Estradas - 2 Parte

Fazer download em doc, pdf ou txt
Fazer download em doc, pdf ou txt
Você está na página 1de 16

Captulo 4 - Concordncia de Curvas Horizontais

4.1 Introduo
O traado em planta de uma estrada composto de trechos retos concordados
com curvas circulares, sendo que essas so usadas para desviar a estrada de
obstculos que no possam ser vencidos economicamente.
A escolha do raio a ser adotado para uma determinada curva de um traado
depende da anlise de diversos fatores especficos da curva e da harmonia do
conjunto de elementos que constituiro a planta de estrada. Muitas vezes problemas
locais obrigam o uso de raios de valor baixo, dois fatores principais limitam estes
valores a serem adotados:
Estabilidade dos veculos que percorrem a curva com grande velocidade;
Mnimas condies de visibilidade.

4.2 Caractersticas Geomtricas das Curvas Horizontais


A figura abaixo mostra a geometria da concordncia das curvas horizontais
circulares com as tangentes (trechos retos) do traado e a nomenclatura adotada.

PI

AC

T
CIRCULAR

PT

PC

TA
NG
EN
TE

TE
EN
G
N
TA

PI = ponto de interseo das tangentes


PC = ponto de incio da curva
PT = ponto de trmino da curva ou
ponto de incio da tangente
RC = raio da curva
AC = ngulo de deflexo das tangentes ou
ngulo central da curva
T=
tangente da curva
D=
desenvolvimento do trecho circular ou
comprimento do arco de circunferncia PC, PT
O=
centro da curva

AC

Chamando-se de desenvolvimento (D) da curva circular ao comprimento do arco


de crculo compreendido entre os pontos PC e PT e grau da curva (G) ao ngulo com
vrtice em (O) que corresponde a um desenvolvimento e 20 m (uma estaca) teremos:
- grau da curva:
G

20 360 1146

2 Rc
Rc

para G em graus e Rc em metros

- tangente da curva:
T Rc tan

AC
2

- desenvolvimento do trecho circular:

20 AC
para AC e G em graus e D em metros ou
G
D AC Rc para Rc e D em metros e AC em radianos.
D

20

- Estaca do PC:
Est. do PC = Est. do PI T
- Est. do PT:
Est. do PT = Est. do PC + D

4.3 Estabilidade de Veculos em Curvas Horizontais Superelevadas


Chama-se de superelevao a declividade transversal da pista feita em torno do
bordo interno, nas curvas, proporcionando maior estabilidade aos veculos.

21

Fc = fora centrfuga
P = peso do veculo
Fa = fora de atrito
Pt = componente do peso tangente a pista
Pn = componente do peso normal a pista
f = coeficiente de atrito de escorregamento
transversal

Fc
G

Pt

Fa

Pn

Condio de Equilbrio: Pt + Fa = Fc
Pt P sen P tg

( pequeno)

Fa Pn f P cos f P f

Fc

m v2 P v2

R
gR

P tg P f

e tg

v2
P v2
f
tg
gR
gR

Frmula geral da superelevao

v2
f
gR

Expresso geral terica usada pelo DNER


Fazendo: v(m/s) V(Km/h)
g = 9,8 m/s2

v2
f
2
3,6 9,8 R

v2
f
127 R

onde:
e - superelevao (%);
V - velocidade de projeto (km/h);
R - raio da curva (m);
f - coeficiente de atrito.
4.3.1 Valores Mximos da Superelevao:
O valor da superelevao a ser adotado para uma determinada curva circular
deve ser limitado a um valor mximo por razes prticas, como: curva com uma
superelevao alta pode provocar o deslizamento do veculo para o interior da curva ou
mesmo o tombamento de veculo que percorram a curva com velocidade muito baixa
ou parem sobre a curva por qualquer motivo.
Os valores mximos adotados, segundo a AASHTO, so determinados em
funo dos seguintes fatores:
- Condies climticas, isto , freqncia de ocorrncia de chuvas, e eventual
ocorrncia de gelo ou neve;
- Condies topogrficas do local;
22

- Tipo de rea: rural ou urbana;


- Freqncia de trafego lento no trecho considerado.
A AASHTO considera os seguintes valores para a superelevao mxima:
Mxima
superelevao
AASHTO

