Savana 1032
Savana 1032
Savana 1032
Cabo Delgado,
Nampula, Niassa,
Zambzia e Sofala
Estou
decepcionado
com a Frelimo
actual
Pgs. 2 e 3
Nata Ussene
Caminhamos de
novo para uma
armadilha
Centrais
TEMA DA SEMANA
Savana 18-10-2013
Estou decepcionado com a Frelimo actual, mas neste momento no vejo alternativas, Jorge Rebelo
Eu a caria engasgado.
Depois levantaria a questo da corrupo. De certeza que Samora diria
que era implacvel contra a corrupo, no admitia corruptos e ao
mnimo sinal de corrupo tomava
medidas enrgicas, por isso que no
meu tempo no havia corrupo.
Samora denia a corrupo como
utilizao de cargos pblicos e
polticos para obter benefcios pessoais e para familiares.
A ele me perguntaria se os dirigentes, lhos, sobrinhos, irmos no esto a enriquecer e a maioria do povo
cada vez mais na misria.
Perante os factos, no poderia negar
e diria que sim esto a enriquecer e
o povo a empobrecer.
Depois perguntaria se esses que cam ricos ganham a riqueza atravs
do seu trabalho ou se aproveitam
dos seus cargos para enriquecer.
TEMA DA SEMANA
Savana 18-10-2013
Direco da Frelimo
esconde os reais ideiais de
Samora
Uma das coisas que marcaram o
mandato de Guebuza foi a imortalizao da figura de Samora.
Foram construdas esttuas em
todo o lado, homenagens e discursos benevolentes. Contudo, de
outro lado os males que Samora
combatia aumentaram. Falo da
corrupo e pilhagens dos recursos nacionais. Ser que a figura de
Samora est mesmo a ser valorizada?
As esttuas so uma coisa boa
porque quando as pessoas passam
pelas ruas ou praas onde esto erguidas lembram-se de Samora. Mas
o mal que camos por a. Se falamos do legado de Samora apenas
dissemos que foi um grande lder, foi
o primeiro presidente de Moambique independente. No entramos
no seu pensamento. Parece que a
actual direco da Frelimo e do pas
no est interessada no pensamento
de Samora. Ela esconde o seu pensamento. Nos seus discursos esquece
que Samora era uma gura sensvel
corrupo, ao sofrimento do povo,
expropriao dos bens do povo
para satisfazer apetites e ganncia
de um pequeno grupo de dirigentes.
Como que Samora Machel encararia o facto de sectores importantes da soberania econmica de
Moambique, nomeadamente os
recursos naturais, estarem hoje nas
mos do capital estrangeiro?
Se ele viesse s para visitar caria
decepcionado. Se ele viesse para impor ordem diria que vamos acabar
com estas coisas, mas no no sentido de impedir a explorao desses
recursos. Os recursos existem, so
nossos e devem contribuir para o
crescimento e desenvolvimento do
pas. Agora, o que ele diria que
temos que dirigir esse processo de
tal maneira que o povo inteiro no
sofra e uma pequena minoria benecie.
s crticas dirigidas directamente a colaboradores de Samora nalguma imprensa no configuram comportamentos racistas que ele to
veemente denunciou e repreendeu?
Samora foi uma pessoa que sempre combateu o racismo,
regionalismo e o tribalismo. Ele dizia que esses so os
nossos piores inimigos porque impedem-nos de assumir
a grandeza do nosso pas, no permitem compreender a
complexidade da nossa ptria e sobretudo dispersam as
nossas foras.
No lutmos por uma raa, uma religio, uma tribo. Lutmos pela mesma nao, pelo ideal nico e pela libertao da nossa terra e do nosso povo. So esses pensamentos que a direco actual da Frelimo esconde. Quando
a actual direco fala de Samora s se limita a dizer que
era um grande lder, mas aquilo que ele defendia no
fala, esconde.
Quando o mais alto dirigente do pas diz que temos que
distinguir quem moambicano genuno e no genuno,
a quem se refere e qual que o seu objectivo? O que
ele pretende.
Eu levantei essa questo no congresso de Pemba. Dirigime ao presidente e disse: camarada presidente, o que so
moambicanos genunos e no genunos. Disse ao camarada presidente, olha para os membros da Comisso
Poltica, veja o camarada Manuel Tom. Olha para
minha pele e olha para a pele dele, eu vejo que ele
mais claro do que eu. Olha para Graa Machel, ela
mais clara do que eu, ento eles no so moambicanos
genunos? No me respondeu.
Com isso sente que h focos de racismo no seio da
Frelimo?
No disse isso. Citei apenas o que o dirigente mximo
do partido e do pas disse e o que eu lhe perguntei. S
esse chefe que disse isso pode responder a questo.
H quem diga que Jorge Rebelo e outros moambicanos da raa no negra eram muito mimados por
Samora Machel. Aps a sua morte, essa classe ficou
rf e hoje no v coisas boas. um grupo de saudosistas. Concorda com isso?
H um aspecto que devemos ter em conta que dos
bajuladores e dos lambebotas. Hoje, o pas, infelizmente,
est infestado desse tipo de gente. O aparelho estatal
est infestado por esse tipo de gente porque as pessoas
so escolhidas na base da sua capacidade de lamber as
botas do chefe. Todos ns assistimos isso. Basta abrir
alguns jornais. Mas esses que escrevem so encomendados. Recebem instrues para defenderem algumas
ideias nas linhas e orientao e aceitam.
Mas os bajuladores esto a empurrar o pas para o
abismo. Pelo que, apelo a essas pessoas para que deixem
de serem bajuladores e guiem-se pelo seu pensamento
natural porque isso retira-lhes a sua dignidade.
J imaginou o que o termo lambebotas signica. Estar
sempre a bajular retira ao indivduo alguma dignidade e
retira a viso do chefe porque ca sem saber o que bom
e o que mal porque eles continuaro a dizer que tudo
est bom para manter as mordomias.
Mas, por outro lado, a culpa do prprio chefe porque
ele que alimenta esses bajuladores. Escolhe aquele tipo
de gente para serem seus conselheiros. Portanto, no m
ao cabo tudo desemboca no chefe porque ele escolhe
aqueles que lhe agradam e dizem sempre coisas boas.
Normalmente, esse tipo de chefes no gostam que algum diga que camarada presidente aqui estamos a errar. O actual dirigente no aceita crticas.
Uma das virtudes de Samora que aceitava crticas.
Lembro-me de um episdio. Houve uma altura em que
Samora andava meio frustrado porque ele no encontrava nos seus colaboradores respostas para os problemas
e passou a tomar decises sozinho e ns colaboradores
directos sentamos isso.
Um dia, num encontro restrito, ele disse que no sabia o
que estava a acontecer connosco, dizia que no ramos
os mesmos. Eu atrevi-me e disse: o problema que agora o camarada presidente comporta-se como um ditador
e quei espera da reaco. Fiquei com medo, porque
ele podia dizer que isso uma ofensa ao mais alto magistrado da nao portanto, prendam-no.
Samora no reagiu, no me mandou prender e o que
eu notei foi que a partir da ele chamava-me constantemente para conversarmos.
Em vez de me perseguir, marginalizar-me, ele mostrou
que gostava de pessoas que lhe diziam as coisas frontalmente e isso uma indicao da grandeza de um chefe.
H quem diga que nos ltimos dias, h tendncia,
atravs da Comunicao Social, de reduzir os progressos de Moambique, numa nica figura, enquanto que
na realidade, o desenvolvimento de Moambique resultante do trabalho de todos os moambicanos cada
TEMA DA SEMANA
Savana 18-10-2013
TEMA DA SEMANA
Savana 18-10-2013
Concorrentes satisfeitos
A Frelimo e o MDM, principais partidos moambicanos, se zeram presentes ao sorteio.
