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Presidenta da Repblica
Federativa do Brasil
Dilma Vana Rousseff
ELABORAO
Secretrio Nacional de
Assistncia Social
Denise Ratmann Arruda Colin
Redao
Anna Rita Scott Kilson
Adrianna Figueiredo Soares Silva
Eduardo Monteiro Martins
Eleuza Rodrigues Paixo
Francisco Antnio de Sousa Brito
Maria Cristina Rodrigues do Paraso
Paulo Henrique Rodrigues Soares
Thor Saad Ribeiro
Departamento de
Proteo Social Especial
Telma Maranho Gomes
Superviso
Luciana de Ftima Vidal MDS/
SNAS/DPSE
CRDITOS
Colaborao
Liliane Neves do Carmo - MDS/
SNAS/DPSB/CGSCFV
Kssia Oliveira da Silva - MDS/
SNAS/DPSB/CGSCFV
Alberto Albino dos Santos MDS/
SNAS/DPSB/ASSESSUAS
Ministra do Desenvolvimento
Social e Combate Fome
Tereza Campello
Coordenao
Secretaria Nacional de
Assistncia Social
Departamento de
Proteo Social Especial
Coordenao-Geral de
Medidas Socioeducativas
Superviso final
Francisco Antnio de Sousa Brito MDS/SNAS/DPSE/CGMSE
Telma Maranho Gomes - MDS/
SNAS/DPSE/CGMSE
Apresentao
A dcada de 1980 foi marcada por ampla mobilizao social na defesa dos
direitos da infncia e adolescncia no Brasil, culminando com a aprovao
da Constituio Federal de 1988 e do Estatuto da Criana e ao Adolescente
(ECA) de 1990. Tais conquistas imprimiram avanos jurdicos no combate ao
trabalho infantil e fundamentaram a organizao das polticas pblicas que
so hoje, reconhecidas em mbito nacional e internacional, como responsveis
pela reduo do trabalho infantil no Brasil.
Na histria de enfrentamento ao trabalho infantil construda pela sociedade
brasileira cabe destacar o Programa de Erradicao do Trabalho Infantil PETI. O PETI teve inicio, em 1996, como ao do Governo Federal, com
o apoio da Organizao Internacional do Trabalho (OIT), para combater o
trabalho de crianas em carvoarias da regio de Trs Lagoas (MS). Sua cobertura foi, em seguida, ampliada para os estados de Pernambuco, Bahia, Sergipe
e Rondnia, num esforo do Estado Brasileiro para implantar polticas pblicas voltadas ao enfrentamento do trabalho infantil e atender as demandas
da sociedade articuladas pelo Frum Nacional de Preveno e Erradicao do
Trabalho Infantil (FNPETI), criado em 1994. A partir de ento, o PETI foi
progressivamente alcanando todos os estados do Pas.
Em 2005, ocorreu a integrao do PETI com o Programa Bolsa Famlia, o que
trouxe modificaes significativas que racionalizaram e aprimoraram a gesto
Perguntas e Respostas:
Perguntas e Respostas:
2 Conforme Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (Lista TIP), do Decreto n
6.481, de 12 de junho de 2008.
10 a 15 anos
1.598
60%
59%
Frequentam a escola
88%
Trabalham no domiclio
45%
31%
48%
Recebem mais de sm
24%
R$ 185,00
Atualmente, o trabalho infantil se concentra em atividades de difcil fiscalizao e apresenta-se principalmente em atividades informais, na agricultura
familiar, no aliciamento pelo trfico, em formas de explorao sexual, no
trabalho domstico, e em atividades produtivas familiares. Essas formas de
trabalho so naturalizadas ou invisveis. Muitas vezes sequer so percebidas
como trabalho infantil pela sociedade ou at mesmo por gestores pblicos.
Um exemplo desta realidade pode ser percebido nas informaes relacionadas
diviso social do trabalho de crianas e adolescentes inseridos em situao de trabalho infantil. Os dados demonstram que 60,3% dos ocupados de 10 a 15 anos
eram meninos e 39,7% meninas. Apesar de a explorao do trabalho infantil ser
maior entre os meninos, quando se considera as atividades domsticas, percebe-se
o predomnio de meninas. O trabalho infantil em domiclios revela uma diferena
Perguntas e Respostas:
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Perguntas e Respostas:
Perguntas e Respostas
1.
