Fogo Que Purifica (Tratado Sobre Las Ánimas)
Fogo Que Purifica (Tratado Sobre Las Ánimas)
Fogo Que Purifica (Tratado Sobre Las Ánimas)
Belmonte
Crato - Cear
2010
EDITORAS
Expresso Grfica
A Provncia Editora
APOIO CULTURAL
DIGITAO
ILUSTRAO FOTOGRFICA
ARTE FINAL
Ed Batalha
REVISO GRAMATICAL
SUPERVISO
Catalogao na Fonte
M835f Moreira, gio Augusto
Fogo que Purifica (Tratado sobre as Almas do Purgatrio)./gio Augusto Moreira [Padre].- Fortaleza: Expresso Grfica Editora, 2010.
240 p.
ISBN: 978-85-7563-528-5
1. Purgatrio- tratado 2.Purgatrio- Almas
I. Moreira, gio Augusto
II.Ttulo
CDD: 236.5
SUMRIO
PRIMEIRA PARTE
Existncia do Purgatrio
01. O Purgatrio Existe? ................................................................................13
02. Tese Catlica ..............................................................................................15
03. Tradio dos Padres ..................................................................................16
04. Os Conclios ..............................................................................................17
05. Exquias Eclesisticas ...............................................................................19
06. Novas Disposies do Direito Cannico ............................................19
07. Razo de Convenincia ...........................................................................20
08. Sentimentos do Corao .........................................................................21
09. Ministro Extraordinrio das Exquias .................................................22
SEGUNDA PARTE
Natureza do Purgatrio
10. Morte e Vida ..............................................................................................25
11. O Sofrimento do Purgatrio ..................................................................26
12. A Pena do Dano ........................................................................................29
13. A Pena dos Sentidos .................................................................................31
14. A Durao do Purgatrio ........................................................................34
15. Longo e Breve Purgatrio .......................................................................36
16. Minutos Parecem Sculos .......................................................................38
17. Mistrio do Purgatrio ............................................................................39
18. Durao Positiva no Purgatrio ............................................................40
19. Alegrias e Consolaes ............................................................................41
20. Estado das Almas do Purgatrio ............................................................42
21. Falsas Canonizaes .................................................................................44
22. Lugar de Misericrdia e Purificao .....................................................46
23. Atrao das Almas ....................................................................................47
24. Purgatrio, Ato de Amor ........................................................................48
TERCEIRA PARTE
As Videntes e Instrues dadas pelas Almas
25. A Vidente Santa Catarina de Gnova ..................................................53
26. A Vidente Beata Ana Taigi .....................................................................56
27. A Vidente gata Simma ..........................................................................59
28. A Caminho da Vocao ...........................................................................59
29. O Que uma Apario? ..........................................................................61
30. Muita Cautela nas Aparies .................................................................62
31. As Primeiras Aparies da Vidente Simma .........................................64
32. Sofrimentos Expiatrios por Outras Almas ........................................65
33. Perguntas s Videntes gata e Ana .......................................................66
34. Instrues dadas pelas Almas atravs das Videntes ............................69
35. Deus Exige uma Expiao .......................................................................70
36. Maria SS. Me de Misericrdia ..............................................................71
37. Balana entre o Purgatrio e o Inferno ................................................72
38. Por Que Fao Conferncias? ..................................................................73
39. A Vidente Irm M. D. I. C. ....................................................................74
40. A Vidente Maria Luiza Richard (Madame Brault) ...........................75
QUARTA PARTE
O Purgatrio Atravs das Aparies
(Revelao de M.G. Irm M. D. I. C.)
41. O Purgatrio e seus graus ........................................................................79
42. Onde est o Purgatrio? ..........................................................................82
43. O Fogo do Purgatrio ..............................................................................84
44. Qual Maior Sofrimento? ......................................................................85
45. Aps a Separao do Corpo ...................................................................87
46. Quando uma Alma vai para o Cu? ......................................................88
47. Expiao e Desapego ................................................................................90
48. Como Aparecem as Almas do Purgatrio? .........................................91
49. As Almas se Comunicam? ......................................................................92
50. O Que Deus Mais Ouve? ........................................................................94
51. Eis o que Jesus Exige de Vs ....................................................................95
52. Amor e Sacrifcio ......................................................................................96
53. Unio com Deus atravs da Renncia ..................................................98
QUINTA PARTE
Como Evitar o Purgatrio
54. Exerccio da Vida Interior .....................................................................101
55. Ensinamentos da Irm M. G. ................................................................103
56. Jesus, Mediador das Almas ...................................................................105
57. A Graa de Deus .....................................................................................106
58. Jesus Sacramentado nas Igrejas ............................................................107
59. Vida Espiritual nas Pequenas Coisas ..................................................108
60. Piedade, Hipocrisia e Caridade (Mensagem da Irm M. G.) ........110
61. Chamas de Amor ....................................................................................111
SEXTA PARTE
Meios de Aliviar e Libertar as Almas do Purgatrio
62. Sufrgios pelas Almas ............................................................................115
63. Mensagens dos Santos Padres ..............................................................117
64. O Maior Sufrgio ...................................................................................119
65. Comunho ...............................................................................................121
66. Via Sacra e Oraes Pelos Mortos .......................................................123
67. A Esmola ..................................................................................................125
68. gua Benta ...............................................................................................127
69. Velas Bentas .............................................................................................128
STIMA PARTE
Devoo s Almas do Purgatrio
70. Em que Consiste? ...................................................................................131
71. A Voz da Gratido ..................................................................................134
72. Intercesso das Almas ............................................................................135
73. Conhecimento de Deus ........................................................................137
74. Viso de Santa Gertrudes ......................................................................139
75. Alegria e Sofrimento ..............................................................................140
76. Alegria nos Tormentos ..........................................................................141
77. Tempo Precioso .......................................................................................142
78. O Purgatrio Tremendo ........................................................................144
OITAVA PARTE
Mensagens das Almas
79. Misericrdia e Caridade ........................................................................149
80. Perguntas e Respostas ............................................................................150
81. Morte, Mxima Penitncia ...................................................................152
82. Nossos Sofrimentos ................................................................................153
83. Santificai o Dia do Senhor ....................................................................154
84. O Sofrimento como Satisfao ............................................................155
85. Comunho, Poderoso Sufrgio ...........................................................156
86. Confisso dos Pecados ...........................................................................157
87. Memento Morti ......................................................................................158
NONA PARTE
Contos e Fatos sobre o Purgatrio
88. Fogo Real ..................................................................................................161
89. Durao ....................................................................................................163
90. Devoo s Almas ...................................................................................166
91. Missas pelas Almas .................................................................................167
92. Luta Contra o Demnio .......................................................................169
93. Devoo do Rosrio ...............................................................................170
94. Revelaes de Santa Francisca ..............................................................172
95. Orao do Pai Nosso ..............................................................................174
96. A Alma do Sacerdote .............................................................................175
97. Caridade para com as Almas ................................................................177
98. Orao pelas Almas ................................................................................178
99. Viso de Santa Perptua e Santa Gertrudes ......................................180
100. Apario a So Joo Bosco ..................................................................181
101. Conservar a Vida ..................................................................................182
102. Me do Missionrio .............................................................................184
103. Assistncia Missa ...............................................................................184
104. Julgamento de Deus .............................................................................185
105. Terrvel Purgatrio ...............................................................................187
106. Uma Missa Salva uma Alma ...............................................................188
DCIMA PARTE
Indulgncias
107. Noo Geral sobre as Indulgncias ...............................................191
108. Condies para Lucrar Indulgncias ...........................................192
109. Indulgncias aplicadas s Almas ....................................................193
110. Indulgncias a favor das Almas ......................................................194
111. Promessas de So Miguel Arcanjo ................................................196
112. A Vida Eterna ....................................................................................196
113. Tesouro das Indulgncias ................................................................198
APNDICE
01) Converso atravs da Vidente gueda Simma ............................217
02) Uma Janela para o Alm ou Museu Cristo ..................................217
03) Valor e Elenco dos Objetos Raros ..................................................218
TRATADO DO PURGATRIO
(Por Santa Catarina de Gnova)
1. Conformidade com a Vontade de Deus ............................................224
2. Alegria das Almas no Purgatrio .......................................................225
3. Penas das Almas do Purgatrio ..........................................................226
4. Diferena entre os condenados e as almas do Purgatrio .............226
5. Deus mostra sua Bondade aos prprios condenados .....................227
6. As Almas do Purgatrio ......................................................................228
7. O Inferno e o Purgatrio .....................................................................228
8. Condenao ao Inferno .......................................................................228
9. Lanamento no Purgatrio .................................................................228
10. Necessidade do Purgatrio ...............................................................229
11. Natureza Terrvel do Purgatrio ......................................................229
12. Conformidade entre Deus e a Alma ...............................................229
13. Como Deus purifica as Almas (Como Ouro no Crisol) ............230
14. Ardente Desejo das Almas ................................................................231
15. Alegria e Dor das Almas Purgantes .................................................232
16. As Almas Padecentes no podem merecer ....................................233
17. As Almas Querem a Sua Perfeita Purificao ................................233
18. Exortaes e Reprimendas aos Vivos ..............................................233
19. Sofrimento Espontneo e Alegria das Almas Purgantes ............234
20. Concluso da Santa Catarina sobre a Doutrina do Purgatrio .234
DEDICATRIA
com muito afeto e amor que dedico a presente obra minha me Raimunda Pereira de Castro, de saudosa memria.
Pois, desde o bero, ela despertou em mim a devoo s almas do
purgatrio.
Quando criana, rezando o tero com ela ou recitando o ofcio popular,
eu pedia as almas que no me aparecessem.
Minha me tinha uma devoo slida. Ela sabia que entre os sufrgios
poderosos a favor das almas, estava a celebrao da Santa Missa.
Portanto, ela fazia questo de complementar a arrecadao, por meio de
seu trabalho pessoal.
Muitas vezes, eu me oferecia para celebrar independentemente de qualquer esprtula, mas ela no aceitava. Na sua formao espiritual, recebida
diretamente do virtuoso Pe. Joaquim Sother de Alencar, todos os atos feitos
com sacrifcio tm muito merecimento para a outra vida. Da, ela oferecia o
sacrifcio de seu trabalho para unir ao sacrifcio do altar a favor das benditas e
santas Almas do Purgatrio.
Existncia do Purgatrio
I PARTE
Existncia do Purgatrio
01 O purgatrio existe?
Estado de Questo um lugar de justia e de misericrdia divina.
De Justia, pois as almas que passam por l, aps a morte, tm que pagar
toda dvida que contraram aqui na terra.
De Misericrdia, pois Deus reconhece as boas obras praticadas, durante
a vida mortal.
Quanto origem nominal Vem de duas palavras latinas a saber: o
adjetivo purus que significa limpo,puro, mais o verbo ago que significa fazer, tornar. Da se formou a palavra purgare que vem a ser alimpar, tornar
limpo, purificar.
Portanto, o Purgatrio o lugar de purificao.
Quanto ao sentido real do termo um lugar em que as almas se purificam de suas faltas. um lugar, ou melhor, estado em que as almas dos justos,
com pecado venial no perdoado, ou com pena temporal a pagar, sofrem at
a purificao de todas as manchas. Segundo o Catecismo da Igreja Catlica, o
purgatrio a purificao final dos eleitos. (Do Catecismo da Igreja Catlica
n 1031). um lugar espiritual, onde as almas se alimpam ou se purificam de
suas imperfeies.
13
As Penas do Pecado
O pecado tem uma dupla conseqncia. O pecado grave priva-nos da comunho com Deus e, consequentemente, nos torna incapazes da vida eterna;
esta privao chama-se pena eterna do pecado.
Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, acarreta um apego prejudicial s criaturas e exige purificao, quer na terra, quer depois da morte, no
exato chamado purgatrio. Esta purificao liberta da chamada pena temporal do pecado.
14
02 Tese Catlica
Existe o purgatrio, no qual as almas dos justos, que ainda, no expiaram
plenamente, se purificam das penas e podem receber sufrgios dos fiis.
Prova-se pelos textos da Sagrada Escritura, Tradio dos Padres, pelos
Conclios Provinciais e Ecumnicos, pela razo de Convenincia e pelos Sentimentos do corao.
Antigo Testamento
Eis o texto clssico de Judas Macabeu:
O nobre Judas pediu ao povo para ficar longe do pecado, pois acabava
de ver, com seus prprios olhos, o que tinha acontecido, por causa do pecado
daqueles que tinham morrido na batalha.
Ento, fizeram uma coleta individual, reuniram duas mil moedas de prata
e mandaram a Jerusalm, a fim de que fosse oferecido um sacrifcio pelo pecado. Ele agiu com grande retido, pensando na ressurreio; se no tivesse esperana na ressurreio, nos que tinham morrido na batalha, seria coisa intil
e tola rezar pelos mortos. Mas, considerando que existe uma bela recompensa
guardada para aqueles que so fiis at a morte, ento, esse um pensamento
santo e piedoso. Por isso, mandou oferecer um sacrifcio pelo pecado dos que
tinham morrido, para que fossem libertados do pecado. (2 Mc XII 48)
Nota bene: Os protestantes negam a existncia do 2 Livro dos Macabeus.
15
Novo Testamento
- Quem disser alguma coisa contra o Filho do Homem ser perdoado.
Mas quem disser algo contra o Esprito Santo nunca ser perdoado, nem neste
mundo, nem no outro que h de vir. (Mt XII,32)
Aqui, a expresso que h de vir o purgatrio; logo, h pecados que so
perdoados no outro mundo, no purgatrio.
16
04 Os Conclios
Prova-se pelos conclios provinciais e ecumnicos, a partir do ano 312.
Conclios Provinciais
Inmeras assemblias provinciais e ecumnicas afirmaram o dogma do
purgatrio e recomendaram os sufrgios e oraes pelas almas. Eis os conclios
provinciais:
1. de Cartago, ano 312, cnone 29
2. de Ordens, ano 533, cnone 14
3. de Praga, ano 563, cnone 34
4. de Chalon Sur Sane em 580
Conclios Ecumnicos
Os conclios de Latro, Florena e sobretudo o Conclio de Trento que
no definiram a natureza do fogo do purgatrio, mas afirmaram os pontos essenciais do dogma, da seguinte forma:
A Igreja Catlica, de conformidade com a Sagrada Escritura e a antiga
tradio dos padres, ensinou, nos Conclios anteriores e no presente snodo
universal, que existe um lugar de expiao e que as almas ali encerradas podem
ser aliviadas, pelos sufrgios dos fiis e principalmente pelo sacrifcio do Altar.
17
O Santo Conclio ordena aos Bispos que tomem cuidado para que uma
pura doutrina no que diz respeito ao purgatrio, conforme a tradio dos santos padres e dos conclios, seja acreditada e sustentada por todos os que pertencem Igreja e seja ensinada e pregada em toda parte.
As questes difceis e rduas neste ponto, que no poderiam servir
para a edificao e nem favorecer a piedade, devem ser evitadas nas exortaes ao povo.
mister tambm evitar a exposio de opinies incertas e com aparncias de erro.
E definindo concluram:
Se algum disser que graa da justificao, a culpa e a pena eterna so
de tal modo perdoadas ao penitente, que no resta pena temporal a sofrer,
neste mundo e no outro, no purgatrio, antes de entrar no reino dos cus,
seja antema.
E outro cnon:
Se algum disser que o santo sacrifcio da missa no deve ser oferecido a
favor dos vivos e mortos, pelos pecados e penas, satisfaes e outras necessidades, seja antema.
Eis a toda a Doutrina da Igreja sobre o purgatrio. Que se conclui, ento?
H dois pontos, perfeita e claramente definidos e que somos obrigados
a crer.
1) Existe um lugar de purificao temporria para as almas justificadas
que saem desta vida, sem completa penitncia dos seus pecados.
2) Os sufrgios dos fiis, e especialmente o Santo Sacrifcio da Missa,
so teis s almas.
Eis a, em sntese, a Doutrina da Igreja a respeito do purgatrio, segundo
os Conclios Provinciais e Ecumnicos. O purgatrio existe, um Dogma de f
e por isso todos os fiis da Igreja Catlica so obrigados a acreditar.
18
05 Exquias Eclesisticas
O ritual das exquias, reformado aps o Conclio Vaticano II, foi promulgado por Decreto da Sagrada Congregao para o Culto Divino, de 15 de
agosto de 1969.
Atravs do Cdigo de Direito Cannico ou Eclesistico, temos os seguintes cnones que confirmam a existncia do purgatrio.
Vejamos:
Can. 1176 Parag. 1 Celebrem-se exquias eclesisticas pelos fiis defuntos, de acordo com o Direito.
Parag. 2 As exquias eclesisticas, com as quais a Igreja suplica para os
defuntos o auxlio espiritual, honram seus corpos e, ao mesmo tempo, do aos
vivos o consolo da esperana; sejam celebradas de acordo com as leis litrgicas;
Can. 1177 parag. 1 As exquias em favor de qualquer fiel devem ser
celebradas, geralmente na prpria Igreja Paroquial;
Can. 1185 A quem se negaram exquias eclesisticas deve-se negar tambm qualquer Missa exequial.
Os cnones aqui apresentados mostram que a Igreja, atravs de seu Direito Cannico, aceita a existncia tradicional do Purgatrio, a ponto de estabelecer normas para as exquias.
19
cado por vontade do prprio Sumo Pontfice. Trs meses depois da publicao, o
decreto foi convalidado, pelo que no mais proibido divulgar sem o imprimatur escritos referentes s novas aparies, revelaes, profecias e milagres.
O Conclio Vaticano II reconheceu o direito informao leal entre as
pessoas honestas, aps 15-11-66; os cnones 1399 e 2318 no vigoram mais.
(Documentao Catlica n 1488, pg. 327)
07 Razo de Convenincia
Por que existe o purgatrio?
A razo de ser do purgatrio o pecado. S entra no cu a alma purificada
e digna da viso beatifica, pois o pecado separa a alma de Deus para sempre,
da o nome de pecado mortal.
20
Resumo
O purgatrio existe pela razo: Pecados veniais ou pecados livres so remidos ou no perdoados neste mundo.
08 Sentimentos do Corao
H muitos entes queridos que deixaram esta vida. Muitos praticaram a
caridade, mas cometeram muitas falhas.
Outros passaram para o outro mundo com boas disposies, mas negligenciaram nos seus deveres de cristo.
Ainda muitos tiveram a sorte de receber o perdo dos pecados, na ltima
hora, mas no deu mais tempo fazer penitncia.
Todavia o corao fala-nos que tais pessoas que morreram nessas circunstncias no podem receber a condenao eterna. Com certeza eram caridosas,
possuam qualidades apreciveis e certamente fizeram algum bem em vida.
Admitir que, aps a morte, estejam no cu, depois de tantas faltas e defeitos, sem ter feito penitncia, no podemos aceitar.
Da mesma forma, no podemos afirmar que tais pessoas estejam condenadas, pois seria muito inaceitvel.
A idia do purgatrio se impe necessariamente nossa razo, antes que
se impe nossa F.
Eis os pensamentos dos virtuosos ministros de Deus sobre o purgatrio:
21
22
Orientaes Gerais
01. Na ausncia do sacerdote, o Ministro Extraordinrio das exquias
pode celebrar a encomendao, a saber: Na Igreja ou na casa, onde o velrio
foi realizado;
02. Pode tambm o Ministro Extraordinrio efetuar a celebrao da palavra de Deus no Velrio, a celebrao de 7 dia e as celebraes, no cemitrio, de
corpo presente ou no aniversrio de morte;
03. Em qualquer das celebraes, importante que o Ministro seja um
sinal de Esperana e Vida.
Em nome da Igreja, evangelizadora por natureza e misso, ele deve proclamar a F na ressurreio, sempre respeitando a dor e o sofrimento que a perda
de um ente querido traz consigo;
04. Na Igreja, em casa ou no cemitrio, o Ministro pode e deve dar uma
mensagem que edifique e console a todos que participam da celebrao, especialmente a famlia enlutada. Esta mensagem deve ser simples e breve;
05. interessante que o Ministro, em qualquer uma das celebraes acima
enunciadas, esteja usando uma bata distintiva, segundo o uso da Comunidade.
Tambm ns pregamos que h purificao alm-tmulo. Esta purificao
se faz na justia de Deus e com o fim de salvar uma alma, por toda a eternidade,
e torn-la digna da pureza infinita, que Deus.
O purgatrio um combate aos erros do espiritismo, porque nos manda
orar e sufragar os mortos, sem se preocupar em conversar com eles, na certeza
de que esto nas mos da divina justia e no podem se comunicar com os vivos.
Que o no dogma racional e de quantos erros e supersties nos livra!
