Ensino de Física e Deficiência Visual: Dez Anos de Investigações No Brasil
Ensino de Física e Deficiência Visual: Dez Anos de Investigações No Brasil
Ensino de Física e Deficiência Visual: Dez Anos de Investigações No Brasil
Dedicatria e apresentao
Ensino de Fsica e
Deficincia visual:
Dez anos de investigaes
no Brasil
EP
Editora Pliade
So Paulo
2008
3
Ficha de Catalogao
C172e
Editora Pliade
Rua Apac, 45 Jabaquara
CEP: 04347-110 So Paulo/SP
E-mail: [email protected]
Site: www.editorapleiade.com.br
Fones: (11) 2579-9863 - 2579-9865
2008
Impresso no Brasil
SUMRIO
Dedicatria e apresentao
Dedicatria e apresentao
Quando me ponho a pensar sobre o que j foi, lembrome de muitas coisas. Lembro-me dos dias alegres recheados por
pdios, palcos, gols, moada, violo, serenata, lanchonete,
churrasco, piadas. Como me esquecer da infncia em Pereiras,
Pederneiras e Lenis Paulista? Como no me lembrar das casas
dos avs, Maria Camargo e Enoch, Maria Mineto e Z do Pim,
do gravador velho, da oficina, do p de manga, da plantao de
mandioca, do ovo caipira, do po caseiro, do doce de goiaba, do
leite tirado e tomado ali mesmo no curral, das pescarias com
meu pai e com meu tio, das histrias de beira de rio, das
cavalgadas?
Fica difcil mesmo no recordar a baliza 1 que nunca me
foi negada nas provas de 200 m e 400 m, do Jura beira da
pista gritando "vai" para que o basto me pudesse ser entregue
corretamente no quatro por cem, dos treinamentos do Ariel, do
velho Cacita, da Lucimara, a garota da farmcia que olhava
todos os dias a balana e que hoje minha esposa, meu grande
amor, das corridas de So Silvestre de que participei (2000 e
2001), das medalhas, das msicas: "cumbalala cumbalala
cumbalala vista" enfim, quantas lembranas!
Como no sentir saudades dos discos que gravei "A
histria que mudou a histria", "Soberano", do pessoal do
Aliana Eterna, dos momentos de gravao, do Paulo Campus
Junior, das igrejas por onde cantei, e em especial, da Igreja
Presbiteriana Independente de Lenis Paulista?
7
Dedicatria e apresentao
Dedicatria e apresentao
Dedicatria e apresentao
13
Dedicatria e apresentao
14
Captulo I
Posicionamento terico
22
26
Captulo II
27
II.II. Algumas
caractersticas
Aristotlica e da Fsica do Impetus
da
Fsica
34
concepes
36
37
Para voc, o que fora? Voc acha que a mesa poderia exercer
uma fora no livro? (MINSTRELL, 1982).
Situao 2 - Movimento horizontal dos objetos:
1- Com as mos, aplica-se ao livro uma fora paralela ao
plano: O que acontecer quando no houver mais o contato entre
a mo e o livro?
2- Por que os objetos se movem?
3- Voc precisa empurrar ou puxar um objeto para que
ele se movimente sempre com a mesma velocidade?
4- Por que alguns objetos continuam se movendo por um
certo tempo depois de voc ter deixado de empurr-los?
5- Por que objetos param de se mover?
6- Se voc empurra um livro e uma bola de metal com a
mesma fora, qual ir mais longe? Por qu?
7- Poderia existir uma situao em que um objeto em
movimento, continuasse em movimento,
com a mesma
velocidade, embora no haja nada empurrando-o ou puxando-o?
(LOCHHEAD e DUFRESNE, 1989)
Situao 3 - Queda dos objetos:
1- Voc tem em suas mos uma pedra. O que acontecer
se voc abandon-la? Por qu? E se voc lan-la para cima?
2- Por que objetos caem?
3- Se voc joga uma pedra para cima, o que acontece
com ela? Por qu?
4- Voc tem em suas mos uma esfera de metal e uma
folha de papel aberta. Se voc abandon-las da mesma altura,
quem chegar primeiro ao solo? Por qu? (HISE, 1988)
5- Imagine que do alto de um prdio de 50 andares, so
abandonados, no mesmo instante, dois objetos. Um deles
uma grande pedra de uma tonelada, e o outro, uma pequena
pedra de um quilograma. Qual deles chegar primeiro ao solo?
Por qu? (ROBIN e OHLSSON, 1989 ).
