HERCULANO, Alexandre - Opusculos 04
HERCULANO, Alexandre - Opusculos 04
HERCULANO, Alexandre - Opusculos 04
POR
n.
MERCULAnO
TOMO
IV
QUESTES PUBLICAS
TOMO
III
QUINTA EDIO
LIVRARIA BERTRAND
73, 1'ua (arreit, 75
Lisioa
http://www.archive.org/details/opusculos04herc
OPSCULOS
TOMO
IV
opsculos
POR
fl.
hERCULAMO
TOMO
IV
QUESTES PUBLICAS
TOMO
III
QUINTA EDIO
LIVRARIA BERTRAND
73
Rua
Garrett
LISBOA
75
RIO DE JANEIRO
i
S.
PAULO
BELO
HORIZONTE
Composto
Eua da
um
Quem
com alguns
em
tadas, ou
em
folhas peridicas,
algumas pouco
compulsar.
Como
elle
diffi-
prprio
um
dia julgado,
com
sustentara.
foi
ADVERTNCIA
VI
posio;
sem
querer
no
mnimo
manifestadas.
Fiel
a estes
principios,
obedecendo ao
plano que traara, conseguiu ainda o sbio escriptor dar luz os trs primeiros volumes
ram no nimo
sombro
e energia
com que
ahi so tractados os
mar novos
for-
quem
elle
com tama-
ADVERTNCIA
grave,
moral e
VII
litteraria
tempo de que podemos dispor, dbeis as foras, nuUa a competncia. Erraremos, necessariamente, na escolha dos artigos, na ordem
em que os collocarmos, na preferencia que lhes
dermos, e acaso, at, na insero de algum
que o prprio auctor excluiria. O que, porm,
podemos affirmar ao leitor que empregare-
mos
os
mximos
sima, dizemos
em quanto
ao texto; porque a
^.scriptos
los
em
folhas
peridicas,
sem
ultimamente seguia
tr
te,
sta declarao
no
ir
apurudo a pouco e pouco as principaes formas orthograplcas que, no correr do tempo, o autor fora successivmente introduzindo na sua escripta como preferivei s vulgares.
ADVERTNCIA
VIII
COS,
primeiro
um
maduramente apreciadas as vantagens e os inconvenientes deste modo de ser da propriedade, bem como as difficuldades que offerecia,
naquella pocha, a sua immediata abolio.
sem
interrupes, ficou,
porque
no jornal
Ptria de
8,
17 e 25 de fe-
instancias
diram a publicao dos restantes, numa coi?em que as luminosas reflexes >
junctura
problema, no nos
foi
possivel descobri-lc
fosie,
de 30 de junho de 1860 e de 19 de
raio
com
lucidez e resolvidas
ou no, prevstas
com
acerto tod/s as
ADVERTNCIA
difficuldades, que faziam vacillar
um
espirito
um
nimo to resoluto.
to esclarecido e
Compe-se o segundo trabalho de uma
se-
conselheiro Car-
rie
de cartas, dirigidas ao
los
com
festa,
sr,
za, a opinio
em grande
seguidas,
parte,
estas
levantaram clamores,
cartas
que, no s interromperam
de
bom
Com-
um
estudo cheio
arrastaram,
em
mas
ser
proveitosa
serenas da sciencia.
te,
No
por conseguin-
uma
sem
menor
alterao,
algumas
rario
tilar
um
litte-
mu-
tamente na parte
em
responder s objeces
do
seu
antagonista,
ADVERTNCIA
desenvolve e refora
as
Como
dos por
um
tempo
e movi-
encobrem o seu modo de pensar, nem sacrificam a verdade, embora tenham de censurar
amigos ou de dar razo a adversrios, Alexandre Herculano foi, por via de regra, mal
avaliado pelo
commum
contradictorias accusaes.
Teem, comtudo, os
e ns
cremos que o
em
um
inter-
como
Os
Quando na breve
legatrios.
e singela advertncia
que
ADVivKTKNCIA
falar
da segunda parte
deste
XI
no
volume,
fi-
at
alii
con-
sr.
mo-
no tinha razo de
ser,
em
documen-
tos,
de dois notveis
breve
occasio opportuna.
Como
empenho
para com
elles
enriquecermos o volume
alto valor
da obra e
demorar muito
e,
realisando
em
parte o
mesmo
sr.
sr.
Paulo
junho de 1S81.
Faltava-nos comtudo
ADVERTNCIA
XII
fal-
Paulo de Mo-
que
delle conservasse,
sem
de-
texto que
vamos
transcrever.
quer encarecimentos
grande doena, que accommeha dias, sobresaltou dolorosamente o pblico, e, mais do que este, todos os
noticia da
tteu a V.
ex.''
ADVT-RTENCIA
XIII
mim, sobretudo,
foi
o conhecimento do seu
por motivos que neste
duplamente sensivel
mau
estado de sade,
momento no devo
re-
lembrar.
Lano, pois,
tificar
ao
bom
vel, e
que o
mestre
meu mais
minha
e de todo o pas, de
quem
v. ex.*
uma
De
V. ex.^
111.^"
Moraes
Ha
dois
apenas que
dias
me
levanto da
com
difficuldade
mas
ADVERTNCIA
XIV
As
mi-
Ambos
Ambos
ns pecmos
m. Bra
triste.
debate ia tomando
o poeta romano
uma
direco
com
vi eis sim.
Esteja
V. ex.^ certo
foi
um
servi-lo,
v. ex.*
bom
amigo.
estado de
tivo
De
V. ex.*
A. Herculano.
os vnculos
Preliminares
lativos
em
vital
da sociedade.
As
leis
systema
politico,
cvel
como o
de todas ellas
samento da
a ida de
restaurao.
mas,
em
lei
um
Assim, a
TOMO
lei
IV
a agricultura.
os vnculos
em
bero,
mesmo tempo
ral dos
e a extinco
das milcias, dos capites-mres e das ordenanas, ao passo que desorganisava as resistncias locaes s novas instituies, restituia
nas
nria
mas,
suas
manifestaes
legislativas;
vivedoiras,
mica.
Em
nos conselhos do duque de Bragana, a restaurao conservou os caracteres que lhe im-
primira esse
homem
singular.
Os
actos sub-
cado,
com
os que at ahi se
haviam
practi-
ex-
ao
taes, e
direitos le-
gtimos, os que os
os vnculos
sem
tino e
sem
pre-
um
ritorial,
mais
til
foi.
A suppresso das ordens religiosas e a extinco do papel-moeda constituem os dois nicos actos de verdadeira audcia revolucionaria
chagas sociaes
em que
elle
As
no pusera o ferro
que
tomam
absurda essa
de propriedade
taes os vnculos,
com o
com o regimen da
instituio
incompativel
liberdade
taes as contri-
permanentes a
uma
circumstancias
tomaram
Toda
algum tempo
os des-
tinos de Portugal.
incentivo a febre de
uma
guerra
civii.
OS VNCULOS
sado e o futuro.
Quando
pulso reformador
o comeou,
foi
esmorecendo, e a reac-
Houve quem
mas outros pas-
um
tinham contra
si
por
ligioso offendido,
um
e por outro o
incmmodo
ram
contra
ella.
No meio
devidas
umas
os vnculos
do duque de Bragana esqueceram gradualmente. Os exemplos de tentativas para sophismar ou destruir as suas leis econmicas
um Oza
mo
arca sancta,
que
no para a
fulminado.
tos de
chamado vulgarmente
1832,
lei
dos foraes, e
duas cmaras,
junho.
lei
de 22 de
uma
homens
as-
naes,
cem,
com van-
pouco
restringido,
desnaturado,
foi
pouco a
posto
os vnculos
merc dos juizes chamados letrados, designaem relao a muitos. No se ponderou que no ha jurados sem
segurana pblica, e que essa segurana no
existia; que no os ha sem juizes hbeis, e
que muitos delles o no eram que no os ha
sem ensino primrio, amplo na extenso e intensidade, e que o ensino era entre ns, como
o infelizmente inexacta
ainda
incompetentissimo
laes. Reagiu-se,
desde a vaidade
cha e
um
vexame
duque de Bragana
intole-
em
vor de
uma
humanidade
mandavam
es
classe e de
uma
proteger
com
plena liberdade.
mens
fa-
indstria, que a
em
outros
Em
voltar aos
bons princpios
com-
os vnculos
dictadura do
gmento
e o
bem
favorecei o au-
manuteno das
ins-
uma
de
nos factos.
As
li-
alis
sinceramente
li-
elles,
no
delias,
ameace
collecti vmente.
ses interesses se
social,
ao
contraponham organisao
ser da propriedade, ao sys-
modo de
tema de administrao
e de impostos, distri-
com
monar-
No ha evoluo completa do
os VINCUT<OS
IO
Podem
do pas onde
se verificam.
Nenhum
des-
da
civilisao
como o vapor
caminhos de
o vapor e os caminhos de
em maior ou menor
e todavia
ferro;
e os
mas com
extenso,
as
mesmas
facilidades e
sem
em quanto
masiado imprudente
prido
com
fessam,
o que
tentativas mais ou
se
mem
interior
em
relao ao
homem
physico
rismo.
os Vnculos
ii
mximas que
reflexo, se
proclamam sem
mos
do primeiro
entregasse nas
elles
s vezes
bem
estar mate-
gozos, que
horro-
alistar-se
homem
naquella,
sem desprezar o
que,
coisa interior
chamada
uma
ha nelle
clama a liberdade
e a
es impreteriveis
em
Os
mente publicando no so
pleto; porque talvez nelles
um
trabalho com-
nenhuma questo
So apenas reflexes
soltas,
em
que
so
Podem
ter erros;
mas
12
Ov^
vnculos
leal.
auctor nunca
II
Processo agrcola
Propriedade
rural
Opportunidade da discusso
haviam esmagado o
experimentam.
pas, ainda
Remover
essas
em
comcomplemento
parte se
instituies
;
da revoluo econmica.
uma
os VINCULOvS
14
antigos, postoque
em muito menor
escala
se,
falta de
se
salrio,
o custo
uma
ps-
se o quasi
communicao no pesasse indirectamente sobre os productos se o atraso da instruco popular no inhabilitasse o homem do
vias de
campo para
mercados estrangeiros
a indstria agricola
de
em
breve
Descentralisao
concelhios
como municipal
meios
OvS
vnculos
15
acommodado aos
h-
impulso ins-
tnico popular,
mudana
gra-
systema da
livre
eis o que,
em
1S32.
em
productivas da terra
o accrscimo
o producto
sempre proporcionalidade
com o producto bruto, ou, pelo menos, seria
bastante para se accumular em capital e conlquido
verter-se
guardaria
em
instrumento de produco
em-
fluiria
tria
ou absurdas.
De
os vnculos
i6
em
relao indstria
uma
discutem-
-se,
civil
A
ria
em
tncia de
rosa
em
uma
uma
uma
Mas
as gran-
nem
um
vnculos
OvS
de importadores
em
17
exportadores.
Os
outros
seram por obra desde que os dois elevados esque tinham encetado a reforma do pas
desappareceram, um no tmulo, outro no es-
piritos
por instituies e
leis,
somnolencia
em
desde
marcha
Um
ulterior.
No
promptamente
abandonado por aquelles que deviam manter
no
foi
comprehendido, ou
foi
lei
dos foraes
e,
ella,
mo morta trouxeram
massa
vnculos
i8
OvS
de bens pblicos
uma
poro avultadssima de
com alguma
cer-
com
mxima
Mas
esses bens
eram na sua
penses sobre
elles,
symbolos do senhorio
Tendo-se aberto
uma nova
um
di-
capital.
era ao progresso
sem
somma
Num
pas
estava
em
equilbrio
com
a pequena.
No
era,
ma,
Cumpria,
portanto,
o Alemtjo.
comparar os resultados
os vnculos
19
No
pos-
territorial
em mos
mxima
laboriosas
um
fortunas
pelo
emprazamento, e
Em
mos de
homens opulentos,
tos
prdios nacionaes,
em
proprietrios.
Assim
ca-
se annul-
TOMO
IV
da
OS vnculos
20
? Foi
que
a persuaso de
a grande propriedade era
mais til do que a pequena? No o cremos.
homens
Tinham-se inventado as
influentes.
indemnisaes
perseguies
que
se
as
le-
netos, e converteram-se
em
os heroes transformaram-se
uma
capital
em
com
juro:
chatins. Foi
alienao
modo,
em grande
Para as indemnisaes a
convinha por mais de
um
ram pra
tinham ante
si,
immensa que
os vnculos
les
Com
saes exaggeradas.
o tempo desappare-
Os
capita-
listas
commendadores,
as aos deuses.
Depois os he-
e aos frades.
roes e os capitalistas
turas
turbulentos e cubiosos (os ambiciosos so raros no nosso pas) que ora se apoderaram do
poder,
ora desappareceram
quando no no
exilio
na obscuridade,
interesses
individuaes
feridos.
S faltaram
desinvolvimento do pas,
e parlamentar,
desinvolvimento
foi
ai-
OS vnculos
22
em
ta-
mas que,
compensou o bem que
perdoe-nos
com
fez
quasi
elle,
comtudo,
idas
ainda era
Ainda eram,
um
reflexo
de
da aco administrativa,
num
porque
da esphera
politica,
teem sido
geralmente respeitadas.
ms que fossem
Boas ou
annos.
elles
Modificaram-se e niollificaram-se as
opinies, porque no
es-
os vnculos
23
mo
por acaso a
possivel.
Mas
chegaram mes-
uma combinao
este facto
politicamente
que suspeitava de muitos, descreu de todos. um mal ou um bem absoluto? O futuro o dir. O que certo que degrave
o pas,
sanimou
numa
menos sanguinolentos
e devastadores,
mas sim
li-
que importa?
uma
rixa domstica;
uma
isso,
quem
nos
deixa isto deve-se perdoar alguma coisa. Pode-se ter qualquer sentimento a respeito dos
homens da situao:
possvel.
os vnculos
24
como o
seria qual-
communicaes internas, e no Minho ergueo povo para tomar nesta parte a iniciativa.
As questes d'instruco popular, que passavam desapercebidas, excitam j a atteno e
o interesse no tardar que a opinio reclame
-se
imperiosamente
como reclama
as estradas.
As
doutrinas da
combatem face a face as preoccupaes contrrias, mas at so chamadas prova, e legitimam-se pelos resultados. Os espritos comeam a comprehender que o crdito rural pode
uma utopia,
No parlamento
uma
deixar de ser
a associao
v palavra.
atacada a insti-
pho completo do
um
sem
dia ao verda-
o qual o trium-
commercio e da livre
industria impossvel. Por ora a repartio
do imposto directo, substituda dcima,
pouco mais do que uma troca de palavras,
e Deus queira que no deixe de o ser antes de
livre
os vnculos
tempo
mas o povo
uma grande
essa
25
o futuro.
no
em
mas
uma
desenvoluo posterior,
e essa desenvoluo
ou afast-los
do
systema
daquella
pocha.
Quando em muitos
o do passado
am
a apparecer na legislao
preciso estar
podem
mos que
as
si
prpria
mas no servem ao
homens
pblicos,
o pro-
OS vnculos
20
representativo no
commodo nem
governo
barato.
bem
e
estar
sacrificios
de Epicuro
social.
em symbolo
exclusivo da religio
III
pr e o contra
Entre as reformas pendentes merece atteno particular a abolio dos vnculos. Agita-se
vem
roda da qual
em
si,
e s
em
derada
em
um
modo. Consi-
aboli-
um
problema subordinado,
uma
hy-
em
relao ao
bem
estar
28
OvS
vnculos
A esta
osamente a da hypothese. No possivel, porsepar-las. Nas consideraes que vamos fazer, consideraes talvez incompletas,
mas que cremos teis, procuraremos quanto
tanto,
As
podem oppr
dem
Uma
ordem
ordem moral.
politica e
em
Tudo, pelo contrrio, o incita a tirar dos prdios que possue a mxima utilidade pessoal.
Salvas as hypotheses de viva affeio quelle,
que, no elle,
mas
seu herdeiro, ou de
lei e
uma
a instituio fazem
um
os vnculos
teria c o estado dos vnculos
monstram a
29
em
Portugal de-
desta objeco.
um sub-
sidio,
podem
alem
disso,
um
incentivo de preguia
e ignorncia,
sria para o
mas
nelle
num
s,
em
bado na campa de
um
tmulo
chum-
o tmulo re-
que
elle
chamou
a isso por
um acto livre
um simples
e es-
usu-
fructuario.
succeder
30
OvS
VINCUT.OS
No
rio?
ha.
Ha
uma
serie de descendentes
fundador de
um
homem
grande
Deus
Os
antigos sacrificavam ao
desconhecido,2^nc>o deo
os instituido-
Os
um
privilegio,
em
virtude
impossvel de se realisar
A
com
um
privilgio,
est absolutamente
lei politica,
em
antinomia
nas quaes o
atraso
agrcola
em
epo-
tornava
os VNCULOS
31
um
culando-se
in-
terra.
Agora,
ter-
renos de segunda qualidade, e que a populao se desenvolve e cresce, cada dcada, cada
mente o absurdo de
se
conservarem terrenos,
nenhum
motivo attendivel.
condemnada
mina
em
e ao atrasamento.
regra
pr-
capital
no se pe
usuras.
os VNCULOS
32
podem
ser executados,
como
pas
Na
se
no
existisse.
verdade, trazida
sem
restrices a pro-
commum,
mau
prios haveres;
parte desses
dos,
mais
um
mia
tes
e de intelligencia
no seria
uma
mas
abolio.
tem igualmente a
tratos de compra
fcil
venda
tradizendo- completamente
os vnculos, conesses
dois
factos,
os VNCULOS
33
esta
Ha
todavia algumas
em
contrario
dade.
instituidor
inteiramente livres, e
successo.
