Segurança Do Trabalho
Segurança Do Trabalho
Segurança Do Trabalho
So Paulo
2004
rea de Concentrao:
Engenharia de Construo Civil e
Urbana
Orientador:
Prof. Dr. Francisco Ferreira Cardoso
So Paulo
2004
EDIO REVISADA
FICHA CATALOGRFICA
Benite, Anderson Glauco
Sistema de gesto da segurana e sade no trabalho para empresas
construtoras. So Paulo, 2004.
221p.
Dissertao (Mestrado) Escola Politcnica da Universidade de
So Paulo. Departamento de Engenharia de Construo Civil.
1. Construo civil 2. Segurana do trabalho 3. Sistema 4. Gesto
5. Sistema de gesto integrado
Universidade de So Paulo. Escola Politcnica.
Departamento de Engenharia de Construo Civil II. t.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Francisco Ferreira Cardoso, pela orientao fundamental realizao
desta dissertao e por sua amizade.
SUMRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1. INTRODUO .......................................................................................................... 1
1.1 Justificativa ............................................................................................................... 1
1.2 Objetivos .................................................................................................................... 8
1.3 Mtodo de Pesquisa.................................................................................................. 9
1.4 Estrutura do Trabalho ..........................................................................................11
2. GESTO DA SEGURANA E SADE NO TRABALHO .............................. 12
2.1 Conceitos Bsicos....................................................................................................12
2.1.1 Acidentes e Quase-acidentes........................................................................ 12
2.1.2 Condies inseguras e Atos inseguros......................................................... 16
2.1.3 Perigo e Risco ............................................................................................... 19
2.1.4 Segurana e Sade no Trabalho................................................................... 19
2.2 Por que investir em SST ?.....................................................................................20
2.2.1 Custos ............................................................................................................ 20
2.2.2 Responsabilidade social................................................................................ 25
2.3 Conceituao de Sistema de Gesto da SST.......................................................28
2.4 Normas de referncia para os SGSSTs ...............................................................37
2.5 Integrao dos sistemas de gesto........................................................................45
2.6 Recomedaes e diretrizes para a melhoria em SST ........................................51
3. ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE GESTO DA SST ............................... 52
3.1 Consideraes Gerais.............................................................................................52
3.2 Poltica de Segurana e Sade no Trabalho.......................................................53
3.3 Identificao de perigos, avaliao e controle de riscos ...................................57
3.4 Exigncias legais e outras ......................................................................................66
3.5 Objetivos e programas de gesto da SST ...........................................................69
3.6 Estrutura e responsabilidade................................................................................75
3.7 Treinamento, conscientizao e competncia ....................................................78
3.8 Consulta e Comunicao.......................................................................................85
3.9 Documentao e controle de documentos e dados ............................................90
3.10 Controle Operacional ..........................................................................................93
3.11 Preparao e atendimento a emergncias ......................................................100
3.12 Medio e monitoramento de desempenho....................................................105
3.13 Acidentes, incidentes, no-conformidades, aes preventivas e corretivas
.......................................................................................................................................111
3.14 Controle e gesto de registros...........................................................................119
3.15 Auditoria..............................................................................................................121
3.16 Anlise crtica pela administrao...................................................................125
4. ESTUDO DE CASO...............................................................................................128
4.1 Consideraes Gerais...........................................................................................128
4.2 Poltica de Segurana e Sade no Trabalho.....................................................130
4.3 Identificao de perigos, avaliao e controle de riscos .................................133
4.4 Exigncias legais e outras ....................................................................................135
4.5 Objetivos e programas de gesto .......................................................................137
4.6 Estrutura e responsabilidade..............................................................................138
4.7 Treinamento, conscientizao e competncia ..................................................139
4.8 Consulta e Comunicao.....................................................................................142
4.9 Documentao e controle de documentos e dados ..........................................144
4.10 Controle Operacional ........................................................................................146
4.11 Preparao e atendimento a emergncias ......................................................151
4.12 Medio e monitoramento do desempenho....................................................153
4.13 Acidentes, incidentes, no-conformidades, aes preventivas e corretivas
.......................................................................................................................................154
4.14 Controle e gesto de registros...........................................................................155
4.15 Auditoria..............................................................................................................156
4.16 Anlise crtica pela administrao...................................................................158
5. CONSIDERAES FINAIS................................................................................159
5.1 Introduo .............................................................................................................159
5.2 Quanto ao objetivo geral do trabalho ...............................................................159
5.3 Quanto aos objetivos especficos do trabalho ..................................................160
5.4 Quanto aos SGSSTs .............................................................................................162
5.5 SGSSTs como tendncia no setor da construo civil ....................................165
5.6 Quanto s limitaes do trabalho ......................................................................166
5.7 Quanto a trabalhos futuros.................................................................................167
ANEXOS
Anexo A - LPP - Levantamento Preliminar de Perigos.......................................170
Anexo B - LGP - Levantamento Geral de Perigos...............................................172
Anexo C - Distribuio dos Perigos na empresa..................................................175
Anexo D - Planilha de Objetivos, Metas e Indicadores.......................................177
Anexo E - Quadro de Avaliao de Obras............................................................179
Anexo F - Organograma da Empresa...................................................................181
Anexo G - Matriz de Responsabilidades...............................................................183
Anexo H - Exemplos de Descrio de Cargos.......................................................185
Anexo I - Exemplos de informativos da empresa.................................................188
Anexo J - Exemplo de PESS...................................................................................191
Anexo K - Exemplo de IS.......................................................................................196
Anexo L - Pginas do Manual do Proprietrio....................................................199
Anexo M - RNCO - Relatrio de No-Conformidade ou Observao...............202
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..................................................................212
LISTA DE FIGURAS
Fig. 2.1 Pirmide de Henrich (1959)..........................................................................14
Fig. 2.2 Pirmide de Fletcher (1972)..........................................................................15
Fig. 2.3 Pirmide de Bird (1969) ................................................................................15
Fig. 2.4 Mudana dos princpios ................................................................................29
Fig. 2.5 Representao de um sistema.......................................................................30
Fig. 2.6 Abrangncia da Gesto..................................................................................31
Fig. 2.7 Sistema - empresa construtora .....................................................................32
Fig. 2.8 Sistema de Gesto da SST.............................................................................33
Fig. 2.9 Caractersticas orgnica e dinmica do SGSST ........................................34
Fig. 2.10 Mudana de forma de atuao Reativa para Proativa...........................35
Fig. 2.11 Os trs paradigmas de desempenho em SST ...........................................35
Fig. 2.12 Similaridade entre os ciclos de melhoria contnua..................................44
Fig. 2.13 Sistemas de gesto integrados e no integrados ......................................48
Fig. 2.14 Distribuio dos Sistemas Integrados de Gesto.....................................50
Fig. 3.1 Elementos do SGSST .....................................................................................52
Fig. 3.2 Requisito 4.2 da BSI-OHSAS-18001............................................................53
Fig. 3.3 Exemplo A de Poltica de SST......................................................................54
Fig. 3.4 Exemplo B de Poltica de SST ......................................................................54
Fig. 3.5 Requisito 4.3.1 da BSI-OHSAS-18001 ........................................................57
Fig. 3.6 Passos para o controle de perigos ................................................................60
Fig. 3.7 Exemplo de APR.............................................................................................63
Fig. 3.8 Exemplo de escalas para avaliao de riscos .............................................65
Fig. 3.9 Requisito 4.3.2 da BSI-OHSAS-18001 ........................................................66
Fig. 3.10 Exigncias legais e outras ............................................................................68
LISTA DE TABELAS
Tab. 1.1 Exemplos de grandes acidentes..................................................................... 2
Tab. 1.2 Acidentes do trabalho em 2000 no Brasil.................................................... 3
Tab. 2.1 Exemplos de custos da no-segurana.......................................................22
Tab. 2.2 Exemplos de custos da segurana...............................................................24
Tab. 2.3 Requisitos bsicos da norma SA8000.........................................................27
Tab. 2.4 Requisitos da norma BS-8800 .....................................................................38
Tab. 2.5 Normas e guias desenvolvidos para SGSST..............................................39
Tab. 2.6 Requisitos do guia ILO-OSH ......................................................................40
Tab. 2.7 Requisitos da BSI-OHSAS-18001...............................................................42
Tab. 2.8 Correlao ILO-OSH e BSI-OHSAS-18001.............................................43
Tab. 2.9 Resultados em SST e Gesto Ambiental com a abordagem dos SGQ ..46
Tab. 2.10 Propsitos dos Sistemas de Gesto...........................................................46
Tab. 2.11 Vantagens dos Sistemas de Gesto Integrados.......................................49
Tab. 2.12 Recomendaes e diretrizes para a melhoria em SST ..........................51
Tab. 3.1 Particularidades da Construo Civil que afetam a SST.......................59
Tab. 3.2 Abrangncia das Origens de Perigos .........................................................60
Tab. 3.3 Exemplos de Objetivos de SST desdobrados em metas e indicadores..72
Tab. 3.4 Exemplos de comunicaes com partes interessadas ..............................89
Tab. 3.5 Exemplos de Controles operacionais de empresa construtoras.............99
Tab. 3.6 Exemplos de medies e monitoramentos ...............................................107
Tab. 3.7 Representao utilizada na rvore de Falhas ........................................115
Tab. 3.8 Itens de um procedimento de Auditorias Internas ................................124
Tab. 4.1 Mudana da documentao com a implementao do SGSST............145
Tab. 4.2 Controles operacionais adotados pela empresa .....................................147
Tab. 4.3 Controles operacionais adotados pela empresa .....................................148
RESUMO
ABSTRACT
The excessive number of accidents related to the construction sector and the huge
worldwide disasters broadcast by the media make the companies believe that being
competitive and profitable is not enough. As such, they also shall demonstrate an
ethical and responsible attitude towards health and safety in their workplace, besides
dealing with environmental concerns.
The Occupational Health and Safety Management System (OHSMS),
considered an effective tool for the improvement of the workplace conditions, is one
of the possible alternatives for the management evolution in construction companies,
which have historically shown poor performance in this matter.
This research presents relevant information that can be used by construction
companies during the development and implementation of their OHSMS. It
establishes OHSMS concepts and discusses its main elements and the possibility of
integration with quality and environmental management systems, showing the main
results achieved by a Brazilian building construction company that were identified
during the direct participation of this author in the implementation process.