A Frelimo foi representada por Srgio
Pantie, membro da Comisso Poltica
que referiu que o posicionamento sinal de satisfao porque d visibilidade
no boletim de voto.
Segundo Pantie, o desejo dos membros
da Frelimo que no dia da votao e no
apuramento dos resultados, o partido e
os seus candidatos estejam em primeiro
lugar.
Disse que neste momento est a ser feito todo o trabalho no sentido de garantir vitria nos 53 municpios.
Questionado se o actual cenrio poltico militar no poder prejudicar as eleies, Srgio Pantie referiu que o mais
importante que os moambicanos
querem que as eleies decorram num
ambiente de paz, tranquilidade e que
sejam eleies livres e transparentes.
Por isso apelamos Renamo para eliminar e acabar com o discurso belicista,
com a tendncia de querer intimidar a
populao moambicana, apelou.
Por sua vez, Jos de Sousa, porta-voz
do MDM, sublinhou que o sorteio que
ditou o segundo lugar foi transparente.
No entender do representante do
MDM, o mais importante o trabalho
que deve ser feito no terreno com vista
a convencer o eleitorado para que possa
acreditar naquilo que o projecto do
partido.
Estar em segundo, em quarto ou dcimo no to importante que o trabalho
que deve ser feito porque, o galo galo
em todas as posies. O que preciso
um trabalho de conscielizao e de
explicao para que o eleitorado entenda qual o smbolo do MDM, disse,
acrescentando que o MDM quer que
estas eleies ocorram num ambiente
de paz e est convencido que o Estado
moambicano tudo far para que isto
acontea.
Diz que a meta do MDM consolidar
a governao nos dois municpios que
controla neste momento e conquistar
outras autarquias.
Joo Massango, do partido Ecologista,
entende que se a tenso poltica prevalecer pode manchar o processo eleitoral,
mas cabe ao Estado garantir a manuteno da segurana e estabilidade para
a realizao das eleies.
Diz que garante muitas surpresas nos
pontos onde vai concorrer.
SOCIEDADE
Savana 18-10-2013
oambique voltou a
registar uma ligeira
melhoria na categoria
de Desenvolvimento
Humano do ndice Mo Ibrahim,
depois da queda registada no ano
passado, indicam os resultados divulgados nesta segunda-feira.
Segundo aquele ndice, na escala de
0 a 100, Moambique obteve uma
ALCC promove
feira de sade
Associao de Luta
Contra o Cancro
(ALCC), em parceria
com a Direco de
Sade da Cidade de Maputo,
promove, este sbado, no Hospital Geral de Chamanculo, em
Maputo, uma feira de sade, no
mbito da campanha de sensibilizao sobre as diversas formas de cancro.
O evento, aberto ao pblico, vai
consistir em diversas actividades, nomeadamente o rastreio
do cancro da mama, divulgao
de informao sobre os diferentes tipos de cancro, bem como
a sua preveno, doao de sangue, ginstica, medio de tenso arterial e avaliao do ndice
de massa corporal.
Para alm do rastreio do cancro
da mama, que inclui o exame
mdico e orientao, se necessrio, para outros nveis de
atendimento, ser igualmente
promovido aconselhamento e
fornecida informao a respeito do cancro da prstata que
afecta os homens, a partir dos
40 anos de idade, e que se no
for detectado a tempo pode
ocasionar graves complicaes
de sade.
Savana 18-10-2013
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SOCIEDADE
Savana 18-10-2013
MMA questionado
Msicos nacionais
no Brsil
Ilec Vilanculo
O Marrasamba um projecto
de intercmbio cultural entre Brasil e Mocambique que
prope a troca de experincias
e a mistura entre dois gneros
musicais: a Marrabenta moambicana e o Samba brasileiro
com o objectivo da divulgao
destes gneros atravs de concertos musicais e do ensino em
instituies de ensino nos dois
pases e no s.
O projecto Marrasamba surgiu
II edio de Jornadas
Cientficas do ISArC
OPINIO
Savana 18-10-2013
Congresso
de
Pemba e o m do Poltico
em
Moambique
Quando o Embaixador
espanhol, no dia seguinte ao despedimento, por parte do grupo privado
SOICO, do chefe da informao, Jeremias Langa, de visita s instalaes
do mesmo grupo, elogia Moambique como um pas em que domina
o pluralismo e a liberdade de informao, cou claro que a luta pelo retorno duma democracia mais efectiva
e menos autoritria tem que ser desempenhada apenas ao nvel interno,
sem contar com a contribuio dos
supostos doadores e da comunidade
internacional.
OPINIO
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experincia do modelo
brasileiro de desenvolvimento agrrio no cria iluses em Augusto Juncal,
do Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra do Brasil (MST),
sobre o efeito perverso que o ProSAVANA vai gerar para os camponeses do corredor de Nacala.
Presente em Moambique a convite
da Unio Moambicana dos Camponeses (UNAC), para participar
na II Conferncia Internacional
Camponesa sobre a Terra, Juncal
diz que a rplica da chamada agricultura do cerrado brasileiro que os
governos brasileiro, moambicano e
japons querem praticar em 19 distritos do centro e norte de Moambique vai gerar comunidades de
sem terras, como aconteceu no seu
pas.
O reassentamento um passo
para virar sem terra () Eu acho
que a preocupao dos camponeses moambicanos em relao ao
ProSAVANA pouca para o tamanho do problema que est a vir.
Eu acho que os camponeses ainda
no se deram conta do que est a
vir, porque, quando se derem conta, no tero nenhuma negociao
para fazer com o Governo, disse
Augusto Juncal.
O activista do MST brasileiro
do Brasil (MST),
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Savana 18 -10-2013
NO CENTRO DO FURACO
Savana 18 -10-2013
Nata Ussene
Banca sanguessuga
O dinheiro chins mais caro?
O que se v no recurso a esse dinheiro que est a ser contratado
a um ritmo muito acelerado e em
condies muito desfavorveis. O
EXIMBANK, (banco estatal chins
de crdito externo) empresta dinheiro com perodos de reembolso muito
curtos, para a 10 anos, perodo de
graa quase nulo e a taxa de juro est
bem perto da taxa de mercado. Para
o contexto do mercado moambicano, 10 por cento podem no parecer
excessivos, porque a nossa banca comercial cobra entre 10 a 12 por cento,
mas essa uma banca de sanguessugas, porque 10 por cento so proibitivos. Os mesmos bancos sul-africanos
que c cobram isso, na frica do Sul
embolsam juros mais suaves, sabem
bem que a taxa real de emprstimos
na frica do Sul no passa cinco por
cento, mas em Moambique aplicam
10 ou acima disso. Portanto, quando
fazemos uma anlise cruzada, vemos
que a taxa real exigida pela China
de banca comercial, a taxa de mercado, com perodos de graa nulos e
de desembolsos muito curtos, isto vai
desgraar o pas.
O mais triste que no se compreende o recurso a fontes de nanciamento to lesivas aos interesses
do Estado moambicano, porque os
tradicionais doadores ainda cobrem
e ajudam a combater o dce oramental. Temos um oramento com
um dce mdio de 40 por cento,
uma cifra realmente maior, mas os
doadores comprometeram-se a desembolsar para este ano, por exemplo, cerca de 700 milhes de dlares
Brasil e ndia
Centrou-se na China, mas fala-se
de outros novos credores. Como
olha para o perfil do crdito do Brasil e da ndia?