38
42
43
Concepes que so
concordantes com a teoria
aristotlica de movimento
Concepes que so
concordantes com a teoria
do impetus
Concepes parcialmente
aristotlicas
Concepes que so
discordantes da teoria
aristotlica de movimento
Concepes que so discordantes da teoria do impetus
Concepes que no
possuem conexo com a
teoria aristotlica e/ou com
a teoria do impetus
Concepes gerais
47
48
49
C12
C23
C20,
Grupo de
quatro
sujeitos
Grupo de
trs
sujeitos
Grupo de
dois
sujeitos
C21, C25, C31,
C40
Grupo de
cinco
sujeitos
Um
sujeito
C9
Todos os
sujeitos
C29
C16
Impetus
Concepes
Aristotlicas
C24, C27,
C30, C37,
C41, C46, C47
Concepes
Parcialment
e
Aristotlicas
C32, C33,
C38, C44
C26
Discordante
s da teoria
Aristotlica
C17, C18,
C43
Discordant
es da teoria
do Impetus
C28, C34,
C35, C36,
C42
C5
C15
Concepes
sem
conexo
com essas
teorias
C39, C45
C8, C14
C22
Concepes
gerais
50
Sujeito
Grupo de concepes
s
C1, C2, C3, C4, C5, C6, C7, C8, C9, C10, C11, C12, C13,
S1
C14, C15, C16, C17 e C18
C1, C2, C3, C4, C5, C6, C7, C8, C9, C10, C11, C12, C13,
S2
C15, C16, C17, C18, C19, C20, C21, C22, C 23, C45, C46 e
C47
C1, C2, C3, C4, C6, C7, C9, C10, C11, C13, C14, C15, C16,
S3
C19, C22, C 23, C24, C25, C26, C27, C28 e C29
C2, C3, C4, C6, C7, C9, C10, C11, C12, C13, C16, C19, C20,
S4
C 30, C31, C32, C33, C34, C35, C36 e C37
C1, C2, C3, C4, C6, C7, C9, C10, C11, C13, C19, C22, C 23,
S5
C26, C38, C39, C40, C41, C42 e C43
C1, C2, C3, C4, C6, C7, C9, C10, C11, C12, C19, C26, C43 e
S6
C44
Como evidenciado na tabela 4, cada sujeito expressou
em mdia vinte concepes que podem ser analisadas em termos
quantitativos da maneira explicitada na tabela 5:
51
S1
Cego
de
18
nascena
10
S2
Cego
de
25
nascena
14
S3
Cego
de
22
nascena
12
12
12
10
S4
S5
S6
Perdeu
a viso
21
aos trs
anos.
Perdeu
a viso
aos
20
cinco
anos.
Cego
de
14
nascena
Gerais
Sem conexo
Discordantes
da teoria de
impetus
Discordantes
da teoria
aristotlica
Parcialmente
aristotlicas
Impetus
Aristotlicas
Nmero de
concepes
identificadas
Caracterstica
de sua
deficincia
Sujeitos
53
C1, C2, C3, C4, C11, C12, C13, C18, C20, C21, C29,
Movimento
C37, C40, C41, C46.
Natural
Como mostra a tabela 6, das quarenta e sete concepes
identificadas, quinze (aproximadamente 32%) seguem o
princpio aristotlico de Movimento Forado, e outras quinze
(aproximadamente 32%) obedecem ao princpio aristotlico de
Movimento Natural. Isso implica dizer que, aproximadamente
64% das concepes obtidas, obedecem ao paradigma
aristotlico de Movimento.
As concepes de que a todo movimento associa-se uma
fora e de que um objeto cai, pois cair algo natural,
representam a base conceitual do grupo de deficientes visuais
entrevistados. Nesse sentido, verificou-se que suas concepes
so semelhantes s dos videntes o que significa dizer que, se
uma pessoa nasce cega, a percepo das experincias cotidianas
relacionadas ao repouso e ao movimento no obtida por meio
do estmulo visual, mas sim, por meio da influncia de outros
sentidos e de interaes sociais. Em outras palavras. A
ausncia de viso, apesar de trazer limitaes observacionais,
no finaliza as experincias que levam uma pessoa a construir
explicaes e modelos de fenmenos relacionados ao repouso e
ao movimento dos objetos.
54
55
57
58
S1: Um crculo.
E: Voc nunca viu a Lua?
S1: Eu no.
E: O que voc j ouviu falar da Lua?
S1: Que ela redonda...
E: E onde ela fica?
S1: Fica l no alto.
E: E por que ela no cai?
S1: Por causa da fora da gravidade que segura ela l em
cima.
E: Mas a fora da gravidade no puxa as coisas para baixo?
S1: Puxa, mas ela no pesada, ento...
E: Ela leve?
S1: Ela leve, fica l em cima. Creio eu que ela seja leve.
59
60
62
63
65
66
Trecho 18
E: O que voc pensa sobre velocidade?
S5: Velocidade... h uma diferena entre velocidade baixa e
velocidade alta. D pra perceber que h diferena.
Velocidade depende da intensidade dela, pode ser pequena
como a gente estar andando a p normalmente, passeando,
caminhando e voc ver um carro de frmula 1 a 300 km/h.
