Histórias Da Campanha Do Uruguay
Histórias Da Campanha Do Uruguay
Histórias Da Campanha Do Uruguay
DAS
CAMPANHAS
no
ERAZIL
i864-i87
FRIJY-I:EIRO
VOLUJY-I:E -
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URUGUAY
POR
E.
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RIO DE JANEIRO
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ADVERTE OlA
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dos engenheiros
TE:\E~TE-conONliL
E. C. JOll7'clan
PRIMEIRO PERIODO
PRIMEIRA P ARTE
1864-1865
Guerra entre o Brazil e a Republica Oriental do Uruguay.
Ataque e tomada da Villa do Salto.
Assedio, assalto e tomada de Paysand.
Assedio e submisso de Montevideo.
Declarao de guerra pela Republica do Paraguay ao Imperio do
Brazil.
Apprehenso do paquete commercial Marquez de Olinda, em tempo
depaz.
Conveno de paz de 20 de fevereiro de 1865, entre o Imperio do
Brazil e a Republica do Uruguay.
PROLOGO
e apanhada de surpreza,
factos que demonstram ser ella a mais grave injustia que se faz ao Brazil.
-8 ........
internacionaes ; e restolham neste campo, si divisam no correr dos debates
.a esperana de uma reconstituio ministerial em que figurem homens da
mesma opinio politica.
D'3st'arte os partidos da opposio cream serios embaraos, que teem a
debellar mais tarde, quando no poder.
Os nossos visinhos, mais. astutos, aproveitam-se dos argumentos da
propria imprensa e tribuna brazileiras, no s para confirmar a sua propaganda contra os intentos de absorpo que attribuem ao nosso Governo,
como para corporisar e sustentar seus pretensos direitos.
No Brazil muito commum ouvir-se da opposiO exclamaes
radas e retumbantes como, por exemplo: -
exage~
v~gos
livrando o Brazil de maiores embaraos que dalli poderiam ter vindo e que
parecem renascer agora.
Eis ahi o que foi a politica tradioional oolonial, que era seguida com
firmeza e resoluo.
O contrario deu-se no tempo do Imperio, que adoptava a politica moderna das tergiversaes, das tangentes, dos zig-zags e das condescendencias; o que fez recuar o limite Sul do Brazil at o Chuy e neutralisou o
territorio do Amap, aquem do Oyapock, bem como o do Pirara, aquem dos
limites com a Guyana 1ngleza.
E si assim acontece, quaes so, pois, os factos que revelam o proposito~
attribuido ao Governo brazileiro, de restaurar a politica tradicional colonial, relativamente aos Estados do Prata?
Examine-s_e a questo com o espirito desprevenido, e para isso volva-se
a uma poca mais remota,.a da fundao do 1mperio.
Logo em seguida a. declarao da independencia, um dos primeiros cui-
1 A iudependencia das
colonlas hespanholas teve logar em 1810-1811, emquanto a do Brazil teve logar em 1822. c
-10 dados do Governo Imperial foi manter relaes de cordial amizade com as
republicas visinhas ; e para isso acreditou junto ao Governo de Buenos Ayres
a Symphronio Maria Pereira Sodr e depois a Antonio Jos Falco da Frota,
ejunto ao Governo do Paraguay a Antonio Manoel Corra da Camara.
No correspondeu, porm, o Governo de Buenos Ayres a esta expectativa; pois dalli partiram os estimulos para a revolta da Provincia Cisplatin~,
houve Buenos Ayres nessa questo, C!ue o Brazil viu-se obrigado a decla)-ar-lhe a guerra.
Bem triste a histor"ia daq uel1es tempos: A mil direco da guerra, o
-exaltamento da linguagem na imprensa e na tribuna brazileiras daquella
poca. as insinuaes tendentes a fazer crer que o Governo brazileil'o tentava voltar
a politica tradicional
-11-
uti possicletis, perfeitamente comprovado, sempre () Brazil perdeu territorios, como se prova Asimples vista dos tratados.
Ao sul do Brazil corria a fronteira por Castilhos Grandes, de conformidade com as clausulas do tratado de 1750, a que era licito recorrer como
documento historico; ao passo que pelo tratado de 12 de outubro de 1851
o Brazi1 recuou a sua fronteira at o Chuy.
Ainda mais: esta concesso no satisfazendo completamente ambio
do Governo Oriental,
-12 -
Foi nesse intuito que aquella republica reluctou muitos annos para
reconhecer a independencia da Republica do Paraguay, querendo obriga]-a
a submetter-se ao Governo de Buenos Ayres.
Foi ainda para satisfao e execuo desse mesmo plano politico que
a clausula 16 a do tratado da Triplice i Alliana exigia que, terminada a
guerra, ficasse pertencendo Republica Argentina todo o Ohaco Paraguayo, antiga conquista e posse daquelle paiz alm do Rio Vermelho e at
Bahia Negra. Ainda no satisfeita, apossou-se tambem do Departamento
da Oandelaria, da Repu blica do Paraguay, limitando pelo mesmo art. 16 o
territorio daquella republica pelo rio Paran; e vindo, por fora desta
usurpao, a limitar com o Beazil a Nordeste pelos rios Igua e Santo
Antonio.
Assim, pois, a guerra que teve o Brazil com o Paraguay (1864 a 1870)
foi para a Republica Argentina o seguimento feliz da sua politica de
annexao e augmento de territorio ; havendo para isso concorrido impensadamente o Brazil, que supportou todo o peso da guerra simplesmente em
beneficio da Republica Argentina.
E finalmente, como confiemao actual desse mesmo plano politico, de
longa data premeditado pelos governos argentinos, o Brazil, depois de
constituido em Republica e soffrendo com a sua boa f e benevolencia as
consequencias dos actos impensados e dos erros dos governos da monarchia,
v posto em duvida pelos argentinos 2 o seu incontestavel direito ao territorio
das Misses.
A politica do Brazil tem sido quasi sempre a politica das intervenes;
mas esta consageada pelos factos, pelos exemplos frequentes, por conselho
dos legisladores internacionaes, e principalmente pelo direito, que tem
cada paiz, de velar pela honra nacional e de garantir a integridade do seu
territorio.
1 Sabemos que
tratado da Triplice Alliana foi elaborado pelo ministro argentino
e os conselbeiros Saraiva e Octavia,no de Almeida R03a, e que no foi consultada as
Secretaria de Estrangeiros do Rio de Janeiro.
2 O Governo Imperial consentiu que se levantasse a planta do territorio das Misse
quando os direitos do Brazil sobre essa regio eram incontestaveis, ii. vista dos.
tratados anteriores.
13-
De longa data a politica de interveno do Governo brazileiro nas republicas platinas ha sido praticada por duas frmas : ou quando reclamada
para garantir a integridade e o socego das suas provincias fronteiras, ou
quando instantemente solicitada pelas mesmas republicas.
Quer n'um, quer n'outro caso, porm, a conducta do Brazil tem sido
a mais generosa, a mais recta e a mais desinteressada possivel, como se
deprehende do rapido exame retrospectivo que em seguida fazemos.
Interveno de 1851
Apoderando-se da cidade de Montevido, como estava prestes a fazeI-o,
e annexando a Republica do Paraguay suajurisdicO, no difficil seria ao
dictador Rosas realizar subitamente a invaso do Rio Grande do Sul, onde,
uma vez acastellado, abriria a guerra de notas, para demonstrar, pelos
antigos tratados, que o territorio das Misses devia ser incorporado ao da
Republica Argentina, e que as fronteiras respectivas deveriam ser recuadas
ate o Ibicuhy.
Antevendo a realizao deste plano, o Brazil impediu-o. Primeiro que
tudo era obrigado, pelo tratado de 1828, a garantir a autonomia da Republica Oriental' e em 1 44 havia reconhecido solemnemente a independencia do Paraguay.
Bl'~il
para
Par~
-15 -
concluir este direito daquella fonte. Esta interveno trouxe para o Bra-zU
as seguintes lamentaveis consequencias:
1._ Quebra de sua fora moral'nos paizes platinos ;
0"
general Flores; facto este que fez renascer em Montevido o receio de que
desembarcasse em portos orientaes alguma fora proveniente de Buenos
Ayres e apoiada pelo Governo daquella Republica.
A cooperao prestada pelo Brazil nestas emergencias foi sempre modelada pelas regras da maior prudencia; devendo notar-se que, desde que
cessava o motivo da interveno, armada ou diplomatica, o Brazil a retirava immediatamente.
Finalmente, em 1863, por occasio em que o g'eneral Flores invadiu o
territorio oriental, o Governo daquella" republica pediu de novo a interveno do Brazil, que apressou-se em mandar o ministro brazileiro emMontevideo
em
tb
-16 Esta politica, derivada dos ajustes internacionaes, foi sempre fiel e generosamente desempenhada; e, entretanto, como correspondiam as republicas platinas aos sacrificios que fazia o Brazil para firmar a paz no sul
da America?
Buenos .Ayres arma sem rebuo a ilha de Martim Garcia
i,
perma-
moderado, ficara
QUINTEROS
-17 -
1mpitulao que lhes o(fereceu o general Anacleto Medina, chefe das foras do Geverno, que aS3everou garantir-lhes a vida.
Os termos da capitulao foram:
].0 As foras revolucionarias se submettem ao chefe do exercito constitucional.
2. Os officiaes e soldados sero conrluzidos ~ara a capital da Republica, afim
de serem p stos disposio do presidente da Republica.
3. O general em chefe e mais commundantes das ditas foras passaro com os
seus passaportes para o territorio do Brazil.
Assignado - Anacleto M eclinlt.
Parecia, ii. vista da assignatura do general Medina, que seria respeitada esta
capitulao.
O governo, ao receber as participaes officiaes da capitulao de Quiuteros,
depois de alg-uma hesitao, ordenou que fossem fuzilados todos os prisioneiros.
Expediu essa (1rdem selvagem no dia 30 pela manh, pelo capito Jos Garc.ia,
que foi rebentando cavallos, e chegou no dia l a Durazno, portador d,\ seguinte
ordem, arrancada pelo ministro Antonio de las Garreras ii. imbecilidade do per,sidente, D. Gabriel A. Pereira:
,
].0 Devero ser passados pelas armas os generaes Freire e Dias e os corooeis
Tajas e Martll1ez.
2. SOfl'er a pena de morte o major Freire, por ter-se revoltado, com parte
do esquadro que com mandava.
.
3. Sero executados todos os commaodaotes e cidados que arregimentaram
foras contra o Governo.
4. Sero'quintados todos os officiaes, de capito para baixo.
.
No dia l de fevereiro foram fuzilados os generaes Don Gesar Dias e Don Manoe] Freire ;
Os coroneis Francisco Tajes e Eulalio Martinez.
No dia 2 foram fuzilados lseis tenentes-corooeis, tres capites. um l tenente,
2-
-18 -
inter~
-19-
20-
Re~
OE
acceitou.
21-
Parnahyba
J\Iearim
Araguary
Ivahy
Amazonas,
vapor de r'ldas.
Recife
..
Total, cavallos-vapor. .
120 cavo
120 ~
120
100
100
100
300
150
1.UO
Nictheroy
..
Maracan
1tajahy
"
li>
Beberibe
Iguatemy
Araguary
I piranga
220 caTo
100
200
80
80
130
80 l>
80
70
1.040
PRELIMINARES
bra~
in~
tenes ou que se traduzissem mais tarde por actos mais positivos que as
manifestaes pessoaes do presidente Lopez; e assim que ficou completamente estupefacto ao receber alo de setembro um protesto do ministro
paraguayo, Berges, datado de 30 de agosto, e consubstanciando o principio
inadmissivel de que: - a segurana e
pouco caso que se tem feito do seu concurso, quando se agitam nos Estados
'. O titllIo de - EI Supremo -, empregado no tratamento do presidente da RepublIca do Paraguay, originaria do tratamento que exigia o dictador Francia em
I~16, que o seguinte:-Ea;m. Sir. Don Gaspar Rodriguez de Francia, Supremo
\J..
A victoria de Monte-Caseros em 3 de fevereiro de 1852, em que a diviso brazileira de 4.000 homens, commandada pelo brigadeiro ManoelMarques de Souza, depois Conde de Porto Alegre, collocada no centro da linha
de batalha, decidiu da aco, tomando a artilharia argentina que estava
postada nas alturas que lhe ficavam em frente, foi um triumpho completo
para as armas brazileiras no Rio da Prata e deu muita fora moral ao exer
cito imperial.
Infelizmente os ministerios que se seguiram a 1853 modificaram a sua
politica para com as republicas do sul; entenderam que a politica de tolerancia e moderao era a que se devia seguir, e successivamente reduziram
os oramentos da guerra e transformaram o ex.ercito em instrumento eleitoral e em auxiliar da policia e da politica interna omcia!.
o ministerio de
25-
mostrass~
nas fronteiras
Govern~
COI
Havia cerca de 10 a 12 annos que o deputado por Matto Grosso, Antoni()Correa do Couto, dissera que aquella provincia estava sem defesa e que ()
Paraguay estava se armando para atacar o Brazil na primeira occasio .
.Ninguem lhe deu atteno, pois julgavam que o Paraguay no tinha foraspara luctar com o Imperio. Era conhecido em 1864 o estado em que se
26-
achava o resto de fora, a que se appellidava de- Exercito Brazileiro.Disperso pelas provincias em pequenos destacamentos, como para tirar-lhe
a coheso e desencaminhaI-o de sua misso patriotica, havia-se-Ihe dado
outros destinos.
Muitos officiaes eram empregados em commisses policiaes e eleitoraes.
Os soldados haviam afrouxado a disciplina militar e muitos no conheciam seus commandantes, porque viviam em destacamentos longinquos.
Em geral no
~e
27-
obter satisfa-
es de aggravos recebidos pelo Imperio, desde 1852, nas pessoas e propriedades de subditos brazileiros residentes no Estado Oriental.
1 Nota das reclllmaes e queixas do Governo brazileiro ao da Repuofica Oriental, que sempre as sophismou, motivando a entrega do ultimatum de 4 de agosto
de 1864.
. Em 20 de fevereiro de 1847 o presidente do Rio Grande do Sul affirmava terem
Sido saqueados e assassinados 139 brazileiros no Estado Oriental, de 1843-1847.
Pelo relatorio do Ministerio das Relaes Exteriores de 1857 v-se que a 31 de
agosto de 1852 foram assassinados o guarda nacional Joaquim Silveira e o cidado
28-
Manoel Nobre; bem como qne, contra o art. 40 do tratado de commercio, foi exig-ido
o imposto de 680 ris por caben. de ""ado vindo das estancias brazileiras do Estado
Orientn.l para Brazil.
,
O r'elatorio de 1858 menciona n. priso dos bmzileiros Antoni.o Medina e Adriano
Muniz Fagunrles, o assassinato de 1\1;1noel Custodio, Claudino da Silva, as vjolencias
e o roubo praticados contra Antonio de Lima,
O relatol'io tie 1859 menciona o assassinato uo Paulista Jos Vieira, a priso e
processo injnsto contra o brazileiro B01l.ventura Alves, o processo de Bel'Uardino
Jos da Silveira, preso sem culpa em 1854, obrigarlo a trab<tlhos forau'l na.s obras
publicas e ellcarcerado at 1857, a extl'adio negadn. do desertor Jos 19-nacio ua
Silva, o ass'lssinato de Manoel Ribeiro dlJS Santas pela policia. do Cerro-Largo, o
.assassinato de PascOill Nolasco a 13 de fevereiro de 1854, o assassinato do estancieiro
Eduardo Taylol' no dia 21 de fevereiro de 1858 e o de Leonardo da Silva, casado e
com 11 filhos, atrozmente torturado em Acegu, o de Mariano Borba no Chuy, o
attentado de um commiSS3.I'io de policia mandando prenJer e nssassinar os brazileiros Manoel Jos de SRcl' Annn., ~1;lDoel Leo e Manoel do Couto, por no terem
querido servir no exercito oriental, e finalmente o assassinato de Manoel Antonio
da Silva em Santa Rosa por um cabo e dous soldados ria, policia.
No reh1tol'io de 1860 consta ainda o aSS'ls~inato de mais nove subditos brazileiros em diversos logares e datas, a, saber: Fortunato d,\ Silva, Antonio Domingos,
Jos Luiz de Souza, Joo Alves da Fontoura Riquiuho, Manoel Andr, Jos Orlando,
Joaquim de Mornes Cunha, Severino Antunes e um cujo nome no mencionaria.
Alm disso, o roubo da herana do a~sassinado Fortunato da Silvn., o roubo, pela
policia, de dons filhos menores do brazileiro N. Barreto, o a salto e roubo ca~a de
Janual'io Antonio de Araujo, as torturas e extol'ses so[ridas por seus filho:> JaDuario e Tristo, as violencins pratic;,das contra a pessoa e bens de Serafim Jos
dos Santos, os altentados commettidos por nma fOI'a orien k'11 ao mando do alferes
Joo Senna, no somente contra as pes ons e propriedades dos subditos Joo Henriques e Anacleto Jos Soares, em territorio bl'azileiro, invadido por aquella fora,
bem como os insultos, mos tratos e desarmamento de dous guardas da fronteira.
brazileira.
No relatorio de 1861 ve-se a expoliao de Serafim Jos dos Santos por autoridades orientaes, as torturas que so:trreram Sebastio Amadeu, Felippe Jos Pires
29-
Brazil ; c cr ter dado provas de sua solicitude para que estas boas relaes
sejam permanentes e inalteradas, e recebe com satisfao a misso de
B. Ex.., dirigida a to importante objecto.
Quatro dias depois o plenipotenciario brazileiro recebia do ministro das
relaes exteriores da republica, Juan Jose Herrera, uma nota, datada de
16 de maio, declarando-lhe que o presidente da republica havia ficado
sati feito com elle, pelo espirito de que S. Ex:. se mostrara animado; e
que, no obstante, lhe ordenara qua fizesse saber, antes de tudo, ao Sr. conselheiL'o Saraiva, relativamente s tropas brazileiras que estacionavam na
fronteira da republica, que, em qualquer circumstancia, a passagem, no
consentida, de tropas brazileiras pelo territorio oriental seria considerada
como um ultraje soberania e independencia da republica; e que esta
passagem seria um passo tanto mais grave, quanto mais difficeis j eram
as circumstancias em que o paiz se achava, por ca usa da invaso de Flores.
A 1S3 de maio, e sem responder s insinuaes da nota oriental de 16,
o conselheiro remetteu ao Governo oriental a sua nota de reclamaes.
Nella ponderava que as constantes reclamaes do Governo Imperial, com
e Jos Vicente, a imposio do servi-o militar a Joo de Moraes Ortiz, 1\1anoel Cunha
30-
31-
pondeu a 24 do mesmo mez: Que a invaso do Estado Oriental fra organizada e armada em territorio argentino e brazileiro; e que o Governo do
Brazil era o culpado dos males que ento afRigiam a republica.
A' longa nota do Governo oriental respondeu o ministro brazileiro com
outra, de4 de junho de 1864, sustentando com dignidade a sua nota de 18
de maio e insistindo pelas providencias reclamadas, como unico meio de
terminar as divergencias. Terminava a sua resposta dando-se por inteirado de no poder e de no estar disposto o Governo oriental, nas circumstancias ento actuaes, a satisfazer as solicitaes amigaveis que o Governo
Imperial lhe fazia por seu intermedio.
Dizia mais, em sua nota, que acabava de ser informado de que a poucos
dias haviam sido barbaramente assassinadas uma brazileira com sua filha
de 16 annos, em Durazno; o que no fazia acreditaro)ystema de proteco de que gozavam na republica os cidados brazileiros.
Devemos dizer que a misso do conselheiro Saraiva foi recebida em
Montevido com preveno e animosidades, provenientes, no s dos ultimos
acontecimentos, bem como das rivalidades tradicionaes entre portuguezes
e hespanhes.
O Estado Oriental debatia-se em guerra civil desde 1862.
Innumeros cidados brazileiros, alli residentes, adheriram causa do
general Don Venancio Flores, chefe da revoluo contra o Governo da republica. As reclamaes do Imperio implicavam a punio de cidados
orientaes da parcialidade do Governo.
Por isso, embora o Governo Imperial, durante o gabinete 15 de janeiro
~e
32-
33-
34-
com 2 i
til'OS,
A 14 de
mancla~'ia
si o gene1Ytl o exigisse.
sete~lbro
~e
Governo brazileieo havia prohibido ao seu ministro toda e qualquep interv.eno dieecta sobre os planos ou aco do chefe da revoluo.
Flores dirigiu-se a Villa Florida, a 20 leguas de Montevido, e mandoa
~n
35-
rendesse.
A guarnio
recebeu-o
tiros,
matando-o
na
mesma
oc-
casio.
Seu pae, desesperado, ataca e toma a villa e em seguida manda fuzilar
Oarneiro de
36-
A 11 havia seguido o seu destino, quando Lopez mandou em sua perseguio o vapor de guerra Tacuary.
Foi alcanado o paquete cerca de 30 milhas rio acima, preso
legao.
No dia 15 foram-lhe entregues os passaportes, com a resposta de que
no entregariam o paquete; e ao mesmo tempo prohibiu o Governo paraguayo aos navios mercantes, que se achavam no porto, que recebessem a
bordo o ministro brazileiro.
Era evidente o proposito de obrlgar o plenipotenciario brazileiro a
em~
1'13-
os
37-
nholada.
A 22 de agosto o commandante em chefe das foras navaes brazileiras
deu conhecimento, por oflicio dirigido LegaO Imperial em Montevido,
que estava autorisado a fazer reprezalias, e deu instruces ao capito de
mar e guerra, commandante da 3 a diviso, Francisco Pereira Pinto, para
inicial-as.
A 28 de agosto o commandante Pereira Pinto exigiu do commandante
militar de Paysand que lhe declarasse si os subditos brazileiros alli rsidentes podiam contar com a proteco das leis da republica, e si elle estava
resolvido a desarmar o vapor Vz'lla det Salto.
Le~ndro
38-
o Villa deZ Salto escapou-se c refugiou-se em Paysand, onde li. guarnio o abandonou, depois ele incendiaIo.
No dia 31 de agosto retirou-se o ministro residente, Dr. Joo Alves
Loureiro, com a LegaJo Imperial a bordo da Nicthe"oy. No dia 10 de
setembro dirigiu uma circular aos agentes dipIomaticos residentes em
Montevido, referindose nelIa a tudo quanto havia succedido desde a chegada do conselheiro Saraiva at o incendio do vapor Villa deZ Salto.
A 3 de setembro o Govel'l1o oriental resolveu cassar o exequatu,..
expedido s patentes consulares do Brazil na repuhlica, notificando esta
reso1 no aos consules brazileiros.
A 7 de setembro o conselLeiro Saraiva officiava de Buenos Ayres aopresidente do Rio Grande elo Sul i que parecia-lhe necessario e urgente que o exercito braleiro invadisse o tcrritorio da republica, para.
o fim de expellir do Cerro-Largo, de Paysand e Salto as foras do Governo de Montevido ; e que a diviso que houvesse de effeetuar operae....
de guerra contra Paysand devia ter a gente e o material necessario$
para sitiar a praa, e tomaI-a viva fora, etc.
A 21 de setembro foi expedido do Ministerio dos Negocios Estrangeiros, no Rio de Janeiro, um officio ao Baro de Tamandar, orclenal1d
lhe peremptoriamente o Governo Imperial que as nossas foras occupassem
quanto antes as cidades de Paysand, Salto e Qerro-Largo ...
Si as foras do general Dom Venancio Flores vierem occupar os de-
partamentos mencionados, desde que, cm bora como Governo de facto, o[erecerem as desejadas seguranas
a vida,
(j
1
A ordem do dia n. 416 do Ministerio da Guerra, de 22 de setembro de 18tH~
d a nomeao do marechal MenDa Barreto para commandar o exercito que ainda.
se in. organizar.
39 -
estava organizado) devia entear no territorio da republica e apoderarse . viva fora de Paysandli, Salto e Cereo-Largo. De tudo isto se depeehende que o Governo mandava oedens a um exercito que ainda se havia:
de organizar.
O presidente, Dr. Joo Marcellino de Souza Gonzaga, ao entregar
administrai'io do Rio Geande ao seu successor,
4 de agosto de 1865 :
dis~e
cm seu relatorio
<
vincia; estas estavam mal fardadas, mal armadas e disseminadas por varias
pontos longinquos. O arsenal e os depositos bellicos estavam desprovidos.
1 Relatorio com que o bachl\rel Joo Marcellino de
ouza Gonzaga entregou a
administeao da provincia do Rio Grande do Sul ao Visconde de Boa Vista, em
agosto de 1865:
dita
..
dita
.
3 batalho de infantaria com
.
6
dito
..........
13
dito
.
4
TotaL ....... ,
279 homens
274
223
300
437
447
2;;8
285
2.503
lO
10
lO
..
-40 ...
de material, os regimentos no ieem cavalhadas e a estao iuvernosa approxima~se.
brigad~s;
sendo a ]a commandada
a
pelo coronel Antonio Fernandes Lima, e a 2 pelo coronel Joo Antonio
da Silveira.
Expediu tambem ordens para marcharem para a fronteira do Uru
guayo 20 e () 10 batalhes de linha, que haviam chegado provincia em
fins de dezembro, e oito canhes obuzes que havia em S. Gabriel em estado
de prestarem algum servio.
41.-
pedido para o arsenal de guerra da crte, porque no era passiveI satisfazeI-o aqui.
Ha grande falta de abarracamentos para a I a diviso; daqui s remetti
cerca de 600.
Comprou-se materia prima para fabricaI-as aqui, visto no poder o
arsenal de guerra da Crte satisfazer os pedidos que daqui tenho feito.
Tal era o estado de desarmamento daquella provincia durante o periodo
de 1864 a 1865, no comeo da guerra.
Por isso no devemos admirar-nos de haverem morrido de frio e de
molestias adquiridas pela falta de abarracamento, de coberturas, de capotes,
etc., tantos companheiros no Estado Oriental, na campanha do Uruguay,
e tanto mais que o inverno de 1865 foi rigorosissimo.
Na sesso de 30 de maro de 1864, discutindo-se na Camara dos Deputados a lei de fixao de foras de terra, e agitando-se a questo sobre si
bastavam 14.000 homens ou si eram precisos 18.000 o deputado Campos
disse: No Rio Grande ha tres batalhes de infantaria sob os ns. 3, 6 e 13,
com
O total
. 511
Estauo-maior existente, officiaes
.
1 batalho de engenheiros com
4 companhias
.
1 regimento de artilharia a cavallo
. 32
4 batalhes de artilharia a p
4
})
'
.
1 corpo de artilharia a p
1.
)
..
2
4
)
4 companhias de artifices ..........................
2
I esquadro de caval1aria
.
2
5 companhias de cavaIlaria..........................
5
16 batalhes de infantaria
.. 128
6
o facto do
42-
5 corpos de infantaria..................................
4
20 companhias
8
2 companhins de inranta1'fI...............................
2
brnzileira em 1864-65
43-
Z).-
44-
rante, que julgo necessario tornar communs os nossos esforo.s para chegar
es~
:1 -
45 -
Fazendo a devida justia nobreza dos sentimentos de V. Ex.. e maneira honrosa com que se mostra disposto a reparar estes males e offensas,
devo declarar a V. Ex.. que terei a maior satisfao em coopel'ar com
V. Ex.. para o importante fim de restabelecer a paz da republica, e de
reatar as amigaveis relaes della com o imperio, rtas pela imprudencia
daquelle Governo, to anti-patriotico, como injusto em todos os seus actos.
Para tornar uma realidade esta cooperao, a diviso do exercito imperial que penetra no Estado Oriental, com o concurso da esquadra de meu
commando, se apoderar do Salto e Paysand, como reprezalias, e immediatamente subordinar estas povoaes
compromisso de reparao, que V. Ex.. contrahiu, entregando-as s autoridades legaes, que V. Ex.. designar para tomar conta dellas, e s conservar ahi a fora que V. Ex.. requisitar para garantil-as de que no
tornem a cahir de novo em poder de Montevideo. No duvidarei
tambem operar com o apoio dependente de V. Ex.. contra as foras
que se acham em Mercedes e ao norte do Rio Negro, para no s impedir
que o general Servando Gomes passe para o sul deste rio com o ex.ercito
que commanda, como para obrigaI-o a largar as armas. Creio que V. Ex..
avaliar o quanto efficaz e o apoio que lhe garanto debaix.o de minha responsabilidade, o qual se traduzir immediatamente em factos, e que reconhecer neUe mais uma prova de sympathia do Brazil pela Republica
Oriental, a cujos males estimaria pr um termo, concorrendo para constituir
o Governo que a maioria da Nao deseja, e que s encontra opposio em
um reduzido numero de cidados.- Deus guarde a V. Ex..- Illm. e Ex.m.
Sr. brigadeiro general D. Venancio Flores, com mandante em chefe do
ex.ercito libertador. - (Assignado) Bal"o de Tamandal".
Este acto no ficou em segredo; delle tiveram noticia o Governo oriental, os agentes diplomaticos estrangeiros em Montevido, o Governo argentino e o publico em geral pela imprensa.
Encontra-se entre os annex.os ao relatorio do Ministerio dos Negocios
Estrangeiros.
Era o principio da alliana entre o Brazil e o chefe da revoluo; e, .
1
V-'
.;t6-
irrita~
~o mando
aquella praa.
A 13 de dezembro o presidente Aguirre decretou que os portos da repunlica ficavam fechados ao commercio brazileil'o, e declarou nullos todos os
-.:tratados anteriores com o imperio.
A 18 de dezembro foram queimados em praa publica
o~ ~utogr(l.phos
47-
as armas
e organizaram-se bata-
PREOEDE~TE
HI TORICJ3 DO PARAGU.\.Y
Bueno~-
C:ell nrpo. 1?ara o sel'vi de guel'l'tI. e:n eil'eu'nstancias extl'tl.orJinarias com ti. denominao de - Vo!u/lt"rws li. PlItria, estabelece as condies e fixa as vantagens q"e lhes ficam competindo .
- 48Ayres; sendo que o Ohaco, conquistado e occupado pelo Paraguay, ficava-lhe pertencente, e portanto ambas as margens do rio Paraguay, desde
sua embocadura at os limites das possesses portuguezas ao norte.
Quanto s Misses, adjudicou-se a Buenos-Ayres 17 dos 30 povos
existentes.
A diviso dos povos de Misses tornou-se objecto de discusses entre
as administraes civis e religiosas de ambas as provincias, at que em
1724 El-Rei de Hespanha ordenou que as autoridades de ambas as provincias se puzessem de accordo.
Por ambas as partes nomearam-se arbitros, que, reunidos em Oandelaria,
discutiram e esclareceram as duvidas, chegando ao seguinte accordo,
de que foi lavrada uma acta, e 13m 1726 organizado um mappa :
ver-
49-
cabea
50-
-51-
gando todos os cidados paraguayos ao servio militar; licenciando-os successivamente, depois de instruidos e exercitados.
Fortificou
As~umpo,
de guerra.
