Fundamentos Filosoficos Da Educacão PDF

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 8

Fundamentos Filosficos

da Educao

Autores
Ivo Jos Triches
Cludio Joaquim Rezende
Luciano D. da Silva
Natalina Triches
Wanderley Machado

2009
Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informaes www.videoaulasonline.com.br

2002-2007 IESDE Brasil S.A. proibida a reproduo, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorizao por escrito dos autores e do
detentor dos direitos autorais.

T837 Triches, Ivo Jos. / Fundamentos Filosficos da Educao. / Triches,


Ivo Jos; Rezende, Cludio Joaquim; Silva, Luciano D. da;
Triches, Natalina; Machado, Wanderley. Curitiba: IESDE
Brasil S.A. , 2009.
96 p.

ISBN: 978-85-387-0242-9

1. Filosofia. 2. Educao. I. Ttulo.


CDD 370.15

Capa: IESDE Brasil S.A.


Imagem da capa: IESDE Brasil S.A.

Todos os direitos reservados.


IESDE Brasil S.A.
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482 Batel
80730-200 Curitiba PR
www.iesde.com.br

Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A,


mais informaes www.videoaulasonline.com.br

Sumrio
Convite Filosofia................................................................................................................5

Etimologia da palavra Filosofia................................................................................................................5


A atitude filosfica....................................................................................................................................5
Para que Filosofia?....................................................................................................................................6
A Filosofia e o senso comum....................................................................................................................7
Filosofia: nem dogmatismo nem ceticismo..............................................................................................8

O contexto de Scrates e o nascimento da moral ocidental..................................................9

Viso panormica da Histria da Filosofia...............................................................................................9


O apogeu da Filosofia grega.....................................................................................................................10

Plato e o nascimento da razo ocidental.............................................................................13

Aspectos da vida e obra de Plato............................................................................................................13


A influncia de sua obra no processo ensino-aprendizagem....................................................................14

Aristteles e a Filosofia como totalidade dos saberes...........................................................17

Aspectos gerais da vida e obra de Aristteles...........................................................................................17


Somente o individual real......................................................................................................................18
A importncia da lgica formal................................................................................................................19
Teoria das Quatro Causas.........................................................................................................................19
Viso do homem, da tica e da poltica....................................................................................................20

De Aristteles Renascena.................................................................................................25

O Perodo Helenstico...............................................................................................................................25
A Filosofia na Idade Mdia.......................................................................................................................26
O Renascimento cultural...........................................................................................................................27

O pensamento de Baruch Espinoza.......................................................................................29

Aspectos gerais de sua vida a dispora..................................................................................................29


Os conflitos na comunidade......................................................................................................................29
A sua Filosofia..........................................................................................................................................30
Racionalismo absoluto..............................................................................................................................31
A virtude da alma pensar........................................................................................................................32
A tica da alegria e da liberdade..............................................................................................................33
Direito Natural e estado de natureza.........................................................................................................33

O Iluminismo e o Sculo das Luzes......................................................................................35

A relao do Iluminismo com os outros dois grandes acontecimentos do sculo XVIII.........................35


Os iluministas como idelogos da burguesia............................................................................................36
Os principais representantes.....................................................................................................................37
As consequncias do Iluminismo.............................................................................................................37
A presena do pensamento iluminista em nossa realidade.......................................................................38

Immanuel Kant e o idealismo alemo...................................................................................39

Aspectos gerais de sua vida......................................................................................................................39


O racionalismo e o empirismo do sculo XVII........................................................................................40
A revoluo copernicana proposta por Kant.............................................................................................41
A tica kantiana.........................................................................................................................................44
Contribuio de Kant na Educao...........................................................................................................44
Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informaes www.videoaulasonline.com.br

A dialtica idealista e materialista de Hegel e Marx.............................................................47

Breve histrico..........................................................................................................................................47
Dialtica idealista......................................................................................................................................49
A lgica tradicional e a dialtica idealista................................................................................................50
O movimento dialtico idealista...............................................................................................................50
A dialtica materialista.............................................................................................................................51
O movimento dialtico materialista..........................................................................................................53

Schopenhauer: o mundo como representao.......................................................................55

