500perguntasamendoim PDF
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Autores
Aurelir Nobre Barreto (In memoriam)
Engenheiro-agrnomo, M.Sc. em Engenharia Civil,
pesquisador da Embrapa Algodo, Campina Grande, PB
Ayic Chaves Silva
Tcnico agroindustrial, M.Sc. em Sociologia Rural,
assistente de pesquisa da Embrapa Algodo, Campina Grande, PB
Bill Jorge Costa
Qumico, D.Sc. em Cincia e Engenharia de Materiais,
tcnico do Instituto de Tecnologia do Paran, Curitiba, PR
Genira Pereira de Andrade
Biloga, D.Sc. em Fitopatologia, tcnica de Apoio a Pesquisa,
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife, PE
Gilvan Pio-Ribeiro
Engenheiro-agrnomo, ps-doutor em Fitopatologia, professor
da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife, PE
Giuliano Fernandes Zagonel
Qumico, M.Sc. em Qumica, bolsista do Instituto
de Tecnologia do Paran, Curitiba, PR
Juliano Rodrigo Cor
Engenheiro-agrnomo, gerente do Departamento Tcnico e de Fomento
da Diviso de Gros, Sementes Esperana, Jaboticabal, SP
Julita Maria Frota Chagas Carvalho
Engenheira-agrnoma, D.Sc. em Recursos Fitogenticos,
pesquisadora da Embrapa Algodo, Campina Grande, PB
Liziane Maria de Lima
Biloga, D.Sc. em Biologia Molecular, pesquisadora
da Embrapa Algodo, Campina Grande, PB
Apresentao
O amendoim um produto cultivado em vrias regies
fisiogrficas do Pas. Nos ltimos 5 anos, a produo vem crescendo
gradativamente, estimando-se 300 mil toneladas ao ano.
Esse incremento na produo refletiu ganhos consistentes em
produtividade obtidos em safras anteriores, devidos principalmente
adoo de cultivares mais produtivas, entre outras tecnologias. Essa
mudana permitiu, inclusive, a explorao do mercado externo, aps
20 anos de interrupo das exportaes de volumes significativos
de amendoim (em vagem e descascado).
A maior eficincia do processo produtivo implica tanto na
reduo dos custos quanto no controle de pragas e doenas,
resultando em maiores produtividades. Neste livro, as perguntas
selecionadas incluem os questionamentos mais frequentes de
agricultores, estudantes, tcnicos e demais clientes interessados no
agronegcio do amendoim.
No entanto, a qualidade do produto tem sido o maior desafio
de sua cadeia produtiva, para atender s exigncias dos mercados
interno e externo. Assim, informaes mais detalhadas sobre nutrio,
propriedades bioqumicas, agroenergia e segurana alimentar
tambm foram contempladas nesta obra, visando agregar conhecimentos fundamentais para esclarecer aspectos determinantes do
consumo do amendoim e de seus derivados.
Para atender aos interesses mais diversos relacionados cultura
do amendoim e demanda por informao atualizada esta
publicao reuniu autores e colaboradores de diferentes reas do
conhecimento e instituies, oferecendo ao leitor uma viso
abrangente dessa cultura extremamente verstil.
Napoleo Esberard de Macdo Beltro
Chefe-Geral da Embrapa Algodo
Sumrio
Introduo ..................................................................... 13
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Introduo
No Brasil, a cultura do amendoim j foi uma das mais
expressivas no mercado nacional de oleaginosas, gerando divisas
tanto pelo abastecimento interno de leo vegetal quanto pela
exportao de subprodutos. Contudo, a partir da dcada de 1980,
houve forte reverso no agronegcio dessa cultura, decorrente de
vrios fatores, especialmente de ordem tecnolgica e de mercado,
que levaram reduo na rea de cultivo e na participao do
produto na balana comercial.
Diante dessas transformaes, o amendoim passou a ser
cultivado, visando, principalmente, atender ao mercado interno de
gros in natura e indstria de alimentos. Para mudar esse cenrio,
foram necessrios vrios ajustes nos processos que limitavam o
crescimento da cadeia produtiva dessa cultura, sendo os mais
expressivos:
A adoo de sistemas de produo tecnificados.
A reduo dos custos de produo agrcola.
Adoo de novas cultivares e alto investimento na qualidade
do produto, de modo a retomar a confiabilidade das indstrias de
alimentos e do mercado internacional.