The results demonstrate that OHSMS implementation brings significant
improvements in workplace conditions, mainly when it is followed by the
establishment of a new culture, which considers occupational health and safety as
one essential factor in the global evaluation of the companys performance.
1. INTRODUO
1.1 Justificativa
As mudanas que vm ocorrendo no contexto social, econmico, poltico e
tecnolgico no mundo impem s organizaes a necessidade de se adotar novas
estratgias empresariais e deixam evidente que os modelos de gesto atuais no so
suficientes para responder aos novos desafios surgidos, devendo ser reavaliados.
Prahalad e Hamel (1995) observam que os desafios para que as organizaes
assegurem sua sobrevivncia nesse cenrio, as obrigam a abordar de forma
diferenciada e sistmica seus problemas e a se reinventarem continuamente.
Senge (1998) acrescenta que as empresas que sobrevivero e se mantero
lderes so as voltadas para o futuro, as que so capazes de assimilar informaes
novas, se adaptar, mudar, ou seja, capazes de aprender.
Nas ltimas dcadas, a crescente competio do mercado, bem como o
aumento da exigncia pelos clientes pblicos e privados levaram as organizaes a
implementarem Sistemas de Gesto da Qualidade (SGQ) baseados nos modelos da
srie ISO-9000 estabelecidos pela International Organization for Standardization
(ISO).
Esse fato tambm foi evidenciado no setor da construo civil brasileira, em
especial na ltima dcada, na qual ocorreu um grande nmero de certificaes em
empresas construtoras com base na norma ISO-9001 e em normas de gesto da
qualidade desenvolvidas especificamente para o setor.
Os trabalhos de Picchi (1993), Reis (1998) e Souza (1997) apresentam diversos
resultados positivos e uma srie de vantagens competitivas obtidas com a
implementao do SGQ em empresas construtoras brasileiras, podendo-se afirmar
que essa mudana, na forma de gesto, resultou em um significativo avano para o
setor.
No obstante, diversos acidentes e grandes desastres ocorridos no mundo,
divulgados intensamente pela mdia, tm deixado claro para todos os tipos de
organizaes que no basta se diferenciar no mercado pela competitividade e lucro.
Tambm necessrio evidenciar e demonstrar de forma inequvoca s partes
resultados
divulgados
pela
Organizao
Internacional
do
Trabalho(OIT), que citam nmeros entre 1,9 e 2,3 milhes de mortes por ano no
mundo como resultantes de acidentes relacionados ao trabalho (equivalente a 5.500
mortes por dia), das quais:
As partes interessadas neste trabalho referem-se aos indivduos ou grupos que tm interesse ou
podem ser afetados pelo desempenho da organizao, como, por exemplo, os trabalhadores, clientes,
acionistas, sociedade, governo, sindicatos, fornecedores e agentes financiadores. Esta definio
baseada nas normas ISO-9001, ISO-14001, BSI-OHSAS-18001 e BS-8800.
12.000 so de crianas;
360.000 so relativas a acidentes no local de trabalho;
1.600.000 ocorrem em razo de doenas adquiridas no trabalho.
Para se ter uma idia de valores, basta compar-los aos resultados do conflito
no Vietn, que em 7 anos de guerra registrou cerca de 1,5 milhes de mortes.
Tambm pode ser feita a comparao com os nmeros divulgados sobre a epidemia
de AIDS no mundo pela United Nations Programme on HIV (UNAIDS, 2003), que,
em um perodo de cinco anos (1997-2002), registrou aproximadamente 11,7 milhes
de mortes (equivalente a 2,34 milhes por ano).
No Brasil, a situao no diferente haja vista a quantidade de acidentes do
trabalho divulgada pelo Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE) apresentada na
Tabela 1.2.
Tab. 1.2 Acidentes do trabalho em 2000 no Brasil
TOTAL: 358.124 acidentes no ano
Nmero:
292.793
11.746
51.028
SIMPLES
ASSISTNCIA
MDICA
2.557
BITOS
retorna
(2000),
Bohle;
Quinlan
(2000),
International
Labour
Organization (1998, 2001) apud Barreiros (2002) observam uma tendncia crescente
2
1.2 Objetivos
Para os propsitos deste trabalho foi formulada a seguinte afirmao:
Cabe ressaltar que este trabalho no tem como objetivo a criao e validao
de um modelo, ou a proposio de uma metodologia de implementao de SGSST.
Tais assuntos podero ser objetos da continuidade e aprofundamento desta pesquisa.
desenvolvimento
deste
trabalho
adotaram-se
os
seguintes
procedimentos:
10
11
12
13
14
Na discusso e definio dos termos no se pode deixar de citar o guia ILOOSH da OIT que apresenta uma concepo que vai muito alm na viso
prevencionista, pois elimina qualquer possibilidade de interpretao de que os
acidentes possam ser frutos do acaso, no citando o termo acidente ao longo de
todo o seu texto. No entanto, estabelecido que as organizaes devem reduzir ou
eliminar os incidentes e os impactos negativos na sade gerados pela exposio aos
fatores qumicos, biolgicos, fsicos, organizacionais e psicossociais do trabalho.
O termo incidente citado definido nesse guia, como: uma ocorrncia
insegura que surge do trabalho ou ao longo deste, em que no so gerados danos
pessoais. Este termo fora acrescido para incluir todas as ocorrncias que geram
apenas danos materiais e os quase-acidentes no foco de atuao das organizaes.
O conhecimento da definio dos termos acidente e quase-acidente de
fundamental importncia; porm, tambm faz-se necessrio conhecer a relao
existente entre os dois para que se possa ter uma atuao mais eficiente na rea de
SST.
Diversos estudos se empenharam definir as relaes entre os quase-acidentes e
os acidentes. Entre eles deve-se citar um dos mais conhecidos no mundo que foi o
realizado por Heinrich em 1959 (Brauer, 1994), que analisou um nmero
significativo de eventos e desenvolveu a proporo apresentada na Figura 2.1, na
qual para cada grupo de 330 eventos, 300 no resultam em danos (quase-acidentes),
29 resultam em leses menores e 1 resulta em morte ou leses incapacitantes.
29
300
Quase-acidentes
15
19
Quase-acidentes
175
1
10
30
600
Danos propriedade
Quase-acidentes
16
fornecem uma melhor base para formular medidas de controle que eliminem ou
reduzam a ocorrncia dos acidentes.
As trs propores apresentadas deixam claro que os quase-acidentes ocorrem
em propores significativamente maiores, e que podem ser maiores ainda se
considerarmos que existe uma grande probabilidade de subnotificao deste tipo de
evento por parte dos envolvidos. Assim, os quase-acidentes devem ser entendidos
como ocorrncias inesperadas que apenas por pouco deixaram de se tornar um
acidente e que devem ser considerados como avisos daquilo que pode ocorrer, sendo
que se tais avisos forem ignorados pela empresa, o acidente ocorrer.
Com isso, as placas de uma empresa que indicam o nmero de dias em que no
h registro de acidentes, muito utilizadas em diversos pases e nos mais diferentes
tipos de organizaes, no podem ser consideradas suficientes para retratar o real
desempenho de SST, visto que pode estar ocorrendo um nmero crescente de quaseacidentes e que a qualquer momento levar a uma exploso no nmero de acidentes.
Isso seria anlogo a um mdico dizer que um paciente est bem de sade por no
apresentar nenhuma doena, sendo que o paciente fuma em excesso, est com peso
acima do ideal, no possui atividades fsicas, tem presso alta, tem uma pssima
dieta alimentar e trabalha sob elevado nvel de estresse.
Assim, a gesto da SST nas organizaes deve ter como foco, no apenas a
eliminao e reduo de acidentes, mas tambm dos quase-acidentes, criando
mecanismos que possibilitem a sua deteco, anlise e a subseqente implementao
de medidas de controle.
2.1.2 Condies inseguras e Atos inseguros
Adotando-se uma viso prevencionista, deve-se considerar como causa de
acidentes qualquer fator que, se no for removido a tempo, conduzir ao acidente. A
importncia deste conceito reside no fato incontestvel de que os acidentes no so
inevitveis e no surgem por acaso, mas sim so causados e passveis de preveno,
pelo conhecimento e eliminao, a tempo, de suas causas.
Brauer (1994) define acidente como um evento simples ou a seqncia de
mltiplos eventos indesejados e no-planejados, que so causados por atos inseguros,
condies inseguras, ou ambos, e podem resultar em efeitos indesejveis imediatos
17
somente
as
questes
fsicas,
mas
tambm
psicossociais
organizacionais.
Existe um princpio adotado pela ergonomia diz que tudo aquilo que inseguro
ao trabalhador no ergonmico, ou seja, muitos acidentes no trabalho surgem
quando o ambiente de trabalho no foi projetado para atender s capacidades e aos
18
19
20
21
22
23
24
Para se ter uma idia de ordem de grandeza, pode-se citar os estudos de Arajo
(1998) que apontam valores da ordem de 1,5 a 3 % do custo total da obra (edifcios
residenciais), como sendo o custo da segurana. No entanto, deve-se destacar que tal
pesquisa contempla os custos relativos implementao do Programa de Condies e
Meio Ambiente de Trabalho na Indstria da Construo (PCMAT), programa
obrigatrio e previsto na norma regulamentadora NR-18 do MTE, no abrangendo os
custos envolvidos nos demais programas obrigatrios, e tambm nas outras reas das
organizaes, como os escritrios e depsitos centrais.
Assim, deve-se notar que na avaliao desses custos, em geral, h embutido um
conceito questionvel, no qual o mundo do trabalho pode ser divido em duas
situaes distintas: uma, que consiste em apenas trabalhar, e outra, trabalhar com
segurana.
Essa viso dualista pode levar ao raciocnio de que uma operao necessita de
procedimentos de pura execuo, complementados por mecanismos outros,
garantidores de segurana. Um exemplo disso o caso de empresas construtoras que
consideram os custos relativos aos guarda-corpos e cancelas de elevadores de obra
como sendo custos da segurana, os quais, na realidade, deveriam ser considerados
parte de um processo de produo que demanda um elevador.
Assim, um conceito mais adequado seria de que a execuo correta de uma
determinada atividade traz em si o postulado da segurana desejada, ou seja, a
25
26
27
Smith; Arnold (1996) e Wilson; Koehn (2000) concordam que quando as taxas
de acidentes so elevadas ocorre um efeito adverso na reputao das organizaes e a
criao de uma imagem desfavorvel junto aos seus clientes.