Fatores
Determinantes
Zona rural - Boas condies

0,12

Zona rural - Possibilidade de gelo ou neve

0,08

Zona urbana ou trechos de baixa velocidade

0,06

O DNER estabeleceu uma frmula prtica para o clculo da superelevao,


considerando uma reduo de 25 % na velocidade de projeto:
0,75 v 2
127 R

0,0044 v 2
R

4.3.2 Valores Mximos de Coeficiente de Atrito Lateral


Quando um veculo percorre uma curva horizontal circular o mximo valor do
atrito lateral o valor do atrito desenvolvido entre o pneu do veculo e a superfcie do
pavimento na iminncia de escorregamento. A tabela abaixo mostra os resultados
obtidos nas pistas experimentais para os valores mximos de atrito lateral:
Velocidade
fmax
(km/h)
AASHTO BARNETT
50
60
70
80
90
100
110
120

0.16
0.15
0.15
0.14
0.13
0.13
0.12
0.11

0.16
0.16
0.16
0.16
0.16
0.15
0.14

LA
TORRE
0.16
0.15
0.14
0.13
0.12

4.4 Raio Mnimo de Curvas Circulares


Deve atender a seguintes condies: garantir a estabilidade dos veculos e
garantir condies mnimas de visibilidade em toda a curva.
4.4.1 Raio Mnimo em Funo da Estabilidade
Na eminncia do escorregamento, o menor raio a ser adotado para a curva pode
ser calculado considerando-se valores mximos de superelevao e coeficiente de
atrito lateral:
Rmin

V2
g (emax f max )

onde:
V - velocidade de projeto (km/h);
g - gravidade (m/s2);
emax - superelevao mxima na curva;
23

fmax = coeficiente de atrito lateral mximo.

4.5 Condies Mnimas de Visibilidade nas Curvas Horizontais


Definido o raio mnimo quanto estabilidade para projeto de uma estrada, devese verificar para cada curva horizontal se o valor do raio adotado satisfaz s condies
mnimas de visibilidade de uma distncia superior distncia de frenagem (Df),
considerando o caso mais geral.
Df 0,7 V

0,0039 V 2
f i

Assim em cada curva deve-se verificar:


a) A visibilidade em funo dos obstculos existentes;
Curva Horizontal em Aterro

ta
pis

Veculo colocado sobre o eixo


da faixa de trfego interno
obstculo
visibilidade

Rc

A = veculo em movimento
B = veculo parado na contra-mo
Rc - raio da curva

b) A visibilidade em funo da posio e inclinao dos taludes.

24

4.6 Alargamento das Pistas nas Curvas - Superlargura


A pista de uma estrada, muitas vezes alargada nas curvas para dar ao
motorista as mesmas condies de operao do veculo encontradas nos trechos em
tangente.

25

Pistas estreitas e/ou com curvas fechadas (raio pequeno) precisam aumentar
sua largura nos trechos em curva, mesmo que a velocidade do veculo seja baixa
porque:
a) quando um motorista percorre uma curva circular e o ngulo de entrada das rodas
constante, a trajetria de cada ponto do veculo circular. O anel circular formado pela
trajetria de seus pontos extremos mais largo que o gabarito transversal do veculo
em linha reta.
b) o motorista tem uma maior dificuldade em manter o veculo sobre o eixo de sua faixa
de trfego.

EIXO

ABCD = Gabarito padro de um veculo automotor


B

AE = sobrelargura
C

OE = R = raio da curva
AB = CD = L = comprimento do gabarito

A largura do gabarito BC no tem importncia sobre a superlargura e sim sobre


a largura da faixa de trfego, j estabelecida. A superlargura deve ser tal que impea
que o veculo invada a faixa de trfego adjacente.
Da figura, tem-se:
= AE = OE - AO = R - AO (1)
OAB um tringulo retngulo: (AO)2 = (OB)2 + (AB)2
OA

R 2 L2

Substituindo em (1): R R 2 L2
Considerando a pista com duas faixas de trfego: 2 R R 2 L2

A fim de combater a deformao produzida pela perspectiva, na qual a pista


estreita-se bruscamente nas curvas, causando um efeito desagradvel de fundo
psicolgico nos motoristas, foi feita uma correo na frmula acima o que aumenta o
valor as superlargura:
a) AASHTO (correo em funo do raio da curva)

2 R R 2 L2

3.5
R

26

b) DNER (correo em funo da velocidade e do raio)

n R R 2 L2

V
10 R

onde:
n = nmero de faixas por eixo;
R = raio da curva (m);
L = distncia entre eixos (6 a 10 m).
V = velocidade do veculo (m/s)
A distribuio da superlargura
acompanhando a superelevao.