Em 1854, reeleito por 10 annos, declarou acceitar o cargo somente por
tres. Em vo pediu-lhe o Congresso que acceitasse o cargo vitalcio; e um
dep1Jtado chegou mesmo a propor-se a proclamaI-o imperador, com o direito de hereditariedade para sua familia. Carlos Lopez no acceitou.
Em 1857 foi reeleito, acceitando desta vez a presidencia por sete annos.
Morreu a 19 de setembro de 1862. Ento Francisco Solano Lopez
tomou conta naturalmente elo cargo de presidente, sem opposio alguma
52-
A saber:
Veteranos ou exercito permanente, reserva ou milcia.
28.000
30.000
Em ltapa
17.000
Humayt.
10.000
Assumpo ................................
4.000
Oonceio........................ .........
3.000
Total ...................
92.000
a atteno
No comeo deste seculo Azara calculava a populao civilisada do Paraguay em 97.480 almas.
Assumpo, sua capital, tinha ento uma populao de 7.088 habitantes.
Na mesma epoca a provincia de
Buenos-Ayr~s
1 .337.439 habitantes.
Assumpo contava 48.000 habitantes.
A marinha de guerra constava de 11 vapores.
A estrada de ferro de Assumpo a Paraguary foi construida sob a
direco do engenheiro inglez Padisson e mais tres ajudantes. Todos os
53-
Tomada do Salto
Leandro Gomez, que era o com mandante da villa, sabendo da approximao das foras de Flores e vendo que no podia resistir, entregou a praa
ao coronel Palomeque e retirou-se para Paysand.
A 23 de" novembro notaram-se de bordo signaes de approximao de
foras, e a 24 foi cercada a cidade pelas foras do general Flores, que,
depois de um pequeno tiroteio, mandou o coronel Acosta com um esquadro
de cavallaria para ente~der-se na margem do rio com os commandantes
das canhoneiras brazileiras sobre o ataque da villa. 7.-),-
54-
90 retirou-se para
Paysanrlu o gene-
ral Flores com toda a sua cavallaria e artilharia; indo toda a infantaria e
o resto da artilharia em dous lanches a reboque do Gualeguay.
_ As canhoneiras brazileiras desembarcaram 100 praas e uma pea de
artilharia, para guarda da cidade, a pedido do chefe politico e do cummandante militar.
Conservou-se a fora brazileira de guarda cidade ate meiados de janeiro, occasio em que desceram as canhoneiras para o assedio de Montevido.
Tomaua a V illa do Salto, ficou servindo de base de operaes ao
gener::j.I Flores.
o vice-almirante,
55-
dirigiu~e
:26 de novembro:
~YSANDU'
56-
O almirante Tamandar fez atacar Faysand pelas canhoneiras Recife, Belmonte, Parnahyba, Araguay e Ivahy .
As guarnies destes navios eram approximadamente de 700 praas e
foram reforadas por 200 praas do 10 de infantaria, que haviam sido
mandadas do Brazil a bordo do Amazonas, e eram commandadas pelo capito Francisco Maria dos Guimares Peixoto.
A 4 de dezembro desembarcaram no Arroyo Sacra, afim de acampar a
oeste da cidade, 100 marinheiros nacionaes, 100 fuzileiros navaes, commandados pelo lo tenente da armada Francisco Jos de Freitas, e 200
praas do l 'batalho de infantaria ao mando do capito Guimares Peixoto
e do tenente Eduardo da Fonseca.
Acompanharam esta fora uma bateria com tres peas de calibre 12,
commandada pelo 10 tenente da armada Antonio da Silva Teixeira de
Freitas, e uma estativa de foguetes congrve, a cargo do 2 tenente da
armada Miguel Antonio Pestana.
Oommandava toda a fora desembarcada o capito Guimares Peixoto.
Acompanhavam-na os 25 cirurgies Dr. Luiz Alves do Oouto e Joaquim da Oosta Antunes, com as competentes ambulancias.
Flores, que
e~tava
57-
desem~
58-
assumis~e o
com mando da
Parnahyba. O bombardeio foi dirigido com tanta pericia, que as bombas iam
~'ebentar exactamente
-59as 7 horas da manh) ; e isto inspirou aos nossos bravos officiaes o receio
de uma sortida, passiveI, do inimigo, com um forte troo dos sitiados.
Os nossos estavam longe das munies,e, demais, o seu numero era muito
reduzido com relao aos sitiados. Para evitar, portanto, algumasurpreza
foram postados pequenos piquetes pelos cantos das ruas', que se conservaram
at noite com as armas na mo, respondendo ao fogo dos sitiados.
A' noite a fora de ataque recebeu ordem para retirar-se e recolher-se
ao acam pamento.
Nesse dia foi ferido o capito Guimares Peixoto.
Pelas 10 horas da noite acampou a nossa fora na margem do rio,
ficando protegida pelos navios da esquadra.
No dia 7 o almirante mandou desembarcar uma pe.:'l. de 68 e duas de 32.
para serem assestadas em bateria formada com saccos de areia no alto da
Roa Vista, que domina a praa pelo lado do norte.
Esta operao foi executada durante a noite pelo lo tenente da armada,
commandante do Recife, Antonio Carlos de Mariz e Barros, e protegida por
uma fora de 100 praas do Iode infantaria, com mandadas pelo tenente
Eduardo Emiliano da Fonseca, que foi durante este trabalho vivam~nte
incommodado pelo fogo do inimigo, ao qual no se respondeu, terminandose, felizmente, este trabalho pela madrugada de 8.
Antes de comear o bombardeio, o capito do navio inglez Dottorel procurou persuadir a Leandro Gomez de que era melhor entregar a cidade,
vitanc1o assim o bombardeio, o compromettendo-se elle a obter as honras
de guerra para a guarnio.
Leandro Gomez nada quiz ouvir, e j havia mandado repellir a tiros a
um parlamentar de Flores.
Na manh de 8 rompeu a ha teria um magnifico fogo sobre o forte de
SebastopoJ, sabre a matriz e a commandancia, sendo acompanhada pelas
canhoneiras Belmonte e Parnahyba. Ao mesmo tempo os assaltantes
procuraram reconhecer um ponto mais vulneravel, para novo assalto.
O inimigo acabava de surprehender e degolar uma fora de 40 orientaes
(la gente de Flores.
60-
Durante este dia o almirante ficara com uma fora de 30 imperiaes marinheiros, com mandados pelo lo tenente Antonio Severiano Nunes, protegendo o hospital de sangue, estabelecido na Capitania do Porto, e onde os
nossos medicos cumpriam calmamente com o seu dever profissional e patriotico.
A pequena fora de desembarque e a do general Flores mostravam-se
dispostas a um segundo assalto; mas era preciso contar com grandes perdas,
e alm disso no havia nos vasos de guerra munies de artilharia para um
renhido e longo combate, e o general Flores carecia de projectis para a sua
artilharia raiada, e tambem de polvora e de cartuxame.
Nesta emergencia resol veram os chefes de mar e terra entreter o tempo,
aguardando a chegada do exercito de Menna Barreto.
Neste interim o almirante despachou o lo tenente Euzebio Jos Antunes na Parnahyba para Buenos-Ayres, afim de prover-se de tudo
quanto precisavam.
Em 72 horas estava de volta este official, trazendo muitos recursos
bellicos, armamento, munies e mais 100 praas do batalho naval
e
m~rinheiros,
tene~te
devia commandar uma nova bateria com aquellas peas, e tres 2 0 cirur ..
gies alumnos pensionistas, Luiz da Silva Flores, Justiniano de Castro RebelIo e Felippe Pereira Caldas, que voluntariamente tinham vindo servir
na esquadra, e foram para o hospital de sangue de Paysandu.
Diariamente partiam correios para o commandante em chefe, marechal
Menna Barreto, e para o general Netto, apressando a sua vinda e dando-lhes
informaes certas da marcha do general Joo Sa (appellidado o Lana
Secca), que vinha em soccorro dos sitiados.
At ento a fora brazileira tivera 12 mortos, 40 feridos e um extra..
viado; e a do general Flores 6 officiaes e 36 soldados mortos, e 10 officiaes e 40 soldados feridos.
61-
Durante o interval10 de 23 dias os sitiados sofreram pequenos prejuizos; ao passo que os sitiantes sofriam maiores incommodos, j pela fadiga da ida e volta
diaria~
arrojo inutil do
ataqu~
sino com foras sufficientes para tomar a praa de assalto, tudo influia
naturalmente sobre o animo dos nossos bravos soldados.
Assim o provam as cartas de l expedidas pelos nossos companheiros;
por exemplo, as do distincto lo tenente da armada Francisco Jos de
Freitas, um dos bravos do assalto de 6, que foram publicadas no Jornal
Tt~do
e?"a contra
l.
..,
62-
No dia 1-1 chegou ao acampamento o major do 2 regimento de cavalIaTia Jos Antonio Corra da Camara (actual Visconrle de Pelotas).
A' requisio do almirante, ene tomou o commando de todas as foras
brazileiras de desembarque, pois j estava ferido o capito Guimares
Peixoto.
No dia 15 chegou o general Antonio ele Souza Netto com 1.300 voluntarios ela campanha do Rio Grande do Sul, todos de cavallaria; e
tornou -se poss\-el ento fazer face ao exercito de Joo Saa, que constava
estar passando naquella occasio o Rio regro.
Aproveitaram os sitiados o arrefecimento do ataque para concertar e
reforar as snas fortificaes, j damnificadas.
De Montevido
~)rocuravam
llara as ilhas de fronte de Paysand; e nesta mesma occasio fugiram 50 praas dos
sitiados e incorporaram-se a fora de Flores.
1 Um incidente digno de nota deve aqui ser mencionado:
No dia 14 de dezembro chegou de Montevido uma commisso composta do vigario apostolico, o vigario rle S. Francisco, Martin Perez, mais dous padres, qua,tro irms de c ritlade e o presidente da Junta de Hygine, Dr. Vich. Esta commisso
protestava que vinha smente com o fim de soccorrer os feridos e tlar soccorros
espiritua':!s aos moribundos.
O general Flores concordou com o almirante em deixaI-a entrar na praa; mas,
conhecendo as manhas da sua gente, mandou rovistar a bagagem ria commisso,
quando esta j se encaminhava para o intel'ior da praa.
Descobriu-se ento que o intitulado Dl'. Vich era um carteiro do correio, disfarado em medico, que trazia varios e importantes omcios e mais de 50 cartas exaltando o valor de Leandro Gomez e asseverando que marchava o exercito tio governo a soccorrel-o.
O que mais tlesmoralisou a commisso foi que o individuo que acompanhava (J
supposto Dr. Vich, como seu assistente, foi reconhecido ser uma franceza, vestida
de homem, com quem o carteiro andava publicamente em Montevido.
O general Flores ordenou que reembarcasse immetliatamente a commisso no
vapor Teixeil'a, em que tinha vindo; e censurou o padre Vera e o vigario Martin Perez, por se terem prestado a semelhante estratagem~.
Os padres e as irms de caridade fica.ram enfurecidos contra o tal doutor, que oS
havia exposto a~sim ao desrespeito publico, O falso doutor esteve preso quatro
horas, no fim das quaes deu-se-lhe a liberdade.
Pou'le e lIe en to avilliar qu.o di ....erso era o proceder dos si tian tes do de Leandl'o
Gomez, que, havendo sido surprehendido extraviado um tambor da canhoneiralvahy,
mandou martyrisal-o e depois degolaI-o, expondo . a sua cabea, espetada em um
po, em frente bateria de ma.rinha" para que o reconhecessem.
63-
AIo de
d~zembro
1.,
pela falta de
66-
r<:lsto desse mesmo batalho fizeram mallograr esse arrojado intento por
seus nutridos fogos.
A's 4 horas e 20 minutos da madrugada partiu da praa o primeiro
t~ro
vivissimo bombardeio.
A esquadra havia assestado duas peas \Vhitworth de calibre 30, commandadas pelo lo tenente Henrique Martins, e duas de 32, dirigidas pelo
P teuente Mariz e Banas.
A artilharia volante da esquadra compunha-se de duas peas vVhitworth calibre 6, com mandadas pelo 10 tenente Antonio da Silva Teixeira
Logo no comeo do fogo foi morto por uma bala de artilharia na cabea
o bravo e activo 1c tenente Henrique Martins, e ferido gravemente o
tenente do 4 batalho Jos Antonio de Lima Junior, que com mandava
uma das companhias da vanguarda.
a praa.
67-
Gessando o fogo de artilharia, o marechal mandou carregar a marchemarche, e as duas brigadas atacaram uma pelo lado do norte e a outra
pelo de leste.
Aotoque de cornetas e de tambores ma.rcharam em columnas cerradas,
~mtrando pelas
por defensores, que faziam nutrido fogo das janellas e das sotas.
A posiO do inimigo era vantajosa, e o estrago que no primeiro
impetoproduziu nas nossas fileiras foi grande.
A brigada do coronel Carlos Rezin, quando entrava n'uma rua, indo o
]30 na frente, recebeu uma descarga, que fez cahirem mortos 27 soldados
dos primeiros pelotes, e muitos feridos.
O coronel Rezin foi ferido nesta occasio, e o seu cavallo cahiu morto.
A nuvem espessa de fumo no permittia responder com justeza a esta
fuzilaria; mas, logo que ella dissipou-se, viu-se o batalho dividido e
encostado s casas, respondendo com vigoroso fogo aos tiros inimigos,
arrombando e invadindo
a~
69-
-70 A 12 de janeiro marchou o ex.ercito para Fray-Bentos, onde enoorporou-se com os batalhes que a 26 de dezembro haviam partido da Crte
eram 1.700 homens.
MISSO PARANHO
De Buenos-Ayres o plenipotenciario brazileiro dirigiu-se, depois da to'mada de Paysand, ao acampamento de Fray-Bentos, . entendendo que,
antes de chegarem os exercitos alliados a sitiar Montevideo, era preciso
ficar definitivamente assentado si o general oriental, uma vez no poder, reconheceria a justia de todas as nossas reclamaes, pois era preciso que
esta questo de honra do imperio para com a republica ficasse de antemo
liquidada.
O general Flores concordou -in totum no s com
!\
justia do ultima-
-71Com effeito, apenas alli chegado publicou a 27 o seu manifesto e em seguida dirigiu ao ministro brazileiro a nota, com a data de 28 de janeiro,
satisfazendo ajusta exigencia que antes lhe havia sido feita.
O Governo imperial approvou todos estes actos e as circulares diplomaticas do ministro Paranhos, que definiram a posio do Brazil com relao
aos Governos de Monteddo e do Paraguar.
A questo ia ser resolvida em Montevido.
O Brazil ainda no havia mandado, nem reunido a fora sufficiente para
atacar viva fora a praa de Montevido.
esta. feita.. EUa existe de ha muito nos sentinJentos e nas conveniencias recipro('~'ls,
hoje existe tambem nos factos, porque o triumpho de Paysantl foi sellado com o
generoso sangue dos bravos de uma. e outra nacionalidade.
Sempre tiz justia. as nobres intenes do Govel'no do Brazil, sempre confiei no
seu resp~ito independencia de minha patria, e na fora dos principias de justia e
libel'r1ade que professam o povo brazileiro e o seu illustre 10nar<lha.
Hoje, porm, tenbo novos penhores de seus g-enerosos sentimentos para com o
povo oriental, que tanto amo, e sinto o dever de dar uma demonstrao de meu reconhecimento, e de quanto desejo estreitar a solida amizaue entre os orientaes e os
brazileiros.
Como general em chefd dos orientaes, que compoem o Exercito Libertador, e
representam em nossa honrosa cruzada a grande maioria de seus compatriotas.
cabe-me a honra ue dar ao Brazil a s~O'urana de que as suas reclamaes, que moti"aram o ultimattlm de 4 de agosto ultimo, sero atlendidas com rigorosa juSti e
inteira lealdarle, valendo esta minha ueclarao como empenho de honra e acto solemne e perfeito da soberania oriental, logo que esta seja libertada da faco que
hoje a opprime.
Os autores e cumplices notorios de delictos commettidos contra as pessoas de
subditos brazileiros residentes em meu paiz sero punidos com todaa severidade das
leis da republica, sendo destituidos immediatamente, e sem prejuizo dos respectivos
processos criminaes, os que aind[t exeram cargos publicas .
. Sero suspensos de seus emprego civis ou militares, e submeltidos ao julgamento oruinario, todo os indiciados de delictos contra os mesmos residentes, uma.
vez que a legao imperial tenha fornecido ou fornea, a respeito de taes indi\-iduos,
fundamento bastante para que o Governo do meu paiz possa conscienciosamente daI'
es e exemplo de sua severa justia, e do grande apreo em que tem uma perfeita
mtelligencia e amizaue com o imperio do Brazil.
Os subditos brazileiros, que tenham sido for'1dos a Qualquer servio publico
por autorUades da republica, sero postos em liberdade e indemnisados dos prejuizos que tenham soffrido, to depressa esta reparao possa :ier ordenada pelo
abaixo assignado ou por quem o substitua. no exercicio do poder supremo da
republica.
Observar-se-ha estrictamente o accordo celebrado pelos dons Governos em
notas reversaes de 28 de novembl'o e de 3 de dezembro de 1857, a respeito dos certificados de nacionalidade, passados pelos respectivos agentes consulares; bem como
o outro accordo semelhantemente estabelecido por notas de 1 e 7 do dito mez de
dezelllbro, relativo ao alistamente para o servio militar dos dous paizes.
Consiuerar-se-ha com fora de lei, e ter plena execuo desde logo, o accordo
de 8 de maio de 1858, pelo qual o Governo da republica, em virtude de um compr(1~isso de honra, garantiu s l'eclamaes hl':lzileiras provenientes de prej uizos da
antiga guerra civil o mesmo processo e a mesma equidade que concedeu as reclamaes francezas e inglezas da mesma origem.
. Os tratados, cujos autographos foram entregues as cl ammas pelo furor dos do.nllnadores de Montevido, continuaro a ser fielmente respeitados como leis da re-
-72 -
73-
74-
i,
tevideo uma bandeira velha, que haviam achado em suas depredaes, di~endo
militav~lm
-75 -
reconhecendo o general Dom Venancio Flores como belligerante legitim6...e nobremente dedicado aos mais sagrados interesses de sua patria, nenhuima inteno nutria o Governo imperial que no se conciliasse com a.independencia e soberania da Republica Oriental; e por isso considerava.
o general Dom Venancio Flores como alliadv natural na guerra contra o
Governo de facto de Montevideo.
A 30 de janeiro, o ministro argentino respondeu que vista da
declaraes solemnes do conselheiro Paranhos, fazia os mais ardentes
V(}to&
O conselheiro Paranhos respondeu, de accordo com a opinio do almio se pde deixar de estranhar que o almirante tenha dito:
- Farei marchar amanh o exercito sobre Montovido.- Como si elle fosse
commandante em chefe.
-"
-76 -
-77 -
dades e horrores de um bom bardeio e assalto cidade, extinguiu a legao oriental no Paraguay e empenhou-se com o ministro da Italia, o Sr.
Barbolani, para que entabolasse negociaes que restabelecessem a paz internada republica.
A 20 de fevereiro celebrou-se na Villa da Unio o convenio
daquel-
Havendo S. Ex. o Sr. Dom Thomaz Villalba, como presidente reconhecido por
'l1m os belligerantes, manifestado a S. Ex. o Sr. brigadeiro-general Dom VenanciG F!ores, como chefe reconhecido pela outra fraco dos orientaes, e aS. Ex. o
Sr. conselheiro Dt'. Jos Maria da Silva Paranhos, como representante diplomatico
do Brazil, seus desejos de fazer cessar quanto antes a guerra interna e externa em
que se acha a republica, evitando-se, si passivei, nova effuso de sangue e novas
itesgraas entre irmos e urna nao visinha, cuja amizade deve ser um empenho
honroso e grato para. ambos os Governos;
l!: tendo S. Ex:. o Se. ministro residente de ItaJia, Raphael Ulysses Barbolani, ao
~nnunciar esses pacificas, illustrados e patrioticos sentimentos de S. Ex. o Se. Don
Thomaz Villalba., declat'ado que o fazia por encargo deste e em nome de todo o
. corpo diptornatico de Montevio, e solicitado para negociao de paz uma suspenso
de armas, corno reciprocidade do ('(ue por parte de um dos belligerantes j se havia
ordGnado guarnio da praa de Montevido ;
_Foi esta medida ordenada por parte de S. Ex. o Sr. brigadeiro-general Dom
--YenaLlcio Ftot'es , e de SS. EEx. os Sra. vice-almirante Ba.ro de Tamandar e
marechal Joo Propicio MenDa Barreto, generaes em chefe da esquadra. e exercito
do Brazil ; c manifestou-se ao mesmo tempo, pelos ot'gos competentes dos betlige-
-79 Governo da Republica, ficou habilitado a dar plena execuo aos compromissos solemnes que contrahira para com o Brazil.
Foi para o Beazil uma esplendida victoria haver terminado a guerra
com a Republica Oriental e assegurado, para a nova campanha que ia encetae, um alliado sincero e leal na pessoa do presidente da Republica Oriental.
No obstante, o Governo imperial julgou deficiente o convenio de 20 de.
fevereiro, e, embora o approvasse em todas as suas clausulas, dispensou, por
decreto de 3 de maro de 1865, o conselheiro Paranhos da misso de que
estava encarregado no Rio da Prata; e por decreto de 11 do mesmo mez
nomeou o conselheiro Francisco Octaviano de Almeida Rosa em misso especial junto republica Oriental e Argentina.
rantes alliados, que as aberturas feitas por parte do outro belligerante seriam acolhidas com o mais sincero desejo de evitar . capital da republica, si fosse passivei,
as tl'i tes consequencias de unI assalto.
Verilicando-se no dia seguinte ao daquellas aberturas de paz, que tiveram lagar
a 16 do corrente mez de fevereiro, a enviatura de S. Ex. o Sr. Dr. Dom Manoel Herrera y Obes, como orgo e negociadOl' autorizado por S. Ex. o Sr. Dom Thomaz
Yillalba para propor e ajustar as condie da paz, que ambos os belligerantes desejavam celebrar antes de um novo reCUl'SO s armas; reunil'am-se nesta villa da
Unio S . EEx. os Srs. brigadeil'o general Dom Venancio Flores, conselheiro
Jos l\1ada da Silva Paranhos e Dom Manoel Herrera y Obes, para entenderem-se
sobre to importante assumpto.
Entre . Ex. o Sr. bl'igacleiro-general Dom Venancio Flores e S. Ex. o
Sr. Dom !\tanoel I-Ierrera y Obes foram ajustados os seguintes artigos de reconc~
liao e de P'IZ, pelo que toca . dissidencia enlt'e os orientaes :
Art. I. o Fica, felizmente, restabelecida a reconciliao entre a familia oriental,
ou a paz e boa hal'monia entre todos os seus membros, sem que nenhum delles possa..
ser accllsado, julgado, ou perseguido por suas upinies ou actos politicas e militares
praticados na presente guerra.
Por conseguinte, desde esse momento fiCl em vigor a igualdade civil e politip1 entre todos os orientaes, e todos elles no pleno go 'o das gal'antias individuaes e
clJreitos pcliticos que lhes confere a Constituio do Estado.
Art. 2. o So exceptuados das declaraes do artigo preceden te, assim os crimes
e delictos communs, como os politicas que possam e,;tar sujeitos a jurisdic.:'io dos
trlbunaes ue justia. por seu caracter especial.
A1'1. 3." Emq uanto no se estabelece o Governo e perfeito regimen constitucional,.
o raiz seril. regido por um governo provisorio presidido por S. Ex. o Sr. brigadeIro-general Dom Veuancio Flores, com um ou mais secretarias de Estado,respollsaveis, livremente escolhidos pelo mesmo Sr. general e demissiveis ar/, nutum.
Art. 4," As eleies, assim para deputados e senadores, como para :Jsjuntas
economico-adrninistrativas, tero lagar o mais brevemente passivei, e logo que a
esta?o intel'no do ]Jaiz o permitta, no devendo, em Ci:.SO algum, deixar de verifical'-se
na epoca designada pela lei.
Em ambas as eleies proceder.-se-ha pelo modo e frma que as leis especiaes
teem ?eterminado, atim de assegurar a todos os cidados as mais amplas garantias
para lIberdade de seus votos,
, Art. 5. 0 Fi~am reconhecidos todos os gros e empregos militares conferidos at
a data em que foi assignado o presente conveuio.
. .
Art. 6. U Todas as propriedades uas pessoas compromettidas na contenda clVJI,.
<-, J
- 80-
fez
que tenham sido occupadas ou sequestradas por disposies geraes ou especiaes das
autoridades contendoras, sero immediatamente entregues a seus donos, e coIlocadas
sob a garantia do art. 144 da Constituio.
Art. 7. o Immediatamente depois de concluido o presente convenio, todos os
guardas nacionaes, que se acham no servio activo de guerra, sero licenciados, e
suas armas recolhidas e depositadas, na frma do costume, nas reparties competentes.
Art. 8. o O presente convenio se considerar definitivamente concluido e ter
immediata e plena execuo, logo que conste por uma maneira authentica a sua
acceitao por parte de S. Ex. o Sr. Dom Thomaz Villalba, a qual ser dada e communicada dentro de 24 horas depois de firmado pelos negociadores.
Ouvido o Sr. ministro de Sua Magestade o Imperador do Brazil a respeito dos
sobreditos artigos, declarou S. Ex. que o accordo celebrado pelo alliado do imperio
no podia ser sino applaudido pelo Governo imperial, que neUe veria bases
razoaveis e justas para a reconciliao oriental, e solida garantia dos legitimos
propositos que obrigaram o imperio guerra, que ia, felizmente, cessar.
Tendo sido antes o:trerecida ao Brazil por S. Ex. o Sr. brigadeiro-general
Dom Venancio Flores, como seu alliado, a justa reparao que o imperio havia reclamado antes da guerra, e confiando plenamente o Governo imperIal no amigavel e
honroso accordo constante das notas de 28 e 31 de janeiro ultimo, espontaneamente
iniciado pelo illustre general que vai assumir o Governo supremo de toda a republica) o representante do Brazil declarou que nada mais exigia a esse respeito;
julganao que a dignidade e os direitos do imperio ficam resalvados, sem a menor
quebra da independencia e integridade da republica, e de harmonia com a politica
pacifica e conciliadora que se ia inaugurar neste paiz.
S. Ex. o Sr. Dr. D. Manoel Herrera y Obes declarou que lhe era grato ouvir
os sentimentos moderados, justos e benevolos que S. Ex. o Sr. ministro do Brazil
tem expressado a respeito da nao oriental; que folgava de reconhecer que no
accordo contido em as notas a que se referia o Sr. ministro, e cujas cpias authenticas lhe agradecia, nada ha que no seja bonroso para amb:1s as partes; e que,
sendo esse accordo um compromisso} cuja satil!fao caber. ao Governo provisorio,
do qual ser cbefe S. Ex. o Sr. origadeiro-general Dom Venancio Flores, no
podia eIle o:trerecer a menor difficuldade celebrao da paz entre os orientaes,
e entre estes e o Brazil.
E, achando-se todos concordes no presente protocollo, lavraram-se deIle tres
exemplares, que foram assignados pelos negociadores.
Feito na Villa da Unio, aos 20 dias do mez de fevereiro de 1865. - Jose Maria
da Silva Paranhos. - D. Venancio Ftor(/s. - D. Manoel Herrera li Obes.
- 81-
Jequitinhonha.
Belmonte. .
Parnahyba.
106
96
108
Mearim .
77
Araguahy
49
. 68
Ivahy.
Amazonas
Recife. '.
Paraense.
180
65
106
1865
138
143
132
101
III
100
186
188
158
Peas
8
8
8
6
6
6
6
6
4
6-
821SG5
Pecas
46
312
368
28
Maracan
54
66
ltajahy .
76
117
Beberibe.
135
132
Iguatemy.
72
102
Araguary
64
102
Ipiranga.
90
105
180.
Taquary.
Nictheroy
40
Pepiri-Guass
Iguass .
..
38
1596
Total.
49
-2384
113
Esquadra
Os relatorios provam que em abril de 1864, quando o Brazil comeou a
reconhecer a necessidade de uma interveno
effica~
- 83Exercito
...
...
Bahia .
Cear.
Crte.
Espirita-Santo
Maranho
Para
..
Parahyba
Paran
..
Pernambuco
Piauhy .
158
1.527
356
2.642
145
970
808
293
217
2.092
36():
Hio de Janeiro
688
10B
..
Santa Catharina.
Sergipe .
Amazonas
2.62928G
1.020
83
302
--
- 84 Goyaz. . . .
619
Matto-Grosso.
1.327
Minas Geraes.
306
15.940
894
16.834
em armas 138.165
homens, a saber :
Cidndog
Em
Matto-Gros~o,
nacionaes,
cionario. . . . .
9.535
5.711
19.237
66.706
Marinha
11.507
10.025
Em servio no Brazil.
11.547
Libertos
3.897
138.165
3 chatas;
85-
14 encouraados ;
1 encouraado, Rio de Janeiro, perdido no ataque de Curuz ;
2 bombardeiras ;
1 patacho ;
1 brigue, com 151 bocas de fogo e 3.314 homens de guarnio. Alm
disto:
10 transportes com 599 homens de guarnio.
Despendera em fretes para levar pessoal e material para a guerra neste
mesmo periodo :
7.621:227$595; e sustentava ainda sua custa no Brazil 1.145
prisioneiros de guerra.
86-
- 87A intriga politica e a inveja originaram a demisso do eminente diplomata, dias depois da sua victoria no Uruguay, e a sua substituio por
um advogado, illustre verdade, mas completamente lleophyto em diplomacia.
O resultado foi que o tratado da triplice alJiana, por elle elaborado e
acceito, subordinou o Drazil ao Rio da Prata, fez depender os movimentos
do exercito da aco da esquadra, restringindo assim prejudicialmente a
effieacia da sua aco, e admittiu no tratado clausulas que ainda hoje constituem uma ameaa integridade do territorio nacional.
Salve !
VENANCIO FLREs.
-90-
Decre~o do
91-
1865.
o governador provisorio da
Governo do Sr. Aguirre, que deu por nullos os tratados existentes entre a
republica e o Brazil, e os condemnou s chammas, um acto irrito em si.
mesmo, e um de seus mais deploraveis excessos;
Considerando que o simples facto de haver cessado a guerra externa,.
independentemente de outras consideraes, restabelecera aquellas estipulaes internacionaes no
stat~t
92-
quaes~
Paysand
uma me dalha para os officiaes e praas que assistiram campanha do Estado Oriental.
Em 18 de fevereiro, o imperador fez merc do titulo de visconde ao
Baro de Tamandar e Baro de S. Gabriel ao marechal de campo Joo
Propicio Menna Barreto.
O Governo concedeu uma penso de 720$ famlia do l tenente
Henrique Martins e assim tambem s famlias dos outros bravos mortos em
combates ou fallecidos de ferimentos.
Distinguiu com condecoraes das diversas ordens do Imperio a 64
officiaes do exercito e 49 da marinha e promoveu a muitos bravos; entre
outros, a brigadeiro o coronel Antonio de Sampaio e a capitAo o lo tenente Cunha Mattos, que muito se havia distinguido.