Aspectos gerais de sua vida......................................................................................................................55


Sua relao com Hegel.............................................................................................................................55
O mundo representao minha...........................................................................................................56
O mundo como vontade............................................................................................................................56
Contribuio de Schopenhauer para a Educao......................................................................................57

O positivismo e o desenvolvimento da cincia.....................................................................59

Lineamentos gerais...................................................................................................................................59
Auguste Comte e a Lei dos Trs Estados..................................................................................................61

Nietzsche e o fortalecimento do sujeito (1844-1900)...........................................................63

Aspectos gerais de sua vida......................................................................................................................63


O desmistificador dos falsos valores.........................................................................................................64
O predomnio do esprito apolneo........................................................................................................64
O projeto filosfico de Nietzsche educador..............................................................................................65

A Escola de Frankfurt...........................................................................................................67

Um pouco de sua histria.........................................................................................................................67


Em que consistiu a teoria crtica?.............................................................................................................67

Duas correntes filosficas: o pragmatismo e o existencialismo...............................................71

O pragmatismo..........................................................................................................................................71
O existencialismo de Jean-Paul Sartre......................................................................................................72

Filosofia e Educao.............................................................................................................75

A Filosofia da Educao...........................................................................................................................75
O ato de educar.........................................................................................................................................76

tica e Educao...................................................................................................................79

Conceito de valor......................................................................................................................................79
A diferena entre tica, Moral e Moralismo............................................................................................80
tica, Educao e algumas caractersticas da ps-modernidade..............................................................81

Filosofia e a formao humana na escola.............................................................................85

As trs dimenses da existncia humana..................................................................................................85


Conceito de interseo..............................................................................................................................86
A crise da modernidade e a questo da Educao....................................................................................86

O processo do filosofar na Educao Infantil.......................................................................89

Por que Filosofia para crianas?...............................................................................................................89


Algumas sugestes metodolgicas...........................................................................................................90

Referncias............................................................................................................................93
Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informaes www.videoaulasonline.com.br

De Aristteles
Renascena
Ivo Jos Triches

omear um estudo, acerca de um determinado tema, a partir de uma viso


panormica, sempre mais didtico. O nosso objetivo consiste em apresentarmos as principais ideias que marcaram os seguintes perodos: Helenstico, Idade Mdia e incio da Idade Moderna com o Renascimento.
O aprofundamento terico sobre cada um dos temas apresentados fica em
forma de convite para que voc, possa faz-lo. Somos partidrios de um provrbio
latino que diz: nulla die sine linea1. Para os escritores latinos, o processo de
acumulao de conhecimento seria obtido por meio da leitura diria. Isso significa que, se nosso propsito conseguirmos fazer um bom trabalho, necessitamos
estar constantemente nos atualizando. Por isso, somente conseguiremos tal feito
se nossa vontade estiver conectada com a leitura.

O Perodo Helenstico2
A civilizao helenstica resultou do entrelaamento da cultura helnica3
com as culturas dos povos do Oriente Mdio. Entre esses povos, destacaram-se
os persas e os egpcios. Os macednicos iniciaram esse processo de difuso da
cultura grega por meio de seu principal lder, Alexandre Magno, que conquistou
os gregos. Esse povo tinha origem ariana e vivia ao norte da Grcia. Eram considerados brbaros por natureza pelos gregos, ou seja, incapazes de cultura e
de atividade livre e, em consequncia, escravos por natureza4. Como geograficamente estavam isolados, eles estabeleciam relaes comerciais com os gregos
para poderem vender seus produtos, que eram basicamente de origem agrria.
Utilizavam o porto grego de Olimpo para estabelecer relaes com outros povos.
Na verdade, esse perodo representa a decadncia do mundo grego.
A poca do helenismo foi um perodo marcado, entre outras coisas, pelo
rompimento dessa viso da existncia de escravos por natureza. Epicuro filsofo desse tempo tinha, entre os participantes de seus ensinamentos, escravos.
Considerava-os como membros de sua famlia. Isso evidencia que as concepes
de mundo que temos podem ser superadas.
Uma das caractersticas de algum que deseja ter uma postura filosfica frente
ao mundo acreditar que ele movimento e, por isso, que cada um pode mudar as
representaes sobre as coisas. Desse modo, nossas convices no podem ser
consideradas com clusulas ptreas, que jamais mudaram. Tudo movimento,
porque o mundo movimento.

Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A,


mais informaes www.videoaulasonline.com.br

Nem um s dia sem


uma linha a traduo
literal.

Na mitologia grega, Helena


era uma princesa clebre
por sua beleza. Ela era filha
de Leda. Seus irmos eram
Castor e Plux. Casou-se
com Menelau. Quando casada, foi raptada por Pris, homem troiano. Por essa razo,
os gregos organizaram-se
e decidiram ir a Tria para
resgat-la. Assim, temos a
noo de que o helenismo
corresponde expanso da
cultura grega para alm de
suas fronteiras.

Cultura grega.

A maior contradio dessa forma de pensar dos


gregos est relacionada ao
fato de terem sido vtimas do
prprio domnio dos macednicos. O prprio Aristteles
defendia a teoria da existncia de escravos, por natureza.
Isso mostra que ningum est
livre da prtica dos preconceitos.

Fundamentos Filosficos da Educao

Os movimentos principais que marcaram essa poca foram: o estoicismo, o


epicurismo e o ceticismo. Existe um fio condutor que marcou esses movimentos,
qual seja, a preocupao com as questes relacionadas aos aspectos morais
dos atores sociais5.
Compreende-se assim que o pensamento helenstico se tenha concentrado sobretudo nos
problemas morais, que se impunham a todos os homens. E, propondo os grandes problemas da vida e algumas solues para eles, os filsofos dessa poca criaram algo de verdadeiramente grandioso e excepcional, o cinismo, o epicurismo e o estoicismo, propondo
modelos de vida nos quais os homens continuaram a inspirar-se ainda durante outro meio
milnio e que, ademais, se tornaram paradigmas espirituais, verdadeira conquista para
todo o sempre. (REALE; ANTISERI, 1990, p. 230)

A partir das afirmaes contidas no texto acima, fica a indicao de que, se


algum pretende dedicar-se ao estudo acerca das questes que envolvem o tema
tica, torna-se fundamental aprofundar seus conhecimentos sobre esse perodo.
Principalmente, no estoicismo e no epicurismo.

A Filosofia na Idade Mdia


A discusso se houve ou no produo filosfica durante o perodo medieval
uma questo que continua latente at hoje. Certamente, no seremos ns, nesta gerao, que daremos por encerrada essa polmica. Afirmamos isso, porque at hoje
existem aqueles que denominam essa poca de idade das trevas ou perodo do
obscurantismo filosfico.
Como essa questo no est fechada e nosso objetivo apresentar uma viso
panormica do tema, vamos indicar algumas caractersticas que marcaram
esse perodo.
No nosso trabalho em sala da aula, dizamos que a mxima desse perodo era
crer para compreender e compreender para crer; muitos daqueles que dizem que
no houve produo filosfica argumentam que, se eu afirmo que preciso crer para
compreender, ento, a razo fica subordinada f. Como no h coisa alguma sobre
a qual a Filosofia no possa debruar-se, a prpria f pode ser objeto de investigao
filosfica. Como isso no podia ser objeto de investigao, ento, o processo do
filosofar ficou comprometido.

Atores sociais um conceito utilizado pela Sociologia. Cada cincia ou setores


da sociedade, quando vo
referir-se ao outro, utilizam
denominaes diferentes.
somente observarmos: como,
numa loja comercial, referimonos ao outro? Por cliente. E se
for um mdico, como ele se refere ao outro? Por paciente. Por
isso, na Filosofia, utiliza-se a
expresso homem, na Sociologia, atores sociais, na Psicologia, indivduo, e assim
por diante.

