Análise de Vínculos
Análise de Vínculos
Análise de Vínculos
Conhecimento
Tecnologia
da
de
Mestre
em
Gesto
do
Braslia
2007
F395i
TERMO DE APROVAO
Braslia
UCB
RESUMO
Fatores que caracterizam a complexidade do mundo moderno direcionam as
organizaes para o desenvolvimento de infra-estrutura tecnolgica com capacidade
de processamento de informaes e distribuio de conhecimentos em forma de
redes. As organizaes contemporneas implementam plataformas e processos
visando o fluxo da informao por toda organizao, de maneira a torn-la
disponvel e organizada. No caso de organizaes policiais, essas se vem diante
da necessidade de se transformarem em verdadeiros crebros, pois a velocidade
dos acontecimentos, conectividade de pessoas, crescimento da intangibilidade e
complexidade da criminalidade apresentam-se como fatores que exigem cada vez
mais da investigao criminal. O presente trabalho apresenta uma alternativa para
que a capacidade investigativa possa ser ampliada pela Inteligncia Organizacional,
apoiado na aplicao da tcnica de Anlise de Vnculos e por meio de um modelo
organizacional em rede de conhecimento, onde todos os componentes (unidades
policiais, delegados e investigadores) so disseminadores de informaes,
participam do processo de criao do conhecimento e funcionam como se fossem
neurnios de um crebro. A pesquisa tem por base projeto especfico em
desenvolvimento na Policia Civil do Distrito Federal que aplica a tecnologia de
Anlise de Vnculos na investigao criminal e desenvolve processos para aumentar
sua efetividade. O estudo foi concebido a partir de casos (investigaes),
solucionados por analistas especializados, que operam o denominado Sistema
Crebro, integrado nas bases de informaes da organizao, que trafegam em
rede compartilhada. O resultado evidencia que a visualizao contextualizada das
informaes sobre o crime, com distribuio global de conhecimentos por toda a
organizao aumenta a capacidade de resposta. Conclui-se sobre a necessidade de
modificao de procedimentos, atualizao da doutrina de investigao criminal e a
conscientizao de que a soma de experincia de todos envolvidos no processo
evita o isolamento de conhecimento, aproxima dirigentes, investigadores e setores
de investigao nos nveis estratgico, ttico e operacional.
ABSTRACT
Factors that characterize the complexity of the modern world direct the organizations
for the technological infrastructure development with capacity of processing of
information and distribution of knowledge in form of networks. The contemporary
organizations implement platforms and processes aiming at the flow of the
information for all the organization, in order to make it available and organized. In the
case of police organizations, they have the necessity of transforming themselves into
true brains, since the speed of the events, connectivity of people, growth of the
intangibility and complexity of crime are presented as factors that demand even more
of the criminal investigation. The present work presents an alternative so that the
investigation capacity can be extended by the Organizational Intelligence, supported
in the application of the technique of Link Analysis and by means of a organizational
model in knowledge network, where all the components (police units, police
commissaries and investigators) are information disseminators, take part in the
process of creation of the knowledge and function as if they were neurons of a brain.
The research has as a base a specific project in development in the Civil Police of
the Federal District that applies the technology of Link Analysis in the criminal
investigation and develops processes to increase its effectiveness. The study was
conceived from cases (investigations), solved by specialized analysts, who operate
the called Brain System, integrated in the bases of information of the organization,
that pass through in a shared net. The result makes clear that the contextualized
visualization of the information about the crime, with global distribution of knowledge
for all the organization, increases the reply capacity. It concludes on the necessity of
modification of procedures, update of the doctrine of criminal investigation and the
awareness that the addition of experience of all people involved in the process
prevents the knowledge isolation, approaches controllers, investigators and sectors
of investigation in the strategical, tactical and operational levels.
Organizations;
Criminal
SUMRIO
1
INTRODUO...................................................................................................12
1.1
1.2
Relevncia do estudo...................................................................................17
1.3
Formulao do Problema.............................................................................19
1.4
Objetivos: Geral e Especficos ....................................................................20
1.4.1 Objetivo geral..............................................................................................20
1.4.2 Objetivos especficos ..................................................................................20
2
2.1
A Metfora do Crebro e Organizaes em Rede......................................22
2.1.1 A Metfora do Crebro................................................................................22
2.2
Organizaes em Rede ................................................................................24
2.2.1 Princpios da Organizao em Rede...........................................................25
2.3
A Inteligncia Organizacional......................................................................27
2.3.1 Cognio Organizacional ............................................................................28
2.3.2 Memria Organizacional .............................................................................29
2.3.3 Aprendizagem Organizacional ....................................................................33
2.3.4 Comunicao Organizacional .....................................................................37
2.3.5 Raciocnio Organizacional ..........................................................................38
2.4
Pensamento Estratgico..............................................................................39
2.5
A Complexidade da Investigao e a Anlise de Vnculos .......................43
2.5.1 A Complexidade da Investigao Criminal..................................................43
2.5.2 A Anlise de Vnculos .................................................................................45
2.6
O Conhecimento Pertinente e Significado da Informao........................48
2.6.1 O Conhecimento Pertinente........................................................................48
2.6.2 O Significado da Informao na Organizao.............................................52
2.6.3 Os Trs Aspectos da Informao................................................................53
2.6.4 Fontes e classificaes da informao na Investigao Criminal ...............54
3
METODOLOGIA ................................................................................................56
3.1
3.2
Suposies ...................................................................................................56
3.3
3.4
10
3.5
4
4.1
Restries .....................................................................................................59
A INFORMAO NO CONTEXTO DA INTELIGNCIA ORGANIZACIONAL..60
Introduo .....................................................................................................60
4.2
