvel diante do contexto brasileiro e dos recursos
disponveis no Sistema nico de Sade. Podem ser utilizados como materiais educativos aos
profissionais de sade, auxlio administrativo aos gestores, regulamentao da conduta
assistencial perante o Poder Judicirio e explicitao de direitos aos usurios do SUS.
Os PCDT so os documentos oficiais do SUS para estabelecer os critrios para o
diagnstico de uma doena ou agravo sade; o tratamento preconizado, com os
medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas;
os mecanismos de controle clnico; e o acompanhamento e a verificao dos resultados
teraputicos a serem seguidos pelos gestores do SUS.
Os PCDT devem incluir recomendaes de condutas, medicamentos ou produtos para
as diferentes fases evolutivas da doena ou do agravo sade de que se tratam, bem como
aqueles indicados em casos de perda de eficcia e de surgimento de intolerncia ou reao
adversa relevante, provocadas pelo medicamento, produto ou procedimento de primeira
escolha. A nova legislao reforou a utilizao da anlise baseada em evidncias cientficas
para a elaborao dos PCDT, explicitando os critrios de eficcia, segurana, efetividade e
custo-efetividade para a formulao das recomendaes sobre intervenes em sade.
Para a constituio ou alterao dos PCDT, a Portaria GM n 2.009 de 2012 instituiu na
CONITEC uma Subcomisso Tcnica de Avaliao de PCDT, com as competncias de definir os
temas para novos PCDT, acompanhar sua elaborao, avaliar as recomendaes propostas e as
evidncias cientficas apresentadas, alm da reviso peridica dos PCDT vigentes, em at dois
anos. A Subcomisso Tcnica de Avaliao de PCDT composta por representantes de
Secretarias do Ministrio da Sade interessadas na elaborao de diretrizes clnicas: Secretaria
APRESENTAO
A presente proposta de Protocolo Clnico e Diretrizes Teraputicas para Preveno da
Transmisso Vertical de HIV, Sfilis e Hepatites Virais pretende atualizar e reunir todas as
recomendaes sobre o assunto, antes pulverizadas em diversos documentos, entre manuais e
consensos.
Dentre as atualizaes, destaca-se a incluso da Estratgia B+ para todas as gestantes
vivendo com HIV/Aids. Trata-se da utilizao de antirretrovirais (ARV) em gestantes e lactantes
independente de seu estado imunolgico (contagem de linfcitos TCD4). Tal estratgia no
distigue entre o esquema de profilaxia da transmisso vertical e o tratamento de gestantes
com Aids. Alm disso, o novo PCDT prope como esquema ARV de primeira linha de
tratamento o tenofovir (TDF), lamivudina (3TC) e efavirenz (EFV), em dose fixa combinada,
facilitando a adeso e uniformidade do tratamento em pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA).
A recomendao de utilizao do EFV na gestao est baseada em estudos recentes que
comprovaram a segurana do medicamento, apresentada em mais detalhes ao longo do texto.
Outra inovao a recomendao de administrao da zidovudina injetvel no
momento do parto apenas para gestantes que permanecem com carga viral detectvel aps
34 semanas de gestao. A recomendao anterior indicava a administrao do AZT a todas as
gestantes, independente da carga viral.
As recomendaes relativas preveno da transmisso vertical de sfilis e hepatites
virais tambm esto consoantes com protocolos especficos revisados recentemente pelo
Ministrio da Sade.
O texto a seguir foi elaborado por especialistas renomados neste campo de atuao,
sob acompanhamento do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais da Secretaria de
Vigilncia em Sade do Ministrio da Sade. A proposta foi apresentada Subcomisso
Tcnica de Avaliao de PCDT da CONITEC, que contribuiu para qualificar a definio das
recomendaes. Com a presente proposta, espera-se melhorar a ateno gestantes vivendo
com HIV/Aids, sfilis ou hepatites virais, de forma harmoniosa com as demais recomendaes e
avanos do SUS e, com isso, garantir sade a seus bebs.
CONSULTA PBLICA
A consulta pblica para a aprovao do Protocolo Clnico e Diretrizes Teraputicas
para Preveno da Transmisso Vertical de HIV, Sfilis e Hepatites Virais foi realizada entre os
dias 20 de agosto e 8 de setembro de 2015, tendo recebido 165 contribuies. Somente so
consideradas contribuies de consulta pblica aquelas que foram encaminhadas no perodo
estipulado e por meio do site da CONITEC, em formulrio especfico.
Dentre as 165 contribuies, 53% (87) foram enviadas por profissionais de sade ou
sociedade mdica e 36% (60) por representaes de pacientes, incluindo o prprio ou
associaes de pacientes, algum familiar, amigo ou cuidador de paciente. As demais
contribuies (11%) foram enviadas por interessados no tema no classificados nas descries
anteriores (Grfico 1).
Profissional de sade
2% 1%
Paciente
11%
13%
52%
21%
Familiar, amigo ou
cuidador de paciente
Interessado no tema
Grupos/associao/organiz
ao de pacientes
Sociedade mdica
GRFICO 1 - Distribuio das contribuies recebidas na consulta pblica por tipo de contribuinte. N = 165.
1%
11%
Nordeste
Sudeste
52%
35%
Sul
Centro-oeste
Norte
GRFICO 2 - Distribuio das contribuies recebidas na consulta pblica por regio. N = 165.
A avaliao geral desta proposta de PCDT resultou em 51% (84) de avaliaes positivas
(muito boa ou boa), 21% (35) como regular e 28% (46) como ruim ou muito ruim. 95% (44) das
avaliaes como ruim ou muito ruim tinham como contedo a reivindicao de incluso da
triagem para HTLV.
Bernardo Galvo-Castro, et al. Epidemiologia e origem do HTLV-1 em Salvador Estado da Bahia: a cidade com a
mais elevada prevalncia desta infeco no brasil. Gaz. md. Bahia 2009;79:1(Jan-Dez):3-10
2
Paiva Arthur, Casseb Jorge. Origem e prevalncia do vrus linfotrpico de clulas T humanas em populaes
indgenas das Amricas. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo. 2015 Fev; 57( 1 ): 01-14.
0%
20%
Muito ruim
40%
Ruim
60%
Regular
80%
Boa
100%
Muito boa
O contedo de todas as contribuies foi analisado pela rea tcnica de DST, Aids e
Hepatites Virais da Secretaria de Vigilncia em Sade do Ministrio da Sade, responsvel pelo
programa de que trata o protocolo, e pelo Plenrio da CONITEC.
Foram recebidas atravs da consulta pblica 165 contribuies, distribudas nas seguintes
reas:
Nesta seo foram apresentadas oito contribuies (5%), distribudas nos seguintes temas: (i)
sndrome retroviral aguda e janela imunolgica (n=1); (ii) efavirenz (EFV) como droga de
primeira escolha no esquema preferencial em gestantes vivendo com HIV/aids (n=2); (iii) via
de parto e CV-HIV (N=4) e (iv) imunizao em gestantes vivendo com HIV/aids.
1.1
no Protocolo e sua relao com janela imunolgica. Este tema j foi abordado no Protocolo
Clnico e Diretrizes Teraputicas para Manejo da Infeco pelo HIV em adultos, disponvel em
www.aids.gov.br/pcdt. Dada a pertinncia do tema e associado ao fato de que o profissional
de sade possa se deparar com uma gestante com infeco recente pelo HIV e manifestando
clnica sugestiva de sndrome retroviral aguda, com testes imunolgicos negativos para o HIV
(janela imunolgica), considerou-se prudente a incluso do texto no PCDT-TV.
1.2
Nesta seo foram apresentadas quatro contribuies sobre carga viral para HIV e via de
parto. As evidncias cientficas da literatura.
Nesta seo foi apresentada uma contribuio sobre incongruncias no calendrio vacinal de
gestantes vivendo com HIV/aids. A contribuio foi aceita e alinhado o calendrio vacinal
(Quadro 5 Imunizaes recomendadas em gestantes vivendo com HIV/aids) com os
European Collaborative Study, Boer K, England K, Godfried MH, Thorne C. Mode of delivery in HIVinfected pregnant women and prevention of mother-to-child transmission: changing practices in
Western Europe. HIV Med. 2010 Jul 1;11(6):368-78. doi: 10.1111/j.1468-1293.2009.00800.x. Epub 2010
Jan 4.
6
Mandelbrot L, Tubiana R, Le Chenadec J, Dollfus C, Faye A, Pannier E, Matheron S, Khuong MA, Garrait
V, Reliquet V, Devidas A, Berrebi A, Allisy C, Elleau C,Arvieux C, Rouzioux C, Warszawski J, Blanche
S; ANRS-EPF Study Group. No Perinatal HIV-1 Transmission From Women With Effective Antiretroviral
Therapy Starting Before Conception. Clin Infect Dis. 2015 Jul 21. pii: civ578. [Epub ahead of print]
Referncia
Nathan L, 1993
Donders
Concluso
Sem diferena de concentrao de penicilina em fluidos e sangue aps
segunda dose
GG, Pequeno benefcio com segunda dose. Estudo com erros
1997
Nathan L, 1997
Weeks JW, 1997
CDC, 1998
2.2
para neurossfilis estava incorreta no Quadro 17 Resumo dos esquemas teraputicos para
sfilis e seguimento, porm correta no texto. O quadro foi atualizado de modo a contemplar
esta contribuio.
2.3
Figura 1 Fluxograma para o manejo da sfilis, utilizando teste rpido inicial com teste
no treponmico confirmatrio
Figura 2 Fluxograma para o manejo da sfilis, utilizando teste no treponmico inicial
com teste rpido confirmatrio
Figura 3 Fluxograma para o manejo da sfilis, utilizando apenas teste rpido
hepatites virais.
3.1
10
Ehrhardt S, Xie C, Guo N, Nelson K, Thio CL.Breastfeeding while taking lamivudine or tenofovir
disoproxil fumarate: a review of the evidence. Clin Infect Dis. 2015 Jan 15;60(2):275-8. doi:
10.1093/cid/ciu798. Epub 2014 Oct 13.
11
Siberry GK, Jacobson DL, Kalkwarf HJ, Wu JW, DiMeglio LA, Yogev R, Knapp KM, Wheeler JJ, Butler L,
Hazra R, Miller TL, Seage GR 3rd, Van Dyke RB, Barr E,Davtyan M, Mofenson LM, Rich KC; Pediatric
HIV/AIDS Cohort Study. Lower Newborn Bone Mineral Content Associated With Maternal Use of
Tenofovir Disoproxil Fumarate During Pregnancy. Clin Infect Dis. 2015 Sep 15;61(6):996-1003.
Outras contribuies
Nesta seo foram includas cinco (3%) contribuies. Quatro contribuies sobre
DELIBERAO FINAL
Os membros da CONITEC presentes na reunio do plenrio do dia 07/10/2015
deliberaram, por unanimidade, por recomendar a aprovao do Protocolo Clnico e Diretrizes
Teraputicas para Preveno de Transmisso Vertical de HIV, Sfilis e Hepatites Virais. Foi
assinado o Registro de Deliberao n 148/2015.
