O Signo Linguístico
O Signo Linguístico
O Signo Linguístico
1. Situando a questo
No tratado De vulgari eloquentia, precisamente no trecho que estudamos, Dante
Alighieri argi, com a viso de mundo prpria de seu tempo, que a linguagem humana
no poderia ser apenas sons, pois sem razo berraramos por instinto, como os bichos.
Tampouco poderia ser apenas entendimento, pois seria necessrio que fssemos como
os anjos, que, como no tm corpo, no precisam de um meio pesado como os sons para
comunicar. O poeta florentino diz precisamente que:
Foi preciso, pois, que o gnero humano tivesse um sinal racional e sensual
para comunicarem uns aos outros os seus pensamentos. Foi preciso que
fosse racional por tomar algo de uma razo e lev-lo a outra, mas como no
se pode passar de uma razo a outra seno por um meio sensual, foi preciso
que fosse sensual, porque se fosse somente racional no poderia ser
transmitido, e se fosse somente sensual, no poderia nem receber nada de
uma razo nem colocar nada nela. (De vulgari eloquentia, 1, 3.)
Esta unidade corresponde ao primeiro e segundo captulos da primeira parte ( pgina 79) Curso de
lingustica geral (doravante CLG), de Ferdinand de Saussure, que est contido na apostila de Lingustica
I: Fundamentos epistemolgicos.
Ao ver esta imagem qualquer ser humano ser levado a conceber certo
significado, que voc j sabe, mas este significado tem milhares de significantes: fogo
em portugus, fire [fa ] em ingls, feu [f] em francs, [on] em russo,
[nar] em rabe, [a] em hndi, [hu] em chins etc. O signo arbitrrio porque
no h nenhuma relao natural entre qualquer um destes significantes e o seu
significado, isto , no h nada em fogo ou em , em fire ou em que nos remeta ao
significado fogo. Para o esperanto, que uma lngua artificial, o seu criador, Lazar
Zamenhof, inventou o significante fajro [fai ro].
Poder-se-ia pensar, porm, que as onomatopeias so uma exceo a essa lei. No
o so, porque mesmo elas no passam de uma imitao aproximada de certos sons, que,
alm disso, tm de passar pelo crivo do sistema fonolgico de uma dada lngua. Assim,
em portugus dizemos que o cachorro faz au-au, mas como em francs no h o ditongo
[au], nesta lngua se diz que esse bicho faz oua-oua [wawa], e em espanhol como
comum que ditongos com [w] ganhem o apoio de uma consoante [], esta onomatopeia
tem a forma guau guau [wauwau]. Mesmo as onomatopeias so arbitrrias.
A seguir voc pode complementar a sua leitura dos captulos primeiro e segundo
da primeira parte do CLG e deste comentrio com as definies de smbolo, signo,
significado e significante dadas pelo Dicionrio de Lingstica organizado por Jean
Dubois [ dybwa], traduzido e publicado pela editora Cultrix. Uso a edio de 2006.
2. Smbolo
Em CH. S. PIERCE, o smbolo entra em oposio com o cone e o ndice. Um
smbolo a notao de uma relao constante numa cultura dada entre dois
elementos. Enquanto o cone visa a reproduzir, transferindo (caso do retrato, que
reproduz sobre a tela uma impresso sensorial), e o ndice permite um raciocnio por
inferncia (a fumaa como ndice do fogo), o smbolo procede atravs do
estabelecimento de uma conveno (a balana como smbolo da justia).
Constatar-se- que estas diversas funes podem se encontrar acumuladas: uma
tipologia dos cones, dos ndices e dos smbolos baseia-se sobre a nfase de um dos
plos semiticos nos diferentes signos. Por exemplo: o retrato comporta uma parte de
regras adquiridas: se o contedo icnico idntico no retrato e na caricatura, o aspecto
simblico (convenes do gnero) bem distinto num e noutro caso. Se, em
contrapartida, a balana o smbolo da justia, F. DE SAUSSURE observa um rudimento
de lao natural entre o significante e o significado, portanto um resduo do processo
icnico ou indicial.
3. Signo
2
ATIVIDADES
1. Saussure preferiu o termo signo, e no smbolo, porque:
a) O smbolo totalmente arbitrrio e o signo parcialmente arbitrrio;
b) O smbolo o signo so igualmente arbitrrios;
c) O smbolo parcialmente arbitrrio e o signo totalmente arbitrrio.
2. Arbitrrio neste caso quer dizer:
a) No h uma relao natural entre o significante e o significado;
b) H uma relao natural entre a imagem acstica e o conceito.
3. Sobre as onomatopeias, pode-se afimar:
a) Imitaes convencionais de sons e rudos naturais que variam de lngua para lngua;
b) Imitao fiel e direta de um som ou rudo natural.
4. O signo lingustico composto de:
a) Uma parte psquica, outra fisiolgica e uma terceira fsica;
b) Uma dimenso unitria, que a palavra;
c) Duas faces, o conceito e a imagem acstica.
5. O Dicionrio de lingstica cita o nome do linguista mile Benveniste [emil
bvnist]. Ele autor de uma crtica formulao saussuriana acerca do signo. A
partir da leitura da referncia indicada a seguir, redija trs pargrafos que
perfaam no mnimo 20 linhas e no mximo 30 sobre a formulao de Benveniste
acerca do signo lingustico.
http://sites.unifra.br/Portals/36/ALC/2005/o_signa.pdf (tambm disponvel em
anexo)
Redija as suas respostas com a fonte (tipo de letra) Times New Roman ou Arial
com tamanho 12 e espaamento simples entre as linhas.
Preste ateno ao uso do negrito e do itlico: o negrito serve, por exemplo, para
ressaltar o ttulo, e o itlico, para assinalar palavras soltas.
Na primeira pgina da sua resposta redija o cabealho com o seu nome
centralizado, pule duas linhas e redija o ttulo em negrito no modo justificado:
Resposta s atividades. Pule uma linha e redija suas respostas. No caso da
primeira questo quarta questo reescreva as frases com a sua resposta. No
caso da quinta, redija o seu comentrio.
Insira a numerao das pginas no canto inferior direito.
Salve o seu documento com o formato .doc. Se redigir o documento no Word
2007 e salv-lo automaticamente, ficar com o formato .docx, e eu no poderei
l-lo. Salve o documento com o seu nome e o numeral romano corresponde
unidade, neste caso II.
Se quiser, estude com o seu colega, mas no copie as respostas dele. Respostas
clonadas sero sumariamente anuladas, e voc o prejudicar. Tambm no
copie os textos de suas fontes. Os comentrios que redijo para voc saem da
minha prpria cabea, e quando uso um texto alheio informo isto, de modo que
lhe peo apenas o cuidado e a ateno que eu mesmo lhe dispenso. Se h algo
que a lingustica gerativa provou que cada texto uma produo indita em
uma lngua. Se eu mesmo perdesse o texto destas orientaes por algum motivo,
quando as reescrevesse no sairiam igual, muito menos se fossem escritas por
outra pessoa.
As atividades primeira, segunda, terceira e quarta valem 1 ponto cada, atribudo
objetivamente, enquanto que a quinta vale 3 pontos, atribudos subjetivamente.
Devem ser entregues impreterivelmente at segunda-feira.