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Cooperativismo Primeiras Licoes F02

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Cooperativismo

Primeiras Lies
4a Edio

Braslia 2013

Direitos autorais reservados.

Nenhuma parte desta obra poder ser reproduzida sem prvia autorizao
do Servio Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo Sescoop.
Termo de autorizao entre o Servio Nacional de Aprendizagem do
Cooperativismo Sescoop Unidade Nacional e o Ministrio da Agricultura,
Pecuria e Abastecimento Mapa (Processo administrativo n 050/2013)
Do original: Cooperativismo: filosofia de vida para um mundo melhor,
2001, revisado e atualizado.
Tiragem: 10.000 exemplares
Ano 2013

Servio Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo Sescoop


SAUS Setor de Autarquias Sul Quadra 04 Bloco I
Braslia-DF CEP: 70070-936

CIP Catalogao Internacional na Fonte


Biblioteca Nacional do Cooperativismo
G284c

Gawlak, Albino
Cooperativismo: primeiras lies / [Albino Gawlak,
Fabiane Allage y Ratzke]. 4. ed. rev. e atual. Braslia:
Sescoop, 2013. 112p.: il. color.
Edio revisada e atualizada do original:
Cooperativismo: filosofia de vida para um mundo melhor.
1. Cooperativismo. 2.Cooperativismo, educao. I.
Allage y Ratzke, Fabiane. II. Ttulo.
CDU 334.1

Organizao das Cooperativas


Brasileiras (OCB)
Conselho Nacional

Conselho Fiscal

Presidente
Mrcio Lopes de Freitas

Titulares
Agostinho dos Santos
Geci Pungan
Jos Merched Chaar

Conselho Diretor
Diretores Vice-presidentes
Marcos Antnio Zordan
Onofre Cezrio de Souza Filho
Roberto Coelho da Silva
Ronaldo Ernesto Scucato
Silvio Silvestre de Carvalho

Suplentes
Jorge Meneses
Jos Pinto de Alencar
Marco Aurlio Cabral Duarte

Diretores Conselheiros
Celso Ramos Rgis
Esthrio Sebastio Colnago
Orlando Colavolpe
Salatiel Rodrigues de Souza
Verglio Frederico Perius

Titulares
Amrico Utumi
Jadir Giroto
Valdir Bernardo Feller

Suplentes
Representante da
Regio Centro-Oeste
Antnio Chavaglia
Representante da Regio Nordeste
Jos Milton de Almeida
Representante da Regio Norte
Eliseu Cardoso Viana
Representante da Regio Sudeste
Wagner Guerra da Fonseca
Representante da Regio Sul
Joo Paulo Koslovski

Conselho de tica

Suplentes
Agamenon Leite Coutinho
Carlos Fabiano Braga

Superintendncia
Renato Nobile

Servio Nacional de Aprendizagem


do Cooperativismo (Sescoop)
Conselho Nacional

Conselho Fiscal

Conselheiros indicados pelos ministrios

Ministrio da Agricultura, Pecuria


e Abastecimento
Erikson Camargo Chandoha Titular
Mrcio Cndido Alves Suplente

Presidente
Mrcio Lopes de Freitas

Ministrio da Agricultura, Pecuria


e Abastecimento
Jos Gerardo Fontelles Titular
Daniel Amin Ferraz Suplente
Ministrio da Fazenda
Gilson Alceu Bittencourt Titular
Lucas Vieira Matias Suplente
Ministrio da Previdncia Social
Rose Mary Oliveira Titular
Acio Pereira Jnior Suplente
Ministrio do Planejamento,
Oramento e Gesto
Joo Batista Ferri de Oliveira Titular
Deuseles Rosa da Silva Suplente
Ministrio do Trabalho e Emprego
Ismael Silva Lisboa Titular
Alex Sandro Gonalves Pereira Suplente
Conselheiros indicados pela OCB
Regio Centro-Oeste
Roberto Marazi Titular
Remy Gorga Neto Suplente
Regio Norte e Nordeste
Ruiter Luiz Andrade Pdua Titular
Agamenon Leite Coutinho Suplente
Regio Sudeste
Edivaldo Del Grande Titular
Wagner Guerra da Fonseca Suplente
Regio Sul
Guntolf Van Kaick Titular
Geci Pungan Suplente
Conselheiros representantes dos
empregados de cooperativas
Raimundo Srgio Campos Titular
Antonino Falchetti Suplente

Conselheiros indicados pelos ministrios

Ministrio da Fazenda
Vilmar Amaral de Oliveira Titular
Luiz Fernando Alves Suplente
Ministrio da Previdncia Social
Joseilton Gonalves dos Santos Titular
Dnio Aparecido Ramos Suplente
Conselheiros indicados pela OCB
Malaquias Ancelmo de Oliveira Titular
Valria Mendes da Silva Titular
Carlos Fabiano Braga Suplente
Llian Busche Almeida Suplente
Conselheiros representantes dos
empregados de cooperativas
Ana Cristina Maia Penido Titular
Francisca Rgia Dias de Morais Suplente

Diretoria Executiva
Presidente
Mrcio Lopes de Freitas

Superintendente
Lus Tadeu Prudente Santos

Sumrio
Apresentao ........................................................................................ 7
Educar para Cooperar ........................................................................... 9
Educao Formal .................................................................................11
Cooperao ......................................................................................... 13
Nascimento de uma Grande Idia ....................................................... 17
Cooperativismo................................................................................. 21
Princpios do Cooperativismo ......................................................... 22
Smbolo do Cooperativismo Brasileiro ............................................ 27
Bandeira do Cooperativismo Mundial.............................................. 28
Dia do Cooperativismo .................................................................... 29
Valores do Cooperativismo.............................................................. 29
reas de Ao da Cooperativa ........................................................ 30
Definio de Cooperativa ................................................................ 31
Ramos do Cooperativismo .................................................................. 33
Adeso de Novos Associados ............................................................. 41
Grau de Parentesco ......................................................................... 42
Diretores, Conselheiros e Funcionrios ........................................... 44
Pblico Interno.................................................................................. 45
Pblico Externo ................................................................................ 46
Demisso, Eliminao e Excluso de Associados ........................... 47
Conselho de Administrao .............................................................. 48
Conselho Fiscal ................................................................................ 49
Estatuto Social..................................................................................... 51
Empreendimento Cooperativo X Empresa Mercantil ......................... 53
Associaes...................................................................................... 54
Ongs e Oscips .................................................................................. 55
Participao do Associado na Vida da Cooperativa ............................ 57
Direitos dos Associados ................................................................... 58
Deveres dos Associados .................................................................. 59

Assemblia Geral ................................................................................ 61


Assemblia Geral Ordinria.............................................................. 62
Assemblia Geral Extraordinria ...................................................... 63
Capital Social....................................................................................... 65
Demonstrao de Resultado do Exerccio ....................................... 66
Envolvimento da Famlia ..................................................................... 69
Importncia da Mulher na Cooperativa ............................................ 71
Clube de Jovens ............................................................................... 72
Desenvolvimento Intelectual e Cultural de Lideranas..................... 73
O Verdadeiro Lder ........................................................................... 74
Comits ............................................................................................ 75
Movimento Cooperativista Brasileiro ................................................... 79
Representao do Cooperativismo ..................................................... 83
Estadual............................................................................................ 83
Nacional............................................................................................ 85
Amricas ........................................................................................... 87
Internacional ..................................................................................... 87
Bancos Cooperativos .......................................................................... 89
rgos de Apoio ................................................................................. 91
Histrico da Legislao Cooperativista .............................................. 93
Classificao das Sociedades Cooperativas....................................... 95
Singular ou de 1 grau ...................................................................... 95
Central e Federao ou de 2 grau .................................................. 95
Confederao ou de 3 grau ............................................................ 95
Lista de Siglas ..................................................................................... 99
Referncias Bibliogrficas ................................................................. 101
Anexo I .............................................................................................. 105
Endereo da OCB e das suas Unidades Estaduais .......................... 105

Apresentao
A Educao, Formao e Informao o quinto
Princpio do Cooperativismo e o mais importante, pois
todos os demais dele dependem.
Por isso a OCB definiu a Diretriz Nacional de
Educao Cooperativista, a ser implementada pelo
Servio Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo
- Sescoop, em todas as suas Unidades Estaduais
tendo, como objetivo final, melhorar a qualidade de
vida dos associados.
Este livro, Cooperativismo Primeiras lies,
elaborado por Albino Gawlak e Fabianne Ratzke
Turra, a porta de entrada ao Cooperativismo,
disponvel s pessoas que despertam para o mundo
da cooperao.
Ele contm as informaes bsicas, a partir
das quais se abre um horizonte infinito, que convida
as pessoas para um estudo permanente, pois o
Cooperativismo abrange todas as cincias e todos
os setores da economia. Ele o melhor caminho em
busca da democracia e da paz.
Mrcio Lopes de Freitas
Presidente da OCB e do Sescoop

OCB/Sescoop

Educar para Cooperar

A prtica da ajuda, vivenciada na famlia, exerce grande


influncia no processo de ensino aprendizagem. A soma dos atos,
experincias e trabalhos em conjunto promovem o crescimento
moral e intelectual, dando sentido de unio.
Ser o exemplo a melhor forma de educao. As idias,
atitudes, maneiras de pensar e de agir influem diretamente no
comportamento, podendo ser somadas, ou at multiplicadas durante
a interao com outras pessoas que fazem parte de seu ambiente
familiar, social e cultural.
A educao participativa oportuniza novos caminhos e novas
formas de convivncia. Desenvolve a igualdade e a liberdade no
direito de pensar, ouvir, questionar, analisar, aprovar, avaliar e agir.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

Com o trabalho cooperativo as pessoas passam a descobrir


seu potencial e desenvolvem valores e atitudes de respeito que
contribuem para melhorar a qualidade de vida.
A partir do momento em que a pessoa descobre o
cooperativismo, vai perceber que no est sozinha e que tanto suas
atitudes, quanto seus pensamentos, vo estar em contato com as
atitudes e pensamentos de outras pessoas e que, juntas, partilharo
do mesmo sucesso como verdadeiros empreendedores.

10

OCB/Sescoop

Educao Formal

A criana ao ingressar na escola traz consigo uma bagagem de


conceitos, experincias e conhecimentos vivenciados em sua famlia.
A escola deve ser um ambiente sadio e favorvel ao
desenvolvimento moral e intelectual das crianas.
O estabelecimento do dilogo entre educador e educando
facilita a integrao e cria um clima de confiana, respeito e
cooperao, ou seja, a escola uma extenso da famlia.
O ensino deve ser coerente com a realidade da criana
e da comunidade. Cabe ao educador servir-se da metodologia
participativa, usando a criatividade e aproveitando cada situao
para transform-la em vivncias e conceitos que facilitem a
compreenso do que est sendo aprendido.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

11

O nascimento de talentos e idias criativas em cada educando


deve ser respeitado, valorizado e estimulado.
Nas atividades recreativas surgem os lderes, os contestadores,
os pensadores, os conciliadores, os apticos e outros. Algumas
dessas atividades estimulam a unio do grupo, como, por exemplo,
a brincadeira de roda. As crianas, de mos dadas, desenvolvem
o senso de unio, cooperao, confiana e outros valores.