Atualmente, o mercado de amendoim expandiu-se nos
segmentos in natura e de confeitaria. Com as novas demandas que
surgem com a agroenergia, abre-se mais um nicho de oportunidades
para o emergente mercado de biodesel.
No entanto, a melhoria do processo produtivo, ocorrida nos
ltimos anos, gera novos desafios, que demandam conhecimentos
atualizados em diversos aspectos. Este livro fornece aos leitores
informaes relevantes sobre cincia e tecnologia, reunidas de
maneira a propiciar uma leitura agradvel e acessvel.
Ecofisiologia e
Manejo Cultural
Quais os fatores climticos mais importantes para o crescimento da planta e o desenvolvimento do amendoim?
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Todos os macronutrientes
so importantes na fisiologia de
crescimento e desenvolvimento
do amendoim e, junto com os
micronutrientes, funcionam em
harmonia na produo e na
qualidade dos frutos. Quanto aos
aspectos de qualidade e de
quantidade de frutos por planta,
os macronutrientes que melhor
respondem a essas necessidades so o fsforo (P) e o clcio (Ca).
O fsforo considerado como o principal fator de produtividade
da cultura, embora seja requerido em menores quantidades,
aumentando a eficincia reprodutiva e o enchimento dos frutos. Por
sua vez, o clcio influencia tanto na reao do solo quanto na
fisiologia da planta.
Uma vez incorporado ao solo, o clcio controla o pH,
prevenindo o acmulo de alumnio (Al), promovendo ambiente
favorvel para o desenvolvimento da microflora e aumentando a
disponibilidade de muitos elementos essenciais.
Na planta, o fornecimento de clcio contribui para o
aprofundamento das razes, resistncia do ginforo (alongamento do
eixo floral), tamanho das sementes, enchimento das vagens e reduo
de incidncias da doena podrido-das-vagens, causadas
principalmente por Pythium myriotylum, Rhizoctonia solani e
Fusarium spp.
Nota: h registro de elevao na produtividade da cultura, em funo da
adubao fosfatada, entre 20% e 54% no Sudeste, e de 40% e 50% no Nordeste.
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Sementes/ha
(kg)
Densidade
(plantas/ha)
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200.000
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Produtividade mdia
(t/ha)
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O que amontoa?
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aplicao, o solo deve ser bem preparado, sem torres grandes e com
umidade suficiente para que o produto a ser aplicado seja ativado.
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Como atuam os herbicidas "amarelos", do grupo das dinitroanilinas, nas plantas daninhas e no amendoinzeiro? Qual o
mecanismo de ao?
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Irrigao e Drenagem
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Por tratar-se de uma cultura com plantio muito adensado, podese adotar o sistema de irrigao por asperso em reas maiores, e a
microasperso em reas menores.
Alm desses sistemas, a irrigao por sulco tambm poder ser
adotada, desde que a gleba seja devidamente sistematizada.
Nota: a escolha do sistema de irrigao depender do relevo do terreno, da
textura do solo, do poder de compra do produtor e de outros fatores da propriedade
rural.
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O clculo da quantidade de gua necessria para irrigar o amendoim pode ser feito por
meio da equao a seguir, sem transformaes
de unidades:
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VolN = ET0 x Kc x A
em que:
VolN = volume de gua necessrio cultura (m3/dia)
ET0 = evapotranspirao de referncia (mm/dia)
Kc = coeficiente da cultura (adimensional)
A = rea disponvel para a fileira irrigada (m2).
Por meio de pesquisas, o valor de Kc pode ser determinado
para cada regio de cultivo. Para o clculo do volume de gua total
considerando-se as perdas peculiares ao sistema de irrigao e s
propriedades do solo aplica-se a seguinte equao:
VolT = 1/Ea (VolN)
em que:
VolT = volume total a ser aplicado (L/fileira/dia)
Ea = eficincia de aplicao de gua (em decimal)
VolN = volume de gua necessrio cultura (L/fileira/dia).
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Ta=
em que:
VolT
Pmm
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1
Ea
0CC - 0 PMP . Ds . P . Fr
100
Fi
em que:
QAT = quantidade de gua total a ser aplicada cultura (mm)
Ea = eficincia de aplicao de gua do sistema usado (em
decimal)
0CC = teor de gua na capacidade de campo (%)
0PMP = teor de gua no ponto de murcha permanente (%)
Ds = densidade do solo (g/cm3)
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em que:
VolT = volume total a ser aplicado (L/fileira/dia)
Ea = eficincia de aplicao de gua (em decimal)
VolN = volume de gua necessrio cultura (L/fileira/dia).