Do Padre Faber: O purgatrio existe pelo sentimento. Encontra fundamentos e razes no corao humano. um instrumento entre a justia e a
misericrdia.
Tirar o purgatrio, a justia divina seria terrvel.
O purgatrio serve para explicar a misericrdia de Deus, na hora da
morte.Enfim, o 8 Sacramento, de fogo, que atinge as almas, s quais os sete
sacramentos no deram uma perfeio.
23
Natureza do Purgatrio
II PARTE
Natureza do Purgatrio
10 Morte e Vida
Vita mutatur
25
11 O Sofrimento do Purgatrio
Noo: H dois sofrimentos distintos, duas penas principais, a saber:
- a pena do dano ou separao de Deus;
- a pena do sentido ou tormento do fogo.
26
Sofrimento Terrvel
A Justia divina fere as benditas almas para as purificar, santificar e tornlas dignas do esplendor da glria celeste e da viso beatfica de Deus.
O fogo devorador, o sofrimento, portanto, incrvel.
A enormidade do pecado foi to grande que s pela cruz houve a salvao
e s pelo fogo a purificao total, para poder entrar na glria de Deus.
Os estudiosos do assunto classificam-no de o 8 sacramento, o do fogo.
Mas considerado o Sacramento da Misericrdia, na entrada da vida eterna.
27
Reflexo
Os nossos crimes foram to graves que foi preciso a segunda Pessoa da SS.
Trindade baixar at ao homem, a fim de tomar uma carne, com todas as suas
fraquezas, menos o pecado, para salvar a situao da Humanidade.
Jesus escolheu o sacrifcio da cruz, o suplcio mais cruel do tempo. Pela
cruz, o prprio Cristo selou e sublimou o madeiro como objeto ideal para resgatar a humanidade.
28
Como a cruz no foi bastante, para purificar as manchas do pecado, solucionou o problema, pelo fogo do purgatrio, a fim de restituir a pureza original.
Segundo a opinio de alguns Santos, tal fogo mais quente do que o da
terra, portanto, semelhante ao do inferno. De tal modo que, se ao homem,
com seu corpo, fosse permitido se purificar no fogo do purgatrio, ele no
agentaria tamanha dor.
Ora, como a alma, alm de ser espiritual, imortal, por natureza, mais
forte e tem capacidade de suportar o fogo da purificao.
12 A Pena do Dano
A pena do dano a privao da viso de Deus no cu. A viso intuitiva
consiste na felicidade de ver a Deus, como , Videbimus eum sicut est, isto ,
v-lo-emos como Ele , diz So Paulo.
separao do Sumo Bem, a alma sente um horrvel martrio, pior que o
sofrimento do prprio fogo do purgatrio. Esses desejos insatisfeitos so uns
verdadeiros suplcios.
Opinies
Segundo So Toms, a pena do dano mais insuportvel, maior e mais
terrvel do que a pena do sentido. No ver a Deus como Ele , no possu-Lo
nico encanto da pobre alma, que j no tem mais nada que a possa seduzir
ou enganar, deix-la esquecida da suprema felicidade! Aqui neste mundo,
a tibieza, o apego terra e nossa fraqueza fazem com que, muitas vezes, nos
esqueamos de Deus, vivamos sem sentir e nem imaginar sequer o que seja
separado de Deus.
H quem no possa sequer imaginar o que possa haver de sofrimento, nessa ausncia de Deus, que a pena do dano. Porm, a, quando a alma, separada
deste corpo mortal, sentir a necessidade de voar para Deus, de possuir a Deus,
atrada pelo Bem infinito, sedenta da posse de Deus e da Eternidade, ento, h
de sentir, h de perceber quanto doloroso e terrvel estar um minuto que seja
separada do Bem Soberano, separada de Deus! a horrvel pena do dano.
Segundo Santa Catarina de Gnova, sentir um mpeto de ir para Deus,
sem poder satisfazer, isto o maior sofrimento que se possa imaginar, pro-
29
priamente o purgatrio. Este estado um estado de morte, uma angstia imensurvel. (tratado sobre o purgatrio II)
Se compreendssemos melhor como horrvel a separao de Deus!
Segundo Monsenhor Beaugaud, Tm-se visto, neste mundo, afeies
to profundas, almas que se amavam e no poderam suportar a separao e
morreram de dor.
Que no ser no purgatrio! Podemos dizer que, se Deus, por um milagre da sua Onipotncia, no sustentasse as almas do purgatrio, elas ficariam
aniquiladas de dor longe daquele Deus que amam apaixonadamente.
Ah! se compreendssemos melhor como horrvel a separao de Deus,
se, como os santos, experimentssemos as provaes da vida mstica, o tormento de se sentir ausente de Deus, saberamos avaliar o que e que faz sofrer esta
terrvel pena do dano. (Do livro do cristianismo e os tempos presentes, Tomo
V cap XIV)
Segundo Santa Teresa, em vo tentariam explicar essas angstias misteriosas, pois a alma sente um desejo irresistvel de Deus. No tem nenhuma
consolao, nem no cu, nem na terra, a que j pertence. E, em que a natureza
custa suportar, os ossos se separam e ficam como que deslocados, sente-se uma
dor violenta e um s desejo nos consome de morrer, morrer, ir a Deus!
Segundo a Liturgia da Igreja, chama-o, com razo, de morte, nesta expresso: Libera eas a morte, isto , livra-as da morte.
Reflexo
Nominalmente, dano vem da palavra latina damnum, que significa prejuzo, perda. Portanto, a pena de dano seria o castigo de ser prejudicado de no
ver a Deus, a perda de Deus.
Segundo Santo Toms, a pena mais terrvel que a pena dos sentidos.
Infelizmente, neste mundo velho, vive-se caducando atrs das coisas da
terra que no lhe do felicidade completa, e sim, dissabores. A alma vive se
enganando a si mesma, sem encontrar o gozo perene, caindo na tibieza, sem
procurar Deus, esquecendo que a vida breve, e nem medita que a alma, separada do corpo, necessariamente, como esprito, tende em busca do ser supremo
que lhe deu a existncia.
Por conseguinte, tremendamente insuportvel a pena do dano.
Tal separao inexplicvel.
30
Fogo verdadeiro
Os telogos, em geral e em sentena comum, afirmam que se trata de
um fogo verdadeiro e no metafrico. Fogo que queima mil vezes mais que
o fogo da terra, que, comparado a ele, no mais do que uma pintura para
a realidade.
Os santos padres e os telogos escolsticos admitem um fogo real.
Como pode um fogo material atormentar a alma que espiritual? um
mistrio. Todavia, no temos um outro mistrio, que o da alma espiritual agir
sobre o corpo material?
Declarao de Santo Toms: No purgatrio, h dois sofrimentos, a saber: a pena do dano, que consiste no retardamento da viso de Deus, e a pena
dos sentidos, castigo proveniente de um fogo material (Suppl. Quaest. Cap.
E art. 3). As maiores dores so as que afetam a alma, comenta So Toms.
Toda sensibilidade do corpo vem da alma. O que no ser uma dor que vem
ferir diretamente a alma? Pois o fogo material, fogo misterioso, dotado de um
poder extraordinrio pela Justia Divina, atinge diretamente a alma e a fere
dolorosamente.
Fogo Material. Segundo So Boaventura, O fogo do purgatrio um
fogo material que atormenta a alma dos justos que no fizeram penitncia neste mundo.
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Reflexo
So importantes as nossas oraes, boas obras e sofrimentos.
Como so justas as queixas que um religioso ouviu desses pobres coraes, abandonados:
irmos! amigos! H tanto tempo vos aguardamos, e vs no vindes;
chamamo-vos e no respondeis; sofremos tormentos que no tm iguais, e no
vos compadeceis; gememos e no nos consolais.
So Francisco Xavier percorria, noite, as ruas da cidade, convocando
com uma campainha o povo para orar pelas almas.
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Fogo do Purgatrio
14 A Durao do Purgatrio
Quanto Tempo?
Que pergunta desenganadora!
Tempus jam non erit amplius, que quer dizer: O tempo j no ser contado, quando se trata da eternidade.
Opinies Diversas
De Santo Agostinho Quanto durao do purgatrio, de uma coisa
podemos ter certeza, que as penas expiatrias no iro alm do ltimo juzo,
no fim do mundo. ( De Civitate Dei-Lib XXI, cap. XIII e XVI).
De So Roberto Belarmino para ns coisa muito incerta. Poderamos considerar duas espcies de durao. Uma positiva, que corresponde medida do tempo tal como contamos neste mundo. Outra fictcia ou imaginria,
a que pensam as almas pelo sofrimento que as faz perder toda noo do tempo.
Da partimos para as revelaes particulares, como por exemplo: pobres almas que se queixaram de anos e at sculos de abandono naquelas chamas.
De So Vicente Ferrer Ele nos assegura que h almas que ficaram no
purgatrio um ano inteiro, por um s pecado.
De Santa Francisca Ela afirma que a maioria das almas que sofrem l
no purgatrio compreende de 30 a 40 anos.
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Reflexo
As almas simples e humildes, sobretudo as que muito sofreram neste
mundo, com pacincia, e se conformaram perfeitamente com a vontade de
Deus, podem ter um purgatrio muito abreviado, s vezes de horas...
A pergunta curiosa acima no tem sentido. Tal pergunta no tem resposta, pois difcil e at impossvel. Em torno do purgatrio, h um grande mistrio. Santo Agostinho afirma que as penas expiatrias no iro alm do juzo,
no fim do mundo.
Conforme as revelaes dos videntes, devido intensidade dos sofrimentos, os minutos parecem anos e sculos. Na prtica, a igreja permite fundao
de missas e sufrgios, por longos anos, e at permite fundao perptua. Certo
que ningum sabe quanto tempo,quantos anos, quantas horas, quantos dias
dever uma alma permanecer no purgatrio.
Ateno: O importante no saber quanto tempo, quantos anos, quantas horas uma alma dever permanecer no purgatrio, e sim cuidar de evitar
a pena do dano, fazendo penitncia, aproveitando o ensejo para rezar pelas
almas. Quem reza pelas almas tem-nas como protetoras l na eternidade.
Elas no tm merecimento para elas, mas tm a nosso favor.
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36
Santo Cura Dars, Joo Maria Vianey, teve muitas vezes intuies admirveis do tempo em que muitas almas deveriam ficar no purgatrio. Perguntaram ao Santo DArs se uma doente se havia de curar. Quem perguntou
ignorava que a enferma tivesse morrido.
O Santo Cura, que sabia por inspiraes do cu, respondeu logo: Ela
recebeu a recompensa ( Intuitions du Cru, do livro do Mons. Trochu).
So Severino, Arcebispo de Colnia, era um grande servo de Deus, admirvel pelas suas virtudes e at pelos milagres. Aps a morte, apareceu a um
Cnego de sua Catedral para lhe pedir oraes. Estava no purgatrio, por instantes, por ter rezado com alguma precipitao.
Reflexo
As almas simples e humildes, e sobretudo as que muito sofreram neste
mundo, com pacincia, e se conformaram perfeitamente com a vontade de
Deus, podem ter um purgatrio muitssimo abreviado, s vezes de horas apenas. o que nos dizem inmeras revelaes particulares. At santos passaram
ligeiramente pelo purgatrio.
Que havemos de concluir, quando meditamos na durao do purgatrio?
Primeiramente, procuremos ter mais zelo pela causa das almas sofredoras
que tanto padecem, por causa de nosso esquecimento. Somos muito fceis em
canonizar logo os mortos e comodamente j no rezamos mais por eles, sob a
desculpa de que j esto no cu.
No canonizemos to depressa os nossos mortos, mesmo aqueles que vimos ter a morte dos justos. Rezemos muito por eles. Nunca nos descuidemos
do sufrgio dos mortos, porque j fizemos muito, durante algum tempo. J
mandamos celebrar umas Missas e rezamos por umas tantas almas sofredoras?
Muitas delas esquecidas?
Outra concluso, que havemos de tirar de nossas reflexes sobre a durao
das penas do purgatrio, a de cuidarmos mais de nossas imperfeies e no
sermos to presunosos, julgando-nos capazes de entrar no cu.
Cuidado com esta presuno, que nos pode acarretar um longo e doloroso purgatrio.
Toma, pois, a resoluo de jamais deixar passar um dia sequer sem rezar
pelos parentes falecidos e entes queridos.
Tem piedade daqueles que nos deixaram e que agora esto sofrendo muito e muito.
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Reflexo
Os dois fatos que se seguem servem de meditao.
Conta Santo Antnio que um enfermo, vtima de dores atrozes, pedia
sempre a morte. Julgava os seus sofrimentos terrveis e acima de toda fora
humana. Um anjo lhe apareceu e disse:
Deus me mandou para te dizer que podes escolher um ano de dores na
terra ou um s dia no purgatrio. O doente escolheu um dia no purgatrio.
Ento, foi para o purgatrio. O anjo foi consolar e ouviu este gemido de dor:
Anjo ingrato, disseste que ficaria no purgatrio um s dia e sinto que
estou j aqui, h longos vinte anos pelo menos...
Meu Deus! Como sofro! O anjo respondeu: como te enganas! Teu
corpo est ainda na terra sem ter baixado ao sepulcro. A misericrdia de Deus
te concede ainda voltar para um ano de doena na terra.
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17 Mistrio do Purgatrio
Quem pode entender e penetrar este mistrio de dor e de alegria, que
o purgatrio?
Os santos nos poderiam dar uma idia do que sofrem e do que gozam
as almas do purgatrio, quando Deus os faz experimentar, aqui neste mundo,
tanto martrio nas provaes daquelas noites, de que nos fala So Joo da Cruz
com as quais o Senhor prova, aniquila os seus eleitos na terra, e ao mesmo
tempo os enche de uma paz inaltervel e de consolaes inefveis, em meio de
trevas e de angstias.
Mistrio profundo! S os que experimentaram este doloroso e feliz estado de alma, neste mundo, podem dizer algo do que se passa no purgatrio?
Que alegria no experimenta o pobre nufrago, quando, depois de se
debater entre as ondas, se v de repente salvo e livre de todo perigo!
a felicidade, a alegria das santas almas, quando, aps esta vida e depois
de haverem passado o tremendo juzo, vem que esto salvas da condenao
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Reflexo
A prpria palavra mistrio diz algo de incompreensvel e de impenetrvel,
pois somente aquelas almas que caram l, para expiar as suas faltas, podem
nos comunicar alguma coisa. Se a nossa vida aqui na terra j consideramos um
mistrio, no devemos brincar, fazer pouco, mas tomar seriamente a realidade
da vida, alm mundo.
Temos que nos sustentar nas opinies dos Santos e das manifestaes dos
videntes e das videntes. Em tais situaes, devemos ser humildes.
Dobrar a cabea perante os fatos, embora no seja dogma de f. No entanto, Deus nos fala por vrios modos, inclusive pelas aparies dos videntes ou
das videntes, dando verdadeiras instrues de asctica e mstica, como proceder vida interior para com Deus.
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Reflexo
Todos estes exemplos supracitados so verdadeiras advertncias que servem para uma profunda meditao a fim de cada um sentir que o purgatrio
um lugar de expiao e de purificao. Ningum merece o cu facilmente. Na
terra: Penitncia. No purgatrio: fogo.
19 Alegrias e Consolaes
Como j foi dito, o purgatrio um mistrio.
Com certeza, tal mistrio ser desvendado no futuro. Pois h no purgatrio alegrias e consolaes, mesmo no meio dos tormentos, da dor e das penas.
O purgatrio a ptria da justia rigorosa e, ao mesmo tempo, a ptria
da infinita misericrdia de Deus. Para ns uma grandssima misericrdia encontrar, aps a morte, um lugar de expiao.
Apesar do grande rigor da justia divina, consola-nos a idia de que no
purgatrio h consolaes e alegrias.
O que importante que no purgatrio h uma esperana da salvao
certa, no obstante o grande sofrimento, mormente o grande, escuro e fundo
purgatrio.
Segundo So Francisco de Sales, as alegrias e as consolaes que existem
no purgatrio de expiao so um blsamo suavizante para as almas.
Eis o resumo escrito por So Francisco de Sales, Bispo e Doutor da Igreja,
a respeito do purgatrio:
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1) As almas do purgatrio esto numa contnua unio com Deus e perfeitamente submissas vontade de Deus. No podem deixar esta unio divina e nunca
podem contradizer a divina vontade, como acontece conosco, neste mundo;
2) Elas se purificam com muito amor e com muito boa vontade, porque
sabem que isto a vontade de Deus. Sofrer para fazer a vontade de Deus uma
alegria para elas.
3) Elas querem ficar maneira que Deus quer e quanto tempo Ele quiser.
4) Elas so impecveis e no podem experimentar nem o mais leve movimento de impacincia, nem cometer uma imperfeio sequer.
5) Amam a Deus mais do que a si prprias e mais que todas as coisas e
com amor muito puro e desinteressado.
6) As almas so consoladas pelos anjos.
7) Elas esto seguras da sua salvao e com uma segurana que no pode
ser confundida.
8) As amarguras que experimentam so muito grandes, mas numa paz
profunda e perfeita.
9) Se, pelo que padecem, esto como numa espcie de inferno, quanto
dor, um paraso de doura, quanto qualidade, mais forte do que a morte.
10) Feliz estado, mais desejvel que temvel, pois estas chamas do purgatrio so chamas de amor. Quem pode entender e penetrar este mistrio de
dor e de alegria que o purgatrio?
Os Santos poder-nos-iam dar uma idia do que sofrem e do que gozam
as almas do purgatrio, quando Deus os faz experimentar, aqui neste mundo,
tanto martrio, nas provaes daquelas noites de que nos fala. So Joo da
Cruz, nas quais o Senhor prova, aniquila os seus eleitos e, ao mesmo tempo,
os enche de uma paz inaltervel e de consolaes inefveis, em meio a trevas e
angstias.
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Vejamos, agora, a fora da orao quando se faz pelas almas que padecem
no purgatrio.
Exemplo: No sc. IV (em 302), Santa Perptua conta- nos a seguinte viso do purgatrio:
Estvamos em orao na priso, depois da sentena que nos condenara a
sermos expostos s feras, e, de repente, chamei por Demcrito. Era meu irmo,
segundo a carne. Morrera com um cncer na face, a lembrana de sua triste sorte me afligia. Fiquei admirada de me ter vindo lembrana este irmo e pus-me
a rezar por ele, com todo fervor, gemendo diante de Deus.
Na noite seguinte, tive uma viso na qual vi Demcrito sair de um lugar
tenebroso, no qual se acham muitas pessoas. Estava abatido e plido, com a
lcera que o levou sepultura. Tinha uma grande sede. Junto de mim estava
uma bacia com gua, mas ele em vo tentava beber e no conseguia. Conheci
que meu irmo estava sofrendo e era preciso rezar por ele.
Pedi por ele, dia e noite, com muitas lgrimas para que fosse libertado.
Alguns dias depois, tive outra viso, na qual Demcrito me apareceu todo brilhante e belo e se inclinou e bebeu vontade a gua que, antes, no podi sorver.
Conheci por isso que estava livre do suplcio.
Reflexo
As almas presas no purgatrio no podem merecer e desmerecer. Elas
mesmas afirmam que, uma vez caindo no purgatrio, no podem ter merecimento. por isso que Deus permite s almas ter contato com as pessoas na
terra, a fim de pedir a esmola de uma prece, dum sufrgio. Mas, por outro
lado, elas tm muito prestgio perante Deus, porque elas esto cumprindo a
sua vontade. Quando as invocamos, estamos pedindo alguma graa. Pois, elas
tm merecimento a nosso favor. Elas no tm merecimento para elas, mas tm
para ns, c na terra.
Elas, por sua vez, podem receber sufrgios e aplicao das indulgncias,
principalmente do santo sacrifcio da Missa.
Mistrio Profundo! S os que experimentaram este doloroso e feliz estado de
alma, neste mundo, podem dizer algo do que se passa no purgatrio. ( Extrado do
Opsculo do purgatrio, Mons. Ascnio Brando)
Quando So Francisco de Assis soube que era um predestinado e viu garantida, pela revelao do cu a sua glria, teve uma alegria to grande que nenhuma
linguagem humana poder traduzi-la.
Qual no ser a alegria das pobres almas, na certeza de serem predestinadas?
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Reflexo
O purgatrio um mistrio profundo. uma mistura de tristeza e alegria,
de dor e gozo, de sofrimentos e consolaes. Existe unio com Deus, porque as
almas fazem a vontade de Deus, obedecem a Deus e o amam com pureza acima
de tudo. Em compensao, so consoladas pelos anjos. Sentem segurana na
sua salvao eterna. Apesar das dores, das amarguras, das angstias, sentem
muita paz. Quanto dor, padecem muito. No entanto, um paraso de doura
o purgatrio.
