Anatomia Ocular Handout
Anatomia Ocular Handout
Anatomia Ocular Handout
GLOBO OCULAR
Fazendo uma descrio da anatomia, seguindo um padro no sentido anterior para o
posterior, devemos comear com o filme lacrimal antes de comearmos com a crnea.
FILME LACRIMAL
De uma maneira geral podemos dizer que o filme lacrimal nutre, lubrifica e protege as
superfcies oculares e o prprio globo ocular, atuando como primeira linha de defesa do
organismo. Sua integridade permite que a crnea atue adequadamente como superfcie
refrativa, permitindo a formao da imagem na retina (mais exatamente na mcula).
O filme lacrimal composto de 3 camadas: LIPDICA, AQUOSA E MUCINA, produzida
em diferentes locais do olho.
A camada lipdica, oleosa, a mais externa (ou anterior) e produzida pelas glndulas de
meibomio presentes na borda superior e inferior da plpebra, em toda a sua extenso.
A camada aquosa produzida pelas glndulas lacrimais principais (localizada na poro
anterolateral do teto da rbita) e glndulas lacrimais acessrias (localizadas principalmente
no fornix conjuntival superior). A camada aquosa afetada naquelas patologias que afetam as
glndulas lacrimais, como a Sindrome de Sjoegren, Artrite Reumatide, ou Sarcoidose.
A camada de mucina produzida pelas clulas caliciformes, presentes difusamente em toda
a extenso da conjuntiva. afetada principalmente nos processos cicatriciais como o Pnfigo
e Sndrome de Steven Johnson.
A disfuno de qualquer uma destas camadas pode levar a uma figura clinica denominada de
olho seco. O olho seco pode se avaliado medindo-se a quantidade de produo da poro
aquosa do filme lacrimal (Teste de Schirmer) ou atravs do BUT, (Break Up Time), que,
avaliando tempo (em segundos) de ruptura da camada lipdica mede a estabilidade do filme
lacrimal.
Vrias doenas podem afetar o filme lacrimal, por exemplo:
Artrite Reumatide,
Sindrome de Steven Johnson,
Sindrome de Sjoegren ou
Drogas como o uso tpico de algum medicamento ou medicamentos de uso oral,
como o acido retinico utilizado no tratamento da acne. O seu efeito pode se fazer nos
diferentes componentes da lagrima.
Antes de continuarmos, seque abaixo segue esboo do globo ocular em corte longitudinal:
CRNEA
Situada abaixo do filme lacrimal. Poro transparente, avascular, ovalada, que ocupa a poro
anterior do globo ocular, medindo em mdia cerca de 10 mm no seu dimetro vertical e de
11,7 mm em sua poro horizontal. No recm-nascido o dimetro corneano cerca de 10
mm, atingindo o dimetro horizontal do adulto de 11,7 mm por volta de 2 anos de idade. No
se esqueam de que costumamos medir o dimetro horizontal da crnea para estimar suas
dimenses.
Estas so marcas importantes devido a alteraes do dimetro da crnea no recm-nascido
podem representar um glaucoma congnito ou megalocornea (alterao congnita do
dimetro corneano).
Considera-se como megalocornea quando a crnea tem dimenses maiores de 13 mm.
Microcornea considerada quando possui dimetro menor de 10.0 mm. Com uma rgua na
mo, posicionada sobre a cornea examinada, e ao fechar um dos olhos, o examinador pode
medir o dimetro corneano aproximado (ver propedutica ocular).
A espessura da crnea centralmente cerca de 0,50 mm (ou cerca de 500 micras) e aumenta
para cerca de 1 mm na periferia, junto ao limbo.
Como a cornea avascular, sua nutrio provem na maior parte do filme lacrimal e do humor
aquoso, e tambm atravs de difuso dos vasos pericorneanos.
Anatomicamente consiste de 5 camadas
#1. Epitlio
#2. Camada de Bowman
#3. Estroma
#4. Membrana de Descemet
#5. Endotlio
O estroma compe cerca de 90% da espessura corneana, constitudo de 200 a 250 lamelas de
cerca de 2 micras cada, organizadas sobrepostas como uma cebola, por exemplo,
A membrana de Descemet possui as caractersticas de uma membrana basal, PAS positiva,
atuando como apoio das clulas endoteliais. No se regenera aps lesionada.
