O Estudo Necropsia
O Estudo Necropsia
O Estudo Necropsia
INTRODUO
O nmero de autpsias vem sofrendo um declnio acentuado nos ltimos anos. Vrios
fatores tem contribudo para esta situao entre os quais seu alto custo no reembolsado pelas
empresas de Medicina de grupo, a grande acurcia diagnstica obtida atravs de sofisticadas
tcnicas laboratoriais e de imagem, e o receio de processo legal por descoberta de desordens
no detectadas pelo mdico assistente.
Inmeros avanos na rea da Medicina ocorreram atravs de estudos de autpsia
incluindo descrio de diversas doenas, classificao de leses, e a associao entre estados
patolgicos e anormalidades anatmicas. Alm disto, a autpsia serve de substrato para
desenvolvimento de novas idias para tratamentos clnicos e cirrgicos.
A autpsia importante instrumento para o ensino e promoo da justia. A sua
contribuio mais importante, entretanto, no foi a descrio de algumas doenas, mas o fato
que estudos baseados em autpsia, com a aplicao de profundo rigor cientfico,
influenciaram diretamente o desenvolvimento da Medicina cientfica atual.
A validade em realizar-se estudos de autpsia est na pesquisa da causa de
bito,compreenso do mecanismo fisiopatolgico que culminou no bito do paciente,
comparao de achados pr e ps-morte, produo de dados estatsticos vitais a nvel de sade
pblica, e servir como controle de qualidade na prtica mdica .
OBJETIVOS DA AUTPSIA
Os objetivos da autpsia incluem determinar a causa de morte e processo de doena
primria, identificar processos patolgicos que possam confundir o diagnstico clnico ou
complicar a terapia, determinar os benefcios e efeitos adversos da terapia, revelar doenas
no diagnosticadas e confirmar e correlacionar a interpretao de procedimentos diagnsticos
pre-mortem.
BENEFCIOS DA AUTPSIA
A autpsia tem os seguintes benefcios: (a) estabelecer verdade, (b) descobrir
alteraes, (c) prover dados, (d) instruir estudantes, e (e) promover justia (5). Todavia a
contribuio mais importante, no uma doena especfica ou aquela entidade nosolgica,
mas o fato que os estudos de autpsias e a aplicao do rigor cientfico para o seu estudo,
constituiu-se na principal atividade que conduziu a medicina ocidental para fora do seu
estado animista e dividiu o passado do presente cientfico.
Atravs do estudo baseado na autpsia a causalidade era estabelecida: mudanas
anatmicas especficas eram relacionadas a perturbaes fisiolgicas que, quando
correlacionadas, constituam-se nas sndromes clnicas reconhecveis. Uma autpsia conduz
a uma hiptese; o estudo de outras autpsias parece substanciar as hipteses; estudos
epidemiolgicos confirmam e ampliam a idia e introduz novas complexidades e a
pesquisa clnica e experimental conduz a nveis novos de compreenso.
A CORRELAO EPIDEMIOLGICA E CLNICA DAS AUTPSIAS
Os dados provenientes das autpsias permitem a elaborao de estatsticas de
mortalidade, controle de infeco, segurana e outras atividades de controle de qualidade,
bem como monitorao ambiental e identificao de doenas ocupacionais. As autpsias
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fornecem tecidos e rgos para transplantes e servem como fonte de material fresco para
aulas de anatomia e patologia. As autpsias tambm identificam doenas hereditrias,
sugerindo tratamentos ou aconselhamento gentico dos familiares. O procedimento tambm
ajuda a desmistificar o falecimento do paciente frente aos familiares, assegurando ao mdico e
equipe hospitalar de que a morte no foi resultado de erro diagnstico ou falha no tratamento.
A autpsia um dos mtodos mais meticulosos para identificao e caracterizao de diversas
doenas, entretanto os resultados de estudos em autpsia podem apresentar desvantagens
epidemiolgicas. Outras limitaes incluem a pouca contribuio da autpsia em doenas
metablicas ou enzimticas e a possibilidade de estudos por autpsia serem considerados
amostra viciada das doenas mais prevalentes numa comunidade. Entretanto, McFarlane
(1987) sugere que os estudos cientficos embasados em autpsias demonstram menor vcio
demogrfico do que suposto e geralmente no distorcem os resultados da populao
autopsiada se comparada com a populao de bitos de um centro hospitalar.
ASPECTOS HISTRICOS
Evidncias histricas demonstram que inmeras civilizaes antigas utilizavam
princpios de autpsia para compreenso das doenas consideradas, naquele perodo, como
punio divina por eventuais infraes ao cdigo moral. Os egpcios antigos (ao redor de 30001380 AC) acreditavam que as vsceras retiradas durante o processo de embalsamamento estavam
associadas s divindades. Na Mesopotmia , aproximadamente 1700 anos AC, o Cdigo de
Hamurabi estabeleceu os primrdios da prtica mdica, at ento confundida com o papel do
sacerdote ou exorcista, alm de estabelecer que as observaes das vsceras dos animais
sacrificados representavam importante fonte para a compreenso das doenas. Esta projeo do
corpo humano e suas vsceras um esquema csmico, divino e mstico continuou a ser um
conceito mdico e filosfico at o incio da era crist.
Os primrdios da patologia, como cincia indispensvel para a compreenso e estudo das
doenas, data dos inmeros livros e tratados elaborados na Grcia Antiga por Hipcrates (460370 AC) conhecidos como Corpus Hippocraticum. Nesta coletnea de trabalhos as causas das
doenas eram consideradas imediatas ou devido s dificuldades internas, e remotas devido s
influncias externas incluindo clima, dieta e meio ambiente. Iniciava-se, assim, o perodo
conhecido como pr anatmico ou humoral, com a concepo de que a molstia humana estaria
relacionada aos humores fundamentais: sangue, bile e fleugma.
