Desgaste Do Cadinho Do Alto-Forno
Desgaste Do Cadinho Do Alto-Forno
Desgaste Do Cadinho Do Alto-Forno
os Mecanismos de Desgaste do
Cadinho de um Alto-forno
RESUMO
Esta minuta tecnolgica visa fornecer ao estudante de Engenharia Metalrgica e
Materiais uma breve compreenso dos fenmenos e mecanismos de desgaste do
revestimento refratrio do cadinho de um alto-forno. So discutidos os efeitos das
condies hidrodinmicas e operacionais - tamanho, posicionamento, grau de
inatividade do homem morto; tamanho da zona livre de coque, distribuio de gases,
entre outras - sobre a degradao do cadinho. No decurso do texto fica demonstrado
que a campanha do cadinho e, portanto do alto-forno, estipulada pelo modus
operandi, distribuio e deteriorao da carga slida, distribuio e degradao do
homem morto, ciclo de drenagem, condies de sopro, entre outras, os quais
determinam as distribuies trmicas, qumicas, velocidades e de presses ao longo de
todo o reator.
INTRODUO
O alto-forno, por natureza, um reator metalrgico que opera em regime de
contracorrente, isto , a carga slida (pelota, snter, minrios, fundentes, coque ou
carvo vegetal) descende ao longo do reator, enquanto que o fluxo gasoso ascende
desde a zona de combusto at o topo do forno, provocando interaes trmicas,
fsicas e qumicas mutuamente. A eficincia metalrgica e a campanha de um alto-forno
dependem intrinsecamente da conjuminao das interaes trmicas, qumicas e
fsicas. A figura 1 ilustra detalhes e terminologia de um alto-forno.
4
deteriorao e segregao dos componentes da carga, alteram as dimenses e
posicionamento da zona coesiva, modificam a distribuio radial do fluxo gasoso e o
descimento da carga slida, na zona de preparao, alterando os mecanismos de
desgaste do revestimento refratrio nas diversas zonas do alto-forno. Mudanas na
permeabilidade da carga, por sua vez, afetam as distribuies de gases e de lquidos,
e, por conseguinte, os perfis de temperatura e o fluxo de gotejamento de gusa e de
escria; e por carona, a intensidade de desgaste do revestimento refratrio do cadinho.
A figura 2 ilustra um panorama estrutural ou constitucional da zona de elaborao e o
estado trmico a vigente.
5
diferentes (muitas vezes errticas), resultando em diferentes perfis de desgaste do
revestimento interno do alto-forno, especialmente, na regio do cadinho. Por exemplo,
uma situao de distribuies anormais de temperatura e de massa causa uma
distribuio de recirculao de lcalis, enxofre e zinco tambm anormal, provocando
distribuies anormais de degradao do revestimento refratrio. Logo, o compromisso
de minimizar o perfil de desgaste do revestimento refratrio das diversas regies de um
alto-forno, deve estar atrelado ao controle e uniformizao da distribuio radial de
temperatura e de fluxos de gases, de modo a garantir uma distribuio central de
fluxos; descimento estvel das camadas de material ferrfero e de coque; recomposio
da estatura e permeabilidade do homem morto. Tudo isto importante, para que a
temperatura e composio de corrida de gusa e de escria sejam estveis, o que
denota a estabilidade operacional do alto-forno.
6
sobre a cintica das reaes qumicas envolvidas); influindo sobre as distribuies de
fluxos de escria e de gusa (zona de gotejamento) e consequentemente, sobre a
intensidade de desgaste do revestimento refratrio, especialmente nas regies do
cadinho e das zonas de combusto.
7
formao, crescimento e desprendimento de casces; penetrao (figura 6) de
vapores, metal e escria lquidos atravs das juntas, trincas, poros abertos e conexos,
entre outros.
Ora, como as diversas zonas do alto-forno (goela, cuba, ventre, rampa, cadinho,
ventaneiras e furos de corrida, incluindo o(s) furo(s) de corrida(s) exibem solicitaes
qumicas, trmicas e mecnicas diferentes; o revestimento refratrio de cada regio do
forno, figura 7, dever ser construdo por materiais refratrios especficos capazes de
resistir s agresses vigentes em cada zona do reator (temperatura, presso,
composio qumica dos gases e da carga, permeabilidade da carga). Esta filosofia
tecnolgica torna o projeto global do revestimento refratrio de um alto-forno merc das
caractersticas
especficas
do
alto-forno
(tamanho,
produtividade,
condies
9
A figura 8 encerra algumas as causas e tipos de desgaste do revestimento refratrio do
alto-forno: choque trmico, carga trmica, ataque pela ao de lcalis e zinco, reaes
de oxidao e processos de abraso e eroso. Uma distribuio perifrica de gases
exacerba o perfil de desgaste do revestimento refratrio em virtude do aumento da
carga trmica e das agresses qumicas e mecnicas; enquanto que uma distribuio
central preserva-o contra as agresses trmicas e qumicas. Como a distribuio radial
de gases depende da distribuio dos componentes da carga no alto-forno, o controle
da distribuio granulomtrica, inclinao (angulao), espessura e disposio das
camadas alternadas da carga slida de suma importncia para assegurar uma
distribuio central dos gases.
