Calculo 1 - Volume 2 PDF
Calculo 1 - Volume 2 PDF
Calculo 1 - Volume 2 PDF
Volume 2 - Mdulo 2
2 edio
Apoio:
Material Didtico
Departamento de Produo
ELABORAO DE CONTEDO
EDITORA
ILUSTRAO
Tereza Queiroz
Eduardo Bordoni
Fbio Muniz
COORDENAO EDITORIAL
Jane Castellani
DESENVOLVIMENTO INSTRUCIONAL
E REVISO
REVISO TIPOGRFICA
Equipe Cederj
PRODUO GRFICA
COORDENAO DE
PRODUO
Osias Ferraz
Patricia Seabra
COORDENAO DE LINGUAGEM
Equipe Cederj
CAPA
Eduardo Bordoni
Jorge Moura
PROGRAMAO VISUAL
P784c
Pombo Jr, Dinamrico Pereira
Clculo I. v.2 / Dinamrico Pereira Pombo Jr. 2. ed. Rio
de Janeiro: Fundao CECIERJ, 2010.
130p.; 21 x 29,7 cm.
ISBN: 85-89200-08-6
2010/1
Governador
Srgio Cabral Filho
Universidades Consorciadas
UENF - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO
NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO
Reitor: Almy Junior Cordeiro de Carvalho
Clculo I
SUMRIO
Volume 2 - Mdulo 2
M
odulo 2
Derivac
ao e Aplicaco
es
Quando consideramos, por exemplo, a funcao f (x) = x2 , ja sabemos do
Pre-Calculo que seu grafico e uma parabola. Algumas perguntas naturais que
podemos fazer sao: Se tomarmos dois pontos do grafico da funcao, digamos
(1,1) e (2,4), o que nos garante que a parte do grafico compreendida entre
esses dois pontos e realmente como a desenhamos? O que nos garante que
o grafico entre eles nao e, por exemplo, ondulado ? Sera que em algum
pedaco do grafico aparece uma quina? Enfim, essas e outras questoes nos
levam, naturalmente, a` seguinte questao geral: Como esbocar, de maneira
razoavelmente fiel, o grafico de uma determinada funcao?
O objetivo deste modulo e desenvolver, a partir do conceito de derivada
introduzido no Modulo 1, conceitos e tecnicas que nos permitam responder
a essas e outras questoes. Voce vera ao longo do modulo que cada novo conceito apresentado esta intimamente ligado a certas propriedades importantes
dos graficos de funcoes. Assim, apos cada etapa, voce estara mais apto a
compreender o comportamento do grafico de funcoes e, portanto, a esbocalos mais fielmente. Voce vera, tambem, que a derivada permitira o calculo
de certos limites que, com as tecnicas vistas no Modulo 1, nao eramos capazes de calcular. Finalmente, estudaremos mais profundamente as funcoes
trigonometricas inversas, ja introduzidas na disciplina de Pre-Calculo.
CEDERJ
MODULO
2 - AULA 16
Objetivo
Usar os conceitos de continuidade e derivabilidade para obter determinadas propriedades geometricas do grafico de funcoes.
f(b)
f(a)
Figura 16.1
A observacao acima envolve dois fatos ja vistos anteriormente. Com
efeito, vimos na aula 9 que se f e deriv
avel em todo ponto do intervalo
(a, b), entao o gr
afico de f possui reta tangente em qualquer ponto entre
A = (a, f (a)) e B = (b, f (b)) e a derivada f 0 (x) num ponto x e exatamente o
coeficiente angular da reta tangente ao grafico no ponto (x, f (x)). Por outro
lado, dizer que duas retas s
ao paralelas significa dizer que elas possuem o
mesmo coeficiente angular.
Nos exemplos que seguem, utilizaremos estes fatos para determinar P .
Exemplo 16.1
Considere a funcao f (x) = x2 , sejam A = (1, f (1)) = (1, 1) e
B = (2, f (2)) = (2, 4) dois pontos do grafico de f e r a reta que contem
A e B (ver a Figura 16.2).
9
CEDERJ
Figura 16.2
Vamos mostrar que existe pelo menos um ponto intermediario P , do
grafico de f , tal que a reta tangente em P e paralela a` reta r.
(1)
= 3. Assim,
= 41
O coeficiente angular da reta r e dado por f (2)f
1
21
para encontrarmos o ponto P , precisamos encontrar um ponto c (1, 2) tal
que f 0 (c) = 3 pois, neste caso, a reta tangente ao grafico de f no ponto
P = (c, f (c)) tera o mesmo coeficiente angular que a reta r e sera, portanto,
paralela a esta u
ltima (ver a Figura 16.3).
r
B
3
2
Figura 16.3
Ora, f 0 (x) = 2x para todo x (1, 2); logo, f 0 (x) = 3 se, e somente se, 2x = 3, ou seja, x = 32 . Vemos assim que o ponto procurado e
P = 32 , f 32 = 32 , 94 .
CEDERJ
10
MODULO
2 - AULA 16
forma y = 3x + b. Por outro lado, como ela passa pelo ponto P = 32 , 94 ,
temos que 94 = 3 32 + b, ou seja, b = 94 . Portanto, a equacao da reta
procurada e y = 3x 94 .
Exemplo 16.2
1
0A
Figura 16.4
A funcao f e derivavel em todo ponto x (0, 8] (mas nao e derivavel
em x = 0); portanto, seu grafico possui reta tangente em todo ponto entre
(0)
= 14 . Queremos, portanto,
A e B. O coeficiente angular da reta r e f (8)f
80
determinar um ponto c (0, 8) tal que f 0 (c) = 14 .
Ora, f 0 (x) =
; assim, o n
umero c procurado e tal que
3
1
= 1, 5396 e o ponto procurado e
= 14 , ou seja, c = 23
1
3(c 3 )2
3
(c, f (c)) = 23 , 23 .
1
3(x 3 )2
Uma demonstraca
o rigorosa
deste Teorema ser
a vista na
disciplina de An
alise.
f (b) f (a)
ba
CEDERJ
Exemplo 16.3
Sejam f : [2, 2] R definida por f (x) = x3 , A = (2, 8) e B = (2, 8)
dois pontos do grafico de f e r a reta contendo A e B (ver a Figura 16.5).
Figura 16.5
(2)
= 4. Por outro lado,
O coeficiente angular da reta r e igual a f (2)f
2(2)
0
2
para todo x (2, 2), f (x) = 3x . Queremos determinar os valores de x
para os quais f 0 (x) = 4. Como 3x2 = 4 se, e somente se, x = 23 ou x = 23 ,
vemos que ha dois valores c (2, 2) para os quais f 0 (c) = 4.
A hip
otese f deriv
avel em (a, b)
e realmente necess
aria para
a validade do Teorema do valor m
edio?
Vejamos:
Exemplo 16.4
Seja a funcao f : [1, 1] R definida por f (x) = |x|, e sejam A = (1, 1) e
B = (1, 1) dois pontos de seu grafico (ver a Figura 16.6).
Note que o grafico de f nao possui reta tangente paralela a` reta r
que contem os pontos A e B. Realmente, o coeficiente angular da reta r
(1)
= 0. Por outro lado, f e derivavel em todo ponto x (1, 1),
e f (1)f
1(1)
exceto em x = 0. Alem disso, ja vimos que f 0 (x) = 1 para todo 1 < x < 0,
e que f 0 (x) = 1 para todo 0 < x < 1.
CEDERJ
12
MODULO
2 - AULA 16
Figura 16.6
Vemos, assim, que a conclusao do Teorema do valor medio falha no
exemplo acima, o que nos mostra a real necessidade da hipotese de derivabilidade em todo ponto do intervalo aberto.
O exemplo a seguir nos mostra que a hip
otese f contnua em [a, b]
e tamb
em necess
aria para assegurar a validade do Teorema do valor
m
edio.
Exemplo 16.5
1
se x 6= 4 e f (x) = 0 se x = 4,
Sejam f : [0, 4] R definida por f (x) = 4x
1
A = 0, 4 e B = (4, 0) dois pontos do grafico de f .
Figura 16.7
Uma observacao geometrica bastante intuitiva que podemos fazer e que
se o grafico de uma funcao f possui reta tangente em todo ponto entre
(a, f (a)) e (b, f (b)) e f (a) = f (b), entao existe pelo menos um ponto intermediario de modo que a reta tangente naquele ponto e paralela ao eixo x das
abscissas. Vejamos um exemplo.
13
CEDERJ
Exemplo 16.6
Seja f (x) = x3 2x2 + 1 definida no intervalo [a, b] = [0, 2] (ver a Figura
16.8).
4
3
0
Figura 16.8
Note que f (0) = 1 e f (2) = 1. Assim, se considerarmos os dois pontos
A = (0, 1) e B = (2, 1) do grafico de f , vemos que o coeficiente angular
da reta r que contem A e B e igual a zero, ou seja, a reta r e paralela ao
eixo x das abscissas. Por outro lado, como f 0 (x) = 3x2 4x, vemos que
nico c (0, 2) tal que f 0 (c) = 0,
f 0 (x) = 0 para x = 0 e x = 43 . Logo, ha um u
a saber, c = 43 .
Michel Rolle nasceu em 21
de abril de 1652 em Ambert,
Basse-Auvergne, Franca. Ele
teve pouca educaca
o formal,
tendo sido na verdade um
autodidata. Seus trabalhos
versavam sobre An
alise
Diofantina, Algebra
e
Geometria. Entretanto, ficou
mais conhecido pelo
Teorema que leva seu nome,
publicado num obscuro livro
em 1691, em cuja prova foi
usado um m
etodo de Hudde.
Vale lembrar que Rolle era
um forte opositor ao
C
alculo, tendo afirmado: O
C
alculo
e uma coleca
o
engenhosa de fal
acias.
Veremos, na disciplina de
An
alise, que embora o
Teorema de Rolle seja um
caso particular do Teorema
do valor m
edio, este u
ltimo
e
uma conseq
u
encia do
primeiro.
CEDERJ
14
MODULO
2 - AULA 16
Resumo
Nesta aula, vimos dois importantes Teoremas que nos mostram como
as retas tangentes ao grafico de uma funcao nos dao informacoes geometricas
sobre o seu comportamento. Como as retas tangentes sao determinadas essencialmente pelo seu coeficiente angular, ou seja, pela derivada da funcao,
vemos a relevancia desse conceito para o entendimento das funcoes.
Lembrete
Esta aula e de fundamental importancia, pois ela contribui para sedimentar o conceito de derivada e sua interpretacao geometrica. Estaremos,
ate a aula 24, explorando o conceito de derivada como uma ferramenta para
aprofundar nosso entendimento sobre o comportamento de funcoes. Assim e
muito importante que voce resolva os exerccios que se seguem pois, atraves
deles, voce tera a oportunidade de fixar o significado dos teoremas vistos
acima.
Exerccios
1. Verifique se cada uma das funcoes abaixo, definidas no intervalo [a, b],
satisfaz ou nao as hipoteses do Teorema do valor medio. Em caso
(a)
.
afirmativo, determine um n
umero c (a, b) tal que f 0 (c) = f (b)f
ba
CEDERJ
c) f (x) =
x2 x12
,
x3
[3, 2].
Auto-avaliac
ao
Em todos os exerccios voce deve demonstrar total domnio dos conceitos de continuidade e derivabilidade de funcoes pois, em cada um deles,
voce deve verificar a validade das hipoteses dos Teoremas vistos nesta aula.
tambem exigido de voce a compreensao do significado dos Teoremas para
E
poder aplica-los; e o caso principalmente dos Exerccios 4,5, 6 e, tambem, do
Desafio. Se voce encontrar alguma dificuldade em qualquer um dos Exerccios
de 1 a 6, releia esta aula com mais cuidado.
CEDERJ
16
MODULO
2 - AULA 17
Aula 17 Fun
co
es crescentes e decrescentes.
Refer
encias: Aulas 9, 10,
11, 12 e 16.
Objetivo
Usar o conceito de derivada para compreender as propriedades de crescimento e decrescimento de funcoes.
Figura 17.1
Note que, para quaisquer x1 , x2 [a, b] [c, d] com x1 < x2 , temos
f (x1 ) < f (x2 ), isto e, o grafico de f entre a e b e entre c e d representa, cada
um deles, um percurso do primeiro tipo. Por outro lado, para quaisquer
x1 , x2 [d, e] com x1 < x2 , temos f (x1 ) > f (x2 ), isto e, o grafico de f
entre d e e representa um percurso do terceiro tipo. Dizemos entao que em
[a, b] [c, d] a funcao f e crescente e que em [d, e] a funcao f e decrescente.
De maneira geral, temos a seguinte definicao:
CEDERJ
Figura 17.2
Ja vimos, por outro lado, que se f e derivavel num ponto x, entao
ela possui reta tangente ao grafico no ponto (x, f (x)), e que o coeficiente
angular dessa reta e o n
umero f 0 (x). Assim, se f e derivavel num intervalo
I e crescente em I, entao f 0 (x) > 0 para todo x I. Analogamente, se
f e derivavel num intervalo I e decrescente em I, entao f 0 (x) < 0 para
todo x I. A proposicao a seguir mostra que a recproca destas afirmacoes
tambem e verdadeira.