Outro exemplo o jogo de vlei. Este tipo de atividade


estimula o esprito de equipe na criana, assim como a cooperao,
pois funcionando como um time, desenvolve a harmonia e a unio
entre os participantes para que juntos possam somar, no agindo
individualmente e sim de forma solidria.
As atividades competitivas, onde existem a vitria e a derrota,
ajudam a criana a lidar com o sentimento de sucesso ou de perda,
assim como criam no educando o relacionamento humilde e fraterno.
Tambm existem diversos jogos cooperativos, que estimulam
atividades em que todos ganham, preservando a autoestima e o vigor
dos grupos. Esses jogos fortalecem a cultura de cooperao.

12

OCB/Sescoop

Cooperao

Cooperar agir de forma coletiva com os outros, trabalhando


juntos em busca do mesmo objetivo. A prtica da cooperao educa
a pessoa desenvolvendo uma mentalidade mais aberta, flexvel,
participativa, humana e solidria.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

13

Cooperao na Natureza

A educao ambiental inicia na famlia com atividades prticas,


como cuidar das plantas, dos rios, dos animais, do solo e do
ambiente.
Se estas noes forem aprendidas e praticadas na infncia,
elas sero adotadas na vida adulta e a tomada de conscincia vai
gerar uma interao positiva com a natureza e com o mundo em
que se vive.
Assim como existe a cooperao entre as pessoas, tambm
h o processo de cooperao da natureza em busca da prpria
sobrevivncia. Fazem parte deste processo: o sol, o vento, a chuva,
o calor, o frio, o mar, os rios, os animais, o homem, enfim, tudo o
que existe.

14

OCB/Sescoop

As rvores e as plantas so responsveis pela produo de


oxignio. O vento, a chuva e os pssaros levam as sementes e a
natureza providencia para que elas germinem. A abelha e outros
insetos voam de flor em flor, transportam o plen e colaboram na
gerao de novas plantas. A destruio das matas, as queimadas,
a poluio dos rios, a matana de animais e o lixo dificultam essa
cooperao na natureza.
Preservar a natureza ter alimento saudvel, gua limpa e ar puro.

Cooperao na Humanidade

A histria da humanidade relata que o ser humano pratica a


unio h milhares de anos, pois h exemplos dos egpcios, gregos,
romanos e, mais recentemente, dos incas, maias e astecas, que
se valiam da unio na arte de caar, de pescar, de construir
e de cultivar a terra. Tambm praticavam a cooperao no
desenvolvimento da cultura, da arquitetura, da medicina e outras.
No Brasil existem os exemplos das Misses Jesuticas, dos
Quilombos e de diversos tipos de mutires.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

15

16

OCB/Sescoop

Nascimento de
uma Grande Idia

Atravs do tempo o homem conquistou seu prprio espao.


Criou a mquina manual e, logo aps, a mquina a vapor, quando
se iniciou o processo industrial.
Em meados do sculo XVIII surgiu a chamada Revoluo
Industrial. A mo-de-obra perdeu grande poder de troca. Os baixos
salrios e a longa jornada de trabalho trouxeram muitas dificuldades
socioeconmicas para a populao.
Diante desta crise surgiram, entre a classe operria, lideranas
que criaram associaes de carter assistencial. Esta experincia
no teve resultado positivo.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

17

Com base em experincias anteriores, buscaram novas


formas e concluram que, com uma organizao formal, chamada
cooperativa, e a participao dos interessados, as dificuldades
poderiam ser superadas, desde que fossem respeitados os
valores do ser humano e praticadas regras, normas e princpios
prprios.
Reuniram-se 28 pessoas, a maioria teceles. Discutiram,
analisaram e avaliaram as idias. Respeitaram os costumes e as
tradies e estabeleceram normas e metas para a organizao de
uma cooperativa. Aps um ano de luta acumularam um capital de
28 libras e conseguiram abrir as portas de um pequeno armazm
cooperativo em Rochdale (Inglaterra), em 21-12-1844, com o nome
Rochdale Society of Equitable Pioneers ou seja: Sociedade
Rochdale dos Pioneiros Equitativos.
E assim foi criada a primeira cooperativa de consumo, com
base nos princpios cooperativos.

Primeira Cooperativa

Foto dos fundadores da Sociedade Rochdale dos Pioneiros Equitativos,


a primeira cooperativa (Rochdale, Inglaterra)

18

OCB/Sescoop

Pioneiros de Rochdale, em 1844


1. Benjamim Jordan Ajudou a alugar o armazm.
2. Benjamim Rudman Tecelo.
3. Charles Howarth Era um operrio de fbrica
de algodo. Foi autor do Estatuto Rochdaliano e
Secretrio da Cooperativa.
4. David Brooks Estampador e encarregado das
compras.
5. George Herley Chapeleiro.
6. James Banford Conselheiro eleito em 13/08/1844.
7. James Daly Influente no comit de teceles
de flanela a favor da criao da cooperativa.
8. James Maden Tecelo de flanela.
9. James Manoch Tecelo de flanela.
10. James Smithies Classificador
de l e guarda-livros.
11. James Standrind.
12. James Tweedale Fabricante de tamancos,
socialista e quinto Presidente.
13. James Willkinson Ajudou a alugar o armazm.
14. John Bent Alfaiate, socialista e um dos primeiros
integrantes do Conselho Fiscal.
15. John Collier Mecnico, socialista, exerceu a
funo de conselheiro vrias vezes.
16. John Garsid Marceneiro.
17. John Holt Primeiro tesoureiro.
18. John Hill.
19. John Kershaw Guarda de armazm
de uma mina de carvo.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

19

20. John Sconcroft Vendedor ambulante.


21. Joseph Smith Separador de l. Integrou a primeira
comisso de compras.
22. Miles Ashworth Tecelo de flanela e primeiro
Presidente.
23. Roberto Taylor Organizador de vendas de livros e
revistas.
24. Samuel Ashworth Tecelo de flanela, primeiro gerente
que ocupou o cargo por 22 anos.
25. Samuel Tweedale Tecelo e primeiro conferencista.
26. Willian Cooper Tecelo de flanela, socialista e primeiro
caixeiro.
27. Willian Mallalieu.
28. Willian Taylor Tecelo e um dos primeiros a acreditar e
a ingressar no movimento.
Alguns autores falam de Ana Tweedale como nica mulher
que apoiou o grupo, ajudando a conseguir o local onde funcionou a
cooperativa.
No dia 16 de maro de 1946, a Sra. Eliza Brerley associouse a esta cooperativa, sendo a primeira mulher scia de um
empreendimento cooperativista.

20

OCB/Sescoop

Cooperativismo

Cooperativismo origina-se da palavra cooperao. uma


doutrina cultural e socioeconmica, fundamentada na liberdade
humana e nos princpios cooperativos.
A cultura cooperativista busca desenvolver a capacidade
intelectual das pessoas de forma criativa, inteligente, justa e
harmnica, visando a sua melhoria contnua. Os seus princpios
buscam, pelo resultado econmico o desenvolvimento social, ou
seja, a melhoria da qualidade de vida.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

21

Princpios do Cooperativismo
Os Princpios do Cooperativismo foram criados, estudados
e avaliados por lderes e pensadores, com ideais baseados na
cooperao. Estes princpios foram aprovados e colocados em
prtica quando da fundao da primeira cooperativa formal do
mundo, na Inglaterra, em 1844.
Com a evoluo e a modernizao do Cooperativismo
e da economia mundial, os princpios cooperativistas foram
reestruturados e adaptados realidade do mundo atual, com a
seguite definio:

1 PRINCPIO
Adeso Voluntria e Livre
As cooperativas so organizaes voluntrias, abertas a
todas as pessoas aptas a utilizar os seus servios e assumir as
responsabilidades como membros, sem discriminaes de sexo,
sociais, raciais, polticas e religiosas.
Em regra geral, todas as pessoas tm liberdade de associarse a uma cooperativa. Ser associado uma deciso individual e
independe da etnia, posio social, cor, poltica partidria e credo.
Na conjuntura atual h alguns critrios de adeso:
a) Conhecer a doutrina, filosofia e os princpios
cooperativistas.
b) Conhecer os objetivos, o estatuto e a estrutura da
cooperativa.
c) Conhecer os direitos e deveres do associado.
d) Ter o firme propsito de ser um associado fiel, atuante.
e) Ser um empreendedor e acreditar na cooperativa, pois
ser dono, junto com outros.
22

OCB/Sescoop

Restries:

Interesses conflitantes atividades paralelas;

Impossibilidade tcnica de prestao de servios.

Cada cooperativa tem estatuto e regimento interno com


normas quanto adeso de novos associados.

2 PRINCPIO
Controle Democrtico pelos Membros
As cooperativas so organizaes democrticas, controladas
pelos seus membros, que participam ativamente na definio de
suas polticas e decises. Os homens e as mulheres, eleitos como
representantes dos demais membros, so responsveis perante
estes. Nas cooperativas de primeiro grau os membros tm igual
direito de voto (um membro, um voto); as cooperativas de grau
superior so tambm organizadas de maneira democrtica.
A cooperativa administrada conforme a vontade dos
associados. So eles que definem as prioridades com base nas
necessidades e objetivos estabelecidos.
So os associados que elegem diretores e conselheiros
com igualdade de voto (uma pessoa = um voto). As decises so
tomadas em assemblia geral, rgo supremo da cooperativa.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

23

3 PRINCPIO
Participao Econmica
dos Associados
Os membros contribuem equitativamente para o capital das
cooperativas e controlam-no democraticamente. Parte desse capital
, normalmente, propriedade comum da cooperativa. Os membros
recebem, habitualmente, se houver, uma remunerao limitada ao
capital integralizado, como condio de sua adeso. Os membros
destinam os excedentes a uma ou mais das seguintes finalidades:

Desenvolvimento das suas cooperativas, eventualmente


atravs da criao de reservas, parte das quais, pelo
menos, ser indivisvel.

Beneficio aos membros na proporo das suas transaes


com a cooperativa;

Apoio a outras atividades aprovadas pelos membros.

Os associados integralizam o capital social da cooperativa,


mediante quotas-partes.

4 PRINCPIO
Autonomia e
Independncia
As cooperativas so organizaes autnomas, de ajuda
mtua, controladas pelos seus membros. Se firmarem acordos com
outras organizaes, incluindo instituies pblicas, ou recorrerem
a capital externo, devem faz-lo em condies que assegurem
o controle democrtico pelos seus membros e mantenham a
autonomia da cooperativa.