Alm das foras de infantaria e artilharia j citadas, faziam parte da
diviso commandada pelo brigadeiro Manoel Luiz Osorio os corpos 2,
3 e 4 de cavallaria ligeira e o 4 e 5 corpos provisorios de cavallaria
da guarda nacional.
HISTORIA
DAS
~AMPANHAS
no
ERAZIL
SEGUN'"DO
VOLU:r.v.r:E -
1864 - 1865
MAT1'O-GROSSO
POR
E.
C.
JOURD.J1N
RtO DE JANEIRO
I:r.v.r:PREN'"S.A..
4235-93
N'".A..CIONAL
1893
OTA DO AD'rOR
E. C.
JOURDAN.
5 officlaes mortos :
Capito do 3 de infanteria Antonio Fernandes Borges, capito do 6
Manoel Bento de Andrade, tenente do 4, Jos Antonio de Lima Junior,
alferes do 3, C. T. Vieira Maciel, alferes do 6, Florentino de Oliveira
Dias.
13 officiaes feridos:
Coronel Carlos Resin, commandante da 2a brigada; capito do 6,
Joaquim Corra e Faria, gravemente; tenentes do 6: Manoel Jos de
Magalhes Leal, contuso; Jos Manoel Pereira, gravemente; Joo de
Arruda Moreira, contuso;
Tenentes do 12: Antonio de Campos MeIlo, gravemente; Manoel
Verissimo da Silva, gravemente;
Tenentes do 13: Seraphim Felix de Paiva, gravemente; Jos
Lopes de Barros, contuso;
Alferes do 6: Antonio Braz Soares da Camara, levemente; Antonio Rodrigues Portugal, levemente; Collatino Ferreira de Azevedo,
gravemente; morreu no hospital;
Alferes do 13, Alexandre Jos da Silva Araujo, contuso.
Praas mortas 74;
Praas feridas 163.
-62 mortos e
1 regimento de artilharia . . .
30
cavallaria ligeira.
30
infanteria.
4
6
12 0
130
2 feridos;
1
15
e 27
17
e 13
e 50
e 37
e 32
19
14
2
Companhia de transporte
Voluntario . . . . . .
Total.
255
nQ primeiro ataque . .
53
na Mal'inha. . . . .
Foras brazileiras fra de combate.
30
338
1)
20 cirurgio
J)
J)
PRIMEIRO PERIODO
SEGU DA PARTE
1864-1865-1866-1867
PRECED.bJNTES HISTORICOS
emlaraado a de outras tambem de momento, e pde prejudicar seriameIte para o futuro as boas relaes que teem subsistido e subsistem
ent~ os dous paizes.
O tempo que passa vai enredando e difficultando cada vez mais a
solu~o
-10 -
tan~o
a~
o Rio d1
Pra~a,
Relatorio do
Minis~erio
plenipo~enciaio
bra-
zileiro teve de annuir a que ficasse indecisa aquella qllest~, e assignou com o da Republica, aos 27 dias de abril do anno )I'oximo
passado (1855), duas convenes, uma l'ela~ivll ao simples tramito fluvial, e navegao e commercio en~re os dous paizes, a ou~ra mafando
o prazo de um anno para o ajus~e de limites.
A primeira das duas sl.lpraditas convenes,
segund uma
-11-
militava a seu favor, reclamou o Governo Imperial que lhe fosse desde
logo reconhecido e respeiLado, o que deriva do art. 30 do tratado de 1850:
e para que no continuasse adiado o Djuste dos assumptos a que se
refere o art. 15 do mesmo tratado, solicitou ao mesmo tempo a vinda
de um plenipotenciario paraguayo a esta Crte.
(O governo da Republica respondeu nossa redamao em data
de 24 de setembro, declarando que enviat'ia o mais brevemente possivel
um plenipotenciario munido das instruces precisas para tratar e celebror os ajustes convenientes sobre todas as questes pendentes
...
as suas credenciaes a Sua Magestade o Imperador em 5 de maro ultimo, e no dia 9 do mesmo mez deu-se comeo negociao, que terminol] a 6 de abeil.
. .
a Depois de longa discussiio, cujos protocollos vos sero opportu-
- 12-
13-
-14 -
em adiar o ajuste de limites, obrigando-se os dous governos a nomear, logo que as circumstancias o permittam, e dentro do prazo de
seis annos, os seus plenipotenciarios para ser de novo examinada a
questo, e resolvida definitivamente.
No.entretanto obrigavam-se outrosim ambas as partes a respeitar e fazer respeitar reciprocamente o seu uti possidetis actual.
A troca das ratificaes destes ajustes teve lagar na Assumpo,
aos 13 dias de junho do anno proximo passado (1856).
JOS
M.
DA
S.
PARANHOS.
. . ..
-15 -
de 1864.
O abaixo assignado, ministro e secretario de estado das relaes
..
V.
Ex.
-16 cc
c(
Sr. Ministro.
..
Aguardando, como me cumpre, as ordens do meu governo, occorre-me, entretanto, o dever de declarar a V. Ex. que, nutrindo as mais
fundadas esperanas de obter amigavelmente do governo oriental a
soluo das mencionadas questes, parece-me, por emquanto, sem
objecto a mediao do governo paraguayo, sempre apreciada pelo governo de Sua Magestade.
Aproveito a occasio para manifestar a V. Ex. os votos de
minha distincta considerao.
c( A S. Ex. o Sr. Jos Berges.
O:fficio do
ter
negativa deS. Ex. o Sr. conselheiro Saraiva proposio de arbitramento, que lhe foi feita por parte do governo oriental.
17 -
Ll
V. Ex."
Republica do Paraguy, como garantia de sua segurana, paz e prosperidade, e que protesta da maneira a mais solemne contra tal acto.
cia, consummados em apoio de uma rebellio, com olvido elos principias de legalidade, base dos direitos de' dynastia dos governos
monarchicos, impl'essionaram profundamente ao governo do abaixo
assignado, que no p6de deixar de corroborar por esta communicao
as Slt3S declaraes de 30 de agosto e de 3 do corrente.--Jose BeJ'[Jc:>,)
2
18-
setembro de 1864.
Com o ofticio de V. S. n. 3 ele 3 do corrente, que tenho presente,
Declarao de guerra
Dro de 1864.
c( Que, comquanto essa legao em sua nota de 10 de setembl'oJ
J
,
H.l-
20-
n V. Ex. explicaes, que at este momento ainda no l'8ccbi, continuando o com mandante, passageiros e trIpolao do paquete a permanecer detidos e incommunicaveis com a terra.
( Limito-me a protestar do modo, o mais solemne e em nome do
Governo de Sua Magestade o Imperador do Brazil, contra o acto de
hostilidade praticado em plena paz contea o referido paquete J.1Iatque~
de Olinda
V. Ex. que se sirva mandar os pnssaportes para mIm, minha familia, o secretario da legao e comitiva, afim de podermos seguir
viagem no paquete Ma7'que~ ele Olinda. .
( A S. Ex.o Sr. D. Jos Berges.- Cesar Sau7Jan T/ianna de Lima.)
(( Ministerio das~ Relaes Exteriores - Assumpo, H de novembro de 1864.
( Recebi a nota que em resposta deste MinisterIo de 12 do
corrente V. Ex. me fez a honra de dirigir com dala de hontem,
protestando contra a deteno do paquete ~Ia7'que~ de Olinda, a
respeito da qual havIa pedido explicaes, que diz no ter ainda
recebido, attrIbuindo o facto enunciada resoluo do meu governo
e pedindo passaporte para retirar-se quanto antes desta capital
com o pessoal da legao.
(( Si ao fechar a nota a que respondo, no havia V. Ex. recebIdo
a minha resposta nota em que pede explicao sobre o facto
occorrido no dia 13, a ter com tudo recebIdo logo depois, e
por ella ter sido informado de que no se enganou attribuindo a
deteno do .ilIfat'que~ de Olinda mInha notificao de 12 do corrente.
( Incluso tenho a honra de remettor a V. Ex. o passaporte
que pede, para retirar-se quanto antes desta capital com sua famlia,
secretarIo da legao c comitiva.
A S. Ex. o Sr. Cesar Sauvan Vianna de Lima.- Jos Befges.
vembro de 1864.
Tenho por escusada qualquer explicaqo sobre n materia, visto
gu erra
com o Paraguay, alm da provincia no estar preparada, o governo
se veria emblraado em mandar para alli o que ainda lhe falta,
pois que nada est preparado na provincia, nem para transportes.
( O Sr. Ministro da l\larinha respondeu: Temos esperana de
que a paz contin ue.
Eu
22-
que ella se
Manifesto de guerra ao Paraguay. ' - Circular ao governo Al'gentino e ao corpo diplomatico de Busnos-Ayres
presente nota.
cc O governo da Republica do Parag'uay, sUI'pl'ehendendo a boa f e
moderao do Brazil> declaroulhe guerra, cm nlliana com o governo
de Montevido> e j levou suas armas a povoaes quasi indefesas da
provincia de Matt-oGI'oSSO.
cc O Govel'11o Imperial deseja que as potencias nmigas possam
npreciar, em seu imparcial e illustrado juizo, quanto ha de injusto e
23-
vizinhano.
c(
21:-
nenh~l
El
sombra da
qual pudesse preparar-se com mais vantgem para rompel-a logo que
Dssim lhe conviesse.
No; o Governo Imperial, conscio de seus direitos, e certo do
25-
01'
defen-
ingeril'-~e
2G-
Vil por,
aHo
27-
Jos
o Paraguay
28-
1,
do Alto Paraguay.
Aprisionado na manh o dia 12, a 30 milhas acima de Assumpuo,
pelo vapor de guerra paraguayo Tacuary, foi o Marque~ ele Olinda
reconduzido, como preza de guerl'D, ao porlo de Assumpo, onde
chegou na noite de 12 para 13, ficando sob
1:1
de Olinda, a
~L1a
jJJ'e~a
I
Diz Thomp:':Qm :
Lopez acreditava que s a guerra podeda tornar conhecida no mundo a Republi<;a do Paraguay.
29-
no\ IN01 \.
30-
DE 1864
)
24.000
Indigena
( 5.000
todo
A provincia era dividida em tres comarcas judiciarias e 16 fl'eguczias, que tinham ao todo 148 eleitores.
Dividia-se militarmente em quatro clistriclos: Motto-Grosso, Villa
Mario, Baixo Paraguoy e Mironda.
Os pontos guarnecidos por foros ou destacamentos eram:
A cidade de Matto-Grosso, o Forte do Prncipe, o da Beira e o de
Casalvasco; ViIla Maria e CorixD, na fronteira da Bolivia; Corumb e
Forte de Coimbra; Villa de Mirand[l, Nioac e colonias militares ele
Miranda e dos DourRdos.
O relatorio do ministro da guerra de 1861 d como existente em
Matto-Grosso uma fora de 1.327 homens (ofTIciaes e prar,s de todas (JS
armn seca tegorias ) .
Em presidente de MaLLo-Gr03so o general AlexondrJ Alhino de
Carvalho, homem integro e cumpridor de seus deveres, at o maor
sacrificio.
De muito tempo reclamava elle do governo centrol soldodos e
dinheiro, para, no caso de uma guerra com o Paraguoy, poder defender
a nossa fronteira.
Achando-se doente, hnvia pedido a 31 de maro c a 11: de mala
de 1864 exonera80 do cargo que occupova, e que lhe foi concedido
por decreto de 5 de outubro; dando-s8-1he como successor o infeliz
coronel Carneiro de Campos, pouco depois prisioneiro de Lopez.
Smente em abril de 1865 chegaram s muos do gene)'al Albino de
Cnrvalho os primeiros actos afTIaiaes do governo, depois da declara80 de guerra, e que foram: um aviso mini sterial de 24 de dezembro
de 1864 e uma corta confidencial, de 31 do mesmo mez, cm que o
AO
31-
ar~ilhal'ia
de guarnio.
No mappa annexo ao relataria do ministro da marinha de abril de
1864, sob n, 14, disse o chefe de divisilo Jesuino Lamego Costa o
seguinte:
Estes navios no podem ser considerados de guerra; s podero
servir para paquetes.))
cc
d03
o ministeo
- 33 Ernfim,
) guarnio do Paran;
)
de S. Paulo;
) cavallaria))
)
) policia
))
Uberaba.
Ordenou tambem o governo que seguisse de Goyaz outra fora,
que juntou-se s duas primeiras no Coxim, como adiante veremos,
a 16 de deze'llbro de 1865 ; isto , um anno depois da in vaso e subsequente occupao de grande parte da infeliz provincia de Malto-Grosso
pelas foras paraguayas.
3
34-
Invaso de Matto-Grosso
A 14 de dezembro de 1864 zarpou de Assumpo a esquadra paraguaya) composta dos vapores de guerra Tacuary, Pa1'aguary, Igw'ey,
Rio Blanco e IP01', rebocando 3 escunas e 2 lanchas-canhoneiras
(chatas)
1.
A bordo iam como foras de desembarque 4 batalhes de infanteria, com 800 homens cada um, e levando 12 peas raiadas de arUlharia cavallo e foguetes congreve de 24.
Em Concepcion incorporal'am-se-lhe mais os vopores ,-alto, Rio
Apa e Marque::; de Olinda, armado em guerra, e uma [ora de desem-
ma~
logo depois de
IB5, ~B~Brf
tAf~iS rAM\i_l!0JS II
t.
t~D$Jrl
++++-+++++-<
jJaMk
E. C. JOURDAN
19~55 '
B. An JItI I nb a11y
1. Tllcuary
~.
Par l b UI'J
d.
I~ureJ
G.
alfo
lr. RioE/an('o
5. Yp0l'I.
I 7. \Jan(Z: Olinda
10.11 Cllall.:i com
arlillwl'ici
JE:$~
1:97.500
60.
iI(!onlll
Long. Desle
I1leriiliaJ1.o d
Pari.s
35-
Forte de Coimbra
36-
fogo
s 7 1.12 da noite,
-37-
superiori~
38-
39-
[l
PR.AJAS
:l
e l estavam o
Foram condecol'ados
40-
provin~iD,
41-
juntaram~se
os voluntarios
mar~
scjentjfiear~se das
intenes do com-
42-
toda su tropa dentro de media hora, sin ser perseguido con los
rigores de la guerra.- Francisco G. R.)
O tenente-coronel Dias respondeu:
~r.
commandante da fora
OCCUPOLl
successivamente todos
Corumb
44-
45-
46-
Antes,
fiO
47-
::J
29 ele abril.
Conseguira
no rio
48-
deixaram merc da sorte, fez elte embarcar essa gente, com suas
mulheres e filhos e muitas fumilias de paisanos, em uma escuna e
navegou espia como pde, at ver que ia seI' victima d03 vapol'es
paraguayos, cuja fumaa nos voltas do rio denun:::iava a approximao.
Abicando ento terra, procedeu ao desembarque no Bananal,!
antes do Sar e, de.senvolvendo qualidades excepcionaes de energia e
espirito de ordem, que de prompto lhe asseguraram as regalias de
completa fora moral sobre aquelta columna de fugitivos, preparou-se para seguir pausadamente e com toda a cautela pelos
pantanaes de S. Loureno em direco capital de Cuyab.
O que fonquelIa terrivel marcha durante quatro mezes (de 2 de
janeiro a 30 de abril) por paes quasi invadeaveis, em slo sempre
encharcado, cortado de fundas corixas (valIes ou sangradouros de
lagas) na estao mais rigorosa do anno, debaixo de continuos
aguaceiros, por logares nllncn transitados, sem guia, vencendo enormes distancias e rios caudalosos, que todos deviam transpor, desde
os mais fortes e impacientes at os mais debeis e retarda ta rios, passa
os limites da descripo.
S mesmo alma de her6e, empenhada em sacrosanta misso.
Sabia, que nada menos de 400 vidas, homens, mulheres, crianas e
velhos dependiam s unicamente da sua serenidade e coragem, e
dessa convico tirava recursos para e.ncarar sem desfallecimento as
mais crueis e desesperadoras conjuncturas. Tambem severissima e
meticulosa disciplina reinava naquelIa misera columna, a que se
haviam juntado no poucos indios terenos, laianas, quiniquinos e
guans e os castigos no eram poupados ao mais leve delicto-caso
de salvao publica.
Comeada em principios de janeiro essa curiosa retirada, cujas
peripecias dariam para livro bem emocional, foi s a 30 de abril que
erminou, quando o 2 tenente Joo de Oliveira Mello triumphalmente
entrou em Cuyab.
-49 -
50-
relatorio de 4 de agosto de 1865, e o chefe de esquadra Augusto Levergel', em seu rela torio de 17 de setembro do mesmo anno, provam o
estado de abandono a que estava entregue a provincia de Ma Lto-Grosso
naquella poca.
Em 9 de janeiro de 1865 o presidente chamou s armas toda a
populao, conseguindo mobilisal' no rio Aric, em fins de abril, duas
brigadas, e mandou policiar as cidodes pelo guarda nacional.
A noticia da occupoo do forte de Coimbra chegou a Cuyab na
tarde de 6 de janeiro.
O 1 batalho da Guarda Nacional pegou logo em armos; improvisou-se um corpo de voJuntarios cuyabanos e reunimm-se o 2, 3 e
40 batalhes da Guarda Nacional.
fOI'-
51-
Cu~;ab,
dizia a
0,
I Vide paginas 25 ~ 26 ~o relataria do brigadeiro AIlJiJ,o de C?rvallJo, na occa
slao de entregar a presldenCla ao chefe de esquadra lIugu~to Lenlger, em ogosto
de 1865.
52-
53-
a .gover:no ignorava
54-
Ma tto-Grosso.
A invaso pelos soldados paraguayos, n tomada do forte de
Coimbra, Miranda, etc,,' as depI'edaes horrorosas pr'aticadas pela
ferocidade 00 inimigo, nada tem servido de incentivo para que V. Ex.
el11pl'egasse os maxil110s esforos para dar conhecimenLo ao governo
das occurrencias momentosas que se esto dando, pondo mesmo o governo na indeclinavel necessidade de ajuizO!' dos tristes successos pelas
noticias suspeitas vindas por via do Pal'aguay e Rio da Prata, ou communicadas por algum parLicular, que dessa provincia tenha chegado,
accrescendo que, quando um cidado notavel pde fazer com rapidez a
viagem de Corumb a esta Crte, acompanhado d,e sua fal11ilia, a administrao presidencial no soube fazer partir um ou mais proprios com
a sua correspondencia ! Semelhante pt'ocedimento inacreditavel, mas
infelizmente no pde ser escurecido. Na presena disto tudo, sou
obrigado a fazer-lhe
sentir
quo
estranhavel
tem
sido o seu
-55 -
5 de 11 de janeiro de 1865.
5, sob n.
11 de 18 de janeiro de 1865.
6, sob n.
12 de 21 de janeiro de 1865.
7, sob n.
13 de 25 de janeiro de 1865.
8, sob n.
14 de 26 de janeiro de 1865.
9, sob n.
16 de 11 de fevereiro de 1865.
'iO, sob n.
18 de 18 de fevereiro de 1865.
11, sob n.
21 de 28 de fevereiro de 1865.
12, sob n.
27 de 18 de maro de 1865.
13, sob n.
30 de
14, sob n.
34 de 22 de abril de 1865.
15, !Sob n.
35 de 24 de abril de 1865.
16, sob n.
17, sob n.
43 de 3 de maio de 1865.
18, sob n.
4i de 8 de maio de 1865.
19, sob n.
48 de 17 de maio de 1865.
20, sob n.
49 de 21 de maio de 1865.
21, sob n.
52 de 27 de maio de '1865.
5 de abril de 1865.
56-
57-
INVASO DE MATTO-GROSSO
Coimbra.
guarnio, em numero Dpenas de 120 homens, mas habil e valentemente auxiliada pelo bravo officinl que com mandava a canhoneira
Anhmnbahy que se nchava alli estacionada, na nOt'e de 28 para
29, aprov(,itando a suspenso do fogo do inimigo, viu-se forado o
commandante do forte a retirar-se para Corumb.
A parte official dada em 30 de dezembro por este commandante,
sidente da provincia de 28 de fevereiro ultimo, e as atrocidades praticadas pelas foras invasoras acham-se mencionadas no officio da
mesma data do chefe de policia e depoimentos que o acompanham.
No dia 11 de janeiro, tendo noticia official do ataque do forte de
58-
EXERCITO DE OPERAES
stlencio, ou a nenhuma actividade nas primeiras autoridades de MaUoGrosso, nenhuma das quae3 tem procurado informar o governo de
quanto ha alli occorrido.
O que sabemos constEi ele cartas particulares; e do movimento
e ponto, em que se acham as foras organiZEldas nEl Capital da provincia, nElda tem ao certo chegado ao conhecimento do governo, sendo
atrazada
fl
correspondencia recebida.
59-
Expedio de Matto-Grosso
-60 -
lU
tJ
I{
se.~"
l.
61-
falhas em conseqnencia.
Em Dores foi assassinado o capito Alexandre Magno de Jesus, do
que o Baro de Melgao lhe dizia que era necessario mandar alguns
membros da commisso de Engenheiros reconhecer e examinar a estrada que pelo Pequiry vai a Cuyab, para determinar com exactido
quaes os pontos que devel'iam ser occupados, afim de proteger a Capital, no caso de uma demonstrao
Cuyab.
'>.
-62 -
No dia 15 comearam-se o encontrar os primeiros vestigios da invasono carrego Jaboty (casas e planlaes incendiadas e destruidas).
A 16 de dezembro o columna expedicionaria fez junco com as
foras vindas de Goyaz; e at 20 desse mez levou-se passando o rio
Taquary e formando depois acampamento no Coxim
i,
antiga colonia
fl
devido enorme volta que se havia feito inutilmente por Santa Rita do
Parnahyba !
Si a expedio houvesse seguido peln estrado de Sant'Anna do
Paranahyba, como ordenara o governo anteriormente, teria chegado ao
Coxim com um
percu~'so
segLliss~ para
1
S
63-
fi
via fluvial
i,
64-
1
Taunl1Y fl1z alluso aos bravos restantes da expedio que, perseg'uida pelos
pal'l1,guayos at o, dia 8 de ml1io, ,do Taquaruss, chegaram ao porto de Canuto, nO
Aqutdauana, no dll1 11, onde fehzmen te eocoo traram os recursos mandados de
Goyaz, e alli tudo perfeitamente organizado pelo corooel Lml1 e Silva' de modo
que a expedi.;o refez-se um pouco de tantos sotrrimentos, antes de atr~vessar de
novo os p~ntanaes para ir ao Coxim.
a 13l"artiram.
A. explorao destes dous distinctos engenheiros prolongou-se de
13 de fevereiro a 2 de abril e estendeu-se at o Aquidauana ; havendo
elles chegado at s avanadas paraguayas, proximo ao Porto Pires,
onde o inimigo tinha ainda um destacamento de 100 praas.
No dia 13 de fevereiro haviam atravessado o Taquary, que tem alli
150 metros de largura; e a 26 atravessaram em Pelotas i o rio Negro,
que tem alli cerca de 60 metros de largura, com uma velocidade de
om,70 por segundo e 2m,50 de profundidade.
Em seu relatorio indicavam elles os pousos que deviam servir para
a marcha da expedio:
10 - O pouso dos Buritys a 18 kilometros do acampamento do
Coxirn ;
2 - O ribeiro da mata, a 16 kilometros .
30 - O ribeiro verde, a 12 kilometros.
40 - Legeadinho a 15.500 kilome'lros.
5 -Corrego da volta a 21.300 kilometros.
6 - Corrego Fundo a 15 kilometros.
7 - Rio Negrinho a 18.500 kilometros.
8 - Rio Negro a 19.200 kilometros.
Eram, portanto, do acampamento das foras no Coxim at o Rio
Negro 135.500 kilometros por estimativa dos engenheiros da explorao.
A respeito do acampamento das foras no Coxim diz o Relatorio
geral da commisso de engenheiros nasjoras em operaes ao sul da
provincia de 1I1atto-Grosso, 1866, pag. 48 (annexo ao 7'elatorio do lvIinisterio da Guerm, 1867):
" Neste estado desesperado a fora achou-se a braos com a mais
completa mingua.
66-
Reduzida a simples carne, por espao de mais de mez, muitas vezes faltou-lhe aquella alimentao exclusiva, que deu em resultado o
apparecimento de varias moJestias.
Os generos de primeira necessidade chegaram a preos exorbitantes, aproveitando-se a ganancia e o espil'ito de lucro abusivo da desgraa) a que todos se viam reduzidos. Um conjuncto, com tudo, de
factos to tristes fez mais realar as virtudes que imperam no soldado
brazileiro, patenteando o seu caracter eminentemente soffl'edor e resignado, subordinao e disciplina, que lhe so naturaes.
Depois de dias, em que nada se distribuia, nenhuma queixa se
erguia, nenhuma exigencia se ouvia, todos se penetravam das difficuldades que presidiam a qualquer providencia que tomar, e calmos esperavam pelo que lhes reservava a sorte.
No nos compeLe a apreciao dos factos que deram em resultado
esLa ordem de cousas: consignamos simplesmente as phases por que
passou a expedio, nas quaes sempre pl'esencimos o comportamenlo
altamente recommendavel do pessoal que a compunha; galhardo nas
marchas e prompto para todos os trabalhos, supportando, emfim, as
maiores privaes, a que pde ser sujeito o homem na guerra, sobretudo nas condies dif.fl.ceis que proporcionam distancias immensas e
sertes inhospitos.
Depois da mais penosa marcha por centenares de leguas, rodeada
de perigos e incommodos, na qual de- continuo luctava-se com circumstancias imprevistas, acompanhadas de innumeras afflices, veio
a estada prolongada do Coxim pr prova a abnegao e o sentimento
intimo do dever, de que tantos exemplos brilhantes tem dado o brazileiro que enverga os distinctivos da vida de privaes e de soffrimento.
Em suas Scenas de viagem) diz o Sr. Taunay, pago 150, sobre
este trecho do relatorio: - Quadro exacto da triste situao que
apresentava a expedio de Maito-Grosso, atirada a um canto da provincia, que vinha soccorrer, reduzida inaco por obstaculos invenciveis de um lado, de outro pelos poucos meios de que dispunha para,
smente sobre si, emprehender a offensiva. De nenhum consolo lhe
servia
titulo pomposo
67-
68-
Nioac
Taquaruss
Porto do Souza
100
10
100
30
500
200
200
)
)
)
)
)
)
)
Ao todo.
. 1.240 homens.
Tinham alm disso guarnies na fronteira do Apa, e occupavam
ainda Corumb, Albuquerque e o forte de Coimbra.
Terminaram a explorao no Aquidauana a 2 de abril de 1866
e remetteram poucos dias depois o seu relatorio ao commandante
da columna.
A 25 de abril o brigadeiro GaIvo marchou testa da primeira
brigada e chegou no dia 8 de maio ao Rio Negro, ahi esperou a
2a colurrma que tinha ficado no Coxim, com o reforo de um
69-
-70 -
o que
paraguayo~,
que
-71-
(l
~latto-Grosso,
72-
A villa fra incendiada pelos paraguayos, e foram saqueadas e destruidas as melhores casas, bem como a propria igreja, de onde levaram
at os sinos para o Paraguay.
Antes de segui!' com a expedio, o commandante mandou adeante
a dous officiaes de engenheiros, Cato Roxo e EscragnoUe Taunay, para
examinar o estado da estrada at Nioac, e tomar algumas medidas
relativas ao acampamento, recebimento dedoentes, etc.
A 10 ordenou a marcha, e a 11 seguiu a expedio, acompanhando
a infanteria as quatro peas de artilharia puxadas por bois. lA marcha para Nioac foi feita na melhor ordem e regularidade.
Alguns doentes foram l~vados em redes, outros em padiolas (cacolets).
Ao chegar a Nioac morreu o capito Lomba do 21 0 batalho, que
vinha atacado da epidemia reinante desde Miranda.
A 24 de janeiro chegou
::t
I
Do antigo corpo de artilharia do Amazonas se havia formado um corpo provisorio de artilharia.
Era commandado pelo major em commisso Joo Thomaz Cantuaria, e comprehendia duas companhias, com 7 officiaes e 132 inferiores e soldados.
Alguns dos adjuntos da commisso de engenheiros serviam no corpo, accumuIando ambos os servios do corpo e da commisso.
No dia 11 de janeiro de 1867 era o seu effectivo, entre officiaes e praas, de 140
combatentes.
Occorria-lhe tambem a ida de que, si o inimigo deixava MattoGt'OSso desguarnecido, depois de havel-o invadido e saqueado, seria
provavelmente porque dalli no receiava perigos, e empregava melhor
as suas foras ao sul.
o
1 Singular coincidencia:
,_ No dia em que o major Jos Thomaz Gonalves, sexto commandante da expe(hao, opublicava sua ordem do dia aos sobreviventes desta mal f,ldada columna,
~xpellJ(ola pelos paraguayos alm elo Aquielauana, as foras de Cuyab cobriam-se
e,glorJa retomando Corumba ele assalto, mata,nelo quasi toda a guarnio e tomando
seIS canhes e duas bandeiras ao inimigo.
-74 -
75-
I.
governo do Paraguay, perfeitamente informado da fora e do~ recursos da
expedl~o, contentou-se em oppor-1be 1.600 homens de cavalla,ria'l do districto da
76-
LOVO
o territorio nacional.
Sem duvida alguma a razo estava com estes officiaes; mas dous
dos seus companheiros, considerando a questo sob um ponto de vista
diverso, e no sob o ponto de vista pratico, pretendiam que aquella
expedio tinha uma misso a cumprir e que devia levaI-a a effeito a
todo custo; que a sua marcha e diverso pelo norte da republica fazia
parte do plano geral das operaes de guerra; que sem duvida a
columna era fraca e pequena, e podia em taes circumstancias succumbir; mas que o faria utilmente e com gloria, e que ao menos dirse-hia que ella era composta de generosos filhos do Brazil.
Os membros da commisso eram todos jovens e este modo de
encarar a questo fez infelizmente deriva r a discusso para o terreno
das personalidades e coragem de cada um.
O tenente-coronel Juvencio, que at ento no havia fallado,
resumiu a sua opinio pessoal, collocando-se no terreno pratico, e
disse que a expedio no podia seguir sem viveres, e que o gado
estava acabado.
-77 -
78-
ainda mais fracas, mas que o governo paraguYo, prevenido da expedio bl'azileira, ia mandar j reforos e havia recommendado que os
destacamentos se retirassem sem ncceitar combate, destruindo tudo
que no pudessem levar comsigo.
Logo que estas noticias circularam no acampamento, foi geral na
soldadesca e nos officiaes o mesmo sentimento, que se traduzia por
estas palavras - c( Vamos ao Apa. )
O coronel, depois de conferenciar com o genro de Lopes, para tirar
ainda gado da fazenda do Jardim, ordenou a marcha para a fronteira.
No dia 14 o corpo expedicionario avanou.
Na vanguarda marchava o corpo de caadores, depois vinha o
batalho 21, com uma bateria de 2 peas raiadas puxadas por bois,
em seguida o batalho 20 com outra bateria igual primeira, e finalmente o batalho n. 17 de volLlntarios da patria.