Em continuidade ao perodo hipocrtico ocorreu o desenvolvimento da escola de
Alexandria (ao redor de 350 AC), a qual passou a praticar a disseco cadavrica, influenciando
com intensidade as observaes anatmicas da poca. Aurelius Celsus (30 A.C 38), apesar de
no ser mdico, deixou profunda influncia na observao das molstias; entretanto com o
surgimento da era crist houve grande declnio na Medicina, as dissecaes anatmicas
deixaram de ser realizadas e a anatomia patolgica, esboada na escola de Alexandria,
permaneceu estacionada.
Galeno (129-201) valorizou a dissecao anatmica no estudo da Medicina e Avicena
(900-1037), proveniente da escola rabe, compilou suas observaes junto com as de Hipcrates
e Galeno, criando um clebre tratado mdico que manteve-se como referncia por vrios
sculos. Com o advento das cruzadas, no sculo XI, os monges tornaram-se mdicos e
contriburam com descries complementares nos manuscritos antigos. Comeava, neste
perodo, a constituir-se o esprito cientfico com a fundao de vrias universidades na Europa.
Assim, na Universidade de Bolonha em 1260, autpsias eram realizadas para verificar a causa
de morte.
Na idade mdia o estudo cadavrico representou importante contribuio para o
progresso da Medicina, particularmente ao norte da Itlia durante o perodo da Renascena,
atravs de vrios trabalhos de Leonardo da Vinci (1452-1519) e Vesalius (1514-1564). A
autpsia era, neste perodo, utilizada como procedimento para a determinao da causa de bito
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e para estudos anatmicos. Coube a Jean Fernel (1497-1588), atravs do trabalho A Universal
Medicine, estabelecer, pela primeira vez no estudo da Medicina, as disciplinas formais
denominadas fisiologia (o funcionamento normal do corpo), patologia (o funcionamento
anormal do corpo) e teraputica (as coisas que podem resolver as anormalidades).
No sculos XVII e XVIII o estudo da autpsia e da patologia continuou a florescer.
Giovanni Battista Morgagni (1682-1771), professor de Medicina na Universidade de Pdua,
publicou inmeros trabalhos fundamentais destacando-se De Sedibus et Causis Morborum
(Locais e Causas das Doenas) onde descreve os achados de mais de quinhentas autpsias. O
trabalho de Morgagni contribuiu para o descrdito da antiga teoria humoral de causa nica para
a morte, e estabeleceu as bases da investigao mdica e ensino. Morgagni comeou a
estabelecer as associaes entre leses anatmicas e as doenas, contribuindo para a emergncia
da disciplina de anatomia patolgica onde as autpsias passaram a possuir o novo propsito de
descobrir entidades nosolgicas, coletar dados, estabelecer classificaes e disseminar pela
comunidade mdica os avanos cientficos. Neste perodo (1640) ocorreram as primeiras
autpsias no Brasil realizadas, em Recife, pelo mdico Piso, radicado em nosso pas durante o
perodo da invaso holandesa do nordeste brasileiro.
Xavier Bichat (1771-1802), discpulo de Morgagni, realizou mais de seiscentas autpsias
e veio a falecer, aos 31 anos de idade de tuberculose, provavelmente contrada na sala de
disseco. Atravs de seu estudo meticuloso, Bichat props que os tecidos seriam a origem das
doenas contribuindo para a aceitao posterior da teoria celular de Mathias Schleiden (18041881) e Theodor Schwann (1810-1882), postulada na Alemanha entre 1838 e 1839, na qual
preconizavam que a clula era a unidade funcional de todos os rgos e tecidos.
A partir do sculo XIX a necessidade de correlacionar manifestaes clnicas com os
achados patolgicos nos diversos rgos contribuiu para um intenso incremento na prtica da
autpsia. Este procedimento mdico veio a ocupar lugar de destaque nas escolas alem e
austraca onde eram executados em importantes instituies mdicas, por profissionais de
renome e seus inmeros discpulos. Carl Rokitansky (1804-78), oriundo da Tchecoslovquia,
trabalhou no Instituto de Patologia de Viena onde foi considerado um dos patologistas mais
famosos do mundo realizando ao redor de trinta mil autpsias nos quase cinqenta anos de
dedicao quela instituio. Rokitansky, em sua poca, promulgou a independncia dos estudos
de autpsia da Medicina clnica convencional, estabelecendo a patologia de autpsia como
disciplina independente com objetivo de observar, classificar e estabelecer enciclopdias das
doenas, ficando as implicaes clnicas relegadas a segundo plano.
Rudolf Ludwig Karl Virchow (1821-1902) estabeleceu as bases da patologia celular, em
1858, em busca da gnese, progresso e regresso das doenas. Como conseqncia de suas
importantes observaes, Virchow exerceu a liderana cientfica na Europa neste perodo por
lutar ativamente pela integrao das disciplinas de clnica, anatomia patolgica e fisiologia.
Descreveu inmeras doenas, incluindo leucemia, porm foi o conceito bsico de que a doena
seria originada de distrbios da estrutura e funo celulares que revolucionou o exerccio da
Medicina sendo, at hoje, um dos pilares para o desenvolvimento e pesquisa mdicas.
Os estudos de autpsia realizados por Virchow contriburam para o desenvolvimento e
reconhecimento da disciplina de patologia, a cincia das doenas, estabelecendo o arcabouo
dos conceitos bsicos que iria permitir o controle da maioria da doenas infecciosas letais no
incio do sculo XX com aumento da expectativa de vida da humanidade. Suas observaes
solidificaram-se, ainda mais, com o desenvolvimento da microscopia ptica e descrio das
alteraes histolgicas em inmeras doenas. A partir desta poca o estudo das molstias do
sistema nervoso central (SNC) passou a ocupar lugar de destaque nas escolas mdicas da parte
central da Europa (Alemanha, Sua e ustria), Frana e Inglaterra. Diversos profissionais,
incluindo patologistas, neurologistas, neurocirurgies, neuroanatomistas, psiquiatras e
bioqumicos, passaram a contribuir com inmeros estudos no campo das neurocincias.