2.
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3.
A proposta de Redesenho do PETI resultou da avaliao da nova configurao do trabalho infantil no Brasil, revelada pelo Censo IBGE 2010, e
dos avanos estruturais da poltica de preveno e erradicao do trabalho
infantil.
O Censo mostrou a reduo do trabalho infantil nos setores formalizados, em
decorrncia dos avanos da fiscalizao e formalizao da economia. Dessa
forma, as principais incidncias de trabalho infantil atualmente se encontram
na informalidade, nos mbitos da produo familiar, do trabalho domstico,
da agricultura familiar e nas atividades ilcitas. O desafio consiste em identificar crianas e adolescentes inseridos nessas atividades, de difcil visibilidade
e identificao e inseri-lo nos servios da rede socioassistencial e das demais
polticas pblicas.
O Redesenho do PETI6 fortalece o papel de gesto e de articulao da rede
de proteo ao prever a realizao de Aes Estratgicas para enfrentar o
trabalho infantil, as quais so estruturadas em cinco eixos: 1. Informao e
mobilizao; 2. Identificao; 3. Proteo; 4. Defesa e Responsabilizao; e
5. Monitoramento. Prev cofinanciamento especfico municpios e estados
desenvolverem as aes estratgicas que sero detalhadas no decorrer do texto.
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Perguntas e Respostas:
importante destacar que, a atualizao do PETI aprimora as aes de transferncia de renda e o trabalho social com crianas, adolescentes e suas famlias. A oferta de servios socioeducativos foi reordenada para potencializar o
atendimento s crianas e adolescentes em situao de trabalho infantil com a
ampliao do nmero de municpios que passaro a disponibilizar o Servio
de Convivncia e Fortalecimento de Vnculos (SCFV). Este servio realiza
uma interveno social articulada ao Servio de Ateno Integral a Famlias
(PAIF) e ao Servio de Proteo e Atendimento Especializado a Famlias e
Indivduos (PAEFI), com vistas a complementar o trabalho social com famlias, prevenindo a ocorrncia de situaes de risco social e fortalecendo os
vnculos familiares e comunitrios por meio da convivncia.
Com o reordenamento do SCFV, o pblico do PETI passou a ser atendido
de forma prioritria juntamente com outros pblicos que se encontram em
situao de vulnerabilidade social. Assim, a oferta do servio fica ampliada,
inserindo-se outros pblicos alm daqueles retirados do trabalho infantil,
diversificando as trocas culturais e minimizando estigmas e preconceitos.
Nesse contexto, necessrio potencializar aes e recursos, contando com
os servios oferecidos pelo SUAS e pelo Sistema de Garantia de Direitos
(SGD). Torna-se prioritria, a construo de uma agenda intersetorial que
articule polticas, como sade, educao, esporte, cultura, entre outras para
somar esforos na identificao e atendimento das crianas e adolescentes
retirados da situao de trabalho. Conselheiros tutelares, agentes de sade,
professores e outros profissionais devem estar envolvidos e qualificados para
atuar nas estratgias integradas e de enfrentamento s situaes de trabalho
infantil que permanecem invisveis.
As Aes Estratgicas sero executadas de forma descentralizada, respeitadas
as atribuies de cada ente federado, por meio da conjugao de esforos entre
Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, com a participao da sociedade civil e o acompanhamento dos rgos de controle.
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4.
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Perguntas e Respostas:
Critrios de
elegibilidade
Incidncia
sobre o total
de trabalho
infantil no
Pas.
Cofinanciamento
64,09%
2014
14,55%
a partir de 2015**
78,64%
Acima de 400
de Trabalho
Infantil.
1.032
Crescimento
de 200 casos
entre o Censo
2000 e 2010
IBGE.
Entre 250 e
399 casos
de Trabalho
Infantil.