Cognio Organizacional.............................................................................62
4.2.1 A Cognio Organizacional e a Estrutura da Informao ...........................63
4.2.2 A Cognio Organizacional e o Processo da Informao ...........................69
4.2.3 A Cognio Organizacional e o Produto da Informao na Investigao
Criminal..................................................................................................................74
4.2.4 Caso Prtico de Cognio na Polcia Civil do Distrito Federal....................79
4.3
Memria Organizacional ..............................................................................85
4.3.1 A Memria Organizacional e a Estrutura da Informao.............................86
4.3.2 A Memria Organizacional e o Processo da Informao ............................88
4.3.3 A Memria Organizacional e o Produto da Informao...............................90
4.3.4 Caso Prtico de Memria a partir do Sistema Crebro...............................93
4.4
Aprendizagem Organizacional ....................................................................95
4.4.1 A Aprendizagem Organizacional e a Estrutura da Informao ...................95
4.4.2 A Aprendizagem Organizacional e o Processo da Informao ...................99
4.4.3 A Aprendizagem Organizacional e o Produto da Informao ...................101
4.5
Comunicao Organizacional ...................................................................105
4.5.1 A Comunicao Organizacional e a Estrutura da Informao...................106
4.5.2 A Comunicao Organizacional e o Processo da Informao ..................108
4.5.3 A Comunicao Organizacional e o Produto da Informao.....................111
4.6
Raciocnio Organizacional.........................................................................113
4.6.1 O Raciocnio Organizacional e a Estrutura da Informao .......................114
4.6.2 O Raciocnio Organizacional e o Processo da Informao .......................116
4.6.3 O Raciocnio Organizacional e o Produto da Informao .........................120
5
CONCLUSO ..................................................................................................123
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.......................................................................128
11
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Inteligncia Organizacional no Contexto da Organizao em Rede.................................... 26
Figura 2. Ciclo da memria organizacional e criao do conhecimento. Carvalho (2003)................... 31
Figura 3. Baseado no Modelo de Aprendizagem Organizacional de Choo (2002). ............................. 33
Figura 4. Grfico de Evoluo da Atividade Investigativa. Projeto PCDF 2003. .................................. 41
Figura 5. Grfico que simboliza o aumento da capacidade investigativa. PCDF 2003. ....................... 42
Figura 6. The Anacubis Desktop 3.0 Interface, Visualizao da Informao. Stephen Few................ 47
Figura 7. Arenas da informao e criao do conhecimento para a ao organizacional. Choo (2003).
............................................................................................................................................................... 52
Figura 8. Fontes de Informao na Investigao Criminal. .................................................................. 54
Figura 9. Estrutura Tecnolgica da Policia Civil do Distrito Federal. .................................................... 65
Figura 10. Topologia da rede corporativa da Polcia Civil do DF.......................................................... 67
Figura 11. Representao da Viso de Global e de Contexto da Criminalidade. Software I2. ............ 72
Figura 12. Definio de conduta criminosa. Operao Galileu da PCDF............................................. 75
Figura 13. Freqncia de Contatos dos Alvos em Caso de Roubo de Jias. PCDF. .......................... 77
Figura 14. Representao de diversos Grupos Criminosos Interligados. Software I2. ........................ 78
Figura 15. Convergncia e ramificao entre pessoas e empresas. Operao Tentculo, PCDF. ..... 78
Figura 16. Visualizao Grfica do Relacionamento das Vtimas. Arquivo PCDF. .............................. 80
Figura 17. Visualizao do Percurso e Pontos de Contatos Telefnicos. Google Maps...................... 80
Figura 18. Visualizao do Percurso e Pontos de Contatos Telefnicos. ............................................ 81
Figura 19. Visualizao Grfica dos Suspeitos. Arquivo PCDF. .......................................................... 83
Figura 20. Vnculos Estabelecidos entre Suspeitos. Arquivo PCDF..................................................... 83
Figura 21. Descoberta de Autores Encobertos que Utilizaram os Telefones de Outros Assinantes. .. 84
Figura 22. Estrutura Lgica do Sistema Crebro na PCDF.................................................................. 87
Figura 23. Arenas da Informao na Investigao Criminal e Anlise de Vnculos. Adaptado de Choo.
............................................................................................................................................................... 91
Figura 24. Grfico que demonstra a recuperao e reutilizao de informaes. ............................... 92
Figura 25. Visualizao grfica de ocorrncias e pessoas vinculadas denncia. ............................. 93
Figura 26. Ciclo de Aprendizagem na Investigao Criminal. Adaptado de Choo, 2003. .................. 100
Figura 27. Percentual de ferramentas utilizadas na anlise criminal. Filipe (2007). .......................... 102
Figura 28. Novo Processo de Investigao Criminal na PCDF. ......................................................... 105
Figura 29. Etapas do Mtodo Integrado de Soluo de Problemas. Adaptado de Probst, Raub, Kai
(2002). ................................................................................................................................................. 111
Figura 30. Assessoramento da Inteligncia na Investigao Criminal. .............................................. 120
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Os Aspectos do Conhecimento alinhados com a Anlise de Vnculos ............................... 50
Quadro 2. Suposies da pesquisa que resultam da aplicao dos elementos de Inteligncia
Organizacional....................................................................................................................................... 57
Quadro 3. A informao no contexto da inteligncia organizacional com a Anlise de Vnculos e a
Investigao Criminal. ........................................................................................................................... 61
Quadro 4. Descrio da Captao de Sinais Telefnicos nas Estaes Rdio Base. ......................... 82
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Resultado de pesquisa em bases de dados da Web of Science e a Scirus......................... 15
12
1 INTRODUO
O axioma de que a facilidade de acesso informao possibilita a interao face a
face entre pessoas nos diversos cantos territoriais, permite tambm afirmar que no
existe hoje nada mais distribudo e disseminado do que a informao. No existe
mais um mundo estvel, baseado somente na troca de experincias individuais, que
busca explicar os fenmenos de forma emprica e responder todas as questes. Da
a necessidade das organizaes desenvolverem estruturas tecnolgicas e, pela
atividade de Inteligncia, aumentar a capacidade de solucionar problemas, realizar
diagnsticos mais precisos em direo realidade atual e com a viso do contexto.