69
71
Agradecimentos
FAPESP, pelo apoio financeiro. Ao Lar
Escola Santa Luzia para cegos, por permitir a
realizao das entrevistas. Aos professores
doutores Dcio Pacheco e Lizete Maria Orquiza
de Carvalho, pelas sugestes e crticas.
72
Captulo III
docente
na
77
84
85
88
Captulo IV
91
93
Justificativa
Sintetiza justificativas apresentadas pelos grupos de
licenciandos acerca de dificuldades e alternativas explicitadas
por eles para o planejamento das atividades de ensino de Fsica,
dificuldades e alternativas que podem ou no estar relacionadas
problemtica do ensino de Fsica e da deficincia visual. Tais
justificativas so as seguintes:
1) Dependncia da viso: refere-se s justificativas que
vinculam o estudo de um determinado conceito/fenmeno, a
utilizao de um determinado recurso instrucional ou de uma
estratgia metodolgica viso.
2) Independncia da viso: refere-se s justificativas que
desvinculam o estudo de um determinado conceito/fenmeno, a
utilizao de um determinado recurso instrucional ou estratgia
metodolgica da viso.
3) Sem relao com a viso: refere-se s justificativas
para o tratamento educacional de um determinado
conceito/fenmeno, ou para a utilizao de um determinado
recurso instrucional ou de uma determinada estratgia
metodolgica que no esto ligadas diretamente com a
dependncia ou independncia visual.
Implicao
Refere-se s implicaes decorrentes do tratamento
educacional de determinados conceitos fsicos ou do uso de
determinado recurso instrucional ou estratgia metodolgica
planejada para ser utilizada pelos licenciandos. As implicaes
identificadas so as seguintes.
1) Implica dificuldade: refere-se s dificuldades de
ensino contidas de forma explcita nas declaraes dos
licenciandos.
2) Pode implicar dificuldade: refere-se s interpretaes
do pesquisador sobre possveis dificuldades de ensino
decorrentes do tratamento educacional de um determinado
94
96
Enfoque
conceitual
Recurso
instrucional
Estratgia
metodolg
ica
Justificativ
a
Impli
cao
Relativo ao
conceito
cientfico
(ptica)
No
mencionado
No
mencionad
a
Dependnc
ia da viso
Impli
ca
dificu
ldade
Relativo ao
conceito
cientfico
(luz, sombra
e cores)
No
mencionado
Realizao
de
experiment
o
Dependnc
ia da viso
Impli
ca
dificu
ldade
99
Enfoque conceitual
Relativo ao
conceito cientfico
(Cor, sombra e
penumbra)
Relativo ao conceito
cientfico (reflexo
da luz e formao de
imagens)
Relativo ao conceito
cientfico (formao
de imagens em
espelho esfrico)
Relativo ao
conceito cientfico
(ver coluna
anterior)
Relativo ao
conceito cientfico
(defeitos da viso,
vergncia e lentes
corretivas)
Relativo ao
conceito cientfico
(defeitos da viso,
vergncia, lentes
corretivas)
Declaraes
100
7 (p) Faremos o estudo citado
utilizando algumas equaes para
descrever qual o tipo de lente e qual
sua vergncia para corrigir determinada
anomalia da viso.
8 (p) Executaremos alguns testes
prticos para confirmar as previses
tericas.
Demonstrao de
experimentos
No
mencionado
Sem relao
com a viso
Sem relao
com a viso
Sem relao
com a viso
Demonstrao de
equaes
Sem relao
com a viso
Realizao
de
experimento
s
No
mencionado
Sem relao
com a viso
No
discriminada
Sem relao
com a viso
Justificativa
Estratgia
metodolgica
No
mencionada
Multimeios
visuais
Multimeio
visual
Multimeios
visuais
Multimeios
visuais
Recurso
instrucional
Pode
implicar
dificuldade
Pode
implicar
dificuldade
Pode
implicar
dificuldade
Pode
implicar
dificuldade
Pode
implicar
dificuldade
s
Pode
implicar
dificuldade
Implicao
101
Enfoque
conceitual
Relativo ao
conceito
cientfico
(Reflexo
em
espelhos)
Recurso
instrucional
Material ttil
e/ou
tatilvisual
Estratgia
metodolgica
Aula
expositiva
(ttil)
Justificativa
Implicao
Independncia da viso
Implica
alternativa
Relativo ao
conceito
cientfico
(refrao
da luz)
Material ttil
e/ou
tatilvisual
Trabalho
com
situaesproblema
Independncia da viso
Implica
alternativa
Relativo ao
conceito
cientfico
(cor,
sombra e
penumbra)
Material ttil
e/ou
tatilvisual
No
mencionada
Independncia da viso
Implica
alternativa
Relativo ao
conceito de
refrao da
luz
Material ttil
e/ou
tatilvisual
Aula
experimental,
demonstrao
tatilvisual
Independncia da viso
Implica
alternativa
102
ele como uma pessoa enxerga e depois voc pergunta para ele
porque as pessoas enxergam assim (declarao 10). Nesse
sentido, a relao problema educacional/busca de alternativas
poderia ser sintetizada pelos significados contidos nas
declaraes de 9 a 12. Refrao: contar o que est acontecendo
(...) questionar o porqu de as pessoas enxergarem assim
(declarao 10); experimentos e maquetes (...) facilitar o toque
pelos deficientes visuais (declarao 12). Reflexo: fazer
maquetes (...) sentir o que est acontecendo (declarao 9); Cor
sombra e penumbra: materiais que dem sensaes tteis
(declarao 11).