24

OCB/Sescoop

5 PRINCPIO
Educao, Formao
e Informao
As cooperativas promovem a educao e a formao
dos seus membros, dos representantes eleitos, gerentes e dos
trabalhadores, de forma que estes possam contribuir, eficazmente,
para o desenvolvimento das suas cooperativas. Informam o pblico
em geral, particularmente os jovens e os lderes de opinio, sobre
a natureza e as vantagens da cooperao.
Este Princpio objetiva o desenvolvimento cultural e profissional
do associado e da sua famlia. A formao, a capacitao e a constante
requalificao de associados, diretores, conselheiros, lderes e
funcionrios (colaboradores) so os objetivos desse Princpio.
A informao transparente das atividades da cooperativa, a
divulgao da Doutrina, da Filosofia e dos Princpios so caminhos
para o sucesso.

6 PRINCPIO
Intercooperao
As cooperativas servem de forma mais eficaz os seus
membros e do mais fora ao movimento cooperativo, trabalhando
em conjunto, atravs das estruturas locais, regionais, nacionais e
internacionais.
Se os associados se ajudam mutuamente, as cooperativas
devero fazer o mesmo. S assim haver um crescimento
econmico, cultural e social dos associados e do Sistema
Cooperativista.
Na era da globalizao, a integrao a chave do sucesso.
As cooperativas s sero eficientes se agregarem qualidade
produtividade e economia de escala nos servios.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

25

7 PRINCPIO Interesse pela Comunidade


As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado
das suas comunidades atravs de polticas aprovadas pelos
membros.
As cooperativas contribuem para o desenvolvimento da
comunidade com a gerao de empregos, produo, servios e
preservao do meio ambiente, mediante polticas aprovadas pelos
seus associados.

26

OCB/Sescoop

Smbolo do
Cooperativismo
Brasileiro

Crculo = Eternidade da vida. No h princpio nem fim.

Pinheiro = Imortalidade, perseverana e fecundidade.

Verde Escuro = Plantas e folhas. O princpio vital da


natureza.

Amarelo = O sol, fonte de luz e riqueza.

Os dois pinheiros = A necessidade de unio e cooperao.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

27

Bandeira do
Cooperativismo Mundial

A Bandeira do Cooperativismo, com as cores do arcoris, foi criada pela ACI em 1923.
O Conselho de Administrao da ACI em sua reunio,
na Cidade de Roma, em abril de 2001, concordou em alterar
a Bandeira. O motivo da alterao foi promover e consolidar
claramente a imagem cooperativa, j que a mesma bandeira
era usada por grupos no cooperativistas, o que causou
confuses em diversos pases.
A bandeira que substitui a tradicional de cor branca e
leva impressa o logotipo da ACI no centro, de onde emergem
pombas da paz.

28

Vermelho = coragem.
Alaranjado = viso de futuro.
Amarelo = famlia e comunidade.
Verde = crescimento como pessoa e como associado.
Azul = necessidade de apoiar os menos afortunados.
Anil = auto e mtua-ajuda
Violeta = beleza, calor humano e coleguismo.

OCB/Sescoop

Dia do Cooperativismo

O Dia Internacional do Cooperativismo foi institudo em 1923 no


Congresso da Aliana Cooperativa Internacional (ACI), sendo a partir
de ento comemorado no primeiro sbado de julho de cada ano.

Valores do Cooperativismo

As cooperativas baseiam-se no valores de ajuda mtua,


responsabilidade, democracia, igualdade, eqidade e solidariedade.
Conforme os seus pioneiros, o Cooperativismo acredita nos valores
ticos de honestidade, transparncia, responsabilidade social e
preservao do ambiente para o desenvolvimento sustentado.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

29

reas de Ao da Cooperativa

Na elaborao ou reformulao do estatuto definida a rea


de ao da cooperativa, podendo ser um ou mais municpios. Isto
depender de um estudo de viabilidade econmica, assim como da
deciso do quadro social.
Quando a rea de ao muito grande, podem ser criados
entrepostos, que vo atender s necessidades dos associados
da rea de cada entreposto. A estrutura baseada na produo,
servios e resultados econmicos viveis. O entreposto geralmente
administrado por um gerente, profissional responsvel e de
confiana da diretoria, que ir reportar-se diretamente a ela.
Nas comunidades onde se localizam os entrepostos,
costumam surgir associados com potencial de liderana. Estas
pessoas contribuem expressivamente para o bom funcionamento
do entreposto.
30

OCB/Sescoop

Quando o lder ativo, poder motivar os demais associados


a criar na comunidade um comit educativo ou rgo similar. A
liderana positiva traz resultados benficos para a cooperativa e
para os associados que dela fazem parte.

Definio de Cooperativa

Cooperativa uma organizao de pessoas unidas pela


cooperao e ajuda mtua, gerida de forma democrtica e
participativa, com objetivos econmicos e sociais comuns a todos,
cujos aspectos legais e doutrinrios so distintos de outras
sociedades. (X Congresso Brasileiro de Cooperativismo)
O empreendimento cooperativo tem caractersticas prprias
e se fundamenta nos valores humanos e na dignidade pessoal.
um instrumento que busca a soluo de problemas que, de maneira
individual, apresentam dificuldades para serem resolvidos. Objetiva
viabilizar o associado economicamente, mediante prestao de
servios, desenvolvimento cultural e profissional.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

31

Se a cooperativa uma prestadora de servios, natural


que os associados definam e aprovem suas metas com base nas
necessidades e com um estudo de viabilidade econmica. A gerao
de resultados garante a sobrevivncia do empreendimento, alm de
trazer uma margem de retorno positivo para o associado.
A cooperativa administrada por associados, eleitos em
assemblia geral, com um mandato que varia de 3 a 4 anos, de
acordo com a legislao cooperativista e estatuto vigente.
Com a unio de suas foras, os associados sero
competitivos e estaro presentes no mercado globalizado, desde
que tenham qualidade, preo e pontualidade em seus produtos
e servios.
No entanto, s haver retorno positivo se houver participao,
responsabilidade e profissionalismo de todos os associados, pois
so eles os donos da cooperativa.

32

OCB/Sescoop

Ramos do
Cooperativismo

As cooperativas so classificadas em ramos, de acordo com


o segmento onde atuam.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

33

Agropecurio

Composto por cooperativas de produtores rurais ou


agropastoris e de pesca, cujos meios de produo pertenam ao
associado. um dos ramos com maior nmero de cooperativas e
associados no Brasil. O leque de atividades econmicas, abrangidas
por esse ramo enorme e sua participao no PIB significativa.
Essas cooperativas geralmente cuidam de toda a cadeia produtiva,
desde o preparo da terra at a industrializao e comercializao
dos produtos.

Consumo

Composto por cooperativas dedicadas compra em comum


de artigos de consumo para seus associados. A primeira cooperativa
do mundo era desse ramo e surgiu em Rochdale, na Inglaterra, no
34

OCB/Sescoop

ano de 1844. Tambm no Brasil, esse o ramo mais antigo, cujo


primeiro registro de 1889, em Minas Gerais, com o nome de
Sociedade Cooperativa Econmica dos Funcionrios Pblicos de
Ouro Preto.

Crdito

Composto por cooperativas destinadas a promover a


poupana e financiar necessidades ou empreendimentos dos seus
associados. O ramo est organizado em cooperativas de crdito
rural, crdito mtuo e crdito luzzatti. A cooperativa mais antiga, em
funcionamento no Brasil, a Cooperativa de Nova Petrpolis Ltda
Sicredi Pioneira, no Rio Grande do Sul, que completou, em 2002,
cem anos de existncia.

Educacional

Composto por cooperativas de professores, por cooperativas


de alunos de escola agrcola, por cooperativas de pais de alunos
e por cooperativas de atividades afins. Este um ramo que surgiu
em Itumbiara (GO), em dezembro de 1987.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

35

Especial

Composto por cooperativas constitudas por pessoas que


precisam ser tuteladas ou que se encontram em situao de
desvantagem nos termos da Lei 9.867, de 10 de novembro de 1999.

Habitacional

Composto por cooperativas destinadas construo,


manuteno e administrao de conjuntos habitacionais para
seu quadro social. O maior complexo de construes do Ramo
Habitacional no mundo fica em guas Claras, no Distrito Federal.
36

OCB/Sescoop

Infraestrutura

Composto por cooperativas cuja finalidade atender direta e


prioritariamente o prprio quadro social com servios de infraestrutura.
As cooperativas de eletrificao rural, que so a maioria, geralmente
so repassadoras de energia, mas algumas j passaram a gerar
energia. Nesse ramo tambm esto includas as cooperativas de
telefonia rural.

Mineral

Composto por cooperativas com a finalidade de pesquisar,


extrair, lavrar, industrializar, comercializar, importar e exportar
produtos minerais.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

37

Produo

Composto por cooperativas dedicadas produo de um ou


mais tipos de bens e mercadorias, sendo os meios de produo
propriedade coletiva, mediante a cooperativa como pessoa jurdica,
e no propriedade individual do associado.

Sade

Composto por cooperativas que se dedicam preservao e


recuperao da sade humana. O Ramo de Sade est subdividido
nos seguintes setores: Mdicos, Psiclogos, Odontlogos e servios
afins, bem como usurios desses servios. Esse ramo surgiu no
Brasil, na Cidade de Santos (SP), no dia 18 de dezembro de 1967
e se estendeu a outros pases.
38

OCB/Sescoop

Trabalho

Composto por cooperativas de trabalhadores de qualquer


categoria profissional, para prestar servios, organizados num
empreendimento prprio.

Transporte

Composto por cooperativas que atuam no transporte de cargas


e de passageiros, foi criado pela AGO da OCB no dia 30 de abril de
2002. um ramo recente e muito dinmico, com boas perspectivas
de crescimento.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

39

Turismo e Lazer

Composto por cooperativas que prestam servios tursticos,


artsticos, de entretenimento, de esportes e de hotelaria, ou atendem
direta e prioritariamente o seu quadro social nessas reas, foi
criado pela AGO da OCB no dia 28 de abril de 2000. Seu objetivo
criar um fluxo e refluxo permanente de turistas dentro do Sistema
Cooperativo.
Enfim, para concluir: H cooperativismo para tudo e para
todos. Basta utilizar a criatividade, ter ousadia e viso de futuro,
estudar a viabilidade e, principalmente, constituir a cooperativa
por associados que acreditem neste tipo de empreendimento. As
privatizaes e servios terceirizados criam oportunidades favorveis
para a constituio de cooperativas.

