Este livro baseado em fatos reais.

Dedicatria Ao Povo Brasileiro

Este livro uma produo
independente de responsabilidade do
autor, que no gostaria de colocar o
nome para no reconhecerem, mas estou
vendo que vai ser muito dificil no
colocar o nome, porque sofri bastante
para escrever este livro, que diga-se de
passagem,

o
primeiro
e

possivelmente o ultimo. No gostaria

de deixar isso logo na folha de rosto,
mas que a verdade seja dita!
Gostaria de compartilhar minha
histria e assim, se for a vontade de
meus guias espirituais... Poder viver
uma vida simples, cumprindo as
obrigaes do lar com uma esposa
compreensiva e que tenha apreciado
minha obra. No quero atrair um grupo
de fs que me faa sentir objeto de
desejo nem coisa do tipo, mas sim,
pensamentos em prol de um futuro

promissor para todos.

So Vicente
2015

ndice
01. Aceitando a Misso
02. Conhecendo a Capoeira Espiritual
03. Pela Segunda Vez no Primeiro
Colegial
04. Cansei, Vou Fazer o Supletivo
Mesmo
05. Trabalhar de Carteira Assinada

06. O Mundo da Voltas

07. Do Jeito Que Voc Vive o Jeito
Que Recebe as Coisas
08. No Adianta Fugir, o Legado Vai
te Procurar
09. Vai Achando Que Esta Bom
10. Faculdade Importante
11. Pancada na Cabea
12. Entenda e Aprenda
13. Conhecendo o Inimigo

14. Um Lugar Cheio de Mdiuns e

Pessoas Abenoadas
15. Tomando Chicotadas da Vida
16. Sendo Eu Mesmo
17. Jesus Apareceu
18. Paulo Malandro
19. Comeando a Arrebentar Com a
Cara do Mal
20. Revelaes Muito Importantes
21. Arrebentando de Vez Com a Cara

do Mal

SUMRIO

INFORMAES DO AUTOR

CONVITE

AGREDECIMENTOS ESPECIAIS

01. Aceitando a Misso

Sonhei minha vida toda at o dia

de hoje em escrever um livro... Sempre
sonhei em ser o personagem de uma
histria cheia de aventuras e tambm de
muitas lies importantes de vida, iguais
aquelas que eu assistia quando criana,
ou naqueles filmes que eu sempre ficava
horas pensando a respeito, assim como o

Bicho de Sete Cabeas, Besouro ou

Cidade de Deus. Nunca imaginei por
toda minha vida que eu teria uma
misso, a qual de fato, aquela que
todos ns nascemos e recebemos at
mesmo antes desse acontecimento.
Sonhei muito com o fato de poder
mudar o mundo, acreditei que isso fosse
possvel ouvindo Charlie Brown Jr,
Legio Urbana ou Raul Seixas, enfim,
percebi que talvez isso, ou aquilo me
dariam verdadeiras menes do rumo
que eu deveria tomar em minha vida, e

sempre pensei que fosse fcil descobrir

as coisas mesmo no tendo noo
nenhuma do que melhor para todos.
Nunca consegui terminar de ler um livro,
alis, nunca tive pacincia suficiente pra
conseguir terminar este feito. J
consegui talvez terminar de ler aqueles
livrinhos de escola que contam uma
historinha fcil de imaginar o fim, e por
terem poucas paginas me fizeram ter a
bendita da pacincia que eu tanto
desprezei pelos 20 e tantos anos de vida
que me encontro agora. No sei se minha
histria exemplo pra algum, nem fao

ideia de como seria a reao das

pessoas depois de lerem meu livro e
comentarem comigo o que pensaram...
Talvez eu esteja imaginando isso agora
que estou escrevendo... Sim, estou!
No sei por onde comear e
houveram coisas to inexplicveis
recentemente, que as vezes chego a
pensar se estou delirando, ou
simplesmente estou imaginando assim
como fao a todo instante em minha
vida. Vou comear pelo comeo, o que
muito difcil pra uma pessoa que pensa

que a vida um quebra-cabea, cheio de

peas, daqueles que no da nem pra
imaginar o tipo da imagem que o
compreende.
A principio, o que consigo me
lembrar agora este lugar a minha
volta... A Cidade de So Vicente, aonde
estou deitado em minha cama com o
notebook, apoiado em minhas cochas,
com a mos no teclado, tentando fazer
sentido as coisas da minha mente em
letras.
Aqui

no

terreno

aonde

me

encontro, se fez uma infncia bastante

feliz, um pouco conturbada pelas
questes sociais encontradas nessa
cidade, mas cheia de verdades e sonhos.
Lembro dos meus avs de parte do meu
pai, os quais me ensinaram a ter e ser
esse poo de amor que tenho certeza me
tornei... Meu av o qual no citarei o
nome, assim como todas as pessoas
deste humilde livro, foi a pessoa mais
significativa e idolatrvel que consigo
lembrar. Meu av que viveu at os 92
anos, me ensinou muitas coisas, at meus
16 anos de idade, que foi a data marcada

pelo universo da viagem que ele teve de

fazer, com certeza mais uma viagem...
Pois a mais significativa para mim, aqui
em terra, foi feita em meados dos anos
50, que aps o perodo da 2 guerra
mundial, toda Europa estava em crise,
principalmente os pases menores.
Crescer em uma famlia de estrangeiros
nunca fcil, pois voc presencia
costumes diferentes e um choque cultural
que muitas vezes assustador
dependendo de suas razes... No foi
diferente comigo. Tambm no foi por
acaso a imigrao pra essas terras,

porque naquela poca houve uma

imigrao em massa pra esse mesmo
lugarzinho aonde estou me despedindo
recentemente.
A infncia, antes que eu me
esquea, pois j li duas vezes esse
comecinho do livro pra ver se ficou
bom, foi bem, digamos assim, sincera.
No fui uma criana m e sei que
tambm no fui o exemplo de criana do
sculo XX, mas fiz o possvel pra me
enquadrar nos parmetros da sociedade.
Lembro que ainda muito novo, sentia e

via coisinhas um tanto quanto

inexplicveis, mas ao meu ver
totalmente
normais
dadas
as
circunstancias a que me refiro. Nasci em
um ano privilegiado pelas estrelas, no
sei como, mas o passar da vida explica
coisas que ficaram l atrs de uma forma
quase mgica, ou para algumas pessoas,
totalmente mgica.
Difcil pensar em assuntos que
sejam interessantes para todos, quando
s pensando no que interessante pra si,
at porque complicado demais expor

uma ideia que aceitem ou entendam da

melhor forma... No possvel chegar
em uma pessoa e dizer; Dessa maneira
que voc vai viver sua vida de agora em
diante, isso porque aquelas pessoas que
aprenderam errado pensam ser o certo,
independente das criticas ou o que lhe
falado, porm, todos ns somos capazes
de distinguir o caminho a se percorrer,
isso porque, quando entendemos o que
certo ou o que errado, temos o
discernimento de nossos pensamentos
para melhorar. Como quando fazemos
algo errado e acreditamos no haver

consequncias, que de fato pensando

assim j estamos aderindo as
consequncias... Errar humano e todos
ns j erramos e estamos propensos ao
erro, isso porque a humanidade tem a
muito tempo seguido em diante por
muitos e muitos erros, erros que foram
cometidos por pessoas e tornaram outras
propensas de um erro originado no
passado.

Eu j errei muito, mas cheguei a

concluses muito fortes, e dependendo

de nossos erros as consequncias so de

acordo com eles; Os erros.

Muito difcil escrever uma

histria de vida pra algum, ainda mais
pra algum que no conhecemos, pois o
que pensam as pessoas que no
conhecemos? E se ao invs de nos
perguntarmos isso, porque no nos
perguntamos; Quais so as boas
qualidades que cada pessoa que no
conhecemos tem? Sempre fiquei
perguntando isso por todos que vejo

passando por perto, isso mostra o que

penso e da um indcio do decorrer da
minha histria.

Como possvel algum que no

mais criana, no ver maldade nas
pessoas?

E se TODOS fossem assim,

haveria um mundo melhor ou mais
criminalidade no mundo? Nesse sentido

eu prefiro pensar que nem criana.

A vida de todas as pessoas so

repletas de acontecimentos, alguns
chocantes infelizmente... Aqui vou
mostrar e provar, que quando fazemos
coisas erradas em nossa vida, e nos
arrependemos sinceramente do que
fizemos ou causamos para ns mesmos e
pra outras pessoas, h sempre um
recomeo e uma maneira de contornar a
histria sempre da melhor forma.

O Primeiro choque veio logo nos

meus primeiros anos de vida, que
lembro bem, eu era sim muito pequeno e
assim como qualquer criana eu estava
desprevenido das questes adultas,
perdendo
meu
tempo
com
brincadeiras de faz de conta e as
odisseias at a esquina de casa. Foi um
golpe muito forte, ter que sentar ao sof
e ouvir os pais dizendo que a me ia ter
de ir embora, pois os dois no mais
ficariam juntos, coisa que foi to
dolorosa que at pra escrever isso estou
chorando s de lembrar daquela cena...

Foi provavelmente o momento mais

triste da minha infncia, e o mais cruel
para uma sociedade conjugal. Minha
me ento foi embora de casa, aps
muitas brigas e cenas das quais fui
poupado de presenciar, tanto por minha
irm que mais velha, quanto por meus
avs que moravam duas casas de
distancia da minha.
Desde ento, meu pai, passou por
momentos delicados, tendo a presena
de seus filhos e no mais de sua
esposa, se assim podemos dizer, pois

nunca foram casados. Reza a lenda que

meu pai foi um fiscal de uma empresa de
nibus, e minha me a cobradora de um
dos veculos, o qual pelas circunstancias
do acaso os fizeram se encontrar e gerar
juntos a vida da minha irm e a minha,
mas meu pai j tinha outro filho, que eu
acho que deveria escrever um livro
tambm, afinal esse um cara com
histrias pra contar, mas enfim, o livro
sobre o Apstolo no sobre os irmos
dele, o que voc leitor deve estar se
perguntando, porque raios o nome do
livro o Apstolo Paulo e o que ele

estaria fazendo em Santos? Tenha calma,

acontecem tantos clculos por trs dos
plano Divino, que certeiro todos os
fatos que acontecem, o que vai talvez
esclarecer o ttulo do livro por hora; A
grande parte da minha famlia de
ascendncia catlica, e desde criana eu
via minha av aos ps da cama, orando
a frente daquele prespio de santinhos
em cima da cmoda... Minha me
religiosamente j um pouco diferente,
veio do Norte do Brasil, l nas
cabeceiras do pas, para aqui nessa
cidade de devaneios tentar ganhar a

vida, aps deixar aquela imagem

tipicamente Nordestina da famlia com
muitos irmos, contrastando com a
realidade pobre do lugar.
propsito, minha me algo
chamado esprita, e por momentos em
minha existncia ouso me intitular
tambm. Quando criana lembro das
vezes que minha me me levava ao
centro (lugar das reunies medinicas),
as quais eu adorava ir, pois sempre ia
aos fins de semana que era o dia da
corrente das crianas, que eu saa de l

com alguns doces e balas.

Desde aquele tempo da corrente
das crianas e dos passes que eu me
submetia, fazendo parte dos cultos
medinicos, j havia uma espcie de
conscincia formada a respeito do que
podemos chamar, de mundo invisvel,
o mesmo que eu usava pra passear com
meus anjos amigos pros lugares que eu
gostaria de estar, seja em cima do morro
que parecia a parede da minha casa, ou
o cu que eu fazia meus voos noturnos
no momento do sono.

Naquela infncia havia muitas

pessoas,
as
quais
eu lembro
precisamente de cada um, seja aquele
amigo que era mais era enfermo das
atitudes desleais, ou at mesmo aquele
homem com o peito tatuado Naide,
que no saa dos botecos da vizinhana.
Fui definitivamente um garoto cheio de
amigos, amigos que assim posso chamar,
isso quando se criana, no se v
maldade nas pessoas, nem se desconfia
dos olhares falsos ou calculistas
alheios... Olhares que infelizmente at
hoje fazem parte do meu cotidiano.

Em meio aquela infncia magica e

cativante, conheci uma arte que ao
mesmo tempo dana, as vezes luta, se
assim voc precisar, que foi a capoeira,
algo muito interessante que conheci
atravs daquele amigo com costumes de
me
colocar
em
situaes
constrangedoras. Foi ento que eu fui l
conhecer aquele negcio de fazer
miserr com as pernas, que eu parece
que eu j sabia que existia, mas s fui
descobrir o nome desde ento;
Capoeira.

02. Conhecendo a Capoeira Espiritual

Chegando l naquela casa, que no
quintal a molecada se reunia, inclusive
aquele amigo, que gostava de me por em
situaes constrangedoras usufruindo da
amizade sincera, no porque ele fazia
isso s comigo, mas tenho certeza com
todos os amiguinhos da rua, os quais no
gostavam muito de ficar na presena

dele, mas sei l, eu era um tanto

diferente... Mesmo sabendo, que ele era
o cara que chutava a bola pra me acertar
na brincadeira do paredo, e mesmo
sabendo que ele tinha o costume de ser
mais sabido, ainda sim eu suportava
a companhia dele, cumprindo meu papel
de amigo.
L naquela capoeira, naquele
quintal, tinha um contramestre, no
esses de profisso naval, mas como uma
hierarquia
na
arte
que
estou
mencionando.

Aquele contramestre era um

homem definitivamente estranho! Tinha
costumes estranhos, e um jeito de ser
tambm to estranho quanto aquela cala
de laicra que ele usava, seja rajada
tigrado ou listrada igual zebra, ele tinha
tambm, assim como um homem que no
saia dos botecos da vizinhana,
tatuagens nas costas, to mal feitas da
mesma maneira que foi feito aquele
Naide... Eram rabiscos tortos e
mostravam um atabaque com duas
figuras jogando a capoeira, tudo um
conjunto com aquele bigode mal feito e

o costume de fumar no momento de

ensinar a capoeira. Fui acolhido por
uma atitude de companheirismo,
confiado a mim um cordo simbolizando
ser parte do grupo, o qual foi amarrado
em minha cintura e eu precisaria usar
pra correr nas ruas, respondendo ao
coro nas canes da capoeira, pois
assim era feito em parte das aulas, So
Vicente a fora.

Por ventura, eu no consegui ficar

treinando muito tempo a capoeira

naquele lugar, porque alm de assustar

aquele contra-mestre, repreendendo
uma atitude egosta que ele teve,
motivada de querer me expulsar das
aulas aps dar um conselho muito
pessoal as atitudes dele, minha famlia
se mostrou muito preconceituosa aps
conhece-lo, porque as tatuagens era um
tabu muito grande para uma famlia a
moda antiga.

Naquele tempo, a vida era menos

sufocante, pois haviam muitas arvores,

por exemplo carambola na esquina da

rua, ao lado da casa de outro amigo.
Naquele Lugar, naquela poca, tudo
fazia sentido. Nada era confuso nem
frustrante, porque havia o morro logo no
fim da rua, uma feira ao ar livre uma vez
por semana, padarias prximas, e um
boteco quase em cada esquina; Tudo
soava feliz e todas as coisas eram
perfeitas, desde as goiabas no quintal de
casa, quanto as goiabeiras na rua de trs,
aonde eu costumava muito ficar subindo.
E no era s eu que costumava ir l
naquelas goiabeiras, iam tambm outros

amigos que eu conhecia como

Baianos, por ser de onde vinham as
razes de toda aquela gente muito
simptica e carinhosa.
Essas pessoas fizeram parte da
minha vida at os dias de hoje, sempre
ao abrir o porto de casa eu os via, tanto
seus filhos que brincavam comigo,
quanto os pais deles que sempre foram
meus amigos e tambm da minha
famlia... Foi em uma dessas idas at as
goiabeiras da rua de trs, que certa vez
me dei muito mal! Fiquei esperando os

irmos colherem as goiabas enquanto eu

estava sentado no meio-fio da
calada; uma moto apareceu, e quando
eu percebi j estava passando por cima
do meu p, o qual me rendeu alguns
ossinhos quebrados; Foi o primeiro dia
da minha vida que precisei pedir pro
meu santinho me ajudar a curar aquela
dor, e dar paz e calma para a criana...
O Irmo mais velho que vou chamar de
Grande Amigo foi quem me levou nos
braos at um socorro prximo, e aquela
cena no sai da minha cabea. Se o
menino chorou por estar a noite aonde

no deveria, tambm chorou pela dor

fsica que a consequncia o trouxe,
posso lembrar tambm com clareza que
o Grande Amigo tambm chorou, pois
sabia que a dor acontecera com seu
amigo. O Irmo mais novo que vou
chamar de Segundo Amigo, me ajudou
psicologicamente, revertendo a dor na
amizade, e mostrando que quando
confiamos nas pessoas que nos querem
bem, as foras surgem de onde menos
esperamos.
At certo ponto daquela infncia

bem vivida, eu no queria saber de mais

nada, a no ser ficar em cima das
arvores, brincar com os amigos e ir at a
praia quase todos os dias, at mesmo
nos dias de chuva, porque a praia era
to perto, e no havia nada que me
impedisse de ir l, a nica coisa que me
preocupava, era no poder ir aonde eu
queria, a hora que eu queria.
A infncia deu espao quase que
der repente para a pr adolescncia,
quando me dei conta os anos haviam
passado to rapido, e as coisas

aconteciam de uma forma bem natural e

normal, minha me j morava em outra
cidade e eu ainda continuava em So
Vicente, respirando o ar fresco o
mximo que eu podia, pois sabia que um
dia tudo isso acabaria e eu talvez tivesse
um caminho diferente do que eu sempre
sonhei pra trilhar. Fui em determinado
momento morar com minha me, mas
no aguentei mais do que alguns meses
longe da praia, em um lugar aonde no
me gerava perspectivas positivas de
vida a no ser estar perto da pessoa
mais importante do meu viver.

Minhas histrias de adolescente

comearam a acontecer assim que eu
estava na oitava srie, em uma escola
bastante evanglica, aonde desde o
przinho havia a rotina de cantar e
fazer louvores, sempre antes da entrada
at a sala de aula, l naquela escola tive
muitos amigos bastante sinceros, assim
como eu era, lembro-me de um deles
que vou chamar de Loier, o qual era um
rapaz muito bacana e de aparncia
inconfundvel; Um amigo muito amigo
mesmo, que me ajudava nas lies de
matemtica, algo que hoje sou muito

grato, isso porque sempre tive grandes

dificuldades com nmeros, mas enfim,
graas a ele e a professora de
matemtica, que era muito paciente, sa
do primrio e fui experimentar o
colegial.
Parece que a vida da malcia e
dos verdadeiros perrengues comeam
aos 15 anos de idade, e de toda a
certeza, isso definitivamente foi real.
Chegando no colegial, o ar da vida
completamente diferente, e voc comea
a mostrar muito mais forte sua

personalidade, tornando assim uma

marca registrada que vai levar para a
vida toda... Enfim, estou me lembrando
da poca que cursei o colegial, inclusive
a poca mais corrida da minha histria,
tive que mudar de escola a qual havia
ficado at a oitava srie, chegando enfim
o momento de tomar o incio daquele
rumo que todos falam na nossa jornada,
como sendo o momento aonde as
escolhas do que faremos no futuro em
diante tem efeito.
Nessas horas que voc ouve um

monte de histrias, do tipo: Aps os 15

anos se prepara, que o tempo passa
voando, o que de fato ecoou nos meus
pensamentos at hoje. Dito e feito! O
tempo passa de uma maneira muito
rpida e as coisas vividas nessa idade,
parece que so to significativas, a
ponto de definir toda histria que voc
vai suceder em sua jornada mundana.
Consegui finalmente comprar um
skate, porque minha famlia conseguiu
me doar um dinheirinho pro mesmo, pois
naquela casa haviam muitas outras

prioridades e muitas outras coisas mais

importantes aonde se empregar o
dinheiro.
Aps conseguir o to sonhado
skate, aquele objeto peculiar que me
causava absurda inquietao e ao
mesmo tempo, total sensao de
liberdade, conjunta com um sereno vu
de alvio por todo o momento que me
apegava aquele simples pedao de
madeira com rodinhas.
Fui ento ganhar o meu mundo,
esquecendo completamente que a escola

era uma etapa importante na vida e que

precisava ser concluda com ateno.
No deu outra! Mais outro ano
precisando refazer o primeiro colegial,
pois eu no aguentava ficar alm da hora
do intervalo, e aquelas 5 horas de estudo
se resumiam em apenas 2, tornando-me
um completo escravo da liberdade. O
repetente voltou, e quer saber, no me
arrependo de ter conhecido o skate com
aquela idade, pois a sade deixou
sequelas, as quais serei eternamente
grato! Enquanto muitos amigos e colegas
se perdiam na tecnologia, encarcerados

em casa, tendo os jogos de vdeo game e

de computadores como principal e nico
meio de lazer, eu estava vivendo o skate,
mas sempre com olhos para a
tecnologia; Sabia que havia um mundo
muito interessante por trs da tela de um
computador, e que isso podia vir a
calhar quando temos a certeza que
vivemos em um mundo de muitos
oportunistas... Minhas indagaes so
ruins, eu sei! Mas fazer o que, no
terminei a faculdade ainda, mas
voltando
ao
colegial,
deixe-me
lembrar... Foi na segunda vez que cursei

o primeiro colegial, que coisas muito

interessantes aconteceram, assim como
meu primeiro amor.

Aqui vai um Salve praqueles

amigos que citei, o qual eu nunca entrei
em contradies com eles, e tambm no
pretendo entrar agora, cumpri meu papel
de amigo e estou usando o exemplo
deles pra mostrar que quando somos
amigos de verdade, a vida gera
oportunidades mais significativas a
longo prazo. Ainda sim colhi muitas

lembranas boas com estes amigos, pois

o jeito que eles tinham de ser e agir, me
fizeram perceber e entender que o
alicerce de uma pessoa em qualquer
classe social a famlia, e se
cumprirmos o papel de bom familiar
nesta vida, teremos muitas e muitas
gratificaes ao longo dela que nos
faram ser sempre grandes aos olhos de
qualquer pessoa, tanto a que criamos
quanto os que nos veem cria-los. Ento
meus amigos, devo lhes dizer; Eu
tambm amo vocs, e no pouco,
muito mesmo.

03. Pela Segunda Vez no Primeiro

Colegial
Repetente! Essa palavra sempre
me causou um certo arrepio. Parece ao
meu ver, se referindo a um aluno
completamente desinteressado, com total
falta de ateno para aquilo que est
voltado a aprender, s que, com ar de
se falar a palavra REPETENTE com
mais provocao, assim como a palavra;

MACONHEIRO! (Risos).
Bom, nesta fase eu conheci um
amigo muito estranho, que tinha uma
aparncia muito extica, este gostava de
um estilo musical que fazia jus a
vestimenta que ele adotava, eu ainda sim
o achava incompreendido aos demais,
porque este, por sua vez, agarrado ao
prprio mundo, mantinha uma barreira
aos demais que o olhavam de fora. Mas
adivinha s, fui o grande amigo deste
sendo o que mais o entendia.
Nos muitos e inmeros assuntos

que nos fazamos interessados em

discutir, tais como o mundo, o dinheiro e
a ignorncia humana por vrios
motivos... Nas aulas de filosofia havia
um interesse muito grande, e isso nos
fazia sentar juntos e mesmo sem a gente
perceber na primeira fileira da sala, mas
tambm s nessa matria mesmo.
Aqueles assuntos relacionados a
teologia, formas de governo e a
conscincia pertinente aos fatos da
evoluo da humanidade, era algo que
ns, com certeza, esbanjvamos
interesse.

Em uma de nossas aulas de

filosofia, que de fato era um professor
que eu no lembro o nome, pois parece
que o salrio era to ruim, que no
ficava o mesmo professor durante o ano
letivo inteiro. O professor estava
explicando a matria, e eu indaguei uma
observao importante. Claro que j
tinha passado por aquela aula antes, o
mesmo estava um tanto desconfortvel
com meu olhar penetrante e muito
analtico na aula, to desconfortvel que
eu podia sentir aquela energia no ar, mas
o verdadeiro motivo eu realmente no

sabia. Foi ento que o professor olhou

pra mim e perguntou meu nome... Eu
respondi serenamente, e na sequencia
ele perguntou: Que dia voc faz
aniversrio?
Eu
respondi
sem
questionar, pois ele estava com a ficha
de chamada na mo... Aquela altura eu
estava esperando ele perguntar se eu era
repetente, mas a pergunta foi outra; Ele
me perguntou ento, se eu tinha razes de
outro pas, dado a circunstancia no
cabia aquela pergunta para nada da aula
que estava acontecendo, mas mesmo
assim eu respondi:

- Sou descendente de estrangeiro.

Em seguida perguntei o porque
daquela pergunta, se aquilo no tinha
nada a ver com o que estava
acontecendo na aula... Foi ento que o
professor disse exatamente assim:
- Vou fazer uma homenagem pra
voc.
Eu olhei firmemente nos olhos
dele e respondi balanando a cabea,
negando aquela fala, no mesmo momento
que uma colega de classe, botou mo na

boca e soltou um suspiro pra dentro.

Ento eu disse:
- Nem tenta! Vai bater l do outro
lado e vai voltar em voc, igual um
espelho!
O
tom de
ambio
era
extremamente expressivo no olhar
daquele professor, e me parecia um tanto
pensativo em razes de ceitas malignas,
tais quais aquelas que ele praticara, mas
de fato, mais uma pessoa daquelas que
ningum desconfia. A aula daquele dia

acabou, mas eu me coloquei em guarda

diante dos meus fundamentos espirituais,
e fui pra casa com a certeza que
sonharia algo muito interessante. Na
aula seguinte a este fato, pude notar o
professor procurando alguma algum, l
de trs da mesa que ele estava sentado,
aonde todos os professores a usavam
para lecionar, e procurava com um olhar
muito preocupado. Foi ento que eu no
me segurei e tive que perguntar, seja por
provocao ou por ofcio:
- Ea professor, sonhou com o

espelho essa noite?

No mesmo momento do final da
minha pergunta, ele arregalou os olhos
soltou a ficha de chamada e a caneta na
mesa, me olhou no meio da minhas
sobrancelhas, fechou os olhos, respirou
bem fundo e abriu novamente os olhos,
foi aonde ele teve um choque!
Olhou pra cima da minha cabea
com uma expresso de extremo espanto,
at aonde a vista no alcanava, tendo
que levantar a cabea pra ver at aonde
a energia da minha aura fugia do meu

corpo.
Muito tremulo, o professor me
perguntou quase que gritando:
- Quem, , voc???
Ento eu respondi sorrindo no
canto da boca, depois de mostrar com os
olhos, que eu estava olhando em volta
dele, aquela aura muito vermelha, muito
ambiciosa, a qual depois da minha
resposta, pude ver tomando a colorao
preto sombreada:

- Eu ainda no sei, mas quando eu

souber, eu te falo.
O baque foi to grande praquele
professor, que ele precisou sair pra
tomar um copo d'agua e voltou quase
recomposto, e me disse bem calminho
quase com medo, dessa maneira:
- Quando voc descobrir, me fala,
mesmo que voc no esteja mais nessa
escola... Possivelmente eu estarei ainda
aqui.
Por minha vez respondi que

voltaria, e ele me fez prometer que eu

realmente voltaria, o que me fez
salientar automaticamente a seguinte
observao:
- Olha l em, no vai ficar louco
depois em...
O professor me olhou muito
tremulo e totalmente desconcertado...
Dado a circunstancia desta lembrana
que estou mencionando aqui no livro, me
lembrei de outra coisa, pois este
professor disse que uma mulher queria
me olhar, daquele mesmo jeitinho que

ele olhou quando estava atrs daquela

mesa. Eu respondi tudo bem, e ele falou
tambm que era uma amiga, a qual ele
permitiria
entrar
na
escola
exclusivamente para trocar um olhar
comigo, a mesma apareceu talvez quase
que na mesma sequencia das aulas, e
procurou ver minha aura, a qual hesitei
talvez por extinto ou por ofcio.
Aquela mulher ficou de frente pra
mim durante um tempo, e respirava
fundo e ofegante, esperando eu cruzar os
olhos ou simplesmente dar a ateno que

ela queria. Na mesma hora de frente pra

mim, e do lado do professor, no
corredor da escola, ela disse ao
professor, que eu estava hesitante em
trocar essa informao com ela... Eu me
lembro, era uma mulher alta,
aproximadamente 40 anos, que usava
uma cala e sandlia de salto, com uma
blusinha com formas geomtricas nos
detalhes do vu que compreendiam a
blusa.
Depois de trocar aqueles olhares
sinistros
e
aquelas
respiraes

ofegantes, que eu lembro troquei

tambm, ela perguntou se eu era a
reencarnao de um apstolo e
perguntou qual era meu guia ou meu
mentor espiritual. Claro que eu no
sabia e nem fazia ideia do que era
aquilo, mas eu respondi com deboche
perguntando pro professor, porque
trouxera aquela mulher aqui, a mesma
olhou no meu rosto, colocou a mo
suavemente na minha cabea e disse:
- Escuta aqui!
- Voc no tem o direito de invadir

o sonho das pessoas, e eu te probo de

fazer isso de novo.
Fiquei olhando pra ela com total
menosprezo e ridicularizando a atitude
dela s com o olhar, foi ento que ela
disse exatamente assim:
- Eu vou mandar a pomba gira
entrar na sua vida, s pra ver o que voc
vai fazer...
O professor perguntou se isso
podia, e ela disse que podia por no meu
caminho, mas que no tinha poder

suficiente pra fazer qualquer outra coisa

contra mim.
Essa foi a primeira experincia
totalmente consciente que eu pude
entender, que se h pessoas que praticam
a tal da magia negra, existe tambm as
que praticam a magia branca, que a
magia do amor; A qual voc est lendo
sobre agora.

Um esclarecimento bsico aqui...

Pomba gira foi o nome dado por

aquela mulher naquele momento da

minha vida, coisa que eu no tinha idia
do que ela se referia, no estou criando
apelidos pras pessoas, apenas contando
o que foi dito, pois a histria se baseia
em fatos reais. O que tenho certeza que
vai dar o que falar por motivo deste
relato, oque de fato no estou causando
polmica, s estou expressando o que
aquela mulher disse pra deixar o leitor
informado e esclarecido, de como a
vida de um adolescente e o que as
pessoas que passam por nossas vidas
podem causar.

Os meses iam se passando e eu

no parava de olhar pelas janelas com
molduras de alumnio da escola, o
mundo l fora, dia ensolarado, dia
chuvoso... Todos os dias eu ia com o
bendito do skate fincado na mochila e a
cala com quase 1 palmo alm da linha
da canela, sem contar o tnis! Que era o
mesmo sempre! Consegui um tnis de
marca famosa americana com um amigo
que vou chama-lo de Lucio, que era um
rapaz bem bacana, e j andava de skate

a muito mais tempo do que eu, do tipo

enquanto eu entrei na capoeira, ele
estava entrando na vida do skate... Por
um preo camarada, consegui aquele
tnis usado apenas 1 vez que ele no
gostou. Esse era eu em plena
adolescncia, e no tirava o mp3 player
do ouvido, escutando minhas ideologias.
Consegui entender que naquela
poca os jogos on-line viciavam e
davam dinheiro, se eu conseguisse
investir 10 horas do dia jogando no
computador, conseguiria tambm um

possvel curso de ingls pelo fato de ter

jogadores no mundo todo, dava at pra
converter o dinheiro do jogo em
dinheiro real caso encontrasse algum
disposto a gastar.
Os dias seguiam, e em meio as
garotas, sempre fui tmido, mas sabia
conversar e expressar bem um
sentimento sincero. Conheci uma pessoa
muito amvel e simptica, que tinha 1
ano a menos da minha idade.
Aquela
garota
no
era
extravagantemente linda ou sensual, mas

tinha uma expresso to serena e

calmante, a qual, pensando em dividir os
sentimentos em igual tamanho, iniciamos
um relacionamento. Nunca antes eu
havia tido uma relao sexual, e pela
certeza ela tambm no. Foi quando eu
me aproximei e me apresentei, ela me
achou uma boa pessoa e com muita
atitude pela aparncia que eu
expressava. Nos conhecemos com
palavras sinceras, tanto de respeita-la e
faze-la a base do meu sentimento,
dividindo posteriormente a pureza da
alma... Consumamos um dia, o momento

mais puro que pudssemos ter em

clareza ao que cortejamos. Foi a que
nasceu uma semente de amor no corao
de um jovem que estava comeando a
viver a vida.
Eu e a Serena ramos sempre
prximos, pois todos os dias ou quase
todos os dias, dvamos um jeito de nos
ver, e ficarmos pela calada da casa,
aonde ela morava com a me... Os
fatores medinicos com aquele puro
relacionamento, puderam me fazer abrir
os olhos para uma nova percepo

divina, se assim posso dizer, mas eu nem

sei como explicar. Tendo em midos,
parece que eu abri um novo campo de
viso para a vida e a alma. Voc no
deve estar entendendo mas eu vou
explicar:
Serena tinha muitas amigas nas
ruas de baixo, e nas ruas ao lado, seja
de escola ou amigas de amigas... Havia
uma em especial, que vou chamar de
Emlia, em uma noite julgada por mim
normal, estvamos naquela soleira da
casa da Serena, conversando como todas

as noites habituais, e na esquina passou

duas amigas conversando e uma delas a
cumprimentou gritando, que respondeu
tambm aos berros de euforia. No me
pergunte como, e nem por quem, eu ouvi
dentro da minha mente a seguinte fala:
- Aquela menina vai desencarnar!
Seguida de um arrepio estranho na
espinha que eu nunca tinha sentido antes.
Na mesma hora fiquei de olhos
arregalados e falei bem baixinho comigo
mesmo:

-Eu tenho que avisar ela, chama

ela.
Enquanto isso Serena me dizia:
- Voc acredita que aquela menina
tem 12 anos de idade? Olha o corpo
esbelto que ela tem, que lindo!
Continuei esttico com aquela
revelao absurda e aterrorizante da
minha cabea, que a Serena tinha ouvido
eu terminar de falar; Chama ela.
Serena me perguntou:

- O que voc falou?