O Endotlio ou camada de clulas endoteliais constitudo de uma camada nica de clulas
hexagonais, em contato direto como o Humor Aquoso, que diminui de densidade e nmero
com a idade, no se regenerando como o epitlio aps leso. Tem alta atividade metablica,
mantendo a transparencia corneana atravs da regulao do contedo de gua do estroma.
necessrio um mnimo de cerca de 700 cels/mm para manter a funo endotelial. Abaixo
deste nmero aumenta a incidncia de edema de crnea. Cirurgias intraoculares, inflamaes
intraoculares, glaucoma, lesam o endotlio e diminuem o nmero de clulas endoteliais,
podendo, na dependncia da intensidade da leso, levar a um edema de crnea agudo, ou anos
aps a leso Em mdia poderamos dizer que o normal seria em torno de 2.500 cels/mm.
Detalhes clnicos:
# Ceratometria: exame que mede a curvatura corneana. Utilizada para detectar
patologias como ceratocone, avaliao pr ou aps cirurgias refrativas, adaptao de lentes de
contato e clculo das lentes intraoculares.
# Topografia Corneana (ceratoscopia computadorizada): uma ceratometria mais
sofisticada, que abrange uma superfcie maior da crnea, medindo a curvatura ponto a ponto
da superfcie corneana, produzindo um mapa colorido (ao invs de somente a medida da
curvatura na poro central da crnea), no qual as cores mais quentes correspondem s
superfcies mais curvas.
# Microscopia Especular mede a densidade das clulas endoteliais. Utilizada para
avaliar o endotlio na ausncia de patologia, o estado do mesmo aps trauma ou cirurgia, ou a
viabilidade de uma crnea para transplante. expressa em clulas por mm.
# Paquimetria exame que mede a espessura da crnea. Utilizado nas avaliaes
pr-cirurgia refrativa, ou na comprovao de patologias como ceratocone e edema de crnea.
Uma crnea com baixa densidade endotelial se hidrata e aumenta de espessura.
LIMBO
Zona de transio entre a crnea e a esclera. Situa-se na transio entre a ausncia de vasos
e a presena dos mesmos, sendo, portanto local de vrias patologias. Representa uma zona
intermediria entre a transparncia da crnea e a poro branca da esclera. Devido a esta
configurao local, reaes imunolgicas antgeno anticorpo, presente, por exemplo, de
Artrite Reumatide ou vasculites podem causar nas lceras marginais de crnea recorrentes.
Abaixo do limbo, situa-se o ngulo camerular, dentro da camara anterior, poro responsvel
pelo escoamento do humor aquoso. O ngulo camerular somente visvel atravs do exame
denominado de gonioscopia.
A camara anterior mais profunda em mopes e tende a ser mais rasa em hipermetropes e
diminui com a idade devido ao crescimento do cristalino.
Cmara anterior rasa tem risco aumentado de apresentar crises de Glaucoma Agudo de
ngulo Fechado. A profundidade da camara pode ser estimada atravs de uma lanterna
iluminando-se o olho temporalmente perpendicularmente ao mesmo e verificando-se a
eventual sombra, se houver projetada na poro nasal da Iris.
CAMARA POSTERIOR E CORPO CILIAR
O corpo ciliar faz parte da vea (uvea = corpo ciliar + coride + ris). Estende-se
circunferencialmente por 6 mm entre o final da retina (ora serrata) at o esporo escleral.
composto de uma parte plana (denominada de pars plana, por onde se introduzem os
instrumentais numa cirurgia de vitrectomia), que mais posterior, e uma poro mais
anterior, enrugada, denominada de pars plicata, onde se insere a zonula (ligamentos
suspensores do cristalino).
Os processos ciliares, presentes na pars plicata so os responsveis pela produo do humor
aquoso. Os msculos ciliares, abaixo dos processos ciliares, atravs da sua contrao ou
relaxamento, so os responsveis pela alterao da curvatura do cristalino, e conseqente
focalizao dos objetos (acomodao).
A camara posterior um espao irregular que contem humor aquoso, compreendido entre a
poro posterior da ris e a poro anterior do vtreo anterior. Frequentemente a camara
posterior confundida como denominao para a camara vtrea.
