O Corpo Na Idade Media e Na Renascença
O Corpo Na Idade Media e Na Renascença
O Corpo Na Idade Media e Na Renascença
colectivas. O corpo ocupa um lugar no espao. E ele mesmo um espao que possui seu
desdobramentos: a pele, as ondas sonoras da voz, a aura da perspirao.
Esse corpo fsico, material, pode ser tocado, sentindo, contemplando. Ele esta coisa que o
outros vem, sondam em seu desejo. Ele desgasta-se com o tempo. um objeto de cincia.
Os cientistas o manuseiam e o dissecam; medem sua massa, sua densidade, seu volume, su
mesmos d base a uma das interrogaes fundamentais dos idelogos. O sujeito-o eu - exis
somente encarnado; nenhuma distncia pode se constitui entre ns e nosso corpo.
xtase, na morte. Ele ser, futuramente, um cadver. Por tudo isso, a tradio filosfic
antiga o entende como priso da alma, como um tmulo.
Falar da histria do corpo equivale a olhar tudo que cerca o indivduo e o contextualiz
velocidade jamais vista, tentar copi-las era alm de uma vontade, quase
uma obrigao. O desejo pelo novo passou a fazer parte dos anseios do
perodo e era representado por aquilo que os monarcas vestiam. Ningum
mais queria usar a indumentria de seus ancestrais e relacionar-se com o
passado, era preciso imitar modelos existentes no presente e com eles
atualizar-se e ocupar um lugar naquele espao social. Simultaneamente,
afrontados pelo crescimento e enriquecimento da burguesia e pela lgica do
novo que fazia com que a sociedade, pelo menos tentasse copiar a realeza,
reis e rainhas criaram uma srie de Leis Sunturias no perodo que
compreendeu o sculo XIV at o sculo XVIII. Estas leis foram tentativas
de limitar as imitaes, demarcando o que cada indivduo poderia ou no
vestir. Estes atos institucionais buscavam preservar a hierarquia social que
sentia-se ameaada pelo fausto burgus, j que, em muitos casos o
vesturio da alta burguesia se igualava ao da alta nobreza. Pela primeira
vez na histria era possvel ser nobre utilizando uma outra estratgia que
no a prpria nobreza, e era possvel ser nobre atravs do uso da roupa, era
possvel passear na alta hierarquia, mesmo quando no se fazia parte dela.
A sada do mundo da tradio e a entrada em um universo em que se deseja
o novo redesenham o espao social. a vontade prpria, o exerccio do
gosto pessoal, cumprimento de anseios particulares que rendero um lugar
no presente.
Durante milnios anteriores ao sculo XIV e XV s vida coletiva transcorria
sem as mudanas, sem constar com a instabilidade tpica da moda. Isto no
implica dizer que no houvesse o gosto pelo belo ou mesmo algumas
modificaes no vesturio, mas foi no final da Idade Mdia tardia e no
Renascimento passagem da Era do Costume para Era da Moda que
podemos verificar a moda surgindo e movimentando-se com uma lgica
prpria, relacionada a mudanas incessantes na estrutura da roupa, no
comportamento, na circulao e na significao que o novo uso adquire a
ou boinas chatas.
O corpo, no enunciado nas formas das vestimentas monsticas, colocado
em destaque e passa a ser construdo sucessivamente por um sistema que
engedra os novos modos e modas que surgiro, sem cessar, partir de ento,
a ordem da prpria moda, que ultrapassa o limite da roupa e se expande
no comportamento.
A moda agora, uma afirmao do indivduo, uma das maneiras de situlo no seu tempo, de fazer com que ele compartilhe do presente junto a
alguns de seus pares.