DECISO
PORTARIA N 65, DE 9 DE NOVEMBRO DE 2015
Torna pblica a deciso de aprovar o Protocolo
Clnico e Diretrizes Teraputicas para
preveno de Transmisso Vertical de
HIV, sfilis e Hepatites Virais no mbito do
Sistema nico de Sade - SUS.
O SECRETRIO DE CINCIA, TECNOLOGIA E INSUMOS ESTRATGICOS DO MINISTRIO DA
SADE, no uso de suas atribuies legais e com base nos termos dos art. 20 e art. 23 do
Decreto 7.646, de 21 de dezembro de 2011, resolve:
Art. 1 Fica aprovado o Protocolo Clnico e Diretrizes Teraputicas para preveno de
Transmisso Vertical de HIV, sfilis e Hepatites Virais no mbito do Sistema nico de Sade SUS.
Art. 2 O relatrio de recomendao da Comisso Nacional de Incorporao de Tecnologias no
SUS (CONITEC) sobre a tecnologia estar disponvel no endereo eletrnico:
http://conitec.gov.br/index.php/decisoes-sobre-incorporacoes.
Art. 3 A matria poder ser submetida a novo processo de avaliao pela CONITEC caso sejam
apresentados fatos novos que possam alterar o resultado da anlise efetuada.
Art. 4 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicao.
ADRIANO MASSUDA
Publicada no DOU n 214, pg. 35 de 10/11/2015.
Ficha catalogrfica
Diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais
Fbio Mesquita
Diretora-Adjunta
Adele Schwartz Benzaken
Diretor Administrativo-Financeiro
Renato Girade
Coordenao de Assistncia e Tratamento (CAT)
Juliana Uesono
Marcelo Arajo de Freitas
Coordenao de Hepatites Virais
Elisa Argia Basile Cattapan
Marcelo Contardo Moscoso Naveira
Simone Monzani Vivaldini
Edio
Projeto Grfico
Organizao e Elaborao
Ana Izabel Costa de Menezes
Helena Barroso Bernal
Joo Paulo Toledo
Marcelo Arajo de Freitas
Equipe Tcnica
Ana Flvia Nacif P. Coelho Pires
Ana Izabel Costa de Menezes
Cristiane Alves Villela Nogueira
Da Suzana Miranda Gaio
Denise Sztajnbok
Eduardo Campos de Oliveira
Esa Custdio Joo Filho
Francisca Lidiane Sampaio Freitas
Geraldo Duarte
Gerusa Maria Figueiredo
Gilda Porta
Helaine Milanez
Helena Barroso Bernal
Isabella Pereira da Nbrega
Itana Miranda dos Santos
Joo Paulo Toledo
Jorge Figueiredo Senise
Leticia Cancella Nabuco
Marcelo Arajo de Freitas
Mrcia Maria Ferraro Janini Dal Fabbro
Marcos Junqueira do Lago
Maria Luiza Bezerra de Menezes
Maria Vitria Ramos Gonalves
Maringela Freitas Silveira
Miriam Franchini
Nazle Mendona Collao Vras
Pmela Cristina Gaspar
Regina Succi
Regis Kreitchmann
Rosa Maria Ruocco
Rosana Del Bianco
Valdila Gonalves Veloso dos Santos
Valdir Monteiro Pinto
Valria Saraceni
Abreviaturas
3TC
ABC
AINES
ALT ou TGP
ANVISA
ARV
AST ou TGO
ATP
ATV/r
AZT
BCG
BK
CCR5
CDC
CMV
CRIE
CT
CV
d4T
ddI
DFC
DRV/r
dT
DTP
EFZ
ELISA
ENF
FA
FDA
FPV/r
GGT
HAART
HBIG
HiB
HIV
HLA
HPV
HTLV
IFA
IGRA
ILTB
IM
IMC
IMIG
INF-
INH
IO
IP/r
ISRS
ITRN
ITRNN
IV
lamivudina
abacavir
antiinamatrios no-esteroidais
alanina transaminase ou transaminase glutmica pirvica srica
Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria - Ministrio da Sade, Brasil
antirretroviral
aspartato transaminase ou transaminase glutmico oxalactica
adenosina trifosfato
atazanavir com reforo de ritonavir
zidovudina
Bacillus Calmette-Gurin
bacilo de Koch
correceptor de quimiocina R5
Centers for Disease Control and Prevention Estados Unidos
citomegalovirus
Centro de Referncia para Imunobiolgicos Especiais
colesterol total
carga viral
estavudina
didanosina
dose xa combinada
darunavir com reforo de ritonavir
vacina dupla adulto
vacina difteria, ttano e coqueluche de clulas inteiras
efavirenz
enzyme-linked immunosorbent assay
enfuvirtida
fosfatase alcalina
U.S. Food and Drug Administration - Estados Unidos
fosamprenavir com reforo de ritonavir
gama glutamil transpeptidase
highly active antiretroviral therapy
imunoglobulina espec ca anti-Hepatite B
Haemophilus inuenzae b
vrus da Imunodecincia Humana
human leukocyte antigen
papilomavrus humano
Vrus T-linfotrpico humano
indirect uorescent-antibody technique
interferon gamma release assay
infeco latente da tuberculose
intramuscular
ndice de massa corporal
imunoglobulina intramuscular
interferon gama
isoniazida
infeco oportunista
inibidor de protease com reforo de ritonavir
inibidores da recaptao de serotonina
inibidor da transcriptase reversa anlogo de nucleosdeo
inibidor da transcriptase reversa no anlogo de nucleosdeo
intravenoso
IVIG
LBA
LDH
LPV/r
LT-CD4+
MDR
MS
MVQ
NFV
NVP
OMS
PACTG
PCDT
PCR
PEP
PNCT
PNI
PT
RAL
RENAGENO
RIP
RN
RX
SAE
SIR
SL
SMX-TMP
SNC
SRA
SUS
TAM
TARV
TB
TC
TDF
TDO
TG
TORCH
TPV/r
UF
VDRL
VHB
VHC
VHS
VIP
VO
VZIG
WB
imunoglobulina intravenosa
lavado bronco-alveolar
lactato desidrogenase
lopinavir com reforo de ritonavir
linfcitos T CD4+
Multi-droga Resistente
Ministrio da Sade do Brasil
maraviroque
nelnavir
nevirapina
Organizao Mundial da Sade
Pediatric AIDS Clinical Trials Group of the National Institute of Child Health and Human
Development Estados Unidos
protocolo clnico e diretrizes teraputicas
Polymerase Chain Reaction
prolaxia ps-exposio
Programa Nacional de Controle da Tuberculose Ministrio da Sade, Brasil
Programa Nacional de Imunizaes Ministrio da Sade, Brasil
prova tuberculnica
raltegravir
Rede Nacional de Genotipagem Ministrio da Sade, Brasil
rifampicina+isoniazida+pirazinamida
recm-nascido
radiograa
Servio de Assistncia Especializada em DST/aids
sndrome da reconstituio imune
sndrome lipodistrca
sulfametoxazol+trimetoprima (coformulao)
sistema nervoso central
sndrome retroviral aguda
Sistema nico de Sade
mutaes para os anlogos de timidina
terapia antirretroviral
tuberculose
tomograa computadorizada
tenofovir
terapia diretamente observada
triglicerdeos
sorologias para toxoplasmose, rubola, citomegalovrus e herpes simples
tipranavir com reforo de ritonavir
Unidade Federada
Venereal Disease Research Laboratory
vrus da Hepatite B
vrus da Hepatite C
velocidade de hemossedimentao
vacina inativada contra poliomielite
via oral
imunoglobulina especca anti- Varicela zoster
Western blot
ii
SUMRIO
FICHA CATALOGRFICA ............................................................................................................... 17
ABREVIATURAS ............................................................................................................................... I
SUMRIO ....................................................................................................................................... 1
APRESENTAO............................................................................................................................. 6
INTRODUO ................................................................................................................................ 7
DETERMINAO DOS NVEIS DE EVIDNCIA E GRAUS DE RECOMENDAO ............................... 8
REFERNCIAS .................................................................................................................................... 8
VIGILNCIA EPIDEMIOLGICA DE HIV, SFILIS E HEPATITES VIRAIS EM GESTANTES E CRIANAS
EXPOSTAS ...................................................................................................................................... 9
REFERNCIAS .................................................................................................................................. 10
RECOMENDAES SOBRE TESTAGEM NO MBITO DA REDE CEGONHA ................................... 10
USO DOS TESTES RPIDOS NO PR-NATAL, PARTO E PUERPRIO.............................................. 11
PARTE I TRANSMISSO VERTICAL DO HIV ................................................................................ 13
1
1.1
2
2.1
2.2
2.3
2.4
REFERNCIAS ...................................................................................................................... 16
2.1
2.2
2.3
2.4
2.5
2.6
2.7
2.8
REFERNCIAS ...................................................................................................................... 25
3
3.1
3.2
3.3
3.3.1 Primeira linha de tratamento Esquema ARV com inibidores da transcriptase reversa
no anlogos de nucleosdeos (ITRNN) ....................................................................................... 27
3.3.2 Escolha de inibidores da transcriptase reversa anlogos de nucleosdeos e nucleotdeos
(ITRN) 27
3.3.3 Escolha dos inibidores da transcriptase reversa no anlogos de nucleosdeos (ITRNN) 27
3.3.4 Segunda linha de tratamento Esquema ARV com inibidor de protease/ritonavir
como adjuvante farmacolgico (IP/r) ........................................................................................ 29
3.4
3.6
3.8
3.9
4
REFERNCIAS ...................................................................................................................... 39
MANEJO OBSTTRICO E VIAS DE PARTO ............................................................................. 40
4.1
4.2
BIOSSEGURANA NO PARTO................................................................................................... 42
4.3
4.4
4.5
REFERNCIAS ...................................................................................................................... 43
5.1
5.2
REFERNCIAS ...................................................................................................................... 51
COINFECES ..................................................................................................................... 53
6.1
6.2
6.5
7
REFERNCIAS ...................................................................................................................... 57
MANEJO DAS INTERCORRNCIAS OBSTTRICAS NAS GESTANTES VIVENDO COM HIV/AIDS
58
7.1
7.2
7.3
POLIDRMNIO ..................................................................................................................... 59
7.4
7.5
7.6
7.7
REFERNCIAS ...................................................................................................................... 61
1.1
1.2
1.3
1.6
REFERNCIAS ...................................................................................................................... 85
1.1
1.2
2.1
2.2
REFERNCIAS ...................................................................................................................... 97
Lista de Quadros
Quadro 1 Nveis de evidncia e graus de recomendao por desenho de estudo .................... 8
Quadro 2 Aspectos a serem abordados no atendimento da gestante que vive com HIV ....... 18
Quadro 3 rgos e sistemas comumente associados a manifestaes da infeco pelo HIV no
exame inicial, em pacientes assintomticos ............................................................................... 19
Quadro 4 Periodicidade de realizao de exames durante a gestao ................................... 20
Quadro 5 Imunizaes recomendadas em gestantes vivendo com HIV/aids .......................... 24
Quadro 6 Esquemas de Terapia Antirretroviral em Gestantes vivendo com HIV/aids ............ 30
Quadro 7 Segurana de antirretrovirais na gestao disponveis no SUS na gestao ........... 32
Quadro 8 Manejo clnico dos eventos adversos mais comuns de ARV.................................... 35
Quadro 9 Critrios para suspeita clinica de Sndrome da Reconstituio Imune (SRI) ............ 37
Quadro 10 Apresentao da SRI conforme as infeces oportunistas .................................... 38
Quadro 11 Cuidados especficos durante o parto vaginal e cesariana em gestantes vivendo
com HIV/aids ............................................................................................................................... 41
Quadro 12 Esquema posolgico da zidovudina injetvel (AZT) na parturiente VIH(+)............. 44
Quadro 13 Esquema posolgico de AZT e nevirapina no RN, por via oral ............................... 47
Quadro 14 Recomendaes para profilaxia primria de Pneumocystis jiroveci para crianas
nascidas de mes infectadas pelo HIV ........................................................................................ 48
Quadro 15 Manifestaes clnicas, de acordo com a evoluo e estgios da sfilis adquirida 65
Quadro 16 Resumo dos esquemas teraputicos para sfilis e seguimento ............................. 73
Quadro 17 Manifestaes clnicas de acordo com a evoluo e estgios da sfilis congnita 77
Quadro 18 Valores de exame liqurico em RN com suspeita de neurossfilis ......................... 79
Quadro 19 Tratamento da sfilis congnita no perodo neonatal, de acordo com a situao
clnico-laboratorial da me ......................................................................................................... 80
Lista de Figuras
Figura 1 Fluxograma para o manejo da sfilis, utilizando teste rpido inicial com teste no
treponmico confirmatrio......................................................................................................... 69
Figura 2 Fluxograma para o manejo da sfilis, utilizando teste no treponmico inicial com
teste rpido confirmatrio .......................................................................................................... 70
Figura 3 Fluxograma para o manejo da sfilis, utilizando apenas teste rpido ........................ 70
Figura 4 Algoritmo para condutas frente sfilis congnita e gestante com sfilis .................. 81
Figura 5 Algoritmo de conduta na gestante com HBV ............................................................. 92
Apresentao
Este Protocolo Clnico e Diretrizes Teraputicas para Preveno da Transmisso Vertical de HIV,
Sfilis e Hepatites Virais um dos documentos de uma srie de publicaes do Departamento
de DST/aids e Hepatites Virais / Secretaria de Vigilncia em Sade / Ministrio da Sade
(DDAHV/SVS/MS) para o uso de antirretrovirais e demais agentes anti-infecciosos para
preveno e tratamento da sfilis, das hepatites virais (B e C) e da infeco pelo HIV,
especificamente, para a populao gestante.