Para os sistemas de irrigao localizada (microasperso,
gotejamento e difusores), considera-se a eficincia de aplicao (Ea)
de 0,90.
Para os sistemas de irrigao por asperso e por sulcos,
consideram-se valores de Ea entre 0,65 e 0,75.
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0PMP =
398,9 (S + A)
1.308,1 + (S + A)
em que:
0CC = teor de gua capacidade de campo (%)
0PMP = teor de gua no ponto de murcha permanente (%)
S+A = soma dos teores de silte e argila.
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O que fertirrigao?
a aplicao dos fertilizantes necessrios
s culturas via gua de irrigao, ou seja, a gua
de irrigao o veculo de transporte dos fertilizantes. Para executar essa prtica, usa-se a prpria estrutura dos sistemas de irrigao e produtos solveis em gua.
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Referncias
DOORENBOS, J., KASSAM, A.H. Efeito da gua no rendimento das culturas.
Campina Grande: UFPB, 1994. 306p. (Estudos FAO: Irrigao e Drenagem, 33).
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Doenas
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Oxicloreto de cobre.
Clorotalonil.
xido cuproso.
Difenoconazol.
Propiconazol.
Mancozebe.
Maneb.
Existem variedades resistentes de amendoim manchacastanha e pinta-preta?
Existem vrios gentipos identificados como resistentes pintapreta e mancha-castanha, como os gentipos americanos a seguir:
NCAc17133RF.
PI259747.
Krapovikas Strain 16.
FESR12P6B1.
PI1259747.
PI 350680.
PI 381622.
PI 405132.
PI 215696.
PI341879.
Alm desses gentipos, so relatadas ainda as seguintes
cultivares americanas:
Tifton 8.
C99R.
Southern Runner (resistente).
Georgia Runner (tolerante).
No Brasil, as cultivares IAC-Caiap e a IAC-Jumbo, cultivadas
principalmente no Estado de So Paulo, possuem resistncia pintapreta e resistncia parcial a outras doenas foliares.
As cultivares americanas NC 6 e NC 7 so resistentes manchacastanha, enquanto a cultivar brasileira BR 1, de ciclo precoce,
considerada tolerante a essa doena.
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Insetos-Praga
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Os tripes so insetos de pequeno porte, medindo aproximadamente 1 mm de comprimento. As formas jovens apresentam
colorao branco-amarelada e so pteras (desprovidas de asas).
Os adultos so dotados de asas franjadas, com duas faixas brancas,
de colorao escura.
Ao se alimentarem, os tripes raspam e sugam a seiva que exsuda
dos fololos fechados, onde ficam abrigados. Com o ataque, os fololos
apresentam estrias e aspecto deformado.
A lagarta-do-pescoo-vermelho de colorao brancoesverdeada e de cabea preta, com os dois primeiros segmentos
torxicos de colorao vermelha. Quando ela est completamente
desenvolvida, chega a medir cerca de 6 mm de comprimento.
Ao atacarem as brotaes novas, as lagartas perfuram os fololos
ainda fechados. Estes, quando se abrem, apresentam perfuraes
simtricas.
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Que nvel populacional da lagarta-elasmo pode ser responsvel pela reduo da produo em amendoim?
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As perdas de produtividade so
bastante variveis e esto relacionadas
aos organismos que atacam a lavoura de
amendoim, s variedades usadas, fase
de desenvolvimento em que a cultura se
encontra e intensidade de ataque sofrido pela planta, entre outros fatores.
No caso da lagarta-elasmo, em que
o dano econmico atingido quando so
encontradas de 4 a 5 larvas por metro de fileira de amendoim, para
cada 1% de aumento na infestao das plantas pelo inseto, h reduo da produo de amendoim em 10 kg/ha. Prejuzo da ordem de
40% na produo do amendoim causado quando uma mdia de
1,15 percevejos-preto (Cyrtonemus mirabilis) encontrada por metro de sulco.
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O controle biolgico consiste no uso de parasitoides, predadores ou patgenos, para reduzir a densidade populacional de
insetos na lavoura.