10
11
stave, filme de gua e placas de refrigerao para proteger contra desgaste do banho
em contato.
Materiais cermicos tm sido utilizados com vistas na minimizao do efeito deletrio
causado pela infiltrao de gusa atravs de poroso abertos interconectados, fissuras,
trincas e juntas do revestimento refratrio do cadinho, especialmente na regio do furo
de corrida e da soleira do cadinho. A tabela I mostra propriedades dos materiais do
cadinho do alto-forno.
Tabela I Propriedades de alguns materiais do cadinho (ARAJO, 1997)
Classificao do produto
Temperatura de
queima oC
Partculas
Ligante
Carbono
800-1400
carbono
carbono
< 1000
carbono
carbono
Grafita
2400-3000
grafita
grafita
Semi-grafita
800 1400
grafita
grafita
Semi-grafita prensada a
quente
< 1000
grafita
carbono
Semi-grafitizado
1600-2000
Propriedades
Unidade
Densidade
g/cm3
2,24
2,4
KPa
31.000
35.000
Porosidade
13
22
Condutividade a 500 C
W/moK
1,9
0,9
1,7
Resistncia ao
esmagamento
Condutividade a 1000 C
W/m K
super-duty
60% de alumina
12
13
estrutura); distribuio, tamanhos e interconexo dos poros; exercem fortes efeitos
sobre a resistncia efetiva ao desgaste do revestimento refratrio do cadinho de um
alto-forno. Esta constituio fsica afeta
14
15
16
17
18
cadinho-lquidos (gusa e escria), cadinho-vapores (lcalis e zinco), cadinho-gs
(monxido de carbono, hidrognio, oxignio), figuras 15. A camada agregada
estabelecida no fundo do cadinho, abaixo do sop do homem morto, comumente
denominada de salamandra. A estatura, morfologia e espessura da camada agregada
variam conforme as condies trmicas e hidrodinmicas vigentes na regio do
cadinho do alto-forno. As situaes de homem morto assentado ou flutuante; o estado
de degradao do homem morto e dos componentes da carga; arreamento do leito;
mudana nas distribuies radiais de temperatura e de fluxo gasoso modifica as
condies trmicas na regio do cadinho, alterando a estatura ou constituio da
camada agregada, e, portanto, o perfil de desgaste do cadinho pelos diversos
mecanismos; infiltrao de gusa atravs de poros abertos, trincas e contornos de
gros; dissoluo de gros de material carbono no gusa lquida; infiltrao de gases
redutores (CO e H2), vapores alcalinos e de zinco atravs dos poros, juntas, trincas e
contornos de gros de carbono; precipitao de carbono pela degradao do monxido
de carbono, ente outros.
19
salamandra resultam naturalmente de maiores profundidades de desgaste do
revestimento refratrio do cadinho, especialmente, o fundo. comum, antes da
interrupo da campanha de um alto-forno (cerca de 20 anos), figura 16, proceder a
drenagem da salamandra lquida, em proveito da produo.
20
do alto-forno. A formao de trincas e fragmentao do revestimento, formadas por
tenses termomecnicas, conduzem penetrao preferencialmente de gusa lquido
causando variaes abruptas de temperatura do revestimento do cadinho podendo
resultar em breakouts de grandes propores. A mesma figura explicita ainda que a
distribuio de desgaste do refratrio do cadinho de um alto-forno irregular e
assimtrica em virtude da irregularidade e assimetria dos fluxos de lquido reinantes.
21
A distribuio ou perfil de desgaste do revestimento refratrio varia de alto-forno a altoforno, figura 20, em decorrncia das diferentes condies operacionais; diferentes
tamanhos e estruturas fsicas dos cadinhos; diferentes ciclo de drenagens, os quais
conferem diferentes distribuies de temperatura, velocidades e presses, o que
naturalmente deve estimular avanos distintos da linha de desgaste.
22
23
Descolamentos ou desprendimentos dos blocos ou tijolos de refratrio, figura 22,
associadamente aos processos de eroso das paredes do cadinho, na rea do furo de
corrida, permitem a elevao da temperatura e conseqentemente, a intensidade de
desgaste do cadinho. Ademais, deslocamentos dos blocos de refratrio ocasionam a
formao de trincas, frestas e espaamentos entre os blocos, encorajando a infiltrao
de gusa e de gs, estimulando a danificao local do refratrio e/ ou do furo de corrida.
Lminas de gusa de grandes espessuras podem ser encontradas entre as frestas e
frente aos dos blocos de refratrio do furo de corrida.
24
que a zona intermediria 2 apresenta-se mais fraca do que a regio da face fria do
revestimento do cadinho. A figura 23b mostra a presena de trinca, demolio
localizada e acreo ou ocluso de gusa slido no interior do furo de corrida do
cadinho de um alto-forno. A existncia de trincas no canal de corrida estimula a
infiltrao de gusa ou de escria degradando a estrutura do revestimento refratrio nas
cercanias das mesmas. Similarmente, eroses na superficie da parede interna do furo
de corrida modifica a distribuio de temperatura na estrutura do cadinho adjacente
areas erodidas aumentando a possibilidade de degradao localizada da parede do
cadinho.