Eis aqui o resumo do escrito de So Francisco de Sales, que muito contribui para servir de meditao.
21 Falsas Canonizaes
No canonizemos depressa nossos mortos queridos. Nunca descuidemos
do sufrgio deles, porque j o fizemos, durante algum tempo, ou mandamos
celebrar algumas missas.
Ignoramos o rigor da Justia Divina.
De Santo Agostinho: Como so esquecidos os mortos! Exclamava
Santo Agostinho. Em vida, eles nos amavam tanto.
De So Francisco de Sales: Nos funerais: lgrimas, soluos e flores. Depois, um tmulo e o esquecimento.
Quanto s canonizaes
Nosso So Francisco de Sales tinha muito medo dessas canonizaes recebidas dos veneradores. Estas boas almas, dizia ele, com seus elogios, imaginando que depois da minha morte fui logo direto para o cu, me faro sofrer no
purgatrio. Eis o que me aproveitara a boa reputao de santo!
De Santo Agostinho: Ele pede oraes pela alma de Mnica, sua me, e
de Patrcio, seu pai, a todos os leitores das suas confisses.
De Santa Teresa: Ela escreve no prefcio do livro das fundaes pelo
amor de Deus, eu peo a cada pessoa que ler este meu livro, reze uma Ave
Maria, a fim de que me ajude a sair do purgatrio e apresse a hora em que hei
de gozar a vinda de N. S. Jesus Cristo.
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Reflexo
Os santos pedem oraes no s para morrer bem, mas para se livrar do
purgatrio. Na verdade, o purgatrio continua para ns um grande mistrio.
Ningum sabe por quanto tempo tem que sofrer, a no ser que haja uma
revelao especial de Deus.
Da mesma forma, ningum sabe as faltas ocultas e esquecidas, cometidas,
quando vivo. Perante Deus, tudo fica claro como a luz do dia, e a inteligncia
reconhece a sua culpa e, ao mesmo tempo, cai nas chamas purificadoras do
purgatrio livremente, de boa vontade.
Ns ignoramos o rigor da justia divina. Pois o Evangelho de So Lucas
fala que so contados os cabelos da cabea. At mesmo os cabelos da cabea de
vocs esto todos contados. (Lc XII,7)
Costumamos consolar a famlia do morto, dizendo que fulano era to
bom, virtuoso e que Deus levou para o cu. Os que podem, mandam celebrar
missa de corpo presente, de stimo dia, e 30 dia; s vezes, aniversrio. Depositam flores, acendem velas, enviam cartes como lembranas aos parentes,
amigos e conhecidos. Acham que cumpriram o seu dever social e solidrio.
No se lembram ou no sabem que o purgatrio um estado de purificao
que somente Deus sabe avaliar o grau de merecimento de cada alma. Pois houve casos revelados, at de pessoas virtuosas de verdade, que foram obrigadas a
se purificar no fogo do purgatrio.
Servem de exemplo os dois fatos narrados, nos captulos anteriores, a saber: O caso de So Severino, da cidade de Colnia, e o caso do Beato Pe. Colombire, Diretor Espiritual de Santa Margarida Maria Alacoque.
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Reflexo
O purgatrio um lugar de misericrdia. Quando se fala em purgatrio,
isso lembra logo que mais uma modalidade de salvar o pecador que chegou a
abandonar os meios ordinrios, como sejam os sacramentos.
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Sabedoria de Deus
Assim como a alma limpa e purificada no acha outro repouso a no ser
em Deus, tambm a alma em pecado no encontra lugar apropriado a no ser
no inferno.
Da mesma forma, a alma separada do corpo, no encontrando em si
aquela pureza na qual foi criada de boa vontade, imediatamente se lana no
purgatrio, para se ver livre da mancha que impede de ver Deus.
Vontade de Deus
Se as almas do purgatrio pudessem purificar-se por contrio, em um
s instante pagariam suas dvidas, porque elas ficariam contentes no que se
refere vontade e se encontrariam purificadas do pecado original e atual, no
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que diz respeito culpa. Com a purificao, as almas ficam to puras como no
momento em que Deus as criou. Por causa de sua confisso e arrependimento
de todos os pecados cometidos, Deus perdoa sua culpa, restando a pena, a escria do pecado, isto , de algumas dvidas a pagar, das quais vo se purificando
no fogo, com a pena. Uma vez purificadas de toda culpa e unidas a Deus pela
vontade, veem a Deus claramente, segundo o grau de conhecimento que Ele
lhes concede.
As almas veem quanto importa a viso de Deus. E veem tambm que as
almas foram criadas para este fim.
O purgatrio uma mistura de sofrimento e gozo.
So as duas faces do amor, a saber:
Amor purificador e amor unitivo.
Reflexo
A alma, como ente espiritual, criada imagem de Deus, sente-se intrinsecamente atrada para contemplar o seu criador. Vem So Joo confirmando esta
verdade da unio ntima que existe entre a alma e Deus criador. Esta unio muito forte. Pois a alma tem esperana de v-lo como Ele na realidade. Eis o texto:
Quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque ns veremos como Ele . ( 1 J III,2)
Portanto, a alma, uma vez criada, no s depende do Criador, mas tem
uma nsia de se unir a Deus eternamente.
Ento, vem a sabedoria divina para salvar muitas almas que se tornaram
indiferentes, frias e tbias; bondosamente oferece um meio maravilhoso para
tir-las da indiferena e da tibieza, fazendo passar pelas chamas expiadoras do
purgatrio.
Feliz inveno! S a sabedoria divina podia ter tamanha e abenoada
idia.
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Todas estas realidades tentei escrever e comparar com o que est gravado
em minha mente. Sinto-me confusa, por no encontrar palavras adequadas e
profundas.
Vejo tanta conformidade entre Deus e alma que, quando Deus a v naquela pureza em que a criou, atrai-a de certo modo para Si, com tanto e ardente
amor.
Quando a alma, por viso interior, v-se assim atrada por Deus, com to
amoroso fogo, ento, pelo calor do ardente amor do seu Senhor Deus, sente
transbordar em sua mente a ao de Deus, que nunca cessa de atra-la e conduz-la, com muito cuidado e contnua assistncia, plenitude de sua perfeio.
E Deus faz tudo isto s por amor puro.
Necessidade de purificao: Quem quiser entrar no paraso pode entrar,
porque Deus todo misericrdia e tem os braos para ns, a fim de receber-nos
na sua glria.
O purgatrio est preparado para tirar-lhe toda e qualquer mancha, e a
alma lana-se dentro dele e parece-lhe encontrar grande misericrdia para se
livrar de tal mancha:
1. Por causa do impedimento do pecado, no pode seguir esta atraopor
Deus;
2. Porque a alma impedida de ver a luz divina;
3. Por impulso, a alma quer ser livre de impedimento, para seguir aquele
olhar unitivo de Deus.
esta viso interior que produz nas almas a pena que sofrem no purgatrio.
Estado de Graa: A alma foi criada com todas aquelas condies para
alcanar a purificao, sem contaminar-se com nenhuma mancha do pecado e
viver como Deus ordenou.
Ao contaminar-se pelo pecado original, a alma perde seus dons e graas e
morre. A alma s pode ser ressuscitada somente em Deus.
Deus ressuscita a alma tambm, por outra graa especial. Para conduz-la
a seu estado primitivo, criou o purgatrio com ato de amor. Este ltimo estado
vai consumindo as imperfeies.
Reflexo
As duas chamas ardentes esto em jogo. A chama do purgatrio, purificando a alma manchada pelo pecado, e por sua vez a chama da alma queimando de amor por Deus.
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Na medida que a alma vai se purificando, o amor vai crescendo fortemente em busca de Deus.
Deus faz ver s suas queridas amigas que o fogo do purgatrio ardoroso
e no vingativo. Portanto, criou o purgatrio somente por amor puro. Tal o
interesse de Deus Criador que, com muito amor, criou a criatura humana em
estado de inocncia e pureza. O amor de Deus foi to grande que no arrefeceu
e criou o fogo do purgatrio para recuperar o estado primitivo, restituindo a
graa sublime da criao.
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III PARTE
As Videntes e Instrues Dadas Pelas Almas
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Esmola
Um homem conhecido de Ana morreu, e ela o viu nas chamas do purgatrio, salvo do inferno pela Divina Misericrdia de Deus, porque socorreu um
pobre que o importunava muito, pedindo esmola.
Grande Arrependimento
Ana viu um conde, cuja vida se passou em delcias e divertimentos, que,
na hora da morte, teve um grande arrependimento e se salvou, mas devia sofrer
no purgatrio tormentos incrveis, tanto quanto passou neste mundo sem se
preocupar com a penitncia e com a salvao eterna.
Grande Virtude
Ana viu homens de grande virtude sofrendo, porque se deixaram levar
pela vaidade e amor prprio, muito apegados aos elogios e amizade dos grandes da terra.
O Papa em Agonia
Um dia Nosso Senhor lhe disse:
Levanta-te e reza para o meu vigrio na terra. Est na hora de comparecer-Me para prestar contas. Ana sufragou a alma do Papa e depois a viu como o
rubi, ainda no de todo brilhante, pois lhe faltava se purificar mais.
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Divina Justia
Faleceu em Bona o Cardeal Dria, que deixou grande fortuna, e naturalmente celebraram-se por sua alma centenas de missa. Foi revelado Beata Ana
que as missas celebradas pela alma do Cardeal eram aproveitadas pelas almas
dos pobrezinhos abandonados, que no tinham quem mandasse celebrar por
elas. Viu-se, assim, a Divina Justia, que no olha a riqueza nem as possibilidades dos ricos em arranjar sufrgios, com descuido, s vezes, neste mundo, da
verdadeira penitncia.
Complacncias e Elogios
Viu Ana, no purgatrio, um sacerdote muito estimado por suas virtudes
e sobretudo pelas brilhantes pregaes que fazia, e o tornaram admirado por
todos. Sofria muito este pobre Padre.
Foi revelado Beata Ana que o padre expiava a falta, por procurar com
muito empenho a fama de bom orador e um pouco de vaidade no pregar a
palavra de Deus, sobretudo nas complacncias com os elogios.
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28 A Caminho da Vocao
Biografia
Desde a infncia, compreendi que Deus me pedia um sacrifcio todo
especial.
Quando comecei ir escola, queria saber qual seria este sacrifcio.
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preciso que eu faa um acordo com Deus fazendo esta orao: Senhor,
vs podeis tudo...Fazei que eu encontre um bilhete no qual esteja escrito o
que devo fazer.
Como no houve resposta ao bilhete, fiz a seguinte orao: Vs sabeis
que no minha culpa se no encontro o caminho que escolhestes para mim.
Ao concluir os estudos, pensei: Agora, talvez deva ir para um convento,
quem sabe l que Deus me quer.
Devoo a Almas
Desde a infncia, tinha um grande amor s almas do purgatrio; o mesmo acontecera com minha me que nos dava com freqncia este conselho:
Quando tiverdes uma pergunta importante a fazer, endereai-a s almas do
purgatrio; so as melhores ajudas.
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Podemos acreditar ou no ?
H dois extremos igualmente prejudiciais, a saber: a leviandade e o ceticismo.
Aceitar toda espcie de aparies sem examinar criteriosamente, atravs
dos telogos ou autoridades eclesisticas ou superiores competentes no assunto no passa de leviandade.
Qui cito credit, levis est corde. Isto , quem acredita facilmente, leviano de corao ou um esprito leviano.
Ao contrrio, o cptico aquele que duvida de tudo, nega por orgulho.
Qui incredulus est infideliter agit, isto , quem incrdulo age de maneira infiel.
necessrio um equilbrio, neste caso, entre os dois extremos: a leviandade e o ceticismo.
Uma alma humilde e obediente nunca pode se enganar. A boa Doutrina
da Igreja esclarece que s se d por uma especialssima permisso de Deus, nas
seguintes circunstncias:
- raras vezes
- para dar um ensinamento
- para dar lio aos vivos
- para pedir socorro e sufrgio
- por uma graa especial
- por um milagre.
(Extrado do folheto: O purgatrio, Mons. Ascnio Brando)
Comunicao
Desde que nossa alma se separa do corpo, pela morte, no tem mais rgos para se comunicar com os homens.
puro esprito e s por um milagre pode se tornar visvel aos nossos olhos.
O milagre das aparies encontramos na Sagrada Escritura. Eis os
exemplos:
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Quando tudo acabou, dei-me conta de que apenas trs horas se passaram.
s vezes, devia sofrer apenas cinco minutos, mas como me parecia longo aquele tempo.
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As almas querem purificar-se no purgatrio como ouro no cadinho. Somente uma alma luminosa, perfeita pode ir ao encontro da luz eterna e da perfeio divina, para contemplar Deus face a face.
Reflexo
A nossa atitude evitar tudo que possa humilhar o nosso prximo, omitindo as crticas ferinas e maldosas, mal juzo, questinculas que provocam ressentimentos ou mgoas ou ainda tristeza profunda.
Diz o provrbio: Aquilo que no queremos para ns no devemos querer
para os outros.
Quem despreza o seu prximo, peca. (Prov. XIV, 21)
Jesus, no entanto, nos advertiu qual deve ser o nosso comportamento, no
tocante caridade. Vejamos:
Se vocs amam somente aqueles que os amam, que recompensa vocs
tero? Os pecadores no fazem as mesmas coisas? E se vocs cumprimentam
somente seus irmos, o que que vocs fazem de extraordinrio? Os pagos
no fazem a mesma coisa? (Mt. V,46-47)
Outra pergunta feita Vidente: Quais as obras que tm a maior recompensa no cu?
Segundo a Vidente Ana, so as obras da caridade. Pecamos, muitas vezes,
no s por palavras, mas por obras, deixando de praticar a caridade ao prximo, quando est em nosso alcance.
Jesus, porm, mostra o prximo narrando a parbola do homem que foi
assaltado, quando ia descendo de Jerusalm a Jeric.
Depois de contar a parbola Jesus perguntou: Na sua opinio, qual dos
trs foi o prximo do homem que caiu nas mos dos assaltantes? O Doutor
da Lei respondeu: aquele que praticou a caridade para com ele. Ento Jesus
lhe disse: V e faa a mesma coisa. (Lc X, 37-37)
Ns sabemos quem o nosso prximo. Mas o que nos impede de praticar
a caridade o comodismo, a vaidade, a discriminao e o egosmo. Ainda no
vibrou aos nossos ouvidos a resposta de Jesus ao Doutor da Lei.: V e faa a
mesma coisa.
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Onde comea?
Comea no pensamento. preciso aprender estas coisas, desde a infncia, e procurar afastar imediatamente os pensamentos contrrios caridade.
Tais pensamentos sejam combatidos e assim se julgar os outros sem caridade.
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Reflexo
No apeguemos nossos coraes ao que temporal. De tudo que passa
no levaremos nada... Tudo passa e mais rpido do que pensamos. S levaremos nossas boas obras. evidente que precisamos dos bens terrenos para viver,
mas a questo no apegar a eles o corao; eis o problema. Este o sentimento
e o escopo das aparies das almas do purgatrio, como todas as outras revelaes particulares.
o nico motivo pelo qual Deus permite tais contatos sobrenaturais.
O bom Deus misericordioso se digne dar-nos sua bno e a sua graa para
podermos tirar proveito.
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Reflexo
Somente a palavra Me J diz tudo. Pois me significa amor, compaixo e
compreenso. Maria SS. Mergulhou no mar de sofrimento, mormente por ocasio da Paixo de seu Divino Filho. Ela demonstrou amor causa da Redeno
compassiva e com muita compreenso participa do Mistrio da Salvao.
Portanto, Ela merece o simptico ttulo de Me de Misericrdia, Vida,
Doura, Esperana nossa, Salve.
Reflexo
J pensou que, com to pouco esforo, podemos socorrer tantas pessoas
que morrem durante o dia, dependendo a sua salvao somente de uma pequena ajuda de trs Ave-Marias com a orao dos moribundos?
Vale rezar tudo pelos agonizantes, pela manh e noite.
oportuno rezar por aqueles que esto deixando a terra.
um ato de caridade excelente. mais que uma esmola.
um presente valiosssimo salvar uma alma que est beira do abismo
do inferno.
No custa nada colocar na nossa devoo diria a prtica das Ave-marias
com a orao dos agonizantes.
Pesemos na balana da justia a salvao dos que deixam o mundo
para sempre.
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Quando h embuste?
Algum fez perguntas sobre o destino de uma pessoa dizendo o nome, a
data do nascimento e da morte. A resposta foi: Est ainda no purgatrio. A
pessoa, ento, me disse, zombando de mim: Desta vez claro que tudo isso
enganao, aquela mulher ainda vive. Pensei: Como pode uma alma dizer-me
que esta mulher estava no purgatrio?
Procurei o meu Diretor Espiritual e lhe disse: No quero mais fazer perguntas, h alguma coisa que no coincide.
Com calma, tranquilidade me respondeu: Quando tiver ocasio novamente de falar com aquela alma, diga-lhe: Em nome de Jesus, ordeno-te dizerme por que me deste uma resposta errada, uma vez que esta pessoa est viva.
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39 A Vidente Irm M. D. I. C.
Biografia
Todos que a conheceram, sem nota discordante atestam que ela nunca
deixou de praticar todas as virtudes crists, at ao herosmo, muitas vezes. Era
tima religiosa. Como diretora de um pensionato, exerceu grande influncia
sobrenatural sobre as almas; todas a chamavam de verdadeira Santa. Trata-se
da irm M. D. I. C.
Todas as testemunhas atestam que era dotada de um juzo muito reto, era
muito equilibrada e de muito bom senso. Alm do mais, nunca desejou vias
extraordinrias, e, ao contrrio, procurou se convencer de que era duvidoso
o que era obrigada a ouvir, e alegava ser coisa diablica, declarando que no
queria sair da via comum, desejava ser como toda gente e passar desapercebida.
Enfim, com isto ela aproveitou muito na vida espiritual, e todos testemunham quanto se santificam com estas visitas ao purgatrio. Faleceu em 02 de
maio de 1917.
Quem a Irm M. G. ?
Trata-se da Irm religiosa do Convento de V. que tem por iniciais M.G.
Faleceu no dia 15 de fevereiro de 1871, vtima de sua dedicao, com 36 anos
de idade.
A Irm M.D.I.C. ouviu junto de si, de repente, em novembro de 1873,
uns gemidos muito prolongados. Assustada, exclamou: Que no aparea, mas
me diga quem !
Nenhuma resposta. E os gemidos no cessaram, e cada vez mais misteriosos.
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IV PARTE
O Purgatrio Atravs das Aparies
(Revelaes da Irm M. G. Irm M. D. I. C.)
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Grande Purgatrio
Esto no grande purgatrio os grandes pecadores e os que ficaram toda a
vida afastados de Deus pela indiferena. E bem assim os religiosos que no foram fervorosos. E l as oraes que se fazem por estas almas no so aplicadas.
Elas foram indiferentes para com Deus, em vida, e as deixa numa espcie de abandono, a fim de que elas recuperem assim a sua vida que foi nula.
Portanto, no grande purgatrio, as almas no recebem as oraes de algum,
expiam sua longa indiferena, penas inauditas, abandonadas, sem oraes, e se
as fazem por elas no as podem aproveitar.
Segundo purgatrio
Encontram-se as almas que morrem culpadas de pecados veniais, no expiados antes da morte, ou ento em pecados mortais perdoados, mas sem a
satisfao devida.
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Terceiro purgatrio
o trio ou o vestibular do Cu. Muitas pessoas muitos piedosas tm
medo de Deus e no desejam bastante o cu com ardor. Este purgatrio tem
seu martrio bem doloroso como os outros. Estar privado da visita do Bom
Jesus, que sofrimento!
Ah! Ningum pode imaginar o que seja o purgatrio!
preciso ser muito bom e ter compaixo das almas. O maior sofrimento
que possa ter uma alma que ama verdadeiramente a Jesus no am-lo.
Entre os dois purgatrios o primeiro o maior, o segundo, porm, menor, segundo a Irm M. G.
Reflexo
Meditando sobre o grande purgatrio, a Irm M. G., que experimentou
o terrvel sofrimento, aconselha-nos muito fervor e freqncia Santa Missa.
Do contrrio, aps a morte, as missas que forem celebradas em nosso sufrgio
Deus aplicar para outras almas necessitadas, e permanece indiferente.
Acontece a mesma coisa, quando somos tbios ou frios nos nossos deveres
para com Deus.