E eu respondi que sei l, eu acho
que estou ficando louco... E pensei
dentro da minha mente:
- Ou estou querendo mencionar um
absurdo para deixar aquela menina
assustada e sem sossego.
Previ um fato muito triste, que
tenho certeza, foi um dos piores
acontecimentos que o bairro possa ter
passado. Fiquei muito triste, muito
arrasado por saber da notcia alguns

dias depois, no lembro precisamente se

foram 3 ou 7 dias, mas eu via um amigo
de infncia daquela escola evanglica,
chorando muito na rua, soluando e
falando palavras sem parar, quando eu
parei ao lado dele e perguntei o motivo
tentando consola-lo, com as palavras de
que a vida certa, e por mais difcil que
seja o acontecido, temos que ter certeza
que tudo acontece na hora que Deus
permite, porque h um plano Divino em
todos os acontecimentos, principalmente
naqueles mais difceis de superar. Ento
ele me contou sem economizar uma

palavra, que a Emlia perdeu a vida por

conta de um roubo na frente de casa, ou
seja, na rua ao lado.
Fiquei

pasmo!

Sem

reao,

esqueci completamente a direo das

coisas e do tempo espao... Deixei
aquele rapaz aos cuidados de um amigo
mais prximo que estava presente, e
andei at a rua da Emlia, pude ver um
veiculo de recolhimento de corpos, mas
foi bem de longe, aquela rua exalava um
cheiro de dor, dio, revolta, e emanava
um tom acinzentado no ar por toda

aquela vizinhana. Ao entender o que

tinha acontecido, depois de confirmar
com o pessoal na rua, o que eu j havia
escutado daquele que no continha o
choro em soluos, segui em direo a
casa de Serena e chamei-a, ela desceu e
viu estampado em meu rosto o completo
vazio. Me perguntou o que acontecera,
esboando tambm suave intendncia de
tristeza... Eu falei, vamos para a rua
tal, que eu acho que uma pessoa que
voc conhece faleceu, talvez fosse sua
amiga. E levei ela com minha bicicleta...
At ento eu no conhecia aquela moa

que teve a vida interrompida, por um

garoto de aproximadamente 11 anos de
idade. E to pouco lembrava que Emlia
era o nome daquela menina que Serena
tinha mencionado, como sendo a menina
de um corpo esbelto, porm a idade de
uma pr-adolescente.

Tem que falar de maioridade penal

tambm no livro? Acho que tem...
Porque o pai da Emilia pode ficar triste
comigo, o que de fato eu ficaria muito
triste se ele ficasse tambm, acredito

que a reduo da maioridade penal torna

aquele fator amor menos aplicvel, o
que de fato toda criana precisa muito
disso, que provavelmente gera este tipo
de coisa se no houver. Com certeza
pessoas que cometem crime so pessoas
sem amor no corao, o que gera
criminosos ao longo da vida. Existem
casos de pessoas que deram muito amor
pra seus filhos, e infelizmente mesmo
assim, caiu no lado da criminalidade...
O que de fato possvel sabe porque?
Porque o mal est presente na terra por
enquanto, e estamos aqui pra combate-

lo, fazendo assim o mundo sempre e

sempre um lugar melhor para nossos
filhos e os filhos dos nossos filhos. Um
dia poderemos ir pra outro planeta,
ento, enquanto ficamos por aqui usando
a terra, vamos cuidar bem dela e de
quem vive nela.

Eu no sabia como tinha previsto

ou recebido aquela mensagem, mas
durante muito tempo, fiquei com este
grande vazio na conscincia, tendo posto
sobre mim, a culpa de ter sido o ouvinte

de algo como este, e no ter feito o que

todos agora neste momento do livro,
penso
eu,
esto
extremamente
desapontados com minha capacidade
medinica, sendo desperdiada pela
ingenuidade jovial cometida.
Fiquei muitas noites, lembro bem,
sempre antes de dormir, pensando muito
neste fato, e julgando a mim mesmo por
estar fazendo parte, de uma maneira
intermediria do ocorrido... Se eu
dissesse agora que sonhei com Emlia, e
que os ventos na videira sopram muito

forte em cima de mim ao escrever este

trecho do livro, voc provavelmente vai
achar que estou mentindo, mas no
estou.
Aps muito tempo refletindo, tive
a imagem da Emlia em uma figura
branquiada em meu quarto. Naquela
noite o vento tambm fazia as cortinas
da janela balanarem, e ela passou
correndo, como da janela para a porta
do quarto, dizendo: Eu estou bem, e
depois voltou da porta do quarto
(fechada) para a janela que estava

aberta, sorrindo como se fosse o riso

alto de uma criana brincando com um
papagaio (pipa) correndo por um campo
de flores.
Acordei na mesma hora naquele
quarto, pensando naquele fato, para
finalmente hoje acrescenta-lo a esta
obra, no conversei at ento com os
pais de Emilia e espero um dia conhecelos.

Lembro certa vez, lembro dos pais

da Emilia, estarem conversando com a

diretora do colgio, e me olharem com
bastante ateno pela janela da sala da
secretaria, pois eu queria dizer alguma
coisa e no sabia como, tenho certeza
que eles pensaram isso... Ento aqui
est.

O ano ia passando, e com ele,

aquela
juventude
irresponsvel
aflorando. Os dias eram muito comuns
at acontecer uma decepo aceitvel,
do tipo Serena, buscar ateno em um

rapaz que tinha uma condio financeira

melhor, para assim agradar a ateno
dela. Coisa que eu tambm no sou
Santo, e antes dela fazer isso eu tinha
tocado os lbios de outra menina, aquilo
que Serena sabia. Mas enfim... Nem tudo
so flores, e eu no tenho nem um tipo
de rancor por isso, assim como ela
tambm no tem, porque ningum
perfeito.

Vou deixar outra coisa bem clara

aqui, tenho certeza que hoje a Serena

uma mulher MUITO BEM casada, e

tenho certeza que o marido dela
totalmente consciente que sou uma boa
pessoa e ele tambm. O que de fato
desejo toda a imensa felicidade do
mundo pra ambos e famlia.

04. Cansei, Vou Fazer o Supletivo

Mesmo
Era difcil o convvio com aquela
diretora que vou chamar de Rgia, ela
definitivamente no gostava da minha
pessoa. Lembro-me que houve uma
modinha, de muito mal gosto naquela
escola, que era de soltar bombas pelo
ptio a fora, coisa que eu no fazia
parte... Como essa brincadeirinha ficou,

 claro, fora do controle, certa vez

foram eu, e mais uma dezena de alunos
problema, trancados na quadra de
futebol antes da entrada da aula, por
motivo de suspeita coletiva dos estouros
causados. Mas este um fato a parte, s
pra mostrar o quo suspeito eu sempre
seria aos olhos da Rgia. Mais um dia
de aula, agora passar na padaria e
comprar um po de frios, pra ir assistir
os guerreiros que ficam com cabelos
amarelos (desenho japons) como
sempre eu fazia.

O dono da padaria me conhecia

como sendo um grande amigo. Era um
tal de... Deixa eu ver, Tunico, que
tambm me defendia argumentando com
a diretora da escola, em prol dos alunos
nas reunies, que ir de skate pra escola
no crime. E que no se deve ficar
oprimindo o aluno, a ponto de deixa-lo
at expressar pro dono da padaria
tamanha indignao, sobre a forma de
regncia da escola que no esta sendo
um modelo. Foi atravs dele que tenho
certeza, a diretora passou a me respeitar
mais, ou talvez menos, indiferente.

Minhas aes e atitudes eram

igualitrias ao sistema de tratamento, em
prol do respeito mtuo, o qual sempre
me mostrava que eu nunca tinha razo,
mas mesmo assim, sempre sensato aos
meus olhos.
Pra voc ter uma ideia de tamanha
perseguio que eu sofria l, na
rematrcula da repetncia, que foi
efetuada; Sumiu o meu nome da lista das
4 salas do primeiro ano que haviam, o
que deixou meu pai indignado, porque
negar a vaga de um aluno, tendo a

possibilidade de encaixa-lo em uma

turma, um crime. Meu pai falou:
- Espera ai que eu estou indo
conversar ento.
E foi direto no conselho tutelar,
seguido de uma ligao amena da
diretora, chamando meu pai para
apresentar o campus, e conversar sobre
disciplina e a escola.
Lembro muito bem da diretora
mostrando grades e muros, os mais altos
que ela tinha conhecimento dentro da

escola, e falava pro meu pai, que

aqueles muros e grades pra mim, no
eram obstculos, pois eu escalava e
pulava todos, o que pra mim no fez
muito sentido, pois eu costumeiramente
s pulava 1, que era de acesso rua, os
outros estavam l s de enfeite. Mostrou
tambm o meso da escola, lugar
aonde era feito as refeies no ptio, e
disse ao meu pai que eu utilizava a
meso, como obstculo de performances
de skate no momento das aulas (risos).
Eram tantas coisas que ela falava,

e meu pai mantinha a posio de que

queria que eu ficasse naquela escola
para concluir o colegial, ela no pde
fazer nada, a no ser me matricular de
volta.
Bom, aqui vai um pequeno ol
para a Rgia, pois sei que ela estava
tentando proteger a escola contra um
possvel marginal que no caso seria eu,
sei que ela ainda vai ouvir falar de mim,
ento, no quero que ela sempre se sinta
culpada por ter me perseguido, at
porque no guardo ressentimentos e sei

que ela no gostaria de pronunciar a

respeito, pois todos ns aqui neste
mundo, temos a nossa parcela de culpa
referente aos pecados, ficarei infeliz de
saber que nos dias atuais ela o mal
exemplo da histria, at porque os
tempos passaram e hoje, somos mais
maduros perante a vida. Ento por favor
deixem a diretora em paz, porque ela
sabe como reger uma escola e se no
soube, aprendeu. Obrigado.
O ano ia mal como sempre nas
matrias, com exceo de Filosofia e

Lngua portuguesa, que eu gostava

bastante.
Meu boletim de notas ficou um
pouco mais azul e eu fui direto pro
supletivo, concluindo em 1 ano o
segundo e o terceiro colegial. Naquela
escola do supletivo, eu s me recordava
da fama ruim que a compreendia, do tipo
escola de bandidagem, ou escola de
trombadinhas. O que provavelmente
no era verdade, essa fama se dava
simplesmente ao fato, da escola estar em
ruas escuras, ou seja, com baixa

luminosidade, o que infelizmente atraa

pessoas mal intencionadas pra cometer
possveis assaltos, infelizmente.
As coisas que ensinavam na
escola eram pouco interessantes pra
mim, e as coisas da vida que me
chamavam ateno no correspondiam
muito a sala de aula. O tempo passava, e
a sexualidade aumentava... Talvez um
assunto muito delicado para se tomar em
um livro de contedo esprita, ento
aviso que se voc leitor, procurava um
livro com contedo no explicito,

desculpe, mas errou de livro. Aqui

retrata-se a minha vida como um livro
aberto, vim para incentivar a unio
universal. No estou preocupado com o
rumo que minha vida vai tomar, assim
que este livro for publicado, at porque
as ideias so livres, e provavelmente
no vai haver uma terceira chance, ento
vou fazer desta a minha melhor.
Dado a sequencia; Com meus 18
anos, aprendi o que era o apego
carnal. A capoeira me dava a
serenidade necessria pra compreender

os caminhos, me fazendo so pra

enfrentar o dia-a-dia. Muito meticuloso
e detalhista, preguei autoformas de me
conduzir a capoeira de maneira
espiritual, pois h em toda passagem da
arte, em nossas razes brasileiras, a
completa e indiscutvel relao com a
religies afro brasileiras. Sempre
busquei o conhecimento atravs da
intuio, e nunca me dava por satisfeito,
se no soubesse qual o comeo e o fim
de todas as coisas mundanas ou
espirituais.

Me recordei ento do cordo que

o contramestre de capoeira me
emprestou no comeo da iniciao do
esporte, que era de l. Que ele havia
transado pouco antes do iniciar das
minhas primeiras aulas... Um tranado
de camadas de l, no sei dizer se eram
em uma sequencia especfica, mas eram
cores muito contrastantes que nunca
sara da minha cabea aquelas cores.
Foi ento que eu comprei
simbolicamente guias nas casas de
artefatos afro e religiosos. Passei a

adotar uma conduta comportamental

dentro da filosofia de vida da capoeira
antiga, e fiz tambm votos como a
lenda dos corpos-fechados, que
estaria tambm com o inicio do uso
daquela guia, apto a receber os
verdadeiros conhecimentos da capoeira
espiritual, mal sabia eu o que estava
fazendo.
O tempo ia passando, e eu sempre
treinava com um grupo, os quais haviam
excelentes professores e alunos hoje
formados, aprendi coisas incrveis e

impressionantes que no se resumem em

um livro, pois demoraram em mdia 17
anos de doutrina para aprender, ento eu
teria que demorar tambm 17 anos
doutrinando para repassar nos caminhos
da capoeira. Em meio os treinos da
capoeira, era mesmo comum encontrar
capoeiristas cidade a fora com
ensinamentos medinicos, pois um
capoeirista completo tem um sexto
sentido, e uma terceira viso,
desenvolvidas para agregar a mandinga
propriamente dita. Tendo em vista esta
tese, que afirmo ser real, conheci um

professor. Este era um capoeirista muito

bem desenvolvido espiritualmente, pois
me recordo que foi uma das pessoas,
que nas cantigas de roda de capoeira
conseguiu ver minha aura, e me revelou
a sua muito rara, vermelho brilhante com
prata; Um capoeirista que sabe fazer jus
ao nome que a capoeira lhe batizou, pois
ainda estou pra ver algum que reze uma
cano melhor do que ele.
Havia outro professor que era
muito bem desenvolvido espiritualmente
e se mostrou a aura mais rara que eu j

havia visto at ento, e tenho certeza

nunca conseguirei ver em outra pessoa,
pois este foi o responsvel por me
ensinar o verdadeiro caminho da
capoeira espiritual, a verdadeira
capoeira antiga que no pode ser
perdida com o tempo e tenho certeza
absoluta, no deixar nunca de existir,
porque este livro mais um impulso
para o nosso patrimnio cultural.
Atravs deste professor que me colocou
no verdadeiro caminho da capoeira
espiritual, conheci outro que tem a
habilidade nica de movimentar-se em

todas as direes, o que todos ao meu

ver acham impossvel e confuso, mas
afirmo ser possvel. Isso porque um
capoeirista verdadeiramente treinado,
fsica e espiritualmente, pode realizar
feitos que na hora do perigo, se tornam
evidentes pela necessidade do acaso.
Com estes Mestres aprendi a ser
um verdadeiro discpulo e a eles devo
com certeza papeis coloridos, sade e
obrigaes.
O Supletivo era bacana, porque
acompanhava meu ritmo, com total

liberdade pra sair da escola sem

precisar pular o bendito do muro, caso
precisasse. Conheci pessoas mais velhas
naquele meio, e sa de l com a certeza
de buscar um emprego com carteira
assinada... Mas no foi isso que eu
encontrei.
Em plenos 18 pra 19 anos,
conheci uma mulher em um site de
relacionamento pela internet, e os
sentimentos se mostraram muito fortes,
pois alm de eu me passar por um
suposto garoto de programa, estiguei a

ateno e o interesse dela para assim

satisfazer minhas ambies pelo desejo.
Conseguimos finalmente nos encontrar e
o que eu via era interessante... Uma
mulher de 38 anos de idade, com pele
clara, cabelos bastante claros e uma
expresso muito atraente. Um corpo
totalmente dentro do padro das belas
mulheres da idade da loba, fiquei
encantado pelo desejo e pela
curiosidade. No pude me conter e claro
que nem queria. Naquele mesmo dia
fomos passar a noite em um motel.

Aquele apego tomou conta de

mim, mesmo sabendo que ela morava na
capital do estado, no tive interesse em
ter relaes com outras mulheres. Fui
logo contar o ocorrido pro meu melhor e
mais confivel amigo, aquele que
gostava de usar roupas largadas, vou
chama-lo de Ado.
Contei toda a histria ainda sem
acreditar naquele sucesso que possa
dizer, seria o sonho de qualquer rapaz
daquela idade. O fato de estar se
relacionando com uma mulher mais

velha, ao meu ver, abria espao para a

compreenso do sexo de uma maneira
explicita e proporcional aos desejos,
que naquela idade eram muitos. Meu
amigo Ado, tinha minhas histrias de
aventura como um tipo do sucesso da
adolescncia, pois bastante magro e
inseguro de si, um tanto diferente da
minha aparncia, ele as vezes se
denominava
inferior
aos
relacionamentos
que
a
vida
proporcionava por motivo da aparncia.
Ento se voc, caro leitor, por

acaso magro, no sinta-se ofendido, pois

a aparncia corporal um reflexo dos
cuidados de nosso corpo e mente, e se
voc no atingiu ainda o corpo que
deseja, seja vigorado ou esbelto,
procure se alimentar com legumes e
frutas, porque estes so o sinnimo da
sade em nossas vidas. Importante
tambm praticar exerccios fsicos
regularmente. Imagine que o corpo o
interruptor da mente, ento pra ficar com
a mente verdadeiramente ligada, temos
que estar em comunho com nosso corpo
da melhor maneira possvel, e a maneira

mais eficaz de atingir essa comunho

meditando.

Caso voc goste de ser muito

magro ou acima do peso, no tem
problema nenhum. O que importa o
que est dentro do corao.

Antes que eu me esquea, este

rapaz, o Ado, era muito prximo de
outro amigo, o qual tambm conheci

atravs dele, este era amigo do Ado

desde a infncia, e por conta do acaso,
estudamos na mesma escola durante o
colegial. Era um garoto muito quieto,
com um semblante puro e inocente,
acontece que este morava com a me
porque os pais eram separados, gostava
muito de vdeo games e dividia este
gosto com Ado, mas ainda no hora
deste entrar na histria porque ele
estava um tanto preocupado em seguir as
obrigaes que a me impunha, por
motivo da vida religiosamente rigorosa
que seguiam.

Fui uma espcie de primo mais

velho pra este rapaz, que vou ento
chama-lo de Joo. Parece que no
comeo da nossa amizade, ele no
gostava muito de mim. Euera popular na
escola e tinha uma vida muito dentro das
minhas prprias iniciativas, ignorando
as placas de aviso em prol da minha
diverso (skate)... Talvez ele me achasse
um tanto folgado, pois eu cuspia as
minhas realidades ao vento, no
importando se as palavras machucariam,
ao meu ver, tentando despertar as
pessoas a minha volta pro que chamava

de realidade.
A adolescncia era boa de se
viver. Com um olhar penetrante,
podemos ganhar a malcia da
sexualidade das pessoas, tornando isso a
nosso favor pra se fazer real quando
existe um sentimento sincero.

05. Trabalhar de Carteira Assinada

Com o passar dos meses, iam
aparecendo as necessidades mais
importantes, tais como fazer um curso
profissionalizante e procurar estudar o
que realmente interessava. Fui ento
procurar um emprego de final de ano,
pra poder pelo menos comprar roupas
novas, pois isso se eu no tivesse por
doao, seria por rolos (trocas).

Consegui um emprego como vendedor

de calados, o qual fui no centro da
cidade procurar. O gerente daquela loja,
era um homem de cabelos grisalhos...
Tinha uma cara de ambicioso, pois
quando falava era sempre procurando
satisfazer o interesse prprio, sem
importar com aos detalhes que
submeteria os funcionrios, como
horrio de trabalho no remunerado por
horas extras, sem direito de vale
refeio e com total disponibilidade de
horrio, pois voc s ganharia 5 por
cento por comisso daquilo que

venderia. Foi F0d4! Desculpe a palavra,

ter que aceitar uma proposta dessas, mas
era natal e eu no tinha dinheiro nem pra
comprar um lanche na rua, ento no vi
outra opo a no ser aceitar ser
escravo em pleno sculo XXI.
Aps aceitar a porcaria da
proposta que me deixou muito bravo e
com cara de idiota, havia um gerente de
maior status visitando a loja, o qual fui
instrudo a esperar os dois irem tomar
um cafezinho enquanto testavam minha
pacincia e necessidade pela oferta.

Fiquei ento sentado naquelas cadeiras

de plstico coletivas, de frente para o
caixa da loja, aonde haviam 3 meninas
trabalhando. Aps ja estar cansado de
esperar os que foram tomar o
cafezinho, que j estava demorando
mais de 1 hora, s pra saber o que era
preciso trazer para dar incio a jornada,
fiquei mapeando de vista o lugar, e pude
perceber que uma das meninas do caixa
me olhava atentamente... Foi ento que
eu ouvi uma voz:
- Olha aqui pra mim menino.

Ento olhei pra menina do caixa,

que parecia ter seus 20 e tantos anos,
com uma expresso bastante caridosa,
definitivamente uma pessoa humilde e
comprometida com as responsabilidades
do lar. Foi quando ela enxugou uma
lagrima enquanto eu olhava nos olhos
dela e percebi uma nuvem de luz clara
em volta dela que no me recordo muito
bem a cor, mas era com tonalidade
branca. Nessa mesma hora o gerente
chegou e foi direto nela, na minha frente,
e perguntou pra moa bem baixinho pra
que eu no ouvisse:

- Ea, viu?
Ela respondeu emocionada:
- Sim, bem clarinha...
(Coisa que me deixou tambm
emocionado,
porque
quando
o
sentimento reciproco, no precisamos
de muitas palavras faladas pra entender
quem tem bom corao).
Ento o gerente virou-se pra mim
e disse:
- Voc me trs os documentos

dessa lista e vamos comear amanh!

Foi um emprego muito desleal
com as necessidades humanas, pois
levantar as 7 da manh pra voltar pra
casa as 10 da noite, realmente faria
qualquer um sucumbir ao cansao em
prol da explorao empresarial, que
constante e pouco fiscalizada no
comercio. No fiquei mais do que 2
meses naquele emprego, lembro que o
gerente queria me registrar como
ajudante de estoque, mas eu no tinha
interesse em ficar, apenas de comprar

umas roupas novas.

A vida era boa, e eu no tinha
muito do que reclamar, pois em casa no
faltava comida, a no ser a presena da
minha me, que eu sentia apertando no
peito quando me recordava da falta que
ela fazia, tanto pra me orientar
espiritualmente, como pra me consolar
nas caminhadas da vida. Ainda sim eu a
visitava em um ciclo de talvez 2 vezes
ao ano, mas nem de longe isso era
suficiente. Lembro triste de quando eu ia
praquela escola no primrio, muito

jovem, e os coleguinhas de classe as

vezes riam de mim ou da minha roupa,
que no era exemplo de cuidados, pois
no tinha quem as lavar, e minha irm
estava
passando
pelos
mesmos
problemas escravatrios do trabalho
no comrcio aqui mencionados. Tudo
bem! Ja passou, hoje sei lavar minha
prpria roupa pelo menos.
Consegui finalmente fazer um
curso que eu queria, voltado pra
informtica, bem pertinho de casa,
depois de alguns anos mexendo no

computador que tinha sido comprado em

uma loja conhecida na Baixada Santista,
senti a necessidade de aprofundar os
conhecimentos naquela ferramenta, pois
se era natural lidar com a maquina,
possivelmente seria natural ter um
emprego pra se ganhar dinheiro. Fui me
matricular na escola de cursos, com a
pretenso de aprender a consertar
computadores. Chegando l, tinha um
gerente magro e alto, pouco cabelo, um
jeito de se movimentar muito meticuloso
e com certeza o cara mais expressivo
com as palavras que eu j havia

conhecido at ento.
Sentei a frente dele e sanei as
informaes pertinentes ao curso,
percebi ento que este homem podia
talvez me oferecer uma oportunidade,
pois ele era muito seguro das coisas que
dizia e as falava com naturalidade e
motivao, me motivando tambm a
criar uma oportunidade. Tinha uma
aparncia que lembrava aquele amigo de
infncia, o mesmo que mencionei no
comeo da obra, porm, com uma idade
totalmente diferente, o fato era que

aquele amigo, estava infelizmente preso

na cadeia naquela altura da minha vida,
pois os ventos sopram em direes
variadas, e se voc segue a direo pra
onde ele te leva, com certeza vai chegar
em algum lugar, cabe a voc entender se
o lugar bom ou ruim.

Muitos amigos de infncia

estavam presos por dar vazo e fluncia
de suas atitudes, sem dar conta que
existem vidas a sua volta, e o universo

um imenso espelho, o qual pode refletir

seu futuro da maneira que voc vive seu
passado e presente. Portanto se o amor
foi aplicado ou por ventura ainda no...
No procure conhecer o caminho do
mal, porque este ser cruel com voc e
no te deixara at voc se arrepender
sinceramente de tudo que causou e gerou
de ruim na vida dos outros. Caso voc
tenha conhecido o caminho do mal,
procure se redimir, tratando todas as
pessoas que esto e aparecem a sua
volta da mesma maneira que gostaria de
ser tratado.

Gentileza atrai gentileza.

Fui
entrando
em assuntos
detalhados de empregabilidade com o
gerente, fui comentando como era ser
vendedor de loja de calados e fui
falando um pouco sobre como a vida
justa quando voc se dedica a ela com
um objetivo sincero ao bem... pronto!
Sa de l matriculado e empregado.
Agora com salario fixo, metas a
cumprir, objetivo na vida e cursos
profissionalizantes pra vender, fui
procurar dar intendncia e vaso ao que

a profisso pode realizar. Impus metas

nas etapas da minha vida enquanto
estivesse l, e dei novo rumo aos
interesses, naquela altura eu era
exemplo de sucesso entre os amigos,
principalmente Ado, que eu dividia
muitas noites do final de semana
conversando sobre ainda os assuntos
pertinentes a nosso interesse, Joo
parece que tinha passado por coisas na
vida to inexplicveis e realmente
positivas, que eu no mais o via desde
aqueles dois anos do colegial, ento
comecei a v-lo novamente nas mesmas

noites que dividia com Ado em sua

casa... Ele mudara muito, parou de usar
roupas folgadas pra esconder a magreza
e comeou a frequentar a academia,
alcanando um corpo saudvel e
visivelmente forte, fiquei muito contente
por ter um amigo novo\velho pra poder
ir nas academias ao ar livre da praia de
Santos, treinar e conversar sobre as
mulheres que naquele tempo haviam aos
montes para escolher.
Tudo ia muito bem, em meio a
cidade sempre ensolarada de Santos e

So Vicente, as andanas de skate com

meu amigo Lucio, a capoeira So
Vicente a fora e as coisas que a vida me
proporcionava conhecer... Certo dia
voltando pra casa, depois do trabalho,
passei na padaria e pude ver o dono com
uma cara muito preocupada, talvez
esboando medo ou total apreenso do
acaso, vi tambm um homem no balco
tomando uma cerveja, ento peguei um
refrigerante retornvel e prometi
entregar a garrafa no mesmo dia.
Voltando pra entregar a garrafa para o
Sr. Tunico, percebi que a padaria estava

fechando muito cedo, e o mesmo veio

em minha direo, gaguejando e pedindo
amparo psicolgico. Chegou prximo de
mim e perguntou se eu era amigo dele,
ento eu respondi, claro que sou...
Tunico falou:
- Ento me faz um favor porque eu
estou com medo.
- Voc viu aquele homem no
balco bebendo cerveja no viu? Pois
bem...

- Ele chegou na padaria pedindo

uma cerveja e bebeu. Mas no momento
de pagar invs de tirar a carteira, o que
ele tirou era uma arma!
- Anunciou o assalto, levando
assim todo o dinheiro que eu tinha no
caixa, o qual vai me fazer muita falta,
pois alm do negcio ultimamente estar
indo mal, ainda o pouco que consigo
com esforo, esta sendo roubado.
- Ligue pra policia pois alm de
me assaltar, o assaltante ainda est aqui!

Olhei em volta e percebi aquele

homem que estava no balco, andando
pela calada, mas eu no liguei para a
polcia, mesmo tendo dito ao Sr. Tunico
que havia ligado no dia seguinte ao fato,
porque eu percebi que alm de o homem
estar por perto, ele havia ouvido o
pedido de socorro do Sr. Tunico pra
mim. Um detalhe muito importante que;
Havia um fluxo de muitos viciados pela
rua, dormindo atras dos entulhos ou
debaixo dos caminhes e carretas
estacionados por l..

O crack era presente, o vcio ruas

a fora explcito e o descaso do ser
humano era total.
No me arrependo por no ter
ligado pra polcia aquele dia, porque
alm do Sr. Tunico ter tomado uma dose,
me deixando em dvida se o assalto
realmente acontecera, pois exalava um
cheiro etlico forte, o que eu percebi
logo de cara, no queria ligar pra
policia relatando um crime que possa
no ter acontecido.
Eu queria ensinar uma lio

praquele homem que supostamente

roubou a padaria, uma lio que ele
possa levar pra vida toda e possa com
essa lio, entender que a cadeia no
resolveria o problema e sim adiaria o
problema que ele estava passando.
propsito, vou chamar o homem que
assaltou a padaria de Crocodilo, pois
se a vida selvagem, ento s os mais
caridosos sobrevivem.