Entretanto coube a Camillo Golgi (1843-1926) e Santiago Ramn y Cajal (1852-1934), ambos
anatomistas atuantes fora dos grandes centros cientficos da poca, estabelecerem os
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tipo de vcio de amostragem pode ser gerado devido a seleo dos pacientes influenciada pelo
diagnstico ou evoluo clnica.
Os resultados do trabalho de McFARLANE (1987) e McFARLANE ET AL. (1987)
sugerem, entretanto, que estudos de autpsia mostram menor vcio demogrfico que
inicialmente suposto e geralmente no distorcem os resultados da populao autopsiada se
comparada com a populao de bitos de um centro hospitalar. A ausncia de vcio de
amostragem demogrfica torna uma populao de pacientes estudados por autpsia valiosa
fonte de pesquisa para responder diversas questes mdicas, alm de contribuir para
aumento da qualidade do atendimento mdico hospitalar.
Como observado no grfico 1 e 2 houve um importante declnio no nmero geral de
autpsias realizadas no Servio de Anatomia Patolgica do HCUFPR desde julho de 1987.
Este processo de declnio geral do nmero de autpsias tem sido interpretado como resultado
de inadequao das instalaes fsicas da Seo de Necropsia deste servio devido ao
desgaste e falta de manuteno nos ltimos anos, bem como a uma diminuio nos exerccios
clnicos de mortalidade entre o Servio de Anatomia Patolgica e os Departamentos de
Pediatria e Clnica Mdica. Desta forma, a difuso do conceito da autpsia como fonte de
estudo e pesquisa diminuiu em nosso meio justificando esta reduo (SERVIO DE
ANATOMIA PATOLGICA, 1998).
Os efeitos de declnio geral de autpsias num hospital so devastadores pois h perda
de estatsticas vitais relacionadas a prevalncia das principais doenas na comunidade. Alm
disto, h a possibilidade que processos patolgicos, por vezes infecciosos ou ambientais, no
estejam sendo detectados por clnicos passando, desta forma, desapercebidos da comunidade
mdica. Estudantes de Medicina perdem a oportunidade de, atravs da autpsia e seus
desdobramentos cientficos, complementar sua formao em patologia e clnica. A diminuio
no nmero de autpsias provoca a perda do controle de qualidade do atendimento mdico
hospitalar, critrio indispensvel para todos os programas de implementao da qualidade .
Dentre as razes citadas para o declnio de autpsias est a alegao que as empresas
de sade e Medicina de grupo no pagam este procedimento de forma que no h um
incentivo monetrio para os mdicos patologistas e administradores hospitalares. Os
patologistas vem a autpsia como um procedimento desagradvel e laborioso, aliado ao fato
de no serem especialmente remunerados para este procedimento. Sendo assim, h ntida
preferncia para a realizao de outras atividades em Anatomia Patolgica, interpretadas
como mais importantes, mais lucrativas, de menor consumo de tempo e certamente menos
desagradveis que as autpsias. Os clnicos no gostam de solicitar autpsias porque h
necessidade da obteno da autorizao familiar para sua realizao contribuindo para
aumentar o desconforto familiar neste difcil momento do bito. Alm disto, devem admitir
um certo grau de insucesso frente ao bito do paciente sendo que em algumas situaes, a
autpsia pode demonstrar processos mrbidos no diagnosticados durante o internamento
hospitalar.
Os administradores hospitalares no estimulam autpsias para no exporem os
resultados insatisfatrios do processo de hospitalizao, devido a ausncia de lucro neste
procedimento, e para evitar que diagnsticos antomo-patolgicos no detectados durante a
avaliao clnica possam servir de substrato para processos judiciais de m prtica
profissional. As instituies governamentais no apoiam a realizao de autpsias por preferir
expandir a utilizao dos recursos da sade no tratamento de pessoas vivas. Finalmente, os
familiares do paciente falecido no gostam da autpsia por estarem mal informados a respeito
do valor deste procedimento mdico, sua importncia na determinao da causa do bito e
controle de qualidade do atendimento mdico; tornam-se, tambm, receosos dos custos e
acreditam que o paciente, bem como seus familiares, j sofreram o suficiente durante o
internamento hospitalar para no necessitarem de, ainda mais, sofrimento aps seu bito.
A autpsia representa um dos pilares da cincia mdica, desvendando a verdade sem
conflito de interesses e auxiliando, ainda, na compreenso do mecanismo fisiopatolgico de
8
40
30
20
10
0
1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
8%
7%
44%
8%
7%
26%
PED=1138
CO=682
CM=193
CIR=214
SEC=209
TMO=196
TOTAL = 2632
Legenda: PED= clnica peditrica; CM= clnica mdica (n=127), hematologia (n=35), neurologia (n=27),
pneumologia (n=4); CIR= cirurgia geral (n=83), cirurgia cardaca (n=83), cirurgia do aparelho digestivo
(n=28), urologia (n=9), ortopedia (n=7), oftalmologia (n=2), otorrinolaringologia (n=2); CO= clnica
obsttrica; TMO= transplante de medula ssea; SEC= servio de emergncia clnica adultos.
Mento-pbica
Xifo-pbica
Biacrmio-esterno-pbica
A inciso mais utilizada na prtica diria a biacrmio-esterno-pbica por facilitar
positiva quando houver formao de bolhas de ar). Aps estes passo os osso da caixa torcica
so retirados com costtomo e a clavcula desinserida com bisturi fixo do manbrio do
esterno (vide esquemas 5 e 6 do anexo 03).
A abertura da caixa craniana feita com uma inciso retro-auricular de um lado ao
outro do crnio passando pelo pice do mesmo. Os tecidos moles so separados do peristeo
de crnio por meio de disseco romba e os osso do crnio so serrados (serra manual ou
eltrica) e separados por meio de uma inciso circular que passa pela protuberncia do osso
occipital, regio temporal, dois dedos acima da insero do pavilho auricular e regio frontal,
dois dedos acima da sobrancelha. Isto expe a dura-mter e o encfalo (vide esquemas 01 e 02
do anexo 04).