40

OCB/Sescoop

Adeso de Novos
Associados

Um compromisso srio
Segundo os Princpios do Cooperativismo, o ingresso das
pessoas numa cooperativa livre a todos que desejam fazer uso
dos servios prestados pelo empreendimento cooperativo, desde
que atendam aos pr-requisitos legais, estatutrios e ao regimento
interno.
Cabe Diretoria Executiva analisar e avaliar minuciosamente
a proposta de adeso de cada candidato.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

41

A realizao de cursos sobre cooperativismo, o estudo da


legislao cooperativista, a anlise do estatuto e do regimento interno,
o conhecimento da estrutura e do funcionamento da cooperativa, dos
direitos e dos deveres do associado, so pr-requisitos para uma
adeso consciente.
A liberdade de expresso, a criatividade, a compreenso, a
troca de idias em busca da modernidade devem estar presentes
na cooperativa, pois assim se fortalece o empreendimento
cooperativo.
importante no esquecer o lado humano, pois cada pessoa
tem emoes, sentimentos, sonhos e idias que precisam ser
valorizados para que o associado se sinta importante.
O associado deve ser reconhecido, levando em considerao
seus valores morais, culturais e qualidades que fazem parte de sua
personalidade.
A cooperativa que tem o seu quadro social organizado,
participativo e fiel, tem tambm assegurado o sucesso em seus
empreendimentos, pois associados infiis, oportunistas, acomodados
e no participativos prejudicam o bom desenvolvimento da
cooperativa.

Grau de Parentesco
Todos os associados tm o direito de votar e de serem votados;
porm, na composio das chapas para o Conselho de Administrao,
de tica e Fiscal, deve-se respeitar a legislao cooperativista, artigo
51, pargrafo nico e artigo 56, 1 e 2, que no permitem a
existncia de parentes at 2 grau, em linha reta ou colateral entre
membros desses orgos da cooperativa.
O esquema abaixo permite mostrar os parentes ascendentes
e descendentes em linha reta ou colateral.

42

OCB/Sescoop

Exemplo: pai e filho so parentes em 1 grau; av, irmo e


neto so parentes em 2 grau; bisav, tio, sobrinho e bisneto so
parentes em 3 grau.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

43

Diretores, Conselheiros
e Funcionrios
Exemplo do sistema administrativo - organograma

44

OCB/Sescoop

Pblico Interno

Nos captulos anteriores, vimos que os associados, os


dirigentes, os conselheiros e os lderes devem vivenciar a doutrina
e a filosofia cooperativista. Da mesma forma os funcionrios devem
pertencer a este grande time cooperativista, unidos pelo respeito,
honestidade e solidariedade.
Os cargos de confiana, como superintendentes, gerentes
e assessores so contratados pela administrao e merecem
uma seleo criteriosa. recomendvel que sua admisso seja
aprovada pela diretoria e tambm que a formao profissional seja
coerente com a atividade que vo exercer, sendo conveniente que
os candidatos tenham experincia em administrao de empresas
bem-sucedidas.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

45

Pblico Externo

Pblico externo so os clientes da cooperativa, ou aqueles


que adquiram seus servios ou produtos.
A qualidade e o profissionalismo nos servios fazem a
diferena e garantem o bom andamento da cooperativa.
Segundo Roberto Rodrigues, ex-presidente da OCB e da
ACI, preciso ser competitivo e eficiente para vencer a guerra por
mercados. Se ineficientes, as cooperativas desaparecero e a, alm
de desampararem seus associados deixaro de gerar empregos
e ajudar a comunidade. Portanto, o cumprimento da funo social
depende da excelncia da funo econmica, o que no contraria
a doutrina cooperativista, que a correo do social por meio do
econmico. Mas acentua-se a necessidade da viso empresarial da
cooperativa, da boa administrao profissional, austera e correta,
na direo de prestar servios demandados pelos associados ao
menor custo possvel, dando-lhes condies de competir tambm
enquanto indivduos.

46

OCB/Sescoop

Demisso, Eliminao
e Excluso de Associados
Demisso
A demisso ocorre quando o associado de livre e espontnea
vontade requer, por escrito, seu pedido de afastamento da
cooperativa, sendo que este no poder ser negado pela
administrao, desde que o associado esteja em dia com as suas
obrigaes.

Eliminao
Ser sempre realizada por deciso e aprovao do Conselho
de Administrao, por desrespeito lei, ao estatuto ou s normas
internas da cooperativa. Os motivos de eliminao devem constar
no livro de matrcula.

Excluso
Ocorre por dissoluo da pessoa jurdica, por morte da
pessoa fsica, por incapacidade civil no suprida ou por deixar de
atender aos requisitos estatutrios de ingresso ou permanncia na
cooperativa.
Tanto na demisso, na eliminao ou na excluso o associado
tem direito restituio do capital integralizado, que s acontecer
aps a realizao e aprovao do balano do exerccio pela
Assemblia Geral do respectivo ano.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

47

Conselho de Administrao

A cooperativa administrada por um Conselho de


Administrao, composto por uma Diretoria Executiva e membros
vogais.
A Diretoria Executiva constituda pelo Presidente, Vicepresidente e Secretrio.
O Conselho de Administrao constitudo exclusivamente
de associados eleitos pela assemblia geral, com mandato nunca
superior a quatro anos, sendo obrigatria a renovao de, no mnimo,
1/3 (um tero) do Conselho de Administrao (Art. 47 da Lei 5764).
Suas funes so definidas no estatuto da cooperativa.
Os membros vogais, tambm eleitos em assemblia, no tm
funes executivas, porm renem-se com a Diretoria Executiva
para a tomada de decises.

48

OCB/Sescoop

Conselho Fiscal

O Conselho Fiscal constitudo por trs membros efetivos e


trs suplentes, eleitos em assemblia geral para o mandato de um
ano, sendo obrigatria a renovao de 2/3 (dois teros) dos seus
componentes (art. 56 da Lei 5.764).
o rgo fiscalizador e colaborador, que deve fiscalizar,
assdua e minuciosamente, as operaes, aes e servios da
cooperativa e comunicar Diretoria possveis irregularidades.
Cada associado tem direito a ser candidato ao Conselho
Fiscal e ser votado. Cabe ressaltar que o papel do conselheiro
de responsabilidade perante a sociedade cooperativa. Portanto,
ele dever ter conhecimentos bsicos sobre planejamento,
administrao, contabilidade, anlise de balano, entre outros.
So os conselheiros fiscais que acompanham passo a passo
a execuo e o desenvolvimento do plano de ao da cooperativa,
aprovado em assemblia geral.
Os conselheiros examinam mensalmente os balancetes e, no
final do ano, apresentam aos demais associados o parecer quanto
veracidade do balano e o submetem aprovao da assemblia
geral.
Em suma: os conselheiros devem se reunir, no mnimo, uma
vez por ms, ou quantas vezes for necessrio, para:

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

49

a) verificar e analisar o balancete, caixa, extratos bancrios,


relatrios e outros;
b) analisar o plano de trabalho aprovado na ltima assemblia
geral;
c) analisar se os investimentos esto de acordo com os
programas pr-estabelecidos;
d) verificar se a Diretoria Executiva e o Conselho de
Administrao renem-se regularmente e se h cargos
vagos;
e) certificar-se da participao dos associados na vida da
cooperativa;
f) verificar os saldos devedores dos associados e se os
mesmos esto em dia com seus compromissos;
g) verificar se os encargos sociais e tributrios so recolhidos
dentro dos prazos estabelecidos por lei;
h) informar Diretoria sobre as irregularidades constatadas,
para que sejam tomadas as providncias necessrias para
a sua soluo;
i) caso haja necessidade, os suplentes eleitos tambm
podem desempenhar a funo de conselheiros fiscais.
recomendvel a participao dos conselheiros nos cursos
especficos ao cargo, para que eles possam sempre estar atualizados
e com bom nvel de profissionalizao. Devem se valer ainda das
assessorias e auditorias interna e externa.

50

OCB/Sescoop

Estatuto Social

O estatuto social o conjunto de normas que regem funes,


atos e objetivos de determinada cooperativa, e elaborado com
a participao dos associados, para atender s necessidades da
cooperativa e de seus associados.
O estatuto deve obedecer a um determinado padro, mas no
convm copiar o estatuto de uma outra cooperativa, pois a rea de
ao, assim como os objetivos e metas diferem uma da outra.
direito e dever de cada associado possuir o estatuto social
da sua cooperativa, conhecer o contedo de todas as normas e
regras estabelecidas e aprovadas em assemblia geral, quando da
constituio da cooperativa ou reforma estatutria.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

51

O seu contedo baseia-se na Doutrina, Filosofia, Princpios


do cooperativismo e na legislao especfica para cooperativas, (Lei
5.764/71), cujos captulos versam sobre:

denominao, sede, foro, prazo de durao, rea de ao


e ano social;

metas, misso e objetivos;

admisso, eliminao e excluso dos associados;

capital social;

assemblia geral ordinria e extraordinria;

conselho de administrao;

conselho fiscal;

conselho de tica;

eleies;

voto;

balano, despesas, sobras, perdas, fundos;

livros;

dissoluo e liquidao;

disposies gerais, transitrias;

outros de interesse da sociedade cooperativa desde que


no transgridam a lei cooperativista.

O estatuto social existe para ser conhecido, pois o


conhecimento e o cumprimento do seu contedo do interesse
do associado.

52

OCB/Sescoop

Empreendimento
Cooperativo X Empresa
Mercantil
importante observar as diferenas marcantes entre os
empreendimentos cooperativos e as empresas mercantis.
EMPREENDIMENTO
COOPERATIVO

EMPRESA
MERCANTIL

uma sociedade simples, regida por


legislao especfica

Sociedade de capital aes

Nmero de associados limitado


capacidade de prestao de servios,
podendo, no entanto, ser ilimitado

Nmero limitado de scios

Controle democrtico,
reconhecimento das manifestaes
da maioria cada pessoa um voto

Cada ao um voto

Objetivo: prestao de servios

Objetivo: lucro

Assemblia quorum baseado no


nmero de associados

Assemblia quorum
baseado no capital

No permitida a transferncia de
quotas-parte a terceiros

permitida a transferncia e
a venda de aes a terceiros

O retorno dos resultados


proporcional ao valor das operaes

O dividendo proporcional ao
valor total das aes

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

53

Associaes

O ser humano, por sua natureza, est sempre interagindo


com seus semelhantes. Isso se percebe na famlia, no trabalho,
nas relaes sociais etc.
Muitas vezes as pessoas se renem ou se agrupam de forma
natural, a fim de juntas atingirem seus objetivos de maneira informal.
Outras vezes, as pessoas se organizam de maneira formal
para, com a unio, ter mais fora e maior poder de negociao.
H exemplos bastante simples deste tipo de organizao
social, tais como: moradores que se renem para promover
melhorias em seu bairro, pais que se organizam para arrecadar
fundos para a festa junina da escola de seus filhos etc.
Pode-se perceber, que as pessoas se mobilizam para
unir esforos e buscar solues aos problemas do grupo, pois
54

OCB/Sescoop

agindo juntas tm muito mais fora do que uma pessoa atuando


isoladamente.
A estas iniciativas, onde indivduos ou empresas renem
esforos e recursos com responsabilidade, dado o nome de
associativismo.
O associativismo um sistema que se baseia no trabalho e
no no lucro e tem o objetivo de superar dificuldades, solucionar
problemas e gerar benefcios comuns aos associados e suas
comunidades.
Enfim, as associaes, baseadas na ajuda mtua e no na
concorrncia, podem ser o primeiro passo para o surgimento de
uma cooperativa.