Eles tambm impem condies
mais ou menos prximas do mercado, mas China China, Brasil
Brasil e ndia ndia. Eles no tm
caractersticas similiares, no falam a
mesma lngua, por isso que o Governo moambicano no os consegue enquadrar na mesma plataforma,
como acontece com os Parceiros de
Apoio Programtico (PAP). Eles
no tm procedimentos e caractersticas iguais, so todos eles diferentes.
O Brasil no d dinheiro, no sua
vocao dar directamente dinheiro, o
seu dinheiro em forma de assistncia tcnica, se precisas de um tcnico,
eles trazem o especialista, que traz o
conhecimento de que careces. A situao amarga que o Brasil um
centro de nanciamento de projectos
privados que esto a entrar em Moambique, alguns deles, como a Vale,
muito contestados sob o ponto de
vista social. O Brasil dispe de linhas
de nanciamento e paga o seguro
dos investimentos das suas empresas,
vocao do Brasil apoiar grandes
projectos. J a China categoriza os
seus devedores, na primeira categoria mete os que podem pagar directamente com petrleo ou diamantes
e pases como Moambique esto na
categoria trs, que pagam o dinheiro
com dinheiro. Nos mapas de amortizao da dvida de Moambique, que
esto no Ministrio das Finanas,
est l que Moambique paga com
dinheiro os crditos chineses. Mas
uma situao mista, porque o crdito chines tambm tem l um pouco
do modelo brasileiro, atravs da presena em Moambique de empresas
chinesas nanciadas pelo dinheiro
do Estado chins. Cada pas tem o
seu modelo de nanciamento.
15
autor procurar neste texto ser pedaggico para facilitar a compreenso dos
leitores menos familiarizados com alguns conceitos.
Este texto refere-se principalmente ao lado das despesas do oramento e
apenas anlise dos principais indicadores macroeconmicos associados ao
oramento.
O oramento, como conta pblica, compe-se das despesas do Estado para assegurar
servios pblicos aos cidados (educao, sade, segurana social, etc.), segurana do pas
e das pessoas, defesa dos direitos e liberdades, justia entre outros. Estas funes no tm
porque ser um monoplio estatal. Realiza ainda actividades econmicas e de investimento, com ou sem parcerias com o sector privado (infra-estruturas, servios de monoplios
naturais cuja actividade no interessa ao sector privado, etc.). Sobre o papel do Estado na
economia sempre existiu um constante debate inacabado, no apenas devido s variaes
dos contextos no tempo no espao, como ainda por razes polticas, ideolgicas e outras.
Onde se pode encontrar algum pensamento comum na necessidade do Estado desenvolver os servios com ecincia e eccia, considerando que utiliza a riqueza dos
cidados atravs dos impostos ou da cooperao (igualmente impostos pagos nos pases
doadores) e que os servios sejam de fcil acesso, isto , estejam prximos dos cidados.
Exige-se ainda que o Estado no absorva uma elevada percentagem da riqueza nacional,
medido pela percentagem dos gastos pblicos sobre o PIB (Produto Interno Bruto - indicador que mede a riqueza nacional), isto para libertar recursos para as famlias e a actividade privada, supondo o princpio (sempre discutvel), que o sector privado sempre
e necessariamente mais eciente.
Por isso o Estado deve possuir uma gesto eciente dos recursos, o que depende, em
grande medida, das opes da governao, da competncia dos gestores pblicos, da capacidade da sociedade em controlar a actividade e as contas pblicas (atravs do Parlamento ou por outros mecanismos). Por isso, o Estado deve ser transparente nas decises
e nas contas, disponibilizando informao aos cidados e os servidores do Estado devem
reger-se pela tica republicana onde existe uma clara separao de interesses entre o
privado e o pblico.
Uma gesto saudvel sugere que os gastos no sejam superiores s receitas, que a dvida
seja sustentvel (possibilidade de ser paga no futuro) e baixa (para no penalizar as futuras geraes atravs de impostos acrescidos, para pagamento da dvida contrada no
passado). As opes do governo (opes pblicas) deveriam sempre ter em conta o melhor cumprimento das funes do Estado em cada fase do desenvolvimento.
Feita esta breve apresentao, o autor utilizar principalmente os seguintes indicadores:
(1) gastos pblicos/PIB, destacando os salrios dos funcionrios (2) Dce pblico/PIB,
nanciamento do mesmo e a dvida pblica/PIB; (3) grau de sustentao do oramento
do Estado atravs de recursos gerados pela economia concretizado pelo indicador receitas/gastos, (em percentagem); e, (4) evoluo de alguns gastos, como forma de observar
acerca de algumas opes do governo.
No h consenso sobre os parmetros que indiciam situaes de estabilidade/sustentabilidade ou de crise/instabilidade. As teorias convencionais referem que o Estado deve ser
leve (o que se reecte numa baixa percentagem dos gastos pblicos, sobre o PIB no
mais que 30%), um dce prximo de zero e uma dvida que seja possvel de ser paga
sem sacrifcios sobre os rendimentos das futuras geraes. Segundo as mesmas escolas, o
estado deve assumir funes muito especcas e que no sejam do interesse do sector privado (por exemplo, defesa e segurana nacional, certo tipo de investigao e facilitao da
actividade privada com a criao de bons ambientes de concorrncias) e o que se entende
por estado social dever ser assegurado por sistemas de seguros e penses oferecidos por
instituies nanceiras privadas. Pressupe-se que o mercado o mais eciente alocador
de recursos, os agentes econmicos possuem lgicas de maximizao de objectivos (lucro,
utilidades, etc.), num ambiente concorrencial e de negcios.
Toda a informao utlizada neste texto foi obtida do Oramento Geral do Estado e o
perodo analisado o de entre 2001 e 2012. Por isso no esto indicadas as fontes dos
grcos ao longo do texto.
Grco 4
Dvida pblica/PIB, em percentagem
Dos do
Dos
dois
is gr
grc
gr
cos
c
os acima,
acima
aci
ma, ob
ma
obser
observa-se.
servaser
va se
se. (1)
(1) um
um elevado
elev
elev
levado
ado d
dc
d
cee das
c
das contas
contas p
pbli
pblicas
blicas
bli
cas em
m
relao ao PIB e que, em termos e valores absolutos, tem aumento por efeito do crescimento do PIB; (2) embora a dvida possa no ser considerada elevada, assim, ela
devido cobertura dos dces pblicos dos anos anteriores pela cooperao externa,
dando por isso uma percepo pouco real (ctcia) da realidade. Entre 2001 e 2012,
entre 85% e 90% do dce pblico foi coberto por recursos externos.
Grco 5
Receitas/despesas, em percentagem
Grco 6
Recursos externos/despesas totais, em percentagem
Os grcos 5 e 6 revelam duas evolues positivas. Um aumento das receitas do Estado
Grco 1
Despesas totais/PIB, em percentagem
Despesas de funcionamento (mbito central) de alguns rgos centrais, a preos constantes de 2011
O Grco 7 revela uma grande diferena na alocao de recursos por habitante. As
Grco 2
Despesas com o pessoal/despesas correntes, em percentagem
provncias com taxas de pobreza mais elevadas so as que tm menos recursos por
habitante, sendo o contrrio tambm verdadeiro (Cidade de Maputo e Provncia de
Maputo). O grco 8 apresenta e compara os gastos de funcionamento de mbito
central entre alguns rgos do Estado. O grco dispensa comentrios.
Os dois grcos acima revelam: (1) um evidente crescimento dos gastos do Estado como
percentagem do PIB; (2) a manuteno percentual dos gastos com o pessoal, porm com
crescimentos reais dos gastos considerando o aumento destes; a factura dos salrios dos
funcionrios passou de 5,8% do PIB em 2001 para 10,2% em 2012, o que pode ser considerado muito elevado se comparado com outras economias (incluindo as africanas e
da SADC); e, (3) as despesas do Estado crescem mais rapidamente que o crescimento
econmico, considerando que a relao Gastos/PIB est a crescer.