06. O Mundo da Voltas

Realidade
cruel,
pessoas
mesquinhas e inverdades tratadas como
verdades. O mundo me tornava cada vez
mais desumano, e cada vez mais crente
que tudo gira em volta de uma
engrenagem impossvel de mudar. Os
sonhos s faziam sentido quando
sonhados com sinceridade, e o pesadelo
do viver s se mostrava cada vez mais,

no fazendo sentido sonhar em ser

sincero, pois ningum nunca era comigo.
Conheci uma moa mais velha que
eu, aproximadamente 8 anos... Era uma
moa bonita, de baixa estatura, voz
rouca, com um semblante peculiar de
total interesse de suas conquistas e
deveres, tambm era completamente
focada na famlia, interesses da igreja
evanglica, e tinha uma irm muito
parecida com ela. Foi definitivamente
inusitado essa moa ter entrado na minha
histria, pois eu e a loba, no mais

estvamos em sintonia, pois acontecera

um fato totalmente estranho que me fez
pensar se eu estava sendo enganado ou
simplesmente usado assim como um
objeto. Estvamos eu e a loba em uma
pousada, como sempre, que em uma
certa noite, muito tarde da noite...
Algum bateu apressadamente na porta e
as coisas estavam muito mais que
estranhas, percebi ela se retraindo e
ficando muito preocupada, at mesmo
porque no comum um funcionrio ter
esse tipo de atitude, mas tudo bem, eu
no sabia e no desconfiava de nada at

ento... Mas ela respondeu assim:

- Vai embora, ele no tem culpa de
nada!
Foi ento que eu percebi que a
realidade intensa e vai acima de
qualquer sentimento, pois a verdade,
esta sim esta alm do bem e do mal. Se
h algo entre o cu e o inferno, algo que
fica no meio destes dois planos, afirmo
a voc que a verdade! E dessa meu
amigo leitor, ningum escapa! No
adianta fechar os olhos para no v-la,
pois a verdade incolor, inodora e pura;

A verdade vai alm da compreenso

humana em todos os sentidos... A
verdade quem machuca e quem cura ao
mesmo tempo.
A partir daquele momento, percebi
que tudo faz parte de um ciclo muitas
vezes inquebrvel; Que a falsidade...
O qual s pode ser quebrado quando
depositamos a confiana que temos em
ns mesmos nas pessoas que amamos,
coisa que no estava sendo aplicada,
pois eu era enganado e j inclusive
muito antes do fato, tinha confessado que

no era e nunca fui o garoto de programa

que me apresentei, e sim um menino
com vontade de contar uma histria que
os amigos ficassem empolgados de
ouvir.
Pra minha sorte, as batidas na
porta pararam, e no dia seguinte s se
via o receio da loba em sair da toca, o
que no provocou nenhum acontecimento
posterior.
Agora lembrando daquela moa
da voz rouca... Era uma certeza ter a
ateno dela, pois eu no tinha mais

nada, a no ser um bico muito ruim em

uma lan house. Conheci ela atravs de
um amigo em comum segundo ela, o qual
eu no sabia quem era, mas pouco
importava, afinal eu j estava
conversando com ela a bastante tempo.
Vou chamar essa moa de Jade, pois ela
me ensinou uma lio preciosa.
Jade trabalhava naquele tempo,
em uma loja, no comrcio da cidade. Eu
sempre ia busca-la no final do
expediente, pois a vida estava um tanto
atrapalhada, consegui terminar o curso

de informtica, mas no estava mais

empregado na escolinha de cursos,
trabalhei atravs de uma cooperativa de
trabalho e como no era de se esperar,
sa de l sem direito a absolutamente
nada, pois eu no tinha entendido como
era o registro em carteira porque no
havia.
Jade era uma moa muito bem
estruturada e de respeito, me fazia sentir
um rei, pois cuidava de mim de um
maneira totalmente atenciosa e com
fervor. Chegou a levar roupas minhas

pra casa e as trouxe lavadas, algo que eu

fiquei muito comovido e feliz pela
atitude, que me fazia pensar cada vez
mais, que seria essa, o tipo de mulher
que eu gostaria de ter na minha casa
prpria... Jade gostava tambm de
coisas materiais, algo que me deixava
um pouco desconfortvel, pois objetos
pra mim, eram contados nos dedos, o
berimbau, o computador e o skate.
Eu estava feliz com a vida de
namorado srio, e os dias iam passando,
quando ela disse que queria conversar

sobre uma coisinha um tanto delicada,

que eu no fiquei muito contente, pois j
imaginava que algo suspeito estava
surgindo... Ela me contou assim:
- Sabe o que ...
- Lembra que eu te falei que tinha
um amigo em comum, ento...
- Eu estava olhando seu perfil no
site de relacionamentos procurando um
acompanhante pra minha amiga
- Pois o dono de uma lan house

era quem eu ia fazer par, pois um

amigo do tempo de escola e
combinamos de sair pouco antes de eu te
conhecer.
L vinha de novo aquele gostinho
de desconfiana, que no nada bom...
Jade me convenceu a conversar com ele
e explicar a histria, coisa que eu fiz
sem hesitar pois alm de naquele
momento patro, era tambm um
amigo e eu no podia ser o faltante da
amizade. Fiquei mais aliviado por ser
compreendido, mas ainda sim com cara

de bobo.
Aqui vai outro pedido singelo de
desculpas, pois pra se contar uma
histria preciso ter os personagens e
no guardo nenhum tipo de rancor por
ningum, espero que no guardem por
mim tambm, porque o motivo da
histria no constranger e sim
melhorar a vida de todos ns. Isso serve
pra todos mesmo!
Ao passar dos meses, messes
tornavam-se anos e a vida repleta de
acontecimentos... Consegui finalmente

um emprego descente, com plano de

sade, salario fixo e at comisso. No
era talvez o melhor emprego do mundo,
mas pelo menos era o que eu gostava de
fazer, conversar com as pessoas e
convence-las de comprar algo bom pra
elas. Na mesma loja que eu tinha
comprado o computador que tinha em
casa, foi aonde consegui o emprego,
inclusive trabalhava do lado da irm da
minha namorada... Fui um funcionrio
exemplar, tenho certeza. Entrei naquela
bendita poca de natal, tendo assim que
trabalhar em horrios que iniciaram as

10 da manh at as 10 da noite.
Mas a necessidade sempre falava
mais alto, afinal eu tinha conseguido um
emprego e pensava na possibilidade de
adquirir bens que me fizessem mais
seguros do meu futuro. Foi trabalhando
bastante que pude entender o quanto
valorizado o dinheiro que se ganha,
mesmo sendo pouco, ainda sim
possvel fazer milagres com um salrio
mnimo, mnimo mesmo.
As quinzenas de natal passaram e
eu consegui ser registrado, mesmo tendo

um patro muito mal educado, que

tratava os funcionrios como contagem
de cabeas de gado. Foi realmente
difcil ter que engolir certas indagaes,
e foi difcil lidar tambm com gerentes
de diferentes setores que caam quase
que de paraquedas pra trabalhar
naquela empresa, tive experincias ruins
com alguns deles, me lembro bem de um
deles, que tinha uma resposta automtica
pra quando algum funcionrio dissesse
que precisava fazer a hora do almoo
que de direito... A resposta era
sempre, espera um pouquinho que j

tem gente fazendo e depois eu te

chamo.
Foi, e uma empresa de feitos e
histrias controversas, a qual lembro
tambm que na sequencia saiu este
gerente pra entrada de um outro um tanto
pior... No sei o que o dono daquela
empresa queria, se era simplesmente
ganhar dinheiro usando as costas dos
outros como degrau, ou se ele achava
que estava fazendo algum bem,
proporcionando um sistema inevitvel
de salario baixo com acumulo de

funes em prol do crescimento da

marca. Acredito que tudo era um
objetivo s, porque a maioria dos
gerentes eram mais carrascos que os
carrascos das histrias medievais,
cheguei a ter a infelicidade de quebrar
um produto da loja por motivo de um
acidente, porque a escada do estoque
era muito grande e escorregadia, o qual
fizeram at um boleto descontando o
valor total da mercadoria que precisava
pagar em parcelado. Eram coisas
absurdas, coisas que no faziam sentido,
a intendncia que eu acumulava era de

estar sendo utilizado meus talentos sem

ser dado o devido valor... Era como
ganhar 700 e poucos, se eu pudesse
ganhar 2 mil.
Mudei de loja, indignado e
transtornado, para outra loja da mesma
empresa, a qual s aumentava minha
vontade de por um basta, sendo com um
processo pois tenho certeza aquela
empresa j acumulava muitos, ou
chutando o balde algum dia, botando
pra fora toda aquela energia ruim que se
acumulava atendendo as pessoas

passando as informaes e politicas de

troca e dos direitos do consumidor, tudo
para tornar a empresa sempre a frente
dos interesses das pessoas que a
procurassem.
Fui ento trabalhar em outro
shopping, aonde era uma loja menor e
que com certeza me deixou mais
aliviado, ainda sim indignado com toda
a sujeira debaixo do tapete, porm com
aquela famosa e inevitvel necessidade
do emprego, pois quando se
trabalhador brasileiro, o governo no te

da muitas opes.
Indignado e aborrecido naquela
loja e naquela empresa, comecei a
refletir toda essa indignao na mesma
moeda que eu estava recebendo, entendi
que a alma do negcio era o dinheiro e
simplesmente isso era o que importava.
Ento fiz jus a profisso de vendedor,
buscando a comisso em cima dos
servios
pssimos
de
garantia
oferecidos, os quais garantiam a certeza
de um salario maior e como
consequncia, um maior numero de

clientes insatisfeitos.
De casa para o trabalho, do
trabalho pra casa. Era assim, e assim
seguia a vida. E adivinha s quem foi
morar na frente da minha casa? O dono
da empresa? No! o Crocodilo... Pra
voc ver como o mundo d voltas.
No acreditei que aquele mesmo
homem que tinha assaltado a padaria,
algum tempo depois seria meu vizinho!
No
tinha
entendido
aquele
acontecimento e no fazia ideia do
porque aquilo havia acontecido...

Porque o mesmo cara, que em s

conscincia cometera um crime, voltasse
a cena do crime e ainda no
simplesmente pra dar uma olhadinha,
mas pra morar. Percebi que o mundo da
voltas e eu tivesse pagando por no ter
acionado a polcia, pois bem. L estava
o Crocodilo, todos os dias na frente da
minha casa, todos os dias cruzando os
olhares com os meus e todos os dias
entrando e saindo daquele porto, que eu
no fazia ideia do que ele queria, mas
sabia que no era boa coisa uma pessoa
sempre saindo e entrando a qualquer

hora do dia e da noite, me parece que

este no tem emprego fixo e de fato no
tinha.
As vendas com a tal da garantia
estendida contratual me colocaram em
situaes de retorno do universo e
contriburam pra tal acontecimento...
Jade estava muito preocupada com meus
horrios de trabalho, que sempre eram
muito extensos, e eu no conseguia dar a
ateno que queria praquela moa, pois
se o dia tem 24 horas, eu j perdia
metade trabalhando daquele jeito, ento

as horas que restavam, eu precisava

fazer minhas necessidades, a qual no
sobrava tempo nem tomar um ch,
enquanto o espera esfriar. Fiquei em
meio um dilema de total incompreenso,
no sabia quando era dia e no sabia
mais quando era noite, mas enfim,
entendi que Jade no estava tambm
conseguindo organizar sua vida, mesmo
querendo que eu ainda permanecesse
nela.
Foi uma conversa rpida e
objetiva. Sentei na frente de Jade e

desabafei, falei o quanto estava difcil

trabalhar e conciliar minhas horas do
dia com meus deveres e necessidades,
os quais no sobravam nem o final de
semana pra compartilhar com ela,
porque o bendito do shopping nunca
fechava! Ela entendeu, abaixou a cabea
e demos uma certa distancia... Ainda sim
nos vamos e ela no mais trabalhava em
shopping, mas sim em uma profisso
muito importante. Como interprete de
LIBRAS (Lingua Brasileira de Sinais)
em escolas da Baixada Santista. Os
horrios dela eram bons, pois haviam

poucas escolas com surdos pra se fazer

o trabalho e era sim muito fcil pra ela,
ter tempo suficiente pra gastar com o
que bem entendesse... Jade queria
mesmo que eu fizesse parte da vida dela
e eu queria mesmo era ter tempo pra
fazer que eu queria e o que gostava. Em
uma de nossas conversar comentei com
ela que gostaria muito de comprar uma
moto, seria bom pra dar inicio na
faculdade pois a carta de motorista eu j
havia conseguido tirar.
At ento eu no imaginava o que

estava acontecendo e nem esperava nada

do tipo. Foi quando Jade apareceu em
minha casa, alegando que por morar em
uma residencia aonde no tinha garagem,
precisaria deixar guardada em minha
casa como um favor sua moto nova,
que por coincidncia, era igual o
modelo da moto que eu havia comentado
que compraria... Tudo bem, deixei ela
guardar a moto na minha casa, e sempre
a via empoeirada parada na garagem,
pois ela no tinha carta de motorista, e
provavelmente demoraria um pouco pra
ter, foi quando ela disse que eu poderia

usar a moto pois era um bem que ela

gostaria de dividir comigo.
Voc acha que eu fiquei contente
com isso? No, no fiquei. Percebi que
o lado materialista dela estava me
mostrando o que vemos muito por a;
Pessoas se aproximando das outras por
interesses materiais, os quais nunca vo
trazer a real compreenso da verdade
em suas vidas, e s as faram cada vez
mais escravas do processo regressivo
da humanidade.
Disse eu, a Jade, que havia

perdido o interesse com motos, pois eu

gostaria mesmo era de ter um carro, o
qual j estava me preparando em planos
para comprar, um carro que vai me
proporcionar alm de um meio de
deslocamento seguro, ser possvel
visitar minha me com mais frequncia.
A cara que a Jade fez foi de decepo.
Um rosto expressando total frustrao
do acaso, mas ela no foi embora ainda
da minha vida e sim, fez outra coisa que
voc no vai nem acreditar... Ela vendeu
a moto quase que imediatamente e
financiou um carro 0Km da mesma

marca e modelo que eu queria comprar e

veio ento com o mesmo argumento que
no tinha garagem e no tinha a
possibilidade de dirigir por no ter a
carta de motorista. Foi ento que eu me
v obrigado a recusar a oferta de guardar
e usar o carro. Disse eu que precisava
de coisas novas na minha vida, e que
tinha sede de conquista-las com esforo
e provao de minha prpria
capacidade. Ela levou o carro embora
com a ajuda de um amigo e no a vi
mais.

Desculpe Jade, pois se no quiser

falar mais comigo eu at entendo, mas o
que ningum entenderia a histria
assim como muita gente no entende
como possvel uma coisa dessas. Voc
no somente valiosa, tambm uma
jia. Obrigado por tudo e me desculpe
tambm!
Dias cansativos de trabalho vo e
vem, conheci ento uma moa, essa era
um anjinho... Uma moa muito bonita e
atraente, que trabalhava em uma loja de
brinquedos na esquina do shopping, uma

moa que tinha algumas tatuagens no

pulso e outras pequenas no corpo.
Conheci ela atravs de uma amiga de
escola, l daquela escola que fui o
repetente perseguido, e por acaso essa
era uma menina que se dizia apaixonada
pelo meu amigo Ado naquele tempo...
Me apresentou sua amiga de trabalho
que quando vi, parece que havia visto
minha alma refletida em um corpo
feminino, era uma moa cheia de atitude
e com um jeito de conversar e
compartilhar as coisas muito cativante.
No sei porque ela era triste, com

apenas 20 e bem pouquinhos anos de

idade, ela era uma moa linda e
completamente capaz de qualquer coisa
que decidisse fazer, porm, ainda sim
era triste.
Eu no entendia como ela
conversava comigo, me dava esperanas
de ficar com ela e ainda se fazia triste
pela vida. De vez em quando eu dava
uma escapada da loja aonde trabalhava,
s pra dar um oi pra ela, alegando ir
usar o banheiro do shopping s pra
espiar ela um pouquinho. Sempre

pegava ela desprevenida pensando,

sempre olhando pro cho e sempre com
uma carinha de futuro incerto... Foi
quando minhas esperanas se fizeram,
quando minha amiga da poca de escola
e tambm amiga dessa moa, que vou
chamar de Anja, disse pra mim que, a
Anja disse que tinha vontade de dar uns
beijos e tem que ser hoje.
Meus olhos brilharam e eu fiquei
que nem sentinela esperando prximo a
loja que a Anja trabalhava. Quando ela
saiu, fomos at uma rua prxima, pra

conversar e trocar nossos carinhos,

quando eu a abraava podia sentir um
desconforto nela, e ela parecia com um
tanto de nervosismo pois se coava
bastante na regio do pescoo e do lado
da barriga... Uma coceirinha que
aumentava as vezes, ela chegou at a me
pedir pra coar um pouco suas costas,
algo que me senti feliz em fazer, pois era
total meu interesse por aquela menina.
Agora neste momento da minha obra,
estou escrevendo este trecho e acabo de
olhar pro cu, me deu uma vontade to
grande de chorar! Estou contendo as

lgrimas e estou totalmente emocionado

de escrever isso pois parece que tem
algum do meu lado lendo junto comigo.
Naquela noite, depois do trabalho,
tentava beija-la mas s conseguia
selinhos(bitoquinha)
e
abraos
sinceros, abraos cheios de vontade,
mas com um vu de receio.
No consegui dar aquele beijo
cinematogrfico
que
eu
estava
esperando, mas pelo menos consegui
convence-la de leva-la at sua casa, que
no era muito longe com minha

bicicleta. Ela aceitou a carona na

bicicleta e la fomos ns, sentindo o
cheirinho do cabelo dela e imaginando
quando eu poderia a ver de novo...
Quando no meio do caminho comeou
uma garoa muito fina, uma chuvinha
parecida com a relva que vai no campo
antes do amanhecer, ela disse que
precisava parar, pois a chuva a deixava
com a imunidade baixa e poderia ficar
gripada, mesmo 1 quadra antes de sua
casa. Eu disse a ela que era rapidinho
que chegaramos no apartamento dela e
acelerei as pedaladas perguntando

quando nos veramos de novo, pois o

final de semana estava chegando e eu
tinha planos de passar algum dia com
ela.
Anja combinou comigo um dia
naquele mesmo lugar aonde parei a
bicicleta pra ela atravessar a rua e subir
pro prdio que morava, fui embora sem
entender como uma pessoa pode querer
parar pra se abrigar com uma chuva que
nem os cabelos pode molhar... Fui pra
casa pensando ser recompensado por ter
que aguardar at o dia que sairamos de

novo.
Enfim o dia chegou... E fui eu com
minha bicicleta espera-la naquele
mesmo lugar aonde parei pra ela subir
em seu prdio, mas naquele dia a Anja
no apareceu. Fiquei muito chateado,
fiquei at mesmo pensando que a vida
daquela garota talvez fosse igual a vida
das moas e mulheres que me
decepcionaram; Pensei que ela j tinha
arrumado um encontro melhor e mais
ajeitado que o meu.
A semana continuou e no fui se

quer at a loja aonde ela trabalhava.

No fui porque estava esperando ela vir
at mim, pois quem faltou ao encontro
foi ela e eu no estava contente com a
ideia de ir atrs de uma pessoa que me
deixou esperando... Mas eu no aguentei
e fui, passados por volta de 1 semana.
Entrei na loja e vi um rapaz de culos,
um atendente. Um rapaz que inclusive ja
havia visto trabalhando lado a lado com
ela e perguntei;
- Oi, cad a Anja?
Ele levantou as sobrancelhas,

olhou nos meus olhos e perguntou;

- Voc amigo dela? Ou Cliente?
Eu respondi que era amigo...
Ento o rapaz falou assim:
- Poxa, voc no soube?
Eu:
- Soube do que???
O atendente:
-

Ela

estava

doente,

teve

pneumonia...
- Tambm estava com um quadro
de depresso eu acho, ento infelizmente
ela no resistiu...
Eu olhei pro atendente, olhei pro
cho... Olhei em volta da loja e no falei
mais nem uma palavra. Ele, at me
lembro, gritou pra algum trazer um
copo d'agua e eu no aceitei, saindo da
loja em seguida... Com uma sensao
horrvel de profunda tristeza, uma
sensao de ter mergulhado em um
vazio, de ter encontrado o que chamam

de fundo do poo. Voltei pra loja de

computadores que eu trabalhava e sentei
na escada do estoque e chorei muito.
Chorei como uma criana, tremia e
soluava... No tinha foras pra
trabalhar, no tinha vontade de ficar em
p e to pouco a mnima noo do que
eu faria dal em diante. Foi um choque,
foi uma sensao de total abandono.
Agora um pequeno pedido de
desculpas pros gerentes, pois no sei
aonde estavam com a cabea quando
fizeram o que fizeram comigo... Alis,

como eu no guardo mgoas de ningum,

no gostaria que guardassem de mim,
ento se eles aprenderam a lio de que
no importa seu cargo em uma empresa,
pois isso no te torna mais humano que
os outros, portanto voc no ter que
usar as pessoas como bem entender, pois
se voc tem um cargo alto,
provavelmente teve que aprender e se
no gostou do jeito que aprendeu, ento
porque faz igual pra ensinar?! Apenas
pensem nisso da melhor maneira quem
teve atitudes ruins ao longo da profisso
e melhorem para os outros, pois assim

estaro melhorando para s prprios.

07. Do Jeito Que Voc Vive o Jeito

Que Recebe as Coisas
Como se recuperar de um vazio
que tende a ser infinito? Como entender
o significado das pessoas que aparecem
em nossa vida? O que existe por trs dos
vnculos sociais que criamos? Praquela
altura do meu viver eu s tinha
perguntas, s tinha vontade de obter

respostas, no compreendia de nenhuma

forma o que foi posto na minha vida, os
caminhos que precisava percorrer ou
aonde eu iria chegar... Eu era com
certeza a pessoa mais incompleta que
conhecia, olhando em volta sem saber
aonde ia chegar, sem ter cho, sem ter
um ombro amigo, e sem ter nenhum tipo
de amparo. Ningum me entendia, nem
mesmo meus amigos mais prximos...
Era o tpico exemplo do que chamamos
de homem sem rumo na vida.
O nico que me ajudava ainda era

aquele objeto, o skate, mesmo sem saber

aonde ir, mesmo olhando sempre os
mesmos lugares, as mesmas caladas e
as mesmas ruas que eu passava andando,
ainda sim o achava meu maior e melhor
amigo, eu no precisava falar uma
palavra, no precisava esboar nenhum
olhar, o que eu podia fazer era apenas
respirar e soltar aquele suspiro, que me
parecia que j estava sendo confortado.
Fui com certeza uma pessoa muito triste
naqueles meses de trabalho, fui
completamente
escravo
do
meu
achismo... Ficava horas argumentando

com minha prpria mente que talvez eu

fosse um para-raios de acontecimentos
ruins, fiquei com total apreenso em
viver do jeito mais sbio e comecei a
fazer do jeito errado. No me importava
mais com o emprego, no me importava
mais com o trabalho. No me importava
se quer se eu fosse parar em um caminho
obscuro.
Os meses iam acontecendo, meu
dinheiro no vinha mais com tanta
glria, era apenas papis coloridos que
todo mundo pensa que tem valor. Eu no

o empregava, no investia e no fazia

planos, apenas o gastava, de qualquer
maneira, seja com qualquer tipo de
comida, ou qualquer tipo de coisa intil
que eu tinha certeza que no usaria...
Mas a vida queria mais de mim, e eu no
estava disposto naquele momento a dar,
quando ento apareceu um dentista na
loja.
A loja estava cheia, tinha at
funcionrios de outras lojas da empresa
ajudando, porque o fluxo de clientes era
grande, a empresa pedia que fosse feito

menos tempo de almoo e pediam que o

empenho no atendimento fosse maior,
no s eu, mas tinham outros colegas de
trabalho que com aquele emprego,
pagavam suas faculdades e as contas de
casa, era cansativo e estressante pra
todo mundo ser cobrado conforme a
possibilidade de ganhos.
Quando um funcionrio novo na
empresa vindo de outra loja me
perguntou se uma tv j vinha com
conversor digital, e eu respondi
automaticamente sim. Tanto porque no

estava interessado em explicar o modo

de instalao do mesmo pra pessoas
leigas, sendo que eu no estava nem com
vontade, muito menos nimo de estar l,
perdendo aquele precioso tempo da
minha vida, enriquecendo um patro que
no dava a mnima pra qualquer pessoa
daquela empresa. O dentista que estava
sendo atendido por aquele funcionrio
novo, e um gerente tambm novo na
empresa, fecharam o negcio, e eu
estava atendendo outros clientes... Ento
o Dentista ficou com dvidas sobre o
produto e a garantia, que de fato eu no

tinha obrigao de explicar, pois alm

de vendedor, eu era consultor de
tecnologia, faxineiro, repositor de
estoque, tcnico responsvel e o brao
direito do gerente, tudo isso, ganhando
apenas o salrio de vendedor.
Antes do dentista sair da loja ele
falou rindo pro gerente, que estava
ajudando o funcionrio novo a fechar
aquele negcio;
- Olha l em, se der alguma coisa
aqui na minha tv, eu volto e vou morrer
aqui na loja porque tenho ponte de

Safena em...
Aquilo com certeza chamou minha
ateno, mas eu no estava interessado
mais em questes espirituais, pois
quanto mais eu me dedicava em querer
ajudar,
ainda
tinha
as
piores
circunstancias contra mim. No gostava
mais nem um pouco de fazer aquele
excelente atendimento, porque sabia
com a experincia do emprego, que os
clientes voltariam 1, 2, 3 vezes, s pra
ficar perguntando sobre o produto,
enquanto entravam pessoas dispostas a

gastar dinheiro, e sempre tinha aqueles

funcionrios mais sabidos, pregados na
porta da loja, apenas sanando o
atendimento pra ver se era problema,
ou cifro entrando...
Os dias passaram e eu fui
trabalhar no perodo da tarde como
sempre. E vi uma cena muito estranha
quando eu entrei... Tinha uma mesa de
exposio de notebooks arrastada e um
breu por toda loja, talvez at um peso
nos meus ombros s de passar da porta
pra dentro. Quando eu vi aquela cena,

perguntei pra todo mundo que estava me

olhando sem saber o que dizer:
- Que cara de velrio essa,
morreu algum?
Um gerente respondeu:
- Morreu sim!
- Exatamente a aonde voc est
pisando.
Ento fui comear a entender a
histria... Aconteceu que segundo um
dos gerentes; Recebeu uma ligao de

um homem muito nervoso, alegando ter

comprado uma tv que no funcionava
devidamente e que iria com a tv at a
loja... O gerente pelo telefone
respondeu, segundo o procedimento, que
o prazo de troca j havia passado e a
nica coisa que poderia fazer era dar o
endereo
da
assistncia
tcnica
responsvel pela garantia de fbrica do
produto.
Vou agora falar um pouco dos
gerentes que estavam presentes no dia
do ocorrido... Nenhum deles eram maus

gerentes, pois os tempos estavam

mudando e os gerentes eram mais
amigos dos funcionrios, pelo menos
naquela loja menor. Por motivo de ter
menos
funcionrios,
ento
o
relacionamento interpessoal podia ser
melhor, o que de fato naquela loja
grande poderia ter sido melhor tambm
caso tivesse mais gerentes para apoiar
os funcionrios, no sobrecarregando
assim um nico gerente para muitos
funcionrios.
Nenhum deles teve culpa do

ocorrido, porque estavam cumprindo

ordens referente a politica de troca
imposta pela empresa. Coisa que se
fosse diferente, provavelmente no teria
acontecido o que aconteceu. Infelizmente
no tive noticias de nenhum tipo de
amparo aos familiares do dentista,
vieram ordens do dono para que no
falssemos nada sobre o caso com
ningum que perguntasse sobre isso,
coisa que eu gostaria muito que tivesse
havido pois tenho certeza aquele era um
pai de famlia. O detalhe mais
importante deste fato que nenhum

funcionrio teve ou manteve contato com

os familiares do dentista, porque
simplesmente no houve repercusso
este caso e com certeza os familiares
estavam abalados demais com o
ocorrido a ponto de no procurarem
ningum da loja, o que acredito eu que
nenhum funcionrio tambm falaria a
respeito, pois alm de precisaram do
bem dito emprego, no gostariam de ter
que responder contra um patro que
vivia em cima de processos, pois os
processos de funcionrios insatisfeitos
com seus direitos eram muitos.

Aps ter passado as informaes

por telefone... O dentista foi at a loja
com a tv debaixo do brao, e pela
filmagem de segurana que o dono pediu
para retirarem do computador, que no
foi eu quem retirou... Pude ver o cliente
se exaltando, at em certo momento
abrir o jaleco branco, na altura do peito,
pra mostrar a cicatriz da cirurgia do
corao, o qual, ele gritava, muito
nervoso, que ia morrer naquele local se
no fosse dado ateno na compra que
ele fez da maneira correta.

Posso sentir o peso em meus

ombros, no quarto que me encontro
escrevendo estre trecho do livro. Sem
dvidas eu me coloquei como sendo
autor de mais uma morte. Fui
indiscutivelmente pego pela conscincia
e jogado no meu prprio umbral. No
queria mais trabalhar l e tive vontade
de ser demitido porque dessa maneira eu
poderia descansar bastante e talvez
assim direcionar meus pensamentos pra
outras coisas mais felizes, o que no
estava acontecendo.

O clima dos funcionrios era de

profunda rivalidade, porque alguns
tinham obrigaes financeiras julgadas
mais importantes que as dos outros,
havia tambm inveja, porque aonde um
funcionrio podia gastar dinheiro com
um tnis caro, o outro precisava usar o
dinheiro pra comprar o leite do filho...
Eram coisas desproporcionais ao
entendimento humano que emanavam
naquele lugar. Eram energias to
intensas que parecia definir as intrigas
entre os funcionrios, os clientes
irritadios que chegavam, os problemas

em casa que todos tinham, toda a energia

que emanava naquele lugar, era ligada
uma energia ruim que precisava ser
tratada.
Ainda sim, pensando em coisas
ruins na minha vida, pensando
seriamente em ter sido o centro do mal
de muitas circunstancias ocorridas, eu
queria namorar. Tinha a necessidade,
tinha a vontade e tinha o interesse... No
queria restringir meu corpo sadio dos
prazeres da carne. Precisava de uma
companheira e pelo espelho que tinha,

em frente a loja, colado na parede, eu

conseguia ver uma mulher da mesma
idade que eu, sempre ficava desejando
ela pelo espelho... Sempre ficava
olhando as curvas do corpo dela e
imaginando me perder ali mesmo. Era
uma mulher que tinha tanta fartura
corporal, coxas, quadris largos, peitos
volumosos, tudo acompanhados de um
rosto inconfundvel.
Com certeza era a razo dos meus
desejos, e eu a olhava com total
ardncia, absoluta vontade, assim como

um cachorro olhava um pedao de carne.

Foi quando tomei coragem e fui
falar com ela, a vontade era tanta de me
perder naquelas curvas, que eu no
economizei palavras, falei o quanto ela
tinha se tornado parte dos meus desejos
e o quanto eu sonhava acordado com
ela, principalmente estando entre 4
paredes de portas fechadas. Usei todas
as formas que eu sabia de seduo, usei
tambm meus sentimentos sinceros pra
coloca-la no meu caminho, usei at o
encanto proibido do olhar, porque eu

queria e queria muito.

Eu sempre antes de ir pro
trabalho, que era no perodo da tarde,
passava quase todas as manhs na casa
dela. O pai dela trabalhava longe e a
casa era livre pois no tinha mais
ningum morando l, s os dois.
Com certeza era uma maratona
incansvel, eu a queria e ela tambm.
Tinha total liberdade de pedir o que
quisesse pra ela. Realizamos as
fantasias que tnhamos direito. Eu era o
desejo e vivia em prol daquilo. No

importava mais nada, apenas o sexo.

A cidade de So Vicente era um
lugar que eu costumava andar, Seja de
skate madrugada a fora, ou de dia
quando estava de folga. Tinha l no
centro da cidade tambm, ou ainda tem...
Uma banca que vendia apenas livros, eu
j tinha entrado naquela banca algumas
vezes ao longo da vida e fui l perguntar
se tinha um livro do autor Alan Kardec...
A dona da banca disse que era o lugar
certo, pois al era uma banca esprita...
E me perguntou qual dos livros eu

queria, me apresentando em seguida os

que ela tinha disponvel. Eu no soube
dizer o que queria, tanto porque no
lembrava qual era que minha me
sempre lia antes de dormir, s disse a
dona da banca que era um livro grande,
com muitas e muitas paginas que parecia
uma bblia, um livro que minha me
sempre nos midos da minha infncia
contava as passagens. Ela disse que
tinha um livro grande do Alan Kardec,
mas no era este, ento perdi o interesse
da leitura. Quando eu sa da banca e
andei pela calada, vi uma senhora se

aproximando... Uma senhora bem

simptica, que parece que estava me
olhando de longe! Ela veio andando no
exatamente na minha direo, mas a
inteno dela era sim parar pra
conversar
comigo.
Quando
se
aproximou, olhou pra mim sorrindo e
chamou: Paulo. Ento eu respondi
quase que como se fosse outra pessoa
dentro de mim, enquanto mudei
totalmente minha expresso, trocando a
testa franzida por olhos serenos e
repletos de paz interior, e respondi um
tanto inconscientemente:

- Ooi
Imediatamente
voltando
ao
normal, e dizendo: - Mas meu nome no
Paulo senhora. Meu nome tal.
Ento ela disse:
- Mas ja foi Paulo...
Foi quando eu vi a Aura daquela
senhora, como se fosse uma linha,
fazendo curvas sobre a cabea dela,
indo direto pro cu. Era uma linha de luz
branca, quase que prata, pois era muito

brilhante e inconfundvel. Percebi

tambm que ela viu a minha, e notei as
lagrimas nos olhos daquela senhora,
dizendo:
- To bonzinho...
- To Puro...
Ela me pediu um abrao, que
mesmo sem conhece-la e mesmo
achando que ela estava me confundindo
com outra pessoa, eu a abracei e percebi
o quanto isso foi significativo pra ela.

Eu estou chorando tanto pra

escrever essa lembrana na obra, que
fica evidente que tem coisas to
inexplicveis na vida que vo alm da
compreenso humana, vai alm de
qualquer explicao que possa ser dada,
cientfica ou ctica.
Aquela senhora me perguntou
sobre minhas razes, perguntou o lugar
medinico que eu frequentava...
Quando ela perguntou o lugar
medinico que eu frequentava, hesitei
em falar o exato, mas falei um que fica

muitssimo prximo, apenas algumas

ruas de distancia que tenho certeza to
bom quanto o que eu frequentava, pois
naquele tempo contava nos dedos as
vezes que eu tinha ido l.