Ongs e Oscips

Ongs - Organizaes No Governamentais so entidades


sociais, sem fins lucrativos, organizadas para atender necessidades
de terceiros, desde o combate fome, violncia, proteo dos

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

55

direitos humanos at a inspeo de atividades parlamentares, de


forma totalmente independente do governo.
Oscip - Organizao da Sociedade Civil de Interesse
Pblico - uma qualificao de instituies do Terceiro Setor,
sem fins lucrativos, que trabalha em prol do sociedade.
Para entender melhor o que so as oscips necessrio
esclarecer que o Primeiro Setor constitudo pelo Governo, o
Segundo Setor formado pelas empresas e o Terceiro Setor
constitudo por entidades de interesse social, sem fins lucrativos,
cujo objetivo , mediante relaes com o Estado e com o mercado,
promover e executar aes voltadas ao desenvolvimento econmico
e social.
As oscips foram concebidas para serem o elo mais adequado
entre o Estado e a Sociedade, uma vez que possibilitam redesenhar
as polticas pblicas governamentais, facilitando a misso do Estado
em proveito da cidadania.
As oscips cuidam de interesses da sociedade, trabalhando
com recursos prprios, alm dos recursos disponibilizados pelo
Estado, favorecem a cultura de cooperao e a solidariedade entre
as pessoas.
possvel saber muito mais sobre as oscips consultando a
Lei n 9.790/99, conhecida como a Nova Lei do Terceiro Setor,
que dispe sobre a qualificao de pessoas jurdicas de direito
privado, sem fins lucrativos, como Organizaes da Sociedade Civil
de Interesse Pblico.

56

OCB/Sescoop

Participao do Associado
na Vida da Cooperativa

A cooperativa torna-se forte quando os associados assumem e


usufruem dos seus servios, pois ela a extenso de sua atividade.
A participao dos associados no empreendimento
cooperativo se d de forma organizada e com muita
responsabilidade, onde todos devem assumir o papel de verdadeiros
donos, tendo em mente que a cooperativa no uma casa de
caridade, nem simplesmente uma casa de comrcio, e sim uma

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

57

prestadora de servios aos associados, com objetivos econmicos,


sociais e culturais.
A presena e a participao na busca de conhecimentos,
qualificao e profissionalismo fazem parte do objetivo cultural da
cooperativa. Esta busca do saber propicia um crescimento pessoal
e facilita a descoberta de valores e talentos. nesta fase que
surgem os verdadeiros lderes, capazes de assumir as funes de
administrao e fiscalizao.
A participao torna-se mais clara, quando estabelecidos os
direitos e deveres do quadro social.

Direitos dos Associados


Votar em todos assuntos da
assemblia geral.
Participar de todas as operaes e
servios prestados pelo cooperativa.
Solicitar esclarecimentos ao
Conselho de Administrao e ao
Conselho Fiscal quando houver
dvidas.
Receber as sobras na proporo
das operaes realizadas durante o
exerccio.
Oferecer sugestes.
Participar dos comits educativos ou
de comisses.
Solicitar demisso do quadro social.

58

OCB/Sescoop

Deveres dos Associados

Ser um associado exemplar.

Operar com a cooperativa.

Participar das assemblias, opinar e


votar.

Integralizar as quotas-partes em dia.

Respeitar as decises tomadas


coletivamente.

Conhecer e cumprir o estatuto,


os regulamentos e as normas da
cooperativa.

Saldar seus compromissos


financeiros.

Zelar pelo bom nome e patrimnio


da cooperativa.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

59

60

OCB/Sescoop

Assemblia Geral

Como rgo supremo da cooperativa, a assemblia geral


a reunio de todos os associados para, em conjunto, sugerir,
discutir, analisar e tomar decises sobre o desenvolvimento do
empreendimento cooperativo.
convocada com antecedncia de 10 (dez) dias,
por meio de:

edital de convocao, afixado em locais


apropriados e publicado em jornal;

comunicao, por escrito, aos associados.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

61

convocada pelo:

Presidente em exerccio ou;

Conselho Fiscal; ou

1/5 (um quinto) dos associados em pleno gozo de seus


direitos, aps solicitao no atendida

Para a instalao e realizao exigida por Lei :

Em 1 convocao = a presena de 2/3 do nmero de


associados;

em 2 convocao = a presena de metade mais um dos


associados;

em 3 convocao = mnimo de 10 (dez) associados.

As assemblias gerais podem ser ordinrias


ou extraordinrias.

Assemblia Geral Ordinria


A Assemblia Geral Ordinria, realizada uma vez por ano nos
trs primeiros meses aps o trmino do exerccio social, delibera sobre
os seguintes assuntos, que devero constar da ordem do dia:
I. prestao de contas dos rgos de administrao,
acompanhada do parecer do Conselho Fiscal, englobando
o relatrio da gesto, o balano e a demonstrao das
sobras ou perdas;
II. destino das sobras apuradas;
III. eleio dos componentes dos rgos de administrao e
fiscal, se for o caso;

62

OCB/Sescoop

IV. fixao dos valores dos honorrios, cdulas de presena


dos membros dos conselhos de administrao e fiscal;
V. outros, tais como: plano de expanso, investimentos e
financiamentos.

Assemblia Geral Extraordinria


A asseblia geral extraordinria realizada tantas vezes
quantas forem necessrias e poder versar sobre assuntos de
interesse da cooperativa, tais como:
I. reforma de estatuto;
II . dissoluo da sociedade;
III. fuso, incorporao ou desmembramento da cooperativa;
IV. investimentos e financiamentos;
V. em casos especiais, eleio de nova diretoria e
conselheiros;
VI. capitalizao;
VII. outros.
Maiores detalhes podero ser encontrados consultando a Lei
5.764 Captulo IX Dos rgos Sociais Seo I, II e III.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

63

64

OCB/Sescoop

Capital Social

Capital social o valor, em moeda corrente, que cada pessoa


investe ao associar-se e que serve para o desenvolvimento da
cooperativa.
O capital subscrito estabelecido pelo estatuto social em
quotas-partes e poder ser integralizado de uma s vez ou em
parcelas.
Capital integralizado o capital j pago e o capital a integralizar
o que resta a pagar do capital subscrito.
O capital social integralizado pertence ao associado e no
pode ser transferido a terceiros.
Sem capital prprio a cooperativa perde a sua independncia
financeira, pois o crdito concedido pelos bancos geralmente se
torna muito caro.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

65

Demonstrao de Resultado
do Exerccio
No final de cada exerccio social apresentado, na assemblia
geral, o Balano Geral e a Demonstrao do Resultado.

Sobras
Sobras so os resultados dos ingressos, menos os dispndios.
Do resultado positivo h o retorno ao associado, aps as dedues
dos fundos, de acordo com a lei e o estatuto da cooperativa. Caso o
Fundo de Reserva no cubra eventuais perdas, estas sero rateadas
entre os associados, proporcionalmente utilizao dos servios.
As sociedades cooperativas, geridas de forma inteligente,
procuram formar o prprio capital de giro, buscando a forma
autogestionada e investindo no seu negcio. Assim, no se tornam
dependentes de emprstimos e financiamentos bancrios.
Portanto, saudvel reservar um certo percentual para a conta
capital do associado e, do restante, efetuar a distribuio na conta
corrente de cada um, cuja deciso cabe Assemblia Geral.
As cooperativas s sero eficientes se os associados forem
verdadeiros empreendedores e tiverem viso de futuro.

Fundos

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OCB/Sescoop

Fundo Indivisvel
o valor, em moeda corrente, que pertence ao conjunto
de associados e no pode ser distribudo nominalmente, sendo
destinado:

Ao Fundo de Reserva, utilizado para o desenvolvimento


da cooperativa e coberturas de perdas futuras. No mnimo
10% das sobras lquidas;

ao FATES (Fundo de Assistncia Tcnica Educacional e


Social) - mnimo 5% das sobras lquidas, cuja finalidade
a prestao de assistncia tcnica, social e educacional
aos associados, seus familiares e funcionrios;

a outros fundos, que podero ser criados com a aprovao


da assemblia geral (art. 28 Lei 5.764).

Associados
Frisou-se, nos captulos anteriores, que o associado , ao
mesmo tempo, dono, cliente e fornecedor da sua cooperativa, para
tanto ele deve, como:

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

67

Dono
Lutar pela segurana, estabilidade

econmica, posio social


e cultural da cooperativa.

Investir na diversificao dos

negcios, na ampliao de seu patrimnio,


no seu crescimento profissional e pessoal.

Participar na formao do capital

(integralizao de quotas-partes).

Estar presente nas reunies e assemblias

para participar das decises.

Utilizar sua capacidade intelectual e seu

conhecimento para buscar solues


conjuntas na superao dos obstculos.

Cliente
Utilizar os

servios da
cooperativa,
exigindo
qualidade e
presteza no atendimento.

Utilizar os mtodos

e tcnicas oferecidos pela


cooperativa para produzir
com qualidade, maior
quantidade e menor custo.

68

Fornecedor
Prestar

servios
com tica e
profissionalismo.

Atender aos requisitos

estabelecidos
pela cooperativa,
fornecendo produtos
com padro de
qualidade.

OCB/Sescoop

Envolvimento da Famlia

Clubes de Mes so grupos organizados, sob a orientao e


o acompanhamento da cooperativa, com o objetivo de desenvolver
atividades socioculturais.
Os clubes de mes so estruturados com base nas
necessidades da famlia cooperativista. Se h o desenvolvimento
do associado, preciso haver, tambm, o desenvolvimento de sua
famlia, mediante programas que atendam s aspiraes dos clubes
de mes.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

69

As atividades desenvolvidas pelos clubes de mes integram


pai, me e filhos, possibilitando a criao de um ambiente familiar
cooperativo e a capacitao profissional, mediante cursos,
capacitaes, palestras etc.
Essas atividades, desenvolvidas com base no levantamento
de necessidades e prioridades, podem ser eventos sobre:

cooperativismo;

sade;

administrao do lar;

preveno de acidentes;

primeiros socorros;

culinria;

artesanato;

orientao sexual;

tica;

higiene;

liderana;

preveno e tratamento de algumas doenas, entre outros.