Durante o momento da Contra-Reforma Religiosa, notadamente na segunda
metade do sculo XVI, o vesturio inicia seu percurso em torno da
construo de um outro corpo. Da abertura dos decotes femininos e da
lateralidade viril masculina pouco restar. A influncia religiosa espanhola
traz para a moda cores escuras, pesadas e armaes circulares chamadas de
Farthingale para dar volume as saias e imensas golas redondas chamadas de
Rufos circundam o pescoo de ambos os sexos, limitando os movimentos.
A nova ordem exibir atravs da roupa um prestgio duro, temvel.
Deus surge novamente nas formas da moda, mas estas jamais voltam a ser
clericais, pelo contrrio, elas so luxuosas, adornadas mas apresentam-se
fechadas, esticadas, enclaustrantes. Todavia, mesmo em um tempo de
pecado e heresias sob a viglia das fogueiras, homem e mulher
continuavam radicalmente diferenciados pelas normas da vaidade e da
moda.
Outros factores histricos ocorreram tendo a moda entrelaada em suas
tramas, mas somente nos sculo XVIII durante e aps a Revoluo
Francesa mudanas radicais seriam notadas. Neste momento e
precisamente no sculo XIX com a consolidao do poder burgus (antes
era o poder monrquico) a vaidade, o fausto das aparncias, o amor pelas
coisas da moda tornam-se identificados com o feminino.
HUMANISMO ( 1418-1527 )
o centro do Universo.
Na cultura, esse processo de mudanas tambm tem efeitos culturais pois, o
homem passa a se encarar como ser humano, e no mais como a imagem de
Deus.
Todas as Artes passam a expressar novas partculas que apareceram com
essa nova viso, as pinturas os poemas e as msicas da poca por exemplo,
tornam-se mais humanas, passam a retratar mais o ser humano em sua
formao.
Essa nova concepo, no significa que a religio estava acabando mas,
apenas que agora os artistas passavam a embutir em suas obras tambm o
lado humano derivado desse novo regime social.
As obras dessa poca, vo refletir em sua formao esse momento de
transio de uma mentalidade para outra, ou seja, a passagem de uma viso
Teocntrica para a viso antropocntrica do mundo.
Portanto o Humanismo considerado como um perodo de transio.
A prosa, a poesia e principalmente o teatro produzidos nesse perodo
refletem essa transio.
Texto: Reinaldo Dias, Adaptado do livro Lngua e Literatura
Autores: Carlos Faraco e Francisco Moura
Editora tica Vol.1 6. Ed., 1983
PAINEL DE POCA
antropocentrismo: homem como centro do universo.
a poesia independe da msica.
transio entre a Idade Mdia e o Renascimento.
incio da ascenso da burguesia.
nova realidade Mercantil.
operar na Cristandade."
Essa mudana no ocorreu - principalmente, pelo menos - de forma
explcita ainda no Renascimento, a transformao foi muito mais
tendencial do que ideolgica.
A Revoluo Tendencial
Segundo o j citado pensador catlico brasileiro, Plinio Corra de
Oliveira, em seu livro, Revoluo e Contra-Revoluo:
"No sculo XIV comea a observar-se na Europa crist, uma transformao
de mentalidade que ao longo do sculo XV cresce cada vez mais em
nitidez. (...) Este novo estado de alma continha um desejo possante, se bem
que mais ou menos inconfessado, de uma ordem de coisas
fundamentalmente diversa da que chegara a seu apogeu nos sculos XII e
XIII".
"Subrepticiamente, Nosso Senhor foi sendo afastado como guia e
inspirador da vida social. Embora ainda no negado frontalmente, Seu
papel na vida cotidianaa foi-se desvanecendo. Tendo decado o amor
Cruz, foi arrefecendo na alma do homem do fim da Idade Mdia a
aspirao ao herosmo, ao sacrifcio e ao desprendimento. Os espritos
foram-se deixando levar pelo desejo dos prazeres terrenos, pela fantasia e
pelos sofistas".