Aproveitemos, enquanto temos vida, a oportunidade para merecer a recompensa eterna, participando do Santo Sacrifcio da Missa, com a devida
freqncia e fervor, para usufruir, aps a morte, os sufrgios das missas a
nosso favor.
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e pagos. Os pagos, ao contrrio, tm um purgatrio mais suave, mas recebem menos socorros e sua pena dura mais tempo. Os catlicos recebem mais
socorros, e so libertados mais rapidamente. Viu tambm muitos religiosos e
religiosas que ali estavam, por causa de sua tibieza na f e pela falta de caridade.
Ela viu as que pecaram contra a pureza, uma chama vermelha.
At crianas de seis anos podem ser castigadas a sofrer longo tempo o
purgatrio.
Cada alma punida segundo a natureza de suas culpas e o grau de apego
ao pecado cometido.
A intensidade dos sofrimentos no a mesma para todas as almas. Um
dia de purgatrio rigoroso mais terrvel que 10 anos de purgatrio leve.
A durao das penas muito variada.
H almas que tm que sofrer at o juzo final. Outras almas, porm, passam meia hora ou at menos. (Viso da Vidente Maria Simma)
Oh! Se soubessem e pensassem o que o purgatrio e se soubessem que
amargura pensar que a gente aqui est por culpa prpria.
Estou aqui h oito anos, e parece-me que j faz dez mil anos, disse a
Irm M. G.
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Qual no h de ser o reconhecimento, a gratido, que foram assim arrancadas das garras do demnio!
O modo de ver das almas muito diferente do modo de ver da terra.
S possvel, quando a alma deixa o corpo.
Reflexo
O mundo uma espcie de purgatrio. mil vezes melhor fazer o purgatrio aqui do que deixar para fazer depois da morte. Quem nos lembra a
Irm M. G. Pois o purgatrio aqui na terra menos doloroso e muito mais
meritrio. O sofrimento, quando aceito de boa vontade, tem como garantia
a entrada no Cu sem expiao, assim confirma a alma que j passou pelo purgatrio e sabe muito bem quo terrvel o sofrimento. A experincia da Irm
nos adverte encarecidamente. Soframos o quotidiano passageiro e benigno e
evitemos os tormentos cruis do purgatrio.
43 O Fogo do Purgatrio
um fogo como o da Terra?
Sim, responde a Irm M. G., com esta diferena: o fogo do purgatrio
uma purificao da justia divina, e o da terra bem doce comparado com o
do purgatrio. uma sombra junto dos grandes braseiros da divina justia.
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Reflexo
O fogo do purgatrio um fogo de purificao.
A Irm M. G. afirma que a alma sofre como se ela tivesse corpo para
sofrer.
O fogo em si tem a propriedade de queimar, consumir e reduzir a cinzas,
quando se trata de matria orgnica. Quando, porm, se refere ao esprito, o
fogo queima, faz sofrer, atormenta, mas purifica, limpa, restitui ao estado primitivo, a pureza original.
Diante da realidade do fogo, qual ser a nossa opo: sofrer no fogo terrvel do purgatrio ou sofrer no fogo, no vale de lgrimas da terra?
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O principal tormento consiste na ausncia daquele nico objeto de nossos longos desejos: Deus.
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Reflexo
Segundo a Irm M. G., a nossa alma impelida por duas foras, a saber:
uma nos leva ao Bom Deus, e a outra nos leva expiao. Pois o maior sofrimento da alma do purgatrio no o fogo, mas a privao da viso de Deus.
Devido ao grande desejo de ver Deus, a alma sabe perfeitamente que, para contemplar Deus face a face, sente-se a necessidade imperiosa de se purificar.
Portanto, a alma se lana impetuosamente nas chamas do fogo do purgatrio para se purificar, a fim de ter a felicidade de contemplar Deus, como
Ele .
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Reflexo
A Irm M. D. I. C. d a resposta certa, sem circunlquios, com muita
clareza, a realidade sobre a separao da alma do corpo.
A alma, aps a morte, percebe a sua culpa.
Em ato simultneo, v o semblante da justia lanando a sentena.
Quando a alma culpada, ela se sente aniquilada sob o peso de seus
pecados.
Quando a alma v o Bom Deus, fica esmagada diante de sua presena.
nesta viso que tudo fica claro, tudo se torna transparente, a alma v quanto
tempo perdeu, quando estava na terra, compreende, ento, que deixou de adquirir um grande tesouro para desfruta, por toda a eternidade.
Que tesouro magnfico, segundo o Evangelho: Ajuntem riquezas no
Cu, onde nem a traa nem a ferrugem corroem, e onde os ladres no assaltam nem roubam. (Mt VI 20)
88
- Receber as graas de Deus, com uma profunda humildade, reconhecendo-se indigno delas.
- Estar, quando possvel, sempre na presena de Deus.
Concluso
Aps a separao do corpo, todos ns teremos de comparecer manifestadamente perante o Tribunal de Cristo, a fim de que cada um receba retribuio
do que tiver feito, durante sua vida no corpo, seja para o bem, seja para o mal.
( II Cor. V, 10).
Cada um receber conforme suas obras.
Mas no deixa de ser verdade que cada um receber conforme o que tenha praticado de bom ou de mau, em sua vida, pois o Senhor retribui a cada
um conforme suas obras.
Reflexo
Segundo a Irm M.G., a ao do demnio aproveitar a debilidade mental, a
fraqueza do temperamento e o desequilbrio da imaginao, por ocasio daqueles
que esto em agonia.
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47 Expiao e Desapego
Tudo est em proporo, no tocante s faltas que devem expiar. Algumas
almas se julgam santas, porque experimentam um amor mais sensvel do que
ordinariamente, mas todas estas sensibilidades naturais nada valem. mister
que a alma se eleve e se desapegue, pouco a pouco, de tudo que a cerca e sobretudo de si mesma, de seu amor prprio, das suas paixes, a fim de chegar
unio divina, e s Jesus sabe quanto custa natureza chegar at l.
O corao h de ser triturado, a fim de sair dele todo o amor humano,
alis muito difcil.
Poucas almas compreendem estas coisas.
A alma, quanto mais unida a Jesus, tanto mais ser exata no cumprimento dos seus deveres.
As almas que tm pecados veniais a expiar so de um nmero pequeno.
Estas no ficam muito tempo no purgatrio. Algumas oraes bem feitas, alguns sacrifcios as livram, em pouco tempo.
Deus me concedeu uma grande graa: a de vir pedir oraes, assim fala
a Irm M.G.
Eu no merecia e sem isto eu ficaria aqui anos e anos, como a maioria
das almas.
Deus permite que certas almas tenham grande ternura de corao, enquanto outras so menos sensveis.
Tudo est nos seus desgnios, de Deus, assim fala a Irm M.G.
Reflexo
Expiar purificar-se pela penitncia, aps a morte, pelas chamas ardentes
do fogo do purgatrio.
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Reflexo
A morte repentina, isto , sem esperar, para muita gente uma graa; para
outros tremenda e, afinal, para alguns uma tranqilidade.
uma graa, quando a pessoa est preparada, diariamente, e vive com
pensamento nas coisas de Deus.
um choque, quando apanha a pessoa de surpresa, sem nenhuma preparao, muitas vezes, em pecado.
uma tranqilidade, quando algum prefere tal tipo de morte para no
dar trabalho e preocupao aos parentes, amigos e conhecidos.
Mas, segundo a Irm M.G. revelou, a morte repentina uma manifestao
da misericrdia ou da justia divina.
Vamos pedir a Deus que seu chamamento para a eternidade seja uma manifestao da sua misericrdia e no da sua justia terrvel.
49 As Almas se Comunicam
Irm M.D.C.: As religiosas e as outras da mesma Congregao tm relaes entre si?
Irm M. G.: No purgatrio como no cu, as religiosas da mesma famlia
no esto sempre juntas.
As almas no merecem todas as mesmas recompensas.
Entretanto, elas se reconhecem no purgatrio. Podem tambm, com permisso de Deus, se comunica entre elas.
Irm M.D.I.C.: Pode-se receber uma orao em pensamento de um amigo
defunto e lhe dar a conhecer a saudade que se tem dele?
Irm M. G.: No purgatrio como no cu, pode-se fazer chegar at aqui a
lembrana e as saudades da terra, mas, como vos disse, no so teis s almas
do purgatrio, porque elas sabem e conhecem as pessoas que se interessam por
elas na terra.
Deus permite, algumas vezes, que delas se possa receber algum conselho,
alguma advertncia.
Assim, o que vos disse, diversas vezes, a respeito de So Miguel foi da parte de Deus e, tambm, o que vos disse do vosso pai espiritual.
Todas as comisses que me destes, algumas vezes, para o outro mundo, eu
as fiz sempre, mas tudo isto subordinado vontade de Deus.
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Reflexo
Antes de tudo, as almas se comunicam entre si, quando Deus permite. A
sua comunicao sem palavras, maneira prpria dos espritos.
As almas sabem e conhecem as pessoas que se interessam por elas, na terra.
As almas comunicam-se com as pessoas da terra, com a permisso de
Deus.
Elas no conhecem as faltas umas das outras, a no ser que haja interveno de Deus.
S quem pode consolar e aliviar as dores das almas somente Deus e mais
ningum, a no ser quando rezamos por elas, fazemos penitncias a favor delas.
Mas h uma dor comum que elas sentem, a ausncia de Deus. Alis, o maior
sofrimento no purgatrio.
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Reflexo
Ao tomar a refeio, dizei: Meu Jesus, alimentai a minha alma com a
vossa graa, assim como eu alimento agora o meu corpo.
Ao lavar o rosto ou as mos: Meu Jesus, purificai a minha alma como eu
fao com meu corpo.
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Reflexo
No h santidade sem sofrimento.
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No Purgatrio se ama?
Sim, mas um amor de reparao, e se ns tivssemos amado a Deus
como deveramos, na terra, no seramos to numerosos e no haveria tantas
almas no purgatrio.
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O meio mais infalvel para chegar depressa unio com Jesus o amor,
mas o amor unido ao sofrimento.
Jesus envia alma que ama sofrimento, penas sobre penas, a fim de desapeg-la de tudo que a cerca...
Ento, pode falar ao corao.
A Irm M.G. aconselha a dizer, muitas vezes, durante o dia, as seguintes
oraes:
- meu Deus realizai em mim os vossos desgnios!
- da-me a graa de no pr obstculos a vossa vontade!
- meu Jesus, eu quero o que vs quereis, e tanto tempo quanto quiserdes!
As almas do purgatrio sofrem com pacincia admirvel e louvam a Misericrdia Divina, graas qual escaparam do inferno. Sabem que merecem
sofrer e deplorar suas culpas.
Quem pensa, em vida, que o purgatrio seja pouca coisa, e aproveita
para pecar sofrer duramente.
Reflexo
Ns temos que tender perfeio: sede perfeitos como meu Pai
perfeito.
Aproximar-se da perfeio exige de ns muita firmeza de carter e muito
sacrifcio. Ora, o sacrifcio uma espcie de martrio. Por conseguinte, exige de
nossa vida quotidiana muita renncia para ter bastante disposio a pender
perfeio. atravs da renncia que chegaremos unio com Deus.
A irm M.G. fala que Jesus Se sente insultado e ofendido com os pecados
que cometem as almas que Lhe so consagradas.
Ns, como pessoas consagradas, com urgncia, temos que reparar prontamente tais insultos, tais ofensas, principalmente o desprezo das comunidades
religiosas e a indiferena do clero.
Como culpados, temos que reagir contra tais afrontas, tal frieza e tal indiferena, aproveitando a graa de estado, a prtica de pequenas renncias e
mxime penetrar bem no fundo da realidade da vida misteriosa, no tocante ao
purgatrio.
Com a fora da meditao sobre o purgatrio, alcanaremos a vida eterna
que tanto almejamos.
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V PARTE
Como Evitar o Purgatrio
101
Reflexo:
Afinal, mais uma maneira de diminuir o nosso tempo de purgatrio:
a. Fazer a nossa confisso freqente;
b. Comungar e assistir Santa Missa diariamente.
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10 Para fixar o esprito na presena de Deus, tomai cada dia uma das 14
estaes da Via-Sacra e pensai bastante nela. Jesus gosta que nos lembremos do
que Ele sofreu por ns.
11 Nos dias de festa, tomai um dos Mistrios Gloriosos.
12 Pensai tambm, muitas vezes, na Eucaristia e na vida oculta de Jesus,
no Tabernculo.
Reflexo
Tudo passa e passa depressa. No tenhamos tanta preocupao pelas
coisas que um dia ho de acabar. Olhemos sempre o que nunca mais h de acabar. Por nossas aes santas unidas a Jesus, embelezemos nosso trono no Cu.
Faamos o nosso trono mais alto, alguns degraus mais prximos daqueles
que haveremos de contemplar e amar por toda a eternidade.
104
Reflexo
A criatura humana, idealizada nos planos Divinos para viver a vida plena
natural, foi criada no estado de graa e santidade, com o dom da liberdade,
para, depois de certo tempo, ser introduzida na plenitude da felicidade eterna,
o Cu, sem passar pela morte.
Enquanto o Criador coloca no mundo a humanidade no estado de graa
e felicidade, o homem no corresponde com os planos divinos, desobedece e
perde, portanto, a felicidade eterna prometida.
Mas Deus no abandona a criatura humana, enviando o seu Divino Filho
para resgatar a humanidade, atravs da Redeno.
Infelizmente, o homem abusa da graa da Redeno e se entrega ao pecado, com toda sua malcia e maldade. A justia e a misericrdia entram em jogo,
para conseguir e solucionar a situao do homem decado.
A justia Divina retssima, e a misericrdia Divina infinita e sobrepuja
ao pecado. Ento, Deus inventa um meio eficaz e decisivo que denominamos
de Purgatrio, a fim de purificar a alma de toda mancha, por meio do fogo
expiador.
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57 A Graa de Deus
Deus concede as suas graas a quem lhe apraz. A graa de Deus um
dom gratuito. Devemos viver para fazer a vontade de Deus. Pois no deveis
viver seno para Deus.
Procurai, em toda parte e sempre, a glria de Deus. Procurai o reino de
Deus. Nada deveis fazer que no seja para agradar a Deus.
Antes de cada, ao recolher-se um momento e ver se coisa que agrada
a Deus.
Deus no recusa as graas que Lhe pedem, numa orao bem feita. Ele
no falta com suas graas divinas.
Fazei todas as vossas aes com olhar em Deus. Eu vos digo: consultaiO, antes de tudo o que tiverdes de fazer ou dizer.
Quando Deus quer uma alma s para Ele, espreme-a como s uvas, a
fim de vencer as suas paixes, os seus defeitos. Ento, Jesus acumula as graas
escolhidas e a inunda de seu amor.
Tomai como prtica a presena de Deus, olhando com pureza e reta inteno.
Vejo o Bom Deus como vs com olhos da f, mas a nossa f muito mais
viva do que a vossa. Pois ns sabemos bem o que o bom Deus.
Ai! Se soubssemos como desejo ver a Deus.
(instrues da Irm M.G.)
106
Reflexo
Mortificai vosso esprito, vossa lngua, isto ser mais agradvel a Deus
que as mortificaes do corpo que,muitas vezes, procedem de nossa vontade.
preciso chegar ao despojamento de todas as coisas para no atender seno a
Deus.
Mortificai-vos no corpo, mas, sobretudo, no esprito. Esquecei-vos.
Fazei um ato total de abnegao de vs mesmos. Nunca repareis no que
fazem os outros. O Bom Deus no pede a mesma perfeio a todas as almas.
Repito: mortificai-vos no corpo, mas sobretudo no esprito.
No vos canseis jamais de trabalhar. Recomeai, cada dia, como se tivsseis de comear e no tivsseis feito nada.
Esta renncia perptua da prpria vontade de seus cmodos, e da maneira prpria de ver, um longo martrio, mas muito meritrio e muito agradvel
a Deus. (Da Irm M.G.)
107
Reflexo
Jesus no Tabernculo a expresso viva do amor para com os homens.
Depois de realizar a obra grandiosa da Redeno, o Seu amor no estancou,
foi mais longe. Nos seus planos divinos, quis permanecer entre ns, de uma
maneira duplamente oculta, a saber, sob as espcies de po e vinho, escondido
dentro de um Tabernculo.
108
Reflexo
Para no ser to pesada a nossa dvida no Purgatrio, devemos sacrificar
em vida o prprio EU.
Para ser santa tem que renunciar ao EU humano, viver de sacrifcios,
receber as graas de Deus com profunda humildade, colocando-se na presena de Deus. No h santidade sem sacrifcio. E acrescento que a essncia da
santidade sacrificar o EU humano, que deve ser inteiramente despojado.
A Irm M.G. aconselha que faamos o Purgatrio aqui na terra. Mas, infelizmente, alguns, por falta de generosidade, vo terminar o seu sofrimento
no Purgatrio real.
Outras almas deixam de fazer o seu Purgatrio, neste mundo, unicamente
por comodismo e apego s coisas materiais.
Sim, h almas admirveis, porm muito raras, que j passaram o seu Purgatrio, aqui neste mundo.
Diz Santa Catarina de Gnova:
Tenho medo de mim mesma, isto , medo do amor prprio e da iluso
prpria. Tenho que fugir de mim mesma, de outro modo no suporto o meu
prprio EU.
Eu penso, demasiadamente, no meu EU em vez de pensar em Jesus.
Ela tem razo. O EU perigoso, traioeiro, manhoso, no merece confiana.
como um verme que alimenta a enfermidade.
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Hipocrisia
Em outra vez, observei muitas almas pelas quais ningum reza por elas.
So almas que, em vida, foram consideradas piedosas e queriam parecer como
tais. Estas sofrem muito no Purgatrio.
Seria um alvio para elas se suas faltas, que sabiam esconder com astcia,
fossem conhecidas na terra. Por estas almas os fiis rezam pouco ou nada, pois
julgam-nas no Cu.
Por isso o Salvador me incumbiu de rezar, sofrer por elas e expiar-lhes as
hipocrisias.
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Caridade
A caridade deve ser divina e no humana.
A verdadeira caridade no conhece simpatia, e sim, o amor. A verdadeira
caridade procura fazer bem a Jesus. Lembre-se da expresso proferida no Evangelho: a mim o fizeste este o grande e condescendente Eu de Deus.
Reflexo
A piedade no suporta a falsidade, por isso Jesus foi severo com os hipcritas do seu tempo. Foi reprovado o fingimento da elite religiosa de Jerusalm,
com a parbola dos dois homens que foram ao Templo para rezar.
A piedade repugna a malcia e a injustia. Pela prpria origem da palavra,
cumprimento religioso. Muitos cristos se servem da piedade para ser respeitados e elogiados. Portanto, de tais cristos o Evangelho no s critica os
elementos religiosos, mas tambm condena como Cristo condenou os fariseus
com expresses fortes, veementes, corajosas, chamadno-os de sepulcros caiados (Mt. XXIII, 27), serpentes, raa de cobras venenosas (Mt. XXIII, 33),
doutores e fariseus hipcritas (Mt. XXIII, 14), guias cegos (Mt. XXIII,16).
A falsidade era tanta que Jesus confirmou a expresso do profeta Isaas,
que profetizou muito bem sobre eles, quando disse: Esse povo me honra com
os lbios, mas o corao deles est longe de mim (Mt. XV, 7-8).
Para no cair nas exprobaes ditas por Cristo aos doutores e fariseus de
seu tempo, que a nossa piedade seja, antes de tudo, filial e de santo temor a
Deus. Que as nossas aes sejam realizadas com o esprito elevado, oferecendo
tudo a Deus.
61 Chamas do Amor
Segundo a Doutrina do Doutor Serfico da Igreja, So Francisco: As almas do Purgatrio esto numa contnua unio com Deus, fazem a vontade de
Deus e por isso so impecveis. Elas amam a Deus, so consoladas pelos anjos.
Apesar de o sofrimento ser bastante intenso, elas gozam de uma paz profunda
e perfeita.
111
Reflexo
Segundo o esquema exposto de nosso simptico So Francisco de Sales,
que to bem escreveu a realidade da vida do Purgatrio:
H realmente no Purgatrio verdadeira unio das almas com Deus.
Esta unio to forte que a alma se torna impecvel. Pois as almas amam
a Deus acima de tudo. De tal modo que a caridade se torna mais forte do que
a prpria morte.
As almas se acomodam, isto , fazem a vontade de Deus como Ele quer e
aceitam quanto tempo de sofrimento sem se queixar.
Da, as almas, apesar das terrveis chamas ardentes e purificadoras, no entanto, sentem profunda e perfeita paz em Deus, porque tm a certeza absoluta
da sua salvao.