Proposicao 17.1
Seja f uma funcao derivavel num intervalo nao trivial I. Entao:
(a) Se f 0 (x) = 0 para todo x I, f e constante em I.
(b) Se f 0 (x) > 0 para todo x I, f e crescente em I.
(c) Se f 0 (x) < 0 para todo x I, f e decrescente em I.
Demonstracao: Sejam x1 , x2 dois pontos arbitrarios de I com x1 < x2 . Pelo
Teorema do valor medio, existe um ponto c (x1 , x2 ) tal que
CEDERJ
18
f (x2 ) f (x1 )
= f 0 (c) .
x2 x 1
MODULO
2 - AULA 17
(x1 )
= 0, isto e,
Agora, se f 0 (x) = 0 para todo x I, obtemos f (xx22)f
x1
f (x1 ) = f (x2 ). Como x1 e x2 sao arbitrarios, conclumos que f e constante
em I, o que prova (a).
(x1 )
> 0 e,
Suponha, agora, f 0 (x) > 0 para todo x I. Assim, f (xx22)f
x1
como x2 x1 > 0, obtemos f (x2 ) f (x1 ) > 0, ou seja, f (x1 ) < f (x2 ). Sendo
x1 e x2 arbitrarios, conclumos que f e crescente em I, o que prova (b).
(x1 )
<0 .
A demonstracao de (c) e analoga neste caso, f (xx22)f
x1
Corolario 17.1
Sejam f, g : I R duas funcoes derivaveis num intervalo nao trivial I tais
que f 0 (x) = g 0 (x) para todo x I. Entao existe uma constante c R tal
que f (x) = g(x) + c para todo x R.
Demonstracao: Consideremos a funcao f g que, como sabemos, e derivavel
em I. Como
(f g)0 (x) = f 0 (x) g 0 (x) = 0
para todo x I, segue do item (a) da Proposicao 17.1 que existe c R tal
que f (x) g(x) = c para todo x I, como queramos demonstrar.
Exemplo 17.1
Vamos mostrar que
cos2 x + sen2 x = 1
para todo x R, fato que voce ja estudou em Pre-Calculo.
e
0
0
e
19
CEDERJ
Figura 17.3
Exemplo 17.3
Considere a funcao
f (x) =
2x + 9 se x 2,
x2 + 1 se x > 2.
x2
20
MODULO
2 - AULA 17
1
4.5
Figura 17.4
Exemplo 17.4
Considere a funcao
2
f (x) = (x + 1) 3 (x 2) 3 .
Desenvolvendo, obtemos:
f 0 (x) =
x1
2
(x 2) 3 (x + 1) 3
CEDERJ
-1
x1
1
2
(x 2) 3 (x + 1) 3
x1
2
(x2) 3 (x+1) 3
+
-
+
+
+
+
+
+
Figura 17.5
As colunas sao separadas pelos pontos onde a derivada nao existe e
aqueles onde a derivada e zero, dispostos, da esquerda para a direita, em
ordem crescente, ou seja, -1, 1 e 2. Na primeira coluna, colocamos nas
linhas 1 e 2 as funcoes do numerador e do denominador, respectivamente; na
segunda, os respectivos sinais do numerador e do denominador para valores
menores do que -1; na terceira, os respectivos sinais no intervalo (1, 1); na
quarta, os respectivos sinais no intervalo (1, 2); e, na quinta, os sinais para
os valores maiores do que 2. A u
ltima linha da tabela corresponde ao sinal
1
2
resultante do produto dos sinais de x 1 e (x 2) 3 (x + 1) 3 , nos respectivos
intervalos.
1.6
Figura 17.6
Exemplo 17.5
Seja f uma funcao derivavel em todos os pontos, exceto em x = 2 e x = 2,
2
. Vamos determinar os intervalos onde f e
cuja derivada e f 0 (x) = xx2 1
4
crescente e aqueles onde f e decrescente. Temos que f 0 (x) = 0 para x = 1
CEDERJ
22
MODULO
2 - AULA 17
x2 1
x2 4
x2 1
x2 4
-1
+
+
+
+
+
+
Figura 17.7
Ate aqui usamos informacoes sobre o sinal da derivada de uma funcao
para obter informacoes sobre seu crescimento ou decrescimento. Entretanto,
o fato de uma funcao ser, por exemplo, crescente num intervalo I, nao nos
permite concluir de que maneira ela cresce. Isso fica mais claro no seguinte
exemplo:
Exemplo 17.6
Sejam f, g : (0, 1) R duas funcoes cujos graficos sao como na Figura 17.8.
1
g
1
Figura 17.8
Ambas as funcoes sao crescentes em (0, 1). Entretanto, ha uma diferenca fundamental entre seus graficos: para todo x (0, 1), a reta tangente
ao grafico de f no ponto (x, f (x)) esta sob o grafico de f ao passo que a
reta tangente ao grafico de g no ponto (x, g(x)) esta sobre o grafico de g.
Geometricamente, isto se reflete nos graficos de f e g de maneira evidente.
23
CEDERJ
Resumo
Nesta aula estudamos, a partir do conceito de derivada, propriedades
de crescimento e decrescimento de funcoes. Como vimos, essas informacoes
sao muito importantes para compreendermos o comportamento de funcoes,
visando um esboco mais preciso de seu grafico.
Exerccios
1. Para cada uma das funcoes abaixo, encontre os intervalos onde ela e
crescente e aqueles onde ela e decrescente. Esboce o grafico.
a) f (x) = x3 12x + 11
d) f (x) = x2
e) f (x) =
x2
x+2
g) f (x) = x 4 x2
CEDERJ
24
i) f (x) =
x2 5 se x < 4,
10 3x se x 4.
j) f (x) =
(x 2)2 3 se x 5,
1
(x + 7) se x > 5.
2
k) f (x) =
3
x2
3
f) f (x) = x 5 8x 5
25 x2 se x 4,
7 x se x > 4.
6 se x 6,
x
p
l) f (x) =
4 (x 8)2 se 6 < x 10,
20 2x se x > 10.
MODULO
2 - AULA 17
x3
x3
4. Prove que a composta de duas funcoes crescentes e uma funcao crescente, valendo o mesmo para funcoes decrescentes..
5. Seja f uma funcao crescente em I. Prove que: (a) Se g(x) = f (x),
entao g e decrescente em I; (b) Se f (x) > 0 para todo x I e
1
, entao h e decrescente em I.
h(x) = f (x)
Auto-avaliac
ao:
Em todos os exerccios, e exigido de voce o perfeito entendimento da
definicao de funcao crescente e decrescente, principalmente nos de n
umero 4
e 5. A realizacao dos exerccios de n
umero 1 a 3 requer de voce a compreensao da Proposicao 17.1 para o estudo do comportamento de funcoes. Para
isso, o domnio do estudo do sinal de funcoes em intervalos, e das regras de
derivacao, bem como a interpretacao geometrica da derivada, sao absolutamente necessarios. Tendo alguma dificuldade na execucao dos mesmos releia
a aula e tente novamente. Permanecendo d
uvidas, procure o tutor no polo.
25
CEDERJ
MODULO
2 - AULA 18
Aula 18 Concavidade do gr
afico de fun
co
es.
Refer
encias: Aulas 9, 10,
11, 12, 16 e 17.
Objetivo
Usar a derivada segunda para identificar os diferentes tipos de comportamento de funcoes crescentes ou decrescentes.
f(b)
f(b)
f(a)
f(a)
0
(a)
(b)
Figura 18.1
Analogamente, se f e decrescente em I, temos tambem as duas possibilidades de comportamento, indicadas nas Figuras 18.2a e 18.2b.
f(a)
f(a)
f(b)
0
f(b)
a
(a)
Figura 18.2
(b)
Nesta aula, veremos que esses diferentes tipos de comportamento podem ser bem determinados a partir da compreensao do comportamento da
derivada da funcao f .
27
CEDERJ
CEDERJ
28
MODULO
2 - AULA 18
f
g
Figura 18.3
Vimos, na aula 17, que os sinais da derivada determinam os intervalos
onde uma funcao e crescente ou decrescente. Suponha entao que uma funcao
f definida em um intervalo aberto I e tal que sua derivada f 0 e derivavel em
I. Neste caso dizemos que f e duas vezes deriv
avel em I e denotamos por
00
0
00
f a derivada da funcao f , chamada derivada segunda de f . Os sinais de f
0
em I determinam entao, em quais intervalos f e crescente e em quais ela e
decrescente e, portanto, determinam em quais intervalos o grafico de f tem
concavidade para cima e em quais ele tem concavidade para baixo.
Temos, assim, a seguinte proposicao:
Proposicao 18.1
Seja f uma funcao duas vezes derivavel no intervalo aberto I.
00
00
Exemplo 18.2
2
29
CEDERJ
(x 2) (x + 1)
1
3
2 1
1
+
1 (x 1)
3(x + 1) 3 (x 2)
4
(x 2) 3 (x + 1) 3
2(x 1)
x1
3(x + 1) 3(x 2)
1
(x 2) 3 (x + 1) 3
3(x + 1) 3 (x 2) 3
00
-6
4
3
3(x + 1) (x 2)
6
4
3(x+1) 3 (x2) 3
5
3
Figura 18.4
Pela Proposicao 18.1, conclumos que o grafico de f tem concavidade
para cima em (, 1) (1, 2) e concavidade para baixo em (2, +).
Voce pode, agora, conferir o esboco do grafico indicado na Figura 17.6.
Exemplo 18.3
Considere a funcao f (x) = x + x1 , definida para x 6= 0. Vamos determinar
os intervalos onde f e crescente, aqueles onde ela e decrescente, os intervalos
onde o grafico de f tem concavidade para cima, e aqueles onde o grafico de
f tem concavidade para baixo.
0
30
MODULO
2 - AULA 18
x2 1
x2
x2 1
x2
+
+
+
+
-
+
-
+
+
+
Figura 18.5
00
Voce deve tambem observar que f (x) < 0 se x < 0 e f (x) > 0 se x > 0.
Alem disso, a reta x = 0 e uma assntota vertical ao grafico de f , visto que
limx0 f (x) = e limx0+ f (x) = +. Agora, vamos reunir todas as
informacoes obtidas, para esbocar o grafico de f .
1
2
Figura 18.6
A funcao f assume valores positivos para x > 0; ela e decrescente em
(0, 1), f (1) = 2, ela e crescente em (1, +) e seu grafico tem concavidade
para cima em (0, +). Temos, portanto, que o grafico de f e como na Figura
18.7.
31
CEDERJ
2
1
1
2
Figura 18.7
Exemplo 18.4
Considere a funcao f (x) = x3 6x2 +9x+1. Sendo f uma funcao polinomial,
0
0
0
ela e derivavel em todo x R e f (x) = 3x2 12x+9; logo, f (1) = f (3) = 0.
0
0
Como f (x) > 0 para x (, 1) (3, +) e f (x) < 0 para x (1, 3), f e
0
crescente em (, 1)(3, +) e decrescente em (1, 3). Agora, f e derivavel
00
00
00
e sua derivada e f (x) = 6x 12. Como f (x) < 0 se x < 2 e f (x) > 0 se
x > 2, o grafico de f tem concavidade para baixo em (, 2) e concavidade
para cima em (2, +).
Dispondo as informacoes obtidas nas respectivas tabelas de sinais de f
00
e f , como indicado na Figura 18.8,
1
f 0 (x)
f 00 (x)
Figura 18.8
Podemos, agora, esbocar o grafico de f (ver a Figura 18.9).
Figura 18.9
CEDERJ
32
+
+
MODULO
2 - AULA 18
Voce deve ter notado que o ponto (2, 3), do grafico do Exemplo 18.4,
tem uma certa particularidade; antes dele, o grafico de f tem concavidade
para baixo e, apos ele, o grafico de f tem concavidade para cima. De outra maneira, podemos dizer que o ponto (2, 3) e um ponto de mudanca de
concavidade do grafico. O mesmo ocorre com o ponto (2, 0), do Exemplo
18.2, so que, neste caso, antes dele o grafico de f tem concavidade para cima
e, apos ele, o grafico de f tem concavidade para baixo. Estes pontos sao
denominados pontos de inflex
ao e serao estudados em detalhe na proxima
aula.
Exemplo 18.5
2
+2
. Como o denomiDerivando e simplificando, obtemos f (x) = 2x
(x2 +1)4
0
nador e positivo para qualquer valor de x, o sinal de f fica determinado pelo
0
0
0
sinal do numerador, 2x2 + 2. Assim, f (1) = f (1) = 0, f (x) > 0 se
0
x (1, 1) e f (x) < 0 se x (, 1) (1, +). Conclumos, portanto,
que f e crescente em (1, 1) e decrescente em (, 1) (1, +).
0
12x3 20x
.
(x2 + 1)5
00
33
CEDERJ
+
-
x
12x2 20
f 00 (x)
5
3
5
3
+
+
+
Figura 18.10
Para esbocar o grafico de f , necessitamos de mais algumas informacoes.
Observe que f (x) 0 para todo x R e f (x) = 0 somente se x = 1.
x2 +2x+1
2
x x +1
= lim
1
x2
1
1+ 2
x
1+ x2 +
= 1, ou seja, a
Figura 18.11
A funcao f e decrescenteqem (1, +), f (1) = 2, o graficoq
de f tem
5
,
+
.
concavidade para baixo em 0, 53 e concavidade para cima em
3
O esboco do grafico de f e, entao, como indicado na Figura 18.12.