26

Porm, existem aqueles que defendem exatamente o contrrio, ou seja, que


a f pode ajudar-nos a confiar na razo. Nos sculos IV e V d.C., a confiana
na razo estava em baixa. Santo Agostinho foi quem contribuiu para restaurar a
crena na razo. Criticando os cticos, que afirmavam a impossibilidade de chegarmos ao conhecimento da verdade, ele dizia que a maior prova da possibilidade
do conhecimento verdadeiro eram as demonstraes no campo da matemtica e
da lgica. Dessa forma, vemos que:
o homem e seu intelecto, mutveis e perecveis, no podem ser os avalistas do
conhecimento, pois a verdade deve ser eterna. Assim, a verdade somente pode ser
assegurada por algo que se coloque acima dos homens e das coisas: Deus. Se a razo,
na busca de sua certeza, depara com a f em Deus, tambm a f que permite resgatar
a dignidade da razo: crer para compreender e compreender para crer. (ABRO,
1999, p. 98-99)
Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informaes www.videoaulasonline.com.br

De Aristteles Renascena

Os dois movimentos que mais se destacaram durante a Idade Mdia foram a


Patrstica6, durante a Alta Idade Mdia, e a Escolstica7, na Baixa Idade Mdia.
Cabe ainda destacar que no h como ignorar as realizaes culturais dessa
poca. A Igreja, que foi acusada pelos retrocessos no campo da cultura em geral,
foi responsvel pela conservao de muitos aspectos da cultura clssica. A retomada da cultura greco-romana no perodo seguinte prova disso. Num mundo
em que o cenrio predominante a relao senhor versus servo, a economia ,
basicamente, de subsistncia. A existncia dos mosteiros constituiu um espao
privilegiado para a sobrevivncia da cultura. Foi nesse ambiente que os monges se
dedicavam ao trabalho no campo, orao e compilao dos livros, assim como
traduo, para o latim, dos textos da antiguidade.

O Renascimento cultural
A expresso idade das trevas foi uma referncia dos renascentistas ao que
ocorreu durante o perodo medieval. A primeira questo relevante sobre esse tema
: renascimento do qu? O que desejavam os pensadores que criticavam a mxima
da Idade Mdia8? O quadro a seguir serve para ilustrar bem que, para a cada caracterstica do perodo medieval, surgiu um movimento de oposio.

As caractersticas desse perodo


Idade Mdia

Renascimento

misticismo

racionalismo

coletivismo

individualismo

antinaturalismo

naturalismo

teocentrismo

antropocentrismo

geocentrismo

heliocentrismo

Assim, o Renascimento Cultural representou a possibilidade de o homem


europeu ter novas representaes acerca do mundo e da prpria religio. Novos
valores passaram a afirmar-se, o que significou a consolidao de uma nova classe
social emergente dessa poca: a burguesia.
No contexto do Renascimento, j um pouco mais adiante, no sculo XVII,
pensadores como Francis Bacon e Descartes divergiam no tocante a que mtodo
devia ser utilizado para ter a garantia de que o conhecimento era verdadeiro ou
no. Francis Bacon seguiu o caminho da experincia. a partir dessa premissa
que devemos partir se quisermos, de fato, conhecer as coisas. J Descartes partiu
de um outro pressuposto. Segundo ele, a razo o instrumento principal para
obter-se a garantia do conhecimento da verdade.
Essa problemtica foi levada adiante por outros pensadores. Vrios levantaram-se para defender um ou outro lado. Quem fez, no sculo seguinte, uma
verdadeira revoluo nesse campo foi Immanuel Kant.
Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informaes www.videoaulasonline.com.br

Como o prprio nome


sugere, esse foi um movimento dos padres da igreja,
em que a Filosofia contribuiu
na elaborao dos fundamentos da teologia crist. O
principal representante dessa
corrente filosfica foi Santo
Agostinho.

O nome Escolstica est


associado ao nascimento
das primeiras universidades
nos sc. XI e XII, na Europa, e que eram controladas
pela igreja. Se coube a Santo
Agostinho o papel de cristianizar Plato, na Escolstica, o papel de cristianizar
Aristteles coube a So Toms de Aquino.

A mxima era: crer para


compreender e compreender para crer.

27

Fundamentos Filosficos da Educao

Como sugesto de leitura complementar ao tema, indicamos livros de histria do Ensino Mdio. Para aqueles que pretendem aprofundar-se nesse assunto, um bom livro Histria da riqueza do
homem, de Leo Huberman, da Editora LTC.

28

Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A,


mais informaes www.videoaulasonline.com.br

Você também pode gostar