As referidas propostas so inovadoras, criativas,
possuem um carter ativo de busca de solues e de no
atribuio de responsabilidades. Centram-se nas aes ativas de
fazer maquetes (declarao 9) de contar para ele e
perguntar para ele (declarao 10), aes que possuem
finalidades explcitas de observao no visual (declarao 9) e
finalidades implcitas de conhecer e questionar o que o aluno
com deficincia visual pensa, para a partir disso, realizar aes
educacionais
futuras
(declarao
10)
estratgia
dialgica/participativa.
Em linhas gerais, as alternativas apresentadas pelos
licenciandos indicam suas preocupaes com a questo da
viabilidade da utilizao de interfaces no visuais entre o sujeito
que conhece e o objeto de conhecimento, mesmo que este objeto
venha sendo relacionado diretamente com interfaces visuais.
Indicam tambm suas preocupaes com o conhecimento
construdo por uma pessoa com deficincia visual acerca de
fenmenos no observados visualmente por elas. A explicitao
desse tipo de conhecimento de fundamental importncia para o
ensino de contedos de ptica a alunos com a citada deficincia.
104
Recurso
instrucio
nal
Estratgia
metodolgi
ca
No
mencionado
No
mencionada
No
mencionado
Aula
expositiva
(oral)
No
mencionado
Dinmica
de grupo,
atividade
experimental, debate
Sem
relao
com a
viso
Pode
implicar
alternativa
Relativo
ao
conceito
cientfico
(formao
de
imagem)
No
mencionado
Dinmica
de grupo,
atividade
experimental, debate,
trabalho
com
situaesproblema
Sem
relao
com a
viso
Pode
implicar
alternativa
Relativo
ao
conceito
cientfico
(espelhos
esfricos)
Material
ttil e/ou
ttilvisual
Experimen
tao e
demonstrao
Sem
relao
com a
viso
Pode
implicar
alternativa
Enfoque
conceitual
Relativo
cincia,
tecnologia
e sociedade
Relativo
histria da
cincia
(luz)
Relativo
ao
conceito
cientfico
(reflexo
da luz)
105
Justificat
iva
Sem
relao
com a
viso
Sem
relao
com a
viso
Implica
o
Pode
implicar
alternativa
Pode
implicar
alternativa
Relativo
ao
conceito
cientfico
(refrao
da luz)
Material
ttil e/ou
ttilvisual
No
mencionada
Sem
relao
com a
viso
Pode
implicar
alternativa
Relativo
ao
conceito
cientfico
(olho
humano,
processo
da viso)
Material
ttil e/ou
ttilvisual
Demonstra
o
(tatilvisual)
Sem
relao
com a
viso
Pode
implicar
alternativa
Relativo
ao
conceito
cientfico
(ptica da
viso,
defeitos da
viso)
Material
ttil e/ou
ttilvisual
Realizao
de
experiment
os,
demonstra
o
(tatilvisual)
Sem
relao
com a
viso
Pode
implicar
alternativa
106
110
111
Recurso
instrucional
Estratgia
meto-dolgica
Justificativa
Implicao
Relativo
s
concepes
alternativas
No
mencionado
Trabalho
com
situaesproblema
Sem
relao
com a
viso
Implica
dificuldades
No
mencionado
No
mencionado
Realizao de
experimento
Dependncia
da viso
Implica
dificuldades
No
mencionado
Utilizao
de
materiais
especficos
(no
existentes)
No
mencionada
Indepen
-dncia
da viso
Implica
dificuldades
No
mencionado
Multimeios
visuais
No
mencionada
Dependncia
da viso
Implica
dificuldades
25 (d) Na parte de
eletromagnetismo, a gente no
est conseguindo ainda ver
alguma coisa que pudesse ser
usada com deficiente visual;
ento um problema para ns, a
eletrosttica tambm est difcil
de a gente conseguir,
Relativo
aos
conceito
s
(eletrom
agnetismo
e
eletrostt
ica)
No
mencionado
No
mencionada
Dependncia
da viso
Implica
dificuldades
Declarao
112
113
114
Enfoque
conceitual
Recurso
instruciona
l
Estratgia
metodolg
ica
Justificativ
a
Implicao
Relativo
ao
conceito
eletromag
netismo
Multimeio
visual
Aula
expositiva
Sem
relao
com a
viso
Pode
implicar
dificuldad
e
Relativo
aos
conceitos
cientficos
ensinados
No
mencionad
o
Avaliao
do tipo
prova
Sem
relao
com a
viso
Pode
implicar
dificuldad
e
Enfoque
conceitual
Recurso
instrucional
Estratgia
metodolgica
Justificativa
Implicao
28 (d) Na parte da
circulao da
corrente para o
deficiente visual a
gente imagina
colocar alguma
coisa que produza
algum som quando
a corrente eltrica
circular. At a tudo
bem, eletrodinmica
d para sair por a.