Imagem do ngulo e
processos ciliares
A malha trabecular, uma faixa complexa de tecido conectivo que se estende tambm
circunferencialmente, entre o trmino da crnea e o esporo escleral. Atrs dela est o Canal
de Schlemm, que basicamente um canal venoso, que ir conduzir o humor aquoso at
sistema venoso episcleral onde ser drenado. O canal em si possui um lmen nico.
Quaisquer alteraes neste sistema que aumentem a resistncia drenagem do humor aquoso
tendem a aumentar a presso ocular.
Pelo aspecto do ngulo camerular, pelo que se pode visualizar (atravs da gonioscopia), todas
ou em parte as estruturas do ngulo (corpo ciliar, esporo escleral, trabeculado e linha de
Schwalbe [esta assinala o fim da crnea]), o glaucoma pode ser classificado em ngulo aberto
ou fechado, ou identificadas anormalidades locais, como sinquias no local que pode estar
obstruindo a drenagem.
RIS
a extenso anterior da vea (nome que compreende a coride, corpo ciliar e ris) e que
forma o diafragma mvel entre a camara anterior e a camara posterior do olho. responsvel
pela regulao do foco e entrada de luz no globo ocular. A abertura central se denomina de
pupila, cujo dimetro varia entre 1,5 e 8 mm. Os idosos tendem a possuir pupilas menores do
que os mais jovens, sendo que as pupilas se destacam mais em olhos claros.
Consiste de:
# Estroma, que contem fibroblastos e melancitos responsveis pela colorao da
mesma (quanto mais pigmento mais escura a ris). Na sua poro posterior (do estroma) e
circundando a pupila encontramos o esfncter iriano (que so fibras musculares), que
inervado pelos III par craniano, atravs de fibras parassimpticas, responsvel pela constrio
da mesma.
# Epitlio pigmentar, constitudo de duas camadas, uma anterior, que possui o
msculo dilatador da pupila, inervado por fibras simpticas, responsvel pela dilatao
pupilar; e uma posterior que contnua com o epitlio pigmentar do corpo ciliar e epitlio
pigmentar da retina, todos possuindo a mesma origem embrionria.
A ris mais fina na periferia junto ao corpo ciliar , de onde se inicia, sendo local freqente
de dilise ou roturas nos traumas oculares.
Normalmente a ris possui isocromia e isocoria, ou seja, as cores so semelhantes e o
dimetro pupilar tambm. Embora alteraes deste padro possam ser normais, devem se
excluir patologias como por ex.: Ciclite Heterocromica de Fuchs (uma uveite cronica que
apresenta heterocromia, uma ris tem cor diferente da outra) ou Sindrome de Horner
(anisocoria, na qual a pupila do lado afetado menor e heterocromica se a mesma ocorreu na
infncia).
CONJUNTIVA
Membrana fina, translucente que se inicia no limbo e recobre todo o globo ocular (conjuntiva
bulbar), estendendo-se at a borda interna das plpebras (conjuntiva palpebral ou tarsal).
Seu recesso forma um fundo de saco denominado de frnix, que conforme a localizao
denomina-se de fornix temporal, superior, ou inferior. O frnix nasal raso, preenchido pela
carncula e prega semilunar.
ESCLERA
com a crnea, de focalizar as imagens na retina. uma das lentes que compe o sistema
ptico do olho.
RETINA
A retina neural se compe de maneira geral de um transdutor (que traduz a luz em estimulo
eltrico), que so os cones (estes responsveis pela viso de cores e viso diurna, viso mais
detalhada e que esto concentrados na mcula e fvea) e bastonetes (responsveis pela viso
noturna, percepo mais grosseira e de menor resoluo) e das conexes responsveis pelo
processamento e transmisso deste estmulo.
Processado este estmulo ser transmitido para o crebro atravs dos axnios ganglionares
que iro trafegar pelo nervo ptico.
Os marcos topogrficos da retina incluem o nervo ptico, mcula, (subdividida entre fvea e
fovola), os vasos retinianos e a retina perifrica com a ora serrata (onde ela termina).
Papila ( Nervo Optico)
Veia retiniana (a
artria esta mais
interna, mais fina
Fvea. A macula a
regio mais externa a ela.
