Estradas - 2 Parte
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Estradas - 2 Parte
4.1 Introduo
O traado em planta de uma estrada composto de trechos retos concordados
com curvas circulares, sendo que essas so usadas para desviar a estrada de
obstculos que no possam ser vencidos economicamente.
A escolha do raio a ser adotado para uma determinada curva de um traado
depende da anlise de diversos fatores especficos da curva e da harmonia do
conjunto de elementos que constituiro a planta de estrada. Muitas vezes problemas
locais obrigam o uso de raios de valor baixo, dois fatores principais limitam estes
valores a serem adotados:
Estabilidade dos veculos que percorrem a curva com grande velocidade;
Mnimas condies de visibilidade.
PI
AC
T
CIRCULAR
PT
PC
TA
NG
EN
TE
TE
EN
G
N
TA
AC
20 360 1146
2 Rc
Rc
- tangente da curva:
T Rc tan
AC
2
20 AC
para AC e G em graus e D em metros ou
G
D AC Rc para Rc e D em metros e AC em radianos.
D
20
- Estaca do PC:
Est. do PC = Est. do PI T
- Est. do PT:
Est. do PT = Est. do PC + D
21
Fc = fora centrfuga
P = peso do veculo
Fa = fora de atrito
Pt = componente do peso tangente a pista
Pn = componente do peso normal a pista
f = coeficiente de atrito de escorregamento
transversal
Fc
G
Pt
Fa
Pn
Condio de Equilbrio: Pt + Fa = Fc
Pt P sen P tg
( pequeno)
Fa Pn f P cos f P f
Fc
m v2 P v2
R
gR
P tg P f
e tg
v2
P v2
f
tg
gR
gR
v2
f
gR
v2
f
2
3,6 9,8 R
v2
f
127 R
onde:
e - superelevao (%);
V - velocidade de projeto (km/h);
R - raio da curva (m);
f - coeficiente de atrito.
4.3.1 Valores Mximos da Superelevao:
O valor da superelevao a ser adotado para uma determinada curva circular
deve ser limitado a um valor mximo por razes prticas, como: curva com uma
superelevao alta pode provocar o deslizamento do veculo para o interior da curva ou
mesmo o tombamento de veculo que percorram a curva com velocidade muito baixa
ou parem sobre a curva por qualquer motivo.
Os valores mximos adotados, segundo a AASHTO, so determinados em
funo dos seguintes fatores:
- Condies climticas, isto , freqncia de ocorrncia de chuvas, e eventual
ocorrncia de gelo ou neve;
- Condies topogrficas do local;
22
Fatores
Determinantes
Zona rural - Boas condies
0,12
0,08
0,06
0,0044 v 2
R
0.16
0.15
0.15
0.14
0.13
0.13
0.12
0.11
0.16
0.16
0.16
0.16
0.16
0.15
0.14
LA
TORRE
0.16
0.15
0.14
0.13
0.12
V2
g (emax f max )
onde:
V - velocidade de projeto (km/h);
g - gravidade (m/s2);
emax - superelevao mxima na curva;
23
0,0039 V 2
f i
ta
pis
Rc
A = veculo em movimento
B = veculo parado na contra-mo
Rc - raio da curva
24
25
Pistas estreitas e/ou com curvas fechadas (raio pequeno) precisam aumentar
sua largura nos trechos em curva, mesmo que a velocidade do veculo seja baixa
porque:
a) quando um motorista percorre uma curva circular e o ngulo de entrada das rodas
constante, a trajetria de cada ponto do veculo circular. O anel circular formado pela
trajetria de seus pontos extremos mais largo que o gabarito transversal do veculo
em linha reta.
b) o motorista tem uma maior dificuldade em manter o veculo sobre o eixo de sua faixa
de trfego.
EIXO
AE = sobrelargura
C
OE = R = raio da curva
AB = CD = L = comprimento do gabarito
R 2 L2
Substituindo em (1): R R 2 L2
Considerando a pista com duas faixas de trfego: 2 R R 2 L2
2 R R 2 L2
3.5
R
26
n R R 2 L2
V
10 R
onde:
n = nmero de faixas por eixo;
R = raio da curva (m);
L = distncia entre eixos (6 a 10 m).
V = velocidade do veculo (m/s)
A distribuio da superlargura
acompanhando a superelevao.
deve
corresponder
curva
circular,
Exerccios
1) Determinar o valor da superelevao e da superlargura para uma curva de raio
300m cuja velocidade de projeto de 100 km/h. So dados: g = 10m/s 2, coeficiente
de atrito = 0,14, pista com 2 faixas, distncia mxima entre eixos = 10 m.
2) Um veculo trafega por uma rodovia pavimentada de classe II, em regio plana com
uma pista de 2 faixas. Calcular a distncia de visibilidade para pista molhada,
considerando as seguintes situaes: a) a presena de um bloco de rocha na
mesma faixa de trfego, b) um veculo trafegando na contramo, c) a manobra de
ultrapassagem de um caminho que se desloca com a velocidade diretriz, d) um
veculo parado na mesma faixa de trfego, num declive de 2,5 %.