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So Francisco de Sales
VI PARTE
Meios de Aliviar e Libertar as Almas do Purgatrio
62 Sufrgios pelas almas
a) Conceitos
A palavra sufrgio vem do verbo latino suffragari que significa dar o seu
voto ou louvar, favorecer.
Sufrgio tudo que possa favorecer em benefcio de algum.
Portanto, as almas podem receber os nossos sufrgios, atravs da Santa
Missa, da Via-sacra, das boas obras, como sejam esmolas, jejum, visita ao SS.
Sacramento, Comunho, visita ao cemitrio ou mesmo uma pequena orao
ou jaculatria que faz tanto bem! Ela refrigera como um copo dgua fria dada
a uma pessoa que est com muita sede.
Segundo a Irm M. G.: Uma alma religiosa pode aliviar as almas de seus
defuntos, parentes ou amigos, com as aes praticadas com grande pureza de
intenes, muito mais do que pelas oraes.
No Purgatrio, ns no recebemos as indulgncias que nos so aplicadas, seno maneira de sufrgios e como Deus o permite, e segundo as suas
divinas disposies.
verdade: quem est no purgatrio no tem apego aos pecados, mas
no estamos sob o reino da misericrdia, mas sob o imprio da justia e desta
justia recebemos o que Deus quer que nos seja aplicado.
b) Maior Sufrgio
A Santa Missa o maior sufrgio a favor das almas.
O Santo Sacrifcio da Missa, o Sacrifcio por excelncia, a renovao do
Calvrio que salvou o gnero humano.
A Igreja colocou a memria dos mortos no ato da Missa, em que a Divina
Vtima est presente sobre o altar. a melhor, a mais eficaz, a mais rpida maneira de aliviar e libertar as almas dos nossos queridos mortos.
115
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Reflexo
Segundo a revelao da Irm M.G., a alma no purgatrio no est sob
o reino da Misericrdia, mas sob o imprio da justia. Realmente, enquanto
estamos na terra, temos a nosso favor os benefcios da misericrdia de Deus.
Aps a morte, porm, no contamos mais com a bondade divina, mas
com o rigor da justia. O maior sufrgio a favor das almas a celebrao da
Santa Missa, porque nela celebramos a renovao do santo sacrifcio do altar.
O melhor sufrgio, o mais eficaz, o mais rpido, o mais seguro, tanto para
aliviar como para libertar, o sacrifcio da Missa.
Quanto assistncia Santa Missa, a Irm adverte que as missas assistidas
com devoo, durante a vida terrena, valem mais do que as Missas celebradas a
nosso favor, aps a morte.
Portanto, no percamos tempo, vamos Missa assegurar as vantagens espirituais que nos oferecem, enquanto temos vida.
Quanto educao religiosa das crianas, a Irm lembra que elas so indolentes e desobedientes porque no acompanham os pais Santa Missa. Eis o
motivo: nenhum pai, nenhum professor de religio, nenhum catequista pode
plantar no corao da criana aquilo que Jesus Cristo lhe d em graas, durante
a missa e a comunho.
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Reflexo
No caso de So Vicente Ferrer, d para impressionar bastante, a reduo
para trinta dias, em vez de vrios sculos. Diante de tamanha reduo, bem
podemos avaliar como a Santa Missa de valor infinito.
No caso de Santo Anselmo, uma advertncia preciosa para melhor
aproveitar os benefcios e as graas que tem uma Missa. Uma s Missa enquanto vivo, que mil depois de morto. Pois, aps as exquias, o morto cai no
esquecimento.
Demos valor Santa Missa e aproveitemos, enquanto est ao nosso
alcance.
A Vidente Simma revela: o auxilio mais precioso que podemos dar s almas , sem dvida, a Missa, mas na medida que os mortos a estimaram, quando
vivos. Isto vale no s para a Missa de preceito (Domingos e Dias Santos), mas
tambm as dos dias da semana, quando podem assistir sem prejudicar as ocupaes profissionais. Caso no seja possvel, mande um membro da famlia.
64 O Maior Sufrgio
A Santa Missa de todos os meios o mais poderoso e mais eficaz.
E aqui citemos os Santos confirmando a eficcia da Santa Missa em sufrgio pelas almas:
- So Jernimo: Diz o Santo: A cada Missa celebrada com devoo saem
muitas almas do purgatrio. E, durante a celebrao, quando aplicada a elas,
no sofrem tormento algum.
- So Joo Maria Vianey. Conta-se que o santo sacerdote orava por um
certo amigo que ele sabia est no Purgatrio. Ento, veio lhe a idia de que
no podia fazer nada de melhor do que oferecer por sua alma o Santo Sacrifcio
da Missa. Ao chegar o momento da consagrao, tomou a hstia entre as mos
e disse: Pai Santo Eterno, faamos uma troca.
Vs tendes a alma do meu amigo que est no Purgatrio, e eu tenho em
minhas mos o corpo do Vosso Filho.
Pois bem, livrai meu amigo, e eu ofereo Vosso filho com todos os mritos de sua Paixo e Morte.
Resultado da Prece: No momento da Elevao, ele viu a alma de seu
amigo, todo radiante de glria, subindo ao cu.
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65 Comunho
Comunho Sacramental
A comunho o segundo meio de aliviar as almas do Purgatrio.
Pela recepo da Sagrada Comunho, ficamos unidos a Jesus Cristo,
duma maneira to ntima que cada um de ns pode exclamar como Paulo
Apstolo. No , no sou eu que vivo, Cristo que vive em mim.
Ento, a nossa carne torna-se a sua prpria carne, o seu corao faz palpitar o nosso, o seu sangue em nossas veias, a sua Divindade vive em ns, somos
outro Cristo!.
Eis a orao suplicante:
Deus protetor dos aflitos, olhai por mim, a verei a face de Vosso Cristo. No , no sou eu que falo e que peo, Jesus, Vosso prprio Filho, que fala
e que pede por mim. Ele que por mim d a libertao de meus pais, amigos,
irmos e bem-feitores, libertao das almas abandonadas. Eu estou seguro,
pai misericordioso, que no rejeitareis estas justas splicas, porque o semblante, as oraes, as lgrimas, o sangue de Cristo tm uma voz onipotente para
apaziguar a Vossa justia e obter o Vosso perdo! Amm.
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Comunho espiritual
Se no fizer, muitas vezes, a Comunho Sacramental, isto , receber realmente a Jesus Cristo em nosso corao, fazer ao menos a Comunho Espiritual, que consiste no desejo ardente de nos reunirmos ao Divino Salvador e de
recebermos o seu esprito e suas graas.
uma prtica to salutar aos vivos e aos mortos, que Santo Afonso de
Ligrio ousa dizer que se pode haver dela tanto e mais fruto, se for feita com
fervor, do que da Comunho Sacramental feita com frieza.
Tem, alm disso, a vantagem de que pode ser feita, todos os dias, a todos
os momentos, de dia e de noite e em todos os lugares, quer profanos, quer
sagrados. No este um meio simples, fcil e poderoso de socorrer os nossos
queridos?
Orao da Comunho Espiritual Jesus, eu creio que estais aqui presente, amo-Vos, desejo-Vos, uno-me a Vs de esprito e de corao, esperando
que eu possa receber-Vos realmente.
Abenoai-me, abenoai tambm as almas que tanto padecem no Purgatrio. Sim, Senhor, chamai os Vossos filhos e os nossos irmos ao repouso
eterno.
Que Vossa luz, que jamais se apaga, resplandea sobre todas as almas!
Amm!.
Poderoso Valor da Santa Missa
- Em toda Missa, pode-se diminuir a pena temporal devida aos teus pecados e diminu-la mais ou menos consoante o teu fervor.
- Perdoa os pecados veniais no confessados, dos quais, porm, te arrependeste.
- Diminui o imprio de satans sobre ti.
-Sufraga as almas do Purgatrio da melhor maneira possvel.
- Uma s Missa, a que houveres assistido em vida, ser mais salutar que
muitas a que outros assistiro por ti, depois de tua morte.
- Toda missa diminui o teu Purgatrio.
- A Missa preserva-te um grau de glria maior no cu.
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- Segundo So Jernimo Nosso Senhor nos concede tudo o que Lhe pedimos, na Santa Missa, e o que mais vale que nos d ainda o que nem sequer
cogitamos pedir-Lhe.
- Segundo So Joo Vianey: Se conhecssemos o valor da Santa Missa,
que mpeto no teramos em assistir a ela!
Reflexo
O valor e o poder que tem a Comunho Sacramental.
Esta devoo tem valor no que toca unio com Jesus Cristo.
Pois ocupa o primeiro lugar tal devoo porque devemos estar na graa
de Deus.
Alm da disposio na graa de Deus, para ser frutuosa, tem que haver
total desprendimento das coisas materiais e de afetos humanos. Comungar sacramentalmente receber o corpo, sangue e alma de Jesus. Ento, d-se o que
So Paulo afirma; eu j no vivo, mas Jesus que vive em mim.
Ento, podemos afirmar juntamente com os santos que a Comunho Sacramental capaz de obter o perdo e aliviar os sofrimentos das almas.
Quando no possvel fazer A Comunho Sacramental, fazer pelo menos
a Comunho Espiritual,que consiste em receber Jesus espiritualmente,com ardor e devoo. As condies para bem comungar espiritualmente tm que se
revestir das mesmas disposies da Comunho Sacramental, a fim de ter o seu
efeito maravilhoso. o meio mais fcil para socorrer as almas. Pois esta devoo pode ser feita em toda parte e em qualquer circunstncia. Basta se recolher
interiormente. salutar tanto para os vivos como para os mortos. Como j vimos acima, Santo Afonso de Ligrio, falando da vantagem da Comunho, que
pode ser feita, todos os dias, a todos os momentos, de dia e de noite e em todos
os lugares, quer profanos, quer sagrados, conclui: prefervel fazer a Comunho Espiritual com fervor a fazer a Comunho Sacramental com frieza.
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Reflexo
No ficar de braos cruzados, diante da realidade do fogo do Purgatrio;
podemos ajudar as almas, de uma maneira faclima. Pois elas no exigem de
ns tanto auxilio material, a no ser uma esmola e uma prece. Entre as oraes
comuns de muito valor a favor das almas est a de percorrer o caminho sagrado
da Paixo e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo: Rezar a Via-Sacra .
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A orao supra citada foi indulgenciada pelo Papa Pio IX e deve ser rezada no incio do exerccio da Via-Sacra.
Os dois pensamentos dos santos completam a nossa reflexo.
Santo Agostinho se expressou bem, quando disse: a orao a chave
que abre o cu. A fora da orao sobe at o trono de Deus, vai diretamente ao
corao de Deus. Faz calar a justia. O amor vence a justia, cede o perdo. A
orao desce do trono de Deus at ao abismo, libera as almas, apaga o fogo que
arde, quebra os laos da priso e entrega felicidade eterna.
Deus ouve as preces a favor das almas. Mais depressa do que as demais
intenes. Vejamos a afirmao de Santo Toms de Aquino, nestes termos:
Deus atende mais rapidamente a orao pelas almas do Purgatrio. Nada perdemos, mas muito lucramos espiritualmente.
67 A Esmola
A esmola uma das virtudes que nos so muitas vezes e mais poderosamente
recomendadas no Evangelho.
- Segundo Santo Toms de Aquino : A esmola possui at um poder de satisfao maior do que a orao. Ou, antes, duplica a fora das nossas oraes, cujo
sucesso nos assegura.
- O Arcanjo Rafael dizia a Tobias: A esmola salva da morte, apaga os pecados, tira alma das trevas, faz-lhe achar graa diante de Deus e lhe assegura a vida
eterna.
- Oh! Sejamos, pois, misericordiosos tanto quanto podemos s-lo. Se possuirmos muito, devemos dar muito. Se tivermos pouco, daremos do pouco que temos.
Importante dar sempre de bom corao.
- um meio muito eficaz para aliviar as almas que sofrem. A caridade a favor
dos pobres sobe at Deus. um doce orvalho que cai nas chamas do Purgatrio.
- Dando esmolas para uma boa obra, pode-se ajudar as almas do Purgatrio.
Portanto, a ajuda s Misses, atualmente, uma obra particularmente boa.
- admirvel economia espiritual, pensando-se em consolar. O dinheiro que
d o po do momento a um miservel deste mundo d, talvez, a uma alma libertada
um lugar eterno, mesa do Pai, no cu.
- O anjo Rafael, companheiro do jovem Tobias, em sua viagem, disse
no final: melhor praticar as esmolas do que acumular ouro. A esmola livra da morte e purifica de todo o pecado. Quem pratica a esmola ter vida
longa(Tobias XII ,8 a 9).
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Reflexo
A esmola um dos meios eficazes para socorrer as almas do Purgatrio,
pois, quando damos esmola ao pobre ou necessitado, estamos dando pessoa
de Jesus Cristo. E quando pensamos em socorrer as almas, atravs da esmola, estamos aliviando-as do fogo purificador, porque elas so amigas de Deus
como so os pobres.
Segundo o Evangelho, a esmola purifica. Eis o texto de So Lucas: Antes,
dem em esmolas o que vocs possuem, e tudo ficar para vocs ( Lc. XI ,41)
Vem o texto de Tobias confirmando: a esmola livra da morte e purifica de
todo o pecado (Tb. XII,9 )
Mas Jesus faz uma recomendao importante, para que a esmola tenha o
seu Valor: Quando voc der esmola, que sua mo esquerda no saiba o que sua
direita faz. (Mt .VI . 3 )
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E Jesus, para que a sua esmola seja recompensada, manda que seja dada s
ocultas. Vejamos o texto: Para que a sua esmola fique escondida, e seu Pai, que
v o escondido, recompensar voc (Mt. VII, 4).
O valor da esmola transparece, quando dada com justia. Mas vale a orao com jejum e a esmola com justia(Pb. XII, 8). Alm de seu valor em si, a
esmola prolonga a vida: Quem pratica esmola ter vida longa (Tb XII, 9).
O que se destaca na esmola ser ela dada com reta inteno, pois livra a
alma da morte e no deixa cair no grande Purgatrio. Eis o texto de Tobias:
A esmola livra da morte e no deixa cair nas trevas (Tb. IV, 10).
68 gua Benta
A gua benta, usada com f e confiana, tem grande valor para o corpo e a
alma, assim como constitui recurso eficiente em favor das almas do Purgatrio.
Por conseguinte, quanto se tem gua benta, asperge-se a si ou um objeto ou
pessoa presente ou ausente; como se de novo subissem ao cu as oraes da
Igreja; as bnos divinas sobre o corpo e a alma, assim como sobre os objetos
aspergidos com a gua benta.
tambm a gua benta uma poderosa arma para dissipar os maus
espritos.
So muitos exemplos demonstrativos do temor, horror que satans e os
demnios tm da gua benta.
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Reflexo
Entre todos os smbolos litrgicos, que servem para benzer os fiis, o mais
frequente e o mais antigo o da gua benta.
Na prpria orao, encontramos a sua finalidade, a saber:
- Para alcanar a proteo divina contra toda enfermidade fsica.
- Para conhecer a graa da converso e do arrependimento dos pecados.
- Para proteger espiritualmente contra todos os males e ataques do
demnio.
A eficcia da gua benta vai mais longe: Alivia o sofrimento das benditas
almas do Purgatrio.
Conta-se que, certo dia, o venervel Pe. Domingos de Jesus aspergiu a
caveira que estava sobre a mesa de sua cela. Com espanto, ele ouviu a caveira
bradar em alta voz suplicando mais gua benta; estava tendo um alvio. Pergunta vidente Maria Simma:
Vale a gua benta para as almas?
Responde a Vidente: a gua benta preciosa, quando usada com f e
confiana. Muitas vezes, vale mais, quando uma gota acompanhada de uma
jaculatria. lamentvel que, em muitas casas, no haja mais gua benta.
Portanto, h oportunidade de, com a mesma gota dgua benta, aliviar as
Almas do Purgatrio.
69 Velas Bentas
O uso de acender velas uma prtica muito antiga.
A vela benta o smbolo da F. Lumen Christi, isto , a luz de Cristo.
Este objeto est na liturgia de uso muito frequente, a saber:
- No Batismo, ela significa a f.
- Na Primeira Eucaristia, significa o cristo professando a F.
- Na Crisma, o cristo iluminado pela luz do Esprito Santo, simbolizando a luz que possui na defesa de sua F.
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Observao Importante
Todos os meios no ajudam as almas da mesma maneira.
Se algum na vida teve pouca estima pela Santa Missa, esta no aproveitar muito a ele, quando estiver no Purgatrio.
Se algum errou de corao, durante a vida, recebe pouca ajuda.
Os que pecaram difamando os outros deviam expiar duramente seu
pecado.
Mas, quem teve bom corao, em vida, recebe bastante ajuda.
Reflexo
Que a vela de nosso Batismo continue sempre acesa at a entrada
na Eternidade. Mas para isso temos que viver as promessas do nosso
Batismo, que so as promessas de nossa f de cristo.
Vivendo as promessas da nossa F, a luz vai sempre arder no corao, vai
sempre iluminar os nossos passos, na estrada da vida, em direo luz
eterna.
A vela da Primeira Comunho a posse de Jesus Lumen Christi.
A vela da Crisma simboliza as luzes do Esprito Santo.
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VII PARTE
Devoo s Almas do Purgatrio
70 Em que Consiste?
Santo Afonso Maria de Ligrio d o sentido da devoo s almas do Purgatrio, na sua pequena obra sobre as almas do Purgatrio.
Vejamos bem o que descreve o Santo:
A devoo s benditas almas consiste em encomendlas a Deus, para
que lhes d algum alvio, no meio das grandes penas que sofrem, e as chame, o
mais depressa possvel, para a sua glria. muito agradvel a Deus e proveitosa
para ns, porque, por um lado, essas benditas almas so esposas queridas de
Jesus Cristo, e por outra parte so elas sumamente gratas para com aquele que
alcana a liberdade de sua priso, ou ao menos lhes procura algum alvio, em
seus tormentos...
certo que essas almas benditas no se acham em estado de pedir em
seu prprio favor, por se encontrarem no Purgatrio penando por suas culpas;
no obstante, podem perfeitamente pedir por ns e alcanar nos abundantes
graas.
Dia de Finados: O dia e a oitava dos defuntos trazem uma alegria no
Purgatrio, e muitas almas se livram:
a - No dia de finados, muitas almas deixam o lugar de expiao para o cu.
b - Por uma graa especial do Bom Deus, s neste dia todas as almas sofredoras, sem exceo, tm parte nas oraes pblicas da Santa Igreja, at mesmo
as do Grande Purgatrio. Mas o alvio de cada uma proporcionado ao seu
mrito. No entanto todas aproveitam essa graa excepcional.
c - Por permisso de Deus, h um sofrimento maior para as almas, quando
as oraes que se fazem por elas no lhes podem ser aproveitadas.
No Purgatrio, no recebem as oraes da terra, se no na medida em que
Deus quer que sejam aproveitadas s almas.
Depende da disposio de Deus.
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Reflexo
Como as benditas almas no podem pedir a Deus em seu prprio proveito, pois j esto pagando a dvida que contraram antes de morrer, agora
esto se purificando no fogo do Purgatrio. Ento elas apelam para ns, a fim
de ajudlas para liquidar a enorme dvida atravs de nossos sufrgios, a saber:
a Santa Missa, a Comunho Sacramental ou Espiritual, a recitao do rosrio
ou do tero de Maria SS., pequenas oraes ou jaculatrias, o ofcio divino,
o exerccio da ViaSacra. Podemos ainda socorrelas fazendo mortificaes,
como programas de televiso, teatro, certas leituras, convvios ou comentrios
sobre a vida do prximo. Por fim, todas as aes comuns do dia-a-dia, tudo
mesmo para a maior honra e glria de Deus, para honra e glria de Maria SS.,
pela prpria converso e das almas do Purgatrio.
Socorro Recproco: Segundo o Cardeal So Roberto Belarmino, os mortos
podem vir em nosso auxlio, conforme a Doutrina do Corpo Mstico de Cristo.
Como os vivos socorrem os mortos, por sua vez, os mortos socorrem
os vivos.
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Reflexo
As almas so santas, benditas e gratificantes. So santas, porque esto sendo purificadas pelo fogo do Purgatrio.
So gratificantes, porque reconhecem o benefcio do sufrgio.
A Igreja militante, que luta para ganhar o cu, lembra que so felizardos
todos aqueles que, em vida souberam consolar as almas do Purgatrio, com
suas oraes e boas obras, exclama So Brgido.
Por tudo que for feito em favor das almas teremos uma recompensa, aps
a morte, ou mesmo nesta vida.
No percamos os benefcios que so acumulados, aps a morte.