881
Taxa de 25%
de Trabalho
Infantil no
municpio*
1.913
5.
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Informao e mobilizao nos territrios a partir das incidncias de trabalho infantil, visando propiciar o desenvolvimento
de aes de preveno e erradicao;
Identificao de crianas e adolescentes em situao de trabalho infantil;
Proteo social para crianas e adolescentes em situao de
trabalho infantil e suas famlias;
Apoio e acompanhamento das aes de defesa e responsabilizao;
Monitoramento das aes do PETI.
6.
Este eixo das aes estratgicas busca a sensibilizao e a mobilizao dos diversos atores e segmentos sociais envolvidos na erradicao do trabalho infantil, como agentes pblicos, movimentos sociais, centrais sindicais, federaes,
associaes e cooperativas de trabalhadores e empregadores para participarem
da elaborao e execuo das aes estratgicas de erradicao do trabalho
infantil. Considera-se fundamental:
Mobilizao e sensibilizao dos profissionais da rede socioassisntecial, fortalecendo o combate ao trabalho infantil na agenda pblica;
A realizao de campanhas voltadas para difundir os danos ao desenvolvimento de crianas e adolescente sujeitos ao trabalho infantil, considerando as
principais ocupaes identificadas no territrio;
O apoio e o acompanhamento da realizao de audincias pblicas para
firmar compromissos com a finalidade de erradicar o trabalho infantil nos
territrios.
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Perguntas e Respostas:
Sugestes:
Formao de um Grupo de Trabalho Intersetorial visando
elaborao de uma Agenda Intersetorial;
Realizao de Audincia Pblica para firmar compromissos e
planejar as Agendas Intersetoriais;
Realizao de oficinas e seminrios em escolas, nas unidades
bsicas de sade, pontos de cultura, sindicatos, organizaes
no governamentais, entre outros espaos;
Capacitao das Equipes do SUAS e das equipes de outras
polticas intersetoriais;
Elaborao de cartazes, folders, cartilhas, cadernos e Notas
Tcnicas.
7.
Sugestes:
17
8.
dessas situaes, como professores, agentes de sade, conselheiros tutelares e lideranas comunitrias, entre outros;
Promover e multiplicar a orientao da utilizao do Cadastro nico
na poltica de preveno e enfrentamento do Trabalho Infantil;
Sugestes:
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Perguntas e Respostas:
9.
Sugestes:
19
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Perguntas e Respostas:
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Mesmo com uma significativa reduo de trabalho infantil nos setores formais
do comrcio, da indstria ou da produo agrcola, preciso considerar as
formas menos visveis nos diagnsticos territoriais e nas estratgias de busca
ativa, pois elas so predominantes na atualidade em muitos dos territrios
Muitas destas formas ficam encobertas diante das crenas do senso comum,
que apontam o trabalho como elemento dignificador, disciplinador, como
mecanismo de preveno de delinquncia ou, ainda, como atividade determinante para o desenvolvimento do senso de responsabilidade e cidadania. Essas
ideias podem dificultar o reconhecimento de algumas situaes como sendo
trabalho infantil.
Algumas ideias comuns, muito presentes no dia a dia das pessoas, podem auxiliar a perceber os contedos que revelam elementos favorveis ao trabalho de
crianas e adolescentes, como: melhor est trabalhando que vagabundando,
ele s est ajudando a famlia, o trabalho o pai do xito, o trabalho d o
que a sorte nega, cabea vazia, oficina do diabo, entre outros.
Este pensamento dominante, bastante difundido nas relaes sociais e familiares no Brasil, desconsidera o fato de que o trabalho infantil comprovadamente
compromete o rendimento escolar, provoca agravos sade e interfere no
desenvolvimento fsico e psicolgico deste sujeito que se encontra em especial
condio de formao.
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Perguntas e Respostas:
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Perguntas e Respostas:
um esforo de Vigilncia Socioassistencial7 de diagnstico territorial, de sensibilizao, mobilizao, capacitao sobre o tema, construo de estratgias
coletivas por vezes especficas em decorrncia da forma como o trabalho
infantil se apresenta em uma determinada localidade.