Em seguimento ao grosso do exercito vinham as bagagens, os ne
gociantes com seu pessoal e suas carretas. No flanco esquerdo marchavam os carros de munies de guerra e de bocca e o gado para o
consumo da expedio.
Pouco depois passou-se o rio Miranda, uns pelo passo que dava
vo) outros pela ponte que foi construida rapidamente pelo 2 tenente
Nobre de Gusmo, do corpo de artilharia.
A 16 de abril acampou-se no Retiro, encontrando vestigios da
recente passagem de pequenas partidasparaguayas, e tambem signaes
de que vigiavam e acompanhavam a nossa expedio.
A 17 a expedio acampou no logar onde havia existido a fazenda
de Joo Gabriel. Dahi pela primeira vez avistou-se ao longe para
oeste a fronteira do Apa.
No dia 18 uma partida de cavallaria paraguaya veio reconhecer a
nossa fora e retirou-se, vendo avanar o batalho n. 17, com duas
baterias) uma commandada pelo major Cantuaria, outl'a pelo 1
tenente Marques da Cruz.
A 19 levantou-se o acampamento e continuou a marcha, fazendO
vanguarda o batalho n. 21.
Os paraguayos estavam acabando de dest=,uir a ponte do Taquaruss, quando a nossa vanguarda; aUi chegando, fez uma descarga
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- 80-
81-
levar a devastao, a miseria e as lagrimas ao vosso territorio. A invaso do norte, assim como a do sul de vossa Republica, no tem outro
fim sino de reagir contra uma inj usta aggresso de nacionalidade. Ser
bom que um dos vossos officiaes venha entender-se comnosco. Poder
retirar-se quando quizer ; bastar para isto o declarar. O commandante da expedio jura sob !J sua honra e sobre a religio que ambos
os povos professam, que garantir a plena segurana para o homem de
coragem que ter esta confiana. Havemos, como inimigos, atirado
sobre vs com os nossos canhes; agora queremos communicar comvosco na qualidade de amigos, que podemos vir a ser.
Apresentai-vos com a bandeira branca, e sereis recebidos com
todas as attenes que as naes civilisadas devem-se umas s outras,
mesmo estando em guerra.
No podemos comprehender o fim do coronel Camiso, mandando
semelhante proclamao I
No dia seguinte achou-se esta resposta:
Ao com mandante da expedio brazileira :
Os officiaes do exercito paraguayo sempre esto promptos para
receber todas as communicaes que se lhes queira mandar; mas no
estado de guerra aberta, tal qual existe entre a Republica e o Imperio,
smente com a espada na mo que nos permittido tratar comvosco.
Vossos tiros de artilharia no nos offendem; e quando recebermos a
ordem de fazeI-os calar, ha no Paraguay terreno bastante para as manobras dos exercitos republicanos.
A 27 de abril o commandanl,e enviou o batalho 21 para procurar
gado; todo o esforo foi inutil, e, embora na explorao no perdesse
um s homem no tiroteio com a cavalloria inimiga, trouxe a triste
cei'tc'za de nada poder fazer, sem cnvallario,_pura abastecer-se de gado.
6
- 82-
Em consequencil:l, o commandante Camiso resolveu ficar por emquanto em Bel1a Vista, e mandou um proprio a Nioac com ordens para
de l virem munies, generos, roupa para os soldados e os archivos
da expedio.
Mas a falta de gado, base da alimentao dos soldados, j tornava
a estadia em BeBa Vista insustentavel. As distribuies de viveres j
eram parciaes ; j havia penuria.
Era preciso sem mais tardar tomar uma resoluo: ou avanar
procurando o inimigo, para batel-o, nfim de poder depois obter gado
sem opposio, ou retroceder para os districtos vizinhos da fronteira,
onde havia ainda alguns recursos.
Foi ento que os refugiados fallaram de uma fazenda chamada
Laguna situada
fi
! ~
Tounay diz:
cujo caracter exaltado fez ter certamente a maior parte nas nossas imprudencias; mas tambem na retirada,. nos dias mais difficeis, soube
sempre fazer face a todos os perigos e necessidal1es do momento, e
muito auxiliou-nos a suo actividade, o seu golpe de vista, e o seu
genio inventivo. )
O coronel Camiso decidiu a marcha sobre Laguna. Levantmos
o acampamento a 30 de abril e fomos fazer aHo nos margens do
Apa-mi, dahi a uma legua.
No dia 10 'de maio chegmos fazenda da Laguna que achmos
completamente destruida e incendiada pelo inimigo. Por conselhos dos
83-
emqu~ll1lo
nossos movimentos.
Smente o 21 conseguiu
apossar-se de
um magote de 50
- 84Retirada da Laguna
- 85-
_
I o fiscal do corpo de caadores, capito Antonio da Cunha, teria sido morto, si
nao fosse o valor de um seu commandado, que o salvou, quando luctava com quatro
para~uayos. O capito Costa Pereira, do mpsmo corpo, ao ser insultado por um
cavalIeiro inimigo, sahiu do quadrado e paI-o em fuga.
86-
disposi~o era
achava~se
columna; mas as descargas ela nossa gente, quando elies approximavam-se, os continham distancia, e lhes causavam no pequeno
damno. Os paraguayos acompanhavam tambem a nossa murcha com
uma bateriu de calibre 3, que successivamente .iam assestm nas
pequenas alturas que ladeavam a baixada em que seguiamos; mas o
seu tiro pouco nos incommodava, emquDnto nossas peas La Hitte,
raiadas, de calibre 4, bastante os pl'ejuelicQvam com seus certeiros
('
tiros.
vjsadore~.
- 87-
- 88-
o commandan te,
cahis~:.e
em
- 89-
- 90-
-ioac, e dizia
91-
pe~
~xnq~i COl1J
pleLamente cercada e envolvida pela fumaa, r,' pirandO um ar abrazado e asphyxiante, aL que a violencia dr. ince!.
l.tO
se extinguisse por
falta de combustivel.
Tivemos um homem morto por asplryxia e varios com queimaduras.
Logo que voltaram os hOl1iens que haviam trabalhado em cercar
o fogo, alguns deUes foram fonte proximt... para se desalterarem, mas
alli encontraram os paraguayos emboscados, e foi necessario que duas
companhias fossem desalojai-os.
--
-92 -
Toda esta successo de soffrimentos e de transtornos abalava profun~amente o moral da expedio; o gado mal.podia ter-se em p,
mais do que nunca era preciso diminuir a bagagem, para augmentar
as parelhas dos armes e das peas.
Ento os officiaes unanimemente sacrificaram suas bagagens, ficando reduzidos roupa do corpo; e as mulas da bagagem passaram
a carregar cartuchame.
Grande numero de soldados tambem tinham smente a roupa do
corpo, por terem abandonado at os capotes, para ficarem mais leves,
perseguindo o inimigo.
A noite do dia 12 foi terppestuosa e grandes aguaceiros vieram
ainda augmeritar os horrores daquella situao. No havia em todo
o acampamento nem aguardente, nem cousa alguma que pudesse
reconfortar, e com a chuva os fogos haviam sido apagados.
No dia 13, continuando a chuva, no se pde avanar.
No dia 14 ainda chovia pela manh, mas muito menos, e continuou
a marcha sob a direco do guia, que fez ento a columna obliquar
para oeste, avanando pelo meio de uma matta, afim de desnortear os
paraguayos, que occupavarr um desfiladeiro, por onde teria a expedio de passar, a seguir a direco norte.
Ao meio-dia encontrou-se pela frente um cerrado de taquaras, do
qual a expedio s pde sahir depois de tres horas de trabalho em
abrir picada.
A's 5 horas a columna continuou em direco a uma collina situada
a um quarto de legua, onde alguns capes de matto indicavam uma
fonte.
J se achava alli um forte destacamento de paraguayos; mas dous
tiros de nossa Clrtilharia os obrigaram retirada e alli acampmos.
No dia 15 seguimos, ao romper do dia, e os paroguayos todo o dia
tirotearam-nos, pondo-nos dous homens fra do combate, e de novo
lanaram fogo nos macegacs, causando intoleraveis soffrimentos a
todo o pessoal da columna, IA' tarde, quando exhausta de foras, ella
acampava, veio de novo o fogo, ameaando envolver o nosso acampaI
mento, e ao mesmo tempo um troo de infanteria inimiga atacou pelo
flanco a nossa vanguarda.
93-
Felizmente os nossos bravos companheiros, por um esforo desesperado, rechaaram o inimigo pelo meio das chammas, causando-lhe
grande prejuizo e dando tempo assim aos nossos soldados para cercar
o fogo.
No dia seguinte continuou a marcha com os me5mos soffrimentos
de fome e de fogo.
A fora passou aquelle dia o ribeiro das Cruzes.
A 17 continuou a marcha, cada vez mais penosa para 0stes homens enfraquecidos pela fome e por toda a sorte de miserias.
Os animaes de tiro recusavam a todo instante puxar; de modo que
as marchas se iam encurtando diariamente. A 18 choveu todo o dia e a
19 foi preciso passar um riacho que, com as chuvas, estava convertido
em forte torrente.
Desde 16 circulavam no acampamento boatos sinistros sobre a
appario de um terrivel fiageUo, o cholera ). No dia 18, tres homens
foram atacados dessa epidemia, com os mais graves symptomas, e
desde ento os Drs. Gesteira e Quintana, que j haviam advertido ao
commandante, no puderam mais esconder nem dissimulara verdade.
No dia 20 j varias carretas estavam cheias de doentes, e os primeiros atacados haviam succumbido. Naquelle dia morreram mais
nove e cahiram vinte doentes; entre eUes o chefe dos indios Terenas,
Francisco das Chagas.
No dia 21 continuou a marcha, com os mesmos horrores de fome,
fogo, cholera e inimigos.
A. 22 a columna no pde andar mais de tres quartos de legua e
parou) por causa do gado, nas margens do rio da Prata, primeiro
affiuente sul do rio Miranda.
O coronel Camiso, sabendo que pela matta que orla o rio da
Prata e que communica com o matto da margem do rio Miranda se
podia ir -at Nioac, sem ser assaltado pelo inimigo, enviou, por dous
homens de confiana, uma ordem escripta ao commandante de Nioac,
para fazer transportar para lagar seguro as munies, os viveres, os
archivos e as bagagens que l esta vam; e para mandar o capito
Martinho, com toda a gente disponivel, emboscar-se nas mattas antes
de Nioac, para ahi deter o inimigo.
-!)4 -
f\ 11
95-
Pela madrugfjda foi atacado tambem pela epidemia o tenente-coronel Dr. Juvencio Cabral de Menezes, e quasi no mesmo instante suicidava-se a sentinella do quartel-general, por ter sido tambem atacada
do terrivel mal.
[ esta madrugada morreu o filho do velho Jos Francisco Lopes;
o qual foi por seu pae e companheiros transportado para as terras
da fazenda de seu pae, para ser aIli sepultado.
96-
doutOl~' c!~t
- 97-
No obstante o aspecto medonho do rio, alguns nadadores intrepidos se lanaram agua e conseguiram alcanar o outro lado. No
encontraram vestigio algum de inimigos, mas smente a habitao de
Jos Francisco Lopes cercada de uma beUa plantao de laranjeiras e
fruLeiras.
Um dos nadadores, que haviam atravessado o rio, teve a coragem
de reatravessal-o e de vir dar parte da abundancia de laranjas que
havia do outro lado.
No primeiro momento alguns lanaram-se n'agua e foram victimas. O commandante, embora quasi morto, deu ordem que o corpo
de caadores passasse o rio e, indo guarnecer o outro lado, impedisse a
pilhagem da propriedade, devendo-se fzer uma justa distribuio do
que havia. O capito Pedro Jos Rufino lembrou-se da construco de
uma jangada, mas no smente os materiaes como os operarias faltavam.
Sabia que todo o seu corpo smente conhecia disciplina e procurava
por todos os meios, ainda com risco de vida, cumprir as ordens do seu
commandante.
Viu seus soldados rivalisando em prestezapara facilitar a passagem
dos officiaes. Elle proprio, confiado na disciplina, foi o primeiro a embaroor numa pelota, i, e levado por um nadador passar para o outro
ladQ frente do seu corpo.
Assim felizmente conseguiu o capito Pedro Jos Rufino atravessar
o rio com todo o corpo de caadores.
A 28, o cholera ainda fez maior numero de victimas nos que haviam
ficado na margem esquerda do Miranda.
No dia 29 ainda o rio no havia baixado, quando morreu o
commandante Carlos de Moraes Camiso. As suas ultimas palavras
foram: fazei seguir as foras, eu vou descanar .
A's 3 horas da tarde morreu tambem o tenente-coronel Juvencio Cabral de Menezes.
O coronel foi enteL'rado uniforrnisado, debaixo de uma grande
arvore, na maUa, e sua direiLa o tenente-coronel Juvencio .
'1
-98-
99-
100-
101-
lhos de polvora, na esperana de que algum soldado nosso, allientrando, communicasse o fogo.
Effectivamente, quando, sem suspeitar semelhante ardil, mandou-se
transportar o que havia da igreja para fra, principalmente o cartuchame, inflammou-se um dos rastilhos, o que occasionou uma tremenda
exploso, da qual foram victimas cerca de 20 praas. No dia 5
ao amanhecer marchou enfim a expedio em direco ao Aquidanana.
Ainda do outro lado do Orumbeva encontraram-se vestigios de
carretas do commercio saqueadas pelo inimigo, e a expedio acampou
no Formiga. No dia 8 estavam no Taquaruss, onde pela ultima
vez se ouviram os clarins dos paraguayos, que dalli voltaram por Nioac,
a, reunindo todos os seus destacamentos, recolheram-se ao seu
territorio.
A 11 de junho chegou emfim a expedio da retirada da Laguna
ao porto de Canuto, na margem do Aquidauana.
No dia de invaso do territorio paraguayo, em 21 de abril, o efieclivo da columna era de 1.807 homens, e a 11 dejunho ella estava reduzida a 1.329 combatentes.
ElIa havia, portanto, perdido 578 homens pelo cholera, pelo fogo,
febres e extraviados. Alm disto, morreram muitos indios e muits
pessoas, homens, mulheres e crianas, que haviam acompanhado o
movimento ofiensivo da columna.
No dia 12 de junho o commandante Jos Thomaz Gonalves publicou a ordem do dia seguinte, que em poucas palavras resume os
acontecimentos daquella temerosa retirada de 35 dias:
Soldados.
Vossa retit'ada teve lagar em boa ordem, no meio das circumstancias .. as mais clifllceis, sem cavallaria, contra um inimigo que
empregava uma Jormidavel, no meio de planicies cujo incendio no
macegal perpetuamente acce:wameaava devorar-vos e disputar-lhes
o ar respiravel, mortos deJome, dizimados pelo cholera, que em dous
dias tirou-lhes o seu comnwndante, oseu immediato e os vossos guias,'
e todos estes males, todos estes desastt'es os supportastes no meio de
-102 -
' E' .de 'pr~su~ir 'qu~ o Go;erno imp'eri~l t~n h'a p~'ov'ide~ci~do' pa;a que'a fora,
vinda de outras provincias, que haja de operar sobre a fronteira de Miranda, se
acampe em Sant'Anna do Paranahyba, clonde {acilmente pde dirigir-se dquella
frontei1'a, pois que seria uma marcha superfluamente longa e penosa o vir ella a esta
capita~, que por falta de navios que se possam bater com os do Pamguay, no pde
enviar tropas s {ronteiras do su~ da provincia.
No seu officio n. 49 de 17 de maio de 1865 disse o g6neral Albino:
Est fra de duvida que o ponto do Taquary, meio caminho entre esta capital e Sant'Anna do lAvramento, foi occupado por foras paraguayas vindas de
Miranda.
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Nenhuma noticia tem-se nesta cidade das foras de S. P<1ulo e Minas, que j
poderiam estar em Sant' Anna do Paranahyba.
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No sei nem da fora de Goyaz, nem da-de Minas, e nem da de S. Paulo, nem o
lagar por onde entraro, nem a organizao que tero, nem onde teem de operar.
Si vierem, preciso providenciar que de S. Paulo e Minas venham mantimentos
por !tapura e Sant'Anna do Paranahyba, porque aqui ja luctamos com a fome.
Em julho ja estava reoccupado por foras bt'azileiras, mandadas de Cuyab, o
ponto do Coxim ou Tacuary, o qual esteve apenas occupado seis. dias pelo inimigo
em fins de abril e comeo de junho,
Estes offieios provam, a saciedade, que a expedio de Matto-Grosso teve como
principal causa dos seus desastres a pessima direco que se lhe ordenou de Uberaba para Santa Rita, etc. etc. para vir ao Coxim e ser obrigada a atr,weS3ar a
pestifera zona de Coxim a Miranda, em logar de vir de Sant'Anna do Paranahyba
a Santa Rosa, no Ivinheima, e dahi a Nioac e fronteira.l>
AQUIDAUA"A
(poR'ro
00 CA"UTO),
14 DR
JUNHO DE
1867
I:iFERIORES
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ACA~PA:\IENTO
OFFIl.. 1AEi
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Mortos em combato.
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1
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Extraviados
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--- -- - - --- --- -- - - -- --- -- --- -- - - --- ---
Feridos,
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23
28
41
21
14
109
11
12
87
17
12
Somma
1
1
--- --i
-9
-- - - -- -- -- - 3
-;I~
-- -- -- --2 --255
380
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O
W
-104-
~EGENDA
1.209
-106 -
CORPOS
EFFECTIVO
BM
NIOAC
RFFEC'fIVQ
EM
AQUIDA.Ut\XA
PRErUI7.0
NA
RETIRAOA
CO:\11IANDANTES
Estado-maior ..................
1"2
530
f01
379
41
151
1.97
364
133
344
155
20
............
i.32~
miso.
Paiva..
578
-107 -
1.140
1.600
3.618
o tenente-coronel,
EMILIO
300
C. JOURDAN.
Martyres da Patria
a 4 de novembro de 1867.
Tenente Antonio Joo Ribeiro, Dourados, fallecido a
29 de
dezembro de 1864.
Commissario Fiuzo, Anhambahy, fallecido a 4 de janeiro de 1865.
Piloto Jos Israel Guimares, Anhambahy, fllecido a 4 de janeiro
de 1865.
Medico Dr. Albuquerque, Anhambahy, 4 de janeiro de 1865.
Capito de artilharia Augusto Conrado, prisioneiro.
Alferes Jos Martins Teixeira de Castro, retirada da Laguna.
Tenente Raymundo Fernandes Monteiro, idem.
Tenente Joaquim Mathias de Assumpo Palestima, idem.
Alferes Francisco Victor Baptista, idem.
Capito Jos Martins Teixeira de Castro, prisioneiro, idem.
10 tenente Antonio de Camargo Feio, marinha, rio Paraguay.
Brigadeiro Jos Antonio da Fonseca GaIvo, epidemia.
10 tenente engenheiro Chichorro da Gama, idem.
Capito Lomba, idem.
Coronel Carlos de Moraes Camiso, idem.
Tenente-coronel Juvencio Cabral de Menezes, idem.
Alferes Manoel da Silveira Mir, idem.
Capito Vicente Miguel da Silva, idem.
Alferes Francisco Felix Martins da Cunha, idem.
-108 -
13
DE JUNHO DE
1867
-109 -
-110 -
crueldade,
111-
de Lopez.
Ocoronel Hermogenes Cabral teve aviso do proximo ataque que as
foras de Cuyab pretendiam levar-lhe.
Depois de receber de Conceio
fi
2,
1 Consta d~
oftl.cios do referido Hermogenes Cabral, que muitas foram aoitadas sob o maIS fubl pretexto; nem mesmo as menores escapavam sua furia.
i O.tenente parag~ayo Roa j ~ havia morto 9 2 c~det~ Pinho e o capito
Cruz, e Ia lanando mao da bandeIra do l batalhao provlsorlO, quando foi morto
pelo capito Craveiro de S.
112-
que era urgente transportar para Cuyab, que lhe ficava a 150 leguos
de distancia, resolveu regressa!' para a capital com toda Q fora eos
500 braziteiros que havia libertado do jugo dos paraguayos.
Em consequencia, no dia 24 de junho deixou Corumb, levando
comsigo todos os trophos da victoria, e fez seguir a expedio, parte
embarcada, parte por terra, pela margem do rio e pelos pantanaes, a
alcanar o rio S. Loureno.
No dia 11 de julho a retaguarda da expedio, composta dos iOe
2 l)atalhes, estava em frente fazenda do Alegre e alli carneavo,
Combate do Alegre
A flotilha havia descido do Bananal no dia 10, para vir dar reboque
fora que naquelle dia devia estar no Sra: eram os vapores Antonio
Joo, Corumb e Jaur. Na descida, o Corumb, cujo commandanle
era o piloto BacIeer, soffreu um grande desarranjo em uma das rodas
e viu-se obrigado a parar.
a Antonio Joo e o Jaur, porm, haviam chegado ao Sra no
madrugada do dia 11, e dalli vieram ao Alegre, o Antonio Joo no
frente, rebocando quatro embarcaes, e o Jaur em seguida, rebocando duas chatas com 80 variolosos.
A's 3 horas e 35 minutos da tarde os batalhes commandados por
Antonio Maria Coelho e Antonio Joaquim da Costa estavam carneando.
o Apa
e o lpor.
-113 -
114-
------
-115 -
JUIZO CRITICO
PAGS.
15
16 a
22 a
28
30 a
32 a
21
27
34
35 a
32
33
39
40
41 a
43
43
49
44
50
a 58
59 a 83
84 a 102
lO! a 107
107
108 a
112 a
115
112
115
HISTORIADAS
GAMPANHAS
no
ERAZIL
~864-~870
TERCEIRO VOLUME -
E.
C.
JOURD.ilN
..
RIO DE JANEIRO
IlY.1:PREN"S.A
N".ACIDN".AL
1894
587 - 9i
1865
MISSO F. aCTAVIANa DE ALMEIDA ROSA
Dcfe:l da ftonteirn. do lil'Ugunr.- XO\3. organisao do exercito. - S. Francisco, Dayman, Concordia, .1uquery-grande, AyuY-Chico.- Revisto. dos e"ercitos alliados.- E~quadrilha do Urug1.!o.y.
- E"el'cito de 1'111I-es,- Urquiza. - Invasiio de S, BOljo.. - E"el'cito paraguayo.- S. Borja.~Jbutuy. - Combate de Jntahy , - Sitio e capitulac,o de Uruguayana. - ~rarcha dos exerci tos
alliados,- Retirada do e"ercito paragu"yo do Passo da Patri".- Reoccupac,o de Corrientes.
- Curmles.
o marechal
-5-
Opel'ilO\
no Etauu Oriontal
CLASSES
DHNOMINAES
Corpos especiaes.
OI'FICUES
TOTAL
superior 3a brigada
i
Estado-maior ia e 2a classe
Repartio ecclesiastica
19
i9
3i
'I~
Corpo de Saude
Sommu
l' diviso.
PRAAS
l' brigada.
Commundante, coronel Victor:no Jos
Carneiro Montei,o.
Regimentos de cavallaria ligeira .
20, 30 , 4 0 e 50, cavallaria ligeira.
125
873
998
48
58B
634
34
44B
430
22
3i8
370
22
2,B
27
4' brigada.
Tenente-coronel da guarda nacional Manuel de Oliveira Bueno.
Corpo provisorio, cavallaria
da guarda nacional
10 e 4
45
523
571
brigada.
Tenente-coronel da guarda
Joo Niederauel.
Corpo pro\risorio, cavallaria
da guarda nacional
70, 8u e Qo
5,
941
B7
1.033
1.i30
2' brigada.
10 batalho de artilharia a p
Jos
BO
2a diviso
Commandante, brigadeiro
Menna Barreto.
Jos
(li.
Luiz
nacional
9' brigada.
Infantaria
30. diviso
5> brigada.
Infantaria.
7a brigada.
98
1.585
-6-
DE1'(OUl:SA ES
CLASSES
infantaria.
10, 30 e 80 batalhes.
sa
brigado..
Infantaria.
:'I.rtill1ari:l. o. cavalIo.
Commandnnle,
Baterias c engenheiros.
OFI"ICIAES
PRAAS
TOTAl.
1.2J2
1.372
iS
1.t~2
t.270
2;
310
335
QDO
D.219
9.ooJ
t2
723
9.23t
f.enente.coronel Emlio
Luiz MalIet.
Somm:J..
Companbio. de transporte.
Somma. o-eral .
Comprehendiclo
9.9j7
-7-----~-----------.
ata o elo commanelo em chefe elo exe7'cito em ape7'aes contra a Republica do Paraguay.
etto.
-8-
fora~
FORAS
D.lTAS
cor~os
5.701
20
cOMnATB~"TBS
Dezembro de 1864.
1.700
1.315
18 de fevereiro de 1865.
1.20,2
26 de fevereiro de 1865.
19 de maro de 1865 .
22 d e maro de 1855
Dezembro de 186L
9 de abril de 1865.
1.528
23 de abril.
1.02S
Rio de
Janeiro .
305
1.3 2
793
1.058
l de maio
21 de maio
de junho.
837
11 de junho.
1.67l
21 de junho.
Contingente da guarda
2,2 de junho.
zonas.
'
nacional do
277
Ama95
6 de outubro
H e 24 de outubro
Praas avulsas
7 de Ilovembro
94.2
1.2116
151
737
18 de novembro
,21 de novembro
29 de novembro
1.1>46
5 de dezemhro.
1.135
1,2 de dezembro
U51
30 de dezembro
1.25,2
-~-
DTAS
FORAS
CO:\fDATENTES
8 de fevereiro de i866
00
429
28 de dezembro de i365.
1.681
8.2ii
989
336
2.663
40
i. 304
650
re~imento
de artilharia a p e balerias do io
regllnento . . . . . . . . . . . .
675
i.i03
361
330
2.063
i96
omcines
7.294
450
e 555 praas
Total etrectivo.
5 A42
742
57.700
33.069
14. 79
E!feclivo real
Prejuizos dos exerci tos at ia de abril
e deseres .
ou 17
010
do etrectivo.
de i860
47.9\8
por molestias, combates
9.752
OXOl'citu Lmzileiro desde oaCill1JpameULo e:1l Mo~tvirlo, a i o de Wilro de 1805, al ao aaUlpamento elll frctit
TROPA DE LINIIA
-----------.,.-----1
t.O),I)I,\~DA;-'TES
DEXO)U:-iAO
VOLU!(TAnIOS
DA
PATRIA
GUAnn,\S
Dtv,;uSOS
OUSEUVAES
~.\c.;tO:-iAc:s
de maru
de
i80>.
. . _
Pn.'ysand
Brazil
Estadomaior
Mappa A.
Vide m:tppa D.
COl'pOS
3 corpos
B. de eng5,
h:L\'iulll
chega/lo
4,218 combatentes.
rio
H:t-
Voluotndos
enga.jados
23 0 corpo
ilO corpo
ia COl'pO de
valunLal'ias
de
c:tvalhrin
C01lllUiss'l do enge-
nheiros.
de Car.111 ofliciaes
Corpo de saude.
Pagadoria
T,'allsporte
.Il cSt"'(undrii'o
.....
O
COllllllnn,Jo gCl,td de
al'tilhu.J'ia , . ., Bl'jsad~iJ"O Jos da Victol'ia
liu brigada
1ea urigada.
[O
e 3'
B, deeng. e
10 reg.
, ,2 untalhesde
voluntndos.lldem a 10 de janeiro de '18:i0
70
.\ssistiu" rendio de
Ul'llgllaynn~.
42
ln diviso.
2n diviso,
Idem,
3" diviso.
4a. diviso,
Idem
: a diviso.
6" diviso,
ia brigada..
2. bl'iga,da.
J\(nnool
[dem
2' e 30
ti
ti
17 de a.gosto de 1805,
d~
jnneil'o de 18aG.
Lopes Pe-
cegueiro
141
10
ijo
33 brigada,
.41\ brigada.
Coronel ]\[anocl de
Bueno.
20, 'tO e 00
50, 80 c. 70
Idom,
OJiveirn.
"""
"""
TnOPA DE LINHA
DENO~nNAAO
VOLUNTARIOS
DA
CO:\li\L-\l'iDAI"TES
PATRIA
rnran~nl'ia
5~
bl'ignda,
Leite
Cnvnl1nl'ia
GUARDAS
XACIO!\.\ES
4,6 e 120
40
460
Go brigada.
7a. brigada.
Coronel Jacintho
Bittencourt .
Machado
10
80 brignda.
Tenente-coronel Jos
tbazar da Silveira
Bal-
100
10. hrigada
iia. brIgada
90
.....
1-.:>
80
rendio de Montevido.
380
90 brigada.
ODSERVAF.S
D1\"ERSOS
Artilha"ia
'.
120
Esteve em Co rrien~es,
Cuevas.
430
130
Esteve em Paysand.
20
26 0
150 o 110
lIla brigada
5') o 7
Oombateu om
90
Urugun,yn.nn.
30
Combateu em l'nysltnd.
i9' o 240
140. brigada
i5" brigad9.
i6" brigadn.
Corouel
i8. brigada
Brigada ligei,'a
Demetrio
R,heil'o,
Idem.
S" e 9
I<lem.
100 e i lo
Idem.
90
40'
Antigo 30 C. P. L G. N. Uruguayan"
41
Antigo 40 C. P. L G. N. Ul'ug\layana
14
25
nuncn.
i O e 20
30 o 40
il
Grande total
OBtovo elU
16
i3a brigada
JBlnhy,
63 COI'pOS
desistindo delles om
Sendo inconveniente a exislencin ele corpos reduzidos it. diminutn. tora, foram suas pl'aas incorpuradas a outros corpos
nssim:
iio, 150, 170, i80 e 220 o deposito de Slnta Calitarina dn infnntar;n de Iinhn ; 9,21, 22, 13, 14, 33,39 0, 25", 45, ~2o, 530 o 35 e lI1n.is J3 contingentes, todos de voluntnrios dn. patrin ; o 1 dn. guardo. naeionltl eh Cde, policia do Pel'Uambnco, cOUl'acl'i,'os da llnhia; corpos P. ,le cn.vaUal'in da gUal'da nltcional ns .1',90, 50
e 80, e o corpo commandado pelo eapito Athn.nnzio Baptistn do NascilllellLo, ao todo 41 corpos e contingontes, fOl'l\lll incoqlol'lldos a Outl'OS,
Este mappa demonstra ns diOiculdades <ln. organisno do exercito.
.....
14-
Havia sido exonerado o Conselheiro Jos Maria do Silva Paranhos, por decreto de 3 de maro de 1865, do cargo que tilo brilhantemente desempenhara, e nomeado pouco depois o Dr. Francisco Octaviano de Almeida Rosa, para o substituil', no. qualidade de enviado
extraordinario e ministro plenipotencinrio junto ao governo da Republica Argentina e
DO
neutralidade
-15 -
havia solicitadO'
misses
de 186,1.
~edia
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
.
. . . . . . . . . . . . . ..
......
-16 -
8.
17 de abril ao general
Gros~o
-17 -
do
DO
DO
bservar
-18 -
11.
ESQUADRA NO PARA.r
-19 -
suas naes, afim de evitar que se expea.m navios para o Paraguar, lirrando-se
ileste modo da' despez:ls de viagem, que faam at as logares bloqueados.