Com base em medidas ecolgicas, o uso desses inimigos
naturais visa promover menor risco ao surgimento de organismos
indesejveis aos sistemas agrcolas, alm de proporcionar a reduo
de agrotxicos na lavoura e de contribuir na manuteno do
equilbrio ambiental e na sade do ser humano.
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Na maioria dos gros de amendoim armazenados so encontrados colepteros ou sejam, besouros. Representam essa ordem
insetos do gnero Tribolium, cujas espcies so T. castaneum e T.
confusum.
Outros besouros so das espcies Lasioderma serricorne,
Oryzaephilus surinamensis, Laemophloeus minutus, Carpophilus sp.
e Alphitobus diaperinus. As espcies Plodia interpuctella e Corcyra
cephalonica so representantes da ordem Lepidptera.
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Colheita e Ps-Colheita
Valdinei Sofiatti
Vicente de Paula Queiroga
Odilon Reny Ribeiro Ferreira da Silva
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feita:
Em propriedades pequenas Com secador simples.
Em unidades beneficiadoras de cooperativas ou empresas
Com secador de grande porte.
Atualmente, para secagem em grande escala, os secadores mais
usados so as "carretas secadoras", que simultaneamente propiciam
mobilidade e eficincia nas operaes de transporte e secagem.
A secagem das vagens de amendoim tambm pode ser feita
em secadores estticos, do tipo tubo central perfurado.
A finalidade dessa secagem reduzir a umidade interna das
sementes para nveis compatveis com um armazenamento seguro,
sem comprometer a qualidade dos gros ou sementes.
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Esse equipamento constitudo de um chassi e de um reservatrio confeccionado em chapas de ao, montados sobre dois eixos
com rodas pneumticas.
A carreta acoplada a queimadores, por meio de aberturas
existentes na sua parte inferior. O fundo da carreta perfurado e o ar
quente insuflado, atravessando a massa de vagens para promover
a secagem.
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As impurezas mais leves so separadas das sementes pela presso do ar (vento), que as carrega para
fora do equipamento. Por sua vez, as sementes quebradas e as
impurezas maiores que as sementes so removidas pelas peneiras.
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As regulagens desses mecanismos devem ser feitas individualmente, para que se obtenha um ajuste adequado da mquina.
A eficincia da regulagem pode ser verificada pela diferena de peso
de um mesmo volume de sementes coletadas nas partes alta e baixa
da mesa.
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Mecanizao
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Na cultura do amendoim, em se
tratando de preparo tratorizado, o
preparo de solo mais adequado a
arao com arado de discos ou aiveca,
seguido de gradagem com grade leve
ou niveladora. Em solos com camadas
subsuperficiais compactadas, recomendado o uso de subsolador antes ou
aps a arao.
O preparo do solo deve revolver adequadamente o solo,
incorporando os restos culturais para favorecer a operao de plantio
e a emergncia das plntulas. Em caso do uso da trao animal, o
arado mais recomendado o arado de aiveca, que pode ser fixo ou
reversvel, usando-se como fonte de trao, 1 ou 2 animais.
No Nordeste, em solos arenosos, comum usar o cultivador
com cinco enxadas. Esse equipamento faz o preparo mnimo, com
pouco revolvimento do solo.
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Mercado e
Comercializao
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Para que a produo mecanizada seja economicamente vivel, qual a rea mnima a ser cultivada?
Esse clculo depender de fatores variveis, como preo de mercado, produo
estimada, custo de produo, produo em
rea prpria ou arrendada, etc.
Considerando-se os investimentos em
sistema de produo totalmente mecanizado, em que o produtor necessita no mnimo de uma colheitadeira, um arrancadorinvertedor e um transbordo, alm dos imple118
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Os testes so feitos por meio de planos de amostragem executados com base nas recomendaes dos Planos de Amostragem
para Anlise de Aflatoxinas em Milho e Amendoim (FAO, 1993).
Nesse controle, tambm deve ser aplicada a Norma de
Amostragem ISO 950, 1979, Amostragem de Cereais em Gros, cujo
uso, assim como os procedimentos recomendados pela Food
Agriculture Organization of the United States (FAO), esto previstos
na Resoluo Anvisa 274/2002 (ANVISA, 2002).
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Castanha-de-caju.
Pistache.
Castanha-do-brasil.