A mcula, tambm chamada de mcula ltea, pois tem colorao amarelada em muitos
pacientes pelo acmulo de pigmento xantofila, uma rea oval horizontalmente, de dimetro
cerca de 3 a 5 mm (2 a 3 dimetros papilares aprox.). Localiza-se temporalmente papila e
entre as arcadas vasculares retinianas temporais.
Parafraseando que todos os caminhos levam a Roma, seguindo qualquer vaso, ele vai levar,
ou vai indicar o caminho at a papila. Se seguirmos os vasos ao contrario (em direo
montante) dentro das arcadas vasculares temporais, no sentido terminal, ira indicar o caminho
para se encontrar a mcula.
No centro da macula existem a fvea e a fovola. A foveola marca o centro da mcula (rea
central), e representa uma depresso cncava central, onde a retina mais fina, e onde se
localiza a acuidade visual mais ntida e aguda. No vascularizada pelos vasos da retina e
toda sua nutrio depende da camada coriocapilar da coride. Abrange cerca de 1 grau do
campo visual.
A fvea circunda a foveola, tem um dimetro de cerca de 1,85 mm, suprida pela rede capilar
perifoveal da retina e coriocapilar, e abrange cerca de 5 graus do campo visual.
Pontos a serem destacados:
# Descolamento de Retina (e no deslocamento...) baseia-se na infiltrao de lquido
entre o espao potencial embriolgico da retina neural e epitlio pigmentar, descolando a
retina da aposio ao epitlio pigmentar.
# OCT (Optical Coherence Tomography) ou tomografia de coerncia ptica,
quase uma ultrassonografica ptica da retina. Atravs de um emprego de feixe de laser,
realiza um corte Antero posterior da retina e permite ver as diferentes camadas da mesma e
eventuais patologias. Resoluo cerca de 5 micras
# AGF (Angiofluoresceinografia), ou Retinografia Fluorescente ou ainda
Retinoangiofluorecesceinografia, exame de imagens da retina, com nfase no estudo do
estado vascular da mesma. um dos exames utilizados para avaliar o acometimento
patolgico da retina, particularmente na Retinopatia Diabtica.
# Retinografia refere-se somente a uma imagem da retina, sem a utilizao da
fluoresceina.
CORIDE
uma camada de cerca de 0,25 mm, que se interpe entre a retina e a esclera, ricamente
vascularizada, responsvel pela nutrio das camadas mais internas da retina e epitlio
pigmentar. rica em melancitos (e, portanto pigmentada na maior parte dos indivduos) e
pode ser local de ocorrncia de nevos de coride e de melanomas de coride. Nas laceraes
de esclera, a parte escura que protrui na ferida a coride, visto que a retina se estiver
encravada na mesma transparente.
Divide-se em quatro camadas:
1. Supracoride (em contato com a esclera)
2. Estroma
3. Coriocapilar
4. Membrana de Bruch (em contato com o epitlio pigmentar da retina)
Juntamente com a ris e o corpo ciliar, compe a chamada vea. A coride extensamente
vascularizada, tipo esponja, com canais venosos dentro de sua estrutura que ocupam muito
espao semelhana dos corpos cavernosos penianos.
NERVO PTICO
Estrutura que agrupa as fibras provenientes das clulas ganglionares da retina. Visto atravs
da pupila com oftalmoscpio, tem a aparncia de um disco (disco ptico), tambm,
denominada de papila, atravs da qual emergem os vasos da retina (artria e veia central da
retina).
A artria central da retina um ramo da artria oftlmica. A veia central da retina drena tanto
no seio cavernoso como na veia oftlmica superior. Patologias de seio cavernoso podem ser
refletir retrogradamente na veia central da retina, portanto.
Oftalmoscopicamente, no entanto a aparncia do disco ptico depende de vrios fatores,
incluindo a terminao das camadas da retina e coride circunjacentes, o ngulo no qual o
nervo entra no canal escleral deixando o globo ocular, o tamanho do globo ocular, formato,
tamanho e orientao do canal escleral, a ramificao dos vasos na sua superfcie, o tecido
glial na sua superfcie, o tamanho da escavao da papila, e nmero de fibras nervosas
presentes.