contrabando,
pirataria,
crimes
financeiros,
corrupo,
fraudes
13
Cada vez mais a atividade policial defronta com situaes complexas, exigindo mais
da investigao. Diante desta situao, as organizaes buscam e fazem uso da
tecnologia da informao, edificam infra-estruturas com o objetivo de obter mais
rapidamente informaes e busca de significado e conhecimento sobre o crime.
14
informaes,
simultaneamente,
oriundas
de
fontes
variadas,
apresentando
(http://www.scirus.com/srsapp)
Isis
Web
of
Science
15
Bases de Dados
Web of
Science
361
115
Link Analysis
15.510
238
935
1.144
12
Termos
Scirus
estuda
processos
organizacionais
que
geram
aprendizado,
16
17
cognio
raciocnio),
sua
utilidade
estratgica
para
18
19
20
semelhante
um
crebro,
onde
velocidade
de
21
22
2 REFERENCIAL TERICO
Morgan (2006) afirma que medida que entramos numa economia baseada no
conhecimento, em que a informao, o conhecimento e o aprendizado so recursoschave, a inspirao de um crebro vivo, capaz de aprender, oferece uma imagem
poderosa para a criao de organizaes ideais, perfeitamente adaptadas aos
requisitos da era digital.
Construo puramente mental, criada a partir de elementos mais simples, para ser parte de uma teoria.
Dicionrio Eletrnico Houaiss da lngua portuguesa 1.0.5.a.
23
Almeida (1995), fazendo uma analogia entre as organizaes e o crebro, diz que
na nova forma de organizao no existe mais controle central de atividades. Cada
clula responsvel e tem conscincia do que deve fazer e do produto que deve
gerar. Como a informao flui facilmente no interior de cada clula, para fora ou para
dentro, a rede ou a cadeia como um todo tem condies de se adequar rpida e
eficazmente s necessidades. O fluxo eficaz da informao o elemento-chave
para o sucesso da nova forma de organizao.
24
Segundo Paldony e Page (1998), uma rede uma coleo de atores que
estabelecem relaes de troca de longo prazo, e que ao mesmo tempo, no
possuem legitimidade e autoridade para arbitrar e resolver disputas, que podem
ocorrer durante a troca. Composta por diferentes atores (pessoas, organizaes,
empresas etc.) que interagem entre si, a rede possui interaes que no se do em
momentos nicos, mas so repetidas ao longo do tempo, configurando um
determinado padro. Esses relacionamentos caracterizam trocas de informaes,
25
26
Anlise de Vnculos
Inteligncia
Memria
Aprendizagem
Raciocnio
estabilidade
pela
composio
permanente
27
28
29
Assim que sinais esparsos renem-se para formar padres cognitivos sobre os
quais as aes podem basear-se. As habilidades e o conhecimento so adquiridos
gradualmente, desenvolvendo-se ao longo do tempo e por intermdio de um
processo em que somas de informaes so reunidas e interpretadas. Tal processo
pode ser definido como uma progresso ao longo de um contnuo de dados,
passando por informaes, elaborao do conhecimento e a Inteligncia da
organizao.
30
a uma rede virtual sobre o ser humano e experincia dos mesmos (tcita ou
representada explicitamente) disponveis em uma organizao.
31
A difuso e uso de uma memria organizacional podero ocorrer por meio das
pessoas ou do uso de recursos computacionais. A recuperao do conhecimento
deve levar em considerao a necessidade de criao de condies favorveis para
acesso seguro e eficiente aos conhecimentos armazenados (CARVALHO, 2003).
32
33
Doutrina
Estratgias e
Normas
Ao
Organizacional
Resultado
34
35
36
Em termos mais claros, para que o aprendizado de circuito duplo tenha sucesso, as
organizaes precisam desenvolver culturas que as encorajam a assumir riscos e
promover mudanas; adotar a idia de que em circunstncia de mudana rpida,
com alto grau de incerteza, problemas e erros so inevitveis; promover uma
abertura que encoraje o dilogo e a expresso de pontos de vista conflitantes;
reconhecer que o erro vlido, que resulta da incerteza e da falta de controle numa
situao, pode ser um recurso para novo aprendizado; reconhecer que, como o
aprendizado genuno geralmente baseado na ao, as organizaes precisam
encontrar maneiras de ajudar a criar experimentos e teste para que aprendam
fazendo de maneira produtiva. No mundo contemporneo, onde a complexidade
A Challenger foi um nibus Espacial da NASA. Foi o segundo a ser fabricado aps o Columbia e foi ao espao
em 4 de abril de 1983. Disponvel em: pt.wikipedia.org/wiki/Challenger.
37
38
da
Inteligncia
Organizacional
que
possui
elementos
geradores
de
39
40
Portaria n 996 de 30 de maro de 2006, publicada em 10 de maio de 2006 no Boletim de Servio n 87/2006
da Polcia Civil do Distrito Federal.