Paul Faure, historiador e escritor francs, aponta sinais da modificao
progressiva do esprito medieval:
"Cada vez mais se descobrem no sculo XIV sinais do esprito novo. -se
sensvel aos contrastes de uma vasta cultura sem ordem nem regras, muito
diferente neste ponto da unidade crist, tal como a tinha sonhado a Idade
Mdia. (...)
Discernem-se a, na literatura, na filosofia, nas artes, etc., uma corrente
racionalista e crtica e uma corrente metafsica e mstica; uma corrente de
Um dos mais poderosos fatores desse perodo, repleto dos mais acentuados
contrastes, foi o profundo e amplo estudo das coisas antigas, que se
costuma designar com o nome de Renascimento da Antigidade clssica."
Essa transformao foi realizada paulatinamente e de um modo quase
imperceptvel, como ressalta o historiador alemo Wilhelm Oncken (18381905):
"A passagem da Idade Mdia para a Moderna se realiza de modo to
paulatino e imperceptvel, que no se pode fixar exatamente este perodo da
histria, menos ainda assinalar um fato determinado como ponto divisrio
entre as duas idades.(...)
[A fase final da Idade Mdia] dever ser dividida em perodos de carter
diferente e de tendncias inteiramente opostas.
As mais importantes destas tendncias so aquelas que se propunham
despojar-se do esprito e das idias da Idade Mdia, e colocar-se, em troca,
em contato com as manifestaes intelectuais e artsticas da Antigidade".
Com o Renascimento comea um lento abandono da austeridade medieval
e uma alucinada procura dos prazeres, como no caso da corte dos Valois.
Bruxarias, cabalas, cortess que aparecem com um obscuro mundo de
feitiarias e bruxedos, a arte comea a se paganizar e a buscar cada vez
mais o culto do corpo humano, etc.
Vrios tipos humanos podem ser colocados como smbolos da
Renascena, entre eles citamos, por exemplo, Francisco I , o Papa Jlio II,
Cosme de Mdicis, etc.
A isso se soma a decadncia do clero e o aparecimento de uma srie de
movimentos paralelos, como os legistas no campo poltico e jurdico, os
trovadores nas artes, a literatura sentimental e amorosa...
No nvel filosfico, diversas foram as doutrinas que eclodiram. A
principal foi o Nominalismo, que tentava quebrar certos pressupostos da
escolstica, como a "unio objetiva" entre o sujeito e o objeto.
guerra.
A cincia liga-se definitivamente tcnica, passando da mera
contemplao da essncia das coisas para a interveno direta na natureza.
A arte, de simblica, passa a ser representativa, j que a presena de Deus
no mais a nica imagem digna de ser figurada. (...)
O que importa, agora, criar a iluso de um mundo imaginrio que, de
repente, adquire vida prpria. Em lugar de se justaporem uns aos outros, os
personagens e as cenas subordinam-se ao tema central. Tudo passa a girar
em torno da criao e de um universo imaginrio, paralelo ao mundo
cotidiano, que revela, porm, sua essncia e a maneira peculiar pela qual o
artista o percebe, v e analisa. (...)
O Cristianismo sempre professara a criao do homem imagem e
semelhana de Deus; mas, a partir do Renascimento, a nfase dada muito
mais imagem do que ao prprio original. Esse processo foi denominado
Humanismo. Nos primeiros tempos, os humanistas eram eruditos que
transferiram os mtodos de interpretao da Bblia para os textos grecolatinos, mantendo a mesma posio servil diante da palavra escrita. Logo,
porm, percebem a insistncia com que os gregos representavam sues
deuses sob formas humanas, o valor que conferiam aos acontecimentos da
vida eterna e a atitude racionalista com a qual tratavam esses episdios;
encontram, assim, os padres nos quais puderam projetar seus prprios
ideais de racionalidade e de solidariedade humana. com esse esprito que
o artista do Renascimento procura, na Antigidade, os temas para a
literatura e as formas para a escultura e a pintura" .