Foi to mgico escrever esta

lembrana no livro, que vou amanh
mesmo naquela banca entregar apenas
este trecho.

Aqui e agora o passado cruza o

futuro, e acabo de retornar da banca de
livros... Entreguei apenas este trecho
que menciona a banca de livros no
centro da Cidade de So Vicente, a qual
tem o nome de Andr Luiz. Eu queria
muito ver a reao daquela Senhora
dona da banca e cheguei ungido pelo
espirito santo da verdade, havia no
balco um senhor que marido dela, e
aquela senhora sentada lago mais ao
lado, parei na frente da banca e disse:
- Bom dia!

- A senhora que a dona da banca

que sempre ficou aqui?
Ela respondeu que sim...
Ento eu disse:
- Meu amigo Jesus pediu que eu
viesse aqui entregar uma bilhete pra
senhora...
Ela, por sua vez, ficou achando
que Jesus era algum encarnado e ficou
um tanto sem entender, mas logo em
seguida falou:

- Quem, Jesus Cristo?

Eu respondi, sim, esse mesmo. Ela
disse com muita felicidade, enquanto
olhava pro marido:
- Caramba, nosso prestgio esta
grande ento!
Falei que sim, est mesmo! E eu
vou provar pra senhora o quanto est...
Diga-me aonde tem uma lan house
prxima daqui, que eu possa imprimir a
mensagem (que estava dentro do pen
drive no meu bolso).

Era feriado aquele dia na cidade

de So Vicente, ento fui de bicicleta at
Santos e trouxe o papel com a mensagem
enviada de Jesus.
Cheguei de volta na banca e
entreguei o papel, e disse que
infelizmente no poderia ficar pra ver a
reao dela, mas queria muito ver... Mas
fiquei. Foi to mgico quanto escrever o
trecho que levei at l, fiquei olhando os
livros da banca que estavam embalados
no plstico, enquanto ela lia a
mensagem.

A dona da banca parou de ler e

olhou pra mim, disse que lembrava de
mim, e disse que minha leitura era muito
gostosa, cheia de verdade, que chegava
at a dar um arrepio nela. No me
contive e meus olhos se encheram de
lgrimas. Pude ver que aquela
mensagem tinha tocado o corao dela e
fiquei emocionado por ser elogiado,
fiquei emocionado por estar de frente a
uma pessoa de muita luz que entendeu o
significado da minha obra.
A folha impressa com a mensagem

foi colada na banca em um lugar que

muitos clientes podem ver, acredito que
ainda permanece no mesmo lugar aonde
aquela senhora disse que colaria com
fita adesiva.

08. No Adianta Fugir, o Legado Vai

te Procurar
E a vida continua... Entre trancos e
barrancos, fazendo do jeito errado e
achando que estava certo. Deus pra mim
era apenas uma palavra. Era como um
nome simplesmente criado pra definir o
que ningum consegue explicar, era
apenas pra economizar palavras, era ao
meu ver, a palavra reflexo de algum

que no queria explicar pra um leigo,

assim como eu no tinha a explicao do
que era conversor de tv digital.
Mesmo tendo feito algo que
martelava a minha cabea, busquei
foras da onde no havia e tentei tocar a
vida da melhor maneira, acreditando que
pensando apenas em si, possvel
conseguir mais do que pensando nos
outros. E l estava eu, ainda naquela
loja, ainda naquela porcaria de
emprego, ainda naquelas porcarias de
pensamentos.

Agora voltando a falar daqueles

dias de trabalho na loja de
computadores... Vou chama-la de Ivete.
Pois ela era muito f dessa cantora. Eu e
Ivete ramos prximos, ramos como a
vela e a chama. No tinha nenhum
problema de contar coisas espirituais
pra ela, pois ela com certeza me
entendia. Me entendia tanto, que no
primeiro dia que nos relacionamos
sexualmente, eu estava com uma guia,
daquelas que eu citei ter comprado
simbolicamente nas lojas de artigos
religiosos.

Ela mandou at eu tirar antes de

nos deitarmos, o que eu vi que no ia ter
como acontecer se eu no tirasse antes.
Ivete era provavelmente uma pessoa que
no apareceu por acaso no meu caminho,
e eu estava adorando a possibilidade
dela permanecer na minha vida, pois a
gente falava juntos da personagem de um
filme, como sendo o futuro nome da
nossa filha, porque era to bonito aquele
desenho, que a gente at ficava imitando
a fala dos personagens o tempo todo, era
o meu favorito. Eu no sabia, mas ento
descobri o porque dela ter mandado eu

tirar a guia do corpo antes da relao, e

no era por acaso.
Ivete, era iniciada da Religio
Umbanda, e inclusive frequentava um
tipo de casa junto com a famlia. Eu no
via problema nenhum, alis, eu achei at
legal saber daquilo, porque eu tinha
muita curiosidade de conhecer um lugar
daqueles, achava fascinante a religio
que usa objetos para simbolizar energia
espiritual. Fiquei to curioso que logo
que ela tinha falado, me coloquei como
voluntario pra conhecer o lugar. Ento

ela me levou.
Chegando l, era uma casa com
uma tenda, tinha um porto de madeira,
era fechada completamente, e l,
segundo Ivete, tinha um Pai de Santo que
trabalhava para o governo com a Me de
Santo que era a esposa dele. Entrei na
casa com muito respeito, mesmo sem
acreditar em nada sobre orixs, mesmo
sem dar a mnima pra questes
importantes que mais tarde eu ia
vivenciar. Fui recebido como se j
fizesse parte do lugar, eu nunca tinha

visto uma famlia to educada como

aquela, que abriu as portas da casa pra
uma
pessoa
desconhecida,
proporcionando um ar afetivo de muito
carinho e compaixo. Fiquei at
emocionado agora por lembrar daquele
dia. Enfim, acho que vou ter um trco
antes de terminar de escrever este livro.
Eu gostei de estar l, o Pai de
Santo me recebeu na casa em um dia que
no havia culto, acredito eu que
exclusivamente pra me conhecer, pois a
Ivete tinha com certeza dito pro pai de

santo que conseguiu ver minha aura, e

talvez, isso tenha estigado a curiosidade
dele. Certa vez, quando deixei Ivete na
porta da casa dela, aps sairmos pra um
encontro, fiquei olhando o rosto dela, a
alguns passos de distancia... Ela estava
to feliz comigo, to realizada com a
maneira que eu estava a tratando, com
total respeito. O mesmo respeito que eu
tinha prometido pro pai dela que a
trataria.
A aura da Ivete era completamente
diferente das que eu havia visto, era uma

aura apaixonante. Tinha o mesmo brilho

luminoso vermelho que a do mestre de
capoeira, talvez porque espiritualmente,
fizesse jus a mesma nao, mas era
intensa nuvem de vermelho brilhoso com
rosa. Era completamente apaixonante,
lembro que ela viu minha aura e sentiu
total apego emocional, foi mais um
momento inesquecvel na minha vida. L
no terreiro, o pai de santo me apresentou
o lugar, perguntou se eu tinha influencias
da umbanda, ento expus um pouco da
minha vida... Trocamos conhecimento e
mostrei aonde a capoeira dava as mos

nas religies afro.

Lembro
que
trocamos
conhecimento de canes e eu fiquei
maravilhado em saber, que era
praticamente iguais em algumas
cantigas, com os cnticos da capoeira.
Sem dvida eu estava no lugar certo!
Era legal a vida de namorado
sincero, de namorado amigo, de
namorado companheiro... Eu era feliz
em estar com Ivete, e procurava sempre
deixa-la feliz por estar comigo. Ivete
tinha costume de frequentar a casa do

Pai de Santo junto com a famlia, pois

todos eram muito amigos, assim me
lembro bem. Eram joguinhos de baralho
que uniam as famlias, e eu estava quase
sem perceber fazendo parte da roda. Em
uma dessas idas na casa, sentei-me ao
lado dele, o Pai de Santo, e ao lado de
uma mesa cheia de quitutes, era mais um
dia de confraternizao... Senti que
estava sendo observado, senti que no
era um dia comum e no por acaso
precisava estar ali.
Escutei aquela voz conhecida de

novo na minha mente, tipo uma conexo

sem fios. Olhei pro pai de santo que
estava sentado ao meu lado e ele, no
mesmo momento abriu os olhos, olhando
pra cima da minha cabea, em seguida
fazendo beio, no mesmo momento
que balanava a cabea e levantava as
sobrancelhas. Pude ver aquela nuvem
amarela em volta dele, expressando total
sabedoria e conhecimento do que via,
mostrando que sim um verdadeiro Pai
de Santo. Foi no mesmo momento que
cochichou no ouvido da esposa que
estava sentada ao seu lado, e ela,

pareceu que ficou um tanto interessada

pelo que ouvia.
Comentei com ele apenas com o
sorriso que tinha visto tambm algo bem
interessante... Foi ento que outro amigo
da famlia, botou as mos nos olhos e
disse:
- Ai meu santinho, eu no vi
isso, eu no vi.
Do tipo falando de brincadeira,
mas eu sabia que ele tinha visto sim, o
que tambm o que o Pai de Santo viu em

mim.
Naquela noite da confraternizao,
o Pai de Santo chamou Ivete e eu, ento
falou bem assim chamando meu nome:
- Voc j ouviu falar na histria
dos apstolos de Cristo?
Eu respondi que no... Ento ele
pediu pra eu falar o nome dos 12
apstolos.
Eu respondi:
- Paulo, Pedro... Ah, eu no sei,

nunca liguei pra isso. Nunca precisei

saber de uma informao dessa. Mas
porque?
Ento o pai de santo falou:
- Devia comear a aprender sobre
isso, inclusive sobre este primeiro nome
que voc falou.
- Acontece que voc um tipo de
pessoa nica, e Ivete... Ver o que voc
viu nele, aquela cor, acho que vai ser
dificil ver em outra pessoa na vida.
Trate bem este rapaz.

Ento perguntei que cor que voc

viu Ivete?
Ela respondeu:
-Ahh, vai dizer que aquele dia me
deixando na porta de casa, voc tambm
no viu a minha?
Eu respondi que era uma cor
vermelho mas era por causa de um carro
que estava passando na rua, isso porque
eu no sabia muito bem o que tinha
visto. O pai de santo disse que eu no
era daquela casa, daquela tenda, mas j

tinha meus guias definidos em outro

lugar, os quais falou exatamente todos,
que hoje tenho certeza eram os mesmos
que ele citou naquela noite.
Fiquei achando princpio, que
era mais uma daquelas jogadinhas de
marketing, do tipo, eu te digo uma
figura, e se voc se identificar, voc faz
parte do grupo, cumprindo as
obrigaes da casa. Achei que era
uma forma de me colocar naquela
religio, quase que por tabela... Na
mesma sequencia da conversa o Pai de

Santo disse:
- E tem mais!
- Quem esse homem vestido de
branco atrs de voc?
- Ele quer que voc escreva logo!
O que? Eu no sei.
Fiquei totalmente incomodado
com aquela revelao, e fiquei achando
que era talvez, uma indagao de total
interesse financeiro.
Do tipo; Voc tem que vir aqui

tratar esse problema espiritual,

existem coisas e objetos que eu vendo
aqui, e vai ser esses, que vo tirar essa
alma penada de cima da suas costas.
At porque, assim como nos filmes,
todo fantasma veste branco.
Eu no tinha comentado pra Ivete
sobre aquilo, porque ela ainda no
trabalhava l no shopping quando
aconteceu, foi um fato estranho e me
incomodou. Parece que aps o Pai de
Santo ter me revelado isto, ele tinha
ficado perturbado com alguns belisces

que tomou aquele dia invisivelmente.

Mas adivinha s? Eu no estava
nem a... Pobre de mim.

09. Vai Achando Que Esta Bom

Os meses se tornaram anos, e eu
estava sempre feliz, no importava a
ocasio. Acreditava piamente que a
felicidade no um estado de espirito,
mas s da vontade. Eu queria estar feliz,
eu precisava ser feliz... E queria ser
feliz fazendo o que gostava, podendo ter
a liberdade que sempre tive, no era

possvel ser pensando que felicidade

fosse sinnimo, de passar os outros pra
trs. Eu estava totalmente contaminado
com o mal que no da humanidade,
totalmente cego, a nica coisa que eu
podia enxergar era s meu prprio
umbigo.
Lembro que era muito raro trazer
uma mulher em casa, a no ser que fosse
certeza
de
um
relacionamento
duradouro, pois antes eu s tinha trazido
apenas uma mulher em casa, e claro,
trazer Ivete pro meu aniversrio de 20 e

poucos anos, era minha provvel

vontade... S que eu tinha uma pessoa na
familia, que era muito a moda antiga.
Ela no gostava de praticamente nada,
s gostava de ficar trancada no quarto
dormindo. No saa fora de casa pra
absolutamente nada! Se sasse era por
uma razo extrema. Ainda sim tnhamos
um convvio prximo, porque ela era a
dona da casa e eu que a escutava todos
os
dias.
Sempre
demonstrando
apreenso ao viver, procurando mais
motivos para ficar dentro de casa do que
aproveitar o ar fresco que as plantas e

arvores proporcionam... Etectera.

Ainda sim eu a amava, no porque
ela tinha pago meu curso sobre
informtica, ou me ajudado a inteirar o
dinheiro da carteira de motorista, mas
porque a primeira coisa que voc
aprende desde cedo, que famlia
famlia, e isso no pode ser mudado,
mas sim melhorado.
Ento ela recebeu Ivete naquele
dia do meu aniversrio e a tratou mal.
Fiquei muito bravo com ela, pude ver
que Ivete estava mesmo muito triste ao

ter ido cumprimenta-la e ter sido julgada

pela aparncia. Ivete usava uma bolsa
aparentemente muito cara e tinha um
corpo que qualquer um pagaria
provavelmente, uma fortuna pra
conhecer. Fiquei to sem jeito ao ouvir
Ivete dizendo, que queria ir embora,
quase que no mesmo momento de ter
chegado, logo depois de cumprimentala.
Complicado ter algum na famlia
que esta passando por momentos assim,
no mesmo? O fato que, a

comunicao quando dificultada,

temos que entender que necessario
procurar mais efeto nestes casos, porque
uma pessoa que esta triste, entendemos
que isso no um estado natural e
devemos melhora-lo, por isso entendese que ser diferente do errado o certo.
O aniversario que era pra ser um
dia feliz, foi um dia triste. Ento tive que
conversar com Ivete sobre como
difcil entender o que no explicam
direito e que eu conversaria a respeito, e
como complicado conciliar isso com a

vida moderna, mas pensando positivo

tudo se resolve.
PAROU TUDO!!!
PAROU TUDO!!!
Acabei de ter uma das vises mais
importante desta obra!
Acabei de entender quem a
pessoa que est relacionada com o
dentista que foi citado nesta obra, tive
uma espcie de estalo na minha mente,
e tenho certeza que no estou errado

mesmo me baseando no achismo, tanto

porque o rosto do dentista totalmente
parecido com uma das pessoas que
ultimamente conheci, uma pessoa que
conheci apenas em um dia normal do
trabalho dela, e vou precisar entregar
pessoalmente este livro pra ela. Esta
precisa mais do que qualquer outra
pessoa, que esteja relacionada a obra
em saber a verdade. Talvez a verdade
que mais me tirou o sono at hoje. Vou
precisar mencionar o fato deste captulo
mais pra frente.

No estou acreditando que veio

como uma mensagem to clara aquilo
que eu no desconfiava, hoje esta sendo
um dia de tantas revelaes, desde
entregar a mensagem na banca de livros,
at mesmo receber uma revelao
dessas, to importante. O tempo aqui na
terra curto, e se no for feito o
trabalho, voc vai ter que reencarnar de
novo, de novo e de novo... At conseguir
concluir o ciclo de sua total existncia
neste mundo.
Agora a parte do livro que eu

entro na faculdade... Talvez a parte mais

difcil de ser contada, porque o
constrangimento enorme, e eu no
gosto nem um pouco de ter que falar
sobre isso, inclusive uma coisa que
muito me incomoda, algo que me deixa
totalmente desconfortvel pra falar,
ainda mais sabendo que todo mundo vir
falando sobre e espremendo ouvir
minhas palavras a respeito. No quero
ter o direito de calar as pessoas quando
quiserem comentar comigo o que
pensam, afinal a ideia livre precis ser
respeitada.

Comecei a me concentrar mais na

vida, ento fui me matricular em um
curso da faculdade que eu gostasse, e
claro, foi voltado para a rea de
informtica.
Escolhi
dentre
os
cursos
oferecidos, o que mais se adequavam as
minhas habilidades, que inclusive eram
poucas, ou quase nenhuma, mas eu
estava com um objetivo, e isso bastava.
Comprei at uma moto pra conseguir
adequar o ritmo de vida que eu levava,
visando o fcil deslocamento no

transito de Santos, eu podia optar por

usar o nibus, mas estava cansado de
ficar exprimido naquele monte de gente,
principalmente nos dias de sol, que
faziam aquela lata de sardinhas
superaquecer. No tinha mais bicicleta,
e estava cansado de ficar sem as
bicicletas. Todas que eu tive foram
roubadas, a nica coisa que restava era
o cadeado quebrado no poste, ou a
simples lembrana do meu transporte
que custou caro.
A faculdade era um mundo a parte,

eu me sentia mais importante estando em

um lugar famoso pelo nome; Faculdade,
meu pai se orgulhada em falar que o
filho estava cursando, a faculdade. Eu
nunca pensei que seria capaz, at porque
no tinha interesse, as pocas da vida
me geravam interesse s naquilo que eu
enxergava e poder enxergar a faculdade,
era um novo mundo. Eu queria vivenciar
aquele clima de barzinho sexta feira a
noite,
queria
ter
amigos
que
compartilhassem o mesmo ritmo de vida
que eu, pra agregar meu futuro de forma
positiva, mas no foi bem assim que

aconteceu.

10. Faculdade Importante

Faculdade era importante, e era
mesmo... Tanto eu tinha comeado essa
etapa na vida, e a Ivete tambm tinha, l
conheci pessoas que eram boas, pessoas
que pareciam ms, pessoas que queriam
curtir gastando a grana dos pais, e
pessoas que gastavam do prprio
dinheiro pra conseguir algo na vida, da

maneira que eu estava fazendo, ao

menos tentando.
Com o passar dos dias, ficava
cada vez mais difcil ver a Ivete, porque
era difcil, voc sabe, aquela velha
histria do tempo que temos no dia, eu
achava, e ainda acho... Que o dia
precisa de mais horas pra gente
conseguir fazer pelo menos, tudo que
precisa, no somente o que necessrio,
mas vai dizer isso pro chefe, ele vai
arrumar outra pessoa pra por em seu
lugar.

Os dias iam passando, as matrias

iam se dificultando, e eu ia me
confundindo. Ivete me tratava como
sendo uma opo, talvez porque tivesse
outras na faculdade, o que de fato era
verdade, e eu sabia que aquela mulher
chamava ateno por onde passava, eu
ficava ainda mais preocupado em pensar
na possibilidade de estar sendo trado.
No estvamos mais na mesma
frequncia, e eu sabia que o fim
chegaria. Triste no?
Realmente

tenho

que

pedir

desculpas pra todo mundo que menciono

no livro? Me sinto na obrigao de fazer
isso. Ento desculpa ter mencionado
voc tambm, alis, todo mundo que est
no livro. Porque eu precisava provar
que estou certo e pra isso tinha que ter
algo pra contar.
Eu conversava muito com aquele
amigo, o Ado, e ele estava bastante
entretido fumando maconha em sua
prpria casa, tentando entender o
propsito da vida, quando voltamos a
nos falar aps passado um bom tempo,

acontece que, ou melhor, aconteceu

que... Ele estava morando em outro
estado. Comecei tambm a fumar
maconha.
Depois de Ivete me fazer ficar
muito bravo, por ter feito brincadeiras
de mal gosto comigo, me causando
cimes e me fazendo acreditar no que
aconteceu... Eu no tenho isso como o
incio do meu vcio, mas como fator
contribuinte de me fazer apegar a algum
passatempo.
Aqui outro amigo se juntou a

histria, vou chama-lo de Vitor. Este era

um que eu apresentei ao Ado, este j
fumava maconha antes de mim, e eu
comecei tarde comparado aos amigos do
meu ciclo. Mas enfim, eu no estava nem
a, eu queria curtir a vida da melhor
maneira possvel, fazendo simplesmente
o que viesse a cabea.
Havia sempre uma reunio na casa
do Ado, com o Vitor e Joo, as vezes
aparecia tambm um tal de Jonas, que
era um conhecido da poca do colegial,
mas este eu no gostava muito da

companhia, pois era provavelmente o

cara mais espertinho que eu conhecia,
gostava muito de talaricar a namorada
dos outros na escola. Mas enfim.
As reunies na casa do Ado eram
regadas a bastante Maconha, conhecida
tambm como Cannabis-Sativa (risos)...
Tambm havia um vdeo game, que era
aonde a ateno dos olhares se
voltavam, drogas pesadas no haviam.
Era s um bando de moleques, falando
um monte de palavres, enquanto
ficavam
comentando
sobre
as

experincias sexuais
Ciclana e Beltrana.

com

Fulana,

Ir pra faculdade estava comeando

a virar festa, eu no queria saber de
nada, eu s queria farrear. Entrava nas
biqueiras pra comprar a maconha,
porque eu tinha a moto e pensava que se
fosse pego na volta, no levantaria
suspeita, por ter uma cara que eu
pensava ningum desconfiaria.
Aqui vai uma novidade pra quem
acha que ir na biqueira ou simplesmente
passar na frente dela no significa nada;

O lugar que o traficante fica pesado,

em todos os sentidos, imagina s o
quanto de viciados, principalmente em
crack, que matam por ini motivos,
influenciados pelo vicio, e vo at a
biqueira comprar a droga... Sim, muitos
mesmo.
Nas biqueiras eu ia quase todos os
dias, fiz at, imagina s, por ironia do
destino, amizades. Eu sei que
provavelmente sou o cara que menos
sabe fazer amizades no mundo, mas e
da, quanto mais amigos melhor. Apesar

disso tudo, l estava Jesus me

observando, me olhando ir na biqueira
pra buscar a planta proibida. Mesmo
assim ele ia comigo, s pra garantir
minha segurana, pois este sabia mais
do que ningum, que eu era quem falava
a verdade a qualquer momento.
S pra constar, amanh tenho que
ir at a irm do dentista pra pelo menos,
falar cavalinho na costas, o que eu no
sei o que significa, mas penso que era
uma brincadeira de criana, de levar
montado nas costas, pois j so 4 horas

da matina e eu no consigo dormir.

Parece que o dentista no quer que eu
pare de escrever, ento vamos l.
Eu estava completamente largado
da vida, e queria mesmo no ser quem
eu sou, porque alm de me intitular
Ateu naquele tempo, eu estava
totalmente tomado pela maldade, ento
eu fiz sim o que nunca tinha imaginado
que faria na minha vida, segura essa
leitor: Fui de novo, voc ouviu bem,
quer dizer, leu; Naquelas lojas de
artigos religiosos, mas no era

simplesmente uma loja de artigos

religiosos comuns e comprei de novo,
adivinha s? Aquela guia totalmente sem
fundamento que eu achava que era, mas
dessa vez, o momento foi diferente...
Chegando l, tinha uma mulher, parece
que me esperando chegar. Eu ia
passando pela frente da loja de artigos e
olhei aquelas cores de novo. Tipo uma
hipnose que eu sempre ia em direo me
lembrando daquele cordo que o
contra-mestre me emprestou na
infncia.

Quando eu entrei na loja de

artigos, a mulher veio me atender, com
um ar de total ironia, e eu j cheguei
perguntando quanto era aquele item, ela
olhou a guia e falou:
- No sei se voc pode usar essa.
- Qual tua idade?
Ento respondi. E em seguida falei
que eu podia sim usar. E que eu
precisava usar aquela, porque era a
correta... Mal sabia eu do que estava
falando, apenas queria e pronto, porque

as cores me traziam lembranas e

estavam chamando minha ateno.
Ela disse o preo que era, lembro
muito bem. Apenas 7 dinheiros, que
ela at perguntou se eu podia pagar, pois
na realidade, ela queria era me dar
aquele item de graa... Porque esta
mulher, a mesma que foi l no corredor
da escola, a mando do professor de
filosofia. Sei bem do que estou falando e
essa mulher esta no meu caderninho...
Ainda vou visitar o sonho dela (Se ela
no se arrepender das coisas ruins que

fez).
Se eu estou louco escrevendo
isso? Sim.
Continuando... paguei, e sa de l
com a guia (objeto especfico sem a
orientao de algum de confiana).
Botei no pescoo e fui desfilar por a me
achando o malvado.
Eu estava preso aquele emprego
ainda... E fiz uma coisa desprezvel.
Eu tinha uma moto e queria estar mais
prximo da maldade.

S que eu no estava apenas me

achando, eu de fato era. Meu amuleto
comeou a ser uma faca, no apenas
porque os capoeiristas a moda antiga,
usavam navalhas pra fazer jus a fama
traioeira que capoeira tinha na poca
da pernada brasileira, mas porque eu
estava me tornando um obcecado em ser
algum na vida, mesmo que fosse da
maneira errada.
Ento meus caros leitores, vou
contar o que eu fiz, que algo que no
me orgulho nem um pouco. Eu fui atrs

de um Travesti. fui porque queria, e fui

porque estava desejando corporalmente
me perder em uma aventura sexual sem
nenhum fundamento.
Queria deixar bem claro, que o
termo que coloquei aqui no livro
apenas porque, aquela mulher que
apareceu na escola falou. No sou
preconceituoso e no recrimino quem
homossexual. O que alis tive 2 vezes o
relacionamento homossexual, o qual no
lembro da segunda vez, e s consegui
lembrar recentemente, por motivo de

tantas coisas absurdas

acontecido em minha vida.

que

tem

Como isso possvel? Eu no sei,

tenho feito coisas boas ultimamente e
com isso, estou lembrando de alguns
fatos que me aconteceram e estou
conseguindo respostas positivas, talvez
um dia, quem sabe, eu tenha mais
respostas. Coisa que no quero lembrar,
porque o trauma grande.
Fui ter a relao sexual porque
desejei, e se eu contar que no queria,
porque sou uma pessoa pura e etectera,

etectera. Eu estarei mentindo! Com

certeza muito difcil dar detalhes sobre
aquela relao sexual/Assexuada, ou
simplesmente assexuada, mas eu fiz sim.
Espero que meu amigo me perdoe
e me ajude enquanto eu ficar refletindo
sobre o que fiz, no umbral, que tenho
certeza, passei por l varias vezes,
mesmo em vida. No tem coisa pior do
que passar pelo umbral estando na terra.

11. Pancada na Cabea

Foi muito difcil finalizar o
captulo 10, pelo fato de ter sido
extremamente difcil confessar o
constrangimento que estou passando.
pelo que fiz, ento fui pra rua sentir o ar
puro e sair um pouco do quarto.
Acabei de voltar da casa de um
amigo, algum muito amigo mesmo. Que

por hora vou chama-lo de Soldado, este

um amigo que s tenho boas
lembranas. Este ainda me lembro de
quando era criana, ficvamos atacando
mamonas com estilingue (badoque) um
no outro. Este meu amigo Soldado,
uma pessoa que hoje, precisava da
minha ajuda mais do que qualquer outra
pessoa. Estou escrevendo minha
histria, mas parei um pouco pra fazer
uma coisa que eu estava julgando sem
sentido. L veio Jesus de novo me
orientar sobre meu trabalho, sa na rua
depois de escrever os captulos

anteriores. Fui ento, fazer o que eu

achava, o dentista estava me pedindo
pra fazer, mas no era este o trabalho do
dia. Acredito que Jesus, o meu amigo;
Estava querendo me mostrar mais uma
coisinha antes.
Sa pra fazer o que eu pensava, ser
o trabalho de falar cavalinho na costa
pra irm do dentista, mas na verdade era
uma batalha espiritual. Ontem a noite
choveu muito! Choveu demais... Aqui
em casa antigamente, entrava agua at o
joelho, mas como foi feito uma

reforminha a alguns anos, a agua ficou 2

dedos antes de entrar em casa, parando
na soleira da porta. Subi ontem mesmo
em cima do muro, completamente louco,
achando que estava fazendo alguma
simpatia ou coisa do tipo. Fiquei em
cima do muro de casa com 2 gravetos
fazendo gestos e pedindo pra chuva
parar, ento a chuva milagrosamente
cessou aos poucos. No sei se pelo fato,
que isso atrasaria esta obra, podendo
atrasar meu trabalho, ou pelo fato de
fazer minha madrinha parar de chorar,
como sempre ela fazia quando a chuva

ficava muito forte. A chuva parou, e hoje

neste dia ensolarado, peguei mais 2
gravetos e sa pra guerrear contra o
mal...
V de longe l na esquina, o
Soldado, que estava indo mais um dia
satisfazer o vcio. Sa de bicicleta e fui
atrs dele. Chegando perto, o
condecorei soldado, Ento com o poder
que Jesus me concedeu. Peguei um dos 2
gravetos e entreguei em suas mos, falei
que aquela era a arma dele, contra o
mal. Ele j estava pinado(Sob efeito

de cocana). J estava na fissura da

droga, pois no dormia como sempre eu
o via.
Ento ele ficou curioso com meu
jeito e me convidou a ir com ele na
caminhada... Eu fui, claro. Quem no
quer estar na presena de um bom
soldado? Ele deixou o graveto no
caixote da bicicleta cargueira. E eu
contei pra ele, sobre o propsito que ele
tinha na prpria vida. Comprado o
pino (cocana) e a pedra de crack,
voltamos... Pelo mesmo lugar, s que eu

estava balanando o graveto como se

estivesse mesmo guerreando, o caminho
todo. Mesmo sabendo que no estava,
mesmo no estando sob o efeito de
nenhuma droga. Antes de voltarmos, ele
parou em um terreno baldio, um terreno
que fica, ou ficava... No sei em que ano
voc esta lendo este livro, mas enfim...
Perto aqui de casa. E chegando l, ele
disse que queria dar uma cachimbada,
com os outros usurios de l, que ele
chamou de irmos. Eu no estava
evidentemente querendo entrar l,
porque nunca gostei desse nome Crack,

muito menos de estar perto de pessoas

que o usa. Mas eu fui. E entrando l,
adivinha s? O Crocodilo estava entre o
grupo, que era de uns 6 usurios se no
me engano, porque tinha alguns debaixo
de suas barracas improvisadas, eu podia
at ver uma mulher, debaixo de uma das
barracas, feitas com plasticos e qualquer
guarda-chuva velho que servisse
como abrigo. Olhei pro Crocodilo e
simplesmente dei um pequeno oi.
Enquanto o Soldado entrava
debaixo de uma das barracas pra

cachimbar, eu fiquei fazendo gestos

com a cabea, como se estivesse falando
com algum, antes deixei a bicicleta no
cho e segurei o graveto, como se fosse
realmente uma espada medieval. Fiz
isso com o intuito do Crocodilo me ver
mesmo, e achar que eu estava sendo
tragado pelo vcio, assim como ele
estava sendo a muitos e muitos anos.
Depois de simular que estava
conversando com algum e que estava
entendendo o que estava sendo dito, tipo
aquelas conversas de filme antes do

combate... Peguei a espada (o

graveto) e comecei a dar uma de ninja!
Estava destruindo geral! Estava
picotando mesmo todos os espritos
ruins que estavam l... At o o prprio
Soldado depois da cachimbada ficou me
olhando, da ele me chamou, com o
graveto dele na mo e disse:
- Vamo! Vamo pinar mais l em
casa! J ta doido m cara n?
O que de fato ele sabia que eu no
estava, pois este um amigo que sabe
que eu no uso e no usei estas drogas.