Esta a primeira vez que os trs agravos HIV/aids, hepatites virais e sfilis so abordados de
maneira integrada. sabido que essas infeces apresentam vias de transmisso comuns,
notadamente a sexual, e que a concomitncia destas influencia na histria natural de cada
uma delas.
O objetivo deste Protocolo contribuir para melhorar a qualidade da ateno sade no
enfrentamento da transmisso vertical, alm de reforar aes da Rede Cegonha de
preveno, assistncia, vigilncia e tratamento no pr-natal, parto e puerprio. Ainda destacase que um documento fundamentado em extensa reviso de evidncias cientficas, e
validado em discusso com especialistas.
O DDAHV/SVS/MS, em conjunto com estados, municpios, organizaes no governamentais,
entidades de classe e demais instituies envolvidas com a temtica, estabelece e apoia
estratgias efetivas para reduo dessa transmisso vertical, visando a sua eliminao no
Brasil.
Fbio Mesquita
Diretor do DDAHV/SVS/MS
Introduo
Este Protocolo Clnico e Diretrizes Teraputicas para Preveno de Transmisso Vertical de HIV,
Sfilis e Hepatites Virais est estruturado em trs partes:
Desenho de estudo
Reviso sistemtica de ensaios clnicos, com homogeneidade
Ensaios clnicos randomizados individuais com intervalos de confiana
estreitos
Sries tudo ou nada
Reviso sistemtica de estudos de coorte, com homogeneidade
Estudos de coorte individuais (inclui ensaios clnicos de baixa qualidade)
Pesquisa de desfechos e estudos ecolgicos
Reviso sistemtica de estudos caso-controle, com homogeneidade
Sries de casos ou estudos de coorte/ caso-controle com menor
qualidade
Estudos caso-controle individuais
Opinio de especialistas sem reviso crtica explcita, ou baseada em
fisiologia, ou em pesquisa de bancada.
Grau de recomendao
A
Estudos consistentes de nvel 1
B
Estudos consistentes de nvel 2 ou 3 ou extrapolao de estudos de nvel 1
C
Estudos de nvel 4 ou extrapolao de estudos de nvel 2 ou 3
Evidncia de nvel 5 ou estudos inconsistentes ou inclusivos de qualquer
D
nvel
REFERNCIAS
Phillips B, Ball C, Sackett D, Badenoch D, Straus S, Haynes B, et al. Evidence-based medicine
levels of evidence. Oxford Centre for Evidence-Based Medicine, 2001.
OU
OU
OU
OU
REFERNCIAS
BRASIL. Ministrio da Sade. Portaria n 1.271, de 6 de junho de 2014. Define a Lista Nacional
de Notificao Compulsria de doenas, agravos e eventos de sade pblica nos servios de
sade pblicos e privados em todo o territrio nacional, nos termos do anexo, e d outras
providncias. Dirio Oficial da Unio, Braslia, Seo 1, n. 108, 9 jun. 2014. Disponvel em
www.saude.gov.br/bvs. Acesso em: 23 abr. 2015.
BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Guia de Vigilncia em Sade.
Braslia: Ministrio da Sade, 2014. 812 p. Disponvel em: www.saude.gov.br/bvs, acesso em
23 de abril de 2015.
Os TR para HIV devem ser executados de maneira sequencial. Realiza-se um teste rpido T1,
caso esse seja no reagente, o diagnstico est definido como amostra no reagente para
HIV. Caso o T1 seja reagente, deve-se realizar o teste rpido T2 (de marca diferente do teste
utilizado como T1). Se o resultado de T2 tambm for reagente, o diagnstico est definido
como amostra reagente para HIV, e a pessoa dever ser encaminhada para a realizao da
Carga Viral de HIV. Se o T2 apresentar resultado no reagente, ou seja, resultados discordantes
entre T1 e T2, nesse caso, deve-se repetir o fluxograma; persistindo a discordncia dos
resultados, uma amostra deve ser colhida por puno venosa e enviada ao laboratrio para ser
submetida a um dos fluxogramas definidos para laboratrio. Ressalta-se que se deve seguir as
recomendaes para diagnstico da infeco pelo HIV empregando testes rpidos definidas
pela Portaria n 29/2013.
De acordo com a literatura, apesar de raros, podem ocorrer resultados falso-positivos nos
testes para HIV em gestantes em funo da presena de aloanticorpos. A realizao do teste
de carga viral do HIV est indicada aps a confirmao da infeco pelo HIV por qualquer um
dos fluxogramas de diagnstico. Sendo o resultado da carga viral superior a 1000 cpias/mL, o
teste de genotipagem dever ser solicitado e o sangue imediatamente coletado. Aps essa
conduta, deve-se introduzir a terapia antirretroviral.
Para mais detalhes sobre o uso de testes rpidos no diagnstico da infeco pelo HIV,
consultar o Manual Tcnico para o Diagnstico da Infeco pelo HIV, disponvel em
http://www.aids.gov.br/pagina/publicacoes.
1.1 REFERNCIAS
BRASIL. Ministrio da Sade. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clnico e
Diretrizes Teraputicas para Manejo da Infeco pelo HIV em Adultos/ Ministrio da Sade.
Secretaria de Vigilncia em Sade. Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2013. Disponvel
em www.aids.gov.br/pcdt.
BRASIL. Ministrio da Sade. Portaria n 1.459/GM/MS, de 24 de junho de 2011. Institui, no
mbito do Sistema nico de Sade - SUS - a Rede Cegonha. Dirio Oficial da Unio, Braslia,
Seo 1, n. 121, 27 jun. 2011. Disponvel em http:// www.saude.gov.br/bvs, acesso em 19 de
maro de 2015.
13
A infeco pelo vrus da imunodeficincia humana tipo 1, o HIV-1, cursa com um amplo
espectro de apresentaes clnicas, desde a fase aguda at a fase avanada da doena. Em
indivduos no tratados, estima-se que o tempo mdio entre o contgio e o aparecimento da
doena esteja em torno de dez anos.
14
Sintomas digestivos, como nuseas, vmitos, diarreia, perda de peso e lceras orais podem
estar presentes. Entretanto, o comprometimento do fgado e do pncreas raro na SRA.
Cefaleia e dor ocular so as manifestaes neurolgicas mais comuns, mas pode ocorrer
tambm quadro de meningite assptica, neurite perifrica sensitiva ou motora, paralisia do
nervo facial ou sndrome de Guillan-Barr.
A SRA autolimitada e a maior parte dos sinais e sintomas desaparece em trs a quatro
semanas. Linfadenopatia, letargia e astenia podem persistir por vrios meses. A presena de
manifestaes clnicas mais intensas e prolongadas (superior a 14 dias) pode estar associada
progresso mais rpida da doena.
Os sinais e sintomas que caracterizam a SRA, por serem muito semelhantes aos de outras
infeces virais, so habitualmente atribudos a outra etiologia e a infeco pelo HIV
comumente deixa de ser diagnosticada.
muito importante que o mdico, diante de um quadro viral agudo, considere a infeco pelo
HIV entre os diagnsticos possveis e investigue potenciais fontes de exposio ao vrus. A
sorologia para a infeco pelo HIV geralmente negativa nessa fase, mas o diagnstico pode
ser realizado com a utilizao de mtodos moleculares para a deteco de RNA do HIV.
15
2.4 REFERNCIAS
BACCHETI, P. Incubation period of AIDS in San Francisco. Nature, [S.l.], v. 338, n. 6212, p. 251253, 1989.
DAAR, E. S.; LITTLE, S.; PITT, J. et al. Diagnosis of primary HIV-1 infection. Los Angeles County
Primary HIV Infection Recruitment Network. Ann. Intern. Med., [S.l.], v. 134, n. 1., p. 25-9,
2001.
METROKA, C. E.; CUNNINGHAM-RUNDLES, S. et al. Persistent diffuse lymphadenopathy in
homosexual men. Ann. Intern. Med., [S.l.], v. 99, n. 5, p. 585-591, 1983.