Se
lar o
modo de
de
elle
tambm
leis
o direito de regu-
Nas monarchias
-se
a existncia
representativas considera-
facto convertido
em
nifestado no pariato
tructivel
um
princpio politico
ma-
mesmo tempo
excludo
como elemento
Os
politico,
torna-
vnculos, desti-
aris-
os vnculos
34
tem os incon-
cem excessivamente,
escala.
terra, e
experimenta
a favore-
em
larga
da propriedade,
commum
civil
prevalecendo entre
ns
no
leis,
tes.
que a parte
allodial delia se
no transforme
nem
lidos
os viNCur.os
cm
35
que
uma
de
instituio,
Na
politica.
dividir-se
por
si
que tem
opinio
vernos representativos
berania
centralisao da so-
executivo
centralisao da justia
Mas
centrali-
todos os poderes
Xo
del-
quem triumpha,
TOMO
IV
os VINCUT.OS
30
demonstrar
est-
um modo
incalculvel a energia da
morgados
-se os
e capellas,
e destruindo-se
por esse modo a grande propriedade e as influencias dos nomes histricos, no se faz mais
cavalheiro de
e nico refgio da
o administrativa.
certa
difficuldade de os abolir
bm
nessa
mesma ordem
de idas consideraes
que se oppem sua conservao. Subsequentemente teremos de avaliar alguns desses encontrados argumentos quando a successo das
os vnculos
idas no-los suggerir.
37
Aqui s6 quisemos
indi-
mente
se
difficil
porm,
a imparcialidade.
attender
consideraes
re-
como
sociedades modernas
a organisao do poder
as vantagens e os in-
as leis
se liga
pas.
com o progresso
material e moral do
ou os interesses de
individuo?
lio
Sem
um
voto sobre a
isto,
os instinctos
classe, de partido,
ou no abolio,
e,
supposta a primeira
rem
ou de
abolidos.
lei
por que
fo-
IV
com
liga-se
mxima
direito de propriedade.
ordem
ju-
questo social
O commum
dos
que ao
instituidos,
coroa,
rei
no era
com permisso
em commendas,
individuos
sem
lcito infringir.
rgia,
em
Os
bens de
um
acto legtimo,
os vnculos
39
de
um
direito legtimo.
pode prohibir as
lei
nem
mas no pode
em
administrador
proprietrio,
pelo direito
Na
commum.
com mais
As
difficuldades subsistem.
opinies va-
os vnculos
40
perpetuidade.
da familia.
No
se
em
Que
dor? Apenas
tal
uma
parte do dominio.
Nenhum
bens do vinculo
o que
tem
digamos
as-
um
facto.
gados extinguem-se
da sua natureza.
e esta extinco
Quando
dimana
ao ltimo adminis-
trador
instituidor, o
vin-
jam
possuidor
com
unam
o derradeiro
em
outra
ou na
ral
lei civil
os vnculos
41
do-
mnio residia
iielle?
ida de semi-propriedade
trico, limitativa
uma
cumpre por
ida de res-
isso
que exista
um
herdeiro definitivo.
Nos morgados no
sem a cousa
tido daquelle
Em
suidor.
uma
plicvel.
Mas ha uma
do direito
em
para subsistir,
leis
ella carece
de privilegio.
o livre
que,
absolutamente das
tamentrias
com
o direito
taes
ou taes
um
motivo que
vir-
regra geral
por
uma
declarao
legal,
por
os vnculos
43
uma
no
de logo as
leis
vogadas estas, como se no pode conceber propriedade sem proprietrio, ou o dominio com-
em
vertendo-se o administrador
Seria,
com
effeito,
proprietrio.
in-
divduo tivesse o direito de regular a applicao e uso dos prprios bens post
mortem por
direito positivo, e
soberania de tal
homem
ex-
dade indubitvel.
sem
leis
as quaes a
os vnculos
43
um
direito primi-
mormoconsagra
narcliia representativa
o princpio da
tivo e indestructivel, os defensores dos
politico.
deriva da ndole do pariato hereditrio. Exigindo-se para este, alm de outras habilita-
uma
es,
tituies e as leis
em harmonia com
dessa renda,
gram
as que consa-
perma-
e o vitalcio
de
um
No
a exi-
as leis orgnicas e
com
um
\'icc-versa
Sem
rei
com
sem
par
em
her-
vital-
vinte
ou
o pariato here-
poderia deixar de
os VNCULOS
44
lei
podem
verificar-se
com uma
mesmo tempo
desmentido o espirito da
letra e
administrador de morgado
(e
lei.
O mau
a regra ser
mau
quem no passa de
administrador do fundo
si
um
ou dous
que a
lei
requer nelle
illudir o princpio
Na
lei
da immunidade vincular.
continua a subsistir
parece
o fundo no desap-
o administrador actual
possue no-
os vnculos
45
Na
ter
letra
da
oito
mesmo
successor acontecer o
porta ?
ou
amanh no
almoar,
seis
est salva
lei
annullou completamente
foi
o que se
o seu intuito, o
lei
commum,
para ser
um
bem
e de reverterem
em
beneficio da repu-
blica.
Mas admittamos
um momento
por
que o
No
fcil reformar o
que consagra simultaneamente a hereditaridade e o vitalicio no pariato, reduzindo-o a esta ltima forma. Se a
cessidade de os conservar.
artigo
constitucional
um
grande
inte-
que
em
nosso
modo de
ver repre-
os VNCULOS
46
sentaria
um
com uma
ida falsa.
que o
humana
minar.
Desigualdade e personalidade
Tudo
nasce,
em
um
facto
nosso enten-
ordem.
igualdade
cessria.
civil
no s possivel, ne-
um
humanidade, e que o homem da natureza, sonhado por alguns philosophos do sculo passado como anterior a sociedade, no
rvel da
48
OvS
passa de
uma
vnculos
cliiuiera.
Um
simples exemplo
do que
longas
dissertaes.
um
que,
traba-
infini-
As
liberdade, porque
Mas
manteem
a igualdade civil.
social.
versos, e
um
ph3'sicas, de
somma
os VNCULOS
49
menos
menos
forte e
nem por
ciedade repartisse
lores
creados
uma
injustia
Por outro
gente,
com
pretenderia
quebra da igualdade
se o
lado,
uma
vizinho,
seu
pelo
elle
pretextando
mais robusto e
incapacidade
civil.
intelli-
relativa,
da terra e dos
tole-
aco alheia
civil,
direito
da natureza.
Se a manuteno, porm, do livre exercicio da actividade dos vizinhos era neste caso
equivalente manuteno da igualdade e da
justia, as consequncias
facto, e s delle,
seriam
tambm
uma
incontrover-
delias, a
mais
gualdade social
laes cujas
normas
se estabelecem,
em
parte,
os vnculos
50
chamamos
direito pblico,
que a razo e a historia nos apresentam como mais cambiante, menos conforme
no espao, e menos permanente no tempo, do
direito
social
em
civis.
desigual-
que
teriaes, exerceria
outros homens.
seguida
garismo
em
um
al-
presentaria outro
bem
inferior.
todavia a
que
ella
dual, personalissima.
Mas
dahi nasce o
essencialmente indivi-
desigualdade no
Por
isso
as
de
suas manifestaes
os vnculos
51
collectivas,
vem
mesmo tempo
ter ao
o sllo da individua-
aristocracia,
viduaes
sociaes
um
de
Na
mximas
incoporao das
foras
reconhecimento e a organisao
facto impreterivel.
em
tal,
vem
entrar
em
mas
acciden-
um membro
ri-
como seu
es positivas, do m.esmo
em que
per-
leis
um
carcter
so-
convertem
importa,
uma
indif-
gencia ou o bero.
importante, o indispen-
exista
um
TOMO
IV
que
os vnculos
52
mas que
truir,
xar de reconhecer.
influxo moral de
um nome
illustre, her-
social.
qual, no sendo
tivel,
todavia
numa
uma
do passado constitue
uma
gi-la
da
nobreza de linhagem
lista
devem, por maioria de razo, mandar destruir os tmulos dos heroes e dos sbios, e dis-
fo-
rem, que ligam as glrias do passado ao presente pelas recordaes. Aquelle que af firma
ser coisa absolutamente van a herana de
um
os VNCULOS
53
castello antigo
faz
mais do que
monumentos
elle
nega a significao dos
nega tudo aquillo que s a poe:
facto social,
em que
se estriba a aristo-
uma
mesmo
nome venerado
se
um
sem
Esta
vao practica.
Os
mens grandes,
se os despojardes de todas as
servem de encobrir o
incapacidade,
invocaro debalde o
vicio e
os vnculos
54
uma
fora,
sen-
em
passo que a
lei
esthetica se annullou.
Assim
ral
hereditria,
da aristocracia
personalidade.
uma
rem a
fidalguia hereditria
aristocrtico; de
nero.
effectiva de
tomarem a
com
a do corpo
espcie pelo g-
moral dos individuos que representam as velhas linhagens, ou pela extinco destas
mas
se alevantam, e
podem existir, a prognie desses homens summos herdar a fora moral de seus nomes, e
s a perder destruindo-a pela villania pessoal.
os viNCur.os
em
todas as
no
mado com
embora
preciso
sllos blasonados.
gnero
fir-
fica,
a espcie desapparea.
Reflectiram
bem
dades caminham completa igualdade democrtica, porque se facilita o caminho das mais
elevadas
situaes,
mais poderosas
das
in-
dos os talentos fecundos, e porque, do fastgio das grandezas e do poderio, familias e in-
impotncia social
tos
vialidade
sem
alcance.
questo se esse
em summa, da desigualdade
humana desappareceram se podem desappamanifestaes,
quem
ellas se
personalisem
se,
collocados
constituem ou no
elles
uma
em
em
communs,
entidade moral
Que importa
se
um
um
a preeminncia do
um
testamento, por
os VINCUT,OS
$6
neg-la,
mente
duco.
temporaria-
annull-la
desigualdade a
lei
a aristocracia
No mosasmo
no brahmismo o sacerdcio
foi e a
legiadas
cio acceitou
da plebe?
tra-
alteraram-se acaso,
mantinha
a negao
No
hereditariedade?
uma
classe social
mais
com
inte-
mais
naes?
com uma
irresistivel e incessante
clero
aco collec-
na vida das
os viNCUU^s
57
culos,
sem
iniciativa
distribuidas
nem
vigor,
no concreto e
em
xou de
existir.
em
Dado
uma
condio impretervel
instituies politicas.
VI
Demonstrado,
abrogao do direito vincular se offende princpio algum de justia absoluta, nem a manifestao
politica
das
desigualdades
sociaes
passemos a examinar o
que ha mais grave nas objeces polticas que
se offerecem contra a abolio desta forma es-
As
consideraes sobre
uma
aristocracia territo-
pecial de propriedade.
as resistncias, que
rial
permanente
e hereditria
pode oppr s
demasias de
forte,
Na
os VINCUT<OS
59
podem encontrar em
cer-
cia rural,
nome de
za,
cavaUiciros.
illustrao e a rique-
em
ralmente
cipalmente
classe
esta
nos
districtos
do
Sem
a fun-
mas organisados
territrio
de
modo que
a vastido do
gistraturas
sem as ma-
sem
um
de idas
sem
sem,
em summa,
restau-
vo simulacro
um
do poder central s pode consistir nas resistncias legaes e pacficas dos individuos que,
nome da
os VlNCUT,OS
6o
uma
um
ele-
mento poderoso de
equilibrio.
Quem tem
re-
palmente se do essas condies de superioridade indiviual, que suppre at certo ponto nas
relaes politicas a falta ou o incompleto das
instituies locaes
um
facto,
que ao diante
em
geral, os
mesmos
vncias do sul
condies econmicas,
no raro achar indivduos que se denominam morgados e que no passam de possuidores de prazos. To fcil neste ponto a
cos, e
Em
geral,
norte ou institudo
em
Os poucos
havemos de
Para
(s
vjxcur^os
6i
Ou
medocres
em
ou compostos de diversas
si,
commum,
as leis
da successo e os
acci-
accumulam ou dissolvem
em
breve a
um
da auctoridade central, e
uma
importante ga-
rantia de liberdade.
Mas,
dir-se-ha,
o, o livre
ria,
como elemento de
liereditara
equilbrio.
te
Em
resistncia
o que no
triba-se
em
factos
transitrios
especiaes,
OS vnculos
02
modo
nesta
de
de organisaxo plethorica,
em que
vi-
restaurao
bem
ca-
aristocracia
Com
elle,
no
permanente e hereditria,
mas tambm a individual e movei seriam inteis como obstculos ou instrumentos de equilibrio.
Mas
tracta-se do presente,
no pre-
em que
os
o delles.
riqueza maior ou
mido.
tuasse a
cia
cipalmente entre os
cavalheiros,
que,
alm
os vnculos
63
mestia,
das letras, no perdem nunca, digamos assim, o verniz litterario e as idas geraes que
adquiriram na universidade
sidade,
com
porque a univer-
foco
lectual
para a
mxima poro do
advogados, os facultativos,
de
ecclesiasticos,
vinculos,
os
um
intel-
pas.
certo
Os
numero
administradores
de
verdade, o filho de
um
Na
ou de outro lavrador
a condio paterna
mas o
uma
funces pblicas.
territoriaes
Os possuidores de
direitos
um
uma
scientifica,
so
quasi
unica-
os vnculos
64
uma
centralisa-
o excessiva.
do
Nos
mxima
apparecem
s muito excepcionalmente
lao,
como
j dis-
No
As grandes
podem proceder de
se
darem
su-
um
nome
or-
que o povo est costumado a venerar, e a elevao de nimo resultado da educao domstica, elevao de que consectario
illustre
li-
nobres
essas
salutares
influencias
de no produzirem seno
um
tolo
vantagem
em
cada
fa-
os vnculos
milia.
mau
dl'.
65
um
Johnson fazia
epigrama de
historia diplo-
uma
preoccupao
popular,
preoccupao
ella.
ida da incapa-
nem mais
ignorantes
nem mais
imbecis do
vi-
sabem
vest-
ceitos nobilirios.
com
mesmas
classes.
os vnculos
66
em
emquanto de
forte
barreira
central.
Os
excessos
aos
da
com
congnitas
primitivas
uma
ser
auctoridade
delle;
institui-
em
falta-
falta-lhe
o orgulho da inde-
Tudo
e excepes notveis
regra geral.
isto
tem excep-
mas falamos da
summa,
empresas commerciaes,
e a existncia destes
so cousas raras.
quelle,
em
na mo de
Mas
acaso
um
individuo,
de esperar da-
mente a
edificar
uma
os VINCTTT.OS
parcimonia,
pela
trabalho,
passiva,
obedincia
quasi
h"
pelos
da
hbitos
da subservincia,
sem educao politica, sem educaco litteraria, sem idas geraes, e que depois de vinte
ou trinta annos de esforos, de prudncia, de
abnegaco, de sacrificios moraes e materiaes,
creou
uma
manter
um
pas livre
homem
Cjue lhe
to,
Que o
e,
leitor
Para ns
grave, pois, a
tncia ou no existncia de
questo da exis-
uma
espcie de
em
geral,
entre
nome, ou do que
administrativas.
uma
tapearia
um
das
vo
salas
Quando
humanas.
uma
cen-
TOMO
IV
os VlNClTT,OS
68
tas, e
erguia
em
Portugal altura de
o quando a
um
uma
institui-
como
principio po-
litico,
tativa
com que
resistncias collectivas,
Direitos, que no
rem em
um
erro profundo.
factos, so,
uma
mais palavras. So
isto e
nada mais.
VII
Difculdades
moraes
econmicas na abolio
dos vnculos
dif-
ficuldades de
uma
instituio,
siderada,
a qual,
absolutamente con-
no tem motivo
de existncia.
nenhum
racional
hajam
os
vnculos
no direito
commum
que lanamos
os VINCULOvS
70
econmicas,
liies
fazendo-o
mover
livre-
em
modo
Falta o
te.
resultados salutares.
lei
pereceu
que o direito
propriedade.
gra geral
Mas no
commum
rege toda a
modo de a
preciso ver o
applicar
aos factos.
em
dade,
cia
uma
que
como coproprietarios
os
successoi^es,
um
usufructo, pertencia
administrador de
de propriedade a
esta frmula
que deixou de
com o
indivduo chamado
morgado.
entida-
subtileza
se confunde quasi
uma
existir.
que usufructuario
vender, emprazar,
pode
hypothecar,
testar,
doar,
porm,
deve
forosamente
produzir
conse-
os VINCULUS
ao menos potencialmente,
pre,
cessores,
uma
no
finitivo
um
dos suc-
existe
j,
que
chamada pelo
linha
estado sem-
em
culo
um
de
direito
em
beneficio de
um homem
que
Os
que,
ou
pela prpria instituio ou por effeito de providencias legislativas, revertem muitas vezes
em
beneficio de instituies,
cuja existncia
as doutrinas econmicas no
podem condem-
respeito
tome a
ou a
abolindo-se os vnculos,
uma
um
capital in-
os vnculos
72
cluido na
somma
fi-
espoliados dos
Sero os segundo-geni-
em quanto
vivo, consu-
ao menos
em grande numero
de hypotheses,
uma
renda e correspondendo a
um
capital es-
tavam no caso da renda fruida pelo administrador. Porque, pois, no entregar aos segun-
lei
favorecer desi-
a desigualdade
de direitos entre os
ir-
os VNCULOS
uma
sigualdade
injustia,
73
pode reservar a
Mas
antinomico,
inconcilivel
com
elle.
do
lem
um
tra
ali-
uma
parte des-
dente administrador,
elle
ser
porm,
espoliado
do
lei.
que
applicao
desta
No por
certo.
direito de suc-
Como,
elle e
rior direito,
de,
seus irmos
em
bens entre
Na
ante-
verda-
os VlNCULOvS
74
suir
isso de
num
mas
servir-lhe-ha
direito
-se collocado
numa
leis lhe
garantiam, achou-
com
profisso,
tudo
foi
cal-
Sem
di-
retira-llie,
uma
deste
chama o
suc-
Removendo
aqui
mas nem
uma
ordem moral
se evitariam to-
nem
uma
resolver,
em
houvessem de
mais remota.
verificar-se
I^egishir,
numa pocha
os VINCULOvS
/O
Suppondo
-nos absurdo.
mana de 30
em
45 annos.
que
incal-
em que
culao
ciedade
erro,
lei
com
:
estaria
uma
essas idas e
lei
actual de desvin-
com
o estado da so-
uma
tal
uma
modo de
ser
menos numa parte do reino. Veremos adiante como a nossa situao exige que
mico, ao
se pense attentamente
culos so
um
Os
vn-
modo
legal de
subrugao
os VNCULOS
76
como teremos
occa-
sio de observar.