41
INVESTIGAO
TRADICIONAL
GESTO DA
INFORMAO
INOVAO
REGRAS DE
EXPERINCIA
ENTREVISTAS
RELATRIOS
DOCUMENTOS
TESTEMUNHAS
LAUDOS
INVESTIGAO COM
TECNOLOGIA
POTENCIALIZAO
DA INVESTIGAO
I NTELIGNCIA DE IMAGENS
INTELIGNCIA DE SINAIS
INTERCEPTAO AMBIENTAL
INTERCEPTAO TELEFNICA
ANLISE CRIMINAL
ANLISE DE VNCULOS
42
POTENCIALIZAO
DA INVESTIGAO
CRIMINAL
GESTO DA INFORMAO
TECNOLOGIA
ANLISE DE VNCULOS
a) Existncia
de
sistemas
corporativos
proprietrios
constante
43
44
Este cenrio revela uma condio com grau de incerteza e complexidade cada vez
mais elevado, de crescente hostilidade na vida das pessoas, provocando profundas
transformaes na conduta das pessoas que esto sob o medo. Em razo desta
situao, maior a condio de se ter um gerenciamento efetivo das informaes
sobre o crime, com acompanhamento sistemtico de situaes que influenciam na
45
o afastamento, por meio de organizaes prprias, de todo perigo ou de todo mal que possa afetar a ordem
pblica, em prejuzo da vida, da liberdade ou dos direitos de propriedade de cada cidado. Disponvel em:
http://cdcc.sc.usp.br/ciencia/artigos/art_20/seguranca.html.
46
De acordo com FEW (2004), algumas das oportunidades mais promissoras para a
inteligncia de negcios, na atualidade, podem ser percebidas a partir de
tecnologias que esto comeando a explorar o incrvel potencial de visualizao da
informao. Ele aponta que a descoberta efetiva da informao, algumas vezes,
Modus operandi uma expresso em latim que significa "modo de operao". algum ou algo que usa o
mesmo jeito e aplicao em todas as coisas que realiza, faz tudo do mesmo jeito de uma mesma forma, de
maneira que identifique de quem foi feito aquele determinado trabalho. No caso dos assassinos em srie, o
mesmo modo usado para matar as vitimas: este modo o identifica como o mesmo autor de vrios outros crimes.
Wikipdia. Disponvel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Modus_operandi.
47
Figura 6. The Anacubis Desktop 3.0 Interface, Visualizao da Informao. Stephen Few.
48
ou
problemas
cada
vez
mais
multidisciplinares,
transversais,
O autor destaca nesse sentido, princpios para que o conhecimento seja pertinente,
tornando-os patentes pela viso do contexto, de maneira global, multidimensional,
que entende mltiplos aspectos da complexidade.
a) O contexto
O conhecimento das informaes ou dos dados isolados insuficiente.
preciso situar as informaes e dados em seu contexto para que
adquiram sentido. Para ter sentido, a palavra necessita do texto, que o
prprio contexto, e o texto necessita do contexto no qual se enuncia.
b) O global
O global mais que o contexto. o conjunto das diversas partes ligadas
a ele de modo inter-retroativo ou organizacional. Dessa maneira, uma
sociedade mais que um contexto: o todo organizador de que fazemos
parte. O planeta terra mais do que um contexto: o todo ao mesmo
tempo organizador e desorganizador de que fazemos parte. O todo tem
qualidades ou propriedades que no so encontradas nas partes, se
estas estiverem isoladas uma das outras e certas qualidades ou
propriedades das partes podem ser inibidas pelas restries provenientes
do todo.
49
c) O multidimensional
Unidades complexas, como o ser humano, ou a sociedade so
multidimensionais: dessa forma, o ser humano ao mesmo tempo
biolgico, psquico, social, afetivo e racional. A sociedade comporta
dimenses histrica, econmica, sociolgica e religiosa. O conhecimento
pertinente deve reconhecer esse carter multidimensional e nele inserir
estes dados: no apenas no se poderia isolar uma parte do todo, mas
as partes umas das outras.
d) O complexo
O conhecimento pertinente deve enfrentar a complexidade. Complexus
significa o que foi tecido junto; de fato, h complexidade quando
elementos diferentes so inseparveis constitutivos do todo (como o
econmico, o poltico, o sociolgico, o psicolgico, o afetivo, o
mitolgico), e h um tecido interdependente, interativo e inter-retroativo
entre o objeto de conhecimento e o seu contexto, as partes e o todo, o
todo e as partes, as partes entre si. Por isso, a complexidade a unio
entre a unidade e a multiplicidade.
50
CONHECIMENTO
ANLISE DE VNCULOS
Contexto
Global
Multidimensional
Complexo
51
envolve
difuso
composio
de
diferentes
52
Criao de
significado
Construo do
conhecimento
Tomada de
decises
Ao
Organizacional
Processamento
da informao
Converso
da informao
Interpretao
da informao
53
54
FONTES DE INFORMAO
Humana
BUSCA
Recrutado
Colaboradores
Testemunhas
Investigador
COLETA
Tecnolgica
Contedo
Laudos Periciais
Inqurito Policial
Documentos
Depoimentos
Manuais e Livros
ANALISTA
Anlise de Vnculos
Interceptao Telefnica
Interceptao Ambiental
Inteligncia de Imagens
Inteligncia de Sinais
Anlise Criminal
55
De acordo com Bastos, Silva, Parreiras e Brando (2004), as fontes podem ser
classificadas de vrias formas: quanto sua origem, sua estruturao, os recursos
que lhes do suporte, sua formalizao, dentre outras caractersticas, dando mais
nfase na estrutura e no processo da informao.