Aproveito.
1I1m. e Exm. Sr. Henriqne Cavalcante de Albuquerque, ministro brazileiro
em MonteviJo.- Visconde de Tamanda1'l3./>
MARQUE?; DE TAMAXOAR
20-
Invaso de Corrientes
No dia 17 de abril soube-se em Buenos-Aires que o vapor mercante Salto havia sido aprisionado em Assumpo, e quo dous
vapores de guerra, o Gualeguaye o rinte e Cinco ele lVfaio, fundeados
no porto de Corrientes, haviam sido surpI'ehendidos, abordados e
levados para Humayt por cinco yapores paraguayos.
A surpreza da aggresso foi tal que, quando os vapores de guerra
TacuaT'y, Paragual'y, Igu7'ey, Ipor e J.11al'que:; ele Olinela de coram o
rio, passando em frente ao ancoradouro, para depois na subida aprisionarem os vapores e bombardear a cidade, nem a bordo, nem em terra
ninguem tratou da defesa.
Ao approximar-se dos vapores argentinos, ancorados e do fogos
apagados, os paraguayos deram descargas de metralhu, e ao mesmo
tempo fuziluram todos os argentinos que appareciam no conyez ou no
porto. Acostando, lanaram-se ubordagem, matando os que no se
atiravam ao rio e fuzilando os que nadavam. A guarnio da Gualeguay
fugiu para a pruia, que era proxima, antes de ser elle aborJado.
Emquanto isto, o Paraguw'y e o Taquary bombardeavum a cidade de
modo tal que ninguem pensou em defender-se.
Do Vinte e Cinco ele ~JJIaio smente salvaram-se a nado um guardamarinha e cinco marinheiros; fican-do prisioneiros o com mandante, o
immediato, 4 tenentes e 43 marinheiros; os mais morreram.
Os paraguayos tiveram um ofticial e 10 marinheiros feridos.
O Vinte e Cinco ele Maio tinha seis bocas de fogo e o Gualeguay duas.
Ficou com esta preza a esquadra paraguaya composla de 23 vapores e canhoneiras, 5 navios de vela, armados em guerra, 3 lanches e
varias chatas armadas com artilharia de 68 e 80.
No dia 14) ao occupar Corrientes, o exercito paraguayo, C0111111andado pelo general Robles) installou logo um governo provisol'o,
Caceres, Gauna e Silverio; individuos estes que proclamaram logo a
independencia do Estado de Corrientes, sob o protectorado da Republica do Paraguay.
21-
instruces de Buenos-Aires,
22-
23-
Argentina nos
24-
Octa-
25-
o tratado ficou secreto, como devia ficar; e tanto mais, que todos os
onus da alliana eram para o Brazil, e todas as vantagens para a Republica Argentina.
O governo argentino se havia visto obrigado a declarar a guerra
ao Poroguay, em vista do aprisionamento de seLls navios e da occupao do seu territorio pelas foras marilima e terre tre do inva ar.
No tinha esquadra, nem exercito capazes de repellir o inimigo,
e, a no ser a alliana com o Brazil, que por si s, como ficou provado
pelos acontecimentos, venceu o Paraguay, a Republica Argentina teria
sido e magada pelo poder militar daquella republica.
Em a Republica Argentina que deyia solicitar a alliana do Imperio.
Infelizmente foi o Governo Imperial, que fez ao argentino o offerecimento de sLlas foras, mandando pI'Opr o trutado de allianu, elaborado quando se pensava que o governo argentino queria conservar a
neutralidade, e quando era ignorada ainda a invaso de Corrientes.
E l tratado s foi conhecido no Brazil depois de 4 de maio de 1866,
data em que foi publicado pelo J01'nal do COInme1'co do Rio de
Janeiro, que o encontrou na corresponc1encia apresentada ao parlamento inglez sobre as hostilid::tdes no Rio da Prata.
J.
EH-o:
( O governo da Repllblica Oriental do Uruguay, o de Sua .\lageslade o Imperador do Brazil e o da Republica Argentina:
achando- e.......................................................
plenipotenciario
brazileiro parece ter olvidado que, de accor,lo com as
da ultima campanha do Uruguay, conveno anterior ii. paz de 1\1onte-
c?nclu~es
vl~a e o decreto do governo provisorio da Republica do Uruguay, de 28 de fevereu'o de 1865, era a republica do Uruguay alliada do Imperio do Brazil na guerra
contra o Paraguay.
. No havia necessidade de ligar no presente tratado a republica do Uruguay
a Argentina.
A alliana da republica do Uruguay era devida unicamente ao Brazil.
,0 art. 3 desse tratado designava positivamente que a base das op ra~e
eria
o RIO da Prata, e c1abi no s o dispendio, no Rio da Prata, dos tbesouros do Brazil,
26-
Brazil Francisco Octaviano de Almeida Rosa, pela Republica Argentina D. Rufino Elizalde, os quaes concordaram no seguinte:
( Art. '1. o A Republica Oriental do Uruguay, Sua Magestade o
Imperador do Brazil e a Republica Argentina unem-se em alliana
offensiva e defensiva na guerra provocada pelo governo do PqrngullY.
Art. 2. 0 Os alUados concorrero com todos os
meios de que
da Republica Argentina, ou n'uma parte do territorio paraguayo limitrophe com o mesmo, ficu o com mando em chefe e direco dos exercitos allicdos confiado ao presidente da Republica Argentina e general
em chefe do seu exercito, brigadeiro-general D. Bartholomcu Y1ilre.
As foras maritimas dos alliados ficaro debaixo do commando
immediato do vice-almirante Visconde ele Tamandar, commandanle
em chefe da esquadra de Sua NIagestade o Imperador do Brazil.
A:s foras de terra da Republica Oriental do Uruguay, uma didso
o que deu grandes lucros aos especuladores argentinos, como aproveitav:1 o pretexto p:1ra confia]' o commando em chefe e dil'eco Lias exercitos alli"do~ ao brIgadeiro ii, Bartbolomeu Mitre.
. .
Alm disso, este artig-o usurpava attribuies do Governo Imperial.
O commandante das foras de mal' e o general em chefe do exercito brazilelro
foram nomeadamente designados por dous generaes estrangeiros e um plel1lpotenciario bl'azileiro.
PeJo tratado foi nomeado commandante das foras maritimas alliadaS.o
vice-almirante Visconde de Tamandar.- Qual a esquadra argentina ~ o Gua?'d,a
Nacional! !
Qual foi a inteno com que se distribuiram assim commandos a cidados designados, em lagar de deixar a cada governo o direito de nomear os seus generaes~
27-
03
d~
Art. 7.
!.
Art. 8.
28-
29-
pelos rio
Argentina ficar
dividida da
do Paraguay
Brazil, que na margem direita elo rio Paraguay c::o na Bahia Negra.
O lmperio do Brazil confinar com a republica do Paraguay do
lado do p[H'an, pelo primeiro rio abaixo do Salto das Sete Quedas, que,
segund o recente mappa de ;..rouchez, o Igurey ; e da foz do Igurey
seguind o seu curso at chegar s nascentes. Do lado da margem
esquerda do Paraguay pelo rio Apn; desele a sua foz at as nascentes.
No intel'ior pelos cimos da serrn do Maracaj, pertencendo as vertentes
orientas ao Brnzil, e as occidentaes ao Paraguay; e trando-se
linhas a mais rectas possiveis da referida serra s nascentes do Apa
e do
I~urey.
das aItas partes contracLantes no poder obter do Paraguay o cumprimento do que se ajustar, ou de tentar este ultimo governo annullar as
30-
l~rincipal
c(
115.0
dependem de
maio de 1835.
Eli~alele.
ele AI
..
..........,.....
31-
32-
algum das duas republicas, bastava que lhe dessem o transi to por seu, tOl'I" torios,
transito que no podiam nem lhes convinha negar.
Para obtermos, pois, o unico auxilio inuisp<llravel, e quasi unico, 'll1e nos
teem pre tado aquellas dua republica nem precisavamos trat;ldo algnm. B'l. 'tava a
licena de pass[tr por seus territorios, flue a ue pas ar pelas aguas tinh 1110 ns,
A posio do Brazil, na occasio em que s negociou o tl'atado ria, tl'iplica
aUiana, lhe dava o poder de dictar UI.1S seus alliados as condi s quo fi Lllzessa,
Deu,s nos livre rle aconselhar que as dictasse duras e ego'stica. o l~io da Prata
nossa politica deve consi til' em mostrar quelles povo c queUes govel'll\J" IJue o
Brar.il o mais util de eus amigos, e o mais terrivel de Sous inimigo, C)nnndo o
provocam ...
. . . . . . . . . . . .
. . .
. . .
.....
illas ninguem ousar sustentar que se possa explicar como dictado p lo cavnlheirismo e generosich,de um tl'ntado que esquece a politica secular e tradicional de
nossos governos desde os coloniaes, nas questes de equilibrio do Prah.
L'1l1a sobre o Brazil todo o peso dos sacrificios e d a Confedel'ao . rgcntina
todas as vantagens.
EslJUlha o Paraguay de terl'enos que garantem a sua independencia e liberdade, no pal'a incorporal-os ao Bl'azil, lUa.,; dai-os a Republica Argentina.
Pe nas mos desta todos os meios physicos e de inUuencia moral a politica
para usul'par a soberania do Paraguay e dominar aguas de que era no so interessa
afastaI-a.
Usurpa e annuUa attl'ibuies do imperador, para daI-as aos alUados.
, <t'A ~ed~c[o ;a8'~ d~s a'ds. 2; e 50 'pro'va 'qu~ d'esd'e ~hi' co~e'ou ~ ~ r imbahido o plenipotenClario brazileil'o. Ao Brazil convinha que se definissem os contingentes com que cada um dos alUados deve concorrer. No os estipulando, ~cou
menos sell"ivel primeira vista a desigualdade dos sacrificios de cada um, e a unperieia com que o mais poderoso (pelos arts. 16 c 3 do protocollo) ab nou ao
mais fraco toclas as vantagens da victoria, que s pelos seus esforos alcanou ,
33-
Os paraguayos exilados e .residentes em Buenos-Aires, constituiram sob a direco do coronel Ilurbur, uma legio deslinada a
combater o tyranno Lopez e poucos dins depois, na qualidade de cidados pm'guyos, protestaram pela imprensa contra o decreto de 15 de
fevereil'o, pelo qual Lopez havir. convocado um apparente Congresso
Nacional, tornando patente que e te acto no era sino para encobrir
osseus projectos ambiciosos; pretendendo fazer recJhir a responsabilidade da guerra sobre o noo) quando elle era o unico fautor e responsovel por elta. Dizem que este protesto dos seus antigos subditos
despertou o maxima animo.sidado e sde de vingana no dictador, exigindo nt que os parentes dos exilaLlo
oIT~recimentos, concorLlando
at em confiar-lhe o com-
34-
brazleir~
35-
o que houve em
llIm. Sr. D. Evaristo Lopez, chefe politico de Goya.- Jose Segu~1dil10 de.
GomensolO.
As foras paraguayas haviam j invadido o territorio argentino e occupavam a.
cidade de COI'rientes desde o dia 14 do mesmo mez.
A diviso Gomensoro subiu de Goya p,ra Bella-Vista, onde chegou a 2.
de maio.
NOTAS BIOGRAPIIlCAS SOBR.E
mandante
36-
da 9\ brigada desLacada
e distribLlida pelos
diYCI'sos
Com a nosso
t'01'
Paun~ro
pediu em officio 00
O exercito paruguDYo aVi.1l1ava a marchas forados sobre BellaVista com 16.000 homens e 19
CD nhes,
37 --~----~-~--------~
O chefe de diviso Fl'oncisco Manoel Barroso com o resto da diviso vinha subindo o Paran com extrema difficuldade, em consequencio da bnixo das aguas e dos numel'osos baixios.
No dia 6 de maio encalhou o Ama:onas em 2
braa~
de fundo no
I)
Conhecendo o
1'01
vallaria.
Ficou resolvido levar-se o otaque cidade no dia 25; e para isso
a 24 subiu a esquadra, fundeando um pouco abaixo de Riachuelo pelas
2
V2
. . . . . . . . . . . ..
. . ... _.
. . pedindo-lhe que se dignepermiltir o embarque a bordo
da. dlVl'l1Q ao seu mando .. . . .
..,
.. . .
Vences/atI Pattnel"O.'I>
38-
25
DE MAIO DE
1865.
10 tenente Antonio Tiburcio Ferreira de Souza. Esta coadjuvou pode,TOsam ente a columna Ol'gentina e os parnguayos foram desaloj&.dos
il1i10 obstunte u sua forte resistenciu.
O combate durou at noite, sendo expellido o inimigo ela cidade
completamente derrotado e depois ele grande prejuizo. At s 8110ras da
39-
o tenente Her-
_ 1 D"0 90 batalho, I soldado da 6" companhia morto; I official, o tenente Magalhaes, ferido, I 20 sargento e 3 praas feridos; do l batalho de artilharia, I cabo e
2 praas feridos. O soldado Antonio Jm, do Jascimento, do l batalho, falleceu em
.5 de julllO, o soldado Joaquim Fel'reira Sinta, do 90 em 2 de junho, ambos de ferimentos recebidos no ataque de COl'rientes, e o soldado morto no combate chamava-se
Argemh'o Eleuterio dl' Silva.
.
Total do exercito, 3 praas mortas, I otllcial e 5 praas feridas, e da marinha,
.7 praas feridas-total, 16 homens fra de combate.
ro
------~------
41-
po~io
de
42-
.afim ele defendeI-a, no coso ele um novo golpe de muo, levaram Lopez a
tentar algum feito contra a nossa esquadl'a, que lhe assegurasse a
.j)reponderancia em Corrientes e Entee-Rios.
Tinha. a seu favor a possanle arlilharia e fuzilaria do exel'cito de
Robles, que muito coadjuvaria os esforos ele sua esquadra.
Sabia que a foea naval brazileiea, toda composta de navios de
'madeira, nem pelo numero das embarcaes, nem pela artilharia, era
superior sua esquadro, que possuia um formielavel material de
guerra nas baterias fiuctuantes, poderosas machinas, tanto mais
<temiveis que atiravam ao lume d'agua e que, de pouco calado, podiam
tomar posiuo anele os navios brazileiros, quasi todos de grande calado,
.no chegavam.
De Assumpo Lopez partiu para Humayt, onde chegou no dia gde
.maio a bordo do Taquary. Estavam os vapoees de guerra Paragaal'Y,
per-
43-
brozileira prisioneira.
Deu o commando em chef8 ao vice-almirante Meza, sendo o seu
immediato o corr.mandante Cabral.
Deu-lhe ordem t que, descendo o rio com a esquadra pnrDguaya pela
meia-noile de 10 para 11, com os naDe navios de guerra paraguayos,
fosse ao longo da margem corrientina largar as seis chatas que trazia
a reboque junto barranca do Riachuelo; e depois, voltando rio acima,
procurasse, ao amanhecer o dia 11, dar um ataque repentino por meio
de ahordagem aos navios brazileiros, os quaes lal vez pudessem ser
assim aprisionados.
Caso no os slll'prchendesse, deveria ento voltar combatendo rio
abaixo a apoial'-se nas baterias de Riachuelo e na artilharia das chatas,
trazendo a esquadea brazileira debaixo do fogo daquellas baterias, at
enlo desconhecidDs. A esquadra imperial naturalmente seguiria em
seu encalo, ignorando a forte posio de Riachuelo. El'a i to tanto
mais provavel, que, no dia 30 de maio, quando subiram o Ama:;onas e o
lvahy, parecia est?-r o acampamento paraguayo de Riachuelo inteiramen~
abandonado.
.' A eSf'[uadra paragunya, alm dos oito navios que combateram em Riachuelo,
trazia o Rio Btanco, com uma numero u tripolai'io, composta de troos de abordagem. Este navio encalhou na descida, acima de Corrien tes e, ao depois de tl'alJalbar
pam. ~afal ..o, o almirante l\Ieza viu-se obrigado a alli o deixar, e seguiu sua d rrota. rIO abaixo, Eendo, porm, jil. dilt claro quando pas. ou pela esquadra brnzileira.
Este acon tecimento tomou im.possi velo plano de um ataque por sUl'preza, que
Lopez quel'ia trazel' aos nos os navios.
.
Deu ordem ao chefe Meza que na madrugada do dia 11 de ce.se com a esquadra. pi1!'agua.ya e pro~urasse sUl'prehender a eSf'[udra brazileira por um ataque
repentll10 dal1:lo abol'dagem, esperando assim por um golpe de mo apoLlcrar-se dos
navIOs brazi leiros.
"
4i-
mais
Oll
fora
promp~a
a 2.100
menos.
Fragata AMAZONAS
de rodas:
300 C. V
\.050
57,"4 metros
9,45
4,27
ArlillJaria :
Um canho Witworth
I obuz de 2a classe. .
4 obuzes de 3" classe.
70
68
68
Guarnio:
1arinhn
Exercito
149 \
313 j 46:. combaLcotes,
Officialidade:
Chefe de diviso - Fran 'isco Manoel Barroso da Si! va.
Commnndante do Amazonas, capito de fragata Theoto.nio RaymuDtI d Brito.
Imm dinto, capito-tenente Delpbim Carlos de Carva lho.
lei t ncntes, Luiz da Costa Fernande , Jos Hippolyto de Menezes, C'lrlos Frederico de Noronha e Jos Antonio Lopes.
.
21 tenentes, Julio Cezar de oronha, guarda-marinha Jos I"'nacio da SIlva,
Barbosa, 2 cirurgio Dr. Joaquim da Costa Antunes, pharmaceutico Jos CaeLano
Pereit'a Pimentel, capello padre F. do Carmo Guimares Diniz, commi. :trio tle la
classe Ignacio da Si! va Mello, escri vo de 2" classe Carlos Augusto R.ibeiro Campos,
pratico tio rio Bern1rdino Gustavino.
Com mandante da 9" brigada, coronel Joo Guilherme de Bruce.
I tenente assistente Jos Clarindo de Queiroz, alferes assistente Emiliano, E. de
Mello Tamborim, alferes-alumno Eduardo A:fl'onso de Moma, capito do 9 de lOran-
45-
da esquadra.
I1S
muni~
DO
SUH
exerci lo e ol'mada.
O BI'(cil espera
tal'i<l Francisco Borg-es de Lima,tenentes An tania n"lymundo Lins Callbs, Manoel Joaquim de ::iouza. Junior, Roberto F, lla Costa Sampaio, alferes Jacintllo A. da Cunha.
Ilocha., TholllilZ Pompeu Theodoro de Souza, lanoel da Silva Ros"" JU'lior, Jacinlho Corra de Mello e Carlos 19oacio d'\, Rosa.,
Avarias no combate:
.Todo o beque anancado, e pflrte da roda de pr.t, um grande rombo na eD;ferm:lrta,.que varava o navio de lado a lado j outro "ombo na altura ela machmas,
levando os dormentes, oJlendendo os vos reaes e fUl'ando a. carvoeil'a de BB. oulro
arrancando parte do trincanil junto escotill1a da machina., e outro produzindo a
mesma avaria no portal de BB ; outro avante da caixa das rodas de EB. que levou
.
.
o ferro da roa.
Estas avarias foram produzidas por pl'ojectis de 68 e 80. 03 altos quasi touos
estragados, Ires escaleres inutiUsados e dous em pessimo estado, todos os eslaes,
cabre tos, partarrazes partidos, bem como alguns cabos fixos e de laborar.
Mortos 12, feridos 21. Total 33.
-46 -
I Diz o chefe de diviso rgnacio Joaquim da Fonseca, em seu trabalho <l Estudo - A batalha elo Riachuelo :
Estas batel'ias fluctuantes, ele immenso efeito om opel'aes de guerra n'um
Tio, eram de mui solida construco, b3m fechadas por grossas curvas de ferro, e
todas ele madeira do paiz, to rija como a sucupira elas Alagas, e melhor do que
ella. Mediam 16 m ,50 de quilha, 41l1 ,60 de bocca, e Om,80 de pontal; o fundo no tinha
delgados, ou em outros termos, era todo chato. Roda de pra a prumo, assim como o
rodaste, no qual gyravn. o leme com larga. porta, tendo na ca.bea 11 curva de ferl:o.
O convez pouco acima do lume d'agua, sem borda; larga escotillla. a meio, para tiro
de can ho ... , . _
47-
encostados barranca, quer na poslao de BrLlguez; bem como asforas terrestres, que eram varridas pela nossa metralha e fuzilaria.
A esquadra brazileirn, depois da passagem dos poraguayos, rnpida-mente fez presso nas machinas e, medida que cada navio ficava
prompto, suspendia ou largava as ancoras sob boias.
Emfim, s 10 horas e 50 minutos a esquadra moveu-se imponente:
ia comear a temerosa lucta.
A 1l1ea7'im, ao signal do chefe, veio occupar o seu logar na linha r
Ll'OS,
na passagem da esquadra,
aco~
de bordo do Amazonas.
Seguem ento avante os vasos de guerra na mesma linha de ba-tulha. O ma.:onas repete o signal: ataca7' e destruir o inimigo o
mais perto que puder. Como firme resoluo de vencer ou morrer,
ficou este eloquente signal iado no t.ope da pra durante todo o com-bate.
Poslos em movimento e feita a contra-marcha, virou ento o Amazon'.lS aguas acima, e o imitaram os outros navios) excepto
fi Belmonte~
Corveta-aviso a helice :
Machinas fora.
Toneladas.
BELMONTE -
120 C.Vr
602
48-
-------------
elil~
fi
p~as
ma~
ento foram
isolado luctadol', que pnssava envolto no denso fumo dos sellS proprios
canhes e das descaq'as do inimigo, qlle apparecia em uma nuvem
junto s banancas.
51,24 metl'os
7,H
2, 9
Comprimento.
B~ca.
. . . .
l'al<llo a 1'<39,5 p;.
.4)'/ :lltaria
70
I c1n11[0 \Vitwor'th.
B o~uzes de 2' classe
4
de 5a cl;] s::;e
68
32
Gual'11ic7o
1\101l'iu 11 t.
{';x:el'cito.
1/,9
95 ~ 204 combatente::;.
Offic:lidarle
Capites Llo COl'pO policial do Rio de Janeil'o Antonio dos Sa.ntos Rocha e Antonio 11uuil. Telles de Sampaio, tenente Joaquim ;\I[aria da Conceio, l tenente de
artilllaria Antonio Tiburcio Fel'l'eira de Souza, alferes Bernardino Antonio d3 Paiva
e Diol1ysio Miguel Martins de Oliveira., cadetes Leovigildo Cavalcante de Mello e
Miguel Maria Girard.
Avw"ias no combale
49-
05
1~
'. J DlQUlTIXrrONHA - Navio chefe, 3" di viso, capito de mar e guerr Jos Segundmo de Gomensoro - COl'vta a helice ;
Machioa, fora.
Toneladas metricas.
130 C. V.
637
mi
Comprimento
51,24
50-
Mo~la;
Bocca. . . . . .
Calaelo a r, 18 ps ou
G,Z8
3,33
Arlilhal'ia
68
32
Gtcarnii)
Marinhl1.
Exerdto
]90
I .
o/fie ialidade
Capito de mar e gnerl';. JOS:3 Segnndino de Gomeasoro, chefe da 3n diviso;
commaullante, capito-tenente Jo tl]uim Jos Pinto; secl'ctarios, 1 tenente Francisco
Jos ele l"reitas, immediatll, I" tenente Lucio Joaqnim da Oliveira, l tenento Pedt'o
Antonio de Monte Bastos, 2 tenente lI'hnuel Nogu3il'it de Lacerd,l, gnardam'trinhl1
Ma.nool do Nascimento Castro e Sl va, gnarcla-marin lu\, l"rancisco do Lima Buros,
2 cirurgio, Dl', i\fanoel Baptista Vallado. caflello, padre Antonio da Iml11acuhldn.
Conceio; commissario Jos Manoel de Almeida, lwatico Al1dr Motta. l bata1ho de inf,lnt,lria: m~joe Francisco Mari,. do Guimares Peixoto, tenenttl
E,juarLlo Emiliano da Fonse(la, alferes SeuasWio Raymnndo Ewertoll, alfoees
Fr,1l1cisco L1e Paula Peeeit'u, tenente Relvecio Muniz Telles Menezes, alfel'es Antonio Carlos da Sil Vil. Firagibe, cadete Francisco G, Pel'eira Botafogo, alfel'Cls
Miguel A. de MeUo Tamborim,
Avarias em combate
Foram tantas e fazia tanta agu'L Que no se pde a1'ranca1-0 do banco, ,onde
cada vez mais foi enterrando-se e alli}oi abandonado; teve 18 mortos e 32 fel' ldos.
51-
DO
coronel
REBERIBE _
Corveta a helice :
Machina, fora .
Toneladas
Comprimento
130 C, V.
637
ms
51,24
52-
Jl1arque~ de Olincla
o Paraquary.
No lograram seu intento, pelos til'os certeiros da Aragual'y e a
velocidade com que vinha rompendo o passo.
Vinha em seguida a Iguatemy, do commando do 10 tenenta
Justiniano Jos de Macedo M. Coimbra, e com denodo e felicidade
igual dos seus companheiros conseguiu passar.
Bocca. . . . . .
Calado a r, ps 11 ou.
6,28
3,35
Artilharia
1 obuz de 3a :classe
6 obuzes de 5a
li)
68
32
GHat'ltic'io
Marinha
Exercito
178 ~
officialidade
Commandante, capito-tenente Bonifacio Joaquim de S:mt'Anna; immediato,
l tenente Joo Gonalves Duarte; l tenente E~lani Io Przewodousky, 2 tenente Franci co Felix da Fonseca P reir:1- Pinto, gU'H'a-marinha Jo Go nensol'O
\Vandenkolk, guarda-marinha. Francisco Eutachiano C. Penha, 2 cirurgio
Dr. Jos Caetano da Costa" commhnrio de 3a cla.ss li'l'a.ncis~o Teixeira de Oli
veira, escrivo Victor Maria de G. Vellozo, pratico do rio Pedl'o Broches.
Corpo de gUa1'nio do Espirita Santo
53-
1,
120 C. V.
602
50 ,02
7 m ,32
2m ,74
m
70
1 pea Witworth. .
2 ohuze de 2" classe
4
de 5&
68
32
Guarnio
Marinha.
Exercito.
141
officialidade
Commallllante, Cpito-tenente Aur lio Garcindo Fernandes de S; immediato,
lo tenente Felippe Firmino Rodrigue Chaves; los tenentes Antonio Pompeu de
Albuquerque Cavalcanti, .liguel Joaquim Pederneira, ligueI Antonio Pestana;
guardas-marinha Afon o Henrique da Fonseclt, Jos Guilherme Greenhalg, commissario Pedro Simes da Foo eca, e crivo de 2" clas-e Jos Corra da itva.
9 batalho ele infantaria - Tenen te-coronel ,To da Silva Guimares, capito
Pedro Arron~o Ferreira- m. C., capito Timoleo Pere de Albuquerque Maranho,
tenentes Leopoldo B. GaIvo Ucha- f., Feliciano I~nacio de Andrade Maia-m. c.,
a!feres Francisco de Paula Barros, Pedl'o Velho de Sa Barreto, Francisco Antonio de
Sa Barreto- f., cadetes Luiz Jos de Souza - f., Luiz Francisco de P. Albuquerque
- f" Antonio Francisco de Mello - f., Liberato Ferreira da Co ta, Luiz Leopoldo
ArseniQ Barboza, Caetano Alves Pacheco- m. c.
Avarias em combate
Alm de grande avaria no leme que impedia governar, teve grande numeto de
.rombos a BB. e EB., os escaJeres inutilisado, avarias nos altos e apparelhos,52
mortos e 28 feridos.
54-
Ento o
jlIarque~
[l
Parnahyba.
a que se passou enLo indescripLivel. A maior porte da guarnio estava na coberta; e os que se achavam no convez sustentaram a
luela heroicamente.
Apenas estava guarnecido o 20 rodizio de bombordo; disparou.
dous tiros de metralha e toda a guarnio defendeu a. abordagem.
afficiaes, marinheiros e soldados todos cumpriram o seu dever.
a capito do 9" de infantaria Pedro Affonso Ferreira e o guardamarinha Greenhalg foram morLos defendendo a bandeira, que chegou>
- ::>0
pnrDgU[lYo~
depois.
A gLwrnii10 do 4 rodizio de r foi quosi tocla viclimada nu formdavel lucta.
O bl'avo tenente do 8 de infantaria Feliciano J. ele Andrnde Moa
e o destemido marinheiro ele ta closse Marcilio Dias forom mortos em
seu poslo de honro, sustentando uma botolha desigual) depois de pr
fra de combate bom numero elos ossaltantes.
Os 15 tenentes Felippe Firmino Rodrigues Chores) immediato
do novio, figuel Antonio Pestana, que cOl11mondova a guarnio entrincheirada no convez, An tonio Pom peu de Albuquerque e lVIiguel Jonqu im
Pederneira, commnndantes do 2 e 3 rodzios) o gUDrda-marinha
Affonso Henrique da Fonseca, o tenente-coronel Jos da Silvn Guimares) capito Timoleo Peres de Albuquerque
O coml11andanle Aurelio Gnrcinelo Fernandes de S) sempre colmoe resoluto, acceitando a proposta do 10 tenente Fil'mino Rodrigues
Chaves,
!.
E. C.
JOURDAX.
....u
2Q
1Il[arque~
pelo encarniado
Ama~onas,
vino: - Pe7'0) se1107') no se puecle ahora)' las 07'illas de los bancos estan
cerquta, precisamos todavia ir mucho abayo.
e da Y[Jimnga.
Foi ento que o provecto chefe feza, em segundo uniformp, com
dragonas, ainda animado e firme na tolda do Taqua7'Y) dirigindo a
abordagem contra a Pamahyba, viu, no muito longe apparecendo
pela ponta de Santa Catharina, o Amazonas e os cinco yasos de guerra
a subi rem a toda fora.
Desi tiu da abordagem da Pa1'nahyba e, mandando dcsotracar,
fez signal, como encobrindo a sua retirada, para ir de noyo abordar
a Jequitinhonha, dondej haviam sido repellidos o mesmo Taquat'y, o
Paraguary e o Salto.
Ao retirar-se rio acima o navio chefe paraguayo, um tiro de carabina, p.artido da gavea grande da Parnahyba, feriu o desditoso Meza
no hombro esquerdo. Ao mesmo tempo o Salto Oriental e o 1I1arquez
de Olinda, desgovernados, procuravam, descendo o rio, o amparo das
barrancas de Riachuelo.
gUat'y
58-
00
pratico:
Bel'narelino, teremos
pois
i.
Narque.~
Oriental, deu-lhe tal golpe no costado, que fazendo agua por toda a
COIl-
L--------------~------
59
Nesta occasio o almirante mandou iar o signal: Abol'dar oinimigo, tomar-lhe a gente, gaarnecel-o com a nacional. Atirou-se ento
O Beberibe, como o.
e fortificaes, e perseguindo os navios pnraguayos a tiros, que apro-veitaram nos altos, borda e chamin, tanto delIes approximou-se, na
inteno de abordaI-os e aprisionaI-os, que partiu na Pp::l do Taquary
o po de giba. Ento Cabt'al dirigiu os navios para um banco ondehavia pouco fundo; e ahi o Beberibe e a Al'agual'y o abandonaram, bem
como aos outros fugitivos, muito maltratados, e vieram de novo entrarem fogo ao lado da Jeqaitinhonha encalIwda.