deve

corresponder

curva

circular,

Exerccios
1) Determinar o valor da superelevao e da superlargura para uma curva de raio
300m cuja velocidade de projeto de 100 km/h. So dados: g = 10m/s 2, coeficiente
de atrito = 0,14, pista com 2 faixas, distncia mxima entre eixos = 10 m.
2) Um veculo trafega por uma rodovia pavimentada de classe II, em regio plana com
uma pista de 2 faixas. Calcular a distncia de visibilidade para pista molhada,
considerando as seguintes situaes: a) a presena de um bloco de rocha na
mesma faixa de trfego, b) um veculo trafegando na contramo, c) a manobra de
ultrapassagem de um caminho que se desloca com a velocidade diretriz, d) um
veculo parado na mesma faixa de trfego, num declive de 2,5 %.
Dados:
t1 = 4.15 s
t2 = 10 s
d3 = 60 m
a = 0.80 km/h.s e 0.21 m/s2

4.7 Locao de Curvas


Vrios so os processos empregados para a locao de curvas e dentre ele
citamos os seguintes: das transversais ou de interseo, das ordenadas sobre a
tangente, das ordenadas sobre a corda e processo das deflexes. Sendo que o ltimo
, praticamente, o nico processo empregado no Brasil. Entre ns quando falamos em
locao de uma curva, estamos nos referindo ao processo de deflexo sobre a
tangente. Pode acontecer, esporadicamente, que se use outro processo.
Antes de comear a descrever o processo das deflexes necessrio se
apresentar algumas definies:
a) Azimute: o ngulo horizontal formado entre a direo Norte-Sul at o alinhamento.
Este pode ser medido a partir do Norte ou a partir do Sul, para a direita ou para
esquerda, podendo variar de 0 a 360.
b) Deflexo: o ngulo formado pelo segmento AB e a tangente AI a deflexo de AB
em relao tangente AI. chamada de deflexo total da curva e tem como medida a
metade do ngulo central. Se o ngulo central for dado em graus, teremos a corda de
20 metros e a deflexo da corda ser:
d

G
2
27

a) Deflexo por metro (dm):


tangente externa, logo:

a deflexo de uma corda de 1m em relao a

G
G
dm 2
20 40

AC/2 AC/2

Suponhamos que o PC est localizado na estaca 6, temos que marcar a estaca


7, 8, etc., que so eqidistantes 20 metros. A curva definida pelo seu grau G (grau da
curva o ngulo central da curva que subtende uma corda determinada 20 m no
Brasil).
Com o teodolito em PC, faremos a deflexo a, ngulo da tangente com a
visada para a estaca 7, de valor igual a metade do grau da curva. Assim sendo, sobre a
visada PC-7, mede-se a distncia de 20 metros e tem-se a estaca 7. A estaca 8 ser
dada pelo ngulo b e pela medio da corda 7-8 (que neste caso de 20 metros). Para
a estaca 9 teramos analogamente, distncia 8-9 (20 metros), situado sobre a visada
PC-9. Neste caso, seguindo o conceito de deflexo, teramos: a =1/2 G, b = G e c =
3/2 G.

28

7
PC

6 G/2 G/2
5
R

H certos casos, entretanto, em que, com o instrumento instalado no PC, no


podemos avistar os pontos seguintes, a partir de certa estaca; o caso de haver um
obstculo, se o terreno for muito acidentado ou coberto de vegetao densa. Assim
sendo, necessrio que se faa mudanas de base, tantas quanto forem necessrias,
para a realizao da locao.
Exemplo Numrico:
Locao da 1a estaca da curva, pelo processo das deflexes:

PC

25

27

26

PC

5+
=2
9,0

24

0m
0

Exemplo, suposto PC = 25 + 9 m. Distncia PC Est. 26 = 11 m. A deflexo


para a 1a estaca (26) ser:
= 11 . G/40;
R = 143,36 m;
G = 8, vir:
dm = 8/40 = 0,2 = 12, ento:
= 11 . 12 = 132 = 2 12
Exemplo de Clculo de Locao
Seja uma tangente cujo azimute de 42 10. Na estaca 125 + 1,30 m est o
PC de uma curva direita, de raio 312,58 m, grau 3 40. A segunda tangente faz com
a primeira uma deflexo de 30.
Assim, temos:
T R tg

AC
2

T 312,5 tg

30
2

T 312,58 0,26795

T 83,756 m

29

AC 20
G

30 20
3,6667

D 163,636m

PT = PC + D
PT = (125 + 1,30) + 163,636
PT = 2664,9364 PT = 133 + 4,93 m

dm

PT = 2501,30 + 163,636

G 3.6667

0.0917 5'30"
40
40

A primeira estaca inteira da curva a 126, cuja distncia do PC :


20,00 1,30 = 18,70 m
A deflexo parcial correspondente :

1 18,70 0.0917 1,7148 142'51"


As deflexes parciais para a locao das outras estacas inteiras so de:
20 m 20 0,0917 1,8340 150'

A deflexo parcial correspondente ao ltimo lance da locao, isto , da estaca


133 ao PT, sendo a corda para locao de 4,936 m, de:

n 4,936 0,0917 0,4526 27'09"


Verificao:
1 ................................................. = 14251
7 . 20 = 7 . 150 ......................... = 125000
n ................................................. = 02709
--------------150000 = AC/2 = deflexo total
Estacas
125 +1,30 m
126
127
128
129
130
131
132
133
133 + 4,936

Deflexes
Parciais

Deflexes
Acumuladas

14251
15000

02709

14251
33251
52251
71251
90251
105251
124251
143251
150000

Azimutes
Lidos
4210 NE

Azimutes
Calculados

Observaes

564251
5710 NE

L-se o azimute da tangente anterior antes de comear a locao da curva


e calcula-se os azimutes em todos os pontos de mudanas; isso tem por fim obter-se
um meio de verificar se a locao foi bem feita, pois o ngulo compreendido entre os
dados pelos azimutes extremos a contar sempre do norte deve ser igual deflexo
total acumulada.
No exemplo anterior, temos:
5710 - 4210 = 150000, que confere com a deflexo total ou acumulada
da curva.

30

4.8 Geometria das Curvas Horizontais de Transio

PI
AC
TT

E
Xs

Ys

CS

SC

Ls

Ls

Rc

TS

AC

ST

s
AC/2

0
Pontos de concordncia:
TS: tangente -espiral
SC: espiral-circular
CS: circular-espiral
ST: espiral-tangente
PI: Ponto de Interseo das Tangentes
A: Ponto Genrico de Transio
Xs: Abscissas dos pontos SC e CS
Ys Ordenadas dos pontos SC e CS

TT: Tangente Total


K: Abscissa do centro
P Afastamento
X: Abcissa de um ponto genrico A
Y: Ordenada de um ponto genrico A
s: ngulo de transio
AC: deflexo das tangentes = ngulo central
: ngulo central do trecho circular
Ls: Comprimento de Transio
E : Afastamento

A definio de um traado de uma estrada por meio de linhas retas


concordando diretamente com curvas circulares, s pode ser admitida em casos
especiais. A descontinuidade da curvatura que existe no ponto de passagem da
tangente para a circular (ponto PC) ou da circular para a tangente (ponto PT) no pode
ser aceita em um traado racional.
Na passagem do trecho em tangente para o trecho circular e vice-versa, dever
existir um trecho com curvatura progressiva para cumprir as seguintes funes :
a) permitir uma variao progressiva da superelevao, teoricamente nula nos trechos
retos e de valor constate nos trechos circulares.
b) Possibilitar uma variao contnua de acelerao centrpeta na passagem da
tangente para o trecho circular.
c) Proporcionar um traado fluente, sem impresso de descontinuidade da curvatura e
esteticamente agradvel, graas variao suave da curvatura.
Essas curvas de curvatura progressiva so chamadas de curvas de transio e
seu raio instantneo varia em cada ponto desde o valor Rc (na concordncia com o
trecho circular de raio Rc) at o valor infinito (na concordncia com o trecho em
tangente).

31

4.8.1 Tipos de Curvas Usadas para Transio


Qualquer curva contnua cujo raio instantneo varie de ponto para ponto
poder ser usada como curva de transio, segundo os projetistas mais experientes,
algumas curvas especiais oferecem vantagens no seu uso, ou pela maior facilidade de
clculo ou porque atendem melhor s exigncias de um bom traado.
Curvas usuais:
a) Espiral

x
pto. de inflexo

b) Lemniscata

x
pto. de inflexo

c) Parbola Cbica

x
pto. de inflexo

Para pequenos valores do ngulo de transio (caso normal dos traados de


estradas) as trs curvas relacionadas apresentam valores semelhantes. Devido a maior
facilidade de clculo dos elementos da curva e preparo de elementos para as
cadernetas de locao muitas vezes usada a lemniscata ou a parbola cbica como
curva de transio, porm, embora trabalhosa a espiral a curva que melhor atende as
exigncias de um traado racional.

32

A espiral a curva descrita por um veculo que trafega a uma velocidade


constante, enquanto o motorista gira o volante a uma velocidade angular constante. A
figura abaixo mostra esquematicamente uma espiral de equao:
R.L=N
Para um ponto P genrico, L = comprimento da curva desde a origem at o
ponto P.
R = raio instantneo no ponto P;
N = parmetro da espiral (constante).
y

45

P
x

Com o advento dos computadores que hoje permitem o rpido clculo dos
diversos elementos da transio, bem como, a elaborao direta de cadernetas de
locao, o uso das espirais vem sendo cada vez mais generalizado.
Considerando a convenincia tcnica do uso da espiral trataremos apenas
desse tipo de curva.
4.8.2 Escolha do Comprimento da Transio
Sendo a espiral uma curva da equao:
R.L=N
A determinao da constante N est relacionada ao valor do comprimento de
transio (Ls) a ser adotado para a curva. Definido o valor de Ls a condio necessria
concordncia da transio com a circular impe:
Rc . Ls = N
Onde:
Rc = raio da curva circular;
Ls = comprimento de transio adotado.
Conhecido o valor do raio da curva circular (Rc) e adotado um valor
conveniente para o comprimento de transio (Ls) o valor da constante (N) estar
definido.
# Valores Mnimos e Mximos do Comprimento de Transio
A determinao do comprimento mnimo de transio (Ls min) feita de forma
que a variao da acelerao centrpeta (ac) que atua sobre um veculo que percorra a
transio com uma velocidade (V) constante, no ultrapasse valores confortveis.
A variao confortvel da acelerao centrpeta por unidade de tempo (J) no
deve ultrapassar o valor de 0,6 m/s3.
33

Para um veculo que percorra a curva de transio com velocidade constante


em um tempo (ts), a variao da acelerao centrpeta ser:

V2
ac
J Rc
ts Ls
V

ou

Ls

V3
J Rc

Adotando-se um Jmx = 0,6 m/s3, podemos definir o valor do comprimento de


transio correspondente a essa variao mxima de acelerao centrpeta:
Ls min

V3
0,6 Rc

nas unidades usuais:


Ls min 0,036

V3
Rc

onde:
Lsmin = comprimento mnimo de transio (m);
Rc = raio do trecho circular (m);
V = velocidade de projeto (km/h).
A condio para chegarmos ao mximo comprimento de transio = 0
= AC - 2s
= 0 teremos AC = 2s ou smax= AC/2
smax = mximo valor do ngulo de transio.
Valor mximo do comprimento de transio Ls:
Lsmax = 2 . Rc . smax
Lsmax = Rc . AC
onde:
Lsmax = mximo valor do comprimento de transio (m);
Rc = raio do trecho circular (m);
AC = ngulo central (rad.).
O valor do comprimento de transio Ls a ser adotado ser necessariamente
um valor compreendido entre os limites: Lsmin e Lsmax.
# Escolha do Valor de Ls
A escolha de um comprimento de transio muito grande gera grandes valores
de P (afastamento da curva circular), criando um deslocamento do trecho circular, em
relao sua posio primitiva muito grande. Para chegarmos a um Ls desejvel,
visando o conforto do usurio, utilizaremos a seguinte frmula:
Lsdesej. = 2 . Lsmin

34

4.8.3 Clculo dos Elementos Necessrios Definio da Curva


Frmulas utilizadas:
a) ngulo de transio: s

Ls
2 Rc

b) Abcissa dos pontos SC e CS: Xs Ls 1

s 2 s 4

.........
10
216

s s 3

s 5

........
42 1320
3

c) Ordenadas dos pontos SC e Cs: Ys Ls


d) Abcissa do centro: K Xs Rc sen s
e) Afastamento: P Ys Rc 1 coss
f) Tangente Total: TT K Rc P tg

AC
2

g) Est. da TS = Est. do PI TT
h) Est. da SC = Est. da TS + Ls
i) ngulo central do trecho circular: Ac 2s
j) Desenvolvimento do trecho circular: D Rc
k) Est. da CS = Est. da SC + D
l) Est. da ST = Est. da CS + Ls

m) Distncia entre o PI e acurva circular:

Rc p
E
Rc
cos Ac

Exerccio
1) Projetar uma rodovia para Vp = 100 km/h. Calcular os comprimentos de transio
mnimo, mximo e desejvel para uma curva horizontal, cujo raio no trecho circular
600 m, sendo o AC= 60.
2) Com os dados do exerccio anterior e adotando o Ls desejvel, calcular os
elementos da curva.
3) Ainda com os dados do exerccio anterior e sabendo-se que a estaca do PI igual a
847 + 12,20 m, calcular as estacas da TS, SC, CS, ST.

35

Você também pode gostar