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Nas operaes de exportao, a Secretaria de Defesa Agropecuria (SDA) estabelece a exigncia de classificao e controle de
aflatoxinas para produtos vegetais. Por sua vez, alguns pases
importadores exigem que a avaliao desses produtos seja feita por
instituies certificadoras, de renome internacional.
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Referncias
FAO. Sampling plants for aflatoxin analysis in peanuts and corn. Rome,
1993. (FAO. Food and Nutrition Paper, 55).
ANVISA. Resoluo RDC n. 274, de 15 de outubro de 2002. Aprova o
"Regulamento Tcnico Sobre Limites Mximos de Aflatoxinas Admissveis no
Leite, no Amendoim, no Milho", constante do Anexo desta Resoluo. Dirio
Oficial [da] Repblica Federativa do Brasil, Braslia, DF, 16 out. 2002.
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Transferncia de Tecnologia
e Organizao da Produo
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um planejamento claro da tecnologia a ser empregada, contemplando a logstica de pessoal, mquinas e insumos necessrios
manuteno e conduo da lavoura, alm do conhecimento do
mercado para a justa comercializao da safra.
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Banco
de
Sementes
Qual a importncia do banco de sementes para a organizao da produo de amendoim nas comunidades?
Proporcionar as seguintes vantagens:
Oferta de sementes de origem conhecida para plantio.
Reduo dos custos iniciais de implantao.
Planejamento do tamanho da rea a ser cultivada.
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Idade:
Cdula de Identidade:
CPF:
Comunidade:
Fone:
Municpio:
( ) Arrendatrio
Tamanho da propriedade:
Outros cultivos
Cadastro:
ha
( ) Outro:
ha.
ha
Criao pecuria:
( ) Outra:
Transporte da famlia
( ) Carro prprio ( ) Moto ( ) nibus ( ) Charrete
Perfil socioeconmico
Escolaridade da famlia: (
( ) Terceiro grau
) Analfabeto (
) Ensino fundamental
) Ensino mdio
Tipo de moradia
( ) Taipa ( ) Alvenaria ( ) Mista ( ) Outro:
Infraestrutura da casa
( ) gua encanada ( ) Energia ( ) Banheiro ( ) Fossa sptica
( ) TV ( ) Rdio ( ) Antena parablica ( ) Telefone ( ) Fogo a gs
Fonte de gua: ( ) Poo ( ) Aude ( ) Barreiro ( ) Cisterna ( ) Rio ( ) Carro-pipa
Renda mensal da famlia/ms:
( ) Agrcola: R$
Outra fonte: R$
Equipamentos da propriedade
( ) Cultivador ( ) Pulverizador costal ( ) Arado de aiveca ( ) Animal de trao
( ) Trator ( ) Plantadeira ( ) Grade niveladora ( ) Outros:
( ) Cooperativa
( ) Indstria ( ) Outros:
Data:
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Melhoramento e
Cultivares Nacionais
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Sim. A cultivar Belmonte, lanada pelo Centro de Pesquisa do Cacau (Cepec), na dcada de
1990, recomendada para fins forrageiros. Essa cultivar pertence espcie A. pintoi e adapta-se bem
a ambientes com precipitaes pluviais anuais
entre 1.200 mm e 1.400 mm e a solos cidos, de
baixa a mdia fertilidade e textura franca, sendo
medianamente tolerante ao encharcamento.
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BR1
BRS Havana.
Senegal 55 437.
BRS 151 L7.
Quais as principais estratgias de tolerncia ao dficit hdrico
adotadas pela planta do amendoim?
So as seguintes:
Dimorfismo dos estmatos, que possibilita o movimento dos
fololos, reduzindo a radiao solar e a perda transpiratria.
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No. Na verdade, elas se completam. As prticas biotecnolgicas atuais so instrumentos de importncia fundamental nos
programas de melhoramento, mas no substituem as metodologias
convencionais.
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so:
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Avanos da
Biologia Molecular
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Uma vez estabelecida sua estrutura, o estudo do DNA voltouse principalmente para a identificao das partes codificantes,
determinao de seus produtos e associao com a expresso de
uma determinada caracterstica fenotpica.
Inicialmente, procurou-se associar a variao na sequncia com
determinada caracterstica e a primeira maneira encontrada foi a
avaliao de seus produtos por meio de sua mobilidade, determinada
pelo comprimento e tipo de aminocidos que a compem, usandose eletroforese e tcnicas de histoqumica de deteco de protenas
e de enzimas.