Alli, queima-roupa, renovou-se o combate, desta vez com as
baterias do coronel Bruguez, a fuzilaria do exercito paraguayo e uma
chuta armada de uma pea de 68 que pareciam querer vingar o desastreda esquadra paraguaya. A metralha, porm, dos nossos navios, aos
quaes se juntaram a Iguatem!J e o Ypiranga, fez calar o fogo do inimigo
ao pr do sol, durando Oeste terceiro episodio da botalha cerca de tre&
60-
i,
, MEARIM -
Canhoneira a helice:
Ma bina, fora.
Toneladas .
Comprimento
Bocca. . .
Calado a r
100 C. V.
415
45 m ,75
7m ,OI
zm,28
Artilharia
3 canhes
4
obuzes de 2a
~
de 5a
classe.
classe.
68
32
Foi quando o
Ama~onas
61-
_~Iearim
governada e a Belmonte que ia aguas abaixo, com a pra toda mergulhado.> fazendo-a ganhar o banco mais proximo, onde encalhou fra
do alcance das balas inimigas.
Dahi o commandante Elisiario foi sobre o
Marque~
de Olinda,
Guamio
ral'inha.
Exercito.
125 \
67 ~ H)2 combatentes.
o/fie ialidade
Commandante, l tenente Eliziario Jos Barboza; l tenente immediato Augusto Ceroar Pil'es de nlil'andlt, l tenen te Arnaldo Leopoldo de MurinelJy, 2 tenente
Filinto Pel'ry, gllarda.-marinha An tonio A _ de A. TOl'reo, aspiran te Joaquim
Candido do a cimento, commissario Jo Antonio de Souza Guimares, e crivo
Joo Evu,eg-eli ta de renezes, pl'atico do rio antiago Peclemonte, Corpo policial do
Rio de Janeiro-capito Antonio .Jos da Cunha, tenente Antonio Pacheco Carvalho
de Miranda, alfel'es FirmiLlo Jo. de Almeida, soldado Joo Carlos de Mel10 e Souza,
Jacintho Martins do Couto Reis,
AVal'ias em combate
Nove balas no costado de BB., sendo 3 ao lunn d'agua ; a varias a E B. por metralhas e I rombo de bala ao lume d'ugua.
Apparelhos e chamin muito damnilicados, perdido o escaleI' menor e inutilisado
completamente o maior, bem assim o pao da bujarrona.
T-re" mortos e sete feridos.
1
80 C. V.
415
44 m ,53
6m ,71
2m ,28
62-
fiuctuantes, artilhada com uma pea de 80, que muito prejudicara com
seus til'OS a Jequitinhonha, perto da qual havia vindo fundear.
Trazida pelos vapores paraguayos, na primeira abordagem levada
-D
este nosso navio, esta chata, nbandonada pela guarnio que, ou foi
1110rta ou fugiu, foi cnhindo desgarrado, pela correnteza do rio, at en-castor-se barranca na volta da ponta de Santa Catharina, constituindo
assim o numero de cinco as b:tterias ftuctuontes que ficaram em nosso
})Odel', como eloquentes trophos elo glorioso combate.
No 11Iarque..:: de Olinda foram feitos prisioneil'Os 2L paraguayos,
inclusive o commc\l1dante, tenente Ezequiel Robles, irmuo do general
Robles.
Gra vemente ferido nas costas e no brao esquerdo, por balas
n03sos, depois de tratado e amputado pelos medicas brazileiros,
<J.rrancou em um access ele desespero os apporelllOs e morr2U esvoido
.em sangue.
5' .
68
32
Guarnicio
Marinha.
Exercito.
~~
O(fivialidade
MARI~HA
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EXeR.CITO
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Amazonus
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15
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Arnguary.
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1I1earim
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771
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major
Antonio
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6
10 IFOro.m morLos: o o.lrOl'e~ do corpo d. policio. do Rio,
Pacheco de ~liranrl", o o SLU,,'da-tllar[nha.Antonio
AugusLo de Aro.ujo Torreiio.
3 a diviso
ComOlandnnte, cn.piLi'io de ma" e guerra Jos Segundillo de Gomensoro (fui conLllso),
JequiLiohonbo.
~30
'11
100
160
16
10
16
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Belmonte.
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is
i02
92
Ypiranga.
270
98
01
11
204
i71
Mosquetaria ........
- - - --Total.
31
2.58i
80
--- - - - --56
1.033
1.091
--- --2.260
2'15
O prejuizo do inimigo foi de 6 baterias fiuctuantes e de 4 navios de guerra, Paraguary, Jeju,y, SlJlto Oriental e Marque: de Olinda. Teve mais do 3.000 homens
'ra de comuate na esquadra e em terra.
A' excepo do combate do Aleg"e em 1fatto Grosso, a ii de julho do i867, e do fogo do Tahy, a 2 de novembro do mesmo anno, em que foi lUJtltido a pique
o vapor Vinte e CiltcO de Maio, nunca mais se viu em combate a esquadra paraguaya. Na desastrosa fuga do dictador Lopez para o Norte, quando occupmos Caraguataby a i8 de agosto de 1869, vimos arde,' e vonr pelos ares os O ultimos vapore, paraguayos, Salto do' Guay,-a, Apa, Paran, [por, Pirabec e Anhamahy.
O Gnverno urazileiro instituiu uma medalba CO!lllnemo,:ttiva da batalha de Riacbuelo e ordenou que a fl'agata Ama:oaas
signia do Cruzeiro, e no mastro do prda a fita da Ulesma ordom.
leme a in_
JOUllDAN'
ti'-
A's
'l,
horas o
Ama~ofZas
65-
tancia em qlle pOI' vezes se achou ele alguns navios de sua esquadl'a,
no el'a p ssivel conhecer de todos os detalhes. A iniciativa de seus
bravos e <listinctos com mandados, muilo peso teve no desenlace
glorioso.
Disse ao Governo em seu relator'io : Qualquer distinco que jaa
necessariamente tercl ele desgostar)), pois tanta convic<1o tinha o
Bra~il
mas ignorantes.
Tinham muitos canhe , porm, eram pessimos artilheims.
66-
Bra~il.) 1
POI'
fi
lancha e os escaleres.
Approximou-se ento
ti
Iuuatemy
2,
. 2
IGUATE~lY -
80 C. V.
406
44 1ll ,20
Machina, fOl'a.
Toneladas . .
Com primento. .
Bocca. . . . .
Calado a t 7,5 p3 .
7 111 ,01
2 1ll ,28
de 5a
68
32
67 --~------~-----
commandante do Ama::onas, com algumGs das canhoneil'as em melhor estado; e muito trabalhal'am selllpre debaixo do rogo das baterii;s paraguaYils e
11
J)
Jequitinhonha.
II1<1rin1.la.
Exercito.
96
117 ~ 213
o(ficiulidade
Commaudante 1" tenente Justiniano Jo de Macedo CoimLJra, los tenentes
Francisco Xavier de Oliveil'a Piment81, JO.5' Gomes dos Silntos, piloto Joo BernUl'llillO de Amujo, 2 cil'ul'gio Dr. Joaquim de Cal'vitlllO Bettamio, commissaI'io Francisco lal'tins de O, Godo)', escriv;'io Jos BoniCa.:io de AZilllIlJuja Neves,
Pl'<ttiCO do rio Tbomaz tlli\l1ceil'<t, corpo polic:al do Rio do Janeil'o, - tellente-~o
I'onel Joo ,Jos lle Bl'lto, :lWjOI' Autollio Luiz BiUldclil'a, de Gouva, capil50
Domingos Cal'1o:; de S\ Mil'anda, teneutes PeJl'o ~l\rlilli, C..lI1 liLla Jo::.C COl'ra
da Silva Boul'uon, alCeres Luiz Jos GJ.I'cia, Antonio Luiz Rodrigues .
.Aval'ias em combate
T1'es balas dealtillJaria EB. abaixo Lia lume u,uguu, duas ditas fi, meio navio,
uma na amUl'ar.la, outl'as arrombaram a borda Lia trincaniz e inutilisa1'am os cabeos
dit portinhola, d rodizio de r.
Uma balit no costado a BB. ao lume 'agua abaix.o da mesa do traquete; as trincheiras inntilisaLlas, uem como toLl,t a. borda da euxarquia do traquete para r;
calJeo:; de BB, iuulilisado , e olhaes onde engatavam U3 vergueit'os da artilharia.
ma tro g'l'ill1UO inutilisado, o mastro de tl'a'luete muito damuiflcado, o gurups totalmenle inutili 'ado.
Dou:; escaleres de 10 e 12 remos perdidos, um tnrco de ferro cortado a meio.
A chamin da UlclclJina tem uivel'sos rombo, toLlo os -:abos cOI'tados e muitos
cadel'Oues e moites partidos; 1 morto e 5 feridos.
I
YPIRANGA-
Canhoneira a llelice:
I canhoobuz de 2a classe.
6 ditos de 5' elas 'e ..
70 C. V.
325
43 111
6 ws 71
2w ';83
30
30
Guarniao
Marinha
Exercito
.
,
106/
65 ~ 171 combatentes.
O!fic ialiclacle
Tres balas a BB., sendo uma ao lume d'agua, dous rombos, as mesas do traquete
espedaadas, a teinclJeira al'rombadlt em diversa'i partes.
. Duas balas a EB., o cobl'e cortado ao lum':) d'agua na pl'a, 10 rombos, o contradormente na altura da meS,L da gra muito arruinado, o feero alluido. O panHo
soifreu algu ma cousa, lJarticularmell te a bujarrona.
Os lo e 30 escaleees soifreram muito.
A chamin foi furada e o pequeno canudo do gaz foi degolado.
Morto 1, feridos 5.
-------------~
do Beberibe.
A corvela Jequitinhonha, toda esburacado, estova positivamente
arruinadn e perdida.
De sua guarnio, cinco officiaes e 45 praas, ou 18
estavam
fra de combale. Infelizmente havia sido morto, pouco depois de encalhar, o seu bravo pratico Andr Motta ; e a falta delle para as manobras ele safar debaixo do medonho canhoneio do dia 11, deu motivo
a que a corveta cavasse a cada esforo a propria sepultura.
Calava de ppo 12 ps ou 3m ,75, quando encalhou na manh de 11.
Quando se abandonou, depois de encravados as peas, ella estava enterrada de 19 ps ou 5111>70. Smente com uma enchente do rio, e concertados todos os rombos, se poderia salvar o JefJuitinhonha, mas o
rio baixava cada vez mais, indicando assim ao victorioso Barroso a
descida, como meio de salvao para os seus navios, que precisavam
urgentemente de concertos.
Devia-se ter lanado fogo ao Jequitinhonha,
:!
!/ua,'Y.
nha estava perdido, mos salvou-se a Belnwnte, que era de todos o 111oi8
damnificado. Com immenso trabalho taparam-se,lhe os rombos, muitos
dos qUfles abaixo da linha de t1uctuao, e fez-se o navio sobrenadar.
No dia 17 estava
promp~a
-71 -
SI)
i,
anDOS.
72-
do fogo
de Mercedes, como limo consequencio do combale de Riac]ll1elo e portanto como uma victoria para o Paraguay; e como tropho desta apparente victoria, Lopez mandara tirar a nrtilharia elo Jequitin/wnha e
levaI-a para Humoyt.
A 24 de junho o presidente Lopez nomeou o general Resquin segundo commandante do exercito e chefe de toda a coval/aria; e em
comeo ele julho mandou pelo general Barrios, seu cunhado e ministro
da guerra, prender o general Robles.
D'ahi o desgraado foi levado paro os carcel'es de HUl110yl e pouco
rlepois fuzilado,
, Resquill, promovido a general, foi nomeado a 24 de junho segundo COO1mandante do exercito parflguayo em operaes em Corrientes e chefe de toda as cfl,val
larias.
Lopez estava desconteu te com o goneral Robles, em canso 1uencia ele enredos do
coronel Allen, cheCe do esbdo-maiol', que assevel'ura em c"l'tas, que Robles conespondia-s com cheres conentinos. Hobles Coi preso no acampamento do Empedrado
em 23 de julho.
Resquill licou commandan lo o exercito, que tinha enlo 20.000 homens e 3D
peas, e iOl\ug-urou o seu commando marchando logo sobl'e GIJY'\ e org<tniZaOllo o
::;aque da pal'te da provincia domi nada pelo sen oxel'ci lo. Do tl'alulho Iln. pouco
publicado pOl' D. Juan Silvano Gouoy em Buenos-Aires extl'ahimos o seguinte:
A 20 (le julho cle 1865, Lopez ordenou a um de seU3 generaes que fosse a Corri ntes, e dn.Jli lhe remettesse prcso sob guardl~ segura o genet'ul commandn.nle da
diviso do sul.
- Que foras levo, s Ilhor? consultou o emissario.
- Um ou dou fi seus aju lantes, e este pl'ego, que V. lhe apresentar, respondeu o marechal, entl'eganllo-lhe uma folha de papel fechada a lacrada.
Guardando o mysterioso prego, que era para alie como a trombeta encantada
73-
beribe.
O Apa trouxera tambem munies, e em fins de julho estava a
esquadra de novo prompta para combate.
No correr deste mez de julho o exercito paraguayo occupou o norte
da provincia de Corrientes, chegando suas avanadas at Goya.
O general Paunero, com uma diviso de cerca de 4.000 homens,
conservava-se ao sul do rio Corrientes, a 121eguas ao Sul de Goya.
Resquin e Bruguez fizeram ento fortificar as barroncas de Cuevas
com poderosa artilharia: 38 boccos de fogo, oito estativos de foguetes
a Congrve e uma fora de infantaria superior a 2.000 homens.
Em fins de julho o chefe Barroso declarava necessario que a
esquadra descesse at6 o Rinco elo Soto, que fica entre Goya e o rio
Santa Luzia, pois
obrigava, bem como porque lhe con. tava tambem que os paraguayos
haviam fortoificado um ponto da costa abaixo do logar onde estava a
esquadra, que constava serem as bal'rancas de Cuevas) posio formidave!, por ser e treito e tortuoso o canal) unico por onde podia descer
a esquadra.
da lenda, com o ]loiel' de evocaI' milhal'e de combatente', o emi sario sentiu
retemperado o seu espiei to, tomado dlt certez't de que seria plenamente obedecido.
Abalou para bordo do Iqurey e levantou ancoril, seguindo a desemp:mbar sua
commisso,
.
HOl'as depois, clesembarc3.va no porto do Empedr::tdo, apenas acompallhado de
um olTIcia 1 subal terno,
Ao chegaI' ii. iJarraca do geoel'al em chere, este se acleantou a recebeI-o, estendenrlo-Ihe cordialmente n. mo. Alto, disse-lhe Barrios, fazendo-o recuar com um
gesto, uo dou a mo a tl'aiJores: por orJem snprema, e ta V, preso! E passou-lhe
o prego, que trazia.
. .0 general abrin e leu tl'anquillamente. Estava no meio de tl'iota mil homens
c!lsClplin1uos p r ell(;:' por todos elles respeitado e obedecido incondicionalmentetres anno' havia. que no conheciam Ollt.l'a autoridarle nem uperior immediato
~esd~ a formao do nCJmpilmellto rle Cerro-Leoa, Entl'etanto, cabisbaixo e co~o
1ulmmado pOI' um pocler 'uperiol', entregou humildemente sua espada, sem proferIr
palavra. !
. No dia seguin te chegou a Humayt, foi submetiido a um con elho de guerra, e
fUZIlado pelati costas, accusado de alta traio.})
74-
fl
o:Ama~onas,
fi
linha,
fi
fl
fl
BeIla-Vista; e cerca de
ao Amazonas.
Chimboral acompnnhavam a escpadl'a, com ella fundenrom, excepo de lima que continuou rio abnixo
:l
boccas de fogo. Attendendo velocidade do rio e a que se podia imprimir aos navios, e bem assim s difficuldades, a esquadra levol'a
75-
60.000 de mosql1eloria.
O almirante Barroso deu ordem parD investil'-se pelas baterias de
CuevDs no cI iD 12.
A's 9 horas suspendeu lodo a esquadra, trnzenelo cada vap.)r uma
eSCLlno no costado de EB. ti excepo da Ioahy que consLltuia n
vanguarda.
Riachuelo e lVIerceeles.
A sua guarnio e o seu vnlente commandante anciDvam por
distngu ir- se.
A Itajahy, commanelaela pelo 1 tenente Cotl'im, vinha logo depois
da Ir:ahy, tambem queria provar que era digna emula dos seus bravos
companheiros de Riachuelo.
Quando a Ioahy approximou-se dos primeiros barrancos e rompeu o fogo, o inimigo responelell lentamente; no queria desmascarar
as suas peas. A
que a loahye
fl
e~quadl'a
Jeste momento
rompeu um fogo de artilharia e fuzilaria de tal modo seguido e nutrido, que mal se podia distinguir nlgum til'O i. alado; era um echo
unisono e terrivel de cem boccas de fogo e ele cel'ca de 4.000 espingardas de parte a parte a fazerem fogo.
A posi50 era imponente, bem armada e com bons cruzamentos
de fogo.
76-
i,
perder o governo.
A Jl!lag teve lambem grandes avarias; e o Guardia Nacional
ficou muito maltratado e com furos ao lume d'agua.
Este navio argentino parlou-se admiravelmente neste combale;
teve dous guardas-marinha mortos e um official ferido. No mais acceso
do combate uma b0mba anebentou perlo do leme, paz fra de eombate os quatro homens que alli estavam e o navio ia desgovernando,
quando o chefe iUl'Utore, em pessoa, acudiu ao leme, e de-baixo de
medonho fogo paz o navio a caminho. Tivemos fra de combate
32
t o
imperial marinheiro Francisco Pereira Barbosa, moo de 19 annos, governava a canhoneira, quando uma bala chocou o leme, esfacheando-lhe a CH,bea, e
paz fra de combate os tres outl'OS marinheiros seus companheit'os de manobra,
Pereira Barbosa no mostrou a menor prturbao ; placido e fil'me como a estat~a
do dever, continuou empun!lUado a roda do leme e imprimindo ao navio a cLir~ccao
ordenada. Honra aos nos os marinheiros e soldados!
Pelas partes oIiciaes do chefe B~rro o e do coronel Bmce v-se:
AmaZ'onas - I soldado do Iode ia fan tari~\ contuso;
Beberibe - 5 mal'inheiros mortos e 9 (eridos;
Ytajahy - 3 marinheiros mortos e 8 feridos;
Mag - 5 mortos do 14 batalho de voluntarios da patl'ia, I ferido, e I mal'inheiro ferido;
Belmonte - I morto elo lo batalho ue artilharia a p;
.
.
I marinh3iro morto, I ferido do I' batalho de artilhal' a p e I marlOhelro
ferido;'
. .
.
Ypiranga - I marinheiro mar lo, 2 soldado.> do 120 de voluntarios da patrla ferI"
dos, 5 mal'inheit'os feririas.
]I)ahy - 3 soldaLlos do 90 batall1o de infantaria feridos;
Peperi-guassit - 1 soldado do 90 ba.talho de iu fau taria morto;
il'Iearim - I mar'inheiro morto;
Apa - I mal"inheiro morto;
Quarahi,Y/. - I marinheiro morto.
Total 20 mortos e 32 feridos.
Fra de combate 52.
-77 -
Mappa dos ofliciaes e p,'aas dos corpos e contingentes que, fazendo parte da
brigada, fllleceram at 12 de setembro de 1865:
Do 1" batalhao de al,ilhal'ia a pe
1 soldado de enfermidade.
Do 9 0 batalMio de infanta,.ia
1 Soldado afogado;
1 soldado morto em Riachuelo e 28 flleceram de fill:;tiso
78-
i\1'11~
Lynch, amasin de
[l
DefCSit d:t fi ollteil'l\ do Urugllay, org:lllitiLo do e~orcito j S. [Irauc;sco, Daimltll, VOllcord;a, JU1lucry
Ul'1llde, AYlIy-Chico, UCl'ista dos 11.\Olcitos a[liados, J~sqlll\l!rilhiL do Ul'IIgUilY j oxercito de Flore,
vallgllardi\ ; Urquiz~, illViLSo de S. BlIrja, oXCl'cito pal'aguilYd. S, BUfia, JlbIItllY, combale de Ja.
tallY, sitio e capitulao de U, ugllaYillla.
Dos documentos relativos invaso do Rio Grande do Sul,
111UI1-
David
supel'ol' da
C01-1'O
de voluntal'ios da patl'iu
paz
79-
esla~
for'ns, ve::;LiI-a
geande difficuldade
aemal-as e municial-as,
Ve-se que foi peeciso crel' e Ol'gUIJiZUl' tudo, pois nada havia nos
deposiLos; o desul'mamento elo paiz cru compleLo
lIinguem julgava
j eu havia man-
80-
2a ,
commando
fi
fronteira do Uruguay
DESTACADA PARA
SERVIO DE CAMPANHA
1
A iuvaso de Jaguaro por Munhoz e Apparicio teve Iogar em fios de
janeiro de 1865.
81-
So qualificados todos
DA PATRIA
82-
ARSENAL DE GUERRA
fi
consumo, as officinas
ciam seguir-se.
ARMA:\IENTO
[l
Lanas.
Clarins.
Mosqnetes
Pistolas
Cartucheiras ..
4.106
5.600
1.976
703
2.139
4.200
- 83-FARDAMEKTO
IF.s
DE GUEHRA
-84guerra. Recommendou que a fundao fosse feita em condies modestos, mos ... O encarregado de fundar e dirigir' oestabelecimentoo
capito Jeronymo Francisco Coelho, que veio da erte com o pessoal
habilitado e Cjlle devia tl'azer as machinas, os utensilios e materia
prima necessaria.
Comquanto no recebesse credito nem uutorisao poro. as despezas no pequenas que sITo necessarias para comprar o terreno,
edificar offic.:inas, etc., para fundao do laboratorio, recommendei ao
director nomeado que examinasse e informasse dos terrenos.
Ponderei, entretanto, a S. Ex. o Sr. ministro da guer'l'a que no
pouco tempo devia decorrer at realizao pmUca desta ido e que
as necessidades de munies eram laes, que no se podia esperar pelas
qlle havia de produzil' o projectado laboratorio.
Determinei ao director que empl'egaS.:ie o pe:>soal que veio da
crte, em fabricar cartucllame na officina existente.
No tem faltado equipamento e arreiamento, que fabricado na
provincia.
De abarracamento ha grande falla. Poucas so as barracas que
tem sido possivel remeLter: no excedem de 600.Comprou-se moteria
prima para fabricol-us aqui, visto no poder o Arsenal de Guerra da
crte satisfazer os pedidos que tenho feUo.
CAVALHADA
n~s
visLa do
systema que adoptei para as dUas compras. O systema invadavelmente seguido foi sempre encarregar da compra dos cavallos, na razo
de tres por praa, aos commandantes superiores respecLivos.
autorisassem o abuso de
SERVIO DE
TRANSPORTE
~ystemu
at Dqui seguido.
DE TREM BELLlCO E
A FRONTEIRA
DE
COM~IUNICAO
CO~I
MAPPA DA FORA
sendo -
no exercito em
o]Jerues :
8 corpos co 11.
3.224 praas
10 corpos com.
3.927
2.040
532
542
Na fr'onteira de S. Borja:
5 corpos com.
Na fronteira de Bag:
2 corpos com.
Na fronteira de Joguaro:
2 corpos com.
1 corpo com
Em marcha:
271
971
11. 778
1 corpo com
Se organizando:
3 COl'pOS
CO:11
Total.
MAPPA DA FORA DOS CORPOS PER:-'IANENTE:3 DE CAVALLARIA E INI!ANTAl-tIA DA GUAflDA NACIO:>IAL EM sERVr') NA FRONTEIRA DE
QUARAHIM E URUGUAY
1.577
903
Em morcho:
4 corpos com .
1.050
Reuniram-se:
2.550
9 corpos e 1 esquadro.
6.030
Tolal .
Total do guarda nocional.
17.Se
1a
Sou.~Ct
GonzCtgCt.
diviso ligeiro, commanducln
o- Mapp:t da,
fO:'lL
AGO, TO DE 18(\3
exercito,
3,224
3.927
17 corpos e 7 esquadres
123
3.089
2.040
Jagu3.l'rLo.
23.2)8
23,996
1 seco de artilharia .
fronte;ra
a 4 tle
ABRIL DE 1855
5 corpos
dcs~nos
parDo
l~
14.3J2
1.2\2
43.320
1.577
12.'532
Existentes no exercito
23.167
271
Uru-
e 1 batalhih ne Urugua)',
003
8.600
Tot,j existente,
5l corpos e 2 esrlnadros -
Total.
33.013
li ,863
l\OTA -
certos
7,50l
COl'pOS nLLin~il'~\IH
E. C. J.
mAPPA
n-
Comp:trativo dl
~sqll:tdra
10 DE ABRIL DE 1866
NAVIOS
NAVIOS
:-;A.VIOS
Corveta
nha
JequitiltlLO'
Corveta Belmoltte
Corveta Parllahyba,
Canhoneira. Mearim,.
Canhoneira A}'oa!Juary
Canhoneira Ivahy
Corveta Jequitilthonha
'"
l
.~
.c
Canhoneira Al"aguary.
>
Canhoneira Iuahy .
""
6"=
o..l::
Annall1ento
6 peas.
Canhoneira learim
"",
>",
Corveta Pa"aellse
749 comhatentes.
189
..,...
1O
Canhoneira 111earim,
112
o..
Canhoneira A,'ag'ta"Y
>
9\
Canhonei ra /'l)al.y
1:J6
Fragata Ama:oltas .
201
Corveta Recife
8i
Corveta Pat'aense
100
ol
.,d
'"
:(>.g
... 0
0
0.. ...
Canhon.ira Taquary
Canhoneira Itajahy.
Co rveta Bebel'ibe
Canhoneil'a Iguatemy,
Canhoneira rb'aguay
Corveta Ypimnga.
Canhoneira TaquOl'Y
Corveta _Yilhel'oy.
Corveta lYitllCl'OY
Canhoneira 1IIal'acal1e<.
GltQj'}l.iiio
Corveta Panwhyba.
",,,,
Frngnta Ama=onas.
Corvela Recite,
Corveta Belmonte
o..
Corveta Pat'nahyba
.,...'"
Perdida em Riachuelo.
"'"
.~
COf\OeLa Bo!mvllte
'"
.~
l
..o
Cl
'O
<Il
"...
o..
d
;:..
103 peas.
GUQJ'airiio
2.334 combatentes.
93
3(2
Canhonel'a lVa.'acan" .
76
Canhoneira Itajahy,
112
Corveta Bebe.'ibe.
Canhoneira Iguatemy
1IS
Canhoneira AI'agltay
10\
Corveta Ypi,'anga.
107
Encouraado Bt'a:.iJ.
189
105
I!:ncouraado Ba'Toso ,
135
I!:ncouraado Ba1l'ia.
H2
94
Canhoneira Greenha!gh,
102
53
12J
I!:ncouraal1o
Armamento
2
22
Tl1mal1Clm'~
-- -Total.
131 3.189
E. C, J.
Em 7 de dezembro o almirante Tamandar communicava de Paysand ao brigadeiro David Canabarro, commandante da fronteira do
Uruguay, a declarao de guerra do Paraguay e era de opinio que se
00 -
91
coc1lill1a que separa as aguos deste rio elas elo Pnt'Oni\ e procurar []
direco da Candelaria,
Diz que mandou instl'uces
DO
explorat\o,
Em 30 de maro estavam aquartelados em Porto Alegre e Rio
Grande os bulalhes 10 e 5
.)
president~
ao general
Osol'io que a divist\o Conabarro eleve ter cerca de 7.000 homens, elos
qUlles 1.700 de infantaria e oito boccns de fogo.
Em meiaclo de maro constava que o exercito pOl'aguayo, em
numero de 10.000 a 12.000 homens, estava acampado em S. Christovo
e S. Carlos e ameaava a fronteira ele S. Borja.
Nesta occasilio o brigndeiro David Canabarl'o, instado para passa!'
o Urllguay com sua diviso e ir boleI' os paraguayos, lev[ll1do-os de
vencida alm do Paran, pediu, pUl'a renlizt1l' esta opel'nc;o, 3.000 n
DO
92-
fDlta
de fardamenlo.
fi
00
93-
Sam~
---~~--~~-~~--
- 95ORDEM DO DIA. N.
42
-f
96
s~m
o menor occidente.
A la diviso passou em 42 minutos, a 3a em 4 , a bl'igoda de artilharia, com 32 boccos de fogo, o porque com
DS
200 doentes, e nos dias seguintes o seu numero elevou-se a 7O ou mais, conforme
o que diz um ollicial que escreve a 9 de ,julho.
O sen-io medico foi disll'ibuitlo por sete enfermarias e ca.da uma dellas tem
um medico; tudo feito com muito zelo e humanid Ide . .
. .
O movimen to tem siJo de 10 150 doentes por dia .
Toca. um medicu pa.ra dous corpos, ou um pOl' brig.\da. . . . _ . _
Alm deste hospitll.l ha Outl'O no S<11to, que tem perto dJ 1000 doentes. com
8 medicas, para poderem acudir affiuencia do trabalho; o numero de medicas
pequeno .
Breve noticia dos trabalhos da commisso de engenheiros no exercito de operaes contra o Paraguay, e das principaes occurrencias que se deram no mesmo
exercito durante o mez de julho da 1865.
De ordem do Exm. Sr. general em chefe foram destacados no dia 2 junto repartio do deputado do quartel-mestre general dous off:lciaes da commisso de enge-
97
Ozorio, n[(o pde occultar o prazer que senLiu vendo o exercito do seu
com mando, e manifestou-o na ordem do dia n. 63.
O batalho de engenheiros no entrou em linha, por ser naquelle
dia um dos corpos de guarnio.
- 98-
RELATaRIa
99-
100-
ue
Achavam-se reunidos na Concordia: 4. 00 argenLinos, 12.500 bmzileiros e 2.500 orientaes; ao todo 19.500 homens.
Constava que na provincia do Rio Grnnde do Sul havia cerca de
10.000 homens; em Corrientes, entre Caceres e Paunero, mais de 5.000
homens.
DO A~
seu systema de saquear e violentar as povoaes indefesas representavam o papel de uma horda de vandalos ou de hunos na America
do Sul.
Ficou resolvido que o almirante, aproveitando a enchente do rio,
faria subir pelo Uruguay uma esquadrilha que levasse alguma tl'Opa,
e que o general Flres, commandando o seu exercito oriental e simultaneamente uma fora brazileira e outra argentina, iria, a marchas foradas, atacar a columna do major Pedro Duarte, rompendo assim o
centro da linha de operaes do inimigo e impedindo a ligao das
columnas de Estigarribia com as de Resquin.
