Kreutzer Analise
Kreutzer Analise
Kreutzer Analise
Escola de Msica
Universidade Federal de Minas Gerais
Dezembro de 2006
Escola de Msica
Universidade Federal de Minas Gerais
Dezembro de 2006
AGRADECIMENTOS
Agradeo a Deus, que na procura de meu ideal, percorri veredas com passos
tmidos e inseguros e ele com sua grandiosidade, me fez substituir aos poucos a
incerteza pela segurana e o medo pela vitria.
Aos meus pais, dou lhes uma parte do meu futuro, futuro do qual vocs abriram mo
para me reservar um melhor. Pai, Me, apenas dou-lhes, pois tudo o que tenho feito
foi receber...
Aos professores, que, para eu conseguir vencer no foi fcil, mas consegui.
Contudo, essa vitria tambm de vocs que se empenharam em me passar o
legado do saber. Em especial o meu muito obrigado ao professor e orientador Edson
Queiroz de Andrade, que muito se empenhou em me ajudar a dar mais um passo a
estrada do futuro.
Aos colegas, com quem convivi lado a lado, durante esses anos, meu desejo de
sucesso e felicidade nessa nova caminhada que se inicia...
IV
RESUMO
ABSTRACT
In the first place the composer and his work were briefly contextualized, and what
had been written about the Etudes-caprices were listed. Following that, two of the
most prominent violin teachers in Brazil - Paulo Gustavo Bosisio and Eliane Tokeshi were interviewed about their own pedagogical procedures used to teach these
Etudes-Caprices. Also some acquired pedagogical procedures during our own
experience as researcher and violin teacher, and important bibliographical material
on violin pedagogy were collected. Finally, three Etudes-caprices were selected (no.
19, no. 30, no. 35) in order to demonstrate the application of those pedagogical
procedures.
VI
EXEMPLOS
ESTUDO N 19
Ex.1. Trecho do Estudo-Capricho n 19, compassos 1 - 4 ............................................................... 16
Ex.2. Trecho do Estudo-Capricho n 19, compassos 5 - 8 ............................................................... 16
Ex.3. Trecho do Estudo-Capricho n 19, compassos 9 - 10 e 15 - 16 .............................................. 17
Ex.4. Trecho do Estudo-Capricho n 19, compassos 17- 20 ............................................................ 17
Ex.5. Trecho do Estudo-Capricho n 19, compassos 21- 24 ............................................................ 18
Ex.6. Trecho do Estudo-Capricho n 19, compassos 25- 26 e 30 - 32 ............................................. 18
Ex.7. Trecho do Estudo-Capricho n 19, compassos 33- 34 e 42 - 44 ............................................. 18
Ex.8. Trecho do Estudo-Capricho n 19, compassos 44- 45 e 51 - 52 ............................................. 19
Ex.9. Trecho do Estudo-Capricho n 19, compassos 52- 53 e 58 - 59 ............................................. 19
Ex.10. Trecho do Estudo-Capricho n 19, compassos 59- 60 e 63 .................................................. 19
Ex.11. Trecho do Estudo-Capricho n 19, compassos 1 - 4 ............................................................. 21
Ex.12. Trecho do Estudo-Capricho n 19, compassos 15 - 16 ......................................................... 22
Ex.13. Trecho do Estudo-Capricho n 19, compassos 17 - 32 ......................................................... 23
Ex.14. Trecho do Estudo-Capricho n 19 para dois violinos, compassos 1 - 4. (Hermann) ............. 24
Ex.15. Trecho do Estudo-Capricho n 19, uso das notas auxiliares, compassos 1 - 2 .................... 25
Ex.16a. Trecho do Estudo-Capricho n 19, uso das notas auxiliares, compassos 1 - 2 .................. 25
Ex.16b. Trecho do Estudo-Capricho n 19, execuo do trillo, compassos 1 - 2 ............................. 26
Ex.17. Trecho do Estudo-Capricho n 19, salto de posio, uso do dedo guia, compasso 54 ........ 26
Ex.18. Trecho do Estudo-Capricho n 19, notas auxiliares, compasso 1 ......................................... 27
Ex.19. Trecho do Estudo-Capricho n 19, dedilhados propostos pelos revisores, compasso 1 ...... 28
Ex.20. Trecho do Estudo-Capricho n 19, dedilhados facilitado, compasso 1 ................................. 29
Ex.21. Trecho do Estudo-Capricho n 19, dedilhados trillo com 4 dedo, compasso 1 ................. 30
Ex.22. Trecho do Estudo-Capricho n 19, comparao de dedilhados Sndor/Galamian,
compasso 1 ............................................................................................................................ 30
Ex.23. Trecho do Estudo-Capricho n 19, estudando o trillo, compasso 1 ....................................... 32
VII
ESTUDO N30
Ex.31. Trecho do Estudo-Capricho n 30, compassos 1 - 10 ........................................................... 50
Ex.32. Trecho do Estudo-Capricho n 30, compassos 11 - 18 ......................................................... 51
Ex.33. Trecho do Estudo-Capricho n 30, compassos 19 - 28 ......................................................... 52
Ex.34. Trecho do Estudo-Capricho n 30, compassos 29 - 39 ......................................................... 53
Ex.35. Trecho do Estudo-Capricho n 30, compassos 40 - 44 ......................................................... 53
Ex.36. Trecho do Estudo-Capricho n 30, compassos 45 - 50 ......................................................... 54
Ex.37. Trecho do Estudo-Capricho n 30, compassos 51 - 55 ......................................................... 54
Ex.38. Trecho do Estudo-Capricho n 30, compassos 56 - 63 ......................................................... 55
Ex.39. Trecho do Estudo-Capricho n 30, compassos 64 - 70 ......................................................... 56
Ex.40. Trecho do Estudo-Capricho n 30, compassos 71 - 74 ......................................................... 57
Ex.41. Trecho do Estudo-Capricho n 30, compassos 75 - 82 ......................................................... 57
Ex.42. Trechos do Estudo-Capricho n 30, Anlise Harmnica, compassos 1, 32 e 48 .................. 58
VIII
IX
ESTUDO N 35
Ex.69. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 1 - 4 ............................................................. 87
Ex.70. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 4 - 8 ............................................................. 87
Ex.71. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 12 - 16 ......................................................... 88
Ex.72. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 17 - 20 ......................................................... 88
Ex.73. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 21 - 28 ......................................................... 89
Ex.74. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 29 - 36 ......................................................... 89
Ex.75. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 37 - 40 ......................................................... 90
Ex.76. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 40 - 44 ......................................................... 90
Ex.77. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 48 - 56 ......................................................... 91
Ex.78. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 57 - 64 ........................................................ 91
Ex.79. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 65 - 68 ......................................................... 92
Ex.80. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 68 - 72 ......................................................... 92
Ex.81. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 76 - 80 ......................................................... 93
Ex.82. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 84 - 92 ......................................................... 93
Ex.83. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 92 - 96 ......................................................... 94
Ex.84. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 1 - 4 ............................................................. 94
Ex.85. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 13 - 14 ......................................................... 96
Ex.86. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 25 - 28 ......................................................... 97
Ex.87. Trecho do Estudo-Capricho n 35 para dois violinos, compassos 1 - 4 ................................ 97
Ex.88. Trecho do Estudo-Capricho n 35, padres de articulaes, compassos 1 - 4 ..................... 98