Relativo ao
conceito de
corrente
eltrica
Multimeio
auditivo
Demonstrao de
experiment
o
Independncia da viso
Implica
alternativa
Enfoque
conceitual
Recurso
instruciona
l
Estratgia
metodolgi
ca
Justificativ
a
Implicao
Relativo
histria da
cincia
No
mencionado
No
mencionada
Sem
relao
com
viso
Pode
implicar
alternativa
Relativo
cincia,
tecnologia
e
sociedade
No
mencionado
No
mencionada
Sem
relao
com
viso
Relativo
histrica
da cincia
No
mencionado
No
mencionada
Sem
relao
com
viso
Relativo ao
conceito de
eletromagnetismo
No
mencionado
Demonstrao
de
experimentos
Sem
relao
com
viso
Pode
implicar
alternativa
Pode
implicar
alternativa
Pode
implicar
alternativa
relao
exposio
oral/demonstrao visual. Nesse sentido, interpretaram-se as
declaraes como contendo possveis implicadoras de
alternativas para o ensino de eletromagnetismo, no contexto da
deficincia visual, pois desvinculando a apresentao de
elementos histricos e tecnolgicos de uma relao audiovisual
interdependente, e associando-se tais elementos a estratgias
metodolgicas dialgicas/participativas, o enfoque da histria da
cincia e das relaes CTS pode ser motivante e
contextualizador.
Um outro aspecto que pode ser interpretado, como
possvel alternativa, a utilizao de prticas de ensino
centradas na oralidade em sala de aula. Entende-se que
estratgias metodolgicas que utilizem a oralidade no ensino de
eletromagnetismo, como o caso do uso de leitura de textos
paradidticos, podem representar uma alternativa vivel e eficaz
para dicotomizar a relao ensino /representaes visuais.
Anlise dos dados referente ao grupo de termologia
Os quadros 9, 10, 11 e 12 contm declaraes dos
licenciandos do grupo de termologia provenientes do debate e
do planejamento das atividades de ensino.
Quadro 9: Dificuldades: Ensino de termologia/deficincia visual
Declarao
Enfoque
conceitual
Recurso
instruciona
l
Estratgia
metodolgi
ca
Justificativ
a
Implicao
Relativo ao
conceito de
dilatao
linear
No
mencionad
o
Realizao
de
experiment
o
demonstrat
ivo
Dependnc
ia da viso
Implica
dificuldade
120
Relativo s
concepes
alternativas
No
mencionad
o
No
mencionad
a
Sem
relao
com
viso
Implica
dificuldade
tona
possveis
estratgias
metodolgicas
dialgicas/participativas e, conseqentemente, alternativas para
o enfoque do referido tema.
Quadro 10: Possveis dificuldades para o planejamento de atividades de
termologia
Declarao
35 (d) A gente est
pensando em dar
um curso que ensine
os
alunos
a
resolverem
exerccios, e que
ajude alguns alunos
ao menos uma
minoria que tenha
interesse de fazer
vestibular.
36 (p) Utilizaremos
vdeo
quando
necessrio mostrar
situaes em que os
conceitos
de
termologia
so
utilizados e que no
for possvel realizar
experimentalmente.