Retratando mais os valores da vida humana - naturalmente falando - do
que os da sacralidade medieval - sobrenatural em sua essncia, os
humanistas quebraram os costumes medievais. Mas no quebraram apenas
os costumes, houve uma verdadeira Revoluo em todos os campos da
sociedade. O homem renascentista no podia mais entender a civilizao
conivncia com o demnio porque Eva havia nascido de uma costela torta
de Ado, portanto nenhuma mulher poderia ser recta.
Segundo RODRIGUES (1999), a abertura do corpo humano e a
dissecao de cadveres, para a mentalidade medieval, era uma aco
inconcebvel, um gesto do mais supremo sacrilgio e por este motivo,
conforme nos mostra PEREIRA (1988), a anatomia passa por um perodo
de estagnao representando um perodo negativo para a Educao Fsica
tendo os seus estudos retomados com a chegada do Renascimento. O
corpo jamais poderia ser considerado como objecto; para os medievais, a
putrefaco era continuidade da vida, era hmus. Existiam valas colectivas
que ficavam abertas at serem preenchidas por corpos e era comum t-los
em putrefaco em casa. H imagens da poca que retratam homens
danando com cadveres que se desfaziam.
RODRIGUES (1999) diz ainda que, com frequncia, os reis da Frana,
ao morrer, tinham seus corpos esquartejados e seus fragmentos espalhados
pelas Igrejas importantes do territrio. Os medievais acreditavam que tais
relquias reais propiciariam boas colheitas. Alm disso, de acordo com
BESEN (2004), havia tambm o culto s relquias dos santos, ocorrendo
at roubos de partes dos corpos. No se concebia fundar uma cidade sem o
tmulo de um santo, havendo, deste modo, lutas violentas para garantir o
corpo, que traria proteco.
Segundo BESEN (2004), a festa de Corpus Christi nasce na Idade Mdia
com a finalidade de fazer a adorao pblica da Hstia, o corpo de cristo.
Com o propsito de libertar o Santo Sepulcro de Cristo do domnio
muulmano, surgiram as Cruzadas lutas em busca da posse de Jerusalm
e da Terra Santa, onde estava a sepultura do filho de Deus.
O sexo
Segundo FRANCO JNIOR (2001), a vida sexual tornou-se inexistente
e a virgindade passou a ser vista com grande valor, seguindo os modelos de
Cristo e sua me. Na Idade Mdia, a palavra latina verecundia toma o
sentido de vergonha ligado a carne e ao pecado sexual, segundo SCHMITT
(1995).
A castidade, para FRANCO JNIOR (2001), era vista como
compensatria por quem j havia pecado e deveria se abster de sexo pelo
restante da vida. A vida sexual era possvel ao cristo desde que
acontecesse numa relao definida e supervisionada: o matrimnio. Esse s
era permitido entre heterossexuais, combatendo-se a prtica da bestialidade
www.denix.hpg.ig.com.br/a_ginastica.htm,
acessado
em
28/10/2005
TAVARES DE JESUS, A. A volta do mito de Prometeu. IN:
Revista Motrivivncia. Editora da UFSC, Florianpolis: n 5,
6 e 7, dez. 1994.
CORPO
FEMININO:
EXPECTATIVAS
EXPECTATIVAS ATUAIS
Carvalho, Fabrcia Anglica Teixeira de
e-mail: [email protected]
MEDIEVAIS
INTRODUO
DESENVOLVIMENTO
A MULHER NA FAMLIA
ACTIVIDADES PROFISSIONAIS
Na poca, a mulher era vista como um ser que foi feito para
obedecer. No era bom que uma mulher soubesse ler e escrever, a no ser
que entrasse para a vida religiosa. Uma moa deveria, isso sim, saber fiar e
bordar. Se fosse pobre, teria necessidade do trabalho para sobreviver. Se
fosse rica, ainda assim deveria conhecer o trabalho para administrar e
supervisionar o servio de seus domsticos e dependentes.