A papila uma estrutura habitualmente ovalada no sentido vertical, em mdia 1,80 por 1,70
mm (embora possa ter outras configuraes e dimenses). Possui bordos ntidos, com a
transio com a retina e coride varivel. Tem a colorao rosada na maior parte das vezes
(papilas plidas sugerem atrofia de nervo ptico) e habitualmente apresenta uma escavao
central, de dimenses variadas, que mais acentuada nos pacientes portadores de glaucoma.
Esta escavao de papila habitualmente tem a colorao mais branca, contrastando com a cor
rsea da papila circunjacente. O acompanhamento seriado da escavao do nervo ptico pode
nos dar uma idia da evoluo e do estagio do glaucoma.
MUSCULOS EXTRAOCULARES
Como somente a fvea tem a melhor viso e a mais ntida, o olho deve se mover para
acompanhar o objeto de interesse. Para isto o organismo destinou um conjunto e msculos
para fazer este movimento nas mais diferentes posies e trs pares cranianos dedicados para
tal.
Existem um total de 6 msculos extraoculares. O stimo poderia ser o levantador da plpebra
superior que se considera mais relacionado com anexos da plpebra. Os msculos
intraoculares so o msculo ciliar, o esfncter e o dilatador da Iris.
Os msculos extraoculares se compem de 4 msculos retos e dois oblquos, que se inserem e
movimentam o globo ocular.
So eles:
Reto Superior- faz elevao do globo nervo oculomotor
Reto Inferior faz depresso do globo nervo oculomotor
Reto Medial- faz aduo do globo - nervo oculomotor
Reto Lateral faz abduo do globo nervo abducente
Obliquo Superior- faz torso globo nervo troclear
Obliquo Inferior faz torso do globo nervo oculomotor
Cada uma destes msculos tem uma insero na esclera e a outra extremidade num osso
orbitrio. Cinco destes msculos tem origem no pice orbitrio, sendo a exceo o msculo
obliquo inferior que se origina na poro anterior da orbita junto margem orbitaria inferior
do osso maxilar.
Os 4 msculos retos ainda tm origem num anel fibroso, no pice orbitrio, dentro do qual
transitam o nervo ptico, artria oftlmica, o nervo abducente, a poro superior e inferior do
nervo oculomotor e o ramo nasociliar do nervo nasociliar, ramo do nervo oftlmico (ramo do
trigemio). Este anel fibroso, denominado de Zinn, se posiciona no formen ptico e na poro
medial da fissura orbitaria superior.
Todos os msculos denominados de retos seguem um trajeto de trs para frente, se inserindo
na poro anterior do equador do globo ocular. Os dois msculos oblquos de inserem na
poro posterior ao equador do globo e se inserem de frente para trs.
Eles se arranjam anatomicamente e funcionalmente em 3 pares. A paresia de um deles se
traduz numa hiperfuno relativa do seu par. Numa cirurgia de correo de estrabismo, se
atua nesse sentido, normalmente fazendo um recuo (diminuindo a fora do msculo) da sua
insero na esclera, e uma resseco (aumentando a fora do msculo), retirando uma poro
do mesmo (encurtando).
Os msculos extraoculares so irrigados pelos ramos da artria oftlmica embora possa haver
irrigao suplementar das da artria lacrimal e infraorbital.
Os msculos extraoculares so utilizados como vias de irrigao do globo ocular, uma vez
que as artrias ciliares anteriores, que irrigam o segmento anterior do olho, passam atravs
dos msculos retos e penetram na esclera na insero dos mesmos no globo ocular. Estas
artrias, no entanto no fazem a irrigao destes msculos.
O III par craniano (oculomotor) se divide ao entrar na orbita em ramo superior e inferior. A
poro superior inerva o msculo reto superior e o levantador da plpebra. O ramo inferior do
oculomotor inerva os msculos reto medial, reto inferior e obliquo inferior.
VI par Abducente o nome j diz tudo, abduz inervao motora do msculo reto lateral.
VII par Facial responsvel pela inervao motora dos msculos da face
VIII par Auditivo sensitivo audio e equilbrio
Do XIX ao XII saem escopo da Oftalmologia
importante ressaltar os msculos extraoculares atuam em conjunto e que a paralisia de
qualquer um deles, ira causar uma hiperfuno relativa do seu oposto. Assim, por exemplo,
uma paralisia do reto lateral, ira causar uma ao maior do reto medial, com desvio do olho
para dentro, causando uma esotropia ou endotropia.
