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RESENHA
VELLOSO, Monica Pimenta. Os intelectuais e a poltica cultural do Estado
Novo. O Brasil republicano: o tempo do nacional-estatismo - do incio da
dcada de 1930 ao apogeu do Estado Novo / organizao Jorge Ferreira e
Luclia de Almeida Neves Delgado. - 6 ed. - Rio de Janeiro: Civilizao
Brasileira, 2013.
CAPELATO, Maria Helena. O Estado Novo: o que trouxe de novo? O Brasil
republicano: o tempo do nacional-estatismo - do incio da dcada de 1930 ao
apogeu do Estado Novo / organizao Jorge Ferreira e Luclia de Almeida
Neves Delgado. - 6 ed. - Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2013.
liberdade poder decidir e participar do processo de criao das leis nas quais
esta sociedade vai se submeter. claro que a sociedade ideal de Rousseau
outra, at porque o prprio conceito de cidado para este autor se difere do
conceito vigente hoje; mas a partir desta viso de liberdade fcil perceber que
o governo de Getlio Vargas tenderia a beneficiar uma minoria. As bandeiras
abraadas por este governo em nada ou quase nada tem a ver com os
interesses do povo, ainda que essas medidas possam parecer em um primeiro
momento benvolas e generosas. Capelato fala da criao do Ministrio do
Trabalho que parecia ser uma medida em favor as antigas reivindicaes dos
trabalhadores, referente a leis e fiscalizao na esfera do trabalho, mas na
realidade essa ferramenta teria como principal objetivo o controle do Estado
nas relaes entre patres e operrios; assim como o exacerbado investimento
deste governo na esfera da educao, arte, televiso, msica, teatro e cinema;
essas ferramentas serviram de estratgia para controlar e manipular a
populao de forma simblica ( e com o uso da fora aos que se opunham ao
Estado), criando nestes uma identidade nacional coletiva, ampliando e
divulgando a doutrina poltica do governo, e promovendo a exaltao da figura
de Vargas.
O texto de Monica Pimenta, Os intelectuais e a poltica cultural do
Estado Novo, complementa a abordagem de Maria Helena, pois enquanto a
segunda vai narrar todo o processo histrico de construo do Estado Novo, a
primeira vai analisar os mecanismos de ligao entre os intelectuais
modernistas e o Estado, a partir da relao de Getlio Vargas e o Estado Novo.
Pimenta inicia seu texto falando da relao dos intelectuais com o poder,
ela atribui certa responsabilidade ao sistema patriarcal autoritrio e a prpria
condio distino entre os intelectuais antes e aps o Estado Novo, entre o
Homem de letras que ficaria afastado da sociedade em reflexo, e o Homem
Poltico, que esse intelectual que participa ativamente do jogo poltico. Essa
ruptura do lugar do intelectual se d atravs da figura de Getlio Vargas e o
Estado Novo, a partir do momento em que Vargas entra para a Academia
Brasileira de Letras. Os intelectuais nessa nova concepo teriam legitimidade
para falar em nome dos destitudos de capacidade e discernimento, sendo
assim os mais indicados para representar os interesses do povo. Atravs de
exemplos histricos a autora vai demonstrar que em momentos de crise as
elites intelectuais sempre marcaram presena no cenrio poltico, e buscaram a
distinguir-se do conjunto da sociedade, sendo atravs dos ideais da cincia ou
da racionalidade, da arte ou intuio, os intelectuais se auto elegeram
conscincia iluminada do racional.
A partir da dcada de 1930 estes intelectuais passam a direcionar sua
atuao para o mbito do Estado, tendendo a identificar-se como a
representao superior da ideia de nao, assim estes seriam o crebro capaz
de coordenar e fazer funcionar harmonicamente todo o organismo social. No
perodo do Estado Novo vemos manifestar sua forma mais bem-acabada de
construo ideolgica que instaura a positividade popular, essa construo
ideolgica aparece articulada dentro de uma estratgia poltica definida: a do