Entretanto, no devemos pensar na mulher como um grupo compacto
e oprimido pelos homens. As diferenas sociais foram sempre to fortes
como as diferenas de sexo. Muitas vezes a opresso era exercida pelas
mulheres poderosas sobre as suas dependentes.
As camponesas deveriam, quando casadas, acompanhar seus maridos
em todas as actividades desempenhadas no domnio senhorial onde
trabalhava. Quando viva trabalhava com os filhos ou sozinha. J s
aristocratas cabia a tarefa de ser dona de casa, funo difcil na poca, pois
a economia domstica era bastante complicada, exigiam muita habilidade e
senso de organizao da dama. O suprimento de alimentos e vestimentos da
vasta famlia estava sob sua responsabilidade. Tinha de administrar o
trabalho dos domsticos, acompanhar passo a passo fabricao dos
tecidos, controlar e supervisionar o abastecimento de alimentos.
ASPECTOS DA MARGINALIDADE FEMININA
difcil sustentar a hiptese de uma marginalizao generalizada da
mulher na Idade Mdia. O casamento, tornando-a responsvel pela
reproduo biolgica da famlia, garantia-lhe papel de relevo na
estabilidade da ordem social. Juridicamente despersonalizada, esteve
reduzida ao meio familiar e domstico. Em alguns casos no se tratava
CONCLUSO
Ao final deste trabalho conclui-se que:
o
o
BIBLIOGRAFIA
MACEDO, Jos Reaver. A mulher na idade mdia. So Paulo.
Editora Contexto. 1990.
O uso do corpo:
produo de saberes e hbitos corporais1
Jos Augusto Carvalho de Arajo
Cientista Poltico,
Professor do Departamento de Filosofia e Cincias Sociais
da Universidade do Estado do Par - UEPA.
Mestrando pelo Programa de Ps-Graduao em Sociologia
da Universidade Federal da Paraba
(Campus I - Joo Pessoa).
Bolsista do CNPq.
E-Mail: [email protected]
O conceito de civilizao da Teoria Evolucionista Europia tem uma viso
etnocntrica e emergiu na Segunda metade do sculo XVIII, principalmente
na Frana, tida como a intelligentsia burguesa de grupos importantes da
classe mdia e da Aristocracia de Corte, j no sculo XVII. Tanto a
Burguesia de Corte como a Aristocracia de Corte falavam a mesma lngua,
tornando-se um grupo cada vez mais amplo, em relao s convenes de
estilo, formas de intercmbio social, estima pela cortesia, pela importncia
da boa fala, eloquncia da linguagem, que inicialmente tinha um carcter
social da Corte Francesa, mas que posteriormente ganha um carcter
nacional no s na Frana, mas em outros Pases da Europa. A prpria
Referncias Bibliogrficas
Nota
1) Trabalho apresentado na sesso Vida, sade, doena: tempos e
imagens, no GT Sade, Corpo e Imaginrio, durante o X Encontro de
Cincias Sociais do Norte e Nordeste, realizado no campus de Ondina da
Universidade Federal da Bahia, na cidade de Salvador, entre 14 e 17 de
agosto de 2001; e no V CCHLA - Conhecimento em Debate, realizado no
Centro de Cincias Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal da
Paraba (Campus I - Joo Pessoa), em novembro de 2000.
**Acadmica do curso de
Graduao em EF na
Universidade
Federal do Rio Grande do Sul UFRGS e do Curso de
graduao
em Psicologia na Universidade
do Vale do Rio dos Sinos UNISINOS.
(Brasil)
Resumo
Como podemos imaginar um corpo sem estar inserido em
alguma cultura, impossvel levando em conta todo este
processo de globalizao de informao. A mdia uma das
maiores responsveis pela divulgao destas informaes,
onde a representao humana est influenciando os
sujeitos/sociais criando uma representao humana
hegemnica. Est representao gera inmeros distrbios na
sociedade.