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Como dessa maneira a variabilidade encontrada era frequentemente baixa, a procura de associao entre gentipo e fentipo voltouse para a avaliao da variao nas sequncias dos DNAs de indivduos
que divergiam para caractersticas de interesse agronmico.
No incio, foram usadas enzimas que cortavam os DNAs em
sequncias especficas (enzimas de restrio) que so encontradas
em nmeros variveis entre indivduos de uma mesma espcie.
Em 1988, com o surgimento da tcnica de PCR (Polymerase
chain reaction), houve a possibilidade de se obter fragmentos
individuais de DNA que facilitavam a avaliao do polimorfismo
devido a diferenas tanto em tamanho, resultantes de inseres ou
delees (variao de tamanho de fragmento), quanto de sequncias
devido a mutaes pontuais.
Atualmente, devido grande disponibilidade de sequncias
de DNAs e maior facilidade de anlise de locos individuais em
larga escala, os trabalhos de associao gentipo-fentipo tm se
voltado para a avaliao de variaes nas sequncias ponto a ponto.
oportuno lembrar que, o sucesso na aplicao de biotecnologia no melhoramento de uma cultura no depende apenas da
disponibilidade de tcnicas de biologia molecular, mas tambm de
material vegetal adequado, isto , material avaliado adequadamente,
gerando informaes bsicas importantes como nmero de genes
envolvidos e herdabilidade, alm de populaes que estejam
segregando para as caractersticas de interesse.
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necessrio um laboratrio
bsico de biologia molecular e um
tcnico especializado com treinamento em extrao de DNA e genotipagem. Isso vivel, em centros
de melhoramento gentico. A maioria dos centros de pesquisa e das
universidades brasileiras j dispe
dessa estrutura.
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Caso haja demanda para o amendoim transgnico no Brasil, quais caractersticas teriam possibilidade de contribuir
na produo da cultura?
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Propriedades
Nutricionais e
Processamento
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Umidade
Lipdio
Protena
Cinza
Carboidratos
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Composio
mg/100 g
Ca (clcio)
K (potssio)
Mg (magnsio)
Na (sdio)
P (fsforo)
Co (cobalto)
Cr (cromo)
Cu (cobre)
Fe (ferro)
Mn (mangans)
Mo (molibdnio)
Zn (zinco)
Cd (cdmio)
Hg (mercrio)
Pb (chumbo)
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8,4
137
<0,022
0,16
0,74
1,99
1,70
<0,133
3,29
0,06
<1,56
0,10
358
O teor de leo pode ser obtido por diferena de peso, usandose extratores tipo Soxhlet, Randall e outros. Todos usam o mesmo
princpio, extrao a quente, por solvente.
Existe tambm o mtodo espectroscpico, o qual usa o
equipamento de ressonncia magntica Nuclear-RMN. Os mtodos
por extrao demandam mais tempo na execuo da anlise,
requerem pessoal especializado, e o uso de solventes caros e
perigosos.
A tcnica de RMN no depende de reagente nem da triturao
da amostra, ou seja, as sementes no so destrudas.
Esse processo permite ainda que maior nmero de anlises seja
feito em menor espao de tempo, com custo reduzido e maior
preciso, alm de no poluir o ambiente.
359
O leo da semente do amendoim possui tonalidade amareloclara, e seu odor e sabor so agradveis. relativamente livre de
fosfatdeos e outros constituintes no-oleosos, quando comparado a
outros leos vegetais, principalmente ao do algodo.
Aps o refino, que envolve as etapas de neutralizao,
clarificao e desodorizao, h alterao nos ndices (Tabela 3),
devido a algumas reaes qumicas que ocorrem.
Tabela 3. Alterao nos ndices aps o refino do leo da semente de amendoim.
Caracterstica
Gravidade especfica a 25/25 oC
ndice de refrao a 25 oC
ndice de iodo
ndice de saponificao
Matria insaponificvel
Ttulo
Antes do refino
0,910-0,915
1,467-1,470
84-100
188-195
No acima de 1%
26 oC a 32 oC
182
Depois do refino
90
189
0,5%
30 oC
360
Palmtico (C16 : 0)
Oleico (C18 : 1)
Linoleico (C18 : 2)
Esterico (C18 : 0)
Araqudico (C20 : 0)
Benico (C22 : 0)
Lignocrico (C24 : 0)
Insaturados
Saturados
Cadeia longa
Relao O/L
5,32
35,87
51,23
1,48
2,66
1,12
2,22
87,10
12,80
6,00
0,70
FAO
1989(1)
6,0 -16,0
35,0 -72,0
13,0 - 45,0
1,3 - 6,5
1,0 - 3.0
1,0 - 5,0
0,5 - 3,0
-
(1)
Limites fixados para o leo de amendoim, pela comisso do Codex Alimentarius.