25
A infiltrao de gusa pelas juntas, trincas e poros abertos interconectados, figura 24,
outro causador da degradao do revestimento refratrio do cadinho.
26
Figura 26 a) Vista da parte inferior do homem morto sobre a soleira do cadinho (The
Latest Trend of IronmakingTechnology in Japan13 Sept. 2004 Nippon Steel
Corporation, internet); b) fragilizao do revestimento refratrtio da parede lateral do
cadinho de um alto-forno (DANIELI CORUS, internet)
27
cadinho. A existncia de trincas no canal de corrida estimula a infiltrao de gusa,
gases ou de escria degradando a estrutura do revestimento refratrio nas cercanias
das mesmas. Similarmente, eroses na superficie da parede interna do furo de corrida
modifica a distribuio de temperatura na estrutura do cadinho adjacente areas
erodidas aumentando a possibilidade de degradao localizada da parede do cadinho.
A figura 27 mostra a presena de trinca, demolio localizada e acreo ou ocluso de
gusa slido no interior do furo de corrida do cadinho de um alto-forno.
28
deteriorao do refratrio solidrio ao local de inflitrao. Vapores de lcalis e de zinco
podem penetrar pelas trincas, particularmente aps a operao de drenagem do
cadinho, deteriorando o revestimento refratrio covizinho trinca, acelerando o calapso
local da estrutura. A figura 28b mostra a presena de trinca na parede interna do furo
de corrida de um alto-forno.
29
30
de velocidades dos lquidos (escria e gusa) e de temperatura, e consequentemente,
sobre a taxa de desgaste da parede do cadinho.
31
32
Solicitaes termomecnicas, qumicas, entre outras, especialmente durante o ciclo de
drenagem, tambm influem substancialmente sobre a distribuio de desgaste do
revestimento refratrio do cadinho. Deformaes axiais e longitudinais causadas pelas
variaes de temperatura e de esforos mecnicos so estimuladoras potenciais para a
nucleao, crescimento e propagaes de trincas, tanto nos contornos de gros, poros,
juntas, fissuras pr-existentes. Estes efeitos termomecnicos so pronunciados e
comportam-se diferentemente quando dos perodos de enchimento ou esvaziamento
do cadinho ciclo de drenagem, o que caracterstico das condies operacionais,
capacidade e estabilidade da marcha de um dado alto-forno. A figura 34 ilustra o
estado de tenses no revestimento refratrio junto s ventaneiras.
33
da parte vital do reator metalrgico. No entanto, com o avano da linha de desgaste, o
crescimento forado da camada agregada pode retardar a destruio do revestimento
refratrio. Contudo, flutuaes trmicas, na regio do cadinho, podem provocar o
afinamento parcial da camada agregada e mesmo incentivar a penetrao de metal
lquido pelos poros, trincas, juntas e fissuras da parede carbonosa, causando a sua
degradao.
34
drenagem do cadinho; modo de carregamento da carga no topo do forno;
posicionamento e permeabilidade do homem morto (inatividade, espao livre de
coque), entre outros, os quais afetam os fluxos de gusa e de escria na poro inferior
do alto-forno. Estas influncias sobre as distribuies de fluxos de velocidades e de
temperatura afetam a cintica dos mecanismos de desgaste do revestimento refratrio
do cadinho. Pode-se ressalvar ainda, que os perfis de desgaste do revestimento
refratrio dependem do tipo, acomodao e espessura das camadas que conformam o
revestimento de trabalho. Na figura 10, guisa de exemplo, explicitam-se comparaes
entre os perfis de desgaste do refratrio do cadinho para trs usinas siderrgicas
japonesas resultados previstos por modelagem matemtica e resultantes de
dissecao de altos-fornos.
35
36
tamanho e altura desejvel reduo na taxa de degradao do coque, manuteno
de uma boa permeabilidade do homem morto, reduo do volume de coque inativo - de
modo que o desgaste de eroso causado pelo campo de velocidades seja mnimo. O
aumento da resistncia ao fluxo gotejante de gusa e de escria, atravs do leito de
coque, na regio do cadinho, influi consideravelmente sobre o perfil de desgaste do
revestimento refratrio do cadinho (paredes laterais e soleira). Em conseqncia, o
fluxo de escria e gusa torna-se mais pujante na periferia do cadinho, incentivando os
mecanismos de desgaste daquele (figura 40).
37
Figura 40- Efeito da resistncia ao fluxo de gusa gotejado pelo leito de coque sobre o
perfil de desgaste por eroso (TAKATANI et al. 2001)
38
Mudanas no volume do espao vazio entre o cadinho e o homem morto implicam em
variaes na quantidade de acrees formadas e desenvolvidas sobre a parede interna
do cadinho. Por exemplo, a diminuio deste espao vazio causa o aumento da
quantidade de acreso, o que pode demonstrar que o homem morto tornou-se inativo
Por isso, a distribuio de fluxos na regio central do cadinho deve ser dificultada, o
que poder facilitar a solidificao do metal lquido, figura 41, escria, na soleira do
cadinho, sob a base do homem morto.
39
figura nota-se que os perfis de eroso e de espessura da camada agregada no cadinho
do alto-forno 2 so mais suaves comparativamente com o alto-forno 1 da mesma usina
siderrgica, o que pode indicar uma marcha operacional mais estvel do alto-forno 2
em comparao com o alto-forno 1..