As palestras, cursos e seminrios devem ser desenvolvidos


por profissionais experientes, comunicativos e criativos, que
despertem a ateno de todos os participantes para que tirem o
mximo proveito do que est sendo abordado.

70

OCB/Sescoop

Importncia da Mulher
na Cooperativa

A insero de mulheres no mercado de trabalho deve-se ao


fato de algumas comearem a trabalhar para ajudar os maridos,
aumentando a renda familiar, ou para garantir o seu prprio
sustento. As mulheres vm se destacando no mundo dos negcios
e provando que, alm de charme e beleza, tm tambm talento para
desempenhar inmeras atividades.
A entrada da mulher no mercado de trabalho trouxe uma
dinmica diferente nos negcios e isso proporcionou o aumento de
pontos positivos nas organizaes.
Para a mulher, muitas vezes, o esforo e dedicao tm de
ser multiplicados, pois ela precisa exercitar vrios papis, como o de
profissional, de me, de companheira, de estudante, de responsvel
pela casa, entre outros.
A disputa por um lugar no setor profissional bastante acirrada
e exige empenho e dedicao. As mulheres inteligentes no esto
COOPERATIVISMO Primeiras Lies

71

lutando para tirar o espao dos homens e sim para conquistar o


seu espao.
Na cooperativa no diferente, pois as mulheres dividem com
os homens as mesmas atividades, participando de capacitaes
e buscando estar sempre atualizadas. Mesmo aquelas que no
esto ligadas diretamente na rotina da cooperativa tomam parte
indiretamente das atividades cooperativistas, acompanhando o
desempenho de seu marido e filhos.

Clube de Jovens

Os Clubes de Jovens so grupos organizados, sob a orientao


da cooperativa, para desenvolver a criatividade e descobrir as
melhores opes e formas de vida, mediante atividades de cunho
socioeconmico, cultural e de integrao.

72

OCB/Sescoop

Uma das prioridades difundir o cooperativismo e o


associativismo, tanto na teoria quanto na prtica, pois estes jovens
sero futuros associados e, se tiverem suas habilidades de liderana
amadurecidas, podero tornar-se empreendedores bem sucedidos.
Esta forma de organizao oportuniza aos jovens a liberdade
de pensamento, de opinar sobre a administrao da sua propriedade
e o funcionamento da cooperativa, assim como sobre assuntos
inerentes a sua rotina de vida e comunidade da qual fazem parte.
As idias conflitantes entre os jovens e seus pais so de
grande importncia quando aproveitadas para repensar alguns
paradigmas e buscar o amadurecimento de ambos. importante
lembrar que as geraes mais velhas tm seus conhecimentos e
a experincia de quem j viveu e aprendeu muito com a vida, e as
geraes mais novas costumam estar na crista da onda. Ento,
necessrio dosar as duas coisas: a experincia dos mais velhos
com os sonhos e ideais dos mais jovens.

Desenvolvimento Intelectual
e Cultural de Lideranas

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

73

Como a cooperativa uma sociedade de pessoas e por elas


administrada, fundamental que haja o desenvolvimento cultural e
profissional de seus associados.
O investimento na formao, capacitao e requalificao faz
parte do 5 Princpio do Cooperativismo e requer viso estratgica
de futuro, ousadia, dinamismo, persistncia e fora de vontade.
O sucesso e a sobrevivncia das cooperativas esto
alicerados no saber das lideranas. So das lideranas que surgem
as diretorias, os conselheiros administrativos e fiscais, que antes j
fizeram parte do comit educativo.

O Verdadeiro Lder
Existem alguns aspectos que contribuem para o desempenho
das lideranas, tais como:

74

ouvir mais do que discursar;

elogiar mais do que criticar;

estimular as aes;

delegar com entusiasmo;

expor com clareza suas idias;

administrar seu tempo;

sentir e transmitir entusiasmo pelas vitrias;

superar obstculos com auxlio dos liderados;

ser o exemplo;

ter viso e ao;

possuir competncia e habilidade para enfrentar situaes


difceis e proatividade perante os problemas.

OCB/Sescoop

O lder aquele que consegue que as pessoas trabalhem


unidas em prol da comunidade. Ele tem, em maior ou menor
grau, as seguintes qualidades: originalidade, objetividade,
vivacidade, assertividade, pensamento lgico bem desenvolvido,
responsabilidade, bom senso, facilidade de comunicao e de
relacionamento interpessoal, criatividade, pontualidade, carisma,
flexibilidade a mudanas, humildade, honestidade, fidelidade,
profissionalismo, companheirismo e respeito pelo ser humano.

Comits
Existem experincias positivas quanto implantao dos
comits. Pode-se constatar que existem vrias denominaes para
estes comits, tais como:

comit educativo;

comit integrado;

conselho de associados;

colegiados;

comisso por produtos, entre outras.

Cabe ressaltar que todos eles, independente da denominao,


buscam o mesmo objetivo, que a excelncia na organizao do
quadro social para o xito da cooperativa.
Comit um grupo de associados de uma rea de ao
da cooperativa, que funciona de forma organizada e estruturada,
mediante um presidente e um secretrio, eleitos pelos associados
daquela comunidade, porm sem personalidade jurdica.
O levantamento de necessidades entre os associados do
comit educativo contribui para o planejamento anual das atividades
e para a agenda das reunies, realizadas mensalmente ou quando
necessrias.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

75

A existncia do comit s se justifica quando h necessidade


de sua atuao e quando este dinmico e traz resultados para a
cooperativa.

Atividades dos comits

76

propagar a Doutrina, os Princpios e os Valores do


Cooperativismo;

criar um clima de cooperao e cordialidade entre os


associados;

informar os direitos e deveres dos associados junto


cooperativa, conforme o estatuto social;

esclarecer como estruturada a cooperativa, seus


departamentos e a forma de administrao;

orientar sobre os servios prestados pela cooperativa;

esclarecer aos associados os objetivos, as metas e os


planos de crescimento da cooperativa a curto, mdio e
longo prazos;

sugerir a realizao de eventos que visem ao


desenvolvimento de aspectos administrativos do
empreendimento cooperativo;

sugerir eventos sobre comportamento humano, liderana,


motivao, tcnicas de reunies, relacionamento
interpessoal, gerenciamento, entre outros;

estar integrado com a diretoria, conselheiros fiscais,


conselheiros de administrao e departamentos ou setores
da cooperativa, servindo como instrumento de elo entre
os associados e a administrao da cooperativa;

representar o associado perante a administrao da


cooperativa de forma organizada e objetiva;

OCB/Sescoop

elaborar o planejamento das atividades socioculturais,


juntamente com assessoria de cooperativismo e
comunicao, com o aval da Diretoria Executiva;

fazer uso dos talentos humanos disponveis para o


desenvolvimento e crescimento do comit e lembrar que
o associado , acima de tudo, uma pessoa provida de
sentimentos e emoes que precisam ser estimulados
para aperfeioar os seus talentos.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

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78

OCB/Sescoop

Movimento
Cooperativista
Brasileiro
Um pouco mais da nossa histria
O Movimento Cooperativista Brasileiro surgiu no
sculo XIX, estimulado por
funcionrios pblicos, militares, profissionais liberais e
operrios, para atender s
suas necessidades.
Este movimento iniciouse na rea urbana, com a criao
da 1 Cooperativa de Consumo, em
Ouro Preto (MG) no ano de 1889,
denominada Sociedade Cooperativa Econmica dos Funcionrios
Pblicos de Ouro Preto, expandindo-se depois para os Estados
de Pernambuco, Rio de Janeiro, So Paulo, Rio Grande do Sul e
tambm Minas Gerais.
Em 1902 surgem as cooperativas de crdito no Rio Grande
do Sul, por iniciativa do padre suo Theodor Amstadt.
A partir de 1906 nascem e se desenvolvem as cooperativas
no meio rural, idealizadas por produtores agropecurios, cuja
propagao deu-se em vrios Estados junto s comunidades de
imigrantes alemes, holandeses, italianos, poloneses e japoneses,
entre outros.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

79

Os imigrantes trouxeram de seus pases de origem a bagagem


cultural, o trabalho associativo e a experincia de atividades
familiares comunitrias, que os motivaram a organizar-se em
cooperativas.
A histria relata que os problemas de comunicao, adaptao
nova cultura, carncia de estradas e de escolas e discriminao
racial, criou entre eles laos de coeso, resultando no nascimento
de sociedades culturais e agrcolas. Assim fundaram suas prprias
escolas, igrejas e atividades de carter cooperativo, tais como:
realizao de mutiro para o preparo de solo, construo de galpes,
casas, realizao de colheitas etc.
Com a propagao da doutrina cooperativista, as cooperativas
tiveram sua expanso num modelo autnomo, voltado para suprir
as suas necessidades, e assim se livrarem da dependncia dos
especuladores.
Embora houvesse o movimento de difuso do cooperativismo,
havia poucas pessoas informadas sobre esse assunto, falta de
material didtico apropriado, imensido territorial e trabalho escravo,
que foram entraves para um maior desenvolvimento do sistema
cooperativo.
O Cooperativismo Brasileiro adotou os Princpios dos Pioneiros
de Rochdale, embasados na Lei 5.764 de 16/12/1971.
Essa lei disciplinou a criao de cooperativas, porm
restringiu a autonomia dos associados, interferindo na constituio,
funcionamento e fiscalizao do empreendimento cooperativo.
Em 1987 houve uma mobilizao consciente e pacfica do
Cooperativismo Brasileiro, mediante consultas e propostas em
relao a uma maior participao dos associados e uma diminuio
da interferncia governamental.
Durante a realizao do X Congresso Brasileiro de
Cooperativismo, em maro de 1988, as propostas foram analisadas
e aprovadas no seguinte teor:
80

OCB/Sescoop

Estabelecimento de um processo de organizao do quadro


social em comits educativos, comisses, ncleos, conselhos etc,
permitindo a efetivao de um elo de ligao entre o associado e a
administrao da cooperativa, contribuindo para o processo decisrio
e o planejamento democrtico na sociedade cooperativa.
A reivindicao foi apresentada pelas lideranas
cooperativistas Assemblia Nacional Constituinte e inserida na
Constituio da Repblica Federativa do Brasil (em outubro de
1988), no Captulo I - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
art. 5, item XVIII, que define:
A criao de associaes e, na forma da Lei, a de cooperativas,
independem de autorizao, sendo vedada a interferncia estatal
em seu funcionamento.
A Constituio concedeu maior liberdade de ao mas, por
outro lado, atribuiu maior responsabilidade aos conselheiros de
administrao e fiscal, assim como aos associados.
Com a implantao da Autogesto, coube ao Sistema OCB
reestruturar-se em mbito estadual e federal, criando mecanismos
tcnicos e estratgicos para atender os anseios do Cooperativimo
Brasileiro:

orientao na constituio de cooperativas;

educao, capacitao e requalificao de associados e


funcionrios;

organizao do quadro social;

autonomia financeira;

assessoria ao autocontrole.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

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82

OCB/Sescoop

Representao do
Cooperativismo

Estadual
OCE (Organizao e sindicato estadual de cooperativas)

Tem por objetivo representar a Organizao das


Cooperativas Brasileiras OCB no respectivo Estado,
prestar servios e defender os interesses das cooperativas
filiadas, alm de exercer a representao sindical desta
categoria econmica em mbito Estadual.