O EXAME INTERNO
O exame interno obedece uma sistemtica muito semelhante ao exame externo.
Examina-se a caixa craniana, o pescoo, a cavidade torcica e a cavidade abdominal como
explicado no protocolo do anexo 01 deste estudo.
A TCNICA DE EVISCERAO
Aps o exame interno das cavidades procede-se a eviscerao do cadver. Primeiro
retira-se o intestino delgado e grosso a partir da identificao e seco da primeira ala
intestinal na raiz do mesentrio conforme esquema 07 do anexo 03. Aps a identificao da
primeira ala esta laqueada com fios de algodo a fim de evitar a sada de fezes e
seccionada. A retirada do intestino delgado obedece a anatomia do mesentrio at a valva leocecal. Aps esta fase as goteiras parieto-clicas direitas e esquerda so seccionadas por meio
de disseco romba e o intestino grosso retirado junto com o delgado, separando-o das
goteiras e dos ngulos heptico e esplnico alm do mesogstrio, por meio de disseco
romba ou com tesoura curva (vide esquemas 8 e 9 do anexo 03). O intestino grosso separado
do resto do bloco visceral ao nvel da poro inferior do sigmide.
Depois da retirada do intestino o bloco visceral deve ser seccional do corpo do cadver
na regio inferior, prximo ao perneo, separando-se a uretra, vagina (na mulher) e reto da
pele perianal ao nvel da snfise pbica. A disseco desta regio feita utilizando-se apenas
as mos, posicionando-as entre o reto e o cccix e a bexiga e a snfise pbica e dissecando-se
delicadamente as aderncias naturais desta regio. Depois, por meio de uma faca ou tesoura
longa e curva secciona-se a uretra, vagina a reto o mais prximo possvel dos tecidos moles da
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regio perianal. Deve-se seccionar tambm o ligamento inguinal e os vasos femorais (vide
esquema 10 do anexo 03) .
Na regio do assoalho da boca executa-se uma inciso com bisturi fixo em forma de
arco acompanhando a porco inferior da mandbula e passando pela vula e pelos pilares
amigdalianos posteriores, tracionando-se a lngua. Aps a disseco dos vasos do pescoo
(jugulares e cartidas),prolonga-se esta inciso at os vasos braquiais, seccionando-os (vide
esquemas 11 e 12 do anexo 03).
Nesta fase o bloco visceral est quase pronto para ser retirado do corpo do cadver.
Deve-se ento mover todas as vsceras para a esquerda (e depois para a direita) a fim de
seccionar (protegendo as vsceras com panos) os msculos para-vertebrais bilaterais at o
leo-psoas alm do pilar posterior do diafragma bilateralmente. Aps este procedimento o
auxiliar segura o bloco visceral a partir da lngua, protegendo as vsceras com a mo a
tracionando-o em direo ao perneo e o patologista secciona com faca ou bisturi a inserco
do bloco na coluna. Com este procedimento o bloco totalmente separado do cadver (Vide
esquemas 13 e 14 do anexo 03).
A retirada dos testculos feita tracionando-se o ligamento inguinal junto com o
mesmo para fora da bolsa escrotal e seccionando-se ao nvel da tnica vaginal (vide esquema
15 do anexo 03).
O EXAME DOS SISTEMAS
Para esta fase o bloco visceral separado em trs pequenos conjuntos de vsceras
anatomicamente afins. O bloco visceral ento posicionado em viso posterior (vide esquema
14 do anexo 03). A aorta seccionada ao nvel do diafragma e rebatida para cima em direo
ao que passaremos a chamar de bloco torcico. O esfago seccionado ao nvel da
hipofaringe e rebatido para baixo em direo ao futuro bloco abdominal. O diafragma
separado do rim, supra-renais e face superior do fgado e bao e depois seccionado junto as
veias supra-hepticas e veia cava inferior, passando agora a fazer parte do bloco torcico. O
bloco torcico j est ento separado nesta fase e composto pelo saco pericrdico, corao,
lngua, faringe, laringe, traquia, bronquios, pulmo e diafragma.
Aps a separao do bloco torcico traciona-se a aorta abdominal ao nvel da seco
feita anteriormente e corta-se os ramos da mesentrica superior e inferior, dissecando-se at o
nvel das renais, retira-se as supra-renais das suas lojas e separa-se os rins do fgado e
duodeno. Secciona-se a veia cava ao nvel do bordo inferior do fgado e traciona-se o bloco
retroperitoneal (rins, ureteres, cava e veias ilacas, aorta e artrias ilacas, bexiga, utero,
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anexos e reto) separando-o do bloco abdominal (fgado, vescula biliar e vias biliares, bao,
pncreas, esfago, estmago e duodeno).
A partir desta fase passa-se a proceder a disseco de cada vscera com anlise
macroscpica e amostragem orientada.
O corao separado do bloco torcico aps a abertura do pericrdio ao nvel dos
grandes vasos da base e das veias pulmonares (vide esquema 17 do anexo 03). Depois de
retirado o corao examinado externamente e internamente a partir da abertura das suas
cavidades e exame do septo interventricular, obedecendo as vias do fluxo sanguneo normal
(vide esquema 18 a 22 do anexo 03 e protocolo do anexo 01).
A faringe, laringe e traquia so examinadas a partir da sua abertura ao nvel da linha
mdia das mesma pela sua face posterior (vide esquema 23 do anexo 03 e protocolo do anexo
01). A tireide e dissecada e retirada do seu stio e examinada.
O pulmo examinado procedendo-se a abertura das vias vasculares pela poro
anterior e das vias areas pela poro posterior, alm da realizao de cortes no parnquima
pulmonar (vide esquema 24 do anexo 03 e protocolo do anexo 01).