56
3 METODOLOGIA
3.2 Suposies
A presente pesquisa permite o desenvolvimento de suposies para a resposta
antecipada ao problema. A partir do referencial terico, o quadro 2 abaixo, pretende
revelar de forma mais clara e direta como os elementos integradores de Inteligncia
Organizacional apoiado no conceito de Anlise de vnculos esto alinhados
concluso do trabalho.
57
SUPOSIES DA PESQUISA
As
organizaes
policiais
articuladas
em
rede adquirem
compreenso e ao eficaz devido ao resultado dinmico de relaes
entre informaes, eficincia potencial e relacionamentos
interpessoais, eficincia real, permitindo modificaes na doutrina de
investigao criminal.
INTELIGNCIA
ORGANIZACIONAL
Cognio
Organizacional
Memria
Organizacional
Aprendizagem
Organizacional
Comunicao
Organizacional
Raciocnio
Organizacional
O Sistema Crebro uma infra-estrutura tecnolgica integrada rede corporativa e bases de dados da Polcia
Civil do Distrito Federal onde se armazena e disponibiliza para a investigao criminal as informaes e
conhecimentos gerados pela Anlise de Vnculos a partir do Investigative Analysis Software (I2).
58
10
i2 Inc. is the leading worldwide provider of visual investigative analysis software for law enforcement,
intelligence, military and Fortune 500 organizations. Disponvel em: http://www.i2inc.com/.
59
3.5 Restries
A realizao deste trabalho est em consonncia com um projeto em andamento na
Polcia Civil do Distrito Federal e com base na infra-estrutura e aplicao da
tecnologia de Anlise de Vnculos na investigao criminal, atividade sob
coordenao do autor da dissertao. Desta forma, as limitaes do estudo esto
relacionadas coleta restrita e confidencial de material, dados, informaes e a
anlise de casos concretos na organizao. Aliam-se s limitaes, fases do projeto
ainda em fase de implementao e no plenamente aplicadas em todos os setores
incumbidos da investigao criminal.
60
4.1 Introduo
A abertura da pesquisa revela que geralmente organizaes policiais no tm
disponveis as competncias necessrias para transformar as informaes em
conhecimento. De maneira mais direta, tem-se tecnologia da informao, mas no
existem processos de Inteligncia na Organizao com suporte em tecnologias do
conhecimento.
61
ANLISE DE VNCULOS
I
N
V
E
S
T
I
G
A
Informao
ESTRUTURA
PROCESSO
PRODUTO
RESULTADO
Tecnologia
Pessoal
Rede
Anlise de Contexto
Global e do
Complexo
Diagnstico e
Capacidade
Investigativa
MEMRIA
Crebro organizacional
de Informaes
Armazenamento e
Recuperao de
Informaes na investigao
e Inteligncia Policial
Reutilizao de
Conhecimento e
Significado da Informao
APRENDIZAGEM
Doutrina de Investigao
Criminal
Estratgias de Investigao
Estudos de Casos
Novos Mtodos de
Investigao Criminal.
Atualizao da
Doutrina de
Investigao criminal.
Estrutura da
organizao em rede
Multidimensional
Comunicao Formal,
Informal e Integrao
Disseminao do
Conhecimento e
Interatividade
Inteligncia Policial
Assessoramento pela
In te l i g n c i a
A n te c i p a o e V i s o
S i s t m i c a .
Inteligncia
Organizacional
COGNIO
C
R
I COMUNICAO
M
I
N
RACIOCNIO
A
L
Ampliao da Capacidade
de Investigao e Soluo
de Crimes Complexos.
62
11
63
Bastos, Silva, Parreiras e Brando (2004) observam que a partir da segunda metade
do sculo XX, uma profunda transformao ocorreu associada aos processos de
produo de informaes e s tecnologias que as processam e disseminam. Essas
aes produo, processamento e disseminao foram significativamente
modificadas. Foram, sobretudo, ampliadas exponencialmente.
com
os
contedos
(conhecimento)
criados,
manipulados
cognitivo
(em
composio
ainda
instvel)
de
reorganizao
64
65
66
12
67
Neves (2006) explica que a cincia da informao, assim como os demais campos
do conhecimento, precisam incorporar aos processos de formao, novas
abordagens que permitam o aprimoramento do dilogo entre os sujeitos que
interagem com os sistemas de informao, principalmente no que diz respeito aos
profissionais da informao e os usurios. Seu objetivo principal incentivar estudos
que promovam conexes entre os sistemas de informao e sujeitos na busca da
informao.
68
A primeira, descrita como rede de fibra tica Internet externa, interliga unidades
policiais com o complexo central da organizao. A rede fibra tica Intranet, interliga
e permite a conexo de delegacias policiais regionais com o complexo central
(ambas fisicamente separadas, contudo, em processo de integrao)
A segunda, estruturada em rede frame relay13, onde a GDFnet14, em linha de
comunicao privativa (LP), interliga rgos do Governo do Distrito Federal com o
complexo central da Polcia Civil, Secretaria de Segurana Pblica, Secretaria de
Fazenda, Secretaria de Gesto Administrativa e Secretaria de Justia (Complexo
Penitencirio). A rede frame relay Intranet conecta as delegacias especializadas com
o complexo e unidades que esto fora da rede metropolitana de fibra tica.
13
Tecnologia de comutao de pacotes que assegura com eficincia a entrega de pacotes ou tramas atravs de
circuitos virtuais. Disponvel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Frame_Relay.
14
GDFnet uma infra-estrutura implantada na CODEPLAN para prestao de servios de comunicao por
meio da Internet favorecendo ao Governo do Distrito Federal a utilizao da rede mundial para
compartilhamento de informaes e dados. Atua como ISP - Internet Service Provider. Disponvel em:
http://www.codeplan.df.gov.br/005/00502001.asp?ttCD_CHAVE=4059.
15
Metaframe uma tecnologia de gesto de terminais e tem entrado nas empresas de forma ttica, em projetos
de escritrio. So front-ends aplicacionais de acesso, incluindo a Web e solues integradas (help desk, CRM,
ERP, entre outras) desenvolvidas de forma especfica. Disponvel em: http://www.redes.xl.pt/102/800.shtml.
69
16
Firewall um quesito de segurana com cada vez mais importncia no mundo da computao. uma barreira
de proteo, que controla o trfego de dados entre seu computador e a Internet (ou entre a rede onde seu
computador est instalado e a Internet). Disponvel em: http://www.infowester.com/firewall.php.
17
Uniform Resource Locator o endereo de um recurso (um arquivo, uma impressora etc.), disponvel em uma
rede; seja a Internet, ou uma rede corporativa, uma intranet.
70
18
2007).
18
71
Dantas e Ferro Jnior (2006) destacam tambm que as organizaes policiais que
dispem de sistemas corporativos prprios e de outros sistemas de domnio pblico,
passam a ter acesso a uma ampla variedade de bancos de dados, sem mencionar o
vasto mundo da internet. Apesar de tudo isso, muitos continuam com a sensao de
estarem mal informados. Os investigadores, Delegados de Polcia e analistas de
informao freqentemente suspeitam que o conhecimento que desejam existe em
algum lugar. O que falta, supem, uma maneira de acessar o conhecimento
especfico, bem como identificar outros tipos especficos de conhecimento, tanto
interna, quanto externamente, em relao a situao investigada.
Muito ainda deve ser provido para a construo de sistemas informacionais em rede
nos rgos policiais. A evoluo dos sistemas geralmente provoca rupturas de
ordem conceitual, pois a investigao criminal eminentemente processual (no
sentido jurdico), sendo seus atos formais, ainda dependentes e condensados em
documentos (papel). A doutrina tradicional construda h dcadas, somente
perfeita na soluo de crimes isolados. Hoje em dia, a investigao depara-se com a
complexidade, que envolve relaes numerosas de aes criminosas e suas
ramificaes. Desta forma essencial a gesto, integrao e a difuso de
informao sobre o todo da criminalidade, e ao da Inteligncia que gera
conhecimento a partir do uso dos recursos de anlise, tecnologia da informao. Os
produtos destas aes so bastante discutidos no campo jurdico.
72
Ainda que organizaes policiais se esforcem para definir estratgias para uma
melhor integrao dos repositrios e sistemas dispersos nos segmentos da
Segurana Pblica, dando maior importncia para uma integrao operacional,
evidentemente a possibilidade de adquirir maior viso de contexto e global da
criminalidade tem-se revelado cada vez mais uma condio inevitvel. A figura 11
representa a viso de contexto em forma de globalizao do crime que em algum
momento da ao comunicam-se, esto relacionados e reciprocamente associados
por meio de diversas condutas delituosas.
73
74
75
Dantas e Ferro Jnior (2006) explicam que a cognio policial pela anlise de
vnculos tem como produto a apresentao da informao visual. Acontece assim,
por exemplo, quando da investigao de empreitadas delitivas em que existem
numerosas relaes de interdependncia ou de subordinao. Tais relaes so de
difcil apreenso pelo intelecto, inclusive em razo de seu carter organizativo
complexo. Em tais casos, as conexes e relacionamentos, entre pessoas e
respectivas aes praticadas, so apresentadas em diagramas explodidos. Ficam
assim iluminadas (mostradas) todas as entidades e alvos escondidos. Ao exibir a
19
Investigao criminal da Polcia Civil do Distrito Federal que revelou estruturado esquema de fraudes em
concursos pblicos no Brasil.
76
77
Figura 13. Freqncia de Contatos dos Alvos em Caso de Roubo de Jias. PCDF.
Na anlise de grupos so
78
Figura 15. Convergncia e ramificao entre pessoas e empresas. Operao Tentculo, PCDF.
79
80
81
82
Seq.
Horrio
Durao
01
03h29m36s
No especificado
48 seg.
02
03h37m33s
0 seg.
03
03h37m55s
21 seg.
04
03h43m40s
106 seg.
05
03h45m15s
0 seg.
06
03h45m52s
31 seg.
07
03h48m44s
137seg.
08
03h50m44s
109 seg.
O volume de dados refere-se a 1.837 (uma mil oitocentos e trinta e sete) ligaes
das quais 28 (vinte e oito) grupos de sinais telefnicos, todos com mais de quatro
ligaes entre si, totalizando uma rede de 296 (duzentas e noventa e seis) sinais
telefnicos com freqncia de fluxo e padres de comunicao.
83
84
Autores encobertos
Figura 21. Descoberta de Autores Encobertos que Utilizaram os Telefones de Outros Assinantes.
85
86
O Sistema Crebro est apoiado numa estrutura lgica onde as relaes e registros
so estabelecidos para reconhecimento das entidades que necessitam estar
vinculadas investigao criminal. Representa as informaes em mapa conceitual
onde se registra e armazena todas as condicionantes grficas e o significado de
cada informao durante a anlise do diagrama que explode pela associao.
87
exportaes
reformataes
de
dados
armazenados.
88
Esta situao est em sintonia com Morgan (2006) quando faz um diagnstico da
compatibilidade organizao-ambiente e conclui que uma organizao que atua num
ambiente turbulento tem que procurar novas idias e oportunidades em carter
contnuo. A inovao a essncia da organizao e deve possuir pessoas dispostas
a se dedicar totalmente ao trabalho sendo motivadas e administradas de maneira
orgnica.
Neste caso, uma possibilidade para melhor "gerenciar" as mudanas permitir que
elas aconteam e preparar as condies pelas quais as pessoas iro seguir seus
instintos
naturais
para
experimentar
transformar
seus
comportamentos
89
90
91
Criao de
significado
Construo do
conhecimento
ANALISE DE
VNCULOS
Tomada de
decises
Soluo de
Crimes
Complexos
Processamento
da informao
Converso
da informao
PROCESSO DE
INVESTIGAO
CRIMINAL
Interpretao
da informao
Figura 23. Arenas da Informao na Investigao Criminal e Anlise de Vnculos. Adaptado de Choo.
92
20
De acordo com artigo 35 do Cdigo Penal artigo 35 a pena em regime semi-aberto o condenado fica sujeito a
trabalho em comum durante o perodo diurno, em colnia. O trabalho externo admissvel, bem como a
freqncia a cursos supletivos profissionalizantes, de instruo de segundo grau ou superior.
93
21
94
Nos histricos foi possvel constatar que EVA moveu ao na justia para a guarda
dos filhos de ELIANE, sob o argumento de esta ser portadora de problemas mentais.
O endereo de instalao do telefone pblico que originou a denncia prximo
residncia de ELIANE, informao armazenada na base de dados de telefones
pblicos, correspondente ao terminal instalado em frente a residncia de ELIANE.
95
de
convico
suficientementes
aplicados
aos
fatos
da
causa.
(MITTERMAIER, 1948).
96
reas
especficas
de
anlise
gesto
do
conhecimento,
97
98
A acumulao inclui a fase de coleta que afeta de algum modo a volumosa massa
de idias, conceitos e valores, armazenados na mente do analista, resultado da
educao, cultura e experincia. Estes fatores, conscientes ou inconscientes tm
grande influncia nas premissas estabelecidas para a anlise de informaes. A
acumulao, portanto, inclui contribuies substanciais de toda a experincia e
cultura do analista.
99
100
Investigao
Criminal com
Anlise de
Vnculos
Doutrina de
Investigao
Criminal
Soluo de
Crimes
Complexos
101
Sem considerar o aspecto legal que pauta a investigao tradicional, o que vem
ocorrendo no mbito da Polcia Civil do Distrito Federal uma assimilao gradual
da metodologia de Inteligncia (ciclo da inteligncia). o papel do analista que
exerce fundamental ao mtua com a investigao, assessorando e influenciando o
desenvolvimento da investigao criminal como um todo, sem sobrepor os conceitos
jurdicos.
De acordo com Peterson (2005), o trabalho policial moderno est em constante
desafio. Criminosos tm acesso a tecnologia avanada e desenvolvem novos
mtodos com capacidade de planejar o cometimento de crimes. Para emparelhar
com o passo da evoluo do crime, o trabalho investigativo precisa ficar mais
sofisticado com a necessidade de formar analistas para ajudar a resolver os quebracabeas das investigaes complexas.
O autor revela que nos ltimos 35 anos, a funo de analista foi estendida para
apoiar investigaes direcionadas para homicdio, fraude, narcticos, vcio, lavagem
de dinheiro e crimes ambientais como tambm apoiando muitas outras atividades
policiais. A anlise ensinada agora no s a analistas, mas tambm para
investigadores, Delegados de Polcia e Promotores de Justia. Na realidade, mais
investigadores so formados para a anlise que os prprios analistas, simplesmente
porque h muito mais investigadores. Esses que se elevaram classe de analistas
dizem que as tcnicas analticas so recursos importantes na atividade policial.
102
Filipe (2007) assevera que o uso sistemtico da computao seja uma determinante
para a atividade de analise criminal, uma vez que a informatizao crescente dos
rgos pblicos e privados criou vastos repositrios de dados que precisam ser
trabalhados ou minerados, para que se encontrem informaes coerentes, em
tempo hbil e til para uma anlise criminal efetiva. Assim o uso de softwares que
permitam o manuseio desta massa de dados , definitivamente, requisito prioritrio,
e de uma forma ou outra, colocado hoje como exigncia e necessidade em todos
os rgos policiais. O percentual de citaes para cada tipo de software para apoio
atividade de anlise criminal pode ser vista na figura 27.
Uso de softwares requeridos
Spreadsheet
Access
Word
Power Point
GIS
SPSS
SAS
ATAC
i2
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Antes a informao era analisada de forma isolada, sobre crimes separados, sem
sua relao com outros crimes. Hoje, a informao vista no total, de forma
contextual aplicando-se mtodos de anlise que aponta para significados de um
conjunto de delitos que se relacionam e estariam ocultos na maneira tradicional de
v-los. Os relacionamentos casuais entre variveis e os acontecimentos so
assimilados pelo conjunto de casos conhecidos, onde todas as situaes so
avaliadas no total. A descoberta de um vnculo ou conjunto de associaes e
padres de aes criminosas pode gerar conhecimento para a elucidao de vrios
crimes ao mesmo tempo a partir de uma nica investigao.
103
no
ambiente
social,
principalmente
nos
casos
de
organizaes
Rpida
identificao
de
relacionamentos,
participao,
co-autoria
Capacidade
aumentada
pela
extrao
de
informaes
fluxo
de
22
De acordo com SZINICK (1987), a formao de quadrilha no trfico de entorpecentes, artigo 14 da lei
6368/76, a denominada associao, com vnculo psicolgico, de pessoas e de atitudes que praticam a ao de
juntar-se, unir-se, agregar-se, com o fim de cometer os crimes definidos no artigo 12 e 13 da lei 6368/76.