40
furo de corrida, o que modifica o perfil trmico e de velocidades do refratrio do
cadinho, e conseqentemente, o perfil de desgaste.
41
Figura 44- Efeito da produo de gusa sobre o perfil de eroso do cadinhho (Takatani
et al. 2001)
42
43
Aumento da temperatura nas paredes laterais do cadinho;
Aumento do potencial de oxignio devido ao aumento das concentraes de
FeO e MnO na escria, decrescendo a taxa de dessulfurao do gusa no
interior do alto-forno;
Decrscimo no teor de carbono no gusa lquido;
Decrscimo na relao massa de escria/massa de gusa lquidos;
Encurtamento do tamanho e densificao da zona de combusto;
Encurtamento do tempo de corrida ou drenagem do cadinho.
Deste modo, a inatividade do homem morto causa mudanas nas taxas de
gotejamento de escria e de gusa (intensificao do fluxo perifrico de lquidos);
mudanas nas distribuies espaciais de temperatura e de gases; descimento errtico
da carga; mudanas no formato e espessura da zona coesiva; degradao anormal do
cadinho, figura 46, o que altera substancialmente o perfil de desgaste do revestimento
refratrio do cadinho do alto-forno.
44
45
desenvolvimento de acrees slidas sobre o revestimento refratrio da cuba;
espessura e formato da zona coesiva, distribuies radial e longitudinal de temperatura
e de gases, o que redunda em exacerbao do fluxo perifrico de escria e de lquidos,
na zona de gotejamento, acelerando o desgaste das camadas de refratrio do cadinho.
A conjuminao destes efeitos redundam em mudanas drsticas no perfil de desgaste
do revestimento refratrio do cadinho. A figura 48 mostra esquematicamente os
conceitos bsicos para a degradao do coque no interior do alto-forno.
46
permeabilidade do homem morto, na regio do cadinho. A gerao de CO e H 2, no front
zona de combusto, aumenta a velocidade do gs, que por sua vez eleva a taxa de
gerao de finos de coque, inclusive aumentando a quantidade de finos arrastados
pelo fluxo gasoso na goela do alto-forno. Altas taxas de injeo de leo combustvel no
alto-forno provoca decrscimo na temperatura de chama e do consumo de coque;
decresce a velocidade da reao de Bourdouard; degrada do homem morto e aumenta
a taxa de gerao de findos, figura 49. Uma taxa excessiva de injeo de leo retarda o
consumo de finos de coque (coke breeze) na zona de combusto, gerando ninhos de
passarinhos, figura 50, fazendo que o fluxo de gs quente suba rente a parede da
rampa. Estes efeitos alteram os perfis de temperatura, velocidades, presses na parte
inferior da zona de elaborao e, por conseguinte, sobre a integridade do revestimento
refratrio nesta localidade do reator metalrgico;
47
48
temperaturas no gusa lquido e no revestimento refratrio do cadinho do alto-forno,
WRIGHT et alli.(2003)
49
50
cadinho sob o furo de corrida onde a velocidade alta. Na quina do cadinho oposta ao
furo de corrida, onde a velocidade baixa, a temperatura do gusa por sua vez baixa.
51
agressiva do que o metal lquido, o furo de corrida sofre desgaste por eroso, o fluxo
de escria aumentado naturalmente. Este movimento de enche e esvazia,
alternadamente, causa os estados de flutuao e de assentamento do homem morto
sobre a soleira do cadinho. Este movimento de sobe-e-desce do homem morto e o
escoamento de gusa e de escria estimulam o desgaste do revestimento refratrio do
cadinho
52
permeabilidade do homem morto,
SAXN, 2003)
53
lquidos, gasosos); formao e desenvolvimento de casces na cuba; engaiolamentos,
arreamentos e descimentos errticos da carga, figura 58; entre outros.
Deve-se ressaltar ainda que a ocorrncia de arreamentos da carga, quer pelo
rompimento de casces ou mesmos descimentos errticos daquela, exercem distrbios
termomecnicos e fluidodinmicos na regio do cadinho, alm de mudanas na
intensidade de gotejamento perifrica de gusa e de escria lquidos, o que pode
acelerar os mecanismos de desgaste errtico do mesmo. Entre os mltiplos fenmenos
ocorrentes, a degradao do coque, ainda na zona de preparao, bem como a
degradao e inativao do homem morto, altera a distribuio de fluxos de gases e
descimento da carga, modificando o posicionamento da zona coesiva, distribuio e
intensidade de gotejamento de gusa e de escria, o que coopera com o perfil de
desgaste do revestimento refratrio do cadinho parede lateral e soleira.;
54
55
fluxo gasoso na poro inferior da inferior do cuba e o fluxo de gotejamento de escria
e de gusa (preferencialmente perifrico).
56
57
58
Por exemplo, quando o homem morto flutua pode causar a deformao da zona de
combusto e possivelmente perturba a regio de coque ativo, influenciando sobre a
distribuio radial de temperatura, presso e de fluxos, figura 62, alm da
permeabilidade do homem morto bem como a velocidade de descimento da carga.