No bloco abdominal o estmago e esfago so separados do resto das vsceras e
abertos longitudinalmente a partir da grande curvatura gstrica. O fgado e o bao so
examinados abrindo-se as vias vasculares e biliares, aps o que so seccionados para
avaliao do parnquima. O pncreas seccionado em cortes transversais. A vescula biliar a
aberta a as vias biliares extra-hepticas so examinadas (vide esquemas 25 a 28 do anexo 03 e
protocolo do anexo 01).
O bloco retroperitoneal dissecado abrindo-se ureteres bilateralmente, aorta e artrias
renais bilateralmente pela face anterior e veia cava inferior pela face posterior. A bexiga
aberta pela face anterior longitudinalmente. Os rins so seccionados ao meio em sentido
coronal (vide esquemas 29 e 30 do anexo 03 e protocolo do anexo 01).
A prstata seccionada em cortes no sentido coronal e o tero e vagina so abertos no
sentido longitudinal pela sua face posterior. As trompas uterinas so examinadas e os ovrios
seccionados em cortes coronais (vide esquemas 31 e 32 do anexo 03 e protocolo do anexo
01).
O reto e o resto do intestino so abertos no sentido longitudinal ao nvel da borda antimesentrica.
O testculo examinado com um corte coronal em sua poro mdia.
As panturrilhas so retiradas com uma inciso na poro posterior da perna e os vasos
so examinados.
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Morte Fetal Tardia Morte fetal durante ou aps 28 semanas. (Substituiria o termo
Natimorto).
Perodo Neonatal Estende-se do nascimento at 28 dias de vida.
Perodo Neonatal Precoce Compreende os primeiros sete dias de vida.
Perodo Peri-natal -- Abrange da 28 semana de vida intrauterina at 28 dias aps o
nascimento.
Idade Gestacional Pode ser medida em dias, semanas, meses lunares, meses do calendrios
ou trimestres, e calculada desde o dia estimado da concepo, ou desde o primeiro dia do
ltimo perodo menstrual.
Idade de Concepo, Idade de Fertilizao ou Idade do Desenvolvimento medido a
partir do dia da concepo, isto , aps 14 dias do primeiro dia do ltimo perodo menstrual.
o mtodo prefervel de se calcular a idade gestacional. No perodo embrionrio praticamente
s se usa a idade de fertilizao. Dia(s), a unidade de medida usada durante o perodo
embrionrio (concepo at o final da 8 semana). Semana(s) ou ms(es) usada durante o
perodo fetal (incio da 9 semana at o nascimento).
Idade Menstrual a idade medida a partir do primeiro dia do ltimo perodo menstrual.
Este parmetro no utilizado no perodo embrionrio. Quando se indica a idade gestacional,
importante referir se idade de fertilizao ou menstrual.
Recm-nascido Prematuro Um feto nascido desde a viabilidade (veja definio acima) at
antes de completar 37 semanas de idade menstrual. (Antes de completar 35 semanas de idade
de fertilizao). Ou pesando ao nascimento menos de 2.500 g.
Recm-nascido de Termo Um feto nascido entre 37 e 42 semanas completas de idade
menstrual (35 a 40 semanas completas de idade de fertilizao).
Recm-nascido Ps-Termo Um feto nascido aps 42 semanas completas de idade
menstrual (aps 40 semanas completas de idade de fertilizao).
2. EQUIPAMENTO NECESSRIO PARA A NECROPSIA PERINATAL
Balana pesa corpo (at 5000 g com sensibilidade de grama).
Balana digital para pesar rgos (at 500g com sensibilidade de decigrama).
Dois bisturis - n 22 e n 11.
Faca de Durham.
Faca de cortar crebro.
Quatro pinas hemostticas.
Uma pina mdia com dente.
Uma pina mdia sem dente.
Uma pina pequena com dente.
Rgua de metal com 50 cm.
Rgua plstica de 10 cm.
Duas tesouras para cortar osso.
Duas tesouras de Metzenbaum.
Duas tesouras pequenas, uma delas com ponta fina.
Estilete de extremidade arredondada.
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Esponjas.
Gaze.
Fios de sutura.
Fita Mtrica.
Base de dissecao que poder ser de cortia, madeira, plstico, ou compressas.
Seringas e agulhas estreis e no estreis.
Banco de altura regulvel.
Tabelas de pesos e medidas de rgos e conceptos nas vrias idades gestacionais.
Lupa para auxiliar na dissecao.
Sacos plsticos.
3. A NECROPSIA
A Informao Clnica
O Patologista antes de iniciar a NECROPSIA dever Ter acesso ao pronturio afim de
se informar de todos os dados clnicos, incluindo aqueles relativos ao pr-natal, trabalho de
parto e condies do nascimento. No caso dos neomortos, saber se foi admitido em U.T.I.
neonatal, quanto tempo al permaneceu, que medicaes lhe foram institudas, se esteve em
ventilao assistida, acessos vasculares e dados gerais da evoluo.
Estabelecer como rotina que todos os catteres vasculares, sondas nasogstricas e
tubos oro-traqueais permanecem em seus respectivos stios para que se possa avaliar com
precoso as alteraes que porventura existam. Seria desejvel em todas as mortes neonatais
complicadas, discutir o caso com o obstetra, neonatologista ou o cirurgio antes de iniciar a
NECROPSIA. Esta troca de informaes ajudaria ao patologista a definir as reas mais
importantes de estudo e antecipar a possibilidade de um achado incomum ou no esperado.
B Medidas de Rotina
Comprimento vrtice calcanhar.
Comprimento vrtice coccix.
Permetro ceflico (occipto frontal).
Permetro torcico.
Permetro abdominal.
Comprimento do p.
Fendas palpebrais.
Distncia interpupilar.
Distncia entre os cantos internos dos olhos.
Distncia entre os cantos externos dos olhos.
Distncia naso labial.
Papila mamria e distncia entre elas.