Mas
subrogao faz-se,
es.
em
no
renda mdia da
em
cento,
ainda
cado.
Assim 47 $000
em
ris
tidos
numa
uma
vertidos
em
daro 1I410
cem mil
aplice de
propriedade
ris.
dinheiro, conver-
em
ris,
crearo
quanto, con-
apenas
territorial,
um
capital de
mais de
O' admi-
Como, porm,
serem
cessor do vnculo,
elle:
no raro
porque a subrogao
os vnculos
elle
um
mal.
em
que,
regra,
por-
simelhantes transaces so
feitas
gentes
sria so as
em
beneficio do primeiro.
lei
em
o al-
uma
podem
devem
innovaes
apenas
fazer-se
uma
astcia indigna de
entendeis que no existe outro meio de libertar a terra vinculada seno destruindo abso-
Os expedientes da timidez so
os
os vnculos
porm, s6 isso
ha outros inconvenientes no
menos graves.
lei;
dito.
um
rem
elle,
dvida fundada.
regra '
um
Mas
em
Na compra
pela
lei.
na venda imme-
que compra,
em
nem
titu-
ponto a
isso, visto
mento
deste, considera
seu lucro individual naquella operao, operao que desmente as leis do mercado, por
isso
que
essencialmente viciosa.
os vnculos
outras
de
especulaes,
em
resultado
couverter-se
breve-
no incita os governos a
mente em
abusarem do crdito ao passo que a procura
offerta,
um
incita-
um
eses-
com disem que o mercado se resinta, ao menos de ura modo fcil de apreciar,
do augmento da dvida publica. Porventura
pode
ir
substituindo-as gradualmente
versos pretextos,
esse
1797-
No
so os administradores de moderados
todo ou
mento
em
parte, e a
quem
si
prprios
em
o mdico rendi-
grandes
centros da populao e do luxo, os que de ordinrio recorrem a estas transaces deplorveis. So,
os hbitos de
pada ou luxuaria
se
converteram
dicarem a
uma
administrao complicada e
So
Ov^
VNCULOS
com
educao
a sua
plos
quem
Succede
numa
isto
quando
elle
casualmente vem,
a misria
Na
industrial
com o
dahi
agricola
consolida
em augmentar
mas ao menos o
a
propriedade
avante
preencher
fins
mais positivos
um
leva at o delirio
as paixes ruins
em sum-
os \ixcrr.f)S
8i
cataclysmos
das
cabedal
monetrio do especulador,
no sabemos
se
com
justia, se
quem,
d o nome in-
razo
obvia.
Mas
em
a existncia delles
uma
virtude de
lei
mais que
com o systema da
destrui-
tos casos,
ou
uma vantagem
uma
em mui-
difficuldade insolvel,
ou
uma
espolia-
o dos muturios. Falamos do que succederia a respeito dos vnculos, cujos administra-
dores
contrahiram
dvidas
mais ou
menos
OS VNCULOS
S2
com
no contracto
o seu assentimento.
commummente
Cremos que
nisto
nor,
rantia dupla,
em
ga a
logar da de
dvidas,
a deteriorao
a maior
fac-
determinam
em
um modo
con-
abso-
os vnculos
83
plenamente justifiquem.
talvez
Mas
Uma
lei
inepta,
pital,
devem
ne-
bem como
se illude a
lei.
morgado
sa-
uma somma,
a mais
respeitando
transac-
lei,
ludi-
bria-a
vis,
mutuante.
na apparencia a
:
micas.
Qual
tos,
fac-
que
uma
um
juro,
ma
e
juro de risco.
existncia houve
No
um
calculo de probabilidades.
ToMo
IV
um
capitalista arris7
os VNCULOS
84
somma que
cou-se a perder a
prestou, recebendo
brou-se portanto
com
a possibilidade da no
s dvidas que
Bm
commum.
e sujeitai-a ao direito
pesam sobre
mas
porque as
leis
relao
um
ella violais
irregu-
vam
o juro do emprstimo, o
foradamente. Supponde
turio
como prdigo.
este e
premeia aquelle.
A
A
tal
criminosas
considerai,
como usurrio
quizerdes, o mutuante
cripta no contracto,
tornavam
illcitas,
e o
se
mu-
desvinculao pune
dvida nominal, es-
uma;
a real outra.
gem do
risco.
cido que o
bram-se
vrios
Como meio
arbtrios
de a evitar lem-
para
restringir
os vnculos
85
da renda, du-
a amortisao completa.
Mas
qual
espcie de propriedade?
quasi impossibili-
perodo indeterminado
se
(e
um
um
a que, portanto, no
um
preo n-
Mas
este, certo de
tncia,
ha-de
transaco
com o prprio
s poder effeituar-se
credor;
levar
as
suas
pretenses
at
Assim
to.
mente
a transaco
tem de ser
forosa-
A
ria,
consequncia ordinria de
pois, a
pois de desvinculados
86
os vnculos
vinculao pelo que respeita aos grandes morgados, sobre cujos rdditos
pesam
avultadis-
em
regra, suspenso at
morte dos individuos pessoalmente responsveis pelas dvidas. outra vez o adiamento,
que parece tornar-se inevitvel desde que, partindo da ida da abolio absoluta,
se pre-
caes immediatas.
VIII
em
Antes de debater
uma
questo ventilada
ha mais de
um
sculo
quena propriedade
relao a
Portugal
a da grande e da pe-
consideremo-la succes-
em
favor de
um
no predominio de
um
ou de
luz, os
que defendem
presuppem
a grande pro-
Vendo-os a esta
a sua manuteno
Os
em-
em
mitada do
solo,
illi-
os vnculos
8S
li-
Os
grande lavoura aos pequenos casaes, cuja cultura principalmente se caracterisa pelo trabalho braal,
um
meio pode-
pem mais
vantajoso,
podem
Podem
em
acaso invocar
invoc-los os que
ridionaes do reino.
Nos
districtos
do norte a
mesma
Hm
me-
num
dos
mas a
geral,
em
re-
maior ou
taes
in-
bouas,
os VIXCUT.OS
damos
estes
nomes
iios
89
districtos do sul.
morgado
vin-
villas,
morgados
mas
os
campos
e a
sua cultura, as
nada
imprimem
de
propriedade,
ou diversifiquem as cultu-
ras.
nho
As
dous extremos.
Como
Minho
a terra
Alemtjo
os VINCUT.OS
90
pertencem
latifndios
destes
morgados
mas o
propriedades allodiaes,
quella provincia,
importantes
em
contradico
uma
com
o que
excepo rara,
tenso demasiada.
Um
a ex-
systema de cultura
Na Bxtremadura
tisarem
em
si
O'
montado, a char-
neca interminvel,
com que
se
Que
Que
outras cau-
os vnculos
or
determinam
Umas
puramente
so
com
No
quere-
mos
dizer
isto
tuao agrcola;
todas as
mos que os defensores da manuteno dos vnculos como garantia de grande propriedade
nos explicassem a existncia dos vastos
allo-
commum
da succes-
so, pelo
bem ou mal
que o
avaliado, as
condies de solo e clima, a natureza das culturas dependentes dessas condies, o estado
econmico do respectivo
districto,
e,
at,
os
podem assegurar a
unio de amplos tractos de terra, embora
hbitos
preconceitos,
deixe de existir
pblico reprova,
uma
s vnculos
92
jam
especiosos s vezes, so
em grande
parte
sobejamente justificados.
indivisa de gerao
em
se
tem
rem em
solo
se,
mesmas
in-
laes
agrcolas,
a grande propriedade no
presuppe necessariamente
a pequena cultura.
Em
re-
com
ella
os VNCULOS
torna
um
93
mas
estranhos,
decisivos.
Irlanda antes
exclusivamente
morgados
um
uma immensa
de
pas de substituies
(os
tem em larga
escala
^
.
Em
nenhuma
parte se
bem asim
tal-
eh. 23.
os vnculos
94
Mr. de Lavergne, a
ponderao do estado da Irlanda. Mais que
em Inglaterra, mais at que em Esccia, prevasta propriedade,
diz
li-
ilha
em
latifndios
uma
Dividia-se o resto da
espcie de burguesia.
de
:ooo
at
loo :ooo
As
vallaria,
distri-
cima apenas 50
:ooo.
As
leis
os VNCULOS
95
que no era
uma
do rendeiro, o
disposio van
como em
In-
glaterra.
instrumento da
commum,
commum
riqueza
estragando o
Em
solo.
irlandeses,
prdios, tiravam
delles
parte.
Faziam
alto
em
Inglaterra, e que
arrendatrios,
eram representados
ix)r
sub-
quem o
tendo,
tempo
por
no
empe-
os vnculos
96
em accumular
lucros
sem dispender
no tendo com
nhados
a cultura
nito.
em
si
nenhuma
relao directa e
pessoal,
infi-
em
em Frana
Inglaterra a 30, e na
Havia-se creado
uma
concorrncia
rem pores de
familia.
Assim
se desenvolvera o
no se exaggerar.
quando o no ha, substituindo-o pelo trabalho braal, tem a vantagem de supprimir a
entidade a que propriamente se chama jornatal,
leiro,
isto , o indivduo
dizer a verdade,
em
os VINCUT.OS
tes
97
rio,
eram
tem
limites, e era o
dos
viso
pequenos rendeiros.
alli
Mas
tudo
que no acontecia na
grangeios,
em
razo
di-
do nmero
pagar a renda
res, ou,
exemplo da Irlanda
uma
demonstrao
os vnculos,
deixaro
ir at
extremidade
em
que
um
priedade allodial.
98
os vnculos
quem, impellido
pela fome, v disputar a outro miservel como
elle agumas nesgas de terra. que o sul do
a populao rural,
falta
em
gran-
mas com
com
os seus
aquelles que
IX
As
nem
fcil,
tempo que
as
instituio
pelos
so
te-
nem deixa
mesmo
e ao
em grande
seus
defensores
parte imaginarias.
absolutos,
aristo-
como
ella
mos que no
se manter,
possivel
preteriveis da sociedade
nistrativa,
tra a liberdade.
TOMO
IV
os VINCULOvS
iO
Em
vnculos
os
como
os
Os
vnculos repre-
uma
ella.
Mas
jus-
tamente por isso que os seus adversrios querem amparar o que resta em p do edificio,
ou que, indo mais longe na irreflexo da saudade, desejariam no s conservar este, mas
tambm colligir de novo todos os outros materiaes dispersos
truir.
um
uma
os vnculos
IOI
uma
No
a consideramos
como
til
sem
em
ou
foi proveitosa.
No
a consideramos
como
preoccupaes arreigadas,
uma
lei
estes
interesses
Numa
eram obrigados
tempo
em
samento da
OS \'lXCULOS
102
meio de conservar
hereditria
throno de
que
um
uma
opulenta aristocracia
cercasse
de
falso
brilho
porm, os ho-
ardentes
nas
suas
idas,
vigor e
ra,
sem
um
acto de dictadura
sem
As
fileiras
dos an-
nos, e os novos
tolerncia, e
sillanimidade civilisao.
Os
velhos interes-
teem voz
e voto,
as revolues
os vI^'CULos
103
crenas, e na
quaesquer
o que
dente
de
existe
vao
circumstancias,
em que
espiri-
tos.
bata,
a inrcia, o desanimo,
ho-de dar
uma
a indifferena,
legiti-
nuteno.
Oue
chegar a
um
No
ha evidentemente nocivo.
facto de
indivduos
elles
pertencem.
os vnculos
I04
Mui pouco
mum
importa, igualmente, ao
que o juro de
um
bem com-
determinado capital,
um
ou
que importa que esse capital ou esse instrumento se no inutilise que se adapte, ao menos na maior parte dos casos, a todas as necessidades, a todas as mudanas, a todas as
;
do
isto, a
vnculos
uma
tornar
sem
assas
insignificante
para deixarmos
soluo final.
A EMIGRAO
1873
1875
Ex.*"
deste
sr.
Meu
ms uma
amigo,
carta de v.
no dia 9
acompanhan-
recebi
ex."",
assumpto a uns debates na associao agrcola de Lisboa. Nessa carta pede-me v. ex.""
a minha opinio acerca dos quesitos especificados naquelle papel. So elles de duas espcies
lativos a doutrina.
Quanto aos de
facto, sobre
um
quanto aos de
em que me
voto
re-
fundamen-
um
livro,
em
numa
A KMIGKAO
loS
como
v. ex.^ to
vola
meu
respei-
em
outros
to,
espiritos.
um
ben-
lado cum-
quanto possivel,
uma
grave responsabili-
occupaes impreteriveis
me
occor-
quando outras
me derem
logar a
isso, e V. ex.^ tiver animo para malbaratar alguns minutos em decifrar as minhas rabiscas.
A estreiteza do tempo apenas me consente fazer nesta carta algumas reflexes sobre o
preambulo daquelle papel e ainda, pelo que
;
ningum d
a idas to
nem
v. ex.*
nem
tem por alvo principal considerar o assumpto da emigrao para a America luz da
nio,
A EMIGRAO
counexao que
tal facto
lOg
possa ter
com
os in-
em
relao a
da
reino.
discusso
ter, pois,
de evitar a emigrao do
homem
de trabalho
com que
a tor-
empreguem
raes,
para promover
um
movimento da popu-
Mas
para a agricultura.
A emigrao
um
phcno-
A EMIGRAO
TIO
resultados.
vises,
pela esperana,
natal
vi-
mas porque aspiram a mais elevada fortuna. Outros ha que emigram violen-
entre os seus,
tados,
que so ex-
esperam,
nem deliberam
meu
um abysmo
ver,
confundi-las quando se
em
beneficio das
certos
com
em
classe
ou certa indstria,
parece-me ainda
supprimir a emigra-
forada
mas evite-se tambm tudo o
que possa coagir, directa ou indirectamente,
aquelle que sente em si ambies e audcia a
sopitar os impulsos da prpria actividade;
evite-se
modo o seu
reito de inspeco)
A KMIGRAO
III
guarda.
Nas questes de
lei
confiou sua
interesse privado,
civil,
da interveno do estado.
tambm
questionrio que
preferem
as
riquezas
America, o que, segundo se af firma, raras vezes se realisa. isto exacto? parece-me que
os
factos
No possuo
situa-
dentes no Brasil,
em que me
possa estribar
3 :00o
verdade; o que
pertence
contos de ris.
sei
estatistica
estatistica moral, e
que os algarismos
uma
No
sei
em
se
coisa que, se no
econmica, pertence
sei
um
facto de
supre-
A EMIGRAO
112
ma
notoriedade.
denonlinao de brasileiro
uma
adquiriu para ns
significao singular
mundo.
Em
um
viver
nascido no Brasil
ser
um homem
no ter
que saiu
mais ou menos
lavra brasileiro
rico.
o povo.
Ih 'a
vra da historia de
uma
que poderia
melhor colnia
de ser colnia.
o Brasil, depois
a nossa
que deixou
y)
Applaudo, meu amigo, o questionrio, porque os estudos que promove podem ser gravemente profcuos ao melhoramento de muitas
condies sociaes.
modo como
Acho inconvenientissimo confunemigrao espontnea com a emi-
apresentado.
dir-se ahi a
A e:migraao
I13
uma
misria
no
atira
cegamente,
brutalmente,
como
rente,
tor
vai e para
com
vai.
familia,
com o
protec-
leva.
pobre,
Ihe os seus,
e
onde
amigo da
sabe
annos de laboriosidade, de
abstenes
sacrifcios,
de
uma
luz,
uma
espe-
rei
V. ex.^ sabe perfeitamente quaes so as applicaes possveis do producto lquido do trabalho humano.
necessidades, os
Ou
se destina a satisfazer as
commodos
e os appetites
do
em
Ambas
A EMIGRAO
114
ellas
di-
satisfao das
So verdades
triviaes estas
em
geral,
porm, o
do portugus do Bra-
o for-
tura,
tar rico,
volta.
ptria.
quer gozar, indstria, cultura, e ao commercio do seu pas que atira s mos cheias
o oiro que ajunctou. Se a sede do
ganho no
em
mos
capital productivo.