Acho eu que Jesus o fez falar aquilo, pra

fazer o Crocodilo acreditar que eu era
apenas mais um viciado com inimigos
(Que vou entrar em detalhes mais pra
frente, sobre estes inimigos).
Quando o Soldado me chamou pra
ir embora, eu falei;
- Espera a que tem mais um
aqui...
E tentei dar um mortal pra trs,
mas saiu um gato, apenas com uma mo
no cho (Esquiva na capoeira), e

continuei a fazer aqueles gestos de luta

com o graveto, picotando o inimigo em
vrios pedaos.
E l fomos ns pra casa do
Soldado, supostamente pra usar drogas.
Soldado estava com 2 pinos na mo
(cocana) que ia entregar pro dono da
bicicleta, pois ele estava apenas indo
buscar em troca, da pedra de crack. Um
dos pinos abriu no caminho, deixando a
palma da mo dele branca, e ele cheirou
a mo toda, se lamentando por ter cado
o carreto que estava fazendo... Ficou

cheio de p branco impregnado na barba

mal feita. Me perguntou at se estava
sujo, eu respondi... Claro que est! E ele
limpou.
Entregou a bicicleta, e fomos at a
casa dele, ambos com os gravetos nas
mos, v at um colega de infncia, que
falou ea, pro Soldado e pra mim
falou, ea boiola. No respondi nada e
fiquei sem expresses, olhando pra ele
de cima da bicicleta em movimento.
Mais pra frente, um pouco antes da casa
do Soldado, estava chegando um senhor,

de barba e cabelos brancos... Com uma

Roupa de empreiteiro, botas de
empreiteiro e culos de sol estilo
aviador. Foi quando eu disse, espera a
Soldado que tem mais um aqui no meio
da rua... Larguei a bicicleta no cho e
sa correndo com o graveto na mo,
mandei um arco ris, que um golpe
acrobtico de capoeira, seguido de
varias picotadinhas no coisa ruim.
O
Soldado
dava
risada...
Entramos na casa dele, e l estavam
mais 2 amigos dele. Os quais eu no

conhecia at ento, mas sabia que eram

tambm
viciados.
Uma
mulher
aproximadamente 30 anos, e um outro
homem aproximadamente a mesma
idade. Quando entrei na casa, Soldado
me apresentou e disse; Este o meu
amigo, que o conheo desde quando ele
era pequenininho. A mulher me olhou,
com aquele graveto na mo e disse que
eu era bonito, o outro confirmou, me
elogiando tambm... O Soldado disse
que foi no corre e que estava com o
bagulho, e em seguida me falou, dando
risada, enquanto eu olhava os dois

expressando um olhar de ajuda que eu

estava trazendo...
Soldado:
- Aqui , dale as gravetadas nela
que essa ta precisando... (E ria enquanto
falava isso).
A mulher olhou pra mim e falou:
-No... No faz isso no. Eu to
com medo dele. Ele veio aqui pra me
bater ?
Ento, olhei pra ela e falei:

- No.
- Eu vim aqui pra ajudar, no foi
pra te bater no...
- Vem aqui e me d um abrao, por
favor.
Ela encheu os olhos de lgrimas,
me abraou e chorou...

Agora, neste momento... Pra

escrever este trecho, as lgrimas

correm...

Cumprimentei em seguida o
homem que estava sentado em um banco
de carro, na varanda da casa, enquanto
olhava nos olhos dele. E o Soldado me
convidou pra entrar... Estava l no
porto, na calada, tambm aquele
senhor, que vou chamar de Enviado.
Mas parece que este tinha demorado pra
entrar, porque foi buscar alguma coisa.
Entrando na casa, pude ver o que

j esperava... Tudo sujo, tudo jogado,

em alguns cmodos lembrava at aquele
terreno que o Soldado foi dar a
cachimbada. Entrando na casa, eu
podia sentir um a energia pesada. No
por ser uma casa ruim, mas pelos
espritos ruins do vcio que l estavam,
sugando aos 3 moradores.
O Soldado sentou na cama. Ainda
tinha agua no quarto Que podia cobrir os
ps. E comeou a preparar o cachimbo.
A mulher sentou em um sof ao lado. E
eu comecei a chorar, de p no meio do

quarto, com o graveto na mo. Eu

chorava que eles viam minhas lgrimas
descendo. E falei pros espiritos
obssessores que os habitantes daquela
casa, no os queriam l, no era pra
estarem l. Sugando aquelas almas que
habitam este mundo terrestre.
Na tv via-se um filme, pausado em
uma cena explcita. O radio estava
ligado com o volume alto... O Soldado
pediu que a mulher sasse do quarto,
tirou o bon e abaixou por um momento
a cabea.

Em seguida eu desliguei o radio e

a tv, e o condecorei um General do
exercito de Deus al mesmo. E coloquei
o graveto sobre seus ombros, igual um
ritual medieval. Tornando este nome a
misso dele.
Depois de feito isso, orientei ele a
limpar a casa em uma faxina que seria
tambm espiritual, com produtos de
limpeza mesmo, porque o lugar limpo
no atrai espritos ruins. Eu queria
ajudar, mas ele ainda queria usar a
droga. Foi quando aquele homem de

barba e cabelos brancos, chamou l de

fora o General... E foi entrando com sua
bicicleta. Tinha no guido da bicicleta,
uma sacola pendurada, o qual me lembro
muito bem, quando trabalhei em uma
empresa que j j vou falar sobre ela, o
pessoal ficou colocando a trilha sonora
da conversa.
A mulher, e o homem que estava
sentado no banco de carro, que era
usado como cadeira da varanda, saram
um pouco antes dele chegar. Aquele
homem, que eu chamei de Enviado,

trazia alguns pedaos de peixe, e a conta

de agua que estava na caixa de cartas da
casa do General.
Me cumprimentou, e falou que
havia trazido um peixe pro General, um
peixe que ontem, no temporal, tinha
vindo na enchente... Na enchente porque
Santos e So Vicente tem muitos canais
a cu aberto, o qual comum, quando a
mar sobe, transbordar devido a chuva
forte. Segundo o Enviado, o peixe era
grande, o que eu achei estranho vir
apenas uma tigela pequena, pois na casa

moram 3, no apenas uma pessoa. Mas

tudo bem, a comida quando doada de
bom corao, ela faz milagres mesmo
sendo pouca. O Enviado era um homem
de meia idade... Uma senhor simptico,
que me ensinou muitas coisas mesmo
estando na minha frente por poucos
minutos. Chegou botando uma musica do
Legio Urbana pra tocar no prprio
celular, enquanto o General disse que ia
na rua buscar umas sucatas, que tinha
visto amontoadas ao lixo, tipo um
refrigerador velho e pedaos de
alumnio. O Enviado sentou na soleira

da porta e falou sobre o filho, contando

uma histria. Contou que certa vez este
tinha sado pra uma curtio, e perdeu
bastante dinheiro por conta do lcool, e
que seu filho estava naquele dia
maltrapilhos por conta de uma noitada
que no tinha acabado bem... Disse
tambm que seu filho estava com medo
de tomar uma chamada, do tipo: Estava
l fazendo coisa errada, ento tem que
se dar mal mesmo! Pra aprender!
Ao contrrio disso, o que Enviado
disse que fez, foi emocionante:

- Vem aqui filho, me da um

abrao... Porque o dinheiro, depois voc
recupera. O que eu no queria mesmo,
era receber uma ligao ou a visita de
algum pedindo que eu comparecesse ao
reconhecimento de corpos.
Fiquei muito comovido com
aquilo, com aquela mensagem que ele
me transmitiu. Mostrando que o amor
mais curativo do que qualquer outra
maneira,
hoje
empregada
pela
sociedade.
Imagine

uma

bola,

que

esta

murcha... A nica maneira de enche-la

colocando o ar dentro dela no ? Ento,
se um pessoa est vazia, a maneira de
enche-la colocando amor dentro dessa
pessoa.

Este captulo do livro, parece ser

o futuro, contrastando com o passado.
Tudo isso que eu contei neste captulo,
aconteceu em um nico dia... Mas o dia
no acabou, agora noite e preciso
voltar ao trabalho, ento vamos
escrever! Ou melhor, ler.

Acabei de voltar da rua, pois

recebi uma ligao no final da tarde de
um familiar, pedindo o detetive...
Peguei todas as minhas coisas, inclusive
o pen drive com o livro e corri pra casa
do Pai de Santo. Pelo fato de eu ter
lembrado que ele trabalhara pro
governo.
Imaginei
que
estavam
extorquindo meu familiar, porque quem
me ligou, falou baixinho que queria um
detetive, mas chegando na casa do Pai
de Santo, percebi que eu era quem

estava meio alterado, pois ele no

estava me esperando, e tambm mal
lembrava de mim, ento sa de l mais
tranquilo e fui comer um lanche, porque
estou ficando at mais magro pois no
estou parando de escrever... Escrevo e
vou fazer o que o Jesus pede, ou o que o
corao manda, caso voc seja um leitor
mais ctico. Da casa do Pai de Santo de
volta a minha casa, parei no caminho e
pedi um lanche, naqueles carrinhos que
todo mundo j viu, e sentei enquanto via
os carros passarem.

L estava vindo uma alminha

andando... No uma alma daquelas
desencarnadas, mas eu chamo de
alminha todas as pessoas do mundo,
porque queira ou no, todos ns temos
uma. E l vinha aquele homem, se
preferir. Este era um homem que vou
chamar de Wilian. Este era um daqueles
caras que todo mundo acha que est
perdido, e at parecia mesmo. Vinha
caminhando descalo na chuva fina que
caa. Estava de bermuda e um casaco
branco encardido... Eu lembrei dele de
longe! Na poca que eu namorava com a

Ivete, estivemos na praia a noite

caminhando enquanto este mesmo
homem, o Willian, vinha caminhando em
nossa direo. Na verdade ele s
queria passar, mas eu estava com medo,
porque entendia que um usurio
sinnimo de possvel assalto prestes a
acontecer, mas no era bem assim.
Quando ele viu que eu fiquei com
medo e Ivete tambm, ele deu um: Boa
noite, beleza? Mostrando o polegar pra
que Ivete, nem eu, ficssemos com medo
dele, mostrando que ele era uma boa

pessoa, s estivesse em um momento

muito ruim. Ento hoje, quando eu vi ele
vindo andando... Lembrei exatamente
daquele dia, que isso aconteceu, e
mesmo sem ele lembrar de mim e sequer
me conhecer, o chamei com aquele
famoso psiu. Foi quando me olhou,
sentado do lado do carrinho de lanches e
veio at mim, eu perguntei se ele estava
com fome, ele respondeu que sim, ento
puxei uma cadeira sem se importar com
quem estava por perto, se ia gostar ou
no, de ver algum com aquela
aparncia sentando por al. E pedi mais

um X-Salada, e comecei a conversar

com o Willian... Falei exatamente que
lembrava dele, e expliquei porque. Ele
com certeza no lembrava de mim, no
me importei. Comeamos a conversar
como se fossemos amigos de longa data,
rimos de algumas coisas que a gente
falava, ele pediu uma latinha de
refrigerante e eu tambm comprei. Falei
pra ele assim antes de sair nosso lanche:
- Sabe Willian, no importa o que
a gente fez l no passado, nessa nossa
vida.

- Porque quando, a gente se

arrepende sinceramente do que fez, e
comeamos a fazer coisas boas e com
amor... Parece que vai cobrindo as
coisas ruins que a gente fez.
- Parece que vai absorvendo e
mandando embora aquele mal que a
gente fez ou causou.
- Eu ouvi dizer, que vai sair um
livro... Que vai ser muito bonito, de um
cara que sei l, igual eu e voc. Que
nasceu nessa mesma cidade que ns. E
que vai ficar to conhecido esse livro,

que vai inspirar um monte de gente por

a a fazer o bem usando muito amor.

12. Entenda e Aprenda

Depois de ter feito aquilo que eu
no queria, l no final do captulo 10,
fiquei pensando que estava tudo bem,
enquanto o mal invadia e consumia meu
corpo, eu achava que era um tipo de fora
da lei... Me sentia um cara livre de
todo o achismo mundano. Pensava que
estava vivendo a vida da maneira que a

o planeta terra, precisa que seus

habitantes vivam, mas claro, que eu
no estava fazendo do jeito certo. Era
cada vez mais: Casa do Ado, sadas
pra lugares que no fazia sentido nenhum
frequentar, do tipo saindo de madrugada,
no mantendo horrios pra nada,
acordava sempre tarde, quase que na
hora de ir trabalhar, s pra poder ficar
de madrugada por a, podendo andar
com o skate na maioria das vezes
sozinho como eu sempre fazia... Eu no
queria saber e nem ouvir falar da
possibilidade, de ir em um lugar

espiritual, ou de frequentar aquele

centro que na infncia eu gostava, pois
eu no dava a mnima pra nada.
Eu

frequentava

bastante

emissrio submarino em Santos, porque

tinha uma pista de skate l, e eu curtia
demais ficar l... Conheci at o Choro,
pessoalmente, que eu tenho certeza j
conhecia de outra vida, pois quando
fiquei de frente a ele, este ficou me
olhando bastante, no sei o que ele
estava vendo em mim.
Fui l nas caminhadas da vida

continuar fazendo o errado... E adivinha

s quem apareceu na loja que eu
trabalhava pra me fazer uma visitinha?
O travesti. Que passou na frente e ficou
contando pros amigos do grupinho,
que eu era uma pessoa, assim e
assim... Eu j no sabia aonde enfiar a
cara! Mostraram da porta alguma coisa
pros funcionrios, mas eu no dei bola,
no me importei... Mesmo muito
incomodado com o fato de entrarem l, e
ficarem fazendo aquele crime de 171
(Artigo criminal) que eu tenho certeza
era este o propsito do negcio.

Ridicularizar o cliente que j

havia pago pelo servio, o fazendo ficar
doente psicologicamente, tomando assim
seu dinheiro e seus bens, prometendo
falsamente no retornarem.
Mas parece que eu estava
preparado praquilo, alias meu dio
interior era tanto naquele tempo, que se
parasse na minha frente, o que ia levar
com certeza no era dinheiro, muito
menos bens materiais, era muita
pancadaria, isso sim.
Fiquei perturbado durante um

tempo, mesmo no pensando nisso todos

os dias, lembro que naquele dia, que o
grupinho de travestis passou na frente da
loja, eu at pude escutar um falando:
- Espera ele ter um filho, amiga...
Da fcil, fcil, ter o que quiser.
Mas eu sei l, estava sendo
segurado por algum, nem preciso ficar
dizendo quem.
Chegou finalmente um gerente que
j era da empresa, pra por ordem, ou
melhor, demitir quem estava insatisfeito

com o emprego... Usando umas folhinhas

annimas de questionamento de
satisfao do funcionrio com a
empresa, e claro, falei tudo que podia,
e ento, fui demitido.
Parece que no tinha poca melhor
praquilo acontecer, alm de me livrar
daquele lugar que eu no queria voltar e
nem passar perto to cedo, eu tinha me
livrado do travesti e da culpa... Fiquei
ento, o mximo que pude sem trabalhar,
mas eu no estava afim de ficar to
parado, no queria ter tempo pra ficar

pensando nas coisas... No queria talvez

entrar no famoso e aterrador umbral, que
de fato eu nem sabia o que significava
naquele tempo.
Eu
tinha
esquecido
completamente
do
passado
no
shopping. Parece que eu tinha
desistido da minha misso. Procurei
bastante um emprego que valorizasse
minhas habilidades, estava muito
apreensivo por no estar encontrando,
ento recebi uma oferta de emprego com
um salario bom, que eu nem acreditei. E

fui l trabalhar.
Vou registar mais um pouco das
minhas lembranas, que de fato so
muitas apesar do tempo de vida acredito
eu, ser pouco. Estou ultimamente
achando que terminei o bendito do
livro, mas no bem assim como eu
tenho pensado, porque quanto mais o
futuro vai acontecendo, eu vou
desenvolvendo mais a mediunidade e
tornando meus fatores mais apurados,
por este motivo os mais velhos devem
ser sempre ser mais e mais respeitados,

porque se um mdium consegue ser

mdium ainda jovem, imagine um
mdium idoso o quanto respeito merece?
Eu estou imaginando neste momento.
Muito ouve-se falar no termo
pretos velhos pelas religies afrobrasileira Brasil a fora, e eu hoje
entendo muito o porque, tanto porque
um termo de muito respeito, quanto pra
se tornar detentor de um, necessrio
ser como um; Muito inteligente e
caridoso. Aqui chegou uma revelao
que preciso muito adicionar, porque

apesar de ter ficado pouqussimo tempo

naquele trabalho, ainda sim consegui
viver uma histria digna de se contar. As
pessoas que aparecem em nossas vidas,
tem histrias tambm pra contar, e
esquecer de quem nos ensina o mesmo
que ter negado o aprendizado. Ento l
estava eu, em uma empresa do ramo
Logstica, consegui entrar no emprego
pra lidar com informtica, que era a
minha praia.
Conheci ento, um gerente muito
boa pessoa, e tambm, pessoas muito

abenoadas,
cada
uma
delas
comprometidas com seus ideais e outras
precisando de ajuda, foi um lugar que
lembro muito bem como era, pois o
clima logo que entrei foi de profunda
rivalidade, eu no entendia mas sabia
que precisava de um bom emprego pra
poder ter aqueles bens materiais
julgados mais importantes que tudo, tal
como um carrinho ou sei l, talvez uma
camisa daquelas bem bonitas e tambm
claro, ter um porta-joias... No este
tipo de porta-joias que voc est
pensando, e sim aquele que todo mundo

sonha em ter, pra guardar o melhor

tesouro que pode-se ter, que uma
casinha... Aonde voc pode guardar seus
filhos que a mais valiosa jia que
existe, at que possam sair para voar.
Recebi um cargo muito importante
e s havia eu para desempenha-lo. Era
um armazm de containers, e havia um
ptio muito grande, com containers que
viajavam ao redor do mundo nos navios.
Era um lugar de muita responsabilidade,
porque no era fcil fazer aquele tipo de
trabalho em qualquer setor daquele

lugar. Quando cheguei, fui muito bem

recebido por muitas pessoas e
infelizmente, algumas tinham aqueles
olhares calculistas... Mas enfim, nunca
me importei com isso, e sempre fingi
que no via, porque quando voc sente a
inveja, pode ficar com ela no pensando,
ento melhor mesmo fingir que no
existe, pois assim realmente nunca vai
existir.
Haviam pessoas muito jovens l, e
eu por ventura era o mais jovem de todo
o quadro de funcionrios, me senti

importante demais por isso, porque alm

de ser o mais jovem, eu conseguiria
mais cedo chegar ao sucesso, porque a
vontade de fazer as coisas darem certo
da maneira correta, o que toda
empresa sria busca dentro de um
funcionrio; O bem aplicado a
atividade.
Havia tambm muitas mulheres
bonitas trabalhando l, e uma moa em
especial era a que mais trabalhava
seriamente, no com aquela expresso
compenetrada de s o trabalho e nada

mais, mas porque ela estava buscando

alguma coisa, algo que eu espero
sinceramente que tenha encontrado.
Quando entrei l, no percebi
nada com relao aos relacionamentos
alheios nem com os olhares que
despertei, mesmo no querendo ter
despertado; Dado momento do trabalho,
esta moa muito merecedora de coisas
boas na vida, que vou chamar de Denise,
me tratou muito bem apresentando o meu
servio a ser feito naquele ambiente, me
fazendo familiarizar com a equipe, coisa

que fiquei muito feliz em fazer, porque

muito importante chegar em um lugar
sendo apresentado, porque assim voc
fica se sentindo importante, e sentir-se
assim timo para a estima de qualquer
pessoa, que precisa sempre estar em
alta. Denise era muito bonita em todos
os sentidos, no porque eu percebi
aquilo fervorosamente, mas porque todo
mundo perceberia, sem duvida uma
mulher com uma verdadeira recompensa
pra alcanar.
Quando comecei meu trabalho,

que alis, era muito complicado, porque

no tinha suporte correto distancia e
nem treinamento suficiente fora dado,
tenho certeza o que toda empresa quer,
ganhar dinheiro, nem que pra isso, tenha
que jogar uma responsabilidade grande
nas costas de algum que no foi
preparado corretamente, tal como eu no
estava, devido ao treinamento incorreto
que recebi, coisa que precisa muito
mudar antes que pessoas tenham
problemas psicolgicos, decorrentes a
tamanha
responsabilidade
no
correspondentes a funo.

Logo que eu cheguei aps alguns

dias de trabalho, senti uma necessidade
de perguntar uma coisa um tanto pessoal
pra Denise, no porque sou enxerido
(risos). Mas porque a funo me
obrigava. Perguntei se havia algum
prximo que ela sentia saudade e ela
simplesmente, ficou me olhando
desconfiada, tanto porque perguntei
expressando saber de alguma coisa,
quanto porque algo estava pra acontecer,
e Denise queria saber mais.
Eu no fazia a mnima ideia que

tinha conseguido fazer aquilo, porque

nunca, absolutamente nunca tinha
conseguido, e at ento no imaginava
que tinha acontecido... Em dado
momento, levantei-me da cadeira que
ficava de frente a Denise, e caminhei
inconsciente at ela, pedi que
levantasse com muita educao e
falei:
- Oi filha.
Seguido dos olhos dela cheios de
lagrimas, acreditando muito no que
estava acontecendo. Isso porque

acredito, fazer muito tempo que o pai de

Denise tenha desencarnado. Preciso
saber, que l do outro lado, existe um
tempo para que seja feita uma
comunicao, e no feito em um
perodo de tempo curto, porque alm de
cada alma desencarnada precisar do que
dizemos aqui na terra: Tempo (No
Climatico). Para deixar as coisas e
situaes mundanas para trs, ainda sim,
leva tempo para adaptar-se ao mundo
espiritual aps deixarmos a carne.
Naquele momento depois de ter

dito o que estou mencionando como foi,

virei-me para o lado e falei:
- Eu no gosto de voc...
Virando novamente para o rosto
de Denize e dizendo:
- Filha, se quer sonhar com o
papai, dorme pensando...
Seguido de um Lhoon, que foi
um gesto com o indicador tocando a
ponta do nariz de Denize.
L vem aquele famoso e inevitvel

gostinho de rivalidade... Aquele

muitssimo conhecido como desafio.
Aps ter passado este fato que durou
poucos minutos, mas para outros uma
eternidade.
Veio outro funcionrio que vou
chamar de Jhony, colocou-se em minha
frente com cimes, e perguntou porque
eu no gostava dele. Por motivo de eu
no fazer idia do que tinha acontecido,
questionei a atitude de Jhony, porque
quando estamos sob o efeito da
espiritualidade, tambm no temos

conscincia no momento da ao, e eu

no sabia que Danize tinha um caso com
Jhony.
Complicado demais chegar em um
lugar pra trabalhar, sendo confrontado
por algo que voc esta fazendo mesmo
sem saber no ?
Aps ter me tornado inimigo de
Jhony, sem ter idia do que estava
acontecendo, alm disso outra mulher do
mesmo local de trabalho, uma mulher
que adorava colecionar desafios... Coisa
que no deve ser feita, muito menos

deveria ter sido feita; Esta que vou

chamar de Gitana, tinha tambm um caso
com outro funcionrio que no era
Jhony. O qual tambm ficou com muito
cimes de mim, porque?! Eu no sei!
Mas fazer o que? Quem est na chuva
pra se molhar.
Aps eu ter me tornado uma
inimizade do Jhony sem ter idia de que
tinha me tornado, porque nunca gostaria
de ter inimigos, muito menos trabalhar
em clima de no unio, o qual estava
acontecendo mesmo sem eu saber. Eu

era muito jovem e ingnuo, tambm no

estava interessado em roubar a mulher
de ningum, eu na verdade queria e
quero ter, apenas uma. No tinha
interesse em trabalhar daquela maneira e
sei que ningum gostaria.
Gitana era uma mulher atraente,
tinha uma aparncia chamativa, porque
no aparentava ter a idade que tinha e
tambm, porque ela tinha o rosto muito
bonito. Mas enfim, agora que temos os
personagens principais, vou contar o que
cada um protagonizou.

Aquele homem que chamava-se

Jhony, tinha uma motocicleta muito
bonita, daquelas que todo mundo gosta
de admirar e ver passando na rua. Tudo
bem ter algo que voc se esforou pra
conseguir, com provao de seu
merecimento pra conseguir, porm um
conjunto de imagens tanto homem como
transporte, ao ver da sociedade
moderna, nunca precisa ser impecvel.
Penso eu que tudo o que fazemos
da maneira errada, no futuro retorna a
ns mesmos, igual a um espelho. No

estou julgando Jhony no ser merecedor

de um bem material, o que no estava
sendo merecedor era de uma amizade
sincera, porque este no estava sendo
sincero, e isso grave aqui na terra; As
cobranas vem de cima, e no da pra
fugir.
As coisas iam sempre muito
corridas naquele trabalho. Parecia pra
mim, que eu no ficaria muito tempo,
tanto porque o servio a ser feito era
complicado demais, quanto porque o
treinamento no foi adequado a funo.

Eu j havia antes vivenciado problemas

com pessoas que no querem a presena
por perto, ento quanto a isso no estava
me importando, estava me importando
apenas em poder crescer naquela
empresa, mostrando um bom servio,
coisa que estava muito difcil de fazer,
porque eu estava sendo muito
requisitado o tempo todo pelos
funcionrios, por ser o nico atuante na
rea de informtica do local.
Ento quando eu estava pensando
que a qualquer momento tomaria um

soco no meio da cara, porque estava

gerando cimes em quem estava antes
com toda ateno, foi que Jhony arrumou
uma proposta muito boa de trabalho em
outro lugar pra dar sequencia na vida.
Agora eu estava mais tranquilo,
porque pelo menos, no tinha um rival
querendo a qualquer momento me
ferrar pro chefe. Facil saber que
quando h cimes deste tipo em local de
trabalho, tudo o que falado sempre
direcionado para o lado errado do
entendimento. Coisa que pra se haver um

bom trabalho, nunca deve acontecer.

L estvamos todos trabalhando,
fazendo as coisas darem certo na vida,
sendo melhores para ns mesmos, e
cada um daqueles funcionrios juntando
as pecinhas do quebra-cabeas da vida,
para assim melhor conduzirem o futuro e
fazer sempre da maneira correta. Todos
sabiam que um bom trabalho, merece
recompensas. Eu modstia parte, gostei
bastante de estar entre aquelas pessoas.
O lugar apesar de um clima forte de
rivalidade,
ainda
havia
aquelas

brincadeiras pra descontrair, o que

sempre quebrava o gelo, fazendo o
pessoal ficar mais motivados e contentes
pra trabalhar.
Aquela moa chamada Gitana, que
sabe o que no pode ser feito. Porque
esta queria muito alguma coisa comigo,
e infelizmente estava tambm querendo
machucar outro funcionrio que entrou
no jogo dela. Acontece, ou melhor,
aconteceu... Que a Gitana era uma
espcie de mdium, algo muito
diferenciado. O qual ningum podia

saber que ela era, mas eu descobri

mesmo sem querer. Depois de entender
que eu continuaria sempre jogando
limpo na minha vida, pra poder ter meu
lugarzinho ao sol, fazendo da maneira
correta e no usando habilidades
especiais pra se tornar a frente dos
outros, e sim ajudar os outros da melhor
maneira possvel... Expliquei pra Gitana
que era bom no meu jogo que era o da
capoeira, e este que eu estava jogando,
era um tipo de reza com facas, as
quais meninas no jogam.

Pobre de mim, ela queria jogar de

qualquer maneira. E chegou varias vezes
fazer muitas declaraes fortes pra mim,
at mesmo na frente dos funcionrios, as
quais no podiam ter sido feitas, porque
mesmo ela pensando que eu era daquele
tipo difcil, que precisa que a mulher
fique rastejando aos meus ps pra ter
algo com elas, mesmo parecendo que
era assim o jogo que eu estava fazendo,
no era nada disso que eu estava
querendo pra mim. Foi quando eu
descobri o dom especial que Gitana
tinha, o qual no era pra ela ter me

mostrado, mas mostrou.

Um dia cheguei no trabalho, um
pouquinho mais cedo, pois sa de casa
sem pressa. Coisa que era fundamental,
porque a motinha que eu tinha, parecia
uma pipa quando passava um caminho
do meu lado, mas fazer o que... Era o
que eu tinha e precisava utilizar, caso
contrario no chegaria a lugar algum.
Foi ento que aquela mulher se mostrou
muito boa de jogo e trouxe um baralho
pro trabalho... Foi a que eu conheci o
jogo de Tar, o qual eu no fazia idia

do que era capaz. Sentei-me ao lado

dela, esta queria jogar e eu no entendia
nada de jogos, apenas o da capoeira...
Gitana estava determinada em saber meu
futuro, coisa que eu no estava muito
interessado em fazer, pois no gostava
de coisas que veem o futuro dos outros,
apenas porque acredito que o futuro
deve ser uma surpresa e esta surpresa,
somos ns que preparamos, sempre da
melhor maneira. Correto? Pois bem.
O jogo foi rpido, e eu estava um
tanto zonzo com uma energia que

nunca tinha visto ou presenciado. Foi

ento que ela me fez passar mais
presso ainda das quais eu j estava
passando, e pediu que eu batesse em
cima de uma carta, o que eu no tinha
idia do que significava e fiquei
hesitante em fazer. Ento falei:
- No posso fazer isso... Acho que
no vale a pena.
- No foi falado as regras do jogo,
ento no me parece um jogo justo.
Foi ento que Gitana disse:

- Este um jogo de meninas.

- Voc sabe a capoeira e eu sei
este aqui.
- Agora bate sua mo em cima da
carta, rpido!
- Antes que algo ruim acontea
comigo!!!
E imagina s? Dava pra ver at
coraezinhos voando depois de bater
em uma carta. Coisa que me deixou
muito confuso e eu no devia ter feito,

assim como ela tambm no devia ter

feito. Mas fazer o que, era ela que
estava dando as cartas, e eu no sabia
jogar muito bem aquele jogo.
Agora vamos falar um pouco do
baralho e das pessoas que jogam...
Saber jogar um jogo, tudo bem. Mas
trapacear no jogo, no nada bom.
As consequncias que geram fazer
algo que os outros no queiram so
fortes, e dependendo do que for feito,
sempre tem a famosa consequncia por
nossos atos.

Pessoas com dom medinico

sabem como manipular orculos
especficos, e quando fazem esto
manipulando coisas que precisam saber
que tambm existem.
Quando voc joga um jogo,
precisa ter regras, e se voc no sabe o
que existe no jogo... Voc simplesmente
no deve ser jogador, pra nada que no
queira no acontecer. Caso voc, caro
leitor, pense que estou querendo acabar
com o Tar ou um baralho, isso no
verdade, porque jogador quem da as

cartas. O que quero apenas

conscientizar as pessoas, porque tenho
muito respeito com todos que fazem
coisas para o bem, e o Tar, e sempre
foi, apenas usado para o bem. Todos os
Tarlogos sabem disso.
Agora o Jhony e a Gitana... Suas
vidas sero repletas de felicidade como
tenho a certeza que ser a de qualquer
um que esteja do lado do bem. Vocs so
joias que foram muito bem guardadas
para voar, assim como qualquer pessoa
deste humilde e harmonioso lugar, a

arvore da vida... Obrigado por terem

passado por minha vida.
No durei mais do que 3 meses
naquele emprego. Alm de estar muito
entretido usufruindo das maldades
mundanas, dos prazeres carnais e da
minha ignorncia total de querer
continuar sendo o carinha normal que
ningum suspeitava, eu j estava
entrando em outro campo diferente da
frequncia do campo energtico da terra.
Eram energias de baixa, muito baixa
frequncia, infelizmente.

A vida nos 20 e pouquinhos anos,

era de curtio. Eu queria e queria muito
ser feliz, no conseguia muito fazer
aquilo, ento tentei a qualquer custo
ser, o tempo que eu usava pra no fazer
nada, eu usava pra frequentar o
emissrio submarino de Santos, ia de
moto nas biqueiras e a casa do Ado,
com os amigos de sempre... Joo, Vitor,
Jonas e as vezes andava com o Lucio
que sempre nos vamos nas andanas de
skate. Eu ento conheci uma pessoa, que
uma das razes deste livro, uma
pessoa que eu no queria ter conhecido

se eu soubesse antes quem era.