Ex.89. Trecho do Estudo-Capricho n 35, uso das notas auxiliares, compassos 2 - 3 .................. 100
Ex.90. Trecho do Estudo-Capricho n 35, isolando as vozes, compassos 2 - 3 ............................ 101
Ex.91. O terceiro Som: Som Resultante ......................................................................................... 102
Ex.92. Trecho do Estudo-Capricho n 35, controlando a presso dos dedos, compassos 94 - 95 103
Ex.93. Trecho do Estudo-Capricho n 35, forma de mo/acordes de quatro sons, compasso 13 . 104
Ex.94. Trecho do Estudo-Capricho n 35, forma de mo/acordes de trs sons, compasso 25 ..... 105
Ex.95. Trecho do Estudo-Capricho n 35, forma de mo/intervalo, compasso 13 ......................... 105
TABELAS
ESTUDO N 19
TAB. 1. Divises das partes do Estudo-Capricho n 19 .................................................................... 15
TAB. 2. Seis motivos do Estudo-Capricho n 19 ............................................................................... 15
TAB. 3. Estudos de apoio para o Estudo-Capricho n 19 ................................................................. 44
XI
ESTUDO N 30
TAB. 4. Divises das partes do Estudo-Capricho n 30 .................................................................... 49
TAB. 5. Seis motivos do Estudo-Capricho n 30 ............................................................................... 49
TAB. 6. Estudos de apoio para o Estudo-Capricho n 30 ................................................................. 79
ESTUDO N 35
TAB. 7. Divises das partes do Estudo-Capricho n 35 .................................................................... 86
TAB. 8. Seis motivos do Estudo-Capricho n 35 ............................................................................... 86
TAB. 9. Padres de articulaes ....................................................................................................... 99
TAB. 10. Estudos de apoio para o Estudo-Capricho n 35 ............................................................. 118
XII
SUMRIO
Esquerda ............................................................................... 36
2.1.6 - Procedimentos Pedaggicos para o Estudo e Execuo da
Tcnica de Arco .................................................................... 37
2.1.6.1 - Golpes de Arco .............................................................. 37
2.1.6.2 - Arcadas .......................................................................... 40
2.1.7 - Principais Desafios Tcnicos do Estudo ............................... 41
2.1.8 - Exerccios de Apoio .............................................................. 43
2.1.9 - Consideraes Finais ............................................................ 45
2.3 - Estudo-Capricho n 30 ...................................................................... 48
2.3.1 - Introduo ............................................................................. 48
2.3.2 - Anlise Formal, Motvica e Harmnica do Estudo-Capricho . 48
2.3.3 - Procedimentos para melhorar o Senso Harmnico ............... 58
2.3.4 - Procedimentos Pedaggicos para o Estudo e Execuo da
Tcnica de Mo Esquerda ..................................................... 59
2.3.4.1 - Estudo da mudana de posio ..................................... 59
2.3.4.2 - Extenso ........................................................................ 62
2.3.4.3 Posio Fixa .................................................................. 64
2.3.4.4 - Forma de Mo (Blocos): Posicionamento dos dedos
sobre as cordas .............................................................. 66
2.3.4.5 - Dedilhados ..................................................................... 68
2.3.5 - Solues para Outros Aspectos Tcnicos da Mo
Esquerda .............................................................................. 69
2.3.6 - Procedimentos Pedaggicos para o Estudo e Execuo da
Tcnica de Arco .................................................................... 70
2.3.6.1 - Golpes de Arco .............................................................. 70
2.3.6.2 - Variaes Ritmicas ........................................................ 75
2.3.6.3 - Arcadas .......................................................................... 76
XIV
XV
XVI
1. INTRODUO
Grandes pedagogos do sculo XX, como Carl Flesch1, Max Rostal2 e Ivan
Galamian3, utilizaram os 42 Estudos de Kreutzer como ferramenta de ensino.
2
Esses mestres do violino estavam mais prximos s fontes primrias, tais como
manuscritos e cartas, e tambm tiveram acesso tradio oral relacionada
aplicao desses estudos. No Brasil podemos encontrar hoje professores que
freqentaram cursos no exterior e que direta ou indiretamente absorveram o
conhecimento dos pedagogos citados, e de outros com bagagem pedaggica
similar.
3
convidados sete professores de violino no Brasil, mas somente tivemos respostas
dos dois mencionados acima.
Exerccios de Apoio;
Consideraes Finais.
Compositor bomio, filho de Johan Stamitz ( Havlckuv Brod, 27 nov 1750; Paris ou Versalhes,
1809)
5
Como compositor, Kreutzer, escreveu dezenove concertos para violino e
orquestra, muitos trios, quartetos e peras. Foi em 1784 que Kreutzer executou o
primeiro de seus dezenove concertos para violino no "Concert Spirituel"5 em Paris,
firmando-se ento como um importante virtuose.
Segundo, J. Joachim, esta escola tinha como principal objetivo ensinar antes de
tudo, a cantar com o violino de uma maneira alheia a todo charlatanismo, sem
artifcios, obtendo assim uma tcnica de mo esquerda adequada a estes
princpios e dando muita importncia liberdade do brao direito, o que permitia
realizar com a maior perfeio o carter dos golpes de arco. Esta escola tinha por
finalidade converter o violino em algo mais que um simples instrumento de
virtuoso. Segundo pesquisadores, esta escola chegou em Paris com Lclaire e
Viotti (CASADO, 2003)
6
1.2 42 Estudos-Caprichos
Violinista Hngaro .
7
claro. O Mtodo ficou conhecido no s por auxiliar no desenvolvimento tcnico
do violinista, mas, especialmente pelo despertar artstico ao tocar o instrumento
(BAILLOT, 1931).
10
8
Muitos pedagogos e pesquisadores do violino definem a obra de Kreutzer por
diferentes terminologias. Tomemos nota primeiramente do Dicionrio Grove de
Msica, que a define da seguinte forma: "42 Estudos ou caprichos". J Carl
Flesch, em seu livro The Art of Violin Playing, nos fala dos " 42 Caprichos ". Ivan
Galamian, em Principles of Violin Playing and Teaching, usa o termo "42 Estudos".
Joseph Joachin no seu Trait du Violon cita "42 Estudos-Caprichos". Paulo
Bosisio, em sua dissertao Paulina d' Ambrosio e a Modernidade Violinstica no
Brasil, utiliza o termo usado por Flesch, "42 Caprichos".
habitualmente
demonstrando
alguma
liberdade
de
modo".
Portanto, cremos que se pode dizer que os dois termos esto corretos em relao
referida obra de Kreutzer. Pois nela existem tanto Estudos como Caprichos, com
o objetivo de apresentar os principais aspectos e caractersticas especficas da
tcnica do instrumento.
9
Optaremos neste artigo pela terminologia "42 Estudos-Caprichos", pelo motivo
acima justificado.
10
Jacques-Frol Mazas e Jacob Dont compuseram estudos preparatrios para os
42 Estudos-Caprichos de Kreutzer.
11
12
11
Esta obra de Kreutzer de tal importncia que segundo Walter Kolneder chegou a
ser adaptada para muitos outros instrumentos, tais como: viola, cello, contrabaixo,
flauta, obo, clarineta e saxofone.
Existe tambm uma verso para segundo violino (KREUTZER, sd.) e outra com
parte de acompanhamento do piano (EICHHEIM)13 dos 42 Estudos-Caprichos,
para serem executadas em Duo.
13
12
2. ASPECTOS DIDTICO - PEDAGGICOS
Os tpicos abordados sero: I-Introduo: comentrios gerais sobre o Estudo; IIAnlise Formal, Motvica e Harmnica: diviso da obra, principais motivos, a
importncia da relao harmnica; III-Procedimentos Pedaggicos para o Estudo
e Execuo da Tcnica de Mo Esquerda: comentrios didticos sobre os
aspectos tcnicos da mo esquerda utilizados no Estudo; IV-Procedimentos
Pedaggicos para o Estudo e Execuo da Tcnica de Arco: Informaes sobre a
execuo dos golpes de arco e arcadas utilizados no Estudo; V-Principais
Desafios Tcnicos do Estudo: demonstraremos neste tpico os trechos mais
complicados do Estudo e como super-los; VI-Exerccios de Apoio: indicaremos
outros Estudos de outros mtodos, que contm material tcnico semelhante para
suporte no desenvolvimento do Estudo analisado; VII-Consideraes Finais:
concluses sobre o Estudo analisado.