A OCE formada por cooperativas singulares, federaes,


confederaes e centrais de todos os ramos. Pela Lei
5.764, ainda em vigor, todas as cooperativas so obrigadas
a se cadastrar na OCE do seu Estado.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

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84

Para sua manuteno, as cooperativas contribuem com


a importncia de 0,2% do valor do capital integralizado e
fundos, do exerccio findo no ano anterior.

A OCE tem como rgos eletivos o Conselho de


Administrao com uma Diretoria Executiva, composta
pelo Presidente, Vice-presidente e Secretrio, com
mandato de at quatro anos, o Conselho Fiscal e o
Conselho de tica, todos os membros associados de
cooperativas, conforme estabelece o estatuto social.

A Diretoria Executiva da OCE eleita, tendo cada


cooperativa, independente do nmero de associados e
faturamento, apenas direito a um voto.

O rgo soberano da OCE a Assemblia Geral, que


analisa e aprova o relatrio das atividades e a prestao
de contas, assim como avalia e aprova o plano de
atividades para o ano seguinte.

Assemblia Geral Ordinria acontece uma vez por ano e


a Extraordinria, quantas vezes necessrio.

Como sindicato engloba todas as atividades das


cooperativas nas negociaes que visam a aprimorar
a relao capital/trabalho em seus diferentes
desdobramentos.

OCB/Sescoop

Nacional

OCB Organizao das Cooperativas Brasileiras

Foi criada em 1969, durante o IV Congresso Brasileiro de


Cooperativismo, realizado em Belo Horizonte, substituindo
as duas entidades ento existentes, que eram a Abcoop
Associao Brasileira de Cooperativas, e a Unasco
Unio Nacional de Cooperativas, por deciso das prprias
cooperativas, representando todos os seus ramos.

Em 1971, a Lei 5.764 oficializou essa forma de


representao, como rgo tcnico consultivo do Governo
e dando-lhe outras incumbncias, alm de congregar
as organizaes estaduais, constitudas com a mesma
natureza.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

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SESCOOP - Servio Nacional de


Aprendizagem do Cooperativismo
Foi criado pela Medida
Provisria n 1.715, de 03 de
setembro de 1998, para viabilizar
a Autogesto do Cooperativismo
Brasileiro, e pelo Decreto 3.017,
de 06 de abril de 1999.

86

O Sescoop operacionaliza o monitoramento e o controle da


gesto de cooperativas,
conforme sistema desenvolvido e aprovado em Assemblia
Geral da OCB.

O Sescoop investe continuamente na capacitao e na


promoo social dos associados, dirigentes e funcionrios,
auxiliando na implantao definitiva da Autogesto.

O Sescoop tem, ainda, o objetivo de assessorar o Governo


Federal em assuntos de formao profissional e gesto
cooperativista e de contribuir para a formulao de polticas
adequadas criao de postos de trabalho e gerao de
renda pelo cooperativismo.

A fonte principal de receita do Sescoop a contribuio


mensal compulsria de 2,5% sobre o montante da
remunerao paga pelas cooperativas aos funcionrios.
Essa contribuio, antes da criao do Sescoop, era
recolhida pelas cooperativas para outras instituies
(Senai, Sesi, Senac, Sesc, Senat, Sest, Senar, Sebrae).

OCB/Sescoop

Amricas
ACI Amricas
Foi constituda em 1990, com sede em So Jos (Costa
Rica).

uma associao civil de alcance continental, sem fins


lucrativos.

Seu objetivo principal representar as organizaes


cooperativas dos pases das Amricas a ela ligadas, assim
como difundir e defender os Princpios do Cooperativismo
nas Amricas.

Internacional
ACI Aliana
Cooperativa
Internacional
Nasceu em 1895,
sendo uma organizao no
governamental que congrega
cooperativas dos cinco
continentes, com sede em
Genebra (Sua).

Tem como objetivo fortalecer o cooperativismo no mundo


inteiro, estimulando a integrao do Sistema Cooperativo
e atualizando os Princpios do Cooperativismo e zelando
pela preservao dos seus Valores.

Deve tambm incentivar a propagao da Doutrina,


Filosofia e Educao Cooperativista.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

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OCB/Sescoop

Bancos Cooperativos
Os bancos cooperativos,
conquistados recentemente, esto
amparados na Resoluo do
Conselho Monetrio Nacional n.
2.193 de 31/08/1995 e representam
a materializao dos anseios,
aspiraes e reivindicaes de
todos os associados das cooperativas de crdito.
Eles permitem no s a
ampliao da prestao de servios, mas, em especial, propiciam
novos mecanismos que geram mais competitividade e credibilidade
s cooperativas de crdito. Assim, a cooperativa opera com maior
segurana, liquidez e rentabilidade, o que, em ltima anlise, beneficia
o associado e a comunidade a que pertence.
Os bancos cooperativos so bancos comerciais,
especializados no atendimento s cooperativas de crdito. So
prestadores de servios de natureza financeira, operacional e
consultiva que visam ao fortalecimento dessas cooperativas. No
Cooperativismo Brasileiro existem dois bancos:
Banco Cooperativo SICREDI S/A Bansicredi
Fundado em 16 de outubro de 1995.
Banco Cooperativo do Brasil S/A Bancoob
Fundado em 21 de julho de 1997.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

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OCB/Sescoop

rgos de Apoio

Frencoop

Frencoop - Frente Parlamentar do Cooperativismo, criada


em 1986 e organizada por senadores e deputados federais no
Congresso Nacional, em Braslia (DF), com a funo de trabalhar,
solidria e coordenadamente para fomentar e promover o
Cooperativismo Brasileiro, divulgando e defendendo a doutrina e
a filosofia cooperativista, estimulando a prtica do cooperativismo
em todos os seus ramos e em todos os nveis sociais. Nos Estados
esto surgindo Frencoops formadas por deputados estaduais e nos
Municpios, Frencoops formadas por vereadores.

Denacoop

Denacoop - Departamento de Cooperativismo e Associativismo,


vinculado Secretaria de Apoio Rural e Cooperativismo, do Ministrio
da Agricultura, Pecuria e Abastecimento, criado pelo Decreto n
99.621, de 18/10/1990, tem a finalidade de promover e fortalecer
o associativismo rural e o cooperativismo em geral, influindo nos
processos de criao de emprego, de produo de alimentos, de
gerao e distribuio de renda e melhoria da qualidade de vida das
comunidades rurais e urbanas.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

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OCB/Sescoop

Histrico da Legislao
Cooperativista
A evoluo do associativismo e do cooperativismo
brasileiro alicerou-se em
decretos e leis. Cabe citar, neste
captulo, uma cronologia da
histria e de suas mudanas.
Citamos somente as referncias. Portanto, depender do
leitor aprofundar-se nos assuntos
de seu interesse. Os principais decretos e leis so:

Constituio de 1891, Art. 72


Assegura liberdade de associaes;

Decreto 979, de 06 de janeiro de 1903;

Decreto 1.637, de 1907;

Decreto 22.239, de 19 de dezembro de 1932;

Decreto 926, em 1938;

Decreto Lei 1.836, em 1939;

Decreto 6.980, em 1941;

Decreto Lei 5.154, em 1942;

Decreto Lei 5.893, em 1943;

Decreto Lei 6.274, em 1944;

Decreto Lei 59, em 1966;

Decreto lei 60.597, em 1967;

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

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94

Lei n 5.764 de 16 de dezembro de 1971, em vigor, que


define a Poltica Nacional de Cooperativismo, institui o
regime jurdico das sociedades cooperativas e d outras
providncias.

Constituio da Repblica Federativa do Brasil (1988), e o


Captulo I - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
- art. 5, tem XVIII.

Medida Provisria n 1.715, de 03 de setembro de


1998, criando o Sescoop para viabilizar a Autogesto do
Cooperativismo Brasileiro.

Decreto 3.017, de 06 de abril de 1999, que aprova o


Regimento do Servio Nacional de Aprendizagem do
Cooperativismo - SESCOOP.

OCB/Sescoop

Classificao das
Sociedades Cooperativas
Singular ou de 1 grau

Objetivo: prestao direta de servios aos associados.

Constituda por um mnimo de 20 pessoas fsicas.

permitida a admisso, em carter de exceo, de


pessoas jurdicas, com as mesmas ou correlatas atividades
econmicas das pessoas fsicas.

Central e Federao ou de 2 grau

Objetivo: organizar em comum e em maior escala os


servios das filiadas, facilitando a utilizao recproca dos
servios.

Constituda por, no mnimo, trs cooperativas singulares.

Pode, excepcionalmente, admitir pessoas fsicas.

Confederao ou de 3 grau

Objetivo: organizar, em comum e em maior escala, os


servios das filiadas.

Constituda de, no mnimo, trs cooperativas centrais e ou


federaes de qualquer ramo.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

95

A seguir uma figura que representa a classificao das


sociedades cooperativas:

96

OCB/Sescoop

Como Constituir uma Cooperativa


Uma cooperativa de sucesso uma organizao moderna,
constituda por pessoas comprometidas, individual e coletivamente,
com a realizao de objetivos em comum.
Antes de constituir uma cooperativa necessrio responder
s seguintes questes:

H realmente a necessidade de sua constituio?

As pessoas esto realmente interessadas?

Existe mercado, presente e futuro, para os produtos e/ou


servios que sero oferecidos?

H nmero suficiente de interessados para viabilizar a


cooperativa (mnimo 20 pessoas)?

Estas so perguntas bsicas, que devero ser feitas antes de


tomar qualquer deciso.
Se essas questes tiverem respostas afirmativas, sugere-se:

conhecer o que uma cooperativa e o seu funcionamento;

conhecer a legislao cooperativista, principalmente a Lei


5.764 (de 16/12/1971);

desenvolver um estudo de viabilidade econmica;

pesquisar se existem cooperativas do mesmo ramo e


atividades na regio; se houver, aconselhvel fazer
o contato para verificar se h a possibilidade de novas
adeses;

elaborar estatuto social de acordo com os objetivos


pretendidos;

identificar lideranas para a composio da diretoria;

definir o local da sede da cooperativa, entre outras.