(vide esquema 2 do anexo 05)
C Exame externo
Proceder a um rigoroso exame externo do cadver no sentido de se identificar
qualquer alterao. Em seguida fotografar de rotina o corpo como um todo para avaliao
posterior.
Inspecionar a pele: impregnao meconial, ictercia, descamao, cianose (lbios e
leitos ungueais), macerao, petquias, feridas de venopuno, etc..
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Se o corao tiver que ser perfundido, ligamos os vasos que se originam na croa da
aorta e ligamos a aorta descendente na altura do diafragma.
vantajoso na rotina de NECROPSIA perinatal abrir o corao in-situ . um
procedimento simples e utilizamos apenas seis cortes: 3 no lado direito e 3 no lado esquerdo.
Abrimos o trio direito entre as entradas das duas veias cavas (1 corte) ao longo do
bordo anterior direito desta cmara. Devemos sempre antes de fazer o corte total testar o
caminho a ser percorrido com a tesoura com o lado rombo da mesma, ou com um estilete para
que o corte seja o mais contnuo possvel.
Extendemos a inciso do meio do 1 corte atravs da vlvula tricspide (2 corte) em
direo ponta da cmara ao longo da parede posterior do ventrculo direito imediatamente
adjacente ao septo interventricular, expondo a cmara de entrada do ventrculo direito.
Examinar foramen ovale e sua valva, e testar se competente. Identificar o orifcio do seio
coronrio (vide esquema 19 do anexo 03).
O 3 corte realizado na parede anterior do ventrculo direito, do apex at a vlvula
pulmonar, adjacente tambm ao septo interventricular, expondo a cmara de sada do
ventrculo direito, completando o exame do lado direito do corao. A vlvula pulmonar, o
tronco da pulmonar, as artrias pulmonares, e o ducto arterial sero examinados. O ducto
arterial que foi funcionalmente fechado em vida, poder aparecer patente NECROPSIA.
O 4 corte feito entre as veias pulmonares no trio esquerdo. As veias pulmonares
esquerdas so examinadas diretamente no trio esquerdo; as veias pulmonares direitas
podero ser testadas com auxlio de um estilete. Para abr-las em continuidade ser necessrio
seccionar a veia cava inferior do corao.
O 5 corte se extende no meio do 4 corte, atravs da vlvula mitral, na parede
posterior do ventrculo esquerdo, adjacente e paralelo ao septo, na direo da ponta, expondo
a cmara de entrada do ventrculo esquerdo (vide esquema 20 do anexo 03).
O 6 corte se extende da ponta do corao, na parede anterior do ventrculo esquerdo,
adjacente e paralelo ao septo, at o nvel da vlvula pulmonar, quando tem direo horizontal
cruzando a artria pulmonar acima da vlvula, abrindo a vlvula artica e a aorta, expondo a
cmara do ventrculo esquerdo. Este ltimo requer mais cuidado do que os outros, porm
dever tambm ser o mais contnuo possvel (vide esquema 21 do anexo 03).
Mediremos os permetros valvulares, a espessura dos ventrculos e identificaremos o
stio das artrias coronrias (vide esquema 3 do anexo 05 e esquemas 18 a 21 do anexo 03).
Remoo dos rgos em bloco pela tcnica de Rokitansky
Aps a ligadura e corte das trs maiores artrias, que se originam na croa da aorta, e
das duas artrias ilacas primitivas, podemos remover todos os rgos do pescoo, trax e
abdome em um s bloco. Usando o dedo indicador e bisturi, separar a base da lngua do
rebordo maxilar. Neste ato sentimos a glndula salivar sub-maxilar, que ser amostrada para
estudo histolgico.
Retiramos a lngua junto com as amgdalas platinas e vula, faringe e laringe. Em
seguida tracionamos para baixo e para frente com o auxlio da mo, sem instrumento cortante,
e o bloco se desprender at o corao.
Continuamos puxando caudalmente os rgos do bloco do pescoo, e com auxlio de
um bisturi ou tesoura vamos desfazendo as inseres que permanecem, enquanto os rgos do
trax so destacados. Na altura do diafragma o cortamos de sua insero na parede do corpo
em todo o seu permetro, com uma tesoura. Cuidado para no lesar as adrenais.
Liberamos em seguida os rgos posteriores da cavidade abdominal, e passamos aos
rgos plvicos. Divulsionamos os tecidos frouxos em torno dos rgo na pelve, restando
apenas cortar o reto e a uretra inferiormente. A bexiga ser separada de suas aderncias com a
snfise pubiana.
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AVALIAO DO ENCFALO
A avaliao macroscpica do encfalo, realizada de maneira contnua, sistemtica e
protocolada ao longo dos onze anos deste projeto, aliada s informaes clnicas e por
mtodos de imagem de eventual envolvimento neurolgico, permitiram uma seleo adequada
das reas a serem estudadas por mtodos histolgicos. No mnimo, doze reas distintas do
crebro, cerebelo e tronco cerebral so estudadas por preparaes histolgicas com diversas
tcnicas histolgicas propiciando a caracterizao de diversas entidades que acometem de
maneira diversa o encfalo.
A imunohistoqumica e a microscopia eletrnica foram, tambm, utilizadas em casos
selecionados, devido aos seus altos custos, para aprofundamento da pesquisa em algumas
condies detectadas neste estudo observacional. Dentre as principais aplicaes destes
mtodos complementares, no presente estudo, est a tentativa de elucidar o processo da
encefalite nodular, e a pesquisa de partculas virais no tecido cerebral de alguns pacientes
portadores de processos infecciosos atpicos.