13. Conhecendo o Inimigo

Era outra a expresso no meus
olhos, no tinha mais aqueles olhos da
verdade, tinha s os olhos calculistas,
estava afundando no vazio da
escurido... Eu estava preocupado em
ser mais conhecido no lugar, porque
sabia aonde vendia planta, talvez no s
porque eu fumava maconha todos os

dias, mas porque todo mundo fumava

tambm, e o fato de ter moto,
facilitava a ida at as biqueiras, que
era um lugar que ningum queria ir, mas
eu j estava gostando de ir. Os caras
curtiam me ver chegando, no que eu
fosse l comprar um monte de erva, mas
porque eu trocava uma ideia, sentava l,
falava sobre coisas interessantes... Eu
parecia ser sempre quem estavam
procurando. Eu buscava mesmo s pra
satisfazer meu vcio, o fato era que eu
talvez quisesse entrar no ramo de
plantas, mas no queria me envolver

mais que isso, com certeza. Eu gostava

de fumar Cannabis, e talvez algum dia
jogar sementes por a a cu aberto,
daqui a 9 meses podia ser, quem sabe...
Colhido alguma coisa. O que bvio
que se eu fosse pego, seria preso uns 5
anos na cadeia, mas eu estava totalmente
pesado! Eu queria correr o risco em prol
de algo que eu achasse que valia a pena.
Voc planta hoje, colhe amanh e
talvez se d muito mal, ou muito bem.
Coisa que provavelmente eu no
pensaria em fazer, caso a maconha

estivesse legalizada. O que alias ia

diminuir o consumo. Isso porque, ir nas
biqueiras pra comprar pelo fato de no
vender na farmcia, entendeu? Entra nos
bairros e nas vielas... Um dia conheci
um empresrio, assim tenho certeza
que ele se sentia. Estava usando sua
camisa de time de futebol novinha e suas
correntes valiosas... Quando eu cheguei
l e fiz o pedido da Cannabis, pagando
por aproximadamente 25 gramas, para
dividir entre os 5 amigos. Ele pegou
logo uma pea de maconha que ele disse
ser 1 KG, que era a erva mais verdinha

que eu j tinha visto, me ofereceu por

um preo quase que irrecusvel. O
que de fato eu no tinha. Eu acho mesmo
que ele estava me testando pra ver se eu
queria fazer parte dos negcios, ento
expliquei que era apenas usurio, o que
eu estava fazendo era buscar 25 gramas
e ficar com apenas 5, dividindo entre os
amigos que estavam pagando por sua
parte.
Isso porque naquele tempo, eu
estava fumando demais, passando meu
tempo que no era trabalhando, nem

estudando, mas sim consumindo

Cannabis e frequentando quase todos os
dias o Emissrio Submarino.
Certo dia, conheci um grupo de
pessoas que ficavam por l no
Emissrio Submarino. Eram pessoas
jovens, algumas mais velhas... Todas
com o mesmo objetivo de se divertir, ter
qualidade de vida, fazer novas
amizades, tudo aquilo que o lugar
proporcionava etecetera e etecetera.
Tinha l, um homem que era um
pouquinho mais velho que eu, moreno,

com a cabea raspada, magro, e era o

cara mais popular naquele grupo. Era
sim uma pessoa cheia de conversas,
cheio de histrias tanto pra ouvir como
pra contar. Quando ento claro, eu o
conheci... Ele chegou em mim quase
naturalmente, e ficamos amigos. Eu tinha
e tenho sempre o costume de usar a
palavra amigo, pois desde sempre
acreditei que todo mundo meu amigo,
at provar o contrario.
Este homem vou chama-lo de
Formiga. Era provavelmente estranho,

mas ningum desconfiava e nem eu. No

tinha como desconfiar, alis ele era
professor. Era um professor de filosofia,
tinha seu diploma e j algum tempo
lecionava. Fiquei mais empolgado ainda
pela amizade dele, claro, j tinha dito
que filosofia era minha matria favorita.
A qual inclusive, perguntei o que ele
estava lecionando, ele meio que no
soube dizer, ento eu falei ironizando:
- Tem problema no n? As
crianas so apenas o futuro do pas
ento que se dane...

Ele ficou me olhando com uma

cara desafiadora, dava pra perceber que
ele era um professor acomodado,
daqueles que fica s seguindo a apostila.
Comentei com ele que tive um professor,
que inclusive era do supletivo, o qual
lecionava ditando a matria, pois aquele
era simplesmente o maior exemplo de
verdadeiro professor que eu j tinha
conhecido.
Adivinha s? Notei at os dentes
rangendo de raiva ou inveja, talvez
ambos. Mas eu no sabia quem ele era,

no fazia ideia... Eu queria mesmo era

farrear, queria estar l com a galera e
curtir adoidado tudo que podia.
Comecei at a ficar mais famoso
que o prprio formiga, alm de
conversar com todo mundo, assim como
ele fazia, eu era mais simptico do que
ele, e isso o deixava com cimes, os
quais eu no enxergava que estava
gerando. Foi quando apareceu uma
moa, da mesma idade que eu, que tenho
certeza gostou muito de mim.
Era uma moa que vou chamar de

Nubia... Ela estava cursando faculdade

na rea de sade, e frequentava o lugar
porque no morava longe, eu a via l,
quase sempre. Foi quando Nubia, notou
que eu a tratava como uma verdadeira
irm, no s pelo fato dela parecer uma,
mas porque eu no me interessava por
qualquer mulher que me desse bola, ou
que simplesmente quisesse ficar
comigo, eu acreditava, e ainda
acredito... Que tudo tem que ter um
significado, at mesmo pra fazer sexo,
voc precisa gostar de alguma coisa
inconfundvel naquela pessoa pra poder

ir em diante. Nubia entendeu aquilo, mas

ainda sim estava tentando jogar um
charme pra me deixar com vontade, o
que no acontecia, acontecia s o fato da
gente se aproximar como amigos.
Foi ento que, o Formiga chamou
geral pra ir em sua chcara, ou melhor,
segundo ele, na chcara do pai dele... E
claro, todo aquele pessoal, ficou muito
interessado, porque a propaganda foi
grande, alias j tinham ido uma vez, e
naquela vez eu ia. Nubia era muito
prxima de mim, e o Formiga via

tamanha ateno que eu recebia daquela

moa... Estava s filtrando tudo que
estava vendo, tudo que estava ouvindo,
tudo que eu conversava com ela. Foi
quando o Formiga se aproximou de
Nubia com algumas intenes a mais.
Nubia tinha outras opes, mas caiu
nas conversas do Formiga, ento o dia
de ir pra chcara chegou. L fomos ns
com uma caravana de carros. Era
bastante gente indo pro litoral sul, eram
3 carros lotados. Formiga at tinha me
perguntado como eu tinha conseguido
aquela guia, ficou interessado em saber,

mas eu no quis conversar muito a

respeito, falei que a consegui na
capoeira, o que no era verdade. Pois
ele dizia que no acreditava em Magia
Negra nem em Igrejas, nem em coisas
do tipo espiritual. Ele simplesmente no
entrava em detalhes, por isso no
conversamos sobre.
Chegamos l a noite, a viagem foi
longa, assim que chegamos ligamos o
som na maior altura e a festa comeou.
At beber, que era algo que eu nunca
fazia e nem fao, consegui fazer. Fiquei

muito bbado mesmo! Fazamos jogos

pra virar as bebidas, era uma festa s.
Todo mundo estava curtindo um feriado
prolongado e eu tambm. A energia
que estava naquela chcara era
estranha... Lembro que antes de ir
embora, Formiga at me mostrou um
faco enorme e muito afiado, o qual
disse logo que v, que de facas eu
entendia! Peguei o faco na mo,
estava estranho demais tudo aquilo, e
ataquei em uma arvore que ele estava
tentando finca-lo, logo na minha
primeira tentativa acertei exibindo uma

habilidade que
impressionado.

deixou

muito

Apesar das coisinhas estranhas

que aconteceram naquela chcara, as
quais me fizeram ficar pensando a
respeito, nada de depravaes ou
fantasmas, sa de l pensando muito
sobre aquele lugar.

14. Um Lugar Cheio de Mdiuns e

Pessoas Abenoadas
Aquela vida de garoto problema
estava me cansando, eu no queria ficar
sendo algum que eu no era. Eu queria
ter um bom emprego, queria trabalhar,
terminar a faculdade, e ter salario
suficiente pra no ter interesse de fazer
coisas ruins na vida. Eu estava com

vontade de conhecer uma pessoa boa pra

mim, que pudesse me ajudar a limpar
meu mal ou o mal que me envolvia,
queria muito me ver livre do que me
atrasava, e fazer uma histria que eu
pudesse ter orgulho de contar, ou que
pelo menos pudesse ser entendido ao
contar. Eu imaginava que teria um
emprego, o qual j estava ficando
desesperado por no estar conseguindo,
que levantasse meu moral, que pudesse
por o astral pra cima.
Foi quando, depois de tentar com

muita vontade me redimir, tentar ser

compreendido ou sei l, buscar uma
nova etapa da vida, consegui uma
oportunidade nica que no podia
perder. Fui chamado pra uma entrevista
na capital do estado (So Paulo), a qual
eu sabia que era a possibilidade de
buscar um caminho de glria, um
caminho de luz.
Fui ento fazer a entrevista... Abri
meu corao para a oportunidade e a
agarrei com vontade, fui contratado pra
prestar servio em uma fbrica grande...

Eu era o cara mais sortudo do mundo!

Estava notando que as coisas iam
comear a ficar boas pra desse jeito,
mesmo que quase no merecendo, pensei
que talvez aquela perseverana aplicada
ao meu jeito de ser, alegre e amigo, me
traria o to sonhado sucesso. Ao mesmo
tempo, conheci uma menina, que era
muito novinha... Uma menina que eu me
apaixonei, que eu queria torna-la minha
esposa. Era a alminha mais bonita que
eu j tinha visto, era tipo um anjinho,
uma carinha linda, um rostinho lindo, um
jeitinho que eu tive vontade de cuidar.

Eu definitivamente estava sentindo

o gosto da felicidade, tinha arrumado o
que pensava ser o emprego da minha
vida, e a mulher da minha vida. Fui
de corao aberto pro primeiro dia de
trabalho, deixei at aquela guia em casa.
S a usava pra me exibir mesmo... Fui l
fazer o to esperado encontro com o
chefe.
Vou chamar a fbrica de Estelar.
Chegando na fbrica Estelar, fui
conhecer o chefe, com meu pequeno
coraozinho totalmente aberto, pra

poder fazer entender e mostrar que no

fundo, no fundo, eu era uma boa pessoa,
eu no fazia nem ideia de como era, s
tinha ouvido falar, fui procura-lo pra
mostrar o quanto eu poderia ser til... E
vocs no vo acreditar! Pois nem eu
acreditei! Pelo menos no acreditava.
Chegando na fbrica, pra prestar
meus servios de informtica, estava a
sala cheia, todos trabalhando, e
perguntei pra uma pessoa quem era o
Senhor Levy, porque este era meu
chefe... Me apontaram o Senhor Levy,

que estava sentado de cabea baixa.

Com um caderninho, ele estava com os
cotovelos sobre a mesa e o caderninho
no meio dos cotovelos, o computador ao
lado, e ele estava esfregando a testa e
respirando ofegante, o qual fiquei um
pouco com receio de atrapalhar.
Cheguei dando aqueles passinhos
midos, enquanto me aproximava. O
Senhor Levy, tenho certeza, estava
falando comigo telepaticamente, pois
quanto mais eu me aproximava, podia
ouvir uma voz falando: - Mais perto,

mais perto...
Foi quando eu disse:
- Senhor Levy?
Ele levantou a cabea com os
olhos fechados e os abriu... Eu podia
perceber que ele estava lendo minha
aura. Provavelmente lendo, porque ele
era uma pessoa diferenciada. Olhou a
minha luz saindo pra cima e acompanhou
com a viso... No mesmo momento vi
aquela luz vermelha um tanto
ambiciosa pra descobrir quem eu era,

seguida de uma nuvem amarela que

ficava em volta de todo o corpo do
senhor Levy... Ele parecia que no
estava acreditando no que estava vendo,
mas sabia com certeza o que estava
vendo. Eu expressei pra ele que percebi
a aura que ele estava expondo, a aura
dele era idntica a aura do Pai de Santo
que fiz referencia nesta obra. Era uma
aura de extrema inteligncia e
intendncia Divina, uma pessoa
admirvel!
No mesmo momento que ele viu e

que trocamos aquele olhar de saber o

que estvamos vendo, ele olhou nos
meus olhos, e disse:
- Oi, Paulo!
Aquele foi um dos maiores
choques que eu passei! No me
lembrava da reao que eu tinha, s foi
fazer sentido depois o que eu fiz... Eu
quase fiquei sem o globo ocular quando
ele disse aquele nome, o nome que eu
no escutava desde a poca da banca de
livros... Fiquei com as pernas bambas
quase caindo de joelhos.

No mesmo tempo que o Senhor

Levy falou aquele nome, e eu expressei
aquela sensao, um funcionrio, que
inclusive vou falar muito bem dele aqui,
bateu a mo na mesa e disse com aquele
voz e jeito que lembro muito bem ele
tinha, porque este um rapaz muito
alegre:
- Eu no acredito! Esse cara
mago! No possvel!
Foi tudo muito especial pra mim...
No momento que o Senhor Levy havia

falado meu nome, respondi quando

voltei ao normal:
- Desculpe, acho que o Senhor se
enganou.
- Meu nome ... Pessoa de
confiana.
Levy respondeu:
- Mas j foi Paulo...
O senhor Levy, lembro muito bem
que falou que estava preocupado com
aquele tom cinza que viu, o qual eu no

tinha ideia do que ele estava falando e

perguntei como assim, seguido
daquele famoso deixa pra l que ele
teve que me dar.
Sentei-me a frente do Senhor Levy
e este me pediu que eu falasse um pouco
sobre mim, falei todas as coisas boas
que eu podia lembrar que estavam l no
fundinho do meu corao, falei dos meus
sonhos, falei que era uma pessoa
esforada, e ele respondeu: - Tenho
certeza que sim...
To difcil escrever falando com

exatido o que acontecera, nas coisas

que eu me lembro que passei, que eu
fico chorando muito. Parece que o plano
divino esta em nossas mos, parece que
eu sou o condutor de um avano
significativo pra muitas pessoas...

Vamos l continuar, no posso

parar pra ficar chorando agora, tem
muita coisa pra escrever ainda...

Depois de entrar na fabrica

Estelar, fui conhecer ento aquele rapaz
que chamou o Senhor Levy de mago
(risos).
Este foi uma espcie de anjo que
entrou no meu caminho, este rapaz, que
1 ano mais novo do que eu, j tinha tanta
bagagem nas costas, tinha filho e estudos
complementares, tinha uma vida que eu
estava buscando alcanar de verdade...
Eu provavelmente me tornei f dele,
porque este rapaz to alegre, to capaz
de fazer tanta coisa naquela fbrica, que

eu imediatamente fui na direo dele.

Este rapaz um lder nato! Sabe colocar
as pessoas pra trabalhar, no porque
conhece como dar uma ordem, mas
porque ele faz isso indo junto na ao, o
que de fato, toda empresa tem que
entender que este o verdadeiro chefe
que todo mundo precisa, aquele que
lder ao p da letra... No aquele chefe
que manda fazer e sim o que incentiva,
que busca o que h de melhor dentro de
cada um, e aquele rapaz tem este dom.
O senhor Levy me apresentou a

ele e orientou que me instrusse, porque

eu era um novato prestando um trabalho
e precisava de um acompanhamento pra
entender a funo. E l fomos ns
comear aquela jornada de servio... Eu
estava com a pessoa certa, no lugar
certo, com todo o vento soprando a meu
favor, ento fui fazer o que precisava...
Trabalhar!
Eu nunca vi em todo minha vida
um lugar to cheio de Mdiuns que
nem aquele, no desenvolver do meu
trabalho naquele lugar, eu estava

buscando o melhor de mim, Estava

buscando ser reconhecido pelos meus
esforos, eu queria fazer um degrau
aparecer para que eu pudesse ir
subindo... Comearam a falar comigo
aquelas pessoas, as quais eu julgava
muito importantes. Era difcil trabalhar
em um bom emprego e provavelmente
todo mundo que estava l estava
merecendo cada pedao da glria que os
cabia. Eu fui feliz trabalhando l, muito
feliz mesmo.
Com as idas pro trabalho, eu em

seguida dava toda ateno que podia pra

namorada, que inclusive era bem
novinha, eu fazia ela se sentir uma
princesa, fazia ela se sentir o mais
amada possvel. Ainda sim, ela sabia
que eu fumava maconha, o que ela no
fazia. Acontece que eu sou o mal
exemplo da histria, porque estava
marcado pela vida, estava com culpas
que eu no poderia remover com
qualquer tipo de produto de limpeza,
apenas com a verdade eu poderia
remover a sujeira que estava me
impregnando.

Eu j tinha esquecido da vida

passada, e fui ento dar continuidade
nesta etapa mantendo meus esforos pra
chegar em algum lugar. Eu ainda
frequentava a casa do Ado, que por
ventura era sempre a mesma coisa. S
que eu tive uma experincia diferente.
Alm de estar convivendo com um mal
em pessoa, mesmo sem saber, eu estava
tambm querendo descobrir coisas
novas. Foi quando eu descobri que havia
a histria de um cido que era
alucingeno, um tal de LSD... Que por
ventura, era tido como aguador da

criatividade... Eu j era uma pessoa

muito criativa, mas queria mesmo
experimentar pra saber por si qual era a
experincia, ento fui procurar saber
mais sobre aquela droga; O Doce. Eu
achava que no tinha problema nenhum
experimentar.

15. Tomando Chicotadas da Vida

O tempo ia passando, e a
faculdade ficou complicada demais pra
eu me concentrar, no porque era muito
difcil as matrias, mas porque eu estava
sendo arrastado pelo meu ego, aquele de
querer saber mais que os outros, o qual
eu s tinha o ego mesmo, porque
inteligncia; Eu no tinha nenhuma.

Ento, depois da vontade de tomar

o doce ficar aumentando, eu estava
querendo, mas ainda achava que no era
a hora. No estava preparado na minha
concepo pra isso acontecer... Foi
quando a minha namorada (ex), aquela
novinha, que vou chamar de Luiza,
quis experimentar a erva, no sei se era
porque todo mundo na escola que ela
estudava estava fumando tambm, ou se
era porque tinha gente prxima a
estigando mais do que eu, coisa que eu
sabia que seria inevitvel, se ela no
fumasse comigo a erva, ela faria isso

com algum, e eu no queria que ela

corresse nenhum risco por ter nascido
humana, que de fato, a vontade a pedisse
pra fazer.
Foi ento que eu a deixei
experimentar observando as reaes
dela, fiquei monitorando o uso que ela
fazia, o que ela no simplesmente queria
ter s experimentado, mas queria era
continuar, porque ela no trabalhava
mais e tambm no tinha nada pra
fazer a no ser, curtir a adolescncia
da maneira que queria. Eu no via como

impedi-la, mas estava sempre alertando.

Eu no queria ser um cara chato, nem
queria que ela sasse de perto de mim,
porque eu me julgava o melhor pra ela, e
queria muito poder provar que era, mas
ela estava com vontade de experimentar
coisas novas, coisas que a adolescncia
a permitia fazer... Eu no podia impedir
mesmo, porque alm de trabalhar e
estudar, eu no podia estar todo tempo
olhando o que ela estava fazendo.
Os pais da Luiza eram pessoas
como qualquer outra famlia, com seus

momentos felizes e aqueles problemas

familiares que todo mundo tem. Eles
deixaram eu entrar na vida da Luiza
porque mostrei que tinha sentimentos
sinceros com ela, eu era uma pessoa que
queria fazer dar certo, queria mesmo
com muito fora... Eles notaram isso, e
comearam a ser meus grandes amigos.
Os dias iam tornando-se meses, e
eu estava cada vez mais perdido, no
tinha concentrao nenhuma. O estilo de
vida que eu estava levando era de uma
pessoa perdida, de novo. Eu no fazia as

aulas da faculdade como devia, no

podia ficar calmo dentro da sala de aula,
Luiza queria mais de mim, queria que eu
fosse constantemente presente em seu
dia-a-dia, o que eu no estava claro
conseguindo fazer, ela no aceitava
nenhum argumento sobre horrios,
chegava at ser violenta nas atitudes. O
que chegou um dia a acontecer foi
frustrante, foi uma mgoa grande... Luiza
repentinamente queria terminar o
relacionamento, o que eu concordei que
seria melhor, ento ela na verdade foi
buscar ateno em outra pessoa, que de

fato s queria um prazer corporal, no

um relacionamento... Ao perceber isso
no mesmo dia, ela voltou chorando,
confessando ter feito o que eu no
conseguia entender, e ela queria ser
perdoada.
Mas claro que minha dor foi
grande, e eu estava com mais dio do
que amor dentro de mim. Fui buscar os
conselhos dos amigos... Chegando na
casa do Ado, desabafei com visvel
dio que meus olhos refletiam. Estava
at o Joo, junto comigo pra me mostrar

que
mesmo
acabando
um
relacionamento,
ainda
tinha
um
recomeo, pois a vida um constante
recomeo.
Eu estava to infeliz de dio e
mgoa, me lembrava tudo que tinha feito
por ela, tudo que tinha buscado fazer e
tudo que eu demonstrava... S que no
tinha sido suficiente, o que parecia que
nunca era.

Achei que no tinha melhor hora

pra experimentar o Doce, que na

verdade, muito amargo.

Fui buscar o to falado doce, e l,

naquela casa, eu tomei... Era um
pedao de papel adicionado uma
substncia LSD, o qual tinha que ficar na
lngua dissolvendo pra fazer efeito...
Tem gente que pensa que pra passar pelo
umbral tem que ficar viciado, tem que
morrer, ou tem que sei l o que... Eu
descobri que pra passar pelo Umbral,
era apenas preciso tomar aquele doce...

Foi uma experincia horrvel.

Eu via as piores coisas que jamais
pensava em ver, via mortes em todo o
lugar, me tranquei, lembro bem, dentro
do carro que estava na garagem e fiquei
tremendo que os queixos batiam. Fiquei
completamente maluco! Queria ir atrs
do cara que esteve com Luiza, queria ir
na casa da Luiza, queria distribuir
facadas a esmo, coisa que por sorte eu
no tinha disponvel naquele momento,
fiquei na casa delirando, falando com
demnios, fiquei discutindo com a vida

e a morte.
Os amigos que estavam na casa,
foram at pro mercado comprar vinho,
tentando me embriagar pra que eu
simplesmente dormisse e parasse de
causar medo neles. Eles no queriam
ficar por perto. Nunca me viram daquele
jeito. Um jeito que eu lembro muito bem,
e no gosto nem um pouco de lembrar...
Naquela noite, quando eles saram pra
comprar o vinho, eu estava alucinado
demais. Em um momento de muita
inlucidez, travando aquela batalha

interior contra os obssessores que

estavam a minha volta e contra todo o
mal que estava me rodeando e tentando
tomar conta... Levantei da cadeira que
eu estava sentado, uma cadeira de
plstico, no meio do quintal da casa.
Levantei-me e gritei:
- Voc no tem poder contra mim!
Foi quando exatamente no mesmo
momento, houve um total apago na
cidade. Fiquei rindo como um maluco...
Fiquei rindo pelo que tinha conseguido
fazer. Deixei o mal com medo de mim,

que toda a luz que tinha na cidade

apagou.
Aps
alguns
minutos
retornando, inclusive meus amigos, com
a garrafa de vinho na mo. Comentando
sobre o apago que tinha acontecido no
momento que estavam pagando pela
bebida.
Lembro que bebi um pouquinho do
vinho, mas eu no estava nem um pouco
interessado
na
garrafa,
estava
interessado mesmo em vingana. Foram
12 horas intensas de Umbral, as 12
horas que duraram o efeito daquela

droga.
No gosto de lembrar disso... Sa
agora na rua pra caminhar, estive
caminhando igual ao Willian, descalo
tambm. Eu tenho passado tantas dores
de cabea, estou em uma maratona de
choro, corao sendo tocado aqui,
Jesus pedindo pra eu fazer uma coisinha
ali... Parece que Pra quem l no faz
sentido, ou talvez se este livro virar um
sucesso, algum diga que queria ser eu,
o que eu no gosto de estar sendo agora.
Como estou me sentindo contando

tudo que aconteceu na minha vida at

ento? Muito mal e muito bem ao mesmo
tempo.
Momentos difceis ou fases na
vida? No se preocupem, com f e
acreditando em Deus, tudo se resolve.
Aqui apareceu outra historia pra me tirar
o sono... O sono algo sagrado e quanto
mais precisamos dele, parece que a
palavra sono se torna uma completa
iluso. Muitas circunstancias pessoais
tiram o sono de uma pessoa, e
realmente difcil dormir quando temos

aquele inquietante sentimento de tentar

respirar fundo e se sentir feliz, de bem
com a vida, essas coisas que todos tem o
direito de fazer por obrigao, mas as
vezes no conseguem, porque h
problemas a serem resolvidos.
Infelizmente ainda existe um
sistema que geram circunstancias
duvidosas pra quem inocente, algo que
me entristece muito e poderia ser
diferente, porque quando olhamos pro
lado e vemos quem est mais prximo
de ns, vemos nossos familiares. E

como no querer ajudar um familiar

quando
ele
lhe
pede
ajuda?
Principalmente quando voc s tem boas
lembranas da pessoa. Alias, no da pra
ter lembranas ruins de algum quando
voc pensa com aquele sentimento
infantil, puro, sincero... Com o corao.
Nunca pensei que isso fosse
possvel acontecer, at porque se
colocar no lugar de algum o mesmo
que vivenciar uma necessidade, isso
acontece quando voc pensa em ajudar.
Ajudar

um

verbo

pouco

conjugado recentemente, todos esto to

preocupados em atingir seus prprios
objetivos, suas prprias metas, que este
verbo fica perdido e ningum sabe como
conjugar... Eu, tu, ele, ns, vs, eles e
elas. Mas foi algo que eu conjuguei no
pretrito e estou me dando muito mal no
presente.
Eu no quero apenas salvar a mim
mesmo, quero poder salvar todo mundo,
ao menos um pouco de todo mundo, e
quem sabe se eu conseguir muito de
cada um... Quero resgatar o que h de

melhor em cada pessoa, queria melhorar

a vida de quem esta lendo minhas
palavras e tambm, ajudar aqueles que
esto sem acreditar que podem com
certeza ser salvos. Com certeza sim,
porque no importa pra Deus os erros
que voc cometeu, importa apenas o que
voc aprendeu e aonde esta melhorando,
importa s o que voc fez a partir de
quando se arrependeu e comeou a
seguir adiante.
Eu queria poder ver todo mundo
morando bem, em uma casa confortvel,

com bastante comida no armrio,

sorrindo em tempo integral, tendo a
companhia dos filhos e dos entes
queridos por perto, queria tambm
compartilhar dessa felicidade, mas o
mundo tem sido to singular, no h mais
plural, no vemos mais aqueles verbos
bonitos sendo conjugados recentemente.

Porque ajudar os outros?

Porque sempre me preocupei com

quem gosto pensando em ser tratado da
mesma maneira que trato, oque todo
mundo deve praticar; Ajudar o prximo
como se estivesse pensando ajudar a si
mesmo.
Nunca pensei que a conjugao
deste verbo pudesse ser to perigosa,
isso porque eu sequer tinha ideia do que
estava fazendo, mas enfim, acreditei e
fiz. Chorar por um familiar... O que j
chorei bastante e pensei que no
choraria mais. Me enganei de novo,

estou aqui chorando mais uma vez, e

dessa vez no foi eu quem errou. Eu
tinha um emprego naquela poca da
Fabrica Estelar, e ainda tinha uma moto
que estava pagando, o salario era
suficiente naqueles tempos pra poder
sobrar um pouquinho, ajudar minha me
quando pudesse e usufruir da juventude
com a namorada.
Mas tem horas que o dinheiro faz
falta, porque sem os papis coloridos
passamos por dificuldades, somadas as
circunstancias que vivemos, entendemos

que o chamado dinheiro tem sido

necessrio. Tudo que necessrio
julgamos importante, por isso durante
vrios e vrios anos, pensamos; Assim
que feito e assim sempre ser.
Aceitei ajudar meu familiar, que
estava querendo muito financiar um bem
que no conseguiria, porque j havia
outro sendo financiado. Dois bens muito
importantes hoje em dia... Um carro e
uma casa. O que todas as pessoas
precisam indiscutivelmente de um; Que
a casa, e na maioria dos casos, o carro

serve pra que seja possvel encher o

armrio de comida. Eu entendo isso, da
mesma maneira que todo mundo entende
sem precisar se aprofundar do assunto.
Naquele tempo este familiar vivia
junto com uma mulher, que eu sempre
achei muito simptica, porque famlia
no se escolhe, vai aparecendo e voc
aceita, convive, respeita e se torna
parte. Gosto muito de pessoas, e gosto
mais ainda de pessoas que gostam de
pessoas: Principalmente aquelas que
amam nossos familiares. Moravam os

dois em uma casa pequena, ento meu

familiar pediu que aceitasse colocar em
meu nome o financiamento de um
veiculo, que segundo ele possibilitaria
iniciar o financiamento de uma
residncia mais favorvel a suas
necessidades. O qual no demoraria
muito pra voltar ao nome da
companheira, porque o intuito era
simplesmente conseguir aquele imvel
que seria recusado um financiamento
caso houvesse outra divida corrente no
nome deles. Como sendo a pessoa de
confiana mais prxima, era necessrio

minha ajuda e que no me prejudicaria e

no seria demorado.
Fiquei apreensivo, mas confiei em
meus familiares, ento assinei os
contratos de financiamento daquele
carro... Quem gostaria de contar uma
histria como esta? De que o prprio
sangue do sangue o colocou em maus
lenis. Existem muitas histrias por a
a fora, parecidas com essa, mas quem se
atreve a contar? Quem falaria da prpria
famlia e dos casos embaraosos que
acontecem? Acredito simplesmente

apenas quem no tem muito a perder por

j ter perdido muito.
A internet algo muito bom que
foi criado e os recursos so infinitos pra
quem busca, e eu no havia buscado
desde ento, porque o fato deste trecho
foi ajudar e no desconfiar... O pretrito
acabou e agora estou no futuro do
presente tempos depois de ter conhecido
um amigo... Mas o caso no loucura,
falta de sono mesmo.
Depois de muito tempo com o
veiculo no meu nome, implorando para

tira-lo, porque estou muito desgostoso

com o lugar aonde moro e no tenho
emprego, muito menos dinheiro pra
retomar a faculdade. O que vou fazer ou
a quem vou recorrer? Alm de ir at a
casa do meu familiar que um pouco
longe, o mesmo mandou falar com quem
supostamente vai ficar com o carro,
porque esta sendo vendido. Como
assim?! No est certo uma coisa
dessas, mas ele diz que sabe o que est
fazendo e pra eu confiar nele. J nas
buscas pela internet vi que existe a
possibilidade que eu seja preso por

atraso nos pagamentos ou multas

direcionadas ao meu nome, me assustei
com o que existe de casos e reclamaes
por motivos de carros e financiamentos
so absurdas, o que aumentou ainda
mais minhas preocupaes. No bastou
passar por momentos ruins, agora estou
passando pelas maiores preocupaes
que poderia. Porque eu colocaria este
ocorrido no livro? Isso porque acredito
muito na minha obra e sei que aquilo que
feito notadamente as pessoas querem
entender, ento, se houver uma
repercusso na minha vida, no gostaria

de entrar em contradies por ter

escondido um fato inxesplicado, porque
moto eu j havia dito que consegui
comprar uma, mas e o carro que passou
pelo meu nome de onde veio?
Aqui est o depoimento, no quero
ficar com o que no tive provao da
minha prpria capacidade pra conseguir.
At porque ir na faculdade pedir um
plano de descontos com uma carta do
rgo de cobrana de atraso, provavel
no conseguir retomar os estudos.
Quem nesse mundo acha justo

algum inocente ter que ir pra cadeia ou

talvez morrer l? S me resta, a espera
de um milagre. Vou tomar um caf... Mas
no se escreve igual.
Quero provar que o Brasil ainda
um pas de muito respeito, por isso vou
protestar em silncio, porque todas a
minhas palavras esto aqui. E estou
percebendo que estou sendo seguido
aonde vou. Agora, cabe ao povo buscar
a verdade.
Aqui acabou o livro.

De volta ao pretrito:
Eu estava ainda frequentando o
Emissrio, em Santos, s que muitssimo

mais triste do que nunca. A que a gente

fala que no pode ficar pior as coisas,
mas infelizmente ficou.
Dei um tempinho com a Luiza
pra tentar me recuperar, eu estava sendo
observado o tempo todo pelo mal,
estava sendo observado por amigos que
se diziam amigos... E com certeza estava
tambm sendo observado pelo bem,
ainda bem.
O tempinho no foi maior do que
uma semana, eu estava transtornado,
estava at fazendo coisas sem sentido no

trabalho, eu tinha um cargo importante,

eu no podia vacilar, porm, bvio
que uma pessoa que esta passando por
momentos ruins, vai ficar vacilando at
pelo menos conseguir concertar o que
esta errado.
Foi ento que frequentando o
emissrio, como sempre eu fazia, estava
l aquele inimigo me sugando... S
que eu estava entrando na dele mesmo,
ele estava me conduzindo pro mal, eu
at conversava com ele as vezes e
provavelmente soltava tudo que ele

queria saber, foi quando ento, ele ficou

vendo meu alto ndice de maldade.
Porque eu andava com a faca no bolso o
tempo todo, pra mim era apenas um
descascador de frutas, mas quem sabe o
dia de amanh n? Eu acho que nenhuma
pessoa vai querer conversar muito com
algum que carrega uma faca, porque
isso sim intimidador. Ningum sabe do
que uma pessoa capaz, e esse
argumento era o que me mantinha vivo.
O Formiga estava ficando
prximo, e de repente ele me perguntou

quem eu era, eu respondi que era mal...