Fonte: FAO (1989).
361
ndice de perxidos.
ndice de iodo.
cidos graxos livres.
Relao oleico/linoleico (O/L).
183
So as vitaminas do complexo B e do
complexo E:
Vitaminas do complexo B: tiamina,
riboflavina, niacina, piridoxina, colina,
biotina, inositol, cido flico e cido
pantotnico.
Vitamina E, um antioxidante natural.
364
184
365
FDA
(g/100 g)
Padro
(Ovo)
3,15
6,56
3,60
5,89
10,77
2,90
3,36
0,93
3,45
2,65
5,44
8,64
7,04
9,29
5,68
4,70
1,70
6,56
-
Padro
(FAO,1985)
2,80
4,40
4,40
2,20
2,20
2,80
0,90
2,50
1,90
AAs no essenciais
11,84
5,10
20,18
5,35
4,51
12,20
3,16
cido asprtico
Serina
cido glutmico
Glicina
Alanina
Arginina
Prolina
185
366
369
370
372
374
375
378
379
190
380
381
191
383
384
192
386
387
388
389
391
Moagem.
Cozimento.
Prensagem e decantao ou filtrao.
392
394
O que mufa?
401
404
405
406
Referncias
ANVISA. Portaria n 398, de 30 de abril de 1999. Aprova o
regulamento tcnico que estabelece as diretrizes bsicas para
anlise e comprovao de propriedades funcionais e ou de sade
alegadas em rotulagem de alimentos. Dirio Oficial [da] Repblica
Federativa do Brasil, Braslia, DF, Poder Executivo, 3 maio 1999.
ANVISA. Resoluo RDC n 360, de 23 de dezembro de 2003.
Aprova Regulamento Tcnico sobre Rotulagem Nutricional de
Alimentos Embalados, tornando obrigatria a rotulagem nutricional.
Dirio Oficial [da] Repblica Federativa do Brasil, Braslia, DF,
Poder Executivo, 26 dez. 2003.
FAO. Codex Standards for edible fast and oils. Roma: FAO: WHO, 1989.
(CAC. Division II).
FAO. Necesidades de energia y proteinas. Roma: FAO: OMS, 1985. (FAO/
OMS. Srie Informes Tcnicos, 724).
200
12
Propriedades
Bioqumicas
e Funcionais
407
O que so antioxidantes?
410
412
414
415
416
417
418
Assim como o resveratrol, o piceatanol tem atividade antiinflamatria, imunomoduladora e antiproliferativa. Por isso, tem
atrado bastante ateno de estudiosos para suas funes biomdicas.
Nota: o piceatanol um metablito secundrio e, em estudos com cultura de
tecidos, j foi biossintetizado e detectado em calos embriognicos.
419
205
420
Sim e alguns j foram isolados, parecendo ser do tipo BowmanBirk, devido ao seu baixo peso molecular e alto teor de cistena.
421
422
O que fitosterol?
um colesterol de origem vegetal, conhecido como componente funcional de plantas, encontrado em leguminosas, em leos
de sementes e em alimentos como manteiga de amendoim, pistache,
aa e girassol. O fitosterol tem propriedades hipo-colesterolmicas, ou
seja, atua na reduo da taxa de colesterol sanguneo.
O fitosterol mais comum o -sitosterol. Estudos recentes de
laboratrio mostraram que essa molcula apresenta ao inibitria
no crescimento de clulas tumorais de mama e diminui a extenso
do tumor, induzindo apoptose (morte programada das clulas
tumorais).
206
207
426
Sim. Na Universidade de Hannover, na Alemanha, pesquisadores testaram o resveratrol (espcie de antibitico encontrado
na videira) contra o fungo que causa a sarna-da-ma (Venturia
inaequalis), uma das principais doenas da macieira. A atividade
antifngica dessa substncia parece causar reduo significante no
ndice de penetrao dos fungos.