Vale a pena ajudar os nossos irmos padecentes.
71 A Voz da Gratido
Segundo revelao atravs da Vidente:
Deus concede, muitas vezes, mais graas por intermdio das almas do
Purgatrio do que pela intercesso dos prprios santos.
Explicase. As almas que esto no Purgatrio foram salvas pela Bondade
Divina e Infinita Misericrdia de Deus.
Elas esto pagando uma dvida, atravs do fogo de purificao.
As almas so santas e benditas.
Para ter um alvio e abreviar os seus sofrimentos, elas apelam para nossos
sufrgios.
Diante da situao em que se encontram, elas no tm merecimento para
diminuir os seus sofrimentos. O recurso pra tal situao a interveno de
nossas oraes e sufrgios.
Viso: Santa Brgida, numa viso, ouviu a voz de um anjo que descia do
cu, para consolar as almas do Purgatrio e repetia:
Bendito seja aquele que, ainda na terra, enquanto vivo, ajuda as almas do
Purgatrio, com suas oraes e boas obras.
A justia de Deus exige que necessariamente as almas sejam purificadas
pelo fogo; e as boas obras dos amigos das almas podem livr-las do sofrimento.
Dos abismos Santa Brgida ouviu tambm esta splica:
Cristo Jesus, Nosso Juiz Justssimo, em nome de Vosso misericrdia
infinita, no colheis as nossas faltas que so inumerveis, mas os mritos do
Vosso preciosismo sangue, da Paixo e Morte!
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- Santa Catarina de Bolonha: Quando quero obter com certeza uma graa, recorro a essas almas que sofrem, a fim de que apresentem a Deus o meu
pedido, e sempre me concedida a graa.
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Reflexo
A intercesso das almas leva vantagem a intercesso dos Santos. Tal afirmao confirmada pela opinio dos prprios Santos. Realmente, as almas so
as nossas advogadas, por que Deus d ampla cobertura prestigiando os seus
pedidos a nosso favor.
Portanto, a devoo s almas do Purgatrio agradvel a Deus, porque
quem ajuda as almas, na sua libertao, faz uma obra de caridade e, ao mesmo
tempo, reconhece a bondade e a misericrdia de Deus no tocante intercesso
das almas.
Como a justia divina deve ser cumprida, o nico meio para satisfazer a
vontade divina, submetermo-nos aos Seus desgnios e empregarmos os nossos sufrgios a favor das almas queridas de Deus.
73 Conhecimento de Deus
O conhecimento de Deus a nosso respeito perfeito. Pois Ele sabe quais
as nossas fraquezas, sabe qual a nossa educao, sabe qual o nosso carter e
temperamento, os defeitos, a nossa malcia, a maldade, os nossos pensamentos
mais profundos, os nossos maus juzos.
No entanto, a criatura pode ser grande pecadora, mas, se sua alma humilde, simples e confiante na misericrdia divina, encontra em Deus um irmo, um amigo, um salvador.
As almas que tm entrada franca no cu so aquelas que reconhecem as
suas faltas, atravs dum arrependimento sincero.
O julgamento de Deus no se efetua somente segundo nossas faltas. Ele
considera tambm a nossa boa vontade, principalmente quando nos esforamos na correo de nossos defeitos.
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Reflexo
A Irm M. G. nos afirma que h nas almas do Purgatrio duas foras bem
fortes, a saber:
Uma nos leva a Deus
Outra nos leva Expiao.
Uma nos leva a Deus, isto , porque a alma v em Deus a sua felicidade.
Outra nos leva Expiao, isto , a alma sente que a felicidade depende
muito da expiao.
Sem a purificao jamais alcanaremos a felicidade.
Ns, c na terra, lutamos mediante duas foras: a fora da carne e a fora
do esprito.
O esprito luta para que a nossa alma viva em Deus, enquanto, por outro
lado, a carne tende para a sua fraqueza, deixando de cooperar com o esprito.
Cristo, no Getsmani, travou uma batalha entre a humildade e a divindade.
Pois Jesus, enquanto homem, repugnou todo sofrimento da paixo. Ao passo
que a divindade manteve a vontade do Pai.
Meu Pai, no passe este clice... seja feita a sua vontade.
Aps a orao ao Pai, vai ter com os trs apstolos que dormiam e faz esta
declarao: O esprito est pronto, mas a carne fraca.
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Segunda Viso
Santa Gertrudes teve outra viso semelhante.
Uma Irm muito virtuosa apareceu, depois de morta.
Estava de joelhos diante de Deus, como imersa numa grande tristeza.
Gertrudes pediu a Nosso Senhor que usasse de misericrdia para com ela. Jesus respondeu lhe: se no viessem sufrgios, ela teria de pagar toda dvida
justia Divina.
Esta alma disse a Gertrudes:
A devoo que tive ao SS. Sacramento me fez colher frutos especiais da
Divina Hstia. Eis por que eu entrarei mais depressa e logo no cu.
Reflexo
Na primeira viso, a alma querida de Santa Gertrudes estava junto do trono de Deus, mas se sentia envergonhada, porque no era digna de se lanar nos
braos do Cordeiro Imaculado, de Jesus devido a algumas imperfeies.
Da conclumos que devemos aproveitar todas as oportunidades da nossa
vida, para sermos perfeitos como Deus perfeito.
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75 Alegria e Sofrimento
Tudo o que o homem julga em si mesmo como perfeio, diante de Deus
imperfeio.
Para que as operaes sejam perfeitas e a ao de Deus se faa por Deus,
sem que o homem seja o primeiro agente dessas operaes, Deus as realiza
atravs da ltima ao do puro e limpo amor, sem nenhum mrito da parte da
criatura.
verdade que o amor de Deus transmitelhes uma alegria to grande
que no pode se quer dizer, porm essa alegria das almas do Purgatrio no
lhes tira um pouco de pena.
O que lhes causa sofrimento o amor que tarda. O sofrimento tanto
maior, quanto maior a perfeio de amor de que Deus as fez capazes.
Em resumo
As almas do Purgatrio experimentam uma alegria imensa e um sofrimento muito grande. Uma coisa no impede a outra.
Santa Catarina fala: Eu vejo que aquelas almas esto no Purgatrio com
duas atividades a saber:
A Primeira: que sofrem alegremente aquelas penas e, ao considerar
o que mereciam e ao conhecer o quanto Deus importante, parecelhes que
Deus lhes fez grande misericrdia.
A Segunda: Atividade que experimentam ao ver a disposio de Deus,
que com amor e Misericrdia, opera nas almas.
Estas duas atividades, Deus as imprime naquelas mentes, num s instante, e, como esto em graa, compreendem nas e compadecem como so,
segundo a sua capacidade.
As almas no vem tudo isso em si mesmas, nem por si mesmas em Deus.
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A viso de Deus, por pouca que seja, excede a toda pena e todo gozo que
o homem possa compreender este excesso no lhes tira sequer o numero de
gozo ou de pena.
Reflexo
No h contradio, quando se afirma que as almas no Purgatrio gozam
alegria e sofrem as chamas do fogo. um paradoxo, pois Deus realiza as operaes, sem nenhum mrito da parte da criatura.
O amor de Deus transmite s almas uma alegria tal que no impede de
suportar a pena. O sofrimento to grande que, ao mesmo tempo, as almas
sentem alegria, porque, em plenas chamas do fogo, elas tm a certeza de que
esto livres da condenao eterna.
E em segundo lugar elas reconhecem realmente que so culpadas e com
justia merecem a pena.
Observamos neste captulo dois atos divinos: a justia e a misericrdia.
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O sofrimento alegria, porque as almas tm sua vontade totalmente de acordo com a de Deus.
Reflexo
O presente captulo a continuao do anterior, atravs da reflexo.
No vamos desejar a alegria no fogo do Purgatrio. Enquanto desfrutamos a vida, devemos aproveitar o mximo para nos libertar do fogo tremendo
do Purgatrio.
Se a finalidade do fogo purificar, de antemo cuidemos da nossa purificao, enquanto gozamos a vida neste mundo.
H muitas ocasies para se purificar.
No percamos tempo com as coisas passageiras.O nosso pensamento
deve se voltar inteiramente para as coisas que no passam.
Tenhamos na mente e no corao a verdade deste pensamento .
Sic transit gloria mundi, em vernculo: assim passa a glria do mundo.
Os santos completam o pensamento: exceto amar a Deus e servir o prximo.
77 Tempo Precioso
O tempo vale eternidade. Eis o seu valor.
No somos ns que dispomos do tempo. Deus que nolo d para preench-lo, como um vaso precioso de boas obras.
Vai e tira do poo da vida eterna e depois vem e devolve o vaso cheio.
Devemos valorizar o tempo, fazendo tudo para agradar a Deus.
Ento, devemos aproveitar cada instante, todas as graas de Deus.
No devemos nos esquecer de que tudo motivo e fim santo, sobrenatural. Jesus quer que distribuamos bem o tempo e no gastemos -toa e caprichosamente, pois o tempo pertence a Ele, e no a ns.
Em cada momento de nossa vida, deve haver um fim santo, um propsito,
uma tarefa. Pois o Deus todo poderoso tambm o Deus dos momentos de
nossa vida, o Deus de nosso tempo precioso.
Deus, Nosso Senhor, no nos deu o tempo para dispersar ou desperdiar
ou servir-nos dele -toa.
O tempo deve ser aproveitado no s fazendo todas as aes para
maior honra e glria de Deus, mas reserva uns momentos de adorao a
Jesus Sacramentado.
O tempo o vaso com que temos que beber na fonte da vida eterna.
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- Nihil pretiosus tempore, sed nihil vilibus aestimatur (Ovdio) Em vernculo: Nada mais precioso que o tempo, mas nada h que seja menos estimado e desprezado pelos mudanos.
- Tempus edax rerum = O tempo um consumidor das coisas (Ovdio)
Reflexo
Uma religiosa beneditina apareceu muito radiosa, depois da morte, a
uma, pessoa e disse que estava verdadeiramente contente, mas, se pudesse alguma coisa desejar seria voltar terra e nela sofrer para merecer mais glria.
A declarao da religiosa beneditina uma prova patente de que perdemos muito mrito e glria, quando desperdiamos o precioso tesouro, o tempo, que temos nesta passagem da vida to curto.
Se o tempo para o pago vale ouro em p, para o cristo vale a eternidade
feliz e gloriosa.
Aproveitemos, pois, a graa valiosa de dispor melhor o nosso tempo, no
s em vista da salvao, mas da gloria eterna e plena de felicidade.
78 Purgatrio Tremendo
Santa Catarina escreve sobre a situao dos sacerdotes unicamente por
obedincia
O purgatrio mais terrvel tm os sacerdotes que no foram fieis, que deram maus exemplos, contristaram muito ao Senhor Deus. Se, antes da morte,
no tiveram a graa de sofrer muito e de arrepender-se completamente, ficar
reservado a eles um purgatrio tremendo
Muitas vezes, sucede tambm que os sarcedotes se convertem e preparam ainda satisfao e gozo ao Senhor. Mas, ao faltar essa converso profunda
e a compreenso, se o caminho para o Corao Divino for muito longo, se a
preparao para a vida eterna e a ligao com o Divino forem bastante fracas e
leves, Oh! ento, o Bom Deus tem muito o que dizer- lhes no Santo Tribunal.
E quo contentes no ficam os sacerdotes, por no estarem perdidos.
H sacerdotes que devem ficar no Purgatrio at o fim dos sculos. Com
ningum Nosso Senhor to severo, como seja, com seus ministros, porque
ningum pode pecar como o sacerdote que no cumpra o seu dever.
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Julgamento Divino
Nosso Senhor bondoso para com os padres que esto solitrios e isolados, em sugares longnquos, que muito amorosamente depressa entram ao cu.
bondoso tambm com os que esto contritos e aos quais tem muito que
perdoar, porm sem penitncia no passa ningum... No posso descrever com
que severidade Deus pensa sobre os sacerdotes e julga os seus ministros.
- O sacerdote que sempre tem boa vontade no deve recear nada, pois experimenta, e inesperadamente, muita bondade e clemncia da parte de Deus.
- Um padre que sempre quis cumprir com seus deveres e no teve afeies humanas ou mundanas passa bem.
- Tambm aquele que achava as suas delcias perante Jesus Eucarstico.
Essas almas, to somente enxaguadas pelo preciosssimo sangue de Cristo, depois so levadas para o cu.
Fundo do Purgatrio
Mas quase no posso suportar, quando vejo tantos sacerdotes no fundo
do Purgatrio, por terem causado muitas mguas ao Bom Deus, por terem sido
ligados ao mundo e aos homens e terem esquecido sua dignidade sacerdotal.
Oh! Meu Deus! Esses sacerdotes esto com tremor perante o Senhor, e
tm que expiar uma culpa tremenda! Mas Nosso Senhor indulgente: logo
que o arrependimento lhes penetra o corao, levaos para Ptra Celeste, to
amoroso que ..
Eucaristia
Tambm os sacerdotes que acharam as suas delcias espirituais, diante
do Bem e so-lhes apagadas as faltas e pecados pelo preciosssimo sangue de
Jesus, pois na vida o apreciam e aproveitam. Mas a outros falta a compreenso.
Esto insensibilizados para as graas da Redeno, somente pouco a pouco o
despertam para a vida e o conhecimento.
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Julgamento
Cada alma tem o prprio estado, por ter tido cada uma seu prprio dever e graa, e Deus julga a segundo os talentos, a destinao e a boa vontade
que tinha.
Deus to bom no Purgatrio! No condena ningum.
Se houver almas que nunca encontraram e conheceram amor, o Salvador
Eucarstico no as repreende. A essas almas concede a Comunho de Desejos.
As leis divinas so to belas, muito amorosas e delicadas, e bem-aventurados os
que as cumprem! Mas infelizmente muitos homens no compreendem as suas
malcias na eternidade.
Pureza do cu
O cu to maravilhoso que o puro no bastante puro para nele entrar,
disse algum.
A Ptria Celeste to pura que, sem contestao, a alma necessita de uma
purificao especial para entrar na glria eterna.
Reflexo
O Purgatrio tremendo est reservado para aqueles que, hora da morte,
no sofreram muito e no se arrependeram totalmente de seus pecados.
No entanto, Nosso Senhor julga indulgentemente os pobres sacerdotes
que trabalham em parquias isoladas e distantes de colegas de ministrios.
A bondade divina se manifesta tambm queles sacerdotes que contritamente se arrependem de seus pecados, no obstante suas imperfeies.
Se a Eucaristia tudo para o simples cristo, com maior razo para o Ministro do Altar, que transforma o po no corpo e o vinho no sangue de Jesus.
A devoo Eucaristia purifica a alma, mediante o preciosssimo sangue,
contanto que na recepo haja profunda contrio dos pecados.
O julgamento de Deus no superficial, mas muito profundo. Ele julga a
alma, segundo o seu estado de vida, seu prprio dever e os talentos recebidos
gratuitamente. Portanto, aquele, que recebeu a graa de estado para cumprir
o seu dever e fazer frutificar os talentos recebidos, tem obrigao, sob pena de
cair no fundo do Purgatrio, de colocar tudo em ordem, antes de transpor os
umbrais da Eternidade.
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O Purgatrio - Julgamento
VIII PARTE
Mensagens das Almas
79 Misericrdia e Caridade
Misericrdia:
A esmola de nossos coraes mesmo que visitar os enfermos.
- Comungando pelas almas, estamos dando de beber, de comer a quem
tem fome e sede de ver Deus: atravs da comunho, estamos saciando as
Almas.
- Dando esmolas, estamos remindo e pagando o resgate das almas prisioneiras da justia divina. Para as almas so verdadeiras obras de misericrdia,
quando damos esmola, fazemos orao, comunho, sacrifcios, boas obras e
principalmente quando assistimos ao Santo Sacrifcio da Missa.
- Socorrendo as almas, praticamos a caridade e obra de misericrdia, em
toda a sua extenso.
Segundo So Francisco de Sales: Encerra todas as obras de Misericrdia,
cuja pratica ao sobrenatural nos h de merecer o Cu.
- Entre o ltimo suspiro e a eternidade, h um abismo de misericrdia.
Passam-se entre Deus e a alma certos mistrios de amor que ns s conhecemos no cu... Quem poder narrar as misericrdias de Deus por seus filhos?
Pergunta So Francisco de Sales.
Caridade
Segundo a Vidente Simma, os pecados mais rigorosamente castigados so
os pecados contra a caridade, a saber: maledicncia, calnia, rancor, intrigas
provocadas pela cupidez e pela inveja; so castigados no outro mundo;
A Vidente supra afirma: as obras que tm a maior recompensa no cu so
as obras de caridade.
149
Reflexo
A prpria Vidente nos aconselha, lembrando o conselho que nos d a
Me de Deus, quando expressa: Sejam caridosos e bons com todos.
Cuidemos de no criticar, fazer pouco de algum. Isso prejudica gravemente a nossa alma.
Devamos aceitar a advertncia do Evangelho: Sermos bons com quem
nos faz o bem coisa que tambm os pagos fazem. Mas fazer o bem mesmo queles que nos fazem mal, eis a a verdadeira atitude crist, capaz de ganharmos um amigo e abreviar os sofrimentos de quem padece no purgatrio.
80 Perguntas e Respostas
O que sofrem as almas do Purgatrio?
Responde a Vicente: elas sofrem de mil maneiras diferentes.H tantos
tipos de purgatrio quantas so as almas. Cada alma punida naquilo e por
aquilo que a fez pecar. Mas h sofrimento comum a todas as almas, a ausncia
de Deus.
150
Quanto ao sofrimento
As almas querem purificar-se no Purgatrio como ouro no cadinho. Somente uma alma luminosa, perfeita pode ir ao encontro da luz eterna e da
perfeio divina para contemplar Deus face a face.
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Reflexo
Dentre as perguntas feitas vidente destacamse aquelas sobre o sofrimento
no purgatrio e na terra. A ausncia de Deus no Purgatrio considerada pelas
almas o sofrimento comum, o mais terrvel. Portanto, para no sofrer a ausncia
de Deus, aps a morte, desde j ajude o pobre, o quanto for possvel, com aquele
olhar de cristo, isto , olhar no pobre a pessoa de Jesus Cristo, para ter dita ventura
de gozar a vida de Deus, aps a morte.
Devemos estar convencidos de que a vida, aqui na terra, um suave Purgatrio, segundo a resposta dada por Jesus a Santa Catarina de Gnova.
Mil vezes, portanto, sofrer no purgatrio daqui, do que no Purgatrio, aps
a morte.
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Reflexo
Beati mortui, qui in Domino moriuntur (Apoc. XIV, 22) Em vernculo: Felizes os mortos que morrem no Sanhor.
Ao contrrio: Mors peccatorum pessima (Salmo XXXIII, 22) Em vernculo: A morte dos pecadores pssima.
No dia do Juzo, todos devem prestar contas de cada palavra intil que
tiverem falado (Mt.XII,36); confirma-se com o seguinte texto:
De fato, todos devemos comparecer diante do tribunal de Cristo, a fim
de que cada um receba a recompensa daquilo tiver feito, durante a sua vida no
corpo, tanto para o bem, como para o mal (2 Cor. V, 10)
So Silvestre, abade, procurou a solido e a perfeio, depois que viu o
cadver de um nobre, por ocasio do sepultamento.
Santa Margarida de Cortona viu o corpo asqueroso, quase podre, de seu
amante assassinado; compreendeu que era a imagem de sua alma em frangalhos. Deixou tudo, converteuse e hoje considerada a madalena serfica.
82 Nossos Sofrimentos
O sofrimento junto com a prece tem uma eficcia extraordinria para obter de Deus as graas.
Opinies
Segundo So Joo Crisstomo aliviaremos as almas do purgatrio com
tudo que nos mortifica. Deus aplica aos mortos os mritos dos vivos.
Segundo Pe. Berlioux: Por aqueles que mais necessitam sacrificai o que
tendes de mais caro. Sacrificai vos a vs mesmos. Ah! Vejo essas almas felizes
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Reflexo
Quando juntarmos o nosso sofrimento s preces, alcanaremos mais facilmente as Graas de Deus. Portanto, aliviaremos as almas que padecem mais rapidamente, quando decidimos aplicar os nossos sofrimentos justamente com
as nossas preces.
No percamos tempo. Todo sofrimento acompanhado de uma prece ardente, suportado no s por amor a Deus, mas tambm por amor a libertao
das almas prisioneiras do Purgatrio, vlido.
Os sofrimentos e as preces so meritrios aos olhos de Deus.
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Reflexo
Domingo vem do latim: dominus, que significa Senhor.
Portanto, o Domingo, culto a Deus no s como criatura, mas como
cristo.