Muito mal!
Eu podia ver aquele sorriso na
cara dele, de orelha-a-orelha... Ento
ele me chamou pra conversar. Falou que
tinha um projeto, que era um filme e que
eu ia ser o ator principal, mas no
contou que tipo de filme era... Falei pra
ele que j tinha sido convidado pra ser
antes, claro que eu estava mentindo,
porque nem sabia do que ele estava me
falando, apenas comecei a desconfiar do
jeito muito estranho e sinistro dele.

16. Sendo Eu Mesmo

No aguentei ver a Luiza
implorando desculpas pra poder voltar
comigo, tanto porque eu queria ficar
com ela e tambm, porque eu achava que
se ela tinha errado, talvez ela entendesse
tambm um erro que eu tinha cometido
no passado, que era de ter tido relao
sexual com um travesti.

Voltamos com o namoro e

adivinha s? Eu continuava trabalhando
de qualquer jeito, que de fato ainda sim
estava tentando fazer certo, mas no
conseguia, sabe porque? Porque alm da
Luiza estar me fazendo joguinhos de
cimes que eu no suporto, alias
ningum suporta, ela ficava falando que
ficaria com outra pessoa, caso eu no
atendesse as vontades dela.

Essa menina aderiu muita energia

ruim das maldades em volta, ento no

tem culpa das coisas que aconteceram

com ela, pois assim como eu fui, ela
tambm foi consumida pelo mal, e eu
gostaria muito de v-la muito feliz e bem
casada com quem ela possa fazer feliz,
fazendo ela feliz tambm, ela tem
qualidades admirveis e precisam ser
notadas.

Eu era um escravo daquela

menina, no s porque eu a achava linda
e era apaixonado por ela, mas porque eu
tinha errado, e tinha errado muito feio,

estando completamente arrependido do

que tinha feito, e queria muito poder
redimir meu erro, poder ficar com ela e
poder ser aceito por ela... S importava
ela e mais ningum. Eu no me
preocupava com o que as pessoas
achavam ou diziam.
Luiza naquele tempo, conhecia
todos os amigos que eu tinha, sabia
aonde eu ia, sempre sabia aonde eu
estava... Eu no tinha coragem de trair
ela e tambm no era de fazer isso com
as mulheres que eu tinha assumido

compromisso... Eu era um brinquedo, eu

era um fantoche. Quando ento o
Formiga se aproximou ainda mais.
Eu estava prestes a perder o
emprego, mas no perdi... Alm disso,
apareceu uma visitinha l na fbrica pra
mostrar pra todo mundo que estava
pensando que eu era uma bomba relgio,
quem eu fui.
Foi em um dia que eu julgava um
dia normal de trabalho... Eu procurava
deixar tudo de ruim que carregava
comigo l do porto pra fora da fbrica,

mas o que eu carregava de ruim comigo

na verdade, estava no meu pescoo, que
era aquela guia.
Fui ento fazer um conserto em um
computador na sala de uma pessoa, que
inclusive devo milhes de obrigados pra
ela, que aconteceu o momento que todo
mundo provavelmente estava esperando
pra ler... na Fabrica Estelar, tinha uma
pessoa que vou chamar de Lvia.
Lvia, ficava me regulando sempre
que podia, porque ela sabia que tinha
algo muito errado comigo... Ela sabia

mesmo, talvez mais do que ningum.

Ento pediu que eu fosse na sala dela, e
precisava ser eu porque estava o
computador dela com um defeito que
supostamente eu tinha causado, e fui.
Chegando l, Lvia perguntou se eu
conhecia sobre rede sem fio, respondi
segundo os termos tcnicos o que era,
mas no era este tipo de conexo que ela
se referia... Quando eu fui olhar o
computador dela, Lvia falou uma
palavrinha que eu pude ouvir ecoando
na minha cabea, ento eu perguntei se
ela tinha dito alguma coisa, e claro que

ela no tinha... Este era o tipo de rede

sem fio que ela se referia. Era
telepatia.

Como faz isso???

Voc s vai conseguir, meu caro

leitor, fazer isso, se realmente for uma
pessoa dotada do dom da caridade, que
fazer o bem sem ficar pensando que
vai receber em troca aquele papel

colorido que todo mundo pensa que tem

valor (dinheiro). Ento o primeiro passo
pra voc conseguir desenvolver este
dom, comear a fazer a caridade, no
tem outro jeito! Se no for uma pessoa
predestinada a faze-la (Que fazer com
sinceridade de ajudar, indo junto a
ao), voc nunca vai ter. Simples
assim... Ou quem sabe em uma prxima
reencarnao. A sim, quase ia
esquecendo de falar, ou melhor,
escrever... Vai ser muito difcil voc ter
uma prxima reencarnao se matar
algum. Ento a primeira coisa que

devemos entender que: Matar

imperdovel para s prprio, e com
certeza quem fizer isso no vai ter
sossego at cumprir muitas misses de
caridade. O nico jeito de voc poder
reencarnar de novo, promovendo
incansavelmente a caridade e a
gentileza... O melhor jeito de ser
perdoado por ter causado uma morte,
contornando sua histria da maneira
correta, tendo entendido que todos tem o
mesmo direito de viver que voc. No
estou dizendo pra ficar obcecado pela
caridade. Tem hora pra descansar

tambm. Dormir e comer preciso aqui

na terra.

17. Jesus Apareceu

Continuando... Quando eu tinha
perguntado o que ela tinha dito por
motivo da telepatia, Lvia falou que no
era nada. Ento eu me virei e ela veio
direto com a mo na minha testa e
mandou eu dormir. Eu ca sentado na
hora! Bati at a cabea na parede, que
eu posso lembrar disso pois eu estava l

em esprito.
Quando bati a cabea na parede,
botei a mo na cabea e falei com voz
de criana:
- Ai tia, a cabea do menino!
(Foi uma ao totalmente inconsciente).
Lvia pediu desculpa, e tirou
minhas mos da minha cabea, beijou o
local da batida como um gesto carinhoso
de muito amor paterno, me abraando
pra que ficasse mais calma a criana
dentro de mim, podendo ento por a

outra mo em cima de onde tinha batido.

Falou pra mim que estava l pra ajudar.
E ficou espantada porque pensou que era
apenas um esprito de criana travessa
dentro do meu corpo (Er).
Foi l na origem do meu mal e
comeou a perguntar quem estava l,
quem era o espirito obssesor que estava
tomando o meu corpo... Perguntava
ordenando e orando pra que a entidade
se revelasse, para que ela pudesse
expulsar o mal que estava tentando
consumir minha alma.

Eu lembro muito bem que tinha

gente do lado de fora perguntando se
estava tudo bem, ento ouvi dizerem que
eu tinha desmaiado e era pra trazer
ajuda... Ento l vieram algumas
pessoas da fabrica.
Primeiro lembro que fiquei
dormindo, como se estivesse em transe...
Pois quem conseguiu me deixar daquele
jeito foi a Lvia usando todo poder
medinico que tinha, ou s uma parte
dele, no sei.
A sala encheu de funcionrios, que

na verdade no eram simples

funcionrios, eram todos mdiuns e
pessoas muito abenoadas. Comeou
ento a batalha, fui amarrado
espiritualmente com as mos pra trs,
acho que eu babava igual aqueles filmes
de terror... Que o possudo fica se
debatendo e falando um monte de
palavro tentando se soltar.
Ela perguntou de novo quem
estava l, e pediu que todos os mdiuns
e as pessoas abenoadas, dessem as
mos pra fazer a corrente de orao

pressionando assim o mal a se tornar

visvel. Ordenou que eu falasse tudo
que tinha feito de ruim, ordenou que eu
contasse absolutamente tudo. Eu contei
mesmo sem querer, porque claro
quando a gente no faz coisas que quer,
estamos sendo induzidos pelas foras do
mal. Ento eu me revelei, ou melhor, o
homem que fez aquela guia... Como
sendo (espirito obssessor).
Ento tenho certeza que o a orao
se intensificou naquele lugar, alm do
coisa ruim no querer ir embora de

mim, ele precisava sofrer um pouco,

talvez o mesmo tanto que estou sofrendo
pra escrever este livro.
Chegou Jesus Cristo no meio da
sala, no meio daquela corrente de
pessoas. Era uma luz! No sei explicar
muito bem... Era uma luz extremamente
brilhante! Era totalmente dourada!
Assim que Jesus chegou, teve at
quem no se conte-se com tamanha
energia e casse de joelhos sem
acreditar que era o prprio Jesus, foi um
momento nico, foi um momento que sei

que ningum vai jamais esquecer

daquela fabrica que estava naquela sala,
naquele dia.
Jesus falou que eu era um Anjo e
precisava de amparo e intendncia
daqueles homens, porque eu havia
encarnado na terra para acabar com
aquela sujeira que estava impregnando o
pas, principalmente a respeito daquele
sistema de extorso que estava sendo
feito o qual eu tinha propositalmente
entrado para romper, expondo a minha
histria de vida com este livro.

Aqui vai uma coisa fabulosa que

aconteceu no momento que todos
estavam naquela sala, na fbrica estelar,
algo que eu no lembrava e s fui
lembrar dias depois de ter terminado
o livro. Que de fato uma parte
importantssima neste livro a qual eu j
estava esquecendo, esquecendo porque
sou humano e isso mostra o quanto o ser
humano, que lembramos mais de ns
mesmos e esquecemos as pessoas que
realmente so importantes em nossas
vidas. Muitos personagens que eu
lembrei precisam ser mencionados pra

gente ver o quanto de pessoas

abenoadas existem a nossa volta.
La no meio da sala, aonde fui
atormentado
psicologicamente
por
espiritos
obssessores,
tentando
manipular meus poderes pro lado do
mal, o qual eu tinha conseguido causar
raiva naqueles que estavam apenas
tentando me ajudar, tentei ser
preconceituoso e assustador com as
palavras praquelas pessoas. At mesmo
cuspindo no rosto do chefe de maior
patente que eu jamais tinha visto no

ramo que eu trabalhava, tentei me

alimentar do medo que estava tentando
causar naquelas pessoas, como por
exemplo dizendo em voz alta que queria
matar o homem que deu um soco na
minha cabea, no momento que abriu a
porta e me viu tentando atacar a Lvia,
tentando morde-la, arranha-la, algo
assim... No me recordo muito bem das
coisas absurdas que fiz naquele dia.
Minha
sorte,
eram todos
mdiuns mesmo sem saberem, tinha at
mesmo pastores de igreja, os quais

estavam ali pra me ajudar e eram

extremamente poderosos contra o mal,
eram pastores de rebanho de ovelhas os
quais nunca deixavam nenhuma ovelha
por mais desorientada que fosse, se
perder do rebanho divino, tinha at a
me de um desses mdiuns, que estava
dormindo, enquanto o espirito estava l
na sala me ajudando de uma forma muito
especial. A batalha foi longa e aqueles
nobres cavalheiros e damas do plano
divino, estavam cansados porque
ficaram l o tempo todo, sem me deixar
sozinho, ouvindo minhas confisses,

ouvindo minha batalha interna e

arrebentando com a cara do mal da
maneira que sabiam.
J estava na hora de voltar pro
meu corpo, porque eu estava cansado
de ficar voando pela sala, preso ao meu
cordo de prata que havia posto meu
esprito pra fora, enquanto toda a
batalha estava acontecendo, o inimigo
tinha percebido que nem comigo, nem
com nenhuma pessoa daquela sala tinha
chances, o que de fato eu sou muito
sortudo por lembrar de tudo. Isso me

torna um mdium verdadeiro.

Assim consigo entender e repassar
o que acontece e como aconteceu em
uma obssesso, coisa que acredito ser
impossvel de lembrar, praquelas
pessoas que querem continuar sendo o
mal em pessoa, dizem nunca lembrarem
das maldades que fizeram ou causaram,
a no ser quando se arrependem de
verdade de suas maldades. isso um
pequeno levante do tanto de pessoas
presas na cadeia que dizem ser
inocentes, pra mostrar que o amor

resolver o problema de superlotao

nos presdios, resolver talvez sim,
porque no custa nada tentar dessa
maneira: Substituindo o dio e
incompreenso por amor e gentileza.
Isso porque infelizmente ainda tem
pessoas que inxistem em continuar
errando, at quando no aguentam mais e
morrem, literalmente... Entendam como
quiser.

Eu de fato, nunca tinha chegado

to perto da morte daquele jeito. Mas

tive sorte...

S que aquela batalha teve um

preo e eu ia ter que pagar, pelo menos
achava que ia ter de pagar, ento eu
fiquei no meio da sala rodeado por
aqueles mdiuns, estirado no cho.
Lembro que eu estava falando pra Lvia
me devolver pro meu corpo, ou eu
morreria se no voltasse, e adivinha
s?!
Lvia sabia puxar o cordo de

prata, mas no sabia devolve-lo...

Ningum sabia fazer aquilo,
nenhum daqueles mdiuns, e o dia de
trabalho na Fabrica Estelar estava
normal, exceto por uma obsesso que eu
tinha sofrido.
bvio que ningum ia sair
correndo pelos corredores da fabrica
falando que tinha um possudo, e que
precisavam de um voluntario pra
colocar o cordo de prata de volta no
lugar, at porque imagina s algum
correndo por a no seu trabalho, pedindo

pelo amor de Deus pra algum botar o

cordo de prata de algum no lugar,
possivelmente vo ligar para as
autoridades, pensando se tratar de um
furto.
Mas naquele momento no era
momento de risos, at porque no tinha
nada engraado acontecendo... A morte
de uma pessoa. Eu estava de fato
aceitando que iria morrer ali, porque
no tinha nenhum voluntario bom por
perto que conseguisse desfazer o que
tinha sido feito, e tambm no tinha um

mdium que soubesse resolver meu

caso, que era bem especfico.
Foi quando aceitando o destino,
pensei em pelo menos morrer fazendo
todo mundo dar risada, e no chorando,
porque nunca gostei muito desse negcio
de tristeza e com certeza no queria
ningum chorando a minha morte e sim
fazendo uma festa, talvez danando um
chachado o mais nordestino possvel,
mas no foi assim que eu fiz, foi quando
comecei a contar a histria de quando eu
tinha sido o Apstolo Paulo na poca

que Jesus tinha pisado na terra.

Contei fazendo o novo e o velho
Paulo ao mesmo tempo, queria misturar
grias que eu gostava de usar,
desabafando um pouco e sendo o mais
eu possvel. Falei depois qu Jesus tinha
sido morto crucificado, e aps
constatado a morte algumas horas
depois, ele foi levado para um tmulo
que havia sido lacrado, o qual estavam
duas mulheres l sempre o vigiando, o
que de fato tambm havia soldados
romanos por perto, pra ver se o corpo

no seria roubado, para os Romanos,

Jesus era to odiado, que at bruxaria do
mal tinha sido acusado. Foi quando eu
me vi obrigado a arrancar risos daquele
pessoal dentro da Fabrica Estelar, e
precisava fazer isso porque todo mundo
queria chorar, porque minha respirao
estava cada vez mais baixa. Contei
como os apstolos se reuniram para o
banquete, da maneira que eu lembrava o
velho e o novo Paulo.

18. Paulo Malandro

Ento, n... Estvamos todos ns,
os apstolos, l numa sala a cu aberto,
porque era uma construo sem
telhados, comendo peixe, fazendo um
banquete e tal... S que todo mundo
estava meio chateado n, porque o
para, o Jesus, tinha morrido e p.
Da eu velho Paulo, estava la

segurando meu peixe tipo uma cocha de

frango, comendo, olhando aquela
fogueirinha no meio da sala, da chegou
um cara que nem vi quem era, eu s
estava l entretido nas chamas da
fogueira e mordendo meu peixinho e tal.
Da chegou um carinha do meu lado e
falou:
- P mano, d um nca desse peixe
a na humilda e p.
S que eu tava intertido naquelas
chamas subindo, que automaticamente
segurando o peixe, tirei da boca e

estiquei o brao pro lado e falei:

- Suave, pega a para.
Da nem desviei os olhos da
fogueirinha, ento todos os apstolos
ficaram em choque, fico todo mundo
olhando e p, de boca aberta no maior
absurdo e panz... Da eu percebi que
todo mundo tava olhando aquele cara
que tinha acabado de chegar, tipo assim
do nada, e j sentou do meu lado e tava
intertido comendo o peixe... Da eu
olhei pra cara do cara, e po, era Jesus...
O mesmo que tinha morrido e p.

Da todo mundo nem acreditou

naquela fita que tava acontecendo. Ento
ele tava olhando pra minha cara, tipo
como se fosse pegadinha, da eu tomei
m susto e falei; Taloco catchorro!? Ta
pagando de loco numa dessa, como isso,
tu morre e fica l vrios dias sem comer
e depois vem aqui, chega do nada, todo
mundo achando que ia ser o prximo pra
morrer, nem fala nada que ia fazer a
pegadinha, as mulh tudo la se
eguelando de chorar, e tu nem morreu
direito, ta aqui, sei la... Ressuscitou, que

fita essa?!
Na mesma pegada do momento,
chegou uns guarda, tipo dois Romano
invocado... E olhou logo na minha cara
porque sabia que eu no ia mentir e
falou assim;
- A, cade o Jesus? Nem adianta
mentir que eu vi ele entrando aqui!
Da eu falei assim:
-I Jo, ta pagando de loco! Vem
dizer que Jesus saiu andando de l

daoende vocs tinham trancado ele,

como tu vem dizer que ele ta aqui, e ta
vivo ainda?!
Os Romano:
- No, tu ta escondendo ele aqui,
porque eu vi ele correndo pra se entocar
aqui dentro.
Da eu logo falei:
- Ento tu ta dizendo que Jesus,
ele ressuscitou e fugiu daoende tava
preso, e veio logo se entocar aqui?!

- To querendo o que? To
querendo virar um Apstolo, isso?
- Isso mentira, como ia ser
possvel isso?
- Vo sair daqui falando pra geral
que vocs apstolo, todo mundo vai
acreditar...
Os Romano:
- No, no Paulo, digo, Cidado
Paulo, desculpe.
- Faz o seguinte, no diz pra

ningum no que a gente esteve aqui, j

era, j era...
Na mesma hora eu logo falei pra
Jesus, que tava suave, que j podia sair
de traz de um barril tipo aquele de um
seriado, que j tava suave pra continuar
comendo o peixe denovo... Antes dele
sair fora, sei l pra onde.

19. Comeando a Arrebentar Com a

Cara do Mal
Dava pra notar risos e choro ao
mesmo tempo naquela sala, aonde tive a
possesso,
eu
estava
quase
desencarnando l no meio da sala com
todos aqueles mdiuns e pastores rindo
e chorando ao mesmo tempo, dessa
histria de adolescente problemtico,

coisa que eu falei totalmente

inconsciente... S que no foi assim que
era pra eu morrer, eu imediatamente no
meio da sala, aps estar deitado e com
dificuldades de respirar, usei minhas
ultimas foras pra ficar em posio de
Lotus, e meditei. Recitei mantras, cantei
musicas de capoeira, fiz o possvel pra
voar por a em forma de anjo, (Que de
fato todo mundo consegue ao meditar
com amor) E eu realmente consegui.
Procurei pela fbrica todas as
auras das pessoas, porque eu sabia que

ia por intuio, encontrar algo muito

especial, iria provavelmente encontrar
quem me salvaria.
E l estava ele... Dava pra se ver
de longe o ouro reluzindo. Era uma aura
difcil de encontrar, talvez uma das
auras mais raras do mundo, ou a mais
rara que existe. Todo mundo pensa que a
aura esta toda coloridinha em volta do
corpo, ou s com uma cor em volta do
corpo... Normalmente sim, porque a
visualizao da aura define em que
encarnao a pessoa est. As cores mais

raras so pessoas em espirito mais

elevados, pessoas que alcanaram os
ltimos estgios de reencarnao ou
ento o ultimo dele... Coisa que se
algum disser, que sua aura uma cor
digamos assim muito comum, no
acredite, se voc achar isso, poder ser
uma pessoa menos capaz do que as
outras, vai sempre dar brecha pra ser
psicologicamente inferior, ento o mau
poder se fazer... A Leitura da aura
diferente, quem as faz o mdium, ou
pessoa abenoada, seja l como voc
queira chamar,

No estou dizendo que s

Espiritas,
Monges,
Crentes,
Evanglicos, por exemplo... Conseguem
ter este dom. Toda e qualquer religio
ou filosofia de vida voltada ao amor
tambm conseguem desenvolver este
dom.
Enfim... Todas as culturas e
religies ao redor do mundo, sabem que
existe estes dois tipos de pessoas, as
que veem a aura e as que leem a aura.
Existe ambas em uma s. Existe tambm
aqueles que dizem que aura no existe...

Ta bom. Eu respeito tambm, mas saiba

que voc est perdendo toda a magica
de viver, acreditando nisso.
Pessoas que no se importam com
as coisas mundanas (bens materiais
superfulos), so as que tem a aura mais
rara, pessoas que conseguem ser alm
de simplesmente humanos, pessoas que
so e sero a nova raa de seres
humanos na terra, ou seja, pessoas que
fazem o bem. Estas so os verdadeiros
super heris que existem, e esta raa
que vai continuar existindo daqui pra

frente: Raa no de cores, estou

falando agora de humanos, o nico do
universo que quer diferenciar a prpria
raa por espcies, o que felizmente vai
acabar. Porque raa; Aqui na terra,
existe apenas a humana, entendeu?
Caso no, entenda como quiser. No
entender apenas uma estrofe da musica,
no acaba com a magia da cano.
Afirmo que ainda h pessoas
querendo incentivar a maldade, alm de
estar contando as reencarnaes de
frente pra trs, ou seja, regredindo.

Vai sempre ser menos inteligente e

capaz do que as outras, resultando em
problemas que vo se acumulando, que
vai continuar aumentando e s vo parar,
quando o bem sincero comear a ser
feito. (Caso voc esteja por exemplo na
cadeia lendo isso, no se desespere!
No pense que tudo esta acabado na sua
vida e quando sair tudo vai estar
acabado... Da pra recuperar o tempo
perdido ainda, isso uma clara
mensagem pra pessoas que podem ser
presas por motivo deste livro).

Agora tem pessoas pensando que

eu sou infantil, por estar escrevendo um
monte de coisas que todo mundo j
sabia, mas enfim, o Ser Humano
regrediu tanto nos ltimos tempos por
motivo de muitos derramamentos de
sangue, e coisas do tipo, que parece que
tem que falar bem explicado o que j
bvio, mas enfim, ainda existe gente por
a tentando promover o mal, o que de
fato vai se dar mal, ento a lei do
universo clara e at esta escrito em
uma medalha, que bebe do prprio
veneno quem tenta promove-lo.

Aqui vai outra coisinha que

muito se ouve falar aqui no Brasil, que
por exemplo um pais com muitos
espritas e tambm religies afrobrasileiras, que esse termo de
podar... Que de fato no existe. Isso
porque uma pessoa quando nasce com o
dom medinico ou abenoado, ou seja l
como as pessoas falam, simplesmente
impossvel podar os poderes daquela
pessoa, porque o mal feito com inveja e
coisas desse tipo, no surtem efeito pra
quem boa pessoa. Ento digo
novamente que se algum ouviu falar

que vai fazer uma m f, do tipo

bruxaria do mal pra quem do bem. No
da certo. Simples assim. S vai perder
tempo na vida, podendo at ficar doente
caso no se arrependa sinceramente dos
atos incorretos que cometeu, no os
fazendo mais e contornando-os da
melhor maneira.
Agora chega de suspense, vou
falar como a aura de um monge...
Neste caso a reencarnao de um monge
Tibetano, este camarada, estava l, na
salinha aonde trabalha, normalmente

como todos os dias que ele trabalha,

ento eu vi l de cima atravs de
paredes como em um sonho, parecendo
que havia um sol em miniatura dentro
de um cmodo da fabrica. Desci at o
local e l estava um jovem, no me
lembro muito bem do rosto dele...
Quando eu o v, ele estava de costas
pra mim olhando a tela do
computador, ento imediatamente o
reconheci como sendo um legtimo ser
Budico, uma pessoa especial em todos
os sentidos, muito calmo, expressando
muita paz interior e muita intendncia

das pessoas que andam pela terra em

quaisquer circunstancias. No tinha
tempo pra muitas explicaes, ento
apareci na forma de anjo pra ele (O que
todos ns somos no momento da
meditao ao sair voando por a), ou na
mente daquele monge, caso queira
pensar assim o que tambm correto.
Expliquei que estava em outro lugar da
fabrica e precisava colocar o cordo de
prata de volta no lugar porque tiraram e
no sabiam colocar da maneira correta.
Aquele era um caso bem especfico e
ele ia entender quando visse, caso isso

no acontecesse eu no escreveria o
livro e no completaria minha misso.
O Monge era uma pessoa com
ensinamentos de outro Monge muito
importante, assim como todos os
Monges que existem e existiram, enfim,
mesmo estando em forma de anjo na
meditao, o que retorno a afirmar que
todos podem fazer, que uma
combinao de paz interior com amor
em busca da compreeno do amor,
dentro de s mesmo, ou seja, pra voc
entender melhor o que a meditao,

ento precisar praticar. Se por acaso

voc for um fazedor de maldades
procurando respostas neste livro...
Lamento, alm de estar perdendo tempo
na vida, nunca saber como ser um
anjo.
Nas primeiras mensagens, vi que
ele escutou meu chamado e me viu como
imagem, porm no queria acreditar no
que estava recebendo de mensagem, ao
menos no conseguia. Se sentia o mesmo
honrado por estar falando com ele,
assim como ele estava se sentindo por

estar falando comigo. Era o meu

salvador. Quando eu vi que no dava
mais tempo e ele estava gaguejando
demais pra falar comigo, isso porque eu
estava em espirito de anjo com muitas
facilidades
de
expresso
e
deslocamento, porm ele estava em
forma humana, empurrei a cadeira com
ele em cima com fora, e ele foi
deslizando pela sala com a cadeira de
rodinhas at bater na parede e
finalmente entender que precisava ser o
mais rpido possvel.

Aqui est uma explicao

bsica de como foram feitos as
construes megalticas ao redor do
mundo.

L veio o Monge de pressa, o qual

ficou batendo na porta da sala que meu
corpo se encontrava pra abrirem o mais
rpido possvel, e me viu no cho em
posio de ltus, porm cado para trs,
a mesma maneira que possvel ver

monges mumificados por conta de entrar

no estado do que chamam de Nirvana.
Ningum entendia porque ele estava l,
de fato ele quase arrebentou a porta da
sala de tanto bater apenas pra salvar
uma vida. Foi explicando o que
aconteceu enquanto todos na sala
colocavam-me de volta na cadeira, o
que j tinha acontecido tanta coisa que
ningum mais duvidaria de nada.
O Monge fez os movimentos
necessrios para voltar o cordo de
prata pro lugar e finalmente funcionou

porque ele sabia muito bem o que estava

fazendo. Um verdadeiro Monge
meditador. Devo muito dinheiro a ele, o
que estou frustrado por no poder
pagar... Voc me entende.

20. Revelaes Muito Importante

Aqui vai uma revelao que eu
achava que nunca tinha passado, tanto
porque lembrei (Aps ter supostamente
terminado o livro), porque quando eu
trabalhei como vendedor autnomo de
doces na praia com a Luiza, havia um
grupo de jovens de uma igreja
evanglica, uma igreja que fiquei at

curioso em conhecer mesmo sendo

Maconheiro e Ateu naquele tempo.
(Risos)
No momento que eu estava com
Luiza vendendo os doces na praia mais
com o intuito de ajudar a me dela com
algumas despesas do lar, havia uma
moa no meio daqueles jovens da igreja,
os quais estavam animados pra valer,
tinha um rapaz com violo e botas estilo
country, lembro que tinha tambm uma
moa que usava belos brincos artesanais
da feirinha hippie, com penas e filtro do

sonhos pendurados, coisa que Luiza

tambm usava, e belas pulseiras de
pedrinhas, tinha tambm um tal de
Capito do exercito dos jovens, que era
apenas um menino. E quando eu e Luiza
amos chegando, aquela moa que vou
chamar de Abenoada, porque este nome
as pessoas da igreja evanglica adoram
mencionar e ser chamados tambm,
ento aqui vai um salve pra esse povo
abenoado.
Cheguei com aquele sorriso
estampado no rosto, com a Luiza ao

lado, e ento ofereci os doces pra

algumas pessoas sentadas naqueles
bancos de pedra, e fui fazendo a
sequencia com a Luiza sempre agarrada
ao meu brao, me ajudando, e a
ensinando nas vendas... Foi ento
quando aquela tal de Abenoada, deu
um berro estridente, um grito
absurdamente alto de tanta euforia e
claro, todo mundo ficou olhando pra ela
e parece que at esqueceram dos nossos
doces. Aquela menina que parecia ter
seus 20 e tantinhos anos de idade gritou
assim:

- Ai meu Deus, no acredito!!!

Quer dizer, acredito!!! Acredito sim!!!
Sim, acredito!!!
No acredito que o Apstolo esta
aqui! Quer dizer, acredito sim Jesus!
Obrigado!!! Acredito!
- Eu sou Abenoada! Eu sou a
Abenoada!!!
Todo mundo foi ver o porque
daquele ataque de euforia que a menina
tinha tido, que inclusive eu no
lembrava to bem disso e s pude

lembrar por motivo de meditao, agora

vou falar da Abenoada.

La veio ela na minha direo... E

bvio, eu pensei:

- Ferrou! Ela vai se empolgar

mais do que est, porque todo crente
adora pessoas trabalhadoras e ajuda de
uma maneira que, pelo amor... Parece
que a pessoa vai morrer se no for eles

que os ajudarem (Risos).