104
Alm dos aspectos acima, a organizao policial ganha em celeridade das demais
atividades acessrias, a partir da condio de que todos tm acesso ao
conhecimento novo armazenado no Sistema Crebro. Com a memria de inmeros
casos solucionados, evitam-se diligncias repetitivas na busca de informaes. No
nvel estratgico, principalmente pelo exerccio do monitoramento, a organizao
consegue detectar uma re-atividade de aes e de criminosos que agem novamente
com outros criminosos diferentes, podendo-se ainda pela ao da Inteligncia,
antecipar conhecimento pela identificao de conexes de grupos (quadrilhas) com
outros grupos interestaduais e sua atuao no Distrito Federal.
24
Notitia criminis noticia do crime, como o prprio nomem iuris indica, o conhecimento pela autoridade
policial de um fato aparentemente criminoso. Disponvel em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4256.
105
Esta definio abrangente condiz com a definio de Lvy (1993), quando afirma
que palavras, frases, letras, sinais ou caretas interpretam, cada um sua maneira, a
rede de mensagens anteriores e tentam influir sobre o significado das mensagens
futuras. Um sistema de comunicao, essa teia de relaes com as caractersticas
aqui descritas recebe o nome de rede. O conhecimento como rede tem sido a
106
107
Participar de uma rede organizacional envolve, portanto, algo mais do que apenas
trocar informaes a respeito dos trabalhos que um grupo realiza isoladamente.
Estar
em
rede
significa
comprometer-se
realizar
conjuntamente
aes
108
em
indivduos
torn-lo
disponvel
para
os
processos
de
integrao,
fazendo
conhecimento
individual
tornar-se
conhecimento coletivo, que por sua vez tem efeito e retorno sobre o conhecimento
individual.
onde
existem
barreiras
significativas
comunicao
entre
109
pessoal tem pouco valor, a no ser que o indivduo tenha como repass-lo na
organizao e possa convert-lo em conhecimento explcito, permitindo assim que
seja compartilhado com outros profissionais (NONAKA, TAKEUCHI, 1997).
110
111
4.5.3
Figura 29. Etapas do Mtodo Integrado de Soluo de Problemas. Adaptado de Probst, Raub, Kai
(2002).
112
113
114
De acordo com Tholt (2006) a avaliao de evidncias como uma etapa crucial na
anlise, mas, em que evidncias as pessoas confiam e como elas as interpretam,
so influenciadas por uma variedade de fatores exgenos. As informaes
apresentadas em detalhes concretos e vivos freqentemente tm impacto no
garantido e as pessoas tendem a desconsiderar informaes estatsticas ou
abstratas que possam ter maior valor evidente.
25
115
116
Enxergar alguns passos frente no significa que voc precisa de uma bola de
cristal, voc somente precisa se preparar para as possibilidades incertas. O que faz
um processo de alerta antecipado vlido a habilidade da organizao para ajudar a
evitar conduzir-se no alcance somente de resultados especficos, em detrimento da
identificao de sinais do todo do ambiente (FULD, 2007).
117
rpidas. Consiste nos processos que permitem a uma empresa perceber seu
ambiente e reagir a ele, detectar os problemas, se antecipar e organizar respostas a
tempo (GATES, 1999).
Esta
situao
nas
organizaes
modernas
refere-se
prospeco
26
Doutrina de Inteligncia de Segurana Pblica. Rio de Janeiro, RJ: Governo do Estado do Rio de Janeiro,
Secretaria de Segurana Pblica, Sub-Secretaria de Inteligncia, abril de 2005.
118
27
Cezar Roberto Bitencourt. Criminalidade de massa compreende assaltos, invases de apartamentos, furtos,
estelionatos, roubos e outros tipos de violncia contra os mais fracos e oprimidos. Esta criminalidade afeta
diretamente toda a coletividade, quer como vtimas reais, quer como vtimas potenciais. Tribunal Penal
Internacional.
Priso
Perptua:
Inconstitucionalidade.
Disponvel
em:
http://www.ceccrim.hpg.ig.com.br/Artigos4.htm.
119
120
121
trabalham
diretamente
no
campo
operacional,
os
quais
precisam
122
123
5 CONCLUSO
crescente a iniciativa de organizaes pblicas para o incremento de processos
colaborativos em ambientes de informao compartilhada em rede de comunicao.
Atualmente, a tecnologia oferece muitas possibilidades de integrao da informao
entre organizaes que atuam em objetivos convergentes. Novas formas
organizacionais caminham para o compartilhamento, redefinio de processos,
converso de experincias, relacionamento pessoal e investimento em recursos
computacionais. Recursos computacionais de produo de conhecimento surgem
para promover a integralidade organizacional.
Silveira
(apud,
SCHULTZE,
BOLAND,
2000)
afirma
que
novas
formas
124
Este argumento permite assegurar com nitidez, a abordagem dos trs aspectos da
informao (estrutura, processo e produto), sendo estes aspectos, suporte e
impulsionadores dos componentes da Inteligncia Organizacional (cognio,
memria, aprendizagem, comunicao e raciocnio).
125
analista
envolvidos
na
questo
da
investigao
criminal,
126
gradual
de
que
disseminao
do
conhecimento
em
rede
Na Polcia Civil do Distrito Federal o Sistema Crebro (base informacional que opera
a anlise de vnculos) est em pleno uso pela Inteligncia Policial, nas atividades de
127
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