13
sincronizao de Ambos os movimentos? Uma vez alcanado este objetivo,
estud-los-emos separada e lentamente, simplificando-os, variando-os e, ao
inverso, dificultando-os at que os obstculos tenham sido totalmente eliminados.
Em seguida iremos avultar o andamento at chegar-se ao desejado, s ento
elaborando uma interpretao da obra para, posteriormente, apresent-la.
Lembrando que uma dificuldade deve ser considerada superada quando os mais
complicados mecanismos da tcnica de mo esquerda e direita forem realizados
com plena desenvoltura.
14
2.1 ESTUDO - CAPRICHO N 19
2.1.1 Introduo
15
TABELA 1:
TAB. 1. Divises das partes do Estudo-Capricho n 19
Partes
Compassos
Primeira
1 ao 16 (D)
Segunda
17 ao 32 (Bm)
Terceira
33 ao 63 (D)
TABELA 2:
TAB. 2. Seis motivos do Estudo-Capricho n 19.
Motivos
Compassos
Primeiro
Segundo
Terceiro
15
Quarto
16
Quinto
31
Sexto
44
Exemplos
16
PRIMEIRA PARTE
17
Ex.3. Trecho do Estudo-Capricho n 19, compassos 9 - 10 e 15 - 16.
...etc
SEGUNDA PARTE
18
Ex.5. Trecho do Estudo-Capricho n 19, compassos 21 - 24.
...etc
TERCEIRA PARTE
...etc
19
Segunda Frase: Vai do compasso n 44 ao terceiro tempo do compasso n 52.
...etc
...etc
...etc
20
2.1.3
Procedimentos
para
melhorar
Senso
Harmnico
21
Peters, para que seja tocada em forma de duetos. A segunda um
acompanhamento de piano escrito por Eichheim.
O exemplo clssico acima mostra os quatro primeiros compassos do EstudoCapricho. Esto eles no tom de R maior, a estrutura meldica formada por
escalas descendentes (no caso desse exemplo, a escala do prprio tom (R); e
a outra, uma escala partindo do segundo grau de R maior, na funo
harmnica do quinto grau). O Estudo-Capricho se iniciou na tnica. No
segundo compasso se movimentou para a funo harmnica de dominante,
resolvendo o retardo do primeiro grau no stimo grau (sensvel), tera do
acorde de dominante. A resoluo da dominante segundo a primeira lei tonal
das funes harmnicas, deve ser na tnica. Notamos claramente neste
exemplo o desenvolvimento e a construo da frase utilizada por Kreutzer,
segundo as funes harmnicas.
22
Vejamos um outro exemplo.
23
Ex.13. Trecho do Estudo-Capricho n 19, compassos 17- 32.
Por fim, para o desenvolvimento auditivo das relaes harmnicas, seria muito
interessante que todos os alunos pudessem tocar os Estudos-Caprichos
acompanhados
pelas
duas
obras
que
foram
citadas
acima
24
Ex.14. Trecho do Estudo-Capricho n 19 para dois violinos, compassos 1- 4. (Hermann)
nos
movimentos
ascendentes
como
descendentes
ceder
Trajetria seguida pelo dedo sobre a corda com a presso relativa a de um harmnico, indo
de uma nota a outra. (LA FOSSE, 1985)
25
Primeiro Procedimento:
Estudar sem o trillo usando notas auxiliares (no entanto, mais prximo do
ritmo). Metrnomo e = 90.
Ex.15. Trecho do Estudo-Capricho n 19, uso das notas auxiliares, compassos 1- 2.
Segundo Procedimento:
Estudar com o trillo2, utilizando notas auxiliares (dedo guia). As notas auxiliares
ajudam a direcionar e ajustar a forma da mo e dos dedos na posio desejada
(ou nota desejada).
Ornamento que consiste da alternncia mais ou menos rpida de uma nota com a nota um
tom ou semiton acima dela (Dicionrio Grove, 1998).
26
Execuo do trillo:
Ex.17. Trecho do Estudo-Capricho n 19, salto de posio, uso do dedo guia, compasso 54.
27
Quarto Procedimento:
2.1.4.2 Dedilhados
28
tornar impossvel a execuo de determinadas passagens de um Estudo.
verdade tambm que as qualidades individuais do intrprete, a constituio das
mos, a experincia adquirida, o gosto e as idias musicais tm uma grande
importncia na escolha do dedilhado. imprescindvel o executante conhecer e
entender bem o esquema de dedilhado proposto por um autor ou sugerido por
um professor. Analisemos alguns trechos deste Estudo4.
Usamos trs edies com diferentes revisores para fazer a comparao de dedilhados
(Galamian, Sndor e Polo).
29
Ex.20. Trecho do Estudo-Capricho n 19, dedilhados facilitado, compasso 1.
30
Ex.21. Trecho do Estudo-Capricho n 19, dedilhados trillo com 4 dedo, compasso 1.
31
Galamian sugeriu este dedilhado pensando no em um glissando, mas sim
numa extenso descendente e depois ao final uma ascendente. A dificuldade
justamente esta articulao que a mo faz, ou seja, desmanchando de certo
modo a forma da mo dentro da posio. J Sndor optou por fazer uma
mudana de posio (3 p/ 1), do si bequadro para o f sustenido na corda mi,
e depois uma extenso ascendente com o terceiro dedo na nota mi bequadro.
2.1.4.3 Trillo
32
Os dedos no devem levantar demais e no devem bater com fora nas
cordas.
Primeiro Procedimento:
33
exemplo no ir bater e sim sair da corda (movimento ascendente-movimento
reflexivo).
Segundo Procedimento:
34
Terceiro Procedimento:
Quarto Procedimento:
35
Editora Ricordi Americana - Polo/Anzoletti.
36
37
extenses feitas da terceira posio para a quarta posio. um dedilhado
mais trabalhado e de difcil execuo, mas que nos proporciona um grande
avano na tcnica de extenses.
38
O golpe de arco predominante neste Estudo-Capricho o Legato. No entanto,
em alguns trechos do Estudo-Capricho tambm surge o dtach.
39
Primeiro Procedimento:
40
Aplicar as informaes colocadas acima neste exemplo, tanto no procedimento
como tambm na escrita original do Estudo-Capricho. Na mudana de corda
pensar numa sutil corda dupla.
2.1.6.2 Arcadas8
Segundo Mariana Salles (SALLES, 1998, pg. 20), "na famlia dos instrumentos
de cordas friccionadas, arcada para baixo a expresso usada para denominar
o movimento executado pelo instrumentista, que conduz o arco de forma que o
ponto de contato com a corda mova-se do talo em direo ponta. Da mesma
forma, na arcada para cima, o ponto de contato do arco em relao corda
move-se da ponta em direo ao talo".
41
Nas trs edies analisadas (Galamian/International Music Company Plo/Ricordi - Sndor/Budapest), nenhuma indica sinal de arcada no incio do
Estudo. No entanto, sugerimos que se toque o Estudo-Capricho comeando
com a arcada para baixo e depois o estude comeando-se com a arcada para
cima.
42
onde o risco de incidncia ao erro ser maior. Por isso, merecem nossa maior
ateno. Vejamos, ento, alguns desses trechos.
...etc
...etc
43
Ex.30c. Trecho do Estudo-Capricho n 19, desafios tcnicos do Estudo-Capricho, compassos
54 55.