Obvio minhas bochechas ficaram

vermelhas de vergonha. Alm de estar
com a cestinha de doces na mo, l
vinha uma menina louca fazer o
maior fuzu, pra gente conseguir
vender mais docinhos do que o normal.
O que na verdade era timo, porque ela
no tinha vergonha de fazer a
propaganda por ns, e alm de comprar
o docinho, ela ia oferecer pra todo
mundo muito melhor do que ns, eu e

Luiza estvamos, claro, muito

envergonhados de estar todo mundo
olhando pra gente, com a cestinha de
doces na mo, enquanto a Abenoada
subia em cima do banco de pedras e
dizia:
- Olha gente!!! Eles esto
vendendo docinhos! Vamos comprar os
docinhos quem tem o dinheiro a mais e
vai ser agora!
La veio aquela montanha de
alminhas da igreja que eu acho que
era Pentecostal, com aquelas moedinhas

e notinhas trocadas querendo comprar,

muitos sem saber at o que a gente
estava vendendo... Foi ento que ela, a
Abenoada, queria falar a revelao que
Jesus tinha dado pra ela de que eu era o
Paulo, o que eu vi que ela ia falar aquele
nomezinho mgico de novo e ia talvez,
me fazer cair de joelhos no cho que foi
o que o Senhor Levy da Fabrica Estelar
quase tinha conseguido fazer. Ento eu
botei o dedo indicador em cima da
minha boca para que a Abenoada no
fizesse a magica. Estvamos ns
vendendo os docinhos, sendo felizes,

fazendo amizades... Foi quando a

Abenoada falou exatamente as palavras
que eu estava ontem falando sozinho
madrugada a fora, as quais no lembrava
que ela tinha dito no momento das
vendas do doce, ela falou assim:
- Deixa eu ser a Tecla, por
favor???
Luiza, aquela noite, olhou com
uma cara estranha, porque aquele
gostinho de cimes ela estava sentindo,
e eu estava vendo... Mas eu no fazia
sequer ideia de quem era a Tecla, s fui

saber antes de ontem, quando assisti

alguns documentrios sobre isso, Eu
ento respondi pra abenoada:
- Eu no entendi, porque voc
quer ser uma tecla?
Ela respondeu que queria muito
ser, pra poder orar comigo, porque o
novo p-a-u-l-o, tinha muitas teclas no
teclado... Eu no entendi absolutamente
nada do que aquela menina estava
falando ento ela disse assim:
- O General esta doentinho... Tem

que ajudar ele, ajuda ele tio, Chico

Xavier uma boa pessoa...
Foram coisas que me chamaram
ateno, mesmo no fazendo ideia de
quem era um General, nem porque ela
me chamou de tio, tendo a mesma
idade que eu. Fiquei comovido por ela
ter falado o nome do grande Chico
Xavier. Sempre pensei nele com muito
respeito, pela maneira que ele falava,
mesmo no sendo f ainda, apenas pelo
fato da minha me ter falado muito de
quem ele foi. Vendemos os docinhos pra

galerinha da igreja e na hora de me

despedir do pessoal, a Abenoada
pegou minha mo e derramou uma
lgrima em cima, o que vi havia
gotejado no meio daquela multido de
alminhas abenoadas, mas pensei que
era apenas uma gota de chuva, isso
porque o tempo estava feio aquele dia,
em todos os sentidos, com exceo
desse acontecimento. Ontem eu falei
sozinho tarde da madrugada, enquanto
estive pagando de louco madrugada a
fora... Pagar de louco uma gria
muito usada em Santos, uma pessoa que

faz isso est com certeza sendo muito

feliz nas atitudes, mesmo que pra um
monte de gente a sua volta isso no faa
sentido, mesmo que todo mundo fique
com cara de taxo, estagnado,
observando as atitudes totalmente
desproporcionais ao comportamento
em publico, s que ontem, eu estava
pagando de louco sozinho em casa,
estive na mesa colocando o restinho de
pizza do dia anterior no forno, pra
esquentar, enquanto fiquei andando pela
casa e falando que nem criana enquanto
a pizza esquentava, que o General estava

doentinho, que tinha que ajudar, e que

Chico Xavier foi uma boa pessoa, ao
mesmo tempo chorando e sentindo a
gotinha de lgrima caindo na minha mo.
Quando eu fui me afastando com a
Luiza naquele dia do Emissrio
Submarino... Ao se afastar da turminha
da igreja, dava pra ouvir a Abenoada
incentivando todo mundo a pagar de
loco em nome de Jesus, porque estava
todo mundo doido de Jesus, que era
pra todos danar Chachado pra Jesus, e
era pra todo mundo pagar de louco de

tanta felicidade. Dava pra ver o Baile

do Chachado pra Jesus acontecendo ao
longe, enquanto eu me afastava com a
Luiza, enquanto discutamos sobre
motivos de cimes. Perdemos at um
baile de Chachado, que uma raridade
hoje em dia, o qual s os Nordestinos
fazem melhor do que ningum.

Pronto Abenoada, voc virou

uma tecla! Obrigado por tudo, seu
marido outro abenoado!!!

De repente minha viso carnal

estava comeando a voltar, porque eu
estava falando do final da perturbao
obsessora lembra? Aquela que quase me
matou mesmo sem eu saber. Estava eu
sentado na cadeira com o queixo quase
encostado no peito, as mos em cima da
coxa, totalmente desproporcional a
maneira que achava que estava fazendo,
que era em p indo olhar o computador
da Lvia.
A Lvia estava escrevendo quando

fui recuperando a conscincia, o que

pude perceber que tinha falado algumas
palavras enquanto voltava a s. Quando
terminei dizendo: Foi isso que
aconteceu... Lvia parou de escrever,
me olhou e perguntou:
-Ea, voltou?
Eu queria saber se tinha
desmaiado, perguntei o que aconteceu
meio confuso da situao... Perguntei se
j tinha visto o computador. Ela
respondeu que eu s tinha tido um breve
desmaio, e que j tinha consertado o

computador.
Voltando pro meu posto de
trabalho, pude ver que as horas tinham
passado voando, me apressei ento pra
fazer mais um atendimento, onde fiquei
de frente com uma pessoa importante
que muito me ajudou. Fui at a sala de
outro funcionrio, e fui consertar outro
computador, mas na verdade estava
sendo interrogado de novo pra testarem
minha capacidade de intendncia da
situao, inclusive do lado havia uma
mulher, ou seja, outra mdium

extremamente poderosa que eu quase

consegui machucar quando fiquei
descontrolado pela obssesso, porque
ela estava com muito medo de mim no
momento da batalha, foi s um risco de
arranhado na pele que eu fiz com a ponta
da unha... (Desculpe a voc que eu fiz
isso, porque no era eu fazendo).
Tive a revelao de todos esses
acontecimentos ao longo de alguns
meses que passaram, os quais ainda
aconteceram muitas coisas que vou
mencionar pra poder ento acabar esta

obra, frisando o que passei e minha

experincia de vida, como o escolhido
por Jesus.
No quero me vangloriar por ser
um anjo, assim como Jesus disse aquele
dia, o que acredito piamente que ele
disse s para que eu no fosse preso,
porque l, eu tinha cometido um pequeno
delito. O qual eu achava que ningum
ficaria sabendo, que de fato j sabiam
melhor do que eu. Eu no devia ter
cometido, mas infelizmente cometi. Foi
um roubo, o que vou passar um bom

tempo refletindo sobre, assim como

estou fazendo com todos os momentos
da minha vida. A propsito, j devolvi o
pequeno delito, antes de me arrepender
mais, porque a conscincia pesou muito.
Isso tambm uma lio pra quem
cometeu um roubo, o que facilmente
perdovel, ento se voc cometeu um
roubo, e se arrependeu do que fez...
Procure devolver da melhor maneira
possvel caso ainda seja possvel,
porque aqui na terra, o trabalho
importante pra voc conseguir o que

tanto gostaria de ter, todo mundo se deve

mostrar merecedor do que tanto precisa
ou deseja. No acontecer nenhum mal
com voc se for de corao aberto fazer
jus a essa tese, no temas, porque o
arrependimento to puro quanto o
espirito santo divino, este sim, carrega o
dom da verdade.
Estou em tanta comunho com o
Espirito Santo nestes ltimos dias, que
estou deixando de fazer at aquelas
manias que eu tinha, manias sujas e
manias de total falta de considerao

com os princpios terrestres, no estou

falando pra voc, caro leitor, se tornar
um Santo parando assim de ter
aquelas alegrias que o corpo carnal
proporciona... S estou dizendo para
no faze-las a esmo. O que voc faz a
esmo tornando-se costume, torna-se
ento um vcio, o que torna-se ruim
evidenciando a palavra vcio, que o
sinnimo de um mal.
O vcio faz o dia que tem 24
horas, tornar-se mais curto, fazendo
assim, voc perder momentos muito

significativos que poderia estar

empregando na famlia e nas pessoas
que ama, tornando-as mais cheias com
aquele fator chamado amor.

21. Arrebentando de Vez Com a Cara

do Mal
Vou agora contar simplesmente a
coisa mais real que existe e que muita
gente acha que no existe. O que
provavelmente tambm, muita gente vai
ficar falando que eu sou um mentiroso
de marca maior, mas quer saber? No to
nem a!

Pode me chamar de mentiroso,

isso e aquilo que no me atinge! Foi
quando o Formiga me falou que eu seria
um protagonista de um filme, coisa que
eu nem imaginava o que era. L no
emissrio submarino em Santos,
Formiga j estava cansado de me ver
sempre sorridente, ento me chamou de
canto e falou:
- Escuta aqui, eu sou seu mestre.
E voc vai ser uma entidade do mal,
seno vai aparecer umas fotinhas suas
por a.

- Esse negcio do mal, a no seu

pescoo sou eu quem faz, e voc acha
que foi por acaso chegar em mim?
- Deixa eu ver sua aura?
Ento foi a que eu entendi quase
tudo... E permiti que ele a visse, talvez
por instinto ou por oficio, eu falei:
- Olha l em... Por sua conta em
risco!
Formiga falou:
- Se for aquele tom de azul

escuro eu vou te zuar!

Eu falei ento sorrindo no canto
da boca:
- No azul... Pode ver.
- S no vai ficar com medinho
depois.
O formiga parou na minha frente,
enquanto eu estava sentado, respirou
fundo... Olhou no centro dos meus olhos
e fechou os olhos. Aguardou alguns
segundos enquanto eu fiquei quietinho.

Quando o Formiga abriu os olhos,

abriu aquele boco sem acreditar no que
estava vendo... Acompanhou com a
cabea at o cu a luz que eu refletia.
Foi a que ele disse sem acreditar
no que via:
- Voc mestre???
Eu
respondi
segundo
os
ensinamentos da capoeira que no. Eu
ainda era aluno, porque mestre eu estava
caminhando pra ser. Foi a que ele
rangeu os dentes e falou que era clara

demais, com um tom de voz expressando

extrema raiva do que via.
Quando Formiga saiu andando do
meu lado, parecendo que tinha nojo de
mim. Eu pisquei meus olhos e pude ver a
aura dele, mesmo sem ele estar olhando
pra mim. Foi a aura mais pesada que eu
j havia visto... Era completamente
preto, era sombreada, tinha at raios
pretos estourando em volta do corpo
dele, pude ver tambm o rosto dele,
parecendo at, que a pele do corpo do
Formiga estivesse com a cor de chumbo.

Fiquei claro sem entender o que via,

achei que, alm de estar conversando
com ele sobre a capoeira e sobre as
maldades que possivelmente eu
estivesse interessado em fazer, fosse um
jogo apenas de quem blefa melhor.
Na mesma sequencia, minutos
depois, o Formiga chegou em mim e
perguntou quem eu era, e comeou a
falar nomes de varias entidades que ele
achava que eu tinha me apadrinhado. Eu
respondia em todos que ele perguntava
com total ironia. Ele ento me perguntou

o que eu fazia, que atividade ilegal que

eu fazia. Ento eu disse que ia bastante
nas biqueiras... Foi a que ele balanou
a cabea e disse:
- Aah,
traficante...

ento

voc

um

Eu na verdade no era, talvez

mesmo todo mundo pensando que eu
fosse, mas falei pra ele se calar e falar
baixo, simplesmente porque eu estava
mesmo interessado em saber exatamente
o que ele fazia, dando a entender pra ele
que eu era. Foi que ele disse que era

171 (artigo criminal). Eu no tinha

entendido exatamente qual era a
empreitada dele, mas fiquei pensando a
respeito... Foi a que ele disse que
acrescentaria um tom de cinza em minha
aura, porque estava precisando de um
falso mestre para ajuda-lo.
Eu ento disse que queria tornar
minha aura uma cor mais forte, o que na
verdade, queria saber quais eram os
verdadeiros segredos que ele escondia
por trs da magia ruim, tendo em mente
o propsito de entender mais sobre

aquilo. O que de fato eu sabia, que se

voc ficar atraindo com muita ambio
pra s, ter efeito, que so as
consequncias... Ento eu disse que ele
tomasse cuidado, porque poderia voltar
3 vezes pra ele, simplesmente pelo fato
daquele velho ditado: O que desejamos
de mal aos outros, volta 3 vezes em ns
mesmos. Ento, que o Formiga disse,
que se fosse feito certinho nunca
voltaria.
Entendi ento que a chcara dele
era o terreiro de pratica de magia ruim,

em sua
pagina
no
site
de
relacionamentos, ele tinha muitas fotos
com vrios animais, cachorrinhos e at
um bode preto, os quais eu tinha
comentado rindo, porque no sabia:
Que isso, pra magia negra? E pude
perceber certa vez que ele havia
excludo meu comentrio eletrnico.

Agora uma pequena pausa pro

pobrezinho do Bode, que tem todo
direito de ter uma cabra, porque assim
podem ter cabritinhos... Etecetera.

Naquela
altura
da
minha
caminhada, aos olhos do Formiga, eu era
outro fazedor de magia, eu era talvez um
simpatizante de ceitas malignas, e eu
talvez fosse um obsessor mais sabido do
que ele. O que no era verdade, eu
apenas ligava meu lado espiritual com
os treinamentos das aulas da capoeira, e
aquilo me tornava contido de minhas
aes, no as voltando para o mal.
Naquele tempo eu era ingnuo e

no sabia se quer o que estava

acontecendo ao meu redor, mas sabia
que estava causando inveja por onde
passava. Eu era um cara bastante
comunicativo e ficava pregando
palavras de amor ao prximo, no me
importando como as pessoas me
intitulassem. Foi ento que meu emprego
na Fabrica Estelar acabou, mas eu sai de
l sem muitas respostas pra sonhos que
eu tive, os quais aumentaram depois que
eu havia acabado meus servios l.
Sonhei varias vezes que minha

vida, ao contrario do que muitos

pensam, vai ser muito boa por conta das
vendas deste livro, o que na verdade vai
ser muito cansativa, vou precisar fazer
muita e muita caridade com o dinheiro
que vai entrar por conta desta obra, a
qual estou esperando o momento chegar
pra fazer.
Bom, agora, vai chegar o momento
que vai arrebentar de vez com a cara do
mal, o que todo mundo talvez pensasse
que faria se estivesse em meu lugar. O
que de fato no fiz, porque minha carne

estava sendo manipulada, mas meu

espirito com certeza sempre intacto. Foi
ento que depois de ver o quanto
potencialmente eu poderia ser perigoso,
apertaram ainda mais a corda que estava
em meu pescoo, tornando assim publica
todas as fotos que tinham quando eu
entrei naquele jogo que ele era o chefe.
Comearam a me chamar de vrios
nomes de baixo escalo em minha
vizinhana... Muitas pessoas que me
viram crescer, no mais me olhavam
como antes. No olhavam pra mim como
aquele homem esforado que sempre

saia de casa pra trabalhar ou pra andar

com o skate. Comentaram que tinham se
decepcionado demais comigo e eu no
sabia nem imaginava porque.
Fizeram ento o comentrio que
fotos minhas tinham sido deixadas em
suas caixas de carta, fotos que at
distriburam em dispositivos de
armazenamento externos (pen drives).
Eu no podia acreditar... Eu no queria
acreditar! Foi a maior decepo da
minha vida. Foi totalmente o fundo do
poo. Eu queria muito poder contar uma

histria feliz, que todo mundo tivesse

orgulho de mim, queria mesmo poder ser
uma pessoa inteiramente pura e feliz,
mas no estava sendo e ali que no
seria mesmo. Fui ridicularizado, fui
insultado, fui at mesmo chamado de
nomes que no quero nem lembrar,
porque eu choro muito por lembrar...
Pensar que todos estes amigos que me
viram crescer, virariam a cara pra mim,
me tornando sempre culpado de tudo que
fiz, ainda mais, cada vez mais.
Voc leitor, deve estar pensando

que eu queria me matar, que eu quisesse

talvez matar quem fez aquilo comigo, ou
simplesmente ir experimentar o crack,
claro que isso passou pela minha
cabea, porque quando no sabemos nos
conter dentro de ns mesmos, isso pode
infelizmente acontecer, por isso
importante estes tipos de palavras,
mesmo pra quem nunca pensou ou
imaginou que isso fosse possvel, coisa
que possvel, tente imaginar as
pessoas a sua volta, o que no vai ser
possvel caso voc se mate. A alma de
algum que se mata triste, uma alma

vagante em um lugar diferente... Um

lugar que muito dificil de sair, mas
no. No foi isso que eu fiz, ento contei
o que estava passando para Luiza, sobre
eu estar sendo insultado aonde moro,
por ser exposto um erro que eu tivera
cometido... S que a vida estava sendo
to cruel comigo, to mal comigo, que
eu descobri que Luiza tinha me trado
com meus amigos mencionados na
histria, no porque ela fosse
promiscua, mas porque queria talvez se
vingar daquilo que eu tinha feito e no
contado. Meus amigos me disseram com

poucas palavras o que tinha ocorrido, ou

quase nenhuma, porque sabiam que eu
andava com um descascador de frutas no
bolso e pudesse usa-lo a qualquer
momento. Nem Luiza tambm tinha me
dito, porque sabia que ningum tem
ideia do que uma pessoa que anda com
uma faca capaz.

No sou triste no por ela ter

feito o que fez, porque no me atirei ao
vicio nem a uma atitude que me fizesse
arrepender pelo resto da vida. No

tenho e nunca vou ter rancor ou mgoas

daquela alminha linda que ela tem,
apenas quero pedir da melhor maneira
possvel pra ela seguir adiante e fazer
sempre do jeito certo...

Ento me tranquei em casa e

comecei a escrever... Escrever e ao
mesmo
tempo
sendo
orientado
espiritualmente ao meu dever.
Qualquer um ficaria maluco, se
atiraria nas drogas, ou cometeria um

assassinato... Talvez quisesse at mesmo

se vingar de cada um de seus amigos,
mas no foi assim que aconteceu:

Fui na casa do Ado e o perdoei...

Ado se dizia meu amigo, assim como
Lucio, Joo, Vitor e Jonas.
Fui pego totalmente pelas foras
malignas pra ser derrubado, insultado, e
at tentaram me adoecer com injeo
contendo o vrus da AIDS, mas ainda
sim, me curei pelos poderes milagrosos

da verdade, peguei todas as pedras que

atacaram em mim, e agora vou construir
meu castelo, e um Brasil melhor para
todos.

Aonde eu construiria um castelo?

Me perguntei muito isso quando terminei
esta ultima estrofe da cano...
Precisava mostrar o quanto a busca para
provao dos meus atos vividos nesta
vida so reais. To reais que chegaram
at a base da loucura.

Ficar louco como querer provar

algo muito bom pros outros, como
sentir-se incompreendido sem ter quem
possa te entender, igual estar em um
lugar aonde todos falam portugus e
voc fala um idioma diferente, sem
saber aquele idioma que esto falando.
Eu queria provar pra todo mundo que na
verdade a loucura era boa.
Da mesma maneira que me
purificou, eu poderia purificar os outros
tambm, ao menos ajuda-los a fazer

isso. Ajudar o prximo como estar

com o corao transbordando, como
uma garrafa que voc enche at o
gargalo e no h mais espao, neste
momento voc precisa doar toda
gratificao que transbordou pra todos
que precisam, da necessrio buscar
outro corao pra transbordar. Se eu
fiquei louco de verdade? Fiquei sim.

Eu queria muito ajuda pra publicar

este livro, precisava mesmo ser ouvido,
ou simplesmente lido as palavras, no

digo minhas palavras, porque no sou o

detentor de todas elas... Quando se vai a
campo voando por a, voc conhece
pessoas to significativas, que guardam
palavras dentro de s, com conversas
daquelas bem proveitosas, guarda
carinho dentro das conversas, e com
isso, esta recebendo tesouros um pouco
aqui, outro pouquinho ali, entende e
filtra tudo que h de melhor dentro de
cada garrafinha, e assim vai enchendo a
sua tambm quando precisa.
Fui ento tentar ser ouvido em

meio a multido, e lembrei daquela

Fabrica aonde eu havia trabalhado...
Precisava muito ir at l porque pra
mim, tudo foi to real, quanto est sendo
o sonho de publicar este livro. Sonho
que eu quero realizar com muita vontade
mesmo, tanta que eu precisava ser muito
ouvido. Muitos poderiam pensar; Porque
no foi procurar um amigo pra
conversar? Porque na verdade eu estava
mesmo sem amigos, estava machucado e
precisava me curar, botar pra fora tudo
que estava me incomodando por dentro,
ento fui procurar meus amigos,

procurar um lugar que eu fui muito bem

acolhido pelas amizades em local de
trabalho, fui procurar essas pessoas que
tinham os maiores coraes que eu j
tinha visto, mas eu estava to desleixado
da aparncia, que encontrei um porto
fechado, catracas que precisavam de
cartes pra passar, e guardas
trabalhando... Algo que eu queria estar
fazendo tambm, mas no estava
conseguindo.
Precisava
conversar,
precisava muito salvar vidas, ajudar a
salvar pessoas, eu gostaria de devolver
jias pro porta jias, estava tentando

muito fazer aquilo e precisava mesmo

publicar minhas ideias, as quais juntei
de todos que passaram pela minha vida.
Eu no estou lembrando ao certo
as minhas atitudes naquele dia em frente
a Fabrica Estelar, mas sai correndo e
pulei sem ter o bendito do carto,
porque queria mesmo salvar algum. E
l vieram os seguranas, eram grandes e
fortes, eram pessoas fazendo o seu
trabalho. Lembro muito bem que fui
andando fabrica a dentro e procurando
pessoas
para
salvar,
andava

determinado a achar alguma coisa,

algum trabalho pra fazer. Foi quando os
seguranas me conduziram at uma
salinha, porque eu estava descontrolado,
estava querendo falar muita coisa e
estava querendo caminhar, correr, ser
ouvido... L na salinha eu fiquei sentado
sendo ouvido, no estava sendo
machucado, porque l tinham pessoas
muito grandes e fortes e eles sabiam que
eram de corao.
No momento das conversas que
foram muito sem sentido, chegou uma

das chefes que eu prestei meus servios

de informtica, no era bem uma chefe,
mas sim uma lder, com certeza. Chegou
com os olhos cheios de lagrimas, porque
estava muito comovida com a minha
situao. Queria me ajudar mas no
sabia como, precisava fazer alguma
coisa por mim, porque minha situao
no estava nada boa. Foi a que
chegaram os homens de cinza, que
nada podiam fazer, porque o que eu
precisava no era de cadeia, nem de
delegacia, mas sim de um Doutor.

Homens compreensivos, homens

humanos, deixaram que viesse o carro
grande com luzinhas vermelhas em cima,
porque no havia caso, e sim uma causa.
Chegou ento a ambulncia, e um casaco
grande junto, alm do casaco grande
havia outra coisa muito grande, que no
coisa e sim uma humano... To grande
que parecia um armrio, acho que ele
era to grande pra poder caber dentro do
peito o corao dele que tambm
imenso. Chegou com o casaco grande na
mo e logo de cara viu que eu no
precisava muito daquilo, porque o

verdadeiro profissional, reconhece os

casos e sabe trata-los da maneira
correta.
Fui ento ser medicado e tratado,
entrei na ambulncia e fui ser tratado da
maneira correta. Com muito respeito e
com muito amor ao que se faz, porque
isso naquela profisso fundamental e
ningum sabe disso melhor do que o
Doutor, o Doutor Bonzinho.
Chegando no hospital, entrei
cantando uma cano, porque a conversa
no carro grande com luzinhas, foi to

boa que me fez chegar feliz da vida no

lugar. Eu estava contente demais porque
tinha encontrado o que tinha sado pra
procurar; Uma amizade.
Todos me olhavam no hospital
com aquela cara que voc imagina bem
como , ningum acreditando que um
jovem estava naquele estado, que
deixasse ter passado por aquelas coisas
que eu passei, isso porque conversei
bastante com o pessoal que trabalhava
l, e porque todos foram muito
atenciosos e carinhosos comigo, o

suficiente pra no precisar mais retornar

naquelas condies.
O hospital era simples, em alguns
locais simples at demais. Dava pra ver
que precisava de um equipamento aqui,
outro al, uma reforma considervel em
todos os locais, e provavelmente mais
funcionrios iguais a enfermeira Jia e o
Doutor Bonzinho.
Como vestir uma camisa grande
e reforada?! Provavelmente muito
desconfortvel, mas eu no queria
experimentar, eu queria mesmo era ser

ouvido, ser compreendido, por isso falei

bastante da camisa reforada e entendi
que dadas as circunstancias, necessrio
mesmo a conversa e no a fora.
Pedi que nem criana pra usar o
casaco, porque estava com frio e no
sabia aonde tinha posto ou deixado cair
o casaco que eu estava usando, que era
uma camisa de botes. Deixaram que eu
vestisse o casaco s pra verem um
louco feliz, e conseguiram, apesar da
cena ser triste... Eu estava e continuo
muito feliz mesmo. Devo isso ao Doutor

Bonzinho e a Enfermeira Jia, que

conversaram coisas boas comigo e eu
consegui sair de l muito mais feliz do
que entrei. Obrigado a todos que esto
nesta humilde histria, e podem
acreditar que tudo vai dar certo, assim
como eu sempre acreditei e nunca deixei
de acreditar.

Muitos me chamaram de louco,

muitos me chamaram de drogado, outros
me insultaram... Eu s estava esperando
o momento certo pra mostrar que a

loucura, seja talvez, o grau mais elevado

da inteligncia.

Legio Urbana Monte Castelo

Sumrio:

Zuar: tirar sarro, curtir, zombar...

Sinnimo de Bulling.

Ficar: Beijar de lingua.

Pedao de papel colorido que todo

mundo pensa que tem valor: Dinheiro.

Trombadinha: Meliante, arruaceiro,

delinquente juvenil.

Talaricar: Chavecar a mulher do

prximo, roubar a namorada do amigo.

Fulana, Ciclana e Beltrana: Refere-

se a pessoa feminina que no se sabe, ou

no se lembra o nome.

Mandinga: Segundo os ensinamentos da

capoeira a forma de se evadir do
perigo por meio da f.

Lan House: Cyber caf, Lugar aonde h

os computares para acesso a internet por
aluguel de horas.

Se esguelando: Gritando muito alto

como euforia ao acaso.

Estigar: Fazer passar vontade, fazer

ficar com vontade.

Cair de paraquedas: Chegar no lugar

sem saber o que estar acontecendo ou
sem ser avisado.

Pomba Gira: Segundo a atendente da

casa de artigos religiosos, um
sinonimo de travesti.

Biqueira: Lugar das vendas de drogas.

Passes Medinicos: Limpeza da aura,

atividade mais simples que o Reiki com
efeito parecido.

Dar Brecha: Dar trela, deixar

acontecer, abaixar a guarda.

Cachorro: O melhor amigo do

homem. (E dos animais, se algum
disser que estou insinuando o que no
estou).

E p: Gria de sequncia a uma

argumento, mesmo que reticncias.

Panz: Gria de sequencia a um

argumento. Mesmo que onomatopia de
exclamao.

Para: Gria de sinnimo para

parceiro.

Biografia
Aps procurar saber muito sobre
livros digitais internet a fora, muitas
indicaes de tutoriais para livros
eletronicos, dizem que as informaes
sobre o autor, devem ser inseridas
sempre no final do livro. Mas como eu
j fiz isso no livro inteiro, acho que eu
deveria simplesmente ignorar essa

parte... Como estou em duvida, creio

que no h outra alternativa a no ser
escrever alguma coisa sobre mim em
uma folha especifica, ento aqui vai.
Estou hoje desempregado e meditando
sempre que posso em um lugar secreto,
isso quando no estou trancado no meu
quarto editando este livro, que parece
um desafio interminavel. Acredito que
vou virar um andarilho ou coisa do
tipo... Igual aquelas pessoas que vemos
por a, longe de casa, e pedindo uma
ajuda pra poder comer alguma coisa,
por estar passando dificuldades e

tentando encontrar
seguir adiante.

motivao

para

Se eu vou passar por maiores

dificuldades, eu no sei. Isso porque j
passei varias, mas graas a Kshna, ainda
no passei fome e espero no passar.
Por isso, estou tambm tentando me
prevenir escrevendo esta folha. Gostaria
de ter papis coloridos suficiente para
ser possvel encher o armario da
minha
famlia
com comida
e
bviamente, ajudar os outros que esto
passando por dificuldades parecidas

com as que passei. Por isso escrevi um

livro simples de se entender. O intuito
foi no foi simplesmente, pedir perdo
pra esposa que quero conhecer, mas
tambm fazer algo parecido com o que
Jesus fez quando pisou na terra, isso
porque penso que todos aqueles feitos
notaveis que fizeram, ou fazem em prol
da humanidade, devem ser levados em
considerao e dado o devido valor.
Lembrando que dinheiro no tem valor.
Ento vou pedir um preo baixo pelo
meu livro. Quanto vale a histria da
minha minha? Ou quanto vale a histria

da sua vida? Vou pedir um preo baixo

porque j paguei pra me fazerem mal,
agora eu gostaria de receber de volta o
que gastei pra ser ajudado a fazer o bem.
O que cabe a cada um acreditar ou no
em mim. Se acredita, aprecie o convite,
obrigado.

Convite:
Convido a voc, que teve a
oportunidade de ler esta obra, a fazer um
depsito de qualquer quantia que lhe
caiba o corao e as condies
financeiras;
Esta quantia ser convertida em
maior parte, para ter efeito em ajuda de
amparo aos viciados em drogas,

principalmente os usurios de crack.

O General do exrcito de Deus,
hoje precisa de ajuda, a qual por
intermdio desta obra, arrecadarei o
valor para ser iniciada e dar sequencia
na misso do mesmo se ele aceitar (Sei
que vai porque eu acredito!).

Dependendo de nossa fora em

quantia, daqueles papis coloridos que
todos pensam que tem valor, vamos

espalhar a chama violeta por todo o

Brasil e eu conseguirei doar tambm, um
pouco de dinheiro pra quem me ajudou a
combater o mal, porque essas pessoas
tambm vo usa-lo para fazer o bem.
Depsitos em: Banco do Brasil, para
uma pessoa de confiana:
Carlos Alberto dos Santos Oliveira
DOC/TED:
510.005.484-7

Agradecimentos Especiais:
Lder, o ndigo
Reencarnao de Dio Cssio Dos
Lvia
Funcionrios da Fbrica Estelar que
muito me ajudaram e apoiaram em
momentos difceis

Toque de So Bento, o mais poderoso

do mundo contra o mal
Os Monges, bvio... Que no querem
dinheiro.
Raa Azul, isso mesmo, UMA raa de
ets
Reencarnao de um bom e justo Rei
Reencarnao de um Samurai
Pastores de ovelhas perdidas para os
campos de Deus

Reencarnao de um da raa azul, perito

em tecnologia
Reencarnao de uma Freira Milagrosa
Reencarnao de um homem que
continua usando um belo bigode
MESTRES de capoeira que muito me
ensinaram e hoje sou eternamente grato a
eles
Vrios espritos
Chico Xavier que desencarnado est...
Trabalhando mais e mais porque tem

mais tempo
Espirito do Dentista, que era e um
mdium poderoso demais, e sabia ficar
em terra ajudando
Reencarnao de um Padre muito
conceituado
Monges do mundo todo que sabem voar
melhor do que todos
Malandragem que ensina na Capoeira
A Capoeira

Igrejas Abenoadas
Catlicos
Todos Que Acreditam
Os Professores que MUITO me
ensinaram mesmo ganhando POUCO
Espirito de um Senhor Chamado Celso
com traos orientais que era Policial
Anja
Reencarnao de uma pessoa que esta
completamente regenerada nesta vida

Igreja Bola de Neve, porque l tem um

monto de abenoados e me fizeram
acreditar
Igreja dos Jovens Pentecostal que fazem
a maior farra abenoada por a
Igrejas que no competem entre si pra
ver quem consegue mais abenoados
Igrejas e Religies que no mentem para
seus adeptos
Pessoas que sabem danar chachado
Pessoas a frente de seu tempo

Pessoas que meditam

Quem plantou sementes
S os loucos que sabem
Pai de Santo com a nuvem muito
amarela
Me de Santo que faz parte da nuvem
muito amarela
Pai de Santo sonhador que gosta de
MPB

Skatistas, patinadores, scooters e bikers

Praticantes de Jiu-Jitsu, Karate,
Capoeira, Taekwondo, Boxe, Muai Thay
e Kung Fu
Pessoas que tem plantas, ortas ou
arvores, ou tudo isso em casa
Enfermeira Jia
Doutor Bonzinho
Pessoas que conseguiram parar de fumar
Monge Especial

Mestre Pastinha, Preto Velho

eternamente
Pessoas muito importantes que me
ensinaram ser assim
Lideres espiritas
Centros espiritas
Grupo de jovens do espiritismo que
possuem a Telma
Todos que fazem doaes de papis
coloridos pela causa, pois esto sendo
vistos e recompensados

Os que trazem FOLHA de arvore ou

planta para explicar pra que serve (sem
arrancar)
Arqueiro pela idia
Mestre Maior
Espirito de crianas travessas
TODOS MENCIONADOS NA OBRA
TODOS QUE PASSARAM POR
MINHA VIDA

Pessoas a frente de seu tempo

Inimigos que presenciam meu sucesso

Desagradecimentos Especiais:
Pessoas que acreditam que o errado o
certo
Pessoas que no gostam da fauna porque
precisamos dela para a flora
Pessoas que no gostam da flora porque
precisamos dela para a fauna

Penitenciarias super-lotadas
Pessoas ambiciosas
Polticos desonestos
Hospitais sem infraestrutura
Falsos profissionais
Preconceituosos
Pessoas perdidas no tempo
Pessoas que malham muito os trapzios
para aliviar o peso da culpa sobre os

ombros. (Quando se arrepender

sinceramente o peso vai embora.)