A EMKiRAAO
II5
rem nas caixas econmicas, havemos de combater a emigrao voluntria para o Brasil,
uma
caixa econ-
riam igualar?
No
que exagge-
America
illude, e at devora,
muitos
pero futuro.
Mas
mem
As
tambm devoram.
Em
tambm
illudem,
v. ex.""
finaes do questionrio.
So
ellas
ha
um
TOMO
Na
ty-
emigrao voluntria
A EMIGRAO
Il6
por isso
absolu-
Na
emigrao
for-
sem rumo
certo, e
esperana, a responsabilidade de
em
rigor no seu.
um
facto
que
ou
alli,
na estructura delle
um
formao ou
um
vcio de con-
de
um
pas,
onde
esta,
considerada collectiva-
um
defeito ou de
uma
perturba-
humanidade, da sua
justia,
do seu
patriotis-
A KMIGRAAO
mo.
que simplesmente
me
II7
parece que o
ameaam
em
a sua existn-
cia.
a elevao
Em
ples.
pela
multiplicidade
dos
braos,
multipli-
quem-se
os
braos
modos que
se
reputem
lcitos,
trabalhado-
res ruraes.
nem
so to graves
ficuldades,
os embaraos da agricultura
como
se pintam,
nem
essas dif-
clusivamente, e
nem
sequer principalmente da
nem
em
tal
hypo-
Il8
A EMIGRAO
preambulo; nesta hypothese, digo, deixar-se-ha de attender dolorosa questo da emigrao pela misria? No!
no
direi resolv-la,
dever
porque no
commum
sei se atina-
remos com os especficos, mas envidar os mximos esforos para obstar ao mal.
II
Amigo e senhor.
Se, como se diz no
preambulo do questionrio, a elevao dos salrios, que se reputa ef feito exclusivo da falta
de braos produzida pela emigrao, ameaa
j
em
circums-
donando as
terras, claro
a profunda decadncia.
exame
de obstar ao mal
No
occorrer facilmente a
mentos liberdade
fatal
A EMIGRAO
120
no vir ainda uma vez ser o pretexto de coaces mais ou menos deplorveis?
Felizmente o que se apresenta como certo
no passa por ora de hypothese, h^^pothese
quanto ao facto e hypothese quanto a causa.
A meu ver, o primeiro quesito do questionrio deveria consistir em averiguar at que
ponto real a existncia da enfermidade, e a
sua verdadeira correlao com o motivo a que
se attribue.
Como
Suppondo conhecida
mdia
sei se fcil,
cumpriria examinar se essa mdia ser sufficiente para o proletrio occorrer s mais urgentes precises
vesturio,
da vida
ao
alimento,
habitao da familia
ao
ainda
de salrios.
honestamente sacrificar
classe,
sobretudo
sociedade no pode
uma
classe
a outra
sacrificar o pobre,
falto
A EMIGRAO
121
Achamo-nos assim,
sem
talvez
o pensarmos,
quella indstria,
nmico actual,
uma
desharmonia,
uma
lucta
temperamentos
colliso
entrar forada-
se
que
uma
conscincia
irri-
A EMIGRAO
132
um
socialismo
perigo serio
m.as o
homem
hombridade
elles fito,
em
a taboleta de
So neg-
si
Os incndios no
Mas onde e quando
aggredir com as armas da
se discutem
e a metralha.
o petrleo
:
apagam-se.
o socialismo
nos
razo, oua-
so estril
mas com
rece-me que
elle
actos efficazes.
como desappareceram as
como desappare-
cruzadas ou as inquisies
os
confis-
Assim, pa-
cer-se, desapparecer,
cem todos
uma
desvarios
epidemicos
de
que
assentar-mos
em
com
o doutor Pangloss,
A EMIGRAO
12.^
Europa.
s velhas naes da
Meu
uma
As
resistncias,
nhuma
sas
bem
gaes.
No
distinctas
as affirmativas e as ne-
As mais das
afiguram-se-me
infundados,
abstrusos,
quentemente
e as apolo-
em
que
elle
fre-
de condescendncia para
outro tanto.
ahi que
No
A EMIGRAO
124
crtica sociali.sta
tem
temo.
disto
que
me
Deixem ao
socialismo
provm da
exis-
As
circumstancias difficeis
em
que se diz
aos
desinteressados,
emquanto por
um
do facto.
existncia
As
affirmaes valero
podem apreciar,
Augmenta gradual e
forem adversos.
ce
com mais
-se todos os
dilatam-se
desbravam;
as aldeias
vestem cada vez mais o aspecto de aceio e conforto; o transito e o transporte pelos cami-
perado.
plic-la,
altamente improvvel.
Ao menos cumpre
es-
A EMIGRAO
125
No devo
uma
de
em
irreflexivas
comparaes
Na
chronologicas.
mesmo
preo de tra-
da moeda,
em
di-
oscillaes do valor
consequncia da diminuio ou
do seu valor.
quem
No me persuado
de que haja
mesmo
preo de
um
dia
ha 30 ou 40 annos.
da moeda
mesma, porque
l ir
manifestar-se de igual
no algarismo desse
com
fi-
a depreciao
modo
producto.
que
fica
Repugna
em
razo
A EMIGRAO
126
e conscincia
como
geral
da.
em
obreiro
uma
sustentculo de
Comprehen-
familia.
dstria
em que
Toda
a in-
dustrial no possa,
em
absoluto, conciliar-se
com
tria
uma
inds-
em
Portugal, como
coiicebe-se
em
o que se no concebe
sufficiencia do salrio
tem
a sociedade ne-
quer
A KMIGKAAO
mas
127
uma
sem
em
liar-se
luo
Sou
cultivador, vivo
no campo, no meio de
dos salrios.
que
me
toca
difficil, s
um
com
saldo positi-
mas dessas despesas, aquella que o lavrador tem sempre deante dos olhos, pela sua
vo
permanncia,
vezes a realizar
em
conjuncturas inopportu-
No sabendo, em
com exaco as despesas pro-
que o collocam.
so as peiores
Para
x\s
eis,
elle o ideal
e pelos
apertos
em
em
resumo, o seu
critrio.
do improductiv o imposto.
A KMIGRAO
128
nha
razo.
pirito se
so,
com
uma
a espoliao, irrita-o;
nal, o espinho
mas
salrio, soldada
irrita-o
ou
jor-
nos,
na
alta
como
as que
provenham do incompleto
ou vicioso das instituies, das leis, dos regulamentos, que directa ou indirectamente attingem a agricultura, e at as que derivam da
perverso dos costumes pblicos, raras vezes
as considera e aprecia nas suas relaes ex-
exprimem em
ris,
no
se especi-
algum simulacro de
contabili-
to variadas e complexas o
dynamometro da
A KMIGRAAO
129
e o
em
Mas,
com
accusado de involta
se,
outras
ir
assentar-se ao pe delias no
o levem para
No
considerado.
s nas
elle
deve ser
fabrican-
um
suas
com
alli
produz para
Os
ef feitos
disso,
sobretudo
es-
num
Que
que
A EMIGRAO
130
nos elevado,
do assalariado rural.
Na
verdade,
analogia
bril,
com
Mas
pela natureza
em
No
rela-
jornal,
denadas. Nestes sitios onde vivo, a constituio da propriedade rstica e da indstria agr-
cola
ideal (ideal, ao
crescem
e, at,
nascem
chada.
go, depois
da missa, na
l)raa,
num
domin-
o lavrador, o
A KMIG RAO
OU O capataz
feitor,
13T
pagar o vinho
forado a
para o jornal de 340 ou 360 ris durante a semana, e no domingo seguinte faz o favor de
o passar para o de 140 ou 160 ris
De
certo
summa,
em
bem
conhece
v. ex.^
a entidade
foro; o foro o grande moralisador dos campos, o supplente efficaz do parocho e do mes-
tre,
inventou
politica
indispensvel
para
pode dizer-se o
160
satisfazer
as
precises,
alis,
ris,
se-
mesmo do
Mas
jornal de 140 ou
felizes
lrio, e
dias,
pertinazes,
em
at,
de chuvas
em agua
ou 360
ris so a
excepo
os vulgares so
algarismos e o de 240
afora os que se
TOMO
IV
ris, alis
exprimem por
bastante raro,
zero.
Coinci10
A KMIGRAAO
132
dem
com
com
empas
ceifas,
das,
as sachas e rechegas,
e
cavas,
com
as
as po-
Cumpre, porm,
etc.
natu-
mantm
dor que
Os
ga-o.
aquelles,
servios
alis l est o
homem
o cultiva-
ou erra
estes, pa-
mo
trs,
de
por 52
em
desses
perodos
semanaes,
do obreiro
ha-de comer e vestir-se todos os dias, e abrigar-se de noite das injrias da atmosphera
factos impreteriveis, fataes,
scien-
no mandar o contrario.
cia
me
emquanto a
que
v. ex.*
uma
mavam
ir
servios,
costu-
sa-
A EMIGRAO
lancliolicos
tancia
sil,
no
133
do
iiisufficiente.
tive
ao menos
em
relao
Obstava a
minha
dis-
localidade,
com
esta carta, j
em demasia
longa.
Deus que
vasto
a multi-
III
uma ou
empregar
nenhuns meios directos ou indirectos tendentes a minorar as altas repentinas e transitrias, sem que ao mesmo tempo se tractasse
de elevar o salrio insufficiente. Mas, fechado
no estreito campo da maior procura ou da
maior offerta de trabalho, tendo por causa
nica a diminuio ou augmento de braos, o
problema torna-se obviamente insolvel luz
da equidade. Se a multiplicao da offerta influir
na descida da
modo na
to,
alta,
influir do
mesmo
A EMIGRAO
135
essas
in-
Resulta daqui a
difficuldades.
remdio
crise,
se existe,
numa ordem
de idas diversa.
A meu
de braos
ver, o
:
leis eco-
o,
af fluncia
de
trabalhadores,
questo
dis-
tincta
com
a depreciao do trabalho.
bem ou
mal,
como
humano
mesmas amarguras do
porque a emigra-
desterro
as
porque ao
desilluses e a morte.
A EMIGRAO
136
e de que aps
sempre o trabalho mal retribuido ou a
falta de trabalho,
emigrao
mas
uma
em
sos da Europa.
Mas
prprio interesse.
com
de-
uma
ha nos que a
A EMIGRAO
137
la via
uns naturalmente audazes e propensos a guiar-se mais pelos impulsos das paixes e da imaginao do que pela prudncia
diversos
quem
as aven-
Reter os pri-
meiros sem violncia quasi que o julgo impospasso que desviar os segundos desse
svel, ao
deplorvel caminho se
vamente
me
afigura comparati-
fcil.
ignorncia e rudeza,
meu
amigo, no ex-
Como
com o
variadas,
lho,
occultar,
num
qual
certeza
alli
do
a retribuio
salrio,
do traba-
facilidade
de
de operrios fabris,
etc. ?
perspectiva da
mas
(e isto
A EMIGRAO
138
es,
em
parte verdadeiras,
em
parte suppos-
tas,
tela de factos
a imaginao idylios e
gres.
a credulidade mila-
paravelmente mais cultos que os obreiros ruraes, tenho' visto tecer desses contos de fadas
em
No
sou,
me
podem como
es-
As maiores
provas, porm,
commigo ficaram
tolhesse
uma
educa-
l foi acabar,
ses de poeta,
illu-
amargos desenganos.
A EMIGRAO
Sinceramente,
dos
quncia
meu amigo,
embaidores
dos
139
creio
que a
operrios
elo-
rs-
se a perorao do
da
nossa
agricultura
triste
biennal
zaes,
Qual
voeiro,
cultivador de
Nos
uma
valles do
intermittentes,
semeia
Minho
cuja cultura
em
no adubado,
A EMIGRAO
140
um
aiino
em
dois
no
predominam
ahi
falta
que numericamente
geral nos mais
em
pequena herdade
Ahi
No
se
lhes faltam
alis
e fizeram-
a agricultura do
augmentam,
declinaria
em
O'
reino, apesar
vez de seguir
alli,
da emigrao,
em
progresso
estatistica offi-
DISTRICTOS
1864
POPULAO
Porto
4 10.665
Braga
309-5o8
Vianna
195-257
Aveiro
238.700
Coimbra
268.894
Vizeu
353-5'13
A EMIGRAO
mittido perguntar
141
se as fainas da agricul-
lrios
zes, e
insufficiencia
dos jornaes
Depois,
quem
tro
um
tra-
As
um
foi
ele-
1868
rOPULAO
DISTKICTOS
Porto
423.665
Braga
Viauna
520.655
204.679
Aveiro
252.562
Coimbra
Vizeu
282.593
368.559
estatstica
A EMIGRAO
142
teriveis
em
agricultura.
num
Bm
mais
sul de certo
de vinhas
No
plantio
um
em
ver
acham na
falta de braos
transformam-se
em
vinhas
de
anno
de verdura no estio
com
bacelladas novas
como o pioneer da
A EMIGRAO
I43
todavia,
se
em
vinhedos, qual
da vinha?
brao do
homem; exclusivamente
medianos
des,
garam
cidio
em
alliado
Felizmente no assim.
vinha cultivada
emigrao diminua, trazendo no s a elevao dos salrios, como a sua melhor distribuio.
Com
os
cultura hbil, e
amanhos
com um
reiterados de
fabrico esmerado e
vem
uma
que de-
A lMIGRAAO
144
em
evitar
cereaes,
mondas (quando
as
se
monda)
e as ceifas dos
em
duvida a
todavia,
um
dos
agrnomos mais distinctos daquelle pas, Leconteux, ainda ha oito annos mantinha, na
edio que ento publicava do seu notvel
li-
uma
para
transcrever.
triennal,
em
v.
ex.*
Frana, embora
de primavera e estio
ns succede)
alli
(o
se estribe
no alqueive
entre
A EMIGRAO
de agricullura praclira proscgue
145
E verdade
que, por beneficio da folha de alqueive, a rotao triennal exclusiva conserva illesa a boa
mas pode
servio das apeiragens
mesmo em relao ao trabalho braDe modo nenhum. Durante os trs me-
ordem no
dizer-se o
al
ses de ceifas e de
gadanhar os fenos,
avul-
voura carece.
-se
la-
seguem-
chamou
s colheitas.
Teem
de
ir
buscar
Mas
se
nem
obras pblicas.
Que no
A EMIGRAO
146
Remontem
dos ef feitos
um
com
Que
um homem
Portugal.
competentissimo e appliquem-se a
As
com
rena entre
um
na indstria
fabril
No podem por
isso as cidades, os
grandes cen-
balhadores, que
um
af-
queixa-se da Amrica
cultivador
se a
para comnosco
gresso
'
um
A EMIGRAO
Ha um
livro
bem
conhecido de
I47
v. ex."" (por-
que interveio mais ou menos na sua publicacujo contedo lana viva luz sobre al-
o),
complexa questo,
postoque no os ilumine todos por conter apenas os resultados de trabalhos ainda incompletos.
ttulo Pri-
obra de
dos
Os
do-
deputados e faz
v,
ex."
parte delia.
Teem
em
situa-
verno
civil do Porto.' Posso divergir de qualquer delles no que respeita a certas doutrinas
e a certos alvitres
TOMO
IV
11
A KMIG RAO
148
emigrao.
elle
insufficincia
dos
sa-
tveis
So, diz
raes.
elle,
geralmente pequenos os
Os
ellas
uma
para esses
um
rem
que tomaram, vo
acompanhados das famlias procurar no Brasil os meios que o seu trabalhar incessante
satisfazer aos encargos
demnar
me
injusto
terra onde no
acham
os recursos indispensa-
A EMIGRAO
veis para subsistirem seria,
I49
mais do que
in-
Um
Mendes
America, reputado
nardino de Almeida
em grande
parte rejeita.
tambm
pela pe-
sul portugus de
alli
No
informe do
sr.
ves,
como pro-
sar do
'
Ibid., pag.
114.
'
Ibid.,
pag.
159.
A EMIGRAO
150
S).
inevitvel
salrios
consectario
Ahi no
para que
insufficiencia
dos
completamente arruinada.
Temos,
peitveis
ruraes.
pois,
um
vem
a estatistica dar
com a
irresist-
tuao
do jornaleiro,
tanto
em
relao
aos
Inqurito, pag.
173.
A i-MUUAAO
151
uma
parte dos
parlamen-
Os mappas do
valor
camars de diversos districtos, suscitam reflexes e clculos que peo licena para submetter
apreciao de v. ex.^
J notei,
e,
conforme
ou
liar a sufficiencia
creio, provei,
que ava-
insufficiencia da retri-
um
methodo
to da emigrao.
se,
porque
me
dis-
porque,
se,
par-
predomina em larga
escala, desap-
uma pssima
influencia nas
A EMIGRAO
152
infeliz si-
em
que
mais do
notvel incremento.
Nos
seis
annos de 1866
Num
subiram naquelle
to
mas
districto
uma
cir-
campo so o milho, o
feijo e a batata.
17 concelhos do districto,
em
Ora dos
14 subiu o preo
do milho,
tata.
brasilei-
si-
que
certo
que
ella
diminuiu, se no destruiu,
HMK^, RAO
i53
Por outra
em
a sua pequenez
rao
em
187 1
mdia delles
cedeu a 200
em
ris, e
Os
ris.
Real e Coimbra.
estatisticas sobre os
No
mais avultado depois do do Porto, a comparao entre os preos dos principaes gneros
ali-
em
em
o do feijo
augmentou em 12 e diminuiu
augmentou em 8 e diminuiu
3, o da batata
5.