44
Para um melhor desenvolvimento do trillo sugerimos os seguintes autores e
obras9:
AUTOR E OBRA
ESTUDOS OU EXERCCIOS
O. SVCIK, OPUS 7
TODO
6 e 15
13, 14 e 55
61 e 62
22
49
As obras citadas abaixo foram coletadas do trabalho: Guia Analtico de estudos selecionados
para violino e viola Relatrio tcnico-cientfico, desenvolvido pelo professor Cludio Urgel em
2000.
45
No entanto, ser necessrio, antes de qualquer escolha dos exerccios, saber
quais so as deficincias pessoais do aluno em questo, para somente depois
indicar o exerccio mais correto: Diagnstico Terapia. 10
Foi possvel notar tambm que existe imitaes de motivos durante todo o
Estudo-Capricho, no somente imitando a estrutura do ritmo, mas tambm
notas e intervalos idnticos (compassos semelhantes: 1, 22, 26, 33) e (16, 63).
10
Paulo Bosisio nos diz que, antes de indicar qualquer exerccio, necessrio diagnosticar o
problema, para s ento passar o exerccio-terapia.
46
do brao e do cotovelo, para que a mudana possa ser executada sem
acentuaes e com suavidade. Observando atenciosamente estes aspectos,
conseguiremos alcanar uma afinao mais apurada.
11
47
dar ao executante uma grande liberdade de movimentos e posteriormente um
domnio maior do Estudo.
do
Estudo-Capricho.
Esta
identificao
ajudar
num
melhor
48
2.3 ESTUDO - CAPRICHO N 30
2.3.1 Introduo
49
TABELA 4
TAB. 4. Divises das partes do Estudo-Capricho n 30
Partes
Compassos
Primeira
1 ao 18
Segunda
19 ao 55
Terceira
56 ao 82
TABELA 5
TAB. 5. Seis motivos do Estudo-Capricho n 30.
Motivos
Primeiro
Compassos
1
Segundo
Terceiro
11
Quarto
13
Quinto
18
Sexto
45
Exemplos
50
PRIMEIRA PARTE
E o segundo por trs frases (1: c.11 e c.12/ 2: c.13 ao c.15/ 3: c.16 ao c.18).
51
Segundo Perodo: Comea no compasso n 11 e encerra-se no compasso n
18. Articulado pelo terceiro, quarto e quinto motivos.
SEGUNDA PARTE
52
Ex.33. Trecho do Estudo-Capricho n 30, compassos 19 28.
53
Ex.34. Trecho do Estudo-Capricho n 30, compassos 29 39.
54
Quarto Perodo: Vai do compasso n 45 ao compasso n 50. Articulado pelo
stimo e quarto motivos.
55
TERCEIRA PARTE
O segundo perodo em trs (1: c.64 e c.65/ 2: c.66 e c.67/ 3: c.68 ao c.70).
56
Segundo Perodo: Comea no compasso n 64 e vai at o compasso n 70.
articulado pelo terceiro, primeiro modificado e quarto motivos.
57
Ex.40. Trecho do Estudo-Capricho n 30, compassos 71 74.
58
2.3.3
Procedimentos
para
melhorar
Senso
Harmnico
59
tera maior e uma quinta justa. J o arpejo menor o contrrio do maior, ou
seja, formado por uma tera menor e uma tera maior sobrepostas, ou uma
tera menor e uma quinta justa. Enquanto que o diminuto formado por duas
teras menores sobrepostas ou uma tera menor e uma quinta diminuta.
60
Primeiro Procedimento: Utilizando o glissando mudo.
1- aps tocar a nota sin na primeira posio com o primeiro dedo, alivie a
presso do dedo.
61
Segundo Procedimento:
62
Ex.46a. Trecho do Estudo-Capricho n 30, visualizao dos blocos.
2.3.4.2 Extenso
63
Vejamos no exemplo abaixo.
Nota: O aluno que tiver mo pequena e quarto dedo pequeno deve tirar o
primeiro dedo, permanecendo somente com o terceiro dedo na corda, que ser
utilizado como um piv, para que se consiga fazer a extenso sem mudar de
posio.
64
No primeiro procedimento toque as notas intermedirias, entre o dn e o fn,
bem devagar, atravs do movimento de articulao empurrada. J no segundo
procedimento, levantar o dedo e estic-lo no ar para alcanar a prxima nota.
65
propenso desafinao, pois ela poder ocorrer se o movimento direcional1 do
brao esquerdo no estiver bem coordenado e assimilado nas mudanas de
cordas.
Para este trecho comear bem afinado, sugerimos que se estude primeiro
colocando notas intermedirias entre as notas reais do arpejo, e depois estudese afinando a relao intervalar entre as notas. Pode-se conferir tambm com
as cordas soltas.
66
Toque as mesmas notas de uma posio em outra posio para melhorar a
afinao.
Primeiro Procedimento:
67
Ex.52. Trecho do Estudo-Capricho n 30, posicionando os dedos, compassos 31 - 39.
68
2.3.4.5 Dedilhados
Vejamos que Polo o nico neste trecho que prefere tocar na primeira posio
e depois mudar para a quarta posio. Os demais preferem a terceira posio
e ento mudar para a quarta posio. Observemos que, se executarmos o
trecho na primeira posio para depois mudarmos para a quarta posio como
Polo nos sugere, teremos que deslocar primeiramente a mo da primeira corda
(mi) para a quarta corda (sol), e ento mudarmos para a quarta posio. Existe
neste procedimento um movimento direcional ou volante do brao, mais
trabalhoso que o feito ao se utilizar os dedilhados propostos pelos demais
autores (Galamian e Sndor).
69
Com o dedilhado sugerido por Galamian e Sndor, a mo estar mais prxima
da posio e da quarta corda. Observe no exemplo subseqente.
70
Ex.57. Trecho do Estudo-Capricho n 30, usando extenses, compassos 13 - 15.
Encontraremos
neste
Estudo-Capricho
os
seguintes
golpes
de
arco
71
2. Manter a ausncia de pausas entre as notas;
3. Quanto mais rpido o tempo exigido, mais para perto do espelho o arco
deve ser posicionado;
Ex.58. Trecho do Estudo-Capricho n 30, ponto de contato/ quantidade de crina, arco, presso
e velocidade, compassos 1 - 2.
72
Segundo Procedimento: Mudana de corda.
Tocar as cordas soltas, onde acontecer a digitao das notas. Ateno para a
clareza na mudana de corda; cotovelo entre as duas cordas; movimento de
pulso e dedos.
73
No primeiro procedimento, toque a terceira nota piano e as outras trs do grupo
de quatro notas fortes. J no segundo procedimento, toque a terceira nota em
sforzando e com fermata. Ambos os procedimentos enfatizam a clareza na
mudana de corda e o enfoque na terceira nota, que muitas das vezes no
escutada claramente.
74
Nos dois exemplos importante focalizar a ateno para o movimento
direcional do cotovelo, ou seja, a aproximao do cotovelo na mudana de uma
corda para a outra.
Estude tocando quatro, trs, e duas vezes cada nota com pulsao e ritmo
regular e tamanho de arco tambm regular.
75
Quinto Procedimento: Praticando com o acento.
76
Ex.65. Uso de sincronias e correlaes, compasso 1.