Grco 3
Dce pblico com e sem recursos externos, em percentagem do PIB
Em resumo pode-se armar que a evoluo do Oramento do Estado, segundo os indicadores seleccionados, requere reexes e ajustamentos, considerando o crescimento
do sector pblico e da massa salarial dos funcionrios. Verica-se a persistncia de uma
poltica expansiva do gasto pblico, um elevado do dce sem recursos externos e sinais
preocupantes do endividamento pblico (quando os recursos externos no so contabilizados). Parece evidente que so necessrios ajustamentos da distribuio dos recursos
entre provncias e entre os rgos do Estado a nvel central. Como elemento positivo,
ressalta-se o aumento das receitas scais, o que permite a reduo da dependncia do
oramento em relao cooperao/donativos. O espao desta coluna no permite
anlise do oramento com a nfase da economia poltica.
Outros indicadores de importncia analtica no foram apresentados, como por exemplo, a alocao entre sectores de actividade, a composio das receitas e do nanciamento do dce e o reexo no oramento de algumas medidas de descentralizao
administrativa.
A evoluo das contas pblicas de Moambique no pode deixar os cidados tranquilos. A actual crise em alguns pases da Europa tem como causa prxima, os desequilbrios e o mal gastar dos dinheiros dos cidados derivado de polticas expansivas
e eleitoralistas no quadro das lutas partidrias e de defesa dos poderes, custa e em
prejuzo dos cidados, das empresas e da economia.
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Savana 18-10-2013
das?
-Bem, como tem sido habitual, para
alm do trabalho que temos vindo
a realizar, as ltimas trs jornadas
sero disputadas no mesmo dia e
mesma hora tendo em conta os interesses e objectivos de cada clube
nessa fase. Ter que ser assim, at
porque isso j consta do nosso regulamento. So partidas susceptveis
de mudar a pauta classicativa.
H treinadores que acusam a LMF
de estar a coartar as suas liberdades,
usando para tal punies. Quer comentar?
-A punio faz parte da nossa estratgia de governao, ns no fomos
eleitos para no respeitar os regulamentos e estatutos. Os dirigentes,
treinadores e clubes devem ter uma
forma de estar, no podem aceitar
vilipendiar quem quer que seja em
praa pblica, no podem atentar
contra a gnese do clube, h que ter
forma e modo de falar. importante que as pessoas percebam que a
Liga um dos clubes, por isso defendemos que as pessoas se pronunciem com tica, que saibam falar. Os
jovens inspiram-se nos treinadores e
jogadores pelas boas prticas e no
pelos insultos, por isso tomamos
medidas contra os prevaricadores e
continuaremos a primar por esses
princpios porque queremos um
campeonato so e de disciplina.
H condies financeiras para que
o Moambola termine sem muitos
alaridos?
-Bem, como nunca disse que no
havia, o que posso dizer que tudo
est sendo feito para que termine
sem qualquer natureza de sobressalto.
Pelos vistos, a LMF continua a go-
expulso do treinador
do Costa de Sol, Diamantino Miranda, por
alegados insultos nao no nal de jogo realizado
contra o Vilankulo, est a dividir opinies dos moambicanos.
Com efeito, enquanto alguns cidados ouvidos pelo SAVANA
defendem que a medida tomada
pelo Ministrio do Trabalho
justa, outros dizem ter havido
precipitao por parte daquela
instituio.
Para Martinho Vaz, estudante de direito da Universidade
So Toms de Moambique
(USTM) o tcnico Diamantino Miranda perdeu respeito aos
moambicanos.
Na minha humilde opinio,
considero ser grande insulto
para os moambicanos proferir
aquelas palavras na esfera pblica. Se fosse num frum privado
poderia compreender porque
muita gente no havia de saber.
Ele passou dos limites, mesmo
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Savana 18-10-2013
A TALHE DE FOICE
Por Machado da Graa
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Armas
peclios.
Ora, para dispor sem restries do peclio, ou
cmulo de activos nervo da poltica e da guerra
conforme aprenderam em longos anos de combate
os vencedores da guerra civil angolana , importa
dispor de imagem impoluta e agir sem constrangimentos ou ameaas legais.
O risco de processos judiciais inquinando a imagem de pessoas e do estado altamente prejudicial
aos equilbrios de poder em Luanda e ao presidente cabe atalhar a direito sempre que a ameaa
ronde os mais prximos e influentes.
A prov-lo esto o Angolagate, envolvendo gente da alta roda poltica e negocista francesa pela
venda ilegal de armas soviticas a Luanda entre
1993 e 1995, ou o reconhecimento no ano passado nas pginas do Financial Times por Manuel
Vicente, Kopelipa e o general Leopoldino Fragoso
do Nascimento da sua participao na Nazaki Oil
& Gas que se associou em 2010 Cobalt International Energy de Houston para a explorao da
concesso dos blocos petrolferos 9 e 21.
Voltar
a
correr
o
marfim
Eduardo dos Santos j afastou Marcolino Mouco,
Joo Loureno ou Fernando Nand e cerceou ambies de outros putativos sucessores.
No pinculo do poder Eduardo dos Santos, contudo, no tem ainda assegurado que a sua sucesso
possa vir a garantir a perservao do justo peclio
e a rede de influncias polticas de interesses patrimoniais de associados e familiares.
rbitro e decisor em derradeira instncia, o
presidente de Angola tem, consequentemente, de
tomar posio e assumir atitudes para provar que,
acima de tudo, defender os interesses da cpula
do poder e dos negcios, as elites capazes que
tanto lhe devem.
Mexe com poder, poltico, portanto, o contencioso e ao mais alto nvel o estado angolano vm
exigindo desculpas e reparaes pblicas que, por
constrangimento legal, os governantes portugueses no podem expressar.
Rui Machete disse em pblico o que apenas poderia aventar em privado e gerou tamanha controvrsia interna que acabou bloqueando a diplomacia e dando pretexto ruptura ansiada em Luanda.
Para o resto, o que Machete em pblico no disse,
mas se sabe boca pequena, que bastar a justia
portuguesa continuar inane e ineficaz, manter-se
igual a si prpria, para tudo acabar em guas de
bacalhau e voltar a correr o marfim.
* Jornalista
[email protected]
http://maneatsemper.blogspot.pt/
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embora o acordo atual sugira que tais dados continuaro a ser um s na manga diplomtica da Rssia a
ser usado em uma hora difcil nas negociaes bilaterais com Washington, e no ser compartilhado com
a comunidade internacional.
aindamais importanteter em mente que as relaes
russo-americanas so muito diversificadas e estratgicas para serem deixadas de lado por causa de um
nico escndalo, independentemente de quo forte
possa ressoar.
Apesar da tendncia negativa nas relaes bilaterais
com o fim do reset, uma srie de questes demonstra a enorme capacidade de cooperao duradoura
edesenvolvimento construtivo em assuntos intimamente relacionadoscom Snowden.
A cooperao no ciberespao, que apresentou recentemente um progresso substancial, exemplo disso. Em
17 de junho, um dos pontos de discusso da Cpula
do G8,na Irlanda,foi a declarao conjunta emitida
por Ptin e Obama sobre as medidas de reforo da
confiana no ciberespao, que incluramtrs acordos.
Estados Unidos e Rssia so agora obrigados a manter contato constante sobre cibercrimes e tentativas
deciberataques para reforar a cooperao na resposta
a tais incidentes, bem como fazer uso de uma linha di-
O ciberespao ps-Snowden
Por Oleg Demidov*
OPINIO
18
EDITORIAL
Savana 18-10-2013
Cartoon
Professor, ser
imprescindvel
NUIT: 400109001
Maputo-Repblica de Moambique
Propriedade da
Ivone Soares
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Fernando Gonalves
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Editor Executivo:
Francisco Carmona
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OPINIO
Savana 18-10-2013
Economia e Justia
A
19
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http://www.ocinadesociologia.blogspot.com
Publicidade
O milagre de JC
le comeou a mostrar
sinais de fadiga aos 33
anos de idade: tinha
crises intermitentes de
depresses neurticas e irritabilidade e impacincia crescentes e lapsos de memria
incontrolveis.
O pai apercebeu-se disso e
mandou o mordomo lev-lo
para uma temporada nas cata-
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DIVULGAO
20
Savana 18-10-2013
DIVULGAO
Savana 18-10-2013
territrio nacional.
Estranhamos tambm que depois de encontros de apresentao do trabalho
do CTV, tambm na sua qualidade de coordenador do secretariado da Plataforma da Sociedade Civil para Recursos Naturais e Indstria Extractiva,
realizados com representantes do Governo central, provincial e distrital,
desde Fevereiro de 2013, estas mesmas instituies venham hoje declarar
que a Directora Geral do CTV saiu de Maputo directamente para a aldeia
de Quitupo, sem se apresentar ao Governo Provincial e Distrital. Quando
recordados sobre os encontros acima mencionados, ocorreu-lhes apenas dizer que a apresentao foi verbal e no escrita, como se os documentos,
sejam eles credenciais, autorizaes ou guias de marcha, (que s podero
vir do prprio CTV), possam resolver as questes de fundo que a seguir
mencionamos. Ningum at hoje respondeu pergunta colocada pelo CTV,
sobre se o governo, a qualquer nvel, tem legitimidade para impedir que
o CTV ou outra organizao desenvolva as suas actividades em qualquer
parte deste pas, quando tais actividades sejam legais e integradas na agenda do desenvolvimento nacional. Aguardamos esclarecimentos sobre este
assunto, que sabemos ser preocupao de vrias ONGs nacionais, em todo
o pas.Precisamos de saber donde vem a proibio de as ONGs, legalmente
constitudas, visitarem e trabalharem em qualquer comunidade deste pas.
Precisamos de saber porque que precisamos de pedir mais autorizaes
ao governo, fora do processo da aprovao dos nossos estatutos, e da apresentao dos nossos planos de trabalho aos diferentes nveis do governo.
Ainda que tivesse sido esse o caso, qual a base legal da proibio de se sair
directamente de Maputo a Quitupo?
Esquecendo-se de que muitos dos tcnicos do prprio governo que trabalham nos ministrios, nas direes provinciais e nas administraes dos
distritos no so oriundos dos territrios onde actuam, as Organizaes da
Sociedade Civil (OSCs) que trabalham em Palma tm sido apontadas como
sendo pessoas e organizaes de fora que vm a Palma envenenar as comunidades contra o governo e contra o desenvolvimento das comunidades.
Quando questionada pela comunidade de Quitupo, a 13 de Setembro, sobre os motivos que ditaram o interrogatrio da DG do CTV pela polcia de
Palma, a Secretria Permanente do Governo da Provncia de Cabo-Delgado
comentou que ningum proibido de ser interrogado pela polcia, mas ningum
deve entrar na casa dos outros sem pedir licena. Isto no s no respondeu
pergunta, como faz subentender que as reas das comunidades so casas
dos membros do governo geridas por estes, onde os residentes no tm
cara, voz ou opinio.
mesma pergunta feita pela DG do CTV Ministra dos Recursos Minerais,
esta governante comentou que lhe chegaram informaes de que a equipa do governo, liderada pela Secretria Permanente provincial, havia sido
agredida! Educar e informar cidados violncia contra o governo?
Tanto quanto sabemos, na ordem jurdica moambicana ningum tem o poder de limitar ou impedir que as OSCs desenvolvam as suas actividades
em qualquer parte deste pas, sendo tais actividades legais. Nestes termos,
importante que se esclarea a razo pela qual o Governo tem estado a
proibir que as organizaes da sociedade civil, legalmente constitudas, realizem as suas actividades em qualquer comunidade deste pas. Apesar das
barreiras ilegais impostas, as OSCs esto determinadas a continuar rmes
na realizao daquela que consideram ser uma das mais nobres aces que
qualquer cidado e/ou instituio pode realizar: partilhar, de forma construtiva, conhecimento e informao. Se isto agora constitui crime, aguardamos que o digam publicamente.
2. Precedncia da Licena Ambiental
O nosso entendimento em relao aos processos de licenciamento de grandes e pequenos projectos com impactos ambientais signicativos, tem sido
guiado pelo Artigo 15 da Lei do Ambiente, que abaixo transcrevemos na
ntegra, com destaque e sublinhado nosso.
Artigo 15.
(Licenciamento Ambiental)
1.O licenciamento e o registo das actividades que pela sua natureza,
localizao ou dimenso, sejam susceptveis de provocar impactos
signicativos sobre o ambiente, so feitos de acordo com o regime
a estabelecer pelo governo, por regulamento especco.
2.A emisso da licena ambiental baseada numa avaliao do impacto ambiental da proposta de actividade e precede a emisso
de quaisquer outras licenas legalmente exigidas para cada caso.
com base nesta e noutras disposies da Lei do Ambiente que temos defendido que a Licena para o Uso e Aproveitamento da Terra, emitida pelo
Ministro da Agricultura em Dezembro de 2012, foi feita em violao do
princpio da precedncia da licena ambiental acima exposto, pois no deveria ter sido emitida antes da emisso desta licena. A explicao obtida
junto do MICOA, que pensamos corroborar a nossa posio, de que foi
decidido que se deveria abrir uma excepo ao projecto da Anadarko,
para acelerar o processo de licenciamento desta empresa e, assim, permitir
que a mesma conseguisse os nanciamentos necessrios para a implementao do projecto de explorao de gs natural. Quanto a ns, esta excepo,
feita por um rgo sem competncia para o efeito, representa a primeira
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DIVULGAO
terras por investidores pblicos ou privados em reas ocupadas por comunidades rurais. Em nosso entender, so as seguintes as regras/passos principais para a atribuio de DUATs para ns econmicos, em sequncia legalmente prescrita, e as irregularidades cometidas no caso de Palma:
a) Consultas comunitrias: Para alm do prescrito na Lei de Terras e no seu
Regulamento (Artigos 25 e 27), o Ministrio da Agricultura aprovou em
2010 um Diploma Ministerial sobre Consultas que impe a realizao de
pelo menos duas consultas comunitrias. Neste ponto importa fazer notar que, para alm da obrigao de um aviso prvio de 15 dias e da realizao de pelo menos duas reunies para consulta, esta tem um contedo
determinado por lei, nomeadamente a conrmao de que a rea est
livre e no tem ocupantes. Ademais, o parecer do administrador, subsequente a esta consulta, tem igualmente um contedo legalmente pr-determinado, ou seja o parecer do Administrador do Distrito incidir
sobre a existncia ou no, na rea requerida, do direito de uso e aproveitamento da terra por ocupao. Caso sobre a rea requerida recaiam
outros direitos, o parecer incluir os termos pelos quais se reger a parceria entre os titulares da terra, com direitos adquiridos por ocupao e
o requerente.
No caso de Palma, j sobejamente sabido que a rea pretendida pelo projecto tem ocupantes que no foram consultados, quer sobre a pretenso
dos investidores de ocuparem a sua terra, como sobre a consequncia de
tais ocupantes terem de ser reassentados. Neste caso, e por muito esforo
feito pelo governo para mostrar o contrrio, a verdade que no houve
uma nica consulta sobre a atribuio do DUAT para o projecto, tanto
quanto forma, como quanto substncia. De facto, nestes aspectos,
as duas reunies realizadas a 7 e 24 de Agosto de 2012, enfermaram de
vcios graves que, salvo melhor entendimento, impem a nulidade do
DUAT, especialmente depois de ter sido exibido publicamente, a 13 de
Setembro de 2013, na Aldeia de Quitupo, perante cmaras da televiso
nacional (TVM), e blocos de notas de jornalistas, o esquema com o qual se
pretendeu burlar o Estado e os seus cidados.
Tcnicos da Direco Provincial de Agricultura de Cabo-Delgado, associados a tcnicos da ENH, mostraram que foram forjados documentos e falsicadas assinaturas, para compor actas de consultas comunitrias e
permitir assim a emisso do DUAT. Este acto ainda constitui crime no
nosso pas, e estamos convictos de que o Ministrio Pblico encetar as
diligncias necessrias para o apuramento de responsabilidades. Em paralelo, estamos esperanosos de que Sua Excelncia o Ministro da Agricultura tomar a iniciativa de declarar a nulidade deste DUAT e, com
isso, repor a legalidade no licenciamento do projecto. Para benefcio de
todo o pblico, a TVM deveria ser autorizada a exibir integralmente a lmagem do referido encontro, cuja cpia pode ser tambm obtida no CTV.
b) Parcerias entre investidores e comunidades: Hoje sabe-se tambm que
para alm de no ter sido realizada nenhuma consulta comunitria sobre
o licenciamento do uso da terra, nos termos e para os efeitos determinados na lei, no foi discutida nem negociada qualquer parceria entre as
comunidades e os investidores, quer no mbito da consulta, quer noutro
contexto qualquer. Na verdade, vezes sem conta ouvimos os aldees comentarem que apenas queriam saber as razes porque tero de ser reassentados, o tamanho da fbrica que os obriga a sair, o destino que seguiro, e os termos e condies em que a sua mudana ser efectuada.
Por uma questo de coerncia do prprio governo e outros sectores, importa fazer notar que muito recentemente o Frum de Consultas sobre a Terra
(FCT), no documento intitulado Directrizes para o Reforo da Segurana de
Posse de Terras das Comunidades Rurais e para Parcerias entre Comunidades e Investidores, aprovado na generalidade na sua IV sesso (realizada
em Inhambane, em Novembro de 2012) recomendou que sejam privilegiadas
parcerias em que se mantm o DUAT na posse das comunidades, mas possibilitando, com base em condies e termos previamente acordados entre as
partes, que os investidores usem terras comunitrias para os seus projectos.
tambm entender dos membros do FCT, que o reassentamento deve ser
uma deciso excepcional devidamente fundamentada. O FCT recomendou
igualmente que, ao contrrio do que acontece actualmente, as parcerias sejam formalizadas por via de contratos ou outros documentos que lhes conram valor legal, sendo um deles oContrato de Cesso de Explorao (que,
em nosso entender, melhor seria designado por Contrato de Cesso do
DUAT), previsto no Artigo 15 do Regulamento da Lei de Terras, mas ainda
no regulamentado.
No caso de Palma, foi este contrato que, segundo a ENH, o governo
rmou com a Anadarko. Estranhamente, ao invs de organizar e apoiar
as comunidades locais, j detentoras do DUAT por direito constitucional, o governo preferiu retirar injusticadamente o DUAT da posse das
comunidades, para que fosse uma empresa privada, criada exclusivamente com esse propsito, a negociar um contrato de cesso do DUAT
com a Anadarko, sem conhecimento ou qualquer benefcio nanceiro
ou doutra natureza para as comunidades afectadas. A maneira como
as comunidades foram marginalizadas deste processo, levanta tambm
Savana 18-10-2013
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e distrital no pra de ir aldeia de Quitupo, e de anunciar o inicio do processo de reassentamento, quando, de facto, a nica coisa que pode acontecer legalmente neste momento, o levantamento de dados scio-econmicos para
a produo do Plano de Reassentamento que ainda deve passar por vrias
consultas pblicas antes que a deciso sobre se vai ou no haver reassentamento seja tomada? A informao sobre o assunto do reassentamento foi
at aqui gerida da pior maneira possvel, facto injusticado e absolutamente inaceitvel, especialmente quando se tenta impedir que as comunidades
recebam esclarecimentos sobre um assunto que abalou profundamente as
suas vidas. Na aldeia de Quitupo, a escola ruiu, mas ningum se interessa
em reconstru-la porque dizem que vamos ser reassentados. As casas dos
aldees esto, muitas delas, em degradao, e nada se faz porque dizem que
vamos ser reassentados. Nas machambas, o trabalho decorre a meio gs, e
as mulheres dizem que h meses que no conseguem dormirporque no
sabemos quando vamos ter de sair..... Isto no justo!
c) Falta de preparao das comunidades. A iniciativa do CTV e doutras OSCs
de esclarecer aspectos legais e preparar as comunidades para os processos
de licenciamento tem sido muito mal recebida pelo governo, por razes
que ainda no conseguimos entender. Tambm no conseguimos entender
como que o MICOA continua distante e sem controlo efectivo dos processos. Em vez do MICOA, quem est a desdobrar-se em esforos de comunicao com as comunidades a Policia, mas com objectivos diferentes
do fornecimento de esclarecimentos. A Polcia est determinada a silenciar
e intimidar, a afastar da comunidade todas as pessoas e organizaes que
as possam apoiar e esclarecer, e a assegurar que a empresa continue a fazer
corta-matos aos procedimentos legais. Existe muita pressa por parte da
empresa em obter a licena ambiental, prevendo inclusivamente que isso
acontea at ao m de 2013 ou incios de 2014. No entanto, importante
que se esclarea que se o processo do reassentamento for minimamente
bem conduzido, esta licena dicilmente poder ser obtida em menos de
12 meses, tal como armaram os prprios consultores da empresa afectos
ao processo. A menos que o MICOA abra mais excees.
d) Resistncia no uso de Instrumentos de Gesto Ambiental e de Terras.
A legislao do Ambiente e do Planeamento e Ordenamento do Territrio
indicam e destacam alguns instrumentos concebidos para assegurar o desenvolvimento sustentvel, com destaque para os planos de uso da terra.
Entre ns levantam-se dvidas sobre a maneira como estes instrumentos
esto a ser usados para informar, atempadamente, os processos de licenciamento e para prevenir e minimizar conitos entre os diferentes sectores
e interesses sociais e econmicos. Em que medida que estes instrumentos
foram produzidos, considerados e usados no licenciamento do projecto de
Palma? Estamos h 8 meses tentando perceber qual o ponto de situao
do Plano de Uso da Terra do Distrito de Palma que, no incio do ano, nos
disseram que estava em fase de nalizao. No conseguimos at aqui
obter resposta ao pedido de esclarecimentos sobre o processo que foi e/ou
est sendo seguido para a sua elaborao, nem sobre o papel do Plano na
orientao das decises sobre o local de implantao das infraestruturas
dos projectos de gs. Suspeitamos que se trata de um plano que, quando
for aprovado, no ter outra opo seno acomodar a realidade do terreno, em termos de ocupao de terras, ao invs de orient-la.
O governo do Distrito comentou, no incio do ano, que estava muito preocupado com a demora na nalizao do plano por parte do MICOA pois no
tinha uma base para decidir sobre os milhares de pedidos de ocupao de
terras recebidos como resultado da existncia do projecto de gs.Em nosso
entender, o Plano de Uso da Terra facilitaria em grande medida a tomada de
decises sobre onde implantar as infraestruturas dos projectos de hidrocarbonetos e outros interesses econmicos e sociais. A previso de ocupao das
terras das comunidades circunvizinhas de Quitupo, numa rea de 18,000ha,
para a construo de uma cidadela industrial associada aos projectos de gs,
com possvel reassentamento dessas comunidades, segundo comentrios de
tcnicos da ENH, s nos pode fazer prever que a confuso est apenas no incio. A ENH arma que essas comunidades tero de ser reassentadas porque
nunca tero qualicaes tcnicas para se integrarem na dinmica que ser
criada na rea, por isso tero de sair....
O que signica isto? Vamos comear a construir guetos para os externos e
estrangeiros, afastando os ocupantes originrios simplesmente porque so
camponeses e pescadores? Camponeses e pescadores que sempre viveram
naquela regio, vo deixar de l poder continuar porque no tm perl
para viver em cidades modernas? Vindo da boca de assessores do governo,
estas armaes levam-nos a perguntar se o colono regressou disfarado de
agente governamental.....
Quanto a ns, e at prova em contrrio, no existe qualquer justicao da
necessidade de reassentar, nem os aldees de Quitupo, muito menos os ocupantes da rea pretendida para a edicao de uma cidadela industrial.
perfeitamente possvel e recomendvel que estas pessoas sejam mantidas nas
suas reas e integradas nos assentamentos urbanos que eventualmente sero
erguidos. Depois de conhecidos os detalhes das infraestruturas, em termos
de dimenso e necessidade de terra, a prioridade da ocupao dos espaos
previstos para habitao moderna e convencional, dever ser dada s pessoas
locais. Se os trabalhadores da Anadarko e ENI podem residir na zona, porque
ser que os locais tm de sair? Vamos permitir isto? Defendemos a integrao
Savana 18-10-2013
e priorizao dos locais, tanto na sua preparao tcnica para o aproveitamento das oportunidades de negcios que os projectos esto e continuaro a
criar, como para a elevao das suas condies de vida, mantendo a coeso e
estabilidade social necessrias para o seu desenvolvimento equilibrado.
Continuaremos a desaar a Anadarko e a ENI a aproveitarem a oportunidade
que ainda existe de serem projectos de referncia em termos de boas prticas
e boa governao ambiental, social e econmica. Ao nosso governo, s nos
resta esperar que tome a liderana na correco dos erros cometidos para que
os seus discursos sobre combate pobreza, promoo do desenvolvimento
rural e proteo das comunidades rurais, no continuem a ser contrariados
por exibies de fraudes, burlas e coao.
4. Modelo de desenvolvimento, democracia e justia
Infelizmente o caso de Palma no o nico onde agentes do governo lideram
processos de tomada de deciso em moldes que prejudicam as populaes.
Sem educao e acesso informao, as pessoas do campo so tratadas como
inexistentes, sem caras, sem voz, sem espao e sem opinio. Porque so pobres e analfabetas diz-se, com desprezo, como ouvimos o Comandante da
Polcia de Palma dizer as comunidades so como crianas, pelo que no h
necessidade de consult-las, ou ento que as comunidades dizem uma coisa
hoje e amanh esquecem-se do que disseram. Ser mesmo? que, para ns,
os membros dessas comunidades so como os nossos pais, as nossas tias e os
nossos avs, e sempre que pensamos nestas pessoas vemos tudo menos pessoas ignorantes e estpidas. Vemos tudo menos pessoas que no percebam
os assuntos. Vemos tudo menos pessoas amnsicas que se possam esquecer
da notcia de que amanh podero acordar sem casa...Quem se esqueceria de
uma notcia como esta?
Este e outros casos levam-nos muitas vezes a questionarmo-nos sobre o modelo de desenvolvimento que estamos a seguir, sobre a nossa prpria identidade e sobre a nossa noo de democracia. Quando violentamos as nossas
comunidades rurais sem quaisquer escrpulos, por interesses individuais e
externos, que auto-estima estamos a cultivar e demonstrar? Quando impedimos as ONGs nacionais de realizarem livremente as suas actividades, que
democracia e incluso estamos a praticar? Quando impedimos que pessoas
afectadas por projectos manifestem as suas preocupaes e exijam os seus
direitos, a que povo estamos a servir?
5. A Polcia como instrumento de intimidao e coao
Como resultado da divulgao de informao e capacitao sobre legislao
ambiental e gesto de recursos naturais realizada pelo CTV junto das comunidades da Pennsula de Afungi, estas comunidades passaram a ser interlocutores minimamente informados e activos nos encontros com o governo e
com a empresa. Este facto est a desagradar profundamente todos os nveis
do governo, assim como a empresa Anadarko, que reclama que antes as comunidades no levantavam nenhuma questo e estavam satisfeitas com o
projecto mas, de repente, esto a levantar questes e a mostrar muita resistncia nossa presena.
por isso que o Comandante da Polcia do Distrito de Palma, que apesar de
ter armado veementemente na presena de membros da Plataforma da Sociedade Civil sobre Recursos Naturais e Industria Extractiva, no dia 18 de Setembro, que uma polcia de todos os cidados, parece ter assumido a misso
exclusiva de assegurar que os investidores no sejam incomodados e que o
processo do licenciamento dos seus projectos corra com a maior celeridade e
menor perturbao possvel, ainda que isso implique atropelos lei. De facto,
a polcia local no s mantm uma presena quase diria nas aldeias, liderando encontros de mobilizao das comunidades a favor dos projectos de gs,
como tambm se desdobra em noticaes e interrogatrios a membros das
ONGs, a quem inclusivamente probe de realizar as suas actividades.
De qu que as empresas tm medo para precisarem de escolta policial para
circularem nas reas das comunidades onde no h qualquer sinal de desordem ou violncia? De qu que o governo distrital tem medo, para impedir
que as comunidades sejam preparadas para participarem nas consultas de
forma informada?
Apesar das ameaas mal disfaradas, incluindo ameaas contra a integridade
fsica da sua DG, o Centro Terra Viva mantm-se determinado a prosseguir
com as suas actividades de divulgao de legislao e assessoria jurdica s
comunidades rurais, em Palma e noutros pontos do pas, e a denunciar irregularidades sempre que isso seja detectado. Sempre estivemos e continuaremos tambm interessados e dispostos a registar, reconhecer e publicitar casos
de boas prticas na atraco e implementao de projectos de investimentos
em reas comunitrias, infelizmente ainda muito raros entre ns. Em conjunto com outras ONGs, especialmente no mbito da Plataforma da Sociedade
Civil sobre Recursos Naturais e Indstria Extractiva, continuaremos a procurar dar o nosso contributo para que os projectos de investimento nacional
ou estrangeiro sejam concebidos, licenciados e implementados com respeito
pela legislao nacional, e priorizando o interesse nacional. Os cidados deste
pas so a maior riqueza que ele possui e o respeito pelos seus direitos uma
obrigao legal e moral. Por isso, recorreremos a todas as instncias competentes para assegurar que tal acontea, e para que a legalidade e a justia
prevaleam.
O Gabinete Jurdico do CTV pode ser contactado atravs do nmero
823002496, pelo email [email protected], pelo nmero xo 21416131, ou pelo
fax 21416134.
(*) Jurista Ambiental e Directora Geral do Centro Terra Viva
Savana 18-10-2013
SUPLEMENTO
Savana 18-10-2013
OPINIO
Savana 18-10-2013
A gente conhece-se
ouve tempos em que tudo se fazia por amor camisola. Jogar futebol, basquetebol, nadar ou dar aulas de materialismo-dialctico aos camponeses em
Rapale sob a luz de um candieiro.
Houve esses tempos.
Eu sou testemunha desses tempos.
Dei aulas de Marxismo-Leninismo no Vale de Infulene na companhia de Idasse Tembe,
do Lake Maciana sob o som das guitarradas do Jeconias ou de Jimi Hendrix a fumar
soruma.
Conheci pessoas interessantes como Lus Filipe Carvalho Mota, vulgo Ch e passei tardes
bonitas de domingo com a minha namorada Rosa a ouvir a msica dos Pingos de Chuva
com Filipe, Pacha Viegas e outros que tantos quando a saia dessas vaipadas era atravessar
a avenida Pinheiro Chagas e entrar na Portuglia comprar duas dzias de bananas com
cerveja familiar 2M.
Bons tempos.
Tudo se fazia por amor em que a gente acreditava de tal maneira que, quando se deu o que
se deu no Uganda, de Idi Amin Dada, o Nata Ussene esteve l em 1979 e aqui visto na
companhia de dois militares, 34 anos depois.
Foi agora.
O Idi Amin Dada j foi. O Nata ainda c est entre ns e ainda se lembra do que aconteceu nesse ano em que foi a Uganda no tempo de Idi Amim Dada quando Sulemane Kabir
que era jornalista da Rdio Moambique, no meio de sono, comeou a gritar. Directamente de Kampala fala-vos Sulemane Kabir.
H gmeos e gmeos. Todos ns conhecemos alguns gmeos. Normalmente so muito
criativos. Os irmos Parruque so msicos que se celebrizaram com a msica Hi papai
nhankadhe.
Para dizer que eles estavam a falar mal das pessoas que bebem tontonto o que, alis,
vulgar.
De modo geral, toda a gente que bebe tontonto ou tentao ou caravela parece que carrega
em si um estigma para no falar de Chibuco, o que bom e de bom tom beber whisky,
mesmo que seja Clan MacGregor ou simplesmente MacGregor.
E por falar em MacGregor, vamos l ver o que que estes ilustres senhores esto a beber.
Uns como Jos Tembe, jornalista da Rdio Moambique, conseguimos ver que cerveja.
E os outros? Agostinho Milton, conselheiro da Embaixada de Moambique no Qunia,
Henrique Banze, vice-ministro dos Negcios Estrangeiros, Dickson Siyakulima, empresrio moambicano que vive no Uganda h mais de 30 anos, que nos digam.
H um bicho excepcional. pulga.
A pulga salta mais de seis vezes o tamanho do seu prprio corpo e cria matequenha.
A pessoa espanta-se: como que eu tenho matenquenha se ando sempre calado.
A questo que a pulga salta e entra sempre no sapato, depois salta e multiplica-se a custa
do sangue da vtima. Pior que uma caraa.
H pessoas que sem ser pulgas nem caraas tm essa grande virtude de saber saltar e sobreviver s grandes crises.
Houve um jornal chamado Fim-de-Semana, outro chamado Popular, houve um programa
chamado isso e aquilo. Tudo acabou e as pessoas esto vivas. Mas bem vivas.
Um mdulo: Leandro Poul e Arlindo Lopes e Samira Chicalia so o exemplo. Alis, como
diz Nata Ussene, nenhuma mulher feia. Que o diga a minha me.
O Fernando Lima esteve h pouco tempo na Sucia. O Fernando Lima em tempos trabalhou na AIM, Agncia de Informao de Moambique. Nessa altura foi camarada de
armas de Srgio Santimano.
O Srgio Santimano, fotgrafo, est agora radicado em Uppsala, na Sucia. Foi um reencontro. E bom que se note o ar de camaradas com que eles se deixaram fotografar como
dizem os marongas: mais importante do que ser bonito ser conhecido.
A gente conhece-se.
27
HORA DO FECHO
.D
i z-
IMAGEM DA SEMANA
i zse
se
..
www.savana.co.mz
Por causa dos ventos, kamba Zdu, que jurou um dia que era
tempo de as caravelas fazerem a viagem de regresso, no est
satisfeito que o judicirio tuga ainda mantenha a sua separao dos outros poderes, mesmo que um representante do executivo tenha vindo a Luanda fazer o beija-mo de vassalagem.
Como ainda h imprensa que no foi comprada pelos petro-dlares, Zdu, implacvel, acha que no h parceria possvel
com o pas que via em Luanda a sua tbua de salvao. L diz
o ditado, de tanto se abaixar
O que corre mal para uns uma benesse para outros, deve
cogitar o nosso jovem tigre solitrio, vendo mais de longe o
terminal de carvo que um dia sonhou construir com os seus
amigos brasileiros. Como no ministrio que decide habita
agora um comissrio da casa branca, correm de novo de feio
os ventos a favor do primognito que, com a ajuda chinesa,
quer mesmo o carvo a sair do porto que no h dragagem que
o safe. Algum j disse um dia: o Estado sou eu
Por isso se podem construir estrias fantasiosas de conspiradores goeses e tiros no menos fantasiosos sobre o general do
primeiro tiro. Ser tanta sujeira necessria para abrir alas
imposio do candidato para 2014?
Em voz baixa
Savana 18-10-2013
EVENTOS
EVENTOS
EVENTOS
2
EVENTOS
EVENTOS
Savana 18-10-2013
caminho da comemorao
do seu dcimo aniversrio,
o Moambique Fashion
Week reconhece o seu papel
na sociedade em que est inserida,
como tambm pretende ser veculo
de promoo de novas ideias, novas
plataformas. Surpresas atrs de surpresas, inovaes e crescimento que
a mesma tem vindo semear ano aps
ano, o MFW na sua nona edio no
far diferente. Em conferncia de
imprensa no incio da semana, Vasco Rocha, Director Geral da DDB,
agncia responsvel pelo MFW, enumerou algumas das novidades que
iro acontecer na altura mais quente
do ano. Na semana de moda a ocorrer
de 28 de Novembro a 8 de Dezembro, iro deslar cerca de 100 estilistas, entre nacionais nas categoria de
Young Designers e Estabelecidos,
estilistas Internacionais e os Pan-africanos, sem esquecer do concurso
MFW School, que vai envolver algumas escolas da capital, e quem sabe
de mais uma ou duas provncias, assim conrmou Rocha.
Este ano, o Vodacom Mozambique
Fashion Week prope aos estilistas
Ilec Vilanculo
urante
o
perodo
2011/12, cerca de 2800
pessoas perderam vida
no pas devido malria, pelo facto de o Ministrio da
Sade (MISAU) no ter executado o seu programa de pulverizao intradomiciliar por forma a
combater os mosquitos.
De acordo com Graa Matsinhe, directora do Programa Nacional de Controlo da Malria
(PNCM), estes dados representam uma subida de cerca de 10%
de casos quando comparados
com igual perodo de 2010/11.
Matsinhe, que falava na passada
sexta-feira, no decurso do lanamento da campanha nacional
de pulverizao no povoado de
Tchemanine, posto administrativo de Chidenguele, na provncia de Gaza, refere que devido
chegada tardia de insecticidas e
problemas logsticos para distribuio no foi possvel realizar a
campanha de pulverizao ano
passado e as consequncias foram
desastrosas.
Apelamos a todas as famlias
para aderirem ao programa, deixando os nossos tcnicos pulverizarem as casas como forma de
prevenir casos de malrias e reduzir as mortes que advm desta
doena que mais vidas ceifa no
pas, disse.
Segundo Matsinhe, preciso que
as populaes ganhem conscincia que esta doena pode ser prevenida atravs da pulverizao,
Savana 18-10-2013
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