Como,
pois, considerar as
Em
A lMIGRAAO
154
200 ris
em
e ainda de
menos em
salrios que
tistica
9.
um
mas
Tal
pouco acima de
so de 200 ris
enormidade dos
arruinam a agricultura!
esta-
sobretudo
que
7 concelhos
alli
em
mas
em um ou
v-se
em
dois.
No que
respeita ao
tes
dos gneros
favor desta
mas
os salrios
em
um
concelho, foram
balho estacionou
tra-
ou embarateceu como os g-
neros.
Qual
vaes?
resumo
A KMIGRAA(J
limite,
155
mesmas
Manifesta-se, pois,
uma
lrio
e ao
forte ten-
ali-
Coimbra
liosa
e de Castello
para apreciar
Branco
bem
do proletariado do campo.
uma
espcie va-
a situao econmica
pena que no
em que, alm
des-t
'jornal a scco,
e jornal
com comida.
dif-
um
um
A KMIG RAO
156
do sustento. Esta
portanto, razovel.
em
num em
Das
que se menciona o
facto v-se que, em dois a manuteno do
obreiro computada em mais de metade do
menos, e
em
uma
lias rsticas
dois
ou
edade.
trs filhos de
um
Supponhamos que
at dez annos de
a mulher, cumpri-
das as obrigaes domsticas, pode ainda trabalhar fora os dias correspondentes aos dias
teis de
um
salrio do marido.
Oleiros)
ris,
riores
em
todos
demais.
os
Supponhamos
ou
leiro.
As
monstrar. Pois
elementos,
um
bem
apesar disso,
com
em
taes
re-
A EMIGRAO
sultados
157
uma
expresso de
verdade
bem
triste.
em
365
dias
em 180 dias
73$ooo
i8$ooo
91^000
Deduzindo
Domingos
e dias festivos
60 para o marido e 30
para a mulher ou 12 $000
.+
copiosas, calculados no
decurso do anno em 30
para o marido e 15 para
a mulher ou 6$ooo-r
i$5oo
22$500
ris
Rendimento annual da
fa-
68$5oo
milia
Mdia da alimentao do
obreiro em 365 dias
Dita da mulher e filhos
...
...
361500
361500
73$ooo
Dificit
4f50o
A KM ORAO
I5<^
habitao
balho
os impostos
gaste mal
No
a pobrssima
dinheiro ou tra-
o jornaleiro no tenha
clculo.
em
um
sei se
Se
ceitil.
me
nico vcio
Ter por
Que
que no
sorte a misria.
delle as concluses
telligencia.
um
alta in-
IV
111."""
e ex. sr.
Creio que
numa
carta
com
difficuldades e embaraos,
sem
as profisses.
obstculos,
sem
mens
Existncias que
lucta o pro-
o incentivo dos
ou dos ho-
supremos esforos
os
Somos propensos
em
ac-
a atribuir
As
A EMIGRAO
l6o
das indstrias poderia ter-se elevado so complexas e variadas, sendo talvez a principal a
Por
mas
a re-
merosa de agricultores
que soubessem aproveitar prctica e racionalmente os ef feitos das reformas. Assim, o
progresso foi-se manifestando nos districtos
do sul, e em grande parte nos do norte, quasi
exclusivamente na extenso da cultura e pouquissimo
na intensidade.
Tem-se arroteado
pntanos
em
as
roas e queimadas.
A EMIGRAO
l6l
mesmos
se
remunerado
Num
pas
ser
me-
com
em
que
mos
sem
quasi sempre
alqueives,
sem adubos,
cul-
de
uma
curiosidade.
Os
embora atravessem plancies e valles ubrrimos. Ahi, a gua e o sol do estio subministrariam alimento a gados numerosos, e conseguintemente produziriam massas avultadssi-
mas d'estrumes,
mente fertilisando os terrenos pobres adjacentes, onde tantas vezes o lavrador tem de contentar-se
com
trs
ou quatro sementes.
As
A EMIGRAO
102
quem
pensa nellas
nal
em
todavia,
com
a cultura racio-
trumentos agrrios so
em
ticos
mesmos
geral os
veliculos rs-
hostilidade permanente
com
em
da me-
as leis
que estes e dezenas de factos anlogos influem no curso dos productos agrcolas conhecem-no pela reflexo e pela experincia os agricultores que sabem reflectir e
chanica.
experimentar.
Costuma
em
desdm do
livro.
livro o
Em
lavoura
ser filho
A sua disupremo
praxe e a ex-
em
io a
jurisconsulto pode
A KM IG RAO
I3
fora
aos
s tradies,
vem
de
til ao desin-
o medico modi-
do pas os
com a configurao do
Assim no mais, salvo em agricul-
nossas aptides,
nosso solo.
em economia
tura e
rural.
Nisto,
em
basta-nos
que os
es-
que disfructamos
um
clima abenoado
jardim da Europa
isto o
gmas igualmente
que
e outros apophte-
sisudos e demonstrados.
menos
fatal
elle,
tam de similhante horror consequncias funestas, mais funestas porque sem comparao
mais geraes, do que essas que derivam do fanatismo pela generalisao, pelas theorias
scientcas
sem
agricultura,
TOMo
IV
as restrices da experincia
como
A KMIGRAO
104
pliysica, o
fabris
sabem furtar
as questes technicas
mesmo modo
pode
incompe-
em
in-
No
tal respeito se
ventilam
No
nem sequer
nem quer saber.
l fora, e
sabe,
mais
lera, a
solicita
com
manuteno de
affinco, talvez
um
com
c-
tem o defeito de lhe liberalisar ampla proteco quando no a precisa, e de lh'a retirar.
A EMIGRAO
ao
105
uma
e,
at s ve-
ficialmente elevados.
No
pra, todavia, no
prctico, firme
geirices.
cias, j
No
em
bom caminho
homem
na verdade hesita
em condemnar
abso-
tolerar,
e,
No
o faz, porm,
sem
mem
prctico.
No
As novas
estra-
das so quasi sempre mais extensas pela mania de evitar as ladeiras, e o cho batido de
A F.MIGRAAO
l66
av,
sempre por
ram por
isso.
passaram e no morre-
alli
Como
ha-de
elle
le-
de margear o
leito
com
gume
com
com
mesma
fora de traco.
No
ser, po-
re-
em
nunca
e desastres
elles
nistrativos,
regulamentos admi-
bm no modo
mas tam-
A EMIGRAO
erros,
167
Na
falar.
um
instincto
ou como queiram chamar-lhe, que no proletrio ser o mais poderoso elemento de bem-estar e de regenerao moral para elle, e de paz
e de progresso
favorec-lo e dirigi-lo
mas que no
agricultor
mais ou menos abastado vcio ruinoso e diffcil de corrigir, porque a intelligencia obscurecida do vicioso o pinta a si prprio como manifestao de providencias de economia, de
amor
ao trabalho, quasi de virtude; Falo dessa affeio ardente, inquieta, tenaz, propriedade
mantm com
homem
mocidade at ao ltimo
da vida, e que, apenas
mesmo
do campo desde a
dia, at
ltima hora
ella
laborioso, poupado,
nos instruido.
A EMIGRAO
l68
Mas
o proprietrio
circular.
Arredon-
at,
com
Nao
lo,
Vendem-se
os gneros
na baixa
vendem-se
A EMIGRAO
fructos ainda pendentes
169
atrasam-se as solda-
gado anda magro, e o arado pra no rego emquanto se fuma ou conversa. O agricultor nada
porque lhe
disto v,
dadas
em
dbito.
empanam
a vista as sol-
la-
vrador,
fatal.
rioso,
econmico,
que
em summa
casa,
fez
termos.
Os
advertidos
comeam ento
m produco
morrinha do seu
rebanho, das basseiras e ferrujes que lhe levaram dois ou trs bois de trabalho. Mas
advertem alguns, ainda mais experientes e
desde tantos annos, da pouca e
das suas vinhas e olivedos, da
em
devoram tudo.
a conta. Paga mais a
pois, os tributos
Ha quem
Dete-
terra hoje do
nha feito
que nas epochas douradas dos quartos, das
A EMIGRAO
170
tudo
com
decima
nosso
d'el-rei
senhor.
Obviamente
as terras
e as estaes
no-
que
foi
ancio respeitvel,
despesas improductivas.
disperso do
um sem nmero de
Ha proprietrios que
faltam.
um
Como
vcio, os pretextos
se
no
um campo, de uma
um olival, de uma vinha, de
um talho de matto, seja, em
acquisio de
belga de terra, de
uni brejo, de
summa, do que
for, embora
a meia ou a
uma
um
fazem na vida.
vendedores
Como
elles
esperam
rir-se dos
damnos
A EMIGRAO
rios.
171
li-
landes e publicado
em
Lisboa
em
1872.
pro-
vendidos. E, todavia, este notvel escripto deveria ser to lido e meditado (no digo cega-
mente adoptadas todas as suas doutrinas) pelos nossos cultivadores pouco instruidos, como
o admirvel tractadinlio de Matthieu de Dombasle sobre os acertos e reveses nos melhora-
mentos agrcolas o devera ser pelos turbulentos e insoffridos reformadores das nossas ve-
um
profanao. Que Fermin Caballero faa apalpar aos seus hespanhoes as perdas enormes
das lavouras retalhadas e dispersas, cousas
so
de castelhanos
cultivador portugus
A EMIGRAO
1/2
Diz-se que a escola uma grande necessidade para o rstico proletrio. Deve ser assim.
Affirmam-no os entendidos das grandes cidaPor ora, suspeito que tem outras mais
urgentes
a de melhor e mais abundante alimento, a de mais roupa, e a de mais reparada
habitao. A quem me parece que aproveitaria
desde j a escola burguesia do campo; mas
a escola como eu a concebo, a escola que ensina
mais alguma cousa do que a manear a ferramenta do estudo
ler e escrever, a escola em
des.
uma
atte-
instruco ao
es-
remuneradora
a terra
neste pas que no existem ins-
que,
bem
com
di-
A EMIGRAAD
vulgar,
173
Pensmos nos
de que o dono de
Francisco, se
um
nem
um
mister indis-
em
pochas pre-
amanhos annuaes
que se
blicos.
prudncia romana.
um
meio srio e
A EMIGRAO
1/4
efficaz de
cul-
nos, da existncia de
que desempenhem o servio de segurana pessoal e real, que parece devera ser
a primeira applicao dos tributos que a terra
paga. So gravissimas as consideraes de orticulares,
dem moral
e social
limitar-me-hei a
dem puramente
uma
econmica.
Suppondo de 60S000
annual de
ris
vencimento
um
desapparecesse,
elevando-se ao
mesmo
o no saldo.
Quiz,
meu
que
embaraam
A l-MIGRAO
possvel nos limites de
miudadamente todos
uma
1/5
carta considerar
Temos um
S3'stema de
uma
em
vez do
ade-
com esquecimento da
concelhos,
aldeia e da
temos o absentes-
com
a lavoura
feita
de longe,
temos
os pastos
-centros de
communs, que
bons
afolhamentos
temos a frequentao
exaggerada das feiras e mercados, uma das
paixes do lavrador, que na falta de motivos
:
emquanto os creados,
livres da vigilncia do
amo, addicionam a essas despesas os resulta-
A IvMIGRAO
176
uma
dos nossos
temos a
falta das
que
alis,
mas
conveniente experimentar,
porque o creado
ou perverso, pode
amo
e ser
em
certos
temos as contas
de sacco to vulgares e to desastrosas, quanto
seria impossivel para o lavrador mediano a
em
certos
grandes empresas agrcolas. Sobre estes e outros factos anlogos fora fcil escrever um livro,
res-
ter a matria de
carta
A iCMinRAAo
Qual
a illao a
es e destes factos
o alvo
em que ponho
177
De
certo v.
a mira.
adivinha
ex/""
em
separar a
em
nobilit-la, elevando-a
esphera
possam
influir
no augmento da po-
no accrescimo dos productos agrcolas. Imaginar, porm, que ha-de combater-se a emigrao forada, que a misria alimenta, conciliando a suppresso delia
com
a reduco dos
afigura-se-me
uma
in-
pretenso insus-
suspeitos e odiosos quelles mesmos que desejamos salvar os nossos sinceros esforos para
mas exclusivamente em
atalhar o mal.
A ICMIGRAO
I7S
P. S.
Na
conjunctura
em
que a emigrao tem diminuido nestes ltimos tempos de modo sincarta, leio nos jornaes
gular.
Os
recentes
symptomas do rpido
de^
acabam de
mesma
conjun-
s-lo,
v. ex.*
um modo
devem
no menos notvel.
As
ex-
111.""'
ex."''' sr.
o interesse
duma
Vimos,
reter
todas as narrativas
t-
commiso
ou
fez parte,
TOMo
IV
de inqurito, de que
v.
ex."''
faz
A EMIGRAO
l8o
Assim
embaidores podem es-
como podem
falar,
No faltam
crever.
os
alli. Saber
no equivale a saber discernir
onde est a verdade
se nesses escriptos, se
ler e escrever
nos
cjue
Nem
mais
efficaz antdoto
meu
ver, o
da emigrao, como de
modesta
feli-
estar
bem induz
circumspeco
condio prelimi-
melhoramento
in-
A EMIGRAO
TM
No
no passa de mais um flagello para a pobre familia obreira, que lhe oppor constantetrio
mente uma resistncia passiva, mas invencix\figura-se-me que toca as raias da cruel-
vel.
dade dizer
ao
Manda
homem que
tem
fato para
cuja alimentao de
que,
como
com
fre-
Para a semana no
ha que fazer. Desses filhos que lhe pedem
para a escola, um, dois, os mais velhos, so
o lavrador, no sabbado
pastores ou ajudas
al-
gum
ou
mister retribuido
os de seis a nove
A emi(;kao
i82
que na vspera alii deixou o transito dos animaes, miservel indstria, que, todavia, no
fim do anno produz o valor de alguns cruza-
uma ou mais
difficuldades
chamam-no
para guardar aves domsticas, para colher ervas ou flores medicinaes, para afugentar os
pssaros que
damnam
os fructos ou as searas,
uma
que
retribuio,
nmero das
privaes.
humano,
justo
digo mais, moral aggravar a misria
do trabalhador, tornar mais escura a noite do
;
em nome da
seu viver
sejaria eu
tambm
escola obrigatria
as estrophes
Bem
luz interior?
tecer a
de-
minha olympica
as phrases, os perodos,
andam
j vasadas
em
formas:
obreira, o
um
intolervel imposto.
derao,
si-
uma
pon-
A KMHrRAO
183
em
185 1,
verificando-se
ropeas
lante s vezes no
causas accidentaes.
Os
clculos de Molinari
foram
feitos sobre
No
ser, por-
suppor que vinte annos depois, em. 1870, fosse essa mdia de 150 :00o
almas, ou de 900.000 neste e nos cinco annos
tanto, exaggerao
anteriores.
A
nha
i.
Se a
mesmo
foi,
no
de pouco
Allemanha cede
d'Econ. Pojit.,
v.
migration.
Diction.
A KMIGRAO
184
em que
compe de mais de
com
o se dirige
Unio
tambm
se
muitos
Estados,
trinta
a emigra-
Americana,
e que,
mais importantes, fundadas pelo governo bramaioria dos colonos de origem ger-
sileiro, a
mnica
pode afoutamente dizer-se que a
emigrao allem proporcionalmente maior
trs ou quatro vezes que a de Portugal, No
me parece, por isso, que a lei do ensino primrio obrigatrio, ainda cumprida severamente
como na Allemanha, ou antes porque o , seja
^'
evitar.
v.
ex."""
que,
Osgood, New-York
19^11
em
vez de
como meio
Centiiry, pag.
103.
Nos
trados
j a 83 :45i
e Si isSj.
Ibid.
2
imprio do Brasil na
A KMIGRAAO
185
tua esse meio por outro, na verdade menos espiritual e mais grosseiro, mas que me parece
em
buscar
de
rio rural,
um
modo que
complemento ao
sal-
os recursos da familia
dades.
Podem
mas
a sociedade
sabilidade individuaes.
il-
em
No
da respon-
se legisla o pro-
a aco administrativa
podem
contribuir
consiste
em promover
modo que
com
a propriedade
A EMIGRAO
lS6
no assalariado.
uma
ao mal
como remdio
bem
longe disso.
um meio to efficaz como trivial, meio profundamente radicado nos hbitos nacionaes, tradio
Hespanha
um
occidental
pliao da cultura e do
o, e
augmento da popula-
borioso e
bem
la-
V. ex."" j, por certo, alcana que falo da emphyteuse com os seus vrios nomes e nas suas
variadas formas.
No
uma
theoria de equil-
brio mais ou
A KMIGRAO
187
es
uma
cousa ve-
mas que a populao rural cada vez socom maior ardor. Em politica as revoluradicaes podem ser s vezes necessrias
;
No
dem
isto.
caracterisar
um
mente
chamamos
com
proprie-
tenuar
em grande
A EMIGRAO
l88
consinta o
a esta
carta
con-
ameaam
uma
ella se estriba
Mas
padecer.
tre os
tornaro
ses
acerca das
influencias
estranhas pare-
doutrinas
dissolventes
recrutar
soldados
um
comple-
ou,
A KMIGRAO
189
da propriedade individual, longe de o lisongear, ha de irrit-lo, e os apstolos da demolio social faro bem em no evangelisar deante
nova, porque o trabalhador do
rude. Seria o caso de
naturalmente
campo
a
delle
lei
applicar, porventura
com mais
verdade, o dito
vergne celebra
De La-
No aconselho s choupa-
gavam-nas
um.