Unitermos: Corpo. Cultura. Representao humana
hegemnica.
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires Ao 12 - N 109 - Junio de 2007
1/1
Introduo
Este um trabalho de cunho reflexivo originado a partir de estudos
tericos relacionados temtica corpo/cultura na sociedade
contempornea, pensando nos factores que contriburam para a existncia
deste corpo cultural assim como suas conseqncias para com o indivduo e
a sociedade.
Objectivos
Objetivamos para este estudo uma reflexo referente aos problemas
existentes na(s) sociedade(s) e suas intimas relaes com o corpo
contemporneo.
Reflexo
Ao iniciar uma reflexo sobre corpo e cultura, tento idealizar um corpo
que no possua nenhum vestgio cultural. Achei impossvel pensar de tal
forma, pois acredito que todos esto sujeitos a sofrermos alguma
interferncia externa. Penso como um possvel exemplo deste fato, no
personagem da Disney chamado Mogli. Mesmo este menino que fora
criado por lobos, incorporou nesta criao caractersticas prprias da
"cultura" da alcatia. Podemos visualizar o retrato desta influncia na
figura 3, onde o menino se encontra andando sobre quatro patas e
interagindo com um filhote de elefante.
Comeo com os gregos onde posso dizer que eles possuam uma
filosofia onde o corpo possua um papel de destaque, possuindo um valor
muito forte para a sociedade Grega. Era necessrio que o indivduo cidado
fizesse uma intima relao entre o trabalho do corpo e os conhecimentos
existentes (filosficos, matemticos, qumicos, entre outros), pois "a
perfeio s podia ser alcanada com a unio da beleza e da virtude"
(CARVALHO, 2004), chegando assim a um estado de plena realizao.
Plato um dos mais conhecidos desta relao, pois apesar de ser um dos
principais filsofos clssicos tambm se consagrou campeo olmpico.
Um grande exemplo do desejo de perfeio grega em relao s formas
do corpo masculino, onde a beleza e a virtude se materializam em um
mesmo ideal, a imagem do Discbolo, possvel de se visualizar abaixo na
figura 4.
problema que este local est sendo manipulado de uma forma meramente
mercadolgica, sendo tratado como um mero objectos de consumo.
Isso nos leva a retomar um pensamento onde os nossos corpos no so
meramente coisas, so muito mais que isso, pois esto sempre mediados
pela cultura a qual estamos inseridos (BRUHNS, 2000), e est inserida em
nossa cultura uma presso social que tende a uma exigncia pela
incorporao de algumas das diferentes caractersticas existentes.
Refiro-me a uma modelagem hegemnica, onde todos compartilhariam
as mesmas caractersticas, nos classificando como indivduos
morfologicamente aceitveis ou inaceitvel-excludos.
muitas outras. Abaixo segue uma tira onde se encontra duas caractersticas
essenciais observadas hoje para a beleza feminina.
mais importante que a qualidade de vida. Lgico que uma sociedade que
pensa de tal forma no poderia estar se encaminhando de uma forma
diferente.
Todo este processo de bundalizao, como nos diz Lessa (2005), no se
restringe s ao Brasil, vai muito alm. O mundo hoje esta infectado com
este vrus que gera uma quantia exorbitante de lucro e que impregna cada
vez mais as sociedades. Ana Mrcia Silva (2001) traz relatos em seu texto
que estes corpos esto causando uma no aceitao das caractersticas
fsicas e culturais orientais a tal ponto que est crescendo enormemente o
nmero de cirurgias plsticas para ocidentalizar as formas de seus rostos.
No precisamos ir to longe, segundo Lovisolo (2006) temos inmeros
casos como o de compulso, anorexia, culpa, auto-centramento, consumo
desesperado de medicamentos, vigorexia, entre muitos outros que podem
ser relacionados com estes ideais de corpos, mas pouco ainda se discute em
relao aos caminhos para se evitar tal mal.
Referncias