ANATOMIA ORBITAL
A rbita tem o formato de uma pirmide de 4 lados, que se torna de 3 lados prximo ao seu
pice que aponta em direo ao crebro. Tem um volume de cerca de 30 ml e ambas as
rbitas so divergentes em relao ao seu maior eixo e no paralelas.
A profundidade da orbita, da orbita ao seu pice mede em torno de 45-55 mm.
A rbita formada por um total de 7 ossos:
- zigomatico parede lateral da rbita com poro do esfenoidal
- maxilar compe assoalho inferior com poro do zigomatico
- esfenoidal poro posterior da rbita com parte parede superior e lateral
- frontal teto da rbita com parte do esfenoidal
- lacrimal com etmoidal e parte do maxilar compe parede medial da rbita
- etmoidal parede lateral da rbita
- palatino tem pequena participao no assoalho da rbita
A poro mais fraca da rbita situa-se junto sua poro medial (osso etmoidal e lacrimal) e
inferior, na poro mais posterior do osso maxilar, lugares mais freqentes de fraturas de
parede de rbita nos traumatismos fechados de orbita, no qual o contedo da rbita pressiona
a parede fraturando-a. No mesmo local da parede medial, localiza-se a lamina papircea, que
recobre o seio etmoidal. Em crianas, infeces dos seios etmoidais podem se estender pela
lamina papircea, causando celulite orbitaria.
Importante saber alguns detalhes anatmicos, como a formen orbitrio superior (junto ao
frontal), onda passa o nervo supraorbitrio, e a formen orbitrio inferior onde passa o nervo
infraorbitario (no osso maxilar). Ambas so palpveis (muitas vezes como um pequeno sulco
no rebordo orbitrio), e teis para realizar anestesias regionais.
A fratura de assoalho de rbita se caracteriza tambm de anestesia ou parestesia cutnea
infraorbitria, poro lateral do nariz e gengiva superiormente, por leso do nervo
infraorbitrio.
Alm da artria central da retina (ACR) e de irrigar todo o contedo orbitrio, a artria
oftlmica emite outros ramos que penetram o olho posteriormente junto ao nervo ptico
(artrias posteriores ciliares longas e longas), anteriormente junto insero dos msculos
extraoculares (artrias ciliares anteriores).
As artrias ciliares anteriores, so ramos de aterias musculares, que penetrando no olho junto
insero dos msculos, iro se anastomosar com as artrias ciliares posteriores longas,
fazendo a irrigao de segmento anterior do olho.
VEIAS
A orbita drenada pelas veias oftlmicas superiores e inferiores. Ambas possuem muitas
tributarias e como a maior parte das veias da cabea e pescoo no possui vlvulas, so
marcadamente tortuosas e apresentam muitas anastomoses plexiformes.
Estas veias drenam no seio cavernoso. A veia oftlmica superior se inicia na raiz do raiz, na
comunho com a veia angular, acompanhando na orbita a artria oftlmica, penetrando no
seio cavernoso atravs da fissura orbitaria superior, aps normalmente ter se juntado com a
veia orbitaria inferior.
A veia oftlmica inferior se inicia como um plexo junto ao assoalho da orbita juntando-se
com a veia orbitaria superior antes de penetrar no seio cavernoso
Este arranjo importante, pois processos infecciosos de orbita e face , como na celulite
orbitaria , podem ocasionar trombose do seio cavernoso, com conseqente risco de vida do
paciente.
O seio cavernoso (que tem este nome pelo aspecto cavernoso que possui) tem grande
importncia anatmica pelas estruturas presentes em seu interior: artria cartida interna,
como o nervo oculomotor, troclear, oftlmico e maxilar.
O globo ocular propriamente dito drenado pela veia central da retina (que drena a retina) as
veias vorticosas (que drenam a coride) e veias ciliares anteriores. A veia central da retina e
seus ramos podem ser locais de tromboses que clinicamente pode se manifestar por
diminuio da acuidade visual e hemorragias retinianas.