De-
balho actual
com
a propriedade, no aconse-
hiam em bem
A paixo da
no grande e no
restricta minoria.
ficios,
Quando
elle
magicas
meu
foro
essa
na enchada, ergue-se
perana no
futuro
solo,
fronte, habi-
com
os olhos
e illumina-se de es-
de confiana
no pre-
go
sente.
Todos os
do jornaleiro
em
lMI ORAO
cios voluntrios
ou forados
transformando
e que
um
parceiro,
um
dado.
P. 5.
Ao
que
tenho escripto. Quando accedi publicao destas cartas, desde logo resolvi responder com
impugnaes mais ou menos inmenos hbeis, mais ou meirritadas, que eram de esperar. Firo
o silencio s
nocentes, mais ou
nos
interesses
preconceitos
me.
Como
defende-se.
homem
arreigados,
sem
rejeito
sufficiente exa-
cousa natural.
desgosto tem
quem
e consolar-se
me
com um
fcil
em paz,
triumpho. Declaro-
A EMIGRAO
tractar do
M.
De
T91
certo no.
demos ver o assumpto a luz diversa mas somos ambos desinteressados. Pediu-me v. ex.*
dou-a, boa ou m, sinceraa minha opinio
;
mente, lealmente.
Sobejam-me annos
e fallecem-me ambies
uma
escola,
um
partido,
uma
classe,
conhecido desinteresse
entristeo,
mente
porque
errasse.
trio,
sempre
me advertem
que
errei,
No me
me
apenas
me
v. ex.^
menos acertadas.
ficar a
com
as
con-
mgua
minhas
VI
111.'""
ter lido
e ex.^ sr.
com
Meu
amigo, depois de
ter-me.
que
teria
em reconheem estribar
as
cartas.
Ao
primeiro aspecto,
elle
parece con-
Dou
a misria
meu
quanto escrevo a
illustre contendor,
ha
em
e,
tudo
um
fundo de
verdade. Occorrem, porm, factos que tornam
menos seguras as minhas concluses.
Nem
tal respeito
sempre, diz
da misria.
Ouem
elle,
a emigrao deriva
A EMK; RAO
CU, que no s admitto,
mas
no s
a absolvo,
mas
193
at especifico ou-
at applaiido;
em
certos casos
questo se
e sobretudo se existe
em
bre que
V.
ex.'""
me
meu
pedia o
me
questionrio que
actua
vem
ria,
riva
em
remetteu.
Se existe e
porque a mis-
No meu modo
um
vcio
um
Nesta parte o auctor do artigo, espirito esclarecido, liberal e justo, parece que em tbese
concorda commigo.
sr.
que ha
um
dessa insufficiencia.
tir
que
ella seja
A F.MIGRAAO
194
organismo
social
Quer isto
que a misria do trabalhador provm in-
directamente de
uma
lei
natural
No
creio
lei.
frmula
em que
ella se traduz.
Essa manifes-
depende forosamente de
quem ha-de realisar a lei dependente do hotao, essa frmula
mem,
por
isso, susceptvel
mado. Os progressos da
uma
organismo
de ser transfor-
civilisao constituem
livre de crer
na invencibilidade do
Deus me
mal.-
mente necessrio. No
um
facto fatal-
se,
especificando o
que os poderes pblicos devem fazer relativamente emigrao, no lhes diz que tentem
remediar a misria, a qual ao menos
alli,
pro-
A EMIGRAO
vm
de salrios
195
iiisufficieites,
que os do-
Qual pois a causa supereminente, omnimoda, quasi exclusiva, da emigrao ? a ndole aventureira e cubiosa do homem. Esta
ndole exaggera-se pela aco das idas de
um
com
abraados
e os proletrios
morrerem
a terra da ptria.
As raas
chamamos
mnica
isto
missionrios,
Os que possuem
vo-se, os
um
Podem
perfeito engano.
as dos
Procede a theoria do
fontes:
ctos
i.^
que se
sr.
P. de
M.
de duas
P. de
M. fossem, no
To^ro TV
digo completas,
mas
14
EMIGRAO
IQ
ou menor das
um
tracto
maior
arrasta
homens remediados
a liquidarem seus
No
meu honrado
rica.
do
factos.
Ame-
aventurosos,
audazes, desejosos de
tria pela
convm obstar
fazer a auctoridade no
beral e legitimo.
Mas
li-
emigrao do reino?
sr.
P. de
M. conhece
ordem: mais; muitos mais, se quizer. O algarismo que os representa ha-de ser sempre grandemente inferior ao de 50 :00o emigrados que, por exemplo, abandonaram o pas s num dos ltimos
quinquennios. O mais que o meu bom amigo
50, 100, 200, casos de tal
A lMIG RAO
50,
I97
Ora, illaes de
illaes.
me
no
sobretudo
nesta questo.
do
prio allemo.
estatis-
tico,
em
uma
meu Deus
estatistica des-
Portugal apparecesse
tas, o
que se
diria,
allem at 1840
foi
pelos proletrios
mais
classes
a emigrao
constituida exclusivamente
felizes
nem um
s individuo
de
uma
Repentinamente, por
rica.
espcie de
mu-
na terra d'Arminio.
espirito aven-
anno.
uma
Allemanha.
no pra, no se attenua
riado,
maltrapilho
Todos
os que
wn
proleta-
s individuo.
e vo levar os capites
nha
cresce.
pobrissima
liquidam
da opulenta Allema-
America.
pas exhaure-se.
que
uma somma
equivalente contribuio de
A KMIGRAO
198
pagaram
foi
um
saldo de contas
AUemanha e a America.
Perdoe-me o meu amigo P. de M. uma
entre a
com
sup-
Se eu
o sistema
um
vio.
lhes houvesse
ses
um
peiorado agora
Tolere-me, por
quasi brutal.
grandssimo impio,
No
um
creio
petroleiro.
acto de incredulidade
uma
A EMIGRAO
sem exceptuar
199
sophia de Hegel.
Quando
Guilherme prohibiu s
companhias de caminhos de ferro que fizeso imperador
ale-
No eram
capi-
em
grande parte simples jornaleiros, simples proletrios, no haviam de ser alguns thalers a
mais na despesa do transito que retivessem na
Europa a multido de peclios, equivalentes
contribuio de guerra da Frana, que iam felicitar a
America.
Se admittisse a fora
uma
iu-
A EMIGRAO
200
romano
a misria
tria
Se
em
da Allemanha 2.500 :ooo individuos, s nos Estados-Unidos, s pelo porto de Nova- York, e
em
20
mais
em
uma
triste convico,
con-
A insufficiencia do
produz por dois modos a desgraa do
trabalhador
privando-o
impellindo-o
cessrio,
directamente do nes
vezes,
pela dor
xim
phenomeno vulgar
se,
como observa
A EMIGRAO
201
meno
geral abrange-nos
possivel, tenho-o
mas tambm
for-
outras causas de
uma emigrao
nociva?
De
s alteraes profundas no
mechanismo
social
poderiam remover. Sirva de exemplo o recrutamento, que basta para explicar a emigrao
dos nossos mancebos pelos portos da Galliza,
facto que s pode maravilhar os que ignoram
at
LTnstriiction
dii
peiple.
A EMIGRAO
202
um
impulso inte-
toda a parte
terrveis.
v, at,
no oceano
um
v-os por
dos mais
causa de Deus j
francesa.
os
vSe
habitantes
foi
defendida na Conveno
mar tem
o segredo de attrahir
do
uma
visitar as praias e ribas dos de Leiria, de Lisboa e do Algarve, ao passo que o districto de
Braga, vendo-o e ouvindo-o apenas por estreito
parte contradictorias,
em
parte incomprehen-
siveis, e
No
facto eloquentissimo
serem os
districtos
A EMIGRAO
203
cons-
densidade da populao?
relao aos seus recursos
em
excesso desta
foi,
em
, e ha-de ser,
de
ir
em
se
les
tem de traduzir-
do corpo
social,
isso continuo a
persuadir-me de que
influencia germnica,
nem
o oceano,
no a
mas sim
Pede
elles.
o sr. P. de
Ku, de
certo,
M.
severidade para
no os applaudo
corri
nem
os
A EMIGRAO
204
arriscados
engrandecer to desmesurada-
tam deploraes
no
me
de suffi-
possam
re-
probabilissimo,
j de sobra, e os
engaj adores
todo o caso,
um
com
induzimentos dos
verdadeiro pleonasmo.
Em
sem
ellas,
essas influencias ou
nativa,
A EMIGRAO
205
terra de in-
fncia,
campo, s porque
um
homem
do
indivduo, provavelmente
em
Mas
o engajador no
Acredito
postoque
me
uma pura
inveno.
para avaliar a
que o
allumia.
Nas profundezas da
sociedade,
como nas
de-
As
paixes e os instinctos
nhosos de
rel,
commum
das
no
populaes
seio
seu
das camadas
urbanas,
mas
A EMIGRAO
206
campo no
Supprimida theo-
engajador seria
Ou me
cia
que se deduz, a
illustre
No me
cipios liberaes,
pedir propagandas, quer verbaes, quer escriptas, postoque no faltem meios de punir as
que of fendam as
rificar
leis.
No
sei
tambm como
ve-
sas, contidas
no cumpridas
A EMIGRAO
207
meu
intelligencia do
cia o juiz
do prprio interesse.
modos
possiveis,
elle
com-
caminha em movimento
as-
em quanto a grande
rural vo em tempo-
mediana propriedade
Sem negar as contrariedades
e embaraos, no direi da grande e da mediana
propriedade, o que no o mesmo, nem tem a
mesma importncia, mas sim da grande e da
e a
rria decadncia.
mediana indstria agrcola, obvio que as minhas convices sobre a situao relativa das
duas classes so bem diversas das do meu to
indulgente contendor.
Como
elle, derivei-as
de
ordem de
factos.
tos
insufficiente,
gratuito,
servi
podem
infundado,
impossvel,
tirei.
O
o
me
A KM IC RAO
208
vaes do
meu amigo
P. de
M. Obstculos da
Em
V. ex.""
me
occorrem
de
vil
111."^'
de
e ex." sr.
M. comea
sr.
P.
me levaram
a crer
naleiro.
Entende
elle
que
se
quisermos habilitar-nos
beis,
lidade,
uma
parte.
cumpre pr de
A EMIGRAO
210
Hesito, na verdade,
em tomar
o bordo de
Os
funccionarios
como o
trados outros
ignorantes uns,
saem
illus-
ida, infelizmente
das
nossas respectivas
civil.
profisses,
Se a palavra
official
donde derive o
melhor direito da nossa a ser acreditada. Se
em
concelho inter-
la-
vrador proprietrio, o lavrador rendeiro, o caseiro ou colono parciario permanente, o seareiro ou colono parciario annual, o singeleiro,
A EMIGRAO
211
de cada
uma
ses oppostos.
da lucta de interes-
in-
local,
Se no meio das
collises de interes-
no o far, por
certo,
em
beneficio da
alm
um
so,
a estatistica inevitvel
obtida
dos
ToMo
e,
IV
ou
estatstica
no nego possam
ponsvel,
em cada
Sem is-
illudir,
o que mais
ou
que
estatistica irres-
interessada. Abran15
A EMIGRAO
212
um
dstria agrcola de
nem na
nas foras de
um
mas
nor,
nem
vida
uma
em
rela-
erros
aos
officiaes
mas
colligir,
de
modo
Como
nota
De Lavergne,
as estatisticas ge-
como
se,
diz
elle
o sup-
um
claro,
facho, comes-
singular
acho
ainda
condemnao
forosamente
um
equvoco.
Ha
estatistica
aqui
tem
A EMIGRAO
213
algarismos.
Na
faz-se novella.
estatstica
mas
o
multiplicaes.
genrica,
moral,
dem
estatstica
arithmetica,
sommas ou
da
a validade scientifca da
leis e
De que dependem,
providncias de n-
um
de
social,
desejamos
uma
submetter
tirar.
Domina
ahi
e indubitveis,
ou have-
A EMIGRAO
214
mos de
admitti-los
como
a sociedade no-los
vago testemunho, contra o testemunho individuado dos seus agentes, parece-me exigir de
mais. Podemos recusar as informaes delles
das,
nesse
as nossas affirmaes
menos de provas
caso
em
senso
commum
isso
contrario precisam
servi eu para
uma
realidade,
naes
com
os
meu
Apenas me referi s
opinies de alguns, que me no parecem ignorantes ou indifferentes. Como prova de que
nem elles nem eu nos enganvamos sobre a
illustrado antagonista?
insufficiencia do salrio,
recorri compara-
do meio dos salrios. Estes elementos de clculo encontrei-os nos mappas communicados
pelas
camars
municipaes.
Nos
concelhos
A EMIGRAO
215
vereaes
e,
o que mais
representantes da
M. parece achar
mais digna de piedade que a dos trabalhadores. Os preos do meio no foram decerto inventados para servirem aos meus argumentos.
exclusivamente municipal
rio,
indubitvel, necessrio.
uma
um
funco
facto not-
Depende disso a
cumprimento de man-
e para menos,
similhantes
Os meus
pelas outras.
errneos;
mas
clculos
podem
ser
creio-as inconcussas.
singular
em
suppor que
A EMIGRAO
2l6
consistiria
jornaleiro
em
em
simples
uma
situao pro-
encargos novos,
o trabalho que a
si
mesma
subministra. Ser
desappareceram
em
Esmagam-na
cultura.
verba total da
da produco nacional,
mesma
directa,
com
est
por
si
dade,
E^rif RAO
A
(le
20,
217
xima
com
comprar
que indirec-
tamente tem tambm de pagar as percentagens do fisco e os ganhos do commercio. Todos ns sabemos
um
tempornea do tributo
um
illustre deputado,
sr.
acerca do qual
Carlos Ribeiro,
er-
de ordinrio
em
parte, grande e
mos caminhos de
temos
sempre
em
temos a liberdade
A EMIGRAO
2l8
de progresso e riqueza
algumas
systema
em
mi-
Af firmando que em
leis e instituies
do pas, e no nosso
O meu
facto
rios
accesso de
mos
to
corts
um
aponta
um
ou de outro, durante os
lti-
conheo a verdade do
sejo
cala.
adversrio
que
No
parte que o
facto, e o
elle se realise
,
em
meu
nico de-
largussima es-
culos remotos.
s-
or-
em summa,
mnio da terra, ah esto para o provar. Impediu d 'antes, impede isso hoje, que a grande
maioria dos chefes de famlia obreiros sejam
simples proletrios? Se
nenhum
de ns du-
A KMICRAAO
219
occasio de submetter a v.
que
sideraes,
me
se
ex.""
persuado
encontram
Terei
algumas confaro
sentir
graves
obstculos
ainda
em
epoclias
bem sombrias da
M. que
historia
sr.
P. de
o proletrio
facilidades
Quanto a
queno
agricultor
As
outras, mais
ou menos
A KIMIORAAO
^20
No
cultor
no poder cri-las
porque
no tem
meios de as satisfazer.
nenhuma
classe
uma
est
conscincias austeras.
oppara negocio alheio a este ou quelle methodo, quellas ou a estas condies da agricultura.
Tambm
no
me
em no
dar esse
di-
mos.
Quem
ganhe
ver-
dias,
encontra
quem
em
que no
mesma
dos
A EMIGRAO
econmicas
221
l-
res,
interrompido
e,
o trabalho no
tambm,
do.
Na
at certo ponto,
reduzam o
resulta-
um
e appli-
A KMIGRAAO
222
O grande ou
mediano cultivador consome comsigo e com os
seus uma pequena poro do que produz, e
SOS dois plicnomcnos oppostos.
Com
pequeno suc-
Consome
o contrario.
exactamente
cede
elle
os
seus.
s vezes asso-
servio alheio,
os
consumo quasi
este
inteiro
Que
significa
dos productos?
bem
todas as
emquanto no traba-
uma
annualmente annulladas.
No
pensar do
sr.
parceria agrcola,
e,
ao trabalhador rural o
facilita
ao
trabalhador
Os
gozo
da
sr.
P. de
M.
A EMIGRAO
OS
longos
seus
profundos
223
estudos
sobre
em
sas e
bailias
em enxugos
de ribeiras paludo-
Quem
do Tejo e do Sado.
eram, po-
Mancebos solteiros,
que vinham durante meses
rm, os capitalisadores
no vigor da idade,
trocar a sade e alguns annos de vida
num
clima insalubre por poucas moedas de economias, obtidas mais pelas pequenas empreita-
m.entao j de
si
uma
ali-
tornavam as lon-
sinceros
dero dizer ao
um
descrevo
Os
cul-
meu humano
facto isolado
contendor se eu
ou assas commum.
no
me
parece merecer
nem
confiana,
nem
Todo
um
capital
A EMIGRAO
224
em domnio
regra, por
um
pode
for,
territorial. F-lo,
em
trio
em pequeno
proprie-
Em
um
meio
V.
tive a
ex."",
fiz,
honra de dirigir
em
que est o simples trabalhador chefe de familia de fazer economias na alta transitria dos
no me parecem de desprezar. De
foram mal cabidas, o meu illustre
contendor no levar to longe a sua indul-
salrios,
certo, se
ou refut-las.
Resta o aforamento
resta a emphyteuse,
considerada absolutamente e
teuse,
sim
ver,
esta
A EMIGRAO
tar da
225
alis-
da propriedade, da
fins,
esse elemento
domina
o proletrio rural,
por-
re-
elle
funccione
com toda
a sua
opportuno expor a
respeito.