Com isto, mudanas nos perfis de temperatura, de presses e de velocidades na
regio do cadinho podem causar distribuies errticas do desgaste do revestimento
refratrio. Ademais, variaes na queda de presso do gs e a velocidade de
descimento da carga causado por engaiolamento ou arreamento da carga, influenciam
tambm sobre as habilidades de infiltrao de metal, gases e vapores alcalinos na
estrutura do revestimento refratrio do cadinho, modificando a cintica de desgaste
deste.
59
acelerar ou retardar a cintica de desgaste do revestimento refratrio do cadinho e das
regies prximas s ventaneiras. Por exemplo, o enxofre presente no gusa retarda a
cintica de dissoluo do carbono no gusa; eleva o coeficiente de atividade do carbono
no gusa; decresce o coeficiente de difuso do carbono dissolvido no gusa lquido; por
ser tenso-ativo, acumula-se positivamente na interface metal-escria; metal-coque,
metal-cadinho; aumenta o ngulo de molhamento da escria, reduzindo a rea da
interface carbono-gusa lquido;decresce o ngulo de molhamento entre o gusa lquido
e carbono. Logo, gusas com composies diferentes exibiro comportamentos
diferentes no que de refere habilidade de penetrao ou infiltrao nos poros abertos,
trincas, fissuras e contornos de gros; habilidade de dissoluo das partculas de
carbono do coque e do refratrio do cadinho, entre outras. As figuras 63 e 64 mostram
a distribuio e recirculao de enxofre ao longo de um alto-forno, denotando a alta
concentrao deste elemento na parte inferior da zona de elaborao do alto-forno.
60
Figura 63 Distribuio de enxofre no alto-forno no 1 da usina de Hirohata, Japo
(OMORI, 1987)
61
J a figura 65, a guisa de ilustrao, explicita que o aumento da concentrao de
enxofre no gusa lquido retarda a taxa de dissoluo do carbono no gusa, o que pode
ser um indicativo que o gusa mostra-se menos hbil a dissolver o carbono do coque e
do refratrio do cadinho.
Por outro lado, compostos alcalinos (de sdio e potssio) distribuem-se e recirculam-se
dentro do alto-forno, figuras 66 e 67, sendo abundantes na regio do cadinho, onde a
carga trmica exacerbadamente elevada. Estes compostos e os de zinco favorecem
a formao e desenvolvimento de casces na parte alta da cuba, o que modifica a
velocidade de descimento da carga e de distribuio do fluxo gasoso, alternado
substancialmente o perfil trmico e qumico do alto-forno.
Os lcalis e o zinco destroem a resistncia de refratrio de carbono do cadinho do altoforno e agridem as propriedades qumicas dos sistemas de cimentao. Os
mecanismos de desgaste das paredes de refratrio do cadinho so por corroso e
eroso. A corroso das paredes laterais do cadinho, acima do furo de corrida, pode ser
decorrente do ataque de lcalis e zinco. Na parte inferior das paredes laterais e soleira
do cadinho o processo de eroso estimulado. Com a prtica de injeo de finos, o
62
tempo de residncia do coque, na parte baixa do alto-forno aumenta e o grau de
gaseificao do forno cresce, resultando em menor resistncia das partculas de coque.
Sob condies de altas temperaturas, a perda de lcalis, slica e grafitizao das
partculas de coque, conjugadamente com os fenmenos abrasivos na zona de
combusto, conduzem a uma considervel gerao de finos. Altas velocidades de
sopro fazem com que a zona de combusto aja como um jet mill.
Os vapores de K2O e de potssio podem infiltrar nos poros abertos, trincas, fissuras,
contornos de gros e juntas, degradando substancialmente a camada de revestimento
de carbono ou de grafita. Os xidos alcalinos K 2O e Na2O podem reagir com a Al 2O3 e
SiO2, em particular da cinza dos blocos de carbono e de grafita, resultando na
degradao do revestimento refratrio, devido formao de fases lquidas, a
temperaturas inferiores a 1095C (no caso do Na 2O). No caso do K2O, compostos tais
como: K2O.Al2O3.SiO2, K2O.Al2O3.2SiO2 (leucita) podem ser formados, figura 68,
causando tenses na estrutura do refratrio bem como a escorificao da cinza da
material carbonoso. O mecanismo de desgaste do revestimento refratrio do cadinho
por ao de vapores de compostos de potssio ser discutido posteriormente. Por isso,
o emprego de refratrios base de SiO 2-Al2O3 no aconselhvel para o revestimento
da face quente do cadinho do alto-forno.