Enfoque
conceitual
Recurso
instruciona
l
Estratgia
metodolgi
ca
Justificativ
a
Implicao
Relativo ao
vestibular
No
mencionado
No
mencionada
Sem
relao
com
viso
Pode
implicar
dificuldade
Relativo ao
conceito de
termologia
Utilizao
de
multimeio
audiovisual
No
mencionada
Sem
relao
com
viso
123
Pode
implicar
dificuldade
Enfoque
conceitual
Recurso
instrucional
Estratgia
metodolgi
ca
Justificativa
Implicao
Relativo ao
conceito de
calor
e
temperatur
a
No
mencionado
Realizao
de
experimento
Independncia da
viso
Implica
alternativa
Relativo ao
conceito de
dilatao
volumtrica
Material
ttil e/ou
tatilvisual
Realizao
de
experimento
demonstrativo
Independncia da
viso
Implica
alternativa
Relativo ao
conceito de
calor
e
temperatura
Multimeios
tteis e/ou
tatilvisual
Realizao
de
experimentos
Independncia da
viso
Implica
alternativa
127
128
Enfoque
conceitual
Recurso
instrucional
Estratgia
metodolgica
Justificativa
Implicao
Relativo
histria da
cincia
No
mencionado
No
mencionada
Sem
relao
com
viso
Pode
implicar
alternativa
No
mencionado
Exposio
oral
Sem
relao
com
viso
Relativo ao
conceito de
dilatao
volumtrica
No
mencionado
Trabalho
com
situaesproblema
Sem
relao
com
viso
Relativo s
relaes
CTS
No
mencionado
Exemplificaes
e
estabelecimento de
relaes
Sem
relao
com
viso
Relativo ao
No
Trabalho
Sem
Relativo
cincia,
tecnologia
e
sociedade
129
Pode
implicar
alternativa
Pode
implicar
alternativa
Pode
implicar
alternativa
Pode
conceito de
calor
e
temperatur
a
mencionado
Relativo ao
conceito de
termologia
No
mencionado
com
situaes
problema
relao
com
viso
Avaliao
diagnstica
Sem
relao
com
viso
implicar
alternativa
Pode
implicar
alternativa
132
133
Enfoque
conceitual
Recurso
instrucional
Estratgia
mtodolgica
Justificativa
Implicao
Relativo
aos conceitos
de
mecnica
Multimeio
visual
Aula
expositiva
Sem
relao
com
a
viso
Pode
implicar
dificuldade
Relativo
aos
conceitos
de
mecnica
Multimeio
visual
Resoluo
de
problemas
Sem
relao
com
a
viso
Pode
implicar
dificuldade
134
139
52 (p) Utilizao de
materiais
do
cotidiano
para
experimentao
Enfoque
conceitual
Recurso
instrucional
Estratgia
metodolgica
Justificativa
Implicao
Relativo
histria da
cincia
No
mencionado
Trabalho
com
situaesproblema
Sem
relao
com
viso
Pode
implicar
alternativa
Relativo
filosofia da
cincia
No
mencionado
Trabalho
com
situaesproblema
Sem
relao
com
viso
No
mencionado
Aula
expositiva
Sem
relao
com
viso
No
mencionado
Trabalho
com
experimentao
Sem
relao
com
viso
Materiais
do
cotidiano
sem
descriminao de
caractersticas
Trabalho
com
experimentao
Sem
relao
com
viso
Relativo
cincia,
tecnologia
e
sociedade
Relativo a
conceitos
gerais de
mecnica
Relativo
aos
conceitos
de
mecnica
Pode
implicar
alternativa
Pode
implicar
alternativa
Pode
implicar
alternativa
Pode
implicar
alternativa
142
Enfoque
conceitual
Recurso
instruciona
l
Estratgia
metodolgi
ca
Justificativ
a
Implicao
Relativo ao
conceito de
fsica
quntica
Multimeio
visual
(computad
or)
No
mencionad
a
Sem
relao
com
viso
Implica
dificuldade
Enfoque
conceitual
Relativo
aos
conceitos
de
relatividade,
velocidade da luz,
fsica
clssica e
quntica
Relativo
aos
conceitos
de fsica
clssica e
moderna
Relativo
s
concepes
alternativas
Recurso
instrucional
Estratgia
metodolgica
Justificati
va
Implicao
Multimeio
audiovisual (vdeo)
Exposi
o
por
meio de
vdeos
Sem
relao
com
a
viso
Pode
implicar
dificuldades
Multimeio
visual
(computa
dor com
software
de
interface
visual)
Aula
expositiva
Sem
relao
com
a
viso
Pode
implicar
dificulda
de
Multimeio
visual
Anlises,
classificao
e
explicao
Sem
relao
com
a
viso
Pode
implicar
dificuldades
144
Relativo
s
concepes
alternativas
Multimeio
visual
Respostas
a
qustes
de forma
individual
Sem
relao
com
a
viso
Pode
implicar
dificuldades
148
Enfoque
conceitual
Recurso
instrucional
Estratgia
metodolgica
Justificativa
Implicao
Relativo
histria da
cincia
No
mencionado
Aula
expositiva
Sem
relao
com
a
viso
Pode
implicar
alternativa
Relativo
histria da
cincia
No
mencionado
Aula
expositiva
Sem
relao
com
a
viso
Pode
implicar
alternativa
Relativo
histria da
cincia
No
mencionado
Aula
expositiva
Sem
relao
com
a
viso
Pode
implicar
alternativa
Relativo
cincia,
tecnologia
e
sociedade
No
mencionado
Aula
expositiva
Sem
relao
com
a
viso
Pode
implicar
alternativa
Relativo
cincia,
tecnologia
e
sociedade
No
mencionado
Aula
expositiva
Sem
relao
com
a
viso