No dia 18 de julho sahiu da Concordia o general D. Venancio
Flres, levando a diviso oriental, a 12 a brigada brazileira, commandada pelo coronel Joaquim Rodrigues Coelho Kelly, composta de quatro
corpos, 50 e 7 de linha, 30 e 1Go de voluntarios, e o regimento argentino San 1\lartin. Esta fora ao todo regulava 4.200 homens e levava 8
boccas de fogo.
O exercito oriental tinha tres batalhes de infantaria: o Florida, o
21 de Abril e o Liberdade, com i, 200 homens ; 1 esquadro de artilharia
a cavallo com 8 peas e 140 praas, e duas brigadus de cavallaria, alm
da escolta do general Flres, ao todo contava 2.500 homens.
A cavallaria oriental era commandada pelos generaes Goyo Suarez
e' Henrique Castro; a artilharia, pelo coronel Nicacio Borges, e o coronel
Leon Palleja commandava a infontaria.
Completava o exercito de vanguarda, como se denominou, o regimento argentino San Martin, com 308 praas.
URQUIZA
Na occasio de ser assignado o tratado da Triplice Alliana o general Urquiza havia ido a Buenos-Aires offerecer os seus servios, como
governador de Entre-Rios. Em vista de suas protestaes fra determinado que, reunidas as suas milicias de Entre-Rios que sabia-se
formavam um exercito de 10 a 12.000 homens~ constituiriam a vanguarda
do exercito alliado.
junho.
Exercito paraguayo
~1anoel
Tereiro~
com arLilheiros e conductores; 120 homens e G peas. Emfim completava esta columna um corpo de bogavantes (remadores).
Estado-maior, com um cirurgio, remadOl'es e conduclores de
carretas, etc"
-'
~-.
coron~l
S. Borja
Depois da primeira appario dos paraguoyos em S. Thom, no
dia. 9 de maio, e de sua subsequente retirado para o interior, em virtude
da vinda da brigada do coronel Antonio Fernandes de Lima para So
Borjo, os habitantes, que se haviam retirado da villl, regressaram
todos para as suas cosas, salvo poucas excepes.
No dia 26 de moia retirarom-se para o Passo dos Pedras, a 13
leguas ao Sul de S. Borjo, os corpos mo. 10, 11,22 e 23, que constituia m a 1a brigada.
Ficoram smente em S. Borjo a reserHt de 30 praas, cap8zes de
pegar em armas, e no Passo de S. Borja a seco de infantaria da
guorda nacional com cerca de 100 homens, e o corpo provi orio n. 23
foi de novo acompor no bOl'ranco do Uruguoy em S. :'loLheus a cinco
leguos
00
Estava em marcha para a fronteira de S. Borja o 10 de voluntarios da patria, commandado pelo coronel Joo Manoel Menna
Barreto.
Diz o vigario de S. Borja, conego Gay, em seu interessante e minucioso folheto intitulado - Invaso pamguaya na fronteira brazileira
do Uruguay: - c( Apenas os quatro corpos tinham-se afastado uma
legua da villa, como si da hora fixa de sua retirada os paraguayos
tivessem tido aviso, estes, que desde alguns dias o coronel corrientino
Paiva sllppunha j no Paraguay, se apresentaram em grande nnmero
quem de S. Thom, tendo corrido com as foras corrientinas do
mesmo coronel, que foi retirando-se para o sul do rio Aqllapehy e no
mais a ppareceu.
Emquanto isto, approximaram-se dous esquadres em frente ao
Passo do Proena, e deram muitos tiros sobre a guarda brazileira da
margem esquerda.
Deu-se parte immediatamente ao commandante coronel Fernandes,
que parou ento com os quatro corpos de sua brigada duas leguas
de S. Borja.
Tendo porm aviso do Itaqui sobre a appario de uma fora paraguaya, na altura de 10 leguas acima da villa, do outro lado do Uruguay,
marchou at o Botuhy com os quatro corpos. Alli teve noticia de que a
fora avistada no era paraguaya, mas os corrienUnos do coronel Paiva.
Fez ento regressar para S. Borja o corpo provisorio n. 22, commandado pelo tenente-coronel Tristo de Araujo Nobrega. (Este corpo deveria ter 384 praas.) Marchou com ps corpos 100, 110 e 230 para o seu
antigo acampamento do Passo das Pedras.
Estava o coronel Fernandes de Lima acampado no Passo das
Pedras, quando no dia 9 de junho chegou em S. Thom o coronel
Estigarribia fl'ente do grosso do seu exercito. Embora chegasse logo
aviso na villa de S. Borja, houve um tal terror e confuso no povo, que
ninguem lembrou de avisar immediatamente, nem siquer ao coronel
Joo Manoel Menna Barreto, que se achava a 2 ~ leguas da villa, e
s6mente soube por um viajante no dia 10, (is 8 horas da manh, que os
paraguayos se approximavam da margem do rio Uruguay.
O coronel no ligara muita importaneia a esta noticia, quando
108-
109-
de novo contra o conselho dos seus camaradas, foi recebido por uma
descarga que o estendeu morto.
A cercI de 60') metros da e3trada da viUa a columna inimigo parou
80
grande desapon amento, pois apenas topou com cerca de iS:) homens
mal armados, sem munies, acompanhados por cerca de 70 praas
de ctlvnllm'ia .....
A' 1 hora da tarde o batalho do meu commando (que acabava de
de grnndes
uma fora que lhe era 4 a 5 vezes superior, desde 1 hora e 25 minutos
ot 2 horas e 17 minutos da tarde.
Tendo j bom numero de mortos e feridos, e julgando preenchido
o eu fim, veio :retil'anclo os seus sJldados para a villa, para melhor
defenclel-a e dar tempo assim a que todas as familias se reUrassem.
110-
e 26
feridos .2
Dos corpos de guardas nacionaes houve 20 mortos e 35 feridos.
Total, 88 homens fra de combate.
Diz o conego Gay: Os paraguayos tiveram mais de 100 mortos,
e entre elles um official. Tiveram mais de 100 feridos. No rio e no desembarque perderam bastante gente, e o campo onde os ataco o 10 de
voluntarios ficou juncado de cadaveres. Ao valor, intrepidez do coronel Joo Manoel Menna Barreto e ao 10 corpo de voluntarios devo eu,
devem as tres quartas partes dos moradores de S. Borja, o no termos
cahido prisioneiros dos paraguayos.)
O major pnraguayo Jos Lopez, que neste dia commandou o ataque
villa, surprehendido com a appario do 1 de voluntarios, tocou a
retirada, quando soube que este corpo estava defendendo a villa, e foi
acampar junto ao Passo de S. Borja.
1 Na parte oiflcial constam 8
mortos j porque foi incluido um 2" cadete ferido,
que ficou em S. Borja escondido pelo'negociante L'rancez Caylar.
Commando interino das arm'ls da provincia do Rio Gl'aude do Sul, quartelgeneral- Alegrete -, 24 de junho de 1865.
O,'dem do dia n. 23
Extracto.- Nomes dos defensores que combateram em S. Borja e se distinguiram: Col'onel Joo Manoel Menna Barreto, commanelante do lo ele voluntarios,
tenente-coronel Jos Ferreira Guimares, commandante do 90 batalho da reserva de
S. Borja, major Jos Rodrigues Ramos, commandante do 20 provisorio de infantaria
da gual'danacional, major Jos Fernandes de Souza Doca, 22 0 Provo de cavallaria da
guarda nacional, capito Francisco Jos Cardoso Tico, do 230 Provo de cavallaria da
guarda nacional, capito Raymundo Jos de Souza, do lo de voluntarios da patria,
capito Luiz Ribeiro ele Souza Rezende, do lo de voluntarios, tenente Jos Joaquim
Menna. Barreto, do lo de voluntarios, alferes Joo Clemente Vieil'aSouto; do lo idem,
alferes Antonio da Costa Guimares, do lo de voluntarios, alferes Antonio Paulo Pinto
da Fontoura, do loidem, alferes Nuno de Mello Vbnna, do lo lem, alferes Augusto
Ribeiro da Fo~toura, do 1 de voluntarios, sargento da brigada Manoel Jos de Castro,
20 sargento Joaquim Pinto de Assumpo, alferes porta-estandarte Paulino Gon:~s
Jardim, musico Paulo Vieira Passos, forriel Luiz Antonio de Vargas e 20 cirurgl~
Dr. Joo Ignacio Botelho de Magalhes.
-111 -
112-
habitante~,
e~tes
do 1 de
1'13-
-115 -
Combata
26
de
Mbutuhy
DE J NBO DE
1865
116-
-117 -
118-
...............
, .................. '"
-119 -
llo
120-
121-
122-
os lados do rio Uruguay, que alli tem cerca de 500 metros de largura e
varias ilhotas no 111eio. No dia 26, o coronel Estigarribia mandou uma
fora ao fundo do 1'inco sobre as margens do Uruguay, pOI'que
constava-lhe que a valente esquadrilha do 10 tenente Floriano Peixoto
cortara as communicaes entre a sua columna e a do major Duarte;
mettendo umas sete canas e chalanas a pique, as quaes eram tripoladas por mais de 10) dos seus soldados, e metralhando e fuzilando
outras, havia impedido assim Lodo o transito de c8nas.
O coronel mandou ento assestar uma bateria de algumas peas
sobre a barranco. do rio Uruguay, e cerca de 500 homens de infantaria,
para fazer fogo contra a esquadrilha.
O vaporzinho, zombando dos til'OS do inimigo, n<1o cessou de lhe
-atirar emquanto se conservou no.quella posio, e chegou a desmon'tal' uma pea e a fazer calar a sua bateria.
O coronel oriental Leo de Palleja, commandnLe da diviso de
infantaria do exerciLo oriental, diz em seu Diario ele la Campat"ia:
EI caioneo y tiroteo que se sinti6 (nos dias 26 a 31 de
julho, 1, 2 e 9 de agosto)) dicen que ha sido entre un vaporcito brazilero
de remolque, que ultimamente se ha armado, y las fuersas paraguayas.
-123 -
I No dia 9 de julho o tenente-general Caldwell reuniu-se ao brigaueiro Canabarro ~o acampamento da la divi;;o, no Ibirocay, e marchou a 16 para o
Pas olle Snnta Maria, no rio Ibicuh3', para onde se dirigiam os paraguayos, depois
do saque da villa de Itaqui.
A 19 se ar.hava vista do inimigo, e o brigadeiro Canabarro a 4 leguas na
re~aguarda. A 21 o tenente-general Caldwell reuniu em conselho de guerra o
brigadeiro Canabarro e os coroneis Jos Alves Valena e Joo Manoel Menna Barreto e emittiu_.o plano de atacar o inimigo de prompio.
1~. O brigadeiro Canabarro declarou que ua opinio era hostilisar o inimigo em
marcha, esp rando para atacaI' que se houvessem reunido as tropas que vinham, &s
quaes calculava om mais de 1.500 praas; e a sim concordaram.
d Em 5 de aQ"osto o tenente-general Joo Frederico Ca,ldwell dirigia ao mini tro
a,guerra o officio seguinte:
lllm. e Exm. Sr. - E' sob a presso da mais acerba dr, que apeesso-me a
eommunicar a V. Ex. o que acaba de passar-se ha pouco na diviso do brigadeiro
-124 -
V:
Deus g~arde ~
E~."": Q~artel-gen~ra.i d~ dom~a~do 'int~ri~o 'da; ar~as' da
provncia de S. Pedro do Sul, em frente Uruguayana, 5 de agosto de I 65.-~l1m.
e Exm. Sr. conselheiro Angelo Moniz da Silva Ferraz, ministro e sect'etarlD de
Estado dos Negocias da Guerra. -Joo FredericoCa1dl.Oell, teuente-general graduado.
frente
a Uruguayana, 12 de setembro de 1865 - Illm. e Exm. Sr.-O
estado depenuria em que se acha o exercito aqui acampado e a pro-
-126 vavel demora dos recursos de que posso d ispr nesta provincia, aUento
o mo estado das estradas, a enchente dos rios, a [DIta ou incapacidade
dos meios de trunsporte, obrigam-me a lunar mo elo unico meio que
me resto nestas circumstancias, em que vejo 6s hospitaes em estado
deploravel, a t7'opa na e ha cinco mezes sem 7'eceber soldo, eLc. ; e vem
a ser o de uutorisar V. Ex. a fazer quaesquer operaes de credito, e
remetter para este acampamento at quantia de 500:000$, e tudo
que for necessario para remediar estes males
"
'"
.
E porque no me reste tempo para officiar j 0.0 ministro da fazenda
esta resoluo, V. Ex. lh'a enviar por cpia.
DellS guarde o. V. Ex- Angelo n;Ioni~ da Silva
cisco Octaviano de Almeida Rosa.)
Ferra~.- SI'.
Fran-
127-
......................................................................
prevenido~
dia 4, smente poucas familias estrangeiras ficaram e foram alli encontradas pelos paraguayos.
Praticaram na Uruguayana as mesmas scenas de pilhagem, de
violencias e de destl'llo que haviam praticado em S. Borja e Itaqni.
Primeiro saquearam as casas dos ausentes, tanto brazileil'Os.
como estrangeiras, as particulares, edificios publicos e casas de
commel'cio.
Como o inimigo demorou-se em Ul'l1guayana 44 dias, a sua obra
de destruio foi completa; ali i encontrou mais abundancia e mais
riqueza, teve tempo de inutilizar todos os bens moveis; e para fOl'lifical'-se e constl'Llil' cento e poucas chalanas 2 para fugi!', destruiu.
grande numero de preelios.
Depois de interrompidas as communicaes francas entre as duas
columnas paraguayas, separadas pelo rio Ul'uguay, onele dominava a
esquadrilha do 10 tenente Floriano Peixoto, a columna Duarte con-
1 Como o Governo precis3.va culpar alguem, ma.ndou que o general David Canabarro, o coronel Antonio Fernandes Lima, e o capito Joaquim Antonio Xavier do
Valle, respondessem a conselho de guerra.
2 ( chneider, guerra da triplice alliana pag. 209) :
IO primeiro dia. s foram saqueadas as casas dos ausentes, mas cuidaram
logo os inv<lsores em refol'al' e augmentae as obeus de def's'). j principiadas. As
casas fea do recinto foram demolidas e a grande quantidade de madeira e tijolos
servia para mell101'ar e fortificur o recinto. Ao mesmo tempo principiaram os
paraguayos a construie pranchas e jangadas, porque se acha vam detiJos pelo vapor
br<tzileiro Un,guay os tr<1.uSpoete3 trazidos de S. Thom, e em todas es as circllmstancias procederam os invasores com. verdadeiro tino militar. As commuuica5es
com a columna do major Duarte eram difficeis, e com o Pa,l'aguay no era mais
pos ivel corresponder com segurana nem pelo rio, por c:.n13a do mesmo vaRor
UruguC!y, nem poe terra, pela margem esquerda, porque engrossavam todos os d1lls,
as tropas de Caldwell e Canabarro. ))
128-
-129 -
2.390 homens
8.690
appro-
xinladanlente tinha
3.500 homens
6.000
9.500
A 15 de ngosto soube o commandante Pedl'o Duarte da approximao da vangual'da do exercito alUado pelo sul; e sem demora mandou
por uma canl.> pedil' auxilios a Esti"gOl'cibia. Respondeu-lhe este,
pOl'm, que lhe mandaria, si quizesse um valente commandante para
pl'-se frente de sua diviso, porque ella s precisava de um chefe
cOl'ajoso, para resi til' vanguarda dos alliados.
E' pr'Ovavel que tanto Estgal'ribia como Duarte ignOl'assem a fora
do exel'cito que vinha atacaI-os, e que, si della tivessem conhecimento, este se t.el'a retil'udo p81' S. Thom, em lagar de ficar na
posio que occupava, com o arroio Yatay em sua retaguarda.
No dia 16 marchou o exercito nlliado em direco do Passo de
los L ibl'es ), formando o exercito oriental e a brigada brazileira a
cabea da columnn e cobrindo a frente e os tlancos as cavallarias dos
generaes Goyo Soares e Madariaga. O exercito commandado pelo
general Paunero vinha um pouco distante; assim adeantaram-se at ao
arroio Capiquis.
1 No diario do coronel Estigarl'ibia, publicado no jornal omcial, v se que no dia
9 de n.gosto o vaporcito (como eUe o chamava) ainda n.prisionon-lhe uma cana,
havendo-se atirado ao rio fi guarnio paraguaya, para escapar-se.
130-
nos~o
encontro.
que o inimigo
Ombu~ito,
do povoado.
O general Fll'es fez ento obliquar a maI'cha um pouco esC(uet'
da, e na mesma ordem avanou cerca de 20 quadl'as (2 kilometl'Os e
meio, approximadamente).
Sabenuo ento que o inimigo firme em uma posio que escolhera
e com valles em suas frentes nos esperava, continuou a avana!', tendo
porm ordenado que as cavallarias que cobriam a frente fOl'massem
no flanco esqnerdo.
O inimigo havia estendIdo Sllas linhas no fundo da baixada do
Ombuzito, tendo sua frente coberta por' arvoredos e vallos com duas
varas (2m,1) de la!'gura e duas de fundo e disposto seus atiradores nos
vaIlos e cercados.
O general D. Venancio Flres deu ento ordem ao general Paunero
pAra tomar o commando da diviso argentina e conjuntamente com a
brigada brazileira preparar-se a apoiar o ataque que elle ia levElf ao
inimigo ccm os batalhes orientaes FlorIda, 21 de AbrIl, Libertad e o
160 de voluntarIos, brazileiro, commandado pelo coronel Fidelis paes
da Silva.
Para isso dispersou em guerrilhas as comparihias de caadores
destes batalhes, e u passo de carga avat1ou sobre a Ilr1ha inimiga,
o inimigo,
131-
132-
meia hora
rios da patria, tenente-col'Onel Rocha Gal \'o e o 160 batnlho de voluntarios, commandante coronel Fidelis.
O coronel Fidelis Paes da Silva foi ferido.
133 -
elementos, tendes chegatlo at s foras do aleivoso invasor, que ostentava suas legies e devastava o territorio de Corrientes.
Hoje o anniquilastes, dando llma tremenda lio aos tyrannos.
deirEIs, toda a !'lua bagagem, armamenLo e petrechos, e vs deveis osLentaI-os com orgulho, pois os tendes conquistado com vossa bravura e
heroismo.
Soldados! - Os tyrannos vo desapparecer deante de exercito
vos abriro as porLas de Assumpo para remir esse povo irmo, dandolhe patria, instituies e liberdnde.
Sada-vos, vosso general e amigo -
Uruguayana
No dia 5 de agosto, quando o exercito paraguayo ia marchando para
a villa, smente o tenenLe-coronel Bento Mar'tins de fenezes, com uma
pequeno. fora, ia tiroteando com a vanguarda do inimigo.
Pelo dia rio do coronel E tigarribia v-se que a vanguarda paraguaya
era commandada pelo capito Diogo Alvarenga, chefe do batalho
n: 17, e que este oftidal, na. guerrilha que teve nas rua
de Uru-
-134 -
po~ia
Sv~IS
. S. para
n;e
135-
-136 -
FI
conta o numero dos seus inimigos, nem tambem transige com eIles,
qUDndo defende to nobres e caros interesses.
Deus guarde a V. Ex. por muitos annos. -Antonio Estigal'ribia.
Resposta do coronel Estigarribia a Canabarro ( I)
ViVD a Republica do Paraguay !
137-
Tanto a V. Ex. como ao general Flres digo, que defendo e sustento a causa da republica e da independeocia da minha patria, e que
como soldado de honra no posso nem devo acceitar proposies de
classe alguma.
Confio mu ito na nobreza e reconhecido \' alar do soldado paraguayo,
e bater-me-hei ao lado dos soldados paraguaY0s, como souberam
fazel-o o que j se bateram com os cle V. Ex. nas pontas do Mbutuy.
Com a devida considerao. - Deus guarde a V. Ex. por muitos
annos. - Antonio Estigarl'ibia. )
133-
fi
Republica do Paraguny !
Esti~
garribia,
1,
i39-
2 corpo.
0
com ellas um
Orde?':'. do (lia n. 1
Tendo Sua Magestade o Imperadol', por dec!'eto de 20 tIe julho
' p~;'~' 'q~~ .:L' 'b~i~~~' 'io'r~' q~~'l~,t~~~ .~ '~~I~~;~~d~l~: il;~ 'f~~ii;l;,i'~ d~' ~~;p~l;h~' d~
suas obriga98, temIa Cada um tios que a compoem o unico pensamento de debellar
o inimigo commum e salvar a hODl':1 ~ dignidade nacional. Deste modo
o
o o o.
o o o
o o. o,
o o
o o o o o.
00
<o
<o.
o'
O'
<o
ao tomar conta desta amalgama semi-civil, sem i-milita I', com a qual
141
;j
m frente o UrugllDyana,
de
setembro
de 1865.
Ao Sr.
com mandante
em
142-
8S
143-
~olemnemente
pelas
impellil~o
a derramar o sangue de
madl1l'a~
insis~ir
144-
Bases do convenio
Os representantes do exercito alUado da vanguarda, brigadeirogeneral D. Venancio Flres, governador provisorio da Republica
Oriental do Uruguny e commundante em chefe do exercito alJiado da
vanguarda, vlce-almiranLe Visconde de Tamandar, comrnandante em
chefe das foras navaes do Brazil no Rio da Prata, tenente-general
Baro de Porlo-Alegre, commandante em chefe do exercito em operaes nesta provincia, e o genel'al D. Venceslo Paunero, commandante em chefe do 10 corpo do exer'cit:o argentino, interessados em evitar o inutil derramamento de sangue, attenta a situao precaria em que
esto as foras paraguayas que occupam a villa brazileira de Uruguayana, contando que o commandante em chefe das ditas foras estar
na altura dos serios deveres que sobre elle pesam, pelo que toca salvIo das numerosas vidas de seus soldados, as quaes como militar
s teem o dil'eito de expr no caso de ter alguma probabilidade de
exito (que no pde esperar), concordaram" em nome dos direitos da
humanidade, offerecer ao Sr. coronel D. Antonio Estigarribia, commandante em chefe do supradito exercito paraguayo, as seguintes
condies para a entrega da praa :
1. a O chefe principal, officiaes e mais empregados de distinco do
145-
CI
-146 -
147-
On~e
de Junho e
com~
148-
Mais tarde, no dia 18 de setembro, nas negociaes com Estigarribia smente figuraram o ministro da guerra Angelo Moniz da Silva
Ferraz e o tenente-general Baro de Porto-Alegre, como orgos dos
chefes alliados.
A' chegada do general e presidente argentino, o coronel Estigarribia, que hayia repellido com suprema arrogancia as intimaes dos
diversos generaes das tropas alliadas a 19 e 20 de agosto, e a intimao
col1ectiva de 2 de setembro, escreveu-lhe uma carta i, convidando-o a
que lhe abra proposies honrosas, para evitar o derramamento de
sangue. O illustre e prudente general argentino no respondeu a esta
audaciosa proposta.
O ministro da guerra chegou ao acampamento no dia 10, quasi
mesma hora que o presidente Mitre, e o general Baro de PortoAlegre, pela sua ordem do dia n. 11, immediatamente communicou ao
exercito a proximfl chegada do Imperador e deu suas ordens para uma
revista geral de todos os corpos do exercito.
No dia 11 de setembro, a artilharia brazileira davR solemne testemunho s 9 horas da manh da entrada de S. M. o Imperador no
acampamento de suas tropas.
Ao seu encontro foram o ministro da guerra e o Baro de PortoAlegre, e antes de entrar no acampamento foi comprimentado pelos
generaes Mitre, Flres e pelo almirante Visconde de Tamandar.
Nesta occasio, os tres chefes da~ naes alliadas apertaram as
mos com flS maiores demonstraes de reciproca e leal amizade.
149
OI1~e
pores Unio,
150-
S. Joo e Gal'ibalcli.
as peas do
II
artilharia da esquadrilha.
Por olguns transfugas paraguayos, que famintos se haviam apresentado, constara que nos primeiros dias do sitio haviam estragado e
desperdiado os abundantes depositas de generos alimenticios, que
elles encontr8ram nas casas de commercio e nos depositas da cidade,
e que na ::lctualidade j estavam reduzidos a comer a carne dos seus
emmagrecidos e cansados cavallos.
No dia 15, tendo melhorado o tempo, Sua Mflgestade passou revista
s divises orientaes e argentinas. Os generaes alliados, principalmente Flres e Mitre, tributaram as mais delicadas aUenes de respeito evenerao ao monarcha brazileiro, pelas eximias qualidades que
todos n'elle reconheciam.
A 16, D. Pedro II p'lSSOU revista 1" diviso brazileira, commandada pelo brigadeiro David Canabarro.
A' meia-noite deste dia um paraguayo, foragido de Uruguayana,
declarou que pela madrugada o inimigo tentaria fugir pelo rio. tendo
para isso construido mais de cem grandes chalanas, de lotao superior
a 50 homens cada uma; immediatamente deu-se o toque de promptido
em todo o exercito e postos na esquadrilha. Pela manh de 17 foi re
solvido em conselho investir-se a praA no dia seguinte.
Org-anisao das foras alliadas no dia 18 de setembro de 1865
Dito
On~e
ele Junho.
151-
Vapor Unio.
Lanches S. Joo e Gal'ibaldi.
Artilharia, comprehendida a dos lanches, 15 peas; infantaria brazileira: batalhes de linha 2, 50, 7', tOO e 110; corpos de voluntarios da
patria 1,3, 4,5, 16 e zuavos, batalhes provisorios da guarda nacional ns. 3 e 4. Ao todo-13 corpos-4 .150 combatentes. Infantaria argentina : batalhes de linha 1, 2, 3) 4 e 6, legio militar, legio devoluntario ; batalhes da guarda nacional: 10 de Corrientes, S. Nicolo e
Santa F. Ao todo-tO corpos-3 .068 combatentes. Infantflria oriental:
batalhes Florida, 24 de Abril e voluntarios da liberdade. Ao todo-3
corpos-1.0:-m combatentes. Total da infantaria dos alliados : 26 corpos,
com 8. 256combatentes. Ca va llari8 brazileira: di viso Canabarro ediviso
Jacuhy: 20 corpos da guarda nacional, a p, armados como infantaria,
2.123 combatentes. Cavallaria 6.000; total combatentes 8.123. Cavallaria argentina, 1.0 regimento, 300 combatentes. Cavallaria oriental,
piquete. 50 combatentes. Totol da cavallaria dos alliados 8.473. Artilharia brazileira 10 peas e 4 estativas ; combatente::; 120 ; contingentes
do batalho de engenheiros 50 combatentes. Artilharia argentina 24
peas; combatentes 365; Artilharia oriental 8 peas; combatentes 132.
Total da artilharia elo exercito alUado 46 peas e 667 combatentes.
Total ele combatentes 17.396 homens.
NI1 manh de 18 de setembl'o formaram todas as foras do exercito
alliado. Antes de marchar 8 tomar as posies que de ante-mo haviam sido designadas, o general em chefe Baro de Porto-Alegre dirigiu
s tl'opa a seguinte proclamao:
Camaraelas ! Approximn-se o momento em que os vandalos,
que teem levado o incendio e a desollo aos habitantes inermes de uma
e outra margem elo Uruguay, clevel'o expiar seus nefmclos crimes.
Ahi os tendes vossa frente entrincheirados no ambiLo que offerece o
recinto da villa de Uruguayana, que com barbaro prazer teem quasi de
todo arruinado.
O nosso aelorado monarcha nos honra com sua augusta presena, em companhia dos augustos principes seus genros, e do ministro da guerra.
152-
Tendes por companheiros nesta lucta de honra os valorosos soldados das naes alliadas, e para testem,unhas ele vos os feitos os chefes elas mesmas naes, que commigo vos guiaro na marcha ()'loriosa
153
154-
alliados para com elles todas as regalias que as leis da guerra prescre.
vem para cqm os prisioneiros.
2. a Os chefes, ofnciaes e. empregados de distinco sahiro da
praa com suas armas e bagagens, podendo escolher o ponto a que
quizerem dirigir-se, devenelo o exercito alUado sustentAI-os e vestH-os
durante a presente gueera; si escolherem outro ponto que no seja o
Paraguay, sero para alli enviados por conta do mesmo exercito, e por
conta propria, si preferirem o Paraguay.
3. a Os chefes, e os officiaes orientaes que esto nesta guarni'io
servio do ParaglJay, ficaro prisioneiros de glJerra do Imperio~ glJardando-se toda s as consideraes ele que forem credores. - Sitio de
Uruguayana, setembro 18 de 1865,- AntonioEstigarribia )
Esta resposta foi entregue pelo capito paraguayo Baptista Ibanez.
Alli mesmo, cavallo, os chefes alliados conferenciaram e resolveram
acceitar a ia e 3a condies sem restrico alguma, e quanto 2a resol
veram que os officiaes paraguayos de qualquer categoria se rendessem, no podenelo sahir da praa com armas; sendo-lhes livre escolher para a sua residencia qualquer lagar que n50 pertencesse ao territorio elo Paraguay.
O ministro da guerra dirigiu-se ento para a villa, para se entender
pessoalmente com o commandante paraguayo. Foi acompanhado pelo
tenente-general Joo Frederico Caldwell, chefe do Estado-Maior do
Exercito, pelo major Mig'uel Pereira de Oliveira Meirelles, secretario do
commando em chefe, e pelo capito Antonio Jos do Amaral, official
de gabinete do ministro da guerra.
Passando as trincheiras e penetrando na pl'aa, o ministro da guerl'a
fez a declarao convencionada ao commandante Estigarribia, que [l
pediu por escripto, e S. Ex. escreveu e assignou a j citada resoluo.
Meia hora depois, tendo Estigarl'ibia consultado os seus officiaes,
deu por escripto a seguinte declarauo:
Commando em chefe la diviso paraguaya, sitio de Uruguayana,
18 de setembro de 11::65.
O abaixo assignado acceita as proposies de V. Ex. e deseja
unicamente que seja Sua Magestade o Imperador do Brazil o melhor
garante de tal convenio.
155-
02 0
33 0
))
)
))
680
676
33 0
700
610
754
440
Total da cavallaria.
3.860
440
475
485
. 1. 400
I Os soldado
paraguayos foram divididos entre os alliados; grande parte do
que foram entregues ao geneml Flres assentaram praa no batalhes orientaes;
dos que foram en tregue' ao general Paunero, alguns assentaram praa na legio
paraguaya e outros foram para Buenos-Aires, procurando >lmpregos e trabalho
nas e~tancias. No exercito brazileiro no se acceitou nen hu m paJ'agllayo. Nos
prlmelros dias 500 parr1guayos fOl'am empregados, sob a guarda e direco da praas li_o couting-ente do lJatalho d engenheiros em desCazer as barricada e fortilcaoes que haviam Ceita na villa d:l Ul'uO'llayana. Quando com este contingente e
praa.s de corpos de linha se ol'g-anizou o corpo de pontoneiros do 2 corpo de
exerclt.o, estes paragllayo segllil'am com esse corpo para, S. Borja para coadjllval-o
nos tl'abalhos de guerl'a; porm pouco depois Coram deslig-alios e mandados para
P~rto-Alegre. Quando o 2 corpo de exel'cito marchou de S. Borja para a fron'"
t611'a do I araguay, no havia mais nenhum paraguayo no exercito. I) antor deste
trabalho era 2 tenente do corpo de pontoneL'os.