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

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Observa-se que algumas cooperativas so constitudas por


lideranas que lutam por interesses individuais. O sucesso dessas
cooperativas duvidoso, pois as lideranas e associados, de modo
geral, devem buscar interesses comuns e no individuais, o que
vem a comprometer o empreendimento.
Portanto, a cooperativa deve nascer na base, e todas as
pessoas devero estar conscientes de suas responsabilidades,
acreditando e participando ativamente, como verdadeiros
empreendedores, em busca de resultados econmicos, culturais
e sociais.
Durante a sua constituio indispensvel consultar o
Sindicato e Organizao das Cooperativas do seu Estado, pois
ele mantm uma estrutura para este fim e dispe de profissionais
capacitados para auxiliar e esclarecer dvidas. Ver endereos em
anexo.

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OCB/Sescoop

Lista de Siglas
Abcoop

Associao Brasileira de Cooperativas

ACI

Aliana Cooperativa Internacional

AGE

Assemblia Geral Extraordinria

AGO

Assemblia Geral Ordinria

Bancoob

Banco Cooperativo do Brasil S/A

Bansicredi

Banco Cooperativo Sicredi S/A

Denacoop

Departamento de Cooperativismo
e Associativismo

DF

Distrito Federal

Fates

Fundo de Assistncia Tcnica Educacional e


Social

Frencoop

Frente Parlamentar do Cooperativismo

OCB

Organizao das Cooperativas Brasileiras

OCE

Organizao das Cooperativas do Estado

ONG

Organizao No-Governamental

Oscips

Organizaes da Sociedade Civil de Interesse


Pblico

PIB

Produto Interno Bruto

Sescoop

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo

Unasco

Unio Nacional de Cooperativas

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

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100

OCB/Sescoop

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COOPERATIVISMO Primeiras Lies

103

104

OCB/Sescoop

Endereo das Unidades Estaduais do Servio


Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo Sescoop
Servio Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo Sescoop
UNIDADE NACIONAL
Setor de Autarquias Sul, Quadra 04, Bloco I,
Edifcio Casa do Cooperativismo
70070-936 - Braslia-DF
Tel.: (61) 3217 2119 / Fax: (61) 3217 2121
www.brasilcooperativo.coop.br - sescoop@sescoop.coop.br

Regio Centro-Oeste
Distrito Federal - Sescoop/DF

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo do Distrito Federal
EQS 102/103, Centro Empresarial
So Francisco, Bloco A, Sobreloja 200
70330-400 - Braslia - DF
Tel.: (61) 3345 3036
Fax: (61) 3245 3121
www.dfcooperativo.coop.br
comunicacao@sescoopdf.coop.br

Gois - Sescoop/GO

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado de Gois
Avenida Dep. Jamel Ceclio, 3427 Jardim Gois
74810-100 - Goinia - GO
Tel.: (62) 3240 8900
Fax: (62)3240 8902
www. sescoopgo.org. br
sescoopgo@sescoopgo.org.br

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

Mato Grosso - Sescoop/MT

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado de Mato
Grosso
Rua 2, Quadra 4, Lote 3, Setor A,
Centro Poltico Administrativo (CPA)
78049-050 - Cuiab-MT
Tel.: (65) 3648 2400
Fax: (65) 3644 2306
www.ocbmt.coop.br
secretaria@sescoopmt.coop.br

Mato Grosso do Sul Sescoop/MS

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado de Mato
Grosso do Sul
Rua Cear, 2245 - Vila Clia
79022-390 - Campo Grande-MS
Tel.: (67) 3326 0171
Fax: (67) 3326 6280
www.ocbms.org.br
sescoop@ocbms.org.br

105

Regio Norte
Acre - Sescoop/AC

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado do Acre
Rua Coronel Alexandrino, 580, salas
05 a 08 - Bairro Bosque
69909-730 - Rio Branco - AC
Tel/Fax: (68) 3223 8189
www.portalamazonia.coop.br
sescoop.ac@globo.com

Amazonas - Sescoop/AM

Servio Nacional de Aprendizagem


do Cooperativismo no Estado do
Maranho
Avenida Carvalho Leal, 1154 Cachoeirinha
69065-000 - Manaus-AM
Tel.: (92) 3631 8518
Fax : (92) 3611 2226
www.ocbam.coop.br
secretariaam@ocbam.coop.br

Amap - Sescoop/AP

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado do Amap
Rua Jovino Dino, 1770, 3 andar Centro
68900-075 - Macap-AP
Tel/Fax: (96) 3223 0110
www.sescoop-ap.coop.br
sescoop@sescoop-ap.coop.br

Par - Sescoop/PA

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado do Par
Travessa Angustura, 3255 - Marco
66093-040 - Belm-PA
Tel.: (91) 3226 5280
Fax: (91) 3226 5014
www.paracooperativo.coop.br
sescoop-pa@sescoop-pa.org.br

106

Rondnia - Sescoop/RO

Servio Nacional de Aprendizagem


do Cooperativismo no Estado de
Rondnia
Rua Quintino Bocaiva, n 1671,
Bairro So Cristvo
76804-076 - Porto Velho - RO
Tel.: (69) 3229 2866
Fax: (69) 3229 4475
www.sescoop-ro.org.br
ocb-ro@uol.com.br

Roraima - Sescoop/RR

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado de Roraima
Avenida Major Williams, 1018 - So
Francisco
69301-110 - Boa Vista-RR
Tel.: (95) 3623 2912
Fax: (95) 3623 0978
www.portalamazonia.coop.br
sescooprr@yahoo.com.br

Tocantins - Sescoop/TO

Servio Nacional de Aprendizagem


do Cooperativismo no Estado de
Tocantins
Avenida JK, 110 Norte, Lote 16, 1
Piso, Salas 2/6
77006-130 - Palmas-TO
Tel.: (63) 3215 3291
Fax: (63) 3215 4837
www.ocbto.coop.br
secretaria@ocbto.coop.br

OCB/Sescoop

Regio Nordeste
Alagoas - Sescoop/AL

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado de Alagoas
Avenida Governador Lamenha Filho,
1880 - Feitosa
57043-000 - Macei-AL
Tel.: (82) 2122 9494
Fax: (82) 2122 9459
www.ocb-al.org.br
sescoop@ocb-al.coop.br

Bahia - Sescoop/BA

Pernambuco - Sescoop/PE

Servio Nacional de Aprendizagem


do Cooperativismo no Estado de
Pernambuco
Rua Manuel Joaquim de Almeida, 165
- Iputinga
50670-370 - Recife-PE
Tel.: (81) 3454 2151
Fax: (81) 3271 4142
www.sescoop-pe.org.br
sescoop@sescoop-pe.org.br

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado da Bahia
Avenida Joana Anglica 902 Lj A e H
Ed Frum Empresarial - Campo da
Polvora
40050-000 - Salvador-BA
Tel.: (71) 3321 1369
Fax: (71) 3322 0145
www.sescoopba.org.br
sescoopba@svn.com.br

Piau - Sescoop/PI

Cear - Sescoop/CE

Rio Grande do Norte - Sescoop/


RN

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado do Cear
Rua Ildefonso Albano, 1585
60115-000 - Fortaleza-CE
Tel.: (85) 3535 3650
Fax: (85) 3535 3670
www.ocbce.coop.br
sescoop-ce@ocbce.coop.br

Paraba - Sescoop/PB

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado da Paraba
Avenida Coremas, 498 - Centro
58013-430 - Joo Pessoa-PB
Tel.: (83) 3221 6753
Fax: (83) 3222 3660
sescooppb@sescooppb.coop.br

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado do Piau
Rua Alto Longa, s/n Ed. Cidapi gua Mineral
64006-140 - Teresina-PI
Tel.: (86) 3225 3034
Fax: (86) 3225 4443
www.piauicooperativo.coop.br
sescoop@sescoop-pi.coop.br

Servio Nacional de Aprendizagem


do Cooperativismo no Estado do Rio
Grande do Norte
Rua Jernimo Cmara, 2994 - Nazar
59060-300 - Natal-RN
Tel.: (84) 3605 2531
Fax: (84) 3205 6669
www.sescooprn.org.br
superintendencia@sescooprn.org.br

Sergipe - Sescoop/SE

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado de Sergipe
Rua Jos Deodato Soares, 209
Loteamento 31 de maro - Bairro
Jabotiana
49097-340 - Aracaju - SE
Tel.: (79) 3259 1134
Fax: (79) 3259 2752
sescoopse@sescoopse.org.br

107

Regio Sudeste

Regio Sul

Esprito Santo - Sescoop/ES

Paran - Sescoop/PR

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado do Esprito
Santo
Avenida Marechal Mascarenhas de
Moraes, 2501 - Bento Ferreira
29050-625 - Vitria-ES
Tel.: (27) 2125 3200
Fax: (27) 2125 3201
www.ocbes.coop.br
ocbes@ocbes.coop.br

Minas Gerais - Sescoop/MG

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado do Paran
Avenida Cndido de Abreu, 501 Centro Cvico
80530-000 - Curitiba-PR
Tel.: (41) 3200-1100
Fax: (41) 3200-1199
www.ocepar.org.br
secretaria@ocepar.org.br

Rio Grande do Sul - Sescoop/RS

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado de Minas
Gerais
Rua Cear, 771 - Funcionrios
30150-311 - Belo Horizonte - MG
Tel/Fax: (31) 3025 7100
www.minasgerais.coop.br
sescoop@ocemg.coop.br

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado do
Rio Grande do Sul
Rua Flix da Cunha, 12,
Bairro Floresta
90570-000 - Porto Alegre-RS
Tel/Fax: (51) 3323-0000
www.sescooprs.coop.br
sescooprs@sescooprs.coop.br

Rio de Janeiro - Sescoop/RJ

Santa Catarina - Sescoop/SC

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado do Rio de
Janeiro
Avenida Presidente Vargas, 583,
Sala 1202
20071-003 - Rio de Janeiro - RJ
Tel/ Fax: (21) 2232 0133
www.ocbrj.coop.br
sescooprj@ocbrj.coop.br

Servio Nacional de Aprendizagem do


Cooperativismo no Estado de Santa
Catarina
Rua Vidal Ramos, 224, Ed. Jaime
Linhares - Centro
88010-320 - Florianpolis-SC
Tel/Fax: (48) 3878-8800
www.ocesc.org.br
ocesc@ocesc.org.br

So Paulo - Sescoop/SP

Servio Nacional de Aprendizagem


do Cooperativismo no Estado de So
Paulo
Rua Treze de maio, 1376 - Bela Vista
01327-002 - So Paulo-SP
Tel.: (11) 3146 6200
Fax: (11) 3146 6222
www.sescoopsp.org.br
atendimento@sescoopsp.org.br

108

OCB/Sescoop

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

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OCB/Sescoop

COOPERATIVISMO Primeiras Lies

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