PEDERSEN, C.; LINDHARDT, B. O.; JENSEN, B. L. et al. Clinical course of primary HIV infection:
consequences for subsequent course of infection. BMJ, [S.l.], v. 299, p. 154, 1989.
POLK, B. F.; FOX, R. et al. Predictors of the acquired immunodeficiency syndrome developing in
a cohort of seropositive homosexual men. N. Eng. L. Med., [S.l.], v. 316, n. 2, p. 61-6, 1987.
16
prvia aos ARVs atingem supresso viral prxima ao parto. A principal causa para a no
supresso viral neste grupo a adeso insuficiente, que costuma se agravar aps o parto. Para
o sucesso das polticas atuais de tratamento e acompanhamento de gestantes infectadas pelo
HIV durante o pr-natal e aps o parto, a equipe de sade deve estar atenta aos aspectos
individuais e dinmicos que podem afetar a adeso.
Uma reviso de estudos realizados na frica e sia mostrou que uma proporo
extremamente varivel (17-80%) das mulheres revela seu diagnstico ao parceiro, sendo as
propores mais baixas de revelao observadas entre mulheres diagnosticadas como parte
do acompanhamento pr-natal e as maiores taxas de encontradas entre aquelas que
procuraram voluntariamente o aconselhamento e testagem.
Uma reviso sistemtica da literatura sobre adeso TARV em mulheres grvidas e no psparto, publicada em 2014 e que incluiu estudos quantitativos e qualitativos mostrou que a
adeso ao tratamento se associou a fatores como maior idade e escolaridade da mulher,
revelao do diagnstico aos familiares e parceiro sexual e a capacidade de administrar o
tratamento em meio s atividades dirias. O uso de lcool e outras substncias psicoativas, o
temor da revelao do diagnstico na comunidade em que vive, e a dificuldade de acesso ao
sistema de sade tem impacto negativo na adeso. A implementao de estratgias que
visem a insero dos filhos e do parceiro no sistema de sade, ampliando a assistncia toda a
famlia, crucial para a melhoria da adeso. imprescindvel que essas mulheres recebam
informaes sobre os benefcios da TARV e que lhes seja garantido espao para a discusso de
eventuais temores sobre possveis impactos negativos das medicaes nos fetos e recmnascidos. Neste sentido, a atitude e acolhimento por parte dos profissionais de sade tem
grande importncia e podem tambm influenciar positivamente a adeso de gestantes e
purperas.
O perodo ps-parto pode ser acompanhado de alteraes do humor que muitas vezes no so
diagnosticadas e tambm interferem na adeso.
17
O Erro! Fonte de referncia no encontrada. detalha questes que devem ser pesquisadas na
histria inicial, tais como comorbidades, condies e hbitos de vida. Esses aspectos devem ser
abordados pela equipe multidisciplinar de sade, de acordo com a organizao local.
QUADRO 2 ASPECTOS A SEREM ABORDADOS NO ATENDIMENTO DA GESTANTE QUE VIVE
COM HIV
Necessidades e
informaes para o manejo
Reao emocional
ao diagnstico
Informaes especficas
sobre a infeco pelo HIV
Abordagem
do risco
Hbitos
de vida
Documentao do teste
Tempo provvel de soropositividade
Situaes de risco para a infeco
Presena ou histria de infeces oportunistasrelacionadas ao HIV
Contagem de LT-CD4+ e carga viral, genotipagem e TARV
Histria de uso anterior de ARV: tempo de uso, adeso, eventos
adversos prvios etc.
Carto de Imunizaes
Compreenso sobre a doena: explicao sobre transmisso vertical e
horizontal, histria natural, significado da contagem LT-CD4+, carga
viral,TARV e genotipagem
Utilizao de preservativos
Histria de sfilis e outras IST
Uso de tabaco, lcool e outras drogas
Interesse em reduzir os danos sade
Rotinas dirias
Hbitos nutricionais
Atividade fsica
Histria de doena mental
12
Histria de Tuberculose: PPD , doena e tratamento, companheiro
com diagnstico atual de Tuberculose
Dislipidemias, diabetes, hipertenso arterial sistmica, doenas
autoimunes, distrbios da tireide
12
Para mais informaes sobre a indisponibilidade de PPD, consultar a Nota Informativa n 08, de 2014
CGPNCT/DEVEP/SVS/MS e o Ofcio Circular n2/2015/CGPNCT/DEVIT/SVS/MS.
18
Necessidades e
informaes para o manejo
Histria reprodutiva
Histria social
Histria familiar
Como a infeco pelo HIV de carter sistmico, necessrio, alm do exame fsico geral,
observar atentamente os sinais clnicos sugestivos de manifestaes da doena. O Quadro 3
rgos e sistemas comumente associados a manifestaes da infeco pelo HIV no exame
inicial, em pacientes assintomticosQuadro 3 lista sistemas que frequentemente expressam
alguma manifestao clnica associada infeco pelo HIV.
QUADRO 3 RGOS E SISTEMAS COMUMENTE ASSOCIADOS A MANIFESTAES DA
INFECO PELO HIV NO EXAME INICIAL, EM PACIENTES ASSINTOMTICOS
rgos e
sistemas
Pele
Cabea e
pescoo
Linfonodos
Abdome
Sistema
neurolgico
Trato
genital
inferior
Manifestaes associadas/orientao
Pesquisar sinais de dermatite seborreica, foliculite, micose cutnea,
molusco contagioso, Sarcoma de Kaposi
Pesquisar candidase oral e/ou leucoplasia pilosa na orofaringe,
Realizar, sempre que possvel, a fundoscopia quando LT-CD4+ 50
3
clulas/mm
Pesquisar linfadenopatias
Pesquisar hepatomegalia ou esplenomegalia, massas palpveis
Pesquisar sinais focais e avaliar estado cognitivo
Examinar a regio vaginal, anal e perianal, pesquisando corrimento,
lceras e leses sugestivas de infeco pelo HPV ou de neoplasias
19
A carga viral (CV) um dos fatores associados ao risco de transmisso vertical do HIV e auxilia
na definio da via de parto. A taxa de transmisso inferior a 1% em gestantes em uso de
antirretrovirais que mantm nveis de carga viral abaixo de 1.000 cpias/mL, sendo, portanto,
muito baixa quando a carga viral estiver indetectvel. Alm disso, a carga viral utilizada para
monitoramento da gestante infectada pelo HIV, auxiliando na avaliao da resposta ao
tratamento antirretroviral.
Durante o seguimento da gestante infectada pelo HIV, devem ser realizados pelo menos trs
exames de carga viral durante a gestao:
Trimestre
Inicial 1 2 3
X
X X X
X
Coombs Indireto
Glicemia de jejum
Teste de tolerncia glicose 75g
Exame sumrio de urina e Urocultura
Comentrio
X
X
X
X
Entre 24 e 28 semana
X
Em caso de uso de nevirapina,
deve-se realizar o controle
X quinzenal nas primeiras 18
semanas. Aps esse perodo, o
controle deve ser mensal.
Bimestral, se em uso de TDF
20
Contagem de LTCD4+
Genotipagem
Anti-HAV
Anti-HBs e HBsAg
Anti-HCV
21
trabalho de parto
22
ativa, devendo ser realizada em todas as PVHA assintomticas para tuberculose. Caso a PT seja
menor que 5 mm, recomenda-se que seja repetida anualmente e tambm aps a
reconstituio imunolgica com o uso da TARV. O tratamento da infeco latente com
isoniazida recomendado para todas as PVHA com PT 5 mm, desde que excluda tuberculose
ativa.
Caso o PPD no esteja disponvel, e afastada a possibilidade de TB ativa deve-se considerar a
instituio da profilaxia com isoniazida (INH) nas seguintes situaes:
Para as gestantes infectadas pelo HIV e com tosse prolongada, independente da contagem de
linfcitos T-CD4+, deve ser solicitado escarro para realizao do teste rpido da tuberculose e
pesquisa direta do bacilo de Koch (BK).
Para mais informaes sobre tratamento da coinfeco TB-HIV, consultar o Manual de
Recomendaes para Controle da Tuberculose no Brasil, disponvel em
www.saude.gov.br/tuberculose.
23
As imunizaes que podem ser indicadas na gestao de mulheres vivendo com HIV/aids esto
especificadas no Erro! Fonte de referncia no encontrada..
QUADRO 5 IMUNIZAES RECOMENDADAS EM GESTANTES VIVENDO COM HIV/AIDS
Imunizao
Vacina
para
Vacina
para ttano e
pneumococo
difteria (dT)
Vacina acelular contra
difteria,
ttano
e
coqueluche (dTpa)
Recomendao
Indicada para pessoas vivendo com HIV/AIDS
Recomendada. Indicado o reforo caso a ltima dose tenha sido
administrada h mais de 5 anos.
Se a gestante no for vacinada ou o estado vacinal for desconhecido, indicar
trs doses (esquema padro) e considerar uma dose de dTpa. Caso a
gestante precise do reforo de difteria e ttano, poder realiz-lo contendo
as trs vacinas (dTpa) aps a 27 semana, conforme orientaes sobre
imunizao contra a coqueluche em gestantes
Imunoglobulina
humana para vrus da
hepatite B (HBIG)
Influenza/ H1N1
Imunoglobulina para
vrus
da
varicelazoster (VVZ)
Febre Amarela
24
2.8 REFERNCIAS
Brasil. Ministrio da Sade. Fundao Nacional de Sade. Recomendaes para vacinao para
pessoas infectadas pelo HIV. 2002.
Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Ateno Bsica.
Ateno ao pr-natal de baixo risco - Srie A. Normas e Manuais Tcnicos - Cadernos de
Ateno Bsica n 32, 2012, . 318 p.
Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Ateno Bsica.
Caderneta da Gestante 2014.
Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Aes
Programticas Estratgicas. Gestao de alto risco: manual tcnico (Srie A. Normas e Manuais
Tcnicos) 2012.
Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Guia alimentar para a populao
brasileira 2ed ed2014.
Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de Vigilncia das
Doenas Transmissveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinao / Ministrio da
Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade, Departamento de Vigilncia das Doenas
Transmissveis. Braslia : Ministrio da Sade, 2014. 176 p. : il.
Ian Hodgson, Mary L. Plummer, Sarah N. Konopka, Christopher J. Colvin, Edna Jonas,
Jennifer Albertini, Anouk Amzel, Karen P. Fogg. A Systematic Review of Individual and
Contextual Factors Affecting ART Initiation, Adherence, and Retention for HIV-Infected
Pregnant and Postpartum Women. PLOS ONE, 2014, 9 (11): e111421.
Joao EC, Gouva MI, Menezes JA, Sidi LC, Cruz MLS, Berardo PT, Ceci L, Cardoso CA, Teixeira
MLB, Calvet GA. Factors associated with viral load supression in HIV-infected pregnant women.
International Journal of STD & AIDS, vol 23, p.44-47, 2012.
Medley A, Garcia-Moreno C, McGill S, Maman S (2004). Rates, barriers and outcomes of HIV
serostatus disclosure among women in developing countries: implications for prevention of
mother-to-child transmission programmes. Bulletin of the World Health Organization,
82(4):299-307].
Patel D, Cortina-Borja M, Thorne C, Newell MI. Time to undetectable viral load after highly
active antiretroviral therapy initiation among HIV-infected pregnant women. Clin Infect Dis
Townsend CL, Cortina-Borja M, Peckham CS, Tookey PA. Trends in management and outcome
of pregnancies in HIV-infected women in the UK and Ireland, 1990-2006. BJOG 2008;
115:1078-86.
25
3.1 ESTRATGIA B+
A terapia antirretroviral est indicada para toda gestante infectada pelo HIV, independente de
critrios clnicos e imunolgicos, e no dever ser suspensa aps o parto, independente do
nvel de LT-CD4+ no momento do incio do tratamento (1a, A). Tal diretriz, conhecida
internacionalmente como Opo B+, visa:
26
3.3.1 PRIMEIRA
ESQUEMA ARV
REVERSA NO ANLOGOS DE NUCLEOSDEOS (ITRNN)
LINHA DE TRATAMENTO
A terapia inicial deve sempre incluir combinaes de trs antirretrovirais, sendo dois inibidores
da transcriptase reversa anlogos de nucleosdeos e nucleotdeos (ITRN/ITRNt) associados a
um ITRNN (1a, A).
O esquema preferencial de primeira linha deve ser:
Esquema de Terapia Inicial
Primeira Linha de Tratamento
TDF + 3TC + EFV*
* na apresentao de dose fixa combinada, sempre que disponvel
3.3.2 ESCOLHA
NUCLEOTDEOS (ITRN)
Quanto escolha dos ITRNN na gestao, o efavirenz (EFV) constitui o ITRNN de escolha para
composio do esquema de primeira linha de tratamento (1a, B). Os primeiros relatos sobre
27
28
3.3.4 SEGUNDA
ARV COM
PROTEASE / RITONAVIR COMO ADJUVANTE FARMACOLGICO (IP/ R)
LINHA
DE
TRATAMENTO
ESQUEMA
INIBIDOR
DE
O uso de esquemas ARV contendo IP/r deve ser considerado na impossibilidade de uso de
ITRNN. Esquemas envolvendo IP devem ser sempre combinados com ritonavir como adjuvante
farmacolgico, que tem a vantagem de proporcionar nveis sanguneos do IP mais elevados e
estveis, por tempo mais longo, o que determina um menor risco de mutaes que confiram
resistncia viral (1b, A).
Na impossibilidade de composio do esquema ARV com ITRNN, o IP/r de escolha para terapia
inicial deve ser o lopinavir/r (LPV/r), com base na maior experincia de uso, na alta potncia de
supresso viral e no perfil de segurana na gestao (1b, A).
A posologia do LPV/r na gestao deve ser de duas tomadas dirias (dois comprimidos de
12/12h), pois no h dados que subsidiem sua utilizao uma vez ao dia.
O atazanavir (ATV) reforado com ritonavir a alternativa ao lopinavir/r, apresenta pequena
alterao farmacocintica, passagem transplacentria ao redor de 10%, e alguns estudos
relatam discreto aumento da bilirrubina indireta no recm-nascido.
Em relao ao fosamprenavir (FPV), no existem dados que demonstrem a segurana de seu
uso na gestao. O FPV e o LPV/r na apresentao soluo oral so contraindicados na
gestao, devido a presena de propilenoglicol. O saquinavir/r (SQV/r) pode ser considerada
uma opo teraputica para gestantes que no puderem utilizar LPV/r e ATV/r.
Esquema de Segunda Linha
Contra-indicao aos ITRNN
1 opo: utilizar LPV/r
Contra-indicao ao LPV/r
2 opo: utilizar ATV/r
29
30
31
Recomendao na gestao
Inibidores de Transcriptase Reversa Anlogos de Nucleosdeos e Nucleotdeos (ITRN(t))
So recomendados para o uso na gestao como parte do esquema de primeira linha de ARV
Alta taxa de transferncia placentria para o feto
Sem evidencia de teratogenicidade em humanos
Reaes de hipersensibilidade podem ocorrer em cerca de 5% a 8% em pacientes no-grvidas. Uma porcentagem muito menor so fatais e
Abacavir (ABC)
normalmente associados reexposio da droga. A frequncia das reaes na gestao desconhecida
#
O teste para o HLA-B*5701 identifica pacientes com risco de reaes, contudo no se encontra disponvel do SUS. Caso seja realizado, deve-se
documentar no pronturio do paciente
As gestantes devem ser educadas sobre sintomas de reao de hipersensibilidade
Alta taxa de transferncia placentria para o feto
Lamivudina (3TC)
Sem evidncia de teratogenicidade em humanos
Se a paciente apresentar coinfeco HIV-HBV, pode haver flare viral de vrus B se a droga for interrompida no ps-parto
Alta taxa de transferncia placentria para o feto
Sem evidencia de teratogenicidade em humanos
Tenofovir (TDF)
Estudos em macacos (com doses 2xsuperiores que em humanos) mostraram reduo do crescimento fetal e reduo da porosidade ssea aps dois
meses do incio da terapia antirretroviral. Estudos em humanos no mostraram efeito no crescimento intra-uterino, embora se tenha um estudo no
qual foi observado baixo comprimento e circunferncia ceflica
Alta taxa de transferncia placentria para o feto
Zidovudina (AZT)
Sem evidncia de teratogenicidade em humanos
Inibidores de Transcriptase Reversa No Anlogos de Nucleosdeos (ITRNN)
ITRNN so drogas recomendadas para uso em combinao com 2 ITRN
Reaes de hipersensibilidade, incluindo toxicidade heptica e rash so mais comuns em mulheres; no est claro se o risco aumenta na gestao
Transferncia placentria moderada para o feto;
Efavirenz (EFV)
Em humanos, no existe aumento de risco de defeitos congnitos associados exposio ao EFV no primeiro trimestre de gestao.
Alta taxa de transferncia placentria para o feto
Sem evidncia de teratogenicidade em humanos
Nevirapina (NVP)
3
Tendncia no significativa de aumento da toxicidade heptica associada com rash cutneo em mulheres com CD4250 clulas/mm ; gestao no
parece aumentar o risco
32
Antirretroviral
Recomendao na gestao
Nveis iniciais elevados de transaminases podem aumentar o risco de toxicidade de NVP
Mulheres que engravidam durante tratamento com NVP e esto tolerando bem a medicao podem mant-lo, independente da contagem de LTCD4+
Inibidores de Protease (IP)
Hiperglicemia, diabetes mellitus de incio recente ou exacerbao de quadro prvio e cetoacidose diabtica em pacientes em uso de IP; no est claro se a gestao aumenta
o risco
Dados conflitantes sobre parto pr-termo em mulheres em uso de IP
Transferncia placentria baixa
Sem evidncia de teratogenidade humana
Atazanavir (ATV)
Deve ser administrado em baixa dose em regimes que contenham o RTV
Efeito in utero de exposio de ATV na bilirrubina indireta em RN incerto. Elevaes fisiolgicas isoladas de bilirrubina em neonatos foram
observados em alguns estudos clnicos
Transferncia placentria mnima
Dados insuficientes para acessar a teratogenicidade em humanos
Darunavir (DRV)
Sem evidncia de teratogenicidade em ratos ou coelhos
Deve ser administrado em baixa dose em regimes que contenham o RTV
Transferncia placentria mnima
Lopinavir/ritonavir
Sem evidncia de terotgenicidade humana
(LPV/r)
Soluo oral contm 42% de lcool e 15% de propilenoglicol e no recomendado na gestao
Dose nica diria de LPV/r no recomendada na gestao
Transferncia placentria baixa
Ritonavir (r)
Sem evidncia de teratogenicidade em humanos
Soluo oral contm 43% de lcool e no recomendado na gestao
Transferncia placentria mnima
Dados insuficientes para acessar a teratogenicidade em humanos
Sem evidncia de teratogenicidade em ratos ou coelhos
Saquinavir (SQV)
Deve ser administrado em baixa dose em regimes que contenham o RTV
ECG de base em pacientes pelo fato de terem sido observados prolongamento de intervalo PR e/ou QT
Contra-indicado em pacientes com distrbios de conduo cardaca
Tipranavir (TPV)
Transferncia placentria moderada relatada em um paciente
33
Antirretroviral
Recomendao na gestao
Dados insuficientes para acessar a teratogenicidade em humanos
Sem evidncia de teratogenicidade em ratos ou coelhos
Deve ser administrado em baixa dose em regimes que contenham o RTV
Inibidores de entrada e de fuso
Dados indisponveis na literatura sobre teratogenicidade de drogas
Enfuvirtida (T20)
Transferncia placentria mnima ou baixa
Mnima a baixa transferncia placentria
Maraviroque (MVC)
Sem dados sobre teratogenicidade em humanos
Inibidores de integrase
Dados indisponveis na literatura sobre teratogenicidade de drogas
Alta transferncia placentria
Dados insuficientes para avaliar teratogenicidade em humanos.
Aumento de variantes esquelticas em ratos, sem aumento de defeitos em coelhos
Raltegravir (RAL)
Relatos de casos de elevao de transaminases com uso tardio na gestao. Casos severos e potencialmente fatais e leses de pele fatais e reaes
de hipersensibilidade relatados em adultos no grvidos
Tabletes mastigveis contm fenilalanina
Nota: # O HLA-B*5701 o teste utilizado para avaliar hipersensibilidade ao ABC. No entanto, ainda no se encontra disponvel no mbito do SUS.
Fonte: adaptado de DHHS
34
Eventos adversos
Manejo
AZT
35
Medicao
3TC
TDF
Eventos adversos
Manejo
Avaliao e acompanhamento
EFV
NVP
ATV/r
LPV/r
36
Medicao
Eventos adversos
Manejo
hepticas e hiperamilasemia
DA
NA GESTANTE
Uma vez que no existem critrios bem estabelecidos para o diagnstico de SRI, normalmente
necessria uma combinao de achados para orientar a suspeita clnica, conforme o Erro!
Fonte de referncia no encontrada..
QUADRO 9 CRITRIOS PARA SUSPEITA CLINICA DE SNDROME DA RECONSTITUIO IMUNE
(SRI)
Critrios para suspeita clinica de Sndrome da Reconstituio Imune (SRI)
1. Piora de doena reconhecida ou surgimento de nova manifestao aps incio da TARV
2. Presena de imunodepresso grave (contagem de LT-CD4+ < 100) antes do incio ou modificao do
37
esquema
3. Relao temporal entre o incio da TARV e o aparecimento das manifestaes inflamatrias (dentro
de 4 a 8 semanas do incio da TARV)
4. Presena de resposta imune, virolgica ou ambas aps incio da TARV
5. Excluso de falha teraputica, reao adversa ou superinfeco
38
3.9 REFERNCIAS
Antiretroviral Pregnancy Registry Steering Committee. Antiretroviral Pregnancy Registry
international interim report for 1 Jan 1989 31 July 2014. Disponvel em
http://www.APRegistry.com. Acesso em junho, 2014
Bera E, Mia R. Safety of nevirapine in HIV-infected pregnant women initiating antiretroviral
therapy at higher CD4 counts: a systematic review and meta-analysis. S Afr Med J. 2012;102(11
Pt 1):855-9.
British HIV Association guidelines for the management of HIV infection in pregnant women
2012 (2014 interim review). HIV medicine. 2014 Sep;15 Suppl 4:1-77. PubMed PMID:
25604045. Epub 2015/01/22. eng.
Cohen MS, Chen YQ, McCauley M, Gamble T, Hosseinipour MC, Kumarasamy N, Hakim
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J, Grinsztejn
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Prevention of HIV1 infection with early antiretroviral therapy. NEJM 2011 Aug 11;365(6):493-505. doi:
10.1056/NEJMoa1105243. Epub 2011 Jul 18
Coster LO, Kumar PN. Contemporary role of nevirapine in HIV treatment. AIDS Rev.
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De Santis M, Carducci B, De Santis L, Cavaliere AF, Straface G. Periconceptional exposure to
efavirenz and neural tube defects. Archives of internal medicine. 2002 Feb 11;162(3):355.
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39
40
1.
41
2.
3.
4.
5.
6.
42
4.5 REFERNCIAS
British HIV Association guidelines for the management of HIV infection in pregnant women
2012. HIV Medicine (2014), 15 (Suppl. 4), 177. DOI: 10.1111/hiv.12185
Calvert C, Ronsmans C. HIV and the Risk of Direct Obstetric Complications: A Systematic
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Rotinas em obstetrcia. Artmed. 6 Edio. Jos Antnio Magalhes; Jos Geraldo Lopes
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Caesarean section for non-medical reasons at term. Europe PMC Funders Group. Cochrane
Database Syst Rev. Author manuscript; available in PMC 2014 September 22.
44
40kg
50kg
60kg
70kg
80kg
90kg
4 mL
5 mL
6 mL
7 mL
8 mL
9 mL
35
35
35
36
36
36
45
5.2.1
QUIMIOPROFILAXIA ANTIRRETROVIRAL NO RN
Todas as crianas nascidas de mes vivendo com HIV devero receber ARV como umas das
medidas de profilaxia para TV. Essa adequada utilizao ser baseada nas seguintes situaes:
5.2.1.1
O recm-nascido deve receber AZT soluo oral, preferencialmente ainda na sala de parto,
logo aps os cuidados imediatos, ou nas primeiras 4 horas aps o nascimento, devendo ser
mantido o tratamento durante as primeiras 4 semanas de vida.
Para mes sem carga viral menor que 1.000 cpias/mL registrada no ltimo trimestre ou com
carga viral desconhecida, a nevirapina dever ser acrescentada ao AZT, iniciado pelo menos
46
Doses
RN com 35 semanas ou mais: 4mg/Kg/dose de 12/12h
AZT
Neste caso no se associa a nevirapina, mesmo quando indicada, pois esta s est disponvel
em apresentao oral.
A transmisso ps-natal do HIV pode ocorrer, principalmente por meio do aleitamento
materno. Considerando-se que esta transmisso contribui substancialmente para a
transmisso vertical do HIV, conveniente realizar o aconselhamento da purpera/me
soronegativa no momento do parto.
47
5.2.1.3
SITUAO CLNICA
RECOMENDAO
No indicar profilaxia
Indicar profilaxia
Criana no infectada (2 CV
indetectveis)
Criana infectada
48
A imunoglobulina humana anti-hepatite B (IGHHB) est indicada nas primeiras doze horas de
vida para recm-nascidos de qualquer peso ou idade gestacional, filhos de me HBsAg
positivas. A dose da imunoglobulina 0,5mL intramuscular, no msculo vasto lateral.
A vacina contra a hepatite B dever ser administrada simultaneamente, na dose de 0,5mL,
intramuscular, no msculo vasto lateral do outro membro.
Quando o resultado da sorologia do HBsAg da me for desconhecido, deve-se administrar
imediatamente a vacina contra a hepatite B, independentemente do peso ou idade gestacional
e, simultaneamente, solicitar a pesquisa de antgeno materno, indicando-se a imunoglobulina
at o 7 dia de vida, se o resultado for positivo.
Em caso de vacinao de menores de 2.000g, mais uma dose de vacina contra a hepatite B
dever ser acrescentada ao esquema normal, administrada no segundo ms de vida e aps 30,
60 e 180 dias, totalizando quatro doses.
5.3.2.2
A dose de IGHVZ 125 unidades por via intramuscular (IM) est indicada nas seguintes
situaes:
1. Para os RN cujas mes tenham apresentado quadro clnico de varicela de 5 dias antes a
2 dias depois do parto;
2. Para pr-termos, nascidos entre 28 semanas e 36 semanas de gestao, expostos
varicela, quando a me tiver histria negativa para esse agravo;
49
Est indicada na dose de 250UI, por via IM, para RN que apresentem situao de risco para
ttano e cujas mes sejam desconhecidas ou no tenham histria vacinal que garanta
proteo contra o ttano neonatal (dT: vacina dupla tipo adulto - esquema de 3 doses h
menos de um ano ou reforo h menos de 5 anos).
50
A prtica j demonstrou que uma das intervenes mais efetivas para evitar a amamentao
natural comear a orientao para o aleitamento artificial j durante o pr-natal. A deciso e
a comunicao purpera da necessidade de suprimir a lactao apenas aps o parto
considerada tardia, com resultados insatisfatrios.
O aleitamento cruzado (amamentao da criana por outra nutriz), a alimentao mista (leite
humano e frmula infantil) e o uso de leite humano com pasteurizado domiciliar so
contraindicados.
5.5 REFERNCIAS
Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de DST, Aids e
Hepatites Virais. Protocolo Clnico e Diretrizes Teraputicas para o Manejo da Infeco pelo
HIV em Crianas e Adolescente. Braslia: Ministrio da Sade, 2014. 240p.
Briand N, Warszawski J, Mandelbrot L, Dollfus C, Pannier E, Cravello L, Nguyen R, Matheron I,
Winer N, Tubiana R, Rouzioux C, Faye A, Blanche S; ANRS-EPF CO1-CO11 Study Group. Is
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51
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2012. HIV Medicine (2014), 15 (Suppl. 4), 177. DOI: 10.1111/hiv.12185
Chasela CS, Hudgens MG, Jamieson DJ, Kayira D, Hosseinipour MC, Kourtis AP, et al. Maternal
or infant antiretroviral drugs to reduce HIV-1 transmission. The New England journal of
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PMC3440865. Epub 2010/06/18. eng.
Guidelines for Prevention and Treatment of Opportunistic Infections in HIV-Infected Adults and
Adolescents. AidsInfo. https://aidsinfo.nih.gov/contentfiles/lvguidelines/adult_oi.pdf
Humphrey JH, Marinda E, Mutasa K, Moulton LH, Iliff PJ, Ntozini R, et al. Mother to child
transmission of HIV among Zimbabwean women who seroconverted postnatally: prospective
cohort study. BMJ (Clinical research ed). 2010;341:c6580. PubMed PMID: 21177735. Pubmed
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America Academy of Pediatrics. www.pediatrics.org/cgi/doi/10.1542/peds.2012-3543
doi:10.1542/peds.2012-3543
Protocolo clnico e diretrizes teraputicas para manejo de infeco pelo HIV em crianas e
adolescentes. Ministrio da sade. Secretria de vigilncia em sade, Departamento DST, Aids
e Hepatites virais. 2014. Disponvel em http://www.aids.gov.br/pcdt, acesso em 15 de maio de
2015.
Recommendations for Use of Antiretroviral Drugs in Pregnant HIV-1-Infected Women for
Maternal Health and Interventions to Reduce Perinatal HIV Transmission in the United States.
http://aidsinfo.nih.gov/guidelines.
Shapiro RL, Hughes MD, Ogwu A, Kitch D, Lockman S, Moffat C, et al. Antiretroviral regimens in
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2010/06/18. eng.
52
Coinfeces
6.2 CRITRIOS
HIV-TB
53
Devemos considerar que a nevirapina tem maior risco de determinar hepatite grave em
mulheres com LT-CD4+ > 250clulas/mm3. Ressalta-se ainda que a combinao de trs ITRN
(TDF + 3TC + ABC) apresenta maior risco de falha virolgica, especialmente quando a carga
viral superior a 100.000 cpias/mL. Por esse motivo, a combinao de trs ITRN deve ser
reservada para situaes especiais, apenas quando haja contraindicao ao uso do EFV e da
NVP. Ainda sim, o esquema com trs ITRN deve ser substitudo logo aps o trmino do
tratamento de TB ou da gestao.
54
55
6.4 DIAGNSTICO
Sfilis: o teste para diagnosticar a sfilis deve ser feito na primeira consulta do prnatal, idealmente no primeiro trimestre da gravidez, no incio do terceiro trimestre
56
Clamdia
Gonorreia
6.5 REFERNCIAS
Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de Vigilncia
Epidemiolgica. Manual de recomendaes para o controle da tuberculose no Brasil (Srie A.
Normas e Manuais Tcnicos). Braslia2011. 284p.
Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de DST, Aids e
Hepatites Virais. Protocolo Clnico e Diretrizes Teraputicas para Ateno Integral s Pessoas
com Infeces Sexualmente Transmissveis. Braslia: Ministrio da Sade, 2015. 130p.
Department of Health and Human Services. Panel on Antirretroviral Guidelines for Adults and
Adolescents. Guidelines for the use of antirretroviral agents in HIV-1-infected adults and
adolescents.
57
58
Orientaes especficas devem ser dadas s gestantes em uso de ARV, a fim de evitar
transtornos gastrintestinais, que podem agravar os sintomas prprios da gestao. No caso do
esquema mais frequentemente indicado, AZT+3TC+LPV/r, recomenda-se que sua
administrao seja acompanhada de alimentos com baixo teor de gordura.
7.3 POLIDRMNIO
Para pacientes com polidrmnio e que tenham necessidade de invaso mnica (para drenagem
de lquido amnitico ou isoimunizao Rh), a utilizao endovenosa de AZT 2mg/kg peso
materno, trs horas antes da puno, pode reduzir o risco de transmisso vertical do HIV.
Na ocorrncia de RPM pr-termo, est sempre indicado o uso de penicilina G cristalina para
preveno da morbimortalidade perinatal pelo estreptococo do grupo B, j que habitualmente
no se tem o conhecimento do estado de colonizao materno antes de 35 semanas, idade
gestacional em que se recomenda o rastreamento rotineiro no pr-natal.
Rotura prematura de membranas em idade gestacional superior a 34 semanas: a resoluo da
gestao deve ser considerada aps a infuso endovenosa de AZT. A deciso pela via de parto
ir depender das condies do colo uterino, da apresentao fetal, da presena de atividade
uterina e da presena de carga viral indetectvel. Sabendo-se que o tempo de trabalho de
parto est associado maior ocorrncia de TV, nas situaes de colo desfavorvel e ausncia
de atividade uterina, deve-se considerar a realizao de parto por cesrea, com a inteno de
evitar indues prolongadas.
Caso as condies do colo do tero sejam favorveis e a gestante estiver em uso de TARV, com
carga viral indetectvel e apresentao ceflica, a via de parto pode ser vaginal. Essa deciso
deve ser tomada junto com a paciente. Na gestante em trabalho de parto e com bolsa rota,
preciso avaliar as condies de evoluo do trabalho de parto e o risco de complicaes. Se
necessrio, pode ser indicada ocitocina para acelerar o trabalho de parto; frente previso de
um parto demorado ou distcico, deve-se considerar a resoluo por cesariana.
59
60
7.7 REFERNCIAS
Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Ateno Bsica.
Ateno ao pr-natal de baixo risco / Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade.
Departamento de Ateno Bsica. Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2012
Calvert C, Ronsmans C. HIV and the risk of direct obstetric complications: a systematic review
and meta-analysis. PloS one. 2013;8(10):e74848. PubMed PMID: 24124458. Pubmed Central
PMCID: PMC3790789. Epub 2013/10/15. eng.
61
1.3
Sfilis primria: aps o contato sexual infectante, ocorre um perodo de incubao com
durao entre 10 a 90 dias (mdia de trs semanas). A primeira manifestao
caracterizada por uma eroso ou lcera no local de entrada da bactria (pnis, vulva,
vagina, colo uterino, nus, boca, ou outros locais do tegumento). denominada cancro
duro e geralmente nica, indolor, com base endurecida e fundo limpo, sendo rica em
treponemas. Geralmente acompanhada de linfadenopatia inguinal. Esse estgio pode
durar entre duas a seis semanas e desaparecer de forma espontnea,
independentemente de tratamento.
Sfilis secundria: os sinais e sintomas surgem em mdia entre seis semanas e seis
meses aps a infeco e duram em mdia entre quatro e 12 semanas; porm, as leses
podem recrudescer em surtos subentrantes por at dois anos. No entanto, a
sintomatologia pode desaparecer de forma espontnea em poucas semanas,
independentemente de tratamento. As leses secundrias so ricas em treponemas.
Podem ocorrer erupes cutneas em forma de mculas (rosola) e/ou ppulas,
principalmente no tronco; leses eritemato-escamosas palmo-plantares (essa
localizao sugere fortemente o diagnstico de sfilis no estgio secundrio); placas
eritematosas branco-acinzentadas nas mucosas; leses ppulo-hipertrficas nas
mucosas ou pregas cutneas (condiloma plano ou condiloma lata); alopecia em clareira
e madarose (perda da sobrancelha, em especial do tero distal), febre, mal-estar,
cefaleia, adinamia e linfadenopatia generalizada. Mais raramente, observam-se
comprometimento heptico e quadros menngeos e/ou at oculares, em geral como
64
65
Evoluo
Sfilis recente
(menos de um ano
de durao)
Sfilis tardia
(mais de um ano de
durao)
Manifestaes clnicas
- lcera genital (cancro duro) indolor,
geralmente nica, com fundo limpo, infiltrada
- Linfonodos regionais indolores, de
consistncia elstica, que no fistulizam
Erupo maculosa (rosola) ou papulosa, leses palmoplantares com escamao em colarinho, placas
mucosas (tnues e acinzentadas), leses papulohipertrficas nas mucosas ou pregas cutneas
(condiloma plano), alopcia em clareiras e madarose (perda da sobrancelha).
b
A maioria dos diagnsticos ocorre nesses estgios; frequentemente, difcil diferenciar a fase latente
precoce da tardia.
c
Leses cutneas nodulares e gomosas (destrutivas), sseas (periostite, ostete gomosa ou
esclerosante), articulares (artrite, sinovite e ndulos justa-articulares), cardiovasculares (aortite sifiltica,
aneurisma e estenose de coronrias), neurolgicas (meningite, gomas do crebro ou da medula,
paralisia geral, tabes dorsalis e demncia).
Fonte: DDAHV/SVS/MS.
66
para a produo de anticorpos anti-T. pallidum, o ideal que seja realizada a pesquisa direta
do T. pallidum.
(*) Entende-se por tratamento inadequado o caso de parceiro(s) sexual(is) com sfilis sintomtica ou
com testes imunolgicos positivos no tratado(s) ou tratado(s) inadequadamente.
FONTE: DDAHV/SVS/MS.
Parcerias sexuais de pessoas com sfilis devero: 1) realizar testes imunolgicos; 2) ser tratadas
com esquema de sfilis latente tardia, na ausncia de sinais e sintomas e quando impossvel
estabelecer-se a data da infeco; 3) ser tratadas na mesma oportunidade, em caso de dvida
quanto ao seguimento.
69
FIGURA 2 FLUXOGRAMA PARA O MANEJO DA SFILIS, UTILIZANDO TESTE NO TREPONMICO INICIAL COM TESTE RPIDO
CONFIRMATRIO
(*) Entende-se por tratamento inadequado o caso de parceiro(s) sexual(is) com sfilis sintomtica ou
com testes imunolgicos positivos no tratado(s) ou tratado(s) inadequadamente.
Fonte: DDAHV/SVS/MS.
Parcerias sexuais de pessoas com sfilis devero: 1) realizar testes imunolgicos; 2) ser tratadas
com esquema de sfilis latente tardia, na ausncia de sinais e sintomas e quando impossvel
estabelecer-se a data da infeco; 3) ser tratadas na mesma oportunidade, em caso de dvida
quanto ao seguimento.
Fonte: DDAHV/SVS/MS.
70
Parcerias sexuais de pessoas com sfilis devero: 1) realizar testes imunolgicos; 2) ser tratadas
com esquema de sfilis latente tardia, na ausncia de sinais e sintomas e quando impossvel
estabelecer-se a data da infeco; 3) ser tratadas na mesma oportunidade, em caso de dvida
quanto ao seguimento.
1.3.2.1 S ITUAES E LOCAIS EM QUE O D EPARTAMENTO DE DST, A IDS E H EPATITES V IRAIS
RECOMENDA A UTILIZAO APENAS DE TESTES RPIDOS E TRATAMENTO IMEDIATO
a)
Localidades e servios de sade sem infraestrutura laboratorial e/ou regies de difcil
acesso;
b)
Programa do Ministrio da Sade (MS), tais como Rede Cegonha, Programa de Sade
da Famlia, Consultrio na Rua, entre outros programas;
c)
d)
Laboratrios que realizam pequenas rotinas (rotinas de at 5 amostras dirias para o
diagnstico da sfilis);
e)
Populaeschave (pessoas que apresentam risco acrescido infeco do agente
etiolgico em questo, no caso o Treponema pallidum, quando comparadas com a populao
geral);
f)
Populaes flutuantes;
g)
h)
i)
j)
k)
l)
m)
Gestantes e parcerias sexuais em unidades bsicas de sade, principalmente, no
mbito da Rede Cegonha;
n)
o)
p)
71
q)
Outras situaes especiais definidas pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites
Virais/Secretaria de Vigilncia em Sade/Ministrio da Sade (DDAHV/SVS/MS) para
ampliao do diagnstico da sfilis.
Doxiciclina 100 mg, VO, 2xdia, por 15 dias (exceto para gestantes);
Ceftriaxona 1g, IV ou IM, 1xdia, por 8 a 10 dias para gestantes e no gestantes.
b. Sfilis latente tardia (mais de um ano de durao) ou latente com durao ignorada e
sfilis terciria
Penicilina G benzatina, 2,4 milhes UI, IM, (1,2 milho UI em cada glteo), semanal,
por trs semanas. Dose total de 7,2 milhes UI.
Alternativa
Doxiciclina 100 mg, VO, 2xdia, por 30 dias (exceto para gestantes)
Ceftriaxona 1g, IV ou IM, 1xdia, por 8 a 10 dias para gestantes e no gestantes
Observao: os pacientes devem ser seguidos em intervalos mais curtos (a cada 60 dias) e as
gestantes, mensalmente, para serem avaliados com teste no treponmico, considerando a
deteco de possvel indicao de retratamento (quando houver elevao de ttulos dos testes
no treponmicos em duas diluies (ex.: de 1:16 para 1:64, em relao ao ltimo exame
realizado), devido possibilidade de falha teraputica.
xiii
Observao: Embora no exista evidncia cientfica que uma segunda dose de penicilina G benzatina
traga benefcio adicional ao tratamento, alguns manuais a recomendam.
72
c. Neurossfilis
Penicilina cristalina, 18-24 milhes UI/dia, IV, administrada em doses de 3-4 milhes
UI, a cada 4 horas ou por infuso contnua, por 14 dias.
Alternativa
Observao: Os pacientes devem ser seguidos em intervalos mais curtos (a cada 60 dias) e
avaliados quanto necessidade de retratamento, devido possibilidade de falha teraputica.
Na gestao, tratamentos no penicilnicos so inadequados e s devem ser considerados
como opo nas contraindicaes absolutas ao uso da penicilina. Para as gestantes
comprovadamente alrgicas penicilina, recomenda-se a dessensibilizao, em servio
tercirio, de acordo com protocolos existentes.
Para mais informaes, consultar o Manual: Testes de Sensibilidade Penicilina, disponvel
em http://www.aids.gov.br/sites/default/files/testes_penicilina.pdf.
Alternativaa
Esquema teraputico
Sfilis primria,
secundria
e
latente recente
(com menos de
um
ano
de
evoluo)
Sfilis
latente
tardia (com mais
de um ano de
evoluo)
ou
latente
com
durao
ignorada e sfilis
terciria
Penicilina G benzatina 2,4 Doxiciclina 100 mg, VO, 2xdia, por 30 dias
milhes UI, IM, semanal, (exceto gestantes)
por 3 semanas
OU
Dose total: 7,2 milhes
Ceftriaxonac 1 g, IV ouIM, 1xdia, por 8 a 10 dias
UI, IM
para gestantes e no gestantes
73
Neurossfilis
Nota:
a
Para gestantes com alergia confirmada penicilina: como no h garantia de que outros
medicamentos consigam tratar a gestante e o feto, impe-se a dessensibilizao e o
tratamento com penicilina benzatina. Na impossibilidade de realizar a dessensibilizao
durante a gestao, a gestante dever ser tratada com ceftriaxona. No entanto, para fins de
definio de caso e abordagem teraputica da sfilis congnita, considera-se tratamento
inadequado da me, e ser avaliado clnica e laboratorialmente, conforme este PCDT. As
situaes de tratamento inadequado da gestante com sfilis, para fins de notificao da sfilis
congnita, encontram-se descritas no item 2.3 (Vigilncia epidemiolgica das IST) deste
protocolo.
b Embora no exista evidncia cientfica que uma segunda dose de penicilina G benzatina
traga benefcio adicional ao tratamento, alguns manuais a recomendam.
c Os pacientes devem ser seguidos em intervalos mais curtos (a cada 60 dias) e as gestantes,
mensalmente, para serem avaliados com teste no treponmico, considerando a deteco de
possvel indicao de retratamento (quando houver elevao de ttulos dos testes no
treponmicos em duas diluies (ex.: de 1:16 para 1:64, em relao ao ltimo exame
realizado), devido possibilidade de falha teraputica.
d Os pacientes devem ser seguidos em intervalos mais curtos (a cada 60 dias) e avaliados
quanto necessidade de retratamento, devido possibilidade de falha teraputica.
Fonte: DDAHV/SVS/MS
Gestantes que apresentam essa reao podem ter risco de trabalho de parto pr-termo, pela
liberao de prostaglandinas em altas doses. Se houver esse desfecho, devem-se seguir
cuidadosamente os protocolos recomendados para inibio do trabalho de parto prematuro.
aps trs meses e para 1:4 aps seis meses). Se os ttulos se mantiverem baixos e
estveis em duas oportunidades, aps dois anos, pode-se dar alta.
d. A elevao de ttulos dos testes no treponmicos em duas diluies (ex.: de 1:16
para 1:64), em relao ao ltimo exame realizado, indica reinfeco e um novo
tratamento deve ser iniciado.
e. Considerar a necessidade de oferta de testagem peridica em pessoas com
vulnerabilidade aumentada.
1.4
SFILIS CONGNITA
76
Estgios da sfilis
congnita
Manifestaes clnicas
Sfilis congnita
Precoce
(antes de dois
anos de idade)
Sfilis congnita
Tardia
Fonte: DDAHV/SVS/MS.
77
que o ttulo encontrado na amostra da me, e deve ser confirmado com uma segunda
amostra coletada na criana.
Em RN que apresente resultado no reagente nos testes, se persistir a suspeita
epidemiolgica de ocorrncia de sfilis, o teste no treponmico deve ser repetido com
1 ms, 3, 6, 12 e 18 meses de idade, devido possibilidade de ainda ocorrer a
soroconverso, interrompendo o seguimento aps dois exames no treponmicos
consecutivos e negativos. Na dvida ou impossibilidade de seguimento, o RN deve ser
adequadamente tratado.
Para definio do diagnstico da sfilis congnita, recomenda-se ainda que sejam realizados os
exames complementares abaixo citados:
Amostra de sangue: hemograma, perfil heptico e eletrlitos;
Avaliao neurolgica, incluindo puno liqurica: clulas, protenas, testes
treponmicos e no treponmicos;
Raio-X de ossos longos;
Avaliao oftalmolgica e audiolgica.
Para o exame liqurico do RN, consideram-se os seguintes valores para diagnstico de
neurossfilis, conforme oQuadro 18.
QUADRO 18 VALORES DE EXAME LIQURICO EM RN COM SUSPEITA DE NEUROSSFILIS
Parmetro
Leuccitos
Protenas
VDRL
RN
> 25 clulas/mm3
> 150 mg/dL
Reagente
> 28 dias
> 5 clulas/mm3
> 40 mg/dL
Reagente
79
Esquema proposto
B Para todos os RN de mes adequadamente tratadas, realizar o teste no treponmico (ex.: VDRL)
em amostra de sangue perifrico do RN. Se reagente e com titulao maior do que a materna, e/ou na
presena de alteraes clnicas, realizar hemograma, radiografia de ossos longos e anlise do LCR
Situao
Esquema proposto
Esquema A1
Esquema A2
80
Esquema proposto
Nveis liquricos treponemicidas de penicilina no so alcanados em 100% dos casos quando utilizada
a penicilina G procana, justificando o uso da penicilina cristalina.
b
O tratamento com penicilina G procana por 10 dias em pacientes assintomticos, com exames
complementares normais, no mostrou nenhum benefcio adicional quando comparado ao esquema de
penicilina G benzatina.
c
81
xiv
Aps os 18 meses de idade, os testes treponmicos devero apresentar resultados no reagentes nos casos em que o tratamento
adequado foi institudo no perodo neonatal, uma vez que no haver tempo para a formao de anticorpos especficos pela criana.
Nos casos de tratamento aps o perodo neonatal, principalmente aqueles iniciados aps os 12 meses de vida, os anticorpos da
criana detectados nos testes treponmicos podem representar cicatriz imunolgica e o controle de cura ser feito pelo teste no
treponmico.
83
O diagnstico de sfilis na coinfeco com HIV feito da mesma forma que na populao geral.
Destaca-se que mais frequente a presena de altos ttulos de marcadores imunolgicos ao
diagnstico, bem como resultados falso-negativos. Portanto, na suspeita de sfilis e na
presena de testes imunolgicos no reagentes ou com interpretao no clara, importante
considerar o efeito prozona ou formas alternativas de diagnstico, como a bipsia de leso.
Por outro lado, os coinfectados podem apresentar testes no treponmicos falso-positivos em
at 11% casos.
A existncia de relatos de casos de neurossfilis mimetizando a apresentao clnicoradiolgica de encefalite herptica ressalta a importncia da incluso da neurossfilis no
diagnstico diferencial dessa doena.
No h um consenso sobre os critrios de puno liqurica em pacientes coinfectados com
sfilis e HIV. Alguns especialistas recomendam puncionar todos os pacientes infectados pelo
HIV que apresentem diagnstico confirmado de sfilis, o que resulta em punes
desnecessrias.
No entanto, a utilizao de critrios clnicos e/ou laboratoriais mostrou-se bastante adequada
na identificao de casos de neurossfilis, inclusive em assintomticos.
Recomenda-se que seja realizada puno liqurica em todos os coinfectados com sfilis e HIV
que apresentem pelo menos um dos seguintes critrios:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
84
1.6 REFERNCIAS
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86
Hepatite Viral B
A hepatite viral B (HBV) uma infeco aguda que pode evoluir para cronicidade, com
significante carga de morbidade e mortalidade. de elevada transmissibilidade e impacto na
sade pblica. Estima-se que aproximadamente um tero da atual populao mundial j
esteve exposta ao HBV e que 240 milhes de pessoas estejam infectadas cronicamente. A
hepatite B responsvel por aproximadamente 786.000 bitos ao ano no mundo.
Trata-se de infeco de transmisso parenteral, sexual e vertical (perinatal e intra-uterina),
sendo a transmisso perinatal, no momento do parto, umas das vias mais importantes e,
tambm, a principal forma de transmisso para os RN.
No Brasil, apesar da introduo da vacina a partir de 1999 e dos esforos progressivos em
preveno com a produo nacional autossuficiente de imunizao -, a transmisso vertical
da hepatite B ainda uma realidade, e eleva o impacto dainfeco no territrio brasileiro.
imunolgico HBsAg reagente/HBeAg no reagente, o risco de transmisso perinatal de 1040%, sendo observada progresso para infeco crnica em parcela significativa das crianas
sem a imunoprofilaxia adequada.
90
91
92
50% das amostras do sangue de cordo, 71% das amostras de leite materno e 95,6% de
amostras de contedo gstrico dos RN.
A presena do vrus no contedo vaginal da me e no aspirado gstrico do RN indica que a
ingesto ou inoculao de sangue durante procedimentos como a aspirao, atravs de leses
em boca, vias areas e faringe, permitiriam a infeco pelo HBV. No entanto, os estudos so
controversos em relao via oral como mecanismo de transmisso. (Centers for Disease
Control and Prevention, 1977)
A associao linear entre durao de tempo de parto e presena de antgeno no cordo
umbilical j foi evidenciada, principalmente, ao ultrapassar nove horas de intervalo. Estudo
mais recente no encontrou a mesma correlao entre durao de tempo de parto e presena
de antgeno no cordo umbilical.
94
1.6 CONDUTA
HBV
NO
PARTO
Hepatite viral C
O vrus da hepatite C (HCV) um vrus RNA da famlia Flaviridae, que caracterizado por uma
grande heterogeneidade gentica, incluindo pelo menos seis gentipos e vrios subtipos. Essa
caracterstica do vrus dificulta o desenvolvimento de uma vacina contra a infeco pelo HCV.
A infeco pelo HCV ocorre pela via percutnea, atravs da exposio ao sangue, via sexual e
transmisso vertical. Aps a incluso do teste de triagem anti-HCV em doadores de sangue em
1993 pela portaria 1.376 do Ministrio da Sade e atualizada pela RDC 343 no ano de 2002,
houve uma significativa reduo da transmisso desse vrus por meio de transfuso de sangue.
A infeco pelo HCV no contraindica a gestao. No h evidncias de piora da doena
heptica no decorrer da gestao. H relatos de melhora bioqumica.
Os medicamentos utilizados para o tratamento da hepatite C aguda e crnica so
teratognicos (Interferon Convencional, Interferon Peguilado, Ribavirina, Boceprevir) ou no
possuem dados que comprovem segurana na gestao (Telaprevir, Sofosbuvir, Simeprevir e
Daclatasvir).
Se diagnosticada gestao durante o tratamento da hepatite C, este dever ser suspenso.
Recomenda-se que pacientes em tratamento de hepatite C sejam submetidas testes de
gravidez com periodicidade e que utilizem contracepo de barreira. Aps o tratamento, devese evitar gestao pelo prximos seis meses.
A principal fonte de infeco de HCV em crianas por transmisso vertical, sendo rara a via
intrauterina. As taxas de transmisso vertical so de 1 a 19,4% (European Paediatrics Hepatitis
96
Network 2005;, a depender de fatores geogrficos, gravidade da doena e altos ttulos de HCVRNA, comorbidades como a coinfeco com o HIV ou presena de moncitos infectados pelo
HCV em sangue perifrico.
No se recomenda a pesquisa de anti-HCV de rotina no pr-natal devido baixo ndices de
deteco do agravo em gestantes e ainda no existe imunoprofilaxia ou interveno
medicamentosa que possam prevenir a transmisso vertical da hepatite C.
Deve-se realizar a sorologia em gestantes com fator de risco como: infeco pelo HIV, ausncia
de infeco pelo HIV e uso de drogas ilcitas, antecedentes de transfuso ou transplante antes
de 1993, mulheres submetidas hemodilise, aquelas com elevao de aminotransferases
sem outra causa clnica evidente e profissionais de sade com histria de acidente com
material biolgico.
No h evidncias cientficas que recomendem uma via de parto preferencial com o propsito
de prevenir a transmisso vertical. Recomenda-se evitar procedimentos invasivos, parto
laborioso e tempo de ruptura de membranas maior que 6 horas para minimizar a possibilidade
de transmisso vertical.
2.2 REFERNCIAS
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ANEXOS
ANEXO I FLUXOGRAMA PARA DIAGNSTICO DE HIV UTILIZANDO TESTES RPIDOS
102
103