2.3.6.3 Arcadas
77
2.3.7 Solues Para Outros Aspectos Tcnicos do Arco
Este
Estudo-Capricho,
se
aumentarmos
seu
andamento,
poder
78
2.3.8 Principais Desafios Tcnicos do Estudo
79
2.3.9 Exerccios de Apoio
AUTOR E OBRA
ESTUDOS OU EXERCCIOS
6, 10, 13 e 17
31 ao 35
10, 27
KIEVMAN,
Practicing
Mentally-Physically.
the
Violin 5, 9, 10
80
SPOHR, Violin School
KREUTZER, 42 ESTUDOS
2, 3, 8, 13
3, 6, 13
O. SVCIK, Opus 8
Opus 2
Todo
(3parte)
81
Foi possvel notar tambm que existem repeties de motivos durante todo o
Estudo-Capricho, no somente imitando a estrutura do ritmo, mas tambm
notas e intervalos idnticos. Compassos semelhantes: (1, 5, 10, 19, 23, 28 e
40); (2, 4, 6, 20 e 24) e (11, 16 e 48).
fornecem
para
busca
de
uma
melhor
afinao
82
conferir a afinao dos intervalos atravs do uso de cordas dobradas. Executar
trechos da quarta posio, quando possveis, na primeira posio.
83
uma melhor regularidade, fluncia e clareza no resultado final do golpe, ou
seja, uma excelente sonoridade.
No
tpico arcadas,
foi
sugerido
que
se
estude
Estudo-Capricho
84
E, por fim, podemos notar a quantidade de autores, ou seja, de materiais e
peas escritas utilizando-se da combinao tcnica dos golpes: dtach
simples, legato, martel, com muita mudana de corda e de posio. preciso
estabelecer um andamento que caracterize este Estudo-Capricho (semnima a
90). Claro est que possa haver um pouco de flexibilidade no andamento, tanto
para mais como para menos. Portanto, sempre recomendvel que se
selecione exerccios ou estudos de apoio para cada Estudo, com o objetivo de
reforar o aprendizado de cada tcnica exigida nos Estudos-Caprichos.
85
2.2 ESTUDO - CAPRICHO N 35
2.2.1 Introduo
86
TABELA 7
TAB. 7. Divises das partes do Estudo-Capricho n 35
Partes
Compassos
Primeira
1 ao 36 (Eb)
Segunda
37 ao 64 (Bb/Cm)
Terceira
65 ao 100 (Eb)
TABELA 8
TAB. 8. Seis motivos do Estudo-Capricho n 35.
Motivos
Primeiro
Compassos
1-2
Segundo
2-3
Terceiro
Quarto
14
Quinto
17
Sexto
25
Stimo
36
Oitavo
58
Exemplos
87
PRIMEIRA PARTE
88
Terceira Frase: Comea no quarto tempo do compasso n 12 e vai at o
compasso n 16. articulada pelo terceiro e quarto motivos.
89
Ex.73. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 21 28.
SEGUNDA PARTE
90
todos os motivos (exceto o quinto), mostrados na tabela 2. Esta parte
formada por nove frases.
91
Ex77. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 48 56.
TERCEIRA PARTE
92
tabela 2. formada por nove frases. Podemos dizer que esta parte uma reexposio dos motivos apresentados na primeira parte, com uma coda no final.
93
Ex.81. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 76 80.
94
Ex.83. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 92 96.
2.2.3
Procedimentos
para
melhorar
Senso
Harmnico
95
Essa frase foi estruturada a partir de um pentacorde de Mib: mi-fan-soln-la-si.
No pentacorde temos um conjunto de cinco notas, onde quatro delas so
consideradas as mais importantes de uma escala (I, III, IV e V graus) ou de um
acorde (I, III e V).
Existem trs acordes de quinta no incio da frase. Dois acordes esto sem a
fundamental e um sem a tera do acorde. No entanto, os trs so acordes de
MibM.
96
Ex.85. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 13 14.
97
Ex.86. Trecho do Estudo-Capricho n 35, compassos 25 28.
98
Ex.87. Trecho do Estudo-Capricho n 35 para dois violinos, compassos 1- 4. (Hermann)
J foram comentados alguns aspectos da mudana de posio no EstudoCapricho n 19. No entanto, no estudo de mudana de posio em cordas
duplas temos que estar atentos ao domnio de trs aspectos importantes:
articulao, mudana de posio e mudana de posio com mudana de
corda. Observemos ento alguns procedimentos de estudo da mudana de
posio neste Estudo-capricho.
Primeiro Procedimento:
99
Ex.88. Trecho do Estudo-Capricho n 35, padres de articulaes, compassos 1- 4.
100
necessrio estarmos atentos s mudanas intervalares de um tempo para o
outro. Notemos que no primeiro padro acontece uma movimentao intervalar
de menor para menor; no segundo, menor para maior; no terceiro, maior para
justo; no quarto, justo para menor; no quinto, menor para justo; e no sexto,
justo para maior.
Segundo Eliane Tokeshi, o aluno deve ter plena compreenso das distncias
entre os dedos nos diversos intervalos utilizados no decorrer do Capricho.
Segundo Procedimento:
101
Ex.89. Trecho do Estudo-Capricho n 35, uso das notas auxiliares, compassos 2- 3.
102
Terceiro Procedimento:
Estudo das vozes separadas. No exemplo abaixo, faremos um estudo sem som
com os dois dedos colocados nos devidos lugares, mas s fazendo soar uma
das partes. E somente quando a afinao estiver firme nas duas notas
isoladamente, estaremos em condies de execut-las simultaneamente.
103
De acordo com Heman, Tartini, em seu livro Violinschule, j comentava essa
teoria, ou seja, a limpeza da afinao do Estudo de cordas duplas em teras,
depende da observao dos sons resultantes (HEMAN, 1964).
104
Procedimento:
Ex.92. Trecho do Estudo-Capricho n 35, controlando a presso dos dedos, compassos 94- 95.
2.2.4.3 Acordes
105
Ex.93. Trecho do Estudo-Capricho n 35, forma de mo/acordes de quatro sons, compasso 13.
Ex.94. Trecho do Estudo-Capricho n 35, forma de mo/acordes de trs sons, compasso 25.
106
Nota-se que, neste exemplo, a forma do posicionamento dos dedos idntica a
do exemplo anterior, ou seja, dedos um, dois e trs prximos uns dos outros.
107
Para conseguirmos afinar este acorde objetivando ao som resultante, teremos
que trocar a nota sol pela nota fa# e o mi pela nota re#. Assim conseguiremos
obter uma afinao mais perfeita do acorde.
Este Estudo-Capricho nos permite estudar outro aspecto tcnico, ou seja, o uso
da tcnica de extenso dos dedos, nos compassos n14 e n16.
Encontraremos
neste
Estudo-Capricho
os
seguintes
golpes
de
arco
108
O dtach acentuado se caracteriza, como o prprio nome sugere, por um
acento executado no incio de cada golpe. Este acento, porm, contrrio ao
golpe de arco martel, produzido durante o incio do golpe, atravs de
aumento de velocidade e presso. (SALLES, 1998, pag. 66)
109
Procedimento de Estudo:
110
Primeiro Procedimento:
Nos trechos em que ocorre a polifonia, a voz que est com a melodia deve ser
realada. Para tal, ser necessrio focalizar sobre ela uma quantidade maior
de presso.
Segundo Procedimento:
Ex.101. Trecho do Estudo-Capricho n 35, mudana de corda em legato, compassos 69- 72.
111
Terceiro Procedimento:
Ex.102. Trecho do Estudo-Capricho n 35, alternando o ponto de contato, compassos 68- 69.
2.2.6.3 Acordes
112
assim impossvel de serem executados tanto simultaneamente, como
arpejados por ser um Estudo composto em estilo de marcha.
Pouco arco nas cordas graves e mais arco nas cordas agudas. Pouca presso
nas cordas graves e mais nas cordas agudas. Cordas graves, arco entre
cavalete e espelho, e cordas agudas prximo ao cavalete.