63
Figura 66 b) Distribuio de lcalis no alto-forno no 1 da usina de Hirohata, Japo
(OMORI, 1987)
64
65
Uma outra causa de desgaste do revestimento refratrio do cadinho de um alto-forno
procede da dissoluo de carbono daquele no gusa. A taxa de dissoluo depende do
campo de velocidades, composio e temperatura do gusa, alm da rea de contato
metal-refratrio. Mudanas no posicionamento e permeabilidade do homem morto
flutuante ou assentado, influem sobremaneira o volume da regio livre de coque e, por
conseguinte, sobre a magnitude da rea de contato metal lquido-refratrio, na regio
do cadinho. Componentes que reduzem a solubilidade do carbono no gusa lquido,
tambm devero dificultar a cintica de dissoluo do material carbonoso do cadinho,
reduzindo, destarte, a taxa de desgaste do revestimento refratrio do cadinho. O
aumento do teor de silcio no gusa lquido, por exemplo, decresce a solubilidade do
carbono no banho metlico, figura 70, o que, portanto, deve interferir sobre a
longevidade do cadinho, pelo mecanismo de dissoluo de carbono. No entanto,
maiores temperaturas e maiores teores de silcio no gusa implicam em maiores cargas
trmicas na regio do cadinho, o que e favorece a ocorrncia de outros mecanismos de
desgaste, tais como: aumento do gradiente trmico; intensificao da taxa de infiltrao
do metal lquido pelos poros abertos e interconectados, contornos de gros, juntas e
fissuras, alm de acelerar a infiltrao de vapores potssio e de zinco, penetrao
gases -oxignio, monxido de carbono CO, hidrognio - escorificao de compostos
das cinzas do coque; associadamente degradao e inativao do homem morto.
Estes fenmenos que estimulam a degradao do revestimento refratrio.
66
A elevao do nvel de gusa e de escria, no cadinho, figura 71, altera o perfil trmico
do refratrio, aumenta a rea de contato, altera o campo de velocidades, modificando a
taxa de desgaste por eroso e corroso. Maiores volumes de lquidos, no cadinho,
devem implicar em aumento do grau de desgaste por penetrao de lquidos pelos
poros, juntas, fendas e trincas bem como pelo mecanismo de dissoluo dos gros de
carbono no gusa, acelerando a taxa de degradao do revestimento refratrio, por
eroso, corroso e dissoluo.
67
68
para
estabelecimento
da
poltica
estratgias
de
controle,
monitoramento e reparos.
69
70
ii.
iii.
Camada penetrada pelo gusa atravs dos poros abertos ou conexos, onde o
metal lquido pode ser solidificado;
71
iv.
v.
vi.
72
SHINOTAKE ET AL (2003) salienta que quando certa regio de refratrio sofre desgaste, o
gusa lquido penetra pelos poros do refratrio remanescente provocando a formao da
camada frgil. O metal lquido alojado entre a camada s do bloco de carbono e a camada
frgil, at que o fluxo de lquidos do cadinho, especialmente o gusa, remova toda a camada
frgil. O processo de deteriorao avanado com uma nova penetrao do gusa pela
estrutura do cadinho, figura 77, onde ocorre a infiltrao do gusa nos poros de refratrio e os
blocos carbono so dissolvidos; Trincas finas so formadas atrs da regio penetrada pelo
metal e a camada frgil, resultando na desintegrao do refratrio. Para o perfil eroso da base
do forno, o tipo de taa e o tipo em forma de cogumelo ou pata de elefante so os perfis de
eroso mais tpicos. FUJIHARA ET AL (1989) reporta que o desgaste dos refratrios enceta-se
na poro mediana do fundo do cadinho e depois na interface fundo/parede cadinho. Pode-se
preconizar que a distribuio de fluxos de lquidos no cadinho (condio de homem morto
suspenso ou assentado, portanto, mudanas no volume e forma da regio livre de coque),
causa o desgaste do fundo e canto do cadinho. A figura 78 ilustra a degradao do cadinho ao
termo da campanha do alto-forno (Tobata, Japo)
73
74
figuras 79 e 80), o que requer que a distncia entre o fundo do cadinho e os furos de
gusa aumentada. Todavia, no caso de altos-fornos com cadinho fundo (rebaixado), o
fluxo de lquidos em toda base do cadinho aumenta, mas o fluxo da interface
parede/fundo diminudo, o que torna o nvel de maior desgaste na regio
intermediaria entre os furos de gusas e quina do fundo.
75
76
77
temperatura de 1150C. Uma vez que perfil de desgaste altera-se com o tempo, a
distribuio de temperatura no revestimento refratrio, figura 85, tambm alterada.
Esta alterao espacial da distribuio trmica do revestimento refratrio do cadinho
(movimento da isoterma de 1150C, provoca o aumento da profundidade de penetrao
do gusa atravs de gusa pelos poros, trincas e contornos de gros, avanando a linha
de degradao do cadinho.
CO2(g)
Zn(g)
CO2(g)
K2O(s, l) +
CO(g)
ZnO(s, l) +
CO(g)
78
Em um terceiro estgio, os lcalis reagem com a alumina e slica das cinzas do bloco
de carbono, formando fases lquidas de aluminossilicatos de potssio e de zinco,
segundo as reaes qumicas:
K2O(s,l)
K2OAl2O3.2SiO2(l)
ZnO(s,l)
Al2O3(s)
K2O.Al2O3.2SiO2(l)
2SiO2(s)
(caliofilita)
K2O.Al2O3.4SiO2(l)
(leucita)
Al2O3(s)
ZnO(s,l)
+ SiO2(s)
Esta fase escorificada (lquida) dentro dos poros abertos, prximo isoterma de 800 oC,
provoca o colapso da estrutura do revestimento refratrio (quarto estgio), tornando-a
pulverulenta, deste modo, desintegrada, fragilizada. Por causa disso, o aumento de
temperatura, desloca a isoterma de 1150C, na direo da face fria, resultando em
mais infiltrao de gusa lquido, acelerando processo de desgaste do revestimento
refratrio do cadinho, aproximando a camada frgil e da camada de gusa penetrado
solidificado. Para temperaturas inferiores a 800C, a estrutura dos blocos de carbono
permanece preservada, conservando as propriedades fsico-qumicas originais.
Entretanto, entre as isotermas de 500C e a da zona frgil, o revestimento refratrio
pode apresentar ligeiras alteraes em suas propriedades fsico-qumicas, devido aos
mecanismos de oxidao e desintegrao do monxido de carbono.
79
80
+
CO(ad)
CO(g) +
O2
CO(ad)
CO(g)
1/O2 CO2
As molculas de CO sofrem desoro das paredes dos poros (estgio III), ficando
disponveis para interagir quimicamente com os compostos alcalinos e de zinco,
inclusive liberando vapores metlicos, ou ainda as molculas do monxido podem ser
desintegradas, precipitando grafita. Por outro lado, o CO 2, possvel de ser gerado,
pode reagir com os vapores de potssio e de zinco, produzindo K 2O e ZnO
2K(g)
CO2(g)
Zn(g)
CO2(g)
K2O(s, l) +
CO(g)
ZnO(s, l) +
CO(g)
81
Al2O3(s)
2SiO2(s)
K2OAl2O3.2SiO2(l)
ZnO(s,l)
K2O.Al2O3.2SiO2(l)
(caliofilita)
K2O.Al2O3.4SiO2(l)
(leucita)
Al2O3(s)
ZnO(s,l)
+ SiO2(s)
CO
2 Fe3O4
4CO
3Fe
4CO2
CO2
82
Parte do CO pode ser adsorvida na superfcie do ferro metlico, (estgio III), figura 90,
formando carbetos de ferro, liberao de oxignio e dixido de carbono,
(Fe..CO)adsorvido
3Fe
2CO
FeC +
O2
Fe3C +
2FeC
Fe2C
3Fe2C
2Fe3C +
Fe3C
3 Fe +
CO2
+ Cgrafita
Cgrafita
Cgrafita
alm de deposio de carbono, pela reao (estgio IV) pela inverso da reao de
Bourdouard:
2CO
CO2 +
Cgrafita
83
RESUMO
Danos termomecnicos, qumicos, entre outros, responsveis pelo desgaste errtico ou
assimtrico do refratrio do cadinho, uma vez que no podem ser inibidos, em virtude
da prpria natureza estrutural e funcional do alto-forno, devem ser corretamente
minimizados, tanto pelo controle e otimizao dos sistemas de refrigerao; controle
adequado da distribuio da carga do alto-forno para controle da distribuio de fluxos
e de temperatura, alm da velocidade de descida da mesma; controle e otimizao do
ciclo de drenagem, entre outros.
Pode-se enfatizar que o cadinho constitui-se na regio mais critica de um alto-forno e
cuja vida til, definida principalmente pela distribuio de desgaste dos refratrios do
cadinho parede, soleira, furo de corrida e canal de corrida determina a campanha do
reator industrial. A distribuio de desgaste do refratrio de carbono derivada de
conjuminao de fenmenos qumicos, hidrodinmicos e termomecnicos. O controle
das distribuies de fluxos de escria e gusa lquidos bem como as de temperatura, na
estrutura do leito de coque, so vitais para a determinao da campanha do alto-forno,
uma vez que afetam consideravelmente o perfil de eroso do cadinho.
84
A regio do cadinho de altos fornos se encontra submetida a elevados gradientes
trmicos, a esforos de abraso e, eventualmente choques. Refratrios se encontram
tambm sob ao de metal e escria a altas temperaturas bem como a gases sobreaquecidos que contm elementos deletrios como os lcalis.
Da a preocupao com o estado trmico e fluidodinmico nesta regio no ser
surpresa. A vida til ( 10 a 20 anos a depender da concepo) e a produtividade do
aparelho esto interligadas de modo que pode ser necessrio pagar um preo nesta
escolha. Tal escolha particularmente difcil no contexto atual que envolve competio
acirrada entre blocos de vrios continentes e plantas enxutas , em termos de
maquinrio e pessoal. Ressalte-se ainda a tendncia segundo a qual a produo de
gusa seja concentrada em algumas poucas unidades que devem apresentar alta taxa
de utilizao e alta confiabilidade.
Perodos de downtime devem ser curtos e programados. Paradas longas, por
exemplo, para troca de refratrios de um cadinho, podem comprometer a sade
financeira do empreendimento.
Termo-eroso devido movimentao dos fluidos (gusa e escria) no cadinho
representa um dos principais mecanismos de desgaste dos refratrios. O fluxo se d
nos interstcios entre as partculas do homem morto e/ou entre o homem morto e o
revestimento. O fluxo ainda complexo e transiente. O homem pode repousar ou
flutuar a depender do balano entre peso, empuxo e fora de arraste provida pelos
gases; este balano se altera durante o processo em regime (pseudo) permanente. Em
geral as unidades maiores dispem de dois ou mais furos de corrida que so
acionados alternamente de modo a melhor esgotar o cadinho. Em virtude da
combinao entre viscosidade dos fluidos e permeabilidade do homem morto, o
esgotamento no se mostrara completo. Este fator adiciona complexidade
transincia.