A identificao se dar principalmente por meio da busca ativa, que contar
com equipes tcnicas das unidades pblicas da Assistncia Social, como o
Servio Especializado em Abordagem Social ofertado nos Centros de Referncia
Especializados de Assistncia Social (CREAS), Equipes Volantes dos Centros de
Referncia de Assistncia Social (CRAS) ou equipes adicionais formadas para
esta finalidade. No entanto, essa busca deve contar tambm com o envolvimento dos demais agentes pblicos e da sociedade civil, envolvendo conselheiros tutelares, agentes de sade, professores, sindicatos, entre outros.
importante que a busca ativa do trabalho infantil seja realizada com uma
metodologia prpria, que deve levar em conta as caractersticas do territrio.
Dessa forma, importante lembrar que comunidades tradicionais, zonas onde
predomina a agricultura familiar ou lares onde h trabalho infantil domstico
demandam uma abordagem especfica. O trabalho infantil tambm pode estar
relacionado a fatores culturais, que devem ser levados em conta e observados,
para que seja possvel superar a situao.
Uma vez identificada a ocorrncia do trabalho infantil, o gestor local deve
proceder ao registro da famlia e da criana e/ou adolescente no Cadastro
nico, marcando os campos especficos de trabalho infantil.
7 A Vigilncia Socioassistencial tem papel fundamental na elaborao e monitoramento das Aes Estratgicas, pois se destina a analisar territorialmente a
capacidade protetiva das famlias e nela a ocorrncia de vulnerabilidades, de
ameaas, de vitimizaes e danos. Portanto, a Vigilncia Socioassistencial deve
orientar o planejamento das Aes Estratgicas, identificando as principais ocupaes, territrios de maior incidncia e causas implicadas no trabalho infantil; e
deve tambm acompanhar o impacto dessas aes.
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Perguntas e Respostas:
atende a todas as faixas etrias, destacando, as crianas e adolescentes retirados do trabalho infantil como pblico prioritrio para o atendimento. Seu
foco a oferta de atividades de convivncia e de socializao nos territrios
e contextos de vulnerabilidade social, por meio das quais sejam promovidas
trocas culturais e de vivncia, inclusive em momentos intergeracionais, com
o intuito de fortalecer vnculos e de prevenir situaes de violao de direitos, bem como desenvolver aes protetivas, estimulando a participao da
criana e do adolescente.
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Socioassistenciais (Resoluo CNAS n 109/2009) para a participao no servio, bem como a de resguardar o municpio quando da prestao de contas
aos rgos de controle.
No necessrio encaminhar ao MDS a frequncia diria das crianas e adolescentes do PETI nas atividades do SCFV. Desde abril de 2014, a participao dos usurios do SCFV deve ser informada no Sistema de Informaes do
SCFV (SISC) a cada trs meses, haja vista a sua incidncia sobre o clculo do
cofinanciamento federal para o SCFV. Cada unidade executora do servio
responsvel por acompanhar e controlar, por meios efetivos, a participao
dos usurios, tendo em vista a necessidade de confirmar esta informao no
SISC. Isso significa que o gestor municipal deve informar a continuidade ou
a interrupo da participao dos usurios no SCFV. No caso da ltima,
necessrio apresentar justificativa e providncias.
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Perguntas e Respostas:
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Perguntas e Respostas:
(R$)
Pequeno I
3.600,00
Pequeno II
4.200,00
Mdio
6.000,00
Grande
8.300,00
Metrpole
17.000,00
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Capacitao, sendo vedado o gasto com pagamento de passagens e dirias de servidores pblicos;
Deslocamento da equipe para atendimento de famlias. permitido o pagamento das despesas com combustvel e a locao
de veculos, conforme as regras estabelecidas na Lei 8666/93;
Transporte de usurio para participao em alguma ao do
servio cofinanciado. No caso de pagamento de despesas com
combustveis devero ser observados e registrados os dados
referentes a quilometragem a ser percorrida, tipo de servio a
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Perguntas e Respostas:
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Perguntas e Respostas: