Manual Olarias
Manual Olarias
Manual Olarias
Preveno de Acidentes e
Doenas do Trabalho nas
Olarias e Cermicas Vermelhas
de Piracicaba e Regio
2012
G633mp
R ES T
CE
Manual de
Preveno de Acidentes e
Doenas do Trabalho nas
Olarias e Cermicas Vermelhas
de Piracicaba e Regio
Piracicaba - SP
2012
Apoio e Realizao
Ministrio
da Sade
Gerncia Regional do Ministrio do
Trabalho e Emprego em Piracicaba
Prefeitura Municipal
de Piracicaba
R ES T
CE
Centro de Referncia
em Sade do Trabalhador
Dr. Alexandre Alves - Piracicaba
O N T R. E
AC
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DE
BA
DO
ST
SINTICOMPI
PI RA C I C A
RA B S. N A
B.
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S.
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ICA
Patrocinadores da 1 impresso:
Olaria A.L. Christofoletti
Tel.: (19) 3434-4200
Rodovia Luiz Dias Gonzaga Km
02, n 2700- Pau Queimado
Piracicaba SP
Olaria do Aranha
Tel.: (19) 3483-7738/ 96856142
Rodovia So Pedro Charqueada
Km 109 So Pedro
Olaria Canale
Tel.: (19) 3433-2008/ 9768-6324
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s/n - Pau Queimado- Piracicaba-SP
Olaria Cassiel
Tel (19) 34189131/97825175
Sitio So Benedito- CampestrePiracicaba SP
Olaria da Reta
Tel.: (19)3425-1088/ 9204-1404
Rodovia Piracicaba/Charqueada
Km 175 entrada Bairro Santana
Piracicaba- SP
Olaria Schiavolin
Tel (19) 34261061/92198951
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4209-Campestre- Piracicaba SP
Olaria Sebastio Rosada
Tel (19) 34265297
Av. Laranjal Paulista, s/nCampestre- Piracicaba SP
Olaria Ulisses Gustinelli
Tel: (19) 34261761/96561216
Av. Laranjal Paulista,
1865-Campestre- Piracicaba SP
Olaria Verde
Tel : (19) 34861829
Sitio Bela Vista, s/n Charqueada- SP
Olaria Wilson Gustinelli
Tel (19) 34110356/81142109
Av. Laranjal Paulista,
730-Campestre- Piracicaba SP
Cermica Pessoti
Tel.: (19) 3483-8400
Rodovia SP-191 Km 106+200m
Bairro da Grama- So Pedro - SP
Cermica Brioshi
Tel : (19) 34264131/97816717
Rodovia Cornlio Pires (SP 127),
Km 42,5- Campestre- Piracicaba SP
Cermica e Olaria Campestre
(Melegan)
Tel (19) 34262613/97810481
Av. Laranjal Paulista,
4901-Campestre- Piracicaba SP
Cermica Furlan
Tel (19) 34391126/30354352
Sitio Mato Alto- Saltinho SP
Cermica Paineiras
Tel : (19) 34 391611
Rodovia Cornlio Pires, Km53Barrerinho- Saltinho -SP
Cermica Rosada
Tel (19) 34111426
Av. Laranjal Paulista,
4853-Campestre- Piracicaba SP
Cermica Verde
Tel : (19) 34861311
Sitio Bela Vista, s/n Charqueada- SP
Cermaica Zampaulo
Tel: (19) 82491047/97879538
Rod. Laranjal Paulista/ Piracicaba Km 12 Piracicaba -SP
Agradecimentos
Ao Sr. Milton Costa, Sr. Edson B. dos Santos, Sr. Ezequiel
G. de Barros, representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indstrias da Construo e do Mobilirio de
Piracicaba.
Sr. Antenor de J. Varolla, gerente da Gerncia Regional
do Ministrio do Trabalho e Emprego em Piracicaba.
Sra. ngela Mrcia Fossa e Sra. Tereza Horibe, docentes
de Enfermagem da Faculdade de Cincias da Sade da
Universidade Metodista de Piracicaba.
Sra. Jacqueline Libardi e Sra. Nancy Gomez, discentes
do Curso de Enfermagem da Universidade Metodista de
Piracicaba.
Sr. Rodolfo A. G. Vilela, docente da Faculdade de Sade
Pblica da Universidade de So Paulo.
Sra. Clarice Ap. Bragantini, gerente do CEREST Piracicaba.
A equipe do CEREST Piracicaba.
Aos empresrios e trabalhadores das Olarias e Cermicas
Vermelhas que contriburam com as informaes necessrias para elaborao deste manual.
ndice
Introduo - 13
O que olaria e cermica vermelha? - 16
Qual a importncia das olarias e cermicas vermelhas? - 17
Rotina de Trabalho - 18
rea Fsica - 20
Nomenclatura das Funes - 22
Processo de Produo - 24
Fluxograma de Produo - 24
Problemas de Sade - 28
Moradia - 32
Trabalho Infantil e de Adolescentes - 33
Condies de Trabalho - 34
Ambiente de Trabalho - 36
Equipamentos de Proteo Coletiva - 51
Equipamentos de Segurana Individual - 52
Normas Regulamentadoras - 53
Leis e Obrigatoriedades - 54
Promoo da Sade - 56
Paternalismo - 58
Consideraes Finais - 59
Para Saber Mais - 60
Anexo I - Legislao em Sade e Segurana - 62
Anexo II - Legislao Trabalhista - 71
Anexo III - Legislao Ambiental - 78
Telefones teis - 79
Introduo
Este Manual foi desenvolvido com o objetivo de alertar e orientar
os empresrios, trabalhadores e demais entidades representativas envolvidas no processo de produo e distribuio de tijolos, sobre os riscos
ocupacionais e as formas de preveno de acidentes e doenas relacionadas ao trabalho nos setores de olarias e cermicas vermelhas.
importante ressaltar, que neste Manual, estamos nos reportando apenas s olarias e cermicas vermelhas que produzem exclusivamente tijolos.
Figura 1
13
A maioria das fbricas que compem os setores de olarias e cermicas vermelhas, tm como caractersticas a precariedade nas condies de trabalho e pouco conhecimento sobre cultura de segurana do
trabalho. Essas situaes podem estar relacionadas s caractersticas das
empresas serem predominantemente familiares, de pequeno porte, tecnologias rudimentares e localizadas na Zona Rural. Por isso, o setor tem
sido alvo de aes interinstitucionais na cidade de Piracicaba e Regio,
com a finalidade de promover a sade e a segurana do trabalho neste
ramo produtivo.
Figura 2
Dentre as irregularidades nas olarias ou cermicas vermelhas,
comum encontrar crianas nas reas de produo
14
O CEREST Piracicaba em conjunto com o Sindicato dos Trabalhadores da Indstria da Construo Civil de Piracicaba, Gerncia Regional do
Trabalho em Piracicaba, INSS Regional de Piracicaba, Conselho Tutelar de
Piracicaba e outros, tem realizado desde 2008, vrios fruns com o objetivo de trazer os empresrios das olarias e cermicas vermelhas para discusses sobre o trabalho realizado, os problemas de sade e segurana
do trabalho encontrados e formas de super-los.
Figura 3
Outra situao complicada nas olarias e cermicas vermelhas, so as
estruturas das edificaes (casas dos trabalhadores) sem a mnima
infraestrutura e em condies precrias de higiene
15
Figura 4
Modelo de Olaria e Cermica Vermelha
Os vestgios mais antigos de fabricao de tijolos foram encontrados em Jeric e datam de 7.000 e 6.395 antes de Cristo. Por volta do ano
de 1200 a.C., a fabricao de tijolos generalizou-se na Europa e na sia.
Com a Revoluo Industrial na segunda metade do sculo XVIII,
comeou a produo de tijolos em larga escala. As pequenas olarias diminuram drasticamente e surgiram as grandes fbricas, com fornos enormes e a produo de tijolos tornou-se mais rpida.
16
Figura 5
Tipo de tijolos
O setor de olarias e cermicas vermelhas h muito tempo marginalizado pela sociedade, pois muitos trabalhadores ainda so expostos a
condies subhumanas. Por isso devemos buscar medidas para minimizar o sofrimento dos que trabalham arduamente nessa atividade.
Existem vrias maneiras para contribuir, seja na denncia de explorao de trabalho infantil e de adolescentes, como tambm na participao junto aos rgos pblicos e privados no desenvolvimento de
melhorias nas condies de trabalho para o setor.
17
Rotina de trabalho
Em geral, em cada olaria e cermica vermelha da regio de Piracicaba trabalham em mdia 20 empregados, cuja predominncia do sexo
masculino.
Para o transporte, manuseio e retirada dos tijolos dos fornos at
o ptio e deste para o caminho, normalmente so utilizados carrinhos
manuais conhecidos como gambetas ou carriolas.
18
Rotina de trabalho
Gradativamente novas tecnologias esto sendo introduzidas nas
olarias e cermicas vermelhas. Essas automaes aceleram a produo e
minimizam a exposio dos trabalhadores aos riscos e agentes nocivos a
sade e a segurana. Por exemplo, vagonetes (figs. 10, 11 e 12) e empilhadeiras (fig. 13) so utilizadas para o transporte mecanizado dos tijolos e no exigem que os trabalhadores adentre aos fornos. Os vagonetes
comportam aproximadamente 80 mil tijolos, estes deslizam sobre trilhos
para dentro dos fornos e evitam o esforo fsico dos trabalhadores.
Entretanto, se por um lado essas inovaes melhoram alguns aspectos, por outro, expe os trabalhadores a novos riscos relacionados ao
ritmo mais acelerado, como estresse e leses por esforos repetitivos.
rea Fsica
Barreiro
Ptio
Figura 15
Local onde armazenada a argila
20
rea Fsica
Galpo
Escritrio
Forneiro
Figura 20
Dispe os tijolos nos fornos para queima, alm de efetuar a limpeza do interior do forno
22
Carregador
23
Processo de Produo
O processo inicia-se com a extrao da argila que depois transportada por trator ou p carregadeira para um caminho basculante e
estocada no ptio da olaria. Posteriormente despejada num recipiente
de madeira ou ferro, estilo afunilado, com abertura no fundo chamado
caixo (figs. 26 e 27), para que seja conduzida por uma esteira transportadora at o misturador.
Tipos de caixes
Misturador
24
Maromba
Processo de Produo
H duas formas para a secagem cura dos tijolos:
O tijolo do tipo baiano armazenado em estufas que possuem
exaustores que sugam o calor emitido pelos fornos. A vantagem desse
processo a acelerao no tempo de secagem, que de aproximadamente 48 horas.
O tijolo do tipo tijolinho no possvel utilizar o calor artificial,
pois racha na superfcie e no seca adequadamente. A maneira atualmente utilizada atravs do calor natural, onde o tijolinho permanece secando por at 30 dias seguidos.
Aps a secagem os tijolos so queimados em fornos do tipo abboda (Fig.30) ou castelinho (Fig.31). Estes so abastecidos por madeira ou
p de serra, numa temperatura mdia de at 1.000 graus centgrados onde
os tijolos queimam por at 03 dias ininterruptos. Aps o resfriamento os
tijolos prontos so carregados at o caminho e entregues ao cliente.
25
Fluxograma de Produo
26
27
Problemas de Sade
Os trabalhadores de olarias e cermicas vermelhas podem enfrentar diversos problemas de sade, tais como:
Deformidades nos dedos das mos pelo carregamento manual de
tijolos;
Varizes devido ao tempo prolongado de permanncia na posio
de p e pelo excesso de peso carregado;
Problemas respiratrios causados pela inalao e exposio direta
fumaa emitida no processo de queima; tambm pela inalao de poeira de argila durante o transporte e do mesmo para o misturador, bem
como no manuseio dos tijolos acabados;
Irritao nos olhos causados pela exposio direta fumaa;
Problemas de coluna (lombalgias, escolioses, sifoses, lordoses e
outras) devido ao carregamento manual de tijolos e madeiras;
Desconforto fsico, fadiga muscular, cimbras, exausto e desidratao por exposio direta ao calor emitido pelos fornos;
Perda auditiva em funo da exposio ao rudo emitido pelos maquinrios acima do limite de tolerncia;
Dermatoses por contato direto com os diversos materiais manuseados ( madeira, p de serra etc);
Problemas de pele por exposio prolongada ao sol.
Leso por esforo repetitivo/ distrbios osteomusculares relacionados ao trabalho LER/DORT.
28
Problemas de Sade
Problemas de Coluna
So patologias da coluna vertebral que se caracterizam por dores
na coluna lombar, cervical ou dorsal. A dor pode ser bem localizada em
uma pequena rea, ou se irradiar por uma grande rea da coluna.
Causas
Esto associadas ao levantamento excessivo de peso, obesidade,
tenso nervosa, trauma (queda), uso contnuo de fora por um perodo
de tempo prolongado, principalmente se realizado de forma inadequada.
Preveno e Tratamento
Implementar melhorias no ambiente de trabalho, por meio de
transportes mecanizados para movimentao de cargas, evitar o carregamento excessivo de peso.
Afastar as causas que provocaram a leso. Procurar um mdico ortopedista que poder prescrever medicamentos para aliviar a dor e tratamento adequado.
rea da coluna lombar com alteraes( lombalgias) que podem causar dores
29
Problemas de Sade
LER/DORT- Leso por Esforo Repetitivo/Distrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.
LER/DORT so agravos sade decorrentes das relaes e da organizao do trabalho. Est associada s atividades realizadas com a
exigncia de movimentos repetitivos, posturas inadequadas por tempo
prolongado, trabalho muscular esttico, contedo pobre das tarefas e
monotonia.
Embora a LER/DORT seja considerada uma enfermidade recente,
em 1700, o mdico italiano Bernardino Ramazzini, considerado o Pai da
Medicina do Trabalho j a diagnosticara, destacando as principais razes
para o sofrimento dos escribas, escreventes e notrios: movimento contnuo das mos, ateno mental (stress e presso) para no cometer erros
no trabalho.
Essas doenas podem estar associadas falta de controle sobre a
execuo das tarefas, ritmo intenso de trabalho, presso por produo,
relaes conflituosas com as chefias e competitividade exagerada estimulada pelo capitalismo.
Figura 33
Partes do corpo humano que
podem ser afetadas por LER/DORT
30
Problemas de Sade
Sintomas da LER/DORT:
Dor na estrutura msculo esqueltica mais exigida para a atividade, sensao de formigamento, dormncia e fadiga muscular.
Tratamento da LER/DORT:
Afastamento do trabalho, fisioterapia, acupuntura, analgsicos e/ou
antiinflamatrios na fase aguda, terapia ocupacional e grupos de qualidade
de vida.
Questes Previdencirias:
Caso seja diagnosticada a LER/DORT, fazer abertura da CAT (comunicao de acidente do trabalho) junto ao INSS.
31
Moradia
Normalmente, os trabalhadores de olarias e cermicas vermelhas
moram com suas famlias em casas que so emprestadas pelos patres. As
residncias so instaladas circunvizinhas das olarias que geralmente so
localizadas na Zona Rural. A permanncia das famlias nas casas, est diretamente ligada ao vnculo empregatcio dos trabalhadores com as olarias
(cermicas vermelhas).
Algumas dessas casas encontram-se em pssimas condies (fig.
36). Essa situao agravada pela ausncia de contratos, que em geral
so verbais, alm de patres e empregados no se disporem em reformar
as casas, alegando a instabilidade no tempo de permanncia nas mesmas.
A falta de vaga em creches, somada distncia dessas das olarias,
faz com que as mes deixem suas crianas em casa ou as levem consigo
para o trabalho. Com isso, comum encontr-las circulando dentro das
reas de produo de tijolos (fig. 35), que considerado um local imprprio e perigoso para o seu desenvolvimento.
Figura 35
Crianas brincando
no ptio da rea de produo
32
Figura 36
Casa de olaria sem as mnimas
condies de habitao
IMPORTANTE
Se voc encontrar crianas ou
adolescentes menores 18 anos de
idade trabalhando irregularmente,
denuncie para o Conselho Tutelar
e Ministrio do Trabalho.
Figura 37
33
Condies de trabalho
Acidentes de Trabalho
Entre os principais determinantes para a ocorrncia de acidentes
de trabalho nas olarias e cermicas vermelhas esto:
Esses acidentes de trabalho podem deixar vrias sequelas nos trabalhadores, dentre elas:
34
Condies de trabalho
Movimentao e Transporte de Materiais
Geralmente, os tratores e ps carregadeiras so grandes responsveis por acidentes com bitos nas olarias e cermicas vermelhas. No ano
de 2008, na cidade de Piracicaba e regio ocorreram 2 bitos em menos
de um ms com operadores de tratores.
Ordem e Limpeza
Restos de materiais como cacos de tijolos, peas de mquinas,
equipamentos e pedaos de madeira espalhados na rea de produo
tornam-se um agravante para a ocorrncia de acidentes de trabalho nas
olarias e cermicas vermelhas.
Higiene
Alm dos riscos dentro do ambiente de trabalho, a falta de higiene
nas instalaes sanitrias e ausncia de refeitrios podem provocar doenas nos trabalhadores de olarias e cermicas vermelhas.
35
Ambiente de Trabalho
A partir da figura n 39 at a figura n 98 so demonstradas algumas situaes perigosas e precrias de trabalho (incorreto) e quais as alternativas (adequado) que os empresrios das olarias e cermicas vermelhas devem adotar para sanar tais problemas.
Incorreto
Adequado
Ambiente de Trabalho
Incorreto
Adequado
37
Ambiente de Trabalho
Incorreto
Figura 48
Adequado
38
Ambiente de Trabalho
Incorreto
Adequado
39
Ambiente de Trabalho
Incorreto
Adequado
40
Ambiente de Trabalho
Incorreto
Adequado
41
Ambiente de Trabalho
Incorreto
Adequado
42
Ambiente de Trabalho
Incorreto
Adequado
43
Ambiente de Trabalho
Incorreto
Adequado
44
Ambiente de Trabalho
Incorreto
Adequado
45
Ambiente de Trabalho
Incorreto
Adequado
Devem ser realizadas inspees peridicas nas estruturas nos galpes e fornos
das olarias e cermicas vermelhas de modo a evitar o risco de acidentes
46
Ambiente de Trabalho
Incorreto
Adequado
47
Ambiente de Trabalho
Incorreto
Adequado
48
Ambiente de Trabalho
Incorreto
Adequado
49
Ambiente de Trabalho
Incorreto
Adequado
50
Exaustor
Guarda-corpo
51
52
Avental Aluminizado
para os trabalhadores
que trabalham no
processo de queima
Mscara para os
trabalhadores que
trabalham no processo
de queima e retirada dos
ttijolos dos fornos
Calado de segurana
para todos os
trabalhadores
Normas regulamentadoras
De acordo com a Portaria N 3.214/1978 das Normas Regulamentadoras - NRs existentes, algumas devem ser seguidas, entre elas:
NR1 - Disposies Gerais;
NR2 - Inspeo Prvia;
NR3 - Embargo ou Interdio;
NR4 - Servios Especializados Em Engenharia de Segurana e em Medicina do trabalho SESMT;
NR5 - Comisso Interna de Preveno de Acidentes CIPA;
NR6 - Equipamento de Proteo Individual EPI;
NR7 - Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional - PCMSO;
NR8 - Edificaes;
NR9 - Programa de Preveno de Riscos Ambientais PPRA;
NR10 - Instalaes e Servios em Eletricidade;
NR11 - Transporte, Movimentao, Armazenagem e Manuseio de Materiais;
NR12 - Mquinas e Equipamentos;
NR13 - Caldeiras e Vasos de Presso;
NR14 - Fornos;
NR15 - Atividades e Operaes Insalubres;
NR17 - Ergonomia;
NR18 - Condies e Meio Ambiente do Trabalho na Indstria da Construo;
NR21 - Trabalho a Cu Aberto;
NR23 - Proteo Contra Incndios;
NR24 - Condies Sanitrias e de Conforto nos Locais de Trabalho;
NR25 - Resduos Industriais;
NR26 - Sinalizao de Segurana;
NR28 - Fiscalizao e Penalidade;
53
Leis e Obrigatoriedades
Da Lei Estadual n 9505 do Estado de Paulo (1997)
Disciplina as reas e os servios de Sade dos trabalhadores
no Sistema de Sade- SUS:
Art. 6 - dever da autoridade competente do SUS indicar, e obrigao do empregador adotar, todas as medidas necessrias para a plena
correo de irregularidades nos ambientes de trabalho, observados os seguintes nveis de prioridades:
I Eliminao das fontes de risco na sua origem;
II Medidas de controle diretamente na fonte;
III Medidas de controle no ambiente de trabalho;
IV Diminuio do tempo de exposio ao risco, atravs da reduo da jornada.
Da Constituio Federal (1988):
Captulo II - Dos Direitos Sociais:
Art. 7 - So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de
outros que visem a melhoria de sua condio social:
XXII Reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sade, higiene e segurana;
XXVIII seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenizao a que este est obrigado, quando incorrer
em dolo ou culpa.
54
Leis e Obrigatoriedades
Do Regulamento da Previdncia Social Decreto n 3.048/99:
Art. 342 - O pagamento pela Previdncia Social, das prestaes
decorrentes do acidente.
Art.336 - (mortes/acidentes) no exclui a responsabilidade civil da
empresa ou de terceiros. Isto , age com culpa grave a empresa contratante
e a contratada que no observam sequer o mnimo exigvel em atividades
sabidamente perigosas, no que tange segurana dos seus empregados,
ensejando, assim, a reprimenda indenizatria de carter solidrio.
A Previdncia abrir aes regressivas contra os responsveis e a responsabilidade penal das pessoas jurdicas que deixarem de observ-las.
Do Cdigo Civil Brasileiro (2003):
Art. 927 - Aquele que, por ato ilcito (art. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repar-lo.
Pargrafo nico Haver obrigao de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem.
55
Promoo da Sade
Promoo da Sade o processo de capacitao das pessoas
para identificar os determinantes do processo sade-doena, participar
de maneira transformadora de sua realidade, assegurar os direitos humanos e formar capital-social.
Promover sade implica em capacitar a comunidade para atuar na
melhoria da sua qualidade de vida e sade e participar do controle desse
processo. Para isso, a informao torna-se um importante recurso e relaciona-se com a construo da cidadania.
A responsabilidade na promoo da sade envolve aes coordenadas dos diversos setores de governo, dos setores sociais e econmicos,
das Organizaes No Governamentais (ONG) e voluntrias, indstria e
mdia.
Para sua realizao destacam-se cinco reas prioritrias de ao,
concretizadas da seguinte forma no setor das Olarias:
1- Elaborao e implementao de polticas pblicas saudveis:
- Elaborao de acordos coletivos entre poder pblico e empresas
do ramo;
- Intervenes para atender ao ECA no que se refere ao trabalho
infantil;
- Apoio das fundaes de pesquisas na rea de sade do trabalhador das olarias.
56
Promoo da Sade
2 - Criao de ambientes favorveis sade
- Melhorar a organizao do trabalho nos setores, a partir das reflexes e propostas dos trabalhadores levantadas em oficinas.
3 Reforo da ao comunitria
- Criao de fruns que promovam discusses sobre o trabalho
realizado nas olarias, os problemas de sade e segurana encontrados,
formas de super-los e articulao com diferentes setores da sociedade.
4 Desenvolvimento de habilidades pessoais
- Aumentar conhecimento sobre os direitos e formas de tornar o
trabalho saudvel;
- elaborar e distribuir material educativo que promova reflexo e
tomada de deciso.
5 Re-orientao dos sistemas e servios de sade
- Busca ativa no territrio, pelas unidades de sade, para identificar
as olarias e cermicas vermelhas, conhecer a organizao de trabalho e
relacionar com problemas de sade enfrentados por esta comunidade;
- Promover grupos de reflexo e busca de soluo para os problemas do setor;
- Realizar educao permanente com os profissionais das unidades
para atuar com problemas especficos de sade.
57
Paternalismo
O Paternalismo um sistema de relaes sociais e trabalhistas, fundamentadas na relao afetiva entre o empregador e empregado, unidos
por um conjunto de valores polticos, filosficos e culturais.
O paternalismo uma forma de autoritarismo, na qual uma pessoa
exerce o poder sobre outra combinando decises arbitrrias e inquestionveis, com elementos sentimentais e doaes voluntrias, o que no
permite ser questionada a qualidade do favor. Um exemplo, o emprstimo (gratuito) de casas por partes dos proprietrios para famlias
que aceitem trabalhar nas olarias, porm a permanncia das famlias nas
residncias s dura enquanto tiver algum dos moradores trabalhando na
empresa.
Essa relao paternalista de trabalho comum no setor de olarias e
cermicas vermelhas. O vnculo afetivo entre o empregador com o empregado, se intensifica, porque, em geral o proprietrio tambm trabalha na
produo dos tijolos.
Em detrimento dessa relao, alguns empresrios de olarias e cermicas vermelhas deixam de formalizar suas empresas, contrariando a legislao, o que dificulta a negociao entre Governo, Sindicato e Empresa.
58
Consideraes Finais
Conforme a sociedade evolui, a presso para o aprimoramento das
leis aumenta em volume e intensidade. Um povo bem esclarecido desenvolve uma viso sistmica, exigindo uma legislao que atenda s expectativas da maioria e o privilgio de classes tende a diminuir.
Esperamos que este Manual possa efetivamente contribuir para
a preveno de acidentes e doenas ocupacionais nos setores de olarias
e cermicas vermelhas. Como tambm, propiciar meios para discusses
mais abrangentes no que se refere s melhorias da qualidade de vida de
todos os envolvidos neste processo.
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
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