2
1
5
3
Figura 18.12
CEDERJ
34
1 q5
MODULO
2 - AULA 18
Voce deve ter observado que, para esbocar o grafico de uma funcao f ,
temos ate agora quatro etapas a considerar:
1) determinar, caso existam, os pontos de descontinuidade de f ;
2) determinar, caso existam, as assntotas verticais e horizontais ao grafico
de f ;
0
Resumo
Nesta aula voce aprendeu como calcular a derivada segunda de uma
funcao e como essa pode contribuir para o estudo da concavidade de seu
grafico.
Exerccios
1. Para cada uma das funcoes abaixo determine:
(i) os intervalos onde ela e crescente e aqueles onde ela e decrescente;
(ii) os intervalos onde o grafico tem concavidade para cima e aqueles
onde a concavidade e para baixo.
Finalmente, faca o esboco do grafico.
1
x
(a) f (x) = x3 + x2 5x
(b) f (x) = x2
(d) f (x) = x 5 8x 5
(g) f (x) = x
4
x2
(c) f (x) =
(h) f (x) =
x+
4
x
2x
x+2
1
CEDERJ
x2
x2
0
x1
Figura 18.13
CEDERJ
36
MODULO
2 - AULA 18
Desafio
Seja f uma funcao derivavel no intervalo aberto I. Suponha que o
grafico de f tem concavidade para cima em I. Prove que para quaisquer
a, b I tem-se f (ta + (1 t)b) < tf (a) + (1 t)f (b) para todo t (0, 1).
Auto-avaliac
ao
Nos Exerccios 1, 2 e 3, voce deve mostrar que realmente absorveu os
conceitos envolvidos na aula anterior e nesta aula. Neles, como nos exerccios
da aula 17, voce deve dominar o estudo do sinal de funcoes. Nao prossiga
para a aula seguinte caso tenha dificuldade nesses exerccios. O exerccio de
n
umero 4 e o Desafio sao mais sutis mas devem ser tentados com empenho.
37
CEDERJ
MODULO
2 - AULA 19
Refer
encias: Aulas 9, 10,
11, 12, 16, 17 e 18.
Exemplo 19.1
Considere a funcao
f (x) =
x2 se x < 1,
2x2 + 3 se x 1.
Figura 19.1
00
00
39
CEDERJ
Agora, como
(x + 1)(x 1)
x2 1
f (x) f (1)
= lim (x + 1) = 2
= lim
= lim
lim
x1
x1
x1 x 1
x1
x1
x1
e
lim+
x1
2(x + 1)(x 1)
(2x2 + 3) 1
f (x) f (1)
=
= lim+
= lim+
x1
x1
x1
x1
x1
= lim+ 2(x + 1) = 4,
x1
temos que f nao e derivavel em x = 1. O fato dos dois limites laterais acima
serem distintos, nos mostra, alem da nao derivabilidade de f no ponto 1, a
inexistencia de reta tangente ao grafico de f no ponto (1, 1). Assim, o ponto
(1, 1) e um ponto de mudanca de concavidade do grafico de f , mas neste
ponto ele nao possui reta tangente.
Lembramos que se f
e
deriv
avel num ponto c, ent
ao
seu gr
afico possui reta
tangente em (c, f (c)).
Entretanto, a recproca
e
falsa, isto
e, o gr
afico de uma
funca
o pode possuir reta
tangente em um ponto
(c, f (c)) de seu gr
afico sem,
no entanto, a funca
o ser
deriv
avel em c. E
exatamente o caso do
Exemplo 19.2.
00
00
Agora,
1
1
x3
f (x) f (0)
= lim 2 = +,
= lim
lim
x0 x 3
x0 x
x0
x0
mostrando que f nao e derivavel em x = 0. Por outro lado, voce pode ver que
(0)
(0)
coincidirem e serem
e lim f (x)f
o fato dos limites laterais lim+ f (x)f
x0
x0
x0
x0
CEDERJ
40
MODULO
2 - AULA 19
Figura 19.2
No exemplo a seguir, o ponto (c, f (c)) e um ponto de mudanca de
concavidade do grafico de f tal que f e derivavel em x = c.
Exemplo 19.3
Considere a funcao f (x) = x3 6x2 + 9x + 1, do Exemplo 18.4. Como
00
00
00
f (x) = 6x 12, temos que f (x) < 0 se x (, 2) e f (x) > 0 se
x (2, +), ou seja, o ponto (2, 3) e um ponto de mudanca de concavidade
do grafico de f . Sendo f derivavel em todo ponto, seu grafico possui, em
particular, reta tangente no ponto (2, 3).
Os exemplos acima motivam a seguinte definicao:
Definicao 19.1 Seja f uma funcao derivavel em um intervalo aberto I contendo c, exceto possivelmente em x = c. O ponto (c, f (c)) e dito um ponto
de inflex
ao do gr
afico de f se o grafico de f possui reta tangente em
(c, f (c)) e se existem a, b I, com a < c < b, tais que:
00
ou
00
(a) f (x) > 0 para todo x (a, c) e f (x) < 0 para todo x (c, b)
00
00
(b) f (x) < 0 para todo x (a, c) e f (x) > 0 para todo x (c, b).
Voce pode constatar, a partir da Definicao 19.1, que o ponto (1, 1) do
Exemplo 19.1 nao e um ponto de inflexao pois, embora seja um ponto de
mudanca de concavidade (satisfaz (a)), ele e um ponto onde o grafico nao
admite reta tangente.
Voce deve ter notado tambem que, na definicao de ponto de inflexao,
nada e dito a respeito da derivada segunda de f no ponto c. Veja que, no
00
Exemplo 19.2, (0, 0) e um ponto de inflexao, mas f (0) nao existe. Ja no
00
Exemplo 19.3, (2, 3) e um ponto de inflexao do grafico de f , f (2) existe e
00
f (2) = 0.
No dicion
ario de Ant
onio
Houaiss, ele se utiliza de
uma citaca
o para
exemplificar o significado
liter
ario de ponto de
inflex
ao. A citaca
o diz:
Antes de atingir a foz, o rio
inflecta-se no rumo oeste.
Vemos aqui, que
e como se o
rio mudasse suavemente de
direca
o rumo a
` oeste.
Podemos, de fato, perceber
uma certa semelhanca com o
conceito matem
atico de
ponto de inflex
ao, sendo este
u
ltimo mais preciso, como
veremos ao longo da aula.
CEDERJ
Proposicao 19.1
Se (c, f (c)) e um ponto de inflexao do grafico de uma funcao f e, se alem
00
00
disso, f (c) existe, entao f (c) = 0.
0
Demonstra
c
ao: Considere a funcao g(x) = f (x). Por definicao de ponto
de inflexao, existem a, b I, com a < c < b, tais que ou (a) ou (b) e
satisfeito. Faremos o caso em que (a) e satisfeito; o outro caso e analogo.
0
00
Como g (x) = f (x), temos por (a) que g e crescente em (a, c) e decrescente
em (c, b).
00
g(x) g(c)
f (x) f (c)
.
= lim
f (c) = lim
xc
xc
xc
xc
00
g(x)g(c)
xc
00
00
0. Portanto,
< 0, donde conclumos que f (c) = lim+ g(x)g(c)
xc
xc
00
Por outro lado, se f (c) existe e a, b R sao tais que a < c < b e
00
f (x) tem sinais distintos em (a, c) e (c, b), entao (c, f (c)) e um ponto de
00
inflexao. Com efeito, por hipotese, f satisfaz (a) ou (b) da Definicao 19.1.
00
0
Como f (c) existe, temos que f (c) tambem existe; logo, o grafico de f possui
reta tangente em (c, f (c)), o que mostra a afirmacao. Em particular, pela
00
Proposicao 19.1, f (c) = 0. Conclumos, assim, que para determinar os
pontos de inflexao de uma funcao duas vezes derivavel em um intervalo I,
00
basta determinar os pontos c I que satisfazem f (c) = 0 e verificar se
00
existem a, b I, com a < c < b, tais que f (x) possua sinais distintos em
(a, c) e (c, b).
Exemplo 19.5
0
CEDERJ
42
00
MODULO
2 - AULA 19
00
1
4
Figura 19.3
43
CEDERJ
=
=
=
=
=
=
x+1
,
x1
f (x)
2
,
(x1)2
4
,
(x1)3
00
f (x) =
e
000
f (x) =
0
00
12
.
(x 1)4
000
Na aula 13, voce aprendeu a derivar funcoes que sao definidas implicitamente. O exemplo seguinte ilustra como encontrar derivadas de ordem
superior para funcoes definidas implicitamente.
Exemplo 19.8
Seja y uma funcao da variavel x, duas vezes derivavel, y > 0, definida implid2 y
dy
e dx
citamente por 3x2 + 4y 2 = 9. Vamos determinar dx
2.
44
MODULO
2 - AULA 19
dy
= 0,
6x + 8y dx
de maneira que
6x
dy
.
=
8y
dx
2
d y
Para determinarmos dx
2 devemos encontrar a derivada de um quociente,
tendo em mente que y e uma funcao de x. Assim,
dy
8y(6) (6x) 8 dx
d2 y
=
=
64y 2
dx2
48y (48x)
48y
64y 2
64y 2
36x
y
6x
8y
48y 2 36x
.
64y 3
Resumo
Nesta aula, voce aprendeu o conceito de ponto de inflexao do grafico
de uma funcao, e como determina-los. Em seguida, voce aprendeu como a
operacao de derivacao pode ser realizada repetidas vezes.
Exerccios
1. Para cada funcao abaixo, determine onde ela e crescente, onde e decrescente, onde o grafico da funcao e concavo para cima, onde e concavo
para baixo e encontre, se existirem, os pontos de inflexao. Esboce o
grafico.
(a) f (x) = x3 + 7x
(d) f (x) =
x
x2 1
(f) g(x) = (x 2) 5
(e) f (x) = x + x1
(
x2 se x < 0
(g) f (x) =
x2 se x 0
(
x2 se x < 1
(h) g(x) =
x3 4x2 + 7x 3 se x 1.
45
CEDERJ
00
00
(a) f (x) > 0 se x < c; f (x) < 0 se x > c; f (x) > 0 se x < c;
00
f (x) < 0 se x > c.
(b) f (x) > 0 se x < c; f (x) > 0 se x > c; f (x) > 0 se x < c;
00
f (x) < 0 se x > c.
00
00
00
00
00
00
00
(f) f (c) nao existe; f (x) > 0 se x < c; f (x) > 0 se x > c.
4. Encontre as derivadas primeira e segunda de cada uma das funcoes
abaixo.
1
x
(d) g(y) =
2 y
2+ y
(f) f (x) =
xsenx
.
x+1
6. Encontre
d2 y
,
dx2
d3 y
.
dx3
00
00
f (x) =
x2
|x|
se x 6= 0,
0 se x = 0.
Auto-avaliac
ao
Se voce compreendeu o conceito de ponto de inflexao e, portanto,
domina as relacoes entre derivabilidade de uma funcao em um ponto e a
existencia de reta tangente ao grafico da funcao, voce nao tera dificuldade
para resolver os exerccios de n
umeros 1, 2 e 3. Os exerccios restantes so
exigem o domnio das tecnicas de derivacao.
CEDERJ
46
Exerccios resolvidos.
MODULO
2 - AULA 20
Refer
encias: Aulas 5, 6, 8,
16, 17, 18 e 19.
Solu
c
ao: (i) Continuidade de f . Como p(x) = x2 + 2x + 3 e um polinomio e
1
x
x0
x0
e
lim+ f (x) = lim+
x0
x0
= lim+
x0
1
= .
x
47
CEDERJ
Exerccios resolvidos.
Conclumos, entao, que nao existe lim f (x) e, portanto, f nao e contnua
x0
em x = 0.
(ii) Assntotas verticais e horizontais.
Acabamos de ver que
lim f (x) =
x0+
e
lim f (x) = lim
x+
x+
= 0,
48
Exerccios resolvidos.
MODULO
2 - AULA 20
-3
-2
1
1
Figura 20.1
Exerccio 2: Considere a funcao f (x) =
Solu
c
ao: (i) Continuidade de f .
x2 se x < 1,
x3 4x2 + 7x 3 se x 1.
x1
x1
e
lim f (x) = lim+ (x3 4x2 + 7x 3) = 1.
x1+
x1
x+
x+
horizontal.
(iii) Crescimento e decrescimento de f .
49
CEDERJ
Exerccios resolvidos.
lim
x1
e
lim+
x1
(x + 1)(x 1)
x2 1
f (x) f (1)
= lim (x + 1) = 2
= lim
= lim
x1
x1
x1 x 1
x1
x1
x3 4x2 + 7x 4
(x3 4x2 + 7x 3) 1
f (x) f (1)
.
= lim+
= lim+
x1
x1
x1
x1
x1
x1
x1
3x + 4) = 2.
lim
x1
2(x 1)
2x 2
f (x) f (1)
=2
= lim
= lim
x1
x1
x1
x1
x1
3x2 8x + 5
(3x2 8x + 7) 2
f (x) f (1)
.
= lim+
= lim+
lim+
x1
x1
x1
x1
x1
x1
Assim, lim+ f
x1
(x)f (1)
x1
x1
50
Exerccios resolvidos.
MODULO
2 - AULA 20
43/27
1 4/3
Figura 20.2
Exerccio 3: Considere a funcao f (x) =
Solu
c
ao:
(x 1) 3 se x < 1,
2
(x 1) 3 se x 1.
(i) Continuidade de f .
Claramente, f e contnua em (, 1) (1, +). Resta, entao, estudar
a continuidade de f em x = 1.
2
x1
x1
x1
x+
CEDERJ
Exerccios resolvidos.
3(x1) 3
(1)
lim f (x)f
x1
x1
2
3
(1)
= lim+
= lim+ (x1)
e lim+ f (x)f
x1
x1
x1
x1
x1
lim (x1)
x1
1
3
x1
1
(x1) 3
lim
x1 (x1) 3
= +
(1)
=
= +, vemos que lim f (x)f
x1
x1
f (x) =
00
9(x1) 3
00
9(x1) 3
f (x) < 0 se x (1, +), ou seja, o grafico de f tem concavidade para cima
em (, 1) e concavidade para baixo em (1, +).
(v) Pontos de inflexao.
Pelo item (iv), o u
nico ponto do grafico de f onde ocorre mudanca de
concavidade e o ponto (1, f (1)) = (1, 0). Por outro lado, vimos no item (iii)
(1)
= +. Assim, como foi visto na aula 9, o grafico de f
que lim f (x)f
x1
x1
possui reta tangente no ponto (1, f (1)) = (1, 0), donde conclumos que (1, 0)
e um ponto de inflexao do grafico de f .
O grafico de f e, entao, como indicado na Figura 20.3.
Figura 20.3
CEDERJ
52
Exerccios resolvidos.
MODULO
2 - AULA 20
Resumo
Nesta aula utilizamos como ferramenta os conceitos de continuidade,
assntotas verticais e horizontais, crescimento e decrescimento de funcoes,
concavidade e pontos de inflexao, para esbocar o grafico de funcoes. Esses
exerccios comentados devem ter contribudo para sua compreensao de alguns
itens do programa. Alem disso, voce deve ter sanado algumas d
uvidas em
exerccios nos quais teve dificuldade ou nao conseguiu resolver. Se esse for o
caso, retorne a eles e refaca-os.
53
CEDERJ
MODULO
2 - AULA 21
Aula 21 M
aximos e mnimos relativos.
Objetivo
Utilizar o conceito de derivada para determinar pontos de maximo e
mnimo relativos de funcoes.
Quando olhamos uma montanha, identificamos facilmente os picos da
montanha e os fundos dos vales. Uma maneira ingenua de descrever esses
pontos seria: um pico e um ponto da montanha tal que a partir dele, em qualquer direcao que se caminhe, estaremos ou na mesma altitude ou descendo a
montanha. Por outro lado, para o fundo de um vale acontece exatamente o
contrario: a partir dele, em qualquer direcao que se caminhe, estaremos ou
na mesma altitude ou subindo a montanha.
Refer
encias: Aulas 9, 16,
17, 18 e 19.
Figura 21.1
Poderamos abstrair um pouco e representar essas duas montanhas pelas duas figuras a seguir, que suporemos representar o grafico de duas funcoes
(ver a Figura 21.2).
Figura 21.2
Nada impede, tambem, que picos e fundos de vale sejam como na Figura
21.3.
55
CEDERJ
Figura 21.3
Recorra a
` aula 17 caso voc
e
n
ao lembre a definica
o de
funca
o n
ao crescente ou
funca
o n
ao decrescente.
CEDERJ
56
MODULO
2 - AULA 21
x + 1 se x < 0,
1 x se x 0.
Vemos, claramente, que f possui um maximo relativo em x = 0. Entretanto, f nao e derivavel em x = 0 e seu grafico nao possui reta tangente
no ponto (0, f (0)) = (0, 1).
O grafico de f e como na Figura 21.4.
Figura 21.4
Agora, a funcao g(x) = |x| possui um mnimo relativo em x = 0. Assim
como f , g nao e derivavel em x = 0 e seu grafico nao possui reta tangente
no ponto (0, g(0)) = (0, 0).
Exemplo 21.3
(
x se x 0,
Considere a funcao f (x) =
x se x < 0.
57
CEDERJ
Figura 21.5
Como
1
1
1
(x) 2
(x) 2
f (x) f (0)
= lim
= lim
= lim
lim
1 =
x0 (x) 2
x0
x0
x0
x
x
x0
e
1
1
(x) 2
f (x) f (0)
= lim+ 1 = +,
= lim+
lim+
x0 x 2
x0
x0
x
x0
(0)
conclumos que f nao e derivavel em x = 0. Entretanto, sendo lim f (x)f
=
x0
x0
+, o grafico de f possui reta tangente no ponto (0, f (0)) = (0, 0) (lembrar
a aula 9).
(b) f (c) = 0.
Note que, em cada um dos Exemplos 21.1, 21.2 e 21.3, o ponto x = c
onde a funcao posssui um extremo relativo e um ponto crtico da funcao. A
proposicao a seguir mostra que este fato nao e uma mera coincidencia.
Proposicao 21.1
Se x = c e um extremo relativo de f , entao c e um ponto crtico de f .
Demonstracao: Vamos fazer o caso em que c e um mnimo relativo. O caso em
que c e maximo relativo e analogo. Se f nao e derivavel em x = c, segue, da
Definicao 21.3, que c e um ponto crtico de f , e nada ha a provar. Suponha,
CEDERJ
58
MODULO
2 - AULA 21
f (c) = lim
0
f (x) f (c)
xc
lim+
f (x) f (c)
.
xc
xc
e
xc
tal que f (x) f (c) para todo x (a, b). Como para x (a, c), f (x)f
xc
f (x)f (c)
0. Por outro lado, como para x (c, b),
0, obtemos que lim xc
xc
f (x)f (c)
xc
(c)
0. Visto que f (c) existe, os
0, obtemos que lim+ f (x)f
xc
xc
limites laterais tem que ser iguais a f (c). Portanto, f (c) 0 e f (c) 0, o
0
que implica f (c) = 0, como queramos demonstrar.
Veremos, agora, dois exemplos que mostram que a recproca da Proposicao 21.1 e falsa, isto e, ha funcoes cujos pontos crticos nao sao extremos
relativos.
Exemplo 21.4
Seja f : R R definida por
f (x) =
x se x < 1,
x2 se x 1.
x1
x1
x1
1
= 2. Assim, x = 1 e o u
nico ponto crtico de f . Como f (x) < 1
lim+ xx1
x1
se x < 1 e f (x) > 1 se x > 1, vemos que f nao possui extremo relativo em
x = 1. Note que, neste exemplo, x = 1 e um ponto crtico, pois satisfaz a
condicao (a), da Definicao 21.3.
Vejamos agora um exemplo em que o ponto crtico satisfaz a condicao
(b), da Definicao 21.3.
Exemplo 21.5
Considere a funcao f (x) = x3 . Sabemos que f e derivavel em todo ponto.
0
Ou
nico ponto crtico de f e x = 0, visto que f (x) = 3x2 = 0 se, e somente
59
CEDERJ
se, x = 0. Entretanto, f (x) < f (0) = 0 se x < 0 e f (x) > f (0) = 0 se x > 0,
mostrando que f nao possui extremo relativo em x = 0.
Ate agora, vimos que os extremos relativos de uma funcao f fazem
parte do conjunto dos pontos crticos de f . Entretanto, ate o momento, a
u
nica maneira de que dispomos para determinar se um ponto crtico de f
e um extremo relativo e comparar f (x) com f (c) para x em um intervalo
aberto (a, b) contendo c o que, em muitos casos, pode nao ser muito simples.
0
A proposicao a seguir mostra como a derivada f da funcao f pode ser u
til
para determinar se um ponto crtico e ou nao um extremo relativo de f .
Na verdade, o significado da proposicao e bastante claro: ela diz que se f e
crescente no intervalo (a, c) e decrescente em (c, b), entao f possui um maximo
relativo em c. Por outro lado, se f e decrescente no intervalo (a, c) e crescente
em (c, b), entao f possui um mnimo relativo em c. Mais precisamente, temos:
Proposicao 21.2
(Teste da derivada primeira) Seja f uma funcao contnua em um intervalo
aberto (a, b). Seja c (a, b) e suponha que f seja derivavel em (a, b), exceto
possivelmente em c.
0
(a) Se f (x) > 0 para todo x (a, c) e f (x) < 0 para todo x (c, b), entao
f possui um maximo relativo em c.
(b) Se f (x) < 0 para todo x (a, c) e f (x) > 0 para todo x (c, b), entao
f possui um mnimo relativo em c.
Demonstracao: Faremos somente o caso (a); o caso (b) e demonstrado de
0
maneira analoga. Com efeito, como f (x) > 0 para todo x (a, c), f e
crescente em (a, c). Assim, f (x) < f (c) para todo x (a, c). Agora, como
0
f (x) < 0 para todo x (c, b), f e decrescente em (c, b) e, portanto, f (x) <
f (c) para todo x (c, b). Obtemos assim que f (x) f (c) para todo x
(a, b), ou seja, f possui um maximo relativo em x = c.
Nos dois exemplos que se seguem vamos aplicar a Proposicao 21.2 para
determinar os extremos relativos de uma funcao dada.
Exemplo 21.6
2
CEDERJ
60
MODULO
2 - AULA 21
x + 1 se x < 2,
x3 12x2 + 45x 47 se x 2.
x2
Ora,
lim
x2
x2
(x + 1) 3
f (x) f (2)
= 1.
= lim
x2
x2
x2
f (x) f (2)
=
x2
lim+
lim+
x3 12x2 + 45x 50
.
x2
x2
x2
x2
f (x) f (2)
=
x2
lim+
x2
x2+
CEDERJ
f 0 (x)
Figura 21.6
obtemos que f possui um maximo relativo em x = 3 e um mnimo relativo
em x = 5.
Resumo
Nesta aula voce foi apresentado ao conceito de extremo relativo de
uma funcao, e estudou um criterio, a Proposicao 21.2, que permite determinar tais extremos relativos. A referida proposicao reforca, mais uma vez, a
importancia da derivada como ferramenta para a compreensao do comportamento de uma funcao.
Exerccios
1. Para cada uma das funcoes f abaixo determine, se existirem, todos os
pontos onde a funcao possui um extremo relativo.
(a) f (x) =
(c) f (x) =
4x
1+x2
(b) f (x) = 1 (x 2) 3
x2 1 se x 1
1 x2 se x < 1
(d) f (x) = x4 4x
(e) f (x) =
2
x +1
x2 +4
(f) f (x) =
3x
.
x2 +9
62
(c) f (x) = x 5 x2
(e) f (x) =
(f) f (x) =
MODULO
2 - AULA 21
5x
x2 +7
1 + x12 se x 6= 0
0 se x = 0
(h) f (x) =
x+2
.
x2 +2x+4
Auto-avaliac
ao
Todos os exerccios exigem de voce a compreensao do conceito de extremo relativo e da Proposicao 21.2, vistos nesta aula. Voce tambem deve
demonstrar domnio do conte
udo estudado desde a aula 17. Caso tenha
d
uvidas, faca uma releitura cuidadosa da aula relativa ao conceito ou resultado ainda nao bem entendido. Se as d
uvidas persistirem, procure o tutor
no polo.
63
CEDERJ
MODULO
2 - AULA 22
Refer
encias: Aulas 9, 16,
17, 18, 19 e 21.
f(c)
Figura 22.1
Essa observacao de carater puramente geometrico e de fato simples, mas
pressupoe o conhecimento das propriedades de crescimento ou decrescimento
0
de f em (a, b), pois sao elas que determinam a concavidade do grafico de f .
65
CEDERJ
No caso de f ser duas vezes derivavel em (a, b), ja vimos na aula 18 que o
00
sinal de f em (a, b) determina a concavidade do grafico de f em (a, b).
O teorema que veremos a seguir nos mostra que em vez de estudar
00
essas propriedades da funcao f em (a, b), basta conhecermos o sinal de f
em x = c para garantir que f possui um extremo relativo em x = c.
Teorema 22.1
(Teste da derivada segunda) Seja f uma funcao derivavel em um intervalo
0
00
aberto I e c I com f (c) = 0 e tal que f (c) exista. Entao:
00
c.
Como x c < 0 para todo x (a, c), obtemos que f (x) > 0 para todo
x (a, c). Por outro lado, como x c > 0 para todo x (c, b), obtemos que
0
f (x) < 0 para todo x (c, b). Pelo teste da derivada primeira conclumos
que f possui um maximo relativo em x = c, como queramos demonstrar.
0
Voce pode observar que o teste da derivada segunda nao diz nada no
00
caso em que f (c) = 0. De fato, neste caso nada se pode concluir a respeito
do ponto crtico x = c, como veremos a seguir.
Exemplo 22.1
0
00
00
CEDERJ
66
MODULO
2 - AULA 22
Exemplo 22.3
0
00
A funcao h(x) = x3 e tal que h (x) = 3x2 e h (x) = 6x. Assim, h (0) =
00
h (0) = 0; entretanto, x = 0 nao e um extremo relativo de f , visto que
h(x) < h(0) para x < 0 e h(x) > h(0) para x > 0.