Dados:
t1 = 4.15 s
t2 = 10 s
d3 = 60 m
a = 0.80 km/h.s e 0.21 m/s2
G
2
27
G
G
dm 2
20 40
AC/2 AC/2
28
7
PC
6 G/2 G/2
5
R
PC
25
27
26
PC
5+
=2
9,0
24
0m
0
AC
2
T 312,5 tg
30
2
T 312,58 0,26795
T 83,756 m
29
AC 20
G
30 20
3,6667
D 163,636m
PT = PC + D
PT = (125 + 1,30) + 163,636
PT = 2664,9364 PT = 133 + 4,93 m
dm
PT = 2501,30 + 163,636
G 3.6667
0.0917 5'30"
40
40
Deflexes
Parciais
Deflexes
Acumuladas
14251
15000
02709
14251
33251
52251
71251
90251
105251
124251
143251
150000
Azimutes
Lidos
4210 NE
Azimutes
Calculados
Observaes
564251
5710 NE
30
PI
AC
TT
E
Xs
Ys
CS
SC
Ls
Ls
Rc
TS
AC
ST
s
AC/2
0
Pontos de concordncia:
TS: tangente -espiral
SC: espiral-circular
CS: circular-espiral
ST: espiral-tangente
PI: Ponto de Interseo das Tangentes
A: Ponto Genrico de Transio
Xs: Abscissas dos pontos SC e CS
Ys Ordenadas dos pontos SC e CS
31
x
pto. de inflexo
b) Lemniscata
x
pto. de inflexo
c) Parbola Cbica
x
pto. de inflexo
32
45
P
x
Com o advento dos computadores que hoje permitem o rpido clculo dos
diversos elementos da transio, bem como, a elaborao direta de cadernetas de
locao, o uso das espirais vem sendo cada vez mais generalizado.
Considerando a convenincia tcnica do uso da espiral trataremos apenas
desse tipo de curva.
4.8.2 Escolha do Comprimento da Transio
Sendo a espiral uma curva da equao:
R.L=N
A determinao da constante N est relacionada ao valor do comprimento de
transio (Ls) a ser adotado para a curva. Definido o valor de Ls a condio necessria
concordncia da transio com a circular impe:
Rc . Ls = N
Onde:
Rc = raio da curva circular;
Ls = comprimento de transio adotado.
Conhecido o valor do raio da curva circular (Rc) e adotado um valor
conveniente para o comprimento de transio (Ls) o valor da constante (N) estar
definido.
# Valores Mnimos e Mximos do Comprimento de Transio
A determinao do comprimento mnimo de transio (Ls min) feita de forma
que a variao da acelerao centrpeta (ac) que atua sobre um veculo que percorra a
transio com uma velocidade (V) constante, no ultrapasse valores confortveis.
A variao confortvel da acelerao centrpeta por unidade de tempo (J) no
deve ultrapassar o valor de 0,6 m/s3.
33
V2
ac
J Rc
ts Ls
V
ou
Ls
V3
J Rc
V3
0,6 Rc
V3
Rc
onde:
Lsmin = comprimento mnimo de transio (m);
Rc = raio do trecho circular (m);
V = velocidade de projeto (km/h).
A condio para chegarmos ao mximo comprimento de transio = 0
= AC - 2s
= 0 teremos AC = 2s ou smax= AC/2
smax = mximo valor do ngulo de transio.
Valor mximo do comprimento de transio Ls:
Lsmax = 2 . Rc . smax
Lsmax = Rc . AC
onde:
Lsmax = mximo valor do comprimento de transio (m);
Rc = raio do trecho circular (m);
AC = ngulo central (rad.).
O valor do comprimento de transio Ls a ser adotado ser necessariamente
um valor compreendido entre os limites: Lsmin e Lsmax.
# Escolha do Valor de Ls
A escolha de um comprimento de transio muito grande gera grandes valores
de P (afastamento da curva circular), criando um deslocamento do trecho circular, em
relao sua posio primitiva muito grande. Para chegarmos a um Ls desejvel,
visando o conforto do usurio, utilizaremos a seguinte frmula:
Lsdesej. = 2 . Lsmin
34
Ls
2 Rc
s 2 s 4
.........
10
216
s s 3
s 5
........
42 1320
3
AC
2
g) Est. da TS = Est. do PI TT
h) Est. da SC = Est. da TS + Ls
i) ngulo central do trecho circular: Ac 2s
j) Desenvolvimento do trecho circular: D Rc
k) Est. da CS = Est. da SC + D
l) Est. da ST = Est. da CS + Ls
Rc p
E
Rc
cos Ac
Exerccio
1) Projetar uma rodovia para Vp = 100 km/h. Calcular os comprimentos de transio
mnimo, mximo e desejvel para uma curva horizontal, cujo raio no trecho circular
600 m, sendo o AC= 60.
2) Com os dados do exerccio anterior e adotando o Ls desejvel, calcular os
elementos da curva.
3) Ainda com os dados do exerccio anterior e sabendo-se que a estaca do PI igual a
847 + 12,20 m, calcular as estacas da TS, SC, CS, ST.
35