A RETIRADA DO ENCFALO
O encfalo foi retirado atravs de inciso cutnea bitemporal seguida de abertura da
caixa craniana com serra manual ou eltrica. Aps a retirada da calota ssea procedeu-se a
abertura e explorao do seio sagital superior seguindo-se a seco da dura-mter no plano
axial circular no mesmo nvel de corte da calota craniana. Atravs de manobra manual
afastou-se delicadamente os plos frontais para trs expondo-se os nervos olfatrios que
foram liberados da placa crivosa, seccionando-se a seguir a insero anterior da foice. Com o
crebro apoiado em uma das mos, para evitar-se extenso e dano ao tronco cerebral, foram
isolados e seccionados os demais nervos cranianos, artrias cartidas internas e vertebrais,
seguido da abertura da tenda do cerebelo com exposio da fossa posterior, seco da medula
espinhal cervical alta e retirada do encfalo. Aps a retirada do encfalo procedeu-se pesagem
a fresco e fixao em formol9 30% por, no mnimo, trs semanas (vide esquemas 01 a 04 do
anexo 04).
ESTUDO DO ENCFALO NO SERVIO DE ANATOMIA PATOLGICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN
Para este fim segue-se protocolo baseado na metodologia utilizada no Departamento
de Neuropatologia do Instituto de Neurologia da Universidade de Londres. Aps fixao
adequada a dura-mter era separada do encfalo, procedendo-se o exame externo da
convexidade, poro interhemisfrica e base enceflicas. Aps isto o encfalo pesado e
seccionado, com faca de lmina longa e fina, em plano coronal a nvel do corpos mamilares
seguindo-se da separao do tronco cerebral do crebro atravs da seco do mesencfalo
com lmina de bisturi. As duas metades (anterior e posterior) do crebro so, ento, colocadas
sobre plataforma de madeira e, atravs de guias metlicas com 1 cm de espessura, inmeros
cortes em plano coronal so realizados de todo o crebro. O tronco cerebral separado do
cerebelo por seco dos pednculos cerebelares superior, mdio e inferior seguindo-se de
exame atravs de cortes axiais de 0.5 cm de espessura por toda extenso do espcime. O
cerebelo seccionado na poro mdia, plano sagital, interessando o verme e novamente a
nvel de ncleo denteado bilateral. Todos as fatias obtidas dispostas de maneira protocolar em
25
bandeja metlica para exame detalhado de cada nvel de corte anotando-se todas as alteraes
macroscpicas observadas, as quais so fotografadas.
Aps o estudo macroscpico detalhado procede-se a coleta de amostras para estudo
histolgico retirando-se fragmentos das reas macroscopicamente alteradas bem como
amostras de 12 reas especficas: lobos frontal, parietal, temporal, occipital e nsula com
ncleos de base; tlamo, hipotlamo com corpos mamilares; mesencfalo, tronco cerebral,
medula oblonga, verme e hemisfrio cerebelar com ncleo denteado.
O material escolhido para estudo histolgico submetido a processamento rotineiro
sendo as lminas coradas por hematoxilina-eosina e luxol-fast-blue para mielina combinado
com cresil violeta para neurnios; casos selecionados so corados com impregnao argntica
para axnios, cido peridico de Schiff para pesquisa de microorganismos, impregnao
argntica de Grocott para fungos, colorao de Gram para bactrias. Outras tcnicas
histoqumicas, quando necessrias, tambm podem ser utilizadas.
Os casos submetidos a estudo imunohistoqumico so avaliados pela tcnica do
complexo avidina biotina peroxidase com recuperao antignica utilizando-se os seguintes
anticorpos: anticorpo monoclonal anti-antgeno leucocitrio comum (diluio: 1/400),
anticorpo monoclonal anti-HLA-DR, CR3/43 humano (diluio: 1/400), anticorpo
monoclonal pr-diludo anti-protena cida fibrilar glial, anticorpo monoclonal pr-diludo
anti-citomegalovrus, anticorpo policlonal anti-toxoplasma gondii (diluio: 1/25).
Nos casos submetidos a microscopia eletrnica, fragmentos de cerca de um milmetro cbico
so escolhidos das reas alteradas detectadas durante a avaliao macroscpica do encfalo;
estes fragmentos so ps-fixados em glutaraldedo 3%, impregnados com tetrxido de smio
1%, desidratados em etanol PA, tratados com xido de propileno e includos em resina
araldite. Cortes na interface ouro/prata foram corados com acetato de uranila e citrato de
chumbo e observados em microscpio eletrnico JEOL JEM-1200 EXII.
(vide esquemas 05 e 06 do anexo 04)
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ANEXOS
27
REGISTRO:
SEXO:
IDADE:
DATA DA ADMISSO:
CLNICA:
BITO:
NECROPSIA:
MDICO REQUISITANTE:
PATOLOGISTA RESPONSVEL:
RESIDENTE:
2
DIAGNOSTICOS
ANATOMOPATOLGICOS
MACROSCPICOS
PROVISRIOS:
A - PRIMRIOS
LISTAR OS DIAGNSTICOS PRIMARIAMENTE RELACIONADOS COM O
PROCESSO DE MORTE, POR ORDEM CRONOLGICA DE ACONTECIMENTOS NO
PACIENTE AUTOPSIADO
B - SECUNDRIOS
DIAGNSTICOS SECUNDRIOS NO RELACIONADOS COM O PROCESSO
DE MORTE
Curitiba, de
Residente
de 1999.
Patologista
28
Durao
Devido a
Durao
Devido a
Durao
Outras condies:
29
RELATRIO DE NECROPSIA
1 - HISTRIA CLNICA
RELATAR A HISTRIA CLNICA DO PACIENTE AUTOPSIADO DE FORMA
SUMRIA, RESSALTANDO OS PONTOS MAIS IMPORTANTES PARA O RACIOCNIO
CLNICO-PATOLGICO DO PROCESSO DE DOENA E MORTE
2 - EXAME EXTERNO
A - GERAL
O corpo corresponde a adulto do sexo masculino/feminino, branco /pardo/ negro com
a idade aparente compatvel com/maior que/menor que a idade cronolgica.
Livor e rigor mortis: rigidez cadavrica discreta /moderada/acentuada e hipstases em
regio de decbito dorsal presentes/ausentes.