Nos tres exemplos a derivada segunda da funcao se anula no ponto
crtico x = 0. Entretanto, no primeiro, o ponto crtico e um mnimo relativo,
no segundo, um maximo relativo e, no terceiro, o ponto crtico nao e nem
maximo nem mnimo relativo da funcao.
Vamos, agora, usar o teste da derivada segunda para determinar os
importante ressaltar
maximos e mnimos relativos de algumas funcoes. E
que esse teste so vale para pontos crticos nos quais a derivada primeira se
anula.
Exemplo 22.4
Considere a funcao f (x) =
x2 + 4x + 3 se x 0,
x2 4x + 3 se x > 0.
x0
f (x) f (0)
=
x0
=
e
lim+
x0
f (x) f (0)
=
x0
lim
(x2 + 4x + 3) 3
=
x
lim
x(x + 4)
=
x
x0
x0
lim (x + 4) = 4.
x0
lim+
(x2 4x + 3) 3
=
x
lim+
x(x 4)
=
x
x0
x0
lim (x 4) = 4,
x0+
CEDERJ
2
3
2
1
Figura 22.2
Exemplo 22.5
Considere a funcao f (x) = x3 + 3x + 2. Como f e derivavel em todo x R
0
e f (x) = 3x2 + 3 nunca se anula, conclumos que f nao possui extremos
relativos (ver a Figura 22.3).
Figura 22.3
Exemplo 22.6
Considere a funcao f (x) = x21+x , definida em R{1, 0}. Como f e derivavel
0
nico ponto crtico de f
em todo ponto do seu domnio e f (x) = (x2x1
2 +x)2 , o u
CEDERJ
68
MODULO
2 - AULA 22
e x = 12 . Derivando f , obtemos
00
f (x) =
00
1/2
Figura 22.4
Resumo
Nesta aula, voce aprendeu a identificar maximos e mnimos relativos
de funcoes usando a derivada segunda. Voce deve ter notado que o teste
da derivada segunda e mais facil de ser usado do que o teste da derivada
primeira.
Exerccios
1. Para cada uma das funcoes abaixo, use o teste da derivada segunda
para determinar, se existirem, os pontos de maximo e mnimo relativos
da funcao.
(a) f (x) = x5 5x3 20x 2
(c) f (x) =
x2
x+3
(e) f (x) =
x
(x+1)2
(f) f (x) =
5x
.
x2 +7
69
CEDERJ
(b) f (x) = x4 + 4x
1
(d) f (x) =
(c) f (x) = 2x + 2x
(
2(x 1)3 se x < 0
(e) f (x) =
(x 1)4 se x 0
(f) f (x) = (x + 2) x.
1
x2 +x
Auto-avaliac
ao
O exerccio de n
umero 1 depende apenas do teste da derivada segunda.
Os demais, exigem de voce o domnio de todos os conceitos e resultados vistos
ate agora visando a compreensao do comportamento de funcoes. Se voce
tiver qualquer d
uvida relativa a um desses conceitos ou resultados, retorne a`
aula correspondente e faca uma releitura detalhada. Caso persista a d
uvida,
procure o tutor no polo.
CEDERJ
70
Exerccios resolvidos.
MODULO
2 - AULA 23
Exerccio 1: Verifique se cada uma das funcoes abaixo, definidas no intervalo [a, b], satisfaz ou nao as hipoteses do Teorema do valor medio. Em caso
0
(a)
.
afirmativo, determine um n
umero c (a, b) tal que f (c) = f (b)f
ba
Refer
encias: Aulas 9, 16,
17, 18, 19, 21 e 22.
2
x 4
se x < 2,
, [a, b] = [3, 3].
(b) f (x) =
x2
6 x se x 2.
Solu
c
ao: (a) Considere f1 (x) = x2 4 para x [2, 4] e f2 (x) = x para
claro que f = f2 f1 . Como f1 e contnua em [2, 4] e f2 e contnua
x 0. E
em [0, +), entao f e contnua em [2, 4].
Alem disso, sendo f1 (x) > 0 para todo x (2, 4], f1 derivavel em (2, 4]
e f2 derivavel em (0, +), entao pela regra da cadeia f = f2 f1 e derivavel
em (2, 4] e
0
x
x2 4
A reta que passa por A = (2, f (2)) = (2, 0) e B = (4, f (4)) = (4, 12)
2
c (2, 4) tal que 2 c 1 = 3, isto e, c2c4 = 3, isto e, c2 = 6. Como
(c 4) 2
c (2, 4), o n
umero c procurado e c = 6.
CEDERJ
Exerccios resolvidos.
x2
lim
x2 4
=
x2
lim
(x 2)(x + 2)
=
x2
x2
x2
lim (x + 2) = 4
x2
e
lim f (x) =
x2+
lim (6 x) = 4
x2+
obtemos que existe lim f (x) = f (2), mostrando que f e contnua em 2. Logo,
x2
x2 4
4
f (x) f (2)
=
= lim x 2
lim
x2
x2
x2
x2
(x 2)(x + 2)
4
x
2
=
= lim
x2
x2
lim
(x + 2) 4
=1
x2
lim+
(6 x) 4
x2
x2
e
lim
x2
f (x) f (2)
=
x2
x2
(x 2)(x + 2)
4
x2
=
= lim
x2
x2
lim+
x2
2x
= 1 .
x2
72
Exerccios resolvidos.
MODULO
2 - AULA 23
Solu
c
ao: (a) (i) A funcao f e contnua em R, pois e uma soma de funcoes
contnuas em R.
(ii) Como lim f (x) = f (a) para todo a R, o grafico de f nao posxa
sui assntotas verticais. Ele tambem nao possui assntotas horizontais, pois
4
lim f (x) = lim x 3 x1 + 2 = +.
73
CEDERJ
Exerccios resolvidos.
1
1
8
f 0 (x)
Figura 23.1
18 , + .
, 18 e crescente em
que f e decrescente em
00
f 00 (x)
Figura 23.2
que o grafico de f tem concavidade para cima em (, 0)
concavidade para baixo em 0, 14 .
00
1
, +
4
CEDERJ
74
Exerccios resolvidos.
MODULO
2 - AULA 23
Como
f (x) f (0)
= lim
lim
x0
x0
x0
1
3
= +,
2 + 2x
x3
o grafico de f possui reta tangente vertical em (0, 0), mostrando que (0, 0)
tambem e um ponto de inflexao do grafico de f .
Podemos, agora, esbocar o grafico de f , como indicado na Figura 23.3.
f(1/4)
1/8
1/4
1/2
3/8
Figura 23.3
Solu
c
ao: (b) (i) A funcao f (x) = x25x+7 esta definida e e contnua em todo
x R, pois e um quociente de polinomios cujo denominador nunca se anula.
(ii) Como, para todo a R, lim f (x) = f (a), o grafico de f nao possui
xa
assntotas verticais. Agora, como
5
7
x2 5
5x
x
=0,
1 + 2 = lim
= lim 2
lim f (x) = lim 2
x 1 + 72
x x x
x
x x + 7
x
x
+35
e, portanto,
(iii) A funcao f e derivavel em todo x R, f (x) = 5x
(x2 +7)2
0
0
f (x) = 0 se, e somente se, x = 7. O sinal de f e determinado pelo sinal
do numerador. Assim, vemos facilmente (5x2 + 35 tem como grafico uma
parabola com concavidade para baixo interceptando o eixo x das abscissas
0
0
em x = 7) que f (x) < 0 em (, 7) ( 7, +) e f (x) > 0
75
CEDERJ
Exerccios resolvidos.
em ( 7, 7). Conclumos, entao, que f e decrescente em (, 7)
( 7, +) e crescente em ( 7, 7).
3 210x
0
0
00
para todo x R. Como f ( 7) = f ( 7) = 0,
efeito, f (x) = 10x
2 +7)3
(x
00
00
f ( 7) > 0 e f ( 7) < 0, segue do teste da derivada segunda que f possui
00
210x
= 0 se,
(v) Como f e derivavel para todo x R e f (x) = 10x
(x2 +7)3
00
sinal de f em (, 21) ( 21, 0) (0, 21) ( 21, +). Sendo o
00
denominador (x2 + 7)3 > 0 para todo x R, o sinal de f fica determinado
00
pelo sinal do numerador. Como 10x3 210x = x(10x2 210), o sinal de f
e o produto dos sinais das funcoes g(x) = x e h(x) = 10x2 210. Dispondo
esses dados na tabela de sinais, conforme a Figura 23.4,
21
0
21
f 00 (x)
Figura 23.4
grafico de f sao ( 21, f ( 21)), (0, f (0)) = (0, 0) e ( 21, f ( 21)). Como
o grafico de f possui reta tangente em cada um deles (f e derivavel em 0,
CEDERJ
76
Exerccios resolvidos.
21 7
MODULO
2 - AULA 23
5 7
14
5 21
28
21
5 2821
5147
Figura 23.5
Exerccio 4: Se f (x) = ax3 + bx2 + cx + d, determine a, b, c, e d tais que
o grafico de f possua um ponto de inflexao em (1, 2) e tais que o coeficiente
angular da reta tangente ao grafico de f neste ponto seja 2.
Solu
c
ao: Primeiramente, como (1, 2) deve ser um ponto do grafico de f ,
temos que f (1) = 2, ou seja, a + b + c + d = 2. Em segundo lugar, como
o coeficiente angular da reta tangente ao grafico no ponto (1, 2) e dado por
0
0
0
f (1), obtemos de f (x) = 3ax2 + 2bx + c e f (1) = 2 que 3a + 2b + c = 2.
00
Finalmente, como queremos que (1, 2) seja ponto de inflexao e como f (1)
00
existe, pela Proposicao 19.1 devemos ter f (1) = 0, ou seja, 6a + 2b = 0.
Obtemos, assim, o sistema
a + b + c + d = 2,
3a + 2b + c = 2,
6a + 2b = 0.
Resumo
Esses exerccios avaliam todo o conte
udo visto ate aqui nesse modulo.
A partir dessas resolucoes voce pode, inclusive, tirar d
uvidas de exerccios de
aulas anteriores nos quais tenha tido d
uvida ou nao tenha conseguido resolver.
Nesses casos, retorne a`(s) aula(s) em questao e refaca-os. Se persistir a
d
uvida, procure o tutor no polo.
77
CEDERJ
Extremos absolutos.
MODULO
2 - AULA 24
Refer
encias: Aulas 7, 21 e
22.
lim f (x) = +, existem valores de x para os quais f (x) > f (2) e existem
x+
por esse motivo que falamos em
valores de x para os quais f (x) < f 23 . E
maximo relativo e em mnimo relativo. No nosso exemplo, f (2) nao e o
valor maximo assumido por f se considerarmos todos os valores de x no
domnio de f assim como f 23 nao e o valor mnimo assumido por f se
considerarmos todos os valores de x no domnio de f .
2/3
2
13/27
Figura 24.1
CEDERJ
Extremos absolutos.
Exemplo 24.2
Considere a funcao f : [3, 1] R definida por f (x) = x3 + 2x2 4x + 1,
facil
isto e, restringimos a funcao do Exemplo 24.1 ao intervalo [3, 1]. E
ver que os valores f (2) e f 23 sao, respectivamente, os valores maximo
e mnimo assumidos por f dentre todos os valores de x [3, 1], isto e,
f 23 f (x) f (2) para todo x [3, 1].
80
Extremos absolutos.
MODULO
2 - AULA 24
Exemplo 24.3
Considere a funcao f : [4, 1] R definida por f (x) = x3 + 2x2 4x + 1,
isto e, restringimos, agora, a funcao do Exemplo 24.1 ao intervalo [4, 1].
Vimos que f possui um maximo relativo em x = 2 e um mnimo relativo
e f (1) = 0.
em x = 23 . Alem disso, f (4) = 15, f (2) = 9, f 23 = 13
27
Assim, f possui um maximo absoluto em x = 2 e um mnimo absoluto em
x = 4.
Figura 24.2
Queremos maximizar a area do campo a ser cercado levando-se em
conta o custo limite de R$1.200,00. Sejam
x = o n
umero de metros de comprimento de um extremo do campo;
y = o n
umero de metros de comprimento do lado paralelo ao rio;
A = o n
umero de metros quadrados da area do campo.
Entao, A = xy.
Como o custo do material de cada extremo e de R$2,00 por metro e
o comprimento de um extremo e de x metros, o custo total para cercar um
extremo e de R$2x. Analogamente, o custo total para cercar o lado paralelo
81
CEDERJ
Extremos absolutos.
Exemplo 24.5
Duas cidades, A e B, ambas com energia eletrica, se situam em pontos opostos
um ao outro nas margens de um rio reto de 30 km de largura. Uma terceira
cidade C se situa a 60km rio abaixo da cidade B e nao tem energia eletrica.
Uma companhia de energia eletrica decidiu fornecer-lhe energia. Visto que a
energia seria fornecida pela usina situada na cidade A e sendo o custo por km
de cabeamento por agua 25% mais caro que o custo por km do cabeamento
por terra, qual deveria ser o cabeamento feito pela companhia para que o
custo final fosse o mais barato?