Pode
implicar
alternativa
Relativo
cincia,
tecnologia
e
sociedade
No
mencionado
Realizao
de debates
Sem
relao
com
a
viso
Pode
implicar
alternativa
149
Relativo
conceitos
de fsica
moderna
Multimeio
visual
(computador com
software de
interface
visual)
Trabalho
em grupos
com
situaesproblema
Sem
relao
com
a
viso
Pode
implicar
alternativa
Relativo
ao
conceito
de
relatividade
Multimeio
visual
(computador com
CD tpicos
de fsica
moderna)
Trabalho
em grupos
com
situaesproblema
Sem
relao
com
a
viso
Pode
implicar
alternativa
Relativo
aos
conceitos
de fsica
moderna
Multimeio
visual
(computadores com
software
educaciona
l)
Avaliao
em grupos
sobre
questes
Sem
relao
com
a
viso
Pode
implicar
alternativa
Relativo
ao
conceito
de
dualidade
da luz
No
mencionado
Pea
teatral
com
participao
dos
docentes e
dos
discentes
Sem
relao
com
a
viso
Pode
implicar
alternativa
Relativo
ao
conceito
de
dualidade
da luz
No
mencionado
Avaliao
por meio
do teatro
Sem
relao
com
a
viso
Pode
implicar
alternativa
150
151
155
A atribuio de responsabilidades
Observou-se essa dificuldade explicitamente junto ao grupo de
eletromagnetismo. Trata-se da justificativa de a dificuldade de
se ensinar Fsica para alunos com deficincia visual
fundamentar-se no argumento da no existncia de materiais
prprios para a realizao desse ensino.
Esse fato, embora tenha sido observado junto ao grupo
de eletromagnetismo, no se restringe a este campo de
conhecimento e deficincia visual, podendo ser verificado em
outras disciplinas e com outras deficincias. Isso pode ser uma
caracterstica prpria de alguns professores, a qual um fator
que dificulta para a incluso do aluno com deficincia e que
precisa ser superada. Em outras palavras, a qualidade da
incluso escolar de alunos com deficincias, estar em parte
vinculada ao conjunto de conhecimentos docentes sobre o
fenmeno da deficincia e sobre as funes e responsabilidades
do professor em sala de aula. possvel, por exemplo, que o
docente partilhe da idia da educao segregada, isto , de que
alunos com deficincia devam estudar em instituies de ensino
especializadas. Essa idia e o argumento da formao
inadequada e da no existncia de recursos materiais podem
constituir a base para a consolidao de posies passivas
mediante a problemtica da incluso escolar de alunos com
deficincias.
A no superao de procedimentos tradicionais de ensinoaprendizagem
Esse tipo de dificuldade no exclusivo problemtica do
ensino de Fsica e da deficincia visual, contudo influencia
diretamente o planejamento de atividades de ensino de Fsica
que atendam s necessidades de todos os alunos.
Aqui se apresenta um posicionamento particular a favor
de atividades dialgicas/participativas em relao a atividades
diretivas/passivas. Se, por um lado, a incluso no se limita
158
160
161
162
Captulo V
163
V.II. As atividades
As atividades possuem problema central, questes
avaliativas, textos falados e uma situao- problema aberta. Os
textos, os problemas centrais, as questes avaliativas e a
situao-problema foram gravados e podem ser apresentados aos
alunos. Observa-se que as gravaes foram realizadas em um
estdio
e
encontram-se
disponveis
em:
http://www.fc.unesp.br/pos/ciclos/index.htm
(clicar
em
downloads e depois nos arquivos udio.mp3).
ATIVIDADE A: contextualizao do fenmeno do atrito
O objetivo da atividade (a) o de proporcionar
condies para que alunos com deficincia visual reconheam
por meio do referencial do atrito, diferentes objetos e
superfcies, a fim de contextualizar o estudo do referido
fenmeno. A mencionada atividade tem um desenvolvimento
165
167
Quite 3
constitudo pelos seguintes materiais: (1) Uma
superfcie de apoio enrugada; (2) Um objeto com a superfcie
de apoio enrugada. Obs) Tanto a superfcie quanto o objeto,
devem permitir ao aluno com deficincia visual observar com o
tato suas salincias.
169
Quite 4
constitudo pelos seguintes materiais: (1) Um pedao
de um cabo de vassoura de 30 cm de comprimento, fixo
perpendicularmente a uma pequena tbua de 30 cm de
comprimento por 20 cm de largura. Com esse objeto, pretendese representar uma reta normal a uma superfcie; (2) Trs
pedaos de madeira de 5 cm de largura por 15 cm de
comprimento, fixos paralelamente a uma pequena tbua de 30
cm de comprimento por 20 cm de largura. Pretende-se, com esse
objeto, representar retas paralelas.