113
2.2.6.4 Arcadas
Carl Flesch nos diz que o ataque simultneo de acordes de trs sons requer
uma quantidade maior de presso sobre as cordas, assim como a mudana de
ponto de contato para a regio do espelho. Ele recomenda que nos
certifiquemos de que as crinas estejam assentadas nas trs cordas, antes do
ataque (FLESCH, 1978).
114
J o pedagogo Galamian recomenda que o ataque venha de cima para baixo, a
partir do ar, ou seja, posicionando-se o arco pouco acima da corda central
(GALAMIAN, 1962).
115
dinmica; movimento rpido e preciso do brao para realizar a troca de corda.
Segundo ela, para auxiliar na afinao, pode-se tratar o trecho como uma
seqncia de acordes de trs notas, estudando separadamente as duas cordas
duplas da base e, posteriormente, as duas do topo do acorde. Conforme ela,
esse estudo ficar mais eficiente se todos os dedos sempre estiverem na
corda, preparados para tocar o acorde. Pode-se tocar o trecho, tambm, como
uma seqncia de acordes seguidos.
Outra variao de estudo que auxilia no preparo rpido dos dedos para cada
mudana de harmonia, segundo Tokeshi, seria a variao do ritmo, ou seja,
deslocando a figura pontuada para o primeiro e terceiro tempos do compasso.
116
No primeiro procedimento de estudo sero observados o ponto de contato e a
regio do arco nas cordas graves e agudas (T:talo e P:ponta). No segundo
procedimento, a distribuio de arco para cada nota, ou seja, a quantidade de
arco. No terceiro procedimento, afinar os intervalos das cordas inferiores e
depois superiores. No quarto procedimento, tocar em forma de acordes, tendo
uma viso geral do posicionamento dos dedos e da afinao. E no quinto
procedimento, inverter a figura pontuada para o primeiro e terceiro tempo.
117
Ex.108. Trecho do Estudo-Capricho n 35; trecho que apresenta dificuldades tcnicas,
compassos 12 - 13.
118
Dificuldades: mudana de posio, arcadas e golpes de arco.
AUTOR E OBRA
ESTUDOS OU EXERCCIOS
81 ao 100
119
KAYSER, Etden op. 20
20 e 21
KIEVMAN,
Practicing
the
Violin 16
Mentally-Physically.
55 ao 58
Completo
1, 7, 8 e 9
50, 59 e 60
HOFMANN, opus 96
Todo
O. SVCIK, Opus 9
Todo
120
2.2.10 Consideraes Finais
Foi possvel notar tambm que existem imitaes de motivos durante todo o
Estudo-Capricho, no somente imitando a estrutura do ritmo, mas tambm
notas e intervalos idnticos: compassos semelhantes: (1, 37 e 45); (3, 7, 39, 47
e 95); (5, 13, 15, 21,41, 42, 49,50, 52, 77,78, 80, 90,92 e 93); (14, 16 e 43); (25,
27, 29, 30, 34, 57, 59, 81, 83 e 89) e (36, 64 e 100). Os compassos entre
parentes so os semelhantes.
121
preparao da forma de mo, a relao intervalar entre as notas e a busca pela
afinao perfeita do acorde.
122
maneiras de abord-las. Segundo Tokeshi, preciso estabelecer um
andamento que caracterize uma marcha (semnima a 124). Ela acredita que
deve haver um pouco de flexibilidade no andamento e rubato em algumas
sees, para a realizao de pequenas variaes no carter e para o aumento
da dramaticidade do Estudo-Capricho.
123
3. CONCLUSO
Foram oito os aspectos analisados em cada Estudo-Capricho: I-Introduo; IIAnlise Formal, Motvica e Harmnica do Estudo; III-Procedimentos Pedaggicos
para o Estudo e Execuo da Tcnica de Mo Esquerda; IV-Solues para Outros
Aspectos Tcnicos de Mo Esquerda e Arco; V-Procedimentos Pedaggicos para
o Estudo e Execuo da Tcnica de Arco; VI-Principais Desafios Tcnicos do
Estudo; VII-Exerccios de Apoio; VIII-Consideraes Finais.
124
uma anlise formal dos Estudos, dividindo-os por partes. Identificamos os
principais
motivos
demonstramos
alguns
procedimentos
que
possam
125
quantidade de arco, ponto de contato, sonoridade, cordas duplas, acordes,
movimentos de pulso, dedos, antebrao, cotovelo e mudana de corda.
126
a interpretao de uma obra musical. So meios de expresso, ferramentas que
os instrumentistas usam para realizar a msica que est representada no papel.
Estas escolhas podem revelar elementos como timbre, fraseado e o prprio gosto
musical do intrprete.
Portanto, esperamos que pesquisas como esta possam colaborar com vrios
professores e alunos menos experientes, que alm de no possurem acesso a
materiais didtico-pedaggicos sobre a tcnica do violino, no vislumbram uma
orientao contnua de um pedagogo com mais experincia e carecem de um
guia, disponvel no mercado, didtico e bem detalhado, mostrando e comentando
como deve-se executar cada um dos 42 Estudos-Caprichos de Rodolphe Kreutzer
para violino. Entretanto, este presente guia, constitudo de notas explicativas
127
abordando os principais aspectos tcnicos de Estudos-Caprichos compostos por
Kreutzer, uma forma de amenizar a carncia que existe em nosso pas.
128
Com esta pesquisa conclui-se que para se ensinar os 42 Estudos-Caprichos
aconselhado um aprofundamento das questes tcnicas ali presentes, atravs da
consulta aos pedagogos que tiveram acesso tradio oral relacionada ao ensino
desta obra, ou pela leitura e pelo estudo sistemtico dos tratados de violino. S
assim, conseguiremos orientar os alunos para que, em vez de estudarem horas e
horas de forma maante e repetitiva, consigam com objetividade e clareza
identificar os problemas e a razo das dificuldades, para ento solucionarem os
eventuais desafios da tcnica violinstica.
129
4. BIBLIOGRAFIA
130
__________. Kreutzer, Rodolphe. In: Stanley Sadie (ed), Dicionrio Grove de
Msica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, Edio Concisa. 1998. p.507.
COHEN, M. Technique takes off! 14 intermediate studies for violin solo. London:
c1992.
DANCLA, C. Escola do Arco, estudos para violino em diferentes ritmos de
articulao. Op. 110. Rio de Janeiro: [19--].
DONT, J. 24 Studies preparatory to Kreutzer and rode studies. Op. 37, for violin.
New york, 1967.
DOURADO, H.A. O Arco dos Instrumentos de Cordas. So Paulo: Edicon, 1998.
133 p.
FISCHER, S. Basics. London: Edition Peters, 1997. 231p.
__________. Practice. London: Edition Peters, 2004. 336p.
FLESCH, C. The Art of Violin Plaing. Nova York: Carl Fischer, Inc., 1924. 183 p. 2
Vols.
FLESCH, C. Scale System, scale exercises in all major and minor keys for dailly
study: a supplement to book I of the art of violin playing. New York: c1926.
GALAMIAN, I. Principles of Violin Playing & Teaching. Englewood Cliffs: Prentice
Hall, 1962. 119 p.
GERLE, R. The Art of Practicing the Violin. London: Stainer and Bell, 1983.
GERLING, C. C.; SOUZA, J. A Performance como objeto de investigao. In: I
SEMINRIO NACIONAL DE PESQUISA EM PERFORMANCE MUSICAL,
2000. Belo Horizonte. Anais. Belo Horizonte: Escola de Msica UFMG, 12
15 de abril, 2000, p. 114-125.
GIL, A C. Mtodos e tcnicas de pesquisa social. So Paulo: Atlas, 1995. 80 p.
131
HEMAN, C. Intonation auf Streichinstrumenten: Melodisches und Harmonisches
Hren. Basel: Brenreiter, 1964.