Queremos determinar um ponto P entre as cidades B e C de maneira
que o cabeamento por agua mais o cabeamento por terra de P a C tenha o
menor custo final.
CEDERJ
82
Extremos absolutos.
MODULO
2 - AULA 24
Figura 24.3
Sejam
x = a distancia (em quilometros) de B a P;
c = o custo por quilometro do cabeamento por agua.
Como a distancia de A a B e de 30km, temos que a distancia de A a P
Figura 24.4
0
100c
cx
ticos sao os
Temos que C (x) = 900+x
2 125 . Assim, os pontos cr
0
100
x
valores de x para os quais C (x) = 0, ou seja, 900+x2 = 125 , ou seja,
x2 = 1600. Obtemos, portanto, x = 40km. Como C(0) = 78c, C(40) = 66c
e C(60) = c 4.500, conclumos que o cabeamento mais barato para a companhia e ligar, por agua, a cidade A a um ponto P distante de B 40km rio
abaixo e, em seguida, por terra, ligar P a C.
83
CEDERJ
Extremos absolutos.
Exemplo 24.6
Um monopolista determina que o custo total de producao de x unidades de
certa mercadoria e C(x) = 25x + 20.000. A equacao de demanda e x + 50p =
5.000, onde sao solicitadas x unidades por semana a um preco de p reais por
unidade. Se o lucro semanal deve ser maximizado, determine: (a) o n
umero
de unidades que se deve produzir a cada semana; (b) o preco de cada unidade;
(c) o lucro semanal.
A funcao preco por unidade ao se demandar x unidades por semana
, onde x [0, 5.000], pois x e P (x) devem
da mercadoria e P (x) = 5.000x
50
ser nao negativos. Assim, a receita ao se vender x unidades por semana e
. Sendo o lucro igual a receita menos despesa,
R(x) = xP (x) = x 5.000x
50
25x 20.000,
obtemos que o lucro e dado pela funcao L(x) = x 5.000x
50
definida para x [0, 5.000]. Determinemos qual a producao para que se
obtenha lucro maximo.
0
Exemplo 24.7
O navio A esta 60km a leste do navio B viajando para o sul a 20km por
hora, enquanto o navio B esta indo para o leste a uma velocidade de 15km
por hora. Se os navios continuam seus respectivos cursos, determine a menor
distancia entre eles e quando isto ocorrera.
CEDERJ
84
Figura 24.5
Extremos absolutos.
MODULO
2 - AULA 24
P
Q
20t km
15t km
Figura 24.6
Na Figura 24.5, P representa a posicao original do navio A e Q a posicao
original do navio B. Apos t horas, o navio A tera se deslocado 20t km enquanto o navio B tera se deslocado 15t km. Pelo Teorema de Pitagoras, a
distancia entre os dois neste momento sera de
y = y(t) =
claro que y(t) sera mnima quando 625t2 1800t + 3600 for mnima.
E
Seja entao f (t) = 625t2 1800t + 3600, definida para t [0. + ). Como
0
0
. Alem disso, f (t) <
f (t) = 1250t1800, o u
nico ponto crtico de f e t = 180
125
0
180
180
;
logo,
f
e
decrescente
em
0,
e
f
(t)
>
0
para
t
>
0 para t 0, 180
125
125
125
180
e
o
ponto
de
m
nimo
,
+
.
Vemos,
assim,
que
t
=
e crescente em 180
125
125
absoluto de f . Portanto, a distancia mnima entre os dois navios ocorre apos
p
(28, 8)2 + (21, 6)2 =
=
1,
44
horas
e
e
dada
por
y(1,
44)
=
ter passado 180
125
1296 = 36km.
Resumo
Nesta aula voce aprendeu a determinar os extremos absolutos de uma
funcao definida em um intervalo fechado e limitado, percebendo, atraves das
aplicacoes que fizemos, a importancia do teorema de Weierstrass na resolucao
de problemas concretos.
85
CEDERJ
Extremos absolutos.
Exerccios
1. Determine os extremos absolutos das funcoes dadas nos intervalos indicados.
(a) f (x) = (x + 1)2 em [2, 1]
3
)
em
2, 3
(b) f (x) = sen(x2 x 3
2
(
x + 2 se x < 1,
(c) f (x) =
em [6, 5]
x2 3x + 5 se x 1
2
CEDERJ
86
Extremos absolutos.
MODULO
2 - AULA 24
r = |LJ|
x
P
40 m
Figura 24.7
7. Uma empresa de porte medio observou que uma secretaria trabalha
efetivamente 30 horas por semana. Entretanto, se outras secretarias
forem empregadas, o resultado de sua conversa provocara uma reducao
no n
umero efetivo de horas trabalhadas por semana e por secretaria
30(x1)2
horas, onde x e o n
umero total de secretarias empregadas.
de
33
Quantas secretarias devem ser empregadas para produzir o maximo de
trabalho efetivo por semana?
Auto-avaliac
ao
Nesta aula, voce deve demonstrar domnio dos conte
udos vistos nas aulas 21 e 22. Entretanto para que voce tenha exito na resolucao dos exerccios
voce deve demonstrar, tambem, conhecimento de geometria plana e espacial
( area e permetro de polgonos, volume e area da superfcie de solidos), geometria analtica (equacoes de conicas, distancia entre dois pontos, no plano
e no espaco) e dominar alguns conceitos basicos de contabilidade, tais como,
receita, despesa, lucro, etc... Caso persista alguma d
uvida, procure o tutor
no seu polo.
87
CEDERJ
Exerccios resolvidos.
MODULO
2 - AULA 25
Objetivo
Fixar o conte
udo da aula 24 dando enfase a` resolucao de problemas
aplicados.
Exerccio 1: Determine o volume da maior caixa, sem tampa, que pode ser
feita com um pedaco quadrado de papelao de 8cm de lado atraves do corte
de quadrados iguais nos quatro cantos do papelao e dobrando-se os lados.
Solu
c
ao: Sejam x o lado dos quadrados do papelao a serem recortados e V
o volume (em centmetros c
ubicos) da caixa.
As dimensoes em centmetros da caixa sao x, (8 2x) e (8 2x). A
Figura 25.1a representa o pedaco de papelao e a Figuta 25.1b representa a
caixa.
8 cm
(a)
Figura 25.1
(b)
CEDERJ
Exerccios resolvidos.
Solu
c
ao: O volume do cone e dado por V = 13 r2 h, onde h e a altura do
cone e r o raio da base do cone. Na Figura 25.2, O e o centro da esfera e A
o centro da base circular do cone.
C
Figura 25.2
Denotamos por |OA| o
comprimento do segmento
ligando os pontos O e A.
1
8
1
V = V (h) = (16 (h 4)2 )h = h2 h3 , h [0, 8] .
3
3
3
0
4
= 3 2 centmetros.
16
cent
metros
e
r
=
gido quando h = 16
3
3
CEDERJ
90
Exerccios resolvidos.
MODULO
2 - AULA 25
Figura 25.3
ao: Estamos procurando o valor de m para o qual, ao tocar o chao,
c
Solu
a distancia x percorrida pela bola seja maxima. Para qualquer valor de
x2
.
m, a bola toca o chao quando y = 0, isto e, quando mx = (m2 + 1) 800
Determinando x, obtemos
x = x(m) =
800m
.
m2 + 1
+1)x
d y
dy
400m
= 0 se, e somente se, x = m
= m (m400
Visto que dx
2 +1 e dx2 =
2
m400+1 < 0 para todo x > 0, conclumos que y(x) possui um maximo relativo
400m
400m
e
e crescente em 0, m
em x = m
2 +1
2 +1 . Pelo sinal da derivada, vemos que y
400m
decrescente em m2 +1 , + . Concluimos, portanto, que y possui um maximo
400m
absoluto em x = m
2 +1 .
Comparemos, agora, com a resposta da primeira pergunta: ao tomarmos m = 1 vemos que a altura maxima e obtida quando x = 200 metros,
isto e, a meio caminho entre o lancamento e o ponto onde a bola toca o chao.
Bastante razoavel voce nao acha?
91
CEDERJ
Exerccios resolvidos.
22 m
15 m
22 m
Figura 25.4
Sendo as dimensoes do lote dadas por l e h, segue que os lados do hotel
.
sao l 30 e h 44. Assim, 14.000 = (l 30)(h 44), donde l = 11.880+30h
h44
Sendo a area do lote dada por A = lh, substituindo a expressao de l, obtemos
A = A(h) =
11.880h + 30h2
h 44
A (h) =
Note que, pelo sinal da derivada, A(h) e decrescente em (44, 44(1 + 10))
92
Exerccios resolvidos.
MODULO
2 - AULA 25
L(x) =
950x x2
50x 300 .
15
00
2
para todo x (0, 950), cone L (x) = 15
Sendo L (x) = 2x+200
15
clumos que x = 100 e o u
nico ponto de maximo relativo em (0, 950). Finale L(950) < 0, para obter o lucro
mente, como L(0) = 300, L(100) = 1.100
3
maximo a fabrica deve produzir 100 pecas por semana e vender cada peca
por R$56,66.
50x + 300 + 0, 80x; portanto, a funcao lucro passa a ser L(x) = 950xx
15
00
0
2
2x+188
e L (x) = 15 < 0 para
50, 8x 300, x [0, 950]. Como L (x) =
15
todo x (0, 950), conclumos, como no Exerccio 6, que x = 94 e o ponto de
maximo absoluto, ou seja, para obter lucro maximo a fabrica deve produzir
94 pecas por semana e vender cada peca por R$57,06.
interessante notar que, ao compararmos os resultados dos Exerccios 5
E
CEDERJ
Exerccios resolvidos.
ax se 0 x 12,
R(x) =
2
ax
(x 12) ax se x > 12.
100
a se 0 x < 12,
0
R (x) =
4
124
ax se x > 12.
a
100
100
0
Resumo
Esses exerccios comentados devem ter contribudo para sua compreensao da aula 24. Alem disso, voce deve ter sanado algumas d
uvidas em
exerccios nos quais teve dificuldade ou nao conseguiu resolver. Se esse for o
caso, retorne a eles e refaca-os.
CEDERJ
94
A regra de LH
opital.
MODULO
2 - AULA 26
Aula 26 A regra de LH
opital.
Refer
encia: Aulas 3, 4, 5 e
10.
Objetivo
Usar a derivada para determinar certos limites onde as propriedades
basicas de limites, vistas nas aulas 3, 4, e 5, nao se aplicam.
o
No caso em que lim g(x) = 0 esta regra nao pode ser aplicada. E
xa
o caso, tambem,
caso, por exemplo, do lim x1 que, como vimos, nao existe. E
x0
x2
x1
(x 2)(x 1)
= 1 .
= lim
x2
x3
(x 2)(x 3)
xa
0
.
0
xa
Definicao 26.1 Quando lim f (x) = 0 e lim g(x) = 0, dizemos que a funcao
xa
f (x)
g(x)
xa
0
0
em a
95
CEDERJ
A regra de LH
opital.
xa
xa
(x)
= L.
segue que lim fg(x)
xa
(x)
tem a forma indeterminada 00 em
O que o teorema nos diz e que se fg(x)
0
0
a e se a derivada do numerador f (x) e do denominador g (x) sao tais que
0
(x)
(x)
= L.
= L, entao lim fg(x)
lim fg0 (x)
xa
xa
= 1.
Usando fatoracao de polinomios, vimos que lim xx2 3x+2
5x+6
x2
Como
2x 3
x2 3x + 2
= 1 .
= lim
2
x2 2x 5
x2 x 5x + 6
lim
Exemplo 26.2
cosx
senx
=1.
= lim
x0 1
x0
x
lim
Exemplo 26.3
2cos2 x 2
.
x0
sen2 x
Temos lim (2cos2 x 2) = 0 e lim sen2 x = 0; aplicando a regra de
x0
x0
LHopital, temos
2cosx
4(cosx)(senx)
2cos2 x 2
= 2 .
= lim
= lim
2
x0 cosx
x0 2(senx)(cosx)
x0
sen x
lim
96
A regra de LH
opital.
MODULO
2 - AULA 26
Exemplo 26.4
x2
.
x0 1 cos(2x)
Determinemos o lim
x
tem a forma indeterminada
Como a funcao 1cos(2x)
mos aplicar a regra de lHopital para obter
0
0
em a = 0, pode-
x
2x
x2
.
= lim
= lim
x0 sen(2x)
x0 2sen(2x)
x0 1 cos(2x)
lim
1
1
x
x2
= .
= lim
= lim
x0 2cos(2x)
x0 sen(2x)
x0 1 cos(2x)
2
lim
f (c)
f (b) f (a)
.
= 0
g (c)
g(b) g(a)
CEDERJ
A regra de LH
opital.
Agora,
h(b) = [f (b) f (a)]g(b) [g(b) g(a)]f (b) = f (b)g(a) f (a)g(b)
e
h(a) = [f (b) f (a)]g(a) [g(b) g(a)]f (a) = f (b)g(a) f (a)g(b) .
ou seja, h(a) = h(b). Podemos, portanto, aplicar o teorema de Rolle a` funcao
0
h e concluir que existe um n
umero c (a, b) tal que h (c) = 0, isto e,
0
xa+
lim f 0 (x)
xa+ g (x)
xa
= L, entao
lim f (x)
xa+ g(x)
= L.
xa
xa
xa
0 = G(a), conclumos que F e G sao contnuas em cada intervalo [a, x], para
todo x (a, b). Vemos, assim, que F e G satisfazem as hipoteses do teorema
CEDERJ
98
A regra de LH
opital.
MODULO
2 - AULA 26
do valor medio de Cauchy em cada intervalo [a, x], para x (a, b). Segue,
entao, que para cada x (a, b) existe cx (a, x) tal que
0
F (cx )
F (x) F (a)
,
= 0
G (cx )
G(x) G(a)
ou seja,
f (cx )
f (x)
.
= 0
g (cx )
g(x)
lim+
f (x)
f (cx )
f (cx )
f (x)
=L,
= lim+ 0
= lim+ 0
= lim+ 0
g(x) xa g (cx ) cx a g (cx ) xa g (x)
x+
f (x)
=L,
lim 0
x+ g (x)
segue que
f (x)
=L.
x+ g(x)
lim
Demonstracao:
Fazendo t = x1 para x > a, segue que x = 1t com 0 < t <
quando x +. Considere as funcoes F e G definidas por
1
1
1
.
para t 0,
e G(t) = g
F (t) = f
a
t
t
Note que lim+ F (t) = lim+ f 1t =
t0
t0
lim+ G(t) = lim+ g 1t = lim g(x) = 0.
t0
t0
1
a
e t 0+
x+
x+
99
CEDERJ
A regra de LH
opital.
Pela regra da cadeia, F e G sao derivaveis em 0, a1 e
1
1 0 1
1 0 1
0
0
.
para t 0,
e G (t) = 2 g
F (t) = 2 f
a
t
t
t
t
logo,
0, a1 ,
f ( 1t )
F (t)
F (t)
f (x)
=
= lim+ 0
= lim+ 1 = lim+
lim
x+ g(x)
t0 G (t)
t0 G(t)
t0 g( )
t
0
f ( 1t )
f (x)
= L,
= lim+ 0 1 = lim 0
x+
t0 g ( )
g (x)
t
x+
1
x
= 0 e lim sen
x+
2
x
= 0. Podemos,
1
x
2
x
1
.
2
sec2 x
,
sec2 (3x)
x 2
funcao
f (x)
g(x)
xa
em a.
,
+
sao, todas
CEDERJ
100
A regra de LH
opital.
MODULO
2 - AULA 26
Teorema 26.4
Sejam f e g funcoes derivaveis em um intervalo aberto I, exceto possivel0
mente em um ponto a I. Suponha que g (x) 6= 0 para todo x 6= a em I.
Suponha, alem disso, que lim |f (x)| = + e lim |g(x)| = +. Entao, se
xa
xa
f (x)
= L,
0
xa g (x)
lim
segue que
lim
xa
f (x)
=L.
g(x)
0
(x)
= , sendo
O Teorema 26.4 tambem vale no caso em que lim fg0 (x)
xa
ainda valido se considerarmos limites laterais.
Exemplo 26.6
Determinemos o lim
+
x 2
7tgx
.
5 + secx
+
x 2 +
x 2
7tgx
=
5 + secx
lim
+
x 2
lim
+
7sec2 x
=
(secx)(tgx)
lim
+
7secx
=
tgx
lim
7
cosx
senx
cosx
lim
+
7
=7.
senx
x 2
x 2
x 2 +
x 2
Exemplo 26.7
Determinemos o lim
x+
cos
x2
1
x
x+
x+
cos
x2
1
x
lim
x+
lim
x+
1
x
1
x2
x = , podemos aplicar a
1
x2
2x
sen
1
x
2x
= + .
sen x1 1
101
CEDERJ
A regra de LH
opital.
xa
g(x)
1/f (x)
ou
f (x)
.
1/g(x)
Exemplo 26.8
sec(5x).
x
Calculemos o lim
2
x 2
Como lim
2
x 2
x 2
x 2
sec(5x)
=
sec(5x) = lim
lim x
1
2
x 2 sec(5x)
x 2
lim
x 2
lim
x 2
lim
x 2
lim
x 2
1
5sec(5x).tg(5x)
sec2 (5x)
1
5tg(5x)
sec(5x)
1
5tg(5x)
sec2 (5x)
1/cos(5x)
=
5sen(5x)/cos(5x)
lim
x 2
1
1
= .
5
5sen(5x)
5sec(5x)tg(5x)
1
x
2
CEDERJ
102
2
o que, convenhamos,
A regra de LH
opital.
MODULO
2 - AULA 26
nao ajuda em nada. Por isso, a escolha entre as duas formas de escrita do
produto f (x).g(x) como um quociente deve ser feita levando-se em conta qual
dentre elas facilita a aplicacao da regra de lHopital.
claro, tambem, que poderamos ter determinado este limite muito
E
x 2
xa
Exemplo 26.9
1
1
.
Calculemos o lim+
x0
senx x
1
x1 tem a forma indeterminada . Escrevendo
Claramente senx
1
, obtemos
x1 como xsenx
xsenx
senx
lim+
x0
1
1
senx x
= lim+
x0
1 cosx
x senx
,
= lim+
x0 senx + xcosx
xsenx
lim+
x0
1
1
senx x
lim+
x senx
=
xsenx
lim+
1 cosx
=
senx + xcosx
lim+
0
senx
= =0.
2
2cosx xsenx
x0
x0
x0
CEDERJ
A regra de LH
opital.
Resumo
Nesta aula voce constatou, mais uma vez, a importancia da derivada
que, neste caso, atraves da regra de LHopital, se mostrou extremamente
eficaz para o calculo de certos limites.
Exerccios
1. Encontre todos os valores de c, no intervalo [a, b] dado, que satisfacam
a conclusao do teorema do valor medio de Cauchy para o par de funcoes
dadas.
(a) f (x) = x3 , g(x) = x2 ; [a, b] = [0, 2].
(b) f (x) = cosx, g(x) = senx; [a, b] = [0, 2 ].
(c) f (x) =
2x
,
1+x2
g(x) =
1x2
;
1+x2
4x
;
[a, b] = [ 4 , 4 ].
(a) lim
(e) lim+
x0
sen(2/x)
x+
1/x
x
x0 tg x
(c) lim
(b) lim
1 cos(2/x)
x0
tg(3/x)
cosx cos(3x)
sen(x3 )
(f) lim
sen2 x
x0 sen(x2 )
(d) lim
sen(7/x)
.
x+
5/x
(g) lim
x 2
1 + secx
tg x
tgx tg(2x)
(d) lim
+
x 2
(f) lim+
x1
(h) lim
x 2
(b) lim+
x 12
(e) lim
x1
1
1
x1
x1
2
1
.
1 senx cos2 x
sec(3x)
tg(3x)
x2
1
2
1 x1
1x x+1
(g) lim
x0
x
n(n + 1)
nxn+1 (n + 1)xn + 1
.
=
2
x1
2
(x 1)
CEDERJ
104
A regra de LH
opital.
MODULO
2 - AULA 26
Auto-avaliac
ao
Nesta aula voce aprendeu uma nova tecnica para calcular limites. Os
exerccios propostos exigem o domnio das regras de derivacao e a identificacao, em cada caso, da forma de indeterminacao da regra de lHopital a
ser aplicada. Caso persista alguma d
uvida, releia a aula com atencao ou
procure o tutor no seu polo.
105
CEDERJ
MODULO
2 - AULA 27
Refer
encia: Aulas, 9,10 e
12.
Inicialmente, relembremos o conceito de inversa de uma funcao, ja estudado na disciplina de Pre-Calculo (aulas 36 e 39, do modulo 4). Por questoes
de objetividade, nos restringiremos a`s funcoes contnuas definidas em intervalos.
Exemplo 27.1
Considere a funcao f : R R definida por f (x) = x2 1. Note que a imagem
de f e o conjunto f (R) = [1, +). A pergunta que queremos responder
e: dado qualquer x R e y = f (x) [1, +], e possvel encontrar uma
funcao g : [1, +) R tal que g(f (x)) = g(y) = x? Responder a essa
pergunta equivale a determinar se a solucao da equacao y = x2 1 nos da
a variavel x como uma funcao da variavel y, concorda? Ora, resolvendo a
Exemplo 27.2
Considere, agora, a funcao f : [0, +) [1, +) definida por f (x) =
x2 1, como no Exemplo 1. A pergunta do Exemplo 1 passa a ser, neste caso,
a seguinte: dado qualquer x [0, +) e y = f (x) [1, +), existe uma
funcao g : [1, +) [0, +) tal que g(f (x)) = g(y) = x? Analogamente,
resolvendo a equacao y = x2 1 para valores de x [0, +), obtemos como
107
CEDERJ
(a)
Figura 27.1
(b)
108
MODULO
2 - AULA 27
u
nico ponto. Uma outra maneira de dizer isso e a seguinte: se f denota a
funcao cujo grafico e esbocado, digamos, na Figura 27.1a, entao para cada
y na imagem de f existe um u
nico x no domnio de f tal que f (x) = y.
Assim, podemos definir uma funcao g tal que, para cada y na imagem de f ,
g(y) = x, onde x e o u
nico ponto que satisfaz f (x) = y. A funcao g, assim
definida, satisfaz g(f (x)) = x para todo x no domnio de f , ou seja, g e a
inversa da funcao f .
importante observar que, na discussao imediatamente acima, a hipotese
E
das funcoes serem crescentes ou decrescentes e realmente necessaria, pois caso
contrario nao teramos a unicidade do ponto x para um dado y na imagem
da funcao f . A Figura 27.2 ilustra uma tal situacao.
x
2
Figura 27.2
O proximo teorema prova o que acabamos de dizer.
Teorema 27.1
Sejam I um intervalo nao trivial e f : I R uma funcao contnua e crescente(respectivamente decrescente). Entao
(a) f possui uma inversa f 1 (que e definida em f (I));
(b) f 1 e crescente (respectivamente decrescente) em f (I);
CEDERJ
Exemplo 27.3
0
y=
2x 3
,
x+1
xy + y = 2x 3,
2x xy = y + 3,
x(2 y) = y + 3,
donde
x=
y+3
.
2y
Figura 27.3
CEDERJ
110
MODULO
2 - AULA 27
(f 1 ) (f (x)) =
1
.
f (x)
0
, do
Constatemos a validade do Teorema 27.2 para a funcao f (x) = 2x3
x+1
0
y+3
5
1
Exemplo 27.3, cuja inversa e f (y) = 2y . Como f (x) = (x+1)2 > 0 para
todo x R {1}, segue do Teorema 27.2 que f 1 e derivavel em R {2}
2
0
para todo x R {1}. Vamos comprovar este fato
e (f 1 ) (f (x)) = (x+1)
5
diretamente. Derivando f 1 em um ponto y = f (x), temos
0
(f 1 ) (y) =
Substituindo y =
0
(f 1 ) (f (x)) =
Exemplo 27.5
2x3
x+1
5
2x3
x+1
5
.
(y 2)2
x+1
5
x+1
=
2x32x2 2
2 =
2 =
1
(x + 1)2
.
= 0
f (x)
5
(f 1 ) (f (x)) =
1
+2
3x2
para todo x R.
Demonstracao do Teorema 27.2: Seja x I e mostremos que f 1 e derivavel
em y = f (x) f (I). De fato, sendo f crescente ou decrescente, para w 6= 0
111
CEDERJ
h
h
h
f 1 (y + w) f 1 (y)
=
=
= =
f (x + h) f (x)
f (x + h) y
w
w
1
.
=
f (x + h) f (x)
h
w0
w0
lim
f (x+h)f (x)
h
1
1
.
= 0
f (x + h) f (x)
f (x)
lim
h0
h
0
1
.
0
f (x)
(f 1 ) (x) = (f 1 ) (f (t)) =
1
1
.
= 0 1
f (f (x))
f (t)
0
Exemplo 27.6
Seja n um inteiro positivo, n 2.Vamos aplicar o Teorema da funcao inversa
1 1
0
para mostrar que a derivada de g(x) = n x e g (x) = n1 x n para todos os
valores de x para os quais n x esta definida, exceto para x = 0 (ver a aula 12).
1 1
xn
1
= x n 1
=
=
= 0
g (x) = 0 1
n1
n
n
nx
f (f (x))
n( x)
f ( x)
0
para todo x 6= 0.
CEDERJ
112
MODULO
2 - AULA 27
Exemplo 27.7
Considere a funcao f : [, 2 ] R definida por f (x) = senx x . Como
0
xcos x > 0 e sen x < 0 para todo x [, 2 ], segue que f (x) =
xcos xsen x
,
.
Logo,
f
e
crescente
em
>
0
para
todo
x
2
2
2
x
e do Teorema 27.1(a) resulta que f e inversvel. Pelo Teorema da funcao
inversa, f 1 e derivavel e
x2
1 0
.
para todo x ,
(f ) (f (x)) =
2
xcos x sen x
3
. Pelo Teorema
Vamos, agora, determinar a derivada de f 1 no ponto 7
3
.
da funcao inversa, basta determinar
para que valor de x f (x) = senx x = 7
7
1
sen
3
, 2 , obtemos que
= 72 = 7 6 e visto que 7
Ora, como 7
6
6
3
7
2
7
7
6
=
= (f 1 ) f
7
6
sen
cos
7
6
6
2
7
6
=
.
1
3
7
2
2
6
0
7
6
=
Resumo
Nesta aula voce foi apresentado ao Teorema da funcao inversa, o qual
sera estudado mais profundamente na disciplina de Analise. Nas aulas 28
e 29 usaremos este teorema para estudar a derivabilidade das funcoes trigonometricas inversas.
Exerccios
1. Encontre, se existir, a inversa da funcao dada e determine seu domnio.
(a) f (x) = x2 + 4;
(b) f (x) =
(e) f (x) =
3x1
;
x
4
;
x3 +2
(c) f (x) = x3 ;
(f) f (x) =
4
.
3+|x|
2. Para cada uma das funcoes do Exerccio 1, use o Teorema 27.1 para
determinar o maior subconjunto do seu domnio onde f e inversvel.
113
CEDERJ
3. Mostre que cada uma das funcoes abaixo satisfaz as hipoteses do Teorema da funcao inversa no conjunto I e aplique-o para determinar a
derivada da inversa no ponto a.
(d) f (x) =
x3 1
,
x2 +1
I = (0, +), a = 0.
0
(d) a = 22 , f 4 = 22 , f 4 =
2
.
2
Auto-avaliac
ao
Nos exerccios propostos voce deve demonstrar a compreensao do conceito de inversa de uma funcao, do significado dos Teoremas 27.1 e 27.2,
bem como saber aplica-los. Caso persista alguma d
uvida, releia a aula com
atencao ou procure o tutor no polo.
CEDERJ
114
MODULO
2 - AULA 28
Aula 28 Fun
co
es trigonom
etricas inversas.
Refer
encias: Aulas, 9, 10,
12 e 27.
Objetivos
Recordar as funcoes trigonometricas inversas e estuda-las no que diz
respeito a sua derivabilidade.
.
,
2 2
115
CEDERJ
-pi/2
pi/2
-pi/2
Figura 28.1
(a)
(b)
Exemplo 28.1
2
2
e arcsen
3
2
No primeiro caso, temos que determinar o valor de y
2 , 2 para o
2
3
,
e
sen
y
=
como
y
=
arcsen 22 = 4 . Analogamente,
2
2 2
3
3
Proposicao 28.1
A funcao arco seno e derivavel em (1, 1) e sua derivada e
0
(arcsen) (x) =
1
para todo x (1, 1) .
1 x2
(f 1 ) (x) =
(f 1 (x))
1
cos (f 1 (x))
Da identidade cos2 (f 1 (x)) = 1sen2 (f 1 (x)) e visto que cos (f 1 (x)) >
p
0 para todo x (1, 1), segue que cos (f 1 (x)) = 1 sen2 (f 1 (x)). Mas,
sen2 (f 1 (x)) = (sen (arcsen x))2 = x2 . Assim,
0
116
1
1 x2
MODULO
2 - AULA 28
Exemplo 28.2
Note que, se h(x) = x2 1, entao h((0, 2)) = (1, 1); logo, f (x) = (g h)(x)
para todo x (0, 2), onde g(x) = arcsen x. Sendo g derivavel em (1, 1)
derivavel em (0, 2) e
0
2
1
.
2x = 2
x + 2
1 (x2 1)2
Exemplo 28.3
dy
, onde y e uma funcao
Vamos usar a derivacao implcita para calcular dx
derivavel da variavel x dada pela equacao xarcsen y = x + y para x, y
(1, 1).
dy
dy
=1+ ,
dx
dx
ou seja,
Assim,
isto e,
arcsen y + x p
dy
dy
.
=1+
dx
1 y 2 dx
1
dy
p
= 1 arcsen y,
1
2
dx
1y
x
1 arcsen y
dy
.
=
x 2 1
dx
1y
CEDERJ
p
2
p
p
2
(a)
(b)
Figura 28.2
Proposicao 28.2
A funcao arco cosseno e derivavel em (1, 1) e sua derivada e
0
(arccos) (x) =
1
1 x2
(f 1 ) (x) =
(f 1 (x))
1
sen (f 1 (x))
Sendo sen2 (f 1 (x)) = 1 cos2 (f 1 (x)) e sen (f 1 (x)) > 0 para todo
p
118
MODULO
2 - AULA 28
Exemplo 28.4
2
Figura 28.3
, 2
, 2 . Pela regra da cadeia, f e derivavel em
2
2
1+ 5 1+ 5
e sua derivada e
, 2
2
para todo x
f (x) = q
1 5 1 5
,
2
2
x2 1 2
x
x2 + 1
x2
1+ 5 1+ 5
.
,
2
2
CEDERJ
,
2 2
p
2
- p2
- p2
(a)
Figura 28.4
(b)
Proposicao 28.3
A funcao arco tangente e derivavel em R e sua derivada e
0
(arctg) (x) =
1
1 + x2
para todo x R.
Demonstracao: Escrevamos f (x) = tg x, x 2 , 2 ; logo, f 1 (x) = arctg x,
0
x R. Como f e derivavel em 2 , 2 e f (x) = sec2 x = cos12 x > 0 para
todo x 2 , 2 , segue do Teorema da funcao inversa que f 1 e derivavel
em R e
1
1
0
=
(f 1 ) (x) = 0 1
2
sec (f 1 (x))
f (f (x))
para todo x R.
para todo x R.
CEDERJ
120
MODULO
2 - AULA 28
Exemplo 28.5
2x
Vamos calcular a derivada da funcao f (x) = arctg 1x
2 , definida para
x R {1, 1}. Temos que f (x) = (g h)(x), onde g(x) = arctg x e
2x
avel em R e h derivavel em R {1, 1}, a regra
h(x) = 1x
2 . Sendo g deriv
da cadeia garante que f e derivavel em R {1, 1} e
0
1+
2x2 + 2
=
2
2x
(1 x2 )2
2
1x
2x2 + 2
(1 x2 )2
=
(1 x2 )2 + 4x2 (1 x2 )2
2x2 + 2
(1 x2 )2 + 4x2
Resumo
Nesta aula, voce estudou as funcoes arco seno, arco cosseno e arco tangente no que diz respeito a seus intervalos de definicao e a sua derivabilidade.
Voce pode constatar a importancia do Teorema da funcao inversa que nos
permitiu determinar a derivada de tais funcoes.
Exerccios
1. Para cada uma das funcoes abaixo, determine:
(i) o domnio da funcao;
(ii) os pontos onde ela e derivavel;
(iii) a derivada da funcao.
2 1
(a) f (x) = arcsen xx+1
CEDERJ
Auto-avaliac
ao
Em todos os exerccios, e exigido de voce o bom entendimento das
funcoes estudadas nesta aula, e das proposicoes apresentadas. O Exerccio 2
sera importante tambem para voce rever e aplicar todo o ferramental visto
neste modulo, visando ao esboco de grafico de funcoes. Caso tenha alguma
dificuldade, releia a aula com atencao ou procure o tutor no seu polo.
CEDERJ
122
MODULO
2 - AULA 29
Aula 29 Fun
co
es trigonom
etricas inversas.
Continua
c
ao.
Refer
encia: Aulas, 9, 10,
12 e 28.
Objetivos
Recordar as funcoes arco cotangente, arco secante e arco cossecante e
estuda-las em relacao a sua derivabilidade.
Na aula 28, recordamos as funcoes arco seno, arco cosseno e arco tangente e estudamos cada uma no que diz respeito a sua derivabilidade. Nesta
aula, faremos o mesmo com as funcoes arco tangente, arco secante e arco
cossecante.
Iniciemos com a fun
c
ao arco cotangente.
A funcao cotangente e contnua em seu domnio R {k; k Z} e
tem R por imagem. Sendo uma funcao periodica de perodo , segue que a
cotangente nao e inversvel.
Note, entretanto, que no intervalo (0, ) a funcao cotangente e decrescente e {cotg x; x (0, )} = R. Pelo Teorema 27.1, a funcao cotg : (0, )
R e inversvel, sendo sua inversa contnua em R. A inversa em questao e a
funcao arco cotangente, denotada por arccotg. Assim,
arccotg : R (0, ) e definida por arccotg x = y se, e somente se, x = cotg y.
Pela definicao de funcao inversa, podemos afirmar que
cotg(arccotg x) = x para todo x R
e
arccotg(cotg x) = x para todo x (0, ) .
Na Figura 29.1a, apresentamos o grafico da funcao cotangente (restrita
ao intervalo (0, )) e, na Figura 29.1b, apresentamos o grafico da funcao arco
cotangente.
123
CEDERJ
p
2
(a)
(b)
Figura 29.1
Proposicao 29.1
A funcao arco cotangente e derivavel em R e sua derivada e
0
(arccotg) (x) =
1
1 + x2
para todo x R.
Demonstracao: Para facilitar a compreensao da demonstracao, escrevamos
f (x) = cotg x (x (0, )); logo, f 1 (x) = arccotg x (x R). Como
0
f (x) = cossec2 x = sen12 x < 0 para todo x (0, ), segue do Teorema
da funcao inversa que f 1 e derivavel em f ((0, )) = R e
(f 1 ) (x) =
(f 1 (x))
cossec2 (f 1 (x))
para todo x R.
Da identidade
1
1 + x2
para todo x R.
Exemplo 29.1
2
Considere a funcao f (x) = arccotg x x1 , definida para x R {0}. Sendo
2
a funcao g(x) = x x1 derivavel em R {0} , h(x) = arccotg x derivavel em
R e f (x) = (h g)(x) para todo x R {0}, segue da regra da cadeia que
f e derivavel em R {0} e
x2 + 1
f (x) = h (g(x))g (x) =
2
x2
1 + x x1
0
124
MODULO
2 - AULA 29
Exemplo 29.2
Um quadro de 2 metros de altura esta pendurado em uma parede de maneira
que sua borda inferior fique situada a 2 metros acima do nvel dos olhos de
um observador. A que distancia da parede deve ficar o observador para que
o angulo determinado pelas bordas superior e inferior do quadro e os olhos
do observador seja o maior possvel?
Sejam x a distancia do observador a` parede, o angulo determinado
pela borda superior do quadro e o nvel dos olhos do observador e o angulo
determinado pela borda inferior do quadro e o nvel dos olhos do observador
(ver a Figura 29.2).
Figura 29.2
Note que cotg = x4 e cotg = x2 . Assim, = arccotg x4 e
= arccotg x2 . O angulo determinado pelo quadro e, portanto, (x) =
arccotg x4 arccotg x2 e queremos determinar o maximo absoluto da funcao
em (0, +).
(x) =
2
4
,
+
2
4 + x2
16 + x
0
8.
0
Portanto, o u
nico ponto crtico de e x = 8. Como (x) > 0 para
CEDERJ
k
, .
2
p
p
2
(a)
(b)
Figura 29.3
CEDERJ
126
MODULO
2 - AULA 29
Proposicao 29.2
A funcao arco secante e derivavel em (, 1) (1, +) e sua derivada e
0
(arcsec) (x) =
1
para todo x (, 1) (1, +) .
|x| x2 1
(arcsec) (x) =
x2
|x|
= |x|, obtemos
1
para todo x (, 1) (1, +) .
|x| x2 1
Exemplo 29.3
2
1)
. Vamos determinar o domnio de f e
Considere a funcao f (x) = arcsec(x
x2 1
estudar a sua derivabilidade.
f (x) =
|x2 1|
(x2 1)2 1
2x arcsec(x2 1)
(x2 1)2
CEDERJ
h i
.
arccossec(cossec x) = x para todo x , 0 0,
2
2
p
2
- p2
p
2
- p2
(a)
Figura 29.4
(b)
Proposicao 29.3
A funcao arco cossecante e derivavel em (, 1) (1, +) e sua derivada
e
1
0
(arccossec) (x) =
|x| x2 1
CEDERJ
128
MODULO
2 - AULA 29
x2
|x|
= |x|, obtemos
(arccossec) (x) =
1
|x| x2 1
Resumo
Nesta aula, conclumos o estudo das funcoes trigonometricas inversas,
recordando as funcoes arco cotangente, arco secante e arco cossecante no que
diz respeito a seus domnios de definicao, e estudando a derivabilidade das
mesmas. Voce pode constatar a importancia do Teorema da funcao inversa,
que nos permitiu determinar a derivada de tais funcoes.
Exerccios
1. Mostre que arccossec x = arcsen
[1, +).
1
x
para todo x (, 1]
CEDERJ
dy
.
dx
6. Uma escada de 5 metros de altura esta encostada em uma parede vertical. Se a parte inferior da escada e puxada horizontalmente para fora
da parede de tal forma que a parte superior escorregue verticalmente a`
razao de 3m/seg, com que velocidade esta variando a medida do angulo
formado pela escada e o solo, quando a parte inferior da escada esta a
3 metros da parede?
Auto-avaliac
ao
Nos Exerccios 2, 4 e 5, e exigido de voce o bom entendimento das
funcoes estudadas nesta aula, e das proposicoes apresentadas. Nos Exerccios
3 e 6, voce deve demonstrar capacidade de modelar matematicamente as
situacoes apresentadas em cada um deles e aplicar seus conhecimentos de
extremos absolutos e taxas de variacao (aulas 24 e 14). Caso tenha alguma
dificuldade, releia a aula com atencao ou procure o tutor no seu polo.
CEDERJ
130