Talhe:
Estado nutricional: emagrecido/normal/obeso
Turgor: normal/aumentado/diminudo
Tegumento: corado/hipocorado, ictrico/ anictrico, petquias/ equimoses, outras
leses encontradas.
B - SEGMENTAR
1 - Cabea: formato habitual/no habitual, plpebras com/sem leses, pupilas
midriticas. Cavidade nasal e oral ntegras/com leses, lbios e lngua sem alteraes/com
leses. Orelhas e condutos auditivos com/sem leses.
2 - Pescoo: simtrico/assimtrico, linfonodomegalia cervical presente/ausente,
com/sem fraturas, tireide tpica com/sem leses.
3 - Trax: formato habitual/no habitual , simtrico/assimtrico, mamilos com/sem
leses, mamas planas/volumosas/sem alteraes.
4 - Abdome: plano/escavado/distendido, com /sem visceromegalias, cicatriz umbilical
sem alteraes/com leses.
5 - Genitlia externa: compatvel com sexo e idade/com leses.
6 - Regio perianal: com/sem leses.
30
Membros
superiores:
assimtricos/simtricos,
linfonodomegalia
axilar
Membros
inferiores:
assimtricos/simtricos,
linfonodomegalia
inguinal
brilhante/fosca, com aderncias, com leses, seios durais prvios/com trombos, base de crnio
com vasos e nervos de aspecto habitual/com leses.
Pescoo: jugulares e cartidas prvias/com trombos, linfonodomegalia cervical e supra
clavicular presente/ausente. Tireide tpica/com leses/de tamanho e aspecto habitual.
Cavidade torcica: Musculatura torcica trfica/com leses, rea cardaca com
....x....cm, mediastino com/sem leses. Derrame pleural bilateral/a direita/ a esquerda,
presente/ausente, .........ml a direita, .........ml a esquerda. Cpulas diafragmticas a nvel
do ...........espao intercostal a direita/, ............ a esquerda. Prova de pneumotrax
positiva/negativa
Cavidade Abdominal: musculatura e peritneo de conformao habitual/com leses,
rgos tpicos/alteraes anatmicas, ascite ausente/presente de ..........ml, bordo heptico
a .........cm do rebordo costal direito e a ..........cm do apndice xifide e borda esplnica
a ........cm do rebordo costal esquerdo.
4 - EXAME DOS SISTEMAS
Sistema Nervoso Central:
Encfalo: ........g, leptomeninges lisa e brilhantes/foscas/espessadas/com leses/aspecto
purulento. Vasos e nervos da base sem alteraes/outras leses.
Para maiores detalhes no exame do sistema nervo central vide protocolo
complementar de exame do encfalo (anexo 02).
31
Sistema Respiratrio:
Laringe:
mucosa
rsea
e brilhante/com
leses/sem leses.
Pregas
vocais
tpicas/com/sem leses.
Traquia e brnquios: mucosa rsea e brilhante/com/sem leses. Contedo
mucide/hemorrgico/purulento.
Pulmes: PD=......g, PE=.....g. Pleura lisa e brilhante/fosca/com aderncias/com leses.
Tecido pulmonar vinhoso e esponjoso/aerado/hipoaerado/enfisematoso/atelectsico/presena
de leses......... ,antracose presente/ausente..
Sistema Cardio-Vascular:
Corao: .............g, pice formado pelo ventrculo esquerdo/direito. Pericrdio liso e
brilhante/fosco/com aderncias. Miocrdio fasciculado e elstico/com/sem leses. Endocrdio
liso e brilhante/fosco/com espessamentos/com/sem leses. Coronrias tpicas, prvias,
com/sem placas ateromatosas. Aparelhos valvares de conformao e aspecto habitual/no
habitual, tpicos/no tpicos, com/sem leses.
Dimenses:
espessura da via de entrada do VE:
espessura da via de sada do VE:
espessura da via de entrada do VD:
espessura da via de sada do VD:
Espessura do septo interventricular:
comprimento da via de entrada do VE:
comprimento da via de sada do VE:
comprimento da via de entrada do VD:
comprimento da via de sada do VD:
permetro da valva Mi:
permetro da valva Ao:
permetro da valva Tri:
permetro da valva Pulm:
Aorta e seus ramos: prvios, com/sem trombos, sem/com estrias/placas/ extensas
placas calcificadas e ulceradas/ aterosclerticas.
Artrias Pulmonares: prvias/com/sem trombos ou placas aterosclerticas.
Veias cavas e tributrias: sem alteraes/com leses/com/sem trombos.
32
mucosa
rsea,
com/sem
leses.
Amgadalas
amarelado,
lobulado,
elstico/aspecto
tamanho
habitual/aumentada
de
tamanho,
brancacenta,
macia
macio/firme/difluente/com/sem
outras
leses/
com
polpa
branca
inaparente/hiperplsica.
34
muscular
mantido/hipotrofia/com/sem
leses.
Articulaes
no
5 - EXAME MICROSCPICO
Relatar a microscopia
6 - INFORMAES ADICIONAIS
============================================================
Exames anatomopatolgicos anteriores:
Estudos bioqumicos e microbiolgicos:
============================================================
rgos
============================================================
Preencher a tabela acima com informaes adicionais
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RESUMO CLNICO:
PESO:
Exame externo:
leptomeninges:______________________________________________________________
Sulcos e giros:_______________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Base:
leptomeninges:______________________________________________________________
vasos: _____________________________________________________________________
nervos:_____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Mesencfalo:
substncia negra:_____________________________________________________________
___________________________________________________________________________
aqueduto:___________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Cortes coronais:
crtex:_____________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
substncia branca:____________________________________________________________
___________________________________________________________________________
ncleos da base: _____________________________________________________________
___________________________________________________________________________
ventrculos:_________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Tronco cerebral: ____________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Cerebelo:___________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
DIAGNSTICOS:____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
36