Desse modo, a questo dos acidentes de trabalho considerada como um dos
elementos que integram a responsabilidade social das organizaes. Sendo que a SST
apresentada como um dos requisitos bsicos da norma SA80008 Social
Accountability (Social Accountability International, 2003) - norma baseada nos
preceitos da OIT que especifica os requisitos mnimos de um sistema de gesto da
responsabilidade social (Tabela 2.3).
Tab. 2.3 Requisitos bsicos da norma SA8000
Trabalho Infantil: a empresa no deve se envolver com ou apoiar a utilizao de trabalho
infantil.
Horrio de trabalho: a empresa deve cumprir com as leis aplicveis e com os padres da
indstria sobre o horrio de trabalho.
Remunerao: a empresa deve assegurar que os salrios pagos por uma semana
padro de trabalho devem satisfazer a pelo menos os padres mnimos da indstria e
devem ser suficientes para atender s necessidades bsicas dos funcionrios e
proporcionar uma renda extra.
Fonte: Informaes extradas da norma SA 8000 (Social Accountability International, 2003)
Com base no exposto, possvel afirmar que a melhoria na SST pode ser
considerada como uma das aes por parte das organizaes que vai ao encontro do
exerccio da responsabilidade social, por ter como objetivo a eliminao e reduo
dos impactos dos acidentes sobre os trabalhadores, suas famlias, governo e
sociedade como um todo.
8
28
Checkland (1993) e Senge (1998) descrevem o pensamento sistmico como sendo uma forma
particular de elaborar constructos que nos permitam conceber quadros de referncias para nos auxiliar
na capacidade de perceber, identificar, esclarecer e descrever padres de inter-relaes, ao invs de
cadeias lineares de causa e efeito de eventos existentes, ou seja, o pensamento sistmico uma forma
de abordagem que nos auxilia a compreender o todo, distinguir padres de mudana e ver as estruturas
subjacentes s situaes percebidas como complexas.
Obs.: o termo constructo utilizado, segundo o dicionrio Houaiss uma construo puramente mental,
criada a partir de elementos mais simples para ser parte de uma teoria.
29
ANTERIORES
Reducionismo
Todas as coisas podem ser
decompostas em elementos
fundamentais simples que constituem
unidades indivisveis do todo. Procura
explicar os fenmenos decompondo o
todo, tanto quanto possvel, em partes
mais simples, facilmente solucionadas
e explicveis (Chiavenato, 1992). E
posteriormente a soluo ou explicao
do todo consiste na agregao das
solues e explicaes das partes.
Pensamento Analtico
Admitia-se que atingindo resultados
positivos em cada departamento,
seriam obtidos resultados positivos na
empresa como um todo.
ATUAIS
Expansionismo
Sustenta que todo fenmeno parte de
um fenmeno maior; assim, o
desempenho de um sistema depende
de como ele se relaciona com um todo
maior que o envolve e do qual faz parte.
O expansionismo admite que cada
fenmeno seja constitudo de partes,
porm a sua nfase reside na
focalizao do todo do qual aquele
fenmeno faz parte.
Essa transferncia da viso voltada aos
elementos fundamentais para a viso
voltada ao todo a abordagem
sistmica.
Pensamento Sinttico
O fenmeno que se pretende explicar
visto como parte de um sistema maior e
explicado quanto ao papel que
desempenha nesse sistema.
30
Chiavenato (1993) cita que deve ser includa a retroao como uma das
caractersticas desejveis aos sistemas, ou seja, deve haver uma comunicao de
retorno que corrija os desvios do sistema em relao aos seus objetivos ou
propsitos. Essa idia est incorporada na Figura 2.5.
INTERAES ENTRE
OS ELEMENTOS
SISTEMA
Elemento H
Elemento I
Elemento G
Elemento A
Elemento F
Elemento B
RESULTADO
RESULTADO
Elemento C
Elemento E
Elemento D
RETROAO
31
destacar que o termo gesto abrange no s a atuao sobre as pessoas, mas tambm
a atuao sobre as mquinas e sobre o ambiente (Figura 2.6).
Esse entendimento tambm compartilhado pela norma ISO/TR 14177 (ISO,
1994) ao relacionar a gesto ao conjunto de atividades integradas de projeto, de
planejamento, de organizao, de controle e de avaliao de resultados, necessrias
para orientar a conduo do processo produtivo.
GESTO
AMBIENTE
PESSOAS
MQUINAS
32
VENDA
SISTEMA
EMPRESA
PROJETO
PLANEJAMENTO
OBRAS
AQUISIO
33
Elemento - X
SISTEMA
EMPRESA
VENDA
INTERAO ENTRE OS
ELEMENTOS DO SISTEMA
DE GESTO DA SST
COMERCIAL
ENTREGA
Elemento J
Elemento Y
ASSISTNCIA.
TCNICA
Elemento D
PLANEJAMENTO
OBRAS
AQUISIO
Elemento L
Elemento Z
PROJETO
SISTEMA
DE GESTO
DA SST
Elemento K
Elemento H
34
Elemento Y
ASSISTNCIA.
PROJETO
PLANEJAMENTO
DESVIO
COMERCIAL
DESVIO
CONTROLADO
Elemento Z
SISTEMA
DE GESTO
DA SST
Elemento Y
ASSISTNCIA.
MELHORIA
IMPLEMENTADA
NO ELEMENTO Z
COMERCIAL
DESVIO QUE
AFETOU A SST
DA EMPRESA
COMERCIAL
Elemento Y
ASSISTNCIA.
PROJETO
PLANEJAMENTO
Elemento K
Elemento Z
SISTEMA
DE GESTO
DA SST
PROJETO
PLANEJAMENTO
Elemento K
Elemento Z
SISTEMA
DE GESTO
DA SST
Elemento K
35
ATUAO PROATIVA
ATUAO REATIVA
ACIDENTE
IDENTIFICAO
DE
PERIGOS
INVESTIGAO
AVALIAO
DOS
RISCOS
INVESTIGAO
MUDANA
ANLISE
MEDIDAS DE
CONTROLE
DE SST
MEDIDAS DE
CONTROLE
DE SST
ACIDENTE
TAXA DE ACIDENTES
PATAMAR
PATAMAR DE
DESEMPENHO
MELHORIA
CONTNUA DO
DESEMPENHO
SEM
SEM ESFOROS
ESFOROS
CONTNUOS
ESFOROS
CONTNUOS
ESFOROS
CONTNUOS
SEM MELHORIA
CONTNUA
SEM
SEM MELHORIA
CONTNUA
COM MELHORIA
CONTNUA
CONTNUA
TEMPO
36
constncia de propsitos;
37
38
Esses requisitos foram criados com carter genrico para que pudessem ser
aplicveis a todos os tipos de organizaes. Assim, o modo e a extenso em que cada
um desses deve ser implementado depende de fatores como porte, natureza das
atividades, perigos existentes, cultura da organizao e a complexidade das
operaes.
Para o desenvolvimento da norma BS-8800 foi considerada toda a experincia
adquirida em relao s normas de SGQ e SGA, o que pode ser evidenciado pela
estrutura de seu texto, pela coincidncia de requisitos e pelos princpios de qualidade
agregados ao seu contedo.
Apesar disso, diferentemente das normas das sries ISO-9000 e ISO-14000, a
BS-8800 no permite que as empresas obtenham a certificao de seus SGSST por
meio de auditorias de organismos certificadores, pois composta por um conjunto de
orientaes e recomendaes, no estabelecendo requisitos auditveis.
Por esse motivo, e por razes comerciais bvias, os organismos certificadores e
entidades normalizadoras passaram a desenvolver normas para fins de certificao,
pois tinham que responder demanda das indstrias que exigia no s a melhoria de
desempenho em SST, mas tambm a realizao de auditorias e a obteno de
certificaes reconhecidas nos moldes da ISO-9001 e ISO-14001, que permitissem
39
No caso especfico dessas normas o termo correto seria declarao de conformidade, pois o termo
certificao deve ser utilizado quando as normas forem aprovadas por meio de princpios
estabelecidos por sistemas de normalizao oficial do pas, como o que ocorre no Brasil com as
normas ISO-9001 e ISO-14001 por intermdio do Sistema Brasileiro de Avaliao de Conformidade
do INMETRO. No entanto, essa terminologia consagrada entre as empresas, razo pela qual ser
mantida neste texto.
40
41
no foi criado com intuito de ser utilizado como referncia para certificao
por organismos certificadores; porm, no elimina esta hiptese, desde que
esse reconhecimento de boas prticas seja desejo do pas que o adotou
como guia;
42
Segundo Dias (2003), a maioria dos requisitos estabelecidos pelo guia ILOOSH est coberta pela norma BSI-OHSAS-18001, com exceo dos seguintes:
Segundo esse autor, alguns desses requisitos podem ser considerados implcitos
ou facultativos pela norma BSI-OHSAS-18001, deixando essa deciso para a
gerncia, ou seja, essa norma no exclui a possibilidade de sua implementao.
A Tabela 2.8 apresenta a correlao entre os requisitos do guia ILO-OSH e da
norma BSI-OHSAS-18001.
43
3.10.5 Contratao
4.6
4.5.4
4.5.3
4.5.2
4.5.1
4.4.7
4.4.6
4.4.5
4.4.4
4.4.3
4.4.1
4.3.4
4.3.3
4.3.2
4.3.1
4.4.2
4.2
4.1
X
X
X
X
P
X
X
X P
P
X
X
X
X
44
Analisar
Criticamente
Poltica
Poltica
Atuar
Atuarna
na
melhoria
melhoria
melhoria
Poltica de
SST
Verificar e tomar
tomar
aes corretivas
Organizar
Organizar
Melhoria
Contnua
Planejar
Planejar
Planejaree
Implementar
Implementar
Avaliar
Avaliar
Avaliar
Implementar e
Operar
Operar
CICLO BSI-OHSAS-18001
CICLO ILO-OSH
Atuar
corretivamente
Definir
as
metas
A P
C D
)
CK
HE
(C
Verificar os
resultados
da tarefa
executada
N)
LA
(P
)
CT
(A
Definir
os mtodos
que permitiro
atingir as metas
propostas
Educar e
treinar
Executar
a tarefa
(coletar dados)
O)
(D
CICLO PDCA
11
O ciclo PDCA apresentado na norma ISO-9001 com a seguinte definio de seus elementos: Plan
- estabelecer os objetivos e processos necessrios para fornecer resultados de acordo com os requisitos
e polticas da organizao; Do - implementar os processos; Check: monitorar e medir os processos e
produtos em relao s polticas, aos objetivos e requisitos para o produto, e relatar os resultados; e
por fim Act: executar aes para promover continuamente a melhoria do desempenho.
45
Os requisitos estabelecidos pela norma BSI-OHSAS-18001 e pelo guia ILOOSH devem ser entendidos como boas prticas de administrao voltadas para a
melhoria de desempenho em SST. Assim, cada requisito prescrito deve ser visto
como algo que, segundo a experincia internacional de diversos especialistas, uma
boa prtica que traz resultados positivos para as empresas.
Deve-se destacar que a norma BSI-OHSAS-18001 e o guia ILO-OSH de
maneira anloga s normas relativas aos SGQ e SGA no definem padres de
desempenho, ou como devem ser desenvolvidos cada um dos elementos do SGSST.
Eles apenas apresentam quais so os requisitos bsicos que devem ser atendidos pelo
SGSST, sem estabelecer como conceb-los, ou quais os resultados mnimos que
devem ser obtidos, ficando estes a critrio das prprias empresas.
Isso pode resultar em empresas com SGSSTs baseados em uma mesma norma,
mas que podem apresentar nveis de desempenho completamente diferentes, funo
da forma em que foram introduzidos e da eficcia dos controles implementados.
Com base no exposto, cabe s empresas a tarefa de desenvolver os elementos
de seus SGSSTs de forma a atender aos requisitos do modelo adotado, garantindo a
sua adequao s peculiaridades da organizao e buscando o melhor nvel de
desempenho possvel.
Para o desenvolvimento deste trabalho, foi considerada a norma BSI-OHSAS18001 como referncia por apresentar maior abrangncia em nvel internacional e
pelo fato de que o guia ILO-OSH, na poca do processo de implementao do
SGSST na empresa do estudo de caso, ainda no estava difundido e sendo utilizado
como base pelos organismos certificadores. Apesar disso, diversos de seus princpios
foram adotados no processo de implementao, como, por exemplo, a efetiva
participao e envolvimento dos trabalhadores no sistema, alm do fato de diversas
exigncias da norma e do guia serem coincidentes.
2.5 Integrao dos sistemas de gesto
Neste item realizada uma breve discusso sobre a integrao dos SGSST aos
Sistemas de Gesto da Qualidade - SGQ e aos Sistemas de Gesto Ambiental SGA.
Antes do surgimento dos guias e normas relativas aos SGSSTs, a filosofia e os
princpios advindos do Total Quality Management (TQM) e das normas da srie
46
ISO-9000, criadas em 1987, j eram utilizados por diversas empresas para abordar as
questes de SST e ambientais, pois permitiam uma estruturao adequada para tratar
tais assuntos.
Segundo o American Institute of Chemical Engineers (AICE, 1996), a
estruturao existente no SGQ permitiu uma evoluo no tratamento dos aspectos
relativos SST e gesto ambiental, apresentando alguns resultados divulgados por
grandes empresas (Tabela 2.9).
Tab. 2.9 Resultados em SST e Gesto Ambiental com a abordagem dos SGQ
Empresa
Economias estimadas
Xerox Corporation
Environmental Leadership
Program
3M Corporation
Unocal Chemicals
10 % de reduo em acidentes
registrados no primeiro ano
Tennant Company
Aproximadamente 60 % de
reduo em acidentes e
defeitos
Sistema
Propsito
ISO-9001
Satisfao do cliente
ISO-14001
Preveno da poluio
BSI-OHSAS18001
ILO OSH
47
A Figura 2.13 apresenta uma representao que busca ilustrar a diferena dos
Sistemas de Gesto Integrados em relao implementao de sistemas de gesto
no integrados, destacando o nmero de elementos e a existncia de elementos
comuns.
Pode-se citar como um exemplo de integrao de elementos a utilizao de um
nico procedimento para o controle de documentos que trata de forma comum todos
os documentos relativos gesto da qualidade, ambiental e SST.
48
Elementos
Sistemas de Gesto
implementados de forma
no integrada
SGQ
SGA
Elementos
Sistemas de Gesto
implementados de forma
Integrada
SGSST
Elementos
SGA
Elementos
Elementos
Elementos
comuns aos trs
sistemas
SGSST
SGQ
49
Segundo De Cicco (2002), a integrao pode ser vista como uma oportunidade
para reduzir custos com o desenvolvimento e manuteno de sistemas separados, ou
de inmeros programas e aes que, na maioria das vezes, sobrepem-se e acarretam
gastos desnecessrios.
Beckmerhagen et al. (2003) destacam que os sistemas de gesto
implementados separadamente e de forma incompatvel resultam em custos, aumento
da probabilidade de falhas e enganos, esforos duplicados, criao de uma burocracia
desnecessria e um impacto negativo junto s partes interessadas, em especial para os
trabalhadores e clientes. J os Sistemas de Gesto Integrados trazem uma srie de
vantagens, como as apresentas na Tabela 2.11.
Tab. 2.11 Vantagens dos Sistemas de Gesto Integrados
Simplificao das normas e das exigncias dos sistemas de gesto
Reduo dos custos com auditorias internas e de certificao
Reduo dos custos do processo de implementao (menor nmero de elementos a
serem implementados)
Menor tempo total de paralisao das atividades durante a realizao das auditorias
Possibilita a realizao de uma implementao progressiva e modular dos sistemas
Harmonizao da documentao do sistema
Alinhamento dos objetivos, processos e recursos para diferentes reas funcionais
(segurana, qualidade e ambiental)
Reduo da burocracia
Reduo do nvel de complexidade dos sistemas
Reduo do tempo utilizado para treinamentos (treinamentos integrados)
Eliminao de esforos duplicados e de redundncias
Sinergia gerada pelos diferentes sistemas implementados de maneira conjunta
Aumento da eficcia e melhoria da eficincia do sistema
50
Nessa pesquisa, a maioria dos SGIs estava associada integrao dos SGAs
aos SGQs (Figura 2.14), isto at pelo fato de que as normas relativas aos SGSSTs
terem sido criadas mais recentemente, como, por exemplo, a BSI-OHSAS-18001 que
foi publicada em 1999, 12 anos aps a ISO-9001 e 3 anos aps a ISO-14001.
51
Recomendaes e Diretrizes
Condies
Inseguras e Atos
Inseguros
Custos
Integrao dos
sistemas de
gesto
52
Poltica
de SST
Analisar
Criticamente
Verificar e tomar
aes corretivas
3.12 Medio e
monitoramento do
desempenho
3.13 Acidentes, incidentes,
no-conformidades, aes
preventivas e corretivas
3.14 Controle e gesto de
registros
3.15 Auditoria
Planejar
Implementar e
Operar
53
54
55
56
57
58
59
alta rotatividade dos trabalhadores, pois estes so contratados de obra para obra, por
alguns meses ou at mesmo por apenas algumas semanas, atuando at a sua
concluso
60
IDENTIFICAR
OS PERIGOS
ORIGENS
AVALIAR
O RISCO
4.3.1
Gerenciamento
de Riscos
O RISCO
TOLERVEL?
PLAN
DEFINIR AS
MEDIDAS DE CONTROLE
APLICAR AS
MEDIDAS DE CONTROLE
DO
MONITORAR AS
MEDIDAS DE CONTROLE
CHECK
AS MEDIDAS
FORAM
EFICAZES ?
ACT
S
FIM
Atividades de rotina
Atividades norotineiras
Atividades de todo o
pessoal que tm
acesso ao local de
trabalho (incluindo
subcontratados e
visitantes)
Instalaes do local
de trabalho, tanto
fornecidas pela
empresa como por
outros
61
62
Dessa forma, a identificao dos perigos e a avaliao dos riscos devem ser
realizadas por meio de uma abordagem estruturada, que possvel pela aplicao de
tcnicas analticas estruturadas, tais como:
What / if;
Para fins deste trabalho, apenas a tcnica APR ser apresentada, pois pode ser
considerada adequada s particularidades existentes nas empresas construtoras por
possuir as seguintes caractersticas:
63
Nota-se que essa tcnica exige a formalizao dos dados obtidos para permitir
a sua utilizao em uma situao futura e para que exista um processo interno de
aprendizado em relao aos perigos e riscos.
A elaborao da APR feita por meio de um processo indutivo, ou seja, um
processo que se baseia na realizao de predies com base em dados observveis,
permitindo indicar o que pode ocorrer em uma determinada origem. Nessa tcnica, o
uso da intuio no deve ser considerado, visto que tem como base os
pressentimentos do observador, os quais no permitem uma tomada de deciso de
maneira adequada, considerando a possibilidade de erro e os conseqentes acidentes.
APR ANLISE PRELIMINAR DE RISCOS
Origem: Servio Alvenaria
Avaliao do
Risco
Situao
Danos
P G RISCO
3 3
Na preparao da argamassa
Exposio a
pode haver o contato do
produtos qumicos
cimento com a pele
Dermatites
3 2
Exposio
poeira
Inalao de poeira e
problemas respiratrios
3 1
.....
....
...
.. ..
..
P - PROBABILIDADE
G GRAVIDADE
RISCO (P x G)
64
so necessrias e praticveis;
Para a avaliao dos riscos, deve ser realizada uma estimativa subjetiva com
base em escalas padronizadas de risco. As figuras 3.7 e 3.8 apresentam exemplos de
escalas para a avaliao de riscos.
ALTA
MDIA
ALTA (3)
GRAVIDADE
ESCALA DE PROBABILIDADE
BAIXA
65
MDIA
ALTA
BAIXA
PROBABILIDADE
ESCALA DE GRAVIDADE
ALTA (3)
ESCALA DE RISCO
Crtico
Moderado
Tolervel
66
67
leis e normas pouco flexveis e que, por vezes, podem impedir ou dificultar
a aplicao de alteraes tecnolgicas nos processos;
68
ORIGENS
IDENTIFICAR
OS PERIGOS
4.3.2
Exigncias
legais e outras
AVALIAR
O RISCO
O RISCO
TOLERVEL?
PLAN
IDENTIFICAR
AS LEGISLAES E
OUTROS REQUISITOS
ORIGENS
AVALIAR
A APLICABILIDADE
APLICVEL ?
N
DEFINIR AS
MEDIDAS DE CONTROLE
DO
APLICAR AS
MEDIDAS DE CONTROLE
CHECK
MONITORAR AS
MEDIDAS DE CONTROLE
ACT
AS MEDIDAS
FORAM
EFICAZES ?
FIM
S
FIM
69
70
POLTICA DE SST
OBJETIVO
OBJETIVO 01
01
PROGRAMA
PROGRAMA DE
DE GESTO
GESTO
DA
SST
DA SST 01
01
OBJETIVO
OBJETIVO 02
02
PROGRAMA
PROGRAMA DE
DE GESTO
GESTO
DA
DA SST
SST 02
02
OBJETIVO
OBJETIVO
OBJETIVO 03
03
PROGRAMA
PROGRAMA DE
DE GESTO
GESTO
DA
DA SST
SST 03
03
OBJETIVO
OBJETIVO nn
PROGRAMA
PROGRAMA DE
DE GESTO
GESTO
DA
DA SST
SST nn
4.3.3 Objetivos
71
72
Meta
(Quanto + Quando)
No mnimo 50% at
Dez/2004
Indicador
Nmero de acidentes sem
afastamento apresentado no
relatrio anual de acidentes de
2004 em relao ao de 2003
Eliminar atividades
Eliminar 02 atividades com Nmero de atividades com risco 09
(alto) no relatrio anual de 2004 em
com risco 09 (alto) na risco 09 (alto) at
relao ao de 2003
empresa
Dez/2004
Implementao de
No mnimo dois at
Sistemas de Proteo
Dez/2004
Coletiva inovadores
Aumentar o nmero
mdio de horas dos
treinamentos de SST
Aumentar em 2
horas/funcionrio at
Dez/2004
73
74
No. 035
Prazo
Responsveis
At Julho/2004
Diretor Tcnico
At Nov/2004
Tcnico de
segurana e
equipes de Frmas
At Dez/2004
Gerente de
Compras e Diretor
Tcnico
....
...
...
75
efetiva
implementao
manuteno
do
SGSST
dependem
membros da diretoria;
trabalhadores em geral;
76
matrizes de responsabilidades;
organogramas da empresa;
procedimentos de trabalho.
77
ensaios laboratoriais;
78
79
Hammer (1985) destaca que o erro humano pode no ter sido cometido pela
pessoa diretamente envolvida no acidente, mas sim pelos responsveis pelo projeto
do ambiente de trabalho, pelo trabalhador que fabricou o equipamento utilizado, pelo
responsvel pela manuteno, ou qualquer outra pessoa que no estivesse presente na
ocorrncia do acidente. Hammer tambm apresenta que os erros humanos, em geral,
acontecem das seguintes formas:
80
12
Para fins de simplificao e objetividade deste trabalho, ser adotada a definio de competncia
apresentada na norma ISO-9000: capacidade demonstrada para aplicar conhecimentos e habilidades.
81
Educao
Experincia
Treinamentos
82
83
Este item estabelece que todas as pessoas na empresa devem estar conscientes
dos perigos, riscos e danos existentes em seu ambiente de trabalho e os que so
decorrentes de suas atividades.
Simpson (1988) cita que uma identificao realista de perigos e a
conscientizao acerca destes um pr-requisito para qualquer programa efetivo de
preveno.
Segundo Derricott (1981), a grande maioria das pessoas tem conscincia dos
perigos existentes, aceitando-os ou rejeitando-os com base no julgamento pessoal. A
mudana do julgamento no uma tarefa simples, visto que muitos s reagem
voluntariamente em relao SST quando j estiveram envolvidos em acidentes ou
quase-acidentes. Assim, o processo de conscientizao deve ser sistemtico e
contnuo para que os julgamentos sejam alterados de maneira gradual e progressiva.
Alm do conhecimento dos perigos, riscos e danos, tambm necessrio
conhecer quais so os benefcios que o desempenho pessoal pode trazer para a SST.
So exemplos: no ter colegas de trabalho acidentados, conscincia de ter
contribudo para a preveno de acidentes, melhoria do ambiente de trabalho e das
relaes entre as pessoas etc.
84
realizao de treinamentos;
apresentao de vdeos;
13
DDS Dilogo Dirio de Segurana so reunies breves geralmente realizadas antes do incio da
jornada de trabalho pelo encarregado de equipe, supervisor, ou membro da equipe de SST, com sua
equipe de produo. Nessas reunies so discutidos assuntos de SST relacionados s atividades que
sero desenvolvidas ao longo do dia (protees necessrias, cuidados especiais, dificuldades
encontradas etc.).
85
86
do SGSST, pois se o fluxo de informaes for interrompido, ser difcil tanto para a
gerncia tomar decises acertadas como para o trabalhador cumprir as suas funes
adequadamente.
Assim, este requisito determina que a empresa deve possuir um procedimento
que estabelea a sistemtica para assegurar uma boa comunicao: entre a gerncia e
os trabalhadores e vice-versa, entre a empresa e todas as partes interessadas (clientes,
fornecedores, subempreiteiros, visitantes etc.) conforme apresenta a Figura 3.18.
GERNCIA
INFORMAES
INFORMAES
INFORMAES
PARTES
INTERESSADAS
EMPREGADOS
INFORMAES
87
88
A implementao deste requisito deve garantir que a CIPA se torne uma das
principais formas de comunicao e consulta aos trabalhadores, de forma que sua
atuao resulte em contnuas e efetivas melhorias nos ambientes de trabalho. Para
isso, pode-se ir alm da exigncia legal, ou seja, estabelecer a CIPA em todas as
obras da empresa, independentemente do nmero de trabalhadores e de sua durao.
O requisito tambm estabelece que os funcionrios devam ser comunicados
sobre quem so seus representantes e quem o Representante da Direo para o
SGSST. Dessa forma, eles sabem a quem se reportar no caso de problemas ou
sugestes relacionados SST. Os funcionrios tambm devem estar cientes de quem
so os membros do corpo tcnico de SST (engenheiros de segurana, tcnicos de
segurana, mdicos do trabalho etc.).
A empresa pode utilizar uma infinidade de meios para realizar suas
comunicaes e consultas nos diversos sentidos da hierarquia organizacional, os
quais podem servir simultaneamente como aes de conscientizao. So exemplos:
reunies da CIPA;
jornais mensais;
mensagens em holerites;
realizao de treinamentos;
comunicaes verbais;
cartas de advertncia;
regulamentos internos.
89
INFORMAES
MEIO DE COMUNICAO
Empresa MTE
Acesso ao site
www.mte.gov.br
Empresa DRT
Dvidas sobre a
interpretao de exigncias
legais
Telefone e cartas
Reunies formais
Visitas aos canteiros de obra
Telefone
DRT Empresa
Identificao de deficincias
da empresa no cumprimento
da legislao
Notificaes formais
Empresa Subcontratados
Procedimentos de SST a
serem seguidos na atividade
Treinamento nos
procedimentos de SST
Sindicatos Empresa
Esclarecimento das
Empresa Subcontratados responsabilidades do
subcontratado quanto SST
Contratos de prestao de
servio
Com base no exposto neste item e no Item 3.7, pode-se afirmar que o SGSST
no pode ser constitudo somente de procedimentos, formulrios, equipamentos de
proteo, ferramentas, equipamentos e coisas do gnero. Tudo isso de nada adiantar
se os funcionrios no tiverem as competncias necessrias, no estiverem
conscientizados, no estiverem informados (comunicao) e no participarem das
decises (consulta), pois somente a mo do homem pode movimentar o sistema,
tornando as boas intenes em aes reais (Figura 3.19).
90
COMUNICAO
E CONSULTA
COMPETNCIA
PESSOAS
CONSCIENTIZAO
AES
91
Nvel
Estratgico
Programas de Gesto
da SST
Planos de Emergncia
Procedimentos Operacionais
Instrues de Segurana
Formulrios
Procedimentos Operacionais
Instrues de Segurana
Formulrios
Registros de SST
Registros de SST
Nvel
Ttico
Nvel
Operacional
92
Ttulo
PO.01
Procedimento Operacional
- Gerenciamento de
Perigos
IS.01
Instruo de Segurana
Execuo de Alvenaria
Verso
01
02
Cpias distribudas
Joo
(Engenheiro de Segurana) - 01 cpia
Jonas
(Engenheiro de Obra) - 01 cpia
Severino
(Encarregado de Alvenaria) - 02 cpias
Jos
(Engenheiro de Obra) - 01 cpia
93
94
contribuir para a eliminao dos perigos ou para a reduo dos riscos, e estabelecer
os controles necessrios.
A Figura 3.24 apresenta um exemplo em que foi identificado que o processo de
Projeto poderia contribuir para reduzir o perigo de queda nas periferias de lajes, por
meio da incluso de ganchos para a fixao de cintos de segurana nas plantas do
projeto estrutural.
PERIGO
( Queda na
perifeia de laje)
PROJETO
ASSISTNCIA.
TCNICA
COMERCIAL
ENTREGA
PROJETO
VENDA
CONTROLES
OPERACIONAIS
( Definir pontos de
ganchos de fixao
para cintos de
segurana)
PLANEJAMENTO
OBRAS
AQUISIO
95
exigncias legais;
Diversos autores, como Hammer (1985), Brauer (1994) e Weeks (1998) citam
que o processo de definio de controles deve levar em considerao a fonte
(perigo), o meio e o homem, e tambm estabelecem a regra geral que quanto mais
prximos os controles estiverem das fontes mais eficientes e efetivos eles sero
(Figura 3.25).
CONTROLES
OPERACIONAL
FONTE
CONTROLES
OPERACIONAL
MEIO
CONTROLES
OPERACIONAL
HOMEM
EFICINCIA
dos seus riscos, ou seja, reduzir a gravidade dos danos que podem gerar, ou a
probabilidade de sua ocorrncia. So exemplos:
96
97
folhetos orientativos;
placas de segurana.
Esse controle deve ser utilizado como ltimo recurso, ou seja, somente nos
posto de trabalho existe um grande escopo para projetar o ambiente a fim de adequlo forma de ser do homem. Contudo, h um escopo muito limitado para se
reprojetar a forma de ser do homem para adapt-lo ao ambiente.
Hammer (1985) tambm salienta que erro cometido por um operador no
deve ter efeitos adversos em um ambiente de trabalho projetado de maneira segura.
No entanto, um erro similar em um ambiente de trabalho mal projetado resultar em
um desastre.
98
99
Controle Operacional
concretagem etc.)
100
101
novos perigos que possam surgir e suas decorrentes hipteses de emergncia, seja
por fatores de mudana internos ou externos, como por exemplo, novas obras,
introduo de novos materiais, equipamentos e servios.
Situaes
Danos
Hipteses de
emergncia
Exposio
altura
Nas periferias
e vo de lajes
Queda
e morte
Acidente Fatal
Fonte de
Calor
C igarro jogado
em cestos de lixo
Perdas materiais
e danos pessoais
Incndio com
Vtima
Perigos
102
Fornecer
materiais e
equipamentos
Recompor
conteno
Fornecer
pessoas
habilitadas
Combater
agentes
agressivos
Fornecer
conhecimento
Isolar reas
Fornecer
energia
Evacuar
pessoas
Reduzir
energia
agressiva
Reduzir ao
dos agentes
Prestar socorro
mdico
Reduzir
exposio
Fornecer
informao
Evacuar
animais
Proteo de
pessoas e
atenuao de
danos ao
patrimnio e
meio ambiente
Fornecer
informaes
Remover
equipamentos
e materiais
Aplicar
proteo
Preparao
Atendimento
Objetivo
103
no mnimo anualmente.
104
105
106
Pode-se citar a motivao e envolvimento das pessoas como uma quarta razo,
pois a utilizao de medies permite aos indivduos um retorno adequado quanto ao
seu prprio desempenho no processo.
Assim, com base nas razes apresentadas, a empresa deve identificar quais
elementos chave para o desempenho em SST (processos, programas, objetivos,
procedimentos etc.) devem ser medidos e monitorados, estabelecendo procedimentos
para a coleta, processamento dos dados e para avaliao das informaes de modo
que permita a tomada de decises e a interveno (Figura 3.29). O requisito j
estabelece alguns elementos que devem obrigatoriamente ser medidos e monitorados,
como por exemplo, o atendimento dos objetivos e das leis e normas aplicveis, os
acidentes e quase-acidentes.
Informao
PESSOAS
AVALIAO
PROCESSAMENTO
Deciso
Dados
INTERVENO
COLETA
Ao
Medidas
ELEMENTO
107
108
cuja anlise, ainda que post factum auxiliem com informaes para realimentar o
processo de melhoria contnua.
A Figura 3.30 busca representar a abrangncia dos indicadores com base no
diagrama de causa-efeito, explicitando que os indicadores proativos esto ligados s
causas das ocorrncias enquanto os indicadores reativos esto ligados aos efeitos
decorrentes.
MATERIAL
MEIO
MTODO
ACIDENTES
QUASE-ACIDENTES
NO-CONFORMIDADES
MO- DE-OBRA
MEDIDA
MQUINA
INDICADORES PROATIVOS
INDICADORES
REATIVOS
109
110
Com base no exposto neste item, pode-se dizer que o processo de medio e
monitoramento de fundamental importncia para o SGSST, pois possibilita avaliar
os resultados da implementao dos demais elementos do sistema, bem como a
sinergia do sistema, subsidiando todos os processos, em especial, o de tomada de
aes corretivas e preventivas (Item 3.13).
Apesar disso, os processos de medio e monitoramento, em geral, demandam
recursos substanciais (tempo das equipes, equipamentos, custos com treinamentos
etc.) e podem se tornar incompatveis com a viso econmica da empresa. Dessa
forma, importante a realizao de uma avaliao de alternativas que possam
garantir o desempenho sem a necessidade da criao de mltiplos e complexos
mecanismos de medio e monitoramento.
111
De acordo com Argyris; Schon, 1996 apud Barreiros, 2002, o aprendizado organizacional uma
metfora empregada para se referir ao processo pelo qual os membros da organizao detectam
anomalias e as corrigem ao reestruturar a teoria em uso na organizao. a aquisio de competncias
coletivas que permite promover melhorias contnuas no desempenho organizacional com base em
experincias adquiridas.
112
Correo, segundo a ISO-9000, a ao tomada para eliminar uma noconformidade identificada. Tambm pode ser definida como a ao para
transformar uma situao no-conforme em conforme.
de
uma
potencial
no-conformidade,
ou
outra
situao
potencialmente indesejvel.
A Figura 3.32 apresenta uma representao da seqncia e a inter-relao entre
os termos definidos.
Deve-se destacar que a ao preventiva executada para prevenir a ocorrncia,
enquanto que a ao corretiva executada para prevenir a repetio.
Tanto para as aes corretivas quanto para as aes preventivas deve-se
primeiramente realizar um processo de investigao de causas, pois somente
conhecendo-as possvel impedir a ocorrncia ou reincidncia de noconformidades, acidentes e quase-acidentes.
113
No-conformidade
Real
Correo
Investigao
das causas
Ao Corretiva
No-conformidade
Potencial
Investigao
das causas
Ao Preventiva
Acidente
Investigao
das causas
Ao Corretiva
Quase-acidente
Investigao
das causas
Ao Corretiva
O SGSST prov uma srie de informaes para a identificao de noconformidades, acidentes e quase-acidentes, em especial as resultantes do processo
de medio e monitoramento do desempenho, que apiam a tomada de aes
corretivas, preventivas e a realizao das correes. So exemplos de fontes de
informao:
114
diagrama de Causa-Efeito;
brainstorming.
115
INCNDIO
NO ALMOXARIFADO
PRESENA
DE OXIGNIIO
VAZAMENTO DE
COMBUSTVEL
NO ALMOXARIFADO
MATERIAL
COMBUSTVEL
NO ALMOXARIFADO
FONTE DE
IGNIO NO
ALMOXARIFADO
OU
OU
OU
OU
COMBUSTVEIS
ARMAZENADOS
NO ALMOXARIFADO
MATERIAL EM
ESTOQUE SE TORNA
COMBUSTVEL
OCORRNCIA
DE CURTO-CIRCUITO
FONTES DE
CALOR
Smbolo
Porto tipo E
Porto tipo OU
OU
OU
Descrio
Requer a co-existncia de
todos as entradas para
permitir a sada
Requer a existncia de pelo
menos uma das entradas
para permitir a sada
CONDIO
Se a condio no for
atendida no ocorrer a
sada
Evento Falho
Um evento indesejvel
(falha)
Evento Normal
116
Diagrama de Causa-Efeito
O diagrama de Causa-Efeito, originalmente proposto por Kaoru Ishikawa na
dcada de 60, bastante utilizado em ambientes industriais para a localizao de
causas de disperso de qualidade no produto e no processo de produo. Este
tambm conhecido como Diagrama de Ishikawa, ou ainda como Diagrama Espinha
de Peixe, em razo de sua aparncia.
O diagrama de Causa-Efeito foi criado inicialmente para explorar e representar
opinies a respeito de fontes de variaes em qualidade de processo, mas pode
perfeitamente ser utilizado para a anlise de problemas organizacionais genricos,
em especial, na identificao de causas de no-conformidades, acidentes e quaseacidentes.
O diagrama de Causa-Efeito explora as causas reais ou potenciais (entradas)
que resultam em um evento indesejvel (sada). As causas so dispostas de acordo
com seu nvel de importncia ou detalhe, resultando na descrio das relaes e
hierarquia dos eventos. As causas principais podem ser agrupadas sob seis categorias
conhecidas como "6 Ms": Mtodo, Mo-de-obra, Materiais, Meio Ambiente,
Medies e Mquina.
A Figura 3.34 apresenta um Diagrama de Causa-efeito para uma noconformidade detectada em um SGQ de uma empresa construtora.
Medio
Meio Ambiente
Material
Inspeo de recebimento
dos azulejos
Inspeo de recebimento
de argamassa
Execesso de umidade
Freqncia de inspeo
do servio muito baixa
Local escuro
Falta de segurana
Cermica empenada
Descolamento de
azulejos na cozinha
Distribuio de massa em
panos muito grandes
Falta de regularizao
da base
Junta muito pequena
Excesso de recorte
No umedecimento
da base
Mtodo
Desempenadeira
dentada gasta
Caixa de massa muito
grande
Falta de um martelo
de borracha
Falta de espaadores
nas juntas
Mquina
Falta de capacitao
Mal treinada
Terceirizada
Mo de Obra
117
Brainstorming
O Brainstorming tambm conhecido como "Tempestade Cerebral", uma
tcnica usada para ajudar a criar o mximo de idias possveis em curto perodo de
tempo.
Segundo Mattos (1998), este mtodo consiste de uma rodada de idias,
destinada busca de sugestes atravs do trabalho de grupo, para inferncias sobre
causas e efeitos de problemas e sobre a tomada de deciso.
O mtodo extremamente simples e rpido, pois consiste basicamente em uma
reunio com as pessoas envolvidas, ou que possam contribuir com a identificao das
causas dos problemas, que apresenta os seguintes passos:
1) definir claramente o problema;
2) fazer com que cada participante oferea idias sobre o assunto, enquanto os
demais no fazem qualquer comentrio;
3) designar uma pessoa para anotar todas as idias no papel;
4) continuar o processo at que a equipe sinta ter esgotado suas idias sobre o
assunto;
5) discutir e esclarecer uma a uma as idias constantes da lista.
Esse mtodo busca romper com o paradigma na abordagem tradicional dos
problemas, pois libera os membros da equipe de formalismos limitantes, que, muitas
vezes, inibem a criatividade. Busca-se encontrar a diversidade de opinies e idias
por meio do entusiasmo do grupo e envolvimento de todos, o que pode resultar em
solues originais.
Com base nos resultados do processo de investigao das causas, deve ser
estabelecido o planejamento das aes necessrias para super-las, e a forma de se
acompanhar a sua aplicao e sua eficcia. A Figura 3.35 apresenta um exemplo
simplificado de formulrio adotado para esse fim.
118
PA Plano de Ao
Tipo de ocorrncia:
N 003
( ) no-conformidade potencial
( ) quase-acidente
Ocorrncia:
Foi detectado um visitante sem os devidos EPIs - Equipamentos de Proteo Individual
circulando no canteiro de obra XYZ.
Correo:
O visitante foi orientado a sair da obra com o devido acompanhamento do engenheiro de
segurana.
Causas:
O proprietrio do apartamento 85 foi visitar seu apartamento (em construo) e o vigia da
obra permitiu sua entrada. A visita do proprietrio no era permitida na fase de construo
segundo clusula contratual.
Aes e recursos necessrios
Descrio
Prazo
Responsveis
Situao
Realizado
Realizado
15 dias
Engenheiro
Gibson
Avaliao da Eficcia
A aes realizadas foram eficazes, pois durante 6 meses no houve a ocorrncia de casos
semelhantes em nenhuma das obras da empresa
119
atestados mdicos;
atas de reunio.
120
Tempo de Reteno: deve ser definido por quanto tempo cada registro deve
ser guardado antes do seu descarte, devendo-se considerar as exigncias
legais para tal definio.
A Figura 3.37 apresenta um exemplo de planilha que pode ser utilizada para
formalizar os parmetros de controle dos registros.
Recuperao e proteo
Identificao
Ata de
Reunio da
CIPA
Relatrio de
Vistoria de
Segurana
Local do
Arquivo
Sala da
Engenharia
da Obra
Mural da
Obra
Proteo
Tempo de
reteno
Organizadas
por data
Pasta suspensa
3 anos
N/A
At a prxima
reunio
Pasta suspensa
1 ano
Indexao
121
3.15 Auditoria
4.5.4 Auditoria
A organizao deve estabelecer e manter um programa de auditorias e procedimentos
para a execuo de auditorias peridicas do sistema de gesto de SST, a fim de:
a) determinar se o sistema de gesto de SST:
est conforme com as disposies planejadas para a gesto de SST, incluindo os
requisitos desta especificao da OHSAS;
est sendo devidamente implementado e mantido; e
efetivo no atendimento poltica e aos objetivos da organizao;
b) analisar criticamente os resultados das auditorias anteriores;
c) fornecer informao sobre os resultados das auditorias para a administrao.
O programa de auditoria, incluindo qualquer programao, deve ser baseado nos
resultados das avaliaes de risco das atividades da organizao, e nos resultados de
auditorias anteriores. Os procedimentos de auditoria devem abranger o escopo, a
freqncia, as metodologias, as competncias, bem como as responsabilidades e
requisitos para a conduzir auditorias e relatar os resultados.
Sempre que possvel, as auditorias devem ser conduzidas por pessoal independente dos
que tm responsabilidade direta com a atividade que est sendo examinada.
(NOTA A palavra independente aqui no significa necessariamente externo a organizao.)
Fonte: BSI-OHSAS-18001 (traduo livre do autor)
16
122
18
Auditorias de segunda parte, segundo a ISO-9000, so conduzidas pelas partes que tm interesse
pela organizao, tais como clientes, ou por outras pessoas em seu nome.
19
Auditorias de terceira parte, segundo a ISO-9000, so conduzidas por organizaes externas que
fornecem certificados ou registros de conformidade.
123
Segundo Tinoco, 2001 apud Barreiros, 2002, balano social o documento pelo qual a empresa
apresenta dados que permitam identificar o seu perfil de atuao social durante o ano, a qualidade de
suas relaes com os empregados, o cumprimento de clusulas sociais, a participao dos empregados
nos resultados econmicos da empresa e as possibilidades de desenvolvimento pessoal, bem como a
forma de sua interao com a comunidade e sua relao com o meio ambiente.
124
Escopo e
freqncia das
auditorias
Metodologias e
requisitos para
conduzir e relatar
os resultados
Competncias
necessrias
125
126
127
128
4. ESTUDO DE CASO
4.1 Consideraes Gerais
No presente captulo caracterizado o estudo de caso desta pesquisa,
apresentando-se a realidade de uma implementao de um SGSST em uma empresa
construtora e os resultados que foram obtidos.
Primeiramente, so apresentadas as caractersticas da empresa objeto do estudo
de caso e as condicionantes para sua escolha. Em seguida, so apresentados, de
forma subdividida nos 15 itens bsicos definidos no Captulo 3, os seguintes
aspectos:
129
21
130
A nossa poltica busca a contnua satisfao dos clientes internos e externos atravs
da aquisio de novos conhecimentos aplicados ao trabalho, execuo de produtos
qualificados a custos competitivos e um ambiente seguro e saudvel, cumprindo as
leis e normas.
Diretoria.
131
132
133
com a poltica estabelecida. Pode-se citar o caso de um dos trabalhadores que relatou
que ele poderia, independente do seu nvel hierrquico, impedir a entrada de
qualquer gerente ou diretor que entrasse no canteiro de obras sem os devidos
equipamentos de proteo individuais. Isto um fator extremamente positivo para
manuteno e melhoria do sistema, pois demanda maior empenho dos nveis
superiores em manter a poltica em suas aes, sobretudo para serem vistos como
exemplo para os demais nveis.
Com base nessa afirmao, pode-se dizer que a poltica deve ser redigida
cuidadosamente e retratar as reais intenes da empresa, no pode ser apenas uma
frase interessante e polida, mas sim algo que realmente se transformar em base para
a tomada das aes por partes dos gerentes, diretoria e demais trabalhadores. Se isso
no ocorrer, ela pode cair em descrdito frente aos trabalhadores e se tornar um fator
determinante para o fracasso da gesto da SST.
4.3 Identificao de perigos, avaliao e controle de riscos
Inicialmente, foi realizado um grande levantamento de todas as origens de
perigos (atividades, reas, equipamentos e processos da empresa). Em seguida, foram
realizadas as Anlises Preliminares de Risco, utilizando-se de um formulrio
especfico chamado Levantamento Preliminar de Perigos (LPP) (ver Anexo A) com a
participao dos tcnicos de segurana, engenheiro de segurana, gerente do setor e
com o efetivo envolvimento dos trabalhadores envolvidos.
Todos os resultados obtidos desse levantamento eram cadastrados em uma
planilha especfica chamada Levantamento Geral de Perigos (LGP) que permitia
visualizar o cenrio geral dos perigos e riscos da empresa, e era utilizada pelo
engenheiro de segurana para estabelecer as prioridades de interveno e a criao de
medidas de controles nos processos. O Anexo B apresenta um trecho da planilha
LGP para ilustrao.
Aps o levantamento inicial, caso surgissem novas origens de perigos ou
mudanas nos processos eram realizadas novas LPP e o seu cadastramento no LGP.
Isso tambm ocorria caso fosse detectada alguma no-conformidade, acidente ou
quase-acidente.
134
Com base nos resultados compilados no LGP, foi possvel subdividir os 1.139
perigos em 37 categorias, e identificar os que apresentam maior freqncia por meio
do grfico apresentado no Anexo C.
Esse grfico, juntamente com os resultados das avaliaes dos riscos, permitia
ao Comit do SGI estabelecer os controles operacionais, priorizando a sua aplicao
em origens com maior quantidade de perigos e com maior grau de risco. Isso
permitiu empresa um melhor direcionamento dos recursos disponveis (financeiros,
fsicos e humanos), ou seja, os recursos eram alocados de forma a se obter maiores
impactos no desempenho em SST.
Os resultados obtidos com a sistemtica de avaliao dos riscos permitiam
avaliar a eficcia dos controles operacionais, pois era possvel mensurar qual a
reduo do grau de risco obtida com a aplicao de um determinado controle
operacional. Isso permitia a identificao dos controles operacionais mais eficazes e
a sua disseminao pela empresa, reduzindo o direcionamento de recursos para
controles operacionais ineficazes.
A sistemtica de identificao de perigos era realizada de forma contnua,
buscando assegurar que nenhuma atividade fosse realizada sem que seus perigos
tivessem sido identificados. Isso permitia que os trabalhadores tivessem o
conhecimento prvio dos perigos existentes, e que enquanto os controles
operacionais no estivessem definidos suas as atividades no teriam incio.
135
disso,
quantidade
de
perigos
identificados
no
LGP
era
136
137
138
obras, e geravam, de certa maneira, uma competio entre obras. Essa competio
era considerada interessante, pois estimulava o envolvimento e o comprometimento
dos trabalhadores, que liderados pelos encarregados ou mestres de obras, buscavam
melhorar seu desempenho ms a ms.
De maneira geral, a aplicao deste item permitiu empresa o estabelecimento
de uma ferramenta para a liderana, ou seja, possibilitou a criao de um
direcionador dos esforos de todos as pessoas nos diversos nveis hierrquicos.
4.6 Estrutura e responsabilidade
A empresa j apresentava uma sistemtica para a definio das funes,
responsabilidades e autoridades resultantes da implementao do SGQ. Entretanto,
com a implementao do SGSST surgiram novas atribuies que precisaram ser
contempladas.
A definio das responsabilidades e autoridades do SGI foi formalizada em
organogramas (ver Anexo F) e matriz de responsabilidades (ver Anexo G).
Como Representante da Direo foi designada a diretora de marketing da
empresa, que participava ativamente das reunies do Comit do SGI, coordenando
todo o processo de implementao, manuteno e melhoria do sistema, como
tambm mantinha os demais diretores cientes dos resultados do SGI.
Os recursos necessrios para a implementao, manuteno e melhoria do SGI
eram disponibilizados pela diretoria, que analisava a necessidade dos principais
recursos durante as reunies mensais do Comit do SGI, e durante as reunies de
anlise crtica pela direo.
O resultado da implementao deste item de difcil avaliao, principalmente,
pelo fato de a empresa j possuir uma sistemtica em funcionamento resultante da
implementao do SGQ. Porm, pode-se afirmar, com base em relatos dos membros
do Comit do SGI, e nos resultados das auditorias internas e externas, que no havia
conflitos ou problemas de definio de responsabilidades, autoridades e funes,
bem como relacionados proviso de recursos.
De uma maneira geral, todas as pessoas tinham conhecimento de quais
procedimentos estabeleciam suas responsabilidades e qual sua posio na hierarquia
139
habilidades necessrias.
140
141
142
reunies do SEESMT;
reunies de engenharia;
reunies departamentais.
143
auxlio
na
interpretao
de
exigncias
legais
para
144
resultou na melhoria das relaes e na reduo de conflitos no decorrer das obras nas
questes de SST.