HOFMANN, R. Double-stop studies for the violin, op. 96. Boston: c1916.
KAYSER, E. E. 36 elementary and progressive studies introductory to those of
Kreutzer, op. 20. London, [1878?].
KIEVMANN, L. Practicing the violin, mentally-physically programmed instruction
studies for daily references. Pacific Palisades, Calif: c1974.
KOLNEDER, W. The Amadeus Book of the Violin. Portland, Oregon: Amadeus
Press, 1998.
KREUTZER. R. 42 Studies For Violin. Ed. Ivan Galamian. New York: International
Music Company, 1963.
__________. 42 Etden, Violine II. Ed. Friedrich Hermann. Frankfurt: Edition
Peters, sd.
__________. 42 Estudios para Violin. Ed. Enrico Polo. Buenos Aires: Ricordi
Americana, sd.
__________. 42 Etden oder Capricen 42 gyakorlat fr violine. Ed. Sndor
Frigyes. Budapest: Editio Musica Budapest, 1960.
LA FOSSE, L. A Collation of the Leading Pedagogical Approaches to the Violin
Technique. Iowa: University of Iowa, 1985. 30 p.
LAVIGNE, M. A. Notas sobre o estudo das escalas maiores para violino e viola.
[sd]. 30 f. Centro de Letras e Artes, Instituto Villa Lobos, Departamento de
Piano e Instrumentos de Cordas, Universidade do Rio de Janeiro-UNI_RIO,
[sd].
MARTINS, C. H. R. Notas Para Um Estudo Sistemtico dos 42 Estudos de
Rodolphe Kreutzer, A Partir de Uma Seleo. 2003. 77 f. Monografia (
Concluso da Graduao), FAFCS - DEMAC, Universidade Federal de
Uberlndia, Uberlndia Julho de 2003.
132
MAZAS, F; HERMANN, F. studii speciali per violino op. 36. Milano. 1919.
NOLI FILHO, C. A Tcnica do Arco. [sd.] 22 f. Tese de concurso para provimento
do cargo de professor catedrtico de violino na Escola de Msica da
Universidade do Brasil. Rio de Janeiro [sd].
PARPINELLI, S. Comentrios sobre a pedagogia do violino. [sd.] 44 f. Tese de
concurso para provimento do cargo de professor catedrtico de violino na
Escola de Msica da Universidade do Brasil. Rio de Janeiro [sd].
PASQUALI, G.; PRINCIPE, R. El violin: Manual de Cultura Y
Violinistica. Buenos Aires: Ricordi Americana, 1952. 385 p.
Didactica
133
SEVCIK, O. School of bowing for the violin. op. 2. New York: [n.d.].
SEVCIK, O. Shifting the position and preparatory scale-studies for the violin. op. 8.
New York: [19--].
SEVCIK, O. Preparatory exercises in trillo for the violin. op. 7. New York: [19--].
SITT, H.; BASSERMANN, H. 100 Etuden fr die Violine, opus 32. Leipzig: c19291931.
TROTT, J. Melodious doubl-stops. New York: c1925-1931.
WOHLFAHRT, F.; VIELAND, J. 60 studies for violin solo. Op. 45. New York City:
c1961-c1966.
134
5. ANEXOS
5.5 - QUESTIONRIOS.
RESPOSTAS DE PAULO BOSSIO.
RESPOSTAS DE ELIANE TOKESHI.
135
136
137
138
139
140
141
142
ESTUDO N2
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
ESTUDO N3
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
ESTUDO N4
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
Dtach.
Kayser opus 20 n 33/ Mazas opus 36, n34/ Dont opus 37 n20/ Fiorillo 36 Studies, n3
143
ESTUDO N5
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
ESTUDO N6
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
Kayser opus 20 n 18/ Mazas opus 36, n4/ Dont opus 37 n2/ Fiorillo 36 Studies, n9
Martel.
ESTUDO N7
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
Coordenar a mudana de corda com a mudana de arco, sem ouvir cordas intermedirias.
EXERCCIOS DE APOIO:
ANLISE
Martel.
ESTUDO N8
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
144
ESTUDO N9
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
Kayser opus 20 n 22/ Mazas opus 36, n13/ Dont opus 37 n17
ESTUDO N10
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
Dtach/martel
ESTUDO N11
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
ESTUDO N12
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
Mudana de posio.
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
145
ESTUDO N13
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
Coordenao dos dois golpes com a mudana de corda, articulao dos dedos na formao do
arpejo, afinao.
EXERCCIOS DE APOIO:
ANLISE
ESTUDO N14
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
ESTUDO N15
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
Martel.
ESTUDO N16
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
146
ESTUDO N17
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
ANLISE
ESTUDO N18
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
Martel e legato.
ESTUDO N20
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
ESTUDO N21
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
Martel.
Clareza na execuo do trillo em tempo deslocado.
147
ESTUDO N22
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
Martel e legato.
Clareza no trillo, modulaes.
ESTUDO N23
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
ESTUDO N24
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
Afinao das oitavas, mudana de posio, mudana de posio com mudana de corda,
articulao.
Legato e dtach.
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
Afinao das oitavas, movimento que precede cada oitava (mudana de posio).
EXERCCIOS DE APOIO:
ANLISE
ESTUDO N25
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
Afinao das oitavas, mudana de posio, mudana de posio com mudana de corda,
articulao.
Legato.
Afinao das oitavas, movimento que precede cada oitava (mudana de posio).
Kayser opus 20 n 34.
148
ESTUDO N26
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
ESTUDO N27
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
ESTUDO N28
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
ESTUDO N29
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
149
ESTUDO N31
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
Afinao nos semitons, quantidade de arco, andamento, ritmo, articulao das arcadas.
EXERCCIOS DE APOIO:
Kayser opus 20 n 14/ Mazas opus 36, n49/ Dont opus 37 n12
ANLISE
ESTUDO N32
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
ESTUDO N33
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
Legato com mudana de cordas e articulao dos dedos mo esquerda (afinao) e contrao.
EXERCCIOS DE APOIO:
Kayser opus 20 n 13a/ Mazas opus 36, n58/ Dont opus 37 n22
ESTUDO N34
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
150
ESTUDO N36
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
ESTUDO N37
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
ANLISE
ESTUDO N38
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
ESTUDO N39
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
Kayser opus 20 n 15a/ Mazas opus 36, n40/ Dont opus 37 n22, Fiorillo 36 Studies, n4
151
ESTUDO N40
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
Fiorillo 36 Studies, n2
Legato.
Trillos em cordas duplas/4 dedo.
ESTUDO N41
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
Cordas duplas, contrao e extenso, afinao, articulao, mudana de posio, acordes, trillos.
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
Kayser opus 20 n 6a/ Mazas opus 36, n40/ Dont opus 37 n22/ Fiorillo 36 Studies, n29
ANLISE
TCNICA DE MO
ESQUERDA:
TCNICA DE ARCO:
PRINCIPAIS DESAFIOS
TCNICOS DO ESTUDO:
EXERCCIOS DE APOIO:
ESTUDO N42
Dezembro de 2006
Belo Horizonte
153
CONTATOS:
154
Prezado(a) Professor(a),
Acreditamos que a obra Os 42 Estudos-Caprichos de R. Kreutzer
constituem-se num dos mais importantes livros de estudos j escritos, no que
diz respeito aos aspectos tcnico-musicais, para uma boa formao violinistica.
A universal utilizao desses Estudos nos indica que h um consenso
em relao importncia dos mesmos na formao tcnica e musical do
violinista. Conhecer esses estudos e saber como aplic-los uma ferramenta
indispensvel para aqueles envolvidos com a pedagogia do violino.