O revestimento refratrio do cadinho pode ser substancialmente danificado por
diversas razes:
85
Eroso na soleira do cadinho provocada pelos fluxos de escria e de
gusa e pela abraso do homem morto;
Eroso na parede lateral do cadinho induzida pelo fluxo perifrico de gusa
e de escria em ocasio da baixa permeabilidade do homem morto;
Desgaste da regio em torno e abaixo do furo corrida;
Agresses qumicas pelo gusa, escria e lcalis;
Danificao pela penetrao do gusa lquido nas trincas e fendas dos
blocos de carbono;
Degradao advindas das aes de tenses trmicas e termomecnicas
nos blocos de carbono; zonas das ventaneiras, entre outros.
REFERNCIA
1.
TORRKULLA, J & SAXEN, H - Model of the State of the Blast Furnace Hearth ISIJ
International, Vol. 40 (2000), No. 5, pp. 438447
86
2.
87
Processing Fundamentals And New Technologies, TMS (The Minerals, Metals &
Materials Society), 2003. pp 825-840
14. SHIMOMURA, Y., NISHIKAWA, K., ARINO, S., KATAYAMA, T., HIDA, Y. AND
ISOYAMA, T., On the Internal State of Lumpy Zone of Blast Furnace, Transactions
ISIJ, Vol 17, 1977. pp 381 390
15. NARITA, K., MAEKAWA, M., ONOYE, T., SATOH, Y. AND MIYAMOTO, M.,
"Formation of Titanium Compounds, So-called Titanium Bear, in the Blast Furnace
Hearth", Transactions ISIJ, Vol. 17, 1977. pp. 459-468
16. SUNAHARA, K., INADA, T. AND IWANAGA, Y., "Disintegration of blast furnace
deadman coke due to molten FeO", Ironmaking and Steelmaking 1993 Vol 20 No. 3.
pp 207-214
17. ELLIOT, J.F., GLEISER, M. AND RAMAKRISHNA, V., "Thermochemistry for
Steelmaking", Addison-Wesley, London, 1963. 846 pages p. 485
18. R. J. NIGHTINGALE AND F. W. TANZIL: Iron Steelmaker, 24 (1997), No. 2, 35.
19. DANILEI CORUS Blast furnace Bottom and Hearth Thermo-mecahnical
Considerations Internet
20. K. SPALECK, M. SCHOEMAN, AND W. SEEGERS; J. BOBEK, W. CARTER, AND P.
CHAUBAL - Practices and Design for Extending the Hearth life in the Mittal Steel
Company Blast Furnaces - Southern African Pyrometallurgy 2006, Edited by R.T.
Jones, South African Institute of Mining and Metallurgy, Johannesburg, 5-8 March
2006
21. IWAMASA', P. K; CAFFERY, G; A,WARNICA, W. D & ALIAS, S. R -- Modelling of Iron
Flow, Heat Transfer, and Refractory Wear in the Hearth of an Iron Blast Furnace
Internet
22. MCNALLY et al. Advances & advantages with ceramic cup technology. In: ALAFAR,
2000. Mxico:. p.1-16. Acesso em 2005. Disponvel em HTTP://WWW.SGICREF.COM
23. SHINOTAKE et al. Investigation of Blast-furnace Hearth Sidewall Erosion by Core
Sample Analysis and Consideration of Campaign Operation. ISIJ International,
43, 3, pp. 321330, 2005;
24. MCNALLY et al. Advances & advantages with ceramic cup technology. In: ALAFAR,
2000. Mexico:. p.1-16. Acesso em 2005. Disponvel em HTTP://WWW.SGICREF.COM
25. HUANG et al. Numerical Investigation of Transient Hot Metal Flows in a Blast Furnace
Hearth. In: The Iron & Steel Technology Conference and Exposition and ICS 2005,
2005, AISTECH 2005 PROCEEDINGS, Volume 1, p. 199- 207.
88
26. HUANG et al. Evaluation of Internal Conditions in a Blast Furnace Hearth Using a 3-D
CFD Model. In: The Iron & Steel Technology Conference and Exposition and ICS 2005,
2005, AISTECH 2005 PROCEEDINGS, Volume 1, 2005. p. 283-292
27. HUANG et al. Hearth Skulls and Hearth Wear Investigation of ISPAT Inlands #7
BlastFurnace. In: The Iron & Steel Technology Conference and Exposition and ICS
2005 AISTECH 2005 PROCEEDINGS, Volume 1. p. 101-112.
28. ANAN et al. Recent blast furnace relining Technologies at Nippon Steel; Nippon Steel
Corporation, 2003.
29. FUJIHARA et al. Study of lining construction for blast furnace hearth bottom & wall;
Carbon blocks for blast furnace hearth. Tokyo: Nippon Eletrode CO. LTD, 1989 .14p.
30. TALAAT et al. A Non-Traditional Taphole Repair at L Blast Furnace. In: The Iron &
Steel
Technology
Conference
and
Exposition
and
ICS
AISTECH
Assessment of