So
v. ex.""
alvitres de
um
Os commas cada
profano.
em
tuaes,
como no imposto
intellec-
e estabelecer
A EMIGRAO
220
No
em
desejo que,
em
nem que
Os meus
com
elles
desejos so
em
bem
que dahi ha-de resultar para reduzir consideravelmente a emigrao e fortificar a sociedade,
emquanto tempo, contra os perigos que surgem, embora em remoto horizonte. Que o proprietrio cultivador mais ou menos abastado
possua os commodos e gozos que o hbito conmas que o
verteu para elle em necessidades
;
christianismo, a
pem
humanidade
conscincias
e a justia im-
honradas o dever de
um bom
A EMIGRAO
22"
quando illustrado
egosmo,
sensato,
bom
pode
resultado
certo
ventura aproveitaro ainda m^elhor ao interesse daquelles que, ignorando a histria dos
grandes
cataclismos
das
sociedades,
vem
artigo do sr. P. de
chamar
um
M.
conclue por
me
me
meu
incapacidade do clero,
vicioso
incompleto das instituies, o desleixo dos governos, a impotncia das magistraturas ante
a preponderncia de foras extra-legaes. o
que explica de sobejo a decadncia moral do
TOMO
IV
i6
A EMIGRAO
228
de que o
meu
se eu prprio o sou,
sem
mais fcil descobri-los entre as populaes urbanas. Pela minha parte, se pequei,
foi
na
de que fazia
bom
podem ouvir-me
e enten-
reflectir so-
pertassem o sentimento
em
a pie-
dade para com os que padecem. Estou certssimo de que a alta intelligencia do sr. P. de M.
faz plena justia
minhas
intenes.-
me
Que
importa. To-
menos legtimos, so feridos por qualquer opiacham sempre essa opinio perniciosa e
dissolvente. a natureza humana.
nio,
Nada mais
A EMIGRAO
classes,
mas
ou categorias
ses
229
sociaes.
No campo
na
ci-
entre ns.
se
Que
abstenham do to generalisado
vcio
dos
dades
tra-
um
contracto livre-
que por
no
em
em
benefcio
beneficio delles,
tenta
com
a calmnia,
com
o incndio covarde,
as aggresses atraioadas.
com
Forcejemos todos
230
Ihador rural.
A KMTGRAAO
Mas que
o grande ou
mediano
proprietrio ou agricultor...
dema-
me
cohibir de
VIII
111.""'
e ex."'^ sr.
Nas
cartas precedentes
quando
ella
proceda do desiquilibrio
energicamente os aforamentos.
Accrescentei
ameaam
Eu-
munem,
caremos isentos.
No basta, porm, dizer
isto.
fi-
preciso des-
mais particularisadas
sobre o systema emphyteutico
fazer sentir
cer
consideraes
se
oppem ao seu
A EMIGRAO
232
devsinvolvimento
que sentido, a
em
lei
mas
sobretudo,
di-
sem a mnima
samos de
As
fortificar e
no de enfraquecer.
da emphyteuse,
vicissitudes
suas
as
nor predominio
versos pases da
em
Europa
central e meridional,
sua ndole actual. Tomemo-la como a constituiu a nossa legislao civil, e vejamos depois
se esta legislao
que
ella
tem de
Dos
trs elementos
em que
se
decompe o
sico
em
como
como
senta
um modo
e,
No
por
A EMIGRAO
233
Se
tivar,
sempre
e integralmente do propriet-
concesso temporria,
pode anull-lo. Desse contracto deriva a fruio do uso transitrio da terra nunca, po;
minio pleno.
de-se
um
tuo.
em
Xa
directo e til.
Ha
dois possuidores
Cada
um
completo, absoluto.
Economicamente, o do-
ao acto do aforamento
o censo
na terra at
ou foro repre-
uso perptuo
ou dominio til habilita o adquirente a consolidar no prdio adquirido novo trabalho, capital novo, cuja renda sua. Abstrahindo da
soluo do foro e das consequncias que disso
A EMIGRAO
234
cdigo
civil,
em
cdigo res-
mas prohibiu
priedades incorporadas no
distinctas
um
No
estado actual
difficil.
Por
jectivamente
meu
no
real,
andam sempre
unidos.
que
elles po-
A EMIGRAO
dem
defender-se
socialistas.
255
em
terra, considerada
exclu-
si,
como a atmosphera, a
o vapor, a electricidade.
ctivas
dormem
As
chuva,
luz, a
inteis e infecundas
emquanto
gencia
sua
fora.
fora
esto
sua
l.
intelli-
Mutilam-
dahi a
fa-
leis positivas
Na emphyteuse
um
direito primordial.
em
alii
em
retira apenas a
como
o capital do
um
preo
A EMIGRAO
230
como equivalentes ao
capital
do foro vinte
prestaes emphyteuticas.
ex.'""
a infirma. Peo a
tam para
resolver,
principies,
obstam accesso do
tracto de terra,
de
uma
um
incorpo-
um aque-
campo, o trabalho ou
ca-
me
beneficiar, que
seis
A EMIGRAO
237
domnio
exemplo,
de
um
meu
uma
um
e destruidoras.
impetuosas
sem
elle o querer,
sem
til a si
mas
um valor minha
Assim em outras hypotheses, que
menos vizinho
mo do homem converteu em meios de transporte, tendo fcil communicao com os grandes mercados
suido, porque o
ins-
velmente ao
um
solo.
Este valor
uma
quota do
commum,
e que s pode
estrada til
realisar-se individuando-se..
ella
A EMIGRAO
238
a segurana, porque o indivduo pode ser protegido por ella. Cousas taes e outras anlogas
na
uma
o facto constante,
Os poderes
passado e presente,
quando a
como quando progride.
realisa, tanto
com
o in-
ineluctavel-
mas
situado
num
pas
Que
largas estradas
A EMIGRAO
239
domem
em
vias aquticas,
ou
com-
municao dos homens, faam-se brotar as fontes de gua potvel, destruam-se ou expulsem-se as feras, e o que no tinha valor impregnar-se-ha delle.
se apodere de
um
Que
hom^em surja e
ou menor des-
tracto maior
Como
nada apparentemente mudou e todavia, como l se encontraram o homem e o valor, producto do traba:
As
foras da natureza so
dom
gratuito de
pao
commum,
Ha,
pois,
bram. Portanto, o
subsiste.
No
o trabalho,
meu
que
anterior,
acto,
uma
parcella de va-
A EMIGRAO
240
em que
meu
exero o
direito ao livre
meu domnio
lho
commum
exclusivo,
da,
em
nesse traba-
sentada no imposto,
contribu.
tambm
Que
viesse
consequncia das
leis
econmicas e dos
sempre
essncia
uma
Assim, no
me
in-
coube na
restituio.
territrio de
uma
sociedade orga-
nisada, com um grau maior ou menor de civilisao, o valor do prdio inculto, sob o dom-
como
A nica
dif-
De
preo de
com
mesmo
exigiria, se
diversi-
A KMTCRAAO
Qual
teuse
pois, O facto
c,
que
vSc
24T
d na emphy-
No
solo,
dom
um
acto e
um
contracto
Na emphyteuse ha
contracto de censo,
chamar
acto de absteno
dem
constituir propriedade.
quando
mais enrgico
primeira consequncia que todas as disposies legislativas tendentes a obter estes fins
emphyteuse
A KMIGRAAO
243
nente,
ritorial.
Nos
baldios,
as desvantagens
dade
tico
commum, ou
mais ou menos
tribuir a
quem
subtil.
Estado pode
dis-
uma
prprio dominio.
em
comrnette, a
gtimo.
alheio,
allo-
meu
ver,
um
que no pode
em nome
erro,
mas
dispor
erro le-
do que
As
A EMIGRAO
243
nos applaudidas outrora pela irreflexo, seriam na pocha actual, em relao proprie-
dem
rugem
nos grandes receptculos das profundas mimas o socialismo, descendo das resrias
;
Se a liberdade
prolfico.
e braceja
como
com
viduaes,
facultativo.
menor
um
persuaso da
lei
lei
seja sua-
um caracter
em
consiste
e antigo.
Deixem
ingnitas do corao
no
man-
sria, e tenha,
oppor
o despotismo
Em
teem a vida.
collidir
contagiosa,
o resto s tendncias
mo da
lgica, logo
triste
caminho.
TOMO
IV
17
IX
111.'''
onde a
e ex."' sr.
stios,
Deus
se apenas phra-
por isso que tenho deixado respirar v. ex."" da tediosa leitura das
minhas cartas. Se, porm, a tardana lhe foi
ses, sobre o papel.
A ltima das que a precederam suscitou a severidade da crtica. Achei-me, sem saber como,
paradoxal. Pasmar
v. ex.^.
No pasme.
que
do que pensa.
No
uma
A EMIGRAO
245
Sabe V.
doxos ?
diaes,
ex.'""
Em
(de ordinrio
commum.
Pois bem.
em
originrios,
absolutos, e
em
imaginar
um
dem
o que ns no suspeitariamos
quando frequentvamos as escolas. So-no hoje
que quer v. ex."^ que eu lhe faa? E todavia estes dois erros esto no mago de uma
questo suprema
a da legitimidade ou ilegi-
paradoxos
manuteno
ambos ns temos longamente combatido v. ex.""
com os seus poderosos e variados meios eu
com os meus fracos recursos. Se porventura
so erros, se acertos, havemos de averigu-lo.
:
ex.'"
V. ex.^
da idade
viril.
At, s ve-
zes,
Ando no inverno da
vida to arredado do
mun-
A EMIGRAO
246
progressos do espirito
nenhum
milagre.
humano no
civilisao,
em mim
como
os rios
caudaes, deslisa pela amplido das eras majessa e serena, e todavia rpida.
Quem
no a
eu dando hoje
Nada mais
um
fcil
do que estar
co desta doutrina.
Consinta-me,
em
menos palavras
meu
voto.
uma
Na minha
opi-
As demais
com
num
cito aos
l-
e,
A EMIGRAO
talvez, linico
247
em
associar ao traba-
maneira que mutuamente se auxiliassem para melhorar a condio do obreiro. Seguindo esta
senda, fariamos ao mesmo tempo crua, mas
incruenta guerra ao leviathan que surge amealho rstico a propriedade territorial, de
nalismo
po,
furtando-lhe
internacio-
o proletrio do cam-
sobre-
em-
pode ainda tornar mais fcil, e proalm disso, energicamente, afigurase-me um. instrumento completamente adequado realisao desse grande intuito. Nem
e
que a
lei
mover,
o busquei,
qualquer
nem
li\nro
o achei
em nenhum
recanto de
vem
de fora e nos quaes tanta gente abdica a prpria intelligencia. Nasci, cresci, vivi, envelheci
a vida
vejo ao redor de
vilhosos ef feitos.
comprehendem-n'a o burgus
A EMIGRAO
248
raiite
acceitavam-n'a e comprehendiam-11'a
Ningum
directo
ningum
em summa,
dizer-se afoitamente
o verdadeiro representante
que Portugal
da emphyteuse na
Europa moderna.
Para
idas
estas
um
o sentir
commum
cia,
meu modo
Na
este
substan-
em
em
condies
se deve applicar o
na sua indubitvel superioridade, podia olhar com desdm para estas velharias e
vulgaridades
mas, se admitte a existncia
crtica,
A EMIGRAO
249
prescripes
Era mais
ou
intil.
ver-
dade que allude vagamente a anteriores e fugitivos escriptos, onde se conteem as frmudos
las
mas
isso
tentiva de
um
bem
poucos, por-
rol
Nunca
arbtrios.
no.
sol
crtica
lamenta que se no
surgir
fizesse, a pro-
sumida de todos os vexames e extorses de ouque at pochas bem recentes pesaram sobre a indstria rural do nosso pas.
tros tempos,
A EMIGRAO
250
No
sei se isto
commigo, ou
se
um
artificio
com
ria
modernas Se
commigo, a minha intelligencia no alcana
que proveito se possa tirar, para a soluo de
um problema actual, do livro que pede a crtica porque no nada menos o que ella pede.
Do modo como se exprime, parece deduzir-se
que, no todo ou em parte, a emphyteuse foi o
instrumento desses vexames e extorses. Sem
isso, como perceber que papel havia de fazer
no debate o exigido volume ?
dada s grandes syntheses
razo, porm,
d-la a crtica.
em
A historia da emphyteuse, e
phyteuta era
rural, do
uma
moderno proletrio
rstico) serviria
Peo
razo de
classes
para
isso, e
de que, ainda
A EMIGRAO
sufficiente para a fazer
25I
classes
Ihes
desvalidas.
Pacincia,
tuao no to
meus amigos.
m como
vossa
si-
a pintam. J houve
em
relao a ellas,
bm
mas tam-
Eu
imaginava que a
triste historia
da op-
emphyteuse
foi
deram
imprio
em
dissoluo
tanto romano
como germnico, cultivador do prdio rural,
o
pois,
escravo
immobiliario
fora
convertia
e
juridicamente de cousa
ente
humano em
da Peninsula,
nham
em
ente
humano, de
uma
ti-
A KMIGRAAO
252
pessoalmente livres de
uma
de que fala a
crtica,
nunca chegou ao
dara do adscripto.
o que
uma
sciencia,
que
um
emphyteuse ?
gem
mas
foi
em
transferir
minio
til,
uma
parte do di-
alguma cousa no sentido econmico, foi tornar menos fcil o abuso e a extorso, definindo por um contracto os mtuos direitos e
A EMIGRAO
do
obrigaes
senhorio
253
do cultivador.
simples reguengueiro, que agricultava o prdio do estado s porque seus pes e avs o
ter
condominio
mudavam igualmente
al-
de situa-
em
postoque tributria, como nos sculos anteriores a dif fundira a presuria villan.
exemplo
embora
tributria,
agricultores
immunes.
um
mesmo modo
para os
alliviava encargos.
^ KMIGRAAO
254
homem
suscitava no corao do
do campo dois
da propriedade, embora
grau de independncerto
incompleta, e o de
para homens
cia. Para ns seria bem pouco
altos sentimentos
uma
revoluo
uma
Herdeiros dos prs ores plebeus dos trs primeiros sculos da reaco christ e herdeiros
no sculo
herdadores
xii, sob o
immune
lodial
no
lhos a
quem
vizinhos
conce-
com pleno
confundiram com
se distribuiram terras
os antigos herdadores
por
dos
collectivo,
foreiros
das aldeias
foreiros
por ttulo
em
reguengueiros con-
tributo, e
com
do-
A EMIGRAO
revolues contemporneas,
255
com
sobejo funda-
Ao
porm,
lado,
ou,
commum.
mais exactamente,
sculos, a parte
seno a mais
dia
res.
rica e
propriedade territorial
esta, e
cumentos, sobretudo nos foraes e nas compilaes do direito consuetudinrio dos concelhos.
No
sculo
abrangia j
duos,
uma
XIII
aquella
nfima classe
com
al-
reino.
A EMIGRAO
256
midade das
em
confor-
em
Afonso
III.
Na
numa
lei
de
gar a sua existncia entre ns seria desconhecer, no s a historia social do reino, mas tam-
bm
A
de
crtica,
f,
reflexo,
como
as
prestaes emphyteuticas,
os
servi-
Tomo
No
com
ella
faz-lo,
do que
s no o far,
porque
com
fa-
os tributos
com
os di-
A H MIGRAO
257
com as gravosas prestaes emphj^teuticas, com os quartos e foragens reguengueiras, com os dzimos e primcias? Recaam
ticas,
ou sobre o proprietrio
ou lavrador a quem servia? A consequncia
de tantas extorses era no se cultivarem seno
as
terras
que
podiam
support-las
no privilegiado
tiosa
como
uma
a do operrio;
era o estaciona-
era o fu-
empre-
miram
as foras vivas
convertendo-o
num
grmio
social,
no recaam,
nem por
ser inferior
ao insufficiente.
trabalhador
A EMIGRAO
258
ria monstica,
em
national.
atelier
Assim,
o salrio
nalgumas provncias,
mximo a que
ris actuaes,
hoje chegar
difficilmente pode
gaes.
rio rural
prietrio,
foi
isso-
no
foi
le-
o oper-
em
epochas passadas e os que vivem hoje, que racionalmente se poderiam instituir comparaes. Deixo de o fazer em atteno crtica.
Ella j me disse que a sorte actual dos agricultores e proprietrios ruraes era tanto mais
Essas
comparaes
mim
que suspeito
Memor.
e 16.
deviam
me no
mortific-la.
poria
em
t.
grandes
5.^ p. 15
A EMIGRAO
259
com
as
nossos proletrios
ruraes.
No
meu
re-
em
sei,
paradoxos.
grosseiros
com
gente
ver,
tal
seja
indul-
me
que
Se
-me que essas reflexes deix:am a pobre emph3^teuse illibada dos crimes sociaes que lhe
imputaram. Poder-se-hia,
uma
abono
nos,
at, invocar
em
seu
riaes,
que enumera a historia dos estados brbaros fundados nas provincias romanas, deixa
de enumerar a historia dos pases puramente
fisco,
De
nem
germnicos?
produziu,
No
estava
mente
foi a
l.
versas
emphyteuse no os
delles
que
instrumento
alli.
existiu parallela-
\do da gleba.
mesmos
certo a
foi
factos
TOMO
IV
18
di-
A EMIGRAO
26o
Que
mente
vel.
libertada, certo,
Mas
ndole e as tendn-
os aspectos,
cial.
em
em
todos
falsifica.
infe-
em
contraposio superio-
quando no dos
nocivos, foi uma crena radicada e duradoura
de que se impregnaram as faixas e o bero
das naes modernas, porque era ao mesmo
tempo germnica e romana. A exaggerao,
ridade, nobreza dos ociosos,
em
to-
antthese
daquella
A RMTGRAO
261
Ao
vem principalmente
cliristianismo de-
as classes trabalhadoras
no
se
talvez,
fez,
compunha de homens
em
mios,
em
todas as jerarchias, e
todos os gr-
em
todas as
epochas, so sempre os menos, so quasi sempre os poucos, que ousam luctar contra a corrente impetuosa e implacvel das opinies do-
minantes.