115
70
20
Conductores
80
285
5.545
Foram arrecadados: 540 espadas, 850 lanas, 34 davinas, 110 pistolas, 3.630 espingardas) 3.700 cintures com patronas, 231.000 cartuchos, 19 carretas e uma carretilha, sendo de notar que muitos officiaes
e soldados alliados desviaram armamento.
Os trophos de guerra foram sete bandeiras e seis canhes.
No dia 19, Sua Magestade mandou publicar a seguinte proclamao:
Soldados! O territorio desta provincia acha-se livre, graas
simples altitude das foras brazileiras e alliadas. Os inimigos rendec(
-157 -
-158 -
c~mpo
159-
160Q
1
TO diario militar, do coronel Antonio E tigarribia, v-se que ainda a 9 de
agosto procurou communicar-se com a columna do major Duarte, o que no pde
realizar, porque nesta, occasio em que ('xpel'imentou mandar :;ahir \'arias chalanas,
uma deIlas foi posta a pii.jue pelo vapol'cito Uruguall e ou tens metrallllldas, accusando o dia rio terem ~Jdo mortos ne:st;l, oe..:asio cincos 01d,:ulos parag'uayo . ~or isto
reconlleceu nesta occaSlao ~el'em cortadas as suas commuOlcaes pelo rio e somente
a noite podia, com a escurido, atravessar uma ou outra cana com poucos tl'ipo-
lantes.
161-
( J. 111. ela Silva Paranhos) Baro elo Rio Bmtlco) ser o DI'. Pereira
!)
de novembro de
'01'
Perpetuo elo
Bra~it
consaora~
e ela d3elicalio
defesa.
Si culpados f l'am o brigadeiro David Canabano, o coronel
Fernandes Lima, o capito Joaquim Anloni Xavier do Valle, e outros
que se viram envolvidos nos uesastres ela invaso paraguaya, e
foram apontados c mo os unicos responsaveis por elles. .
muito maior culpa tiveram o Governo Imperial e os elirectores ela
guerJ'a, que preferiram nngaL'iaL' as boas graas e os louvores de
Buenos-Aires, e cuidaL'am mais, com o trataelo ela Triplice Alliana,
elos interesses da Republica Argentina, elo que dos inleresses do
seu proprio paiz. Os defensores da fronteil'a, mais expostos do que os
que estavam no Rio de Janeil'o e em Buenos-Aires, e mais interessados em que no se dsse a invaso, que veio assolar seus campos,
representaram e pediram os meios para que no tivesse logar esta
ii
-162 -
163-
0.0
ve~
esquadra bl'a~ileira.
( Por toJo o caminho foram deixando corpos insepultos, degolando os animaes que no podiam levar por deaote, queimando grande
numero de carretas e devastando toda a zona que percorrel'am, e interpondo entre elles e as foras alliadas um grande deserto.
Est verificado que, exceptuando umas seis peas de grosso calibre
e sem os apparelhos para serem puxadas por terra, as quae
os
-161: -
16~5-----~----~---~
( No Paraguay haviam
166-
ao dos
paraguayos, que se
DO
167
As foras que em Uruguayana havinm ficado s ordens do tenentegeneral Bal'uo de Parlo Alegre foram para S. Borja em numero de
mais de 4.000 homens e -foram successivamente augmentadas at
formar um corpo de exercito de 16.888 praas.
A primitiva miss50 deste. corpo de exercito em de simples observao, devendo pela sua posio cobrir as nossas fronteiras de qualquer nova invas, conforme foi combinado entre os generaes alliados
depois da rendio de Uruguayana.
Alm disso organisaram-se, para guarnio das fronteiras de JaguarDO, Bag, Quarahim, Uruguayana e Itaqui, novas foras de
guarda nacional.
Quanto esquadra, haviam sido reforadas as guarnies dos navios, e 4 encouraados j se achavam no rio Parsn.
A 13 de novembro subiu o chefe Barroso com a sua insignia na
Belmonte e as canhoneiras A1'agUa1'YJ Jlearim J Itajahij e Ivahy,
168-
No foi
Alm do
SI'. Bnrroso trato de I'cmovel-a, do modo por que o podemos fnzer, isLo
, mandando construi!' b81'races de madeira.
Quanto
"I
o que se far.
-169 Logo que acabe de passar o Riar/melo, seguil'ei para as proximidades co Passo da Patria; e cabe aqui dizer a V, Ex. que si a passagem houver de effectuar-se no refer'ido Posso) sel-o-11a viva fora;
que s poderemos effectual-a com auxilio e sob a protecilo da esquadl'a, pois qllfl o exel'ciLo nilo Lem
(1S
canhoneirn Ioa/IY e depois o Al'aguary e o vapol' Libertad ao encon tI'O clnqllelle va pOI' in im igo.
guarnio com prisioneiros, pois embol'o dissesse vir como parlamentnrio, n[io lhe queria dar os provas destu qualidade. Desencalhado o vapol' poragllayo, seglliu com o canhoneira Ioahy at ao
nl-lVio chefe da esquoelrn. Alli o commnnelante paragunyo entregou
U111 ofticio qlle tl'nziu pam o gencl'ill em chefe dos exercitos alliados,
D. 8ortholomeu Mitre, que o clictador Lopez mandavil,
a 111nnh
~e,0.'uinte
ral'-se pnl'U Humayt,'l, o qlle elle fez immecliatamente, levanelo bandeira brnnca no mastl'o dn pra,
1'\0
general Mitre,
11111
DO
00
general Ozorio
Govel'l1O Impe-
I'iol.
170-
el Presidente de la Republica Argentina Brigadier Genel'al D. Bartholom Mitre, Genel'ol en Gefe dei Ejercito oliado de
~a
mi ma
pensado la mas lata y ompla proteccion, no solam ente ti los ciudadanos argentinos,
territorio que los
armas,
u
SLlS
neros de guerro.
La estrecha disciplina de los ejercitos parogllayos en el terl'iLoria
at'gentino y en las poblociones brosileras,!) i lo compl'ueban y aun
las familios y los intereses de los individuos que se holloban en armas
contra la Republica, 11an sido respetados y protejidos en sus personas
y propl'iedades. V. Ex. entretanto iniciaba la gllerrn con escesos Y
atrocidades como lu prision deI ojenLe de la Republica en BuenosAires, ciudadano Felix Egusaquiza ; la ol'den de prision
y consiguiente
171-
deI
mismos, en deposito
~1
general Caceres en el
su~
SLl
espada
generol ocab los difls dei tambien herido alferes ciudadano Faustino
Ferreira en BelIa-Vista; la barbara crueldad con que han sido
pasado~
comision de
las perpetuas
guerros inte tinas dei Rio de la PlolEl. Quice lambien esperar que en
la primera guerra
ti~mo,
172-
en
pOI'
patria y clesu
uolqlliel'a transacion y
potria
con sus
]w
provocado tanta
atrocidad.
Los ciudadanos argentinos, brasileros y ol'icntales han tenido
toda la libertad de retirarse con sus haveres y fortunas de la Republica
y dei terrilorio argentino, occupado por sus exel'citos
de permanecer
en ellos conforme les conviniel'e. Mi gobierno flsi l"espeLaba las estipulaciones cOl1venidas en los pactos internacionales para el caso de una
guel'ra, sin Len
l'
siderando solo esos pl'incipios como de intel'es pel'manentc, de humanidad y de 110nol' nacional.
Jomns olvido tampoco e1 decol'O de Sll proprin dignidad, la con5ideracion que debe todo gobiemo y FIl gere dei Estado, aun que en
173-
para asesinarlos
en sus campamientos. La opinion pblica y la historia juzgaran severamente esos actos. Las potencias aliadas, pues, no tl'aen una guerra
como lo eleterminan los usos y las leye.:; ele las Ilaciones civilisadas
sin6 una guerra de ester'minio y horrores, <lulorisando y valiendose de
los medios atroces que van denunciados y que la conciencia pblica
marcar en lodos los tiempos como infames,
Traida la guerra por V, Ex, y sus aliados en el telTene en que
aparece, consio de mis deberes y de la obligucion que tengo en el
mando supl'emo de Lo::; ejel'citos de la Republica, Iwr de mi parle
que V. Ex. cese en esos actos que mi propl'ia dignidad
no me
SLlS
derechos de prisioneros,
ya c ten en arrno.s, esclavi ados en el Bf'as ii , 6 l'educidos servidumbre cn las Repblicas Al'genLina y Odental, no pl'oseguil' en
ningull acto de tll'ocidad, ll'cvinindo a V. Ex, que su falIa de
contesta iOI1, lu contilluacioll de lo
prisioneros en eL
servicio de
u mando,
paraguaya en
lJegaren
de
SL\S
174-
exercitas ulliados.
Quartel-general em frente a BelIa-Visto, novembro 25 de 1865.
Ao Exm. Sr. Presidente da Republica do Paraguay, marechal
Francisco Solano Lopez.
Recebi, como general em chefe dos exercitas alliados, a nota que
V. Ex. dirigiu-me do seu quartel-general de Humayl, em 20 do
corrente, nu qual, depois de refel'ir-se a factos que suppe em desaccorda com as leis da guerra, perpetrados pelos exercitas alliados sobre
prisioneil'Os paraguayos do combate do Yatay e rendio do Druguayana, assim como outros que assignala, convida-me a observar
aquellas leis, significando-me o resoluo, em que est, de usar de
represalias, em caso contmrio.
Inteirado da citada nota de V. Ex. do meu dever manirestal'-lhe, em resposta, que todos os factos que V. Ex. aponta como
graves capitulas de accusao contra os sentimentos de humanidadee
de dignidade da parte dos exercitas a lJiados contra os paraguayos
armados que cahiram rendidos ao esforo das armas alliadas, so
totalmente falsos uns, desfigurados outro, em consequencia, talvez, de
apaixonadas e supposta informaes transmittidas a V. Ex. ; e para
lamentar que um momento de reflexo no haja patenteado a V. Ex.
a falsidade dessas informaes.
Collocado o governo de minha patria, assim como os do Imperio
do Brazil e Republica Oriental, no imperioso dever de acudir em defesa
de sua honra, de sua dignidade e da integridade de seu territorio,
aleivosamente atacados por V. Ex. paI' modo desusado entre paizes
civilisados ; assaltadas em plena paz suas fortificaes de terra e os
navios de suas armadas, sem prvia declarao de guerra, o que d o
caracter de piraticas a taos aggre ses e tendo de tomar as armas
para salvar da morte e ela depredao mais barbara as vidas e as
propriedades de seus nacionaes respectivos, tanto nas provincias impeI
175 -
rines de Matto Grosso e elo Rio Gl'ande do Sul, como nesta argentina
de Corrientes, procuraram os aUiados fazer essa defesa com estricta
sujeio s prescripes do direito nos casos de guerra internacional.
E assim o fizel'am os alUados, no s por dever e pOl' honra, como
tambem porque, tendo visto com indignao e repugnancia as violencias
e crimes de todo genero commettidos pela forns de V. Ex. nas
povoaes e mais pontos dos territorios brazileiro e argentino, que
tiveram a de gl'aa de ser occupados, embora momentaneamente, por
essas foras, no podiam incorrer no mesmo delicto que condemnavam, nem podiam, nem deviam apresentaI' ao mundo civilisado e
chri to outl'O exemplo que o que esto acostumados a dar com seus
exercitas, que tinham, e teem, a nobre mis o de vingar a honra nacional e no a ele saquear as povoaes de Uruguayana e do Passo de los
Livres, onde chegaram, deixando todas essas povoaes e seus arredores com pletamente arrasados, fazendo tl'ansportar grande parte do
roubo disposio de V. Ex. no Paraguay, e por ordem expressa de
V. Ex., como consta do livro copiador das communicaes que dirigia
a V. Ex. o coronel Estigarribia, livro que em original se acha em poder
do Exm. governo do Brazil; ao passo qLle as tropas que V. Ex.
lanou sobre esta provincia de Corrientes e que chegaram at
ao Passo de Santa Ludo, pratical'am actos mais atrozes ainda, arrebatando violentamente o gado de milhares de estabelecimentos de
campo, incendiando as habitaes e deixando sem abl'igo milhares
de familias, da extensa campanha que assolaram, indo a deshumanidade dessas tropas, ou, para melhor dizer, a de V. Ex., cujas ordens
foram invocodos para esse fim, at selvageria de al'rancar de suas
casos e conduzir prisioneiros <:10 Paraguay as innocentes esposas e
ternos filhos de chefes patriotas e valentes pertencentes ao exercito
argentino e s fomilias que no tinham fugido, julgando que V. Ex.
seria capaz de observar as mesmos prescripes, que hoje invoca em
favor dos paraguayos prisioneiros, e que V. Ex. no soube observar,
nem mesmo em relao s mulheres s crianas. Todos estes actos,
que so de publica e evidente notoriedade, serilo um podro de eterna
ignominia para os que os ordenaram, autorisoram ou consentiram, e,
176 --
contra
etles.
Terminados os combuLes pelo Lrium pho dns armas alliadas, os
feridos e prisioneiro
00
do exerciLo alliado; e
poderia dizer que foram attcndidos com mais cuidado ainda pela compaixo e sympathia que naturalmente in::;piravam tonto pelo esLado
de nudez e desamparo em que se achavam, corno porque os alliados
nua podiam ver nelles sino vicUmas desgTaadas de um mal aconselbado governante que os lanava morLe em llma guerra to sem
motivo como injusta, provocada pelo capf'icho e pelo urbitrio. Assim
que, longe de obrigar os pl'isioneiros a tomarem servio nas fileiras
dos exercitas
{1
questo seI'
177-
~~
1i8-
Bal'tholomeo 111itre.
Antonio Estigarribia.
Lopez ordenava a seus soldados o saque, e a seus commandantes
dava ordem para que este fosse militarmente organisado. Na bagagem
do coronel Estigarribia, e na do padre Duarte) que se revistou em Uruguoyana. encontruram-se muitos objectos ]'oubatlos, e os joios das sagradas imagens, que o padre amassava e quebrava para guardai-os.
(
19-
180-
Art. 2. .........................................................
1 cuerpo de ejercito
Comandante en gefe, general D. Wenceslau Paunero
Art. 3.
.
, ............
2 cuerpo de ejercito
Comandante en gefe, general D. Emilio Mitre.
Art. 7. Cuerpo de ejercito de vanguardia. Comandante en gefe,
general D. Manoel Horno.
j1JIitre.
Este officio, assaz singular nesta poca, demonstra quanto os
autores brazileiros do tratado da Triplice Alliana reconheciam, um
pouco larde, as consequencias nociva deste tratado pelo modo por que
foi formulado, com condies todas favoraveis Republica Argentina,
sem attender aos interesses presentes e futuros do Brazil. Ns attribuimos-lhe o prolongamento da guerra, alm de toda expectativa, os
enormes gastos do Thesouro do Brazil e as grandes vantagens que
colheu a Republica Argentina e os especuladores do Prata.
O prolongamento da guerra, toda feita custa do erario do Brazil,
o enfraquecia, ao mesmo tempo que elle enriquecia a Republica
Argentina, que foi o grande fornecedor dos exercitas e da esquadrq
imperiaL
182-
28,000
2.500
Robles e Resquin
esquadra - no Paran
53.200 homens,
Esperavn a coadjuvao de Urquiza, e quando declarou u guel'ra
julgou que os blancos de Montevido resistiriam por mais tempo; no
contava com a rapida tomada de Paysand, tanto mais que a primeira
investido pelo almirante Tamandar havia sido considerada em Montevido como uma derrota e festejada como uma victoria de Leandro
Gomez. Esperava no Brazil um movimento ou levanle dos escravos e
principalmente contava attral1ir grande parte das foras brazileiras a
defender Matto Grosso.
- 183-
Tomou a offensiva, invadiu por tres pontos e logo teve de reconhecer que seus exercitos no tinham os meios de locomoo precisos.
No tinha confiana em seus generaes, nem admittia que elles
tivessem iniciativa propria, e logo viu sua esquadra destruida; seu
exercito de Matto Grosso, primando apenas pela pilhagem, mas
estacando perante o heroismo e o valor dos poucos defensores da
extensa fronteira desta provincia, viu o pequeno exercito de Paunero
derrotar em Corrientes foras parnguayas superiores, viu a columna
de Robles obrigada a bnter em retirada, e de 28.000 homens apenas se
recolheram ao Paraguay 19.000, sendo destes 5.000 doentes.
Lopez viu perdida inteiramente a columna de Estigarribia, morta
ou aprisionada; conheceu a pouca probabilidade de preencher os claros
que estas malfadadas expedies hayiam produzido em seu exercito.
Tudo quanto parecia plano bem calculado falhou; at mallogrou-se
a tentatiya de um emprestimo que elle quiz contractar na praa de
Londres.
As relaes amigaveis entre o Brnzil e a Gran-Bretanha, que elle
julgava estremecidas por causa do negocio Christie, foram officialmente
reatfldas com a apresentao
Thornton.
Por todos estes acontecimentos comprehendeu Lopez que smente
devia contar com os proprios recursos, e a contra-gosto viu-se forado
a abandonar o plano de levar a guerra para o paiz inimigo> levando-lhe
a, offensiva.
E' de notar que todas as vezes que elle ousou novamente tomaI-a
foi viO'oro amente escarmentado, assim: no Itapir, no ataque da Ilha;
nssim, n 2 de maio; Flssim, a 24 ele maio; assim, a 3 de novembro em
Tuyuty e nas abordagens aos encouraados.
Quando o exercito acampou na LagOa Brava em 22 ele dezembro
de 1865, a lres leguas do Passo da Patria, os nossos generaes comearam a cogitar seriamente dos meios de transporte necessarios para
de uma vez clesem)Jarcar um corpo de exercito sobre a margem paraguaya.
A 10 de dezembro o primeiro encouraado que sulcara as aguas
do Pnran achava-se no porto de Corrientes, o exercito argentino em
-184 -
-185
A 16 vieram 15 canas com cerca de 200 homens, a mr parte do
Cor~
te.,
186-
mattas que odam o rio e dalli tirotear com muita vantagem a cavallaria da vanguarda.
Parece-nos, de accordo com o ofticio cilado pagina 178, que no
existia perfeito acrordo entre o chefe da esquadra brazileira e o general
em chefe do exercito alliado.
Quanto ao general em chefe D. Bartholomeu Mitre i:
A sua responsabilidade tanto maior, que o seu acampamento de
S. Cosme era o mais proximo do Passo da Patria e que a vanguarda
do exercito argentino era formada pelas cavalJarias corrientinas.
A 24 de janeiro o general D. Venancio Flres teve necessidade de
regressar a Montevido, donde voltou em fins de fevereiro, na mesma
occasio em que o almirante Visconde de Tamandar partiu de Montevido para assumir o commando em chefe no theatl'o elas operaes
da gue1'ra.
00
mando do seu exercito oriental que se achava acampado nas proximidades de Itati e ainda conservavQ com sigo a 12a brigada brazileira,
commandada pelo coronel Kelly, e um contingente argentino.
O exercito brazileiro ao mando de Ozorio acampava oinda em
Laga Brava e estava se organisando para na occasio opportuna invadir o territorio paraguayo.
Currales
A 30 de janeiro Lopez mandou preparar uma surpreza contra as
avanadas argentinas e corrientinas. Para isso fez passar em canas
p ara a margem esquerda uma fora de 250 homens do ba ta Iho n. 12,
1 Mitre foi fortemente censurado peja imprensa de Buenos-Aires, e o NacionaZ
accuSou-o de impercia.
187-
-188 -
190-
o Jornal
opportunidades mais propicias de alcanar triumpl10s que teriam poupado j, e poupariam no futuro, muito sangue precioso ao Iml1erio e
Republica. )
Precisava o Sr. ministro F. Octa viana de Almeida Rosa da presena
do commandante em chefe da esquadra e por isso o retinha no Rio da
Prata fazendo-lhe esquecer as glorias de valoroso marinheiro pelo
falso brilho da politica.
No dia 13 de fevereiro o 10 corpo de exercito foi acampar em
Tala-Cor na margem do rio em frente ao Passo da Patria.
Em Itati estava o exercito orintal a 17 leguas do quartel-general
argentino. Commandava-o interinumente o general Gregorio Suarez.
Compunha-se elle de :
Estado-maior
Infantaria
68
1.488
Cavallaria.
1.041
Artilharia de 6 peas.
210
-- 191 -
39
Parque
12a brigada brazileira.
1.500
971
Cavallaria argentina .
5.317
Combatentes.
No dia 28 de janeiro passaram por Itati um pequeno vapor paraguayo e nlgumas canas, A6 de fevereiro reappareceu o mesmo vapor,
A 16 vieram tres vapores, o 25 de lVIaio, o Igurey e o Gualeguay, com
muita tropa, e atiraram sobre o povoado algumas balas.
No dia 18 vil'am-se cinco vapores. Neste dia o general Gregorio
Suarez recebeu ordem de retirar-se com o exercito para S. Cosme.
Marchou na madmgada de 19 e veio acampar no Enramado-Paso a
2 II'! leguas de Itati.
Ao meio-dia os vapores pal'aguayos desembarcnram dous batalhes e duas peas e occuparam !Lati, que
e~tava
J'
e no dia 1 de maro
publicava a sua
ORDEM DO DIA N. 1
Commando em chefe da fora naval do Brazil no Rio da Prata.-
Antes)
192-
tenho o mais vivo prazer saudando por esta frma, e neste lagar
ao Sr. chefe de diviso Baro do Amazonas e a todos os bravos da
marinha e do exercito que sob as suas ordens souberam manter com
heroismo o brilho de nossa bandeira, fazendo-a tremular victoriosa no
glorioso combate do Riachuelo, no dia 11 de junho do anno proximo
passado, e nas passagens foradas das baterias de Mercedes e Cuevas.
As privaes, as vigilias, os rigores do clima e toda a sorte de
sacrificios no poderam abater o animo verdadeiramente militar desses
bravos, que sado ainda uma vez pelas remuneraes honrosas com
que Sua Magestade o Imperador teve a bem premiar seus relevantes
servios.
Passando a estabelecer a marcha que se deve observar no servio
da esquadra, em quanto estiver reunida, fao sciente ao Sr. commandante da brigada do exercito, commandantes das divises e navios de
guerra, e transportes pertencentes a esta fora, bem como ao Sr. chefe
de saude da esquadra, que todas as.communicaes que me tiverem
de fazer sejam dirigidas por intermedio do Sr. chefe de diviso Baro
do A:r:nazonas, do qual, como chefe do estado-maior, recebero todas as
ordens concernentes ao servio.
O Sr. brigadeiro commandante da brigada destacada na esquadra
passar a ter quartel a bordo do transporte Prince~a de Joinoille e
J'
193-
Ama~ol7as,
mando directo do
se~
194Su~an
-195 -
196-
pOI'
197 -
de Coimbra; Carlos de J110raes Camiso, que no anno segllinle commandou a )'elil'ada da Laguna; Joo Manoel Menna Brt7'reto, que defendeu S. Borja, Jos Antonio Dias da Silva, que resistiu no rio Feio invaso dos paraguayos ; Andr Alves Leite de Oliveira Bello, um dos
bravos de Paysand; Joaquim Rodrigues Coelho Kelly, que commandava a 12a brigada brazileira no combate de Yatay ; Jos da Silva
GuimalYies, que commandou o 9' de infantaria em Riachuelo.
He1'l1~es
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198-
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CLASSES
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Encouraado .. Barroso
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Beberibo
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Belmonte
..
"
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Patacho
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Vapor
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Aviso
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16
15
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105
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36
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6
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8
6
8
8
5
8
2
6
2
/.
2
3
\.~
:..........
98 1.477
-48i- 4.036
-- --4.517
i30
Exercito AlHado: -
1l
DIVISO -
7a brigada -
' off.
10 e 130 de infantaria.
60 ,9,10 ezuavosV. P.
198 ~ 3.072
. pr. 2.874
' off.
2 ele infantaria.
2 e 26 V. P.
108
. pr. 1.497
2a DIVISO -
GENERAL
1 3 brigada -
Jos
~ 1.605
4.677
2.
pr.
126 ~ 1.093
967
. afi'.
pr.
61
1.896
3a
DIVISO -
803
742 ~
. ) ofi'.
40 e 46 V. P.
169 ~
pr. 2.605
1 V. P. Voluntarios da Patria.
Corpo Provisorio de Cavallaria da Guarda Nacional,
2.774
VV
8 6 bl'igaela -
8 e 16 de infantaria.
.~ off.
76; 1.632
. pr. 1.556
10 V. P.
Total-3 a diviso, infantaria.
4 DIVISO -
4.406
2 6 brigaela - Coronel
oelho EellU:
140 de infantaria.
"
.~
1e13V. P.
11
off
94 )
( 1.568
pr. 1.474 j
100 de infantaria.
. ~ off.
101)
( 1.603
. pr. 1.502)
200 e 310 V. P.
13a briga ela -
3" de infantaria.
.\ off.
190 e 240 V. P.
.1 pr. 1. 784
113 ~
5(\ DIVISO -
3a bl'igaela -
1.897
5.068
4 e 6 corpos prov. C. G. N.
15(\ brigaela -
...
off.
40 I
450 ~
490
) off.
'1 pr.
30 e 90 corpos prov. C. G. N.
16 n brigaela -
~pr.
COI'onel
45 ~
533 ~
578
Demetrio Ribeiro:
off.
1pI.
37 ~
:'1.18 ~
455
1.523
6a
DIVISO -
201-
12a brigada -
50 e 70 de infantaria
.~ ofi'.
115 ~ 2.082
pr. 1.967
3 e 160 V. P . .
21 0, 300 e 51 0 V. P.
oIT.
129
\ 1.!t46
pr. 1.317 \
38,400 e 41 V. P.
off.
104 ~
1.283
pr. 1.179
.
4.811
17 a brigada -
COl'onel Gurjo:
1 regimento de artilhal'ia.
.~ off.
91 ~
1.404
Batalh o de engenheiros.
.~ ofi'.
70 e 420 V. P.
.~ pr. 1.207
75 [ 1.282
2.6 6
1,2,3 e 40
co~pos
de volunta.
Esquadro de transporte
offi.
. ~ pr.
. ~ ofa.
pI'.
103
825 \
12 ~
257 ~
928
269
202
NA ESQUADRA:
9 de infantaria. . . . . . . ~ offi.
98 ~
1.575
120) 150, 430 e voluntarios allemes pr. 1.477
27.969
offi. 139 ~
{ 5.109
Empregados e doentes
pr. 4.970
---Sornrna-l corpo do exercito brazileiro 33.078
203-
360
3.575
336
460
4.731
Artilharia
3.707
272
Cavallaria
501
4.481
204-
~![endoza.
205-
Ao t, do :
19 brigadas-comba tentes, 31.503.
O exercito rgemino, ao mando do general em chefe D. Bartholomeu Mitre:
Cinco corpos de exercito, com 10 divises, duas brigadas de artilharia) tres brigadas de infantaria elo 3 corpo, duas brigadas de cavallario e corpos especiaes.
Ao todo:
Combatentes 12.709.
O exercito oriental, commandado pelo general Flres:
Ao todo:
Combatentes 2.847.
Total das foras alliadas no Passo da Patria, 51.576.
O 2 corpo de exercito prganisado em S. Borja achava-se acampado em S. Thomaz, sob o commando do tenente-genel'81 Baro de
Porto Alegre.
Compunha-se:
Corpos especiaes (officiaes) 105;
Companhia de transporte 223 ;
Artilharia e pontoneiros 'l.157.
Infantaria:
110 provisorio de infantaria, 5,8, 18,29,32,34, 35,36, 47
e zuavos: 6.100.
206-
Cavallaria :
50 de caadores, 10, 2,3,5,6, 7,8, 9,10, 11, 120, 13,14,
15,16,17,1.8, 19,20, 21, 22 e 23 provisorios de cavallaria da
guarda nacional e 11, 120 e 130 corpos effectivos de cavallaria da
guarda nacional: 7.294.
Total do 2 corpo 14.879.
Foras alliadas na fronteira do Paraguay, em maro de 1 66combatentes, 66.455.
Total 66.455.
Nos exercitas e armada brazileira havia 65 ofi1ciaes pal'a 1.000 soldados; no exercito argentino, 107 officiaes; e no exercito ol'iental, 82
officiaespara igual numero de soldados.
O 1 e 2 corpos do exercito brazileiro tinham 47.847 comtatentes.
01, 2, 3 e 5 corpos do exercito argentino tiveram entre todos
no maximo 12.709 homens e o exercito oriental teve no maximo 2.847.
208-
209-
2'10-
21L-
212-
213-
II
IIl111. SI'.- Nomeados por V. S., PO[' ol'dem do Exm. Sr. tenentegeneral Baro de PorLo Alegre, commandanLe em cllefe do exercito,
em vil'tude do aviso do Ministerio da Guel'ra de 8 do correnLe, para
t'zer o estudo minucioso e exames proflssionaes concernentes aos
pontos em que os paraguayos, na invaso desta provincia, atravesaram os Passos do Imball c Toropnsso, cal e-nos apresentar o V. S.
[l
ordens, s
no~sas
216-
217-
218-
l)
219-
INDICE DO 3 ANNO
PAGS.
3
Commando em chefe do general Ozorio.
7
Mappas estatisticos.
14
Misso F. Octaviano de Almeida Rosa.
17
Ameaas de invaso por S. Borja.
18
Esquadea no Taram. .
20
Invaso de Corrientes ..
24
Tratado da triplice alliana.
34
O..peraes da esquadra.
38
Ataque e tomada da cidade de COl'rientes.
42
Batalha naval de Riachuelo. .
78
Defesa da fronteira do Uruguay.
95
Marcha do exercito.
102
Urquiza.
103
Invaso de S. Borja.
104
Exercito paraguayo invasor.
106
S. Borja. .
116
Combate de Mbutuby. .
120
Marchas e vinda do Imperador para a guerra.
122
Flotilha do Alto-Uruguay.
125
Occupao de Uruguayana pelo inimigo.
.
Combate de Yatay. . .
129
Sitio e renclio das foras paraguayas em Uruguayana.
134
Consideraes e consequencias.
159
167
Marcha dos alliados para o Paraguay.
Nota de Lopez ao general Mitre e resposta.
171
178
Consideraes e otlicio do almirante Tamandar.
Analyse dl.S' operaes de Loper. e dos alliados.
182
Currales. .
186
Commando em chefe da esquadra.
191
A esquadra parte para as Tres Boccas.
193
Primeiro conselho de guerra dos alliados.
194
Promoes.
196
Mappas synopticos dos exercitas.
198
Relatorios da commisso de engenheiros sobre a marcha do exercito
207
paraguayo at Uruguayana. .'
a
a
a
a
a
14
a
a
a
16
18
19
23
34
37
41
78
a 94
a 102
a 103
a
a
a
a
a
a
116
119
122
124
128
a 133
a 159
a 166
a 170
a 178
a 181
a 186
a 19J
a 192
a 195
a 197
a 206
a 218