170
171
176
Questo avaliativa
Arquivo: audio4.mp3
Responda: Como uma pessoa, em repouso sobre
a superfcie gelada e muito lisa de um lago,
poderia alcanar a margem?
Na seqncia, apresentam-se duas atividades que
relacionam gravidade e acelerao (atividades c e d) e uma
ltima atividade (atividade e), que buscam, por meio de um
problema aberto, relacionar e sintetizar os temas abordados nas
quatro primeiras atividades.
ATIVIDADE C: O estudo qualitativo da acelerao por
meio de um plano inclinado
Objetivando proporcionar aos alunos, com deficincia
visual, condies, para que os mesmos construam o conceito de
acelerao da gravidade, foi desenvolvido um artefato para a
observao auditiva dos movimentos descendente e ascendente
de um objeto, e adaptado um quite (quite 5) para a observao
ttil do fenmeno magntico de ao a distncia.
Artefato: Plano inclinado com interface sonora
Este artefato formado por uma superfcie de madeira de
2 m de comprimento por 15 cm de largura, que varia espaos
condutores (1 cm de fita de papel alumnio), e espaos isolantes
(19 cm de madeira), e por um carrinho de brinquedo (carrinho
de brinquedos que imita um carro de bombeiros) com o circuito
eltrico responsvel pela emisso dos sinais de sua sirene aberto
e com os fios de ligao expostos do lado de fora. Dessa forma,
durante a descida ou durante a subida do plano inclinado, a
sirene do carrinho emitir um som quando os fios de ligao
tocarem a parte condutora do plano inclinado (papel alumnio) e
deixar de emiti-lo quando os fios condutores tocarem a parte
isolante do referido plano (madeira).
177
178
Quite 5
Observao ttil do fenmeno magntico de ao a
distncia
Este quite constitudo por quatro ms de intensidades
de campos magnticos diferentes e por alguns objetos sensveis
atrao magntica.
Grupos
No incio da atividade, o professor poder dividir os
alunos em grupos e, aps a diviso, apresentar aos mesmos, de
maneira individual, como funciona o artefato. Assim que o
conhecerem, dever propor-lhes para que observem o
movimento do carrinho sobre o plano inclinado e tentem
explicar os questionamentos do problema central da atividade.
179
180
182
Questo avaliativa
(arquivo Audio7.mp3)
Responda: Por que os objetos caem?
Para finalizar, o professor poder organizar um novo
debate entre os alunos acerca da referida questo, e, assim,
verificar se conceitos, apresentados por eles durante a atividade,
modificaram-se ou no. Dessa forma, poder, de acordo com a
necessidade, retomar discusses e enfocar os conceitos
cientficos que objetiva ensinar.
ATIVIDADE D: Queda dos objetos
Tendo em vista a construo do conceito de acelerao
da gravidade, a presente atividade objetiva tanto viabilizar ao
aluno, com deficincia visual, a observao auditiva e ttil da
queda de um objeto, bem como, a anlise quantitativa desse
movimento por meio do clculo da velocIdade Mdia e da
acelerao do referido objeto.
Materiais a serem utilizados para a montagem do
artefato: Interface sonora para queda dos objetos
a) Tubo de PVC de 1,8 m de altura com 102 mm de
dimetro interno.
b) Sensores magnticos para alarme.
c) Um disco metlico e um m.
d) Chapa dobrada.
e) Bobina, oscilador e potencimetro.
f) Rolo de fita de papel para marcador de tempo.
Obs: Utilizou-se um pedao de fita de papel de,
aproximadamente 2 m de comprimento, com marcaes em alto
relevo de 1cm. Essas marcaes, feitas ao longo de toda a fita,
tm por objetivo, proporcionar ao aluno com deficincia visual
as condies para que o mesmo obtenha as distncias entre os
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185
186
188
189
193
Agradecimentos:
FAPESP pelo apoio financeiro.
Ao Lar Escola Santa Luzia para cegos, por permitir a
realizao das atividades.
Aos Professores Doutores Roberto Nardi, Jomar de
Barros Filho, Elizabete Baroli e Afira Vianna Ripper pelas
sugestes e crticas.
194
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
Curriculares Nacionais,
1998.
In:
<
www.educacaoonline.pro.br/adaptacoes_curriculares.asp > Acesso
em 10/05/2005 10:38:34.
BRASIL. Congresso Nacional. Lei n 9.394, de 20/12/1996.
Fixa diretrizes e bases da educao nacional. Dirio Oficial da
Repblica Federativa do Brasil. Braslia, n 248, de 23/12/1996.
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Referncias Bibliogrficas
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Referncias Bibliogrficas
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Referncias Bibliogrficas
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Referncias Bibliogrficas
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Referncias Bibliogrficas
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