Como criatura, somos a imagem do Criador, que nos deu a existncia.
Como cristo, isto , como discpulo de Cristo que nos deu exemplo, atravs
de sua doutrina.
E a melhor maneira de prestar culto a Deus assistir ao Santo Sacrifcio
da Missa.
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Suportemos um incmodo, arranquemos almas do mais profundo sofrimento e dor, afinal, com sofrimentos expiatrios: sofrimentos fsicos ou morais, oferecendo-os pelas almas.
Reflexo
O sofrimento um meio para dar satisfao a Deus pelos pecados
cometidos.
No pensamento de So Joo Crisstomo, ns aliviaremos as almas, por
todos os meios possveis, porque Deus tem cuidado de aplicar aos mortos os
mritos dos vivos.
Por conseguinte, vale a pena fazer sacrifcio de um prazer, renunciar certas curiosidades vs e mortificar os maus hbitos e vcios, sofrer com pacincia
as intempries do tempo em sufrgio das almas.
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Reflexo
Na verdade, segundo a opinio dos Santos supramencionados, a Comunho um sufrgio poderoso.
Segundo Santo Ambrosio, a comunho d paz e repouso s almas.
O venerado Luiz Blois, So Cirilo e So Crisstomo afirmam que a Comunho Sacramental, feita com fervor, no s alivia, mas liberta as almas do
Purgatrio.
O Papa Paulo V, como j foi dito acima, estimulou a prtica das Comunhes pelas almas padecentes.
, portanto, louvvel e proveitoso acudir as almas, por ocasio de recepo da Sagrada Comunho, na hora da Santa Missa. Ns que vivemos neste
mundo de meu Deus, podemos facilmente nos comover ante o sofrimento, a
dor e o abandono das almas, na hora de nossa unio com Jesus, na Comunho.
Nessa ocasio, ouamos os seus rogos, e cheias de compaixo elas nos pedem uma migalha de po eucarstico que abundantemente recebemos, diariamente, nas Missas quotidianas.
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Reflexo
O prprio ato de confisso um ato profundo de humildade. Por tal ato
do penitente, quando confessa os seus pecados, Deus j pe a sua mo de misericrdia sobre ele. Pois a confisso tem a sua vantagem no s como sacramento de perdoar os pecados, mas nos obriga a ser humildes, a fim de alcanar de
Deus a desejada reconciliao. O que nos garante o perdo de Deus a humildade. Pela humilde confisso, estamos garantindo a graa e a salvao eterna.
Portanto, Deus s condena o pecador orgulhoso. Mas d sempre a graa
da converso aos humildes. por isso que muitos santos procuravam a confisso diria.
87 Memento Morti
O ttulo acima significa: Lembra-te da morte:
O cardeal Barnius tinha gravada no anel esta inscrio: Memento Morti.
Statutum est hominibus semel mori. Em vernculo: est decretado aos
homens morrer uma s vez ( Heb. IX, 27 )
So Carlos Borromeu conservava sobre a mesa uma caveira, a fim de ver
a morte continuamente, diante dos olhos. Todo nosso futuro incerto, exceto
a morte.
Todos nascemos com a corda ao pescoo e a cada passo que damos tanto
mais nos aproximados da morte.
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Reflexo
A morte a porta da eternidade. Todo mundo passa por esta porta: ricos
e pobres, sbios e ignorantes, justos e pecadores, nobres e humildes, livres e escravos, jovens e velhos, mancos e violentos, santos e mundanos, crentes e ateus.
Ningum escapa do decreto terrvel. Cedo ou mais tarde, de repente ou
demorado, acordado ou dormindo, em casa ou viajando, no tem lugar, nem
dia e nem hora marcada. A morte a coisa da vida que temos como certeza.
Pouco importa: hoje ou amanh, daqui a 50 ou 100 anos. Ela bate nossa
porta. bom estar bem prevenido, pedindo a Deus uma feliz entrada na eternidade, rezando, de vez em quando A porta inferi libera me, Domine. Isto ,
da porta do inferno livrame, Senhor!
Santa Teresa Conhecendo o valor dos nossos sofrimentos aqui na terra
exclama: Domine, non mori, sed pati, que quer dizer: Senhor, no morrer,
mas sofrer.
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Almas no Purgatrio
IX PARTE
Contos e Fatos Sobre o Purgatrio
88 FOGO REAL
88.1 - Fogo Real do Purgatrio
Atravs deste fato podemos provar que o fogo do Purgatrio real.
O fato que se segue narrado pelo Monsenhor De Segur.
Em 1870, diz o piedoso prelado, eu vi e toquei, em Foligno, perto de Assis, na Itlia, uma destas terrveis provas de fogo, pelas quais as almas do Purgatrio, por permisso de Deus, s vezes, atestam que o fogo do Purgatrio
um fogo real.
Em 1859, morreu de uma apoplexia fulminante a boa Irm Teresa Gesta
que, durante longos anos, foi mestra de novias. Doze dias depois, em 16 de
novembro, uma irm, Ana Felcia, subia rouparia, quando ouviu um angustioso e triste gemido: Jesus! Maria!
- Que isto? Exclama assustada a irm. No havia acabado de falar, quando ouviu uma queixa:
- Ai! Meu Deus!Meu Deus! Quanto sofro! A irm Ana reconheceu logo
a voz da defunta Irm Teresa. Um cheiro sufocante de fumaa encheu toda
a rouparia, e percebeu-se o vulto da Irm Teresa que se dirigia para a porta e
tocava nesta com a mo direita, dizendo:
- Aqui fica a prova da misericrdia de Deus. E na madeira da porta ficou
carbonizada a mo direita que desapareceu. Irm Ana ps-se a gritar, numa
grande excitao nervosa. A comunidade correu para acudir, sentia-se um
cheiro sufocante de fumaa.
A irm contou o que se passou e reconheceu na mo pequenina, gravada na porta, a mo da irm Teresa que se distinguia muito pela pequenez
e delicadeza.
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89 Durao
89.1 - Durao Positiva
Segundo revelaes particulares, temos os seguintes fatos:
- De Santo Toms de Aquino: Na sua vida, conta-se que seu sucessor na
ctedra de Teologia de Paris, depois de morto, apareceu e disse que havia ficado
15 dias no Purgatrio, para expiar a negligncia em executar o testamento de
um bispo.
- De So Vicente Ferrer:Este Santo assegura: h almas que ficaram um
ano inteiro por pecado venial.
- De Santa Francisca de Pampeluna: Segundo a santa, a maioria das almas
do Purgatrio l sofrem de 30 a 40 anos.
Muitos santos viram almas destinadas a sofrer no Purgatrio, at o fim
do mundo.
- De Padre Faber: Algumas revelaes particulares, observa o padre Faber, levam-nos a admitir que a durao do purgatrio vai aumentando sempre
mais, medida que a humanidade avana no tempo. H tanta falta de penitncia, hoje, tanto luxo e mundanismo!
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90 Devoo s almas
90.1 - Devoo s almas
So Felipe Nri era tambm devotssimo das almas e, cheio de caridade,
nunca deixou de socorr-las, em toda sua vida.
Muitas vezes, lhe apareceram para lhe testemunhar uma gratido profunda.
Depois da morte do santo, um de seus confrades viu-o na glria do cu:
- Que corte esta que vos cerca? Perguntou o padre.
- So as almas que livrei do Purgatrio.
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Com grande aflio, entrei no Oratrio. Dei-lhe todo o bem que tinha
feito em minha vida, que bem pouco seria e disse ao Senhor que suprisse com
seus mritos o que faltava quela alma para sair do Purgatrio.
Estando a pedir a Nosso Senhor, do melhor modo que podia, pareceu-me
v-lo sair das profundezas da terra, ao meu lado direito, e vi-o subir ao cu,
com grande alegria.
Posto que fosse velho, apareceu-me como tendo apenas 30 anos e at menos, e o rosto resplandecente.
Foi rpida esta viso, mas me deixou extremamente consolada.
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Pensando como aplicar aquele dinheiro, decidiu-se a dar o valor a um sacerdote para que celebrasse uma missa pelas almas.
Resoluo feliz. Pois, desde ento, sua sorte mudou. Foi acolhido por outro irmo que o ajudou muito, mandando-o estudar. De tal forma que Pedro
Damio, como era chamado, correspondeu ao estudo. De tal modo aceitou os
benefcios da Educao que se tornou um grande Cardeal, Luz do Sacro Colgio e honra da Santa Igreja.
Afinal, Pedro Damio de Cardeal tornou-se um grande Santo da Santa
Igreja Catlica.
168
quais aplicou suas Missas por outras intenes. Apareceu-lhe, ento, a alma da
irm, triste, abatida, e quixou-se dizendo: J so 30 dias que sou privada do
alvio que recebia e do po celestial que cada dia me davas.
Reconhecendo o Santo que, naqueles dias, havia deixado de celebrar a
Missa por ela, reparou o seu descuido, ofereceu de novo a Santa Missa pela
alma de sua irm e teve a felicidade de tir-la dos abismos da expiao e de v-la
subir gloriosa ao cu.
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93 Devoo do Rosrio
93.1 - Devoo do Rosrio a Favor das Almas
O Padre Luis Monaci era fervoroso devoto das almas. Viajando por
uma estrada infestada de perigosos assaltantes, estava recitando o Rosrio
pelas Almas.
Ao avistar de longe o sacerdote, um grupo de bandidos se preparou para o
assalto. Qual no foi o espanto, quando viram e ouviram um peloto de soldados que marchavam, ao lado do padre. Aterrorizados, se esconderam, enquanto o Padre caminhava tranquilo.
Tempos depois, encontrando-o na hospedaria, indagaram sobre os soldados que o seguiam.
- Meus filhos, falou Padre Luis, eu ando sozinho. S tenho um companheiro, meu rosrio, que recito pelas santas almas.
-Somos bandidos e estamos prontos para o despojar e matar. Cremos que
as almas vos salvaram da morte. Tocados pela graa, ali mesmo pediram perdo
e se confessaram humildemente.
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O fogo o mesmo para todas; umas, porm, sofrem mais do que outras, conforme a gravidade dos pecados cometidos.
Cada pecado mortal, pelo qual no se satisfaz a Deus, depois da absolvio expiado no Purgatrio, sete anos de suplcios, nesta regio inferio,
segundo a Santa;
b) Na Regio do meio, so detidas as almas que no cometeram to graves culpas. As penas do fogo que sofrem so terrveis, mas no to horrveis,
nem to prolongadas como as da Regio Inferior;
c) Na Regio Superior, padecem as almas que caram em pecados mais
leves, ou que, tendo j expiado culpas graves, completam sua purificao ou
do a Deus a ltima satisfao, antes de ser admitidas Sua divina presena
e de enfrentarem o lugar do suavssimo refrigrio, na Regio da Eterna Luz,
no imenso oceano da Paz Bem aventurada. ( Histria Rohrbacher vol. II,
pg. 291 )
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96 A alma do Sacerdote
96.1 - Bno do Sacerdote
Um encontro inesquecvel para mim foi a de um padre, cuja mo direita
era negra. Pedi-lhe o motivo.
- Deveria ter abenoado mais, me disse. Diga a todos os padres que encontrar que devem abenoar mais. Eles podem dar numerosas bnos e esconjurar as foras do mal.
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Observao
Soube, depois, que ele havia falecido em 1994 e que estava sepultado em
So Paulo. Veja bem, ainda me lembro, quando entrei no Seminrio, aos 9 anos
de idade, Padre Vtor me perguntou: Para que voc quer ser padre?
Para salvar almas, eu lhe respondi.
E agora vejo este padre, que considerava um santo, me pedindo para rezar
pela alma dele. Incrvel!
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entregou uma avultada soma de dinheiro, pois, quando voltasse Espanha, seu
pai lhe havia de pagar. Depois desapareceu. Nunca mais Sandoval chegou a
saber quem era aquele moo. Fez exaustivas pesquisas, mas tudo em vo.
Um dia, contou o fato ao Papa Clemente VIII.
O Santo Padre lhe disse: Meu filho, preciso publicar este fato, para
mostrar como Deus recompensa os que do esmolas, em nome das almas, e
sufragam os mortos, com atos de caridade...
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- Sim, vosso pai e vossa me esto no cu. Um irmo, porm, morreu repentinamente em tal lugar e tal data, e um sobrinho.
- E a senhora nunca mais rezou por eles.
- preciso dizer ao sobrinho que vai se ordenar, que reze logo algumas
missas por seu tio.
- A irma religiosa pasmou diante do que ouvira. Era impossvel que Madame tivesse tido informaes to preciosas a respeito de seus parentes.
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Nota bene: At aqui, o narrador desta apario foi o Padre Lus Chiavarino, no seu livro Os Sorrisos de Dom Bosco (2 Ed. Brasileira Pia Sociedade
de So Paulo). Mas h outras biografias de So Joo Bosco em que, no fim desta
histria, o prprio Santo aconselha no fazer nenhum contrato ou promessa
de aparecer, depois de morto.
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102 Me do Missionrio
102.1 - Me do Sacerdote
Em contato com o colega Padre Francisco, Missionrio da Sagrada Famlia, na dcada 40 do sculo passado, por ocasio de uma visita pastoral, discorrendo sobre o sufrgio pelas almas do Purgatrio, ele me contou o seguinte:
Depois de celebrar a Santa Missa, uma senhora, que estava assistindo a
minha Missa, perguntou-me se eu vi uma mulher bem perto do altar, acompanhando toda a cerimnia da missa.
- Eu lhe respondi que no a vi. Mas, por curiosidade, perguntei-lhe: Quais
as suas feies?
- Ela me respondeu: Desde o incio da missa, observei que a estranha
senhora possua as mesmas feies de V. Revma.
- Ento conclu que se tratava de minha me, disse o Padre Francisco. Por
coincidncia ou no, a missa que celebrava era exatamente em seu sufrgio.
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Indulgncias
X PARTE
Indulgncias
107 Noes gerais sobre as Indulgncias
a remisso, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados j
perdoados, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condies, alcana, por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da Redeno,
distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfaes de Jesus Cristo e
dos Santos. (Doutrina das Indulgncias).
Diviso
A Indulgncia parcial ou plenria, conforme liberta em parte ou no
todo da pena temporal devida pelos pecados.( Normas 2 )
A diviso das indulgncias em pessoais, reais e locais j no se usa, para
mais claramente constar que se enriqueceram de aes dos fiis, embora sejam
atribudas s pessoas e lugares. (Norma 12)
Decreto Geral
Norma 13 da mesma Constituio Apostlica. O manual das Indulgncias seja revisto com o critrio de se enriquecerem com indulgncias
somente as obras principais de piedade, caridade e penitncia. Segundo a
tradio, a participao no Sacrifcio da Missa e nos Sacramentos no enriquecida de indulgncias, por causa de sua superiora eficcia para a santificao e purificao.
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2. O fiel cristo que usa objetos de piedade, como crucifixo ou cruz, rosrio, escapulrio, medalha, devidamente abenoados por qualquer sacerdote
ou dicono, ganha Indulgncia parcial. Se os mesmos objetos foram bentos
pelo Papa ou pelo Bispo o fiel ao us-lo com piedade pode alcanar indulgncia plenria.
3. A indulgncia anexa ao uso de objeto de piedade s cessa quando o
mesmo objeto se estraga inteiramente ou quando for vendido.
4. Para que algum seja capaz de lucrar indulgncias, deve ser batizado,
no excomungado, encontrar-se em estado de graa.
5. O fiel deve ter tambm inteno, ao menos, de ganhar a indulgncia
e cumprir as prescries. ( Cnon 996 );
6. A indulgncia plenria s se pode lucrar, uma vez ao dia, enquanto a
parcial pode ser lucrada, mais vezes ao dia. ( Norma 6 a 18 );
7. A obra prescrita para alcanar a indulgncia plenria, anexa Igreja
ou ao Oratrio, a visita aos mesmos, e neles se recitam o Pai Nosso e o Credo. (Norma 16)
Justia
No Purgatrio, no recebemos as indulgncias que nos so aplicadas, seno maneira de sufrgio e como Deus o permite e segundo as suas divinas
disposies.
verdade: quem est no Purgatrio no tem apego ao pecado. Diz a Vidente: No estamos no reino da misericrdia, mas sob o imprio da justia e
desta justia recebemos o que Deus quer que nos seja aplicado.
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Surdos e Mudos
Tanto os surdos como os mudos podem ganhar as indulgncias anexas s
oraes pblicas, se, rezando junto com os outros fiis, no mesmo lugar, elevarem a Deus a mente com sentimentos piedosos; suficiente que as lembrem
com a mente ou as percorram somente com os olhos.
O fiel, que ao menos com o corao contrito faz obra enriquecida de
indulgncia parcial, com o auxlio da Igreja, alcana o perdo da pena temporal, com valor correspondente ao que ele prprio j ganha com sua ao.
(Cnon 994)
Condio
Visitar a Igreja ou Oratrio, na Comemorao do dia 2 (dois) de novembro, e recitar o Pai nosso e o Credo.
Visitar o Cemitrio: Ao fiel que visitar devotamente o cemitrio e rezar,
mesmo em esprito, pelos defuntos, concede-se indulgncia aplicvel somente
s almas do Purgatrio. Esta indulgncia ser plena, cada dia, de 1 a 8 de novembro. Nos ltimos dias do ms ser indulgncia parcial.
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de falecer, veio agradecer-lhe. Nosso Senhor revelou que essa deveria ter longo
perodo no Purgatrio, mas se livrou, graas s indulgncias.
Santa Teresa viu a alma de uma religiosa de vida muito simples subir ao
cu, logo depois de sua morte. Como a Santa revelasse grande surpresa com
isto, Jesus lhe disse que aquela religiosa subiu direto para o cu, porque, em
vida, teve sempre respeito pelas indulgncias da Igreja, e sempre se esforou
para ganhar o maior nmero possvel dessas indulgncias.
Reflexo
O Padre Faber tem razo em afirmar, porque o Rosrio contm os mistrios principais da nossa religio, para serem meditados. Da o valor da indulgncia ligada ao rosrio. Por isso os antigos, sem respeito humano, traziam-no
pendurado no pescoo. Ainda hoje encontramos muita gente com seu rosrio
sobre o peito.
Alm do rosrio, recitamos jaculatrias indulgenciadas. O nome est dizendo, so oraes breves e fceis de repeti-las, em toda hora e em toda parte.
Segundo os Msticos, a Jaculatria indulgenciada uma mina espiritual
que est nossa disposio.
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Reflexo
Sufraguemos as Almas do Purgatrio. Elas merecem a nossa compaixo,
porque a sua pena imensa. Pois consiste na privao de Deus, acompanhado
do suplcio do fogo.
Aquelas almas benditas conhecem que Deus o nico e infinito Bem,
digno de amor infinito, e que s na posse dEle podem encontrar o repouso e
a felicidade.
Perfeio
Jesus no nos deixar em paz, enquanto no tiverdes chegado perfeio
que Ele quer de ns.
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Alma Querida
A alma mais querida de Jesus sempre a mais crucificada na terra; a cruz
enviada por Jesus tem douras misturadas com amarguras.
Ateno! H cruzes que vm por nossa culpa, e nestas ficam s as
amarguras.
Jesus no mostra alma tudo quanto exige dela, assim de uma vez. Ela se
assustaria. Porm, pouco a pouco, torna-a mais forte e lhe descobre seus segredos e torna-a participante da cruz.
Reflexo
A alma da Irm M. G. nos obriga a entrar numa profunda reflexo.
Jesus faz muito por ns e far ainda muito mais, no futuro, mas mister
que haja correspondncias s suas graas e sejamos sempre bem generosos. Oh!
Amai muito a Jesus. No vivais e nem respireis mais que o amor de Jesus.
Ficai bem unidos a Jesus. Antes de qualquer ao, consultai-O. Jesus quer
vossa alma toda inteira, com todas as suas faculdades, com todas as suas potncias; vosso corao, com todas as suas ternuras, e todo vosso amor. Tudo haveis
de buscar na fonte daquele Divino Corao que nunca Se esgota.
Durante o dia, vrias vezes, deixai-vos penetrar bem na presena de Deus.
Recolhei-vos diante de Sua Divina Majestade. Reconhecei vossa misria.
Reconhecei Sua bondade infinita. Agradecei-Lhe afetuosamente.
Podeis falar com Jesus, o dia inteiro. Que vossa vontade seja uma s, uma
vontade com a de Jesus.
Quando puderdes, fazei uma visita a Jesus e dizei-Lhe vossos sofrimentos,
vossas alegrias, vossas emoes, tudo enfim.
Falai-lhe como a um amigo, a um Pai. No percais de vista a divina
presena.
Deus vos quer santo e s para Ele. No nos prejudiqueis. O comum, uso
que Jesus quer de voc.
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XI PARTE
Sufrgios Pelas Almas do Purgatrio
114 Responso
Senhor, livrai-me da morte eterna, naquele dia tremendo, em que se
movero o Cu e a Terra, quando vierdes a julgar o mundo com o fogo.
Senhor, compadecei-Vos de ns.
Jesus Cristo, compadecei-Vos de ns.
Senhor, compadecei-Vos de ns.
Pai Nosso... (mentalmente)
V. Da porta do inferno.
R. Senhor, livrai as suas almas.
V. Descansem em paz.
R. Assim seja.
V. Senhor, ouvi a minha orao.
R. E chegue a Vs o meu clamor.
V. O Senhor esteja convosco.
R. E com o teu Esprito.
V. Oremos: Deus, Criador e Redentor de todos os fiis, concedei s
almas de vossos servos e servas a benigna remisso de todos os seus pecados,
para conseguirem, pelas splicas da vossa Igreja, a indulgncia a que sempre
aspiram. Vs, que viveis e reinais, por todos os sculos dos sculos.
R. Assim Seja.
V. Senhor, Dai-lhes o descanso eterno.
R. Entre os resplendores da luz perptua.
V. Descansem em paz.
R. Assim seja.
201
202
1. SENHOR JESUS CRISTO, eu Vos amo e adoro nessa Cruz, suportando a coroa de espinhos em Vossa sacrossanta cabea; rogo-Vos que essa
nobilssima Cruz seja o escudo que me livre dos ministros de Vossa justia.
Amm.
PAI NOSSO... AVE MARIA...
2. SENHOR JESUS CRISTO, eu Vos amo e adoro nessa Cruz, chagado
e ferido, onde Vos deram a beber fel e vinagre; rogo-Vos que essas Vossas preciosas chagas sejam o remdio e sade da minha alma. Amm.
PAI NOSSO... AVE MARIA ...
3. SENHOR JESUS CRISTO, eu Vos amo e adoro, por aquela grande
amargura que por mim miservel pecador sofrestes na Cruz, principalmente
naquela hora em que Vossa nobilssima alma saiu do Vosso bendito corpo; rogo-Vos que tenhais misericrdia da minha alma, na sua partida deste mundo, e
leveis a gozar a vida eterna. Amm.
PAI NOSSO ... AVE MARIA ...
4. SENHOR JESUS CRISTO, eu Vos amo e adoro colocado no sepulcro
e ungido com mirra e blsamos cheirosos; rogo-Vos que a Vossa preciosa morte
santifique a minha vida. Amm.
PAI NOSSO... AVE MARIA ...
5. SENHOR JESUS CRISTO, eu Vos amo e adoro descendo ao Limbo,
para livrar as almas que esperavam nele a Vossa suspirada vinda; rogo-Vos que
a minha alma no entre naquelas prises e escuros crceres. Amm.
PAI NOSSO... AVE MARIA ...
6. SENHOR JESUS CRISTO, eu Vos amo e adoro ressuscitado dentre
os mortos, subindo ao Cu e sentado mo direita do Eterno Pai; rogo-Vos
que me faais merecedor de Vos seguir a essa glria e ficar gozando a Vossa
vida. Amm.
203
204
205
206
neste mundo ocupou o lugar do Vosso Filho Unignito, participe para sempre
da companhia dos Vossos santos. Amm.
b. Orao por um Bispo
Permiti, Senhor, ns Vos suplicamos, que a alma do Vosso servo....,Bispo,
que arrebatastes do laborioso combate desta vida mortal, seja pela Vossa graa
introduzida na companhia dos Vossos santos. Por Jesus Cristo, Senhor Nosso.
Amm.
c. Por um Sacerdote
Senhor, permiti, Vos imploramos, que a alma do Vosso servo...., Presbtero, que elevastes dignidade do Sagrado Ministrio, durante a vida terrena,
ocupe um lugar no Cu, onde goze a plenitude da glria, no meio das alegrias.
Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amm.
d. Pelo Pai ou Me
Deus, que nos ordenastes que honrssemos o nosso pai e a nossa me,
tende piedade, pela Vossa clemncia, das almas de meu pai e de minha me, e
perdoai-lhes os seus pecados; permiti, tambm, que eu possa, um dia, tornar a
encontr-los nas alegrias da luz eterna. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amm.
Orando muitas pessoas juntamente, em vez de se dizer meu pai e minha
me, poder-se- dizer nossos pais e nossas mes; como tambm por pai ou me
somente, se poder dizer pela alma de minha me ou de nossa me.
e. Pelos Irmos, Parentes e Benfeitores
Deus, que perdoais os pecadores e que desejais a salvao dos homens,
imploramos a Vossa clemncia, por intercesso da Bem-aventurada Maria,
sempre Virgem, e de todos os Santos, em favor dos nossos irmos, parentes e
benfeitores, que saram deste mundo, a fim de que alcancem a bem-aventurana eterna. Por Jesus Cristo, Senhor Nosso. Amm.
f. Por muitos defuntos
Deus, que estais inclinado a perdoar e usar de misericrdia, sede propcio para com as almas dos Vossos servos e servas, e perdoai-lhes os seus peca-
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dos, a fim de que, livres das cadeias da morte, entrem no gozo da vida eterna.
Por Jesus Cristo, Senhor Nosso. Assim seja.
g. Por um Defunto
Senhor, volvei os Vossos ouvidos para a voz das nossas oraes em favor
daqueles pelos quais imploramos humildemente a Vossa misericrdia, a fim de
que a alma do Vosso servo(a) ...., qual ordenastes que deixasse este mundo,
entre na regio da luz, da paz, e participe da companhia dos Vossos Santos. Por
Jesus Cristo, Senhor Nosso. Assim seja.
h. Por uma Defunta
Senhor, segundo a Vossa misericrdia, Vos suplicamos, tende piedade da
alma da vossa serva ...., e, depois de a haverdes limpado de todo o contgio da
morte, dignai-vos restituir-lhe a herana da salvao eterna. Por Jesus Cristo,
Senhor Nosso. Assim seja.
i. Por aqueles que repousam no cemitrio
Deus, que misericordiosamente concedeis o repouso s almas dos fiis,
perdoai, tambm, Vos suplicamos, os pecados de todos os fiis que, tanto aqui
como em qualquer outro lugar, repousam em Jesus Cristo, a fim de que, isentos de suas culpas, gozem Convosco para sempre a alegria. Por Jesus Cristo,
Senhor Nosso. Assim seja.
119 Splica
Jesus, Maria, esperana, salvao e ventura de todos os fiis, do fundo da sua misria se dirigem a Vs as almas do Purgatrio; elas imploram os
salutares efeitos do Vosso sangue, Jesus! Os frutos das Vossas dores, Maria!
Que esse sangue e essas dores, que tanta virtude tiveram, primeira vez, sobre o Calvrio, para apagar as iniquidades do mundo inteiro, ponham fim aos
tormentos do Purgatrio, e que os merecimentos de to precioso sangue e de
to amargas dores libertem aquelas infelizes encarceradas ( e particularmente a
alma de ...), por quem Vos pedimos, com todo o fervor, de que capaz o nosso
corao, sejam livres e conduzidas ao Cu. Amm.
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APNDICE
01 Conveno da Vidente gueda Simma
H anos, no pisava numa Igreja. Naquele momento fui tocado. O amor
de Deus me tocou, transformando minha vida.
Minha deciso foi imutvel. Esta mulher far conferncia em nossa cidade. Eu vou me encarregar disso.
Ele no pde falar com o proco, pois este era contrrio.
Foi, ento, falar com uma autoridade civil que lhe concedeu uma sala da
Prefeitura, mediante um pagamento de 300 marcos.
Ao anunciar a palestra, o Proco telefonou dizendo:
- Como est fazendo isso sem a minha permisso?
- O industrial respondeu: Por enquanto, temos liberdade de expresso
e de conscincia. E ademais, no se preocupe, pois no vamos corromper nenhuma alma.
- O ataque a melhor defesa, pensou o proco e declarou: Vou pr no
jornal que ningum deve ir ao encontro.
- Respondeu o Industrial: Est bem, o Sr. pode fazer isso, mas eu
chamarei todos os anjos da guarda da cidade para me ajudarem, e veremos
quem vencer.
O proco escreveu o artigo, porm foi publicado com atraso, depois de eu
ter feito a palestra, um dia antes.
Chegaram a telefonar ao Proco, dando conselho de que uma prxima
vez, iria tambm participar da conferncia, antes de se comprometer com
a imprensa.
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Cimlios Especiais
Os dez objetos raros, conservados no museu, guardados numa vitrina.
Ei-los:
01. visvel a marca deixada na parede, aps o pequeno incndio, ocorrido em 15 de novembro de 1897, em Roma.
02. visvel a marca de trs dedos, deixada no dia 5 de maro de 1871,
no livro de devoo de Maria Zaganti, da Parquia de Santo Andr de
Poggio Berni ( Rimini) pela falecida Palmira Rastelli, irm do proco,
morta em 28 de dezembro de 1870, a qual pedia, por meio da amiga,
ao irmo, Padre Santo Rastelli, a celebrao de Missa.
03. Apario, em 1875, de Luza L Snechal, nascida em Chauvires,
morta em 7 de maio de 1873, a seu marido Lus L Snechal, em sua
casa, em Ducey ( Manche-Frana), para pedir-lhe oraes; deixa como
sinal a marca de cinco dedos sobre um gorro, que foi feita pela falecida,
para que o marido documentasse, com sinal visvel, sua filha o pedido
de celebrao de Santas Missas.
04. Fac-simile fotgrfico (O original se conserva em Winnemberg, uma
marca de fogo deixada, em 13 de outubro de 1696, sobre o avental
de Irm Maria Herendorps, do Mosteiro Beneditino de Winnemberg,
perto de Warendorf-Westphalia) da mo da falecida Irm Clara Schoelers, religiosa da mesma ordem, morta pela peste de 1637.
05. Fotografia de uma marca deixada pela falecida senhora Leleux na manga
da camisa de seu filho Jos, na sua apario, na noite de 21 de junho de
1789, em Wedecq (Blgica).
Segundo a narrao de seu filho, a me morrera, h 27 anos, e apareceu-lhe, na
noite de 21 de junho de 1789.
A me lembrou-o da obrigao de Santas Missas, como estava no testamento,
e chamava seriamente a sua ateno, pela vida dissipada, pedindo-lhe que
mudasse a conduta e trabalhasse pela Igreja. E ps a mo sobre a manga de
sua camisa, deixando uma marca bem visvel.
Jos Leleux mudou sua vida e fundou uma congregao de Leigos Piedosos.
Morreu em odor de santidade, aos 19 de abril de 1825.
06. Marca de fogo de um dedo, deixada pela piedosa Irm Maria de So Lus
Gonzaga, numa apario Irm Margarida do Sagrado Corao, na noite
entre 5 e 6 de junho de 1894.
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Conta-se que a Irm Maria de So Lus Gonzaga, sofrendo dores, por causa da
tuberculose, com grandes febres, tosses, asma e hemoptises, ficou desalentada
e, portanto, tomada pelo desejo de morrer logo, para no sofrer. Porm, sendo
bastante fervorosa, ante exortao da Madre Superiora, entregou-se Vontade Divina. Alguns dias depois, na manh de 5 de janeiro de 1984, faleceu.
Apareceu, na noite entre 5 e 6 de junho, vestida como Clarissa, circundada de sombras, mas reconhecvel.
Irm Margarida, maravilhada, perguntou-lhe onde se encontrava.
Respondeu que estava no Purgatrio pagando pela impacincia para com
a Vontade Divina. Pediu oraes de sufrgio e, para atestar a realidade de sua
apario, colocou o dedo indicador sobre a fronha do travesseiro e prometeu
voltar.
Reapareceu-lhe, do dia 20 ao 25 de junho, para agradecer e dar avisos
espirituais comunidade, antes de ir para o cu.
07. Marcas numa mesinha de madeira, na manga da tnica da venervel
Isabel Fornari, abadessa das clarissas do mosteiro de So Francisco, em Todi,
pelo falecido abade Pauzini de Mntua, no dia 1 de novembro de 1731.
So quatro marcas:
a) Uma da mo esquerda sobre uma mesinha, da qual se servia a venervel
abadessa para seu trabalho ( bem visvel o sinal da cruz impresso profundamente na madeira);
b) A segunda a da mo esquerda numa folha de papel;
c) Outra marca na mo direita, na manga da tnica;
d) A quarta marca a mesma que, furando a tnica da Irm, queimou o pano
que estava debaixo da tnica, manchado de sangue.
08. Marca deixada num livro de Margarida Demmerl, da Parquia de
Ellingheu (Diocese de Metz), pela sogra, a qual lhe apareceu, aps 30 anos
de morte (1785 1815), gemendo e olhando a nora com tristeza, como se
pedisse alguma coisa.
Margarida, aconselhada pelo proco, na apario seguinte dirigiu-lhe a
palavra e teve esta resposta: Sou tua sogra, morta de parto, h 30 anos. V em
peregrinao ao Santurio de Nossa Senhora de Mariental e mande celebrar ali
duas missas por mim.
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TRATADO DO PURGATRIO
(Por Santa Catarina de Gnova)
Dados Biogrficos
Santa Catarina nasceu, em Gnova, no ano 1447. Pertenceu famlia
Guelfa dos Fieschi. Casou em 1463 com Giulamo Adorno.
Com o decorrer do seu casamento ela se desapegando do mundo paulatinamente, expressou: No mais mundo, no mais pecado!
O desapego comeou em 1473, a ponto de se converter para uma nova
vida crist.
Ento, at a sua morte 1510, a vida da Santa foi progredindo, atravs da
devoo e da penitncia, at chegar queles dois anos de sua vida, em que ela
nos conta que viveu o seu Purgatrio ( J. B.)
Amor a Deus
Quando esta alma bendita, transformada no amor a Deus, desejava expressar aos seus filhos espirituais aqueles sentimentos que tinha de seu Doce
Amor, no qual estava mergulhada, dizia algumas vezes:
Oh! Se pudesse dizer aquilo que sente este corao, o qual eu sinto arder
e consumir totalmente!
Quando algum pedia explicao, ela respondia:
No posso encontrar palavras adequadas a to ardoroso amor. Pois, a
meu ver, no h expresso que traduza o que sinto no meu corao.
Para mostrar a grandeza do Doce Amor que ela sentia no seu corao,
confirmou que, uma s gota de amor casse no inferno, transform-lo-ia todo
em vida eterna, porque haveria tanto amor e tanta unio com ela, que os demnios se converteriam em anjos, e as penas se mudariam em consolaes. Pois,
com o amor a Deus, no pode haver pena.
Um religioso, que estava presente, ficou surpreendido com aquilo que a
santa falava, e lhe disse:
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Madre, eu no entendo bem isto que disse. Mas, se eu tentasse dar uma
interpretao s suas palavras, e se esta interpretao s suas palavras coincidisse com o seu pensamento, a Madre confirmaria?
- Ela respondeu que sim.
- Oh! doce filho meu, eu o creio.
- Eis a explicao do religioso:
- O efeito do amor, do amor que sentes, seja um ntimo calor unitivo, o
qual une a alma com o seu Deus-Amor, de tal maneira a une, por participao
de sua bondade, que no discerne j a alma entre si mesma e Deus. E to
admirvel esta unio que no h palavras para express-la, porque impossvel poder sentir, gostar, nem desejar nenhuma outra coisa que no seja aquele
amor unitivo.
Conclui o religioso:
E, por isso, se houvesse essa partcula de unio que dizes, aquele lugar em
que esto no seria mais o inferno, mas seria a vida eterna. Pois esta se encontra
ali onde h tal unio divina.
Catarina, ao ouvir a interpretao do religioso, exclamou:
Oh! doce filho meu! Assim aconteceu, de fato, como voc disse, pois
assim de fato.
Portanto, ela aceitou a interpretao do religioso, porque era justamente
o seu pensamento.
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Proporo
A aproximao da alma a Deus est na proporo: quanto mais se consome, tanto mais cresce o contentamento, de acordo com a destruio da misria do pecado.
No diminui a pena, mas sim o tempo de estar nessa pena.
Concluso
Na medida em que o fogo vai purificando aumenta o contentamento de
ver Deus, pois o que impede a viso de Deus o pecado, na sua malcia.
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Explicao
Aqueles que, no momento da morte, se acham com a vontade de pecar,
iro para o fogo eterno.
Aqueles, porm, que na hora da morte, se arrependerem de ter ofendido
a Bondade Divina, vo para o Purgatrio, porque a culpa foi cancelada, no
momento da morte, ficando apenas para pagar a pena.
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6 As Almas do Purgatrio
Encontram uma conformidade to unitiva com a de Deus, a qual tanto
as atrai para si, de tal modo que no se pode dar uma figura ou exemplo que
sejam suficientes para esclarecer uma coisa como esta, tal como a mente a sente
e compreende pelo sentimento interior.
As almas condenadas so privadas de toda esperana de jamais ver a Deus,
seu Salvador Verdadeiro.
Mas as almas do Purgatrio tm a esperana de ver o po de Deus saciarse dele. Por isso s padecero fome e sofrero esta pena, todo o tempo que
estiverem sem poder saciar-se daquele po de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e
Salvador, Amor nosso.
7 O Inferno e o Purgatrio
Tanto um como outro revelam-nos a admirvel Sabedoria de Deus.
Assim, o esprito limpo e purificado no encontra lugar, a no ser em
Deus para seu repouso, por haver sido criado para esse fim.
Assim, a alma em pecado no encontra outro lugar adequado para ela que
no seja o inferno, que para este foi ordenada por Deus.
8 Condenao ao Inferno
Mas, se esta alma condenada no encontrasse, no momento da morte,
aquela ordenao procedente da justia de Deus, cairia em um inferno muito
pior do que aquele em que caiu, porque estaria fora daquela ordenao divina, a qual participa da Divina Misericrdia, que no lhe d tanta pena quanto merece. Por isso, no encontrando a alma lugar mais conveniente para
ela, nem em outro que se encontra com menos dano do que aquele que, por
ordenao divina, se lhe oferece, lana-se dentro, como encontrando nele seu
lugar prprio.
9 Lanamento no Purgatrio
Assim, tambm, em relao ao Purgatrio diremos que a alma, separada
do corpo, ao no se encontrar com aquela pureza e nitidez com que foi criada,
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10 Necessidade do Purgatrio
O Purgatrio no tem sequer portas.
Deus todo misericrdia e tem sempre para ns os braos abertos para
receber-nos em sua glria.
Mas a essncia divina tanta pureza e nitidez (e muito mais do que se
possa imaginar).
Diante dessa pureza e nitidez, a alma, s com uma mnima falta, lanarse-ia ao Purgatrio, antes de encontrar-se na presena da Majestade Divina
com aquela mancha. Portanto, para purificar-se daquelas manchas, espontaneamente se lana dentro do Purgatrio, para encontrar nele uma grande misericrdia, a fim de tirar de si aquele impedimento.
Concluso
Assim, porque estando em graa, vem a verdade e a importncia do
impedimento que no as deixa aproximar-se de Deus. Por fim, Catarina afirma: ainda estou confusa, por no saber encontrar palavras mais claras para
explic-los.
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Concluso
Ver todas as coisas justas o que gera nas almas a pena que sofrem no
Purgatrio.
Mas o que sentem mais a oposio em que ainda se encontra a vontade
de Deus, a qual vem j to claramente inflamada de um forte e puro amor
para elas.
E este amor, com aquela meta unitiva, age de maneira to forte e to contnua nas almas.
Por isso, a alma, vendo isto, se encontrasse outro Purgatrio mais terrvel para poder arrancar de si, de maneira mais rpida, esse impedimento, em
seguida atirar-se-ia nele movida pelo mpeto daquele amor to consequente
entre Deus e a alma.
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- No te confies mais dizendo: eu me confessarei e obterei logo a indulgncia plenria; e estarei, ento, purificado de todos os meus pecados e assim
poderei salvar-me.
- Ganhar uma Indulgncia Plenria coisa to difcil que, se soubesse, estremeceria de medo. Pois estaria muito mais seguro de no pod-la conseguir.
Concluso
Estes dois pontos de vista, em um s instante, imprime-os Deus naquelas
mentes, os quais que como esto elas em graa, entendem e compreendem assim, cada uma segundo a sua capacidade.
Da que lhes acontece tanto contentamento e alegria.
De tal modo vai sempre crescendo, cada vez mais, na medida em que vai
se aproximando de Deus.
Mas as almas no vem tudo isto em si mesmas e nem por si prprias,
seno em Deus.
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Editora de Divina Misericrdia.
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