Em relao comunicao com os sindicatos, clientes e sociedade em geral
tambm possvel dizer que no houve problemas, visto que no ocorreram
solicitaes relacionadas SST ao longo do primeiro ano, aps a concluso da
implementao do SGSST.
4.9 Documentao e controle de documentos e dados
A empresa j apresentava uma sistemtica definida e em funcionamento para o
atendimento deste requisito, pois praticamente no existem diferenas em relao
sistemtica determinada nos SGQs baseados na ISO-9001. Porm, a grande maioria
da documentao relativa SST no se apresentava dentro dos padres, e no
possua o mesmo tipo de controle, sendo necessria a reviso do procedimento
existente de forma a contempl-la.
Toda a documentao relacionada SST foi includa dentro dos padres e
mecanismos de controle, definindo-se os seguintes itens:
145
Aps a Implementao
Poltica da Qualidade
Poltica do SGI
Manual da Qualidade
Manual do SGI
PO Procedimento Operacional
PO Procedimento Operacional
146
147
Controle
Comercial
Check-list de Anlise
Incorporao de Terreno em SST
Descrio
Antes da aquisio de um terreno era realizada a
investigao do solo para identificar contaminaes
que pudessem afetar os trabalhadores durante as
fases de escavao e fundaes. Tambm era
analisada
a
existncia
de
interferncias
subterrneas (tubulaes de gs, cabos eltricos
etc.) que pudessem ser atingidas durante a
construo e, dessa forma, resultar em acidentes.
Existia uma srie de diretrizes a serem observadas
durante o desenvolvimento dos projetos do edifcio,
tais como:
Projetos
e protees de periferia.
Anlise de projetos
identificar
a
necessidade
de
novos
levantamentos de perigos e avaliaes de
riscos, e o estabelecimento de novos controles;
ISs - Instrues de
Segurana
uso de computadores;
instalaes eltricas;
atividades de limpeza.
148
Controle
Especificao de
equipamentos de
proteo
Contratos com
subempreiteiros
Aquisio
Qualificao de
Fornecedores
Descrio
Na aquisio de qualquer equipamento de proteo
o departamento de compras devia realizar a sua
especificao de forma bastante detalhada para o
fornecedor, evitando a compra de equipamentos
inadequados. Isso era feito por meio de uma tabela
que identificava quais informaes deviam constar
no pedido de compra para cada tipo de
equipamento.
Nos contratos com subempreiteiros eram
estabelecidas clusulas que definam suas
responsabilidades em cumprir as instrues de
segurana da contratante, bem como exigiam o
cumprimento de todas as obrigaes legais
(desenvolvimento de PPRA e PCMSO, fornecer
cpia dos registros dos funcionrios etc.).
Todo fornecedor de servio ou material passava
por um processo de qualificao antes de sua
contratao, ou da aquisio do material. Esse
processo, no que se refere SST, consistia em
realizar uma avaliao prvia do desempenho em
SST do fornecedor, por meio de:
Obras e
servios de
assistncia
tcnica
Visitantes
ISs - Instrues de
Segurana
149
150
122.789
2003
99.013
87.537
86.298
Mdia = 80.717
75.178
80.439
Mdia = 68.500
71.549
69.779
62.666
65.524
65.426
69.257
Mdia = 58.979
56.256
54.174
54.709
Mdia = 50.911
49.670
49.195
48.529
47.306
50.311
48.521
46.870
32.877
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
11
10
9
8
7
3
1
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
151
Com base nos dois grficos apresentados, possvel visualizar uma melhoria
no desempenho em SST. No entanto, uma anlise mais criteriosa se faz necessria,
contemplando um maior perodo de tempo e a anlise de influncia das sazonalidade
das atividades e quantidade de obras em andamento nesses resultados.
Cabe ressaltar que os resultados apresentados nos grficos no indicam apenas
o desempenho dos controles operacionais, mas tambm o desempenho em SST
decorrente do funcionamento de todos os elementos do SGSST de forma integrada.
4.11 Preparao e atendimento a emergncias
O Comit do SGI identificava as hipteses que poderiam provocar situaes de
emergncia com base nos seguintes itens:
152
iluminao de emergncia;
rdios intercomunicadores;
153
154
155
156
4.15 Auditoria
A empresa j possua um processo estabelecido de auditorias internas em
funcionamento em seu SGQ. No entanto, este no contemplava os aspectos de SST,
que precisaram ser includos.
As auditorias internas passaram a ser realizadas de forma integrada, ou seja, em
uma mesma auditoria eram analisadas as exigncias relativas ao SGQ e ao SGSST.
A equipe auditora podia ser contratada de empresas especializadas, ou fazer
parte do quadro de funcionrios da empresa. Nesse caso, os auditores eram
157
158
159
5. CONSIDERAES FINAIS
5.1 Introduo
Neste captulo, inicialmente so apresentadas as principais consideraes em
relao ao atendimento do objetivo geral e dos objetivos especficos propostos, e
como eles foram desenvolvidos no decorrer do trabalho. Em seguida, so
apresentadas as consideraes gerais do autor em relao aos SGSSTs, a viso do
tema como uma tendncia no setor da construo civil, as limitaes deste trabalho, e
por fim, so sugeridos assuntos para trabalhos futuros em relao SST no setor da
construo civil.
5.2 Quanto ao objetivo geral do trabalho
O objetivo geral deste trabalho consiste em conceituar os SGSSTs, apresentar e
discutir seus principais elementos, bem como, apresentar resultados que podem ser
obtidos com sua implementao em empresas construtoras, contribuindo com
informaes relevantes que auxiliem s organizaes na concepo e implementao
de seus SGSSTs.
A conceituao do SGSST foi desenvolvida no Item 2.3 com base em uma
reviso bibliogrfica, que parte das mudanas dos princpios intelectuais, passa pela
teoria de sistemas e termina com a apresentao das caractersticas fundamentais dos
SGSSTs (proatividade e melhoria contnua).
Muitas organizaes e, em especial, as empresas construtoras tm sua gesto
da SST pautada em aes voltadas para o atendimento aos requisitos legais mnimos,
atuando de forma reativa e sem apresentar resultados significativos. Isso pode ser
considerado decorrncia de no se adotar uma viso sistmica na abordagem da
gesto da SST. Com isso, a conceituao do SGSST pode permitir uma melhor viso
geral do assunto, subsidiando a criao de uma viso sistmica nas empresas, fator
fundamental para o desenvolvimento e implementao dos SGSSTs de forma eficaz.
Para complementar a viso geral sobre os SGSSTs, ao longo do Captulo 3, foi
desenvolvida uma anlise sistemtica do modelo de SGSST proposto pela norma
BSI-OHSAS-18001. Nesse captulo, foram apresentados e discutidos detalhadamente
160
conhecimentos
essenciais
para
as
empresas
construtoras
161
162
SGSST aos SGQs, pois apresenta resultados obtidos com a integrao na empresa do
estudo de caso. Foi possvel evidenciar que a integrao trouxe vantagens tanto no
processo de implementao, quanto na operao e manuteno dos sistemas.
Existe uma questo fundamental em relao integrao dos sistemas, que o
fato de que mltiplos sistemas de Gesto acabam por se tornar ineficientes, difceis
de administrar e de obter o efetivo envolvimento das pessoas, j que muito mais
simples obter a cooperao das pessoas para um nico sistema do que para diversos
sistemas separados. Isto pode diminuir as barreiras naturais a tudo aquilo que novo
e diferente, pois o trabalho fica voltado, principalmente, para a reviso e
aperfeioamento do que j existe.
Dessa forma, o conhecimento da possibilidade de integrao dos sistemas de
gesto de fundamental importncia, pois existe uma grande quantidade de empresas
construtoras com SGQs implementados, e que ainda desconhecem quais so as
vantagens da integrao e como o SGQ pode facilitar o processo de implementao
de outros sistemas de gesto.
Deve-se destacar que este trabalho buscou apresentar, de forma sinttica, a
possibilidade de integrao e as principais vantagens que dela podem ser obtidas,
sem propor mtodos ou apresentar estudos de caso especficos.
5.4 Quanto aos SGSSTs
Com base nas pesquisas desenvolvidas, foi possvel estabelecer, de maneira
sinttica, o objetivo bsico dos SGSSTs, como sendo: a constituio de uma
estrutura gerencial embasada no princpio da melhoria contnua e na atuao proativa
que permita identificar, avaliar e controlar os perigos e riscos associados existentes
nos ambientes de trabalho de forma a mant-los dentro de limites aceitveis pelas
partes interessadas (trabalhadores, empresa, governo etc.) e que no venham a se
tornar causas de acidentes.
Com base nessa conceituao, o SGSST pode ser visto como uma ferramenta
gerencial e que, segundo os resultados do estudo de caso, pode propiciar a melhoria
do desempenho de SST de empresas construtoras.
163
certificao
por
um
organismo
certificador
internacional,
mas
164
Desempenho em
em SST
SST
Desempenho
valores.
SGSST
+
CULTURA DE
SEGURANA
A P
C D
M
AE
NU
T
N
CO
IA
R
O
LH
ME
T
SS
Tempo
165
166
167
contratantes
pblicos
privados,
seguradoras,
agentes
168
169
ANEXOS
170
ANEXO A
LPP - Levantamento Preliminar de Perigos
171
172
ANEXO B
LGP - Levantamento Geral de Perigos
173
174
175
ANEXO C
Distribuio dos perigos na empresa
176
177
ANEXO D
Planilha de Objetivos, Metas e Indicadores
178
179
ANEXO E
Quadro de Avaliao de Obras
180
181
ANEXO F
Organograma da Empresa
182
183
ANEXO G
Matriz de Responsabilidades
184
185
ANEXO H
Exemplos de Descrio de Cargos
186
187
188
ANEXO I
Exemplos de informativos da empresa
189
190
191
ANEXO J
Exemplo de PESS Procedimento de Execuo de Servio e Segurana
192
193
194
195
196
ANEXO K
Exemplo de IS Instruo de Segurana para visitantes
197
198
199
ANEXO L
Pginas do Manual do Proprietrio
200
201
202
ANEXO M
RNCO - Relatrio de No-Conformidade ou Observao
203
204
ANEXO N
RACP Relatrio de Aes Corretivas e Preventivas
205
206
ANEXO O
Controle de registros
207
208
ANEXO P
Exemplo de Plano Anual de Auditoria
209
210
ANEXO Q
Exemplo de Programao de Auditoria
211
212
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