E alm disso raro encontrar um guia didtico bem detalhado
mostrando e comentando como se deve tocar cada um dos 42 Estudos de
Rodolphe Kreutzer para violino. Essa obra uma das mais bem cobradas,
pelos professores de violino no Brasil e no Exterior. Tais Estudos so to
importantes, que fazem parte at de concursos para violino.
No Brasil, em algumas regies (principalmente cidades do interior)
existem professores e alunos menos experientes que alm de no possurem
acesso a materiais didtico-pedaggicos sobre a tcnica do violino no
conseguem ter uma orientao contnua de um pedagogo com mais
experincia. Nesse sentido, um guia constitudo de notas explicativas sobre
como abordar cada Estudo composto por Kreutzer uma forma de amenizar
essa carncia existente.
Grandes pedagogos do sculo XX, como Carl Flesch, Max Rostal e
Ivan Galamian, utilizaram os 42 Estudos de Kreutzer como ferramenta de
ensino. Esses mestres do violino estavam mais prximos s fontes primrias,
tais como manuscritos e cartas, e tambm tiveram acesso tradio oral
relacionada aplicao desses estudos. No Brasil podemos encontrar hoje
professores
direta ou
155
tendo
como
objetivo
geral
da
pesquisa,
analisar
156
Primeira Parte
Aspectos Histricos (Biografia, Escola, contexto, obra):
1. possvel ter acesso edio original de R. Kreutzer, ou cartas e
manuscritos? Voc a tm?
2. Na sua opinio, existem pontos negativos nesta obra, nesta escola, ou
nesse momento histrico, violinsticamente falando?
3. Voc j ouviu falar de uma edio comentada dos Estudos de Kreutzer,
organizada por Flesch e tambm por Massart (aluno de Kreutzer)? Voc as
tm?
4. Voc conhece alguma outra edio comentada sem ser estas mencionadas?
5. Quais foram os elementos tcnicos que Kreutzer inovou com os seus 42
Estudos?
157
Segunda Parte
Aspectos Especficos para cada Estudo
(Responder estas perguntas de acordo a resposta
3 dos Aspectos Didtico-Pedaggicos especficos)
158
159
160
a
mais
conhecida:
2,4,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,19,20,21,22,24,25,26,27,28,29,30,31,32,
33,34,35,36,37,38,39,40,41,42. Ou seja, tudo. Sublinhados alguns mais
importantes.
4. Segundo sua opinio, qual a melhor edio dos 42 Estudos? Porque?
Nenhuma realmente boa. Quase sempre repleta de dedilhados que
refletem o violinismo do sculo 19. A melhor mesmo assim necessitando
de muita remarcao a da reviso de Sndor, citada anteriormente, que
aparece na Editio Musica Budapest, 2.2560.
5. O que voc acha das arcadas, dedilhados e variaes proposto por esta
Edio do 42 Estudos? (edio sugerida pelo entrevistado).
Vide resposta anterior.
Segunda Parte
Aspectos Especficos para cada Estudo
(Responder estas perguntas de acordo a resposta
3 dos Aspectos Didtico-Pedaggicos especficos)
161
2.
5. Qual o andamento voc sugere para se tocar estes Estudos, de acordo com o
metrnomo?
Tempo final semnima 58.
Um estudo como esse, apesar de no ser nem de longe um dos mais importantes
do Kreutzer (vide sublinhados na lista), meio nico na literatura. Veja que nem
Rode, nem Dont, nem Gavinis tem algo parecido (trillo em legato, com
mudana de corda e posio).
P.S. Acho interessante voc citar que para complementao do processo
violinstico musical de todos estes estudos, necessitamos de ampliar a
percepo harmnica de forma eficaz, coisa que to pobre conosco, violinistas,
utilizando-se, quando o estudo estiver pronto, de um segundo violino, escrito por
Hermann, ou um acompanhamento de piano, apesar de bem simples, escrito por
Eichheim. P. Bossio.
162
163
164
Os nmeros dos estudos utilizados pelo entrevistado correspondem aos utilizados na edio de Ivan
Galamian publicada por International Music Company.
165
Segunda Parte
Aspectos Especficos para cada Estudo
(Responder estas perguntas de acordo a resposta
3 dos Aspectos Didtico-Pedaggicos especficos)
2.
166
5. Qual o andamento voc sugere para se tocar estes Estudos, de acordo com o
metrnomo?
Recomendo os andamentos mais variados: do mais lento (42 a colcheia) para
o estudo de som e afinao at mais rpido (104 a semnima) para agilidade e
spiccato.
exigido? Quais?
Como mencionei na resposta anterior, pode ser utilizado para estudo de
spiccato, alm de flexibilidade do pulso (ver compasso 16 e 20) e troca de corda
sutil.
167
11. Quais as outras formas de tocar estes Estudos voc sugere? (Variaes,
justific-las)
Variaes no trinado: com ritmos pontuados para enfatizar o movimento
descendente ou ascendente dos dedos; variando o nmero de notas (de 3 a
12) para auxiliar aumento progressivo de velocidade e comeando com a nota
superior.
12. Qual o andamento voc sugere para se tocar estes Estudos, de acordo com o
metrnomo?
Os mais variados possveis que dependem do tipo de trinado utilizado.
13. Estes Estudos servem para solucionar outros aspectos tcnicos alm do
exigido? Quais?
Esse estudo pode auxiliar no estudo do martel (clareza do som, articulao,
relaxamento do brao), relaxamento dos dedos da mo esquerda e mudana
de posio.
Estudo nmero 29
1. Qual(is) (so) o(s) objetivo(s) principal(ais) destes Estudos?
168
5. Qual o andamento voc sugere para se tocar estes Estudos, de acordo com o
metrnomo?
Deve ser estudado em vrios andamentos, mas creio que no h necessidade
de ser tocado mais rpido que 88-92 a semnima.
169
11. Quais as outras formas de tocar estes Estudos voc sugere? (Variaes,
justific-las)
Pode se estud-lo utilizando menos arco propositalmente para aumentar a
dificuldade do arco.
Esse estudo pode ser usado como estudo de vibrato com o metrnomo para
auxiliar na contagem das oscilaes.
O vibrato por sua vez pode facilitar o relaxamento e expanso da mo
esquerda para preparao das mudanas de posio.
12. Qual o andamento voc sugere para se tocar estes Estudos, de acordo com o
metrnomo?
Acho essencial o uso do metrnomo nesse estudo, que pode ser pode volta
de 60 a semnima.
13. Estes Estudos servem para solucionar outros aspectos tcnicos alm do
exigido? Quais?
O aluno deve por fim preocupar se tambm com as trocas de direo do arco.
Para que sejam imperceptveis necessrio o controle da velocidade do arco,
da presso e dos movimentos dos dedos da mo direita.
170
Esse estudo deve ser executado com total compreenso musical e para tanto,
o aluno deve tambm se preocupar com diferentes velocidades e amplitudes
de vibrato que auxiliam no fraseado.
171
18. Quais as outras formas de tocar estes Estudos voc sugere? (Variaes,
justific-las)
Ver respostas da questo 16.
19. Qual o andamento voc sugere para se tocar estes Estudos, de acordo com o
metrnomo?
importante estabelecer um andamento que caracterize uma marcha
(semnima a 124). Acredito que nesse estudo possa haver um pouco de
flexibilidade no andamento e rubato em algumas sesses para realizao de
pequenas variaes no carter e aumentar a dramaticidade do estudo.
20. Estes Estudos servem para solucionar outros aspectos tcnicos alm do
exigido? Quais?
Esse um dos estudos mais difceis do mtodo por explorar uma variedade
imensa de golpes de arco e cordas duplas. a forma como aparecem
combinados que exige do aluno um domnio de muitos elementos da tcnica
violinstica tradicional.
172
173