Estudos anteriores tambm mostraram que o resveratrol
apresentou atividade antifngica contra uma srie de diferentes fungos
(Botrytis cinerea, causador da podrido-cinzenta, Penicillium
digitatum, causador do bolor-verde em citros, Eutypa lata, causador
da eutipiose), sugerindo inespecificidade desse antibitico natural
como agente antifngico.
427
O que esqualeno?
O que so isoflavonas?
208
429
209
13
Potencial do leo
de Amendoim como
Fonte de Biodiesel
430
434
436
213
437
cido graxo
Amendoim
Soja
Oleico
(18 carbonos, 1 dupla ligao)
41,0%
23,7%
Linoleico
(18 carbonos, 2 duplas ligaes)
38,0%
55,3%
Linolnico
(18 carbonos, 3 duplas ligaes)
0,2%
7,0%
438
441
442
443
444
446
216
Em contato com o ar e a umidade, os cidos graxos (componentes do leo vegetal) se oxidam, isto , rancificam, resultando
em produtos de sabor e cheiro desagradveis.
Nota: a rancificao tambm ocorre em outros tipos de gorduras, como banha
e manteiga.
448
449
450
451
452
453
220
14
Qualidade e
Segurana de
Alimentos Derivados
do Amendoim
459
460
461
A variedade ou cultivar adotada determina muitas caractersticas, como tamanho e cor dos gros, sabor e aroma, teor de leo,
etc. Para garantir a maturao adequada dos gros, devem ser
tomados os seguintes cuidados:
Colher no momento adequado, para que a maioria dos gros
atinja a maturidade ao mesmo tempo.
Secagem no campo (cura) ou secagem artificial feita de
maneira eficiente, at os gros atingirem 8% de umidade.
222
O que so aflatoxinas?
223
465
467
471
226
472
No. No entanto, a escolha da cultivar a ser plantada fundamental para prevenir a contaminao no campo. Isso se deve ao fato
de que a adaptao da cultivar regio de cultivo importante para
evitar planta condies adversas de fertilidade do solo e disponibilidade de gua.
A BR 1, a BRS 151 L 7 e a BRS Havana so exemplos dessas
cultivares desenvolvidas pela Embrapa Algodo e adaptadas em
reas do Nordeste, onde se cultiva amendoim.
Por terem ciclo mais curto, de 85 a 90 dias, essas cultivares so
mais tolerantes a condies de dficits hdricos prolongados. Tambm
produzem bem em reas irrigadas. Entretanto, no foram testadas
em outras regies do Pas, como no Cerrado.
No Brasil, a cultivar IAC Caiap, lanada pelo Instituto
Agronmico de Campinas (IAC) e indicada para cultivo no Estado
227
476
Que cuidados devem ser adotados para reduzir a contaminao por aflatoxinas durante a colheita do amendoim?
481
230
482
231
484
485
486
Por meio de anlises qumicas realizadas em laboratrios, onde so determinados os tipos e as quantidades das toxinas
presentes, tanto em gros como em produtos
que tenham amendoim em sua composio.
Os procedimentos disponveis para deteco
de micotoxinas so:
Mtodos fsico-qumicos Cromatografia lquida de alta eficinciaClae, cromatografia gasosa-CG e cromatografia em camada
delgada-CCD.
Kits enzimticos Imunoensaios Enzyme Linked ImmunoSoebent Assay (Elisa) e colunas de imunoafinidade/
fluormetro.
488
234
490
235
493
236
496
O que o PAS?
O que APPCC?
Referncias
ANVISA. Resoluo RDC n 274, de 15 de outubro de 2002. Aprova o
"Regulamento Tcnico Sobre Limites Mximos de Aflatoxinas
Admissveis no Leite, no Amendoim, no Milho". Dirio Oficial [da]
Repblica Federativa do Brasil, Braslia, DF, 16 out. 2002.
BRASIL. Lei n 11.346, de 15 de setembro de 2006. Cria o Sistema
Nacional de Segurana Alimentar e Nutricional - SISAN com vistas
em assegurar o direito humano alimentao adequada e d outras
providncias. Dirio Oficial [da] Repblica Federativa do Brasil,
Braslia, DF, 18 set. 2006.
239
240
Impresso e acabamento
Embrapa Informao Tecnolgica
O papel utilizado nesta publicao foi produzido conforme
a certificao da Bureau Veritas Quality International (BVQI) de Manejo Florestal.