Repetirei, acabando esta carta, o que disse a
princpio.
No concebo
meu
ver de
nmero
um modo
nem
nem
peiores
se
nesta pocha
anlyse
fosse
cousa
tolervel
Tudo
trlia.
crtica, todavia,
homem
A EMIGRAO
202
chas
pelos
dzimos
tributarias, pelas
te-se
ou no
fiscal. Se,
se admitte a
digo,
para nos ensinar estas e outras cousas singulares, trabalho que pode ser til a
como
eu,
mim
ignore essas
A EMIGRAO
263
em
teem o dever de
Quando
auxili-los.
mais instantes
outras occupaes
m'o permJttirem, procurarei submetter apreciao de V. ex/ a minha defeza de ter soltado as condemnadas proposies de que existem direitos primordiaes ou originrios, e de
que os prdios incultos so de seus donos. Isto
negocio mais srio do que a absolvio hisda emphyteuse. Se essas proposies
trica
um
absurdo e a Carta
rem
certa
ordem
caracter
blasphemia. Ti-
intransigente
at s regies
que eu
sei
em
de degrau
uma
absoluto
com
emphyteuse, ou seja por outro qualquer honesto arbitrio, melhor chamar o proletrio
do campo propriedade rstica, do que deixar,
communa
ter
que o chame a
ao petrleo, para subver-
com imprevidncia
os
ao chuo e
dois
fatal,
fundamentos da vida
famlia e a propriedade.
social
111."'
sr.
sr. Um
ex.*""
quinto artigo do
ella.
Aquelle artigo tem dois objectos a manuteno das doutrinas contidas no que o pre:
cedeu, e
dou
uma
desforra de
quem
lhes no guar-
respeito.
Peo a
V. ex.""
questo.
eu,
se
Quanto
turno o que
Que
desforra,
foi o
ningum, creio
ella vale.
em
final sossobrar?
A EMIGRAO
265
Pensando nos meios a que poderamos recorrer para chamar ao gozo da propriedade
rstica o proletrio rural, comecei por excluir
uma
vez,
mo tempo um
breve pas e
As causas complexas
uma
vasta char-
que
determinaram a decadncia da agricultura, a
neca.
rarezii
e profundas
operarias, no se
removem com
leis agrrias.
of fender
nham
leis,
collocado entre os
-me
monumentos
as
ti-
archeo-
tristeza o acordar.
Estava
no seio
ci-
tem valor de
troca,
isto
que constitue
que no in-
A EMIGRAO
266
num
noutro ha valor, ha
em ambos
De quem
de quem o
estado, representando a
propriedade.
possue.
sociedade, e convertido
uma
conveno, por
capaz de possuir, do
e no s capaz de pos-
no natural.
Como
mais alta manifestao da sociabilidade humana, actuando como poder pblico, que
no pode equiparar-se pessoa physica. Tudo
quanto produz, os valores que cria nesta
qualidade, que determina o verdadeiro carac-
ter do estado,
-se
Se o estado
no tem por nico alvo a felicidade dos
indivduos, no atino
social.
mundo
com
o estado ape-
um
de maravilhosa maneira, os
A EMIGRAO
Quanto
cao.
267
a fruir os resultados,
digam
tri-
nente, dos effeitos do trabalho social inevitvel. Transitria nos resultados directos,
commum,
so as utilidades do uso
que
torna-se
nexo
e fins
esforos no revertesse
em
Mas
se isto verdade
em
tambm
aos indi-
rectos.
noo de que
numa
sociedade civilisada
no
lcito disputar.
No
concebemos como exista um prdio, onde, indirectamente e mais ou menos, o trabalho collectivo no o v incorporar. Mas, nessa coordenao de esforos, nessa realisao de
uti-
A EMIGKAO
268
lidcides
directa e
realisao quer
prevista,
equiparada artificialmente
pessoa physica, ou
foi
litica,
sociedade?
quando a
pessoa
Foi obviamente
fico jurdica
civil,
este.
Mas
este,
no o converte
em
cousas de uso
commum,
transitoriamente uti-
um
Em
um
apropriar-se de
Como
vil,
um
mas sim
administrao, justia,
poder,
direito s possvel
na pessoa
civil ?
nome de
tal
direito
ci-
elle
se
em
expulsa do prdio
como
lia-de deixar
de
rectamente deu
Onde
tambm
ao prdio cultivado?
A EMIGRAO
lei,
Hntre esses
num
civil,
direito originrio?
tncia o sr. P. de
M. nega no
seu penltimo
artigo, e
damente, ha
les,
269
um o
o direito existncia
que,
numa das
em apode-
da na-
tamente
tes,
utilisaveis,
associadas
que,
trabalho
humano,
as puras da matria.
ginrios, isto
apprehenso das
Mas
for-
mais nem
grada a apprehenso das foras latentes, do
menos, porque
di-
em
nclle to
Do
A EMIGRAO
270
seu lado o
plific-la.
sr.
P. de
M. tambm ajuda
a sim-
um
lhe
embora
seria
inteis
-lh'os
estende-a
incultos,
utilidade,
aos
de alguma
diffcil
para seus
perfeitamente
encontr-los
possuidores.
Quer
tirar-
diz
elle
um
direito
primordial,
substituido por
seja
outro detentor.
Mas
dir-se-ha se
fizer,
augmenalgum do
lia-de
mas por
Mas
A EMIGRAO
27I
e as naes
no
se
regem s pelas
leis
convenincias materiaes.
tambm teem
at,
fio,
econmicas e pelas
moral e o direito
meu
di-
se o exercicio
me pode impor
lidade.
me
se
No
do
outrem, no se
lei
em
virtude da
suppresso absoluta do
meu
direito ao usu-
minha comprehen-
como? Segundo o
que, e
tos
sr.
P. de M., os ef fei-
redundar
quelle
em
podem
a sua incidncia no
ho-de re-
indirectos,
elle,
A EMIGRAO
272
dade particular,
um
indiv-
si
rei-
Restam
os productos espont-
tanto, apreciar-se.
to
impossivel,
Por
como
isso a
compensao
substituir
amarello
Mas, dado
este systema,
uma
EMIGRAO
^73
Que
todos.
um, porque
Ou
de
o estado,
como
um
taes,
No
mutuar, f-lo-ha
re-
em
ritorial, ficar
le,
ou do capital habilitado
para a adquirir. No segundo caso, temos o
aforamento, a emphyteuse de ominiosa memoria, que, apesar de todas as demonstraes
que
a possuem,
histricas
em
contrrio
no refutadas, nem
por isso deixa de ter sido instrumento de extorses e vexames, que por via delia
podem
resuscitar.
sr.
P.
de
luo, que
e cuja so-
A EMTGRAAO
274
e violen-
va,
mas por
isso
ter-
mesmo
ca-
nas offereciam ao
e
foras latentes.
homem
fructos espontneos
hypothese no rara.
em
burlo!
Que
fructos espontneos,
as foras latentes?
So
justia
te dis-
segurana real
A EMIGRAO
com que
e pessoal
foia pblica?
eu
As
275
mantida pela
vivias,
alli
em summa, que
vantagens,
fiz
ceder-te
valor
Chamo-me eu
a tempestade?
Se practicares o
burla
M. de
de
sr.
P.
e desejaria
uma
das mais notveis assignalar precisamente o que terreno inculto e o que terreno cultivado. Cumpre que os caracteres de
um
em
confu-
questes
No
liao.
convir, ao
menos
nisto, o sr. P.
de M.?
No pretendo negar a
nem embrenhar-me em
pios.
Exponho dvidas
prctica delle
solidez do systema,
questes de princsobre
sobre o quid
applicao
quomodo
facien-
dum.
TOMo
possvel
IV
19
A EMIGRAO
276
po,
segundo dizem
ha culpa,
meu
imbecil do
pelo
da lgica,
em
espirito,
campo das
aproveitar-se deste
desattenes.
As
da evoluo.
doutrinas revolucionarias de
homem
do
minha
razo.
Os deuses
habito de repugnar
ao'
vo-se.
por muitos
como
mau
arbitrio e de odiar a
um
Com
um, como de
(idntica anarchia,
idntica
tyrannia), desejara que o absolutismo dos Csares e o absolutismo das multides achassem
diante de
si
cincias, ao
campo da auctoridade
e as
gandras silencio-
no logar do
das
com
as evolues e
com
evolues in infinitum.
as evo-
Quisera
mente
acceitas.
A EMIGRAO
clame
provvel
277
provvel
pretendente.
um
que faa
discurso ao
mais ou menos
te
Ci-
com
de propriedade, demonstrando ao
mesmo
tem-
meu
tenso,
Tu
bitante.
as naturaes
amigo, parece-me
um
de apprehenso excellente,
campestre
mas
teu direito
meu no
com vocao
e
contento-me de assar a minha
Sou preguioso
ruim.
tua pre-
pouco exor-
nasci
ninho
mar vagamente
de scis-
lti-
A EMIGRAO
278
mos
der,
s insinuaes imperiosas
s vezes,
do
Deus me
silvado.
meu
quem
uma vantagem
de fruir. Ters
achars
te
acharei
quem me d um
ceitil
eu no
juizo da
me
fizeram lidar,
minha
com grave
pre-
ampla a
sem medo de
errar,
ainda no desbravou
nem
Ha
vrador nestes
ter
com o
sitios,
vantagens, no tocando no
meu
me
offerea
alvedrio.
Pode
A EMIGRAO
Acredita que
que no nasci
Emquanto isso no se
calcular,
sei
279
absolutamente idiota.
nhoso,
em que
este
ters
meu,
ningum
um
para o fazeres,
te habilitar
te ralhe
tar
em
Um
civilista era
como
sem que
direito to absoluto
por
isso.
differena es-
uma
espcie de propriedade.
que podia
to longe.
um
na-
eu acceitei o
meu
No
irei
uma
que no
te
obrigao jurdica.
da tua justia. Se no
tria,
te
altamente louvvel
porm, no exercicio do
caso,
turas.
nitos,
no
meu
me
um
co-
perturbes,
direito.
Nesse
muda de rumo, e deixa-te de agriculAs foras naturaes teem modos indefiseno infinitos, de se associar com o
A EMIGRAO
28o
No
trabalho.
um
no destroe
aproveita as
um
moinho
sejas
birrento.
direito.
Um
Vs aquelle
beira da
capricho
ribeiro?
construe
nem por
isso ficas
com
officio,
os braos atados.
augmentada pelo
ferreiro.
rio na
No
com
exem-
do ferro
malhador de
Mette depois as sobras do teu salcalrico,
e s
Bxplora,
at, a
tando-te dos
explora a
fructo
das
utilidades
tracto de terra,
me
gratuitas
que,
neste
subministra a natureza.
A EMIGRAO
peitos e sepultando-os
cias.
Mas
com
281
todas as continn-
mado pela
tlieoria,
mau
em
mas a
fora bruta,
tyrannia.
tituidos
os
dem
originrios
ultimamente
direitos novos
que se amol-
direitos
uns
fallecidos por
ao progresso das
successivas evolues
as
mximas
lem
outras
tiva, isto ,
de
ndole
perfeitamente
evolu-
E o captulo
da desforra
la-me esquecendo.
XI
Foi aps
uma
primeira e
sr. P.
de
M.
nomico-juridicas,
y.
ex.""
a significativo silencio.
tido contrario
Moveram-me em
duas consideraes.
sen-
silencio
Ha
para debellar
uma
Bssa espcie de
ida, discute
critrio
um
indivduo.
amolda-se a todas as
A EMIGRAO
capacidades.
ruim
283
o indivduo?
arvore,
Ruim deve
mau fructo.
ra, que,
se no mata, debilita, ao
menos, a
me
induziram a fazer alguns reparos sobre a substituio da anlyse das minhas opinies
pela anlyse do
ligencia,
achar
meu
um
mrito
minha intelalgum
de provar de modo irre-
carcter e da
substituio
que,
alis,
No
com
elles.
M. ha dois logares
que suscitam reflexes graves e dolorosas
graves e tristes para elle, dolorosas para mim.
Nesta longa discusso busquei sempre manartigo do sr. P. de
no o
meu
com
respeito, talvez
idas
de carcter, por
ctual aleijada.
uma
ndole moral
Era mau
ou
intelle-
A KMl ORAO
284
ria,
conscincia no
me
diz nada.
de avaliar as opinies
Tenho
no o tenho de avaliar
um
daria
se
me
psos.
documento da
terrivel
o direito
Se o
fizesse,
mam-me
como
elle
em que
to.
sr.
elle erra s
consiste
Onde aggredi
discusso
As minhas
isto.
Se no
M.
Nem
P.
mo-
que
irritao
nem que
fosse
agrria,
me
pacifica
evoluo
de
uma
lei
mim mesmo
do magistrado inflexvel
A EMIGRAO
285
mas
justiceiro,
mim
elle
homem
no s por
bretudo, e isto
elle,
M.
mas tambm
que as
mais modernas se declaram ultima hora cartistas. V. ex/
por mim, que o
sr.
P. de
que,
do
como
meu
af firme
e politicas
desminta a promessa na
mesma
conjun-
ctura
em
que a
faz.
A EMIGRAO
286
intenes tenebrosas.
tliese
gara o
meu
tos originrios
em
que eu invocava
defesa dos
recusada a immutabilidade
em
listas,
vitvel. Sabe V. ex.^, sabem todos que pela imprensa tiveram conhecimento daquella missi-
va,
se refere,
da paixo, no fim
sr.
P. de
M.
valiam a
uma
como
minhas pa-
sabia j
Ou
ellas equi-
um ar-
supposesse no
meu
Era
preciso que eu
Ningum
diz ao
te
perdes
A EMIGRAO
287
despenhadeiros
obscuros,
morte da conscincia
credo liberal, os
tica
conduzem
que
dogmas da tua
religio poli-
sim, a Carta,
conhea
um
pouco,
mas que
tambm eu
o pacto social
emquahto
ou subs-
titurem
uma
Acha-me
bem pouco remotos.
M. cartista da ltima hora acha
tempos
sr.
em
P. de
o
o
mim
Era o
sr.
P. de M.-
uma
creana
quando o cartismo era um grande e nobre partido. Naquelle tempo havia em Portugal partidos.
um
segui-o
protesto contra
Amorta-
lhado nos estandartes da soldadesca, diziamno vivo. Que me importava, se, atravs da tela,
A EMIGRAO
288
via que estava morto? Fui cartista emquanto houve cartismo, da primeira at ltima hora. Fiquei depois solto. Pertencera a
bem
um
partido
no pertenci a
um
cadver. Desde
em
politica,
Se
bem como em
fiz bom neg-
das as ambies.
Nenhuma
parcialidade, desde
nhum
chivos
solicitei,
secretarias
as
por isso
curos,
servido
me deixassem morrer em
resumo
e o fito das
A EMIGRAO
289
dernas e a historia do
hora, Vir tempo
srio tenha
me
parte
disse.
mar
ter
um
dado
M.
alli
e pericia,
P. de
sr.
bem
Algumas
certo disso.
del-
nos, que
me batem
seguem
at a velhice, fraqueza
o orgulho legtimo.
bem commigo. Ha
Domando
que humilha
a vaidade, fico
tal
ponto que
tractar
imponham
o silencio
mas
um homem de
injusto
inquo.
em
abstracto,
mas
em
concreto
A EMIGRAO
290
Mephistopheles
M.
de
a batalhar
num campo
que,
em momen-
com
em
repugnem
eu ao frouxo claro
e consciente democracia.
me invadem
esplendores de atilada
Abstendo-me de o ou-
vir,
vvel
madura reflexo, o
P. de M. entender alguma vez que a bem
Se
sr.-
que
todavia,
depois de
meu
meu
pblica,
mas
at nas
da vida familiar
e n-
tima.
Desculpe
v. ex.'' este,
ndice
Pg.
Advertncia
Carta do
Paulo de Moraes
sr.
xii
Resposta do auctor
xiii
os vnculos
(1856)
I
II
Preliminares
Processo
agricola
Propriedade
rural.
Opportunidade da discusso
I I I
IV
13
pr e o contra
27
legitimidade
Desigualdade e personalidade
VI Os
VII
47
moraes
Difficuldades
58
econmicas na
VIII
Os
vinculos
grande
grande e
IX
considerados
69
em
relao
pequena propriedade,
TOMO
IV
pequena cultura
87
99
20
ndice
292
A EMIGRAO
(1873-1875)
Pag.
Carta
107
II
119
ll
134
IV
159
179
VI
192
VII
209
VIII
231
IX
244
264
XI
282
OBRAS
DE
Alexandre Herculano
- Romance
Bobo (0)
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Cartas (Inditas)
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2 vols
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Composies vrias
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lOSOO
Pz-^s/Z^A-?
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da
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Histria de Portugal
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Poesias:
Livro
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Opsculos
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cumentos autnticos
I;
I,
vro
II,
vro
III,
Li
vrias.
Li-
harpa do crente.
Poesias
||
I;
Verses: de Millevoye,
Branger,
Dlavigne,
Lamarti-
ne, etc
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